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N* 204S. Paulo, 16 de Outubro de 1915ANNO V A^14,^^,^,^^.^,tL^^i,^^^^„...„...LUJJ.,I RUBIÃO - HAMLETO ____________V*au*&?!_—.. __. O banco ou a cadeira, eis a questão...

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N* 204 S. Paulo, 16 de Outubro de 1915 ANNO V^14,^^,^,^^. ^,tL^^i ^^ ^^„...„. ..LUJJ. I

RUBIÃO - HAMLETO____________ V*au*&?!_—.. __.

O banco ou a cadeira, eis a questão...

O PIRRALHO

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Vinho Quinadoe

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São

BrasileiraSOCIEDADE ANONY^A

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S. Paulo, 16 de Outubro de 1915Numero 204

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S* C§f ^

Revista' lllustradade Importância

: : : : : evidente

Redaoçao

RUA 15 DE NOVEMBRO, 50-B

^ Caixa do Correio, 1026

0 appello de Olavo Bilac

Ha poucos raezes na Itália era umpoeta que aos sons divinos da sualyra accordava o povo da sua terrae, chcio de crença; orgulhoso das glo-rins cios seus antepassados, apontavaa seus irmãos a conquista do ideal, are;ilis;ição do grande sonho nacional,çfp de ha muito os filhos da glorio-aItália, vinham alimentando.

•E os versos e os discursos de G-a- .briel D'Annunzio obtiveram a maisestupenda das victorias. O seu appellofoi quasi que um decreto de mobili-sação,. tamanho foi o enthusiasmo, tãogrande foi a fé por elle despertados.

Ha dias, tendo sido recebido na Fa-culdade de Direito de São Paulo opoeta Olavo Bilac, uma das mais per-feitas organisaçôes intellectuaes danossa terra, tivemos occasião de as-sistir a um espectaculo verdadeira-mente edificante.

Assomando á tribuna Bilac leu amagistral oração que os jornaes pu-blicaram, que é uma synthese brilhantedo lamentável estado actual da nossanacionalidade e um fervoroso e pa-tríptico appello á mocidade, para queella, que dispõe de força, de crençae de coragem, se levante unida e co-hesa e se bata pela conquista dosnossos grandes e puros ideaes, que osmau administradores deste paiz, aba-teram e espezinharam.

Nestes tempos de politicagem, deganância e de maus costumes, Bilacpareceu-nos ura propheta, mas quenão maldisse, nem chorou ante asruinas desta nova Jerusalém, mascheio de fé,(ungido de esperança,apontou á mocidade o caminho a serseguido, afim de se evitar o esphacela-mento da nossa nacionalidade.

Do seu discurso o ponto que maisdeve interessar a nós moços é o quese refere ao serviço militar obrigatório.

A guerra actual é o argumento maisobvio para a prova da necessidadeem que nos achamos de vêr vigorarem nosso paiz a lei do serviço militar.

A lei já existe: trabalhemos, por-tanto, por vêl-a executada, mas tra-balhemos com afinco, com amor e comdesinteresse, porque hoje

'mais do quenunca o Brasil se rosente da falta daapplicaçâo de 1 i tão salutar.

Os moços à'0 Pirralho ouviram comgrande respeito a maravilhosa oraçãode Oltvo Bilac e, patriotas como são,promeltem seguir seus luminosos eon-selhos e trabalhar com todas as for-ças de que dispõem em prol da gran-de pátria brasileira.

praticados e os terríveis effeitos dasua proverbial jettatura.

Que a terra lhe seja leve, com umapyramide do Egypto por cima.

Quanto ao complicado caso da sue-cessão vice-presidencial, em S. Paulo,parece-nos que tudo corre para umdesfecho satisfactorio.

A Convenção parece estar marcadapara o dia 31 do corrente.

Sobre esse assumpto, disse-me outrodia á porta do Correio um gros bonetdo P. B. P.:

Acho o Carlos Guimarães umpéssimo candidato para a vice.

Porque ?Porque a sua candidatura devia

ser para presidente.O Dr. Altino Arantes quando tem

noticias dessas phrases, deve ficarmuito contente.

NOTA POLÍTICAA politica está em pleno período

de pasmaceira.Afora a renuncia d'Elle e as cogita-

ções em torno da suecessão vice-presi-dencial em S. Paulo, nada houve denotável na ultima quinzena. Mereced'oravante o nosso respeito, a nossapiedade, esse pobre morto moral queé o sr. Hermes da Fonseca, que nomais feliz accordar da sua conscien-cia, teve o largo gesto de renunciará carreira politica, promettendo em-pregar a sua actividade em outrocampo, onde seja menos nociva a suainfluenôia.

O illustre cavalheiro que tão tristesvestígios deixou no seu curto- estagiona politica cio Paiz, que* vá em pazruminar no ostracismo a que volun-taria ou involuntariamente se condem-nou, os horríveis remorsos dos crimes

D.

PEDRO DENTE JÚNIOR

Causou profunda magua nesta cida-de o falleccimento do distineto moço,Pedro Dente Júnior, infaoigavel offi-ciai de gabinete do dr. Secretario daJustiça.

Quem conheceu de perto o funecio-nario correcto e o homem lhano, oespirito intelligente e o coração affec-tuoso e bom, que a morte arrancoudo nosso seio, não deixou de verteruma lagrima sobre o túmulo que tãobrusca e inesperadamente se lhe abriu.

O Pirralho, chorando a perda doinesquecível amigo, envia á família de•Pedro Dente Júnior, a expressão sin-cera do seu pesar.

Oi -.- 1'•\!MUAK ~y frat. *f- f

E3T. ^NadeCRD.

O PIRRALHOi^—-—-•——^^""¦^^¦¦¦¦'¦^¦¦^^"'^^^""¦l^—¦""""""""^

AS CARTAS D'ABAM 0 PIQUES

A venida Colombo - O Indiscobrimento da Ameriga

A vesta du Bilacco — Uvi Strella

A póeos die una purçó di moradore da rua di ZanJuó, fizéro una ripresentaçó inzi.na da Gamara Mu-nicipale, pidino p'ra Gamara amudá o nomino da ri-

firita rua do Zan Juó, p'ra rua do Gristoffaro Golombo.Gustê du gestimo! si signos!... Ninguê é maise in-

digno dista menage, come o Gristoffaro Golombo, omaiore indiscobridore do 1'Universimo. Altrodi io stavadizéno istu mesimo p'ru Raule e intó illo mi dissi che

io stava inganato che o migliore discobndoro do mundo

fui a Laitte che indiscobri o bondi inletrieo. Che sp3-ranza! o bondi inletrieo é una porcheriigna disto ta-manigno, inveiz chi a Ameriga é molto maiore da

Intalia!Alé disso tuttos munno sabi chi os migliore ind;s-

cobridore du Niverso só intaliano: - o Bartolamê di

Gusmo, che invento o balo - napuletano -o Pelle-

grini, inventore da graxa marella p'ra buttignas —

galribreàe -; o PolHti Caloi, inventore dasbicigletta- siciliano -; o Margoni, inventore dus tiligrammosenza fili — genòvese -; o Piedadó, inventore da

briosa — naturale du Bó Ritiro — e muitos ôtro.

O Pietro Caporale, per insempio, digano chi furoelli chi indiscobri o Brasile ... Indiscobri nada! Chiindiscobri o Brasile fui tambê o Grestoffaro Golombo,

pur causa che illo indiscobri a Ameriga, ma o Bra-sile stá mzima da Ameriga, intó tambê stava indis-

cobrido! é a mesima cosa che S3 io iva indo p'rarua i di repentimo axava una gartêra xiigna di dig-nêro; io pigava ella i tirava una nota di 30 millareisi largavo u resto; aóra vigna un ôtro funzionario,via a gartêra i tirava una nota di 15 millarciz: —

chi fui che indisgobri o arame, fui io o elli?

— Illo pigô una nota, ma chi axô fui io! Gia si

dexa vê intó chi fui o Gristoffaro Golombo chi in-discobri a America, o Brasile, o Bó Ritiro, a rua dasParmêra, pur gausa chi tuttas istas robba stá dentroda Ameriga. I disposa di quattros segolo che Golomboindisgobri a Ameriga, chi menage prestáro p'relli osmerigano ? ... né un boteghino co nomino di Golombo,non tê qui in Zan Baolo 1 tê boteghino Rio Brango,tê boteghino du Xico, i boteghino Golombo non tê...Tê rua du Ri Barboza, tê rua Garibaldi, tê rua duVitale, i rua Golombo non tê! Chi vergogna!

Migna pinió é chi a Gamera Municipale devi attendêo pedido dos moradore da rua Zan Juó, brevemente

(2 o 3 segulos) venida Zan Juó, butando nella o no-mino di Venida Golombo. Zan Juó non indiscobria Ameriga i Golombo indisgobri. Zan Jnó era inviato

di Dus-, ma Gristoffaro Golombo tambê, pur causache fui Deuse chi xamô elli i dissi: ;

Golombo, vegna cá!Vai na migna interna urnqinaI tira a Ameriga di lá.

A VESTA DU BILACCO

Quartaffera tive a nunciada vesta du Bilacco, o

príncipe dus poete brasiliéro, o Dante anazionalo.Uh! mamma mia, che successo! O saló stavo xiigno

piore du garnevalo na rua 15. Os lustre di gaiz stavoxiigno di genti pindurada. Gada lustro apparicia un

gáxo di banana di genti.Bilacco dissi moltos sunetto gotuba. Impubricamos

imbaxo uno insemplare.

UVI STRELLA

Che scuitá strella né meia strella!Vucê stá maluco ! e io ti dirá Manto,

Chi p'ra scuitalas moitas veiz livanto,I vo dá una spiada na gianella.

1 nasso as notte acunversáno c'oella,Inquanto cM as otra lá d'un gantoStó mi spiáno. 1 o sol come un briglianto

Naçe. Óglio p'ru çeu: — Cadê strella t f

Direis intó: — O' migno inlustro amigo!

O chi é chi as strella ti dizia

Quano illas viéro acunversá contigo?

E io ti diró: — Studi p'ra intendela,Pois só chi giá studô Astrolomia,E' capaiz di intende istas strella.

¦

Jüó Banànére.

\JSEV O PETRÓLEO ORlENTfct i||

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O PIRKALHO

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Inédito patfa "O Piiwalho j»

No castello roqueiro onde vivo encerrado,Cheio de audacias como um barão de Castella,Divago. Pelo chão do meu ermo terradoOutros passos escuto. Outra sombra que vela.

Alta noite. Bem sinto o pranto que liei chorado! .Que mysteriosa mão este saio afivelaSobre os meus hombros? Vou luctar como um Cruzado.Hei de encontrar, hei de beijar os olhos d'Ella.

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Ouço trompas e sons e trons longos de guerra.Surgem no meu solar, que só mortos encerra,Fidalgos, iníanções, ricos-homens tristonhos.

Caravelas no mar! Ponho em fuga a moirama.E chego alíim, toda a alma em palmas de quem ama,E acho deserto o Santo-Esquiíe dos meus sonhos...

Alphonsus de Guimàraens

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@g= O PIRRALHO

"PIRRALHO SOCIAL 55

0 encanto da palavra de Bilacchamou a postos a eleganoia de

g. Paulo.Em plena Primavera um poeta

nos visita, dizendo nos um punha-do de ooisas lindas, enchendo onosso espirito de pétalas, de rosa— rosas de quatorze pétalas quesão os seus magníficos sonetos —

de novo como antigamente arreba-tando as almas, sobretudo as almasfemininas paia quem escravo, paraa contemplação e o deslumbramen-to da grande Arte, que os Princi-

pes dos Poetas perp.etam ...

Foi assim que o salão Germaniaoutro dia literalmente cheio derostos encantadores, apresentavaaos olhos do espectador que lá es-tiv* sse, o espléndoroso espectaculoda grandiosa primavera da carne

que lá palpitava, ou a mesma pri-mavf ra que Bilac tanto gosta de«conduzir pelo braço...»

Foi uma festa encantadora deeleganoia e de Arte, sem duvidaalguma a mais importante da ulti-ma quinzena.

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Os nossos instantâneos

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A kermesse no Jardim da Luz,

em beneficio dos .belgas desampa-rados e dos flagelladss do Nortedo Brasil, teve como era de se

prever, ruidoso successo.Wi 0 jardim cheio de luz, numaorgia de lâmpadas multicores, che"oda graça e do encante das lindascreaturinhas que vendiam prendase ganhavam corações, viveu trêsdias de explendida agitação, cheiodo crystallino riso e das phrasesdoces que só os lábios das nossas

gentis patrícias sabem proferir..

A Sociedade de Cultura Artis-tica, essa benemérita associação,

que com tanto amor /em contri-buindo para o culto da arte emS. Paulo, proporcionou-nos tambémesta semana, afora o esplendidosarau em que Bilac disse os seusmagníficos versos, um outro noTheatro Municipal, onde se exhi-biu o Orpheon da Esoola Normal,composto de 500 vozes, sob a com-

petente direcção do João GomesJúnior.

Foi um espectaculo inédito para

1

O PIBRALHO

S. Paulo, constituindo uma agradável festade Arte.

_9_ _SL _£_

Quando Bilac dizia versos na festa da Cul-tura Artística, m.lle que estava ao nosso ladorepetia religiosamente, baixinho, todos osversos de um bello soneto que o poeta re-citava.

O soneto retrataria o e-st.do d1 alma dem.lle?

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M.lle C. conversava com a sua amiguinhae diziam assim:

El!e é tão simpathico, tão intel li gente!...Como eu gosto do que elle escreve!. . .

Eu também. Porque elle é tão refrão,-tario ao casamento ?

Não sei. Eu seria a mais feliz das mu-lheres, creio, se me casasse >com elle.

Nesse ponto da conversa m.r X ... fino li-terato e jornalista e também poeta que seachava ao lado quasi de m.l'es, interompendoa conversa exclama:

Então? sobre que falam as minhas a-miguinhas?

M.lle M. diz:Falávamos sobre a aversão que X... tem

pelo casamento.Porque será ?Eu lhes esplico. De uma feita, elle foi ao

hospicio fazer uma visita ao estabelecimen-to. Lá encontrou dois loucos logo lift entra-da, vendo os, perguntou o literato ao Direc-tor:

Este (apontando ao primeiro) ficou lou-co porque, não sabe?

Dizem, respondeu o director, que de-vido a uma louca paixão que teve por umamoça, que depois o abandonou para se casarcom outro.

NOTASFÚNEBRES

f aUflIffirOnflliflTOnJM^ tií* 59 íX-TV- ¦ Í«m B^'' l '^ll ¦"£! K^Kr>IP?V PMPJHPMPJÜR

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Dois aspectos do enterro do maliogrado moço, Pedro Dente Júnior

¦¦¦:'

A "Aida" ao ar livre

Um aspectola assistência - 0 tarytono Tltta Hiffb cantando o prólogo dos Fagllatci

_ Coitadol E aquelle outro que Ia estácom oamisa de força, ficou louco porque?

— Aquelle, disse sorridente o director, ó otal que se casou com a moça

Teriam ficado contentes m.lles C. e M?Suppomos que não.

M.lle na festa que a sociedade Hyppica

promoveu no Velodromo, na hora em queo joven militar, tinha que fazer o seu lindocavallo saltar um terrível obstáculo, não seconteve e muito pallida tapou com as mãosos lindos olhos temendo, cheia de carinhos,um desastre.

E dizer-se que o joven tenente do exer-cito ignora isso...

j^ -afc- &¦

Estou effectivado nesta secção. Buy Blazabandonou nos em meio da jornada.

Novos affazeres, a necessidade de repouso,obrigaram-n'o a deixar o seu posto nestacasa, onde conquistou muitos amigos, emtodos quantos comsigo privaram.

, '' t",~ > . •'

...... Ínterim. •

O PIRRALHO

m BILAC EM S. PAULO i*Consoladora esta phase de efervescência

intellectual que se tem agitado ultimamente.Nota-se com surpreza que no Brasil já se

consideram os artistas e a arte.Ê assim que jornaes como 0 Estado de

S. Paulo, a quem se deve aliás grande partedo nos:-o avanço em cultura, combinam acollabo.ação de Bilac.

O Correio Paidistano inicia um verdadeiromovimento litteraro com artigos, chroniease contos que firmam Gregorio da Fonseca,Oscar Lopes, Goulart de Andrade, Humbertode Campos e mais três ou quatro dos prin-cipaes nomes da brilhante geração do Riode Janeiro.

E assim, sob o patrocínio dos jornaes eda admirável Sociedade de Cultura Artisti-ca, que tem á sua frente a actividade intel-ligente de Nestor Pestana, Roberto Moreirae Mello Abreu, e com o entliusiasmo de

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jurualstíis como Luiz Silveira, Pinheiro du-nior, Nuto Sant'Anna, vamos tendo em S.Paulo um renovaineuto de ideas que muitofaz pela evolução intellectual do paiz.

Dois factos vieram, suecedendo-se, com-

pie tar este animador inicio de momento lit-terario — a visita de Amadeu Amaral aoUio e a de Bilac a São Paulo.

Amadeu — quem não sabe?— foi consa-grado pelo esòriptpres e artistas cariocas.

Bilac vem trazer a S. Paulo um calornovo, intenso, contagioso com a sua palavrainconfundível.

Na Academia de Direito pronunciou umdiscurso que ficará na nossa historia. NasEscolas, na intimidade dos grupos que oprocuram, nas visitas que faz, Bilac, eBpa-

lha e derrama consolação, fé, enthusiasmo,alegria.

As visitas como esta são miraculosas pe-Ias resurreições que produzem. •

Além de tudo, Bilac trouxe comsigo umlivro novo — Tarde. Mas que tarde essa

que vale cem manhãs de sol claro l Quetarde única! Ha nella todo o color do meiodia tropical, e a frescura matutina e o co-lorido espantoso do um occaso brazileiro.

0 mestre querido não calcula decerto, a-

pesar da seu crença, o bem que faz a suaterra com versos tão lindos e tão perfeitos.

Bendito seja Olavo Bilac pela sua visitaconfortante á nossa cidade 1

0 discurso de Bilac na Faculdadede Direito

Ser-me-ia fácil, para agradecer a vossa ca-rinhosa recepção, improvisar algumas phra-ses de brilho fugaz, que morressem aqui aonascer, musica sem idéias, futil e amávelcortezia, sem fundo e sem echo. Mas quizdar alguma vida, mais calor e -duração ásminhas palavras, e escrevi-as para que ellas,confiadas agora aos vossos ouvidos e às vos-sas almas, possam estender-se a ouvidos<Jdis-

tantes e almas afastadas, a todos os brasi-leiros de vossa edade, crescendo, estudando,sonhando, dentro do immenso e inquietocoração do Brasil.

O momento não quer discursos ocos e re-tumbantes, sonoridades entontecedoras ro-lando na esterilidade do vácuo. O que seexige agora é a simplicidade de idéias fortesem palavras claras, que, na sua dura tris-teza, tenham, com revolta, um estimulopara a esperança, para a crença e para oheroísmo. Não podeis, talvez, perceber com

perfeita consciência a gravidade da nossasituação moral. Viveis numa rica metrópole,entre o sorriso e a gala da vida culta; enão podeis entrever o cháos, a confusão eos perigos que enchem toda a nossa mara-vilhosa e inconsistente pátria. Na juventude,tudo é graça e facilidade, expontaneidadee embevecimento: uma pureza natural, quedo intimo se transborda para o exterior emvéus illusorios, um fascínio próprio, que seespalha sobre o ambiente e embelleza o es-

pectaculo da vida real.. . Mas é força que,antes do tempo devido, alguém cruelmentevos arranque da paz e do arroubo. Vede

que, na Europa, hoje, quando a guerra abrediariamente largos claros nas file ras doscombatentes, os governos chamam ás armasas mais novas classes dos exércitos, as pha-

Na Estação da üoz

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A chegada do poeta a esta eapital

O PIRRALHO

SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA

Üm aspeeto da assistência na noite da festa de Olwo Bilae

langes dos adolescentes, reservas fulgentes

da primavera nacional; aqui, outra desgraça,

mais triste, optriine o paiz, e out a morte

peor escasseia os filhos validos, — desgraça

de caracter, e morte moral; e já que os va-

rões, incapazes ou indifferentes, deixam o

Brasil devastado sem guerra e caduco antes

da velhice, — venham ao campo os ephebos,

em que o ardor sagrado contrabalance a

inexperiência e em que o Ímpeto da fé sup-

pra a immaturidade dos annos!Não vos deixeis deslumbrados do magni-

fico progresso desta cidade e deste Estado:

São Paulo não é todo o Brasil; e a verda-

deira grandeza de um paiz não é a sua rique-

za. Por outro lado, não imagineis que o

que me assusta não é o desconforto, a falta

de dinheiro, a falta de traba ho organisado

e productivo na maior parte da União, nem

o ônus formidável das dividas opprimindo

o nosso futuro. Ainda ha muita ventura

e dignidade nas casas em que não ha pão;mas nada ha, quando não ha amor e or-

gulho.O que me amedronta é a mingua de ideal

que nos abate. Sem ideal, não ha nobreza

de alma; sem nobreza de alma, não ha de-

sinteresse; sem desinteresse, não ha cohesão;

sem cohesão, não ha pátria.Uma onda desmoralisadora de desanimo

avassala todas as almas. Náo ha em cada

alma a centélh^criadora, que é a cons-

ciência da força e dai bondade; e de alma

para alma nãôha uma corrente de solida-

riedade, de crença commum, e de enthu-

siasmo, que congregue todo o povo numa

mesma aspiração. Hoje, a indifferença é a

lei moral; o interesse próprio é o único in-

centivo. O «arrivismo, —hediondo estran-

geirismo com que se exprime uma enfer-midade ainda nnis hedionda, — ep de,miamoral, que tende a transformar-se e a en-raizar-se como endemia, envenena todo o

organismo social e mata todos os germensda dedicação e da fé: cada urn quer gozare viversósinho, e crescer, prosperar, brilhar,enriquecer depressa, seja como \'òr, atravésde tod«s as traições, por cima de todos os

escrúpulos. Assim, a communhão desfaz-se,

e transforma-se em acampamento bárbaro —

e mercenário, governado pelo conflicto dis

cobiças indivi luaes. E os politia s profissio-naes, pastores egoístas do rebanho tresma-lhado, nada fazem para impedir a dispersão;e, quando não se aproveitam do regabofe

generalisado, e quando não se locupletam,

imitando a gula commum, apenas se con-

tentam com a passiva e ridícula vaidade do

mando fictício .. .

Esse é o espectaculo que nos deparam as

classes cultas. As outras, as mais humildes

camadas populares, mantidas na mais bruta

ignorância, mostram só inércia, apathia,

superstição, absoluta privação de conscien-

cia. Nos rudes sertões, os homens não são

brasileiros, nem ao menos são verdadeiros

homens: são viventes sem alma criadora e

livre, como as feras, como os insectos, como

as arvores, A maior extensão do território

está povoada de analphabetos; a instrucção

primar a, entregue ao poder dos governoslocaes, é muitas vezes, apenas, uma das

rodas da engrenagem eleitoral de campa-

nario, um dos instrumentos da maroteira

politica. Quanto á instrucção profissional,— essa, na maior parte dos Estados da União,

ê um mytho, uma—fábula, uma ficção.Lembrae-vos que, se a escravidão foi umcrime hediondo, não foi menos estúpido ocrime praticado pela im previdência e pelaimbecilidade dos legisladores, dando as es-cravisados apenas a liberdade, sem lhes daro ensino, o carinho, o amparo, a organisa-

ção do trabalho, a capacidade material emoral para o exercício da dignidade ei viça...

Que se tem feito, que se está fazendo paraa definitiva constituição da nossa naciona-lidade? Nada.

Os immigrantes europeus mantêm aqui a

sua linyua e os seus costumes. Outros idio-mas e outras trad ções deitam raizes. fixam-se na terra, viçam, prosperam. E a nossalíngua fenece, o nosso passado apaga-se....

Ha cinco annos, houve um rebate anciosoe febril. Na tribuna e ua imprensa, vibrouum alto chamamento, um toque de alarmaa todas as energias adormecidas. E uma leiapontou á nossa esperança o entreluzir de

uma promessa de salvação: a lei do sorteiomil tar, se não a providencia completa do

serviço militar obrigatório, ao menos um

ensaio salutar, o primeiro passo para a con-

valescença e para a cura. Então, como ainda

hoje, eu cons:derava que era esse o único

providencial remédio para o nosso definha-

mento. Nunca fui, não sou, nem serei um

mil tarista. E não tenho medo do milita-

rismo politico. O melhor meio para comba-

ter a possível supremacia da casta militar

é justamente a militarisação de todos os

civis: a ostratecracia é impossível, quandotodos os cidadãos são soldados. Que'é o, ser-

viço miltar generalisado? É o triumpho

completo da democracia; o nivelamento das

classes; a escola da ordem, da disciplina,

da cohesão; o laboratório da dignidade pro-

pria e do patriotismo. É a instrucção pri-maria obri-atoria; é o as<eio obrigatório,

a hygieno obrigatória, a regeneração mus-

cular e physica obrigatória. As cidades es-

tão cheias de ociosos descalços, maltrapilhos,

inimigos da carta « abe» e do banho, —

animaes brutos que de homens têm apenas

a apparencia e a maldade. Para esses rebo-

talhos da sociedade a caserna seria a salva-

ção. A caserna é um filtro admirável, em

que os homens se depuram e apuram; delia

sahiriam conscientes, dignos, brasileiros, es-

ses infelizes sem cosciencia, sem dignidade,

sem pátria, que constituem a massa amorpha

e triste da nossa multidão.... Mas nada se

fez. O mesmo homem, o mesmo marechal,

que, quando ministro da Guerra, promoveuesse movimento salutar em favor da n«cio-

nalidade, - no dia em que subiu ao supremo

poder, foi o primeiro a esquecer a sua cria-

ção, deixando-a morta no berço. E hoje, de-

pois de um quatriennio de lutas estéreis e

de politicagem sem moral. — o problematerrível permanece sem solução: uma terra

em que multa gente morre de fome, um

paiz sem nacionalidade, uma pátria em quese não conhece o patriotismo....

O PIRRALHO

Moços de São Paulo, estudantes do Di-

reitò, sede também os estudantes e os pio-neiros do Ideal brasileiro! Uni-vos a todos

os moços e estudantes de todo o Brasil.: num

exercito admirável, sereis os escoteiros da

-nossa Fé!O Brasil não padece apenas da falta de

dinheiro: padece e soffre da falta de crença

e de esperança. O agonisante não quer mor-

rer: quer viver, salvar-se, reverdecer, reflo-

recer, rebentar em nova e fecunda fructifi-

cação. D&lhe os vossos braços, dae-lhe as

vossas almas, dae-lhe a vossa generosidadee o vosso'sacrifício! Nâo espereis o dia em

que, deixando esta casa, iniciardes a vossa

effectiva existência civica, para o trabalho

publico, para a agitação social, para a poli- ,

tica. Trabalhae, vibrae, protestae, desde já!Protestas, com o disinteresse, com a con-

vicção, cóm a renuncia, com a poesia,contra a mesquinharia, contra o egoísmo,

contra o «arrivismo», contra a baixeza da

indifferença !Desta velha casa, de entre estes sagrados

muros que esplendem de tradições veneran-das, deste quasi secular viveiro de tribunose de poetas, — daqui sahiram, em rajadasde heroísmo, em Ímpetos de enthusiasmo.as duas campanhas gloriosas que foram co-roadas pela victoria da Abolição e da Eepu-blica. Estrnja.de novo a. casa ! estremeçamde novo os muros! e de novo palpite e resôeo aviariu canòro, cheio de hymnoa de com-bate e de gorgeios de bondade! Inaugnrae,moços,de São Paulo, a nova campanha!

Perto de vós, entre vós, o começo da mi-

nha velhice, tocado da graça milagrosa davossa mocidade, tem gomos verdes, feticei-ros rebentos de resurreição.. Escuta e acolhe a revolta e a esperançado meu outomno, ó primavera da minhaterra! Em marcha victoriosa, ó meus irmãos,— para o Ideal !

* * *

A festa de Bilac

Carmen Lydia, uma menina ainda,é já a. dansarina graciosa e intelli-gente que executou na festa de Bilac,a Visão de ISalomé de Joyce,

Interessante sobretudo pela audáciacreadora que revela. Carmen será comcerteza uma grande artista.

A sua aprendisagem começou cedo.Aos sete annos, depois de uma pri-meira viagem a Paris, ella estavamatriculada na Scala de Milão. Ahipassou annos de estudo.

Obrigada pela guerra a voltar ásua pátria, Carmen matriculou-se naEscola Dramática do Rio de Janeiro,

Bilac está em S. Paulo. E S. Paulose accende de festas, de enthusias-mos, de apotheoses.

Bilac veiu ler o seu livro novo. Asduas revelações que fez d'elle foramduas noites immortaes.

Nunca a sua poesia attingiu culmi-nancia tamanha e nunca a arte bra-sileira teve tanto valor de pensamentoe de expressão.

A phase actual de Bilac é uma glo-riosa phase que faria a reputação dequalquer litteratura.

Salve, cantor estupendo!

ÍM mil tS mm

M.lle Maria da Gloria Capote Va-lente, a fina diseuse paulista, empres-tou também o valor de sua graçalinda á festa de Bilac.

onde sob a carinhosa direcção de Coe-lho Netto, fez a sua estréa ha poucosdias.

Vinda a S. Paulo a passeio e co-lhida de surpreza pela opportunidadeque se ofíerecia com a festa do Con-servatorio, de apresentação ao publicopaulista e homenagem a Bilac, ellaapenas poude preparar a Visão deSalomé, onde não é a dansa o 'seu

melhor esforço.Carmen prepara, porém, todo um

programma clássico com .que darádois espectaculos, um no Rio, outroaqui.

Vel-aeinos então dançar A mortedo Cijsne de Saint Sa&ns e a St/lviade Delibes, que. ultimamente dançouaqui a celebre Felyne Verbist.

*

Liddy Chiaffarelli Cantil e Anto-nietta Rudge Miller, dois nomes con-sagrados, completaram admirável-mente o quadro feminino que realçoua festa do Conservatório.

*

Houve também poetas que recita-ram — Martins Fontes, Roberto Mo-reira e Ricardo Gonçalves. São trêsfiguras de fino destaque no nosso meiointellectual. E eom que suprema arte,souberam sentir a poesia de Bilac!

** *

O mestre encerrou o liudo sarau.

Quando surgiu á scena, foi delirioo que se apossou da vasta sala.

Bilac, acclamadissimo recitou entãoas maravilhas de sua composição.

Que sensação brutal de arte divina

quando elle disse Beeihoven surdo!Foram, sem duvida, instantes, im-

mortaes esses dá noite do Conserva-torio. .'

HC -te. -*-

Um curioso, muito bisbilhoteiro, queria

que abrissemos um concurso para que apu

rassemos qual o álbum em que se encontra,

em S. Paulo, o burilado soneto de José Se-

veriano de Eezende, que hoje publicamos.M.me ao saber disso...Calemos.

He -te. -\c

M.lle outro dia, irritou-se seriamente com

o seu eleito e sem razão.Porque tanto ciúme? ,: -: 0

Que mal faz Mr. cumprimentando fa-

miliarmente uma sua antiga amada?...Acalme-se. Não ha perigo, r^: \Çj

He HC -^ \:

M.lle foi ao Municipal, assistir também ao

festival da Cultura Artística, . : ..

Na sabida, deixou cahir.bem aos pés de- um conhecido Mr. a sua luva de pellica que-foi. por elle. erguida num.:gesto muito cava-

lheiresco e géntil.; Em- troca^..recebeu, um

doce, um adorável sortis^.^v.-;.;; <<f,Qiii-,:. Seria o deeãfiapam.o.AínOr.?^íáiV<?i;t i&í

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0 PIRRALHO-——- -.. .__>--.--

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A UMA ADULTERA"^&

(De um antigo fllbüm paulistano).

sta é a mnlber adultera. Ella aífronta0 apôdo vil da plebe que a injuria ||E a tocca rubra, aos sobresaM prompta,De galhardo desdém traz muda e iria. v,

Essa mulher, quem não amedrontaO oblíquo olhar da torta hypocrisiaE que sedenta, de volúpia tonta,Ebria de amor, no amor mais se inebria,

Exposta assim dos pliariseus ás fúrias,A mais audaz e heróica das amantes,De ódios coberta e amada entre as amadas,

*

; Apupem-iía, apedrejem-iía! Mas antesOdes sejam de amor doestos e injurias,Sejam de beijos todas as pedradas.

•¦vW - _-»* . V'

José Sevekiano de Eezende

t)os "Oiystetfios j»

O PIRRALHO ^®

uzzrO X T^ A pjoar\A 0== =dk

AO CORNELIO PROCOPIO

pi LONGA camaradagem de in-fancia, protegida por optimasrelações de família, tinha esta-

______ _ beleciclo entre Paulo e Sarah

uma estreita intimidade cheia de doçuras e

de encantos.Vendo-se diariamente, convivendo debaixo

dos mesmos tectos, trocando emoções e idéas

sobre os mesmos assumptos e, approximados,além dos laços sociaes, por uma visível afi-

nidade de temperamentos, tudo fazia preverque, mais dia menos dia, da velha sympa-thia de crianças havia de brotar um senti-

mento mais forte e mais interessado.Os íntimos da casa não occultavam a es-

perança de os vêr casados.Os dois muito moços, cheios de belleza e

de espirito; ella, esguia, nervosa, sonhadorae sentimental; elle, moreno e sadio, de ai-

ma exaltada e sensível, pareciam, assim aju-

dados pelas circumstancias, attrahir-se natu-

ral e expontaneamente.O commentario avivou-se em torno dessa

amizade de adolescentes e as opiniões, umas

simples e bem intencionadas, outras moti-

vadas pelo despeito e pela inveja, multipli-caram-se, num dado momento, phantasiandoo caso por fôrmas diversas.

Com o tempo, porém, a curiosidade insa-tisfeita cansou, por falta de dados positivos,e os ternos amigos de meninice continuaram,desassombradamente, a salvo de interpreta-

ções erradas, a sua carinhosa e innocenteaffectividade.

No fundo, entretanto, dessa estima calmae sincera, o facto de uma approximaçãosempre mais estreita, tremendo perigo parapessoas de sexo differente, gerava a poucoe pouco, em ambos, um estado de alma des-conhecido e perturbador.

Começaram a olhar-se de outra maneira,os apertos de mão, tornados longos pela ne-ces<idade de um contacto mais ntimo, re-velavam palpitações mal contidas; a separa-

ção magoava-os e o pensamento, por distan-tes que estivessem um do outro, os manti-nha sempre juntos.

De instante para instante, mais definidaião comprehendendo a transformação por quepassavam.

Paulo, com meias palavras, insinuava noespirito de Sarah a eclosão do seu amor; ella,viva como um azougue, manifestava, discretae provocadora, a sua voluntária reciprocidade.

As solicitações da moça elle as sentia ca-da vez mais fortes e foi encontrando, no seu

todo e nos seus modos seducções que nun-

ca percebera.E assim como as águas de um rio, que

deslisam serenas, sem cachoeiras nem saltos,

as coisas seguiam o seu curso natural e ine-

vitavel.Uma noite, depois de estarem a lêr jun-

tos, vieram para a janella da sala de jantar,

qne deitava para uma paysagem mixta de

fundos.Paulo dando forma a todos os pequenos

indícios anteriores, corporisando tudo o quefora vagamente suggerido, hesitante a prin-cipio, tornando-se aos poucos claro e incisivo,

fez d'esse momento o momento adiado que

já tardava e fa'ou-lhe de amor, franca e

abertamente. IEmquanto, recapitulando, referindo e pro-

mettendo elle discorria emocionado sobre

esse grande motivo intimo, ella deixava queerrassem lá por fora os seus grandes olhos

negros.Através o nevoeiro, o céu baço ¦abria-se,

de distancia em distancia, no lnzir tremulode uma estrella.

O crescente quasi opaco deitava uns na-

das de luz na neblina que, a pouco e pouco,se ia illuminando.

Longe, tudo estava velado; só de vinteem vinte braças, um tom avermelhado no

cinzento do espaço marcava a existência de

um lampeão.Mais para cá, as casas e as arvores ião

tomando vulto — blocos pretos, quasi amor-

plios, num desenho imperfeito, sem linhanem minúcias — todo a borrões.

Bem perto, os ca&arões das villas, sobreo dorso ondulado de um morro, mais clarosse destacavam, entre pinheiros escuros.

E alli, sob a janella, no quintal visinho,a ramaria de um coqueiro com o recorte das

palmas nitido e bem visível, tinha, em tor-no, umas fluetuações de vapor, assim comoum fumo branco, adelgaçado e transparente.

Quando Paulo se calou, pela terceira vez,ella deixou cahir a cabeça sobre o seu hom-bro e elle, que a tinha presa pela cintura, ar-dente, debruçando-se beijou-a na bocea

Como a noite estava fria, fecharam a ja-nella e foram sentar-se a um canto da me-sa. E na meia voz do idyllio que se pro-longou, Sarah, com o olhar incerto e distra-hido, parecia procurar, além da vidraça, a

curva do crescente, perdido na bruma.

Para não perturbarem a sua antiga liberdade, resolveram os dois não confiar a nin-

guem o seu segredo. E oceultamente, na pe-numbra de um ligeiro mystório, continua-ram, discretos e ponderados, a vida felizdos que se amam.

A aparentemente não tinham mudado, bemdifficil seria conhecer o que se passava nelles;nenhum indicio esclarecia de modo sufficienteas suas intenções exactas. Quando muito, osda casa poderiam notar que preferiam ago-ra isolar-se com freqüência e tinham sem-

pre coisas a dizer em voz baixa.

Os dias sue ederam-se assim: suavementeiguaes, com todo o seu mundo de pequeni-nos episódios velados.

Passado o primeiro momento de deslum-bramento, passada a phase do delírio e daembriaguez, Paulo, amigo de dar a si contade seus actos e de suas tendências, foi tra-tando de examinar a verdadeira natureza deseus sentimentos, e, com o decorrer do tem-

po, começou a vêr claro.A sua paixão por Sarah não fora mais do

que illusão. Elle a estimava muito, isso eracerto, tinha por ella um afiecto bem maisintenso do que o commum das amizadesmas faltava lhe aquelle arrebntamento queo aílucináradiante da bruma, três mezes an-tes. As suas reflexões, entretanto, não o a-medrontavam.

Ter-se-á operado nella o mesmo phe-nomeno de resfriamento? conjecturava Pau-Io, e, sem se afiligir, depois de um longoracioc:nio, concluía mentalmente:

Si tal não aconteceu, si me amar de

facto e este estado de ooisas chegar a termo,casar meei. E por que não? Será um casamen-to calmo e reflectido de pessoas que se que-rem o necessário para serem felizes. O com-

mum da vida náo ó a exaltação, ó a affei-

ção tranquilla; e, além disso, Sarah tem tan-tas qualidades. . .

E assim, logicamente e sem enthusiasmo,a idéa de uma existência serena, num larconfortável, apparecia-lhe como uma proba-bilidade quasi boa.As circumstancias o tinham impellido paraahi; de que servia lutar, si afinal de con-

tas qualquer solução seria satisfactoria?— Seja o que fôr, era a sua divisa*E resignado, alegre, levado no turbilhão

dos velhos hábitos, entretendo os mesmoscolloquios de amor, deixando-se ir, na inten-sidade das emoções presentes e fugazes, a-

guardava, sem se preoecupar, a marcha na-tural dos acontecimentos.

*

O PIRRALHO

Um domingo, á tarde, nas corridas do Jo-

ckey Club, Paulo fcevo o feliz ensejo de a-

presentar a Sarah seu amigo ©laudio, queacabava de chegar da Europa, onde tinha

estado quatro annos.A conversação entabolou-se fácil e os dois,

para logo, sentiram-se á vontade numa pa-lestra amistosa e cordial. Cláudio, loiro, bel-

Io e intelligente tinha o dom de attrahir, des-

de o primeiro momento, com seus modos

insinuantes e seductores.Espero que brevemente nos tornaremos

a ver, Paulo levai pa á nossa casa, disse-

lhe Sa ah, sorridente, ao despedir se.E elle prometteu, de chapéu na mão,

murmurando numa venia galante o seu agra-

decimento amável.Nessa noite, sem nenhuma intenção, Pau-

Io achou Sarah ligeiramente nervosa.No dia seguinte, muito cedo, Cláudio foi

procurai-o. E depois de abordar assumptosdiflerentes, fazendo rodeios, preambulando,entrou francamente em confidencias:

Estou encantado com a tua amiguinha;desde hontem que só penso nella.

Nãn brincava; falava serio; manifestava o

receio de não ser correspondido; e pedia ao

amigo que não lhe negasse o seu valioso au-xilio. Para que occultar? Era esse o motivoúnico da sua visita.

Confio a minha causa ao teu patrocínio,tem paciência E Paulo, que o conhecia desobra, qne percebeu immediatamente a suasinceridade, surpreso, embaraçado, sem cora-

gem de dizer a verdade, prometteu-lhe tudo.Podes contar commigo, meu apaixonado.

E d'ahi por diante, Cláudio incorporadoá vida social, começou a encontrar-se fre-

quentemente com Sarah nos bailes e recep-

ções, nos theatros e nos passeios.Paulo, de dia para dia, ia comprehenden-

do que a derrota era inevitável. A prin-cipio, o seu amor p oprio revoltou se; de-

pois, pensando maduramente, pesando tu-do, recapitulando e rrevendo, foi-se tornan-do calmo e procurou adquhir o conheci-mento exa to da situação.

Sarah, no começo, acanhada, timida, rece-ando talvez scenas violentas de ciúme, ex-

plicações e dissabores, fugia com evasivasás perguntas do namorado.

A evidencia dos acontecimentos, a discri-

ção correcta de Paulo, a linha que elle sou-be consertar afastaram, entretanto, os seustemores; e de um modo indirécto, por par-tes, suggerrindo, deixando adivinhar, ellaconfessou tudo.

g Elle, por seu li»do adaptando-se lentamen-te ao caso, sem ter tomado uma resoluçãodefiniti a, mas quasi por instimto, foi-setornando, de facto, o protector dos amoresde Cláudio.

E com o rolar das horas, todos os cons-trangimentos desappareceram; os dois fizè-ram de Paulo o seu piincipal confidentecomnium; era elle que os approximava enca-minhando-os para a desejada felicidade.

E foi elle que mais tarde uma manhã,trouxe da casa do pae de Sarah a auctori-sação para o casamento.

Na noite seguinte ao consentimento, reali-sava-se, no Theatro Municipal, o grande bai-le, ém benefl io das crianças belgas.

O amplo theatro, estava completamenterepleto.

Ao fundo, no palco, armado em floresta,

por entre as arvores scenographicas es, alhavam-se mesas, vestidas de linho e cobertasde flores, onde faiscavam as pratas e oscrystaes.

Na platéa, a elegância dos contornos fe-mininos delineava se em ricas toilettes detodas as cores; e nessa polychromia turbi-lhonante, a silhueta negra das casacas real-

cava os effeitos, graduava as nuances, tempe-rava sombras.

Cláudio e Sarah recebiam parabéns.Sentado em uma frisa de bocca Paulo con-

templava as danças.

Os arcos, na orchestra, movei am-se arranhando as cordas tensas dos violinos e os

sons combinados em melodias voluptuosasmarcaram o compasso cadenciado de uma vai

sa lenta.

Concentrado, Paulo pensava na súà situa-

ção em face d'essa historia tão intima; e-sem nenhum resentimento, ia tendo a, visão:das coisas, pelo seu lado rèãl e positivo.

Sentia-se satisfeito com o acto què prati-cara; elles eram felizes, isso lhe bastava;comprehendia bem, agora, que o*seu deverera esse, estava destinado a ser sempre oamigo de ambos e nada mais; felizmente, osonho tinha passado, ar illusão fora curta,e dos escombros d'essa phantãsia,clle perce-bia a destacar se, a subi-, a corpdrisar-se-lhe:no pensamento a idéa de uma missão quasisagrada. Commovia-se diante do. seu própriogesto; uma sympathia tranquilla o attráhia

paru elles. ...E emquanto os dois valsavam, acompa-.

nhando-os com os olhos, benevolo e paternal,Paulo v a ao longe, duas cabeças; uma, loirabrilhando sob os lustres, outra, negra, oscil-lando ligeira e graciosamente; enxergava,

por entre as frestas coloridas da multidão re-voluteante, uma espadua núa e uma mão dehomem, enluvada em.branco; e depois, a mu-sica os approximava, trazia os, completandoo circulo do salão, e duas fôrmas nítidas e

inteiras, se desenhavam enlaçadas, na doceembriaguez da dança e do amor. _ .

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L*>|CM BSS ¦ ^ O PIRRALHO=-2-===^__=B

Cláudio e Sarah eram noivos lia mais de

quatro mézes; faltava pouco para o casa-

mérito.Ella e a família tinham partido pava o

Guarujá, onde iam passar a sua ultima estação

de solteira.Cláudio, preso em São Paulo por afazeres

diversos, cheio de negócios a resolver, oc-

ctipado com os preparativos para o novo es-

tado, apenas aos sabbados ia vêr a noiva;

passava com ella o domingo e regrassava na

segunda pela manhã.Paulo, porém, conforme seus velhos habi-

tos praianos, lá estava, fazendo a sua epo-

ca de banhos.Com a sua presença, Sarah consolava-se

um pouco da ausência do noivo.

Os dois faziam juntos longos passeios pc-

Ia costa, subiam ás eminências, demoravam-

se horas e horas a descortinar a paysagem,e por entre o marulho das ondas, recorda-

vam, com saudade, o ausente querido.

Nas suas cartas, Sarah lhe contava as

oxcursões que fizera, as vezes que conversara

sobre elle! E Paulo continuava a ser para

ambos de uma constante dedicação, que

Cláudio, todas as semanas, agradecia com-

movido.A estação estava a findar. Foi numa qum-

ta feira calma e de céo azul.Ao cahir da tarde, Paulo e Sarah volta-

vam de um demorado passeio; tinham andado

muito, tinha sido a sua mais longa caminhada.

Numa curva de praia, quasi ao chegarem,

subiram a umas pedras e sentaram-se pa.adencançar; e alli ficaram meio apoiados um

ao outro.Ella ria preguiçosamente; elle, cheio de

quadros na retina fatigada sentia ainda a

volúpia de vêr. De um lado, a linha irregular

de chalets e casas velhas, com saliências e

reintrancias prolongava-se á flor da areia;

nas janellasfloresciam em caixotes de madei-

ra os geranios côr de rosa.De outro lado, o mar extenso sacudia de

vagar e mansamente as vagas brancas; as

da frente menores, maiores as outras, ellas

ião e vinham, espumalhando sobre o fundo

verde azul das águas quietas os cresnos

agitados.No céo, misturavam-se as cores e o sói

desmaiava aos poucos.Os dois não falavam mais; calaram-se num

bem estar languido e doentio.

O morrer do dia sobre o oceano, a meia

tinta d'aquelle quadro evocativo e o silencio

morno da redondeza, onde só o mar gemia,foram exaltando o sentimentalismo de Paulo,

O passado voltou-lhe inteiro. Sarah estava

alli; sentia-lhe o arfar demorado; espadua com

espadua, o sen calor transmittia-se a elle e do

linho branco d<> vestido envolava-se, na pazda atmosphéra, um odor de mulher e de ro-

sas, esperitual e provocante.Ella distrahida, contagiada também pela

morbidez da hora, perturbada pela quie»

tude de em torno, começou a dizer lenta-

mente coisas triviaes em que não pensava.Sensibilisado, cada vez mais, dominado

por uma força extranha, Paulo entrou a con-

siclerar-se uma victima; a sua derrota, essa

derrota quasi desejada, que elle acceitára

sem luta, sem protesto, que lhe apparece-

ra, naquella noite de festa, como uma fata*

lidade necessária, elle a via agora, como um

sacrifício tremendo. v

Tudo se lhe descortinava exaggerado,

deformado pela phantasia. E elle teve a sen

sação exacta e perfeita do martyrio, que não

soífreu.O horizonte sobre a linha dos morros à

zues fez-se rubro, de um rubro condensado

e frio e uns vapores pavdos mesclando-se ao

vermelho começavam a esboçar tons arroxea

dos.Paulo, instinctivãmente apertou a mão de

Sarah: todos os beijos que tinham trocado

lhe passavam pelo espirito.A moça parecia inquieta e agitada; elle,

irreflectidamente, passou-lhe o braço pelacintura; ella, experimentando a mesma sensa-

ção d'aquella noite de nevoa, deixou-se ficar

immovel e arquejante.Puchando-a para bem junto de si, com a

voz tremula, Paulo foi recordando, trecho

a trecho, toda a historia do seu passado.Fez-se martyr; ninguém pôde imaginar o

que soffrera para vencer-se; no seu sacrifício

não via ella a maior-prova do.amor que o

atormentava?E redobrando de calor, proseguio; queria

uma compensação, era o seu ultimo pedido;d'ahi a uns dias estariam isolados, o queelle solicitava era uma concessão extrema,

única, derradeira.. ....:._,-— Soffrerei resignado, mas exijo ainda

um beijo teu, será o ultimo, o ultimo, eu te

juro e nunca mais te affligirei com as minhas

maguas; não negues, dá-me, vem....

Paulo estava transfigurado, a voz sahialhe

entrecortada e vouca.Sarah não poude lutar, um languor sen-

suai apoderou se cVella; a recapitulação d'a-

quillo tudo e a noite que se fechava esma-

garam-na; e querendo defender-se, deixou-se

cahir nos braços d'elle.Foi um desses grandes beijos, que ator-

doam...Tinha escurecido; uma nesga clara apenas,

batia sobre a rocha; o mar ia e vinha com

o mesmo rythmo.— São horas de recallier.E de mãos dadas, desceram as pedras,

uma a uma, com cuidado, de vagar.

E,seguiiam pela praia, mergulhando os

pés na areia fofa.Lá ao fundo, o Crand Hotel de Ia Plage

illuminava-se; as claridades ião-se projec-tando sucessivas para fó:a e a sombra gi-

gaiiiesea do edifício rec .rtava se sobre o

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&

O PIKRALHO

chão com falhas abertas em quadro na luz

das janellas accezas.Paulo procurava disfarçar, fazia esforços

por dizer alguma coisa; Sarah vinha abati-da, triste, parecia torturada por uma idéa

fixa. -Approximavam-se mais do hotel; perfis

brancos desenhavam-se, aos pares, voltando

para o jantar, e aclaravam se, depois, sob as

lâmpadas do terraço, em cujas mesas de vi-me .alguns homens prolongavam o aperitivona distração dos dados.

Quando estavam a chegar, Sarah, que nãotinha erguido os olhos, apertou nervosamen-te a mão de Paulo, f el-o pai ar; com um arbizarro, olhou fixamente paia elle e disse atremer:

— Promette, Paulo, promette que aquelle

beijo não será o ultimo. Elle nunca me bei-

jou assim 1...Paulo emmdeceu, e como quem sonha, teve,

naquelle instante, um mundo de visõesdiversaa.

São Paulo — Outubro, 1915 -n

Pedro BonitiouBS" um Almeida

l^MM^^„^—,—»^wi^—^m^í—^—^"^^^^^^^^^^^^^ . .. .— ¦¦¦'¦ ¦¦ ._^—immum^^^*

"Pirralho" Carteiro^-SL5£

*^T J5&. XiK

m

M.r Carlos Comia-toTOs seusjversos nãoprestam. Por isso, fo-ram para a cesta.

M.me Antoniêta.Vou estudar demo-

radamente o seu "ua-

ao". Depois, fundamontarei o meu voto.

Quero ser um juizimparcialissimo.

M.r Le Docteur P.

S. F. O sr. não tem

razão. Os máõs juizos como esse [que o sr.

está fazendo, não têm classificação.M.ííe Quinínha: Vou falar ao seu eleito.

M.lle tem razão.M.lle üaby: Sabe de uma coisa? Ha dias

em que eu tenho uma profunda saudade do

passado!...M.lle Luiza: Foi um sonho que passou...

Não se assuste.M.lle Ninette: Então? Não escreve mais?

M.lle Arethuza: Foi sim senhora. Notei.

• r» iM.r Flavio Silveira: Não é aqui. Bata a

outra porta,M.lle Joaquína Pode ser que sim. Pode

ser que não.M me Veuve Antonica: garanto que a

sra. não ganhará mais nenhuma partida de

bisca. Emfim muitas felicidades.M.lle Lydia Loureiro: Adeus Beijo-te

as mãos.AZAMBUJA... Administrador

Francisco Germano de Medeiros

Para substituir o sr. Pedro Dente,

que, brutalmente, a morte colheu, o

dr. Eloy Chaves escolheu para seu

omciat de gabinete o sr. Francisco

Germano de Medeiros.

A "AIDA" AO AR LIVRE

UM ASPECTO DOS CAMABOTES

... ".

E' um distincto e antigo funcciona-

rio que bem merecia a honra de oc-

cupar um cargo de confiança, como é

o de official de gabinete,Ò Pirralho, achando acertada a

escolha, envia ao sr. Germano de Me-

deiros effusivos cumprimentos.

M.lle regressou do Eio. Veio forte, curada,

com a melhor disposição de animo, trazendode novo o encanto e o riso, para a roda gen-til em que vive.

^c 4c 4cM.lle L. sumiu. Um elegante offerece

um prêmio de 500$000 para quem descobriro seu paradeiro.

M.lle feria-se-ia se casado?' zte. 4c 4c

O cinema da Rua da Consolação, é uma

das casas que melhores fitas exhibem, dentreodos os outios do mesmo gênero que funco»ionam nos bairos da Capital.

Não é p'ra menos. É o anico cinema do

bairo da Avenida, a chie, a elegante Aveni-da Paulista!...

4c 4c 4c

Mr. só tem uma preoecupação: ver moçasbonitas.

No triângulo, aos sabbados, mr. fica meiolouco e é preciso uma actividade medonha,

para conseguir ver todas as lindas creaturas

que costumam enfeitar a urbs, fazendo o

footing. As subidas aos bondes então, o dei-

xam quasi maluco, sendo de se notar os mil

trejeitos que Mr. faz para conseguir ver as

pernas tão lindamente calçadas de mlles.Não é sem motivo pois que mr. está sen-

do appellidado o * caçador de pernas»..."7T TT "o~ •<v

í I

O PIRRALHO

eüí-í .í;Vríl'!n íví&i!

A CONFIANÇA<£7b 5*^=-.

Cheio da grande luz que í meu sonho sereno,

Sentindo arfar em mim um oulcào que ha de oir,

Çspero; esqueço a dor em que - homem - díüo e peno

€m meu céo interior brilha, aceza, flltair.

• . i

linguagem da renuncia e do ermo eu te condeno!

i! és a ruina do mundo, inércia de faquir!¦' '

í . ¦"•:¦, ' '!¦- '

IPfíf Que a maior emoção do ser fraco e pequfr^o

! í aspirar, com firmeza, á gloria de subir.

Sejamos, no destino, um braço que ndo cança,

fllma que quer andar, força que quer nencer,

Propulsores de naus, azas de azenha mansa...

K' OÍ' o• -h i::fsii.\

¦¦¦¦:iiK -.•<

.

Ç animemos, no impulso heróico do deoer,/

¦ ' \ ' ¦

fl coragem oencida, a abalada confiança

De todos os que estão cansados de sofrer...

i HI '.' '¦::.'.

ti J4i

¦..';'¦¦ !'.''.''¦•¦> '

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«4> ;¦¦¦¦:;

:tí b& ¦<•¦..;JOSÉ 01TÍGICA.

ii; ' ?:.':': /iíí!OIT;) •'• '¦•'

'3 ¦ \;vi&jázz\\ >¦'¦: '

íi'

O PIRRALHO

A Kermesse no Jardim da Luz

:

1

¦¦.r<i!f\

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Di verãos aspectos apanhados pelo PIRRALHO

_^*jmÊmmmÊmmBm——^*>s^i^ •—"¦_"-"~"—¦""

0 PIRRALHO. ni —^i—^r^mmm i ¦_jj|^^

fl "fiida" ao ar livre

^tislfe^Dois aspeetos do maravilhoso espeetaeulo qua a companhia Titta

Ruffo realizou no Parque fintarctiea

OLAVO BILAC-oo-

A oração do Poeta na Academia de Direito

Escrevo ainda sob a impressão ad-miravel que me causou a magníficaoração patriótica que o Principe dosPoetas Brasileiros proferiu na Acadc-mia de Direito.

Ao ouvilo, tinha-se a impressão de

que se ouvia um evangelista pregan-do um novo credo, um apóstolo defen-dendo a preciosa grandeza da Fé pa-triotica.

Bemdictos os Poetas que saem ásvezes "coberto de luzes" do terrenodo sonho e se apavoram diante datreva espessa da realidade horrívelde situações sociaes como a do Bra-sil actual e afugentam e espancamessa tréva, com as chispas do seu ta-lento, com os lampejos da sua since-ridade!

Só os poetas, deviam ser os pre-goeiros de campanhas vitaes para umPaiz, como essa que Biloc iniciou emS. Paulo. Os outros, não têm comoelles o desprendimento das posiçõesde mando, o desapego das ambições,a sinceridade.

As arvores das nossas florestas, quan-do carregadas de fructos em plenamaturidade uns, outros, resequidos, jápendent-s e quasi a se desgarraremdos galhos, quando batidos pelo ventoagitados pelas tempestades, soltam aochão em magnífica prodigalidade, um

punhado de sementes que vão de no-vo, arrastadas talvez pelas águas, seafundar no solo e germinarem ecrescerem e f ructificarem.. .

Mas... é preciso a tempestade e aventania...

A figura de Bilac na nossa Pátrianeste amargo inBtante da nossa vidade nação é bem a figura da sêmen-teira da Fé patriótica.

A borrasca que destribuindo granadas e bombardas agita neste inonentoa Europa, a nojenta crise de caracter

que empesta o Brazil, a horrenda prea-gonia deste grande Paiz, "enfermo

que não quer morrer", são os factoresdessa terceira campanha que o Poeta,num appello amargo e sincero pedea mocidadade de S. Paulo que o inicie.

Dolorosos factores esses, bemdictae gloriosa essa campanha que se ini;cia, tendo o sincero baptismo de fogodo verbo scintillante do Poeta mascu-Io do Brazil.

Aboliu se a escravidão material em88 criando-se a criminosa escravidãodos espíritos; fez-se a Republica em89 e a ventura inaudita da liberdade,o carinhoso prazer da igualdade, osupremo gozo da fraternidade, fizeramtalvez com que o povo se esquecessede alimentar a chamma sagrada doPatriotismo, ssm a qual a nossa na-cionalidade se definha, quasi agonisae se vê em risco de desapparecer.

Que a mocidade do Brazil, ouça a

palavra do Poeta!

Que se inicie a redemptora campa-nha naciolista no Brazil!

E Bilac, que nas mais intimas pa-lestras, na mais despretenciosa cause-rie, na mais amiga camaradagem comos seus amigos, faz do nacionalismoa magna questão para o seu espiritointelligente e culto, sentir-se-á glorio-samente feliz vendo a sua idéia de-fendida com calor pela suprema espe-rança de um Paiz que é a mocidade,

pela primavera intellectual do Brasil.Morrerá nesse dia a politicagem; asambições deshonestas não mais vice-

jarão por falta de estéreo no terreno;as fortunas rápidas e mysteriosas vin-das das posições políticas conquistadas

por todos os meios, não mais appare-cerão; o culto da incompetência desap-

parecerá e a Pátria viverá então fe

liz, abençoando os filhos que a redi-miram, fazendo-a forte e valorosa,

para ser digna e respeitada.

Iniciemos a nova campanha, presti-giemos â palavra do Poeta, orgulhoe gloria da nossa intelectualidade.

DOLOR DE BlUTO.

B-lO PIRRALHO

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