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RICARDO PEREIRA RIOS GESTÃO E NEGÓCIOS GESTÃO FINANCEIRA E ECONÔMICA: INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA CUSTOS GESTÃO FINANCEIRA

RICARDO PEREIRA RIOS GESTÃO FINANCEIRA E ECONÔMICA: … · da gestão financeira e econômica. Dentre os assuntos abordados no curso podemos destacar: • Introdução à legislação

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Page 1: RICARDO PEREIRA RIOS GESTÃO FINANCEIRA E ECONÔMICA: … · da gestão financeira e econômica. Dentre os assuntos abordados no curso podemos destacar: • Introdução à legislação

RICARDO PEREIRA RIOS

GESTÃO E NEGÓCIOS

GESTÃO FINANCEIRA E ECONÔMICA:

INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA CUSTOS GESTÃO FINANCEIRA

Page 2: RICARDO PEREIRA RIOS GESTÃO FINANCEIRA E ECONÔMICA: … · da gestão financeira e econômica. Dentre os assuntos abordados no curso podemos destacar: • Introdução à legislação

A expansão do Ensino Técnico no Brasil, fator importante para

melhoria de nossos recursos humanos, é um dos pilares do

desenvolvimento do País. Esse objetivo, dos governos estaduais e federal, visa à

melhoria da competitividade de nossos produtos e serviços, vis-à-vis com os dos

países com os quais mantemos relações comerciais.

Em São Paulo, nos últimos anos, o governo estadual tem investido de forma

contínua na ampliação e melhoria da sua rede de escolas técnicas - Etecs e Classes

Descentralizadas (fruto de parcerias com a Secretaria Estadual de Educação e com

Prefeituras). Esse esforço fez com que, de agosto de 2008 a 2011, as matrículas

do Ensino Técnico (concomitante, subsequente e integrado, presencial e a distância)

evoluíssem de 92.578 para 162.105. Em 2016, no primeiro semestre, somam 186.619.

A garantia da boa qualidade da educação profissional desses milhares

de jovens e de trabalhadores requer investimentos em reformas, instalações,

laboratórios, material didático e, principalmente, atualização técnica e

pedagógica de professores e gestores escolares.

A parceria do Governo Federal com o Estado de São Paulo, firmada por

intermédio do Programa Brasil Profissionalizado, é um apoio significativo para

que a oferta pública de Ensino Técnico em São Paulo cresça com a qualidade

atual e possa contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Estado e,

consequentemente, do País.

Almério Melquíades de Araújo Coordenador do Ensino Médio e Técnico

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

Diretora SuperintendenteLaura Laganá

Vice-Diretor SuperintendenteLuiz Antonio Tozi

Chefe de Gabinete da SuperintendênciaLuiz Carlos Quadrelli

REALIZAÇÃOUnidade do Ensino Médio e Técnico

CoordenadorAlmério Melquíades de Araújo

Centro de Capacitação Técnica, Pedagógica e de Gestão - Cetec Capacitações ResponsávelLucília dos Anjos Felgueiras Guerra

Responsável Brasil ProfissionalizadoSilvana Maria Brenha Ribeiro

Professor AutorRicardo Pereira Rios

Professor Coordenador de ProjetosGislayno Ficuciello Monteiro e Silva

Parecer TécnicoDaniel Capella

Revisão de textoAline Perrotti

Projeto Gráfico e diagramaçãoDiego Santos

Projeto de formação continuada de professores da educação profissional do Programa Brasil Profissionalizado - Centro Paula Souza - Setec/MEC

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APRESENTAÇÃO

O curso e seu material de apoio em formato de apostila elaborada pelo Pro-fessor Ricardo Rios tem por objetivo o estudo das novas tendências a respei-to da gestão financeira e econômica.

Dentre os assuntos abordados no curso podemos destacar:

• Introdução à legislação tributária, com os tópicos: contabilidade tributá--ria, legislação tributária, tributos, princípios constitucionais tributários e tributos diretos e indiretos;

• Tributos/regimes tributários e SPED, com os tópicos: ICMS, IPI, CO-FINS, IPI, ISSQN, regimes tributários, IRPJ, CSLL, SPED e seus impac-tos nos tributos;

• Custos, com os tópicos: conceito, classificações, sistemas de custeio, pon-to de equilíbrio econômico, ponto de equilíbrio contábil e ponto de equi-líbrio financeiro;

• Gestão financeira com os tópicos: planejamento e controle financeiro, or-çamento e suas técnicas.

O presente material permitirá aos docentes atualização nos assuntos, tendo como principal objetivo o tratamento, em sala de aula, desses tópicos que ca--pacitarão os estudantes para o mercado de trabalho.

O curso proposto também permite desenvolver, juntamente com os profis-sio-nais docentes, novas competências e metodologias em sala de aula, buscan--do promover a correta compreensão dos novos procedimentos utilizados pela área contábil, propor atividades práticas com ações integradas nas áreas de cus-tos, tributos, processos contábeis, planejamento financeiro e gestão, vi-sando melhorar a interação professor/aluno.

Principais Competências a serem desenvolvidas: identificação de novas de--mandas e situações problema, analisar dados e informações obtidas, propor soluções de viabilidade técnica e econômica, aos problemas encontrados, iden-tificação das melhores alternativas para a mediação de situações de con-flito, além de definição de procedimentos, identificação de recursos, constru-ção de conceitos.

Gislayno Ficuciello Monteiro e SilvaProfessor coordenador de projetos

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SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

MUDANÇAS NAS NORMAS CONTÁBEIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

FCONT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

FISCAL X CONTÁBIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

MEDIDA PROVISÓRIA 627/2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

LEI 12.973/2014. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

HIERARQUIA DAS LEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

CONSTITUIÇÃO FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

EMENDAS À CONSTITUIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

LEIS COMPLEMENTARES À CONSTITUIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

LEIS ORDINÁRIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

LEIS DELEGADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

MEDIDAS PROVISÓRIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

DECRETO LEGISLATIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

RESOLUÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

TRIBUTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

ESPÉCIES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

IMPOSTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

TAXAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

UNIÃO: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

ESTADOS: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

MUNICÍPIOS: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

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PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU IGUALDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO CONFISCO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . 27

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

PRINCÍPIO DA TIPOLOGIA TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DOS TRIBUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

CONTRIBUINTE OU RESPONSÁVEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

BASE DE CÁLCULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

ALÍQUOTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

ISENÇÃO TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

TRIBUTOS DIRETOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

TRIBUTOS INDIRETOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

TRIBUTOS: ICMS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

NÃO CUMULATIVIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

TRIBUTOS, REGIMES TRIBUTÁRIOS E SPED . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

CONTRIBUINTES RESPONSÁVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

CONTRIBUINTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

RESPONSÁVEIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

FATO GERADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

BASE DE CÁLCULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

IMUNIDADE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

NÃO INCIDÊNCIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

ISENÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

SUSPENSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

ALÍQUOTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

ALÍQUOTAS NO ESTADO DE SÃO PAULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

EXEMPLO PRÁTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

TRIBUTOS: SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS. . . . . . . . . . . . . . . . . 41

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TIPOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ANTECEDENTE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA CONCOMITANTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA SUBSEQUENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

APLICAÇÃO DO REGIME . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

NÃO APLICAÇÃO DO REGIME . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

CRÉDITO DO IMPOSTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

BASE DE CÁLCULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

OPERAÇÕES INTERESTADUAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

TRIBUTOS: IPI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

SISTEMÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

DEFINIÇÃO DE INDUSTRIALIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

FATO GERADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

NÃO CUMULATIVIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

CRÉDITO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

CRÉDITO ATACADISTAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

IMUNIDADE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

ISENÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

SUSPENSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

ALÍQUOTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

EXEMPLO PRÁTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

TRIBUTOS: PIS E COFINS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

REGIME CUMULATIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

EXEMPLO PRÁTICO DO REGIME CUMULATIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

REGIME NÃO CUMULATIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

EXCLUSÕES DA RECEITA BRUTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

CRÉDITOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

EXEMPLO PRÁTICO DO REGIME NÃO CUMULATIVO . . . . . . . . . . . . . . 52

REGIME MISTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

TRIBUTOS: ISSQN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

LEI COMPLEMENTAR 116/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

FATO GERADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

INCIDÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

NÃO INCIDÊNCIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

BASE DE CÁLCULO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

ISENÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

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LOCAL DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

ESTABELECIMENTO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

EXEMPLO PRÁTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

REGIMES TRIBUTÁRIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

LUCRO REAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

OBRIGATORIEDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

ALÍQUOTA IRPJ E ADICIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

ALÍQUOTA CSLL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

REGIME DE CAIXA OU COMPETÊNCIA? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

ADIÇÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

MULTAS DEDUTÍVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

MULTAS INDEDUTÍVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

LIMITES PARA DEDUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

EXCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

INCENTIVOS FISCAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR - PAT . . . . . . . . 64

FUNDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

ATIVIDADES DE CARÁTER DESPORTIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

ATIVIDADE AUDIOVISUAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

LALUR E LACS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

LALUR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

LUCRO PRESUMIDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

EXEMPLO PRÁTICO: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

SIMPLES NACIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

RECEITA BRUTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

IMPOSTOS COMPREENDIDOS E NÃO COMPREENDIDOS. . . . . . . . . . 71

IMPEDIMENTOS PARA ADOTAR O REGIME . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

MUDANÇA DE REGIME . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

ALÍQUOTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

EXCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

RELAÇÕES DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

MUDANÇAS NO SIMPLES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

INVESTIDOR ANJO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

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REDUÇÃO DE FAIXA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

REDUÇÃO DO NÚMERO DE ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

ANEXO I – COMÉRCIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

ANEXO II – INDÚSTRIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

ANEXO III – SERVIÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

ANEXO IV – SERVIÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

ANEXO V – SERVIÇOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

EXEMPLO PRÁTICO: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

SPED . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

CUSTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

PRINCÍPIO DO CUSTO HISTÓRICO COM BASE NO VALOR . . . . . . . . . 84

PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

PRINCÍPIO DA MATERIALIDADE OU RELEVÂNCIA. . . . . . . . . . . . . . . . . 84

CRITÉRIOS DE RATEIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

BASES PARA RATEIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

TIPOS DE CUSTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

CUSTEIO POR ABSORÇÃO (críticas ao rateio de custos fixos) . . . . . . 85

CUSTEIO VARIÁVEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

ABC (CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

RKW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

PONTO DE EQUILÍBRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

MARGEM DE SEGURANÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

FORMAÇÃO DE PREÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

MARKUP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

MARKUP TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

PRODUTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

VARIÁVEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

COMO APLICAR O MARKUP? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

CÁLCULO DE PREÇO DE VENDA COM MARKUP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

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PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

PLANEJAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

GESTÃO FINANCEIRA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

PLANEJAMENTO TÁTICO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

PLANEJAMENTO OPERACIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

VANTAGENS DO PLANEJAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

LIMITAÇÕES DO PLANEJAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

CONTROLE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

CICLOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

REGIMES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

PLANEJAMENTO FINANCEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

ETAPAS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

ORÇAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100

PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

FASES DO PLANEJAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

PREVISÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

REPROJEÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

CONTROLE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

ORÇAMENTO DE VENDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

RESTRIÇÕES NO ORÇAMENTO DE VENDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

ORÇAMENTO DE MATÉRIAS PRIMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104

ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104

ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO . . . . . . . . . . . 105

ORÇAMENTO DE DESPESAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106

ORÇAMENTO DE DESPESAS DE VENDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106

ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS. . . . . . . . . . . . . . . . .106

ORÇAMENTO DE CAIXA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106

ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107

TIPOS E CONCEITOS DE ORÇAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107

ORÇAMENTO CONTÍNUO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

ORÇAMENTO DE TENDÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

ORÇAMENTO BASE ZERO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

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ORÇAMENTO ESTÁTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

ORÇAMENTO FLEXÍVEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

A contabilidade tributária é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada. (FABRETTI, 2017)

Como ramo da contabilidade, deve demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício, de forma clara e precisa, rigorosamente de acordo com conceitos, princípios e normas básicas de contabilidade. O resultado apurado deve ser economicamente exato. (FABRETTI, 2017)

Entretanto, a legislação tributária frequentemente atropela os resultados econômicos para, por imposição legal, adaptá-los às suas exigências e dar-lhes outro valor (resultado fiscal), que nada tem a ver com o resultado contábil. A contabilidade deve demonstrar com exatidão o patrimônio e o resultado do exercício.

Entretanto, as exigências fiscais impostas pela lei devem ser cumpridas, o que é feito mediante controles contábeis extras e puramente fiscais. Os tributos se-rão devidos na forma exigida, desde que suficientemente amparada em lei.

MUDANÇAS NAS NORMAS CONTÁBEIS

A primeira mudança que será mencionada foi trazida pela Lei 11.638/2007 que alterou e revogou dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estendeu, às sociedades de gran-de porte, disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.

Já a Lei 11.941/2009 alterou a legislação tributária federal relativa ao parce-lamento ordinário de débitos tributários, concedeu remissão nos casos em que especifica e instituiu regime tributário de transição.

A nova normatização traz uma harmonização aos padrões internacionais de contabilidade, cria um regime tributário de transição e traz novas regras quanto à utilização do LALUR e FCONT.

MÓDULO 1

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

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FCONT

O FCONT era uma escrituração, das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, que considerava os métodos e critérios contábeis aplicados pela legislação tributária e visava manter um controle fiscal e contábil de transi-ção. A principal função do FCONT era ajustar a escrituração contábil para como era antes de vigerem novas normas contábeis. A utilização do FCONT é uma clara mostra de que o fisco já queria segregar a contabilidade fiscal da societária.

O último ano de entrega do FCONT foi 2015, referente ao ano-calendário de 2014 e, nesse ano, só foi exigido para empresas tributadas pelo Lucro Real que não optaram pela extinção do Regime Tributário de Transição (RTT) em 2014, conforme Instrução Normativa RFB nº 1492, de 17 de setembro de 2014. Portanto, a partir de 2016 (ano-calendário 2015) não era mais exigida a entrega do FCONT.

FISCAL X CONTÁBIL

Com as alterações, torna-se necessária a elaboração de duas contabilidades: a contabilidade oficial, que é regida pelas normas do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), BACEN (Banco Central), SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) entre outros, e também a contabilidade que visa exclusivamente ser base para apuração de impostos seguindo as legislações vigentes.

REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO

O Regime Tributário de Transição foi criado com o intuito de segregar a con-tabilidade societária e contabilidade fiscal. Aplicam-se as normas contábeis para elaboração da contabilidade societária. Contudo, para fins fiscais, utilizam-se as regras tributárias vigentes em 31 de dezembro de 2007, antes da mudança das normas contábeis. E, com o uso do FCONT, eram realizados os ajustes dos lança-mentos que deveriam ser estornados, trazendo o conceito de “ajuste contábil”.

MEDIDA PROVISÓRIA 627/2013

A Medida Provisória 627 de 2013 trouxe o conceito de duas contabilidades: a contabilidade societária que seria usada para análise patrimonial e financeira, e a contabilidade fiscal, usada para a apuração de impostos. Com isso, criou-se um problema com a distribuição de lucros, gerando dúvidas sobre qual contabilida-de usar para chegar ao valor passível de distribuição.

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LEI 12.973/2014

Com a criação da Lei 12.973 de 2014 algumas mudanças foram anuncia-das, como:

I. Fim do RTT;

II. Fim do Conceito de “ajuste contábil”, passando a vigorar o conceito de “ajuste fiscal”;

III. Neutralidade Tributária;

IV. Segregação clara entre Contabilidade Societária e Contabilidade Fiscal (Escrita Contábil Fiscal - ECF);

V. No lugar de duas escriturações contábeis, passa a existir uma única escri-turação para fins societários, que é ajustada para fins fiscais.

Todas as alterações trouxeram como consequência a necessidade de se ela-borar dois balanços e duas Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE). E, como solução, foram criadas duas novas escriturações que são transmitidas anu-almente para a Receita Federal, sendo a ECD (Escrituração Contábil Digital) o es-pelho da contabilidade Societária e a ECF (Escrituração Contábil Fiscal) a contabi-lidade societária ajustada para o fisco.

Para a elaboração da ECF é necessário importar a ECF do ano anterior para integrar o saldo inicial, os dados da ECD que possui a escrituração do ano base, os ajustes fiscais (LALUR e LACS) e os saldos finais.

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

O Código Tributário Nacional (CTN) conceitua a legislação tributária em seu artigo 96 como sendo as leis, os tratados e as convenções internacionais, os de-cretos e as normas complementares que estudam no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

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HIERARQUIA DAS LEIS

A legislação tributária brasileira segue uma hierarquia quanto à criação e obediência, sendo que a inferior não deve ir contra aos ordenamentos de sua superior.

Abaixo é apresentada a hierarquização das leis.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição Federal é a Lei Fundamental do Estado de Direito. Ela defi-ne os poderes e competências, traça diretrizes políticas, sociais e econômicas, cria normas jurídicas que organizam e sistematizam o comportamento social , encaminhando-o para a consecução dos fins a que se propõe.

EMENDAS À CONSTITUIÇÃO

As emendas constitucionais são normas que têm a função de modificar parte das imposições da Constituição Federal após sua publicação. É o processo que garante que a Constituição de um país seja modificada em partes, para se adap-tar e permanecer atualizada diante de relevantes mudanças sociais.

LEIS COMPLEMENTARES À CONSTITUIÇÃO

As Leis Complementares têm a função de complementar dispositivos da Constituição Federal.

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A sua aprovação exige a maioria dos votos parlamentares que compõe a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Devem ser adotadas para regulamen-tar assuntos específicos, quando expressamente determinado na Constituição da República. Como exemplo de Lei Complementar é possível mencionar o Código Tributário Nacional (CTN).

Podem propor emendas à constituição:

I. Um terço dos membros da câmara dos deputados;

II. Um terço dos membros do senado federal;

III. O presidente da república;

IV. Mais da metade das assembleias legislativas dos estados, manifestando--se cada uma delas pela maioria de seus componentes.

LEIS ORDINÁRIAS

A Lei Ordinária é o ato legislativo típico por excelência, o ato normativo primário que edita normas gerais e abstratas. Podem tratar de quase todos os assuntos, excetuando apenas os tratados em Lei Complementar e assuntos do Congresso, Câmara e do Senado que são exclusivos dos decretos legislati-vos e das resoluções. As Leis Ordinárias são as leis comuns Federais, Estaduais e Municipais. Dentre elas não há hierarquia.

LEIS DELEGADAS

As Leis Delegadas são elaboradas sobre determinada matéria pelo Presidente da República, por autorização do congresso nacional prevista na constituição Federal, porém não utilizada. A delegação é efetivada por resolução, na qual conste o conteúdo juntamente com os termos do exercício desta atribuição.

A lei delegada tem restrições e não pode ter como seu objeto as seguintes matérias:

I. Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional;

II. Matéria reservada a lei complementar;

III. Legislação sobre planos plurianuais;

IV. Diretrizes orçamentárias e orçamentos.

MEDIDAS PROVISÓRIAS

As Medidas Provisórias são utilizadas em caso de relevância e urgência pelo Presidente da República. Elas têm a mesma força que uma Lei e devem ser sub-metidas de imediato ao Congresso Nacional. Têm vigência de 60 dias, prorrogá-veis apenas uma vez por igual período.

DECRETO LEGISLATIVO

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O decreto legislativo tem como objeto matérias apontadas como de compe-tência exclusiva do Congresso Nacional. Ele promulga Lei que não dependa de autorização do Presidente da República.

RESOLUÇÕES

As Resoluções são normas jurídicas que visam disciplinar assuntos que são de interesse interno do Congresso Nacional. Os assuntos tratados em Resoluções são temas corriqueiros como, por exemplo, concessão de licenças e afastamentos.

TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Os Tratados e Convenções Internacionais são acordos celebrados pelos exe-cutivos de dois Estados Soberanos e passam a vigorar apenas com a aprovação dos respectivos poderes legislativos.

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL

Artigo 97 do CTN (Código Tributário Nacional):

Somente a lei pode estabelecer:I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65.;III - a definição do fato gerador de obrigação tributária principal, ressal-vado o disposto no inciso I do § 3º do art. 52, e do seu sujeito passivo;IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalva-do o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65.V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nelas definidas;VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributá-rios, ou de dispensa ou redução de penalidades.§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação de sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Artigo 98 do CTN

“ Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modifi-cam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.”

Artigo 99 do CTN:

“ O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.”

Artigo 100 do CTN:

São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição admi-

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nistrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;IV – os convênios que entre si celebram a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo ex-clui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atua-lização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

TRIBUTOS

Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), tributo é toda prestação pe-cuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Abaixo será esclarecido ponto a ponto dessa conceituação.

Entende-se por prestação pecuniária o tributo que deva ser pago em unida-des de moeda corrente, inexistindo o pagamento in natura ou in labore, ou seja, o que é pago em bens ou em trabalho (prestação de serviços).

Compulsória é uma obrigação que independe da vontade do contribuinte.

Quando CTN fala em “moeda ou cujo valor se possa exprimir”, o código se refere à moeda corrente nacional (Reais) ou por meio de indexadores como Ordem do Tesouro Nacional (OTN), Unidade de Referência Fiscal (UFIR), Bônus do Tesouro Nacional (BTN), dentre outros.

Não constituir sanção de ato ilícito, significa que as multas, ou penalidades pecuniárias, não se incluem no conceito de tributo. Assim, o pagamento de tri-buto não decorre de infração de determinada norma ou descumprimento da lei.

De acordo com o Código Tributário Nacional, o tributo deve ser instituído em lei, ou seja, só existirá a obrigação de pagar um tributo se houver uma norma jurídica com força de lei que o estabeleça.

O tributo será cobrado mediante atividade administrativa, ou seja, a auto-ridade não possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o tributo, a lei já estabelece todas as regras que deverão ser seguidas.

A natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevante para qualificá-la:

I. A denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II. A destinação legal do produto da sua arrecadação.

ESPÉCIES

As espécies de tributos são:

I. Impostos;

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II. Taxas;

III. Contribuições de melhoria;

IV. Empréstimos compulsórios;

V. Contribuições Sociais.

IMPOSTOS

Os impostos são aqueles que decorrem de situação geradora independente de qualquer contraprestação do Estado em favor do contribuinte. Eles incidem, por exemplo, sobre a propriedade territorial urbana (IPTU), a disponibilidade de renda (Imposto sobre a Renda), a propriedade de veículo automotor (IPVA), entre outros. Essa arrecadação é destinada a cobrir as despesas administrativas do ente público.

TAXAS

As taxas estão vinculadas à utilização efetiva ou potencial por parte do con-tribuinte, de serviços públicos específicos e divisíveis, como por exemplo, taxa de licenciamento de veículos, taxa de polícia, taxa de pedágio, entre outras.

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

As contribuições de melhoria são cobradas quando há obras públicas que visem atender à necessidade de um grupo de contribuintes e, que por consequ-ência da melhoria, ocorra uma valorização de uma propriedade imóvel.

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

Os empréstimos compulsórios são tributos não vinculados, cujos recursos deverão suprir despesas gerais da Nação. O empréstimo compulsório pode ser utilizado para atender despesas extraordinárias e também para custear investi-mento público de interesse social relevante.

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, surgiram para financia-mento das atividades sociais as contribuições sociais que, embora tenham sido tratadas no capítulo dos tributos, assumem as características destes para fazer face aos investimentos do governo nesse setor.

As contribuições sociais instituídas têm como base os lucros das sociedades, a folha de pagamento dos empregados e o faturamento das empresas.

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As contribuições são:

I. INSS;

II. Contribuição Sindical;

III. PIS/PASEP;

IV. Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL);

V. Contribuição para o fundo de investimento Social (COFINS).

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Previsto no artigo 150, § 6º, e no artigo 151, inciso III, da Constituição Federal, o exercício da competência tributária é dado à União, aos Estados e aos Municípios, que, por meio de sua casa legislativa, exercitarão as competências tributárias, não sendo permitida qualquer delegação ou prorrogação desta com-petência para outro ente que não seja aquele expressamente previsto.

A constituição distribui a competência de estabelecer tributos entre a União, Estados e Municípios conforme será demonstrado a seguir.

UNIÃO:

I. Importação de produtos estrangeiros;

II. Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados;

III. Renda e proventos de qualquer natureza;

IV. Produtos industrializados;

V. Operações de crédito, câmbio e seguros, ou valores e títulos;

VI. Propriedade territorial rural; e

VII. Grandes fortunas.

ESTADOS:

I. Transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos;

II. Operações relativas à circulação de mercadoria e sobre prestação de ser-viços de transportes interestaduais e intermunicipais e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

III. Propriedade de veículos automotores.

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MUNICÍPIOS:

Propriedades predial e territorial urbana;

Transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, ressalvadas as exceções legais;

Serviços de qualquer natureza.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A Constituição Federal assegura que “ninguém será obrigado a fazer ou dei-xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II).

O princípio da legalidade reafirma o disposto no artigo 5°, inciso II da consti-tuição Federal, proibindo expressamente os entes da Federação, ou seja, a União Federal, os Estados e os Municípios de exigir ou aumentar tributos sem que haja uma Lei que o estabeleça.

A exceção dessa regra está no fato de que o Poder Executivo tem a liber-dade de alterar (tanto para maior quanto para menor) a alíquota do Imposto de Exportação (IE) e Imposto de Importação (II), do Imposto de Produto Industrializado (IPI) e Imposto sobre Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) por meio de decreto.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU IGUALDADE

A isonomia veda tratamento desigual aos contribuintes que se encontram em situação equivalente, assim como qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

Este princípio proíbe a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituídos ou aumen-tados. Por exemplo, se for criado um novo tributo com vigência a partir de janei-ro de 2018, fica proibida a cobrança deste tributo para fatos gerados em 2017.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL

O princípio da anterioridade veda a cobrança de tributos e/ou contribuições no mesmo exercício financeiro da sua criação e antes de decorridos 90 (noventa) dias da publicação da lei que o institui ou o aumenta. O ano financeiro no Brasil coincide com o ano civil, ou seja, de 01 de janeiro até 31 de dezembro. Ou seja, se uma lei foi criada e publicada em Maio de 2017 instituindo a cobrança de um novo tributo, este só poderá ser recolhido a partir de janeiro de 2018.

Ao mesmo tempo, se um tributo foi instituído e apenas publicado em 27 de dezembro de 2017, em respeito à anterioridade nonagesimal, este só poderá ser

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recolhido a partir 27 de março de 2018, ou seja, 90 (noventa dias) após a sua pu-blicação. Porém, este princípio também possui exceções.

São exceções quanto ao recolhimento de tributo no mesmo ano da publica-ção da lei: o Imposto de Exportação (IE), o Imposto de Importação (II), o Imposto de Produto Industrializado (IPI), o Imposto sobre Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), o imposto extraordi-nário de guerra e os empréstimos compulsórios destinados a atender despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.

São exceções quanto ao recolhimento de tributo antes de decorridos 90 (noventa) dias da publicação da lei: o Imposto de Exportação (IE), o Imposto de Importação (II), o Imposto sobre Operações de crédito, câmbio e seguro, ou re-lativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), o imposto extraordinário de guerra, os empréstimos compulsórios destinados a atender despesas extraordinárias de-correntes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência e também o Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza (IR) e a fixação da base de cálculo do Imposto sobre Propriedade predial e Territorial Urbana (IPTU) e do Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA).

PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO CONFISCO

O princípio da vedação do confisco proíbe o Estado de confiscar bens (bens materiais e/ou dinheiro) dos contribuintes com o pretexto de cobrar tributos, impedindo-o de se apossar indevidamente de bens particulares.

O intuito do princípio é ainda impedir a cobrança de valores absurdos de tributos pela União, Estados e Municípios. Entende-se que a intenção dele é, por-tanto, não fazer com que o contribuinte seja prejudicado por conta de cobranças que vão além de sua capacidade econômica.

Portanto, para que um tributo não seja considerado confiscatório, deve ser estipulado com bom senso e conforme a necessidade socioeconômica do país.

PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE

É o princípio que garante que a tributação seja maior ou menor dependendo da essencialidade do bem. Ou seja, significa que, se o bem possuir maior essen-cialidade (for mais necessário) a sua alíquota será menor, assim como se o bem não for essencial ou tiver essencialidade menor, a alíquota deste será maior. Essas incidências são consideradas para tributos indiretos, que são aqueles em que o encargo reflete no preço final do produto.

Como exemplo é possível citar a diferença da alíquota de ICMS (Imposto so-bre Circulação de Mercadorias e Serviços) entre cigarros e ovos integrais. O cigar-ro por ter essencialidade menor, ou seja, não ser considerado de uso essencial, tem sua alíquota de 25% no Estado de São Paulo enquanto que a alíquota previs-ta para ovos integrais é de apenas 7%.

O intuito desse princípio é promover uma justiça fiscal.

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PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE

O objetivo do princípio da não cumulatividade é não cobrar duas ou mais vezes um tributo sobre o mesmo fato gerador.

Considerando o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria), e um exem-plo hipotético: uma fábrica que vende para uma empresa atacadista um de seus produtos. A entrega desse produto pela fábrica à atacadista gerará o ICMS pela circulação. Após alguns dias a atacadista vende o mesmo produto a uma loja varejista, que deverá também recolher o imposto sobre a circulação dessa mer-cadoria. É possível perceber por esse exemplo que o ICMS está sendo cobrado duas vezes sobre a circulação do mesmo produto. É isso que o princípio da não cumulatividade tributária visa impedir.

Portanto, no exemplo anterior, o adquirente (a loja atacadista) poderá se cre-ditar do imposto quando realizar a venda do produto para a loja varejista, tendo em vista a fábrica já ter recolhido o que era devido. Para esclarecer, segue o texto normativo da Constituição Federal de 1988.

Art. 153. § 3º O imposto previsto no inciso IV (refere-se ao IPI)1 – será seletivo, em função da essencialidade do produto.Art. 155 § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:I – Será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de ser-viços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.

PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA

Esse princípio visa garantir que, nos termos do artigo 151, inciso I, da Constituição Federal, a tributação da União deverá ser uniforme em todo o território nacional, não podendo criar distinções em relação aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal.

Porém, esse princípio também possui uma exceção. A própria Constituição Federal prevê que visando o equilíbrio socioeconômico entre as regiões, a União poderá estabelecer diferenciação de tributos com o intuito de estimular o desen-volvimento social e econômico.

PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA

Esse princípio veda aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabe-lecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

O intuito desse princípio é impedir a criação de barreiras tributárias entre os Estados e os Municípios que possam restringir a atividade econômica.

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

O princípio da capacidade contributiva visa fazer com que a União, Estados e Municípios avaliem, sempre que possível, a capacidade econômica do contri-buinte antes da instituição de um tributo.

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Os critérios que devem ser observados são:

I. Renda auferida

II. O consumo ou renda dispendida

III. Patrimônio ou renda acumulada

PRINCÍPIO DA TIPOLOGIA TRIBUTÁRIA

Este princípio visa impedir que dois tributos possam ter a mesma base de cálculo. Portanto, as espécies tributárias são definidas pela distinção de dois fa-tores: hipótese de incidência e base de cálculo, conforme depreende do artigo 145, § 2º.

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DOS TRIBUTOS

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Uma obrigação tributária nasce quando, por meio de uma relação jurídica, determinada pessoa pode exigir de outra uma prestação, em razão de prévia de-terminação legal, ou de manifestação de vontade.

Obrigação tributária é a relação de direito público na qual o Estado pode exi-gir do contribuinte uma prestação nos termos e nas condições descritos na lei.

São três os elementos básicos da obrigação tributária:

I. A Lei;

II. O objeto;

III. O fato Gerador.

A Lei é o principal elemento da obrigação, pois cria os tributos e determina as condições de sua cobrança. Contudo, assume em um sistema jurídico formas diferentes de expressão a partir de um texto fundamental, as regras ordinárias de convivência.

O objeto representa as obrigações que o sujeito passivo deve cumprir, segun-do as terminações legais.

As prestações consistem, basicamente, em: pagamento do valor em dinheiro referente ao tributo devido ou à multa imposta por não atendimento à determi-nação legal ou cumprimento de formalidades complementares

O fato gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente para sua ocorrência, ou seja, conceitua-se como o fato que gera a obrigação de pagar.

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CONTRIBUINTE OU RESPONSÁVEL

As partes da obrigação tributária, assim como de qualquer outra obrigação, são de um lado o sujeito ativo e de outro lado o sujeito passivo. O sujeito ativo da obrigação será sempre o ente público (A União, os Estados e os Municípios), que é o criador do tributo.

O Código Tributário Nacional prevê duas espécies de sujeito passivo:

I. O contribuinte: aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerado; e

II. O responsável: aquele que, sem revestir a condição de contribuinte, vê a obrigação de pagar o tributo nascer por força de dispositivo legal.

BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo é o valor sobre o qual se aplica um percentual (alíquota) com a finalidade de apurar o montante a ser recolhido. Ela deve ser definida em lei complementar, estando sua alteração sujeita aos princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade.

ALÍQUOTA

A alíquota é o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálcu-lo, determina o montante do tributo a ser recolhido.

Assim como a base de cálculo, a alteração da alíquota também está sujeita aos princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

As imunidades podem ser classificas como privilégios dados a alguém (pes-soa física ou jurídica) para que se livre ou se isente de certas imposições legais. Algumas imunidades conhecidas são:

I. Imunidade diplomática;

II. Imunidade Judicial;

III. Imunidade Parlamentar;

IV. Imunidade Tributária.

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A imunidade tributária é estabelecida pela constituição e abrange os seguin-tes aspectos:

I. Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, a ren-da ou os serviços, uns dos outros;

II. Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, a renda, os serviços das entidades mantenedoras de templos de qualquer culto;

III. Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das entidades representativas de partidos políticos, sindicatos dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência sem fins lucrativos;

IV. Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre livros, jornais, peri-ódicos e papel destinado à impressão destes.

ISENÇÃO TRIBUTÁRIA

Na linguagem jurídica, a isenção tributária é a dispensa, a imunidade, a con-cessão atribuída a alguma coisa ou alguma pessoa, para que se possa livrar, es-quivar ou desobrigar de algum encargo que a todos pesa, ou para que se livre de qualquer obrigação.

A isenção é concedida por lei e os principais casos são:

I. Templo de qualquer culto;

II. Instituição de educação sem finalidades lucrativas;

III. Instituição de assistência social;

IV. Partido Político;

V. Entidade sindical de trabalhadores.

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TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS

TRIBUTOS DIRETOS

Os tributos diretos são os que recaem definitivamente sobre o contribuinte que está direta e pessoalmente ligado ao fato gerador. Assim, a mesma pessoa é o contribuinte de fato direto.

Esses tributos, para a lei, não podem ser objeto de repercussão, ou seja, não podem ser transferidos para outra pessoa.

Como exemplo é possível citar os tributos que incidem sobre o patrimô-nio e a renda, como o IPTU (Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana), IRPJ (Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e IRPF (Imposto sobre a Renda de Pessoa Física).

TRIBUTOS INDIRETOS

Os tributos indiretos são incidentes na formação do preço, impactam no pa-trimônio e nas etapas econômicas da produção, circulação e consumo. Em outras palavras, os tributos indiretos são aqueles que a cada etapa econômica são re-passados para o preço do produto, mercadoria ou serviço.

Em ciência das finanças econômicas, essa técnica recebe o nome de reper-cussão que é o mesmo que transferir o ônus tributário para consumidor, embu-tindo-o no preço de venda ou do serviço.

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TRIBUTOS: ICMS

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) é uma fon-te de Receita bastante expressiva, de competência Estadual, e está previsto na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 155:

Art. 155 Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

I. [...]II. Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de

serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunica-ção, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Inicialmente, em 1922, denominado Imposto sobre Vendas Mercantis (IVM), tinha um alíquota fixa que incidia sobre suas operações.

Em 1965 foi substituído pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM) e em 1988 incorporou a prestação de serviços de transporte, comunicação, ener-gia elétrica, combustíveis e lubrificantes e passou a ser denominado ICMS.

NÃO CUMULATIVIDADE

Inicia-se com a dedução do ICMS do preço dos insumos, uma vez que esse imposto não-cumulativo será recuperado.

O ICMS é, por determinação constitucional, um imposto não-cumulativo, ou seja, do imposto devido em cada operação será abatido o valor pago na opera-ção anterior.

É assegurado ao contribuinte, salvo disposição expressa em Lei em contrário, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado relativo a mercadoria entrada (real ou simbólica) em seu estabelecimento, em razão de operações re-gulares e tributadas. Para creditar-se do ICMS é necessário que este esteja desta-

MÓDULO 2

TRIBUTOS, REGIMES TRIBUTÁRIOS E SPED

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cado em documento fiscal hábil, que atenda a todas as exigências da legislação pertinente, emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco.

O direito ao crédito está condicionado também à escrituração do respectivo documento fiscal no livro Registro de Entradas, modelo 1 ou 1-A.

O direito ao crédito será extinguido após cinco anos contados da data da emissão do documento fiscal.

Só podem gerar crédito:

I. As entradas de mercadorias destinadas à revenda;

II. As entradas de insumos (matéria-prima, material de embalagem e etc.) utilizados na elaboração de produto destinado à venda, cujas saídas se-jam tributadas.

Como regra geral, se a saída for isenta ou não tributada, o crédito pela en-trada deverá ser anulado por lançamento de estorno, entretanto, em casos es-peciais é permitida manutenção do crédito do ICMS mesmo em saída isenta ou não tributada, como por exemplo, o que diz a Lei 87 de 1996 em seu artigo 21, parágrafo 2°:

“Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que ve-nham a ser objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior.”

A seguir será apresentado um quadro exemplificativo para melhor compreensão.

Quadro exemplificativo:

Venda Compra Valor da Mercadoria Débito Crédito Valor a

Recolher

A B 100.000 18.000 0 18.000

B C 200.000 36.000 18.000 18.000

C D 300.000 54.000 36.000 18.000

Totais 600.000 108.000 54.000 54.000

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Análise do Valor Agregado:

Venda Valor Agregado ICMS Pago

A vendeu por 100.000 100.000 18.000

B vendeu por 200.000 100.000 18.000

C vendeu por 300.000 100.000 18.000

Totais

600.000300.000 54.000

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Vê-se, ao observar os quadros que, sem a não-cumulatividade, o total devido nas três operações do exemplo (R$ 600.000,00) à alíquota de 18% resultaria no recolhimento de ICMS de R$ 108.000,00 e não de R$ 54.000,00, como se apurou, graças ao princípio da não-cumulatividade tributária.

Portanto, o ICMS, na realidade, já é um imposto sobre o valor agregado, ou seja, o IVA que consta em tantos projetos de reforma tributária apresentados.

Não fosse o princípio da não-cumulatividade tributária sobre cada uma des-sas operações, o ICMS incidiria sobre o valor da saída da mercadoria, sem o aba-timento do que foi pago na operação anterior.

CONTRIBUINTES RESPONSÁVEIS

O Código Tributário Nacional classifica como sujeito passivo do imposto:

I. Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerado; e

II. Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obri-gação decorra de disposição expressa em Lei.

CONTRIBUINTES

Pessoa física ou jurídica que realize com habitualidade, ou em volume que caracterize intuito comercial, operação de circulação de mercadoria ou presta-ção de serviço que se caracterizem como fato gerador do ICMS.

RESPONSÁVEIS

De acordo com o Código Tributário Nacional, a Lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a uma terceira pessoa, vincu-lada ao fato gerador da obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou a atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da obrigação.

Os terceiros terão responsabilidade solidária, no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte.

FATO GERADOR

É a situação definida em Lei como necessária para a ocorrência da obrigação tributária, que pode ser principal ou acessória.

Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I. Da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

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II. Do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qual-quer estabelecimento;

III. Da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;

IV. Da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a repre-sente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

V. Do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermu-nicipal, de qualquer natureza;

VI. Do ato final do transporte iniciado no exterior;

VII. Das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retrans-missão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

VIII. Do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:

a) Não compreendidos na competência tributária dos Municípios.

b) Compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência Estadual, como definido na Lei complementar aplicável.

IX. Do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;

X. Do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;

XI. Da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados;

XII. Da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líqui-dos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado quando não destinados à comercialização ou à industrialização;

XIII. Da utilização, por contribuinte de serviço cuja prestação se tenha ini-ciado em outro Estado e não esteja vinculada à operação ou prestação subsequente.

§ 1° Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário

§ 2° Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, e entrega pelo depositário, de mercadoria ou bem importado do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.

§ 3° Na hipótese de entrega de mercadoria ou bens importados do exte-rior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gera-

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dor neste momento, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento do imposto.

BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo será:

I. O valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;

II. O valor total da operação, compreendendo o fornecimento da mercado-ria e a prestação do serviço;

III. No desembaraço aduaneiro, a soma das seguintes parcelas:

O valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação

O imposto de importação

O imposto sobre produtos industrializados

O imposto sobre operações de câmbio

Quaisquer despesas aduaneiras

PIS e COFINS sobre importação

IV. O valor da operação de que decorre a entrada de mercadoria destinada a uso ou consumo ou ativo fixo, sendo o imposto a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

Incluem-se ainda na base de cálculo:

a) O montante do próprio imposto;

b) O valor de seguros, juros e qualquer importância paga, e/ou debi-tada, bem como descontos condicionais concedidos e frete quan-do o transporte for efetuado pelo remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado.

Não se incluem na base de cálculo:

a) O IPI quando a transação não for realizada com contribuinte final do imposto.

Exemplo de Base de Cálculo:

Dados:

Itens Valor R$

Valor da mercadoria 250,00

Frete 60,00

Seguro 25,00

IPI 12,00

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Venda para contribuinte:

Itens Valor R$

Valor da mercadoria (A) 250,00

Frete (B) 60,00

Seguro (C) 25,00

IPI (D) 12,00

Base de cálculo é igual a A + B + C = R$ 335,00

Venda para consumidor final:

Itens Valor R$

Valor da mercadoria (A) 250,00

Frete (B) 60,00

Seguro (C) 25,00

IPI (D) 12,00

Base de cálculo é igual a A + B + C + D = R$ 347,00

IMUNIDADE

A Imunidade é imposta pela Constituição Federal e, no caso do ICMS, temos os seguintes exemplos:

a) Livros;

b) Jornais;

c) Periódicos;

d) Papel destinado a impressão dos itens acima;

e) Templos de qualquer culto religioso.

NÃO INCIDÊNCIA

É a situação em que a norma jurídica de tributação não se aplica em virtude do tipo de operação.

Exemplos:

I. Circulação com livro, jornal, periódico e o papel destinado à sua impressão;

II. Operação e prestação que destine ao exterior mercadoria ou serviço.

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ISENÇÃO

As isenções são decorrentes de Lei e possuem condições, requisitos e prazos determinados.

No caso do ICMS são os convênios celebrados e ratificados pelos Estados que modificam a norma básica fazendo com que o imposto, em regra, devido, não o seja em outras circunstâncias.

SUSPENSÃO

É a postergação temporária da exigibilidade do tributo.

Há suspensão do imposto em:

a) A saída e o respectivo retorno de mercadoria destinada a conserto, reparo ou industrialização;

Não se aplica à saída para fora do Estado de sucata e produto primário de ori-gem animal ou vegetal, salvo se houver acordo entre os Estados.

É condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de origem no prazo de 180 dias, contado da data da saída, podendo ser prorrogável por igual período pela repartição fiscal.

b) A saída e o respectivo retorno de mercadoria para fim de demonstração, quando o destinatário estiver localizado neste Estado e for contribuinte do imposto, excluída a saída de mostruário e a remessa para estabelecimento do mesmo titular ou de terceiros, para fins de simples exposição (com re-torno em trinta dias, prorrogáveis por igual período, a critério da repartição fiscal).

ALÍQUOTAS

As alíquotas são o percentual incidente sobre a base de cálculo para a deter-minação do valor do imposto.

Há três tipos de alíquotas:

a) Interestadual: quando destinatário e remetente estiverem localizados em unidades da Federação distintas;

b) Exportação: quando o destinatário estiver no exterior;

c) Interna: quando o destinatário e remetente estiverem localizados na mes-ma unidade da Federação.

ALÍQUOTAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

I. Nas operações ou prestações internas ou naquelas que forem iniciadas no exterior:

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a) 18% como regra geral;

b) 12% para transporte, ou casos especiais de redução de alíquota;

c) 7% para gêneros alimentícios considerados essenciais por Lei;

d) 25% para telecomunicações, fornecimento de energia elétrica e outras atividades econômicas indicadas em Lei.

II. Nas operações ou prestações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes localizados nos Estados das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no Espírito Santo – 7%;

III. Nas operações ou prestações interestaduais que destinarem mercado-rias ou serviços a contribuintes localizados nos Estados das Regiões Sul e Sudeste – 12%.

EXEMPLO PRÁTICO

Segue o exemplo prático da contabilização do ICMS.

Dados:

Informações:

A) Compra de mercadoria a prazo no valor de R$ 100.000,00

B) Venda de mercadoria a prazo no valor de R$ 140.000,00

C) O estoque final é 0 e o custo foi total

D) Alíquota do ICMS é de 18%

Contabilização da compra:

Contas Débito Crédito

Estoque R$ 100.000,00

Fornecedores R$ 100.000,00

ICMS a recuperar R$ 18.000,00

Estoque R$ 18.000,00

Contabilização da venda

Contas Débito Crédito

Clientes R$ 140.000,00

Receitas com vendas R$ 140.000,00

ICMS sobre vendas R$ 25.200,00

ICMS a recolher R$ 25.200,00

Contabilização geral em razonetes.

O primeiro momento, que é referente à compra da mercadoria, renderá dois lançamentos simultâneos conforme apresentado abaixo.

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Estoques

(Ativo)

Fornecedores

(Passivo)

1A  100.000,00

18.000,00

1B

100.000,00 1A

ICMS a recuperar

(Ativo)

1B 18.000,00

O segundo momento, que é referente à venda da mesma mercadoria, tam-bém renderá dois lançamentos simultâneos.

Clientes

(Ativo) Receitas com vendas

(Resultado)

2A 140.000,00 140.000,00 2A

ICMS a recolher

(Passivo)

(-) ICMS sobre vendas

(Reduz a Receita no Resultado)

25.200,00 2B 2B 25.200,00

No terceiro momento deverá ser apurado o total a recolher de ICMS, o que renderá mais um lançamento. Para tanto, basta confrontar as contas de ICMS a recuperar e ICMS a recolher, zerando a de menor valor.

ICMS a recuperar

(Ativo)

ICMS a recolher

(Passivo)

1B 18.000,00 25.200,00 2B

18.000,00 3 3 18.000,00

0,00 7.200,00

Nas operações interestaduais devem-se respeitar os convênios e protocolos entre os Estados, o que pode exigir o cálculo de diferencial de alíquota.

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TRIBUTOS: SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS

A substituição tributária é o ato de se transferir a responsabilidade do im-posto para outro sujeito, passivo da cadeia produtiva, determinado pelo Estado, sem com isso retirar a condição de contribuinte de cada elo da cadeia produtiva.

O substituto paga o imposto sobre sua operação e retém o imposto sobre operações subsequentes.

TIPOS

Existem três tipos de substituição tributária: a substituição antecedente, a concomitante e a subsequente.

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ANTECEDENTE

Também conhecida como substituição “para trás” ou “regressiva”, esse tipo acontece quando o imposto a ser recolhido é originado de operação ou presta-ção de serviço já ocorrida.

Nesse tipo, o pagamento do imposto é adiado. De uma forma prática, o con-tribuinte que receber a mercadoria terá que arcar com o recolhimento do impos-to devido em relação ao fato gerador ocorrido anteriormente.

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA CONCOMITANTE

Esse tipo de substituição passa a obrigação do pagamento do imposto a ou-tro contribuinte no lugar daquele que realiza a prestação de serviço ou operação.

Um dos exemplos que se pode mencionar é a substituição tributária que ocorre em serviços de transportes realizados por autônomos ou por empresas que não estejam inscritas no cadastro de contribuintes do ICMS no Estado em que a atividade se inicia. Nesse caso, o fato gerador do ICMS passa a ser uma obrigação do tomador do serviço no lugar do próprio prestador.

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SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA SUBSEQUENTE

Ao contrário do tipo antecedente, esse tipo de substituição tributária é tam-bém conhecido como substituição tributária “para frente”. Ele é caracterizado por passar a responsabilidade do recolhimento do imposto para um determinado contribuinte antecipando as operações subsequentes.

Geralmente, neste tipo de substituição tributária, o primeiro da cadeia pro-dutiva será o responsável pelo pagamento do imposto a que se refere todas as operações seguintes.

APLICAÇÃO DO REGIME

De acordo com o artigo 313-A, do decreto 52.364 de 13 de Novembro de 2007, que introduz alterações no Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – RICMS:

[...] fica atribuída a responsabilidade pela retenção e pelo pagamento do imposto incidente nas saídas subsequentes:

I. a estabelecimentos fabricante ou importador ou a arrematante de mercadoria importada do exterior e apreendida, localizada neste Estado (desde que constantes na lista de obrigatoriedades);

II. a qualquer estabelecimento localizado em território paulista que re-ceber mercadoria referida neste artigo diretamente de outro Estado sem a retenção antecipada do imposto.

NÃO APLICAÇÃO DO REGIME

Não haverá retenção na fonte quando o fabricante/importador transferir/vender para:

I. Sua filial atacadista (esta fará a substituição tributária quando vender);

II. Uma pessoa física ou uma empresa não inscrita no Estado no cadastro de contribuintes (Consumidor final);

III. Uma construtora (Consumidor final);

IV. Outra indústria.

Quando uma indústria remete insumos para industrialização sob encomen-da, o industrializador ao devolver o produto aplicará as regras da industrialização sob encomenda (industrialização por terceiros) e não será substituto.

Quando uma indústria encomenda a industrialização completa de um produ-to com sua marca em outra indústria, não utilizando as regras da industrialização sob encomenda, mas adquirindo o produto pronto, também não será utilizada a substituição tributária pelo fato de que, na venda de substituto para substituto (indústria para indústria) não se deve aplicar a ST. A indústria adquirente fará a substituição tributária quando vender para um revendedor.

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Porém, se um hipermercado adquire produto de indústria com a marca fan-tasia do hipermercado, haverá a ST pela indústria, pois, nesta situação, há uma venda de um fabricante para um comerciante revendedor.

CRÉDITO DO IMPOSTO

O substituído não se credita e nem faz débito do imposto, pois se supõe que este fará vendas posteriores utilizando a mesma forma de tributação, ou seja, considerando que o ICMS devido em toda cadeia já foi recolhido.

Há, porém, exceções no crédito quando permitido por Lei, como por exem-plo, na aquisição de imobilizado.

BASE DE CÁLCULO

Há três tipos de bases de cálculo:

I. Fixada por Autoridade Competente (Pauta);

II. Sugerida pelo Fabricante;

III. Valor da Operação (incluindo frete, IPI, seguro e todas as despesas perti-nentes) acrescido de um Índice de Valor Agregado (IVA).

No caso do item III, cada produto tem um IVA próprio, divulgado pela Fazenda de São Paulo.

OPERAÇÕES INTERESTADUAIS

Nas operações interestaduais haverá substituição tributária quando existir acordo (Protocolo ou Convênio) entre os Estados.

Nesse caso, o remetente ficará obrigado a calcular o ICMS retido, cobrar do destinatário em sua nota fiscal e repassar ao outro Estado.

Pode existir Protocolo de Mão Única, quando São Paulo autoriza o outro Estado de exigir a retenção por ST apenas nas remessas saídas de São Paulo para outro Estado. Nesse caso, o paulista será substituído quando vender a revende-dor daquele Estado, mas a mesma mercadoria remetida do outro Estado para São Paulo, não terá ST.

TRIBUTOS: IPI

O IPI é um imposto sobre a circulação econômica e grava sua etapa inicial na produção ou na importação.

Não está sujeito ao princípio da anterioridade por expressa disposição cons-titucional (§ 1º do art. 153 da C.F.), razão pela qual suas alíquotas podem ser alte-radas durante o exercício financeiro.

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O IPI deve atender também ao princípio da seletividade, ou seja, gravar o produto em razão de sua essencialidade (§ 3º do art. 153 da C.F.).

Assim, os produtos mais essenciais devem ser menos tributados ou até isen-tos, elevando-se a tributação para os considerados supérfluos ou até nocivos como, por exemplo, o cigarro.

SISTEMÁTICA

A sistemática do IPI é semelhante à do ICMS na forma de escrituração e apu-ração do imposto devido. Entretanto, o IPI, que nada mais é do que o antigo imposto de consumo com outra denominação, tem como contribuinte de fato o consumidor final. O estabelecimento industrial ou equiparado não é o contri-buinte de fato, mas o responsável que, por determinação legal, deve cobrá-lo deste e repassá-lo à união.

Por exemplo, na venda de um produto por R$ 100,00, que é o preço negocia-do entre vendedor e comprador, a lei determina que sobre esse preço seja calcu-lado o IPI, por exemplo, de 20%. Ele deve ser destacado na nota fiscal e cobrado do comprador, por ordem e conta da união.

Exemplo:

Preço da Mercadoria 100,00

IPI 20% 20,00

Total da Nota Fiscal 120,00

DEFINIÇÃO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

O art. 4˚do RIPI/2010 (Decreto n. 7.212/2010) define:

Art. 4˚ caracteriza-se industrialização qualquer operação que modifi-que a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoamento para consumo, tal como:

I. A que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, impor-te na obtenção de espécie nova (transformação);

II. A que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, al-terar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);

III. A que consista na reunião de produtos, peças ou partes de que resul-te um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);

IV. A que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação de embalagem que se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou recondicionamento);

V. A que, exercida sobre o produto usado ou parte remanescente de pro-duto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização. (renovação ou recondicionamento).

O art. 4˚do RIPI/2010 (Decreto nº 7.212/2010):

Parágrafo único: são irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado na obtenção do produto e a lo-calização e condições das instalações ou equipamentos empregados.

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FATO GERADOR

De acordo com o artigo 35 do RIPI/2010, fato gerador é:

I. O desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;

II. A saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.

NÃO CUMULATIVIDADE

O IPI é, por determinação constitucional, um imposto não cumulativo. Do im-posto devido em cada operação pode ser compensado o valor pago na operação anterior.

É assegurado ao contribuinte, salvo disposição legal em contrário, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado na aquisição de insumos (ma-téria-prima, produtos intermediários e material de embalagem) empregados na industrialização de produtos tributados destinados à venda.

CRÉDITO

Para creditar o IPI pago na aquisição de insumos, é necessário que este seja destacado em documento fiscal hábil (que atenda a todas as exigências da legis-lação pertinente) emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco.

O direito ao crédito está condicionado também à escrituração do respectivo documento fiscal no livro registro de entradas, modelo 1 ou 1-A.

O direito ao crédito extinguir-se-á após cinco anos contados da data de emis-são do documento fiscal.

Somente podem gerar crédito as entradas de insumos utilizados na elabora-ção de produtos destinados à venda, cujas saídas sejam tributadas.

Como regra geral, se a saída for isenta, não tributada, ou com alíquota reduzi-da à zero, o crédito deverá ser anulado por lançamento de estorno.

Em casos especiais é permitida a manutenção do crédito do IPI mesmo em saída isenta, não-tributada ou de alíquota zero, a título de incentivo fiscal. Esse direito deverá ser concedido por Lei Federal.

Os importadores de produtos estrangeiros, embora comerciantes, são equi-parados a industriais para efeito do IPI.

Os importadores têm direito ao crédito do IPI pago no desembaraço adua-neiro desde que a mercadoria importada esteja acompanhada de documenta-ção fiscal hábil e que a saída do produto seja tributada.

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CRÉDITO ATACADISTAS

Os comerciantes atacadistas de insumos (matérias-primas, produtos inter-mediários e material de embalagem) são equiparados facultativamente aos industriais.

Se optarem pela equiparação nos termos dos artigos 9 a 11 do RIPI/2010, destacarão o IPI relativo à saída na nota fiscal.

Essa equiparação foi criada com o objetivo de possibilitar o crédito do IPI pelos estabelecimentos industriais que adquirem insumos de comerciantes atacadistas.

Se, entretanto, o comerciante atacadista não optar pela equiparação a indus-trial, mesmo assim é possível ao adquirente efetuar o crédito do IPI mediante a aplicação de alíquota a que estiver sujeito o produto sobre 50% (cinquenta por cento) do valor constante da respectiva nota fiscal.

IMUNIDADE

São imunes do IPI:

I. Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;

II. Os produtos industrializados destinados ao exterior;

III. O ouro, quando definido em Lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

IV. A energia elétrica, derivadas de petróleo, combustíveis e minerais do país.

ISENÇÃO

São isentas do IPI:

I. Os produtos industrializados por instituições de educação ou de assistên-cia social, quando se destinem, exclusivamente, a uso próprio ou a distri-buição gratuita a seus educandos ou assistidos, no cumprimento de suas finalidades;

II. As amostras de produtos para distribuição gratuita, de diminuto ou ne-nhum valor comercial, assim considerados os fragmentos ou partes de qualquer mercadoria, em quantidade estritamente necessária a dar a co-nhecer a sua natureza, espécie e qualidade;

III. Os pés isolados de calçados, conduzidos por viajante do estabelecimento industrial, desde que tenham gravada, no solado, a expressão “amostra para viajante”;

IV. As aeronaves de uso militar, e suas partes e peças, vendidas à união;

V. Os caixões funerários;

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VI. A bagagem de passageiros desembaraçada com isenção do imposto de importação na forma da legislação pertinente;

VII. As embarcações, exceto as recreativas e as esportivas;

VIII. Os equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos, assim como os aces-sórios, sobressalentes e ferramentas que, em quantidade normal, acompa-nhem esses bens destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, quando adquiridos por empresas industriais e agropecuárias nacionais que executarem programas de desenvolvimento tecnológico industrial (PDTI) e programas de desenvolvimento tecnológico agropecuário (PDTA).

SUSPENSÃO

Podem gozar da suspensão do IPI:

I. O óleo de menta em bruto, produzido por lavradores, com emprego do produto de sua própria lavoura, quando remetido a estabelecimentos in-dustriais, diretamente ou por intermédio de postos de compra;

II. Os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, diretamente a exposição em feiras de amostras e promoções semelhantes;

III. Os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, a depósitos fechados ou armazéns-gerais, bem como aqueles devolvidos ao remetente;

IV. As matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de emba-lagem destinados à industrialização, desde que os produtos industriali-zados sejam enviados ao estabelecimento remetente daqueles insumos;

V. Os produtos que, industrializados na forma do inciso VI e em cuja ope-ração o executor da encomenda não tenha utilizado produtos de sua industrialização ou importação, forem remetidos ao estabelecimento de origem e desde que sejam por este destinados:

a) A comércio; ou

b) A emprego, como matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, em nova industrialização que dê origem a saída de pro-duto tributado;

VI. As matérias-primas ou os produtos intermediários remetidos por estabe-lecimento industrial, para emprego em operação industrial realizada fora desse estabelecimento, quando o executor da industrialização for o pró-prio contribuinte remetente daqueles insumos;

VII. O veículo, aeronave ou embarcação dos capítulos 87, 88 e 89 da TIPI, que deixar o estabelecimento industrial exclusivamente para emprego em provas de engenharia pelo próprio fabricante, desde que a ele tenha de voltar, não excedido o prazo de permanência fora da fábrica, que será de trinta dias, salvo motivos de ordem técnica devidamente justificados, e constará da nota fiscal expedida para esse fim;

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VIII. Os produtos remetidos, para industrialização ou comércio, de um esta-belecimento industrial ou equiparado a industrial para outro da mesma firma;

IX. Os bens do ativo permanente (máquinas e equipamentos, aparelhos, instrumentos, utensílios, ferramentas, gabaritos, moldes, matrizes e se-melhantes) remetidos pelo estabelecimento industrial a outro estabele-cimento da mesma firma, para serem utilizados no processo industrial do recebedor;

X. Os bens do ativo permanente remetidos pelo estabelecimento industrial a outro estabelecimento, para serem utilizados no processo industrial de produtos encomendados pelo remetente, desde que devam retornar ao estabelecimento encomendante, após o prazo fixado para a fabricação dos produtos;

XI. As partes e peças destinadas a reparo de produtos com defeito de fabri-cação, quando a operação for executada gratuitamente por concessioná-rios ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante;

XII. As matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embala-gem, de fabricação nacional, vendidos a:

a) estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destina-dos à exportação; ou

b) estabelecimento comercial, para industrialização em outro estabele-cimento da mesma firma ou de terceiro, de produto destinado à ex-portação; e

XIII. Produtos para emprego ou consumo na industrialização ou elaboração de produto a ser exportado, adquiridos no mercado interno ou importados.

ALÍQUOTA

O Decreto 7.660/2011 apresenta a tabela de incidência do IPI (TIPI) que con-tém um agrupamento de produtos listados por capítulo que representam grupos classificados de acordo com seu código de Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). É nesta tabela que encontramos a alíquota do IPI, para cada produto.

EXEMPLO PRÁTICO

Dados

Item Valor

Mercadoria X 150.000

Alíquota do IPI 10%

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Valor da Nota Fiscal de venda

Item Valor

Mercadoria X 150.000

(+) IPI 15.000

(=) Total da Nota Fiscal 165.000

Contabilização

Contas Débito Crédito

Clientes 165.000

Receitas com vendas 150.000

IPI a recolher 15.000

Total 165.000 165.000

Razonetes

Clientes

(Ativo)

Receita com vendas

(Resultado)

IPI com vendas

(Reduz a Receita no Resultado)

165.000 150.000 15.000

TRIBUTOS: PIS E COFINS

São contribuintes do PIS e da COFINS, com base no faturamento mensal, as pessoas jurídicas com fins lucrativos.

Entende-se como faturamento o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica.

Existem atualmente dois regimes de apuração, o cumulativo e o não cumulativo.

As entidades sem fins lucrativos também são contribuintes do PIS, porém, a base de cálculo é o total da folha de salários com a alíquota incidente de 1%.

REGIME CUMULATIVO

O regime cumulativo é obrigatório às empresas que apuram IRPJ e CSLL pelo lucro presumido. Nesse regime não é permitida a dedução de créditos.

A base de cálculo do PIS e da COFINS é a receita bruta descontada do IPI e devoluções. Ela inclui todas as receitas operacionais auferidas, independente de sua denominação.

As alíquotas sobre o faturamento são as seguintes:

I. PIS = 0,65%

II. COFINS = 3,00%

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EXEMPLO PRÁTICO DO REGIME CUMULATIVO

Para o exemplo prático será utilizado o seguinte dado:

I. Faturamento mensal de R$ 200.000,00

A apuração mensal do PIS e da COFINS será então:

I. PIS = Faturamento X Alíquota de 0,65% = 200.000 x 0,65% = R$ 1.300,00

II. COFINS = Faturamento X Alíquota de 3% = 200.000 x 3% = R$ 6.000,00

Contabilização

Contas Débito Crédito

Caixa 200.000

Receitas com vendas 200.000

PIS sobre vendas 1.300

PIS a recolher 1.300

COFINS sobre vendas 6.000

COFINS a recolher 6.000

Total 207.300 207.300

Razonetes

Caixa

(Ativo)

Receita com vendas

(Resultado)

200.000 200.000

(-) PIS s/ vendas

(Redutor da Receita no Resultado)

PIS a recolher

(Passivo)

1.300 1.300

(-) COFINS s/ vendas

(Redutor da Receita no Resultado)

COFINS a recolher

(Passivo)

6.000 6.000

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REGIME NÃO CUMULATIVO

O regime não cumulativo admite o direito ao crédito relativo à entrada de mercadorias, bens e serviços e também de custos, despesas e encargos da pes-soa jurídica. Foi instituído pela Lei 10.637/2002 para o PIS e pela Lei 10.833/2003 para a COFINS.

Devem seguir esse regime as pessoas jurídicas optantes pelo lucro real com exceção de:

I. Instituições financeiras;

II. Cooperativas de crédito;

III. Pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imo-biliários e financeiros;

IV. Operadoras de planos de assistência à saúde;

V. Cooperativas (exceto de agropecuária e de consumo) e empresas particu-lares de serviços de vigilância e transporte de valores.

As alíquotas sobre o faturamento são as seguintes:

PIS = 1,65%

COFINS = 7,60%

Contudo nesse regime poderá descontar créditos.

EXCLUSÕES DA RECEITA BRUTA

Para cálculo do PIS e da COFINS do regime não cumulativo deve-se excluir:

I. Receitas isentas ou não alcançadas pelas contribuições ou alíquota zero;

II. Das vendas canceladas;

III. Descontos incondicionais concedidos;

IV. Do ICMS substituição tributária;

V. Do IPI;

VI. Resultados positivos de avaliação de investimentos pelo valor de patri-mônio líquido;

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CRÉDITOS

Poderá tomar créditos sobre:

I. Aquisições de bens para revenda efetuada no mês;

II. Aquisições, efetuadas no mês, de bens e serviços utilizados como insu-mos na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes;

III. Bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita de venda tenha inte-grado o faturamento do mês ou de mês anterior, e tenha sido tributada no regime de incidência não cumulativa;

IV. Das despesas e custos incorridos no mês, relativos:

a) À energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;

b) A aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, utilizados nas ativi-dades da empresa;

c) A contraprestação de operações de arrendamento mercantil pagas a pessoa jurídica não contribuinte do simples;

d) Armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor;

V. Dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, rela-tivos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado;

VI. Dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, adquiri-das ou realizadas e utilizadas nas atividades da empresa.

EXEMPLO PRÁTICO DO REGIME NÃO CUMULATIVO

Dados:

Item Valor

Compras 30.000

Vendas 75.000

Apuração do PIS

Débito de PIS (PIS sobre vendas)

75.000 x 1,65% R$ 1.237,50

Crédito de PIS (PIS sobre compras)

30.000 x 1,65% R$ 495,00

Apuração (Débito – Crédito)

R$ 742,50

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Apuração da COFINS

Débito de COFINS (sobre vendas)

75.000 x 7,6% R$ 5.700,00

Crédito de COFINS (sobre compras)

30.000 x 7,6% R$ 2.280,00

Apuração (Débito – Crédito)

R$ 3.420,00

Contabilização

PIS sobre compras

Contas Débito Crédito

Compras 30.000

Fornecedores 30.000

PIS a Recuperar 495

Compras 495

Total 30.495 30.495

PIS sobre vendas

Contas Débito Crédito

Clientes 75.000,00

Receitas com vendas 75.000,00

PIS sobre vendas 1.237,50

PIS a recolher 1.237,50

Total 76.237,50 76.237,50

PIS – Apuração do saldo a recolher

Contas Débito Crédito

PIS a recolher 495

PIS a recuperar 495

PIS – Razonetes

Compras

(Ativo)

Fornecedores

(Passivo)

PIS a recuperar

(Ativo)

30.000 30.000 495

495 495

Clientes

(Ativo)

Receitas com vendas

(Resultado)

(-) PIS s/ vendas

(Reduz a Receita no Resultado)

75.000 75.000 1.237,50

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PIS a recolher

(Passivo)

1.237,50

495

742,50

COFINS sobre compras

Contas Débito Crédito

Compras 2.280

COFINS a Recuperar 2.280

Total 2.280 2.280

COFINS sobre vendas

Contas Débito Crédito

COFINS sobre vendas 5.700

COFINS a recolher 5.700

Total 5.700 5.700

COFINS – Apuração do saldo a recolher

Contas Débito Crédito

COFISN a recolher 2.280

COFINS a recuperar 2.280

Total 2.280 2.280

COFINS – Razonetes

Compras

(Ativo)

Fornecedores

(Passivo)

COFINS a recuperar

(Ativo)

30.000 30.000 2.280

2.280 2.280

Clientes

(Ativo)

Receitas com vendas

(Resultado)

(-) COFINS s/ vendas (Reduz a Receita

no Resultado)

75.000 75.000 5.700,00

COFINS a recolher

(Passivo)

5.700

2.280

3.420

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REGIME MISTO

Em regra geral, as empresas optantes pelo lucro real apuram o PIS e a COFINS de forma não cumulativa, ou seja, compensando créditos. Contudo, há exceções nessa regra, dependendo da atividade.

Nesse caso, se a atividade estiver enquadrada na exceção deverá haver apu-ração do PIS e da COFINS pelo regime cumulativo, mesmo sendo optante pelo lucro real.

Se a empresa exercer mais de uma atividade, e apenas uma delas se enqua-drar na exceção, então fará uma apuração no regime cumulativo para a exceção, e uma no não cumulativo para as receitas não compreendidas na exceção.

As exceções para o Regime Não Cumulativo são:

I. Venda de álcool para fins carburantes;

II. Substituição tributária do PIS/COFINS;

III. Venda de veículos usados – Lei 9.716/1998;

IV. Serviços de telecomunicações;

V. Jornais e periódicos, empresas jornalísticas, radiodifusão;

VI. Mercado atacadista de energia elétrica;

VII. Transporte coletivo, rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros;

VIII. Educação infantil, ensino fundamental, médio e superior;

IX. Hospital, clínica médica, pronto-socorro;

X. Lojas francas;

XI. Call center, telemarketing, etc.;

XII. Hotelaria, organização de eventos, etc.;

XIII. Correios e telégrafos;

XIV. Concessionárias de rodovias;

XV. Agências de viagem e turismo;

XVI. Desenvolvimento de software ou licenciamento, cessão, análise, progra-mação, instalação, páginas eletrônicas, etc.;

XVII. Revenda de imóveis, desmembramentos ou loteamentos de terrenos, in-corporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda, quan-do decorrentes de contrato firmado antes de 31/10/2003;

XVIII. Cartões telefônicos;

XIX. Parques Temáticos.

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TRIBUTOS: ISSQN

O ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza) é de competência dos municípios e do distrito federal, de acordo com a Constituição Federal.

“art. 156. Compete aos municípios instituir imposto sobre:(...)III – Serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar:3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(...)- Fixar suas alíquotas máximas e mínimas;- Excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior;- Regular a forma e as condições como isenções, incentivos, e benefí-cios fiscais serão concedidos e revogados”.

O contribuinte responsável pelo ISSQN é o prestador do serviço, porém, a Lei pode transferir a responsabilidade para o tomador dos serviços.

As alíquotas variam de município para município, respeitando os limites mí-nimo e máximo.

LEI COMPLEMENTAR 116/2003

Editada em 2003, foi criada para esclarecer algumas polêmicas em relação ao ISSQN, como a definição clara do local de prestação de serviços, as alíquotas mínimas e máximas do imposto, entre outras.

As principais inovações são:

I. Amplia o alcance da lei, subordinando, além de prestadores de serviços, também os tomadores de serviços como responsáveis;

II. Dá ampla competência para os municípios definirem os responsáveis, mediante Lei;

III. Fixa a alíquota máxima em 5%

IV. Fixa a alíquota mínima em 2% (incluída pela LC 157/2016).

FATO GERADOR

O fato gerador do imposto é a prestação de serviços de qualquer natureza, constantes na lista de serviços dispostos na Lei complementar 116/03, ainda que não constituam a atividade preponderante do prestador.

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INCIDÊNCIA

O ISSQN incide sobre:

I. O preço dos serviços;

II. O preço dos serviços proveniente do exterior ou cuja prestação tenha se iniciado lá.

Os serviços da lista ficam sujeitos apenas ao ISSQN, ainda que envolvam o fornecimento de mercadorias.

A incidência do ISSQN não depende da denominação dada ao serviço prestado.

NÃO INCIDÊNCIA

O ISSQN não incide sobre:

I. As exportações de serviços;

II. Serviços de empregados, trabalhadores avulsos, diretores ou membros dos conselhos consultivos e fiscais das sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes delegados.

BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.

Considera-se preço do serviço todo o valor cobrado, inclusive reembolsos, reajustamentos, doações, contribuições, dispêndios, etc.

Na falta de preços será tomado como base de cálculo o valor cobrado dos usuários ou contratantes de serviços similares.

ISENÇÃO

Estão isentas do ISSQN:

I. Os profissionais ambulantes, jornaleiros e também os localizados em feiras-livres;

II. As associações de classe, os sindicatos e respectivas federações e confederações;

III. As associações culturais, recreativas e desportivas;

IV. Os serviços de veiculação de publicidade prestados por táxis autônomos e táxis de cooperativas;

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V. As promoções de consertos, receitas, shows, festividades, exposições, quermesses e espetáculos similares, cujas receitas se destinem integral-mente a fins assistenciais;

VI. Os músicos, artistas e técnicos de espetáculos, definidos em lei.

LOCAL DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

De acordo com a LC 116/2003, o local de prestação de serviço é o município onde está localizado o estabelecimento do prestador de serviço.

As Exceções Estão Dispostas Nos Incisos I A XXII do artigo 3º da referida lei. Portanto, fora as exceções, devem ser recolhidos os impostos no município onde o serviço é prestado.

ESTABELECIMENTO

O artigo 4º da Lei Complementar 116/2013 determina o que entende por estabelecimento:

“[...] Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contri-buinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanen-te ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas”.

EXEMPLO PRÁTICO

Dados:

Prestação de Serviços R$ 50.000,00

ISS 2%

Contabilização

Contas Débito Crédito

ISSQN 1.000

ISSQN a recolher 1.000

Total 1.000 1.000

Razonetes

Clientes

(Ativo)

Receitas com serviços

(Resultado)

ISSQN

(Reduz a Receita no Resultado)

50.000 50.000 1.000

ISSQN a recolher

(Passivo)

1.000

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REGIMES TRIBUTÁRIOS

LUCRO REAL

É a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contá-beis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais.

A apuração do lucro real é feita na parte A do livro de apuração do lucro real, mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração (trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais autorizadas pela legis-lação do imposto de renda, de acordo com as determinações contidas na instru-ção normativa SRF nº 28, de 1978, e demais atos legais e infra legais posteriores.

É importante relembrar que o lucro real não é o mesmo que lucro contábil. O lucro real é meramente fiscal e serve para pagamento de impostos com a base de cálculo que o governo definir.

Para efeito da incidência do imposto sobre a renda, o lucro real das pessoas jurídicas deve ser apurado na data de encerramento do período de apuração (LEI nº 9.430 de 1996, artigos 1º e 2º).

O período de apuração encerra-se:

I. Nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, no caso de apuração trimestral do imposto de renda;

II. No dia 31 de dezembro de cada ano-calendário, no caso de apuração anual do imposto de renda;

III. Na data da extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação to-tal de seu acervo líquido;

IV. Na data do evento, nos casos de incorporação, fusão ou cisão da pessoa jurídica.

OBRIGATORIEDADE

Estão obrigadas a optar pelo lucro real para apuração de impostos as pessoas jurídicas que estiverem enquadradas em uma das seguintes situações:

I. Que tenham receita total, no ano-calendário anterior, superior ao limite de R$ 78.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses (R$ 6.500.000,00 por mês de atividade);

II. Que tenham atividades de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, Caixas Econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, socie-dades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, co-operativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta.

III. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

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IV. Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais, relativos à isenção ou redução do imposto;

V. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento men-sal pelo regime de estimativa na forma do RIR/1999, art. 222;

VI. Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, fi-nanceiros e do agronegócio (Lei 12.249/2010).

Empresas não obrigadas também podem optar pelo regime, no entanto, recomenda-se que sejam feitos cálculos cautelosos, especialmente, em relação ao PIS e a COFINS.

ALÍQUOTA IRPJ E ADICIONAL

O IRPJ devido em cada período será calculado a alíquota de 15% sobre a base de cálculo.

O adicional do imposto de renda será devido quando a parcela da base de cálculo apurada exceder a R$ 20.000,00/mês, ou R$ 60.000,00 no trimestre. Para esses casos, a alíquota é de 10%.

ALÍQUOTA CSLL

Para o cálculo da contribuição social deve ser aplicada a alíquota de 9% sobre a base de cálculo apurada, conforme a legislação vigente.

REGIME DE CAIXA OU COMPETÊNCIA?

No Regime de competência, as receitas são computadas em função do mo-mento em que nasce o direito de recebê-las, e as despesas no momento em que nasce a obrigação de pagá-las.

O regime de caixa, para a apuração do lucro real só é permitido nos seguintes casos:

I. Contrato de fornecimento à entidades governamentais;

II. Atividade imobiliária;

III. Venda a prazo de permanente;

IV. Variação cambial.

ADIÇÕES

No lucro real deverão ser adicionados ao lucro líquido: custos, despesas, en-cargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do resultado que, de acordo com a legislação do imposto de renda, não sejam dedutíveis (art. 249, I e parágrafo único, do RIR/99).

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As adições objetivam o aumento do lucro real da empresa.

Exemplos de adições:

I. Provisões – exceto: férias, décimo terceiro salário, perda de estoque (edi-toras e distribuidoras de livros), perdas no recebimento de créditos (des-de que obedecendo aos limites e condições estabelecidos);

II. Brindes;

III. Depreciação de bem que tenha sido objeto de depreciação acelerada a título de incentivo fiscal, (somente para o IRPJ);

IV. Contribuição social só para IRPJ (indedutível desde janeiro de 1997);

V. Resultado negativo da avaliação, pela equivalência patrimonial de inves-timentos relevantes em sociedades coligadas ou controladas;

VI. Despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;

VII. Multas por transgressões a normas de natureza não tributária (trânsito, vigilância sanitária, etc.);

VIII. Doações (fundo dos direitos da criança e do adolescente); etc.

MULTAS DEDUTÍVEIS

São multas dedutíveis:

I. Multas fiscais de natureza compensatória, como a multa pelo recolhimen-to espontâneo fora do prazo de tributos;

II. Multas impostas por infração que não resultem em falta ou incidência de pagamento de tributos, como a multa pelo recolhimento espontâneo fora do prazo das declarações.

MULTAS INDEDUTÍVEIS

São multas indedutíveis:

I. Multas relativas à infração a normas de natureza não tributária, tais como: multa de trânsito, multas do código de defesa do contribuinte, multas relativas ao FGTS e ao INSS, multas contratuais, entre outras;

II. Multas punitivas: impostos por ocasião do lançamento de oficio ou auto de infração, visando punir o contribuinte por infração que tenha resulta-do falta ou insuficiência de pagamento de tributos, como por exemplo: multa de oficio pela falta de declaração, multa lançada em virtude de evidente intuito de fraude, multa de ofício pela falta de recolhimento de imposto, entre outras;

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DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO

Despesas com alimentação dos trabalhadores são dedutíveis na apuração do lucro real, porém é vedada a dedução das despesas com alimentação:

I. Quando não fornecida indistintamente a todos os empregados;

II. De sócios, acionistas e administradores;

III. Correspondentes a cestas básicas que não fornecidas a todos os empregados.

Nestes casos, as despesas com alimentação serão adicionadas ao lucro líqui-do para cálculo do IRPJ e CSLL.

LIMITES PARA DEDUÇÃO

São limites para deduções:

I. Que tenha sido declarado como devedor insolvente;

II. Sem garantia:

a) Até 5.000,00 por operação, vencidos há mais de seis meses;b) Superior a 30.000,00, vencido há mais de um ano, desde que iniciados

e mantidos os procedimentos judiciais, para o seu recebimento;

III. Com garantia, vencidas há mais de dois anos, desde que iniciados e man-tidos os procedimentos judiciais, para o seu recebimento;

IV. Conta devedora declarada falida, ou pessoa jurídica declarada concorda-tária, relativamente à parcela que exceder o valor que tenha se compro-metido a pagar.

EXCLUSÕES

Conforme o art. 250, II, do RIR/99, na determinação do lucro real podem ser excluídos do lucro líquido na apuração do lucro real, os rendimentos, as receitas, os resultados e quaisquer outros valores a crédito de conta de resultado que, de acordo com a legislação do imposto de renda, não são computados no lucro real.

Exclusões objetivam diminuir o lucro real da empresa.

São exemplos de exclusões:

I. Depreciação acelerada incentivada;

II. Resultado positivo da avaliação, pela equivalência patrimonial, de investi-mentos relevantes em sociedades coligadas ou controladas;

III. Reversão de provisões;

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IV. Lucros e dividendos recebidos de participações societárias não sujeitos à avaliação pela equivalência patrimonial; (lei 11.941 de 25.07.2009)

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS

Poderão ser compensados os prejuízos fiscais apurados em períodos de apu-ração encerrados.

Conforme o RIR/99, somente poderão compensar prejuízos fiscais as pessoas jurídicas que mantiverem em perfeita ordem os livros e registros que compro-vem tais prejuízos;

Poderão ser compensados os prejuízos fiscais, apurados em períodos nos quais a empresa for tributada pelo lucro real, portanto não poderão ser compen-sados prejuízos apurados em empresas optantes pelo lucro presumido.

A pessoa jurídica não poderá compensar seus prejuízos fiscais se entre a data de apuração da compensação do prejuízo houver ocorrido, cumulativamente mudança do seu controle societário e do ramo de atividade (art. 513 do RIR/99).

O limite de 30% não se aplica a empresas rurais e a titulares de programas especiais de exportação aprovada até 03 de junho de 1993 (artigos 470, I, 510 do RIR/99).

Em relação aos prejuízos fiscais e às bases negativas da CSLL de anos-calen-dários anteriores não há diferença entre o lucro real trimestral e o balanço ou balancetes de suspensão ou redução de pagamento. Ambas as formas de apura-ção terão que observar o limite de 30% na compensação. A diferença surge nos prejuízos fiscais do ano em curso.

A pessoa jurídica que paga o imposto de renda com base no lucro real tri-mestral se apurou prejuízo fiscal, a compensação com lucro real dos trimestres seguintes não poderá reduzir o lucro em mais de 30%.

A pessoa jurídica que paga mensalmente o IRPJ pelo cálculo estimado, no balanço ou balancete de suspensão ou no balanço anual em 31 de dezembro, poderá compensar integralmente os prejuízos fiscais e as bases negativas da CSLL de determinados meses do ano-calendário com os lucros de outros meses do mesmo ano.

Os prejuízos não operacionais, apurados pela pessoa jurídica a partir de 1º de janeiro de 1996, somente podem ser compensados nos períodos de apuração subsequentes ao de sua apuração, com lucros da mesma natureza, observando o limite de 30%.

INCENTIVOS FISCAIS

O contribuinte que apurar o imposto de renda pelo regime lucro real poderá deduzi-lo pelos incentivos fiscais, desde que observe os limites fixados na legis-lação específica.

Empresas que apuram o imposto de renda com base no lucro presumido ou no lucro arbitrado não podem reduzir o imposto de renda. Desta forma, a partir

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do ano-calendário de 1998, somente poderão deduzir incentivos fiscais as em-presas submetidas à tributação com base no lucro real (art. 10 da Lei 9532/1997).

As empresas tributadas pelo lucro real poderão deduzir:

I. Do imposto estimado mensal, se houver opção pelo pagamento mensal, os seguintes incentivos:

a) Programa de alimentação do trabalhador (PAT);

b) Operações de caráter cultural e artístico;

c) Atividades audiovisuais; e

d) Doações aos fundos dos direitos da criança e do adolescente.

II. Do imposto calculado com base no lucro real (trimestral ou anual) todos os incentivos poderão ser aplicados.

PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR - PAT

O PAT é um incentivo instituído em 1976 que consiste na redução direta do imposto de renda de parte do valor pago a título de despesas com alimentação de seus empregados, que pode ser atendida de várias formas (restaurante na empresa, vale-refeição ou cesta básica).

Para utilização do incentivo, as empresas devem estar devidamente inscritas no programa e podem deduzir no imposto de renda devido 15% das despesas pagas com o programa, limitado a 4% do imposto devido em cada exercício. O crédito excedente poderá ser compensado nos dois exercícios subsequentes.

Conforme legislação, o valor máximo de incentivo permitido para cada re-feição é de R$ 1,99. Assim, deve-se calcular o número de refeições fornecidas, multiplicá-lo por R$ 1,99 e, em seguida, multiplicar por 15%. O PAT é dedutível como despesa e ainda pode ser utilizado como incentivo para redução do impos-to, de acordo com o seguinte critério:

Base de Cálculo Limite de Dedução

15% do Valor total das Despesas com gastos de alimentação (líquido) 4% do imposto devido

O resultado da multiplicação de R$ 0,2985 pelo número de refeições 4% do imposto devido

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Exemplo:

Empresa XYZ LTDA. Inscrita no PAT, e não tem outro incentivo fiscal deduzido do IRPJ;

Total de refeições 16.800 un.

Custo Refeições 7,00

Total de gastos 117.600,00

Imposto de Renda Devido 120.000,00

Limite de 4% 4.800,00

Base 1 – 15% do Gasto (117.600 x 15%) 17.640,00

Base 2 – 0,2985 x n. refeições (16.800) 5.014,80

Nesse caso devemos usar o menor, R$ 5.014,80, contudo, como o limite é R$ 4.800,00 só utilizaremos até ele. O excesso do incentivo (R$ 5.014,80 - R$ 4.800 = R$ 214,80) deverá ser aproveitado nos dois períodos subsequentes.

FUNDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Os valores doados ao fundo da criança e do adolescente são indedutíveis como despesa, mas, podem ser utilizados como incentivo para redução do im-posto, de acordo com o seguinte critério:

Base de Cálculo Limite de Dedução

Doações efetivamente realizadas 1% do imposto devido

ATIVIDADES DE CARÁTER DESPORTIVO

São dedutíveis como despesa e podem ser utilizados como incentivo para redução do imposto, de acordo com o seguinte critério:

Base de Cálculo Limite de Dedução

Patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos. 1% do imposto devido

ATIVIDADE AUDIOVISUAL

O incentivo tradicional é aquele que representa a dedução integral do valor investido na produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de pro-dução independente.

A empresa que aplicar em obras audiovisuais registradas na ANCINE (agên-cia nacional do cinema) poderá deduzir todo o valor aplicado, limitado a 3% do imposto de renda devido, alíquota básica. Além da dedução direta do imposto devido, ainda é possível abater o valor total aplicado (sem a limitação de 3%) como despesa para fins de imposto de renda.

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O incentivo para atividade audiovisual pode representar retorno de até 125% do valor investido.

Atividades Dedutibilidade Base de Cálculo Limite de Dedução

Atividades Audiovisuais Dedutível

Valores aplicados em projetos aprovados pelo Ministério da Cultura

3% do imposto devido

FUNCINES Dedutível

Fundo de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional

3% do imposto devido

Caráter Cultural e Artístico Indedutível Valor das doações e

patrocínios realizados4% do imposto devido

LALUR E LACS

A demonstração do lucro real de cada período, compreendido pelo balanço/balancete de suspensão ou redução, deve ser escriturado no livro de apuração do lucro real (LALUR) e no livro de apuração da CSLL (LACS).

O LALUR objetiva assegurar a divisão entre escrituração comercial e escritura-ção fiscal, prevista no §2º do art. 177 da Lei nº 6.404/76 (Lei das S/A).

Os livros LALUR e LACS não precisam ser autenticados por órgãos oficiais, porém devem conter:

Termos de abertura e de encerramento;

I. Identificação do contribuinte;

II. Data;

III. Assinatura do responsável, e;

IV. Assinatura do contador legalmente habilitado.

Hoje existe a versão digital dos livros E-LALUR e E-LACS. São entregues pelo sistema do SPED, no programa da escrita contábil fiscal – ECF

LALUR

No LALUR devemos:

I. Lançar os ajustes do lucro líquido do período-base necessários para a de-terminação do lucro real (base de cálculo do imposto de renda);

II. Transcrever a demonstração do lucro real;

III. Manter os registros de controle dos prejuízos fiscais a compensar em perí-odos base subsequentes, do lucro inflacionário a realizar, da depreciação acelerada incentivada, da exaustão mineral com base na receita bruta, bem

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como dos demais valores que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos-base futuros e não constem da escrituração comercial.

A obrigatoriedade do LALUR se dá a todas as pessoas jurídicas contribuintes do imposto de renda com base no lucro real.

Não se faz necessário autenticar o LALUR em órgão oficial.

A falta de escrituração do LALUR, no encerramento do período-base de apu-ração do lucro real, poderá justificar o arbitramento do lucro pela autoridade fis-cal (art. 40, I, da IN SRF nº 93/97).

O LALUR possui duas partes que exigem informações distintas, a parte A e a parte B. Na parte A são registrados os lançamentos de ajustes do lucro líqui-do do período-base e à transcrição da demonstração do lucro real por meio das adições, exclusões e compensações de prejuízos fiscais. A parte B é destinada a controlar os valores que devem influenciar a determinação do lucro real dos períodos-base futuros e não constem na escrituração comercial.

O E-LALUR objetiva eliminar a repetição de informações existentes na escri-turação contábil e na DIPJ. O E-LALUR é a versão digital do já existente LALUR.

A IN 989/2009 que instituiu o livro eletrônico de escrituração e apuração do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido da pessoa jurídica tributada pelo lucro real, determina que o arquivo eletrônico deverá ser apresentado pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, até o final do último dia útil do mês de junho do ano subsequente ao ano-calendário de referência.

O arquivo eletrônico será assinado digitalmente pelo contribuinte com cer-tificado digital emitido por autoridade certificadora credenciada. Para a entrega do arquivo, será necessário:

I. Certificado digital do contribuinte, representante legal ou procurador;

II. Certificado digital do contabilista responsável pela escrituração do E-LALUR.

LUCRO PRESUMIDO

O lucro presumido também é um conceito tributário.

Tem a finalidade de facilitar o pagamento do IR, sem ter que recorrer à com-plexa apuração do lucro real que pressupõe contabilidade eficaz, ou seja, capaz de apurar o resultado antes do último dia útil do mês subsequente ao encerra-mento do trimestre.

A sistemática do regime consiste na presunção de uma margem de lucro, de acordo com a atividade desenvolvida pela empresa.

A base de cálculo é encontrada aplicando-se esse percentual de presunção sobre a receita bruta.

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Os percentuais de presunção do lucro aplicáveis sobre a receita bruta são os seguintes:

I. 8% sobre a receita proveniente de vendas de mercadorias (exceto reven-da de combustíveis para consumo) ou produtos, do transporte de cargas e de serviços hospitalares, bem como de outras atividades para as quais não esteja previsto percentual específico;

II. 1,6% sobre a receita proveniente da revenda, para consumo, de combus-tível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

III. 32% sobre a receita proveniente das atividades de:

a) Prestação de serviços em geral (exceto hospitalares e de transporte e empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00);

b) Intermediação de negócios;

c) Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza;

d) Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber.

IV. 16% sobre a receita proveniente de prestação de serviços de:

a) Transporte (exceto cargas);

b) Prestadoras de serviços com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00

c) Instituições financeiras e equiparadas.

De acordo com o § 4˚ do art. 223 do RIR, nas empresas prestadoras de servi-ços, cuja receita bruta anual seja igual ou inferior a R$ 120.000,00, o lucro presu-mido mensal será determinado mediante aplicação do percentual de 16% sobre a receita bruta de cada mês.

Todavia, se durante o ano-calendário a empresa ultrapassar a receita bruta mencionada, deverá retroagir ao primeiro mês do ano-calendário e recolher a diferença referente 32%, com multa e juros.

Esse percentual não se aplica às pessoas jurídicas que prestem serviços hos-pitalares e de transporte de carga, que ficam sujeitas a 8% e nem as sociedades prestadoras de serviços de profissões regulamentadas, que ficam sujeitas ao per-centual de 32%.

Na determinação da base de cálculo do imposto, após a estimativa do lucro, devem ser somados a estes os ganhos de capital e o resultado de outras receitas.

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Continuam podendo ser abatidos do imposto devido mensal, o imposto re-tido na fonte ou pago separadamente sobre receitas computadas na base de cálculo do imposto mensal.

Continua sendo possível abater do IR mensal as deduções por incentivo fiscal.

Se o lucro presumido (base de cálculo) for superior a R$ 60.000,00 no trimes-tre, haverá a incidência de adicional. A alíquota é 10% sobre o excesso.

O prazo de pagamento do IR e da CSLL é até o último dia útil do mês subse-quente ao encerramento do trimestre.

Os percentuais de presunção a serem aplicados para encontrar a base de cál-culo da CSLL são os seguintes:

I. 32% para prestação de serviços;

II. 12% para demais.

A alíquota aplicável sobre a base de cálculo é de 9%

EXEMPLO PRÁTICO:

A) Receita Bruta Mensal

Vendas 200.000

Serviços (32%) 100.000

Devoluções 5.000

B) Venda de Imobilizado

Venda de máquina 50.000

Custo Corrigido 48.000

Ganho de capital 2.000

C) Receita financeira

Juros de Mora 250

DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ

Vendas 200.000

(-) Devoluções 5.000

Venda líquida 195.000 X 8% = 15.600,00

Serviços 100.000 X 32% = 32.000,00

(+) Ganho de capital 2.000,00

(+) Receita financeira 250,00

Lucro Presumido 49.850,00

Alíquota de IR 15% 7.478,00

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DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CSLL

Vendas 200.000

(-) Devoluções 5.000

Venda líquida 195.000 X 12% = 23.400,00

Serviços 100.000 X 32% = 32.000,00

(+) Ganho de capital 2.000,00

(+) Receita financeira 250,00

Lucro Presumido 57.650,00

Alíquota da CSLL 9% 5.188,50

Contas Débito Crédito

Imposto de Renda (DRE) 7.478

Imposto de Renda a Recolher

7.478

Contas Débito Crédito

CSLL (DRE) 5.188,50

CSLL a Recolher 5.188,50

SIMPLES NACIONAL

Garantido pela constituição federal – art. 146 e art. 94 das disposições cons-titucionais transitórias e regulado pela Lei complementar 123/2006, o Simples Nacional é também um regime tributário geralmente aderido por microempre-sas e empresas de pequeno porte.

Consideram-se microempresas e empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário, devidamente registrados no re-gistro de empresas mercantis ou no registro civil de pessoas jurídicas, conforme o caso, desde que:

I. No caso de microempresas, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);

II. No caso de empresas de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

É permitido um limite extra para exportação de mercadorias e serviços, no valor de R$ 3.600.000,00.

Dessa forma, a empresa poderá auferir receita bruta de até R$ 7.200.000,00 desde que não extrapole, no mercado interno ou no externo o limite de R$ 3.600.000,00.

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RECEITA BRUTA

Receita bruta é o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite referido será proporcional ao número de meses em que a empresa houver exercido atividade, in-clusive as frações de meses (que serão consideradas como um mês inteiro).

IMPOSTOS COMPREENDIDOS E NÃO COMPREENDIDOS

Os impostos compreendidos na alíquota do simples nacional são:

I. IRPJ;

II. IPI, exceto sobre importação;

III. CSLL;

IV. COFINS, exceto sobre importação;

V. PIS/PASEP, exceto sobre importação;

VI. INSS (empresa);

VII. ICMS;

VIII. ISS.

Os impostos não compreendidos na alíquota do simples nacional são:

I. IOF;

II. II;

III. IE;

IV. IPTR;

V. IR sobre rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável;

VI. IR sobre ganhos de capital;

VII. CPMF;

VIII. FGTS;

IX. INSS empregados;

X. INSS sócios;

XI. PIS/PASEP, COFINS E IPI sobre importações;

XII. ICMS devido:

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a) Nas operações de substituição tributária;

b) Por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legis-lação estadual ou distrital vigente;

c) Na entrada, no território do estado ou do distrito federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele deriva-dos, bem como energia elétrica, quando não destinados à comerciali-zação ou industrialização;

d) Por ocasião de desembaraço aduaneiro;

e) Na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacoberta-da de documento fiscal;

f ) Na operação, ou prestação desacobertada de documento fiscal

XIII. ISS devido:

a) Em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte;

b) Na importação de serviços.

XIV. Ficam dispensados os demais tributos não relacionados anteriormente.

IMPEDIMENTOS PARA ADOTAR O REGIME

Ficam impedidos de adotar o regime simples nacional:

I. A pessoa jurídica de cujo capital participe outra pessoa jurídica;

II. Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoa jurí-dica com sede no exterior;

III. De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário, ou seja, sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferen-ciado nos termos desta lei complementar, desde que a receita bruta glo-bal ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 (ou proporcional);

IV. Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra em-presa não beneficiada por esta lei, desde que a receita bruta global ultra-passe o limite de R$ 3.600.000,00 (ou proporcional);

V. Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 (ou proporcional);

VI. Constituída sob a forma de cooperativa, salvo as de consumo;

VII. Que participe do capital de outra pessoa jurídica;

VIII. Que exerça atividade de banco comercial, de investimento ou de crédito,

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de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investi-mento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títu-los, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;

IX. Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de des-membramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cin-co) anos-calendário anteriores;

X. Constituída sob a forma de sociedade por ações.

Se a microempresa ou empresa de pequeno porte incorrer em alguma das situações previstas anteriormente será excluída do regime com efeitos a partir do mês seguinte ao que incorrida a situação impeditiva.

MUDANÇA DE REGIME

A microempresa e a empresa de pequeno porte que no decurso do ano-ca-lendário de início de atividade ultrapassarem o limite de R$ 300.000,00, multi-plicado pelo número de meses de funcionamento estarão excluídas do regime, com efeitos retroativos ao início de suas atividades.

A exclusão não retroagirá ao início das atividades se o excesso verificado em relação a receita bruta não for superior a 20% do respectivo limite, hipótese em que a exclusão dar-se-á no ano-calendário subsequente.

ALÍQUOTA

O Simples possui seis anexos com faixas de faturamento para determinação da alíquota que incidirá sobre a base de cálculo.

Os anexos são divididos em:

Anexo I – atividades de comércio;

Anexo II – atividades industriais;

Anexo III, IV, V e VI – atividades de serviços.

Para determinação da faixa constante do anexo, deve-se considerar o fatura-mento acumulado dos últimos 12 meses.

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EXCLUSÃO

A exclusão do Simples Nacional se dará por ofício ou mediante comunicação das empresas optantes.

A exclusão dar-se-á quando:

I. Verificada falta de comunicação de exclusão obrigatória;

II. For oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de exibição de livros e documentos;

III. For oferecida resistência à fiscalização, caracterizado pela negativa ao acesso ao estabelecimento ou domicílio fiscal;

IV. A sua constituição ocorrer por interpostas pessoas (laranjas);

V. Tiver sido constatada prática reiterada de infração a lei complementar 123/06;

VI. A empresa for declarada inapta (lei 9.430, art. 81 e 82);

VII. Comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho;

VIII. Houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da movimentação financeira, inclusive bancária;

IX. For constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas supera em 20% o valor dos ingressos de recursos no mesmo período, ex-cluído o ano de início de atividade;

X. For constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de mercadorias para comercialização ou industrialização, ressalvada hipóte-se de aumento de estoque, for superior a 80% dos ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade;

RELAÇÕES DE TRABALHO

As MEs e EPPs estão dispensadas das seguintes obrigações:

I. Afixação de quadro de trabalho em suas dependências;

II. Anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro;

III. Empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos serviços nacionais de aprendizagem;

IV. Da posse do livro intitulado “inspeção do trabalho”; e

V. Comunicar ao ministério público do trabalho e emprego a concessão de férias coletivas.

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FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA

A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico, sani-tário, ambiental e de segurança, das MEs e EPPs deverá ter natureza prioritaria-mente orientadora, quando a atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco compatível com esse procedimento;

Será observado o critério da dupla visita para lavratura de autos de infração, salvo por falta de registro de empregado ou anotação da carteira de trabalho.

MUDANÇAS NO SIMPLES

A Lei complementar 155 de 2016 trouxe algumas mudanças para o Simples Nacional. Dentre elas está a alteração no limite de R$ 3.600.000,00 para R$ 4.800.000,00 a partir de 2018.

Esta mesma Lei também alterou o limite do MEI (Microempreendedor Individual). Que passará a ser de R$ 81.000,00.

A empresa que ultrapassar o sublimite estará automaticamente impedida de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, a partir do mês seguinte àquele que tiver ocorrido o excesso. Se o excesso não for superior a 20% do limi-te, recolherá ICMS e ISS fora do Simples Nacional a partir do ano seguinte. Nessas hipóteses as faixas de receita do simples nacional superiores àquela que tenha sido objeto do sublimite sofrerão, para efeito de recolhimento do cálculo do sim-ples nacional, redução da alíquota efetiva desses impostos.

Prevê a prestação de assistência mútua e a permuta de informações entre os fiscos para planejamento de fiscalizações. As administrações poderão utilizar procedimento de notificação prévia visando à auto regularização, não consti-tuindo início de procedimento fiscal.

A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico, sanitá-rio, ambiental, de segurança, de relações de consumo e de uso e ocupação do solo das microempresas e das empresas de pequeno porte, deverá ser priorita-riamente orientadora quando a atividade ou situação, por sua natureza, compor-tar grau de risco compatível com esse procedimento.

Para que seja permitida a participação em licitações deverá:

I. Ser exigida comprovação de regularidade fiscal e trabalhista para assina-tura de contrato;

II. Ser apresentada toda documentação, mesmo que contenha alguma restrição.

OBS: havendo pendência será concedido prazo de 5 dias, caso vença, para regularização. Poderá ser prorrogado por mais 5 dias a critério da administração pública.

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INVESTIDOR ANJO

O investidor anjo é aquele que não precisa ficar legalmente sócio da empresa.

As finalidades de fomento, a inovação e investimento produtivos deverão constar do contrato de participação, com vigência não superior a sete anos.

O aporte de capital poderá ser realizado por pessoa física ou por pessoa jurí-dica, denominadas investidor-anjo.

A atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente por sócios regulares, em seu nome individual e sob sua exclusiva responsabilidade.

O investidor-anjo:

I. Não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na administração da empresa;

II. Não responderá por qualquer dívida da empresa, inclusive em recupera-ção judicial, não se aplicando a ele o artigo 50 da Lei número 10.406 de 10 de janeiro de 2002 – código civil.

III. Será remunerado por seus aportes, nos termos do contrato de participa-ção, pelo prazo máximo de cinco anos.

Para fins de enquadramento da sociedade como microempresa ou empresa de pequeno porte, os valores de capital aportado não são considerados receitas da sociedade.

Ao final de cada período, o investidor-anjo fará jus à remuneração corres-pondente aos resultados distribuídos, conforme contrato de participação, não superior a 50% (cinquenta por cento) dos lucros da sociedade enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte.

O investidor-anjo somente poderá exercer o direito de resgate depois de decorridos, no mínimo, dois anos do aporte de capital, ou prazo superior esta-belecido no contrato de participação, e seus haveres serão pagos na forma do artigo 1031 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, não podendo ultrapassar o valor investido devidamente corrigido.

Isso, porém, não impede a transferência da titularidade do aporte para terceiros.

A transferência da titularidade do aporte para terceiro alheio à

sociedade dependerá do consentimento dos sócios, salvo estipulação con-tratual que expressem o contrário.

O Ministério da Fazenda poderá regulamentar a tributação sobre retirada de aportes do capital investido.

A emissão e a titularidade de aportes especiais não impedem a fruição do Simples Nacional.

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Caso os sócios decidam pela venda da empresa, o investidor-anjo terá direito de preferência na aquisição, bem como direito de venda conjunta da titularidade do aporte do capital, nos mesmos termos e condições que forem ofertados aos sócios regulares.

Os fundos e investimentos poderão aportar capital como investidores-anjos em microempresas e empresas de pequeno porte.

REDUÇÃO DE FAIXA

Na tabela anterior haviam 20 faixas diferentes de alíquotas onde era aplicado diretamente o faturamento sobre a alíquota.

No novo formato do Simples Nacional, duas coisas mudam; a primeira é o número de faixas que cai de 20 para apenas 6 e a segunda é que a fórmula de cálculo deixa de ser uma multiplicação simples do faturamento pela alíquota para a aplicação da seguinte formula:

RBT12 = Receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração;

ALIQ = Alíquota nominal constante dos anexos I a V desta lei complementar;

PD = Parcela a deduzir constante dos anexos I a V desta lei complementar.

REDUÇÃO DO NÚMERO DE ANEXOS

As tabelas do Simples Nacional deixam de ser resumidas em seis anexos para cinco anexos, sendo um para comércio, um para indústria e três para serviços.

Anexo 1 – comércio;

Anexo 2 – indústria;

Anexo 3 – locação de bens móveis, e de prestação de serviços não relacio-nados no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar 25-I/07;

Anexo 4 – prestação de serviços relacionados no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar 25-I/07;

Anexo 5 – prestação de serviços relacionados no § 5º-I do art. 18 da Lei Complementar 25-I/07.

Todas as atividades do anexo V passam a ser tributadas pelo anexo III. Acaba o anexo VI e todas que lá estavam, vão para o anexo V.

Contudo, deve-se apurar a relação com a folha de pagamento que incluem encargos, FGTS e também as retiradas de pró-labore. O valor base será o montan-te pago nos últimos doze meses ao período de apuração.

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Quando a relação for inferior a 28%, as seguintes atividades serão tributadas no anexo V:

I. Fisioterapia;

II. Arquitetura e urbanismo

III. Medicina, inclusive laboratorial e enfermagem;

IV. Odontologia e prótese dentária;

V. Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fono-audiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite.

Quando a relação for inferior a 28%, as seguintes atividades serão tributadas no anexo V:

I. Administração e locação de imóveis de terceiros;

II. Academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais;

III. Academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes;

IV. Elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante;

V. Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;

VI. Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrôni-cas, desde que realizados em estabelecimento do optante;

VII. Empresas montadoras de estandes para feiras;

VIII. Laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica;

IX. Serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros grá-ficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética;

X. Serviços de prótese em geral.

ANEXO I – COMÉRCIO

Receita Bruta em 12 meses Alíquota Valor a Deduzir (R$)

1ª Faixa Até R$ 180.000,00 4,00% 0

2ª Faixa De 180.000,01 a R$ 360.000,00 7,30% 5.940,00

3ª Faixa De R$ 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00

4ª Faixa De R$ 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00

5ª Faixa De R$ 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00

6ª Faixa De R$ 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00

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ANEXO II – INDÚSTRIA

Receita Bruta em 12 meses Alíquota Valor a Deduzir (R$)

1ª Faixa Até R$ 180.000,00 4,50% 0

2ª Faixa De 180.000,01 a R$ 360.000,00 7,80% 5.940,00

3ª Faixa De R$ 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00

4ª Faixa De R$ 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00

5ª Faixa De R$ 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00

6ª Faixa De R$ 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00

ANEXO III – SERVIÇOS

Receita Bruta em 12 meses Alíquota Valor a Deduzir (R$)

1ª Faixa Até R$ 180.000,00 6,00% 0

2ª Faixa De 180.000,01 a R$ 360.000,00 11,20% 9.360,00

3ª Faixa De R$ 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00

4ª Faixa De R$ 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00

5ª Faixa De R$ 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00

6ª Faixa De R$ 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00

ANEXO IV – SERVIÇOS

Receita Bruta em 12 meses Alíquota Valor a Deduzir (R$)

1ª Faixa Até R$ 180.000,00 4,50% 0

2ª Faixa De 180.000,01 a R$ 360.000,00 9,00% 8.100,00

3ª Faixa De R$ 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,00

4ª Faixa De R$ 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,00

5ª Faixa De R$ 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,00

6ª Faixa De R$ 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00

ANEXO V – SERVIÇOS

Receita Bruta em 12 meses Alíquota Valor a Deduzir (R$)

1ª Faixa Até R$ 180.000,00 15,50% 0

2ª Faixa De 180.000,01 a R$ 360.000,00 18,00% 4.500,00

3ª Faixa De R$ 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00

4ª Faixa De R$ 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00

5ª Faixa De R$ 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00

6ª Faixa De R$ 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00

EXEMPLO PRÁTICO:

Faturamento na Apuração

Faturamento Acumulado

Folha de Salários 12 meses

Atividade

R$ 150.000,00 1.650.000,00 R$ 350.000 Fisioterapia

1º Passo: identificar o anexo.

No caso apresentado será utilizado o anexo III em razão da atividade.

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2º Passo: verificar se pode pagar no anexo III

Para saber se é permitido realizar o pagamento conforme o anexo III de-ve-se fazer a razão com a folha de pagamento.

Fator = (folha de salários 12 meses / faturamento 12 meses) * 100

Fator = (350.000 / 1.650.000) * 100

Fator = 21,00

Ou seja, como o fator encontrado é menor que 28%, permanece no anexo V.

3º Passo: encontrar a alíquota efetiva.

Primeiramente deve-se localizar no anexo a alíquota nominal e a parcela a deduzir:

Receita Bruta em 12 meses Alíquota Valor a Deduzir (R$)

1ª Faixa Até R$ 180.000,00 15,50% 0

2ª Faixa De 180.000,01 a R$ 360.000,00 18,00% 4.500,00

3ª Faixa De R$ 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00

4ª Faixa De R$ 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00

5ª Faixa De R$ 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00

6ª Faixa De R$ 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00

Após, basta aplicar a fórmula:

RBT12 = Receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração;

ALIQ = Alíquota nominal constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar;

PD = Parcela a deduzir constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar.

RBT12 = 1.650.000

ALIQ = 20.50

PD = R$ 17.100,00

(1.650.000 x 20,5%) – 17.100 / 1.650.000,00 ou 338.250 – 17.100 / 1.650.000,00

321.150 / 1.650.000,00 = 19,46%

4º Passo: cálculo do imposto

Faturamento Mês x Alíquota Efetiva:

150.000 x 19,46% = 29.190,00

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SPED

O SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) é um projeto que tem por objetivo transformar todos os processos de escrituração fiscal, hoje em papel, para digital.

É um grande sistema e inteligência a favor do fisco que tem como premissas:

I. Validar juridicamente o documento eletrônico como documento oficial para todos os fins;

II. Utilizar a certificação digital padrão ICP Brasil (MP 2200-2/2001);

III. Interferir minimamente no ambiente do contribuinte;

IV. Disponibilizar aplicativos para emissão e transmissão da escrituração di-gital e da NF-E para uso opcional pelo contribuinte;

V. Promover a atuação integrada dos fiscos federal, estaduais e municipais e dos órgãos fiscalizadores;

VI. Eliminar a redundância de informações por meio da padronização, unifor-mização e racionalização das obrigações acessórias;

VII. Uniformizar as informações prestadas pelo contribuinte às diversas uni-dades federadas;

VIII. Reduzir os custos das empresas com a racionalização e simplificação das obrigações acessórias;

IX. Base de dados única e compartilhada;

X. Acesso compartilhado à escrituração digital de contribuintes por órgãos ou entidades legalmente autorizadas.

Dentro dos benefícios pela adoção do SPED estão:

I. Melhor ambiente de negócios para o país;

II. Aumento da competitividade entre as empresas e combate mais efetivo à concorrência desleal entre as empresas;

III. Simplificação do cumprimento das obrigações acessórias pelos contribuintes;

IV. Reduzir os custos com a dispensa de emissão e armazenamento de do-cumentos em papel;

V. Possibilitar a melhoria e o aperfeiçoamento dos processos internos de fa-turamento e logística operacional;

VI. Eliminar a possibilidade de erros de escrituração no registro de NF-E de entradas e saídas de mercadorias;

VII. Melhoria na qualidade da informação com o consequente aperfeiçoa-mento dos processos de controle fiscal;

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VIII. Aperfeiçoamento do combate à sonegação;

IX. Maior integração entre os fiscos e melhor controle administrativo;

X. Reduzir o envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;

XI. Redução do custo Brasil;

XII. Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos entre empresas (B2B);

XIII. Utilização de padrões abertos (webservices, internet);

XIV. Preservação do meio ambiente pela redução de consumo de papel.

O projeto SPED possui uma estrutura que engloba a parte fiscal, trabalhista e contábil.

Segue abaixo a estrutura do projeto:

I. Escrituração contábil digital (ECD);

II. Escrituração financeira;

III. Central de balanços;

IV. Escrituração fiscal digital (EFD);

V. Livro de apuração do lucro real (E-LALUR);

VI. Nota fiscal eletrônica (NF-E);

VII. Conhecimento de transporte eletrônico (CT-E);

VIII. Nota fiscal de serviços eletrônica (NFS-E);

IX. Escrituração contábil fiscal;

X. E-social.

Os subprojetos do SPED estarão integrados e permitem ao fisco uma enorme diversidade de cruzamentos de informações que permitirão uma fiscalização de forma mais efetiva e contundente.

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CUSTOS

Antes de iniciar o assunto de custo é importante saber a diferença de várias terminologias conhecidas no meio empresarial.

I. Gasto – sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de produto ou serviço qualquer.

II. Desembolso – pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

III. Investimento – gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro período.

IV. Despesa – bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas

V. Perda – bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

VI. Custo – gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

Custo é, portanto, o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é utilizado, na contabilidade financeira, para valorar os estoques que alimentarão o balanço patrimonial e também para apu-ração dos serviços e bens vendidos para a demonstração do resultado,

Já na contabilidade gerencial, o custo fornece informações para:

I. Planejamento e controle

II. Elaboração de orçamentos

III. Dar suporte ao processo de tomada de decisão

a) Lançamento de produtosb) Precificaçãoc) Apurar resultadosd) Avaliar desempenhose) Influenciar comportamentos

MÓDULO 3

CUSTOS

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PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTO

PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA

Determina o reconhecimento contábil do resultado apenas quando da reali-zação da receita.

Em regra quando da transferência do bem ou serviço para terceiros.

PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Princípio importantíssimo para custos. Determina o momento de reconheci-mento das despesas.

A receita é reconhecida pela realização, após isso há o reconhecimento, por competência, da despesa (que são esforços para consecução da receita).

PRINCÍPIO DO CUSTO HISTÓRICO COM BASE NO VALOR

Os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histórico.

PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE

Quando existem diversas alternativas para o registro contábil de um mesmo evento, todas válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente.

PRINCÍPIO DA MATERIALIDADE OU RELEVÂNCIA

Desobriga de um tratamento mais rigoroso aqueles itens cujo valor monetá-rio é pequeno dentro dos gastos totais.

CRITÉRIOS DE RATEIO

Para que seja possível ratear um custo, é necessário possuir conhecimento do processo de produção, além de envolvimento do pessoal de custos e de produ-ção para chegar a bases consistentes.

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BASES PARA RATEIO

Para alcançar uma base de rateio será necessário possuir algumas informa-ções, como:

I. Tempo de máquina;

II. Tempo de mão-de-obra;

III. Custo de mão-de-obra;

IV. Volume de matéria-prima;

V. Custo de matéria-prima;

VI. Combinação de várias.

TIPOS DE CUSTOS

Compõem o cálculo do custo os materiais utilizados diretamente na produ-ção do bem ou serviço, a mão de obra direta e também os custos indiretos.

Os custos diretos são aqueles identificáveis com cada produto de maneira clara, direta e objetiva. A associação e a apropriação se processa através de men-suração direta.

Já os custos indiretos são aqueles alocados a cada produto através de estima-tivas e aproximações. A associação pode conter subjetividades e o grau de pre-cisão da mensuração é baixo. Dentro dos custos indiretos estão os custos fixos que são aqueles cujo montante independe do volume, dentro de determinado período.

Há ainda os custos variáveis que são aqueles cujo montante acompanha o volume de atividade, em determinado período.

Alguns dos tipos conhecidos de apuração de custo são:

I. Custeio por absorção;

II. Custeio variável;

III. ABC;

IV. RKW, entre outros.

CUSTEIO POR ABSORÇÃO (críticas ao rateio de custos fixos)

Os custos fixos são custos da capacidade de produção disponibilizada. Portanto, são fixos e independem de produção ou não, e de volume produzido. Eles geralmente são rateados por critérios arbitrários e isso pode distorcer o cus-to e o lucro de cada produto.

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CUSTEIO VARIÁVEL

Nesse sistema, somente são alocados ao produto os custos variáveis, ficando os custos fixos separados e considerados como despesas no resultado do perí-odo. Nas decisões de longo prazo torna-se necessário considerar os efeitos de todos os gastos, custos e despesas, fixos e variáveis.

A margem é útil em decisões de curto prazo, quando os gastos fixos já estão pagos. Margem de contribuição é igual à soma das Receitas deduzidas dos gas-tos variáveis.

Exemplo:

Produto A vendido a R$ 50,00 com um custo de R$ 20,00. Os impostos so-mam 15% e a empresa paga comissões de 10% sobre a venda.

RECEITA 50,00

(-) CMV (20,00)

(-) DESPESAS – COMISSÕES (5,00)

(-) IMPOSTOS (7,50)

(=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 17,50

ABC (CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES)

É uma metodologia de alocação de custos indiretos aos produtos que tem por base:

I. Foco no conceito de atividade e

II. Utilização de direcionadores de custos.

A atividade é uma ação que utiliza recursos humanos, materiais, tecnológicos etc. e gera um bem ou serviço.

Os direcionadores de custos e recursos são fatores que permitem identificar a intensidade com que as atividades se utilizam dos recursos. Eles servem para calcular o custo das atividades.

RKW

RKW é o processo de fixação de preço do produto com base na alocação dos custos fixos e variáveis, somados a eles as despesas que a empresa tem.

Foi utilizado antes da determinação atual da legislação fiscal brasileira (custo por absorção).

São características deste tipo de custo:

I. Divisão da empresa em centro de custos;

II. Os custos são alocados ao centros por intermédio de bases de distribuição;

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III. No sistema RKW, além dos custos, são apropriadas as despesas;

IV. Os custos e despesas são primeiramente atribuídos aos setores/departa-mentos da empresa;

V. O RKW é utilizado para fixar o preço de venda, uma vez que, calculados os custos e despesas, basta aplicar a margem de lucro.

PONTO DE EQUILÍBRIO

O ponto de equilíbrio é o cálculo que representa o volume mínimo de opera-ção que possibilita a cobertura de gastos.

Existem diferentes conceitos de ponto de equilíbrio, como o ponto de equilí-brio contábil, o financeiro e o econômico.

PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL

O ponto de equilíbrio contábil é a quantidade produzida e vendida para lucro contábil nulo. A partir dele as operações começam a ser lucrativas.

Fórmula:

PECq =Gastos Fixos

Preço – Gasto Variável Unitário

PEC$ = PECq x Preço

Exemplo:

Dados:

Aluguel e salários: R$1.000,00/mês

Matéria-prima/embalagem: R$ 8,00/kg

Preço de venda: R$10,00

Volume de vendas: 600 kg/mês

Resultados:

PECq =1.000

= 500kg/mês

10 - 8

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PEC$ = 500 x 10 = R$ 5.000/mês

PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO

O ponto de equilíbrio financeiro, também chamado de ponto de equilíbrio de caixa, tem como objetivo apresentar o volume de vendas, em quantidades ou em unidades monetárias para uma geração de caixa igual a zero.

Fórmula:

PEFq =Gastos Fixos - Depreciação

Preço – Gasto Variável Unitário

PEF$ =(Gastos Fixos – Depreciação) x Preço

Preço – Gasto Variável Unitário

Exemplo:

Dados:

Indústria tem depreciação de R$ 1.000

Gasto fixo = R$ 10.000

Preço do produto = R$ 50,00

Gasto variável = R$ 30,00

PECq =10.000 – 1.000

= 45050 - 30

PEF$ =(10.000 – 1.000) x 50

= R$ 22.500,0050 - 30

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PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO

O ponto de equilíbrio econômico apresenta o volume de vendas, em quanti-dade ou em unidades monetárias, para um resultado econômico igual a zero. O entendimento é que todos os fatores serão remunerados.

Fórmula:

PEFq =Gastos Fixos + Remuneração do Capital Próprio

Preço – Gasto Variável Unitário

PEFq =(Gastos Fixos + Remuneração do Capital Próprio) x Preço

Preço – Gasto Variável Unitário

Exemplo:

Dados:

Capital investido = R$ 50.000

Rentabilidade desejada = 10%

Remuneração do capital = R$ 5.000

Gasto fixo = R$ 10.000

Preço do produto = R$ 50,00

Gasto variável = R$ 30,00

PEEq =10.000 + 5.000

= 75050 - 30

PEE$ =(10.000 + 5.000) x 50

= R$ 37.50050 - 30

MARGEM DE SEGURANÇA

A margem de segurança representa o quanto a empresa pode perder em ven-das, expressas em quantidade ou unidades monetárias, sem ultrapassar para bai-xo o ponto de equilíbrio. Em resumo, o quanto se pode perder sem ter prejuízo.

As margens de segurança podem ser apresentadas em quantidade, em moe-da ou em percentual, a seguir as fórmulas para cálculo:

MS em quantidade:

Vendas (Q) – PEC (Q)

MS em $:

Vendas ($) – PEC ($)

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MS em %

MS (Q) / Vendas (Q) ou MS ($) / Vendas ($)

FORMAÇÃO DE PREÇOS

Uma questão chave para o sucesso das empresas é por quanto vender um produto ou um serviço?

A resposta dessa questão precisa ser bem analisada para que não haja prejuízos.

Além dos custos diretos e indiretos, outras coisas devem ser consideradas para a formação do preço:

I. Custo de comercialização:

a) Impostos (federais, estaduais e municipais)b) Gastos de vendas (comissões, fretes e propaganda)c) Custo financeiro (financiamento das vendas)

II. Margem de lucro.

Ao estabelecer uma margem de lucro, deve-se levar em conta o padrão per-mitido pelo mercado e a necessidade/expectativa de ganho da empresa.

MARKUP

Markup é a taxa de marcação aplicada sobre o valor do custo de produção para se chegar ao preço de venda.

É ainda um termo usado em economia para indicar quanto do preço do pro-duto está acima do seu custo de produção e distribuição e pode ser expressado como uma quantia fixada ou como percentual.

O valor do Markup representa a quantia efetivamente cobrada sobre o pro-duto a fim de obter o preço de venda e é o percentual do preço de venda que paga todas as contas, que só existem quando ocorre a venda de um produto.

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Exemplos destas contas: impostos, comissão, encargos financeiros e taxas sobre desconto de títulos ou duplicatas, etc. Inclui-se também nestas contas o lucro. Todas essas contas são representadas, individualmente, em forma de per-centuais do preço de venda.

Para entender é preciso considerar alguns fatores que o influenciam. Como custos fixos e variáveis, despesas fixas e variáveis. O Markup terá percentuais di-ferentes, de acordo com os custos e despesas.

São três os tipos de Markup:

I. Markup Total

II. Produto

III. Variável

MARKUP TOTAL

O Markup total é quando todos os custos de fabricação de um produto mais as despesas de vendas e as despesas administrativas são incluídos no custo total. A composição do custo total é obtida somando os custos e despesas fixas mais os custo e despesas variáveis.

O Markup iguala-se ao lucro desejado.

Markup % =Lucro desejado

Custo total

PRODUTO

Produto é quando somente os custos de fabricação de um produto são inclu-ídos no custo. As despesas de vendas e administrativas mais os lucros.

Markup % =Lucro desejado + despesas administrativas e de vendas

Custo de fabricação

VARIÁVEL

Variável é quando somente custos fixos e despesas fixas mais o lucros são incluídas no Markup. Os custos variáveis e despesas variáveis estão incluídos no montante do custo.

Markup % =Lucro desejado + custos e despesas fixas

Custo e despesas variáveis

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COMO APLICAR O MARKUP?

Há duas formas para aplicar o Markup: Markup divisor e Markup multiplicador.

Markup divisor:

100 – (custos de comercialização + margem de lucro)

100

Markup multiplicador:

100

100 – (custos de comercialização + margem de lucro)

CÁLCULO DE PREÇO DE VENDA COM MARKUP

Markup divisor

Preço de venda = custo de produção/ markup divisor

Markup multiplicador

Preço de venda = custo de produção x markup multiplicador

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PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO

PLANEJAMENTO

Planejar significa decidir antecipadamente. Implica optar por uma alternativa de ação em detrimento de outras.

São três os níveis de decisão:

I. Estratégicas: diz respeito a tudo o que se refere as relações entre a empre-sa e o seu ambiente. Voltado aos assuntos externos;

II. Táticas: consiste em estruturar os recursos da empresa para obter maximi-zação do desempenho;

III. Operacionais: ligadas a obtenção dos objetivos, metas e indicadores em nível operacional.

O planejamento empresarial abrange o processo em sua totalidade, envol-vendo o plano estratégico, o tático e o operacional.

O plano de negócio ou empresarial é a formalização do processo de planeja-mento. Significa selecionar no ano em que se está as alternativas que irá imple-mentar no ano seguinte, quais os produtos deve lançar, o volume de investimen-tos, o nível de vendas, etc.

MÓDULO 4

GESTÃO FINANCEIRA

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Premissas Planejamento Empresarial

Ambientação da Empresa

Estratégico Tático Operacional

Competências e Capacidades da Empresa

Formulação da estratégia:

• Missão

• Objetivos

• Estratégia

Programação estratégica:

• Objetivos: negócio ou funcional

• Alocação de recursos

• Indicadores

Planejamento financeiro e orçamento:

• Orçamento negócio funcional

• Controles

• Validação da estratégia

Expectativas dos interesses internos e externos

Revisão e Validação

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico é de longo prazo e fica sob a responsabilidade dos níveis mais altos da administração.

Implica em decisões complexas, já que envolve grande volume de recursos e são de difícil reversibilidade e com nível de risco expressivo.

PLANEJAMENTO TÁTICO

O planejamento tático é derivado do planejamento estratégico e tem a finali-dade de otimizar determinada área de resultado e não a empresa toda.

Tem um alcance temporal mais curto que o planejamento estratégico e é im-plementado por níveis intermediários de gerência.

PLANEJAMENTO OPERACIONAL

O planejamento operacional tem por finalidade maximizar os recursos da empresa aplicados em operações de um determinado período.

Normalmente com prazo de um ano, mas, pode ser menor.

VANTAGENS DO PLANEJAMENTO

Podem-se citar diversas vantagens no planejamento:

I. Coordenação de atividades de maneira apropriada;

II. Tomada de decisões antecipadas revelando novas perspectivas e abordagens;

III. Comprometimento da gerencia a priori com as metas;

IV. Transparência entre as várias áreas da empresa;

V. Definição de responsabilidades por unidade de negócio, por departa-mento ou por centro de resultado;

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VI. Permite monitoramento dos indicadores e avaliação do progresso.

LIMITAÇÕES DO PLANEJAMENTO

Porém, não apenas vantagens possui o planejamento. Ele também sofre al-gumas limitações:

I. Baseia-se em estimativas;

II. Deve se adaptar as novas circunstâncias – necessidade de revisões perió-dicas, em face da volatilidade do ambiente;

III. A execução não é automática – depende das pessoas;

IV. Não deve tomar o lugar da administração – deve se inserir alterações sempre que algo de importante o exigir.

CONTROLE

A função do controle é a coordenação de meios e recursos para atingir os objetivos ou metas, monitorando o que foi planejado.

Peleias (2002, p. 26) define controle como sendo:

“[...] A etapa do processo de gestão, contínua e recorrente, que avalia o grau de aderência entre os planos e sua execução; analisa os desvios ocorridos, procurando identificar suas causas, sejam elas internas ou externas; direciona as ações corretivas, observando a ocorrência de variáveis no cenário futuro, visando alcançar os objetivos propostos”.

Fonte: NAKAGAWA, 1993

CICLOS

São três os ciclos:

I. Ciclo Econômico;

II. Ciclo Operacional; e

III. Ciclo Financeiro.

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O ciclo econômico (de uma empresa industrial) inicia-se com a compra da matéria prima e encerra-se com a venda do produto.

O ciclo operacional, de forma geral, inicia-se com a compra de matéria-prima e encerra-se com o recebimento da venda.

E o ciclo financeiro inicia-se com o primeiro desembolso e termina, geral-mente, com o recebimento da venda. Caso haja pagamento de custos ou des-pesas após o recebimento de vendas, é nesse momento que se encerra o ciclo financeiro.

REGIMES

Regime de competência: as receitas são reconhecidas no momento da ven-da, e as despesas, quando incorridas, coincidem com o ciclo econômico.

Regime de caixa: as receitas são reconhecidas no momento do efetivo recebi-mento, e as despesas, no momento do efetivo pagamento.

Ao longo do tempo, todas as receitas e despesas (operacionais e não opera-cionais) serão recebidas ou pagas em dinheiro, ou foram antecipadamente rece-bidas ou pagas.

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O planejamento financeiro envolve:

I. Construir um modelo financeiro da empresa;

II. Descrever cenários distintos do futuro;

III. Usar os modelos para preparar demonstrações financeiras projetadas;

IV. Aplicar os modelos sob cenários diferentes;

V. Examinar as implicações financeiras dos planos estratégicos resultantes.

ETAPAS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Etapa 1: cenário e premissas

Devem estar definidos antes da montagem do planejamento. Considera o ce-nário político, econômico, mercadológico e as premissas econômico-financeiras como inflação, salários, méritos, variação cambial, variação dos insumos, juros.

Etapa 2: plano de marketing

O plano de marketing é composto de: plano de vendas.

É a peça que dispara todo o planejamento. Deve ter relação com os objeti-vos estratégicos, participação da equipe de vendas para sua elaboração e conter quantidade a ser vendida, preços, prazos, juros, descontos e etc.

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O plano de marketing contém ainda as ações nas áreas de propaganda e publicidade para suportar as vendas e, normalmene, definido como percentual sobre as vendas previstas.

Etapa 3: plano de vendas

As previsões podem ser feitas de algumas maneiras:

I. Pesquisas de mercado;

II. Modelos estatísticos a partir de tendências e previsão de atividades eco-nômicas e sua relação com o padrão de vendas passado;

III. Taxa estimada sobre níveis anteriores de demanda;

IV. Julgamento da equipe comercial;

V. Previsão das vendas a partir do crescimento do mercado e o market share desejado ou possível.

Etapa 4: plano de despesas comerciais

São todos os gastos relacionados com a atividade comercial, como salários dos profissionais da área, administração de vendas, verba de representação, co-bertura dos vendedores por zona.

Tanto o plano de marketing quanto o plano de despesas comerciais farão parte do plano de gastos operacionais.

Etapa 5: plano de produção

É o confronto do plano de vendas com a política de estoques e o nível de capacidade que irá determinar o plano de produção. É a etapa que disponibiliza os produtos que serão comercializados.

A definição da política de estoque depende de vários elementos como de-manda esperada e sua vulnerabilidade e sazonalidade, o prazo de produção, na-tureza do produto (deteriorável, de moda e etc.), benefício da escala de produ-ção versus custo de estocagem (conceito do lote econômico).

Etapa 6: plano de compra/consumo de matéria prima

A partir da premissa de consumo de cada matéria prima e a política de es-toque, são calculados os consumos por tipo de insumo. Este plano serve para notificar os fornecedores das necessidades e dos períodos esperados de entrega.

Como vendas se alteram ao longo do ano, o plano de compras deve refle-tir essas mudanças e os fornecedores devem ser capazes de ajustar seus planos também.

A partir da definição de preços, prazo de pagamento, aumentos esperados e os impostos, as compras valorizadas saem como consequência deste plano.

Etapa 7: plano de necessidade de mão de obra

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Consiste no cálculo do número de funcionários que produzirão as quantida-des definidas no plano de produção. A partir das premissas das horas trabalha-das, dos indicadores padrão de horas produtivas por produto/unidade e horas produtivas por hora trabalhada, calcula-se o número de pessoas necessárias.

Este plano se inicia pela data que os funcionários são necessários e volta até a data em que eles são recrutados e treinados a tempo. Este plano pode incluir situações de expansão e contração, devendo prever ações no caso de demissão de funcionários.

Etapa 8: plano de investimentos

Essa é a etapa em que as decisões de investimento são consolidadas. Como esses projetos envolvem horizontes de tempo superiores a um ano, este plano é função de um processo de planejamento a longo prazo e, portanto, não se res-tringe a apenas o ciclo operacional de um ano. Isto deve contemplar também as baixas ou vendas de ativos não mais necessários à operação da empresa.

Além dos aumentos em máquinas e equipamentos, este plano deve incluir investimento em informática, instalações, móveis, carros etc.

Etapa 9: plano de recursos humanos

Deve incorporar as decisões referentes à estrutura da organização, número de pessoas e as políticas de RH, tais como, percentual de aumento de salário, méritos e comissões dos vendedores. Como decorrência, é possível projetar os gastos com salários, encargos, demissões e admissões.

Este plano deve ser elaborado em consonância ao plano de necessidade de mão de obra e plano de marketing.

Nas áreas administrativas, todas as ações de automatização e produtividade devem se refletir no número de funcionários.

Etapa 10: plano de gastos operacionais

Tanto os custos como as despesas serão projetados levando-se em conta a sua adequação aos centros de custos.

Um cuidado a ser tomado neste plano é a análise das informações para evitar a repetição dos gastos passados para o futuro ajustados pela inflação. Assim as gorduras ou ineficiências serão repetidas para o próximo exercício.

Deve-se questionar o porquê dos gastos atuais e envolver os responsáveis pelas áreas que tem impacto sobre os gastos incorridos.

Etapa 11: custo do produto

Perante o fisco, o único método aceito de custeio de produto é o de absorção, onde todos os custos de fabricação são alocados aos produtos. Todos os cus-tos transitam pelos estoques antes de se constituírem em custos dos produtos vendidos.

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O grande desafio consiste na escolha de critérios de rateio dos custos indire-tos de fabricação que minimizem distorções no custo final dos produtos.

A abordagem do ABC contribui para redução das distorções geradas pelos rateios.

Etapa 12: plano financeiro

É a etapa financeira do orçamento, onde todas as decisões tomadas durante o planejamento financeiro são traduzidas em sobra ou déficit de caixa.

Uma proposta de orçamento que não viabilize o objetivo financeiro de longo prazo implica em revisões e alterações.

As seguintes premissas são consideradas:

I. Prazo de faturamento e dias de contas a receber;

II. Prazo de pagamento e dias de contas a pagar;

III. As sobras ou déficits operacionais de caixa dão margem a aplicações ou empréstimos;

IV. Juros de empréstimos ou de aplicação;

FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO

São funções do administrador financeiro:

I. Análise, planejamento e controle financeiro: coordenar, monitorar e ava-liar todas as atividades da empresa (relatórios financeiros, decisões estra-tégicas, gestão de riscos);

II. Tomadas de decisões de investimento: aplicações em ativos correntes e não correntes, retorno dos capitais;

III. Tomadas de decisões de financiamentos: captação de recursos financei-ros para financiamento de ativos correntes e não correntes.

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ORÇAMENTO

O orçamento é uma expressão quantitativa formal que parte do comporta-mento passado e olha para as possíveis mudanças futuras quantificando, em ter-mos econômicos e financeiros, as atividades da empresa.

Trata-se de uma previsão, uma meta de acordo com a qual serão tomadas as decisões.

O orçamento tem por finalidade:

I. Dar forma pormenorizada ao plano estratégico;

II. Auxiliar a coordenação das várias atividades da organização;

III. Definir responsabilidades dos executivos, autorizar os limites de gastos que eles podem fazer e informá-los do desempenho que deles se espera;

IV. Obter o reconhecimento de que o orçamento é o instrumento de avalia-ção do real desempenho dos executivos.

Os principais benefícios do orçamento são:

I. Formaliza as responsabilidades pelo planejamento e pelo resultado que deve ser obtido por cada setor;

II. Define previamente os resultados que devem ser alcançados em de-terminado prazo, o que obriga os gestores a tomarem decisões mais consistentes;

III. Facilita a delegação de poderes, pois define as responsabilidades de cada gestor;

IV. Tende a melhorar a utilização dos recursos, bem como ajustá-los às ati-vidades prioritárias, permitindo a integração das atividades de diversas áreas para atingir o objetivo global;

V. Formaliza um instrumento de comunicação para toda a empresa, possi-bilitando a todos os colaboradores avaliarem se suas ações estão contri-buindo para o objetivo global;

VI. Define previamente as expectativas de cada área, o que torna possível a comparação com o resultado efetivo alcançado;

VII. Identifica os pontos de eficiência ou ineficiência no desempenho das unidades.

Porém, o orçamento também pode sofrer algumas limitações:

I. Os orçamentos baseiam-se em estimativas, estando sujeitos a erros maio-res ou menores, segundo a sofisticação do processo de estimação;

II. O plano de resultados, por si só, não garante o resultado projetado; deve ser continuamente monitorado e adaptado às circunstâncias;

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III. O custo de implantação e manutenção do sistema orçamentário, por exi-gir conhecimentos técnicos específicos, não permite a sua utilização ple-na por todas as empresas;

IV. A elaboração e o acompanhamento de orçamento consome tempo de profissionais que não são da área de controladoria, gerando insatisfações;

V. Quando existe alta volatilidade das variáveis econômicas e financeiras, os resultados projetados sofrem fortes distorções;

VI. Inflexibilidade dos valores orçados, que não podem ser alterados uma vez aprovados.

PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

O sistema orçamentário é composto de orçamento geral e orçamentos espe-cíficos, desenvolvidos mediante as seguintes atividades:

I. Operações;

II. Investimentos; e

III. Financiamentos.

O orçamento geral é composto de:

I. Orçamento de vendas;

II. Orçamento de produção;

III. Orçamento de matérias-primas;

IV. Orçamento de mão de obra direta;

V. Orçamento de custos indiretos de fabricação;

VI. Orçamento de custo de produção;

VII. Orçamento de despesas de vendas e administrativas;

VIII. Orçamento de investimentos;

IX. Orçamento de aplicações financeiras e financiamentos;

X. Análise das movimentações financeiras;

XI. Demonstração do fluxo de caixa projetado (orçamento de caixa);

XII. Demonstração do resultado projetado (orçamento de resultados).

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FASES DO PLANEJAMENTO

Pode ser dividido em 3 fases:

I. Previsão;

II. Reprojeção; e

III. Controle

PREVISÃO

A fase da previsão se inicia entre três e seis meses antes do próximo período orçamentário.

É conhecida como a fase de “desenho” do cenário econômico do período or-çamentário, pois é nela que verificam-se condições econômicas, são realizadas estimativas de inflação, taxa de juros, cálculos de preços, custos e despesas.

Cada área produz o seu orçamento sob o comando da controladoria.

REPROJEÇÃO

Os dados projetados inicialmente são analisados, criticados e reprojetados, caso seja necessário.

Essa fase encerra-se cerca de um mês antes do período orçamentário.

CONTROLE

Essa fase ocorre durante o período orçamentário.

À medida que os fatos vão acontecendo, o sistema é alimentado e compara--se o previsto com o realizado.

É verificado se as estimativas e os objetivos de cada área estão sendo cum-pridos, caso haja necessidade, deverão ser realizados ajustes para alinhamento do planejamento.

ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES

Trata das atividades executadas para o andamento normal do negócio, engloba:

I. Orçamento de vendas;

II. Orçamento de produção;

III. Orçamento de compras e faturamento;

IV. Orçamento de despesas.

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ORÇAMENTO DE VENDAS

O orçamento de vendas é elaborado pela área de marketing e/ou comercial e, nele, são determinadas as quantidades, os preços e receitas de cada produto ou serviço que a empresa planeja vender ou prestar.

RESTRIÇÕES NO ORÇAMENTO DE VENDAS

De acordo com Oliveira (2010) são:

I. Restrições internas

a) Capacidade produtiva insuficiente;b) Estrutura administrativa inadequada;c) Pessoal interno inabilitado;d) Insuficiência de capital de giro.

II. Restrições externas

a) Política de comércio exterior desfavorável;b) Política monetária (crédito e taxa de juros) desfavorável;c) Mercado fornecedor precário;d) Restrição de mão-de-obra externa.

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO

Inicia-se com o término do orçamento de vendas.

Tem por finalidade quantificar o volume de produção e estoque, os custos de produção, avaliação de fatores restritivos, como a capacidade de produção instalada, o espaço de armazenamento, prazo de entrega, etc.

O plano de produção requer o conhecimento:

I. Do plano de vendas;

II. Das características de armazenamento dos materiais;

III. Da economia de escala do processo;

IV. Da capacidade ótima e máxima de produção;

V. Da duração e etapas do processo produtivo;

VI. Dos lotes econômicos de produção;

VII. Da utilização da mão de obra direta.

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Alguns fatores devem ser considerados na elaboração da política de estoca-gem, como:

I. Quantidades necessárias para atender as exigências das vendas;

II. Perecibilidade dos produtos;

III. Duração do período de produção;

IV. Instalações;

V. Custos de manutenção (mão de obra, seguros, impostos, transporte, etc.);

VI. Reações da clientela a atrasos;

VII. Sistema de distribuição.

ORÇAMENTO DE MATÉRIAS PRIMAS

Para elaborar o orçamento de matérias primas algumas fases devem ser se-guidas, como:

I. Determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o aten-dimento da produção planejada (coeficientes técnicos);

II. Estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas;

III. Elaboração do programa de suprimentos (orçamento de compras);

IV. Determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à produção.

ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA

Para elaborar o orçamento de mão de obra direta é necessário:

I. Estimar a quantidade de mão-de-obra direta que será necessária para cumprir o programa de produção;

II. Projetar a taxa horária que será utilizada;

III. Calcular o custo total com mão-de-obra.

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ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO

Os custos indiretos de produção abrangem todos os custos fabris que não podem ser classificados como mão-de-obra direta ou matéria-prima, e são incor-ridos em nível de departamento ou em nível da fábrica como um todo.

Exemplos:

I. Materiais indiretos (combustíveis, lixas, etc.);

II. Mão-de-obra indireta;

III. Depreciação;

IV. Material de escritório;

V. Energia elétrica;

VI. Material de limpeza e higiene;

VII. Seguros.

Em suma, é a projeção desses gastos por período de tempo e agrupadas por responsabilidades, até serem agregados ao produto final.

CIP = custos fixos + custos semivariáveis.

Para elaborar o orçamento do CIP deve-se:

I. Orçar / estimar os custo fixos: mais simples. Estimar verificando se os gas-tos são suficientes para atender variações de atividades futuras.

II. Orçar / estimar os custos indiretos:

a) Escolher unidade de medida de atividade;b) Obter dados históricos;c) Obter a equação para projeção dos gastos semivariáveis de cada

departamento;d) Estimar os gastos totais de cada departamento;e) Distribuir os gastos estimados dos departamentos de serviço

aos departamentos de produção com base em critérios de rateio preestabelecidos;

f ) Encontrar a taxa planejada de custos indiretos de produção (alocação de custos indiretos ao produto) para o período total.

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ORÇAMENTO DE DESPESAS

ORÇAMENTO DE DESPESAS DE VENDAS

As despesas de vendas incluem todos os gastos relacionados a venda, distri-buição e entrega de produtos a clientes.

Pode-se citar como exemplos de despesas de vendas:

I. Salários e comissões de vendedores;

II. Encargos sociais;

III. Propaganda;

IV. Amostras;

V. Despesas de viagem;

VI. Materiais de escritório;

VII. Telefonemas, internet, TV a cabo;

VIII. Correspondência.

Pode-se citar como exemplos de despesas de distribuição:

I. Salários e ordenados;

II. Encargos sociais;

III. Fretes e carretos;

IV. Combustível e lubrificantes;

V. Manutenção de veículos;

VI. Depreciação de veículos, seguros.

ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS

As despesas administrativas incluem outros gastos que não os das operações de produção e vendas. São os gastos incorridos na supervisão e prestação de serviços a todas as principais funções da empresa.

Compreende o orçamento de vários departamentos de serviços.

ORÇAMENTO DE CAIXA“É um demonstrativo dos fluxos das entradas e saídas projetadas de caixa da empresa, usado para estimar as suas necessidades a curto prazo”. GITMAN, 2010.

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A projeção do fluxo de caixa é uma atividade indispensável para a grande maioria das instituições.

A projeção do fluxo de caixa permite:

I. Visualizar a provável posição financeira da empresa e as possíveis insufici-ências ou excessos de caixa;

II. Avaliar, com antecedência, alternativas de solução para insuficiências de caixa;

III. Identificar a melhor opção de aplicação de recursos excedentes;

IV. Embasar a política de pagamentos e recebimentos da empresa.

V. Componentes:

VI. Previsão de vendas e outros ingressos (receitas não operacionais);

VII. Planejamento da produção (orçamento da produção);

VIII. Despesas operacionais;

IX. Despesas não operacionais;

X. Despesas financeiras;

XI. Investimentos (orçamento de capital);

XII. Despesas tributárias.

ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO

É o processo pelo qual a empresa avalia e seleciona os investimentos de lon-go prazo que devem estar coerentes com o objetivo de maximizar a riqueza de seus proprietários.

Os investimentos mais comuns são em ativos imobilizados (ativos fixos), que também são denominados de ativos rentáveis, porque geralmente fornecem a base para a geração de lucros da empresa.

TIPOS E CONCEITOS DE ORÇAMENTOS

Padoveze (2009), menciona que existem classicamente dois tipos de orçamentos:

I. Estático;

II. Flexível.

Contudo, existem conceitos diferentes de orçamentos que podem ser aplica-dos no processo de execução do plano orçamentário.

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ORÇAMENTO CONTÍNUO

Consiste em trabalhar sempre com prazo de 12 meses à frente.

Exemplo:

Se o período orçamentário atual é de janeiro a dezembro, ao chegar em feve-reiro, exclui-se o janeiro do corrente ano e acrescenta-se o janeiro do ano seguin-te, mantendo sempre o prazo de 12 meses.

ORÇAMENTO DE TENDÊNCIAS

Consiste em uma prática orçamentária que projeta situações futuras seguin-do a tendência apresentada por dados históricos.

Nesse método é necessário um cuidado com condições econômicas e am-bientais, pois estas podem sofrer mudanças substanciais.

ORÇAMENTO BASE ZERO

Tem como filosofia o rompimento com o passado.

Parte da premissa que a cada elaboração de um orçamento para um novo exercício, todas as atividades sejam reexaminadas e rediscutidas a partida do zero. A ideia é eliminar inferências, possivelmente contidas nos dados históricos.

De acordo com Hoji e Silva (2010), são vantagens do orçamento base zero:

I. Força os gestores a refletir sobre as operações e buscar oportunidades de melhoria;

II. Fornece informações detalhadas relativas a recursos necessários para se realizarem os fins desejados;

III. Detecta os excessos e duplicidades de atividades;

IV. Concentra-se nas reais necessidades e não nas variações do ano anterior;

V. Proporciona melhor acompanhamento entre o planejado e o realizado;

VI. Cria atitude interrogativa em vez de assumir práticas do passado.

ORÇAMENTO ESTÁTICO

É o tipo mais comum utilizado e caracteriza-se por não ser possível alterar suas peças orçamentárias depois de definidas.

No orçamento estático, compara-se a variação ocorrida em cada item da peça orçamentária. Se a variação favorece a empresa, ela é favorável (f ) e se desfavo-rece, ela é desfavorável (d).

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Essas variações são uma combinação de quantidade e preço.

Utilizando a técnica de variação orçamentária e analisando as variações de quantidade e de preço, é possível determinar se a variação seria favorável ou des-favorável se a quantidade ou o preço em reais tivessem sido exatamente como os números orçados.

ORÇAMENTO FLEXÍVEL

Para sua elaboração devem ser segregados os custos fixos e variáveis, pois enquanto os custos variáveis acompanham a variação do volume de atividades, os custos fixos não sofrem alteração no seu valor durante certo período.

O orçamento flexível é elaborado para uma faixa de níveis, e não apenas para um nível de atividade e é, essencialmente, um conjunto de orçamentos que po-dem ser ajustados a qualquer nível de atividade.

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RICARDO PEREIRA RIOS

Mestre em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, Pós Graduado em Gestão Empresarial pela Universidade Nove de Julho, Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Adminis-tração e Ciências Contábeis de São Roque. Atua na área Contábil Tributária há 25 anos. É Professor Universitário e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque – UNINO-VE.Delegado do CRC-SP em São Roque. Participou e participa de diversas entidades da classe contábil em nível local e Estadual. Ricardo também é autor dos livros: “Normas e Práticas Contábeis: Uma introdução”, obra premiada na categoria Livro de Contabilidade no “Troféu Cultura Econômica 2012” – Rio Grande do Sul. “Contabilidade Avançada”, em parceria com José Carlos Marion, 2017. Atlas/GEN.