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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARAacute
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE TURISMO
ROCHELLE VIANA DA SILVA
FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO A PERCA DA IDENTIDADE
DO FORROacute PEacute DE SERRA
FORTALEZA
2014
ROCHELLE VIANA DA SILVA
FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO A PERCA DA IDENTIDADE
DO FORROacute PEacute DE SERRA
Monografia submetida agrave aprovaccedilatildeo
Coordenaccedilatildeo do curso de Turismo do Centro
Superior do Cearaacute como requisito parcial
para obtenccedilatildeo de Grau de graduaccedilatildeo
Orientador Mansueto Brilhante
FORTALEZA
2014
ROCHELLE VIANA DA SILVA
FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO APERCA DA IDENTIDADE DO
FORROacute PEacute DE SERRA
Monografia como preacute-requisito para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharelado em
Turismo outorgado pela Faculdade Cearense
ndash FAC tendo sido aprovada pela banca
examinadora composta pelos professores
Data de aprovaccedilatildeo _______________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Professor Ms PAULA ROBERTA LEITE
________________________________________
Professor Ms PATRIacuteCIA CAMPELO AMARAL
________________________________________
Professor Esp MANSUETO DA SILVA BRILHANTE
A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel
Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia
prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute
pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu
silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me
ensinando a nunca desistir dos meus sonhos
Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da
Silva que juntos formamos uma engrenagem
Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e
principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre
fontes ricas de conhecimento
Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e
acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido
Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu
lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre
acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e
a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial
E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria
chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades
que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata
Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane
Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira
de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras
pelas dicas enfim por tudo
A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida
ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz
guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos
sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo
( Luiz Gonzaga)
ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como
eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um
amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim
que alegre o meu viverrdquo
(Dominguinhos)
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
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empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-
b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
ROCHELLE VIANA DA SILVA
FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO A PERCA DA IDENTIDADE
DO FORROacute PEacute DE SERRA
Monografia submetida agrave aprovaccedilatildeo
Coordenaccedilatildeo do curso de Turismo do Centro
Superior do Cearaacute como requisito parcial
para obtenccedilatildeo de Grau de graduaccedilatildeo
Orientador Mansueto Brilhante
FORTALEZA
2014
ROCHELLE VIANA DA SILVA
FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO APERCA DA IDENTIDADE DO
FORROacute PEacute DE SERRA
Monografia como preacute-requisito para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharelado em
Turismo outorgado pela Faculdade Cearense
ndash FAC tendo sido aprovada pela banca
examinadora composta pelos professores
Data de aprovaccedilatildeo _______________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Professor Ms PAULA ROBERTA LEITE
________________________________________
Professor Ms PATRIacuteCIA CAMPELO AMARAL
________________________________________
Professor Esp MANSUETO DA SILVA BRILHANTE
A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel
Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia
prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute
pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu
silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me
ensinando a nunca desistir dos meus sonhos
Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da
Silva que juntos formamos uma engrenagem
Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e
principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre
fontes ricas de conhecimento
Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e
acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido
Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu
lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre
acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e
a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial
E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria
chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades
que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata
Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane
Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira
de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras
pelas dicas enfim por tudo
A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida
ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz
guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos
sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo
( Luiz Gonzaga)
ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como
eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um
amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim
que alegre o meu viverrdquo
(Dominguinhos)
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-
b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
ROCHELLE VIANA DA SILVA
FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO APERCA DA IDENTIDADE DO
FORROacute PEacute DE SERRA
Monografia como preacute-requisito para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharelado em
Turismo outorgado pela Faculdade Cearense
ndash FAC tendo sido aprovada pela banca
examinadora composta pelos professores
Data de aprovaccedilatildeo _______________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Professor Ms PAULA ROBERTA LEITE
________________________________________
Professor Ms PATRIacuteCIA CAMPELO AMARAL
________________________________________
Professor Esp MANSUETO DA SILVA BRILHANTE
A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel
Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia
prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute
pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu
silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me
ensinando a nunca desistir dos meus sonhos
Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da
Silva que juntos formamos uma engrenagem
Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e
principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre
fontes ricas de conhecimento
Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e
acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido
Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu
lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre
acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e
a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial
E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria
chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades
que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata
Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane
Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira
de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras
pelas dicas enfim por tudo
A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida
ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz
guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos
sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo
( Luiz Gonzaga)
ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como
eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um
amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim
que alegre o meu viverrdquo
(Dominguinhos)
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
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ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
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empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
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2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
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a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-
b5ELe-
sQTi94DIBQampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=QGxMoyrYIbkGrM253A3Bl5LVwzP7gUzx5M3Bhttp253A252F252Fi1sndcdncom252Favatars-000004633360-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
HMKkwwkJl0FmM3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fsites252Fdefault252Ffiles2
52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel
Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia
prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute
pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu
silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me
ensinando a nunca desistir dos meus sonhos
Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da
Silva que juntos formamos uma engrenagem
Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e
principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre
fontes ricas de conhecimento
Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e
acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido
Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu
lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre
acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e
a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial
E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria
chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades
que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata
Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane
Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira
de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras
pelas dicas enfim por tudo
A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida
ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz
guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos
sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo
( Luiz Gonzaga)
ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como
eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um
amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim
que alegre o meu viverrdquo
(Dominguinhos)
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
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empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
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2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
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a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
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() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
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O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
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FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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02JPG3Bhttp253A252F252Fmacariobatistablogspotcom252F2014252F01252Fterras-de-sao-
goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel
Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia
prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute
pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu
silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me
ensinando a nunca desistir dos meus sonhos
Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da
Silva que juntos formamos uma engrenagem
Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e
principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre
fontes ricas de conhecimento
Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e
acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido
Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu
lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre
acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e
a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial
E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria
chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades
que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata
Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane
Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira
de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras
pelas dicas enfim por tudo
A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida
ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz
guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos
sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo
( Luiz Gonzaga)
ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como
eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um
amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim
que alegre o meu viverrdquo
(Dominguinhos)
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
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a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
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22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
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para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
HMKkwwkJl0FmM3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fsites252Fdefault252Ffiles2
52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria
chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades
que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata
Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane
Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira
de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras
pelas dicas enfim por tudo
A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida
ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz
guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos
sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo
( Luiz Gonzaga)
ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como
eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um
amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim
que alegre o meu viverrdquo
(Dominguinhos)
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
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22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
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para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
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consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
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() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
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O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz
guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos
sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo
( Luiz Gonzaga)
ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como
eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um
amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim
que alegre o meu viverrdquo
(Dominguinhos)
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
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Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute
buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de
turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um
puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes
como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso
estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto
turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais
do nosso estado
Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar
focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do
turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o
que inclui o patrimocircnio cultural
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-
b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
ABSTRACT
The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute
seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of
tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a
larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga
Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of
our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a
little of the musical origins of our State
This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on
Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active
it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
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ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
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empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
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2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
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a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
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22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
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para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
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consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
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social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
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231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
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eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco
FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano
FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba
FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo
FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga
FOTO 05 - Musico Adelson Viana
FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte
FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya
FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya
FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya
FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional
UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura
UFC Universidade Federal do Cearaacute
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 ESTRADA DA VIDA16
21 O turismo e sua caminhada16
22 Produto Turiacutestico20
23 Cultura e Sociedade 22
231 Turismo Cultural 24
3 O FORROacute DAQUI26
31 Histoacuteria do Forroacute26
32 Forroacute peacute de serra28
33 Luiz Gonzaga31
4 PESQUISA34
41 Traccedilos Metodoloacutegicos34
42 Analises dos Dados36
43 Analises das Observaccedilotildees em campo44
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48
APEcircNDICE49
ANEXOS51
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma
praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua
cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser
interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do
observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em
busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de
renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da
cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando
inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao
turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros
O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida
sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica
No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo
uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma
o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no
estado
Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa
alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de
Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto
mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a
falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar
sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se
existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo
indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute
verdadeiro
O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em
famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de
serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
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oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
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De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
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REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
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APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
14
ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo
dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute
do forroacute
O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse
mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e
autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica
que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro
forroacute peacute de serra
O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees
culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo
dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com
as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais
vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local
Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos
o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque
natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute
traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma
valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta
O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da
identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos
especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia
ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de
diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado
Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do
pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da
populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior
renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute
temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se
deveria
Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando
referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
15
empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da
observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a
uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees
O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que
identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e
autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute
Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de
Freitas Maneti Dencker (1998)
Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento
Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por
uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O
terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de
serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da
pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das
principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
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baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
16
2 ESTRADA DA VIDA
Nessa estrada da vida
Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa
distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas
noites de luar meus olhos se animam minha voz sai
pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1
O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua
antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo
como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo
objetivo no assunto
21 O Turismo e sua Caminhada
Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que
descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando
havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos
periacuteodos do ano
Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser
sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de
negoacutecio antecede o de lazer
Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria
do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por
motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como
grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como
hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com
os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais
o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de
civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos
Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que
dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos
1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
17
termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos
teatrais
Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por
conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos
Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos
deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios
lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era
intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e
comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem
buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente
Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das
cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio
tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo
romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres
enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais
Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se
um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses
deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca
A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os
acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e
eram feitas em terras bem distante com fins educativo
Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram
denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica
Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos
Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou
mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja
por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse
paisagem e etc (DIAS2005p13)
Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar
natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em
busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes
18
a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
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43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
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por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
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De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
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REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
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APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
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a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de
conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de
Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas
podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de
conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer
Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles
Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem
chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo
uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo
vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada
localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo
normalmente satildeo internacionais
No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos
agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais
tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui
como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os
deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes
eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada
localidade
No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de
dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil
E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como
emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses
Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e
bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o
Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo
de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles
trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema
do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor
compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da
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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
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2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
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inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
19
sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas
e externas buscam crescimento
Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial
atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das
viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta
da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada
como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de
viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo
depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira
confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute
mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal
dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a
primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens
natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que
cresciam com um novo conceito
Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares
cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se
ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo
em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder
aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que
tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que
transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O
carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o
surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos
chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em
rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto
Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o
turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o
desenvolvimento desse segmento
No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto
turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
20
22 Produto Turiacutestico
Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto
interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo
precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco
elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora
a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo
(MARTINS2003 p129)
Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema
Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute
necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do
local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a
estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo
transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser
beneficiada
Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o
local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das
facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo
pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a
partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local
Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora
eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de
turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como
por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem
vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o
elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de
transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que
prestam todo serviccedilo direto ao turista
Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as
empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem
restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
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4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
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Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
21
para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus
atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser
renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave
regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o
produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas
caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas
acima satildeo os principais estimuladores de Turismo
Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto
turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se
falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam
e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute
a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo
podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja
identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia
local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica
Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo
consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi
utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente
nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o
consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente
equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim
e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre
melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o
Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local
Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na
sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista
acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem
estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo
Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar
opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o
turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
22
consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz
uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser
sempre bem estruturado
Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no
capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem
estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade
23 Cultura e Sociedade
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da
geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
Segundo Alfredo Manevy3
(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)
cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como
inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se
relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como
ambiente que eacute um rito que vem de longos anos
A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai
muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser
humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de
Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe
mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como
principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer
tomar banho e etc
No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os
autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe
3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel
lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
23
social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material
e imaterial que contribui para a sociedade
Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais
sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em
muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento
Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo
aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que
forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os
aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua
necessidade
O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando
como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que
ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto
natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia
interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)
De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem
ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode
ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode
denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos
culturais podem ser Materiais ou Imateriais
Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades
humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade
haacute visotildees bem distintas desse conceito
Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a
formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no
mundo social
Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a
sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia
nesse sistema turiacutestico
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
24
231 Turismo Cultural
Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com
a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em
(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo
dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou
uns dos fatores principais para viagem
Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em
algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido
ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de
planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas
comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada
localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que
cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se
mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura
como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia
local
O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do
conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos
culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL
2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute
formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios
mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local
Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais
precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o
Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto
de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico
paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial
4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em
150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
25
eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e
grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade
contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para
a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o
patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e
teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como
parte integrante do seu patrimocircnio cultural
Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do
turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse
especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo
da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na
cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como
uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute
formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico
Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e
identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da
comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do
patrimocircnio acontece com essa comunidade
Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando
falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o
imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o
deslocamento do turista
O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de
acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por
exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo
6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em
lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
26
3 O FORROacute DAQUI
Eacute proibido cochilar
O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute
muito melhor as moreninhas a noite inteira na
brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode
reclamar7
No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo
Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para
o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da
palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam
a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros
31 Histoacuteria do Forroacute
Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro
bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo
citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem
holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que
satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular
conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute
Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da
palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o
documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco
que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de
bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados
como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando
grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes
7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04
Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em
lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
HMKkwwkJl0FmM3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fsites252Fdefault252Ffiles2
52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
27
() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos
(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e
Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa
que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A
partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se
constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra
vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9
Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos
imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados
por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10
a palavra vem do termo
forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo
segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram
tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros
sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos
acordes do fole (Sanfona)
Para Adriana Fernandes11
o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem
extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel
normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao
vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute
normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de
educaccedilatildeo
Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da
Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo
africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila
troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all
trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em
Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de
divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)
9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em
lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014
10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra
inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11
INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo
28
O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
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DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
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IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
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O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como
Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop
rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica
bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul
MacCarteneyrdquo
De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento
da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem
tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com
temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva
(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os
primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante
questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos
apreciadores do ritmo
Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva
(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado
na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para
os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila
tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute
caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em
meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na
danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama
natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram
a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do
Rockin Roll samba funk entre outros
32 O Forroacute Peacute-de-Serra
Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado
pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se
solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu
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atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
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FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
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exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
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Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
3A3BtJVl1TVSbcqI2M3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fimagens252Fnoticias252
Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
HMKkwwkJl0FmM3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fsites252Fdefault252Ffiles2
52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
29
atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc
de 33 rotaccedilotildees entres outros
Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade
nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando
as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e
xaxado
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo
do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira
triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da
semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as
dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do
sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o
baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute
uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de
Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias
Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as
alpercatas12
no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo
de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde
O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona
Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e
outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles
Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil
provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute
conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz
Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado
Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13
12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio
Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E
MUacuteSICA
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-
b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
30
FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal
Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como
tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios
alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute
tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e
marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada
bacalhau que bate na pele inferior
FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal
O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute
feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
31
Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse
instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito
familiar ao sertanejo
FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal
Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e
seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada
instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o
repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil
33 Luiz Gonzaga
MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps
Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014
Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz
Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
3A3BtJVl1TVSbcqI2M3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fimagens252Fnoticias252
Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
HMKkwwkJl0FmM3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fsites252Fdefault252Ffiles2
52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
32
manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir
depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua
muacutesica
FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE
laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014
Segundo Sulamita Vieira14
Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois
para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de
Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o
segundo
Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e
inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de
querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele
era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas
musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas
novenas e quermesses
Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que
tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da
famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza
para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas
Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a
ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do
14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-
b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
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inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
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2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
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inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
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De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
33
exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui
uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho
MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um
cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e
foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo
poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes
Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era
continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na
cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre
fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE
LUIZ GONZAGA)
Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e
escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele
ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de
divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a
expressar a histoacuteria do seu nordeste
Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e
voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha
Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma
sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia
respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus
sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo
Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro
manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica
brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo
Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
34
4 PESQUISA
Comeccedilaria tudo outra Vez
Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a
chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em
vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e
ver que voltaria com vocecirc15
Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse
estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de
pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada
41 Traccedilos Metodoloacutegicos
Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira
que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o
uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a
autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens
O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno
contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o
fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de
evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)
Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se
precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum
contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende
examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam
ser manipulados
Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de
determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e
das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para
construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador
eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo
15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha
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estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
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Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
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for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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Acesso 21 Maio 2014
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Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
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inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
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2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
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43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
35
estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um
conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo
Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as
perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo
em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do
relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno
Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia
faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade
Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER
1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador
pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da
vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o
mesmo ocorre
A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser
estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)
O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo
natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na
medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo
observando (DENCKER 1998 p 103)
De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos
sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de
estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As
Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e
ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente
fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento
uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc
Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de
pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo
utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade
externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas
operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica
com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
36
Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser
generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os
mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado
repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de
coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter
e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de
fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e
preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador
preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo
tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no
tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da
pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para
se efetivar a coleta de dados
Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou
pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da
coleta e anaacutelise de dados
42 Anaacutelises dos Dados
Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os
seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para
o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de
muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje
temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute
denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se
um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico
Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute
das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que
se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo
prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
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b5ELe-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
ii=_ampimgrc=uNYW90MRaCyEHM253A3B87BBGCpysUsokM3Bhttp253A252F252F2bpblogspo
tcom252F-
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
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REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
37
for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o
forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui
(Adelson Viana 2014)
Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem
definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou
desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo
a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees
segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute
satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos
FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-
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Acesso 21 Maio 2014
38
Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
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inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
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Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
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REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
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APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
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Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no
periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado
sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo
acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe
segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando
comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do
muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a
dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno
Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute
um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca
ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica
tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem
grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa
desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute
passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a
importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo
Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu
puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que
no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees
em Satildeo Paulo e Belo Horizonte
Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao
estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas
infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam
mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes
eventos que nosso estado promove
Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo
por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando
meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto
hoje realizado (Rodolf Forte 2014)
Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e
muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
39
inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe
uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de
recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma
neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem
para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do
poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto
direcionado para esse estilo ainda natildeo existe
Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute
voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa
aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e
aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta
estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais
FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014
Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do
seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
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03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
40
2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que
trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra
Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais
valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma
cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a
alma histoacuteria e cultura
FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe
aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg
dii=_ampimgrc=x0nG9r0iRZL4DM253A3BcqcP0rdgwcIK1M3Bhttp253A252F252F1bpblogspotco
m252F-x-u3VqmKo50252FThCSw5hTz9I252FAAAAAAAAASU252FiB19IoaHe-
o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr
ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14
Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute
estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
3A3BtJVl1TVSbcqI2M3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fimagens252Fnoticias252
Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
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43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
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por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
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De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
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REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
41
inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a
banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos
mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra
FOTO 08 Casa de Show Kukukaya
FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos
ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25
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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50
03B330 Acesso 20 Maio 2014
Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na
casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica
conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute
que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse
ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito
exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
HMKkwwkJl0FmM3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fsites252Fdefault252Ffiles2
52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
42
Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a
sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o
empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos
no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se
trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal
Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para
apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute
ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural
e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha
outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de
show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por
diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo
cultural possa acontecer de maneira adequada
FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ
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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-
baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014
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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
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43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
43
Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no
mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi
acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os
programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo
do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do
forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave
mesma
FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE
httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG
oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3
BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal
252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot
icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-
semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014
44
43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
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43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo
Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter
um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer
sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais
imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa
dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina
A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do
forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte
documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa
cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria
Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse
mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de
um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes
O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo
Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi
bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem
conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado
O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou
uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da
dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre
deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma
forma de cultura
A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura
Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o
autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo
conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina
sendo assim um local aconchegante
Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute
de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser
mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de
maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
45
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai
buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma
atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O
turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos
vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda
temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim
vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver
toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade
Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais
visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o
turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios
arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na
sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim
existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua
identidade
Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas
relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e
cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da
culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um
subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos
patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local
Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de
conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter
conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem
segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais
O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo
Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado
Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de
forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
46
por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje
estar no auge que a chamada sanfona
Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a
uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a
populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo
compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos
antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que
como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e
consequentemente lucro
Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim
eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece
o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa
aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre
fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os
artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra
normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que
vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural
Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo
desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o
turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no
estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge
daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que
tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local
Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica
chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto
comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio
entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas
casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos
acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas
caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado
por isso estaacute no mercado haacute 18 anos
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
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REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
49
APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
47
De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento
poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os
meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia
mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre
com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de
citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados
a outros estados citandos como exemplo Pernambuco
Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de
maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por
atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso
estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da
proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico
48
REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
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REFEREcircNCIAS
BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio
do Turismo 2008
DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo
Futura 1998
DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005
DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2
edreimp Satildeo Paulo Altas 2008
IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning
2003
GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre
Artmed2005
MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003
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APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
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APEcircNDICE
50
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
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ANEXOS
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APEcircNDICE A
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio
Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya
01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta
02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra
03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais
04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de
show
05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de
show
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson
Viana
01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra
02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas
03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais
04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra
05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria
(Adulto ou Terceira idade)
Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de
Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte
01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute
02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico
03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais
04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura
nordestina Se sim quais
51
ANEXOS
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ANEXOS