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FECHAMENTOS Tampas menores para bebidas ganham espaço RESÍDUOS SÓLIDOS A cadeia do packaging se movimenta O AEROSSOL DECOLA Consumo em alta e investimentos de fornecedores revigoram a produção local de embalagens nebulizadoras ENTREVISTA: Alberto Moreau, da Avon, fala da importância da embalagem para as vendas diretas www.embalagemmarca.com.br PLÁSTICAS PET entra nos mercados de leites e iogurtes

EmbalagemMarca 140

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Revista EmbalagemMarca Nº 140 - Abril de 2011

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FECHAMENTOSTampas menores para

bebidas ganham espaço

RESÍDUOS SÓLIDOSA cadeia do packaging

se movimenta

O AEROSSOL DECOLAConsumo em alta e investimentos de fornecedores

revigoram a produção local de embalagens nebulizadoras

ENTREVISTA: Alberto Moreau, da Avon, fala da importância da embalagem para as vendas diretas

www.embalagemmarca.com.br

PLÁSTICASPET entra nos mercados

de leites e iogurtes

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}}} UMA CONVERSA COM O LEITOREDITORIAL

Público-Alvo

EM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su per-vi são em em pre sas integrantes da ca deia de em ba la gem. São profissionais envolvidos com

o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indús-trias de bens de consumo, tais como alimentos,

bebidas, cosméticos e medicamentos.

O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é resguar da do por di rei tos au to rais. Não é

per miti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões

ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.

Diretor de redação: Wilson Palhares | [email protected]

Editor executivo: Guilherme Kamio | [email protected]

Redação: [email protected]ávio Palhares | [email protected]

Marcella Freitas | [email protected]

Colaborou nesta edição: Marcelo Marcondes

Departamento de arte: [email protected] de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] de arte: Jorge H. I. F. Santos | [email protected]

Administração: Eunice Fruet | [email protected]

Marcos Palhares | [email protected]

Departamento Comercial: [email protected] Lenz | [email protected]

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Filiada ao

PRÊMIO EMBALAGEMMARCAGrandes cases de embalagemTECNOLOGIAPRODUTIVIDADEGIROCONVENIÊNCIAINOVAÇÃOREDUÇÃODECUSTOSIMPACTOAMBIENTALVIDADEPRATELEIRAAGREGAÇÃODEVALORLOGÍSTICAMATERIAISDESIGNCOMUNICAÇÃOSEGURANÇA

20

10 2

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0

Sobre notícias positivas e imitaçõescapa da presente edição, como devem ter notado nossos bem infor-mados leitores, foi inspirada em recente capa da revista inglesa The Economist com reportagem sobre o

crescimento da economia brasileira. Inspiramo-nos também no título “Brazil takes off” (“o Brasil decola”) daquela peça, aqui reproduzida. Segundo usos e costumes consolidados, criar adaptando – ou criar d’après alguma obra consagrada – não é exatamente plagiar, desde que se deixe bem clara a intenção. Como pode se ver na reportagem de capa, de autoria de Marcelo Marcondes, a cadeia de valor dos aerossóis no Brasil está em plena arrancada, depois de anos dependendo de impor-tações da Argentina. A capa à moda de The Eco-nomist, convenhamos, mostra isso muito bem.

Mais notícias boas e substanciosas são ofe-recidas nesta edição. É o caso da reportagem de Guilherme Kamio sobre avanços tecnológicos na produção de tampas, que resultam em benefícios econômicos e ambientais para a fabricação dos recipientes nos quais são aplicadas. Igualmente animador é o balanço apresentado na reporta-gem de Flávio Palhares sobre o estágio em que

se encontram as providências de empresas e associações de empresas para a implantação da lei que institui a Política Nacional dos Resíduos Sóli-dos (PNRS). Parece que “vai pegar”.

Na Entrevista do mês, Alberto Moreau, vice-presi-dente de marketing da Avon,

fala sobre o modo como consumidoras de cosméti-cos se comportam em diferentes países e destaca a importância das embalagens no sistema de vendas diretas. Trata-se de uma entrevista que se encaixa na intenção de EmbalagEmmarca de tornar mais ampla e sistemática a cobertura sobre cosméticos e artigos de higiene pessoal na revista, sem prejuízo do noticiário sobre os demais segmentos.

Toda esta introdução tem como razão de ser o interesse em chamar a atenção para um fato às vezes esquecido, quando são feitas comparações com outras iniciativas em que prevalece o concei-to de preço (totalmente diferente do conceito de valor). Esse fato é que a cada mês (e a cada dia, no site www.embalagemmarca.com.br) entrega-mos aos leitores o mais denso e profundo con-junto de informações e conhecimento da mídia especializada em embalagem no Brasil.

A propósito, cabe destacar, na página 54, o artigo do designer inglês Andrew Eyles, CEO da Blue Marlin Brand Design, sobre cópias de produtos. Ele lembra que “a imitação talvez seja a forma mais sincera de enaltecimento”, ponde-rando no entanto que os imitados “não se sentem lisonjeados quando confrontados com a clonagem de seus produtos”. É o dilema em que nos encon-tramos ao constatarmos que iniciativas nossas, na área editorial e em eventos, são disfarçadamente “adaptadas” por outros. Devemos sentir-nos elo-giados ou lesados? O melhor talvez seja assumir o que se depreende das palavras de encerramento do artigo de Eyles: “Líderes devem fazer exata-mente o que deles se espera – liderar”.

Wilson Palhares

A

“Iniciativas nossassão ‘adaptadas’ por

outros. Devemossentir-nos elogiados

ou lesados? O melhor, como se

aconselha,talvez seja ter em mente que ‘líderes

devem fazer exatamente o quedeles se espera –

liderar’”

fala sobre o modo como consumidoras de cosméti-cos se comportam em diferentes países e destaca a importância das embalagens no sistema de vendas diretas. Trata-se de uma entrevista que se encaixa

de tornar mais ampla e sistemática a cobertura sobre cosméticos e artigos de higiene pessoal na revista, sem prejuízo

com outras iniciativas em que prevalece o concei-to de preço (totalmente diferente do conceito de “Iniciativas nossas

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se encontram as providências de empresas e associações de empresas para a implantação da lei que institui a Política Nacional dos Resíduos Sóli-dos (PNRS). Parece que “vai pegar”.

Alberto Moreau, vice-presi-dente de marketing da Avon,

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4 EmbalagemMarca abril 2011

sumáRio }}} Nº 140 }}} ABRIL 2011

57 Destilados

grupo Petrópolis apresenta vodca premium

para concorrer com a sueca absolut

18Reportagem de capa 18Cenário desfavorável para aerossóis muda a reboque de injeções de gás nos mercados consumidores e fornecedores

32Limpeza doméstica

evita-mofos da soin ganha embalagens recarregáveis

36Entrevista

VP de marketing da avon fala de compor-tamentos de consumo e da importância da embalagem nas vendas diretas

46Resíduos sólidos

associações de fabricantes de embalagens começam a se adaptar à Política nacional de resíduos sólidos

Lácteos

leite pasteurizado e iogurte líquido adotam

embalagens de Pet

44

10Fechamentos

setor de tampas aumenta oferta de soluções compatíveis com padrão mais curto de gargalo de garrafas de Petmais: tendência de tampas menores chega ao mercado de óleos de cozinha

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www.embalagemmarca.com.br

E mais

3Editorial

26Panorama

8Só na web

60Display

52Painel Gráfico

54Artigo: Andrew Eyles

66Almanaque

64Índice de Anunciantes

65 Eventos

onu e interpack debatem maneiras de a embalagem minimizar

desperdício de alimentos

58 Internacional

Pepsi anuncia criação de garrafa de Pet de origem 100% vegetal

18

59Bricolagem

novo rótulo e tampa “pendurável” dão destaque a embalagem de cola

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8 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

Schincariol lança cerveja em garrafa de 147 gramas. Produzida pela Owens-Illinois do Brasil, a embalagem é a mais leve, em vidro, no mercado de cervejasemb.bz/schin

A fabricante de componentes de informática Asus apresentou em Hannover, na Alemanha, uma caixa para placas-mãe que pode ser utilizada como gabinete para o computador. Chega ao mercado em junho.emb.bz/asus

Cerveja Paulistânia adota rótulos com fotos antigas da rede Pão de Açúcaremb.bz/paulistania

O Brasil está na mira do Bobble, garrafa reutilizável produzida em plástico reciclado e dotada de um pequeno elemento filtrante interno acoplado à tampa. A embalagem foi inventada pela americana Move Collective e projetada pelo designer Karim Rashid emb.bz/bobble

A Can Pack, fabricante de embalagens metálicas do grupo polonês Pol-Am-Pack, estuda a instalação de fábrica na Zona Franca de Manaus emb.bz/canpack

O programa nacional de identificação e rastreamento de medicamentos foi suspenso no início de março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). emb.bz/anvisa

A Visionflex Soluções gráficas, de São Paulo, recebeu o selo FSC (Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal), principal certificado para produtos de origem florestal. emb.bz/visionflex

SÓ NA WEB

Amostra da seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e da e-newsletter semanal da revista

DISPLAY

Cerveja mais leve

INTERNACIONAL

Caixa para placa mãe serve como gabinete de computador

ROTULAGEM

Memória na embalagem

SUSTENTABILIDADE

“Garrafa filtrante” será vendida no Brasil

METÁLICAS

Brasil pode receber mais um fabricante de latas para bebidas

LEGISLAÇÃO

Anvisa suspende programa de rastreamento de remédios

PAINEL GRÁFICO

Visionflex é certificada

Edição: FlÁVio PalharES ||| [email protected]

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}}} Fechamentos

Cresce a reduçãoMenor e mais sustentável, novo gargalo para garrafas de PET conquista bebidas nacionais e movimenta o mercado de tampas

uando marcas líderes mudam suas embalagens não costuma tardar para os demais players segui-las de cambulhada. É esse o motivo da multiplicação, no País, da oferta

das tampas plásticas de rosca compatíveis com o PCO 1881 – novo padrão de gargalo de gar-rafas de PET para refrigerantes, águas minerais, sucos e outras bebidas de altíssimo giro. Nos últimos meses, pesos-pesados como Coca-Cola, AmBev, Minalba e Nestlé resolveram incorporar a novidade, deflagrando uma transformação no mercado. “O viés é de migração total”, avalia Alfredo Izzo, gerente de cadeia de valor da Ame-rica Tampas.

Conhecida até o fim de 2010 como Crown Tampas, quando mudou de nome em decorrência

Qde alterações em sua estrutura societária, a Ame-rica Tampas tem hoje aproximadamente 40% de sua produção dedicada a tampas compatíveis com o gargalo 1881. A projeção da empresa é ter esse percentual dobrado até o final de 2011. “Acredi-tamos que este ano será um divisor de águas para a tendência”, afirma Izzo. Consultados por Emba-lagEmmarca, outros importantes fornecedores locais de fechamentos confirmaram rearranjos parecidos em seus parques fabris, ou declararam ter estratégias montadas para conversões ligeiras caso ocorram disparadas na demanda.

É fácil compreender toda a expectativa gera-da pelo novo desenho de gargalo. Aprovado há pouco mais de três anos pela International Socie-ty of Beverage Technologists (ISBT), autoridade em assuntos técnicos para a indústria mundial

Por Guilherme Kamio

CompactGuard, da America Tampas, é uma das opções short height oferecida no

mercado nacional

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11EmbalagemMarcaabril 2011

de bebidas, o PCO 1881 apresenta algumas diferenças marcantes em relação aos padrões 1810 ou 1816 – gargalos para garrafas de PET mais difundidos no planeta e que se mantiveram paradigmáticos no mercado brasileiro por quase duas décadas. O novo modelo assegura o mesmo desempenho de vedação das versões clássi-cas, porém é aproximadamente 4 milímetros mais baixo e tem desenho da rosca abreviado, com passo (largura) quase meio milímetro mais estreito. Tais alterações propiciam aliviamentos médios de de 1,5 grama e de meio grama, respec-tivamente, no consumo de resina PET por garrafa e de polipropileno ou polietileno por tampinha.

Basta multiplicar os resultados do desbaste por dezenas ou centenas de milhões, faixas em que gravitam as produções anuais das bebidas-alvo, para se ter ideia das potenciais economias de matérias-primas e consequentes desonera-ções nos borderôs dos end-users. No início do ano passado, a Krones, conhecida fabricante de máquinas envasadoras para bebidas em PET, divulgou os resultados de um estudo sobre efei-tos do uso do PCO 1881 numa linha de 24 000 unidades por hora e 92% de eficiência. Em seis dias de produção por semana, em três turnos, a economia em resina para a moldagem de pré-for-mas de 1,55 grama seria de 75 000 reais mensais (a tonelada do PET fora orçada em 3 700 reais). Para uma tampa com milheiro cotado em 28 reais, uma redução de meio grama (10%) geraria uma amortização de 37 000 reais.

Corte faz diferençaSob garantia de anonimato, o diretor de compras de uma engarrafadora de refrigerantes que utiliza o novo padrão há cerca de um ano fez o seguinte relato à reportagem. “Reduzimos os custos e pudemos baixar nossos preços em alguns centa-vos. Não é muito, mas no nosso negócio a redu-ção faz diferença.”

Segundo um cálculo oficioso, o retorno sobre o investimento na conversão do padrão de garga-lo tende a ocorrer em torno de doze meses numa produção de médio porte, situada na casa das 50 milhões de unidades por ano. Depois desse período viriam os dividendos. Cabe ressaltar, no entanto, que vantagens financeiras não são os únicos benefícios aquinhoados pela troca

de PCOs. A diminuição no uso de matérias-primas e seus efeitos colaterais, como menor consumo energético, otimizações logísticas e outros ganhos operacionais, reduzem o impac-to ambiental da operação. Não à toa, tanto a Coca-Cola, que estreou o PCO 1881 em seus refrigerantes há dois anos numa parceria com a Closures Systems International (CSI) (ver Emba-lagEmmarca nº 113, janeiro de 2009), quanto a AmBev, que seguiu a trilha com o Guaraná Antarctica e suas demais bebidas gaseificadas empregando tampas da Ravibrás (ver nº 118, junho de 2009), têm alardeado o apelo sustentá-vel de suas iniciativas.

É importante dizer que bandear para o PCO 1881 exige dos fabricantes de bebidas ajustes gerais em suas operações de acondicionamento. Mesmo assim, as tampas podem ser consideradas as pedras angulares dos projetos. Sucede que a injeção de pré-formas, o posterior sopro das gar-rafas e o envasamento dos recipientes podem em muitos casos se adequar ao novo gargalo através de retificações de moldes e ajustes de máquinas. Com as peças de vedação não dá para improvi-sar; precisam ser soluções sob medida, de perfil baixo – ou short height, como se convencionou identificá-las. Isso explica o alvoroço que se observa no setor de produção de tampas.

“Embora grandes nomes já tenham enve-

Guaraná Antarctica dá ideia das reduções de gargalo e tampa (da esq. para a dir.) viáveis com o PCO 1881

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12 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

redado pelo novo formato, muitos ainda não o fizeram, principalmente engarrafadores de atua-ção regional, que não deixam de ter volumes de produção significativos”, afirma Donato Edson Desiderio, gerente comercial da Garboni. A empresa fluminense oferece desde o ano passado tampas apropriadas ao formato PCO 1881 para bebidas com ou sem gás, com destaque para o modelo Miwa Light. Indicado para a vedação de garrafas de água mineral natural, ele pesa somen-te 1,6 grama. “É praticamente a metade do peso de muitas tampas de rosca no padrão PCO 1810”, ressalta Donato.

Com resultados mais ou menos parecidos ao obtido pela Garboni, todos os demais forne-cedores de renome desenvolveram tampinhas mais leves e baixas para o gargalo emergente, confiantes na irreversibilidade da transição. Isso

não quer dizer, contudo, que não existam des-concertos sobre os rumos do mercado. É o caso da discussão sobre a composição ideal dos novos fechamentos. Enquanto alguns fornecedores pre-ferem tampas dotadas de vedante (disco de EVA inserido no domo das tampas, também conhecido como liner) para a retenção da carbonatação de bebidas gasosas, outros são partidários da elimi-nação do acessório.

A America Tampas, por exemplo, encaixa-se no primeiro grupo. Sua linha de tampas de rosca short height, denominada CompactGuard, apre-senta vedante – um modelo especial, denominado “flutuante”, alegadamente menos suscetível a perdas de estanqueidade causadas por variações de temperatura, solavancos e ligeiras deformações do gargalo capazes de acontecer durante a distri-buição das pré-formas ou das garrafas. “Trata-se

O quadro de agitação pela mudança do

gargalo PCO 1810 para o PCO 1881, mais

curto, não se restringe às tampas mais

simples, do tipo screw cap (de rosca).

Fornecedores começam também a apresen-

tar sistemas de vedação mais nobres ade-

quados ao gargalo mais curto.

A Closure Systems International (CSI), que

milita na área de tampas de perfil baixo com

sua linha Mini, lançou recentemente uma

tampa push-pull esportiva (com bico dosa-

dor) compatível com o PCO 1881. Batizada

de Sport-Lok Mini 28mm, a solução, cons-

truída em três peças, foi adotada pela

Coca-Cola brasileira na linha de isotônicos

i9, substituindo uma versão para o gargalo

1810. “É uma solução mais leve, que permite

melhorar as margens de rentabilidade dos

engarrafadores e contribuir com a susten-

tabilidade, devido à redução de recursos

materiais”, sustenta Noelia Francioli, analista

de marketing da CSI.

A multinacional alemã Bericap também dis-

ponibiliza há alguns meses uma sport cap

similar para o padrão PCO 1881. Um dos

primeiros adeptos foi o grupo americano

Dr Pepper Snapple, que passou a utilizar a

solução no mercado americano de águas

minerais. Outra provedora na mesma rota

é a Aptar. A empresa começa a oferecer

no mercado brasileiro a 1881 Light Original

Sport, tampa esportiva que se diferencia pela

sobretampa flip-top. “O perfil baixo possi-

bilita uma economia de material no gargalo

da ordem de 25% em relação às versões

convencionais”, detalha a gerente de desen-

volvimento de mercado da empresa para a

América do Sul, Isabel La Rocca.

A novidade está disponível com orifício

standard de 7 milímetros ou com a válvula

de silicone, que melhora o controle do fluxo

da bebida, evitando respingos. Segundo a

Aptar, a peça é compatível com a reciclagem

de PET.

Redução aliada à conveniência

Tampa esportiva da CSI já pode ser vista no i9. Aptar lançou solução

similar

SuperShorty, da Bericap, aplicada em garrafa de

cerveja europeia

Garboni criou tampas até 50%

mais leves que as opções clássicas

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de um acessório importante para garantir a integri-dade dos produtos ante as condições extremas que eles têm de suportar no transporte”, argumenta Alfredo Izzo.

Outras fornecedoras são mais cautelosas. A Garboni, por exemplo, oferece tampas nas duas versões. Donato, no entanto, não esconde a preferência pessoal pela solução sem liner. “O consumo de resina é menor e a reciclagem é facilitada pela presença de um único material”. O gerente comercial da Garboni entende que as tampas linerless só não são consensuais no mercado devido a experiências malfadadas ocor-ridas no passado. “Houve vendas de tampas sem qualidade, que causaram problemas e deixaram péssima impressão”, conta o executivo.

Multinacionais têm as duas opções O trabalho em ambas as vertentes é também o caminho trilhado pelas multinacionais Bericap e CSI, ambas com forte atuação no mercado brasileiro. A primeira demonstra ser favorável às tampas de uma peça em seu catálogo Super-Shorty, mas não se privou de lançar um modelo com vedante. Já a segunda, cuja tampa para PCO 1881 Xtra-Lok Mini já tem boa clientela no mercado local – é utilizada pelos refrigeran-tes e pelas águas minerais da Coca-Cola, pelos sucos concentrados Maguary e Dafruta, da Ebba (Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos), e

pelas águas Minalba, Indaiá, Sarandi e Bioleve – também criou uma opção sem liner para bebidas gasosas, a Omni-Lok Mini. “O produto ainda não está disponível no Brasil, mas já é utilizado no mercado peruano”, diz Noelia Francioli, analista de marketing da CSI.

Por sua vez, a Mirvi, subsidiária da espanhola Betapack e com atuação importante no merca-do nacional de tampas para óleos de cozinha, prepara sua estreia no terreno de tampas para embalagens de PET apostando alto nas tampas sem liner. “Os mercados europeu e asiático têm preferido essa abordagem, que permite maior redução no consumo de material e resulta em produtos finais com maior apelo de sustentabi-lidade”, afirma o gerente de vendas da empresa, Marcelo Adell.

As tampas da Mirvi são moldadas em polie-tileno de alta densidade (PEAD), e não em poli-propileno (PP), o material mais popular entre as soluções para garrafas de PET. De acordo com Adell, isso se deve ao fato de a fornecedora pre-ver um ciclo mais acentuado de alta na cotação do PP. Os sucessivos aumentos de preços das resinas termoplásticas, aliás, é visto pelo setor de tampas como o virtual empecilho para a propa-gação definitiva do PCO 1881. “Os acréscimos têm sido descabidos, acima do nível da inflação”, critica Donato, da Garboni. “Isso pode acabar confundindo os clientes quanto à percepção das vantagens da troca.”

America Tampas(11) 2504-7012www.americatampas.com.br

Aptar(11) 4196-7500www.aptar.com

Bericap(15) 3235-4500www.bericap.com

Closures Systems International(11) 4134-2500www.csiclosures.com

Garboni(24) 2244-3300www.garboni.com.br

Mirvi(11) 4409-0100www.mirvibrasil.com.br

Ravibras Embalagens(11) 4689-6500www.gruporavi.com.br

Mirvi lança tampas sem

liner: tendência europeia

Vedete da CSI para gargalo curto, Xtra-Lok Mini é

adotada pela Coca-Cola

Page 15: EmbalagemMarca 140
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16 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

A Liza abre a porteiraTendência de revisão de gargalos e adoção de tampas menores chega ao mercado de óleos de cozinha

as bebidas, a tendência da ado-ção de gargalos e fechamentos mais curtos para garrafas de PET agora promete fazer barulho no terreno dos óleos de cozinha. A

expectativa se deve à adoção de um padrão de embalagem mais leve, que demanda menor consumo de materiais plásticos, por uma das principais marcas do mercado brasileiro, a Liza, da Cargill.

Os catalisadores do projeto foram as ofertas de novos formatos de pré-formas pelos princi-pais fornecedores da Cargill, cujas identidades não são reveladas pela empresa, ajustes em máquinas e a implantação de uma tampa flip-top com perfil reduzido, desenvolvida pela Bericap em polietileno. Com o projeto, o gar-galo das garrafas “emagreceu” em 50%, pas-sando de 2,7 gramas para 1,35 grama. O novo fechamento, por sua vez, é 1 grama mais leve, o que representa uma redução de aproximada-

mente 30% em peso.A troca de embalagem começou em dezem-

bro de 2010, com a inauguração da primeira linha de envase da Cargill adaptada ao novo formato. No último mês de março, a empresa instalou uma segunda linha, e espera modificar gradualmente todo seu parque instalado.

Economia de 518 toneladasProcurada pela reportagem, a fabricante evitou dar detalhes do projeto de conversão fabril. No entanto, revelou que a nova embalagem propi-ciará uma economia com polietileno equivalen-te a 518 toneladas por ano, o que corresponde a 230 milhões de tampinhas. “A reformulação representa ganhos para o consumidor e para o meio ambiente”, diz a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. Além de iniciativa de cunho sustentável, a mudança de gargalo e tampa promete também levar vantagens ao consumidor. “A nova versão possui duas abas

D

}}} Fechamentos

Na área de tampas do tipo childproof, que buscam evitar

aberturas indevidas de embalagens de produtos perigosos

por crianças, a Clever Pack lançou uma solução que tam-

bém apela à sustentabilidade. Trata-se de uma tampa flip-

top que incorpora travas de segurança e depende de dois

movimentos simultâneos para sua abertura: a compressão

das travas e o levantamento da peça superior basculante.

Segundo Claudio Patrick, diretor da fornecedora, a novidade

é em média 30% mais leve que outros sistemas de fecha-

mento à prova de uso por crianças. “Diferentemente

das soluções concorrentes, a nossa é feita numa

única matéria-prima, o polipropileno, e não requer

montagem, enquanto as demais combinam polipro-

pileno com polietileno e exigem a etapa

adicional na fabricação”, diz o profissional.

O diretor da Clever Pack acrescenta outro benefício da novi-

dade. De acordo com ele, a tampa emite um estampido ao

ser acionada, permitindo que deficientes visuais tenham cer-

teza do travamento. “Isso não ocorre nas soluções childproof

convencionais, como as tampas de rosca do tipo ‘abaixe e

gire’”, diz Patrick. Recém-adotada pela Hypermarcas nos

frascos de 500 mililitros da linha de inseticidas líquidos Mat

Inset, a invenção, disponível para gargalos no diâmetro 28

milímetros, ganhará em breve opções mais largas, ade-

quadas ao fechamento de potes de medicamentos. A

aposta da fornecedora é grande. No fim de

2010, a solução foi apontada como uma

das principais inovações em embalagem

na Pack Expo International, feira do setor

do packaging realizada em Chicago, nos

Estados Unidos.

Uma solução childproof mais sustentável

Nova solução é 30% mais leve que as tampas childproof convencionais.

Mat Inset líquido é o primeiro usuário

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para abertura do produto, em vez de uma, o que facilita o manuseio para destros e canhotos”, assinala a Cargill.

Gerente-geral da Bericap, Aurel Forgaci diz esperar uma maior difusão de soluções nos moldes daquela implantada pela Cargill. “Há cinco anos tivemos uma experiência com os óleos da cooperativa agroindustrial Comigo, mas não aconteceu propriamente uma disseminação

Bericap(15) 3235-4500www.bericap.com

Clever Pack(21) 2573-6426www.cleverpack.com.br

do conceito”, rememora o executivo. Agora, a expectativa é de que o conceito possa se disse-minar na seara dos óleos de cozinha à moda do que vem ocorrendo com refrigerantes e águas minerais. “Assim como as bebidas, os óleos têm produção altíssima”, expõe Forgaci. “Ou seja, o payback de uma revisão desse tipo também é rápido e a redução do impacto ambiental é bas-tante significativa.” (GK)

Reformulação bancada pela Cargill gerou embalagem com gargalo 50% mais leve e tampa com peso aliviado em 1 grama

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18 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} RepoRtagem de capa

A disparada do a erossol brasileiro

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19EmbalagemMarcaabril 2011www.embalagemmarca.com.br

A disparada do a erossol brasileiroCrescimento do consumo, investimentos na cadeia do packaging e ações setoriais dão gás a um produto cuja indústria nacional já pareceu fadada à aniquilação

otícias recentes na área de aerossóis remetem a um flashback, oferecendo como resultado a idéia de algo próximo a um lançamento de foguete, à arrancada de um cenário de fim de mundo rumo a

um céu de competitividade e prosperidade. Como se verá adiante, o setor está, literalmente, com gás novo, em total reversão do cenário de algum tempo atrás.

Em setembro de 2007, em entrevista a Embala-gEmmarca, o presidente da Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários (Abas), Hugo Agustín Chaluleu, vaticinava que a indústria brasileira desse tipo de embalagem, de qualidade mundialmente reconhecida e grande vitalidade his-tórica, poderia “fechar as portas”. A aniquilação do setor, segundo ele, marchava a todo vapor desde que a Argentina, cinco anos antes, congelara a níveis ínfimos os preços de seu gás propelente, importante componente dos aerossóis, abalando a competiti-vidade tanto de produtos acondicionados em tubos de alumínio quanto em aço bem como da indústria fabricante daquelas embalagens no Brasil.

Na mesma época, João Carlos Basílio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pes-soal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que tem

sobretudo no filão dos desodorantes um poderoso ramo consumidor de aerossóis, fazia coro à gritaria generalizada contra a alarmante perda de mercado para o país vizinho, que devorava uma fatia de 80% do bolo local daquele produto. Nem o respeitável peso da entidade que Basílio preside, e tampouco sua insistência pessoal junto à Petrobras, no sentido de que instalasse no Brasil uma unidade específica para a produção de gás propelente 100% inodoro – crucial para a obtenção de antitranspirantes de qualidade – demoviam a estatal de pesada indiferença.

O quadro não era diferente na área de aerossóis de aço, cujas queixas eram centralizadas por Anto-nio Carlos Teixeira Álvares, presidente do Sindica-to Nacional da Indústria de Estamparia de Metais (Siniem). A questão do gás impedia um atendimento mais eficaz da demanda, entre outras, das indústrias de lubrificantes e inseticidas, insuflada pelo boom das vendas de automóveis e por notícias sobre o implacável avanço da dengue em todo o território nacional.

Eis que agora tanto Chaluleu quanto Basílio e Teixeira Álvares exultam e profetizam algo próximo a uma ressurreição benéfica para fabricantes e para grandes usuários de aerossóis. O que aconteceu?

NPor Marcelo Marcondes

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20 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

Simplesmente, deu-se mais um efeito em cadeia do fato que tem servido de pano de fundo a pratica-mente todas as notícias referentes ao desempenho da economia brasileira: o aumento generalizado da renda da população e a incorporação de milhões de consumidores das classes C e D a patamares mais elevados. As vendas de diferentes produtos acondicionados em aerossóis cresceram cerca de 150% nos últimos cinco anos, segundo dados da Abas. O salto foi de 282 milhões de unidades em 2005 para 702 milhões em 2010, e a previsão é de que em 2012 seja alcançada a marca de 1 bilhão de unidades (ver tabela). No caso dos desodorantes: além de comprar mais, os brasileiros passaram a substituir produtos acondicionados em frascos plásticos squeezable por marcas embaladas em alumínio, de maior valor agregado. “Chegamos a consumir 300 milhões de unidades de desodoran-tes em 2010, o que é uma quantidade expressiva”, considera o presidente da Abihpec. Grande parte, segundo ele, veio pronta da Argentina.

Complementarmente, embora sem registrar as impressionantes cifras apresentadas pelos artigos de cuidados pessoais, cresceu significativamente o consumo de inseticidas, domínio dos aerossóis em tubos de aço. Guardadas as proporções dos dife-rentes mercados, o fenômeno se repetiu de forma mais ou menos semelhante em praticamente todos os países da América Latina. Como lembra Basi-lio, o suprimento de gás propelente para atender a demanda dependia basicamente das problemáticas importações da Argentina. O problema maior no

fornecimento é a demora na entrega, de 180 dias no mínimo. “É um tempo extremamente longo para um mercado tão voraz quanto é atualmente o de aerossóis”, considera o presidente da Abas.

Mesmo assim, a pujança do mercado atraiu novos fabricantes de aerossóis e de produtos neles acondicionados, além de estimular inves-timentos de fornecedores locais. Atraídos acima de tudo pelo mercado brasileiro de produtos de higiene pessoal, que carece fortemente de aerossóis de alumínio, no período aproximado de um ano estabeleceram-se no País portentosos

fabricantes de cosméticos e artigos de higiene pes-soal para marcas de terceiros (contract manufactu-ring), como a espanhola Exal, a francesa Fareva e a luso-canadense Colep CCL. Entre os co-packers há os que fabricam também tubos, diretamente ou em parceria com indústrias dedicadas.

Ante quadro tão dinâmico, seria letargia demais, para dizer o mínimo, que a cadeia bra-sileira de aerossóis, supridora do maior mercado consumidor da América Latina e de boa parte da demanda de vizinhos, continuasse em forte depen-dência do gás argentino – de quebra, “viabilizando a concorrência” de produtos importados, como observa Basílio.

Gás novo no mercadoO quadro mudou totalmente no primeiro trimestre deste ano, com o lançamento de propelentes de alta qualidade, alinhados às mais rígidas exigên-cias mundiais da categoria dos aerossóis, por dois supridores gigantes, a Liquigás e a Ultragaz.

A evolução do mercadobrasileiro de aerossóis

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

172,

8

184,

6

194,

9

202,

9

206,

5

206,

1

224,

9 282,

1

339,

1 413,

8

490,

8 545,

5

702,

2

Em milhões de unidades

Tubos de alumínio: oferta promete aumentar com

chegada de novos players

Itens de cuidados pessoais: responsáveis pelo aumento

do consumo interno

fon

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11

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22 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

No lado das empresas produtoras das emba-lagens ou envasadoras de aerossóis, a decisão de investir pesado com o objetivo de abocanhar boas fatias do mercado brasileiro, com destaque para o de produtos situados no âmbito de perfumaria, cos-méticos e higiene pessoal, área que há mais de uma década cresce em ritmo de dois dígitos ao ano, não se deu, obviamente, de uma hora para outra.

O interesse era antigoA Exal, que afirma ser a maior produtora mundial de tubos de alumínio para higiene pessoal, atua na Argentina desde meados dos anos 90 e há tempos demonstrava interesse pelo Brasil. Em entrevista a EmbalagEmmarca, Rubén Yantorno, diretor da empresa para a América Latina, afirmou que os acionistas começaram a olhar com bons olhos para o mercado nacional em 2002. “À época o País consumia mais desodorantes acondicionados em embalagens squeezable do que em qualquer outro formato”, ele relembra. “Isso nos fez perceber quão promissor era o mercado brasileiro.”

Segundo o executivo, a substituição do squee-zable começou a ocorrer para valer, no Brasil, nos últimos cinco anos. Essa tendência, aliada ao enor-me mercado consumidor local de aerossóis levou à decisão da empresa de construir uma planta com duas unidades de produção em Jundiaí (SP). Sobre um terreno de 40 000 metros quadrados, funciona-rá ao mesmo tempo uma fábrica de tubos de aeros-sol e outra de enchimento de tubos. Num primeiro momento, a planta de dupla função produzirá, para terceiros, desodorantes, cremes de barbear e odo-rizadores de ambiente. A inauguração ocorrerá nos próximos meses, e a produção estimada será de 600 milhões de unidades por ano. “Nosso empe-nho consiste em sempre fornecer a nossos clientes um produto diferenciado”, promete Yantorno. “Só assim conseguimos bater a concorrência, seja no Brasil, na China ou na Europa.”

Também apostando alto no potencial do setor brasileiro de aerossóis, a Colep CCL teve sua estréia anunciada em EmbalagEmmarca nº 134,

A primeira, controlada da Petrobras, lançou no final de fevereiro o Purogas, à base de propano e butano, derivado do gás liquefeito de petróleo (GLP) que está sendo produzido no Centro Ope-rativo Capuava da empresa, em Mauá, no ABC paulista. Poucos dias depois, já em março, a Ultra-gaz apresentou ao mercado, com a marca demexx, um novo tipo de propelente, o dimetil-éter (DME), derivado do gás natural com características físicas semelhantes ao GLP. De acordo com o fabricante, o grande diferencial do DME é o fato de ser solú-vel em água e emitir uma quantidade ínfima de compostos orgânicos voláteis (VOCs).

Ambos os fornecedores mostram-se muito motivados. “A decisão de comercializar o demexx baseou-se no crescimento do mercado de aeros-sóis, especialmente no Brasil, mas também no restante da América Latina”, conta Hermano Jor-dão, coordenador comercial de gases especiais da Ultragaz. “Além disso, o mercado brasileiro de propelentes está em alta desde 1998”. Por sua vez, Thomaz Lucchini Coutinho, diretor GLP Granel da Liquigás, considera que “a chegada do Purogas ao mercado é um passo fundamental para a autonomia brasileira em abastecimento de prope-lentes”. Ele acredita que a iniciativa irá promover melhorias para todos os setores que atuam ligados ao segmento de aerossóis, “dentre eles o merca-do de embalagens, que poderá ofertar modelos e formatos dos mais diversos, a exemplo do que acontece em outros países”. Isso deverá acontecer porque o gás, segundo ele, não causa corrosão nos recipientes e em suas vedações, não reage com os produtos propelidos nem possui restrições quanto ao seu uso. E, feitos ajustes na proporção da mis-tura, poderá atender um leque maior de produtos. Enfim, como destaca o presidente da Abas, “a fabricação nacional dos componentes dos aeros-sóis dinamiza muito a produção das indústrias”.

“Hoje podemos dizer que temos finalmente infraestrutura para atender a produção do aerossol, que era inexistente quatro anos atrás”, sintetiza Hugo Chaluleu, da Abas. Teixeira Álvares, do Siniem, entende que o atual quadro abre novas perspectivas principalmente para o alumínio, mas de forma significativa também para o aço. E Basí-lio, da Abihpec, prevê que, apesar das dificuldades do câmbio, “em poucos anos o Brasil terá uma indústria usuária de aerossóis, moderna, competiti-va e com ótimas possibilidades de exportar”.

Produto vendido no Brasil em tubo da Exal argentina: potencial de nacionalização

Ultragaz investiu em planta para a produção de DME,

propelente de alta nobreza

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24 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

de outubro de 2010. Com fábricas na Espanha, em Portugal, na Alemanha, na Polônia e no Reino Unido, e líder europeia na fabricação de embala-gens para produtos de consumo pessoal, aliou-se à brasileira Provider, dona de posição de destaque no mercado latino-americano de contract manufactu-ring para itens de higiene pessoal e cuidados do lar. Nasceu assim a joint-venture CPA – ColepCCL Provider Aerosol, que terá sua primeira fábrica na cidade de Itatiba (SP). Essa planta terá capacida-de de produção de 150 milhões de unidades por ano e contará com três linhas de enchimento de aerossóis e cinquenta postos de trabalho. Deverá estar totalmente operacional ainda no primeiro semestre de 2011 e, no início, produzirá aerossóis para o segmento de higiene pessoal, informa Fabio Zalaquett, CEO da CPA, devendo ampliar o for-necimento para novas categorias de produtos em aerossol, como protetores solares e artigos para cuidados da pele.

Zalaquett adianta que há planos para oferecer, em futuro próximo, novas tecnologias, como a bag-on-valve (“bolsa sobre válvula”, na tradução do inglês). Esse é um tipo de spray ainda pouco difundido no Brasil que traz em seu interior uma bolsa de alumínio lacrada por uma válvula (ver EmbalagEmmarca nº 122, outubro de 2009).

A terceira gigante que está chegando ao mer-cado e promete dar ímpeto à crescente indústria

brasileira de aerossóis é a francesa Fareva Hol-dings, com investimento de 10 milhões de dólares na construção de uma fábrica de cosméticos em Itupeva (SP). O diretor geral da empresa, Wilfried Toth, afirma que “a estratégia global da Fareva é acompanhar seus clientes onde estiverem insta-lados; de modo que, ante o grande crescimento observado no setor brasileiro de cosméticos, criou-se a necessidade de ter uma operação no País para apoiar os parceiros presentes”. Deverão ser criados 100 postos de trabalho no ano de inauguração, mais 450 nos quatro anos seguintes. Na atividade de envasadora para terceiros, a Fareva fabrica cosméticos, produtos farmacêuticos, de cuidado pessoal e cuidados do lar, responsabilizando-se também pela formulação. A previsão da empresa é que a planta entre em operação no início de 2012.

Alemães também vão chegarOs tubos de alumínio utilizados pela empresa para a produção de itens em aerossol serão feitos por uma parceira de negócios em outros países: a alemã Tubex, que pretende construir uma fábrica no País – provavelmente também em Itupeva, por motivos logísticos.

A entrada desses players vem complementar a presença estrangeira na cadeia de valor de aeros-sóis em alumínio, presente desde 1949 por meio da fabricante de tubos Impacta, de capital suíço. Atualmente a empresa produz também bisnagas (em metal ou em plástico), além de oferecer discos de alumínio para a confecção de tubos de aerossol. Para atender a alta demanda por aerossóis (nota-damente por parte da indústria de cosméticos), a

Destaques europeusNos dias 8 e 9 de março último

aconteceu em Paris a quinta edi-

ção do Aerosol Forum, que busca

congregar a indústria mundial de

aerossóis por meio de sessões

de palestras e exposições de

produtos e serviços. O evento

registrou aproximadamente 800

participantes, originários de

vinte países, e abrigou também

a cerimônia de entrega do Paris

Aerosol Award, prêmio para

inovações do setor. Entre os ven-

cedores, os destaques ficaram

para o SinuSense e o Vinospray.

O primeiro, laureado na catego-

ria Farmacêuticos, é um spray

nasal eletrônico recarregável. Já

o último, que faturou a categoria

Alimentos, consiste numa combi-

nação de argônio e gás carbôni-

co que, borrifado na garrafa aber-

ta de vinho, ajuda a conservar a

bebida por mais tempo.

Impacta investiu US$ 11,5 milhões em nova linha de tubos

Vinospray conserva vinhos. SinuSense (abaixo) inova com refis

Cosmético da Nivea em embalagem da ColepCCL. Empresa alemã prepara

ingresso no País

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25EmbalagemMarcaabril 2011www.embalagemmarca.com.br

empresa investiu, já no início do ano passado, 11,5 milhões de dólares em equipamentos de última geração para a fabricação dos tubos, segundo o diretor de vendas Sérgio Teixeira Rolão. O aporte resultou num incremento de 4 milhões de unidades produzidas ao fim de um ano.

Na área, com capital nacional, destaca-se a Tubocap, fabricante de tubos e bisnagas de alumí-nio há sessenta anos, localizada no bairro paulistano do Butantã. Segundo Edson Gomes, diretor comercial da empresa, a reversão do movimento de desindustriali-zação do segmento de aerossóis foi fruto, além do conjunto de fatores como a oferta de prope-lentes nacionais, crescimento do mercado interno e alta demanda por cosméticos, do papel decisi-vo de associações de classe e de empresas. “O Siniem e a Abas, juntamente com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uniram esforços para reverter o quadro desfavo-rável que o setor vivenciava”, ele afirma. Teria sido fundamental, também, a atuação do Minis-tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior entre meados de 2009 e outubro de 2010, em incontáveis reuniões com representantes dos governos do Brasil e da Argentina, de onde vem o maior volume de desodorantes em aerossol vendidos aqui. Com vistas a atender à demanda em plena ascensão, a Tubocap investiu 3 milhões de reais em equipamentos e planeja construir uma nova planta no interior paulista.

Aço não temeA entrada de agentes internacionais parece não atemorizar os produtores locais de embalagens de aço para aerossóis, todas de origem nacional, algumas familiares. Também elas estão colhendo os frutos do bom momento, e veem de maneira otimista o futuro do setor. Em geral, o uso final dos aerossóis em aço é destinado a produtos de cuida-dos para o lar. Nessas áreas a embalagem nada na corrente favorável do mercado. Mas no segmento de personal care a lata de aço sempre enfrentou resistência, por enferrujar em ambientes de alta

umidade, como os banheiros onde itens daquele gênero costumam ser utilizados e guardados.

Para superar esse fator limitante e poder con-correr com os tubos de alumínio, metalúrgicas como a Brasilata e a Cerviflan investiram no revestimento de latas de aço para aerossóis com películas de PET (ver EmbalagEmmarca nº 133, setembro de 2010). “Percebemos o mercado com

curva crescente, por isso reali-zamos investimentos”, diz Jean Daniel Lozargo, diretor da Cer-viflan, que afirma ser a única a fabricar no País todos os diâ-metros possíveis de latas de aço para aerossóis (45 milímetros, 52 milímetros, 57 milímetros e 65 milímetros). Ante os bons ven-tos, a empresa prevê a instalação de mais uma linha de produção de alta velocidade – sua sexta.

Diretor da divisão química da Brasilata, José Maria Gran-ço também prevê crescimento. “Além de cosméticos, estamos explorando os mercados vete-

rinário, automotivo, de inseticidas e de odoriza-dores, que deve crescer 15% este ano”, afirma o profissional.

Outra importante produtora nacional de latas de aço para aerossóis, a Prada, vem também inves-tindo. Buscando se aparelhar para poder responder à demanda, a empresa adquiriu dois equipamentos: uma bomba de teste automática, capaz de avaliar 400 latas por minuto, e uma linha robotizada para processos de paletização, com capacidade de 400 latas por minuto. “Com isso, pudemos aumentar a entrega de produtos para clientes de vulto como Fort Dodge e Reckitt Benckiser”, comenta o geren-te geral de operações da Prada, Aldo Brito.

Abas(11) 5505-1663www.as.org.br

Abihpec(11) 3372-9899www.abihpec.org.br

Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br

Cerviflan(11) 2433-2644www.cerviflan.com.br

CPA(11) 4487-6500www.colepccl.com

Exal+54 (232) 249 6226www.exal.com

Fareva(11) 4593-3157www.fareva.com

Impacta(11) 4447-7300www.impacta-brazil.com.br

Liquigás(11) 3703-2000www.liquigas.com.br

Prada(11) 5682-1000www.prada.com.br

Tubex+49 (471) 9900www.tubex.de

Tubocap(11) 3032-4356www.tubocap.com.br

Ultragaz(11) 3287-5343www.ultragaz.com.br

Latas de aço revestidas com PET, uma novidade, foram objeto de reportagem veiculada em 2010

Odorizadores, lubrificante, inseticida e

repelente: clientes cativos do aço

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}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCASPANORAMA

O NÚMERO

205 530Foi o total de sugestões recebidas,

em 2010, pelo Projeto Simplificação, sistema interno de captação de ideias

inovadoras da Brasilata. O índice resulta numa média de 212 contribuições por

funcionário da fabricante de embalagens metálicas. Os destaques foram o operador de empilhadeira da unidade São Paulo, Eduardo Aparecido Tonelli, responsável pelo envio de mais de 22 000 ideias durante 2010, e a operadora de produção Juliana Martins de Almeida Paula, da unidade Rio Verde

(GO), que no mesmo período submeteu quase 21 000 sugestões para a

direção da empresa.

DESIGN

Para apelos variadosDixie Toga quer difundir o uso da holografia em diversas frentes

Como resultado de investimentos mantidos em sigilo, a Dixie Toga começou a oferecer acabamentos holográficos para embalagens plás-ticas flexíveis ou rígidas, cartuchos de papel cartão, rótulos e bisnagas laminadas. “Acreditamos que a holografia tem muito potencial e ainda é pouco explorada no mer-cado brasileiro”, afirma Ruy Casale, gerente de marketing corporativo da fornecedora multipackaging. Segundo o executivo, o recurso é capaz de proporcionar aos clientes novas formas de enobrecer produ-tos, atrair o olhar do consumidor e coibir falsificações e imitações. Para divulgar a novidade, uma campanha de marketing foi enco-

mendada à Casa Rex. A agência decidiu mostrar as possibilidades de uso da holografia não por meio de mock-ups simulando produtos reais, como é frequente no merca-do, mas através de uma coleção de embalagens fictícias, decoradas com dizeres alusivos ao fato de estarem vazias. “A ideia foi alertar os nossos clientes e agências que a holografia, quando bem inte-grada ao design da embalagem, pode empregar diferentes apelos aos produtos dos mais diversos segmentos”, esclarece Casale. Distribuído meses atrás a parceiros da Dixie Toga, o kit de embalagens faturou prêmio da How, prestigiada revista americana de design.

O mercado nacional pode ganhar em breve uma nova fonte de embalagens cartonadas assépticas. Conforme noticiou o jornal sul-mato-grossense Correio do Estado, a italiana IPI Aseptic Packaging Systems estaria à procura de um local para a construção de uma fábrica no País. O diretor-geral da empresa, Pierluigi Locchi, reuniu-se em março com o governador daquele Estado, André Puccinelli, para apresentar um projeto de investimento. O aporte na unidade brasileira seria de aproximadamente 23 milhões de reais, para uma produção inicial de cerca de 200 milhões de embalagens por ano. Fundada em 1981, a IPI atua hoje em trinta países, e afirma ter

confeccionado 1 bilhão de caixinhas em 2010. A empresa fabrica também máquinas envasadoras, dizendo ter, atualmente, 150 unidades operando ao redor do mundo. A reportagem enviou e-mails para a matriz da empresa a fim de obter detalhes, mas não havia recebido resposta até o fechamento desta edição.

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Uma italiana pode chegarIPI Aseptic Packaging Systems cogita construir fábrica no Brasil

Caixinhas da IPI. Empresa sinaliza vontade de ingressar

no mercado nacional

Embalagens fictícias, criadas pela Casa Rex, buscam divulgar os recursos holográficos da Dixie Toga. Campanha ganhou prêmio de design

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Edição: guilhErmE kamio ||| [email protected]

A Owens-Illinois começou a oferecer no mercado brasileiro sua família Specialty de garrafas de vidro especiais, destinadas a bebidas com apelo de requinte. A linha é composta por sete modelos básicos, dotados de formatos complexos, alta transparência e bases espessas. Existe, também, a possibilidade de criação de shapes exclusivos. Segundo Fabio Archilla, responsável na Owens-Illinois pelas vendas da linha Specialty, os recipientes são ideais para produtos como uísque, vodca, gim, cachaça, tequila, rum e conhaque. As garrafas são fabricadas numa fábrica da vidraria situada em Soacha, na Colômbia.

VIDRO

Nobreza disponívelVidraria oferece linha de garrafas premium no Brasil

Com formatos especiais, O-I mira

bebidas de luxo

Embalagens fictícias, criadas pela Casa Rex, buscam divulgar os recursos holográficos da Dixie Toga. Campanha ganhou prêmio de design

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28 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCASPANORAMAMÁQUINAS

O desembarque da ModulfillFranqueada da Coca-Cola para o Rio recebe enchedora top de linha

O mercado brasileiro já conta com uma unidade daquela que é apontada pela Krones como a enchedora mais possante do mundo, a Modulfill. O exemplar foi entregue recentemente à Rio de Janeiro Refrescos (RJR), franqueada da Coca-Cola dirigida pelo grupo chileno Andina. Pesando quase 30 toneladas e com 162 válvulas de enchimento, que lhe permitem processar até 78 000 litros de bebidas por hora, a máquina será utilizada pela RJR no envase de

refrigerantes em embalagens de PET de 2 litros, 2,25 litros, 2,5 litros e 2,75 litros, em cadências que variam de 37 000 a 28 000 garrafas por hora. Fabricada na Alemanha, a Modulfill foi trazida ao Brasil por meio de navio, em viagem iniciada em outubro de 2010.

VEJA UM VÍDEO SOBRE A MÁQUINA

emb.bz/modulfill

A Rexam começa a oferecer ao mercado sul-americano uma nova tecnologia de impressão para latas de alumínio. Trata-se de um verniz fosco que dá a aparência de condensação de água na superfície da embalagem, transmitindo a sensação de que o produto está sempre gelado. A bebida chilena Mistral Ice, à base de vodca, é o primeiro produto na América do Sul a utilizar o efeito, numa latinha sleek de 310 mililitros. O produto será comercializado somente no Chile, mas as embalagens são produzidas no Brasil.

Já utilizado por medicamentos europeus (ver EMBALAGEMMARCA nº 137, janeiro de 2011), o Burgopak Slider – embalagem cartonada dotada de um engenhoso mecanismo deslizante, que faz duas lâminas laterais serem

expelidas simultaneamente – ganhou uso diferente. Ele é a mais nova “cara” do CitizenCard, cartão autorizado pelo governo britânico a funcionar como substituto de documentos como carteira de identidade, passaporte e licença

para dirigir. “O novo formato protege a cédula com foto e dados do usuário e propicia um jeito mais divertido de carregar o cartão”, diz Jess Macnaught, diretor de marketing da inglesa Burgopak, a criadora da solução.

CELULÓSICAS

Embalagem transformada em RGNo Reino Unido, carteira especial de papel cartão passa a acondicionar documento de identidade

Criado para medicamentos, Burgopak Slider agora protege o CitizenCard

METÁLICAS

Latas “geladas”Verniz especial dá sensação de que embalagem saiu do freezer

Efeito fosco:

viável no Brasil

A máquina instalada no parque da Rio de Janeiro Refrescos: 78 000 litros/hora

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Nome forte em embalagens para medicamentos, a alemã gerresheimer anunciou, no fim de março último, a compra da Védat, empresa brasileira com destacada atuação no mercado de recipientes e tampas plásticas para a indústria farmacêutica. O valor do negócio não foi revelado.Segundo a gerresheimer, a aquisição faz parte de um projeto de intensifica-ção das atividades na América do Sul, onde já detém quatro fábricas, sendo três no Brasil e uma na Argentina. A meta, em curto prazo, é fazer o fatura-mento de 100 milhões de euros obtido na região em 2010 dobrar até 2013 – objetivo que tem um grande passo na recente aquisição. No ano passado, Védat registrou receita de cerca de 106 milhões de reais, o equivalente a 45 milhões de euros. A empresa adquirida emprega 450 pessoas e tem fábrica em Embu, na grande São Paulo.Vice-presidente da gerresheimer para a América do Sul, Jens christian Friis conversou com EMBALAGEMMARCA sobre as razões do investimento e as pers-pectivas que se abrem.

O que motivou o investimento na compra da Védat?A expansão em mercados emergentes é um ponto chave de nossa estratégia de crescimento. O Brasil é um mer-cado em franco crescimento. Com a compra da Védat passamos a ter uma sólida combinação de frascos, tampas e acessórios, podendo atender nossos clientes sul-americanos da área far-macêutica sob o conceito de soluções

totais. É um passo importante para nos tornarmos um fornecedor full-service de embalagens plásticas para medica-mentos na América do Sul.

Já foi decidido como a operaçãoconjunta irá funcionar?A Védat irá se tornar parte do negócio Plastic Packaging South America e a marca será gradualmente integrada ao universo gerresheimer. Queremos ala-vancar as vantagens de ter uma marca forte, conhecida no mundo farmacêu-tico. A expertise da Védat em tecnolo-gias de moldagem combinada à nossa base consumidora na América do Sul e no mundo abre grandes oportunidades na área de pesquisa e desenvolvimen-to. A gerresheimer é a única fornece-dora de embalagens primárias para o setor farmacêutico a trabalhar tanto com plásticos quanto com vidro em nível global. Vejo enorme potencial em alavancar nosso know-how em todos os campos por meio de nossa base operacional brasileira fortalecida.

A Gerresheimer cogita ingressar local-mente no negócio de embalagens de vidro para medicamentos, cosméticos e perfumes, assim como faz de maneira destacada na Europa?Esperemos para ver...

PLÁSTICAS

Uma butique para laboratóriosCom aquisição da Védat, Gerresheimer quer se firmar como one-stop shop de embalagens plásticas para medicamentos

Esperemos para ver...

“Aquisição abre grandes

oportunidades”, diz Friis. No

detalhe, a fábrica da Védat

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30 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCASPANORAMA

Importante fabricante nacional de embalagens de aço, a Prada Embalagens anuncia a obtenção do Certificado do Sistema de gestão da Qualidade ISO 9001:2008, homologa-

do pelo Bureau Veritas. “A conquista se deve ao grande comprometimento dos funcionários e gestores, que ao longo dos anos vêm se dedicando ao aperfei-çoamento dos processos internos, oca-sionando também o bom desempenho durante a rotina de trabalho”, comenta a empresa. Sem dar detalhes, a Prada antecipa que irá investir em “renovação e novas tecnologias” em 2011, quando comemora 75 anos de atividades.

METÁLICAS

Qualidade reconhecidaPrada Embalagens conquista ISO 9001:2008

antecipa que irá investir em “renovação

comemora 75 anos de

Mais conhecida entre os brasileiros por sua atuação em informática, a Epson agora quer se destacar no merca-do nacional por suas soluções em automação industrial. A empresa começa a oferecer no País seus robôs de uso fabril, produzidos no Japão e indicados para diver-sas operações de embalagem. Marcos Nora, gerente de negócios da Epson, explica que os dispositivos podem ser utilizados em variadas aplicações de pick and place (manuseio de objetos), kitting (separação de peças em caixas diferentes), rotulagem e inspeção. “É possível, por exemplo, criar aplicações para separar e encaixotar tubos de perfumes ou esmal-tes”, ilustra o exe-cutivo. “Na indústria de alimentos, um robô de alta velocidade pode pegar biscoitos de uma esteira em movimento e transferi-los para o empacotamento, para depois apanhar os pacotes prontos e encaixotá-los. Há inúme-ras possibilidades de uso.”A Epson afirma ser líder mundial em automação industrial com controle de precisão por computador, tendo base instalada de mais de 180 000 robôs ao redor do globo. O escritório da empresa em São Paulo será o centro de vendas dos autômatos para toda a América do Sul.

MÁQUINAS

Nova grife em automaçãoCom aplicações em packaging na mira, Epsoncomeça a trazer ao Brasil suas linhas de robôs

VEJA ROBÔS DA EPSON EM AÇÃO:

emb.bz/epson1emb.bz/epson2

o presidente da rexam Beverage Can para as américas, André Balbi, assumiu a direção exe-cutiva do Can manufacturers institute (Cmi), enti-dade que reúne os principais produtores de latas para bebidas dos Estados unidos. Balbi já dirigiu a subsidiária brasileira da rexam e presidiu a associação Brasileira dos Fabricantes de latas de alta reciclabilidade (abralatas) entre 2005 e 2009.

Evandro Cazzaro foi promovido à função de diretor de vendas para a toda a américa do Sul da canadense husky, fabricante de equipamentos de injeção com forte atuação na área de embalagens. Cazzaro iniciou carreira na husky em 1997, como gerente de área, e nos últimos três anos vinha dirigindo a operação brasileira da empresa.

a fabricante de embalagens de vidro Verallia (ex-Saint-gobain Embalagens) tem nova gerente de meio ambiente e desenvolvimento sustentável para a américa do Sul. É Lilian Velloso Pereira, engenheira química que tem em seu currículo passagens por empresas como Cargill Fertilizantes e alstom Brasil.

GENTE

Evandro Cazzarode diretor de vendas para a toda a américa do Sul da canadense husky, fabricante de equipamentos de injeção com forte atuação na área de embalagens. Cazzaro iniciou carreira na husky em 1997, como gerente de área, e nos últimos três anos vinha dirigindo a operação brasileira da empresa.

Eficiência das linhas da Prada tem novo

atestado. No detalhe, o certificado

aplicações para separar

de alta velocidade pode pegar biscoitos de uma esteira em movimento e transferi-los para o empacotamento, para depois apanhar os pacotes prontos e encaixotá-los. Há inúme-ras possibilidades de uso.”A Epson afirma ser líder mundial em automação industrial com controle de precisão por computador, tendo base instalada de mais de 180 000 robôs ao redor do globo. O escritório da empresa em São Paulo será o centro de vendas dos autômatos para toda a

Processos de embalagem

estão entre as possibilidades dos robôs da

empresa

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32 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} Limpeza doméstica

Absorção com refilm alta graças à valorização de ope-rações industriais menos onerosas ao ambiente, o uso de refis che-gou aos absorvedores de umidade para ambientes domésticos, popu-

larmente conhecidos como evita-mofos. Dona da marca Secar, a Soin (Sociedade Industrial Importação e Exportação) lançou em março último o Secar Premium, extensão de linha que se destaca por sua apresentação em “aparelhos” reutilizáveis.

Na verdade, os aparelhos são simples potes moldados em PET translúcido na cor laranja. Os refis, por sua vez, são potes cilíndricos menores, produzidos em polipropileno (PP) transparente e preenchidos com cloreto de cál-cio – substância altamente higroscópica, isto é, capaz de absorver água.

Para colocar o produto em funcionamento, o consumidor deve remover do refil um lacre auto-adesivo aplicado na base e um filme de alumínio situado no topo, e acoplá-lo ao aparelho. Por ter borda saliente, o refil se assenta sobre o bocal do pote maior, ficando suspenso em seu interior. Uma tampa de rosca, produzida em polipropile-no e repleta de furos em formato de gotas, prende o conjunto, pressionando a borda do refil a um o’ ring (anel de borracha) colocado sobre a beirada do aparelho (ver fotos).

Quando o dispositivo é acionado, a umidade começa a ser “sugada” do ambiente, caindo pelo orifício da base do refil, na forma de salmoura

ESoin cria linha de evita-mofos em embalagens recarregáveis

Pote moldado em PET laranja translúcido é “carregado” por pote

menor, de PP

Para ativar o produto deve-se remover o

filme de alumínio do topo do refil

É preciso também retirar um selo

autoadesivo da base do pote de PP

Abas fazem refil assentar sobre a

borda do pote maior, ficando suspenso

O conjunto é preso por uma tampa de

rosca, ficando pronto para o uso

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33EmbalagemMarcaabril 2011www.embalagemmarca.com.br

Absorção com refilSoin cria linha de evita-mofos em embalagens recarregáveis

(formada pela reação de água com o cloreto de cálcio), no espaço vazio do pote maior. O con-trarrótulo do aparelho traz impressa uma indica-ção do nível máximo para o acúmulo do líquido, avisando o consumidor da necessidade de troca do refil. Cada refil dura de um a quatro meses, dependendo da quantidade de vapor de água no local em que o evita-mofo é depositado.

Ideia própriaO Secar Premium está disponível em dois tama-nhos – 100 gramas (com refil de 80 gramas) e 200 gramas (com refil de 180 gramas) – e apre-senta refis nas versões Floral, Silvestre, Natural, Lavanda, Limão e Kids. As embalagens são con-feccionadas pela própria Soin a partir de resinas adquiridas junto à M&G e à Braskem. O produto em si, aliás, é prata da casa. Foi desenvolvido pela equipe de marketing e teve embalagem desenhada pelo diretor-proprietário da empresa, Sérgio Fidêncio de Lima.

O dirigente lança uma comparação com os evita-mofos convencionais da empresa, descar-táveis, para delinear o apelo de sustentabilidade da novidade. “As embalagens de 80 gramas e de 180 gramas da versão tradicional de nosso produto pesam respectivamente 21,5 gramas e 57 gramas. Já os refis equivalentes da linha Premium, de 100 gramas e de 200 gramas, têm, nesta ordem, embalagens 37% e 65% mais leves”, diz Lima. “O consumo de plástico é sig-nificativamente menor.” (MM)

PolipropilenoBraskem(11) 3576-9999www.braskem.com.br

Resina PETM&G(11) 2111-1300www.gruppomg.com.br

RótulosMark Label(11) 2957-5706www.marklabel.com.br

Umidade absorvida vira líquido. Nível

máximo de acúmulo é indicado no verso

A aquisição de um refil permite o início de um novo ciclo de

uso do produto

Para reutilizar o “aparelho”, o

consumidor descarta o líquido absorvido

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ara manter-se firme como potência mundial na área de vendas diretas de cosméticos, a americana Avon decidiu ini-ciar um programa intenso de

descentralização em meados da década pas-sada. Aprofundou a operação global por meio de divisões regionais, que praticamente se transformaram em empresas independentes – comercializando matérias primas entre si, por exemplo. Em meio a essa mudança, o vene-zuelano Alberto Moreau foi nomeado vice-presidente de marketing para o Brasil, peça-chave do cluster sul-americano da empresa. O executivo assumiu papel importante dentro de um outro efeito da reestruturação da mul-tinacional: a valorização de oportunidades e tendências locais para o desenvolvimento de produtos. Na entrevista que se segue, Moreau fala das diferenças de hábitos de consumo entre países e da importância, no canal porta a porta, da embalagem – segun-do ele, tão crucial quanto no varejo. “Atrair a consumidora tornou-se nosso principal desafio, porque hoje ela é bombardeada por diversas oportunidades de compra”, diz. “A apresentação dos produtos é uma ferramenta poderosa para conquistá-la.”

As operações da Avon vêm nos últimos anos passando por mudanças, com o reforço ao desenvolvimento de produtos regionais em detrimento de um portfólio mais globalizado, como ocorreu no passado. Como ficou o pro-cesso de criação de produtos pela empresa?O desenvolvimento de produtos é feito por uma equipe global e por equipes regionais. O time global fica encarregado dos lançamen-tos que seguem o cenário macro, as tendên-cias universais do mercado de cosméticos. Já as divisões regionais realizam pesquisas técnicas e de opinião para verificar quais

Consultoras silenciosasPara vice-presidente de marketing da Avon, vendas diretas dependem das embalagens — e a exigência pela qualidade delas é o maior ponto em comum entre as consu-midoras de cosméticos de todo o mundo

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ENTREVISTA }}} aLbeRto moReau©

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muito forte, “carregada”. As mexica-nas, porém, costumam utilizar cinco desses passos. São as consumidoras que mais utilizam produtos faciais no dia a dia. Outra categoria que tem diferenças bastante marcantes é a de fragrâncias. A nota olfativa adequada varia muito de país para país. É preciso ser muito cuidadoso e perceptivo para criar um perfume que atenda a todas as consumidoras do mundo. Muitas vezes temos de optar por lançamentos regio-nais e poucos casos de lançamentos globais porque não é fácil estar perto de todas as consumidoras do mundo sem enfrentar algum problema.

E quais as peculiaridades da consumi-dora brasileira em termos de consumo de cosméticos? Quais são seus traços marcantes?Uma coisa marcante da consumidora brasileira é que ela gosta de valori-zar seu corpo, sua pele, o que cada uma tem. Isso é muito diferente do que acontece em outros países. Eu falo isso porque sou venezuelano, e as venezuelanas usam produtos para que as pessoas as olhem, para desper-tar a atração dos demais. No Brasil é diferente. A mulher faz maquiagem ou usa um creme para o corpo não por estar insatisfeita. Muitas vezes ela está contente com sua pele, mas prioriza um sentimento próprio de bem-estar. São pontos de vista bastante diferentes.

Há também gostos e necessidades dife-rentes em termos de embalagens?Em embalagem não há tanta diferen-ça, porque ela tem de ser excelente em todo o mundo. O empaque tem de ser funcional, ajudando o produto a ser dispensado e usado da melhor forma possível. Um recipiente com essas características consegue fazer todas as pessoas do mundo felizes.

necessidades e oportunidades espe-cíficas podem ser exploradas dentro das tendências situadas nos mercados regionais. Os produtos criados a partir de insights regionais são testados pela matriz, nos Estados Unidos, que avalia sua qualidade e eficácia. Se forem aprovados, são lançados nos mercados a que se destinam. O olhar regional vem crescendo ao longo dos anos. Faço parte da divisão da América Latina há cinco anos. Tentamos entender os consumidores de nossa região para buscar pontos comuns entre todos eles e desenvolver produtos que atendam às suas necessidades e lhes entreguem benefícios.

O design das embalagens é decidido em termos globais ou existe autonomia nas unidades locais para decidir?Os desenhos de produtos podem ser fei-tos de duas maneiras. Quando são para lançamentos de âmbito mundial, são decididos pela equipe global. Quando são lançamentos regionais, a decisão é dos grupos regionais.

O senhor poderia falar das princi-pais diferenças de comportamento dos consumidores de diferentes países em relação a alguns produtos? Há diferenças muito, mas muito impor-tantes no mundo. E não se trata somen-te de produtos diferentes, mas de com-portamentos de consumo diferentes. Um caso emblemático é o do xampu. No Japão, por exemplo, o xampu é bastante diferente daquele vendido no Brasil. Ao contrário do que acontece em muitos países, no Japão não se usa somente xampu e condicionador para se lavar o cabelo. São sete produtos complementares. Os japoneses primei-ro lavam o couro cabeludo, depois lavam o cabelo, depois condicionam o couro cabeludo, depois condicionam o

US$ 10,9bilhões

Foi o faturamento global da empresa em 2010, valor 6% maior que o registrado em 2009 e que manteve a

empresa no posto de número 1 em vendas diretas no mundo

70%Foi o aumento das vendas da multinacional americana no

Brasil entre 2006 e 2010

5 milhõesde pessoas atuam como

revendedoras dos produtos da marca no mundo

A AVON EMNÚMEROS

fonte: aVon e abeVd – março de 2011

cabelo, depois usam dois produtos para dar volume enquanto estão no chuvei-ro... É uma cultura totalmente diferen-ciada. Os produtos capilares nipônicos são bem diferentes em textura, cheiro, porque eles têm uma cultura muito forte de xampu.

Também deve haver comportamentos de consumo diferentes em relação à maquiagem...É verdade. Em maquiagem, o México, por exemplo, é um país muito diferente do resto do mundo. Uma maquiagem completa para mulheres é realizada em sete etapas. Acontece que quase nenhu-ma mulher do mundo utiliza esses sete passos, pois a maquiagem fica

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Para um batom de uma fórmula bas-tante diferenciada, a mulher vai querer ter o melhor aplicador possível, para ter orgulho em mostrar o produto para as amigas. Pode ser que um país precise de uma embalagem mais luxuosa que a dos demais, por exigência do mercado. Mas geralmente são detalhes menores em algumas categorias.

O senhor pode dar exemplos de como a Avon tem utilizado embalagens para alavancar vendas de produtos?Temos usado embalagens para poten-cializar os benefícios de nossas fórmu-las. Um exemplo muito bom é o das máscaras de cílios, em que o aplicador faz a diferença e valoriza ainda mais os produtos. Um outro exemplo é a nossa nova linha Avon Baby, cujas tampas flip-top das embalagens ajudam as mães a manusear o produto com uma só mão e sem desperdício. Uma emba-lagem que libera facilmente o conteúdo de produtos para crianças é uma coisa

bem vista pelas mães em qualquer lugar do mundo.

No varejo, as embalagens de produ-tos desempenham importante função vendedora, sendo um fator de atração da atenção dos potenciais compra-dores. É, como se costuma dizer, “a mais direta das mídias”, “o vendedor silencioso”. Supõe-se que em vendas diretas essa função não seja tão impor-tante. É assim?Não. A embalagem é também muito importante nas vendas diretas. Os pro-dutos têm que se mostrar e ser atrati-

vos para as pessoas. Venda direta não implica venda líquida e certa. Não sig-nifica que a consumidora irá escolher seu produto sem compará-lo com o dos concorrentes. O que curiosamente percebemos, a propósito, é que embo-ra não concorram com outras marcas num mesmo ambiente de vendas, como ocorre no varejo, nossos produtos aca-bam concorrendo entre si em nossos catálogos. Isso acontece por meio da comparação entre os visuais dos pro-dutos. Cabe ressaltar, também, que o produto não pode decepcionar quando chega às mãos da consumidora. Além de não poder destoar daquilo que é mostrado e prometido nos folhetos, ele deve se adequar aos códigos da categoria, do mercado. Xampus, por exemplo, são maciçamente acondicio-

nados em frascos plásticos com tampas bastante funcionais. Temos de estar no mesmo padrão de qualidade e de for-mato para que o consumidor não fique perdido.

O que é mais decisivo para a venda de um cosmético em venda direta: a emba-

lagem ou a exposição dos atributos do produto pela

revendedora?É uma combinação, porque depende da categoria. Em muitos produtos, como cre-mes para o corpo e xampus, a

“O produto não pode decepcionar quando chega às mãos da consumidora. Além de não poder destoar daquilo que está nos folhetos,

ele deve se adequar aos códigos da categoria”

Linha Baby: tampas flip-top grandes permitem

manuseio com uma só mão

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embalagem tem um peso muito gran-de. Mas em cosméticos antiidade, por exemplo, a vendedora tem um papel fundamental. Ela tem a missão impor-tantíssima de explicar à consumidora quais os benefícios do produto, dizer a ela em quanto tempo a pele irá exibir o resultado prometido.

A Avon é uma das principais consumi-doras de embalagens em seu segmento de atuação. A indústria brasileira de embalagens está em condições de aten-der às necessidades da empresa?Diria que em 95% das necessida-des, sim. A grande maioria de nossas demandas em embalagem pode ser fornecida aqui, por todo o banco local de fornecedores. Só algumas peças com um diferencial ou uma tecnologia exclusiva precisam de fornecedores mais especializados, que não encontra-mos no País. São os casos, por exem-

plo, de frascos e tampas que têm de ser um pouco mais elaborados. E há, em outros casos, a qualidade dos frascos de vidro para fragrâncias. Se quisermos lançar fragrâncias muito sofisticadas, de alta qualidade, dificilmente encon-tramos opção local. No mercado é possível conseguir vidros de qualidade 1, 2 ou 3. As embalagens do tipo 1 não são abundantes no Brasil, e precisamos delas para alavancar alguns produtos.

É comum ouvirmos uma frase malicio-sa sobre o mercado brasileiro de cos-méticos segundo a qual consumidores ricos compram importados, ficando os produtos nacionais restritos à classe média e aos pobres. O que o senhor pensa a esse respeito?Não se trata de uma frase maliciosa só do mercado brasileiro. É uma realidade no mundo todo. A classe A tem muitas oportunidades de viajar e compra e

testa produtos estrangeiros. Mas ainda assim compra produtos locais de acor-do com suas necessidades do dia a dia.

O mercado brasileiro em que a Avon atua registrou recentemente importante iniciativa de um fabricante que anun-ciou a intenção de atuar fortemente em vendas diretas, simultaneamente com vendas pelo sistema de franquias, onde já era forte (ver edição anterior de EMBALAGEMMARCA). Pode-se esperar uma contrapartida por parte da Avon, passando a atuar com mais força em outros canais, como varejo e internet?Essa é uma parte confidencial da Avon. Não estamos autorizados a falar disso neste momento.

Como o senhor definiria os principais desafios que se impõem aos fabrican-tes de cosméticos?O desafio global mais importante é que a consumidora se sinta atraída por nossos produtos. Isso porque a cada dia aumenta a concorrência, a cada dia aumentam oportunidades de compra com benefícios bastante diferenciados uma da outra. Produto é basicamente fórmula e embalagem. Por isso, temos de fazer sempre o melhor nesses dois campos para estimular a consumidora, fazer chegar ao mercado aquilo que ela queira comprar e encantá-la. Não existe segredo.

Vendas diretas continuaram crescendo em 2010O ano de 2010 foi fabuloso para as vendas diretas no Brasil. Segundo balancete recém-publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), o setor fechou o ano passado com volu-me nominal de negócios de 26 bilhões de reais – valor 17,2% superior ao de 2009. Descontada a inflação no período, de 5,9%, o crescimento real foi de 11,3%.

A arrecadação nesse canal praticamente quintuplicou na última década. De acordo com a ABEVD, as chamadas vendas de rela-cionamento – a entidade rejeita a expressão “vendas porta a porta”, por possíveis asso-ciações com a informalidade – já são res-ponsáveis pela geração ou complementação de renda para 2,74 milhões de famílias brasileiras.

“Produto é basicamente fórmula e embalagem. Por isso, temos

de fazer sempre o melhor nesses dois campos para estimular a consumidora e encantá-la”

Máscaras de cílios têm aplicadores

práticos, que agradam à

consumidora

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Inscrições abertasEntre 1° de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011 sua empresa colocou no mercado embalagens que se destacaram e trouxeram benefícios concretos para o usuário? Em caso afi rmativo, não perca mais tempo. Inscreva-as no Prêmio que se consolidou como um dos mais importantes e criteriosos do setor.prêmio embalagemmarca - grandes cases de embalagem - reconhecimento e divulgação para quem ajuda a melhorar a embalagem no Brasil.

Cerimônia de entrega dos troféus18 de outubro

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Dúvidas? Entre em contato com a nossa equipe: [email protected] ou (11) 5181-6533

Patrocínio Prata Promoção Organização

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44 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} Lácteos

Nostalgia e quebra de paradigmaCom leite e iogurte em PET, laticínios tentam resgatar tradição e abrir novo flanco

á anos utilizando de forma hege-mônica o processo de altíssima temperatura (ou UHT, iniciais de ultra-high temperature, em inglês), em embalagens cartonadas assépti-

cas para acondicionar leite no Brasil, produtores ensaiam uma espécie de retorno ao passado, com nova roupagem para o alimento. Com o lança-mento da marca Top Mild em garrafas de PET transparente, uma parceria de empresas acaba de dar um passo para reativar o mercado de leite pasteurizado no País, a exemplo do que vem ocorrendo em alguns países europeus.

A Companhia do Leite e a CCL, que produzem o leite, e a Premiumplastic, que fabrica as garrafas em sopradoras de um estágio da Aoki, afirmam em comunicado tratar-se do “resgate da importân-cia do leite pasteurizado que, devido ao processo produtivo, é mais saudável que o obtido via UHT, pois mantém melhor as características originais do produto”. As empresas apostam no êxito da nova embalagem, afirmando terem detectado uma “onda de nostalgia” no mercado. Assim, o design da embalagem do Top Mild é inspirado na antiga garrafa de vidro comercializada até os anos 70 e recentemente relançada pela Verallia (ver Emba-lagEmmarca nº 136, dezembro de 2010). “Entre outras vantagens, a embalagem de PET é mais leve, além de ser inquebrável”, pondera Marcio Vieira, gerente comercial da Premiumplastic. A decoração é feita com rótulos tipo wrap-around de BOPP transparente, impressos pela Flexoprint, e o fechamento, com tampas de rosca produzidas pela Tampnet.

Iogurte tambémJá no terreno dos iogurtes líquidos, em termos de embalagem, o que vem se registrando é um passo para a frente, ou para o lado, como devem conside-rar os fornecedores de recipientes predominantes no segmento, ou seja, as garrafinhas sinuosas de polietileno de alta densidade (PEAD) decoradas com rótulos termoencolhíveis. Praticamente desde

H Garrafas de PET procuram resgatar o mercado de leite

pasteurizado

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que chegaram ao mercado brasileiro, nos anos 90, os iogurtes para beber são acondicionados nesse tipo de recipiente, que virou sinônimo da catego-ria. Agora, através de um laticínio de Vargem, no interior de São Paulo, o PET quebra o paradigma.

O iogurte líquido com a marca Milk Nobre é o primeiro do Brasil acondicionado em potes feitos desse material pela R² Pack, com tampa de rosca e batoque de polietileno (PE), fornecidos pela Inj-Tamp. “Uma das vantagens para o con-sumidor final é a facilidade na abertura, já que a embalagem não necessita do selo de indução, garantindo a estanqueidade do produto mesmo depois de violado o lacre”, considera Rodrigo Rodrigues, diretor da R² Pack. O executivo afirma que, em comparação com o polietileno, o PET “reduz a porosidade dos frascos, evitando a concentração de microorganismos e mantendo um aspecto visual excelente, com aplicação de rótulos termoencolhíveis”. Os rótulos do iogurte Milk Nobre, fornecidos pela Propack e pela BR Films, são de PVC. (FP)

Aoki(11) 4071-4385www.aokitech.co.jp/english/

BR Films(37) 3229-3400www.brfilms.com.br

Flexoprint(44) 3232-8100www.flexoprint.com.br

Inj-Tamp(15) 3218-1728www.inj-tampasplasticas.com.br

Premiumplastic(11) 4652-0077www.premiumplastic.net

Propack(11) 4785-3700www.propack.com.br

R² Pack(19) 3855-3388www.r2pack.com.br

Tampnet(21) 2653-4131www.tampnet.com.br

Laticínio paulista inaugura uso de embalagens de PET no segmento de iogurtes para beber

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}}} Resíduos sóLidos

Parece que vai pegarAssociações de fabricantes de embalagens começam a se adaptar à PNRS

parentemente, um dos mais avança-dos projetos mundiais de cuidados com a destinação do lixo urbano, a lei 12 305, que institui a Políti-ca Nacional dos Resíduos Sólidos

(PNRS), caminha para consagrar-se no lado posi-tivo dos diplomas legais brasileiros – isto é, entre os “que pegam”, em contraposição aos “que não pegam”. Regulamentada no final de dezembro de 2010 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a PNRS terá em 2011 seu primeiro ano de implan-tação. A lei institui o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o que abrange fabricantes de produtos e embala-gens, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Para que a PNRS comece a valer de fato, o governo federal tem até junho deste ano para ela-borar uma proposta referente à nova lei que inclua, entre outros aspectos, metas de redução e recicla-gem de resíduos e prazos para os diversos seto-res se adequarem às novas obrigações. Atentas à PNRS, associações integrantes da cadeia de valor da embalagem começam a se adaptar à nova legislação. Os setores do aço, do vidro e do PET foram os primeiros a apresentar planos de logística reversa.

No aço, centro modeloO Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais (Siniem) e a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) anunciaram seu sistema próprio de logística reversa, com a construção de um centro de capta-ção de embalagens pós-consumo em São Paulo. O centro-modelo, cujo local exato ainda não foi anunciado, terá 10 000 metros quadrados de área, começará a funcionar em julho e terá capacidade de armazenar embalagens descartadas por 2,5 milhões de pessoas.

APor Flávio Palhares

O objetivo do projeto é elevar a remuneração de quem entregar o material. No centro de rece-bimento, qualquer um – catadores, cooperativas, varejistas, indústria envasadora, consumidor final – poderá vender o aço diretamente. Todos recebe-rão o mesmo valor pelo quilo da sucata. Em valo-res de fevereiro de 2011, cada quilo de embalagem de aço valia 25 centavos. Hoje, cooperativas de catadores recebem cerca de 7 centavos por quilo do metal. O restante fica com os atravessado-res. “Temos a intenção de reduzir a informalidade do setor e minimizar a ação dos interme-diários, elevando o

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interesse na coleta de embalagens de aço”, diz Antonio Carlos Teixeira Alvares, presidente do Siniem.

Até o final do ano, a entidade projeta inau-gurar outros três centros de reciclagem na capital paulista. A expectativa é de que outras capitais também recebam esses centros. “Nossa meta é ampliar, em cinco anos, o índice de reciclagem de embalagens de aço dos atuais 47% para 70%”, adianta o presidente do Siniem. A ideia central de criar um centro específico para embalagens de aço, além de atender às exigências da lei, é reduzir custos. “O aço é um metal valioso que, se coletado junto com outros materiais menos nobres, acaba subsidiando a reciclagem de outras embalagens de menor valor de mercado”, ressalta Teixeira Álva-res. “Cada tonelada de aço reciclado equivale a 1,5 tonelada de minério de ferro, 0,65 tonelada de cal e 0,3 tonelada de calcário”, lembra Thaís Fagury, gerente-executiva da Abeaço.

Paralelamente à inauguração do centro de cole-ta, haverá uma campanha educativa dirigida aos consumidores finais. Também serão distribuídos sacos plásticos na cor oficial das embalagens metá-

licas em programas de coleta seletiva – o amarelo – com capacidade para cerca de 2,5 quilos em cada unidade. Inicialmente, as sacolas serão subsidiadas pela indústria, mas o objetivo é que mais adiante o consumidor pague por elas.

A iniciativa será o ponto de partida, no Brasil, para a organização de uma cadeia exclusiva de reciclagem de embalagens metálicas, especial-mente o aço, já que o problema do alumínio está praticamente solucionado, com a reciclagem de 98% das embalagens. O investimento no projeto é de 2 milhões de reais. O custo será dividido entre fabricantes de embalagens de aço, siderúrgicas e indústrias usuárias.

No vidro, gerenciadoraA partir de um estudo desenvolvido pela consulto-ria Monitor Group, a Associação Técnica Brasilei-ra das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente um plano de implementação de logística reversa para o setor, comprometendo-se a recolher todo tipo de embalagem de vidro pós-consumo.

A associação propõe instalar no Brasil uma gerenciadora, que terá o papel de interme-diar as relações entre o poder público, cooperativas de catadores, beneficiadoras,

fabricantes de vidro e indústrias usuárias.

O BOTICÁRIO RECICLAa rede de franquias o Boticário criou a

campanha Bioconsciência, com o obje-

tivo de incentivar a destinação correta

do lixo. o consumidor pode devolver nas

lojas da rede as embalagens vazias, de

vidro, plástico ou papel, que serão enca-

minhadas a empresas recicladoras.

BRASTEMP RECOLHE EMBALAGENS EM CASAo “Brastemp Viva” é um programa da

Whirlpool latin america, fabricante das

marcas Brastemp e Consul, que desde

2005 retira na casa do consumidor todas

as embalagens dos eletrodomésticos

vendidos no sistema porta a porta no

estado de São Paulo. Em cinco anos,

mais de 100 toneladas de papelão, plás-

tico e isopor foram destinadas à reci-

clagem por meio da iniciativa. Em 2008,

a Brastemp firmou parceria com o Wal

mart e dividiu seus conhecimentos no

processo de logística reversa de emba-

lagens, que abrangem desde a logística

para a coleta até a maneira mais susten-

tável para o descarte.

TETRA PAK INDICA POSTOS DE RECICLAGEMCom base no google maps, a Tetra

Pak lançou em 2008 o site rota de

reciclagem (www.rotadareciclagem.

com.br), serviço que indica postos de

coleta seletiva de lixo e reciclagem de

embalagens cartonadas assépticas

(longa vida). o sistema aponta onde

encontrar locais para entrega de mate-

riais recicláveis, cooperativas e comér-

cios ligados à cadeia de reciclagem de

embalagens Tetra Pak em todo o país.

Para utilizar, basta digitar um endereço

no buscador para que ele informe os

locais mais próximos.

TERRACYCLE VENDE PRODUTOS FEITOS COM EMBALAGENS DESCARTADASmochilas, bolsas, nécessaires, guarda-

chuvas, entre outros itens, com estam-

pas dos salgadinhos da Pepsico, do suco

em pó Tang, da kraft Foods, do papel

report, da Suzano Papel e Celulose, de

chocolates da Nestlé, entre outras, são

alguns dos produtos comercializados

pela TerraCycle. a empresa é especia-

lizada em transformar lixo considerado

não reciclável, como embalagens

plásticas flexíveis laminadas,

em dinheiro. Subsidiária bra-

sileira da companhia homô-

nima americana, a TerraCycle

coleta essas embalagens para

transformá-las em produtos

com marcas de empresas. É o

que ela chama de “lixo patro-

cinado”.

Voluntários recolhem as emba-

lagens e as enviam à empresa,

de onde seguem para cooperativas

artesanais que lavam e transformam os

invólucros nos itens vendidos no varejo.

MÁQUINA DE “VENDA REVERSA” CHEGA AO BRASILa Susten Trading traz para o mercado

nacional a máquina de Venda reversa

Algumas iniciativasIniciativa privada tem ações de reciclagem de embalagens

lizada em transformar lixo considerado

não reciclável, como embalagens

Bolsa produzida pela TerraCycle com

embalagens de salgadinhos

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www.embalagemmarca.com.br

A entidade – sem fins lucrativos – será responsá-vel por coordenar a participação dos municípios, capacitar e credenciar cooperativas de catadores e beneficiadoras, negociar operações de compra e venda de recicláveis triados, gerir a logística reversa dos recicláveis e promover campanhas de conscientização sobre reciclagem.

“A estimativa é de que, após quatro anos de sua instalação, a gerenciadora faça com que o índice de reciclagem do setor vidreiro atinja 50%”, diz Lucien Belmonte, superintendente da Abividro. Entretanto, para que o modelo seja economica-

(rVm), que utiliza tecnologia avançada para iden-

tificar, coletar, compactar e documentar diversos

materiais recicláveis. Trata-se de uma vending

machine “ao contrário”, que recolhe embalagens

descartadas. o equipamento, fabricado pela

norueguesa Tomra – que já tem mais de 100 mil

dessas máquinas instaladas em outros países –

recebe uma programação para reconhecer qual

resíduo é inserido e armazená-lo em diferentes

compartimentos internos. a rVm aceita embala-

gens de alumínio, de aço, de vidro, de PET e de

outros tipos de plástico.

a ideia é fazer

parcerias com redes

varejistas: o consu-

midor que insere as

embalagens pós-consumo nas máquinas receba

um vale-desconto de volta. a expectativa da

empresa é ter 100 máquinas funcionando ainda

neste ano, e para isso, está em negociação com

uma grande empresa, cujo nome ainda não pode

ser divulgado.

VAREJO TEM AÇÕES DE RECICLAGEMa coleta de materiais recicláveis em estações de

entrega voluntária atinge números expressivos.

Como exemplo, as lojas Pão de açúcar recebem

em seus 72 postos de São Paulo uma quantidade

de embalagens e outros materiais equivalentes

a 20% de todo resíduo reciclável recolhido pela

prefeitura na capital. o Carrefour Brasil anun-

ciou a intenção de eliminar até 2014, de forma

gradual, o uso de sacolas plásticas tradicionais

em suas lojas. o projeto teve início na unidade

de Piracicaba (SP), em março de 2010. Segundo

a rede varejista, em um ano a loja deixou de

distribuir 7,7 milhões de sacolinhas. o Carrefour,

Depois de participar ativamente junto

aos poderes Legislativo e Executivo das

discussões que levaram à aprovação da

lei que estabeleceu a Política Nacional

de Resíduos Sólidos, a Associação

Brasileira de Embalagem (Abre) criou

um Núcleo de Estudos da PNRS cuja

missão é promover o debate no setor.

Segundo informa a diretora executiva da

entidade, Luciana Pellegrino, já foram

realizadas “inúmeras reuniões entre

todas as entidades setoriais e outros

elos da sociedade, e junto à indústria

para que se alcançasse um aprofunda-

mento sobre o tema e fossem levanta-

dos os caminhos para a participação

do setor produtivo frente aos Acordos

Setoriais.” Ela diz ainda que “a Abre

manterá neste primeiro semestre o foco

de discussão junto às entidades de clas-

se. Ao mesmo tempo, trabalhará com

as indústrias o entendimento tanto das

propostas esboçadas como das demais

exigências decorrentes da PNRS”.

Veja a íntegra do depoimento no site:

emb.bz/pnrs

Abre estimula discussão

Vending machine “ao contrário”

recolhe as embalagens C

ON

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NA

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ÓX

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GIN

A

Page 50: EmbalagemMarca 140

50 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

mente viável, são necessárias a adesão e a parti-cipação dos envasadores e empacotadores, que compartilham a responsabilidade sobre a logística reversa do resíduo.

Segundo Belmonte, a indústria vidreira inves-tirá inicialmente 10 milhões de reais na criação da gerenciadora, que será administrada por uma equipe profissional independente e terá um conse-lho composto por membros das várias instâncias envolvidas. A previsão é de que em quatro anos a gerenciadora esteja operando a todo vapor.

PET visa ampliarA Associação Brasileira da Indústria do PET (Abi-pet) lançou o programa LevPet, que visa ampliar a coleta de embalagens de PET pós-consumo (ver EmbalagEmmarca 137, janeiro de 2011). Utilizando o mesmo modelo do programa Rota da Reciclagem, da Tetra Pak (ver quadro), o LevPet (www.levpet.org.br) é um serviço que fornece pela internet, através do Google Maps, a localização dos pontos de coleta onde os cidadãos podem dar destinação às suas embalagens pós-consumo.

O serviço conta com mais de mil pontos de coleta cadastrados por todo o Brasil. A meta é aumentar gradativamente esse número, com o

apoio dos próprios usuários. Para isso, o site possui um sistema colaborativo de atualização, onde os usuários podem indicar novos locais. Desde o lançamento do programa, em dezembro de 2010, o número de pontos de coleta do serviço aumentou cerca de 20%. O site une con-ceitos de educação ambiental à moderni-dade da Internet, para despertar no cidadão a importância do seu papel para o fluxo reverso das embalagens.

“Com o LevPet, a indústria se ante-cipou às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabeleceu a responsabilidade dos três elos envolvi-dos na questão: cidadão, poder público e indústria”, afirma Auri Marçon, presidente da Abi-pet. “Estamos trabalhando para resolver o grande entrave que dificulta a ampliação da reciclagem em nossa indústria: a falta de um sistema público abrangente de coleta seletiva.” De acordo com o 6o Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado no final de 2010, o País recicla 55,6% de todas as embalagens produzidas, índice superior ao desem-penho verificado nos Estados Unidos e em alguns países da União Europeia.

assim como o Pão de açúcar, tem em suas lojas alguns

“caixas verdes”, onde os clientes podem descartar

embalagens secundárias de produtos na hora da

compra. o Walmart Brasil e a Coca-Cola Brasil mantêm

programa conjunto de coleta e reciclagem de resíduos,

batizado de Estação de reciclagem. São postos de cole-

ta de embalagens metálicas, de plástico, de papel, de

vidro e óleo de cozinha em mais de 300 lojas da rede

Walmart em todo o Brasil. a parceria beneficiar direta-

mente cooperativas e gera renda para catadores.

TAEQ: CIRCUITO FECHADOEmbalagens celulósicas coletadas nas lojas do grupo

Pão de açúcar são recicladas e transformadas em

novas embalagens cartonadas para produtos da Taeq,

marca própria focada em saúde e bem-estar. o projeto,

batizado de logística reversa Taeq, pôde se concretizar

através de parcerias costuradas pelo Pão de açúcar.

invólucros de papel deixados nas lojas do grupo são

coletados e selecionados pela associação Vira lata,

cooperativa de catadores sediada na capital paulista. o

material é então comprado pela Papirus, que o utiliza na

produção de uma versão especial de seu papel cartão

reciclado Vitacarta, batizado de Vitacarta gPa (sigla para

grupo Pão de açúcar). gráficas como antilhas, Congraf e

Emibra adquirem esse cartão e produzem novos cartu-

chos, displays e luvas, distribuindo-os para as indústrias

fabricantes dos produtos da linha Taeq.

POSTOS DE COMBUSTÍVEL RECEBEM EMBALAGENS DE ÓLEO iniciativa do Sindicato Nacional de Empresas

Distribuidoras de Combustíveis e de lubrificantes

– Sindicom, o Programa Jogue limpo estabelece o

sistema de logística reversa de embalagens plásticas

de óleos lubrificantes pós-consumo, patrocinado pelos

fabricantes, importadores e distribuidores de lubrifican-

tes. a coleta é feita na cadeia de revenda do produto,

e as embalagens serão transportadas para centrais de

recebimento, onde são compactadas e encaminhadas

para empresas recicladoras. atualmente, 10% das

embalagens novas de óleo já são fabricadas com plás-

tico reciclado. iniciado há cinco anos no rio grande do

Sul, o programa funciona no Paraná, em Santa Catarina,

no rio de Janeiro e em São Paulo.

INPEV: EMBALAGENS DE EMBALAGENSo recolhimento de recipientes vazios de agrotóxicos é

uma exigência legal, que o inpev – instituto Nacional de

Processamento de Embalagens Vazias ajuda a cumprir.

a entidade tem um programa que já alcança o índice

de 80% de reciclagem do volume produzido. a Campo

limpo Plásticos desenvolveu estudos de viabilidade

para a produção de embalagens que utilizam resina

pós-consumo como camada intermediária e resina

virgem como camadas interna e externa. as novas

embalagens são usadas por fabricantes de produtos

fitossanitários (agrotóxicos).

Abief acompanhaO presidente da Abief – Associação

Brasileira da Indústria de Embalagens

Plásticas Flexíveis, Alfredo Schmitt,

diz que em relação à PNRS a Abief

mantém dois representantes no comitê

relativo ao assunto que funciona na

Abre. “O objetivo é acompanhar e par-

ticipar de todas as discussões. Como

a Abre engloba todos os materiais de

embalagem, julgamos mais pertinente

trabalharmos em conjunto para termos

mais força e representatividade”.

Page 51: EmbalagemMarca 140

Próximo evento do Ciclo de Conhecimento

Seminário Design de Embalagens de Resultados28 de junho, em São Paulo • 30 de junho, em Curitiba

Foco: Evento voltado para profissionais das áreas de design, de embalagens e de marketing das empresas de bens de consumo no qual se discutirá a importância do design como ferramenta

de fortalecimento de marcas, sinalizando que uma estratégia de design abrangente inclui não só uma preocupação estética, mas também uma visão industrial do processo.

Publico-alvo: Designers, diretores, gerentes, coordenadores de embalagens e demais profissionais tomadores de decisão nos departamentos de marketing e embalagens.

Empresas atuantes no setor, desde convertedores até end-users.

Presença confirmada: RAVI SAWHNEY, fundador e CEO da RKS Design, empresa sediada na Califórnia, líder global em estratégia, inovação e design.

PATROCÍNIO:

SeminárioBioplásticos

22 de novembro, em São Paulo

Outros eventos

Mantenha-se atualizado, acesse

www.ciclodeconhecimento.com.br

Fórum Stand-up Pouches

25 de agosto, em Recife

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SeminárioPapel Cartão

22 de novembro, em São Paulo

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Page 52: EmbalagemMarca 140

52 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

PAINEL GRÁFICO }}} MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAgENS

Gigante dos autoadesivosColacril e RR Etiquetas fundem-se para criar nova potência no setor

A Colacril, uma das principais fabri-cantes de bases para rótulos autoa-desivos, e a RR Etiquetas, maior con-vertedora de etiquetas autoadesivas para código de barras no Brasil, anun-ciaram em março último a integração de suas operações em participações iguais. Segundo as empresas, a fusão origina a maior fornecedora de produ-tos autoadesivos do País.De acordo com Valdir Arjona gaspar, presidente da Colacril, está sendo criada uma holding para gerir o negó-cio, no qual cada empresa atuará de forma independente, porém comple-mentar. “Nesta primeira fase, nosso objetivo é construir o conhecimento mútuo e reunir o melhor de cada uma de nossas empresas”, declarou por sua vez Ricardo Rodrigues de Oliveira, presidente da RR Etiquetas. “Vamos somar competências, talentos, experi-ências e a principal característica que temos em comum: o espírito empre-endedor.”No entender de ambos os empresá-rios, conforme comunicado distribuído ao mercado, “em termos práticos a ampliação do portfolio de produtos e a gestão compartilhada já propor-cionarão benefícios imediatos para os clientes – e, em curtíssimo prazo, os efeitos positivos resultantes do aspecto complementar entre as linhas de produção constituirão importantes diferenciais”. gaspar e Rodrigues con-sideram também que “a iniciativa con-tribuirá para aumentar a competitivida-de construtiva e para o fortalecimento da indústria nacional de autoadesivos, dotada de intensa rivalidade e gran-de diversidade de players”. (Wilson palhares)

A Celulose Reciclada, única empresa no Brasil que recicla liner, base do autoadesivo, instalou um galpão na cidade de Itapevi, na grande São Paulo, para armazenagem de resídu-os dos seus fornecedores, que em sua maioria estão na região Sudeste. Como a sede da empresa fica em Pernambuco, isso irá facilitar o rece-

bimento e a logística do material. “Com o novo galpão em São Paulo e a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, esperamos triplicar a capta-ção de material nos próximos meses, evitando que seja jogado em aterros e incineradores”, diz Karina Spina, coor-denadora de marketing e negócios da empresa.

Reciclagem de liner no SudesteCelulose Reciclada instala galpão em São Paulo

A alta nas vendas de frutos do mar e as falhas da cadeia de refrigeração no país fizeram o Frigorífico Jahu trocar a embalagem do camarão com a marca Frescatto. Eram utilizadas caixas de papel cartão duplex laminadas na frente e no verso com polietileno, mas que tinham baixa resistência física e à umidade. A empresa adotou uma nova embalagem utilizando um cartão impermeabilizado com alta barreira à umidade que pode ter contato com produtos alimentícios e apta para o uso na cadeia frigorífica. É produzida pela Fotoimpress.

A UPM Raflatac, que recentemente comprou a fabricante brasileira de bases autoadesivas gumtac (ver edição anterior de EMBALAGEMMARCA), lançou um site para designers de embalagens e rótulos. O site Pro Label Studio (www.prolabels-tudio.com) apresenta exemplos visuais e traz informações sobre as inúmeras possibilidades de uso dos rótulos autoa-desivos.No site, há informações sobre os desa-fios e exigências de diferentes materiais de embalagem, efeitos especiais e técni-cas de impressão sobre diversos tipos de substratos.

O site auxilia os designers a selecionar os materiais indicados para rótulos de diversos tipos de produtos, como vinhos, bebidas destiladas e itens de higiene pessoal.

Para a cadeia do frioCamarão congelado ganha caixa de cartão duplex

Ajuda para designersUPM Raflatac lança site com dicas de design de rótulos

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53EmbalagemMarcaabril 2011www.embalagemmarca.com.br

A Avery Dennison anunciou a alteração dos nomes comerciais de suas divisões. A divisão antes denominada Materiais em Rolo (“Roll Materials”) passa a ser chamada de Materiais para Rótulos e Embalagens(“Label & Packaging Materials”). Segundo a empresa, o novo nome reflete “a firme inten-ção de oferecer inovações em embalagem para o mer-cado”. Mudanças similares de nomes ocorrerão em todas as unidades de negó-cios da Avery Dennison.A transição para o novo nome será feita de forma gradual. Primeiro serão renovados os materiais de comunicação, o site e, aos poucos, outros instrumentos de contato com o cliente. O nome Fasson permanecerá como marca de materiais autoadesivos.

Novas marcas no mercadoDivisões da Avery Dennison têm nomes comerciais alterados

A Mondi Coatings & Consumer Packaging (www.mondigroup.com), do Reino Unido, apresentou uma nova tecnologia de impressão flexográfica de alta definição para embalagens flexíveis, rótulos e eti-quetas. A nova tecnologia promete resul-tados de impressão com elevada qualida-de e com contornos definidos, tanto em materiais laminados quanto em papel. O segredo é o uso de uma superfície espe-cial na placa de impressão, que transfere maior quantidade de tinta, permitindo à impressora trabalhar em áreas sólidas com alta densidade, porém com menor pressão. Na prática, a tecnologia flexo HD aumenta a resolução de impressão para 70 linhas por centímetro quadrado em comparação com a cobertura con-vencional, de até 42 linhas por centímetro quadrado.

Flexografia em HDNova tecnologia permite impressão com mais definição

A Innovia Films, fabricante de substratos espe-ciais de BOPP e celulose para rotulagem e de filmes flexíveis, lançou a nova linha de filmes Rayoface NB, adequada para aplicações de eti-quetas sem liner. Os novos filmes foram desen-volvidos para uso na linha de rotuladoras sem liner Nobac da Ravenwood Packaging.Os filmes Rayoface NB estão disponíveis nas tonalidades branca e transparente e com espes-suras de 92 micra (adequada para substituir envoltórios de papel cartão) e 60 micra (para substituição de etiquetas convencionais sensí-veis à pressão e wrap around). Quando conver-tidos em etiquetas sem liner, os filmes Rayoface NB podem ser usados em bandejas de alimen-tos frescos. Como a etiqueta é aplicada direta-mente à embalagem, pode ser obtida uma redu-ção de mais de 30% do peso, diz a fabricante.

Rotulagem sem linerInnovia apresenta filme para embalagens de alimentos

Impressão flexo “normal” – 43 linhas por cm²

Impressão em flexo HD – 70 linhas por cm²

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54 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

imitação talvez seja a forma mais sincera de enaltecimento. No entanto, indústrias não se sentem lisonjeadas quando con-frontadas com clonagens de seus

produtos. Ver uma cópia quase indistinguível de sua embalagem é algo que se sente como uma agressão. Grandes quantidades de tempo e dinheiro são gastos em pesquisa, marketing, publicidade e acondicionamento para a cons-trução de marcas fortes. Daí ser totalmente compreensível a irritação provocada pelos pro-dutos “me-too”.

O plágio é um problema antigo. Existe em todo o mundo. Nesse ramo, a China é indiscuti-velmente a meca. Lá, inúmeros produtos e mar-cas são recriados, muitas vezes de forma diver-tidamente tosca (mas nada divertida para as fontes de inspiração). Não se trata somente de um benefício de um terceiro, não-autorizado, sobre a propriedade intelectual de outra companhia. A inferioridade das imita-ções pode causar danos à reputação da marca original. Recentemente, a mon-tadora chinesa Hongqi lançou o HQD, uma cópia descarada do Rolls-Royce Phantom, mas com preço oito vezes menor. A Rolls-Royce é o epítome da engenharia de luxo e, claro, deve se sentir prejudicada ao ver um clone de seu automóvel sendo vendido ao equi-valente a 80 000 reais.

Mas produtos superpremium ou de design sofisticado não são os úni-cos alvos dos plagiadores. No Reino Unido, o mercado de réplicas é domi-nado por cigarros falsificados e itens de mercearia “me-too”. Os primeiros

A

ARTIGO }}} ANDREW EYLES

Cópias de produtos são tão aborrecedoras quanto inevitáveis. Por que não aceitá-las, mas agir para sempre estar à frente?

A little less consternation...*

imitação talvez seja a forma

são perigosos para a saúde tanto daqueles que os consomem quanto para daqueles que os traficam, como mostraram recentes assas-sinatos ocorridos no submundo do crime orga-nizado. Também não deixam de ser trágicas as cópias de produtos de marca vendidos nos

supermercados. Quando digo cópias, quero dizer cópias mesmo, produ-tos quase idênticos. Comparem-se, por exemplo, as embalagens do creme para untar I Can’t Believe It’s Not Butter, da Unilever, com seu clone, o You’d Butter Believe It!, dos supermercados Asda. Ou o cartucho do cereal mati-nal Cheerios, da Nestlé, com o de seu genérico, o Hoops, da varejista Tesco.

No negócio de marcas próprias

Rolls-Royce viu seu modelo Phantom (acima)

servir de “inspiração” para carro chinês

Creme vegetal I Can’t Believe It’s Not Butter foi clonado pelo

You’d Butter Believe It!

* Em português, “Um pouco menos de consternação”. Brincadeira com o verso de uma famosa canção de Elvis Presley: “A little less conversation, a lit-tle more action” (“Um pouco menos de conversa, um pouco mais de ação”).

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56 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

cado acima, que tenta mostrar a vantagem de se comprar um ketchup que imita claramente o da Heinz, levanta uma outra questão interessante. O formato emblemático do frasco squeezable lançado pioneiramente pela Heinz tornou-se a linguagem visual da categoria, da mesma forma que a igualmente icônica embalagem branca do lava-louças Fairy Liquid tornou-se a norma da categoria na Grã-Bretanha. A Fairy Liquid mudou para uma embalagem totalmente diferente e o mercado a seguiu. Existem deze-nas de exemplos em que o líder estabelece os padrões do mercado.

Mas qual é a linha que separa as marcas que tentam obedecer às regras da categoria e de propriedade intelectual daquelas que sim-plesmente roubam ideias?

É evidente que os proprietários de mar-cas devem protegê-las, bem como defender os investimentos feitos para estabelecê-las. Mas não há um elemento de inevitabilida-de quanto às cópias das marcas mais bem-suce-didas? E não é papel das marcas e dos consulto-res especializados, como nós, movimentarmo-nos, atualizando ou reinventando embalagens para que estas se mantenham sempre um passo à frente da concorrência? Por que não construir patrimônios de marca muitíssimo bem-protegi-dos por leis de propriedade industrial? Decorre dessa reflexão o título deste artigo.

Acredito que as marcas são os faróis que ilu-minam o caminho do consumidor. Marcas líde-res devam fazer exatamente o que delas se espera: liderar. E serem seguidas por todas as outras.

Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand Design (www.bluemarlinbd.com), consultoria de marcas e design sediada no Reino Unido e com filiais na Europa, na Ásia, na Austrália e nos Estados Unidos. Ele pode ser contatado através do e-mail [email protected].

do varejo, cópias costumavam explorar os incautos, que procuram embalagens que lhes são familiares sem prestar muita atenção. Até pouco tempo atrás tinha-se como inegáveis os fatos de que a maioria das pessoas fazia o supermercado ligando o piloto automático. Fortes referências visuais seriam, então, sufi-cientes para atraí-la. Contudo, uma pesquisa da Blue Marlin mostra que um dos efeitos da recessão foi ter feito os consumidores aqui na Europa operar no manual, analisando produtos antes de os retirarem das gôndolas.

A mais nova campanha publicitária da rede de varejo low cost Aldi parece querer se enqua-drar nessa nova realidade de maneira curiosa. Anúncios encorajam clientes a ver clones como escolhas conscientes, terminando com o slogan “Como as marcas, apenas mais baratos”. É pos-sível ver um vídeo da campanha aqui: http://emb.bz/aldi.

Marcas e formatos insubstituíveisTem-se aí o ponto nevrálgico da discussão. “Me-toos” se parecem com os produtos que macaqueiam, mas nunca são tão bons – sejam eles cópias na forma de itens apadrinhados pelo varejo ou pela indústria. A mesma pesquisa da Blue Marlin detectou que algumas marcas, como a Heinz no segmento de ketchup, são insubstituíveis mesmo nos tempos mais bicu-dos. Certos consumidores até confessaram que experimentaram opções mais baratas durante a crise, mas logo acabaram voltando às marcas que conhecem e adoram.

O comercial da Aldi vinculado ao link publi-

Comercial da Aldi tenta mostrar vantagem de preço da imitação genérica do ketchup Heinz

VEJA EXEMPLOS DE CÓPIAS CHINESAS DE PRODUTOS E MARCAS DE PRESTÍGIO:

emb.bz/chinesas

Abaixo, outros exemplos de imitações de embala-

gens perpetradas no mer-cado europeu. As originais

estão à esquerda

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www.embalagemmarca.com.br

}}} destiLados

Venha, AbsolutVodca nacional, com garrafa de luxo, almeja competir com marca sueca

Grupo Petrópolis, terceira maior cer-vejaria do país, que ingressou no seg-mento premium em 2007 com a marca de cervejas alemã Weltenburger, estreia agora no segmento de vodcas. A empre-

sa lançou a bebida premium Blue Spirit Unique, pro-duzida com álcool de cereais, sem adição de açúcar, e destilada cinco vezes. O objetivo da fabricante é fazer a nova bebida concorrer diretamente com a vodca sueca Absolut, que hoje detém aproximadamente 70% do mercado de vodcas premium no Brasil.

Para isso, o Grupo Petrópolis decidiu não somente caprichar na fórmula da bebida, em desenvolvimento desde 2009, mas também na embalagem. Uma ele-gante garrafa com tons azuis, fechada com tampa de rosca, acondiciona a vodca. A embalagem é decorada por meio de duas técnicas: pintura em degradée na base e serigrafia no logotipo e nos textos.

A produção inicial da Blue Spirit Unique é de 15 000 litros. A bebida será também vendida na versão ice, misturada com limão, em latas sleek de 269 mililitros. A previsão da empre-

sa é que daqui a dois meses a versão ice chegue ao mercado em mais uma opção: a garrafa long neck de vidro. (FP)

O

LataLatapack-Ball(12) 2127-4700www.latapack.com.br

DesignMulti Solution(11) 2823-2000www.multisolution.art.br

GarrafaOwens-Illinois do Brasil(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

Decoração da garrafaPlastClean (11) 4619-8540www.plastclean.com.br

Garrafa de vidro tem pintura

em degradée e serigrafia. Versão

ice chega em lata sleek

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58 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

}}} inteRnacionaL

Toda vegetalPepsiCo anuncia a criação de garrafa de PET 100% derivada de recursos agrícolas

uase um ano e meio após sua grande rival Coca-Cola lançar a PlantBottle, garrafa de PET com-posta em 30% por etanol de cana-de-açúcar, a Pepsi anunciou sua

versão “verde” de embalagem para refrigerantes. A novidade, divulgada sem um nome comercial, é brandida pela multinacional americana como a primeira garrafa de PET do mundo totalmente baseada em recursos vegetais.

De acordo com a PepsiCo, dona da Pepsi, a nova embalagem está muito à frente das tecnolo-gias industriais similares hoje existentes. A pro-dução da garrafa será inicialmente feita a partir de materiais como capim, casca de pinha e palha

Qde milho. Num segundo estágio, a ideia é utilizar subprodutos agrícolas “da casa” na obtenção da resina vegetal empregada nas garrafas. Seriam os casos, ventila a empresa, das cascas de laranja, batata e aveia não aproveitadas nas operações de sucos, salgadinhos e cereais matinais.

Como o PET convencional A PepsiCo evita dar detalhes da tecnologia envolvida na criação da nova garrafa. O que diz, por ora, é que identificou métodos para criar uma estrutura molecular vegetal idêntica à do PET derivado do petróleo através da combinação de processos biológicos e químicos. Segundo a empresa, sua garrafa “verde” tem aparência e

propriedades de desempenho similares à da garrafa de PET convencional.

A empresa decidiu também não antecipar detalhes sobre como a nova embalagem será implantada – nem mesmo se terá alcance mun-dial, como a PlantBottle da Coca-Cola. O que se sabe é que os primeiros testes de mercado com a garrafa começarão em 2012. A expectativa depo-sitada na novidade é grande. “Trata-se de uma inovação revolucionária, um resultado direto de nosso compromisso com pesquisa e desen-volvimento que irá transformar a indústria de bebidas”, exulta a diretora mundial da empresa, a indiana Indra Nooyi. (GK)

A nova embalagem cercada por algumas de suas fontes: capim,

batata, aveia, milho e laranja

A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi: “inovação irá revolucionar a

indústria de bebidas”

A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi: A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi:

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}}} bRicoLagem

Beleza suspensaCola ganha destaque com novo rótulo e tampa “pendurável”

esign de embalagens nunca foi uma gran-de preocupação no mercado de colas de madeira. A Acrilex,

porém, decidiu mudar essa escrita. De olho no crescente uso do pro-duto por marceneiros de fim de semana e praticantes de artesanato, a empresa resolveu adotar um visual mais moderno para sua cola.

O frasco do produto é agora decorado por um rótulo termoenco-lhível de BOPP graficamente rico e que o envolve por completo – o que ajuda a atrair a atenção nos

pontos de venda. Outro destaque da embalagem, também desenvolvido para melhorar a exposição nas lojas, é a tampa.

Batizado de Hang, o novo fechamento plástico incorpora um furo do tipo “euro slot”, que facilita pendurar a cola em gancheiras – amplamente utilizadas em casas de artesanato e papelarias, onde existe pouco espaço para exibição dos produtos em prateleiras ou caixas-display. A Acrilex, que fabrica inter-namente o frasco e a tampa, avisou que irá estender o uso da solução para outros produtos. (FP)

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RótuloMetrolabel(11) 3603-3888www.metrolabel.com.br

Desenho do rótulo chama a atenção no

PDV. Tampa com furação permite a exposição em

gancheiras

Page 60: EmbalagemMarca 140

60 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

Identidade multicorO Boticário institui nova comunicação visual, marcada por variadas combinações de cores

Aos 34 anos, O Boticário decidiu mudar radi-calmente sua identidade. O logotipo da prin-cipal franquia de cosméticos do País deixa de destacar o verde, como ocorria desde 1977. A assinatura passa a ser feita com diversas combinações de cores, escolhidas com base naquelas utilizadas com mais frequência nas coleções de moda dos últimos três anos e entre outras apontadas como fortes tendên-cias para o futuro. Foi criado um “brand book” com amplas possibilidades de conjugação das tonalidades, desenvolvidas para “conversar” com os variados públicos da marca. Entre outras mudanças do logotipo, a letra “B” passa a ser rodeada de “florais” e ganha status de ícone da marca. O sublinhado, presente no logotipo anterior, desaparece. Um novo slogan será também adota-do. “A vida é bonita. Mas pode ser linda” substitui o “Acredite na beleza”, lançado em 2007.

Da telinha para sabonetesBackyardigans estão em embalagem da Biotropic

A Biotropic Cosmética Licensing amplia sua linha de produtos de higiene infantil com o sabonete em barra Baby Backyardigans. O produto é acon-dicionado em cartu-cho de papel cartão decorado com design que destaca os per-sonagens do dese-nho Backyardigans, do canal de TV Nickelodeon.

Acima, algumas das combinações de cores do novo logotipo. Abaixo, os logotipos antigos, de 1977 e 2007. Adeus ao uso do verde

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19772007

}}} LANçAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAgEMDISPLAyDISPLAy

Depilação em qualquer lugarLenços para depilação em embalagem portátil

A Depi Roll traz para o mercado lenços para depi-lação em embalagens para viagem, que podem ser levadas na bolsa. São duas versões: para o corpo e para a face. Os cartuchos de papel cartão, em formato triangular, contêm 16 unidades dos lenços prontos para depilação e um sachê de lenço ume-decido com óleo de limpeza pós depilatório. A empresa não informou de quem é o design.

CartuchoYcar Artes Gráficas(11) 3531-6611www.ycar.com.br

DesignVy2 Studio Design (11) 5081-7813www.vy2.com.br

SachêGrand Pack(11) 4053-2143www.grandpack.com.br

CartuchosRosset Artes Gráficas(11) 3732-4444www.graficarosset.com.br

© c

ar

los

cu

ra

do

Page 61: EmbalagemMarca 140

Vasilhame resgatadoGarrafa de vidro de 1 litro do Guaraná Antarctica volta ao mercado

A Ambev anunciou o relança-mento do guaraná Antarctica em garrafa retornável de vidro de 1 litro. Há dezenove anos fora do portfólio da empresa, a embala-gem voltou ao mercado no fim de março último.

Guaraná Antarctica volta ao mercado

GarrafaOwens-Illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

Jardinagem arrumadinhaEmbalagens diferenciam ferramentas na gôndola

Depilação em qualquer lugarLenços para depilação em embalagem portátil

A Bellota investiu na apresentação de sua linha de jardina-gem para diferenciar os produtos no ponto de venda. Na parte frontal das embalagens há especificação do produto e desenho de alguma vantagem que o uso proporciona, como “corte 2x mais rápido”, no caso do serrote dobrável. No verso da embalagem, além da garantia da peça e das instruções de segurança, é especificado cada item que compõe a ferramen-ta, como cabos, molas e material de fabricação.

DesignAudaz Comunicação (19) 3471-0800www.audaz.com.br

Page 62: EmbalagemMarca 140

62 EmbalagemMarca abril 2011

Centenário marcanteTramontina lança embalagens comemorativas aos seus 100 anos

Opções de bolsoBebidas da Campari ganham versões em minigarrafa

Sabonete para a cozinhaProduto protege as mãos durante lavagem de louça

O bitter Campari e o uísque Old Eight, da Campari do Brasil, passam a estar dis-poníveis em petacas – como são conhecidas as garrafas de bolso de 200 mililitros utiliza-das em bebidas alcoólicas. “A embalagem menor é prática e

tem custo-beneficio adequado ao mercado brasileiro”, afirma Roberto Abreu, diretor comer-cial da Campari do Brasil. As garrafas, de vidro e importa-das da Alemanha, seguem o design standard da marca utili-zado na Europa.

A Mahogany passa a comercializar o sabonete líquido con-centrado Chef de Cuisine, que, segundo a empresa, ofe-rece proteção para as mãos durante a lavagem de louças. Nas variantes Calêndula e Chá Branco, os produtos são acondicionados em frascos de PET com válvulas pump de polipropileno. O cartucho é produzido em papel cartão tri-plex. O design das embalagens é da própria Mahogany.

VálvulaAptar B+H(11) 4196-5000www.aptarbhlatinamerica.com

FrascoEngratech(19) 3837-8100www.grupoengra.com.br

CartuchoLavezzo(11) 3392-2832www.lavezzo.com.br

Para comemorar seu centésimo aniversário, em 2011, a fabricante de ferramentas e utilidades domésticas Tramontina lança um selo comemorativo e uma linha de produtos em embalagens diferenciadas. São caixas de papel cartão e latas de aço que seguem uma identidade gráfica encomendada para a data especial. O principal elemento traba-lhado nas embalagens e no selo é a carac-terização dos zeros do número 100 como se formassem o símbolo do infinito.

Caixas de papel cartão Box Print(11) 5505-2370www.boxprint.com.br

Latas de aço Meister (47) 3433-3133www.meister.com.br

DesignZon Design(51) 3029-6202www.zondesign.com.br

Tampa (Old Eight)Altec Tampas Metálicas(11) 3534-7171www.altectampas.com.br

RótulosCCL Label(19) 3876-9311www.ccllabel.com.br

Tampa (Campari)Federfin Tech (Itália)+39 (0) 382 809-856www.federfintech.com

GarrafasGlaswerk Ernstthal+49 (0) 202 648-2450www.glaswerk-ernstthal.de

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Garrafa Premier Pack(11) 4612-0756www.premierpack.com.br

Decoração DG Decor(11) 4705-3153www.dgdecor.com.br

DesignPereira & O’Dellpereiraodell.com

Edição: FlÁVio PalharES ||| [email protected]

Abelha engarrafadaInseto inspira apresentação de aperitivo de cachaça

Chega ao mercado a B (lê-se bee, “abelha” em inglês), cachaça com mel e limão criada pelos empresários Eduardo Jorge e Hendrik Wolff e pelo piloto de corridas Nelsinho Piquet. A garrafa de vidro em que o produto é acondicionado, fabricada pela francesa Saverglass e obtida no Brasil por meio da representante oficial, é decorada pelo processo de serigrafia. A cápsula da garrafa, assim como o símbolo da bebida, é marcada pela combinação de faixas pretas e amarelas, numa alusão ao padrão de cores associado às abelhas. O logotipo do produto estampará o macacão de Nelsinho Piquet durante a temporada 2011 da Nascar, competição americana de automobilismo. O produto deverá ser lançado nos Estados Unidos e na Europa ainda este ano.

Do túnel do tempoSucesso antigo, farofa é relançada em flow packs

A granfino aposta no resgate de um produto que fez sucesso da década de 1980. Na época, a empresa produzia farofa torrada com sabor bacon. Passados trinta anos, o produto é relançado, ao lado de outros sabores (Tradicional e Carne). O design das flow packs que acondicionam as farofas é do departamen-to de marketing da empresa.

Flow packIncoplast(48) 3657-3000www.gruposbde.com.br

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64 EmbalagemMarca abril 2011 www.embalagemmarca.com.br

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Empresa Página Telefone Site

aaron 63 (85) 3260-2666 www.aaron.ind.br

baumgarten 6 e 7 (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br

bericap 4ª capa (15) 3235-4500 www.bericap.com

boxprint 37 (51) 2111-1311 www.boxprint.ind.br

brainbox 39 (41) 3018-1695 www.brainboxdesign.com.br

brasilata 34 e 35 (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br

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ciclo de conhecimento 51 (11) 5181-6533 www.ciclodeconhecimento.com.br

clever pack 29 (21) 2573-6426 www.cleverpack.com.br

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excel marcas e patentes 63 (11) 5041-1021 www.excelmarcas.com.br

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}}} eVentos

Para “salvar” comidaONU e Interpack se unem para debater maneiras de a embalagem minimizar um problema grave: o desperdício de alimentos

m dos contrastes perturba-dores do mundo atual é o fato de milhões de pessoas passarem fome enquanto um volume excessivo de

alimentos é perdido. Pelas estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as perdas podem atingir 1,2 bilhão de tone-ladas por ano. Nos países desenvolvidos o desperdício chega a 300 quilos per capita por ano. A entidade acredita que a embalagem pode desempenhar um papel importante no combate a esse fla-gelo. Por isso, fechou uma parceria com a alemã Messe Düsseldorf, organizadora da feira Interpack, para realizar parale-lamente ao evento, nos dias 16 e 17 de maio próximo, um congresso sobre o tema: o Save Food.

Cadeia reunidaO objetivo da FAO e da Messe Düssel-dorf é reunir no evento representantes de indústrias de alimentos e embalagem, do varejo, políticos, pesquisadores e orga-nizações não-governamentais (ONGs). Para os organizadores, medidas têm de

ser tomadas agora para evitar uma catás-trofe ainda maior no futuro. “A expec-tativa é que até 2050 a população mun-dial cresça 50%, totalizando 9 bilhões de pessoas”, diz Robert van Otterdijk, responsável na FAO pela iniciativa Save Food. “Todo o crescimento será urbano, e se dará majoritariamente em países em desenvolvimento. Hoje, nesses países, a maioria das perdas de alimentos ocorre durante a cadeia produtiva, como resul-tado de práticas inadequadas de fabri-cação, acondicionamento, transporte e venda. Aprimoramentos em embalagem podem ajudar a reverter a situação”.

Durante o evento, a FAO irá apre-sentar os resultados de três estudos atu-almente em curso. O primeiro deles investiga as razões e o grau de perdas de alimentos em países desenvolvidos e calcula o nível em que diferentes tipos de embalagem podem ajudar a remediá-las. O segundo estudo é similar, mas calcado em economias emergentes. Já o terceiro visa quantificar os investimentos neces-sários para garantir, nesses mesmos paí-ses subdesenvolvidos, o suprimento sufi-ciente de alimentos embalados. (GK)

U

SAIBA MAIS SOBRE A INICIATIVA E O CONGRESSO:

www.save-food.org Fique ligado nos próximos eventos do Ciclo de Conhecimento.

Acesse:www.ciclodeconhecimento.com.br

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AlmanaqueAlmanaque

66 EmbalagemMarca abril 2011www.embalagemmarca.com.br/almanaque

A história da cerveja Original teve início em 1906, quando Henrique Thielen, recém-chegado da Alemanha, fundou a Cervejaria Adriatica, em Ponta Grossa, no Paraná, com equipamentos trazidos de seu país natal. Ele deu o nome de Original à sua cerveja Pilsen. Em 1943, a família Thielen vendeu a Cervejaria Adriatica para a Cia. Antarctica Paulista. Foi aí que ela ganhou o nome que tem até hoje: Antarctica Original. O rótulo ainda mantém alguns elementos originais – como o fundo amarelo, a tipologia e o losango azul com a inscrição “pilsen” – e herdou da Antarctica os pingüins e a faixa azul (que hoje desapareceu da “marca mãe”, Antarctica). Hoje a Original faz parte do portfólio da Ambev.

A Original original

A prática de afixar mídias a embalagens de cereais matinais, como hoje costuma ser feito com CDs ou DVDs, surgiu nos Estados Unidos nos anos 50. Filmes finíssimos de vinil gravados com faixas de áudio, chamados flexi-discs, começaram a ser laminados diretamente nas superfícies cartonadas de cartuchos. Bastava recortar os disquinhos das caixas e tocá-los em vitrolas. O

recurso foi adotado pioneiramente pela General Mills, mas depois se difundiu entre outros fabricantes. No início, os discos traziam músicas infantis e narrações de contos. Depois, passaram a divulgar variados artistas e gêneros musicais. Até discursos políticos entraram na onda.Veja mais exemplos de cartuchos com flexi-discs e ouça amostras: emb.bz/cdbox

Da mesa à vitrolaPeça de museu em pleno vigor

Rótulo atual (à direita) mantém

elementos do original,

da Cervejaria Adriatica

Completa seu cinquentenário em 2011 uma embalagem que está presente na maioria dos restaurantes japoneses – se não a original, suas cópias. O frasco de vidro de 150 mililitros do molho de soja (shoyu) Kikkoman foi desenhado em 1961 por um dos mais importantes designers do Japão,

Kenji Ekuan, nascido em 1929. Com silhueta curva e rótulos serigrafados, a embalagem tem como grande sacada a tampa dispensadora com dois furos, um de cada lado. Originalmente

produzida em plástico vermelho, ela permite ao usuário o controle de fluxo do líquido com os dedos, por meio da regulagem da obstrução de uma das entradas de ar. A embalagem da Kikkoman tornou-se um clássico do design e faz parte da exposição permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).

Frasco criado por Kenji Okuan

para a Kikkoman, com sua tampa “inteligente”,

virou sinônimo de embalagem de

molho de soja

Primeiras mídias com áudio

distribuídas em caixas de cereais

surgiram nos Estados Unidos na

década de 50

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