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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO: A PERCA DA IDENTIDADE DO FORRÓ PÉ DE SERRA FORTALEZA 2014

ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

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Page 1: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARAacute

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE TURISMO

ROCHELLE VIANA DA SILVA

FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO A PERCA DA IDENTIDADE

DO FORROacute PEacute DE SERRA

FORTALEZA

2014

ROCHELLE VIANA DA SILVA

FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO A PERCA DA IDENTIDADE

DO FORROacute PEacute DE SERRA

Monografia submetida agrave aprovaccedilatildeo

Coordenaccedilatildeo do curso de Turismo do Centro

Superior do Cearaacute como requisito parcial

para obtenccedilatildeo de Grau de graduaccedilatildeo

Orientador Mansueto Brilhante

FORTALEZA

2014

ROCHELLE VIANA DA SILVA

FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO APERCA DA IDENTIDADE DO

FORROacute PEacute DE SERRA

Monografia como preacute-requisito para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharelado em

Turismo outorgado pela Faculdade Cearense

ndash FAC tendo sido aprovada pela banca

examinadora composta pelos professores

Data de aprovaccedilatildeo _______________

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Professor Ms PAULA ROBERTA LEITE

________________________________________

Professor Ms PATRIacuteCIA CAMPELO AMARAL

________________________________________

Professor Esp MANSUETO DA SILVA BRILHANTE

A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel

Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia

prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute

pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu

silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me

ensinando a nunca desistir dos meus sonhos

Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da

Silva que juntos formamos uma engrenagem

Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e

principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre

fontes ricas de conhecimento

Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e

acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido

Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu

lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre

acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e

a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial

E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria

chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades

que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata

Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane

Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira

de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras

pelas dicas enfim por tudo

A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida

ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz

guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos

sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo

( Luiz Gonzaga)

ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como

eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um

amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim

que alegre o meu viverrdquo

(Dominguinhos)

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

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ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

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empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

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2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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02JPG3Bhttp253A252F252Fmacariobatistablogspotcom252F2014252F01252Fterras-de-sao-

goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 2: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

ROCHELLE VIANA DA SILVA

FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO A PERCA DA IDENTIDADE

DO FORROacute PEacute DE SERRA

Monografia submetida agrave aprovaccedilatildeo

Coordenaccedilatildeo do curso de Turismo do Centro

Superior do Cearaacute como requisito parcial

para obtenccedilatildeo de Grau de graduaccedilatildeo

Orientador Mansueto Brilhante

FORTALEZA

2014

ROCHELLE VIANA DA SILVA

FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO APERCA DA IDENTIDADE DO

FORROacute PEacute DE SERRA

Monografia como preacute-requisito para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharelado em

Turismo outorgado pela Faculdade Cearense

ndash FAC tendo sido aprovada pela banca

examinadora composta pelos professores

Data de aprovaccedilatildeo _______________

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Professor Ms PAULA ROBERTA LEITE

________________________________________

Professor Ms PATRIacuteCIA CAMPELO AMARAL

________________________________________

Professor Esp MANSUETO DA SILVA BRILHANTE

A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel

Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia

prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute

pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu

silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me

ensinando a nunca desistir dos meus sonhos

Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da

Silva que juntos formamos uma engrenagem

Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e

principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre

fontes ricas de conhecimento

Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e

acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido

Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu

lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre

acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e

a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial

E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria

chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades

que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata

Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane

Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira

de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras

pelas dicas enfim por tudo

A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida

ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz

guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos

sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo

( Luiz Gonzaga)

ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como

eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um

amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim

que alegre o meu viverrdquo

(Dominguinhos)

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 3: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

ROCHELLE VIANA DA SILVA

FORROacute PEacute DE SERRA COMO PRODUTO TURISTICO APERCA DA IDENTIDADE DO

FORROacute PEacute DE SERRA

Monografia como preacute-requisito para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharelado em

Turismo outorgado pela Faculdade Cearense

ndash FAC tendo sido aprovada pela banca

examinadora composta pelos professores

Data de aprovaccedilatildeo _______________

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Professor Ms PAULA ROBERTA LEITE

________________________________________

Professor Ms PATRIacuteCIA CAMPELO AMARAL

________________________________________

Professor Esp MANSUETO DA SILVA BRILHANTE

A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel

Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia

prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute

pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu

silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me

ensinando a nunca desistir dos meus sonhos

Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da

Silva que juntos formamos uma engrenagem

Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e

principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre

fontes ricas de conhecimento

Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e

acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido

Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu

lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre

acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e

a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial

E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria

chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades

que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata

Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane

Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira

de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras

pelas dicas enfim por tudo

A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida

ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz

guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos

sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo

( Luiz Gonzaga)

ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como

eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um

amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim

que alegre o meu viverrdquo

(Dominguinhos)

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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02JPG3Bhttp253A252F252Fmacariobatistablogspotcom252F2014252F01252Fterras-de-sao-

goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 4: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

A Deus aos meus pais irmatildeos e amigos

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel

Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia

prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute

pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu

silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me

ensinando a nunca desistir dos meus sonhos

Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da

Silva que juntos formamos uma engrenagem

Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e

principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre

fontes ricas de conhecimento

Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e

acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido

Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu

lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre

acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e

a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial

E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria

chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades

que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata

Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane

Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira

de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras

pelas dicas enfim por tudo

A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida

ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz

guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos

sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo

( Luiz Gonzaga)

ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como

eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um

amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim

que alegre o meu viverrdquo

(Dominguinhos)

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 5: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pois sem ele nada seria possiacutevel

Ao meu pai Joseacute Moura da Silva que foi minha fonte inspiraccedilatildeo para chegar onde havia

prometido quero te agradecer por tudo pela educaccedilatildeo pelo amor pelo carinho cuidado e ateacute

pelos carotildees e a Raimunda Nonata Viana Guimaratildees minha querida matildee que com o seu

silencia me acolheu e me incentivou a seguir em frente durante essa longa caminhada me

ensinando a nunca desistir dos meus sonhos

Aos meus irmatildeos Jordana Viana da Silva Joais Viana da Silva e Ana Sephora Aquino da

Silva que juntos formamos uma engrenagem

Ao meu orientado Mansueto Brilhante pelo aprendizado e pela troca de experiecircncia e

principalmente por toda a dedicaccedilatildeo em me ensinar o caminho correto buscando sempre

fontes ricas de conhecimento

Aos meus companheiros de trabalho Jeanne Viana que sempre me ensinou a ser forte e

acreditar que sempre podemos ir mais longe que imaginamos mas em especial meu querido

Supervisor e amigo Ricardo Duarte Almeida que durante essa jornada permaneceu ao meu

lado me ensinando que as dificuldades fazem parte de um vitorioso sucesso e que sempre

acreditou em mim Saiba que vocecirc hoje e sempre teraacute um papel fundamental na minha vida e

a todos que nunca desistiram de mim acreditando no meu potencial

E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria

chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades

que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata

Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane

Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira

de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras

pelas dicas enfim por tudo

A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida

ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz

guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos

sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo

( Luiz Gonzaga)

ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como

eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um

amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim

que alegre o meu viverrdquo

(Dominguinhos)

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 6: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

E meus queridos e amados amigos e a equipe Master que sem o apoio de vocecircs natildeo teria

chegado ateacute aqui que me fizeram acreditar que o meu sonho eacute maior que todas as dificuldades

que a vida pode me trazer aprendi com vocecircs a forccedila de uma verdadeira amizade Renata

Pollyne Debora Almeida Francisco Gilson Glauber Conrado Gessyca Camila Elane

Cavalcante hoje carrego comigo um pedacinho de vocecircs aprendi com cada um uma maneira

de levar a vida enfim soacute tenho a agradecer por tudo que fizeram por mim pelas palestras

pelas dicas enfim por tudo

A todos que fizeram parte indiretamente desta etapa tatildeo importante da minha vida

ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz

guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos

sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo

( Luiz Gonzaga)

ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como

eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um

amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim

que alegre o meu viverrdquo

(Dominguinhos)

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 7: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

ldquo Minha vida eacute andar por esse pais pra ver se um dia descanso feliz

guardando as recordaccedilotildees das terras por onde passei andando pelos

sertotildees e dos amigos que laacute deixeirdquo

( Luiz Gonzaga)

ldquo Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodoacute mas como

eu natildeo tenho ningueacutem eu levo a vida assim tatildeo soacute Eu so quero um

amor que acabe o meu sofrer um xodoacute pra mim do meu jeito assim

que alegre o meu viverrdquo

(Dominguinhos)

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 8: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o Forroacute Peacute de Serra como produto turiacutestico do Cearaacute

buscando mostrar sua essecircncia e importacircncia para a cultura local Atraveacutes da diversidade de

turista que se recebe no estado notamos que as portas para Forroacute se abriram abrangendo um

puacuteblico maior poreacutem perdemos um pouco sua essecircncia sendo esquecidos grandes nomes

como Luis Gonzaga Dominguinhos entre outros nomes que satildeo reconhecidos em nosso

estado O Forroacute no geral faz parte da nossa rica cultura que eacute pouco explorada no produto

turiacutestico e atraveacutes deste trabalho vamos conhecer e explorar um pouco das origens musicais

do nosso estado

Esse lado cultural do nosso estado eacute pouco divulgado porque o nosso plano de marketing estar

focado mais no Sol e Praia o que nos rendeu uma boa economia mais atualmente o perfil do

turista eacute mais ativo ele vem em busca de conhecimento de ver a realidade do lugar visitado o

que inclui o patrimocircnio cultural

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 9: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

ABSTRACT

The present work intends to analyze the Forroacute Peacute de Serra as tourism product of Cearaacute

seeking to show their essence and significance to the local culture Through the diversity of

tourist that we receive in the State we noticed that the doors do Forroacute opening covering a

larger audience however lost its essence being forgotten greats like Luis Gonzaga

Dominguinhos among other names that are recognized in our State Forroacute in General is part of

our rich culture that is little explored in the tourist product and through this work we know a

little of the musical origins of our State

This cultural side of our States unheralded because our marketing plan to be focused more on

Sun and Beach we earned a good economy more in present day tourist profile is more active

it comes in pursuit of knowledge to see the reality of the place visited including culture

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

sQTi94DIBQampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=QGxMoyrYIbkGrM253A3Bl5LVwzP7gUzx5M3Bhttp253A252F252Fi1sndcdncom252Favatars-000004633360-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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02JPG3Bhttp253A252F252Fmacariobatistablogspotcom252F2014252F01252Fterras-de-sao-

goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 10: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

MAPA 1 ndash Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco

FOTO 01 ndash Sanfona com teclado de piano

FOTO 02 ndash Instrumento chamado de Zabumba

FOTO 03 ndash Instrumento Triacircngulo

FOTO 04 ndash Luiz Gonzaga

FOTO 05 - Musico Adelson Viana

FOTO 06 - Secretaacuterio de Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Rodolfo Forte

FOTO 07 - Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya

FOTO 08 - Casa de Show Kukukaya

FOTO 09 - Instalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya

FOTO 10 - Palco da Casa de Show Kukukaya

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 11: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IPHAN Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional

UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e Cultura

UFC Universidade Federal do Cearaacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 12: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 ESTRADA DA VIDA16

21 O turismo e sua caminhada16

22 Produto Turiacutestico20

23 Cultura e Sociedade 22

231 Turismo Cultural 24

3 O FORROacute DAQUI26

31 Histoacuteria do Forroacute26

32 Forroacute peacute de serra28

33 Luiz Gonzaga31

4 PESQUISA34

41 Traccedilos Metodoloacutegicos34

42 Analises dos Dados36

43 Analises das Observaccedilotildees em campo44

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS45

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICA48

APEcircNDICE49

ANEXOS51

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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02JPG3Bhttp253A252F252Fmacariobatistablogspotcom252F2014252F01252Fterras-de-sao-

goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 13: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O turismo eacute uma atividade motivacional que tem como definiccedilatildeo de forma

praacutetica viajar natildeo soacute por prazer mas por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua

cidade natal em busca de conhecer e desfrutar outra cidade O turismo tambeacutem pode ser

interpretado de forma mais complexa na qual precisa ser respeitado o ponto de vista do

observador mas pode-se afirmar que eacute o deslocamento de uma cidade para outra seja ele em

busca de conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

O turismo no Brasil eacute uma das atividades mais importantes do paiacutes eacute geradora de

renda com empregos diretos e indiretos que trabalha com a cultura e lazer O atrativo da

cidade acaba motivando o turista de acordo com a possibilidade de conhecer o local dando

inicio a um ciclo turiacutestico garantindo a qualidade tanto do serviccedilo como no atendimento ao

turista surgindo assim o turismo de negoacutecios turismo religioso turismo cultural entre outros

O forroacute peacute de serra eacute um dos componentes da cultura Nordestina conhecida

sendo bastante procurada em nosso paiacutes sendo portanto considerada uma atraccedilatildeo turiacutestica

No entanto eacute importante saber que estaacute se perdendo essa essecircncia do forroacute peacute de serra tendo

uma forte influecircncia da nova geraccedilatildeo dos uacuteltimos 20 anos que tambeacutem eacute cultura Desta forma

o trabalho pretende avaliar a perca da identidade do forroacute peacute de serra e sua desvalorizaccedilatildeo no

estado

Em virtude dessa perca de identidade utilizaremos como objeto de pesquisa

alguns documentaacuterios bibliografia e questionaacuterios que seratildeo aplicados ao Secretaacuterio de

Cultura do municiacutepio de Aquiraz a um muacutesico e um empresaacuterio abordando o mesmo assunto

mais com visotildees diferentes com objetivo de buscar respostas que justifiquem e expliquem a

falta da essecircncia desse forroacute e buscar conhecer o quanto amplo este mercado que pode estar

sendo utilizado de maneira indevida ou com fins somente financeiros procurando saber se

existe alguma ajuda da prefeitura jaacute que o forroacute faz parte da cultura e temos um consumo

indireto e direto do turista que vem em busca de conhecimento poreacutem natildeo tem o que eacute

verdadeiro

O interesse em realizar tal estudo emergiu da vivecircncia da nossa muacutesica em

famiacutelia com uma irmatilde vocalista de uma banda de forroacute e um irmatildeo arcodionista de um peacute de

serra com essa convivecircncia surgiram vaacuterios questionamentos sobre situaccedilotildees comuns a

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ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

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empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

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2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

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termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

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a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

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sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 14: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

14

ambos poreacutem com realidades diferentes dentre elas valores financeiros e ateacute mesmo

dificuldades iguais mas que satildeo resolvidas de forma diferentes nesse segmento musical que eacute

do forroacute

O estudo pode ser importante para que se possa entender a mudanccedila nesse

mercado no qual se pode ter uma valorizaccedilatildeo cultural maior em busca do que eacute verdadeiro e

autentico buscando tambeacutem o reconhecimento do artista local sendo mais exposta a muacutesica

que falem de poesia com melodias que sempre mantenham vivos e presentes o verdadeiro

forroacute peacute de serra

O presente trabalho pode ser usado como uma importante fonte de informaccedilotildees

culturais e sociais pois os questionaacuterios envolvem uma integraccedilatildeo de opiniotildees que estatildeo

dentro da realidade da rotina de um Cearense colaborando tambeacutem no campo da ciecircncia com

as necessidades de esclarecimento destas transformaccedilotildees culturais que precisam ser mais

vistas e apreciadas tanto pelo turista como pela populaccedilatildeo local

Assim o estudo pretende questionar o porque dessa mudanccedila ao longo de 10 anos

o porque que a marca ldquoforroacute peacute de serrardquo natildeo eacute tatildeo vendida como produto turiacutestico e porque

natildeo existe uma valorizaccedilatildeo cultural mais rigorosa conhecendo as consequecircncias que o forroacute

traacutes nos dias de hoje procurando assim resposta Tambeacutem questionamos se existe uma

valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra Existe investimento Existe demanda e oferta

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de perca da

identidade do foro peacute de serra dando espaccedilo para um forroacute eletrocircnico Como objetivos

especiacuteficos Conhecer as causas dessas mudanccedilas Eacute investigar se o forroacute peacute de serra poderia

ou jaacute eacute vendido como um produto turiacutestico avaliar por meio da pesquisa as opiniotildees de

diferentes de pessoas que fazem parte desse mercado

Pensando de forma hipoteacutetica e puramente baseada no conhecimento empiacuterico do

pesquisador pode-se supor que essa natildeo valorizaccedilatildeo do forroacute vem em grande parte da

populaccedilatildeo local e da grande participaccedilatildeo da miacutedia em vender aquilo que eacute gerador de maior

renda Entatildeo se identifica uma falta cultural a nossa histoacuteria verdadeira pois hoje o que eacute

temos eacute uma variedade de bandas que trabalham com uma marca que natildeo eacute utilizada como se

deveria

Para responder as perguntas citadas foi realizado um estudo de caso buscando

referecircncias com o Secretaacuterio de Cultura do municiacutepio de Aquiraz um muacutesico e um

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 15: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

15

empresaacuterio que trabalham com o forroacute peacute de serra a partir da aplicaccedilatildeo de entrevista aleacutem da

observaccedilatildeo participativa em algumas festas em casas de show da regiatildeo em busca de chegar a

uma realidade mais proacutexima das informaccedilotildees

O estudo apresenta como principais referencias teoacutericas alguns conceitos que

identificam a aacuterea em estudo considerando conhecimentos socioloacutegicos e antropoloacutegicos e

autores na aacuterea que conceituam a atividade turiacutestica mundial nacional e o turismo no Cearaacute

Podemos citar as obras de Reinaldo Dias (2005) Luiz Renato Ignarra (2003) e Adan de

Freitas Maneti Dencker (1998)

Eacute portanto nesse campo que dedificamos esforccedilos para esse desvendamento

Assim esse trabalho se encontra organizado em quatro capiacutetulos O primeiro eacute composto por

uma previa introduccedilatildeo ao assunto O segundo apresenta os conceitos da aacuterea em estudo O

terceiro adentra na dinacircmica propriamente dita do objeto de pesquisa ou seja o forroacute peacute de

serra como produto turiacutestico No quarto estaacute a metodologia utilizada para a realizaccedilatildeo da

pesquisa e suas analises As consideraccedilotildees finais por fim apresentam uma siacutentese das

principais observaccedilotildees e resultados desta investigaccedilatildeo

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 16: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

16

2 ESTRADA DA VIDA

Nessa estrada da vida

Nessa estrada da vida fico a imaginar a que caminhos pode me levar morena te vejo em sonhos a soluccedilar essa

distacircncia vai nos separar Meu peito eacute uma fogueira nas

noites de luar meus olhos se animam minha voz sai

pelo ar fico na lembranccedila a imaginar a nos separar1

O objetivo deste capiacutetulo eacute conhecer a histoacuteria e conceitos do turismo desde a sua

antiguidade ateacute a idade contemporacircnea Atraveacutes de autores estudiosos na aacuterea em estudo

como por exemplo Reinaldo Dias e Luiz Ignarra com visotildees diferentes poreacutem com o mesmo

objetivo no assunto

21 O Turismo e sua Caminhada

Para a compreensatildeo do turismo utilizaremos uma definiccedilatildeo de Dias (2005) que

descreve os chamados nocircmades que se deslocavam em busca de alimentos e moradia quando

havia a motivaccedilatildeo principalmente da germinaccedilatildeo de semente que lhe alimentava em diversos

periacuteodos do ano

Segundo Ignarra (2003) o turismo teve iniacutecio quando o homem deixou de ser

sedentaacuterio principalmente com o objetivo do comeacutercio portanto admite-se que o turismo de

negoacutecio antecede o de lazer

Para Dias (2005) podemos citar alguns lugares que contribuiacuteram para a histoacuteria

do Turismo como por exemplo a Greacutecia Antiga que iniciou com pessoas viajando por

motivos religiosos esportivos ou em alguns casos buscando conhecimento Houve como

grande marco a Oliacutempia que atraia um aglomerado de pessoas que sediam suas casas como

hospedagem devido agrave lotaccedilatildeo do local e chegava ateacute a faltar aacutegua potaacutevel na cidade Jaacute com

os Romanos o foco era a visita a monumentos e na sauacutede que era tratada com banhos termais

o que hoje chamamos de SPA( O intuito tambeacutem era buscar outros conhecimentos de

civilizaccedilotildees o que trazia grande prestiacutegio aos romanos

Devido a esses deslocamentos2 surgiu a necessidade de importantes vias que

dariam um grande crescimento a economia local que tinham como atrativos os banhos

1 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquohttpletrasmusbrluiz-gonzaga1565398raquo Acesso em 18 de Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo Nessa Estrada da Vida de Luiz Gonzaga 2 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em lt httpptwikipediaorgwikiTurismogt Acesso em 05 de Maio 2014

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 17: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

17

termais e uma grande massa que se deslocava tambeacutem para assistir a grandes espetaacuteculos

teatrais

Para Ignarra (2003) com o fim do Impeacuterio Romano as viagens reduziram por

conta do perigo nas estradas como assaltos que eram realizados por grupos de bandidos

Para Dias (2005) na Idade Meacutedia houve um grande crescimento nos

deslocamentos que eram feitos por motivos religiosos foi o auge das peregrinaccedilotildees em vaacuterios

lugares do mundo Eram feitas como uma forma de pedir perdatildeo e alguns prisioneiros era

intimada a fazerem essa longa caminhada Devido a grande movimentaccedilatildeo dos viajantes e

comerciantes que natildeo soacute tinham soacute como objetivo as peregrinaccedilotildees religiosas mas tambeacutem

buscavam produtos para serem comercializados no Ocidente

Segundo Ignarra (2003) o turismo de massa (grupo) surgiu no periacuteodo das

cruzadas era a visita feita aos centros religiosos Devido agrave falta de hospedagem deu inicio

tambeacutem aos acampamentos que eram formas de acomodaccedilatildeo mais raacutepida No periacuteodo

romano segundo o autor surgiu o que hoje se chama de intercacircmbio cultural onde os nobres

enviavam seus filhos para estudarem em grandes centros culturais

Para Dias (2005) com a vinda das Grandes Navegaccedilotildees para o Ocidente deu-se

um grande intercacircmbio com pessoas de culturas diferentes que deram nova rotulagem a esses

deslocamentos que passavam a ter objetivos de complementar agrave educaccedilatildeo das elites da eacutepoca

A nobreza europeia enviava seus filhos que eram orientados por instrutores que os

acompanhando dando iniacutecio ao GRAND TOUR essas jornadas duravam trecircs anos ou mais e

eram feitas em terras bem distante com fins educativo

Para Dias (2005) todos esses deslocamentos citados acima na eacutepoca natildeo eram

denominado de Turismo porque natildeo tinha importacircncia na aacuterea cultural social e econocircmica

Para entendermos realmente a definiccedilatildeo de Turismo precisamos conhecer alguns conceitos

Turismo eacute a teoria e a praacutetica de viajar por prazer e turista eacute a pessoa que faz uma ou

mais excursatildeo especialmente algueacutem que faz isso por recreaccedilatildeo Algueacutem que viaja

por prazer ou cultura visitando vaacuterios lugares por seus objetivos de interesse

paisagem e etc (DIAS2005p13)

Segundo a citaccedilatildeo a definiccedilatildeo de turismo vem basicamente da praacutetica de viajar

natildeo soacute por prazer mais por toda motivaccedilatildeo que move o turista a sair da sua cidade natal em

busca de conhecer e desfrutar de outra cidade O interesse no Turismo veio tambeacutem logo apoacutes

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 18: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

18

a Revoluccedilatildeo Industrial quando as universidades (estudiosos) se deslocavam em busca de

conhecimento tendo como ponto de partida o setor econocircmico No geral a definiccedilatildeo de

Turismo eacute bem complexa e precisa ser respeitado o ponto de vista do observador mas

podemos dizer que eacute o deslocamento do turista de um local para o outro seja ele em busca de

conhecimento recreaccedilatildeo ou lazer

Segundo Dias (2005) o Turismo foi segmentado em seis tipos sendo eles

Interno Receptivo Emissor Interior Nacional e Internacional O Turismo Interno tambeacutem

chamado de domeacutestico eacute toda viagem feita dentro do seu proacuteprio Paiacutes como por exemplo

uma viagem de Fortaleza para Juazeiro do Norte O Receptivo eacute a vinda do turista que natildeo

vem de nosso Paiacutes poreacutem vem de maneira bem objetiva e simples conhecer uma determinada

localidade como por exemplo a visita dos Italianos ao Cearaacute de Europeus a Satildeo Paulo

normalmente satildeo internacionais

No Turismo Emissor neste caso acontece o oposto ao Turismo receptivo temos

agora a saiacuteda de turista para fora do Paiacutes o que estar muito vinculado a viagens internacionais

tambeacutem como por exemplo o cearense que viaja para a Itaacutelia Turismo Interior temos aqui

como definiccedilatildeo baacutesica da junccedilatildeo do Turismo receptivo com o domeacutestico Satildeo os

deslocamentos feitos tanto pela comunidade local como um por turista que vem de outro Paiacutes

eacute como se fosse uma espeacutecie de somatoacuterio de todos os viajantes de uma determinada

localidade

No Turismo Nacional eacute a junccedilatildeo do turismo receptivo com o emissor para fora de

dentro do Paiacutes como por exemplo as viagens do Brasil para o Japatildeo e do Japatildeo para o Brasil

E por fim o Turismo Internacional que podemos dizer que eacute a uniatildeo do Receptivo como

emissor que se resume no deslocamento feito entre os paiacuteses

Atraveacutes dos conceitos citados acima podemos ver o quanto o Turismo eacute amplo e

bem estruturado Nesta aacuterea pode-se aplicar a Teoria dos Sistemas para tal entendimento o

Turismo como o todo (sistema) funciona sempre interligado com partes o turista tem a opccedilatildeo

de isolar um desses subsistemas (setores) como objeto de estudo (as viagens) Poreacutem eles

trabalham interligados formando um soacute ldquoO turismo pode ser estudado como um subsistema

do sistema social que compreende as sociedades humanasrdquo (DIAS2005p24) Para melhor

compreensatildeo a citaccedilatildeo acima fala que o Turismo eacute um subsistema que faz parte do sistema da

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 19: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

19

sociedade humana Sempre um segmento interliga o outro que atraveacutes de influecircncias internas

e externas buscam crescimento

Segundo Dias (2005) o turismo moderno se iniciou com a Revoluccedilatildeo Industrial

atraveacutes dos avanccedilos tecnoloacutegicos da eacutepoca que facilitaram e despertaram o interesse das

viagens que para alguns natildeo estava dentro da realidade vivida na eacutepoca Com a descoberta

da maacutequina a vapor o primeiro crescimento foi nas navegaccedilotildees pois passou a ser utilizada

como fonte de energia possibilitando assim o deslocamento de grandes quantidades de

viajantes influenciando tambeacutem no comeacutercio e na economia dos lugares visitados Logo

depois surgiram as ferrovias e trens que tambeacutem levavam muitas pessoas de maneira

confortaacutevel Eacute atraveacutes de Thomas Cook que se inicia a eacutepoca moderna do Turismo ele eacute

mundialmente conhecido por ter organizado a primeira viagem sem nenhum benefiacutecio pessoal

dando aos seus viajantes a possibilidade de desfrutar de algo natildeo visto anteriormente foi a

primeira viagem feita com pacotes de serviccedilos inclusos A partir desse momento as viagens

natildeo teriam mais como foco a educaccedilatildeo ou o comeacutercio mais sim lazer e entretenimento que

cresciam com um novo conceito

Segundo Dias (2005) devido a expansatildeo nas viagens e o querer conhecer lugares

cada vez mais distantes da cidade natal no inicio do seacuteculo XX surgiu o automoacutevel e se

ampliou mais ainda esse segmento Tendo como autor o Henry Ford que permitiu agrave fabricaccedilatildeo

em massa de carros que seriam bem mais acessiacuteveis a populaccedilatildeo que natildeo tinha um poder

aquisitivo tatildeo alto na eacutepoca em que se viu a necessidade de construccedilatildeo de rodovias que

tivessem a estrutura necessaacuteria para o deslocamento em massa desses veiacuteculos que

transportavam agora pessoas que tinham prazer em dirigir para conhecer novos caminhos O

carro trouxe uma grande influecircncia para o turismo como a criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees e o

surgimento de pequenos restaurantes nas estradas mais precisamente localizados proacuteximo aos

chamados Moteacuteis que eram um hoteacuteis com caracteriacutesticas diferenciadas e localizados em

rodovias onde o viajante podia chegar com seu automoacutevel ateacute a porta do seu quarto

Pode-se observar que com o passar do tempo esses fatores estimularam para o

turismo Hoje fazem parte de um sistema chamado produto turiacutestico que eacute fundamental para o

desenvolvimento desse segmento

No toacutepico a seguir podemos avaliar o crescimento do turismo como produto

turiacutestico acompanhando a sua importacircncia para esse mercado do turismo

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 20: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

20

22 Produto Turiacutestico

Segundo Martins (2003) o Turismo eacute denominado como um sistema aberto

interligados por subsistemas que formam um todo Para entendermos melhor tal definiccedilatildeo

precisamos ter conhecimento de alguns elementos formadores desse produto ldquoExiste cinco

elementos formadores do produto turiacutestico satildeo eles o turista a regiatildeo emissora ou geradora

a rota de tracircnsito a regiatildeo de destino ou receptora e a cadeira produtiva do turismordquo

(MARTINS2003 p129)

Ainda de acordo com a ideia de Martins (2003) o Turista eacute o centro nesse sistema

Onde todo e qualquer planejamento eacute feito e disponiacutevel para ele Sem o turista natildeo haacute

necessidade de desenvolvimento do Turismo que tambeacutem acaba impactando na economia do

local Quando despertado a vontade de conhecer uma regiatildeo tal localidade precisa ter a

estrutura para atender a demanda como por exemplo meios de hospedagem alimentaccedilatildeo

transportes conservaccedilatildeo dos seus produtos para que a comunidade local tambeacutem precisa ser

beneficiada

Para Martins (2003) a regiatildeo emissora ou geradora eacute o espaccedilo geograacutefico em si o

local do qual o visitante se disponibiliza a sair para ter conhecimento e usufruir das

facilidades de outra cidade Mas para tal conhecimento eacute necessaacuterio primeiro a motivaccedilatildeo

pois a vontade de viajar precisa ser estimulada para o deslocamento e isso pode ser feito a

partir de empresas que prestam serviccedilos e o principal deles eacute o marketing feito no local

Deslocamento de indiviacuteduos no espaccedilo-tempo eacute o espaccedilo entre a regiatildeo emissora a receptora

eacute o trajeto que o turista faz ateacute chegar ao local desejado A medida que aumenta o fluxo de

turista na cidade a mesma precisa ter uma estrutura adequada para atender tal demanda como

por exemplo aeroportos rodovias rodoviaacuterias portos entre outros O turista tambeacutem

vislumbra a qualidade desses serviccedilos prestados A Regiatildeo receptora ou de destino eacute todo o

elemento que o turista pode ter como primeiro contato A infraestrutura como os meios de

transporte disponiacuteveis para o turista meios de hospedagem alimentaccedilatildeo e as empresas que

prestam todo serviccedilo direto ao turista

Segundo Martins (2003) a cadeia produtiva do turismo eacute composta por todas as

empresas que atuam direta ou indiretamente no turismo com meios de hospedagem

restaurantes atrativos entre outros Os pontos citados acima satildeo de total e inteira importacircncia

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

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REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

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APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 21: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

21

para o produto turiacutestico e seu entendimento Uma das suas identidades eacute a renovaccedilatildeo de seus

atrativos o consumidor (turista) precisa se interessar pelo local e por isso este deve ser

renovado constantemente para atender a necessidade do mercado Caso isso natildeo aconteccedila agrave

regiatildeo tende a natildeo ser mais visitada e esquecida Por isso cada subsistema que forma o

produto turiacutestico precisa estar sendo renovado para que sejam conservados e natildeo percam suas

caracteriacutesticas culturais sociais e econocircmicas pois em alguns momentos essas trecircs citadas

acima satildeo os principais estimuladores de Turismo

Precisa-se ter bastante atenccedilatildeo quando se falar de oferta e demanda ao produto

turiacutestico pois tambeacutem estaacute vinculado a eles ldquoNatildeo se pode falar em oferta ou produto sem se

falar em demanda que eacute a quantidade de bens e serviccedilos turiacutesticos que os indiviacuteduos desejam

e satildeo capazes de consumir a um dado preccedilo em um determinado periacuteodo de tempo ou seja eacute

a procura real ou potencial pelos produtos turiacutesticosrdquo (MARTINS 2003p136) Nessa citaccedilatildeo

podemos ver a importacircncia da pesquisa que precisa ser feita no mercado para que seja

identificada a necessidade do consumidor Nesse setor podemos muito falar da economia

local onde eacute gerada toda a renda e o lucro da atividade turiacutestica

Quando Martins (2003) fala dessa procura real se refere ao que jaacute estaacute sendo

consumido diariamente e o potencial eacute aquele produto que existe mas que ainda natildeo foi

utilizado por isso a importacircncia dessa renovaccedilatildeo pois a influencia acontece diretamente

nesses setores turiacutesticos A oferta influencia bastante o trabalho do produto quando o

consumidor se desloca para usufruir dos atrativos estes precisam estar devidamente

equipados para atenderem essa demanda Se o produto turiacutestico eacute vendido vamos dizer assim

e ele natildeo atende a necessidade do consumidor este vai a busca de outro local onde encontre

melhores condiccedilotildees e qualidade nos serviccedilos Por isso sempre eacute necessaacuterio pensar em todo o

Sistema para que se tema uma satisfaccedilatildeo em massa dos turistas do local

Uma das grandes problemaacutetica eacute o mau uso dos atrativos nunca se pensa na

sustentabilidade dele mas no uso e na renda imediata Eacute Necessaacuterio antes do acesso do turista

acontecer um planejamento e que todos os fatores do produto turiacutesticos estejam muito bem

estruturados no local para que se tenha sim um lucro em longo prazo

Ao comparar os dois autores Dias (2005) e Martins (2003) podemos observar

opiniotildees bem parecidas quando falamos em produto turiacutestico Os pontos comuns satildeo que o

turista eacute visto como cliente que participa do desenvolvimento do produto e a presenccedila do

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

dii=_ampimgrc=x0nG9r0iRZL4DM253A3BcqcP0rdgwcIK1M3Bhttp253A252F252F1bpblogspotco

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 22: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

22

consumidor satildeo essenciais para que os produtos sejam ofertados Nesse caso onde o turista faz

uma compra antecipada de suas expectativas por isso nesse segmento cada setor deve ser

sempre bem estruturado

Essa estrutura que se deve ter alimenta a expectativa do turista e veremos no

capiacutetulo a seguir o que motiva e gera expectativa para que se tenha um segmento bem

estruturado satildeo fatores que atuam na cultura e sociedade

23 Cultura e Sociedade

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos eacute a linguagem que vem segundo o autor da

geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

Segundo Alfredo Manevy3

(Secretaacuterio Executivo do Ministeacuterio de Cultura)

cultura vem do conceito de cultivo que busca uma tradiccedilatildeo dos antepassados tendo como

inicio o cultivo da terra mas tambeacutem fazendo uma ligaccedilatildeo com a sazonalidade que se

relaciona com o ambiente tradiccedilotildees etc Normalmente se faz uma ligaccedilatildeo da natureza como

ambiente que eacute um rito que vem de longos anos

A cultura segundo Manevy natildeo eacute soacute arte a arte eacute o oxigecircnio da cultura ela vai

muito aleacutem na visatildeo antropoloacutegica eacute o pensar tudo que mexe com a imaginaccedilatildeo do ser

humano no geral eacute tudo aquilo que tem ligaccedilatildeo tambeacutem com o social Jaacute para o ministro de

Estado da Cultura Ferreira o povo faz cultura em qualquer situaccedilatildeo e condiccedilatildeo desde a classe

mais alta a mais baixa onde a comunicaccedilatildeo da sociedade eacute bastante desgastada tendo como

principal fator o avanccedilo tecnoloacutegico A cultura se torna uma necessidade baacutesica como comer

tomar banho e etc

No documentaacuterio Viva a cultura viva temos uma variedade de opiniotildees em que os

autores chegam a concordar que cultura se faz em todo lugar independente da sua classe

3 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio O que eacute cultura Disponiacutevel

lthttpwwwyoutubecomwatchv=Lho_2OjFITkgt Acesso em 05 maio 2014

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

dii=_ampimgrc=x0nG9r0iRZL4DM253A3BcqcP0rdgwcIK1M3Bhttp253A252F252F1bpblogspotco

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 23: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

23

social Que vai aleacutem da arte e resume toda manifestaccedilatildeo Tambeacutem se agrega a cultura material

e imaterial que contribui para a sociedade

Segundo Menezes (2006) a cultura natildeo se resume somente a monumentos mais

sim a junccedilatildeo com as vivecircncias da comunidade local eacute a rotina da populaccedilatildeo local quem em

muitas vezes desperta o interesse do turista que vai passar a buscar mais conhecimento

Jaacute para Giddens (2005) a cultura estaacute ligada aos aspectos intangiacuteveis que eacute tudo

aquilo que natildeo pode ser tocado como por exemplo as Crenccedilas as ideias e etc tudo que

forma o conteuacutedo da cultura Jaacute os Tangiacuteveis satildeo os monumentos livros e etc Satildeo todos os

aspectos em que existe a atuaccedilatildeo do homem no decorrer da sua histoacuteria dentro da sua

necessidade

O conceito de cultura que eu defendo () eacute essencialmente semioacutetico Acreditando

como Marx Weber que o homem eacute um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu assume a cultura como sendo essas teias e a sua anaacutelise portanto

natildeo como uma ciecircncia experimental em busca de leis mas como uma ciecircncia

interpretativa agrave procura de significados (MENEZES 2006 p 17)

De acordo com a citaccedilatildeo acima a cultura estaacute representada na vida do homem

ao longo da sua existecircncia de acordo com sua evoluccedilatildeo poreacutem essa manifestaccedilatildeo soacute pode

ser considerada como cultura caso esteja englobada com outras pessoas o que se pode

denominar como participaccedilatildeo coletiva e natildeo apenas por um individuo na qual esses aspectos

culturais podem ser Materiais ou Imateriais

Para Laraia (2001) a cultura eacute um fator sistemaacutetico que adapta as comunidades

humanas Compara como uma lente que o homem enxerga o mundo que com sua variedade

haacute visotildees bem distintas desse conceito

Para Giddens (2005) na cultura os valores e normas satildeo fundamentais para a

formaccedilatildeo de um individuo eacute onde se define o que eacute importante vaacutelido para dar direccedilatildeo no

mundo social

Neste subtoacutepico identificamos vaacuterios fatores que formam a cultura e a

sociedade no subtoacutepico a seguir veremos a atuaccedilatildeo do Turismo Cultural e a sua importacircncia

nesse sistema turiacutestico

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 24: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

24

231 Turismo Cultural

Para a compreensatildeo deste toacutepico entenderemos qual a relaccedilatildeo do turismo com

a cultura que segundo o livro Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas publicado no Brasil em

(2008) essa relaccedilatildeo surgiu no GRAND TOUR que eram as viagens feitas para a apreciaccedilatildeo

dos monumentos e ruiacutenas da antiguidade Desse periacuteodo ateacute a atualidade a cultura se tornou

uns dos fatores principais para viagem

Segundo Brasil (2008) a forma que a atividade turiacutestica foi implantada em

algumas regiotildees ocasionou um dano ao patrimocircnio cultural do local que pode ter sido

ocasionado por diversos fatores tendo como exemplo a sazonalizaccedilatildeo a falta de

planejamento a visitaccedilatildeo descontrolada da regiatildeo entre outros principalmente em pequenas

comunidades em que quase natildeo existe estrutura para atender a demanda local Portanto cada

localidade precisa ter accedilotildees conjuntas planejamento na aacuterea da cultura e turismo para que

cada patrimocircnio cultural tambeacutem faccedila parte do produto turiacutestico natildeo perca sua identidade e se

mantenha preservado A atividade turiacutestica vem para atuar no fortalecimento dessa cultura

como estrateacutegia de conservaccedilatildeo do patrimocircnio que teraacute tambeacutem um bom retorno na economia

local

O turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas relacionadas agrave vivecircncia do

conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e cultural e dos eventos

culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da culturardquo (BRASIL

2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um subsistema que eacute

formador do sistema cultural de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos patrimocircnios

mateacuterias e imaterial soacute que agrega valores para a histoacuteria do local

Para uma compreensatildeo maior desses patrimocircnios materiais e imateriais

precisamos de algumas definiccedilotildees como por exemplo o patrimocircnio material segundo o

Instituto do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional (IPHAN)4 eacute composto por um conjunto

de bens culturais considerados na sua natureza nos quatros livros de tombo5 arqueoloacutegico

paisagista e etnograacutefico histoacuterico belas artes e das artes aplicadas Jaacute o patrimocircnio Imaterial

4 INSTITUTO do Patrimocircnio Histoacuterico e Artiacutestico Nacional Disponivel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=12297ampretorno=paginaIphangt Acessa em

150314 5 Documento de propriedade do IPHAN destinado para registros de bens materiais e imateriais

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 25: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

25

eacute transmitido de geraccedilatildeo agrave geraccedilatildeo o que constantemente e modificado pelas comunidades e

grupos em funccedilatildeo do seu ambiente gerando um sentimento de identidade e continuidade

contribuindo para promover o respeito agrave diversidade cultural e agrave criatividade humana Jaacute para

a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura (UNESCO)6 o

patrimocircnio imaterial eacute definido como as praacuteticas representaccedilotildees expressotildees conhecimento e

teacutecnicas sempre associados a algum artefato objeto ou instrumento que eacute reconhecido como

parte integrante do seu patrimocircnio cultural

Para a compreensatildeo geral do Turismo Cultural eacute preciso entender o perfil do

turista segundo o autor Brasil (2008) pode ter como base dois pontos o primeiro eacute o interesse

especiacutefico na cultura em que o turista viaja com este fim para conhecimento e compreensatildeo

da cultura do local visitado o segundo eacute aquele que vem com um interesse ocasional na

cultura mais existem outros motivos que motivam esse turista a viajar tendo a cultura como

uma forma de lazer ele visita sim um atrativo turiacutestico mesmo que natildeo tenha esse objetivo e eacute

formador da estrutura e promoccedilatildeo do produto turiacutestico

Para Brasil (2008) turismo cultural valoriza a cultura sua particularidade e

identidade sempre em busca da identidade local e memoacuteria coletiva A participaccedilatildeo da

comunidade local eacute fundamental para a formaccedilatildeo desse turismo cultural onde a valorizaccedilatildeo do

patrimocircnio acontece com essa comunidade

Neste toacutepico conclui-se que o Turismo Cultural tem uma total importacircncia quando

falamos de identidade e preservaccedilatildeo da histoacuteria dos antepassados valorando o material e o

imaterial e esse segmento tambeacutem tem sua especialidade quando se fala de motivaccedilatildeo para o

deslocamento do turista

O patrimocircnio imaterial de uma variedade de ritmos de forroacute que surgiram de

acordo com cada localidade em alguns casos nascida no sertatildeo do Nordeste como por

exemplo o xaxado que surgiu com o som dos arrastados das sandaacutelias de solas no salatildeo

6 ORGANIZACcedilAcircO das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura Disponiacutevel em

lt httpportaliphangovbrportalmontarPaginaSecaodoid=10852ampretorno=paginaIphangt acesso 150314

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 26: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

26

3 O FORROacute DAQUI

Eacute proibido cochilar

O forro daqui eacute melhor do que o teu o sanfoneiro eacute

muito melhor as moreninhas a noite inteira na

brincadeira levanta poacute A poeira sobe o suor desce a gente vecirc o sol raiar o sanfoneiro padece mas natildeo pode

reclamar7

No presente capiacutetulo se busca abordar a origem do forroacute adotado pelo filoacutesofo

Pernambucano Evanildo Bechara e Adriana Fernandes que mostram histoacuterias diferentes para

o seu surgimento que estaacute associado aos engenheiros britacircnicos de Pernambuco e a origem da

palavra africana Abordando a formaccedilatildeo do forroacute e a sua variedade de ritmos que se adaptam

a cada tipo de cultura podendo citar o baiatildeo xaxado o xote entre outros

31 Histoacuteria do Forroacute

Segundo o documentaacuterio8 o forroacute eacute um ritmo da regiatildeo do Nordeste brasileiro

bastante visto nas festas juninas Eacute associado a uma mistura de ritmos dessa regiatildeo podendo

citar como exemplo o Baiatildeo a quadrilha e o xaxado que para o seu surgimento teve origem

holandesa vinda de Portugal Normalmente segundo o documentaacuterio satildeo tocados por trio que

satildeo compostos de um sanfoneiro zabumbeiro e um tocador de triacircngulo No popular

conhecido como arrasta-peacute bate-chinelo e foboacute

Segundo o filosofo pernambucano Evanildo Bechara o forroacute eacute uma reduccedilatildeo da

palavra forrobodoacute ou para outros eacute de origem inglesa for all (para todos) Segundo o

documentaacuterio o forroacute surgiu quando os engenheiros britacircnicos localizados em Pernambuco

que vieram com o objetivo de construir uma ferrovia e no tempo de lazer participavam de

bailes abertos ao puacuteblico o chamados de For all No nordeste esses bailes foram pronunciados

como forroacute Em 1949 Luiz Gonzaga consagrou o forroacute na regiatildeo do Nordeste gravando

grandes sucessos hoje conhecidos em todo o paiacutes

7 DISCOGRAFIA de Raimundo Fagner Disponiacutevel em laquohttpletrasmusbrfagner296003 raquo Acesso em 04

Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner 8 ENCICLOPEacuteDIA livre Disponiacutevel em

lt httpptwikipediaorgwikiForrC3B3gt Acesso em 24 Marccedilo 2014

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 27: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

27

() a palavra forroacute teria surgido de For All Conforme Joatildeo Epitaacutecio Lima Campos

(1998) com a inauguraccedilatildeo da primeira estrada de ferro no interior de Pernambuco pela companhia inglesa Great Westem foi feito um baile (ao som da Sanfona e

Zambumba) para comemoraccedilatildeo do acontecimento promovido pela proacutepria empresa

que convida todos atraveacutes dos dizeres afixados na entradardquofor allrdquo (para todos) A

partir daiacute entatildeo passariam a chamar os seus bailes populares de forroacute O que mas se

constatou durante a pesquisa sobre a etimologia da palavra forroacute como a palavra

vinda mesmo de ldquoforr Allrdquo 9

Segundo a citaccedilatildeo acima podemos ver o que forroacute eacute de origem nordestina Temos

imensas denominaccedilotildees para entender o nascimento desse ritmo que poderia ser desfrutados

por todos sem classificaccedilatildeo social Jaacute para Luis da Cacircmara Cascudo10

a palavra vem do termo

forrobodoacute uma palavra de origem africana que significa folia festa bagunccedila Esse termo

segundo o autor era mais pronunciado pelos sertanejos como arrasta-peacute Nestes festejos eram

tocadas muacutesicas populares da regiatildeo como a orquestra de piacutefano o xote o baiatildeo entre outros

sons que alegravam as noites dos sertanejos falando tambeacutem das histoacuterias de amor ao som dos

acordes do fole (Sanfona)

Para Adriana Fernandes11

o cenaacuterio para o evento do forroacute eacute bem simples sem

extravagacircncia estruturais ou ornamentais com pessoas vestidas de maneira confortaacutevel

normalmente a noite ou no final da tarde necessariamente tem um grupo fazendo muacutesica ao

vivo danccedilante e um espaccedilo para que todos possam danccedilar Os frequentadores do forroacute

normalmente vatildeo para danccedilar e caso esse convite seja recusado eacute interpretado como forma de

educaccedilatildeo

Existem duas definiccedilotildees de forroacute mais conhecidas que satildeo a primeira adotada da

Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1998 p 301) que diz se tratar de uma derivaccedilatildeo do termo

africano forrobodoacute que significa de acordo com o Dicionaacuterio Aureliano arrasta-peacute farra torccedila

troca desordem e rolo De acordo com a segunda teria o termo vem da expressatildeo For all

trazida ao Brasil no inicio do seacuteculo XX quando os engenheiros britacircnicos se instalaram em

Pernambuco para a construccedilatildeo da ferrovia Great Western ele promoviam bailes e a forma de

divulgaccedilatildeo eram placas que indicavam que a entrada era permitida para todos (for all)

9 PORTAL CARUARU (Ed) Forroacute Disponiacutevel em

lthttpcaruarucombrmodulesxt_conteudoindexphpid=gt Acesso em 13 Abril 2014

10 Luiacutes da Cacircmara Cascudo Pesquisador das manifestaccedilotildees culturais brasileiras deixou uma extensa obra

inclusive o Dicionaacuterio do Folclore Brasileiro (1952) 11

INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute MUSICA E DANCcedilA ldquoDE RAIZrdquo

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 28: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

28

O forroacute tambeacutem foi exportado e influenciado por bandas internacionais como

Beatles De acordo com a Enciclopeacutedia da Muacutesica Brasileira (1990 p 301) ldquoo proacuteprio pop

rock inglecircs tipificado pelos Beatles tem forte influecircncia do baiatildeo em sua marcaccedilatildeo riacutetmica

bastando conferir gravaccedilotildees de sucesso como She Loves You de John Lennon e Paul

MacCarteneyrdquo

De acordo com Silva (2002) em 1975 apoacutes o decliacutenio do ritmo com o surgimento

da Bossa Nova e o sucesso das muacutesicas estrangeiras o forroacute recebeu uma nova rotulagem

tendo a revalorizaccedilatildeo da muacutesica nacional surgindo assim um novo formato forrozeiro com

temaacuteticas urbanas e com aderecircncia dos estudantes universitaacuterios Ainda segundo o autor Silva

(2002 p 301) o forroacute universitaacuterio foi assim designado pelos seus idealizadores porque os

primeiros consumidores eram de fato jovens universitaacuteriosrdquo Esta denominaccedilatildeo eacute bastante

questionada inclusive pelo autor que informa que os universitaacuterios natildeo satildeo os uacutenicos

apreciadores do ritmo

Para entendermos melhor algumas Classificaccedilotildees do forroacute que segundo Silva

(2003) Forroacute Eletrocircnico Forroacute Peacute-de-Serra Forroacute Universitaacuterio Forroacute Eletrocircnico originado

na deacutecada de 1990 mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo destacando para

os instrumentos eletrocircnicos como por exemplo guitarra contra-baixo e sanfona A danccedila

tambeacutem eacute mais estilizada natildeo sendo mais ldquomiudinhardquo (Passos pequenos) Forroacute Peacute-de-Serra eacute

caracterizado por ter como fonte de inspiraccedilatildeo o universo rural do sertanejo tendo origem em

meados dos anos de 1940 no Nordeste Eacute tocado por trios de zabumba sanfona e triacircngulo na

danccedila eacute comum vermos o passo baacutesico e variaccedilotildees simples tais como giro simples da dama

natildeo sendo muito frequentes Forroacute Universitaacuterio surgiu quando os jovens sulista comeccedilaram

a tocar e danccedilar o forroacute peacute-de-serra de maneira diferente da original com forte influecircncia do

Rockin Roll samba funk entre outros

32 O Forroacute Peacute-de-Serra

Segundo Ferreti (1998) o governo de Getuacutelio Vargas na deacutecada de 30 foi marcado

pela intervenccedilatildeo do estado na arte brasileira Justamente em 1947 surgiu o baiatildeo que se

solidificou como expressotildees musicais nordestinas O meio de divulgaccedilatildeo desse ritmo se deu

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 29: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

29

atraveacutes das inovaccedilotildees tecnoloacutegicas e comunicaccedilatildeo de massa da eacutepoca com a televisatildeo o elepecirc

de 33 rotaccedilotildees entres outros

Ferreti (1998) o forroacute peacute de serra representa a muacutesica da cultura e da identidade

nordestina As suas letras datildeo ecircnfase ao regionalismo falando do rural da seca preservando

as tradiccedilotildees Atraveacutes dos ritmos eacute que se identificam as canccedilotildees que satildeo o baiatildeo xote e

xaxado

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia Baiatildeo eacute um ritmo de danccedila popular da regiatildeo

do Nordeste do Brasil O baiatildeo utiliza muito os seguintes instrumentos musicais Viola caipira

triacircngulo flauta doce e sanfona A caracteriacutestica do baiatildeo eacute o instrumento rabeca por causa da

semelhanccedila do seu som com a sanfona A temaacutetica do baiatildeo eacute o cotidiano dos nordestinos e as

dificuldades da vida como na canccedilatildeo Asa Branca de Luiz Gonzaga que fala do sofrimento do

sertanejo em funccedilatildeo da seca nordestina Foi na segunda metade da deacutecada de 1940 que o

baiatildeo tornou-se popular atraveacutes dos muacutesicos Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga Xaxado eacute

uma danccedila popular brasileira originada nas regiotildees do Agreste e do sertatildeo dos estados de

Pernambuco e Paraiacuteba praticada no passado pelos cangaceiros em celebraccedilatildeo as vitoacuterias

Xaxado eacute uma onomatopeia do barulho xaacute-xa-xa que os danccedilarinos fazem ao arrastar as

alpercatas12

no chatildeo durante a danccedila Xote eacute um ritmo musical binaacuterio e uma danccedila de salatildeo

de origem do centro da Europa Eacute um ritmo muito executado no forroacute e de origem alematilde

O forroacute peacute de serra normalmente eacute tocado por um trio e instrumentos Sanfona

Zabumba e o Triacircngulo podendo ser adicionado o Ganzaacute Chocalho Violatildeo Cavaquinho e

outros Tais instrumentos citados caracterizam o autentico forroacute peacute de serra sendo eles

Sanfona eacute um instrumento musical que foi criado na Europa e chegou ao Brasil

provavelmente atraveacutes dos imigrantes Alematildees do Rio Grande do Sul Nessa regiatildeo Sudeste eacute

conhecido como Gaita no Nordeste se chama Sanfona e foi amplamente utilizado por Luiz

Gonzaga iacutecone do forroacute Existem dois tipos de Sanfona o com teclado de piano chamado

Arcodeon e a Gaita Ponto com bototildees no lugar das teclas13

12 Alpercatas Espeacutecie de calccedilado formado de uma sola que se prende ao peacute por tiras de couro (minidicionaacuterio

Ruth Rocha p28 1996) 13 INFORMACcedilOtildeES retiradas da monografia FORROacute PEacute-DE-SERRA DESCOMPASSO ENTRE LETRA E

MUacuteSICA

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

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manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

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estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

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Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

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for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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Acesso 21 Maio 2014

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Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

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inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 30: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

30

FOTO 01 Sanfona com teclado de piano FONTE Arquivo pessoal

Segundo a Enciclopeacutedia Wikipeacutedia o Zabumba eacute denominado tambeacutem como

tambor de sonoridade grave confeccionado de pranchas de madeira colada com veios

alternados do metal no formato de caixas ciliacutendricas A pele pode ser de couro ou nylon Eacute

tocado por varetas macetas ou baquetas seu som grave marca o tempo forte da muacutesica e

marca como contra tempo forte da muacutesica e marca com contra tempo a vareta chamada

bacalhau que bate na pele inferior

FOTO 02 Instrumento chamado de Zabumba FONTE Arquivo pessoal

O Triacircngulo de timbre agudo e metaacutelico contrasta com o Timbre da Zambumba eacute

feito de um ferro em um formato do triacircngulo que eacute tocado tambeacutem com uma vareta de ferro

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

sQTi94DIBQampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=QGxMoyrYIbkGrM253A3Bl5LVwzP7gUzx5M3Bhttp253A252F252Fi1sndcdncom252Favatars-000004633360-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 31: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

31

Segundo Luiz Gonzaga foi o uacuteltimo instrumento a incorporar o trio A escolha desse

instrumento se deu porque aleacutem do timbre agudo a sonoridade do instrumento eacute muito

familiar ao sertanejo

FOTO 03 Instrumento Triacircngulo FONTE Arquivo Pessoal

Neste toacutepico avaliamos toda a definiccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra toda sua histoacuteria e

seus componentes que ateacute hoje formam o forroacute como um todo A importacircncia de cada

instrumento para a formaccedilatildeo do autentico forroacute No capitulo a seguir conheceremos o

repercurso de todo esse movimento chamado por alguns autores como o marco e divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute-de-serra por todo o Brasil

33 Luiz Gonzaga

MAPA 01 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco FONTE Google Maps

Disponiacutevel em laquohttpswwwgooglecombrq=exu+pernambuco+maparaquo Acesso em 04 Maio 2014

Comeccedilamos este capiacutetulo fazendo uma introduccedilatildeo sobre a histoacuteria de Luiz

Gonzaga que para alguns autores foi o marco do Forroacute peacute de serra jaacute que sua histoacuteria se

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 32: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

32

manteve todos esses anos associada ao nordeste e nossa identidade Veremos a seguir

depoimentos que nos certificaram que o objetivo de Luiz era falar do nordeste atraveacutes de sua

muacutesica

FOTO 04 Luiz Gonzaga FONTE

laquohttpwwwluizluagonzagamusbrimagesgaleriasmomentosimagesm_13jpgraquo Acesso em 04052014

Segundo Sulamita Vieira14

Luiz Gonzaga reinventou o cenaacuterio do sertatildeo pois

para cada pessoa existe uma interpretaccedilatildeo Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de

Dezembro de 1912 do municiacutepio de Exu do estado de Pernambuco filho de Januaacuterio dos

Santos e Ana Batista de Jesus (Santana) o casal teve nove filhos dos quais Luiz era o

segundo

Segundo relato de Elba Braga Ramalho Luiz sempre foi muito curioso e

inteligente seu pai Januaacuterio que tocava e afinava sanfonas despertava nele a vontade de

querer aprender como se tocava o instrumento que sempre ficava exposto para conserto Ele

era analfabeto e aprendeu um pouco ouvindo as crianccedilas repetindo na escola e com as notas

musicais Comeccedilou segundo Elba a ter gosto pela muacutesica acompanhando sua matildee nas

novenas e quermesses

Segundo o documentaacuterio Luiz herdava de sua matildee a cantoria e de seu pai jaacute que

tocava acordeom Conseguiu comprar seu primeiro instrumento trabalhando na fazenda da

famiacutelia Aires cuidando do cavalo do seu chefe Em Julho de 1930 Luiz veio para Fortaleza

para servir o exercito onde aprendeu a tocar corneto Em 1932 foi transferido para Minas

Gerais e logo foi para Mato Grosso do Sul para defender a Guerra do Chaco aonde chegou a

ficar detido por trecircs dias por perder os seus cotornos (Botas) Quando Luiz foi desligado do

14 INFORMACcedilOtildeES retiradas do documentaacuterio Vida Muacutesica e Conquistas de Luiz Gonzaga Disponiacutevel lt httpwwwyoutubecomwatchv=4R5HG-d-uIkgt Acessado 13 Abril 2014

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 33: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

33

exercito foi para o Rio de Janeiro onde foi indicado por alguns amigos a visitar o Mangui

uma regiatildeo cheia de bares e prostituiccedilatildeo onde foi com sua sanfona branca tocar chorinho

MPB (Muacutesica Popular Brasileira) entre outros De inicio foi muito criticado pelo fato de um

cearense natildeo tocar forroacute Em meio a tantas visitas ao Mangui conheceu pessoas importantes e

foi atraveacutes deles que foi contratado pela raacutedio nacional para tocar mais infelizmente natildeo

poderia cantar porque sua voz natildeo agradava aos ouvintes

Eu queria cantar o Nordeste Eu tinha muacutesica e tinha o tema O que eu natildeo sabia era

continuar Eu precisava de um poeta que soubesse escrever aquilo que eu tinha na

cabeccedila de um homem culto pra me ensinar as coisas que eu natildeo sabia Eu sempre

fui um bom ouvido (DOCUMENTAacuteRIO VIDA MUacuteSICA E CONQUISTA DE

LUIZ GONZAGA)

Como mostra a citaccedilatildeo Luiz tinha um pouco de dificuldade para entender e

escrever o que tanto queria que era falar do seu sertatildeo Segundo ainda o documentaacuterio ele

ouvia musicas como as de Barto Galeno e para Luiz ele se tornava um obstaacuteculo de

divulgaccedilatildeo devido a febre da MPB teve diversas parcerias de compositores que ajudaram a

expressar a histoacuteria do seu nordeste

Em 1946 depois de 16 anos longe de casa Luiz tirou feacuterias da raacutedio Nacional e

voltou para Exu com o objetivo de rever seus familiares Relata seu sobrinho Joquinha

Gonzaga que quando Luiz retornou a sua cidade veio gordo bonito e famoso com uma

sanfona de 120 baixos fez uma apresentaccedilatildeo e logo surgiu o comentaacuterio que Luiz devia

respeitar Januaacuterio seu pai que era um grande sanfoneiro dando assim o nome a um de seus

sucessos ldquoRespeita Januaacuteriordquo

Em 1946 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram o baiatildeo um verdadeiro

manifesto a cultura nordestina e foi a partir daiacute que passou a fazer sua historia na muacutesica

brasileira Teve seu apogeu durante mais ou menos uma deacutecada Com a chegada do ritmo

Bossa Nova e o Rock o forroacute entrou um pouco em decliacutenio

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 34: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

34

4 PESQUISA

Comeccedilaria tudo outra Vez

Comeccedilaria tudo outra vez se preciso fosse meu amor a

chama no meu peito ainda queima saiba nada foi em

vatildeo as coisas todas que jaacute tive tenho e sei que um dia terei a feacute no que viraacute e alegria de poder olhar pra traacutes e

ver que voltaria com vocecirc15

Neste capitulo estatildeo abordados os meacutetodos utilizados para a construccedilatildeo desse

estudo com o objetivo de explicar o porquecirc do estudo de caso como ferramenta principal de

pesquisa e os conceitos da metodologia utilizada

41 Traccedilos Metodoloacutegicos

Para Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute utilizado porque eacute uma boa maneira

que o pesquisador iniciante tem de entrar e conhecer as teacutecnicas de pesquisa para facilitar o

uso de um conjunto de ferramentas que possam auxiliar na analise das informaccedilotildees Para a

autora o estudo de caso eacute um meacutetodo qualitativo apresentando vantagens e desvantagens

O estudo de caso eacute uma inquiriccedilatildeo empiacuterica que investiga um fenocircmeno

contemporacircneo dentro de um contexto da vida real quando a fronteira entre o

fenocircmeno e o contexto natildeo eacute claramente evidente e onde muacuteltiplas fontes de

evidecircncia satildeo utilizadas (YIN 2008 apoud MASTSUUCHI 2008 p216)

Explica Matsuuchi (2008) que o estudo de caso eacute uma boa estrateacutegia quando se

precisa responder alguns questionamentos ldquocomordquo e ldquoporquerdquo pois estatildeo inseridos em algum

contexto da vida real O estudo de caso segundo a autora tem preferecircncia quando se pretende

examinar acontecimentos contemporacircneos e situaccedilotildees em que os comportamentos natildeo possam

ser manipulados

Para Dencker (1998) o estudo de caso eacute um estudo aprofundado e exaustivo de

determinados objetos ou situaccedilotildees ele permite um conhecimento profundo dos processos e

das relaccedilotildees sociais O uso dessa teacutecnica eacute recomendaacutevel na fase inicial das investigaccedilotildees para

construir ou reformular o problema estudado Em que a maior dificuldade eacute que o pesquisador

eacute a experiecircncia e treinamento do pesquisado podendo ser uma entrevista estrutura ou natildeo

15 DISCOGRAFIA de Luiz Gonzaga Disponivel em laquo httpletrasmusbrluiz-gonzaga688870raquo Acesso em 18 Maio 2014 Trecho da composiccedilatildeo de Comeccedilaria tudo outra Vez de Gonzaguinha

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

b5ELe-

sQTi94DIBQampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=QGxMoyrYIbkGrM253A3Bl5LVwzP7gUzx5M3Bhttp253A252F252Fi1sndcdncom252Favatars-000004633360-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 35: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

35

estruturada onde o objeto de estudo pode ser um individuo um grupo uma organizaccedilatildeo um

conjunto de organizaccedilotildees ou ateacute mesmo uma situaccedilatildeo

Segundo Dencker (1998) o estudo de caso existe basicamente para responder as

perguntas ldquocomordquo e porquerdquo e outras variaacuteveis qualitativas Onde se utiliza uma discussatildeo

em grupo e uma entrevista pessoal Referem-se a situaccedilotildees tiacutepicas servindo de analises do

relacionamento das variaacuteveis que contribuem um determinado fenocircmeno

Uma das teacutecnicas fundamentais utilizadas no estudo de caso e que natildeo poderia

faltar nas coletas de dados eacute observaccedilatildeo portanto ldquofazer pesquisa eacute observar a realidade

Todos noacutes constatemente observamos para obter informaccedilotildees sobre o mundordquo (DENCKER

1998 p 103) Ainda segundo o autor este tipo de pesquisa garante dados que o pesquisador

pode adquirir atraveacutes das observaccedilotildees diretas em situaccedilotildees favoraacuteveis Utilizando-se da

vantagem de estar observando e registrando o fator comportamental no momento em que o

mesmo ocorre

A observaccedilatildeo eacute valorizada pelas pesquisas qualitativas e pode ser combinada com um certo grau de quantificaccedilatildeo dependendo da flexibilidade adotada podem ser

estruturada (sistemaacutetica) ou natildeo estruturada (assistemaacutetica antropoloacutegicas ou livres)

O tipo de observaccedilatildeo caracteriacutesticas dos estudos qualitativos poreacutem eacute a observaccedilatildeo

natildeo estruturada (assistemaacutetica) que procura registrar os fenocircmenos como e na

medida em que ocorrem e onde o pesquisador assume um papel no grupo

observando (DENCKER 1998 p 103)

De acordo com Matsuuchi (2008) o estudo de caso eacute composto por 3 elementos

sendo eles as questotildees de estudo proposiccedilotildees do estudo unidade de anaacutelise Questotildees de

estudo eacute o primeiro e o mais importante eacute o segredo para definir a estrateacutegica de pesquisa As

Proposiccedilotildees do estudo estatildeo vinculados ao que seraacute analisado dentro do escopo do estudo e

ajudam na definiccedilatildeo de evidecircncias relevantes As Unidades de anaacutelises satildeo componente

fundamental da pesquisa pois implica na definiccedilatildeo do que eacute ldquocasordquo que pode ser um evento

uma entidade uma decisatildeo programas processos de implantaccedilatildeo de empresas e etc

Para Matsuuchi (2008) apoud YIN (2001 p 55) a qualidade de um projeto de

pesquisa enquanto um conjunto loacutegico de proposiccedilotildees eacute avaliado baseado em 4 teses que satildeo

utilizadas nas pesquisas sociais empiacutericas validade do constructo validade interna validade

externa e confiabilidadeValidade do Constructo refere-se ao estabelecimento de medidas

operacionais corretas para conceitos do estudo Validade Interna eacute o resultado da estrateacutegica

com o objetivo a contradiccedilatildeo onde eacute restrita aos estudos explanatoacuterios ou casuais Validade

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Adelson+Vianaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=0vp8U-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 36: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

36

Externa estabelece o domiacutenio ao qual as descobertas de um determinado estudo pode ser

generalizadas onde se pode aplicar o mesmo estudo de caso com o objetivo de obter os

mesmos resultados Confiabilidade demonstra que um mesmo estudo possa ser aplicado

repetidas vezes apresentando os mesmos resultados como por exemplo os procedimentos de

coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) na etapa de preparaccedilatildeo da coleta de dados eacute necessaacuterio ter

e fazer 4 habilidades que satildeo elas Habilidade do pesquisados que tenha a capacidade de

fazer boas perguntas interpretando-as e ter noccedilatildeo clara das questotildees estudas Treinamentos e

preparaccedilotildees para um estudo de caso especifico onde o objetivo eacute ter um pesquisador

preparado para atuar como um investigador tomando decisotildees proacuteprias no trabalho de campo

tendo assim a validade do estudo que seraacute realizado O Protocolo ele orienta o pesquisado no

tema analisado e antecipa possiacuteveis problemas que podem ocorrer no desenvolvimento da

pesquisa O estudo de caso piloto eacute a realizaccedilatildeo do estudo-piloto que eacute a preparaccedilatildeo final para

se efetivar a coleta de dados

Para Matsuuchi (2008) a elaboraccedilatildeo do relatoacuterio final pode ser escrito oral ou

pictoacuterico eacute a fase que exige mais do pesquisador e pode ser iniciada antes mesmo da fase da

coleta e anaacutelise de dados

42 Anaacutelises dos Dados

Foram aplicados alguns questionaacuterios anaacutelises de dados avaliaremos os

seguintes aspectos haveraacute no forroacute uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute de serra Para

o muacutesico Adelson Viana (2014) existe na verdade uma natildeo valorizaccedilatildeo para um estilo de

muacutesica que precisa ser adjetivado que eacute o autecircntico que eacute o forroacute peacute de serra O que hoje

temos eacute o forroacute eletrocircnico que para o muacutesico tambeacutem precisa ser respeitado mais que eacute

denominado como outro estilo de muacutesica Com toda essa atualizaccedilatildeo do mercado obteve-se

um impacto negativo nos artistas que fazem o forroacute autecircntico

Esse forroacute que estar ai eletrocircnico que se denominou o forroacute do Cearaacute

das banda na minha opiniatildeo natildeo eacute forroacute eacute um outro tipo de muacutesica que

se apoderou do termo forroacute e essa confusatildeo na minha opiniatildeo

prejudicou os artista e as bandas que fazem realmente o forroacute Se vocecirc

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 37: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

37

for ao estado vizinho como Pernambuco e Paraiba la vocecirc ver que o

forroacute natildeo tem essa mistura e essa confusatildeo que nos temos aqui

(Adelson Viana 2014)

Ainda Adelson Viana (2014) que no estado de Pernambuco o forroacute jaacute eacute mais bem

definido que se acontecesse o mesmo no nosso estado natildeo haveria essa desclassificaccedilatildeo ou

desvalorizaccedilatildeo O forroacute soacute precisa ser mais bem definido e entendido como cita por exemplo

a diferenccedila entre o samba e o pagode sertanejo e sertanejo universitaacuterio onde essas definiccedilotildees

segundo o muacutesico deveriam ser mais valorizados o que eacute verdadeiro essas definiccedilotildees de forroacute

satildeo cultura e precisam ser respeitados poreacutem natildeo devem ser confundidos

FOTO 05 Musico Adelson Viana FONTE

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b5ELe-

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Acesso 21 Maio 2014

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

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goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

dii=_ampimgrc=x0nG9r0iRZL4DM253A3BcqcP0rdgwcIK1M3Bhttp253A252F252F1bpblogspotco

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o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

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43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 38: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

38

Para Adelson Viana (2014) existe uma procura maior pelo forroacute peacute de serra no

periacuteodo das festas juninas natildeo soacute aqui no Cearaacute mas em todo o Nordeste Quando perguntado

sobre as dificuldades do mercado como a falta de investimento o fato dos empresaacuterios natildeo

acreditarem no produto justamente porque o outro estilo de forroacute atrai mais puacuteblico Existe

segundo ele o problema de miacutedia para o forroacute peacute de serra que natildeo eacute tatildeo expressiva quando

comparado a outro gecircnero Cita tambeacutem que a existecircncia dessa dificuldade natildeo eacute soacute do

muacutesico porque a casa de show como veremos no decorrer dessa analise tem tambeacutem a

dificuldade de se manter porque o puacuteblico do forroacute peacute de serra eacute pequeno

Segundo Adelson Viana (2014) natildeo existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra eacute

um processo que vem desde 1990 com as bandas Mastruz com Leite entre outras que na eacutepoca

ainda faziam algo bem parecido com o chamado autecircntico forroacute pois ao expor a muacutesica

tinham mais cuidado com as letras e poesias que eram bem melhores No Cearaacute existem

grandes muacutesicos e grupos do forroacute peacute de serra que deveriam ser mais valorizados e essa

desvalorizaccedilatildeo acaba enfraquecendo esse estilo musical Ele ainda fala que essa cultura soacute

passaria ser mais valorizado vindo de uma base nas escolas onde os jovens entenderiam a

importacircncia da cultura e sua valorizaccedilatildeo

Pergunta ao muacutesico se em suas apresentaccedilotildees existia uma faixa etaacuteria para seu

puacuteblico O mesmo respondeu que o forroacute conseguiu agradar a todos mas deixa bem claro que

no Cearaacute o forroacute peacute de serra atinge mais um puacuteblico de terceira idade com algumas exceccedilotildees

em Satildeo Paulo e Belo Horizonte

Afirma Adelson Viana (2014) que o turista acaba sendo viacutetima pois ele vem ao

estado para conhecer a muacutesica da terra aquilo que foi vendido com o marketing mas

infelizmente natildeo temos o autecircntico forroacute poreacutem ainda sim alguma casa de show que tentam

mostrar o verdadeiro forroacute ainda de forma eacute muito tiacutemidas aleacutem de sua inclusatildeo nos grandes

eventos que nosso estado promove

Ningueacutem escolhe a muacutesica a muacutesica eacute que nos escolhe entatildeo desde que me entendo

por ter conhecimento das coisas sempre fui louco pro arcodeon mas foi escutando

meu pai e os discos dele () A princiacutepio as pessoas natildeo aceitavam a minha opccedilatildeo pelo instrumento mas devido agrave formaccedilatildeo que teve tenho total apoio dele e me sinto

hoje realizado (Rodolf Forte 2014)

Para o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo Forte (2014) apresentador e

muacutesico formado pela Universidade Federal do Estado do Cearaacute (UFC) foi o primeiro a fazer a

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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02JPG3Bhttp253A252F252Fmacariobatistablogspotcom252F2014252F01252Fterras-de-sao-

goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

dii=_ampimgrc=x0nG9r0iRZL4DM253A3BcqcP0rdgwcIK1M3Bhttp253A252F252F1bpblogspotco

m252F-x-u3VqmKo50252FThCSw5hTz9I252FAAAAAAAAASU252FiB19IoaHe-

o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

3A3BtJVl1TVSbcqI2M3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fimagens252Fnoticias252

Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

HMKkwwkJl0FmM3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fsites252Fdefault252Ffiles2

52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot

icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 39: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

39

inclusatildeo do instrumento de referecircncia do forroacute peacute de serra em um programa televisivo Existe

uma procura muito grande pelo forroacute peacute de serra no turismo que eacute a maior empresa de

recursos financeiros e culturais do pais Nesse caso ele cita o forroacute eletrocircnico como uma

neolambada e o sertanejo que satildeo produtos fortes que geram renda e tudo que gera servem

para o turismo Para Rodolfo Forte (2014) o investimento no forroacute peacute de serra vindo do

poder publico eacute realizado por editais como por exemplo Satildeo Joatildeo mas o investimento direto

direcionado para esse estilo ainda natildeo existe

Rodolfo Forte (2014) cita a existecircncia de vaacuterios outros projetos para o forroacute

voltado para turismo em que foi resgatado o festival junino em 2013 que teve uma boa

aceitaccedilatildeo no municiacutepio de Aquiraz e que mostrou a cultura popular das quadrilhas juninas e

aleacutem do autentico forroacute peacute de serra Esses projetos satildeo feitos anualmente no periacuteodo de alta

estaccedilatildeo da cidade tambeacutem com shows em localidades adjacentes e com muacutesicos locais

FOTO 06 Secretaacuterio de Cultura do Municipio de Aquiraz Rodolfo Forte FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Rodolfo20Forteamptbm=ischampfacrc=_ampimgd

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tcom252F-

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02JPG3Bhttp253A252F252Fmacariobatistablogspotcom252F2014252F01252Fterras-de-sao-

goncalohtml3B16003B1067 Acesso 25 Maio 2014

Rodolf Forte (2014) sobre a existecircncia de alguns programas de miacutedia aleacutem do

seu Sanfonas do Brasil que acontece aos domingos na TV Cearaacute no horaacuterio das 1900 agraves

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=Musico+Rodolfo+Forteampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=z_x8U6bqIe

aqsASl7oHIDwampved=0CAYQ_AUoAQampbiw=1366ampbih=643q=Walter+Kukukayaamptbm=ischampfacrc=_ampimg

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m252F-x-u3VqmKo50252FThCSw5hTz9I252FAAAAAAAAASU252FiB19IoaHe-

o252Fs1600252Faajpg3Bhttp253A252F252Fealagoasblogspotcom252F2011252F05252Fpr

ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

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252F2011252F12252F28252Fkukujpg3Bhttp253A252F252Fg1globocom252Fceara252Fnot

icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 40: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

40

2000 Ainda o mesmo relata que o estado soacute tem mais dois programas televisivos que

trabalham atuando na cultura valorizando o artista e o forroacute peacute de serra

Portanto Rodolf Forte (2014) adverte que o forroacute peacute de serra precisa ser mais

valorizado e que poderia existir uma uniatildeo maior dos artistas que fazem agrave imagem de uma

cultura pobre fazendo uma ligaccedilatildeo desse ritmo a pobreza mais natildeo soacute o material mais sim a

alma histoacuteria e cultura

FOTO 07 Empresaacuterio e Proprietaacuterio da Casa de Show Kukukaya FONTE

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ojeto-reconhecendo-o-ne-com-luizhtml3B8003B600 Acesso 21 Maio 14

Para o empresaacuterio Valter (2014) proprietaacuterio da casa de show Kukukaya que jaacute

estaacute no mercado haacute 18 anos natildeo haacute vaacuterias opccedilotildees de forroacute com essa nomenclatura utilizada no

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

3A3BtJVl1TVSbcqI2M3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fimagens252Fnoticias252

Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=9Bc26ll5LES2wM253A3BJ

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

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APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 41: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

41

inicio das banda que tocam o que eacute conhecido como forroacute eletrocircnico citando como exemplo a

banda Mastruz com Leite que gravava muacutesicas de grande compositores como Dominguinhos

mas em um ritmo diferente deixando de lado o forroacute peacute de serra

FOTO 08 Casa de Show Kukukaya

FONTEhttpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaos

ATb3YGoDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=eo5yx6osraUOwM25

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Fkukukayajpg3Bhttp253A252F252Fwwwferraocombr252Fnoticiaasp253Fid253D50373B50

03B330 Acesso 20 Maio 2014

Segundo Valter (2014) se vocecirc natildeo faz o forroacute autecircntico como o que eacute feito na

casa de show se faz um ritmo que eacute uma mistura de lambada com muacutesica eletrocircnica

conhecido como forroacute eletrocircnico que de forroacute natildeo tem nada apenas se apodera da marca forroacute

que jaacute eacute conhecida afirma o empresaacuterio O poder de miacutedia e o estado estatildeo dando apoio a esse

ritmo perdendo o lado cultural do forroacute autecircntico O puacuteblico do mercado que por sinal eacute muito

exigente segundo Valter (2014) com um lado cultural mais apurado fica com pouca opccedilatildeo

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

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Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

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43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

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REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

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APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 42: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

42

Ainda Valter (2014) que natildeo existe nenhum apoio da prefeitura e do estado para a

sua casa de show mas ainda sim trabalha essa cultura com um puacuteblico restrito Segundo o

empresaacuterio o forroacute peacute de serra na sua casa de show eacute trabalhado duas vezes na semana menos

no natal ano novo e carnaval Cita o empresaacuterio que uma das melhores semanas para se

trabalhar o forroacute eacute a semana do Fortal

Para Valter (2014) existem alguns criteacuterios para a contrataccedilatildeo de bandas para

apresentaccedilotildees noturnas na casa de show uma delas eacute a avaliaccedilatildeo da banda no mercado eacute

ouvido um cd de miacutedia e visto um show da mesma A marca da casa de show eacute o lado cultural

e o publico eacute bastante exigente por isso o cuidado com a escolha de bandas E ateacute se trabalha

outros ritmos na casa de show poreacutem o plano de miacutedia deixa muito claro o que a casa de

show vai apresentar como por exemplo a noite da lambada a noite do carimboacute e assim por

diante para que o turista ou a proacutepria populaccedilatildeo local natildeo seja enganada e que a valorizaccedilatildeo

cultural possa acontecer de maneira adequada

FOTO 09 Estalaccedilotildees da Casa de Show Kukukaya FONTElt

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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52Fkukukaya-ambientejpg3Bhttp253A252F252Fceararentacarcombr252Fblog252Fmelhores-

baladas-em-fortaleza3B6833B326gt Acesso 20 Maio 2014

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 43: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

43

Valter (2014) relata que nos uacuteltimos 10 anos houve uma piora muito grande no

mercado do forroacute peacute de serra eacute a causa disso pode se dar com a geraccedilatildeo atual que foi

acostumada a ouvir o forroacute eletrocircnico natildeo tendo acesso ao lado cultural e que hoje os

programas de miacutedias satildeo poucos e em horaacuterios muitas vezes que natildeo favorecem a divulgaccedilatildeo

do forroacute peacute de serra Ele relata que o estado de Pernambuco eacute o que sabe trabalhar a cultura do

forroacute de forma bem objetiva e clara para que natildeo se tenha nenhuma confusatildeo em relaccedilatildeo agrave

mesma

FOTO 10 Palco da Casa de Show Kukukaya FONTE

httpswwwgooglecombrsearchq=kukukayaampsource=lnmsamptbm=ischampsa=Xampei=gvl8U5n2DOaosATb3YG

oDgampved=0CAcQ_AUoAgampbiw=1366ampbih=643facrc=_ampimgdii=_ampimgrc=Zu5DWQoIRw5psM253A3

BwyWNmxrCA4lW9M3Bhttp253A252F252Fsglbimgcom252Fjo252Fg1252Ff252Foriginal

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icia252F2011252F12252Fbaladas-de-varios-estilos-agitam-fortaleza-sete-noites-por-

semanahtml3B3003B400gt Acesso 20 Maio 2014

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 44: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

44

43 Anaacutelises das observaccedilotildees em campo

Dedicamos esta pesquisa desse estudo a cultura popular pelo fato da mesma ter

um papel fundamental na atividade turiacutestica A escolha de um tema natildeo eacute simplesmente dizer

sobre algo que vocecirc pretende estudar mas eacute o primeiro passo para descobertas que jamais

imaginaacutevamos que um dia iriacuteamos encontrar Assim colocamos diante desse trabalho nossa

dedicaccedilatildeo ao forroacute peacute de serra que faz parte da cultura nordestina

A primeira etapa desse trabalho foi buscar um tema que falasse dessa cultura do

forroacute e entender o porquecirc de natildeo se ouvir falar dessa forma de cultura Tendo como fonte

documentaacuterios viacutedeos que nos fizeram entender toda essa histoacuteria conhecendo o iacutecone dessa

cultura que foi Luiz Gonzaga que com sua simplicidade conquistou seu espaccedilo nessa histoacuteria

Apoacutes o entendimento do iniacutecio dessa histoacuteria do forroacute passamos a conhecer a mudanccedila desse

mercado no decorrer dos anos entatildeo resolvemos formular trecircs questionaacuterios que tratassem de

um mesmo assunto mais com trecircs opiniotildees diferentes

O primeiro a ser entrevistado foi o Secretaacuterio de Cultura de Aquiraz Rodolfo

Forte (2014) que eacute musico (arcodionista) e apresentador de um programa de miacutedia Foi

bastante rica nossa entrevista porque tivemos uma variedade de opiniotildees um homem

conhecedor da cultura e da importacircncia do forroacute peacute de serra para nosso estado

O segundo entrevistado foi o muacutesico Adelson Viana (2014) que nos proporcionou

uma sensaccedilatildeo inexplicaacutevel de fazer essa entrevista o muacutesico vivi diariamente a realidade da

dificuldade e valorizaccedilatildeo do forroacute peacute de serra e explica isso de forma muito sabia sempre

deixando claro que o forroacute atual (eletrocircnico) tambeacutem precisa ser respeitado porque eacute uma

forma de cultura

A terceira entrevista foi com o empresaacuterio Valter conhecedor da cultura

Nordestina estaacute haacute 18 anos com a casa de show que se chama Kukukaya que trabalha com o

autentico forroacute peacute d serra Por conta da chuva e algumas reformas na casa de show natildeo

conseguimos tirar boas fotos poreacutem o local eacute todo ruacutestico expressa bem a cultura Nordestina

sendo assim um local aconchegante

Percebemos que as trecircs pessoas entrevistadas lutam para a valorizaccedilatildeo do forroacute peacute

de serra que apesar de todos os problemas enfrentados conta nossa histoacuteria que poderia ser

mais valorizada jaacute que eacute um grande gerador de renda no turismo e passaria a vender de

maneira mais cultural nosso produto que eacute tatildeo rico em artista locais

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 45: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

45

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O turismo eacute composto por destinos que levam o descobrimento de quem vai

buscar conhecer aleacutem do que se possa imaginar fora da sua rotina habitual contudo eacute uma

atividade que cresce a cada dia devido aos motivos que levam o turista a se deslocar O

turismo cultural acaba sendo um subsistema que forma o sistema da cultura que aos poucos

vem conquistando seu espaccedilo deixando de ser e de ter a ligaccedilatildeo com Sol e Praia mas ainda

temos uma parcela de turistas que natildeo podem ser esquecidos que satildeo exigentes e esses sim

vem em busca de crescimento cultural sendo mais ativo na realidade local buscando viver

toda a cultura popular motivacional para que o conheccedila tal localidade

Para que o turismo cultural continue existindo e fazendo com que se atraia mais

visitantes eacute necessaacuterio primeiro que a comunidade local valorize mais suas riquezas pois o

turista respeita e valoriza a cultura natildeo soacute a musical mais tambeacutem os acervos preacutedios

arquitetocircnico e todo patrimocircnio material e imaterial que conta toda a histoacuteria de um povo na

sua antiguidade Mesmo que essa cultura se renove como vimos que isso aconteceu ainda sim

existiria a essecircncia do que eacute verdadeiro e autecircntico caso contraacuterio vamos acabar perdendo sua

identidade

Para o Brasil (2008) o turismo cultural ldquocompreende as atividades turiacutesticas

relacionadas agrave vivecircncia do conjunto de elementos significativos do patrimocircnio histoacuterico e

cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da

culturardquo (BRASIL 2008 p16) Na citaccedilatildeo o turismo cultural pode ser comparado a um

subsistema que eacute formador do sistema cultura de cada regiatildeo promovendo a valorizaccedilatildeo dos

patrimocircnios mateacuterias e imaterial que agrega valores para a histoacuteria do local

Segundo Martins (2003) a cultura estaacute ligada ao senso comum atraveacutes de

conhecimento e habilidade que em muitas vezes vem de seus antepassados sem ter

conhecimentos superiores Um dos exemplos podemos dizer que eacute a linguagem que vem

segundo o autor da geneacutetica mas que eacute desenvolvida de acordo com as vivecircncias grupais

O forroacute peacute de serra eacute considerado uma das maiores riquezas culturais da regiatildeo

Nordeste e tambeacutem uma das principais fontes de renda Podemos ver diariamente que o estado

Cearaacute tem uma variedade de opccedilotildees de festas que valorizam o que denominamos hoje de

forroacute temos ele sendo exportado para outros estados sendo assim referecircncia da nossa cultura

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

51

ANEXOS

Page 46: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

46

por onde passa Temos como referencia Luiz Gonzaga utilizando um instrumento que hoje

estar no auge que a chamada sanfona

Quando falamos o segmento forroacute peacute de serra o mesmo eacute sempre associado a

uma cultura pobre O nome de peacute de serra vem dos festejos que aconteciam para toda a

populaccedilatildeo no sertatildeo localizado bem ao peacute da serra como jaacute vimos neste estudo Pode-se entatildeo

compreender a valorizaccedilatildeo desse ritmo que eacute tatildeo rico de histoacuteria que vem dos nossos

antepassados poreacutem hoje se utiliza uma espeacutecie de lambada que usa da marca forroacute que

como consequecircncia deixar de lado o autecircntico forroacute que tem pouco puacuteblico e

consequentemente lucro

Entretanto as consequecircncias ocasionadas por essa evoluccedilatildeo podemos dizer assim

eacute que hoje natildeo eacute possiacutevel visualizar um autecircntico forroacute peacute de serra jaacute o que o mercado oferece

o forroacute eletrocircnico Os programas de miacutedias tambeacutem satildeo fortes influenciadores para essa

aculturaccedilatildeo no ritmo estudado pois durante todo o dia se trabalha uma musica que sempre

fala da utilizaccedilatildeo do poder ou a desvalorizaccedilatildeo da mulher e as boas poesias melodias e os

artistas locais acabam perdendo seu espaccedilo Hoje o puacuteblico apreciador do forroacute peacute de serra

normalmente tem uma essecircncia mais familiar satildeo tambeacutem jovens estudiosos ou turistas que

vem em busca natildeo soacute do sol e praia mais tambeacutem de conhecimento realmente cultural

Em umas das entrevistas ao musico Adelson Viana (2014) relata que na ligaccedilatildeo

desse lado cultural com o turismo temos uma precariedade muito grande no serviccedilo porque o

turista tem conhecimento da cultura local do autentico forroacute peacute de serra poreacutem ao chegar no

estado ele acaba vendo uma espeacutecie de forroacute eletrocircnico que precisa ser respeitado poreacutem foge

daquilo que o mesmo busca Eacute como uma espeacutecie de banquete o estado soacute oferece aquilo que

tem e ainda falta estrutura no local e uma melhor educaccedilatildeo da proacutepria comunidade local

Se avaliarmos o produto forroacute peacute de serra em uma visatildeo mercadoloacutegica

chegaremos a conclusatildeo da sua decadecircncia pois para se ter desenvolvimento e lucro tanto

comercial quanto financeiro primeiramente precisa-se ter a oferta Segundo o empresaacuterio

entrevistado ao longo de 10 anos tivemos um declino muito grande esse setor pois algumas

casas de show que tinham como produto essa marcar por falta de lucro e investimentos

acabaram falindo sem nenhum patrociacutenio da prefeitura ou do estado para manterem suas

caracteriacutesticas regionais Seu negoacutecio tem um puacuteblico mais exigente poreacutem bem selecionado

por isso estaacute no mercado haacute 18 anos

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

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ANEXOS

Page 47: ROCHELLE VIANA DA SILVA FORRÓ PÉ DE SERRA … PE DE … · “ Que falta eu sinto de um bem que falta me faz um xodó mas como eu não tenho ninguém eu levo a vida assim tão só

47

De fato as mudanccedilas aconteceram poreacutem concluiacutemos que houve um crescimento

poreacutem ainda eacute bastante precaacuterio O forroacute peacute de serra eacute um produto que natildeo existe em todos os

meses do ano tem um acesso complicado por conta da falta de divulgaccedilatildeo e sua existecircncia

mais idoso em festas nos bairros assim conhecidos como forroacute da terceira idade que ocorre

com a participaccedilatildeo da populaccedilatildeo local Com essas mudanccedilas tambeacutem natildeo podemos deixar de

citar que alguns artistas passaram a ser mais mostrados na miacutedia poreacutem sempre direcionados

a outros estados citandos como exemplo Pernambuco

Desta forma o forroacute peacute de serra eacute considerado um produto turiacutestico utilizado de

maneira incorreta agregando valores que natildeo tecircm a essecircncia cultural passando sempre por

atualizaccedilotildees de acordo com as geraccedilotildees e um dos principais prejudicados eacute o turista do nosso

estado que acaba sendo leigo nessas informaccedilotildees por falta de suporte e de conhecimento da

proacutepria comunidade local aleacutem de pouco investimento do poder publico

48

REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

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ANEXOS

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REFEREcircNCIAS

BRASIL Ministeacuterio do turismo Turismo Cultural Orientaccedilotildees baacutesicas Brasiacutelia Ministeacuterio

do Turismo 2008

DENCKER Adan de Freitas Maneti Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em turismo Satildeo Paulo

Futura 1998

DIAS Reinaldo Introduccedilatildeo ao Turismo Satildeo Paulo Ed Altas 2005

DUARTE Jorge BARROS Antocircnio Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa em comunicaccedilatildeo2

edreimp Satildeo Paulo Altas 2008

IGNARRA Luiz Renato Fundamentos do Turismo Satildeo Paulo Pioneira e Thomson Learning

2003

GIDDENS Anthony Sociologia Trad Sandra Regina Netz 4 Ed Porto Alegre

Artmed2005

MARTINS Joseacute Clerton de Oliveira Turismo Cultura e Identidade Satildeo Paulo Roca 2003

49

APEcircNDICE

50

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

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APEcircNDICE

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APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

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APEcircNDICE A

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o Empresaacuterio

Valter proprietaacuterio da casa de Show Kukukaya

01 O mercado do forroacute peacute-de-serra tem uma grande opccedilatildeo de oferta

02 Existe uma melhor temporada para o mercado do forroacute peacute-de-serra

03 Existe algum criteacuterio para contrataccedilatildeo de bandas Se sim quais

04 Nos uacuteltimos 10 anos houve alguma mudanccedila no puacuteblico frequentador da casa de

show

05 Em qual periacuteodo e em qual faixa etaacuteria temos um volume maior de turista na casa de

show

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com o muacutesico Adelson

Viana

01 Existe uma desclassificaccedilatildeo de valores no forroacute peacute-de-serra

02 Eacute sazonal ou natildeo a procura de festas

03 Existe dificuldade no mercado Se sim quais

04 Existe uma valorizaccedilatildeo do forroacute peacute-de-serra

05 Do puacuteblico presente nas apresentaccedilotildees se sabe informar se satildeo turistas e a faixa etaacuteria

(Adulto ou Terceira idade)

Instrumento de coleta de dados ndash Entrevista semi-estruturada realizada com Secretaacuterio de

Cultura do Municiacutepio de Aquiraz Apresentador e Musico Rodolfo Forte

01 Existe um programa de divulgaccedilatildeo para o forroacute

02 Qual a sua visatildeo do forroacute peacute-de-serra como um produto turiacutestico

03 Existe uma procura do forroacute no turismo Se sim quais

04 Existe algum tipo de investimento para o forroacute como componente da cultura

nordestina Se sim quais

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ANEXOS

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ANEXOS