192

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Saúde na Região Norte

Medir para Mudar

Centro Regional de Saúde Pública do Norte

Dezembro 2005

Ministério da Saúde Administração Regional de Saúde

do Norte Centro Regional de Saúde

Pública do Norte

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Autores

Ana Maria Correia

Delfina Antunes

Elisabete Ramos

José Rocha Nogueira

Luís Castro

Margarida Azevedo

Maria Assunção Frutuoso

Maria Neto

Revisão

Laurinda Queirós

Capa Margarida Azevedo

Edição

Centro Regional de Saúde Pública do Norte Rua Anselmo Braamcamp, 144 4000 - 078 Porto Tel: 225103480 Fax: 225101618

e-mail: [email protected] Impressão e acabamento Papelmunde, SMG, Lda

Depósito legal 245536/06

Saúde na Região NorteMedir para Mudar

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Agradecemos a possibilidade de aceder a dados não publicados dos sistemas de informação indicados no documento.

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vii

Índice Índice de Figuras…………………………………………………………………………. xi

Índice de Quadros………………………………………………………………………. xix

1. Introdução…………………………………………………………………………… 1

2. Material e Métodos………………………………………………………………..... 5

3. População e Indicadores Demográficos…………………………………………. 15

4. Natalidade e Mortalidade Infantil…………………………………………………. 27

5. Mortalidade e Morbilidade Geral………………………………………………….. 41

5.1. Introdução………………………………………………………………………. 43

5.2. Mortalidade e Morbilidade Geral…………………………………………….. 44

Causas Externas……………………………………………………………….. 46

Diabetes mellitus……………………………………………………………….. 49

Doenças do Aparelho Circulatório……………………………………………. 50

Doenças do Aparelho Respiratório…………………………………………… 55

Doenças do Aparelho Digestivo………………………………………………. 56

Doença Crónica do Fígado e Cirrose………………………………………… 57

Total de Tumores Malignos…………………………………………………… 58

5.3. Anos Potenciais de Vida Perdidos…………………………………………… 60 5.4.1. Mortalidade por Doenças Oncológicas……………………………………. 63

Tumores do Aparelho Digestivo………………………………………………. 63

Tumores do Aparelho Respiratório…………………………………………… 67

Tumores do Tecido Linfático e Órgãos Hematopoiéticos………………….. 68

Tumores da Mama – mulheres……………………………………………….. 69

Tumores da Próstata…………………………………………………………… 70

Tumores de Outras Localizações…………………………………………….. 71

5.4.2. Anos Potenciais de Vida Perdidos por Doenças Oncológicas…………. 73

6. Doenças Infecciosas……………………………………………………………….. 75

6.1. Introdução………………………………………………………………………. 77

6.2. Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória……………………… 77

6.3. Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana………………………… 91

6.4. Tuberculose…………………………………………………………………... 104

6.5. Coberturas Vacinais - Programa Nacional de Vacinação……………….. 115

7. Morbilidade Profissional………………………………………………………….. 117

8. Determinantes da Saúde………………………………………………………… 127

8.1. Introdução…………………………………………………………………….. 129

8.2. Hábitos Tabágicos…………………………………………………………… 131

8.3. Consumo de Bebidas Alcoólicas…………………………………………… 137

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viii

8.4. Ingestão Alimentar…………………………………………………………… 141

8.5. Excesso de Peso e Obesidade…………………………………………….. 147

8.6. Actividade Física/Tempos Livres…………………………………………… 149

8.7. Despesas Médias Anuais dos Agregados Familiares……………………. 152

8.8. Drogas Ilícitas………………………………………………………………… 154

9. Considerações Finais…………………………………………………………….. 159

10. Referências Bibliográficas……………………………………………………….. 165

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ix

Lista de Siglas

APVP - Anos potenciais de vida perdidos

ARS-Norte - Administração Regional de Saúde do Norte

BCG – Bacilo de Calmette e Guerain

CAE - Classificação Portuguesa de Actividades Económicas

CID 10 - Classificação Internacional das Doenças - 10ª revisão

CID 9 - Classificação Internacional das Doenças - 9ª revisão

CNPDP - Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais

CRS - Complexos Relacionados com SIDA

CRSPN - Centro Regional de Saúde Pública do Norte

CVEDT - Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis

DALYs - Anos de Vida Perdidos Ajustados para a Incapacidade

DDO - Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória

DGS - Direcção Geral da Saúde

DOTS - Directly Observed Therapy Short-course

DSIA - Direcção de Serviços de Informação e Análise

DTP - Vacina da Difteria, Tétano, Pertussis

Hab – Habitantes

Hib - Vacina do Haemophilus influenza

IDI - Índice de Dependência de Idosos

IDJ - Índice de Dependência de Jovens

IDT - Instituto da Droga e da Toxicodependência

IGIF - Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde

IMC - Índice de Massa Corporal

INE - Instituto Nacional de Estatística

INS - Inquérito Nacional de Saúde

ISAE - Inquérito de Saúde dos Adolescentes na Escola

NUT - Nomenclatura de Unidade Territorial

OMS - Organização Mundial de Saúde

PA - Portadores Assintomáticos

PALOP - Países Africanos de Língua Portuguesa

PNT - Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose

PNV - Programa Nacional de Vacinação

RN - região Norte (considera os 68 concelhos que integram a ARS-Norte)

SIDA - Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

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x

SVIG-TB - Sistema de Informação Intrínseco do Programa Nacional de Luta contra a

Tuberculose

TB – Tuberculose

Td - Vacina do Tétano, Difteria

TOD - Toma Observada Directamente

VAP - Vacina Viva da Poliomielite

VASPR - Vacina do Sarampo, Parotidite, Rubéola

VHB – Vacina da Hepatite B

VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana

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xi

Índice de Figuras página Figura 1 - População residente nos 68 concelhos que integram a Região de Saúde

do Norte, resultados do censo de 1991 e do censo de 2001

17

Figura 2 - Pirâmide etária da população residente estimada para 2004 no Norte 18 Figura 3 - Distribuição da população residente estimada para o ano 2004 pelos

distritos que integram a Região de Saúde do Norte

19

Figura 4 - Distribuição da população residente estimada para 2004 nos concelhos

que integram a Região de Saúde do Norte

19

Figura 5 - Índice de envelhecimento (%), por concelhos, considerando apenas os

concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

21

Figura 6 - Índice de dependência de jovens (%), por concelhos, considerando apenas

os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

22

Figura 7 - Índice de dependência de idosos (%), por concelhos, considerando apenas

os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

22

Figura 8 - Número de estrangeiros com estatuto legal de residente em Portugal,

segundo a nacionalidade

23

Figura 9 - Número de solicitações de estatuto de residente em 2002, por NUTII-Norte 24 Figura 10 - Número de solicitações de estatuto de residente em 2002 no Norte, por

NUTs III

24

Figura 11 - Taxa de variação percentual 2000-2050 da população jovem, Portugal e

NUTS II

25

Figura 12 - Taxa de variação percentual 2000-2050 da população idosa, Portugal e

NUTSII

26

Figura 13 - Índice de envelhecimento, Portugal e NUTSII, estimativas para o período

2000-2050

26

Figura 14 - Evolução da taxa de natalidade (/1000 habitantes) entre 1999 e 2003,

total Nacional, região Norte e por distrito da região Norte

29

Figura 15 - Evolução da proporção de nados vivos (%) entre 1997 e 2002, segundo a

idade da mãe em Portugal

31

Figura 16 - Proporção (%) de nados vivos de gravidez na adolescência (idade<20

anos) e gravidez tardia (idade>39 anos)

31

Figura 17 - Evolução da taxa de mortalidade infantil (/1000 nados vivos) entre 1999 e

2003, Total Nacional e Região Norte

33

Figura 18 - Evolução da taxa de mortalidade pós-neonatal (/1000 nados vivos) entre

1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

34

Figura 19 - Evolução da taxa de mortalidade neonatal (/1000 nados vivos) entre 1999

e 2003, Total Nacional e Região Norte

35

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xii

página Figura 20 - Evolução da taxa de mortalidade neonatal precoce (/1000 nados vivos)

entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

36

Figura 21 - Evolução da taxa de mortalidade perinatal (/1000 nados vivos+fetos

mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

37

Figura 22 - Evolução da taxa de mortalidade fetal tardia (/1000 nados vivos+fetos

mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

38

Figura 23 - Proporção (%) e número de óbitos com menos de 1 ano, por causa de

morte, 2003

39

Figura 24 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por sintomas, sinais e afecções mal

definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), padronizadas pela idade, na região Norte

e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

44

Figura 25 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por todas as causas de morte,

padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no

período de 2000 a 2002

45

Figura 26 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por causas externas (CID 9: E47-

E56 ou CID 10: V, W, X, Y), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região

Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002

46

Figura 27 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com

veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86-

V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela

idade, na região Norte e o global nacional, em homens, no período de 2000 a 2002

47

Figura 28 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com

veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86-

V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela

idade, na região Norte e o global nacional, em mulheres, no período de 2000 a 2002

48

Figura 29 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por diabetes mellitus (CID 9:181 ou

CID 10:E10-14), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o

global nacional, no período de 2000 a 2002

49

Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório

(CID 9:25-30 ou CID 10: 100-199), doença isquémica do coração (CID 9:27 ou CID

10:120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou CID 10:160-169),

padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no

período de 2000 a 2002

50

Figura 31 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por

doenças isquémicas cardiacas, por sexo, no período de 2000 a 2004

51

Figura 32 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por

doenças isquémicas cardiacas, por grupo etário, no período de 2000 a 2004

52

Figura 33 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por

enfarte agudo do miocárdio, por sexo, no período de 2000 a 2004

52

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xiii

página Figura 34 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por

enfarte agudo do miocárdio, por grupo etário, no período de 2000 a 2004

53

Figura 35 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por

doenças cerebrovasculares, por sexo, no período de 2000 a 2004

53

Figura 36 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por

doenças cerebrovasculares, por grupo etário, no período de 2000 a 2004

54

Figura 37 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença do aparelho respiratório

(CID 9: 31-32 ou CID 10: J00-J99), pneumonia (CID 9: 321 ou CID 10: J12-J18),

bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9: 323 ou CID 10: J40-43,

J45, J46), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos

os sexos, no período de 2000 a 2002

55

Figura 38 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho digestivo

(CID 9: 33-34 ou CID 10: K00-K93), padronizadas pela idade, na região Norte e o

global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

57

Figura 39 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença crónica do fígado e

cirrose (CID 9: 347 ou CID 10: K70 e K73-K74), padronizadas pela idade, na região

Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

58

Figura 40 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores malignos (CID-9:08-14

ou CID 10: C00-C99), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte

e o global nacional, no período de 2000 a 2002

59

Figura 41 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por

causa de morte, na população da região Norte, ambos os sexos

60

Figura 42 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por

causa de morte, na população da região Norte, homens

61

Figura 43 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por

causa de morte, na população da região Norte, mulheres

61

Figura 44 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por localização do tumor,

padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em 2002, em ambos os

sexos

63

Figura 45 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091

ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela

idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em ambos os

sexos

64

Figura 46 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091

ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela

idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em homens

64

Figura 47 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091

ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela

idade, na região Norte e o global nacional, o período de 2000 a 2002, em mulheres

65

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xiv

página Figura 48 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do aparelho respiratório

(CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), padronizadas pela idade, na região Norte e o global

nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

67

Figura 49 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da traqueia, brônquios e

pulmão (CID 9: 101 ou CID 10: C33-C34), padronizadas pela idade, na região Norte e

o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

67

Figura 50 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do tecido linfático e

órgãos hematopoiéticos (CID 9: 14 ou CID 10: C81-C96), padronizadas pela idade,

na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

69

Figura 51 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da mama em mulheres

(CID 9: 50 ou CID 10: C50), padronizadas pela idade, na região Norte e o global

nacional, no período de 2000 a 2002

70

Figura 52 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da próstata (CID-9: 124

ou CID 10: C61), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no

período de 2000 a 2002

71

Figura 53 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores de outras localizações

(CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), padronizadas pela idade, na região Norte e o global

nacional, no período de 2000 a 2002

72

Figura 54 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por

localização do tumor, na população da região Norte, em homens

73

Figura 55 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por

localização do tumor, na população da região Norte, em mulheres

73

Figura 56 - Razão entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de algumas

Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de Portugal e do

resto do País

81

Figura 57 - Diferença entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de

algumas Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de

Portugal e do resto do País

82

Figura 58 - Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de brucelose (CID10

A23) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 – 2004, por

concelho

83

Figura 59 - Distribuição do número de casos de brucelose (CID10 A23) declarados

na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 – 2004, por grupo etário e sexo

83

Figura 60 - Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de febre escaro-

nodular (CID10 A77.1) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 –

2004, por concelho de residência

84

Figura 61 - Número acumulado de casos de Tétano (CID10 A35) declarados na

região Norte de Portugal, por concelho de residência. 2000 – 2004

85

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xv

página Figura 62 - Distribuição dos indivíduos com resultado positivo (concentração de

anticorpos IgG ≥ 0,1 UI/mL) para a toxina do tétano, por grupo etário

86

Figura 63 - Número acumulado de casos de tosse convulsa (CID10 - A37)

declarados na região Norte de Portugal, por concelho de residência. 2000 – 2004

87

Figura 64 - Casos de tosse convulsa (CID10 - A37) declarados na região Norte de

Portugal de 2000 a 2004, por mês de idade e ano de notificação

87

Figura 65 - Número anual de casos de hepatite aguda por vírus B (CID10 – B16)

declarados em Portugal, no resto do País e na região Norte, 1993–2004 com

indicação do ano de introdução no PNV da vacina da hepatite B

88

Figura 66 - Distribuição do número de casos de hepatite aguda por vírus C (CID10 -

B17.1) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 – 2004, por grupo

etário e sexo

89

Figura 67 - Evolução do número de casos de Portadores Assintomáticos (PA),

Complexos Relacionados com SIDA (CRS), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

(SIDA) e total, por ano de diagnóstico. Região Norte. 1981-2003 (casos declarados

até 30/06/2005)

92

Figura 68 - Evolução da taxa de incidência (/1000000) de SIDA em Portugal e na

região Norte, 1987-2003

93

Figura 69 - Taxa de incidência (/1000000) da infecção VIH nos distritos da região

Norte, entre 1995 e 1999

94

Figura 70 - Distribuição do número de casos de Portadores Assintomáticos (PA) e de

SIDA declarados até 30/06/2005 na região Norte, por grupo etário

95

Figura 71 - Número de casos acumulados de infecção VIH por grupo etário

declarados na região Norte até 31/12/2002 e até 30/06/2005

95

Figura 72 - Percentagem de casos de portadores assintomáticos (PA) declarados na

região Norte até 31/12/2001 por categoria de transmissão

97

Figura 73 - Percentagem de casos de portadores assintomáticos (PA) declarados na

região Norte até 30/06/2005 por categoria de transmissão

97

Figura 74 - Percentagem de casos de SIDA declarados na região Norte até

31/12/2001 por categoria de transmissão

98

Figura 75 - Percentagem de casos de SIDA declarados na região Norte até

30/06/2005 por categoria de transmissão

99

Figura 76 - Evolução do número de casos de SIDA por ano de diagnóstico e do

número de óbitos por SIDA por ano de ocorrência, na região Norte, 1990-2002

100

Figura 77 - Evolução do número de casos de SIDA por ano de diagnóstico e do

número de óbitos por SIDA por ano de ocorrência. Portugal 1987-2001

100

Figura 78 - Evolução da taxa de mortalidade (/1 000 000) por SIDA em Portugal e na

região Norte, entre 1988 e 2003

101

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xvi

página Figura 79 - Evolução do número de óbitos por SIDA e por sexo na região Norte, entre

1990 e 2003

102

Figura 80 - Evolução do número de óbitos por SIDA segundo o grupo etário, na

região Norte, entre 1990 e 2001

102

Figura 81 - Evolução da taxa de incidência (/100000) de tuberculose em Portugal, no

período de 1972 a 2002

105

Figura 82 - Distribuição geográfica da incidência média anual (/100000) de casos de

tuberculose notificados entre 2000-2004

105

Figura 83 - Número de novos casos de tuberculose declarados no Norte de Portugal,

entre 1987 e 2004

106

Figura 84 - Evolução do total de casos e casos novos de tuberculose notificados na

região Norte, entre 2000 e 2004

106

Figura 85 - Taxa de incidência de tuberculose (/100000) na região Norte por grupos

etários, total e por sexo, em 2003

107

Figura 86 - Evolução do número de casos de tuberculose disseminada e de

tuberculose do sistema nervoso central notificados na região Norte, 2000-2004

108

Figura 87 - Evolução do número de casos de tuberculose em dependentes do álcool,

drogas intravenosas e outras drogas, na região Norte, 2000-2004

109

Figura 88 - Evolução do número de casos de tuberculose/SIDA notificados na região

Norte em toxicodependentes e noutros grupos, 2000-2004

110

Figura 89 - Taxa de incidência de tuberculose (/100000) nos distritos da região Norte,

2004

112

Figura 90 - Distribuição da morbilidade profissional por sexo 120 Figura 91 - Distribuição da morbilidade profissional por grupos de doenças

profissionais

121

Figura 92 - Distribuição das doenças do aparelho respiratório por diagnóstico 122 Figura 93 - Distribuição das doenças cutâneas por diagnóstico 122 Figura 94 - Distribuição das doenças por agentes biológicos, por diagnóstico 123 Figura 95 - Distribuição das doenças por agentes físicos, por diagnóstico 123 Figura 96 - Distribuição das doenças músculo-esqueléticas por diagnóstico 124 Figura 97 - Proporção dos grupos de doenças profissionais por grupos etários 124 Figura 98 - Distribuição das doenças profissionais por actividade exercida 125 Figura 99 - Número de óbitos em 2000 por factores de risco, mundial 129 Figura 100 - Hábitos tabágicos em adolescentes de 13 anos do Porto 136 Figura 101 - Consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes de 13 anos do Porto,

2004

141

Figura 102 - Ingestão média diária de leite e derivados em adolescentes de 13 anos

do Porto

143

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xvii

página Figura 103 - Consumo diário de fruta e legumes (g/dia), em adolescentes de 13 anos

do Porto

145

Figura 104 - Frequência de consumo de produtos de pastelaria (%) em adolescentes

de 13 anos do Porto, por sexo

146

Figura 105 - Ingestão média diária de refrigerantes em adolescentes de 13 anos do

Porto, por sexo

146

Figura 106 - Frequência da prática de actividades desportivas extra-escola, em

adolescentes de 13 anos do Porto

151

Figura 107 - Proporção (%) de despesas médias anuais dos agregados familiares, por

classe de despesa da classificação do consumo individual por objectivo

152

Figura 108 - Despesa média anual nacional em tabaco por agregado familiar com

despesas em tabaco, segundo o nível de instrução do representante do agregado

153

Figura 109 - Evolução do número de utentes em primeiras consultas, 1995-2003 154 Figura 110 - Distribuição do número de utentes em primeiras consultas por grupos

etários

155

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xix

Índice de Quadros página Quadro 1 – Concelhos da Unidade Territorial Norte não integrados na Região de

Saúde do Norte

9

Quadro 2 – Estrutura e composição da população-padrão europeia (IARC, Lyon

1976)

14

Quadro 3 - População estimada para o ano 2004, por distrito e por grupo etário,

considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

20

Quadro 4 - Número de nados vivos por local de residência da mãe, nacional, região

Norte e distritos da região Norte

30

Quadro 5 – Taxa de natalidade (/1000 habitantes) por local de residência da mãe,

nacional, região Norte e distritos da região Norte

30

Quadro 6 - Número de nados vivos segundo a idade da mãe, no período de 2000 a

2002, em Portugal e na região Norte

32

Quadro 7 - Número de óbitos e taxa de mortalidade infantil, nacional e na região

Norte, por distrito de residência da mãe (/1000 nados vivos)

33

Quadro 8 - Número de óbitos e taxa de mortalidade pós-neonatal por residência da

mãe (/1000 nados vivos)

34

Quadro 9 - Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal por residência da mãe

(/1000 nados vivos)

35

Quadro 10 - Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal precoce por residência

da mãe (/1000 nados vivos)

36

Quadro 11 - Número de óbitos perinatais e taxa de mortalidade perinatal, por

residência da mãe (/1000 nados vivos + fetos mortos de 28 e mais semanas)

37

Quadro 12 - Número de fetos-mortos e taxa de mortalidade fetal tardia, por

residência da mãe (/1000 nados vivos+ fetos mortos de 28 e mais semanas)

38

Quadro 13 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por sintomas, sinais e

afecções mal definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), na região Norte, no período

de 2000 a 2002, por sexo

44

Quadro 14 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por todas as causas

de morte, na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo

45

Quadro 15 - Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por causas externas

(CID 9: E47-E56 ou CID 10: V, W, X, Y), na região Norte, no período de 2000 a 2002,

por sexo

47

Quadro 16 - Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por acidentes de

trânsito com veículos a motor (CID 9:E471 ou CID 10:V02-V04, V09, V12-V14, V19-

V79, V86-V89) e acidentes de transporte (CID 9:E47 ou CID 10: V01-V99), na região

Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo

48

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xx

página Quadro 17 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por diabetes mellitus

(CID 9:181 ou CID 10:E10-14), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo

49

Quadro 18 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do

aparelho circulatório (CID 9:25-30 ou CID 10: 100-199), doença isquémica do

coração (CID 9:27 ou CID 10: 120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou

CID 10: 160-169), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo

51

Quadro 19 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do

aparelho respiratório (CID 9:31-32 ou CID 10:J00-J99), pneumonia (CID 9:321 ou CID

10:J12-J18), bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9:323 ou CID

10: J40-43, J45, J46), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo

56

Quadro 20 - Óbitos e taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho

digestivo (CID 9:33-34 ou CID 10:K00-K93), na região Norte, no período de 2000 a

2002, por sexo

57

Quadro 21 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença crónica

do fígado e cirrose (CID 9:347 ou CID 10:K70 e K73-K74) na região Norte, no período

de 2000 a 2002, por sexo

58

Quadro 22 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores malignos

(CID-9:08-14 ou CID 10:C00-C99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por

sexo

59

Quadro 23 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do

aparelho digestivo e peritoneu (CID-9:09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID

10:C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10:C18), na região Norte, no período de

2000 a 2002, por sexo

65

Quadro 24 - Razão padronizada de mortalidade, para tumores do aparelho digestivo

e peritoneu (CID-9:09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10:C16) e tumor do

cólon (CID-9:093 ou CID 10:C18) por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002

66

Quadro 25 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do

aparelho respiratório (CID 9:10 ou CID 10:C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão

(CID 9:101 ou CID 10:C33-C34), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por

sexo

68

Quadro 26 - Razão padronizada de mortalidade para tumores do aparelho

respiratório (CID 9:10 ou CID 10:C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão (CID

9:101ou CID 10:C33-C34), por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002

68

Quadro 27 - Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do tecido

linfático e órgãos hematopoiéticos (CID 9: 14 ou CID 10: C81-C96), na região Norte,

no período de 2000 a 2002, por sexo

69

Quadro 28 - Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da mama

em mulheres (CID-9: 50 ou CID 10: C50), na região Norte, no período de 2000 a

2002

70

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xxi

página Quadro 29 - Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da

próstata (CID-9: 124 ou CID 10: C61), na região Norte, no período de 2000 a 2002

71

Quadro 30 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores de

outras localizações (CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), na região Norte, no período de

2000 a 2002, por sexo

72

Quadro 31 - Casos de doenças transmissíveis de declaração obrigatória notificados

na região Norte de Portugal por ano (2000 – 2004) e taxa de incidência (/100000

pessoas ano) para o quinquénio 2000-2004

79

Quadro 32 - Distribuição das notificações de infecção VIH por ano de diagnóstico e

por tipo de infecção na região Norte (declarados ao CVEDT até 30 de Junho de 2005)

91

Quadro 33 - Distribuição do número de casos de infecção VIH por distrito e da

população residente, região Norte

93

Quadro 34 - Distribuição da categoria de transmissão nos casos de infecção VIH

declarados na região Norte até 30 de Junho de 2005

96

Quadro 35 - Número de casos de PA declarados na região Norte por categoria de

transmissão. 2001-2003

96

Quadro 36 - Número de casos de SIDA declarados na região Norte por categoria de

transmissão, 2001-2003

98

Quadro 37 - Número e percentagem de casos de SIDA em que a Tuberculose foi

doença indicadora (SIDA/TB) na Região Norte, de Janeiro de 2001 a Junho de 2005

99

Quadro 38 - Evolução do número de casos de tuberculose em profissionais de saúde

da região Norte, 2000-2004

108

Quadro 39 - Evolução do meio de detecção dos casos de tuberculose notificados

com informação sobre o meio de detecção, na região Norte, 2000-2004

110

Quadro 40 - Evolução do número total de casos de tuberculose pulmonar e de

coabitantes dos casos seleccionados e rastreados, na região Norte, 2000-2004

111

Quadro 41 - Proporção de casos de tuberculose pulmonar em regime de Toma

Observada Directamente na região Norte, 2000-2004

111

Quadro 42 - Evolução do sucesso terapêutico no total de casos de tuberculose e nos

casos de tuberculose pulmonar bacilífera declarados na região Norte, 2000-2003

112

Quadro 43 - Perfil da tuberculose nos distritos da região Norte, na região Norte e em

Portugal Continental, 2004

113

Quadro 44 - Cobertura vacinal (%) aos dois anos de idade, por vacina e por coorte

de nascimento, de 1999 a 2002

115

Quadro 45 - Cobertura vacinal (%) aos seis anos de idade, por vacina e por coorte

de nascimento, de 1995 a 1998

116

Quadro 46 - Cobertura vacinal (%) aos 14 anos de idade, por vacina e por coorte de

nascimento, de 1987 a 1990

116

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xxii

página Quadro 47 - Evolução do número de casos das principais doenças profissionais

notificados entre 2000 e 2004

120

Quadro 48 - Número e prevalência de fumadores na região Norte, por grupos etários 131 Quadro 49 - Consumo médio de cigarros/dia na região Norte, por grupos etários 132 Quadro 50 - Número de indivíduos que fumavam na região Norte, por grupos etários 133 Quadro 51 - Consumo médio de cigarros/dia na região Norte, por grupos etários 133 Quadro 52 - Prevalência de consumo de tabaco na região Norte, por grupo etário e

sexo

135

Quadro 53 - Proporção de fumadores na região Norte por categoria de número de

cigarros fumado por dia, por grupo etário e sexo

135

Quadro 54 - Prevalência de consumo de bebidas alcoólicas na região Norte, por

idade e sexo, INS 95/96

138

Quadro 55 - Prevalência de consumo de bebidas alcoólicas na região Norte, por

idade e sexo, INS 98/99

139

Quadro 56 - Consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes da região Norte, por

tipo de bebida, 2002

140

Quadro 57 - Proporção de indivíduos na região Norte que consumiram o alimento,

por grupo etário, INS 95/96

141

Quadro 58 - Proporção de indivíduos na região Norte que consumiram o alimento,

por grupo etário, INS 98/99

142

Quadro 59 - Consumo de leite na região Norte, por grupo etário, INS 95/96 142 Quadro 60 - Consumo de leite na região Norte, por grupo etário, INS 98/99 142 Quadro 61 - Frequência de ingestão dos alimentos avaliados no estudo “A Saúde

dos Adolescentes Portugueses” em 1998 e 2002, total nacional

144

Quadro 62 - Frequência de ingestão dos alimentos avaliados no estudo “A Saúde

dos Adolescentes Portugueses” em 2002, região Norte

144

Quadro 63 - Prevalência de categorias de Índice de Massa Corporal (IMC) por

grupos etários, região Norte, INS 98/99

148

Quadro 64 - Prevalência de excesso de peso incluindo obesidade 148 Quadro 65 - Desportos mais praticados pelos jovens da região Norte 150 Quadro 66 - Prevalência de diferentes actividades de lazer, em adolescentes da

região Norte

151

Quadro 67 - Prevalência da prática de actividade física em adolescentes 152 Quadro 68 - Idade da primeira experiência com drogas, nacional 1998 155 Quadro 69 - Tipo de droga experimentada, comparação de resultados nacionais de

1998 e 2002

156

Quadro 70 - Proporção de adolescentes da região Norte que já experimentou drogas,

por tipo de droga experimentada

156

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1. INTRODUÇÃO

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3

O sistema nacional de saúde ao longo dos anos deu cumprimento ao princípio

da universalidade da cobertura geográfica da prestação de cuidados, nomeadamente

através do Serviço Nacional de Saúde. Este desenvolveu-se com a preocupação da

acessibilidade aos serviços, da rede de referenciação, da qualidade, e da

implementação de programas prioritários que melhor respondessem aos grupos de

risco, entre outras.

O planeamento em saúde não pode ser conduzido apenas com base na

prestação de cuidados, mas sim articulado com o planeamento de base populacional.

Esta opção torna imprescindível identificar os determinantes de saúde, nomeadamente

os susceptíveis de modificação. Sabendo que nem sempre as necessidades

expressas na procura de serviços de saúde são sobreponíveis às necessidades

sentidas pela população e aos seus principais problemas de saúde, o planeamento

pretende identificar prioridades, melhorar os indicadores de saúde na óptica da

rentabilização dos recursos existentes.

Este documento faz a análise da informação disponível relativa à região Norte,

nas áreas da demografia, da mortalidade e da morbilidade. Inclui capítulos específicos

sobre as doenças infecciosas, das quais se destacam a infecção pelo VIH e a

tuberculose, as doenças profissionais e determinantes da saúde, que correspondem a

áreas privilegiadas de intervenção em saúde pública no momento actual. Pretende

este documento ser um instrumento de apoio ao planeamento em saúde. Não

ambiciona fazer o completo diagnóstico da situação da população desta região, sendo

apenas um contributo para o início de um processo que se pretende contínuo e

dinâmico.

Parafraseando o Prof. Correia de Campos (1), a saúde tem um custo de um

valor sem preço, devemos verificar se há proporcionalidade na correspondência entre

os custos e os ganhos em saúde para as populações, pelo que urge medir para mudar.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

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7

2.1. Organização do Documento

A decisão sobre a estrutura e organização deste documento teve em consideração

os constrangimentos decorrentes dos dados disponíveis e a necessidade de conferir

um sentido e uma sequência lógicos aos problemas a abordar.

Os indicadores de saúde que se utilizaram abordam a Saúde na sua perspectiva

negativa, pelo facto de não se encontrarem disponíveis indicadores de bem-estar.

Optámos por iniciar o documento com um capítulo sobre indicadores demográficos

para que fosse possível aos leitores contextualizar-se na dimensão geodemográfica da

região. Recorremos, em seguida, a uma descrição e análise de indicadores de

mortalidade, nos seus componentes de mortalidade geral e mortalidade infantil. No

capítulo da mortalidade e morbilidade e dada a escassez de dados de morbilidade,

apresentam-se, sobretudo dados de mortalidade. Dentro da mortalidade, analisam-se

as taxas de mortalidade específicas, dando-se um particular relevo às doenças

oncológicas. No capítulo das doenças infecciosas incluímos um sub-capítulo sobre

Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória e, pela importância que assumem

tanto a nível nacional como regional, dois sub-capítulos sobre infecção pelo Vírus da

Imunodeficiência Humana e sobre tuberculose. Optámos por incluir neste capítulo os

resultados da aplicação do Programa Nacional de Vacinação na região pelo impacto

que sabemos terem sobre as doenças infecciosas preveníveis pela vacinação. Pela

importância que o ambiente de trabalho assume no padrão de morbilidade, são

também apresentados, em capítulo próprio, os dados relativos às doenças

profissionais. A necessidade de conhecer a distribuição de alguns factores

determinantes da saúde, passíveis de intervenção, justificou a inclusão de alguns

dados disponíveis em capítulo próprio. Procurámos integrar o conjunto da informação

apresentada ao longo do documento num capítulo que designámos “Comentários

finais”, no qual não se pretende tirar conclusões mas apenas destacar os aspectos

mais importantes.

Este documento não esgota o diagnóstico da situação de saúde da população da

região, é apenas o início de um processo que se pretende dinâmico.

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8

2. 2. Origem dos Dados As fontes utilizadas para a elaboração deste documento foram diferentes

consoante os problemas abordados.

Os dados cuja fonte foi o Instituto Nacional de Estatística (INE) foram obtidos

através da consulta do seu sítio na internet (http://www.ine.pt/).

Os dados sobre óbitos cuja fonte foi a Direcção-Geral da Saúde (DGS) foram

obtidos por consulta das seguintes publicações: Risco de Morrer em Portugal 2000 (2),

Risco de Morrer em Portugal 2001 (3), Risco de Morrer em Portugal 2002 (4, 5),

Natalidade, Mortalidade Infantil, Fetal e Perinatal 1999/2003 (6).

Os dados sobre internamentos hospitalares foram cedidos pelo Gabinete de

Estatística e Planeamento da Administração Regional de Saúde do Norte.

Os dados sobre Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória (DDO)

tiveram como origem os dados estatísticos do sistema de informação da Direcção de

Serviços de Informação e Análise da Direcção-Geral da Saúde.

O diagnóstico da situação relativo à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência

Humana (VIH) foi elaborado com base nos dados fornecidos pelo Centro de Vigilância

Epidemiológica das Doenças Transmissíveis (CVEDT) do Instituto Nacional de Saúde

Dr. Ricardo Jorge.

Os dados sobre tuberculose tiveram como origem o Sistema de Informação

Intrínseco do Programa Nacional de Luta contra a Tuberculose (SVIG-TB), da

Direcção-Geral da Saúde.

Para a avaliação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) foram utilizados

os dados das fichas individuais de vacinação dos inscritos em todas as unidades de

saúde de cada uma das sub-regiões, e analisados no Centro Regional de Saúde

Pública do Norte (CRSPN).

A informação sobre doenças profissionais foi obtida através das comunicações

relativas aos casos confirmados de doenças profissionais e enviadas para o Centro

Regional de Saúde Pública do Norte pelo Centro Nacional de Protecção contra os

Riscos Profissionais.

Também se recorreu à pesquisa de trabalhos realizados em grupos específicos

da população, particularmente aos dados do Inquérito Nacional de Saúde (INS) (7, 8),

para obter informação sobre dados que não são recolhidos de forma sistemática por

rotina.

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9

2. 3. Definição de Conceitos

A unidade geográfica Norte tal como é definida pelo INE (NUT) difere da

Região de Saúde do Norte. Esta última não inclui 18 concelhos que estão integrados

no NUT-Norte (quadro 1).

Quadro 1 – Concelhos da Unidade Territorial Norte não integrados na Região de Saúde do Norte NUT III

Concelhos não integrados na

Região de Saúde do Norte Grande Porto

Espinho Tâmega

Castelo de Paiva Cinfães

Resende Entre Douro e Vouga

Arouca Santa Maria da Feira Oliveira de Azeméis

São João da Madeira Vale de Cambra

Douro Armamar Lamego

Moimenta da Beira Penedono

São João da Pesqueira Sernancelhe

Tabuaço Tarouca

Vila Nova de Foz Côa Nota: Todos os concelhos das NUT III Minho Lima, Cávado e Ave estão integrados na Região

de Saúde do Norte.

Esta diferença dificulta a análise dos resultados que o INE disponibiliza sem

desagregação por concelho, não permitindo o cálculo dos resultados para a Região de

Saúde do Norte. No entanto, os dados referentes à Unidade Territorial, na sua

generalidade, poderão ser considerados bons indicadores para a Região de Saúde do

Norte.

Neste trabalho, para facilitar a compreensão dos resultados apresentados,

utilizamos a denominação “Região Norte” sempre que os resultados forem referentes

aos concelhos que integram a Região de Saúde do Norte. Quando os dados se

referem a uma área diferente da definida a mesma será especificada.

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10

Saldo fisiológico ou Saldo natural ou Excedente de vidas Diferença entre o número de nados vivos e o número de óbitos, num dado

período de tempo.

Formula: SN(0,t) = NV(0,t) - Ob(0,t);

NV(0,t) - Nados vivos entre os momentos 0 e t;

Ob(0,t) - Óbitos entre os momentos 0 e t

Variação populacional ou Crescimento efectivo da população Diferença entre os efectivos populacionais em dois momentos do tempo

(habitualmente dois fins de ano consecutivos). A variação populacional pode ser

calculada pela soma algébrica do saldo natural e do saldo migratório.

Formula: VP = P(t)-P(0)

P(t) - População no momento t;

P(0) - População no momento 0.

População estrangeira com estatuto legal de residente Os dados referem-se, na generalidade, aos pedidos e não às concessões,

devido ao facto de os dados sobre pedidos estarem mais actualizados do que os

referentes às concessões. O movimento do ano refere-se apenas às pessoas que

solicitaram, pela 1ª vez, uma autorização ou título de residência.

Índice de dependência de idosos (IDI) Relação entre a população idosa e a população em idade activa, definida como

o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas

com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.

Formula: IDI = [(P(65,+) / P(15,64))] * 10^ n;

P(65,+) - População com 65 ou mais anos;

P(15,64) - População com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.

Índice de dependência de jovens (IDJ) Relação entre a população jovem e a população em idade activa, definida

como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e

os 14 anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64

anos.

Formula: IDJ = [P(0,14) / P(15,64)] * 10^ n ;

P(0,14) - População com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos;

P(15,64) - População com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.

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11

Índice de dependência total (IDT) Relação entre a população jovem e idosa e a população em idade activa,

definida como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas

entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as pessoas com 65 ou mais anos e o

número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.

Formula: IDT = [[P(0,14) + P(65,+)] / P(15,64)] * 10^ n ;

Índice de envelhecimento (IE) Relação entre a população idosa e a população jovem, definida como o

quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas

com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos.

Formula: IE = [(P(65,+) / P(0,14)] * 10^n ;

P(65,+) - População com 65 ou mais anos;

P(0,14) - População com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos.

Gravidez na adolescência e Gravidez tardia Segundo a idade da mãe à data do parto, definiu-se gravidez na adolescência

quando a idade era menor ou igual a 19 anos e gravidez tardia quando a idade era

superior aos 39 anos.

Nado vivo Produto da fecundação que após a expulsão ou extracção completa do corpo

materno, independentemente da duração da gravidez, do corte do cordão umbilical e

da retenção da placenta, respira ou manifesta sinais de vida, tais como pulsações do

coração ou do cordão umbilical ou contracções efectivas de qualquer músculo sujeito

à acção da vontade.

Taxa de natalidade Número de nados vivos ocorridos durante um ano civil, referido à população

média desse período (expressa em número de nados vivos por 1000 habitantes).

Formula:

TN = [NV(0,t) / [(P(0) + P(t))/2]] * 10^n ;

NV(0,t) - Nados-vivos entre os momentos 0 e t;

P(0) - População no momento 0;

P(t) - População no momento t.

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12

Taxas de mortalidade específicas As taxas de mortalidade específica por cada uma das causas de morte (c), por

região (d), por sexo (s) e idade (i).

Formula:

TAXcdsi = Obcdsi / Pdsi

Obcdsi - número de óbitos ocasionados pela causa (c), na região (d), no sexo (s) e no

grupo etário (i).

Pdsi - estimativa da população residente em 30 de Junho do ano a que se refere a

taxa, na região (d), no sexo (s) e no grupo etário (i.)

Taxa de mortalidade infantil Número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade observado

durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (expressa

em número de óbitos de crianças com menos de 1 ano por 1000 nados vivos).

Taxa de mortalidade perinatal Número de óbitos fetais de 28 ou mais semanas de gestação e óbitos de nados

vivos com menos de 7 dias de idade observado durante um ano civil, referido ao

número de nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas do mesmo período

(expressa em número de óbitos fetais de 28 ou mais semanas e óbitos de nados vivos

com menos de 7 dias de idade por 1000 nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais

semanas).

Taxa de mortalidade fetal tardia Número de fetos mortos de 28 ou mais semanas observado durante um ano

civil, referido ao número de nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas do

mesmo período (expressa em número de fetos mortos de 28 ou mais semanas por

1000 nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas).

Taxa de mortalidade neonatal Número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade observado

durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (expressa

em número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade por 1000 nados

vivos).

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13

Taxa de mortalidade neonatal precoce Número de óbitos de crianças com menos de 7 dias de idade observado

durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (expressa

em número de óbitos de crianças com menos de 7 dias de idade por 1000 nados

vivos).

Taxa de mortalidade pós-neonatal Número de óbitos de crianças com mais de 27 dias e menos de um ano de

idade observado durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo

período (expressa em número de óbitos de crianças com mais de 27 dias e menos de

um ano de idade por 1000 nados vivos).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade

Método directo de padronização Aplicação das taxas específicas de mortalidade por idades, de cada uma das

regiões, a uma população padrão, cuja composição etária é fixa, distribuindo-se pelos

mesmos grupos etários das taxas específicas.

Formulas:

CESPdsi = TAXdsi × PPi

CESPdsi - número de óbitos esperados na região (d), no sexo (s) e no grupo etário (i).

TAXdsi - como definido atrás

PPi - efectivo da população-padrão no grupo etário (i), no sexo (s).

A taxa de mortalidade padronizada obtém-se:

TAXPds = Σ CESPdsi / Σ PPi i i

TAXPds - taxa de mortalidade padronizada na região (d) e no sexo (s) Σ CESPdsi - número de óbitos esperados na região (d) e no sexo (s) i Σ PPi - número de indivíduos da população-padrão i

Para o cálculo das taxas de mortalidade padronizadas utiliza-se uma

população-padrão artificial com o objectivo de eliminar o efeito da idade, servem,

exclusivamente, para fazer comparações entre regiões. Escolheu-se a população-

padrão europeia (IARC, Lyon 1976).

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14

Quadro 2 – Estrutura e composição da população-padrão europeia (IARC, Lyon 1976) Grupos etário (anos)

Número de Indivíduos

Grupos etário (anos)

Número de Indivíduos

<01 1600 35-44 14000 01-04 6400 45-54 14000 05-14 14000 55-64 11000 15-24 14000 65-74 7000 25-34 14000 >=75 4000

Total = 100.000

Razões padronizadas de mortalidade (RPM) As razões padronizadas de mortalidade foram calculadas utilizando o método

indirecto de padronização.

Formula:

RPM = O/E O - óbitos observados

E - óbitos esperados

Os óbitos esperados são calculados aplicando a taxa de mortalidade

específicas por grupo etário da população portuguesa, à população de cada região,

também distribuída pelos mesmos grupos etários. O número de óbitos esperados para

cada região obtém-se pelo somatório dos óbitos esperados em cada grupo etário.

Anos potenciais de vida perdidos (APVP) Através do cálculo do número de anos potenciais de vida perdidos pretende-se

fazer a análise de mortalidade precoce ou prematura. O cálculo foi realizado até aos

70 anos de idade e sem se lhes retirar os acontecidos no primeiro ano de vida.

Formula:

AVPP = Σ Oi × Ai

i Oi - número de óbitos no grupo etário (i)

Ai - número de anos de vida entre a idade média do grupo etário em que ocorreu o

óbito e os 70 anos.

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3. POPULAÇÃO E INDICADORES DEMOGRÁFICOS

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17

3.1. Introdução

Para a interpretação dos dados de saúde, quer de morbilidade quer de

mortalidade, e nomeadamente para, com base nesses dados, se fazer o planeamento

de recursos de modo a melhor servir a população que deles necessita, é essencial o

conhecimento da população e de indicadores demográficos que a possam descrever.

3.2. Comparação dos Censos de 1991 e de 2001

De acordo com resultados do censo realizado em 2001, a população residente

no Norte (NUT II) é de cerca de 3.680 milhares de indivíduos, traduzindo um

crescimento efectivo de aproximadamente 6,0% face ao recenseamento de 1991.

Cerca de três quintos deste acréscimo populacional é explicado pelo saldo natural

acumulado no período entre os dois censos, cabendo ao saldo migratório a

responsabilidade pelos restantes dois quintos da expansão demográfica desta região.

O resultado do último censo traduz uma aceleração do crescimento

demográfico no Norte do país, uma vez que entre 1981 e 1991 a variação populacional

observada havia sido de apenas 1,8%. Analisando a evolução da população nas sub-

regiões do Norte verifica-se que houve diferenças entre elas. A parte ocidental da

região continuou a destacar-se pelo seu maior dinamismo populacional. O Douro e o

Alto Trás-os-Montes continuaram a perder população durante a última década, o que

já se tinha observado entre 1981 e 1991, mas a um ritmo mais atenuado. O mesmo se

verifica quando consideramos apenas o que acontece na população dos 68 concelhos

integrados na Região de Saúde do Norte (Figura 1).

Fonte: INE

Figura 1 – População residente nos 68 concelhos que integram a Região de Saúde do Norte, resultados do censo de 1991 e do censo de 2001

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18

A repartição geográfica da população residente evidencia uma litoralização da

população. Também se verificou um reforço da importância demográfica dos pólos

urbanos nas sub-regiões caracterizadas por menor dinamismo demográfico,

traduzindo assim um processo crescente de urbanização no interior da Região Norte.

3.3. População Residente Estimada para 2004

A pirâmide etária da população residente estimada para o ano de 2004 no

Norte (Figura 2) mostra, em ambos os sexos, uma base estreita e a área mais larga

nos grupos etários dos 20 aos 49 anos. No sexo feminino, como resultado da maior

esperança de vida, verifica-se um maior número de indivíduos do que do sexo

masculino, sendo praticamente o dobro no grupo etário de 85 ou mais anos.

Fonte: INE

Figura 2 – Pirâmide etária da população residente estimada para 2004 no Norte

Na Unidade Territorial (NUT) Norte definida pelo INE há 18 concelhos que não

integram a Região de Saúde do Norte. Considerando apenas os 68 concelhos que a

integram, a estimativa da população residente para o ano 2004 é de 3.274.993

residentes.

O distrito do Porto constitui a sub-região mais populosa (55,0%), segue-se o

distrito de Braga com 26,0% da população. Os restantes 19,0% de residentes

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19

distribuem-se por Viana do Castelo (8,0%), Vila Real (6,8%) e Bragança (4,5%)

(Figura 3).

Braga

Bragança

Porto

Viana do Castelo

Vila Real

Fonte: INE

Figura 3 – Distribuição da população residente estimada para o ano 2004 pelos distritos que integram a Região de Saúde do Norte

A distribuição da população pelos concelhos que integram a Região de Saúde

do Norte mostra que prossegue a litoralização da população, já evidenciada na década

anterior (Figura 4).

Fonte: INE

Figura 4 – Distribuição da população residente estimada para 2004 nos concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

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20

Além da litoralização, ao observar as estimativas de população residente por

grupo etário, verifica-se uma desigualdade na proporção dos diferentes grupos etários,

sendo os distritos do litoral os que apresentam uma população mais jovem (Quadro 3).

Quadro 3 - População estimada para o ano 2004, por distrito e por grupo etário, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

Grupos etários

(anos)

Total 0-14 15-24 25-64 65 + Braga (26,0%) H 414.879 79.639 63.495 227.491 44.254 M 436.458 74.943 61.586 237.794 62.135Bragança (4,5%) H 70.602 8848 9426 36582 15746 M 74.884 8595 9183 36961 20145Porto (55,0%) H 871.865 158.051 119.891 495.440 98.483 M 896.297 150.891 116.239 523.634 142.386Viana do Castelo (8,0%) H 118.331 18.257 17.160 62.256 20.658 M 133.606 17.180 16.430 68.779 31.217Vila Real (6,8%) H 107.386 15635 15668 57125 18958 M 113.832 14886 14874 58053 26019 Total H 1.583.063 280430 225640 878894 198099 M 1.655.077 266495 218312 925221 281902

Fonte: INE

Como consequência desta distribuição etária, os distritos do interior, Vila Real e

Bragança, apresentam índices de envelhecimento muito superiores aos dos distritos

do litoral (Figura 5).

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21

Fonte: INE

Figura 5 – Índice de envelhecimento (%), por concelhos, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

Os índices de dependência de jovens e idosos também mostram assimetrias

dentro da região Norte. O índice de dependência de jovens é superior nos distritos do

litoral (Figura 6). Os distritos do interior, e como resultado de um índice de

envelhecimento superior, apresentam maiores índices de dependência de idosos

(Figura 7).

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22

Fonte: INE

Figura 6 – Índice de dependência de jovens (%), por concelhos, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

Fonte: INE

Figura 7 – Índice de dependência de idosos (%), por concelhos, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte

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23

3.4. População Estrangeira com Estatuto Legal de Residente

O total de estrangeiros residentes em Portugal cresceu de 175.263 em 1997

para 239.113 no ano 2002. Ao longo dos anos a proporção de residentes com

nacionalidade dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) foi similar e de

aproximadamente 45% do total, constituindo o maior grupo de estrangeiros residentes

em Portugal. Das restantes nacionalidades, verificamos que a proporção maior é de

indivíduos de nacionalidade brasileira, embora o seu contributo apresente uma

tendência decrescente, devido ao aumento da proporção de residentes de outras

nacionalidades, o número absoluto aumentou entre 1997 e 2002. Os residentes com

nacionalidade europeia que não Alemanha, Espanha, França e Reino Unido,

representam o terceiro maior grupo e apresentou o maior crescimento, de 7,9% em

1997 para 9,0% em 2002, provavelmente à custa de estrangeiros provenientes dos

países da Europa de Leste que não aparecem discriminados nos dados

disponibilizados pelo INE (Figura 8). Os residentes de nacionalidade asiática e de

países africanos que não os PALOP, embora tenham uma proporção pequena, cerca

de 4% os países asiáticos e 2% os países africanos, apresentam uma tendência

crescente.

População estrangeira com estatuto legal de residente

0

20 000

40 000

60 000

80 000

100 000

120 000

1997 1998 1999 2000 2001 2002

PALOP - ACPOL BrasilEuropa*

Fonte: INE

Figura 8 - Número de estrangeiros com estatuto legal de residente em Portugal, segundo a nacionalidade (*outros que não Alemanha, Espanha, França e Reino Unido)

Considerando a informação disponível pelo INE para o ano de 2002, verifica-se

que a nível nacional existe uma assimetria no que se refere ao número de solicitações

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24

de estatuto de residente. O maior número de solicitações é proveniente da região de

Lisboa, o Norte representa apenas 10% do total de solicitações (Figura 9).

População estrangeira que solicitou estatuto de residente em 2002

0

2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

12 000

Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira Fonte: INE

Figura 9 – Número de solicitações de estatuto de residente em 2002, por NUTII-Norte

No Norte, também se encontram assimetrias, sendo as regiões do Tâmega,

Douro e Alto Trás-os-Montes as que apresentaram menor número de solicitações

(Figura 10). Este facto poderá também contribuir para o envelhecimento das regiões

do interior, uma vez que os estrangeiros que solicitam estatuto de residente são na

sua maioria indivíduos que vão contribuir para o aumento da população activa da

região onde residem.

População estrangeira que solicitou estatuto de residente em 2002,

por NUT III

0

200

400

600

800

1 000

1 200

Minho-Lima Cávado Ave Grande Porto Tâmega Entre Douro eVouga

Douro Alto Trás-os-Montes

Fonte: INE

Figura 10 – Número de solicitações de estatuto de residente em 2002 no Norte, por NUTs III

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25

3.5. Projecções de População Residente, Portugal, 2000-2050

De acordo com as projecções de população residente do Instituto Nacional de

Estatística (INE), a população residente em Portugal, que em 2004 é de

aproximadamente 10,5 milhões, diminuirá em 2050. As estimativas oscilam entre os

7,5 milhões, no cenário mais pessimista, e os 10,0 milhões, no cenário mais optimista,

situando-se nos 9,3 milhões de indivíduos no cenário mais provável. Considerando o

cenário mais provável, também no Norte se estima uma diminuição da população para

cerca de 2,79 milhões de residentes.

Em qualquer dos cenários considerados, Portugal terá, entre 2000 e 2050 uma

redução da população jovem (dos 0 aos 14 anos de idade). O Norte do País também

irá acompanhar este decréscimo (Figura 11).

Figura 11 – Taxa de variação percentual 2000-2050 da população jovem, Portugal e NUTS II (retirado de: Destaque de 31 de Março de 2004, editado pelo INE, disponível em: http://www.ine.pt/)

Considerando estas previsões, apesar do decréscimo da população residente,

estima-se um acréscimo da população idosa (65 ou mais anos de idade) em todas as

regiões do país (Figura 12).

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Figura 12 – Taxa de variação percentual 2000-2050 da população idosa, Portugal e NUTS II (retirado de: Destaque de 31 de Março de 2004, editado pelo INE, disponível em: http://www.ine.pt/)

Como resultado destas estimativas e qualquer que seja o cenário escolhido,

até 2050 a população de todas as regiões envelhecerá, podendo o Índice de

Envelhecimento situar-se nos 398 idosos por cada 100 jovens no cenário mais

pessimista. No cenário mais provável, o valor será de 243 idosos por cada 100 jovens.

Em qualquer dos cenários analisados, o ritmo de envelhecimento será particularmente

acentuado na região Norte, podendo atingir os 405 idosos por cada 100 jovens se

considerarmos o cenário mais pessimista (Figura 13).

Figura 13 – Índice de envelhecimento, Portugal e NUTS II, estimativas para o período 2000-2050 (retirado de: Destaque de 31 de Março de 2004, editado pelo INE, disponível em: http://www.ine.pt/)

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4. NATALIDADE E MORTALIDADE INFANTIL

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29

4.1. Introdução

A taxa de natalidade e a taxa de mortalidade infantil são indicadores

frequentemente utilizados na caracterização da população. O estudo da taxa de

natalidade, a qual representa a relação entre nados vivos e a população residente,

permite obter uma perspectiva sobre a forma como a população está a evoluir. A

mortalidade infantil é geralmente analisada em função de duas componentes: a

mortalidade neonatal, que se refere aos óbitos de crianças com menos de 28 dias de

idade, e a mortalidade pós-neonatal, relativa aos óbitos entre os 28 dias e o primeiro

ano de vida. A análise destas duas componentes permite separar a mortalidade mais

associada às malformações da criança ou a complicações da gravidez e do parto

(mortalidade neonatal), e a mortalidade mais associada às condições de vida,

deficiências sanitárias e causas externas (mortalidade pós-neonatal).

4.2. Taxa de Natalidade Os distritos da região Norte que, no seu conjunto, no final da década de 90

apresentavam taxas de natalidade superiores ao total nacional, apresentaram no

período entre 1999 e 2003 um decréscimo acentuado da natalidade, e em 2003 a taxa

de natalidade atingiu um valor semelhante ao do total nacional (Figura 14).

Natalidade por residência da mãe (/1000 habitantes)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1999 2000 2001 2002 2003

TOTALREGIÃO NORTEBRAGABRAGANÇAPORTOVIANA DO CASTELOVILA REAL

Fonte: DGS

Figura 14 – Evolução da taxa de natalidade (/1000 habitantes) entre 1999 e 2003, total Nacional, região Norte e por distrito da região Norte

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30

O decréscimo no número de nados vivos e consequentemente na taxa de

natalidade observada na região Norte ocorreu essencialmente à custa do decréscimo

nos distritos de Braga e Porto, que são as regiões onde a taxa de natalidade é maior

(Quadros 4 e 5).

Quadro 4 - Número de nados vivos por local de residência da mãe, nacional, região Norte e distritos da região Norte 1999

2000 2001 2002 2003

Nacional 116038 120071 112825 114529 112589 Região Norte 38639 39235 36600 36888 35207 Braga 10761 10941 10353 10147 9598 Bragança 1160 1172 1112 1085 1073 Porto 22288 22516 20922 21416 20264 Viana do Castelo 2386 2455 2288 2277 2215 Vila Real 2044 2151 1925 1963 2057

Fonte: DGS

Quadro 5 – Taxa de natalidade (/1000 habitantes) por local de residência da mãe, nacional, região Norte e distritos da região Norte 1999

2000 2001 2002 2003

Nacional 11,4 11,7 11,0 11,0 10,8 Região Norte 12,3 12,5 11,4 11,4 10,5 Braga 13,5 13,7 12,5 12,1 11,4 Bragança 7,9 7,9 7,6 7,4 7,3 Porto 13,0 13,1 11,8 12,0 10,8 Viana do Castelo 9,5 9,8 9,3 9,1 8,8 Vila Real 8,9 9,4 8,7 8,9 9,3

Fonte: DGS

4.3. Nados-Vivos Segundo a Idade da Mãe

Considerando o total de nados vivos em Portugal no período de 1997 a 2002,

verificou-se uma diminuição da proporção de nados vivos de mães com idade

compreendida entre os 20 e os 24 anos, e, pelo contrário, um acentuado aumento

dessa proporção nas mães com idade compreendida entre os 30 os 39 anos (Figura

15).

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31

Proporção de nados vivos, segundo idade da mãe (/1000 nados-vivos) Portugal

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1997 1998 1999 2000 2001

Prop

orçã

o de

nad

os v

ivos

(%)

menos 19 anosDe 20 a 24 anos De 25 a 29 anos De 30 a 34 anos De 35 a 39 anos 40 anos ou mais

Fonte: INE

Figura 15 – Evolução da proporção de nados vivos (%) entre 1997 e 2002, segundo a idade da mãe em Portugal

Na região Norte também se verificou uma tendência na diminuição da

proporção de nados vivos de mães adolescentes, mas o aumento da proporção de

nados vivos de mulheres com idade superior aos 39 anos, que no país apresenta uma

tendência crescente, não foi observada na região Norte (Figura 16).

Proporção do total de nados vivos segundo a idade da mãe

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Portugal 2000 Portugal 2001 Portugal 2002 Região Norte 2000 Região Norte 2001 Região Norte 2002

prop

orçã

o de

nad

os v

ivos

(%)

< 20 anos> 39 anos

Fonte: INE

Figura 16 – Proporção (%) de nados vivos de gravidez na adolescência (idade<20 anos) e gravidez tardia (idade>39 anos)

Apesar da tendência de redução da proporção de nados vivos de mães

adolescentes, o peso relativo é três vezes superior ao das mães com idade superior

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32

aos 39 anos, e o número total é ainda muito elevado (n=2026 em 2002) (Quadro 6).

Embora algumas gravidezes na adolescência sejam resultado de atitudes planeadas e

não possam ser consideradas gravidezes indesejadas, pelas consequências que têm

no desenvolvimento do recém-nascido e no projecto de vida das mães adolescentes, é

de enorme importância criar e desenvolver condições que permitam a redução destes

números.

Quadro 6 - Número de nados vivos segundo a idade da mãe, no período de 2000 a 2002, em Portugal e na região Norte

Idade da Mãe (anos) Total -15 15-19 20-29 30-39 40-44 45+ Ignorada

Portugal 2000 120.008 116 7.373 64.737 45.206 2.392 173 11 2001 112.774 90 6.783 59.296 44.009 2.441 149 6 2002 114.383 92 6.638 58.818 46.087 2.578 160 10 Região Norte 2000 34.882 28 2.246 21.732 14.464 726 39 0 2001 30.437 20 2.031 19.782 14.018 710 39 0 2002 36.888 18 2008 19.500 14.567 755 40 0

Fonte: INE

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33

4.4. Óbitos e Mortalidade Infantil 4.4.1. Óbitos e mortalidade infantil entre 1999 e 2003

A taxa de mortalidade infantil decresceu entre 1999 e 2003, de 5,6 para

4,2/1000 nados vivos a nível nacional. Na região Norte este decréscimo foi ainda mais

acentuado, em 1999 a taxa de mortalidade infantil era superior ao nacional, tendo em

2003 atingido um valor semelhante (Figura 17 e Quadro 7).

Taxa de mortalidade infantil por residência da mãe (/1000 nados vivos)

0

1

2

3

4

5

6

7

1999 2000 2001 2002 2003

TotalRegião Norte

Fonte: DGS

Figura 17 – Evolução da taxa de mortalidade infantil (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

Quadro 7 – Número de óbitos e taxa de mortalidade infantil, nacional e na região Norte, por distrito de residência da mãe (/1000 nados vivos) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 653 5,6 665 5,5 571 5,1 580 5,1 470 4,2 Região Norte 247 6,4 238 6,1 218 6,0 208 5,6 153 4,3 Braga 86 8,0 69 6,3 52 5,0 53 5,2 32 3,3 Bragança 9 7,8 5 4,3 10 9,0 5 4,6 8 7,5 Porto 128 5,7 133 5,9 127 6,1 129 6,0 92 4,5 Viana do Castelo

11 4,6 14 5,7 16 7,0 12 5,3 10 4,5

Vila Real 13 6,4 17 7,9 13 6,8 9 4,6 11 5,3 Fonte: DGS

A mortalidade pós-neonatal está mais associada às condições de vida,

deficiências sanitárias e causas externas e, por isso mesmo, mais permeável a

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34

intervenções que permitam melhorar este indicador. Verificamos que no período em

análise houve uma redução, quer nacional quer na Região Norte, situando-se em 2003

em 1,5/1000 nados vivos (Figura 18 e Quadro 8).

Taxa de mortalidade pós-neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1999 2000 2001 2002 2003

TotalRegião Norte

Fonte: DGS

Figura 18 – Evolução da taxa de mortalidade pós-neonatal (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

Quadro 8 – Número de óbitos e taxa de mortalidade pós-neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 236 2,0 255 2,1 238 2,1 187 1,6 165 1,5 Região Norte 94 2,4 91 2,3 86 2,3 63 1,7 53 1,5 Braga 35 3,3 26 2,4 21 2,0 20 2,0 9 0,9 Bragança 4 3,4 1 0,9 2 1,8 2 1,8 3 2,8 Porto 45 2,0 48 2,1 49 2,3 34 1,6 29 1,4 Viana do Castelo 4 1,7 5 2,0 8 3,5 5 2,2 7 3,2 Vila Real 6 2,9 11 5,1 6 3,1 2 1,0 5 2,4

Fonte: DGS

A mortalidade neonatal (óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade)

está habitualmente associada a anomalias congénitas da criança ou a complicações

da gravidez ou/e do parto. Na região Norte, o valor que em 1999 era muito superior ao

nacional (4,7 vs. 3,6/1000 nados vivos), convergiu até 2001 para valores semelhantes

aos nacionais, mantendo depois uma tendência análoga ao nacional (Figura 19 e

Quadro 9).

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35

Taxa de mortalidade neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

1999 2000 2001 2002 2003

TotalRegião Norte

Fonte: DGS

Figura 19 – Evolução da taxa de mortalidade neonatal (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

Quadro 9 – Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos)

1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 417 3,6 410 3,4 333 3,0 393 3,4 305 2,7 Região Norte 153 4,7 147 3,9 132 3,0 145 3,3 100 2,4 Braga 51 4,3 43 3,4 31 7,2 33 2,8 23 4,7 Bragança 5 3,7 4 3,8 8 3,7 3 4,4 5 3,1 Porto 83 2,9 85 3,7 78 3,5 95 3,1 63 1,4 Viana do Castelo 7 3,4 9 2,8 8 3,6 7 3,6 3 2,9 Vila Real 7 3,8 6 3,0 7 2,1 7 2,3 6 2,1

Fonte: DGS

A taxa de mortalidade neonatal pode ainda ser decomposta em neonatal

precoce (óbitos de crianças com menos de 7 dias de vida). Verifica-se que na região

Norte os valores foram superiores ao nacional, mas em 2003 foram semelhantes

(Figura 20, Quadro 10). No entanto, deve ter-se em atenção que a análise anual pode

estar sujeita a grandes variações devido ao número reduzido de óbitos que ocorre

nesta idade.

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36

Taxa de mortalidade neonatal precoce por residência da mãe (/1000 nados vivos)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1999 2000 2001 2002 2003

TotalRegião Norte

Fonte: DGS

Figura 20 – Evolução da taxa de mortalidade neonatal precoce (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

Quadro 10 – Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal precoce por residência da mãe (/1000 nados vivos) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 311 2,7 302 2,5 241 2,1 299 2,6 233 2,1 Região Norte 111 2,9 118 3,0 104 2,8 117 3,2 75 2,1 Braga 39 3,6 37 3,4 27 2,6 25 2,5 17 1,8 Bragança 1 0,9 4 3,4 6 5,4 3 2,8 5 4,7 Porto 61 2,7 65 2,9 60 2,9 76 3,5 46 2,3 Viana do Castelo 5 2,1 8 3,3 7 3,1 6 2,6 3 1,4 Vila Real 5 2,4 4 1,9 4 2,1 7 3,6 4 1,9

Fonte: DGS

Na taxa de mortalidade perinatal, verifica-se um decréscimo durante o período

analisado, mais acentuado nos últimos anos, na Região Norte essa diminuição foi

ainda maior que a do global nacional (Figura 21, Quadro 11), sobretudo pela redução

na taxa mortalidade fetal tardia (Figura 22, Quadro 12), o que pode reflectir uma

melhoria nos cuidados assistenciais à mulher grávida.

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37

Taxa de mortalidade perinatal por residência da mãe por 1000 (nados-vivos + fetos mortos de 28 e + semanas)

0

1

2

3

4

5

6

7

1999 2000 2001 2002 2003

TotalRegião Norte

Fonte: DGS

Figura 21 – Evolução da taxa de mortalidade perinatal (/1000 nados vivos+fetos mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

Quadro 11 – Número de óbitos perinatais e taxa de mortalidade perinatal, por residência da mãe (/1000 nados vivos + fetos mortos de 28 e mais semanas)

1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 748 6,4 747 6,2 631 5,6 682 6,0 584 5,2 Região Norte 245 6,3 239 6,1 216 5,9 223 6,0 150 4,3 Braga 77 7,1 73 6,7 50 4,8 48 4,7 30 3,1 Bragança 7 6,0 8 6,8 7 6,3 5 4,6 9 8,4 Porto 135 6,0 129 5,7 132 6,3 139 6,5 97 4,8 Viana do Castelo 16 6,7 14 5,7 14 6,1 18 7,9 8 3,6 Vila Real 10 4,9 15 6,9 13 6,7 13 6,6 6 2,9

Fonte: DGS

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38

Taxa de mortalidade fetal tardia por residência da mãe (por 1000 nados-vivos + fetos mortos de 28 e mais semanas)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

1999 2000 2001 2002 2003

TotalRegião Norte

Fonte: DGS

Figura 22 – Evolução da taxa de mortalidade fetal tardia (/1000 nados vivos+fetos mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte

Quadro 12 – Número de fetos-mortos e taxa de mortalidade fetal tardia, por residência da mãe (/1000 nados vivos+ fetos mortos de 28 e mais semanas) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 437 3,8 445 3,7 392 3,5 383 3,3 351 3,1 Região Norte 134 3,5 121 3,1 112 3,1 106 2,9 75 2,1 Braga 38 3,5 36 3,3 23 2,2 23 2,3 13 1,4 Bragança 6 5,1 4 3,4 1 0,9 2 1,8 4 3,7 Porto 74 3,3 64 2,8 72 3,4 63 2,9 51 2,5 Viana do Castelo 11 4,6 6 2,4 7 3,1 12 5,2 5 2,3 Vila Real 5 2,4 11 5,1 9 4,7 6 3,0 2 1,0

Fonte: DGS

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39

4.4.2. Óbitos no primeiro ano de vida em 2003

Para avaliar o peso relativo de cada causa de morte na mortalidade infantil

recorremos aos dados do ano 2003 (Figura 23). Devido à impossibilidade de obter os

dados sobre as causas de morte no primeiro ano de vida desagregados por concelho,

apresentamos o número de óbitos ocorridos no Norte (NUT II). Verificamos que em

2003 houve 167 óbitos, a distribuição pelas diferentes causas consideradas implica um

número reduzido de óbitos em algumas causas. Por este motivo a distribuição pelas

diferentes causas de óbito poderá apresentar uma grande variabilidade relativamente

a anos anteriores.

Proporção (%) e número de óbitos de menos de 1 ano de idade

por causa de morte, 2003

0

5

10

15

20

25

30

%

Doenças infecciosas e parasitáriasTumores malignosRestante de doenças do sistema nervosoAfecções respiratórias do recém-nascidoTranstornos hemorrágicos e hematológicos do feto ou do recém-nascido Factores maternos e complicações da gravidez, do trabalho de parto e do partoRestante de afecções perinataisMalformações congénitasOutras sintomas, sinais e resultados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parteTodas as outras doençasCausas externas

Fonte: INE Figura 23 – Proporção (%) e número de óbitos com menos de 1 ano, por causa de morte, 2003

No ano referido, a maior proporção de óbitos ocorreu por malformações

congénitas (27,2%), o que torna difícil a implementação de medidas para a melhoria

deste indicador.

4

29

1

16

46

4

10 10

33

11

3

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40

As afecções respiratórias do recém-nascido são responsáveis por 17,2% dos

óbitos, particularmente o desconforto (angústia) respiratório(a) do recém-nascido

(8,3%) e a hipóxia intra-uterina e asfixia ao nascer (3,6%). A existência de casos de

hipoxia intra-uterina, aqui referida como causa de morte, poderá indicar que a

detecção precoce de sofrimento fetal poderá melhorar a intervenção atempada de

cuidado de saúde, que além de reduzir a mortalidade pode prevenir as lesões

irreversíveis resultantes da anoxia cerebral.

Há ainda a realçar que 9,4% dos óbitos ocorrem por doenças infecciosas e

parasitárias, das quais metade, são por septicemia bacteriana do recém-nascido.

A segunda causa de morte neste grupo etário foram os “Factores maternos e

por complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto”, que na sua maioria

(15% dos 19%) estão classificados como “Transtornos relacionados com a duração da

gravidez e com o crescimento fetal”. Esta classificação demasiado vaga e que não

permite a identificação da provável causa de morte, indispensável ao planeamento de

medidas que permitissem a melhoria deste indicador, poderá ser consequência do

facto de o médico assistente ter de estabelecer uma causa de morte sem ter havido

uma pesquisa aprofundada da causa, nomeadamente, uma autopsia anatomo-

patológica, ou revelar a existência de dificuldades no preenchimento do certificado de

óbito.

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5. MORTALIDADE E MORBILIDADE GERAL

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43

5.1. Introdução

A criação de sistemas de informação que permitam a recolha sistemática de

dados de morbilidade e mortalidade é indispensável para o estudo e vigilância da

saúde das populações. Embora os dados de mortalidade estejam sujeitos a erros

decorrentes do preenchimento dos certificados de óbito, e não sejam um indicador

directo de incidência, são uma ferramenta extremamente útil para analisar a evolução

temporal e o peso relativo de diferentes doenças/situações, identificar prioridades e

podem contribuir de forma decisiva no planeamento. Assim, e face à limitada

disponibilidade de estatísticas de morbilidade, na sua maioria iremos analisar dados

de mortalidade. Na generalidade, os dados aqui apresentados foram obtidos dos

quadros publicados pela Direcção Geral de Saúde (DGS) (2-5). A causa de óbito foi

classificada de acordo com a Classificação Internacional das Doenças - 9ª revisão

(CID 9) para os anos 2000 e 2001 e na Classificação Internacional das Doenças - 10ª

revisão (CID 10) para 2002.

A utilização dos dados de mortalidade está dependente da qualidade da

informação que fornecem. Uma forma indirecta de medir a qualidade desta informação

é através da proporção de óbitos cuja causa não é identificada. É possível verificar

que houve, entre 2000 e 2002, uma redução acentuada da taxa de mortalidade

padronizada para a idade de situações sem a identificação da causa do óbito. Na

região Norte este era um problema com uma dimensão maior do que no global

nacional, no entanto, nos três anos em análise houve uma redução que permitiu que o

valor da taxa padronizada para a idade, em 2002, se aproximasse ao nacional

(68,8/100000 hab. na região Norte e 62,5/100000 hab. no País) (Figura 24), esta

redução na taxa de mortalidade padronizada resulta de uma redução do número de

óbitos incluídos nesta categoria (Quadro 13).

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44

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Sintomas, sinais e afecções mal definidas

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

2000 2001 2002

Total Ger al - HM

Nor te - HM

Total Ger al - H

Nor te - H

Total Ger al - M

Nor te - M

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 24 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por sintomas, sinais e afecções mal definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

Quadro 13 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por sintomas, sinais e afecções mal definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Sintomas, sinais e afecções mal definidas Homens Mulheres

2353 2090

153,7 127,8

1932 1879

125,0 113,6

1346 1622

86,3 97,2

Fonte: Risco de Morrer, DGS

5.2. Mortalidade e Morbilidade Geral

No período de 2000 a 2002 a evolução da taxa de mortalidade por todas as

causas padronizada para a idade seguiu, na região Norte o mesmo comportamento

que o total nacional. Em ambos os sexos a taxa de mortalidade padronizada para a

idade foi sempre inferior aos valores nacionais (Figura 25).

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45

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Todas as causas de morte

0

200

400

600

800

1000

1200

2000 2001 2002

Total Geral (HM)

Norte (HM)

Total Geral (H)

Norte (H)

Total Geral (M)

Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 25 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por todas as causas de morte, padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

Embora a taxa de mortalidade padronizada para a idade tenha diminuído entre

2000 e 2002, o número de óbitos aumentou. A taxa de mortalidade bruta na região

Norte manteve-se semelhante nos três anos analisados: 868,8/100000 habitantes no

ano 2000, 871,8 em 2001, e em 2002 862,0/100000 habitantes. Ambos os sexos

apresentaram uma evolução semelhante (Quadro 14).

Quadro 14 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por todas as causas de morte, na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Todas as causas de morte Homens Mulheres

14361 13142

938,1 803,8

14580 13319

943,4 804,9

14579 13236

935,2 793,6

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Page 69: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

46

Causas Externas A taxa de mortalidade por causas externas foi muito superior no sexo

masculino. A taxa padronizada para a idade é inferior na região Norte do que o valor

global nacional (Figura 26).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Causas externas

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2000 2001 2002

Total Ger al - HM

Nor te - HM

Total Ger al - H

Nor te - H

Total Ger al - M

Nor te - M

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 26 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por causas externas (CID 9: E47-E56 ou CID 10: V, W, X, Y), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002

Quando observamos os dados referentes a taxas de mortalidade padronizadas

para a idade, verifica-se que a diferença entre a região Norte e o total geral é maior em

2000 e atenua-se ao longo do período em análise. Não podemos excluir a

possibilidade de que a diferença inicial possa ser parcialmente explicada pela

diferença existente nos óbitos cuja causa de morte foi classificada como “sintomas,

sinais e afecções mal definidas” que no ano 2000 foi superior na região Norte.

Na região Norte, verificou-se, em ambos os sexos, um aumento da taxa de

mortalidade bruta no período de 2000 a 2002 (Quadro 15).

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47

Quadro 15 – Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por causas externas (CID 9: E47-E56 ou CID 10: V, W, X, Y), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Causas externas Homens Mulheres

624 260

40,8 15,9

842 326

54,5 19,7

1014 409

65,0 24,5

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Considerando apenas as taxas de mortalidade, padronizadas para a idade, por

acidentes de transporte e acidentes de trânsito com veículos a motor, apresentaram

um crescimento neste período em ambos os sexos (Figuras 27 e 28).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Acidentes de transporte e Acidentes de trânsito com veículos a motor - Homens

0

5

10

15

20

25

30

35

2000 2001 2002

Acidentes de Tr anspor te - Total Ger al

Acidentes de Tr anspor te - Nor te

Acidentes de Tr ânsi to com Veículos a Motor - TotalGer al

Acidentes de Tr ânsi to com Veículos a Motor - Nor te

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 27 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86-V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em homens, no período de 2000 a 2002

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48

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Acidentes de transporte e Acidentes de trânsito com veículos a motor - Mulheres

0

5

10

15

20

25

30

35

2000 2001 2002

Acidentes de Tr anspor te - Total Ger al

Acidentes de Tr anspor te - Nor te

Acidentes de Tr ânsi to com Veículos a Motor - Total Ger al

Acidentes de Tr ânsi to com Veículos a Motor - Nor te

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 28 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86-V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em mulheres, no período de 2000 a 2002

Os óbitos por acidentes de transporte são quase na totalidade óbitos por

acidentes de trânsito com veículos a motor. Na região Norte, nos três anos

apresentados, a taxa de mortalidade bruta por acidentes de transporte aumentou

cerce de 2,5 vezes nos homens, enquanto nas mulheres quadruplicou (Quadro 16).

Quadro 16 – Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86-V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Acidentes de trânsito com veículos a motor Homens Mulheres

164 32

10,7 2,0

318 98

20,6 5,9

409 132

26,2 7,9

Acidentes de transporte Homens Mulheres

169 32

11,0 2,0

324 99

21,0 6,0

425 140

27,3 8,4

Fonte: Risco de Morrer, DGS

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49

Diabetes mellitus

No período em análise a taxa de mortalidade por Diabetes mellitus padronizada

para a idade aumentou, quer a nível nacional quer na região Norte. As taxas de

mortalidade padronizadas, total e por sexo, na região Norte são inferiores às nacionais

(Figura 29).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Diabetes mellitus

0

5

10

15

20

25

30

35

2000 2001 2002

Total Geral (HM)

Norte (HM)

Total Geral (H)

Norte (H)

Total Geral (M)

Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 29 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por diabetes mellitus (CID 9:181 ou CID 10: E10-14), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002

Na região Norte, a taxa de mortalidade bruta por diabetes mellitus aumentou de

24,5/100000 habitantes em 2000, para 29,2 em 2001 e ainda foi superior em 2002

(35,2/100000 habitantes). Durante todo o período o número de óbitos e a taxa de

mortalidade foi superior no sexo feminino (Quadro 17).

Quadro 17 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por diabetes mellitus (CID 9:181 ou CID 10:E10-14), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Diabetes mellitus Homens Mulheres

290 487

18,9 29,8

388 546

25,1 33,0

469 667

30,1 40,0

Fonte: Risco de Morrer, DGS

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50

Doenças do Aparelho Circulatório

A taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, padronizada para a

idade, apresenta uma tendência decrescente ao longo dos três anos analisados. O

mesmo se verifica quando avaliada isoladamente a taxa de mortalidade por doenças

cerebrovasculares, enquanto que a taxa de mortalidade por doença isquémica do

coração, padronizada para a idade, se manteve estável (Figura 30).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab)

Doença do aparelho circulatório, doença isquémica do coração e doenças cerebrovasculares

0

50

100

150

200

250

300

2000 2001 2002

Aparelho Circulatório - Total Geral

Aparelho Circulatório - Norte

Doença Isquémica do Coração - Total Geral

Doença Isquémica do Coração - Norte

Cerebrovasculares - Total Geral

Cerebrovasculares - Norte

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 30 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30 ou CID 10:100-199), doença isquémica do coração (CID 9:27 ou CID 10: 120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou CID 10: 160-169), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

Na região de Saúde do Norte a taxa de mortalidade bruta por doenças do

aparelho circulatório foi de 310,3 /100000 habitantes no ano 2000, 312,8 em 2001 e

desceu para 303,7 em 2002. Neste contexto as doenças cerebrovasculares

representam a maior fatia, sendo a taxa de mortalidade bruta mais do dobro da taxa

de mortalidade por doença isquémica do coração (158,2 vs. 58,5 /100000 habitantes,

em 2002). Nas mulheres, a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares é

quase cinco vezes superior à taxa de mortalidade por doença isquémica do coração

(Quadro 18).

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51

Quadro 18 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do aparelho circulatório (CID 9:25-30 ou CID 10:100-199), doença isquémica do coração (CID 9:27 ou CID 10:120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou CID 10:160-169), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Doença do aparelho circulatório Homens Mulheres

4385 5437

286,4 332,6

4502 5508

291,3 332,9

4487 5313

287,8 318,5

Doença isquémica do coração Homens Mulheres

969 712

63,3 43,5

1032 762

66,8 46,1

1106 783

71,0 46,9

Doenças Cerebrovasculares Homens Mulheres

2421 3245

158,1 198,5

2375 3172

153,6 191,7

2228 2878

142,9 172,6

Fonte: Risco de Morrer, DGS

A redução da mortalidade observada pode resultar de melhores cuidados de

saúde e a existência actualmente de meios e técnicas que permitem a sobrevida, e

não reflectirem uma redução na incidência. Para avaliar esta hipótese foi possível

obter dados referentes a internamentos em unidades hospitalares por doenças

isquémicas cardiacas (Figuras 31 e 32), enfarte agudo do miocárdio (Figuras 33 e 34)

e doenças cerebrovasculares (Figuras 35 e 36).

Doenças Isquemicas Cardíacas análise por sexo

0

2000

4000

6000

8000

2000 2001 2002 2003 2004

HomensMulheresTotal

Fonte: IGIF

Figura 31 – Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças isquémicas cardiacas, por sexo, no período de 2000 a 2004

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52

Doenças Isquemicas Cardíacas análise por grupo etário

0500

10001500200025003000

2000 2001 2002 2003 2004

65 a 74>=7555 a 6445 a 5435 a 44

Fonte: IGIF

Figura 32 – Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças isquémicas cardiacas, por grupo etário, no período de 2000 a 2004

O número total de internamentos por doenças isquemicas cardiacas, no

período de 2000 a 2002 (período do qual se apresentam dados de mortalidade),

apresentou apenas uma ligeira subida nos indivíduos com idade igual ou superior a 75

anos, em todos os outros grupos etários houve um decréscimo. De 2002 a 2003 o

número diminuiu, mas em 2004 voltou a aumentar mantendo valores próximos dos

estabelecidos em 2000.

Enfarte Agudo de Miocardio análise por sexo

010002000300040005000

2000 2001 2002 2003 2004

HomensMulheresTotal

Fonte: IGIF

Figura 33 – Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por enfarte agudo do miocárdio, por sexo, no período de 2000 a 2004

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53

Enfarte Agudo de Miocardio análise por grupo etário

0

500

1000

1500

2000 2001 2002 2003 2004

65 a 74>=7555 a 6445 a 5435 a 44

Fonte: IGIF

Figura 34 – Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por enfarte agudo do miocárdio, por grupo etário, no período de 2000 a 2004

A análise referente ao enfarte agudo do miocárdio mostra que para ambos os

sexos, e para todas as classes de idade, no período de 2000 a 2003 houve um

aumento do número de internamentos por esta patologia. Entre 2003 e 2004 a

tendência foi decrescente (Figuras 33 e 34).

Internamentos por Doenças Cerebrovasculares análise por sexo

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

2000 2001 2002 2003 2004

HomensMulheresTotal

Fonte: IGIF

Figura 35 – Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças cerebrovasculares, por sexo, no período de 2000 a 2004

Embora a mortalidade por doenças cerebrovasculares apresente uma

tendência decrescente, considerando as informações até 2004 sobre o número de

internamentos em unidades hospitalares por doenças cerebrovasculares, verificamos

que o número se manteve aproximadamente estável ao longo dos anos (Figura 35).

Ao analisar por classe etária, é possível verificar que no grupo de 75 ou mais anos

houve um ligeiro aumento (Figura 36).

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54

Internamentos por Doenças Cerebrovasculares análise por grupo etário

010002000300040005000

2000 2001 2002 2003 2004

65 a 74>=7555 a 6445 a 5435 a 44

Fonte: IGIF

Figura 36 – Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças cerebrovasculares, por grupo etário, no período de 2000 a 2004

Do conjunto destes resultados podemos admitir a hipótese que a redução da

taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório observada no período de

2000 a 2002, se deva à melhoria de condições de tratamento e não a uma redução da

incidência. Fica por esclarecer, nomeadamente no que se refere às doenças

cerebrovasculares, se esta redução na mortalidade mantendo-se a incidência, implica

um aumento de sobreviventes com lesões que vão necessitar de cuidados especiais.

Há ainda a considerar a necessidade de controlar a hipertensão arterial, um

factor de risco reconhecido quer para as doenças cerebrovasculares quer para as

doenças isquémicas cardíacas. Num estudo de âmbito nacional (5023 adultos), a

prevalência de hipertensão foi de 42,1%, dos classificados como hipertensos apenas

46,1% tinha conhecimento desta situação, 39,0% tinha terapia farmacológica. Dos que

estavam em terapia farmacológica apenas 11,2% estava controlado (< 140/90 mmHg)

(9). Uma avaliação realizada a uma amostra representativa da população da cidade do

Porto (estudo EPIPorto) (10), verificou que em indivíduos com idade superior a 39

anos a prevalência de hipertensão arterial (pressão arterial sistólica ≥ 140 mm Hg e/ou

pressão arterial diastólica ≥ 90 mm Hg e/ou com terapêutica farmacológica) foi de

58,9%, dos quais 64,1% tinham conhecimento desta sua condição. A proporção dos

hipertensos sob tratamento farmacológico era de 46,9%, destes apenas cerca de 14%

estavam controlados.

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55

Doenças do Aparelho Respiratório

A evolução da taxa de mortalidade por doenças do aparelho respiratório,

padronizada para a idade, na região Norte é semelhante à nacional. No entanto, o

decréscimo que ocorreu entre 2000 e 2001 não foi tão acentuado como o nacional,

pelo que em 2002 apresentava valores superiores aos nacionais (Figura 37).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Doença do aparelho respiratório, pneumonia bronquite crónica não especificada,

enfisema e asma

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2000 2001 2002

Aparelho Respiratório - Total Geral

Aparelho Respiratório - Norte

Pneumonia - Total Geral

Pneumonia - Norte

Bronq Cron, Enfisema e Asma - Total Geral

Bronq Cron, Enfisema e Asma - Norte

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 37 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença do aparelho respiratório (CID 9: 31-32 ou CID 10: J00-J99), pneumonia (CID 9: 321 ou CID 10: J12-J18), bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9: 323 ou CID 10: J40-43, J45, J46), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

A taxa de mortalidade bruta por doença do aparelho respiratório é superior nos

homens, particularmente por bronquite crónica não especificada, enfisema e asma. As

taxas de mortalidade por pneumonia são semelhantes em ambos os sexos (Quadro

19).

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56

Quadro 19 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do aparelho respiratório (CID 9: 31-32 ou CID 10: J00-J99), pneumonia (CID 9: 321 ou CID 10: J12-J18), bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9: 323 ou CID 10: J40-43, J45, J46), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Aparelho Respiratório Homens Mulheres

1493 1266

97,5 77,4

1500 1147

97,1 69,3

1560 1213

100,1 72,7

Pneumonia Homens Mulheres

596 600

38,9 36,7

576 536

37,3 32,4

524 498

33,6 29,9

Bronq. Cron. não Esp., Enfisema e Asma Homens Mulheres

131 95

8,6 5,8

142 85

9,2 5,1

139 94

8,9 5,6

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Doenças do Aparelho Digestivo

A taxa de mortalidade por doenças do aparelho digestivo, padronizada para a

idade, nas mulheres apresenta valores ligeiramente superiores na região Norte do que

o nacional em todos os anos avaliados (Figura 38). A taxa de mortalidade bruta, na

região Norte, aumentou de 35,7/100000 habitantes em 2000 para 40,3/100000

habitantes em 2002 e, tal como a nacional, é superior nos homens (Quadro 20).

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57

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab)

Doenças do aparelho digestivo

0

10

20

30

40

50

60

2000 2001 2002

Total Geral - HM

Norte - HM

Total Geral - H

Norte - H

Total Geral - M

Norte - M

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 38 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho digestivo (CID 9: 33-34 ou CID 10: K00-K93), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

Quadro 20 – Óbitos e taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho digestivo (CID 9: 33-34 ou CID 10: K00-K93), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Doenças do aparelho digestivo Homens Mulheres

687 442

44,9 27,0

738 501

47,8 30,3

784 517

50,3 31,0

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Doença Crónica do Fígado e Cirrose A taxa de mortalidade por doença crónica do fígado e cirrose, padronizada para

a idade, na região Norte é maior do que a nacional, particularmente no sexo feminino

(Figura 39). A taxa de mortalidade bruta, para ambos os sexos, foi de 18,0/100000

habitantes em 2000, 19,2 em 2001, e 17,3 em 2002. Nos homens, a taxa de

mortalidade bruta é ligeiramente superior ao dobro da observada nas mulheres

(Quadro 21).

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58

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Doença crónica do fígado e cirrose

0

5

10

15

20

25

30

2000 2001 2002

Total Geral - HM

Norte - HM

Total Geral - H

Norte - H

Total Geral - M

Norte - M

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 39 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença crónica do fígado e cirrose (CID 9: 347 ou CID 10: K70 e K73-K74), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

Quadro 21 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença crónica do fígado e cirrose (CID 9: 347 ou CID 10: K70 e K73-K74) na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Doença crónica do fígado e cirrose Homens Mulheres

388 182

25,3 11,1

411 202

26,6 12,2

379 179

24,3 10,7

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Total de Tumores Malignos

A taxa de mortalidade por tumores malignos, padronizada para a idade, na

região Norte é semelhante à nacional (Figura 40). A taxa de mortalidade bruta, é

aproximadamente 1,5 vezes superior nos homens (Quadro 22).

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59

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab)

Tumores Malignos

0

50

100

150

200

250

2000 2001 2002

Total Ger al - HM

Nor te - HM

Total Ger al - H

Nor te - H

Total Ger al - M

Nor te - M

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 40 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores malignos (CID-9:08-14 ou CID 10: C00-C99), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Quadro 22 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores malignos (CID-9:08-14 ou CID 10: C00-C99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Tumores Malignos Homens Mulheres

3426 2288

223,8 139,9

3496 2446

226,2 147,8

3614 2397

231,8 143,7

Fonte: Risco de Morrer, DGS

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60

5.3. Anos Potenciais de Vida Perdidos

Tomando como referência a informação disponível para o ano 2002, e para

perceber algum do impacto na população das causas de morte atrás descritas,

apresenta-se o potencial de vida perdido considerando como limite superior os 70

anos. A utilização deste limiar, claramente inferior à actual esperança de vida à

nascença para a população portuguesa (80,98 para as mulheres e 74,53 para os

homens), embora possa existir erro na estimativa do número absoluto de anos

perdidos, permite estabelecer a ordem pela qual as diferentes causas de morte

contribuem para esta perda.

Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos na população da região Norte ambos os sexos (/100000 hab), 2002

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

TODOS OS TUMORES

LESOES INTENCIONAIS

ACIDENTES VEICULOS MOTOR

ACIDENTES TRANSPORTE

CAUSAS EXTERNAS

SINAIS E SINTOMAS MAL DEFINIDOS

FIGADO E CIRROSE

AP DIGESTIVO

BRONQUITE E ENFISEMA

PNEUMONIA

DOENÇA AP RESPIRATORIO

DOENÇA ISQUEMICA CORAÇÃO

AP CIRCULATORIO

DIABETES

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 41 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, ambos os sexos

A causa de morte que implicou maior número de potenciais anos de vida

perdida foi o conjunto de doenças oncológicas. Seguem-se as causas externas, nas

quais se incluem os acidentes com veículos a motor, representando uma elevada

perda de potenciais anos de vida. As doenças do aparelho circulatório, que são a

principal causa de morte, aparecem em terceiro lugar como causa potencial de anos

de vida perdidos (Figura 41).

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61

Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Homens, 2002

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

TODOS OS TUMORES

LESOES INTENCIONAIS

ACIDENTES VEICULOS MOTOR

ACIDENTES TRANSPORTE

CAUSAS EXTERNAS

SINAIS E SINTOMAS MALDEFINIDOSFIGADO E CIRROSE

AP DIGESTIVO

BRONQUITE E ENFISEMA

PNEUMONIA

DOENÇA AP RESPIRATORIO

DOENÇA ISQUEMICA CORAÇÃO

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 42 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, homens

Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Mulheres, 2002

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

TODOS OS TUMORES

LESOES INTENCIONAIS

ACIDENTES VEICULOS MOTOR

ACIDENTES TRANSPORTE

CAUSAS EXTERNAS

SINAIS E SINTOMAS MALDEFINIDOSFIGADO E CIRROSE

AP DIGESTIVO

BRONQUITE E ENFISEMA

PNEUMONIA

DOENÇA AP RESPIRATORIO

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 43 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, mulheres

O papel relativo das causas de morte na perda de anos potenciais de vida é

diferente em homens e mulheres. Enquanto nos homens a causa responsável por

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62

maior potencial de anos de vida perdidos foram as causas externas, e só depois as

doenças oncológicas, nas mulheres, são as doenças oncológicas as que provocaram

maior perda de potenciais anos de vida. Destaca-se ainda o papel das doenças do

aparelho respiratório como a segunda causa de anos potenciais de vida perdidos nas

mulheres, e responsável por maior número de anos de vida perdidos nas mulheres do

que nos homens. Nas mulheres as causas externas e as doenças do aparelho

circulatório apresentam valores semelhantes, as doenças do aparelho circulatório por

terem uma elevada taxa de mortalidade, embora em indivíduos mais velhos, e a

mortalidade por causas externas por incidir em indivíduos jovens (Figuras 42 e 43).

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63

5.4.1. Mortalidade por Doenças Oncológicas

Pela relevância que as doenças oncológicas têm como causa de morte e anos

potencias de vida perdidos, assim como pela diversidade de tumores, com as suas

especificações no diagnóstico, tratamento e história natural, que são englobadas nesta

classificação, apresenta-se uma descrição da mortalidade de tumores em localizações

anatómicas específicas.

Taxas de mortalidade padronizadas para a idade, 2002

0

10

20

30

40

50

60

70

APAR. DIGESTIVO EPERITONEU (CID

10:C15-C26)

AP. RESPIRATÓRIO(CID 10:C30-C39)

OSSOS, TEC.CONJUNTIVO, PELE

E MAMA (CID10:C40-C41 e C43-

C44 e C50)

MAMA FEMININA(CID 10:C50)

COLO DO UTERO(CID-10: C53)

ORGÃOSGENITURINÁRIOS(CID 10:C51-C58 e

C60-C68)

PRÓSTATA (CID10:C61)

TEC. LINFÁTICO EO.

HEMATOPOIÉTICOS(CID 10:C81-C96)

NorteTotal

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 44 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por localização do tumor, padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em 2002, em ambos os sexos

Embora as taxas de mortalidade por todos os tumores região Norte e nacional

sejam semelhantes, existem algumas variações quando observamos os resultados por

localização do tumor. A região Norte apresenta valores superiores aos nacionais na

mortalidade por tumores do aparelho digestivo e peritoneu e por tumores do aparelho

respiratório (Figura 44). Como não é de esperar uma diferença na prestação de

cuidados de saúde entre regiões que justifique as diferenças observadas, estes

resultados podem ser interpretados como diferenças na incidência da doença.

Tumores do Aparelho Digestivo

Dos tumores do aparelho digestivo, as localizações que têm maior taxa de

mortalidade são os do estômago e do cólon. Ao comparar as taxas de mortalidade

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64

após padronização pela idade da região Norte com o nacional, verifica-se que as taxas

de mortalidade por cancro do estômago são superiores na região Norte (Figura 45).

Em ambos os sexos se verifica esta relação (Figuras 46 e 47).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab)

Tumor do estômago e Tumor do cólon

0

5

10

15

20

25

30

35

40

2000 2001 2002

Estômago - Total Geral (HM)

Estômago - Norte (HM)

Cólon - Total Geral (HM)

Cólon - Norte (HM)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 45 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em ambos os sexos

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumor do estômago e Tumor do cólon - Homens

0

5

10

15

20

25

30

35

40

2000 2001 2002

Estômago - Total Geral (H)

Estômago - Norte (H)

Cólon - Total Geral (H)

Cólon - Norte (H)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 46 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em homens

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65

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumor do estômago e Tumor do cólon - Mulheres

0

5

10

15

20

25

30

35

40

2000 2001 2002

Estômago - Total Geral (M)Estômago - Norte (M)Cólon - Total Geral (M)Cólon - Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 47 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, o período de 2000 a 2002, em mulheres

Na região Norte, verifica-se que a taxa bruta de mortalidade é superior no sexo

masculino, quer a localização seja no estômago quer no cólon. Em ambos os sexos a

taxa de mortalidade por tumor do estômago é maior, no entanto é de realçar que a

taxa de mortalidade por tumor do estômago está a decrescer, mas a taxa de

mortalidade por tumor do cólon não apresenta a mesma tendência (Quadro 23).

Quadro 23 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do aparelho digestivo e peritoneu (CID-9: 09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa Aparelho digestivo e peritoneu Homens Mulheres

1365 989

89,2 60,5

1443 1064

102,9 66,7

1445 1016

92,7 60,9

Estômago Homens Mulheres

555 370

36,0 22,4

571 386

36,9 23,3

527 355

33,8 21,3

Cólon Homens Mulheres

261 218

16,9 13,2

298 252

19,3 15,2

305 237

19,6 14,2

Fonte: Risco de Morrer, DGS

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66

Através do recurso à padronização indirecta, e utilizando os dados referentes

ao ano 2002, foi calculada a razão padronizada de mortalidade para cada distrito que

integra a Região de Saúde do Norte. Quando consideramos o conjunto de tumores do

aparelho digestivo, a razão de mortalidade padronizada é inferior a 1 em Bragança e

próxima de 1 no Porto e Braga, os distritos que apresentaram um valor superior são

Viana do Castelo e Vila Real. Considerando apenas os tumores do estômago, todos

os distritos apresentam razões padronizadas de mortalidade superiores a 1, o que

indica uma mortalidade superior à esperada de acordo com a taxa de mortalidade do

país. Os valores mais altos são agora os de Braga e Viana do Castelo, depois Porto,

Bragança, e Vila Real. As razões de mortalidade padronizada referentes aos tumores

do cólon mostram que apenas o distrito de Vila Real apresenta uma mortalidade

superior ao esperado (Quadro 24).

Quadro 24 - Razão padronizada de mortalidade, para tumores do aparelho digestivo e peritoneu (CID-9: 09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18) por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002

Aparelho digestivo

e peritoneu Estômago

Cólon

Braga 1,08 1,41 0,77 Bragança 0,96 1,13 0,76 Porto 1,10 1,24 0,92 Viana do Castelo 1,13 1,39 0,95 Vila Real 1,15 1,15 1,21

O decréscimo na taxa de mortalidade por tumores do estômago foi observado

internacionalmente e atribuído à melhoria das condições sociais e económicas.

Contudo o decréscimo nos países do sul da Europa foi menos acentuado. Em

Portugal, no período entre 1984 e 1999 a taxa de mortalidade decresceu 2,0% nos

homens e 2,2% nas mulheres, mas a variação foi diferente entre regiões e estava

associada com indicadores sociais e económicos, pelo que será de esperar que a

evolução acompanhe os países desenvolvidos e continue a decrescer (11). Pelo

contrário, é de esperar ainda um aumento da taxa de mortalidade por tumores do

cólon até à sua estabilização, como aconteceu em outros países da Europa (12).

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67

Tumores do Aparelho Respiratório As taxas de mortalidade por tumores do aparelho respiratório resultam

essencialmente das taxas de mortalidade por tumores da traqueia, brônquios e

pulmão. Verifica-se que no sexo feminino a mortalidade após padronização é

semelhante ao global nacional, no entanto no sexo masculino os valores da região

Norte são superiores aos nacionais (Figuras 48 e 49).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumores do aparelho respiratório

0

10

20

30

40

50

60

70

2000 2001 2002

Total Geral (HM)Norte (HM)Total Geral (H)Norte (H)Total Geral (M)Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 48 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do aparelho respiratório (CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumores da traqueia, brônquios e pulmão

0

10

20

30

40

50

60

70

2000 2001 2002

Total Geral (HM)Norte (HM)Total Geral (H)Norte (H)Total Geral (M)Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 49 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da traqueia, brônquios e pulmão (CID 9:101 ou CID 10:C33-C34), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

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68

Considerando os dados da região Norte, e como se tinha observado a nível

nacional, a taxa de mortalidade no sexo masculino é muito superior à do sexo

feminino, aproximadamente cinco vezes superior (Quadro 25).

Quadro 25 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do aparelho respiratório (CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão (CID 9: 101 ou CID 10: C33-C34), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Aparelho respiratório Homens Mulheres

882 178

57,6 10,9

843 160

54,5 9,7

913 195

58,6 11,7

Traqueia, brônquios e pulmão Homens Mulheres

770 168

49,9 10,2

720 148

46,6 8,9

787 174

50,5 10,4

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Através da razão padronizada de mortalidade por tumores do aparelho

respiratório, verifica-se que os distritos do Porto e Viana do Castelo são os que

apresentam valores mais elevados e Bragança apresenta o valor mais baixo.

Considerando apenas os tumores da traqueia, brônquios e pulmão, Porto a Braga têm

os valores mais elevados (Quadro 26).

Quadro 26 - Razão padronizada de mortalidade para tumores do aparelho respiratório (CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão (CID 9: 101 ou CID 10: C33-C34), por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002

Aparelho respiratório Traqueia, brônquios e pulmãoBraga 1,09 0,70 Bragança 0,71 1,08 Porto 1,25 1,30 Viana do Castelo 1,15 0,94 Vila Real 0,94 0,93

Tumores do Tecido Linfático e Órgãos Hematopoiéticos

As taxas de mortalidade por tumores do tecido linfático e órgãos

hematopoiéticos, padronizada pela idade, apresentam uma evolução crescente (Figura

50). Na região Norte a taxa de mortalidade bruta foi de 11,9/100000 habitantes em

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69

2000, 12,9 em 2001 e 13,7 em 2002, este crescimento representa essencialmente o

crescimento que se observou no sexo feminino (Quadro 27).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab)

Tecido linfático e órgãos hematopoiéticos

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2000 2001 2002

Total Geral (HM)Norte (HM)Total Geral (H)Norte (H)Total Geral (M)Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 50 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do tecido linfático e órgãos hematopoiéticos (CID 9:14 ou CID 10:C81-C96), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002

Quadro 27 – Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do tecido linfático e órgãos hematopoiéticos (CID 9:14 ou CID 10:C81-C96), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Tec. linfático e O. hematopoiéticos Homens Mulheres

203 173

13,3 10,6

222 190

14,4 11,5

217 226

13,9 13,6

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Tumores da Mama - mulheres

A taxa de mortalidade por tumores da mama, nas mulheres, padronizada pela

idade, foi menor na região Norte do que o nacional. Na região Norte observou-se um

decréscimo particularmente acentuado entre 2001 (19,8/100000 habitantes) e 2002

(16,2/100000 habitantes) (Figura 51). Considerando os valores da taxa de mortalidade

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70

bruta o decréscimo foi de 21,9/100000 habitantes em 2000, para 19,8/100000

habitantes em 2002 (Quadro 28).

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Mama - mulheres

0

5

10

15

20

25

2000 2001 2002

Total Geral (M)Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 51 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da mama em mulheres (CID 9: 50 ou CID 10: C50), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Quadro 28 – Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da mama em mulheres (CID-9: 50 ou CID 10: C50), na região Norte, no período de 2000 a 2002 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Mama Mulheres

362

21,9

390

23,6

330

19,8

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Tumores da Próstata

A taxa de mortalidade por tumores da próstata, padronizada pela idade, foi

menor na região Norte do que os valores nacionais. Ambas decresceram entre 2000 e

2002, mas o decréscimo foi mais acentuado nos valores nacionais entre 2000 e 2001

(Figura 52). A taxa de mortalidade bruta na região Norte manteve-se próxima dos

24/100000 habitantes durante este período (Quadro 29).

Page 94: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

71

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab)

Próstata

0

5

10

15

20

25

30

35

2000 2001 2002

Total Geral (H)Norte (H)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 52 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da próstata (CID-9: 124 ou CID 10: C61), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002

Quadro 29 – Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da próstata (CID-9: 124 ou CID 10: C61), na região Norte, no período de 2000 a 2002 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Próstata Homens

373

24,2

381

24,6

374

24,0

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Tumores de Outras Localizações

A taxa de mortalidade por tumores de outras localizações, padronizada pela

idade, manteve-se estável no global nacional, mas decresceu na região Norte. Este

decréscimo poderá parcialmente ser devido a um melhor registo da informação no

certificado de óbito que permita a identificação do local do tumor (Figura 53).

Page 95: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

72

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Outras localizações

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

2000 2001 2002

Total Geral (HM)Norte (HM)Total Geral (H)Norte (H)Total Geral (M)Norte (M)

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 53 – Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores de outras localizações (CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002

Na região Norte o valor da taxa de mortalidade bruta por tumores de outra

localização manteve-se estável (14,5/100000 habitantes em 2000, 14,9 em 2001 e

14,3 em 2002) (Quadro 30).

Quadro 30 – Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores de outras localizações (CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002

óbitos

taxa

óbitos

taxa

óbitos

taxa

Outras localizações Homens Mulheres

255 205

16,7 12,5

245 232

15,9 14,0

244 217

15,7 13,0

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Page 96: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

73

5.4.2. Anos Potenciais de Vida Perdidos por Doenças Oncológicas

A incidência e mortalidade dos tumores de diferentes localizações está

dependente da idade, apresenta-se o potencial de anos de vida perdidos considerando

como limite superior os 70 anos e tomando como referência a informação disponível

para o ano 2002. A informação sobre os anos potenciais de vida perdidos é um

indicador do impacto que as doenças oncológicas têm na população, e poderá ser um

instrumento para a definição de prioridades pois complementa a informação sobre a

mortalidade.

Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Homens, 2002

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000

PROSTATA

AP. GENITURINARIO

TECIDO LINFATICO E ORGAOSHEMATOPOIETICOSOSSO, TECIDO CONJUNTIVO, PELE E MAMA

TRAQUEIA, BRONQUIOS E PULMAO

AP. RESPIRATORIO

COLON

ESTOMAGO

DIGESTIVO E PERITONEU

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 54 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por localização do tumor, na população da região Norte, em homens

Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Mulheres, 2002

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000

COLO DO UTERO

MAMA FEMININA

AP. GENITURINARIO

TECIDO LINFATICO E ORGAOSHEMATOPOIETICOSOSSO, TECIDO CONJUNTIVO, PELE EMAMATRAQUEIA, BRONQUIOS E PULMAO

AP. RESPIRATORIO

COLON

ESTOMAGO

DIGESTIVO E PERITONEU

Fonte: Risco de Morrer, DGS

Figura 55 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por localização do tumor, na população da região Norte, em mulheres

Page 97: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

74

Em ambos os sexos, os tumores do aparelho digestivo, nomeadamente do

estômago, são os que contribuem com maior perda de anos potenciais de vida. Nos

homens os tumores do aparelho respiratório são os segundos na perda de potenciais

anos de vida e existe uma enorme diferença para os restantes (Figura 54).

Nas mulheres a distribuição de anos potenciais de vida perdidos pelas

diferentes localizações não apresenta diferenças tão acentuadas. O tumor da mama é

o responsável por maior número de anos potenciais de vida perdidos (a mama é

apresentada quer no grupo “osso, tecido conjuntivo, pele e mama” quer

separadamente em “mama feminina”). O aparelho respiratório, que no sexo masculino

apresenta uma elevada perda de anos potenciais de vida, nas mulheres aparece

apenas depois dos tumores do aparelho geniturinario e dos tumores de tecidos

linfáticos e órgãos hematopoieticos, no entanto tendo em conta a evolução já

observada na taxa de mortalidade é de esperar que no futuro esta localização venha a

apresentar um maior impacto (Figura 55).

Page 98: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

6. DOENÇAS INFECCIOSAS

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77

6.1. Introdução

As doenças infecciosas têm vindo a reassumir relevância crescente a nível

europeu e mundial. O aparecimento de novas doenças transmissíveis e a re-

emergência de outras que se supunham controladas representa um desafio para a

saúde pública.

Um dos principais sistemas de vigilância epidemiológica de doenças

infecciosas é o sistema de Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória. É um

instrumento usado pelos serviços de saúde pública para monitorizar tendências,

dimensionar problemas e tomar decisões sobre estratégias de intervenção.

No contexto nacional e regional a Tuberculose e a infecção pelo VIH são

programas prioritários pelo que recorrendo aos sistemas de informação disponíveis, se

apresenta a análise da situação epidemiológica dessas doenças de modo a tornar a

intervenção mais efectiva.

6.2. Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória

6.2.1. Introdução

O Sistema de Declaração Obrigatória de Doenças Transmissíveis (DDO) é um

sistema de informação para a vigilância de um conjunto de doenças infecciosas que

teve o seu início em 1949 e cuja listagem tem sofrido alterações ao longo do tempo. A

última alteração foi feita em Janeiro de 1999 (Portaria n.º 1072 de 31 de Dezembro de

1998), sendo a listagem actualmente em vigor composta por 45 doenças. Como todos

os sistemas de registo de morbilidade, o sistema DDO tem problemas de sub-

notificação, variável de doença para doença, no entanto, a sua implantação no terreno

desde há longos anos garante a possibilidade de proceder a uma análise da

distribuição temporal das doenças.

Para elaborar o diagnóstico da situação das DDO na região Norte (RN)

analisou-se a informação estatística da Direcção-Geral da Saúde relativa ao

quinquénio 2000-2004, período durante o qual não ocorreram alterações na lista das

doenças sob notificação. Para além de uma análise geral das doenças, comparando a

região Norte com o resto do País, procurou-se analisar com mais detalhe algumas

outras doenças. Dentro destas, realçaram-se as zoonoses com especificidades de

Page 101: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

78

distribuição no espaço geográfico da região e algumas doenças evitáveis pela

vacinação, ou porque traduzem a intervenção dos serviços de saúde na sua

prevenção ou porque a sua ocorrência apresenta particularidades que merecem uma

reflexão mais aturada.

6.2.2. Casos declarados no quinquénio 2000-2004

Durante o quinquénio 2000-2004 foram declarados na região Norte um valor

mínimo de 1786 casos de DDO em 2003 e um valor máximo de 3929 casos no ano

2000 (Quadro 31). Como se pode constatar pela observação dos dados do Quadro 31,

a tuberculose é a doença mais expressiva, dada a importância que assume como

problema de saúde pública é tratada em capítulo próprio.

A diminuição do total de notificações que se observa durante o último

quinquénio é essencialmente explicada pela descida no número de casos declarados

de parotidite e de brucelose. Relativamente à tosse convulsa observa-se um aumento

no número de casos declarados em 2004. As notificações de doenças virais

exantemáticas, sarampo e rubéola, sofreram um decréscimo ao longo dos últimos

cinco anos. De realçar ainda que nos últimos dois anos se observa uma diminuição

acentuada no número de casos declarados de doença meningocócica (meningite e

infecção meningocócica). As infecções de transmissão sexual também têm vindo a

diminuir nos últimos anos. O mesmo padrão se observa na evolução do número de

notificações de hepatites víricas transmitidas por via parentérica (hepatite aguda por

vírus B e C), sendo mais consistente no caso da hepatite B.

Page 102: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

79

Quadro 31 – Casos de doenças transmissíveis de declaração obrigatória notificados na região Norte de Portugal por ano (2000 – 2004) e taxa de incidência (/100000 pessoas ano) para o quinquénio 2000-2004

CID-10 Designação 2000 2001 2002 2003 2004 Taxa de incidência

A00 - A09 Doenças infecciosas intestinais A00 Cólera 0 0 0 0 0 0,00A01 Febres tifóide e paratifoide 32 25 16 25 18 0,72A02 Outras Salmoneloses 87 246 114 196 216 5,35A03 Shigelose 1 1 0 1 1 0,02A051 Botulismo 15 0 4 6 8 0,21

A15 - A19 Tuberculose A15, A16 Tuberculose Respiratória 1246 1164 1154 1064 1042 35,32A17 Tuberculose do SNC 24 23 22 16 11 0,60A19 Tuberculose miliar (disseminada) 45 43 34 37 38 1,23

A20 - A28 Doenças bacterianas zoonóticas A20 Peste 0 0 0 0 0 0,00A22 Carbúnculo 0 0 0 0 0 0,00A23 Brucelose 188 136 55 31 20 2,68A27 Leptospirose 5 3 6 6 7 0,17

A30 - A49 Outras doenças bacterianas A30 Doença de Hansen (lepra) 2 2 0 1 0 0,03A33 Tétano neonatal 0 0 0 0 0 0,00A35 Tétano (exclui tétano neonatal, A33) 8 3 6 1 3 0,13A36 Difteria 0 0 0 0 0 0,00A37 Tosse Convulsa 4 1 1 0 26 0,20A39 Infecção meningocócica (exclui meningite meningocócica, A39.0) 40 41 52 18 13 1,02A390 Meningite Meningocócica 75 54 75 38 36 1,73A481 Doença dos Legionários 21 6 9 34 17 0,54A492 Infecção por Haemophilus influenza (exclui meningite por Haemophilus influenza, G00.0) 0 0 2 1 3 0,04

A50 - A64 Infecções de transmissão sexual A50 Sífilis Congénita* 14 23 12 6 6 0,33A51 Sífilis Precoce 49 50 43 24 33 1,24A54 Infecções Gonocócicas 7 5 6 4 1 0,14

A65 - A69 Outras doenças por espiroquetas A692 Doença de Lyme 12 2 1 0 1 0,10

A75 - A79 Rickettsioses A771 Febre Escaro-Nodular 104 102 113 104 92 3,21A78 Febre Q 0 1 0 0 1 0,01

A80 - A89 Infecções virais do SNC A80 Poliomielite aguda 0 0 0 0 0 0,00A810 Doença de Creutzfeldt-Jakob (encefalopatia espongiforme subaguda) 4 5 1 2 6 0,11A82 Raiva 0 0 0 0 0 0,00

A90 - A99 Febres por arbovírus e febres hemorrágicas virais A95 Febre-amarela 0 0 0 0 0 0,00

B00 - B09 Infecções virais com lesões da pele e mucosas B05 Sarampo 12 7 1 4 1 0,16B06 Rubéola 18 10 10 3 6 0,29

B15 - B19 Hepatite viral B15 Hepatite Aguda por vírus A 22 8 23 13 12 0,49B16 Hepatite Aguda por vírus B 96 62 51 35 27 1,69B171 Hepatite Aguda por vírus C 85 72 56 17 41 1,69B17 Hepatite por outros vírus especificados (exclui hepatite C, B17.1) 1 3 0 1 1 0,04B19 Hepatite por vírus não especificados 0 0 0 1 1 0,01

B25 - B34 Outras doenças por vírus B26 Parotidite Epidémica 1699 336 109 81 83 14,38

B50 - B64 Doenças devidas a protozoários B50 a B54 Malária** 10 8 18 11 12 0,37B55 Leishmaníase Visceral 1 2 2 2 2 0,06

B65 - B83 Helmintíases B67 Equinococose 2 0 1 0 3 0,04B75 Triquiníase 0 0 0 0 0 0,00

Meningites bacterianas não classificadas em outra parte G00.0 Meningite por Haemophilus influenzae 0 4 3 3 0 0,06

Infecções especificadas do período perinatal P35.0 Rubéola congénita 0 0 0 0 0 0,00

Total DDO 3929 2448 2000 1786 1788 * por 1000 nados vivos ano Fonte: DGS ** casos importados

Page 103: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

80

6.2.3. Comparação entre a região Norte e o resto do País

De forma a comparar a situação epidemiológica das DDO entre a região Norte

e o resto do País, calcularam-se razões entre taxas de incidência durante o quinquénio

2000-2004, por doença, cujos valores se podem observar na Figura 56. Se apenas

valorizarmos as doenças em que o risco relativo foi igual ou superior a 2, será de

realçar a doença de Creutzfeldt-Jakob, a doença de Lyme, a doença dos Legionários e

o botulismo. As diferenças entre a região Norte e o resto do País em relação àquelas

doenças, cuja característica comum poderá ser a sua potencial gravidade, podem

traduzir diferenças na sua incidência. No entanto, no caso da doença de Creutzfeldt-

Jakob estamos a falar de um risco relativo de cerca de 2 e num número de casos

muito pequeno. Para a doença de Lyme, o valor elevado pode ser explicado pelo facto

de no ano 2000 no distrito de Braga terem sido declarados 11 casos cujo ano de

diagnóstico não foi apenas em 2000, mas sim no período entre 1995 e 2000, pelo que

este valor não corresponde aos casos diagnosticados no período em estudo. Em

relação à doença dos Legionários o valor encontrado reflecte a ocorrência de um surto

no ano 2000 no concelho de Vizela, e um aumento no número de casos esporádicos

declarados no distrito do Porto em 2003. Os dados referentes ao botulismo reflectem a

ocorrência de surtos no ano 2000, no concelho de Paredes e Ponte de Lima, e de um

surto que ocorreu em 2004 no concelho de Paços de Ferreira. Os dados relativos ao

botulismo e outras salmoneloses poderão reflectir os resultados do Programa de

Vigilância das Toxinfecções Alimentares Colectivas, em vigor na região Norte desde o

ano de 2000, e incluídos em relatórios específicos (13, 14, 15).

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81

-1,00 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00

Febres tifo ide e paratifo ide

Outras Salmoneloses

Shigelose

Botulismo

Tuberculose Respiratória

Tuberculose do SNC

Tuberculose miliar (disseminada)

Carbúnculo

Brucelose

Leptospirose

Doença de Hansen (lepra)

Tétano (exclui tétano neonatal, A33)

Tosse Convulsa

Infecção meningocócica

M eningite M eningocócica

Doença dos Legionários

Infecção por Haemophilus influenza

Sífilis Congénita*

Sífilis Precoce

Infecções Gonocócicas

Doença de Lyme

Febre Escaro-Nodular

Febre Q

Doença de Creutzfeldt-Jakob

Sarampo

Rubéola

Hepatite Aguda por vírus A

Hepatite Aguda por vírus B

Hepatite Aguda por vírus C

Hepatite por outros vírus especificados

Hepatite por vírus não especificados

Parotidite Epidémica

M alária**

Leishmaníase Visceral

Equinococose

M eningite por Haemophilus influenzae

Doe

nça

Razão de taxas de incidência

* por 1000 nados vivos ano ** casos importados

Fonte: DGS Figura 56 – Razão entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de algumas Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de Portugal e do resto do País

Calcularam-se também as diferenças entre a taxa de incidência na região Norte

e no resto do País, cujos valores podem observar-se na Figura 56. As duas doenças

Page 105: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

82

em relação às quais a diferença entre a região Norte e o resto do País foi maior, foram

a tuberculose respiratória (analisada em capítulo próprio) e outras salmoneloses.

-4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

Febres tifo ide e paratifo ide

Outras Salmoneloses

Shigelose

Botulismo

Tuberculose Respiratória

Tuberculose do SNC

Tuberculose miliar (disseminada)

Carbúnculo

Brucelose

Leptospirose

Doença de Hansen (lepra)

Tétano (exclui tétano neonatal, A33)

Tosse Convulsa

Infecção meningocócica

M eningite M eningocócica

Doença dos Legionários

Infecção por Haemophilus influenza

Sífilis Congénita*

Sífilis Precoce

Infecções Gonocócicas

Doença de Lyme

Febre Escaro-Nodular

Febre Q

Doença de Creutzfeldt-Jakob

Sarampo

Rubéola

Hepatite Aguda por vírus A

Hepatite Aguda por vírus B

Hepatite Aguda por vírus C

Hepatite por outros vírus especificados

Hepatite por vírus não especificados

Parotidite Epidémica

M alária**

Leishmaníase Visceral

Equinococose

M eningite por Haemophilus influenzae

Doe

nça

Diferença entre taxas de incidência

* por 1000 nados vivos ano; ** casos importados Fonte: DGS

Figura 57 – Diferença entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de algumas Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de Portugal e do resto do País

Page 106: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

83

6.2.4. Zoonoses

6.2.4.1. Brucelose

A incidência de brucelose foi particularmente elevada em concelhos dos

distritos de Bragança e Vila Real (Figura 58).

Fonte: DGS

Figura 58 – Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de brucelose (CID10 A23) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 – 2004, por concelho

A distribuição por sexo e grupo etário evidencia que em cada três casos, dois

são do sexo masculino, e que dois terços dos casos têm idades compreendidas entre

os 15 e os 64 anos (Figura 59).

0

10

20

30

40

50

Gr upo e t á r i o

M

H

Fonte: DGS

Figura 59 – Distribuição do número de casos de brucelose (CID10 A23) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 – 2004, por grupo etário e sexo

Page 107: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

84

6.2.4.2. Febre escaro-nodular

A distribuição geográfica da incidência da febre escaro-nodular apresenta um

padrão mais disperso do que a da brucelose. No entanto, observam-se também

valores mais altos de incidência em grande parte dos concelhos do distrito de

Bragança e nos concelhos do sul do distrito de Vila real (Figura 60).

Fonte: DGS

Figura 60 – Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de febre escaro-nodular (CID10 A77.1) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 – 2004, por concelho de residência

Não se observou um predomínio de género na incidência de febre escaro-

nodular. A maioria dos casos declarados (55%) tinha menos de 15 anos de idade.

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85

6.2.5. Doenças evitáveis pela vacinação

Dentro do grupo das doenças evitáveis pela vacinação, decidiu-se destacar o

tétano pela eficácia da vacina na sua prevenção e a tosse convulsa pela sua

reemergência no ano de 2004.

6.2.5.1. Tétano (CID 10 – A35)

Durante o quinquénio 2000-2004 foram notificados vinte e um casos de tétano

na região Norte. Neste período não ocorreram casos de tétano neonatal. O que

corresponde a uma redução de casos relativamente aos dois quinquénios anteriores,

65 no quinquénio 1990-1994 e 51 no quinquénio 1995-1999. A distribuição geográfica

dos 21 casos notificados no quinquénio 2000-2004 pode ser observada na Figura 61.

Um estudo relativo aos casos de tétano notificados na região Norte entre 1993

e 2002 (16), revelou que 88% dos 91 casos pertenciam ao grupo etário entre 50 e 84

anos, e que 73,7% dos casos de idade igual ou superior a 65 anos eram do sexo

feminino. Nesta série de casos, a letalidade foi de 11,8%. O mesmo estudo revelou

que nenhum doente estava adequadamente vacinado e que quase todos tinham

recorrido a serviços de saúde (por motivos vários) nos 10 anos anteriores à ocorrência

da doença, traduzindo repetidas oportunidades perdidas de vacinação.

Fonte: DGS

Figura 61 – Número acumulado de casos de Tétano (CID10 A35) declarados na região Norte de Portugal, por concelho de residência. 2000 – 2004

Page 109: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

86

A população portuguesa apresenta um elevado grau de imunização contra o

tétano, conforme dados da Avaliação do Programa Nacional de Vacinação – 2º

Inquérito Serológico Nacional – Portugal Continental 2001-2002 (Figura 62). No

entanto, só se elimina esta doença garantindo uma cobertura vacinal de 100% da

população.

Fonte: DGS

Figura 62 – Distribuição dos indivíduos com resultado positivo (concentração de anticorpos IgG ≥ 0,1 UI/mL) para a toxina do tétano, por grupo etário (fonte: Avaliação do PNV - 2º Inquérito Serológico Nacional - Portugal Continental 2001-2002)

6.2.5.2. Tosse convulsa (CID10 – A37)

Durante o quinquénio 2000-2004 foram notificados trinta e dois casos de tosse

convulsa (Quadro I). Contrariando a tendência descendente que vinha sendo

observada nos anos anteriores, em 2004 foram notificados vinte e seis casos.

O maior número de casos declarados observou-se em residentes nos

concelhos limítrofes do concelho do Porto (Vila Nova de Gaia – 9 casos, Maia – 5

casos, Gondomar – 3 casos) e nos concelhos de Póvoa de Varzim, Vila Nova de

Famalicão e Guimarães (3 casos em cada concelho) (Figura 63).

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87

Fonte: DGS

Figura 63 – Número acumulado de casos de tosse convulsa (CID10 - A37) declarados na região Norte de Portugal, por concelho de residência. 2000 – 2004

A grande maioria dos casos notificados, isto é 29 em 32 (90,6%) ocorreu em

crianças de idade inferior a seis meses, não tendo portanto idade para terem

completado a primovacinação com DTP. Destes, 18 tinham idade inferior a dois meses

e não podiam ter sido vacinados. Todos os casos notificados em crianças com menos

de dois meses de idade ocorreram em 2004. Dos três casos com mais de seis meses

de idade, dois estavam vacinados (um com quatro doses e outro com cinco doses).

0

5

10

15

20

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 >12

Mês de idade

N.º

de c

asos

2004

2003

2002

2001

2000

Fonte: DGS

Figura 64 – Casos de tosse convulsa (CID10 - A37) declarados na região Norte de Portugal de 2000 a 2004, por mês de idade e ano de notificação

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88

6.2.6. Hepatites víricas transmitidas por via parentérica

6.2.6.1. Hepatite aguda por vírus B (CID10 - B16)

O número de casos declarados de hepatite aguda por vírus B apresentou um

acentuado decréscimo na última década em todo o país (Figura 65).

Durante o quinquénio 2000-2004 foram notificados 271 casos de hepatite

aguda por vírus B na região Norte. A taxa bruta de incidência foi idêntica na região

Norte e no resto do País (Figuras 56 e 57). No entanto a taxa de incidência específica

no grupo etário de idade inferior a 15 anos foi menor na região Norte do que no resto

do País (respectivamente, 0,72 e 0,86 casos novos por 100.000 pessoas ano; p

<0,001).

A distribuição dos casos notificados por idade e sexo revela que 66,4%

estavam incluídos no grupo etário dos 15 aos 44 anos de idade e que 68,6% dos

casos eram indivíduos do sexo masculino. No entanto, a razão da masculinidade

aumentou com a idade, sendo no grupo etário menor do que 15 anos de 1,0, no grupo

etário 15 a 44 anos de 2,2 e no grupo etário igual ou superior a 45 anos de 2,7.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

N.º

de c

asos

Portugal

Resto do País

R. Norte

Font e: DGSServiço de Epidemiologia CRSPN

Vacinação (adolescentes)

Vacinação (Recém-nascidos)

Fonte: DGS

Figura 65 – Número anual de casos de hepatite aguda por vírus B (CID10 – B16) declarados em Portugal, no resto do País e na região Norte, 1993–2004 com indicação do ano de introdução no PNV da vacina da hepatite B

Em 161 dos 271 casos notificados, foi referida a não existência de actividade

de risco para a doença. Em 68 casos, essa informação era omissa. Em apenas 42

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89

casos foi referida existência de actividade de risco, tendo sido identificada a

toxicodependência em 78,6% destes casos.

A distribuição proporcional da origem provável da infecção, dos 98 casos em

que essa informação estava disponível, foi a seguinte: a via parentérica e a via sexual,

cada uma com 35,7% dos casos, foram as mais frequentes; as vias de transmissão

horizontal e vertical foram responsabilizadas por 4,1% dos casos, cada; nos restantes

20,4%, foram referidas outras origens.

6.2.6.2. Hepatite aguda por vírus C (CID10 - B17.1)

Durante o quinquénio 2000-2004 foram notificados 271 casos de hepatite

aguda por vírus C. A taxa bruta de incidência foi idêntica na região Norte e no resto do

País (Figuras 56 e 57. Da distribuição por grupo etário e sexo (Figura 66), realçam-se

os factos de 84,5% dos casos declarados na região Norte terem correspondido a

indivíduos do sexo masculino e de 87,5% dos casos estarem incluídos no grupo etário

dos 20 aos 44 anos de idade.

0

20

40

60

80

100

Grupo Etário (anos)

N.º

de c

asos

M

H

Fonte: DGS

Figura 66 – Distribuição do número de casos de hepatite aguda por vírus C (CID10 - B17.1) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 – 2004, por grupo etário e sexo

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90

Em 94,4% dos 213 casos em que foi referida existência de actividade de risco,

a actividade descrita foi a toxicodependência; a reclusão e toxicodependência

associadas e a reclusão isolada foram responsáveis por 1,4% dos casos, cada; a

prostituição foi referida em 1,9% dos casos.

A origem provável da infecção, descrita em 228 casos, distribuiu-se da seguinte

forma: via parentérica, em 92,5% dos casos; via sexual, em 3,9% dos casos, outras

origens, em 3,5% dos casos.

6.2.7. Conclusões

A distribuição preferencial das zoonoses (brucelose e febre escaro-nodular)

nos distritos do interior (Bragança e Vila Real) justifica o planeamento de acções

integradas específicas desses distritos e envolvendo os Serviços de Veterinária.

Dada a gravidade clínica do tétano, os elevados custos associados ao

tratamento e a elevada eficácia da vacina anti tetânica, deverá ser consolidado o

aumento da cobertura vacinal em adultos, especialmente nos de idade superior a 50

anos, aproveitando todas as oportunidades de vacinação.

O aumento do número de casos de tosse convulsa declarados em 2004,

relativamente aos anos anteriores, bem como a sua distribuição etária, leva-nos a

admitir a hipótese da diminuição dos níveis de anticorpos maternos protectores, como

explicação dos casos notificados com idades inferiores à do início da vacinação com a

DTP.

Dadas as elevadas coberturas vacinais da vacina contra a hepatite B é de

esperar que a curva epidémica continue a apresentar uma tendência descendente.

A situação epidemiológica da hepatite C, expressa pelas DDO, não parece ser

diferente da observada no resto do País. Esta doença tem impacto sobretudo na

população activa do sexo masculino. Os custos associados ao tratamento são

elevados e constituem mais uma razão para se investir em programas de prevenção

primária.

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91

6.3. Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana

6.3.1. Introdução O diagnóstico da situação relativo à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência

Humana (VIH) na região Norte (RN) foi elaborado com base nos dados fornecidos pelo

Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis (CVEDT) do Instituto

Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge no que se refere à morbilidade e, com base nos

dados fornecidos pela Direcção de Serviços de Informação e Análise (DSIA) da

Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Estatística (INE) no que se

refere à mortalidade.

6.3.2. Morbilidade Até 30 de Junho de 2005 foram declarados ao CVEDT 6850 casos de infecção

pelo VIH em residentes na região Norte, correspondendo a cerca de 25% do total de

casos declarados em Portugal (27031) (Quadro 32).

Quadro 32 – Distribuição das notificações de infecção VIH por ano de diagnóstico e por tipo de infecção na região Norte (declarados ao CVEDT até 30 de Junho de 2005)

Ano PA* CRS** SIDA*** Total 1981 0 0 0 0 1982 0 0 0 0 1983 0 0 0 0 1984 0 0 1 1 1985 1 0 3 4 1986 2 4 6 12 1987 8 5 13 26 1988 9 6 19 34 1989 13 10 29 52 1990 30 15 33 78 1991 42 30 51 123 1992 93 29 82 204 1993 102 41 83 226 1994 114 32 131 277 1995 201 34 182 417 1996 288 41 204 533 1997 357 44 251 652 1998 292 45 247 584 1999 261 35 316 612 2000 571 48 306 925 2001 183 31 342 556 2002 217 43 322 582 2003 247 42 300 589 2004 145 23 183 351

*PA - Portadores Assintomáticos **CRS – Complexos Relacionados com SIDA ***SIDA – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Fonte: CVEDT

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92

No Quadro 32 e Figura 67 observa-se a distribuição das notificações relativas à

região Norte por tipo de infecção e por ano de diagnóstico. Dado o atraso que se

observa na notificação, apenas se consideraram as infecções diagnosticadas até

2004.

Evolução do número de casos de PA, CRS, SIDA e total, por ano de diagnóstico.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

19 8 1 19 8 3 19 8 5 19 8 7 19 8 9 19 9 1 19 9 3 19 9 5 19 9 7 19 9 9 2 0 0 1 2 0 0 3

PACRSSIDATotal

Fonte: CVEDT

Figura 67 - Evolução do número de casos de Portadores Assintomáticos (PA), Complexos Relacionados com SIDA (CRS), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e total, por ano de diagnóstico. Região Norte. 1981-2003 (casos declarados até 30/06/2005)

A evolução temporal do total de casos de infecção VIH diagnosticados mostra

um paralelismo de configuração com a curva respeitante aos diagnósticos de

Portadores Assintomáticos (PA), com valores máximos atingidos nos anos de 1997 e

2000. De realçar ainda que, após o pico observado no ano 2000 e subsequente

descida, nos anos posteriores o número total de casos diagnosticados sofreu um

ligeiro crescimento entre 2001 e 2003. Dado o atraso na notificação, é prematuro

valorizar a evolução observada em 2004. O número de casos de SIDA aumentou até

ao ano de 2001, para em seguida se observar uma ligeira descida, a valorizar quando

dispusermos de dados mais actualizados.

A comparação da taxa de incidência de SIDA entre Portugal e a região Norte

indica que, até ao ano 2000, os valores observados em Portugal foram sempre

superiores aos da região, sendo que a partir desse ano a região Norte passou a

apresentar valores superiores aos do País (Figura 68).

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93

Evolução da taxa de incidência (/1 000 000) de SIDA

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003

P o rtugalN o rte

Fonte: CVEDT

Figura 68 - Evolução da taxa de incidência (/1000000) de SIDA em Portugal e na região Norte, 1987-2003

Nos diferentes distritos da região Norte, o distrito do Porto contribui com 84%

para o total de casos acumulados, seguindo-se-lhe o distrito de Braga, Viana do

Castelo, Vila Real e Bragança (Quadro 33). Esta distribuição proporcional apresenta

grandes diferenças em relação à distribuição percentual dos efectivos populacionais

por distrito.

Quadro 33 - Distribuição do número de casos de infecção VIH por distrito e da população residente, região Norte

Distrito Casos infecção VIH (%) População residente (%) Estimativa INE 2004

Braga 671 (10%) 851 337 (26,0%) Bragança 100 (1,5%) 145 486 (4,5%) Porto 5681 (84,2%) 1 768 162 (55,0%) Viana do Castelo 178 (2,6%) 251 937 (8,0%) Vila Real 115 (1,7%) 221 218 (6,8%) Total 6745 (100%) 3 274 993 (100%)

A taxa de incidência da infecção VIH observada na região Norte no quinquénio

1995/1999 foi de 179,1/1000000 pessoas-ano, variando o valor observado nos

diferentes distritos entre 288,3 no distrito do Porto e 22,6 no distrito de Bragança

(Figura 69).

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94

Legenda: Incidência por 1000000 pessoas-ano 0 – 39

40 - 99

>=100

Fonte: CVEDT Figura 69 – Taxa de incidência (/1000000) da infecção VIH nos distritos da região Norte, entre 1995 e 1999

A distribuição dos casos declarados de infecção VIH por sexo indica um claro

predomínio da infecção em indivíduos do sexo masculino: do total de 6846 casos

declarados até 30 de Junho de 2005 cujo sexo é conhecido, 19% são do sexo

feminino e 81% do sexo masculino.

Considerando os estádios extremos da infecção VIH, observa-se que a maior

parte dos casos de Portadores Assintomáticos (PA) têm idades compreendidas entre

os 25 e os 29 anos, enquanto que a maior parte dos casos de SIDA pertencem à

classe etária dos 30-34 anos (Figura 70). Nos grupos etários mais avançados o

número de casos de SIDA é superior ao número de casos de PA. A frequência

acumulada dos casos de infecção VIH por sexo indica que as mulheres infectadas têm

idades genericamente mais baixas do que os homens.

Taxa de incidência (/1000000) da infecção VIH

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95

Distribuição do número de casos de PA e de SIDA na Região Norte por grupo etário

0100200300400500

600700800900

1000

<1ano

5-9anos

15-19anos

25-29

anos

35-39

anos

45-49

anos

55-59

anos

65+anos

PA

SIDA

Fonte: CVEDT

Figura 70 - Distribuição do número de casos de Portadores Assintomáticos (PA) e de SIDA declarados até 30/06/2005 na região Norte, por grupo etário

A comparação entre número de casos de infecção VIH declarados até

Dezembro de 2002 e o número de casos declarados até Junho de 2005 por grupo

etário, indica que nestes últimos anos a maior parte das notificações de casos ocorreu

nos grupos etários 25-29 e 30-34 anos (Figura 71).

Número de casos acumulados de infecção VIH por grupo etário

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

<1 ano 1-4anos

5-9anos

10-14anos

15-19anos

20-24anos

25-29anos

30-34anos

35-39anos

40-44anos

45-49anos

50-54anos

55-59anos

60-64anos

65+anos

Jun-05

Dez-02

Fonte: CVEDT

Figura 71 - Número de casos acumulados de infecção VIH por grupo etário declarados na região Norte até 31/12/2002 e até 30/06/2005

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96

Do total de 6850 casos de infecção VIH declarados até 30 de Junho de 2005,

em 6733 foi possível identificar a categoria de transmissão (Quadro 34), pertencendo

66% dos casos à categoria “Toxicodependente”, 25% à categoria “Heterossexual” e

7% à categoria “Homo/Bissexual”.

Quadro 34 – Distribuição da categoria de transmissão nos casos de infecção VIH declarados na região Norte até 30 de Junho de 2005

Categoria nº de casos Percentagem Hemofílico 32 0,5 Heterossexual 1691 25,1 Homo/bissexual 440 6,5 Homo/Toxicodependente 37 0,5 Mãe/filho 41 0,6 Toxicodependente 4437 65,9 Transfusionado 55 0,8 Total 6733 100

Fonte: CVEDT

A evolução do número de Portadores Assintomáticos (PA) declarados durante

os últimos anos por categoria de transmissão (Quadro 35), mostra: um aumento do

número de casos de PA nas categorias “Heterossexual” e “Homo/bissexual”, após um

aumento no número de casos de PA na categoria “Toxicodependente” entre 2002 e

2003, uma eventual estabilização do fenómeno.

Quadro 35 – Número de casos de PA declarados na região Norte por categoria de transmissão. 2001-2003

Categoria de transmissão 2001 2002 2003 Heterossexual 21 38 80 Homo/bissexual 6 11 15 Mãe/filho 4 5 2 Toxicodependente 43 23 65 Outras 0 0 1 Total (variação em relação ao ano anterior)

74

77 (+4%)

163 (+112%)

Fonte: CVEDT

Na Figura 72 observamos a importância relativa das principais categorias de

transmissão para o total de casos de PA declarados até 31 de Dezembro de 2001,

sendo de realçar que naquela data, cerca de 3 em cada 4 casos declarados

pertenciam à categoria “Toxicodependente”. Durante os últimos anos (Figura 73) a

importância relativa dos novos casos de PA declarados na região sofreu as seguintes

alterações: ligeiro aumento da proporção de casos declarados na categoria

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97

“Homo/bissexual”, aumento da proporção de casos declarados na categoria

“Heterossexual” e diminuição na categoria “Toxicodependente”.

Percentagem de casos de PA declarados, por categoria de transmissão, até 31/12/2001

19%

5%

74%

2%

HeterossexualHomo/bissexualToxicodependenteOutras

Fonte: CVEDT

Figura 72 - Percentagem de casos de portadores assintomáticos (PA) declarados na região Norte até 31/12/2001 por categoria de transmissão

Percentagem de casos de PA, por categoria de transmissão, até 30/06/2005

25%

6%

67%

2%

HeterossexualHomo/bissexualToxicodependenteOutras

Fonte: CVEDT

Figura 73 - Percentagem de casos de portadores assintomáticos (PA) declarados na região Norte até 30/06/2005 por categoria de transmissão

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98

A evolução do número de casos de SIDA declarados na região por categoria de

transmissão (Quadro 36) indica um aumento, entre 2002 e 2003, no número de casos

na categoria “Heterossexual”. Na categoria “Homo/bissexual”, após uma diminuição do

número de casos entre 2002 e 2003, um crescimento durante o último ano e meio. Na

categoria “Toxicodependente” houve uma diminuição do número de casos entre 2001

e 2002, um ligeiro crescimento em 2003 e, a manter-se a evolução no último ano e

meio, poderá haver uma diminuição ou estabilização no número de casos.

Quadro 36 – Número de casos de SIDA declarados na região Norte por categoria de transmissão, 2001-2003

Categoria de transmissão 2001 2002 2003 Heterossexual 70 72 115 Homo/bissexual 7 13 6 Mãe/filho 0 0 1 Toxicodependente 243 172 191 Outras 4 6 2 Total (variação em relação ao ano anterior) 324 263 (-19%)

315 (+20%)

Fonte: CVEDT

A evolução da importância relativa das principais categorias de transmissão

para o total de casos de SIDA declarados na região (Figuras 74 e 75), indica um

aumento da importância relativa da categoria “Heterossexual” em detrimento da

categoria “Toxicodependente”.

Percentagem de casos de SIDA por categoria de transmissão, até 31/12/2001

22%

8%

67%

3%

HeterossexualHomo/bissexualToxicodependenteOutras

Fonte: CVEDT

Figura 74 - Percentagem de casos de SIDA declarados na região Norte até 31/12/2001 por categoria de transmissão

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99

Percentagem de casos de SIDA por categoria de transmissão, até 30/06/2005

26%

7%

64%

3%

HeterossexualHomo/bissexualToxicodependenteOutras

Fonte: CVEDT

Figura 75 - Percentagem de casos de SIDA declarados na região Norte até 30/06/2005 por categoria de transmissão A Tuberculose foi a doença indicadora de SIDA em 1730 dos 3121 casos

declarados na região até 30 de Junho de 2005, representando 55% do total de casos

de SIDA. Em Portugal, a Tuberculose representou, para o mesmo período de tempo,

49% (5987/12210) do total de casos declarados de SIDA. Nestes últimos anos, o

contributo da Tuberculose enquanto doença indicadora para o total de casos de SIDA

declarados anualmente tem variado entre um máximo de 62% em 2001 e um valor

mínimo de 51% durante 2004 e o primeiro semestre de 2005 (Quadro 37).

Quadro 37 – Número e percentagem de casos de SIDA em que a Tuberculose foi doença indicadora (SIDA/TB) na região Norte, de Janeiro de 2001 a Junho de 2005

Ano SIDA/TB SIDA Percentagem2001 203 327 62%2002 156 264 59%2003 173 316 55%2004 e até Junho 05 208 405 51%

Fonte: CVEDT

6.3.3. Mortalidade

Na região Norte, o número de casos de SIDA por ano de diagnóstico cresceu

até 2001, mostrando uma tendência para o decréscimo a partir desse ano, o número

de mortes por SIDA cresceu até 2002, tendo diminuído em 2003 (figura 76).

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100

Número de casos de SIDA e óbitos por SIDA por ano de diagnóstico

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002

ÓbitosCasos

Fonte: CVEDT/DSIA/INE

Figura 76 - Evolução do número de casos de SIDA por ano de diagnóstico e do número de óbitos por SIDA por ano de ocorrência, na região Norte, 1990-2002

Em Portugal, a evolução, tanto do número de casos de SIDA como do número

de óbitos por SIDA, depois de ter aumentado até 1999, parece ter estabilizado após

essa data (Figura 77).

Número de casos de SIDA por ano de diagnóstico e número de óbitos por SIDA por ano de ocorrência.

Portugal 1987-2001.

0

200

400

600

800

1000

1200

1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003

N.casosN.óbitos

Fonte: CVEDT/DSIA/INE

Figura 77 - Evolução do número de casos de SIDA por ano de diagnóstico e do número de óbitos por SIDA por ano de ocorrência. Portugal 1987-2001

Page 124: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

101

Na grande maioria dos países da Europa Ocidental, a evolução do número de

casos de SIDA e de mortes por SIDA sofreu um crescimento até ao fim da primeira

metade dos anos 90 e uma descida a partir de então, sendo que nos últimos anos

ambos os fenómenos parecem ter sofrido alguma estabilização (17). Este padrão,

observado em todos os países à excepção de Portugal, tem sido interpretado como

sendo o resultado da adopção de esquemas de terapêutica anti-retrovírica de alta

eficácia.

A comparação entre o risco de morrer por SIDA em Portugal e na região Norte

indica que, para além do fenómeno ter uma evolução diferente, os valores observados

na região têm sido sempre inferiores aos do País (figura 78).

Evolução da taxa de mortalidade (/1 000 000) por SIDA em Portugal e na região Norte. 1988-2003.

0 , 0 0

2 0 , 0 0

4 0 , 0 0

6 0 , 0 0

8 0 , 0 0

10 0 , 0 0

12 0 , 0 0

19 8 8 19 9 0 19 9 2 19 9 4 19 9 6 19 9 8 2 0 0 0 2 0 0 2

P or t uga l - M or t

Nor t e - M or t

Fonte: DSIA/INE

Figura 78 - Evolução da taxa de mortalidade (/1 000 000) por SIDA em Portugal e na região Norte, entre 1988 e 2003

O número de mortes por SIDA não tem evoluído, na região, da mesma forma

no sexo masculino e feminino (Figura 79): no sexo masculino, após um aumento

observável até 2002, houve um decréscimo em 2003, no sexo feminino observa-se um

crescimento lento e gradual no número de óbitos.

Page 125: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

102

Evolução do número de óbitos por SIDA e por sexo 1990-2003

0

50

100

150

200

250

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002

Masculino

Feminino

Fonte: DSIA/INE

Figura 79 - Evolução do número de óbitos por SIDA e por sexo na região Norte, entre 1990 e 2003

O grupo etário em que se observou um maior número de mortes por SIDA na

região Norte foi o de idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos (Figura 80), no

entanto, observou-se uma diminuição do número de óbitos naquele grupo em 2001. O

número de mortes por SIDA no grupo etário 35-44 anos tem vindo a crescer desde

1990, sendo o crescimento mais evidente a partir de 1997.

Evolução do número de óbitos por SIDA, por grupo etário.

Região Norte - 1990/2001

0

20

40

60

80

100

120

140

<15 anos

15- 24 anos

25- 34 anos

35- 44 anos

45- 54 anos

55+ anos

Fonte: DSIA

Figura 80 - Evolução do número de óbitos por SIDA segundo o grupo etário, na região Norte, entre 1990 e 2001

Page 126: Saúde na Região Norteportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30

103

6.3.4. Conclusões As conclusões que se podem retirar dos dados apresentados enfermam das

limitações que decorrem da validade e robustez do sistema de onde se retirou a

informação utilizada.

O risco de contrair SIDA na região Norte tem continuado a subir, tendo já

ultrapassado os valores observados em Portugal. Este facto leva-nos a ponderar a

necessidade de estudar mais detalhadamente as razões deste fenómeno, tanto que,

com o acesso a terapêuticas antiretrovíricas de alta eficácia, seria de esperar que

tanto a incidência de SIDA como a mortalidade já tivessem sofrido o decréscimo

observado nos restantes países da Europa Ocidental.

Em 2003, tanto o número de casos de PA como de SIDA declarados na região

Norte aumentou, sendo esse aumento mais evidente nos PA. Não sabemos se a

abertura dos Centros de Rastreio Anónimo terá contribuído para diminuir o sub-

diagnóstico, ou se haverá, de facto, aumento da incidência.

As formas de transmissão da infecção VIH sofreram, nestes últimos anos,

alterações que convém sublinhar. Se considerarmos que os PA declarados

correspondem a infecções mais recentes, o risco de contrair a infecção por via sexual

(hetero ou homossexual) aumentou. Um outro facto nos pareceu muito preocupante: o

crescimento do número de casos de PA por transmissão vertical ocorridos na região

no último ano e meio. A inclusão do rastreio VIH nos exames analíticos de vigilância

de gravidez e a eficácia da prevenção da transmissão vertical deveriam ter contribuído

para uma diminuição do risco. Consideramos de primordial importância um estudo

mais detalhado desta situação. Em relação à SIDA também se observou um aumento

do risco de transmissão por via sexual (hetero e homossexual), neste caso reflexo de

comportamentos ocorridos em épocas anteriores.

A tuberculose é a principal doença indicadora de SIDA na região Norte,

assumindo uma importância superior ao País. Este facto eventualmente reflecte o

elevado nível endémico de tuberculose que se observa na região, consubstanciando a

necessidade premente de estratégias integradas de luta contra aqueles problemas de

saúde.

No que se refere ao risco de morrer por SIDA, os dados da região apontam

para uma eventual estabilização, o que, conjugado com o aumento de incidência,

obriga a considerar a subida da prevalência da SIDA no planeamento dos serviços de

saúde. Finalmente, dois factos importantes em relação à mortalidade por SIDA: o

aumento dos óbitos no grupo etário 35-44 anos e a subida, mesmo que de pequena

dimensão, observada no sexo feminino.

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104

6.4. TUBERCULOSE

6.4.1. Introdução

No Plano Nacional de Saúde 2004-2010, a Tuberculose (TB) é uma das

prioridades identificadas, sendo referido que a estratégia a desenvolver, inserida no

Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose (PNT) que data de 1995, passa pela

implementação e expansão da estratégia DOTS (Directly Observed Therapy Short-

course) da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os princípios organizacionais que

concorrem para aquela estratégia são (18):

- Disponibilidade de uma rede de estruturas descentralizadas para diagnóstico e

tratamento dos casos, baseada nos serviços de saúde existentes e integrada na rede

dos Cuidados de Saúde Primários;

- Boa gestão do programa de tuberculose, baseada na responsabilização e na

supervisão dos profissionais de saúde;

- Implementação de um sistema de avaliação da detecção de novos casos e das

recidivas e análise por coortes dos resultados do tratamento.

O diagnóstico da situação epidemiológica da tuberculose na região Norte (RN) foi

feito com base nos dados do Sistema de Informação do PNT (SVIG-TB).

6.4.2. Morbilidade A TB é um problema de saúde pública que assume em Portugal uma dimensão

preocupante no contexto da região Europeia: em 2003, a taxa de incidência de

tuberculose em Portugal foi de 38/100 000, valor apenas inferior ao observado nos

países Bálticos. Nos últimos 30 anos a incidência de tuberculose em Portugal tem

vindo a descer de forma lenta, no entanto, entre 1972 e 2002 observou-se uma

redução de 57% na taxa de incidência (Figura 81).

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105

Fonte: SVIG-TB

Figura 81 – Evolução da taxa de incidência (/100000) de tuberculose em Portugal, no período de 1972 a 2002

Existe uma grande variabilidade na incidência de tuberculose ao nível das

diferentes unidades geográficas, com grande concentração de risco nos distritos do

Porto, Lisboa e Setúbal (Figura 82).

Fonte: SVIG-TB

Figura 82 – Distribuição geográfica da incidência média anual (/100000) de casos de tuberculose notificados entre 2000-2004

0-10 10-20 20-40 >40

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106

No ano de 2004, a taxa de incidência de tuberculose em Portugal foi de

33,7/105 enquanto que na região Norte foi de 42,8.

Na região Norte, entre 1987 e 2004, o número de novos casos de tuberculose

decresceu 45% (Figura 83), sendo que o decréscimo médio anual durante aquele

período de tempo foi de 3,7%.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003

Fonte: SVIG-TB

Figura 83 – Número de novos casos de tuberculose declarados no Norte de Portugal, entre 1987 e 2004

Durante o último quinquénio, o número total de casos de tuberculose

notificados na região Norte atingiu o máximo em 2002, tendo decrescido a partir desse

ano (Figura 84). Em relação aos casos novos observa-se o mesmo tipo de evolução.

Fonte: SVIG-TB

Figura 84 - Evolução do total de casos e casos novos de tuberculose notificados na região Norte, entre 2000 e 2004

Evolução do total de casos e casos novos de tuberculose 2000-2004

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2000 2001 2002 2003 2004

Total casosCasos novos

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107

A distribuição da incidência de tuberculose por grupo etário na região Norte

mostra que aumenta com a idade até ao grupo etário dos 35 aos 44 anos, diminui até

ao grupo 55-64 anos, para voltar a subir nos idosos (Figura 85). A incidência de

tuberculose no sexo masculino é superior à incidência no sexo feminino, sendo essa

diferença particularmente notória no grupo etário dos 35-44 anos. No sexo feminino o

pico de incidência ocorre em idades mais jovens do que no sexo masculino.

Taxa de incidência de tuberculose (/100 000) por grupos etários e por sexo, 2003

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

00-04 05-14 15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65-74 >=75

Taxa M

Taxa F

Taxa MF

Fonte: SVIG-TB

Figura 85 - Taxa de incidência de tuberculose (/100000) na região Norte por grupos etários, total e por sexo, em 2003

A maioria dos casos de tuberculose tem localização pulmonar, quer exclusiva

quer associada a outras localizações, sendo que a proporção de casos com

localização pulmonar tem variado no último quinquénio entre 73 e 75%. As formas

graves de doença tuberculosa, disseminada e do Sistema Nervoso Central, têm

sofrido, nos últimos cinco anos, um decréscimo (Figura 86), mais consistente na

tuberculose disseminada.

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108

Número de casos de tuberculose disseminada e do Sistema Nervoso Central - Região Norte, 2000-2004

0

10

20

30

40

50

60

2000 2001 2002 2003 2004

DisseminadaSNC

Fonte: SVIG-TB

Figura 86 - Evolução do número de casos de tuberculose disseminada e de tuberculose do sistema nervoso central notificados na região Norte, 2000-2004

A incidência de tuberculose em alguns grupos específicos merece uma

atenção especial. A evolução da tuberculose em profissionais de saúde, integrados ou

não no Serviço Nacional de Saúde, tem aumentado nos últimos três anos (Quadro 38),

apesar do número total de casos ter sofrido um decréscimo.

Quadro 38 – Evolução do número de casos de tuberculose em profissionais de saúde da região Norte, 2000-2004

Ano

Total casos declarados

Casos em profissionais de saúde

2000 1718 24 2001 1688 26 2002 1710 65 2003 1594 60 2004 1500 65

Fonte: SVIG-TB

O número de casos de tuberculose em indivíduos estrangeiros oscilou, nestes

últimos anos, entre um valor mínimo de 29 casos em 2004 e um máximo de 53 casos

em 2000 e 2001, oscilando entre 1,9% e 3,1% do total de casos declarados.

Em cada três casos de tuberculose notificados na região Norte ao longo do último

quinquénio, um é dependente do álcool ou de outras drogas (Figura 87). As oscilações

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109

que os números têm sofrido ao longo dos últimos anos não apontam uma tendência

definida.

Evolução do número de casos de tuberculose em dependentes do álcool e outras drogas

0

100

200

300

400

500

600

2000 2001 2002 2003 2004

outras

drogas iv

Álcool

Fonte: SVIG-TB

Figura 87 - Evolução do número de casos de tuberculose em dependentes do álcool, drogas intravenosas e outras drogas, na região Norte, 2000-2004

A incidência de tuberculose em reclusos tem variado, na região Norte, entre um

valor mínimo de 8 casos em 2003 e um máximo de 16 casos em 2002. O número de

casos de tuberculose em indivíduos sem-abrigo variou entre 12 casos em 2001 e 36

casos em 2004.

O número de casos de tuberculose notificados em indivíduos seropositivos

para o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) na região Norte sofreu um ligeiro

crescimento até 2003, tendo diminuído em 2004 (Figura 88). De realçar que, no

contexto da co-infecção TB/VIH, a importância dos toxicodependentes tem vindo a

diminuir nos dois últimos anos. Os casos de co-infecção TB/SIDA têm representado,

ao longo dos últimos cinco anos, entre 13% (2004) e 15% (2003) do total de casos de

tuberculose declarados na região Norte.

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110

Evolução do número de casos de tuberculose/SIDA em toxicodependentes e noutros grupos, 2000-2004

0

50

100

150

200

250

300

2000 2001 2002 2003 2004

Outros

Toxico

Fonte: SVIG-TB

Figura 88 - Evolução do número de casos de tuberculose/SIDA notificados na região Norte em toxicodependentes e noutros grupos, 2000-2004

6.4.3. Indicadores de Progresso 6.4.3.1. Meio de detecção O principal meio de detecção dos casos de tuberculose notificados na região

Norte durante o quinquénio 2000-2004 foi o rastreio passivo, variando entre 90,6% dos

casos em 2004 até 93,9% em 2001 (Quadro 39). O rastreio de contactos permitiu

identificar entre 2,9% dos casos em 2001 e 5,3% dos casos em 2004.

Quadro 39 – Evolução do meio de detecção dos casos de tuberculose notificados com informação sobre o meio de detecção, na região Norte, 2000-2004

Ano (nº de casos)

Rastreio passivo

Rastreio contactos

Outros Rastreio

2000 (n=1698) 1540 53 105 2001 (n=1683) 1581 48 54 2002 (n=1654) 1540 65 49 2003 (n=1395) 1293 57 45 2004 (n=1310) 1187 70 53

Fonte: SVIG-TB

6.4.3.1a. Rastreio de coabitantes A cobertura do rastreio dos coabitantes seleccionados tem vindo a descer ao

longo dos últimos anos, tendo sido rastreados em 2004 apenas 36% dos coabitantes

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111

seleccionados para rastreio (Quadro 40). O número médio de coabitantes rastreados

por caso de tuberculose pulmonar variou entre 1/caso em 2004 e 2,2 em 2002.

Quadro 40 – Evolução do número total de casos de tuberculose pulmonar e de coabitantes dos casos seleccionados e rastreados, na região Norte, 2000-2004

Ano

Seleccionados

Rastreados

Total casos

2000 3042 2107 (69%) 1264

2001 3632 2524 (70%) 1233

2002 3779 2835 (75%) 1289

2003 3130 1668 (53%) 1180

2004 3223 1159 (36%) 1130 Fonte: SVIG-TB

6.4.3.2. Toma Observada Directamente A evolução da proporção de doentes com tuberculose pulmonar em regime de

Toma Observada Directamente (TOD) revela que foi em 2000 que se atingiu o valor

mais elevado (85,8%). Aquele valor desceu até 2002, voltando a subir nos anos

subsequentes (Quadro 41).

Quadro 41 – Proporção de casos de tuberculose pulmonar em regime de Toma Observada Directamente na região Norte, 2000-2004

Ano Proporção em TOD*

2000 85,8%2001 77,8%2002 71,3%2003 75,8%2004 79,2%

*Toma Observada Directamente; Fonte: SVIG-TB

6.4.3.2. Sucesso terapêutico

Durante os anos de 2000 a 2003, o sucesso terapêutico nos casos de

tuberculose declarados na região Norte variou entre 80,5% em 2001 e 84,4% em 2003

(Quadro 42). De realçar que o sucesso nos casos de tuberculose pulmonar com

baciloscopia positiva foi semelhante ao sucesso obtido no total de casos. Em nenhum

dos anos foi atingida a taxa de sucesso necessária para assegurar uma descida do

nível endémico da tuberculose.

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112

Quadro 42 – Evolução do sucesso terapêutico no total de casos de tuberculose e nos casos de tuberculose pulmonar bacilífera declarados na região Norte, 2000-2003

Ano Sucesso(total de casos)

Sucesso(em bacilíferos)

2000 84,3% 84,4%2001 80,5% 80,8%2002 82,9% 83,6%2003 84,4% 84,0%

Fonte: SVIG-TB

6.4.4. Letalidade

A letalidade por tuberculose, calculada como a percentagem de casos falecidos

durante o tratamento, variou, na região Norte entre 6,3% dos casos declarados em 2000

e 4,7% dos casos declarados em 2004.

6.4.4.1. Perfis distritais A dimensão e o risco de tuberculose nos cinco distritos da região Norte

assumem valores muito díspares (Figura 89), justificando a apresentação dos perfis de

cada distrito e comparando-os com os valores observados na região Norte e em

Portugal Continental (Quadro 43).

Fonte: SVIG-TB

Figura 89 – Taxa de incidência de tuberculose (/100000) nos distritos da região Norte, 2004

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113

Cerca de 70% dos casos novos de tuberculose declarados na região Norte em

2004 residem no distrito do Porto. O risco de contrair tuberculose na região Norte

variou, em 2004, entre 24,0/100 000 para os residentes em Bragança, e 54,1 para os

residentes no distrito do Porto, risco bastante superior ao observado em Portugal

Continental. O distrito do Porto tem apresentado os valores de taxa de incidência de

tuberculose mais elevados do país.

Quadro 43 – Perfil da tuberculose nos distritos da região Norte, na região Norte e em Portugal Continental, 2004

Indicadores

Braga

Bragança

Porto

Viana C.

Vila Real

RN*

Continente

Casos novos (Taxa/105)

258 (30,5)

35 (24,0)

971 (54,1)

72 (28,7)

59 (26,6)

1395 (42,8)

3524 (35,3)

Recidivas

11 0 62 5 7 85 201

Estrangeiros**

10 (3,6%)

4 (11,1%)

10 (1,0%)

2 (2,5%)

3 (4,3%)

29 (1,9%)

448 (11,8%)

TB/SIDA

16 (5,8%)

0 162 (15,6%)

8 (10%)

3 (4,3%)

189 (12,6%)

601 (15,8%)

Microscopia +

137 (50%)

17 (47%)

612 (59%)

43 (54%)

42 (60%)

851 (57%)

2044 (54%)

Cultura +

156 (57%)

22 (61%)

466 (45%)

56 (70%)

48 (69%)

748 (50%)

2055 (54%)

Sucesso (2003)

83,5% 90,0% 83,6% 88,3% 94,2% 84,4% 82,4%

Resistência 1ª H

18 (17,6%)

0 14 (7%)

5 (12,8)

2 (8%)

39 (10,5%)

84 (7,5%)

Multirresistência 1ª 1 (1%) 0 2 (1%) 3 (7,7%) 0 6 (1,6%) 16 (1,4%) *RN: região norte; **número e % dos casos com informação Fonte: SVIG-TB

A importância relativa dos estrangeiros para o total de casos de tuberculose

apresenta um valor mais elevado no distrito de Bragança, sendo, no entanto, inferior

ao valor observado em Portugal Continental. Em alguns países da Europa Ocidental

cerca de metade dos casos de tuberculose surgem em estrangeiros, situação para a

qual deverá haver uma atenção redobrada em Portugal dada a entrada de muitos

estrangeiros no nosso país nos últimos anos.

A importância da co-infecção TB/SIDA para o total de casos de tuberculose

assumiu, em 2004, na região Norte um valor inferior ao de Portugal Continental, no

entanto, foi no distrito do Porto que se observou o valor mais elevado da região.

O sucesso terapêutico, indicador por excelência da efectividade do programa

de luta contra a tuberculose, não atingiu, em 2004, na região Norte o valor

preconizado pela OMS, sendo nos distritos de Braga e Porto que se observaram os

valores mais baixos da região.

Os indicadores de resistência aos anti-bacilares, nomeadamente a resistência

primária à Isoniazida, revelam nos distritos de Braga, Viana do castelo e Vila Real,

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114

valores mais elevados do que os observados em Portugal Continental. Em 2004, na

região Norte, a proporção de isolados com perfil de multiresistência foi superior à de

Portugal Continental, sendo que o valor mais elevado foi observado no distrito de

Viana do Castelo. Deve ser realçado, no entanto, que a cobertura de testes de

sensibilidade aos anti-bacilares em casos de tuberculose pulmonar atingiu, durante os

anos 2000-2004 valores que oscilaram entre 45% (2000) e 57,1% (2002 e 2004), pelo

que a interpretação dos dados deve levar isso em consideração.

6.4.5. Conclusões Pela análise dos dados apresentados podemos concluir o seguinte:

A região Norte e, dentro desta, o distrito do Porto, apresenta valores de

incidência de tuberculose superiores ao País;

O decréscimo médio anual da incidência da tuberculose não tem atingido os

valores necessários à consolidação da descida do nível endémico da doença;

A tuberculose atinge preferencialmente o sexo masculino e, neste grupo, as

idades compreendidas entre os 35 e os 44 anos de idade;

As mulheres, menos atingidas, adoecem, no entanto, mais cedo do que os

homens;

As formas graves de tuberculose têm vindo a diminuir;

O número de casos de tuberculose em profissionais de saúde tem aumentado

nos últimos anos;

Existe uma forte ligação entre a tuberculose e as toxicodependências

consideradas na sua globalidade (álcool, drogas por via endovenosa e outras);

O grupo dos toxicodependentes tem vindo a dar um contributo decrescente

para o total de casos com co-infecção TB/SIDA;

O rastreio de contactos apenas contribui com uma pequena proporção para o

total de casos de tuberculose diagnosticados anualmente. Tem havido, nos últimos

anos, um desinvestimento crescente e preocupante dos serviços no rastreio dos

coabitantes dos casos de tuberculose pulmonar;

As taxas de sucesso terapêutico atingidas na região nos casos de tuberculose

pulmonar com microscopia positiva revelam alguma fragilidade da efectividade dos

serviços envolvidos na luta contra a tuberculose.

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115

6.5. Coberturas Vacinais - Programa Nacional de Vacinação

6.5.1. Coberturas vacinais

O Centro Regional de Saúde Pública do Norte é responsável pela coordenação

do Programa Nacional de Vacinação na região de Saúde do Norte.

Nos Quadro 44, 45 e 46 apresentamos os resultados das avaliações da

cobertura vacinal por vacina e por coorte de nascimento avaliada. Tendo em conta o

esquema vacinal recomendado para a idade, as avaliações foram feitas aos 2, aos 6 e

aos 14 anos de idade pela consulta do universo das fichas contidas nos ficheiros de

vacinação de todas as unidades de saúde dos centros de saúde da região de Saúde

do Norte.

Os resultados do estudo de avaliação da cobertura vacinal de cada uma das

vacinas do esquema cronológico recomendado para a idade, nas coortes de

nascimento de 1999 a 2002, aos dois anos de idade, são apresentados no Quadro 44.

Quadro 44 – Cobertura vacinal (%) aos dois anos de idade, por vacina e por coorte de nascimento, de 1999 a 2002

Coortes de nascimento Vacinas / Doses 1999 2000 2001 2002

BCG *(n.a.) 99,0 99,5 98,2

DTP 3 98,4 98,7 99,2 98,9

Hib 3 96,9 98,7 99,1 98,9

VAP 3 98,3 98,7 99,2 99,1

VHB 3 93,3 98,7 99,1 99,1

VASPR 97,6 97,4 97,7 98,4 *(n.a.) Não avaliado

Os valores da cobertura vacinal avaliados nessas coortes aos dois anos de

idade são elevados para todas as vacinas consideradas.

Os resultados do estudo de avaliação da cobertura vacinal de cada uma das

vacinas do esquema cronológico recomendado para a idade, nas coortes de

nascimento de 1995 a 1998, aos seis anos de idade, são apresentados no Quadro 45.

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116

Quadro 45 – Cobertura vacinal (%) aos seis anos de idade, por vacina e por coorte de nascimento, de 1995 a 1998

Coortes de nascimento Vacinas 1995 1996 1997 1998

DTP 94,6 94,1 95,5 96,4

VAP 94,7 94,1 95,9 98,2

VASPR 94,6 93,3 94,6 95,0

Os valores da cobertura vacinal avaliados nessas coortes aos seis anos de

idade são elevados para todas as vacinas consideradas.

Os resultados do estudo de avaliação da cobertura vacinal de cada uma das

vacinas do esquema cronológico recomendado para a idade, nas coortes de

nascimento de 1987 a 1990, aos 14 anos de idade, são apresentados no Quadro 46.

Quadro 46 – Cobertura vacinal (%) aos 14 anos de idade, por vacina e por coorte de nascimento, de 1987 a 1990

Coortes de nascimento Vacinas / Doses 1987 1988 1989 1990

Td 95,5 96,4 96,7 96,7

VASPR II 93,4 94,5 94,2 99,0

VHB 3 92,5 91,6 92,6 95,6

Os valores da cobertura vacinal avaliados nessas coortes aos catorze anos de

idade são elevados para todas as vacinas consideradas.

Não estão disponíveis dados de avaliação das coberturas vacinais em adultos

pela vacina anti-tetânica que desde 2000 é administrada como vacina combinada

contra o tétano e a difteria, no entanto, os dados do 2.º Inquérito Serológico Nacional

(19) permitem uma avaliação baseada na proporção de indivíduos com resultado

positivo para anticorpos IgG contra o toxóide tetânico, por distrito da região Norte.

Observou-se que nos distritos de Braga e Viana do Castelo a proporção de indivíduos

imunizados contra o tétano é superior à proporção dos indivíduos imunizados a nível

nacional enquanto nos distritos de Bragança, Vila Real e Porto essa proporção é

inferior.

Os dados epidemiológicos disponíveis indicam que o Programa Nacional de

Vacinação é um programa de sucesso, com grande impacto sobre a incidência de

doenças preveníveis pela vacinação.

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7. MORBILIDADE PROFISSIONAL

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119

7.1. Introdução

Em Portugal, existe um sistema de vigilância epidemiológica de doenças

profissionais, de base populacional, baseado na notificação obrigatória dessas

patologias, sejam casos confirmados ou suspeitos. Os casos notificados são sujeitos a

verificação por parte do Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais

(CNPDP), o qual, após confirmação, dá conhecimento de todos os casos confirmados

aos serviços de saúde pública, para que possam ser desencadeadas medidas

preventivas.

Os dados a seguir apresentados referem-se aos casos de doença profissional

confirmados entre Janeiro de 2000 e Setembro de 2005 para o distrito do Porto.

Apenas foi considerado este distrito, uma vez que os casos correspondentes aos

restantes distritos da região Norte constituem um número muito diminuto (cerca de 80

a 100 casos confirmados por ano).

Os casos constantes na base de dados do Centro Regional de Saúde Pública

do Norte estão codificados por doença profissional e de acordo com a Classificação

Internacional de Doenças – Décima Revisão (CID10).

7.2. Morbilidade Ocupacional no Distrito do Porto, 2000-2005

O número de doenças profissionais no período considerado foi de 2576 (o que

equivale a uma incidência média de 430,8 novos casos por ano). É de referir que, de

acordo com o documento da Organização Mundial de Saúde – Global Strategy on

Occupational Health for All – The Way to Health at Work (20), apenas um número

limitado de casos de doença profissional são objecto de notificação, o que implica que

sejam necessários esforços adicionais para uma melhoria deste sistema de vigilância

epidemiológica.

A morbilidade no sexo masculino (1680 casos – 65% do total) foi cerca de duas

vezes superior ao sexo feminino (905 casos – 35% do total) (Figura 90).

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120

MORBILIDADE PROFISSIONAL POR SEXO

65%

35%

Feminino Masculino

Figura 90 – Distribuição da morbilidade profissional por sexo

No quadro 47 é apresentado o número de casos notificados e confirmados

entre Janeiro de 2000 e nos primeiros nove meses de 2005.

Quadro 47 – Evolução do número de casos das principais doenças profissionais notificados entre 2000 e 2005

Número de casos notificados Doenças profissionais (Classificação CID-10) 2000 2001 2002 2003 2004 2005

(Jan-Set)Intoxicações*

Cancro profissional (C00-C97) - 1 - 2 - - Efeitos tóxicos de substâncias de origem não-medicinal (T51-T65)

2 3 1 3 3 2

Doenças do aparelho respiratório* Asma profissional (J45.0) 1 32 8 24 19 7 Asbestose (J61.0) 1 2 5 2 - Silicose (J62.8) 39 159 75 186 112 43 Outras doenças pulmonares devidas a agentes externos (J60-J70)**

- 3 - 3 1 2

Doenças cutâneas* Doenças da pele e do tecido subcutâneo (L00-L99)

9 52 48 36 18 18

Devidas a agentes biológicos* Doenças infecciosas e parasitárias (A00-B99)

- 4 - 6 2 -

Devidas a agentes físicos* Transtornos dos nervos, das raízes e dos plexos nervosos (G50-G59)

8 48 97 89 41 1

Surdez profissional (H83.3) 26 73 126 167 70 54 Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (M00-M99)

29 134 203 255 189 27

Outras doenças 1 5 1 0 3 - TOTAL 114 512 561 776 459 154

* Grupos definidos de acordo com o Decreto Regulamentar nº6/2001 de 5 de Maio; **Excepto J45.0 e J62.8

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121

As actividades com maior número de registos de doença profissional foram as

de indústrias extractivas e da construção. Mais de 60% dos casos correspondeu a

doenças devidas a agentes físicos (tais como ruído e vibrações); cerca de um quarto

correspondeu a doenças do aparelho respiratório e menos de 1% foram doenças

devidas a agentes biológicos (Figura 91).

DISTRIBUIÇÃO POR GRUPOS DE DOENÇAS PROFISSIONAIS

0,4%

7,1%63,6%

28,2%

0,7% Intoxicações

Doenças do aparelho respiratório

Doenças cutâneas

Doenças devidas a agentes físicos

Doenças devidas a agentes biológicos

Figura 91 – Distribuição da morbilidade profissional por grupos de doenças

profissionais

Os cancros devidos à ocupação – os quais estão integrados no grupo das

“Intoxicações” – correspondem a uma proporção muito reduzida. Apenas 3 casos

(cerca de 0,1%) foram notificados no período em análise: 2 cancros da bexiga,

relacionados com a indústria têxtil e do couro e 1 cancro das glândulas salivares,

relacionado com a indústria da borracha e de matérias plásticas. Os três em indivíduos

do sexo masculino, grupo etário 45-64.

Este valor é muito inferior ao notificado em outros países, por exemplo, em

França, no ano 2003, foram reconhecidos 1281 casos de cancro profissional, o que

correspondeu a 3,7% do total de doenças profissionais naquele ano (21). Estes

resultados apoiam a hipótese de que em Portugal existe uma sub-notificação de

casos.

Das doenças do aparelho respiratório declaradas, 85% correspondiam a

silicose e 13% tinham o diagnóstico de asma ocupacional (Figura 92).

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122

DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO (N=725)

13%

85%

1%1%

Asma ocupacionalSilicoseAsbestoseOutras pneumoconioses

Figura 92 – Distribuição das doenças do aparelho respiratório por diagnóstico

A elevada proporção de casos de silicose declarados poderá corresponder a

uma falta de adopção de medidas preventivas nos locais de trabalho silicogénicos ou a

uma maior notificação por parte dos médicos como resultado de uma maior tradição

na associação desta patologia a actividades profissionais.

Cerca de dois terços das doenças cutâneas eram dermites alérgicas e 29%

dermites irritativas (Figura 93).

DOENÇAS CUTÂNEAS (N=183)

28,9%

5,6%

65,6%

Dermites alérgicasDermites irritativasDermites n.e.

Figura 93 – Distribuição das doenças cutâneas por diagnóstico

Das doenças por agentes biológicos, a mais frequente foi a tuberculose (6

casos – 50%) (Figura 94). De notar que 50% das doenças infecciosas e parasitárias se

verificou em pessoal de enfermagem.

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123

DOENÇAS POR AGENTES BIOLÓGICOS (N=12)

50,0%

8,3%8,3%8,3%

8,3%8,3% 8,3%

TuberculoseBrucelosePsitacoseHepatite BHepatite CVaricelaCandidíase cutânea

Figura 94 – Distribuição das doenças por agentes biológicos, por diagnóstico

Mais de metade (54,3%) das doenças devidas a agentes físicos

corresponderam a doenças músculo-esqueléticas, associadas aos seguintes factores:

vibrações;

pressão sobre bolsas sinoviais devida à posição ou atitude de trabalho;

sobrecarga sobre bainhas tendinosas, tecidos peritendinosos, inserções

tendinosas ou musculares, devida ao ritmo dos movimentos e à posição ou

atitude de trabalho;

pressão sobre a cartilagem intra-articular do joelho devida à posição de

trabalho.

As patologias causadas por pressão sobre nervos ou plexos nervosos devidas

à posição ou atitude de trabalho corresponderam a 22% do total. A surdez profissional

representou cerca de 24% das doenças provocadas por agentes físicos notificadas

(Figura 95).

DOENÇAS POR AGENTES FÍSICOS (N=1638)

0,2% 23,9%

54,3%

21,6% Doenças por radiações UV

Surdez profissional

Doenças músculo-esqueléticas

Doenças por pressão sobre nervos ouplexos nervosos

Figura 95 – Distribuição das doenças por agentes físicos, por diagnóstico

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124

Das doenças músculos-esqueléticas, 43,8% tiveram como diagnóstico

entesopatia, correspondendo as patologias devidas a efeitos de pressão sobre os

tecidos moles a 23,6% (Figura 96).

DOENÇAS MÚSCULO-ESQUELÉTICAS (N=843)

0,9%

43,8%

14,0%

23,6%

17,7%Artrose

Entesopatia

Sinovites

Efeitos da pressão sobre tecidos moles

Outras doenças músculo-esqueléticas

Figura 96 – Distribuição das doenças músculo-esqueléticas por diagnóstico

Os grupos etários com maior número de casos notificados foram o dos 45-54

anos (874 casos – 33,8%) e o dos 55-64 anos (778 casos – 30,1%).

Verificou-se que as doenças profissionais tiveram uma distribuição diferente de

acordo com os grupos etários, havendo uma maior proporção de doenças do aparelho

respiratório nos trabalhadores com idade superior a 44 anos – o que estará associado

à necessidade de um maior tempo de exposição para desenvolvimento de doença –,

enquanto nos mais jovens foram as doenças por agentes biológicos que apresentaram

uma maior proporção (Figura 97).

0%

20%

40%

60%

80%

100%%

18 - 24

25 - 34

35 - 44

45 - 54

55 - 64 > 6

5

DOENÇAS PROFISSIONAIS E GRUPOS ETÁRIOS

Doenças por agentes biológicos

Doenças por agentes físicos

Doenças dermatológicas

Pneumatoses

Intoxicações

Figura 97 – Proporção dos grupos de doenças profissionais por grupos etários

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125

Os sectores de actividade com registos mais elevados de doença profissional

foram as indústrias extractivas (Secção C da Classificação Portuguesa de Actividades

Económicas – CAE) e a construção (Secção F da CAE), com respectivamente 14% e

11% das 2564 empresas com actividade identificada pelo CNPDP.

Como seria de esperar, a distribuição de casos pelos grupos de doenças

profissionais foi diferente de acordo com a actividade exercida (Figura 98).

0%

20%

40%

60%

80%

100%%

7.1 7.2 7.3 7.4 8.1 8.2 9.3

DOENÇAS PROFISSIONAIS POR ACTIVIDADE

Doenças por agentes biológicosDoenças por agentes físicosDoenças cutâneasDoenças do aparelho respiratórioIntoxicações

Figura 98 – Distribuição das doenças profissionais por actividade exercida

7.1 - Operários, Artífices e Trabalhadores Similares das Indústrias Extractivas e da Construção Civil 7.2 - Trabalhadores da Metalurgia e da Metalomecânica e Trabalhadores Similares 7.3 - Mecânicos de Precisão, Oleiros e Vidreiros, Artesãos, Trabalhadores das Artes Gráficas e Trabalhadores Similares 7.4 - Outros Operários, Artífices e Trabalhadores Similares 8.1 - Operadores de Instalações Fixas e Similares 8.2 - Operadores de Máquinas e Trabalhadores da Montagem 9.3 - Trabalhadores Não qualificados das Minas, da Construção e Obras Públicas, da Indústria Transformadora e dos Transportes

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126

7.3. Conclusões

Os resultados apresentados reflectem uma provável sub-notificação de

doenças profissionais, particularmente de cancros e de doenças causadas por agentes

biológicos. Isto pode traduzir a dificuldade em reconhecer a actividade profissional

como determinante major da doença (por falta de colheita da história profissional,

ausência de notificação, dificuldades em identificar exposições profissionais passadas,

entre outras causas), e/ou que apesar de reconhecida não é notificada.

Independentemente do motivo, a sub-notificação impede a quantificação do problema

e limita a adopção de medidas preventivas, perpetuando-o.

Dos casos notificados no período em estudo verificou-se:

• Maior morbilidade no sexo masculino, no grupo etário dos 45 - 54 anos e

em trabalhadores das indústrias extractivas e da construção;

• A patologia mais notificada foi a silicose,

• Cerca de 2/3 das doenças profissionais foram devidas a agentes físicos

(em especial doenças músculo-esqueléticas e surdez profissional);

• O reduzido número de casos de cancro profissional notificados pode estar

em relação com o facto de os clínicos não pesquisarem a possível relação com

as exposições profissionais, particularmente nas patologias em que a

exposição ocorreu muitos anos antes em relação ao diagnóstico da doença.

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8. DETERMINANTES DA SAÚDE

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129

8.1. Introdução

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as doenças crónicas não

transmissíveis constituem hoje a principal causa de morbilidade e mortalidade

calculando-se, que em 2001 tenham contribuído com cerca de 75% da doença no

contexto europeu. A incidência terá tendência a aumentar, estimando-se que em 2020

contribuam com cerca de 80% do total de doença expresso em DALYs (anos de vida

perdidos ajustados para a incapacidade).

Estas doenças são potencialmente preveníveis através de abordagens

direccionadas para os factores modificáveis que as determinam, relacionados com

estilos de vida, como o consumo de tabaco e álcool, os hábitos alimentares e o

sedentarismo. Factores que são responsáveis por um elevado número de óbitos a

nível mundial (Figura 99).

Fonte: OMS, 2003

Figura 99 – Número de óbitos em 2000 por factores de risco, mundial

Nos países desenvolvidos os dez principais factores de risco, em percentagem

do peso da doença expresso em DALYs, são: tabaco (12,2%), hipertensão (10,9%),

bebidas alcoólicas (9,2%), valores elevados de colesterol (7,6%), excesso de peso

(7,4%), baixa ingestão de vegetais (3,9%), sedentarismo (3,3%), drogas ilícitas (1,8%),

sexo sem protecção (0,8%) e deficiência em ferro (0,8%) (22).

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130

Num estudo caso-controlo de enfarte agudo do miocárdio, efectuado na cidade

do Porto (23), estimou-se a percentagem de risco atribuível para alguns factores de

risco. Verificou-se para o sexo masculino e feminino, respectivamente, que a

distribuição da gordura corporal (relação cintura anca) contribuiu com 75,8% e 87,8%,

o índice de massa corporal com 43,3% e 28,2%, a actividade física com 37,7% e

37,8% e o consumo de tabaco com 45,8% e 8,8%.

É de esperar que, se forem instituídas medidas efectivas para o controlo e

prevenção destes factores de risco, poderá ser minimizada ou mesmo invertida a

tendência crescente de algumas doenças crónicas.

As informações sobre os determinantes de saúde apresentadas neste

documento tiveram como fonte o Inquérito Nacional de Saúde (INS) (7, 8) e diversos

trabalhos desenhados com diversos objectivos. A população a que se referem pode

não coincidir com a população da Região de Saúde do Norte. A amostra do INS é

representativa para os NUT II definidos pelo INE. O Norte relativo ao estudo “A Saúde

dos Adolescentes” (24, 25), embora englobe algumas escolas da Região de Saúde do

Centro, é na sua maioria composto por escolas da Região de Saúde do Norte. Apesar

destas diferenças, em ambos os estudos a maioria da população está integrada na

Região de Saúde do Norte, pelo que será utilizada a denominação “região Norte”

sempre que se apresentarem resultados da população do Norte por eles definido. Nos

resultados de estudos que se referem a grupos populacionais mais específicos dentro

da região Norte, a amostra a que se refere é descrita no início dos resultados.

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131

8.2. Hábitos Tabágicos

De acordo com o INS 1995/96 (7), e tendo considerado apenas a informação

sobre o consumo de cigarros porque o consumo dos restantes tipos de tabaco foi

muito pequeno, nos adultos da região Norte, a prevalência de fumadores foi 16,9%

(2,3% ocasionais e 14,6% fumadores diários). O número de fumadores foi superior no

sexo masculino (76,6% dos fumadores ocasionais e 85,7% dos fumadores diários).

Nos jovens com idade inferior a 18 anos a prevalência de fumadores diários e

ocasionais era semelhante, respectivamente, 1,6% e 1,5%, e tal como nos adultos,

maior no sexo masculino (Quadro 48). No entanto, será de considerar a possibilidade

de estes valores poderem estar subestimados devido à metodologia de recolha de

informação, que é efectuada através de um questionário à família, o que pode

condicionar alguns adolescentes fumadores a não referirem o consumo de tabaco.

Quadro 48 – Número e prevalência de fumadores na região Norte, por grupos etários

Ocasionalmente Diariamente Idade (anos) Homens Mulheres Total

n (%) Homens Mulheres Total n (%)

10 - 14 (n=1123) 1 1 2 (0,2) 1 1 2 (0,2)

15 - 17 (n=753*) 21 5 26 (3,5) 19 9 28 (3,7)

18 – 19 (n=518) 7 6 13 (2,5) 56 6 62 (12,0)

20 – 24 (n=1136) 25 10 35 (3,1) 201 43 244 (21,5)

25 – 34 (n=1904) 57 21 78 (4,1) 423 108 531 (27,9)

35 – 44 (n=1960) 48 17 65 (3,3) 386 73 459 (23,4)

45 – 54 (n=1732) 25 5 30 (1,7) 269 26 295 (17,0)

55 – 64 (n=1713) 26 3 29 (1,7) 158 3 161 (9,4)

65 – 74 (n=1276) 15 3 18 (1,4) 87 1 88 (6,9)

≥ 75 (n=855)

7 ____ 7 (0,8) 22 ___ 22 (2,6)

* um elemento não tem informação para esta variável Fonte: INS 95/96

Relativamente ao consumo médio de cigarros por dia por grupo etário, foi maior

no grupo dos 45-54 anos (23,5 cigarros), seguida pelos indivíduos com idades

compreendidas entre os 35-44 anos e os 55-64 anos, respectivamente, 22,2 e 22,5.

Os homens foram os que referiram maior consumo diário de cigarros (Quadro 49).

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132

Quadro 49 - Consumo médio de cigarros/dia na região Norte, por grupos etários

Idade (anos)

Homens Mulheres Total

10 - 14 (n=1123)

5 4 4,5

15 - 17 (n=754)

13,3 10,3 12,4

18 - 19 (n=518)

15,1 9,5 14,5

20 - 24 (n=1136)

17,3 13,9 16,7

25 - 34 (n=1904)

20,5 13,4 19,1

35 - 44 (n=1960)

23,7 14,8 22,2

45 - 54 (n=1732)

24,2 16,3 23,5

55 - 64 (n=1713)

22,6 16,7 22,5

65 - 74 (n=1276)

18,8 20,0 18,8

≥ 75 (n=855)

14,4 ----- 14,4

Fonte: INS 95/96

O Inquérito Nacional de Saúde (INS) foi de novo realizado em 1998/99 (8), o

que permite avaliar a evolução dos hábitos tabágicos. No Norte, a prevalência de

fumadores foi de 17,9% (30,2% nos homens e 6,8% nas mulheres). Relativamente aos

dados de 95/96 a prevalência de fumadores ocasionais diminuiu de 2,3% para 2,0%,

tendo aumentado a prevalência de fumadores diários de 14,6% para 15,9%. O grupo

etário dos 25-34 anos foi o que apresentou a maior prevalência de fumadores diários

em ambos os inquéritos.

Contudo o INS 95/96 e 98/99 não apresentam os mesmos critérios para a

definição de grupos etários. Por este motivo, não podemos comparar os dados dos

adolescentes, só sendo possível agrupar os adultos a partir dos 24 anos. Assim, a

prevalência de fumadores ocasionais e diários nos indivíduos com idade igual ou

superior a 25 anos foi semelhante em ambos os inquéritos, 18,9% em 1995-96 e

19,4% em 1998-99, mas aumentou ligeiramente nos indivíduos com idade inferior a 25

anos, de 11,7% para 13,2% (Quadro 50).

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133

Quadro 50 - Número de indivíduos que fumavam na região Norte, por grupos etários

Ocasionalmente Diariamente Idade (anos) Homens Mulheres Total

n (%) Homens Mulheres Total n (%)

10 – 14 (n=986) 1 __ 1 (0,1) __ 1 1 (0,1)

15 – 24 (n=2274) 44 24 68 (3,0) 272 88 360 (15,8)

25 – 34 (n=2121) 40 19 59 (2,8) 483 153 636 (30,0)

35 – 44 (n=2056) 37 21 58 (2,8) 423 99 522 (25,4)

45 – 54 (n=1935) 29 12 41 (2,1) 270 39 309 (16,0)

55 – 64 (n=1634) 18 4 22 (1,3) 151 11 162 (9,9)

65 – 74 (n=1364) 9 1 10 (0,7) 94 3 97 (7,1)

≥ 75 (n=950) 8 3 11 (1,2) 24 1 25 (2,6)

Fonte: INS 98/99

Na região Norte, o consumo de tabaco foi semelhante nos dois INS. O

consumo médio de cigarros por dia foi 20,2 (14,0 nas mulheres e 21,2 nos homens)

em 95/96 e 19,3 (13,8 nas mulheres e 20,6 nos homens) em 98/99. O consumo foi

superior no sexo masculino em todos os grupos etários exceptuando o grupo etário

dos 65-74 anos, 20,0 no sexo feminino e 18,8 no sexo masculino em 95/96, estes

valores foram respectivamente 21,3 e 18,5 em 98/99 (Quadro 51).

Quadro 51 - Consumo médio de cigarros/dia na região Norte, por grupos etários

Idade (anos) Homens Mulheres Total

10 – 14 (n=986) --- 2,0 2,0

15 - 24 (n=2274) 15,1 11,5 14,2

25 - 34 (n=2121) 20 13,5 18,4

35 - 44 (n=2056) 23 15,6 21,6

45 - 54 (n=1935) 24,6 15,1 23,4

55 - 64 (n=1634) 20,8 13,2 20,3

65 - 74 (n=1364) 18,5 21,3 18,6

>74 (n=950) 25,5 20,0 22,7

Fonte: INS 98/99

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134

Segundo o estudo realizado em 1999/2000, à população da cidade do Porto

(EPIPorto) com idade superior a 17 anos, a prevalência de fumadores no sexo

masculino foi de 35,0% e no sexo feminino de 18,0%. O número médio de cigarros

fumados por dia foi de 21,2 nos homens e 19,6 nas mulheres (26).

O estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses”, da Faculdade de

Motricidade Humana avaliou as atitudes e comportamentos de saúde dos jovens

portugueses, em idade escolar. Este estudo foi realizado em 1998 (24) e em 2002

(25), e foram inquiridos alunos dos 6º, 8º e 10º anos de escolaridade de escolas

públicas de Portugal Continental. Em 1998 foram inquiridos 6903 alunos e 6131 em

2002.

De acordo com o estudo realizado em 1998, a proporção de jovens que já

experimentaram tabaco foi no total nacional de 30,9% (28,6% nas raparigas e 33,6%

nos rapazes). Os alunos da região Norte, comparados com os das outras regiões,

referem mais frequentemente que nunca experimentaram fumar ou fumam menos.

Verificou-se ser superior a proporção de indivíduos que escolheram a opção “não

fumo” e menor a proporção que escolheu a opção “todos os dias”. Segundo os dados

do mesmo estudo realizado em 2002, a proporção de jovens que já experimentaram

tabaco a nível nacional aumentou para 37,1%, (36,4% nas raparigas e 37,8% nos

rapazes). Na região Norte a proporção de jovens que já experimentaram fumar tabaco

foi 36,2% e referiram que não fumavam habitualmente 80,4% dos jovens.

O “Inquérito de Saúde dos Adolescentes na Escola” (ISAE) (27) foi promovido

pelos Ministérios da Educação e da Saúde em 2002, com o objectivo de conhecer

alguns determinantes fundamentais para a saúde nomeadamente, atitudes,

comportamentos, ambientes e estilos de vida de jovens de Portugal Continental, entre

os 11 e os 19 anos. Foi recolhida informação através de questionários auto-

administrados a aproximadamente 9500 alunos que frequentavam os 7º, 9º e 12º anos

de escolas públicas, sendo 2695 alunos da região Norte.

Nesta avaliação a prevalência de fumadores a nível nacional foi de 18,9% e na

região Norte foi de 21,1%, superior no sexo masculino (22,3% vs.19,9%). O número de

cigarros fumado por dia foi superior no sexo masculino, 13,4% fumavam menos de 5

cigarros por dia; 43,3% entre 5 e 10; 34,1% entre 11 e 20 e 9,1% mais de 20 cigarros

por dia. Nas raparigas estes valores foram respectivamente 26,5%, 43,4%, 25,9% e

4,2%. Como seria de esperar a prevalência de fumadores aumenta com a idade,

particularmente no consumo diário e no sexo masculino (Quadro 52).

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135

Quadro 52 – Prevalência de consumo de tabaco na região Norte, por grupo etário e sexo

Não

Às vezes

Diariamente

Idade (anos)

Rapazes n (%)

Raparigasn (%)

Rapazes n (%)

Raparigasn (%)

Rapazes n (%)

Raparigasn (%)

11 a 13 326 (93,1) 313 (94,3) 13 (3,7) 13 (3,9) 11 (3,1) 6 (1,8)

14 a 16 418 (78,0) 439 (77,3) 58 (10,8) 55 (9,7) 60 (11,2) 74 (13,0)

17 a 19 255 (64,2) 366 (73,8) 50 (12,6) 45 (9,1) 92 (23,2) 86 (17,3)

Fonte: ISAE 2002

Nos alunos com idade superior a 13 anos verificou-se que a proporção de

alunos nas categorias de maior consumo (>10 cigarros diários) era maior nos rapazes

(Quadro 53).

Quadro 53 – Proporção de fumadores na região Norte por categoria de número de cigarros fumado por dia, por grupo etário e sexo

Idade (anos) Nº de Cigarros

Rapazes

n (%)

Raparigas

n (%)

Total n (%)

<5 0 (0) 2 (33,3) 2 (12,5) 5 a 10 5 (50,0) 0 (0) 5 (31,3)

11 a 20 4 (40,0) 3 (50,0) 7 (43,8) 11 a 13

>20 1 (10,0) 1 (16,7) 2 (12,5) <5 9 (15,0) 23 (31,1) 32 (23,9)

5 a 10 30 (50,0) 29 (39,2) 59 (44,0) 11 a 20 16 (26,7) 17 (23,0) 33 (24,6)

14 a 16

>20 5 (8,3) 5 (6,7) 10 (7,5) <5 13 (13,8) 19 (22,1) 32 (17,8)

5 a 10 36 (38,3) 43 (50,0) 79 (43,9) 11 a 20 36 (38,3) 23 (26,7) 59 (32,8)

17 a 19

>20 9 (9,6) 1 (1,2) 10 (5,5) Fonte: ISAE 2002

Em 2000, em 732 alunos do 9º ao 12º ano de escolaridade matriculados em

escolas do Porto, a prevalência de fumadores regulares foi de 20,9%. Fumavam entre

6 e 10 cigarros por dia 8,7% dos alunos e 5,6% fumava mais de 10 (28).

Dados de 1996/97 referentes a alunos do 7º, 8º e 9º ano de escolaridade, cuja

média (desvio padrão) de idades era 13,9 (1,1) anos, que frequentavam escolas do

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136

concelho de Vila Real apresentam uma prevalência de 12,3%, maior nos rapazes

(15,5%) do que nas raparigas (9,1%) (29).

O estudo EPITeen (30), realizado pelo Serviço de Higiene e Epidemiologia da

Faculdade de Medicina do Porto, avaliou 2161 adolescentes de 13 anos (nascidos no

ano de 1990 e que no ano lectivo 2003/2004 estavam matriculados em escolas

públicas e privadas da cidade do Porto). Dos alunos avaliados já experimentaram

fumar cerca de 20%, sendo a proporção mais elevada nas raparigas do que nos

rapazes (22,4% e 17,1%) (Figura 100).

Hábitos Tabágicos

2,0% 2,0%1,5%

22,4%

0,4%

17,1%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

já experimentoumas não fumaregularmente

fuma mas não todosos dias

fuma pelo menos 1cigarro/dia

FemininoMasculino

Fonte: EPITeen 2004

Figura 100 - Hábitos tabágicos em adolescentes de 13 anos do Porto

Neste estudo, foram as raparigas que referiram fumar com maior frequência:

fumavam mas não todos os dias 2,0% vs. 1,5% dos rapazes e 1,3% das raparigas

fumavam pelo menos um cigarro por dia, enquanto nos rapazes eram apenas 0,4%. A

média (desvio padrão) de idade com que os adolescentes iniciaram o hábito foi de

12,1 (0,8) anos para as raparigas e de 11,4 (1,7) anos para os rapazes.

Pelos resultados descritos nestes trabalhos, embora não comparáveis

directamente, verifica-se que a prevalência de fumadores, especialmente no sexo

feminino, tende a aumentar. Para definição da intervenção no âmbito da promoção da

saúde, nomeadamente para o combate a este crescente da prevalência de fumadores,

é essencial o conhecimento das razões que levam ao consumo de tabaco. No estudo

EPITeen a razão mais referida para experimentar fumar foi a curiosidade (45,6% nos

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137

rapazes e 48,4% nas raparigas), ter amigos que fumam foi referida por 13,6% dos

alunos. O estudo ISAE avalia a razão para fumar entre os fumadores diários, e as

razões mais referidas foram o hábito (20,4%) e ser viciado (16,4%), tendo ainda 16,4%

referido fazê-lo por prazer.

8.3. Consumo de Bebidas Alcoólicas

O Inquérito Nacional de Saúde avalia o consumo de bebidas alcoólicas nos 12

meses que antecederam a avaliação. Das bebidas avaliadas o vinho e a cerveja

representam a maior fatia do consumo, por isso optou-se por apresentar apenas estes

consumos discriminados por grupos etários. As classes escolhidas para apresentação

dos resultados do inquérito não permitem obter informações pormenorizadas sobre a

quantificação do consumo, pois a categoria de frequência mais elevada é “várias

vezes por semana”, por isso optou-se por apresentar apenas os dados sobre a

prevalência do consumo.

Na região Norte, de acordo com os dados do INS em 1995-96, a prevalência de

indivíduos que consumia bebidas alcoólicas foi superior nos homens (66,9% vs.

46,9%). Considerando apenas a população adulta a prevalência foi 85,1% nos homens

e 72,3% nas mulheres. Nos adolescentes (<18 anos) a diferença na prevalência de

consumidores de bebidas alcoólicas entre sexos não foi tão acentuada (11,7% nos

rapazes e 9,4% nas raparigas). A bebida mais consumida foi o vinho, embora no grupo

etário dos 15-17 anos a prevalência de indivíduos que consumia vinho foi semelhante

à de indivíduos que referiram consumir cerveja. Em oposição a cerveja foi pouco

consumida no grupo etário com idade igual ou superior a 65 anos representando o

vinho o maior consumo (Quadro 54).

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138

Quadro 54 – Prevalência de consumo de bebidas alcoólicas na região Norte, por idade e sexo, INS 95/96

Idade Alguma bebida alcoólica Vinho Cerveja

<15 anos Homens (n=1356)

Mulheres (n=1307)

Homens (n=1356)

Mulheres (n=1307)

Homens (n=1356)

Mulheres (n=1307)

Bebeu 6,0% 6,0% 5,5% 5,5% 1,5% 1,3%

15 - 17 anos (n=354) (n=400) (n=354) (n=400) (n=354) (n=400)

Bebeu 33,6% 20,7% 24,0% 14,7% 25,7% 10,0%

18 - 64 anos (n=4287) (n=4675) (n=4287) (n=4675) (n=4287) (n=4675)

Bebeu 85,7% 59,3% 79,1% 55,6% 66,2% 19,7%

≥ 65 anos (n=910) (n=1220) (n=910) (n=1220) (n=910) (n=1221)

Bebeu 81,7% 51,6% 81,0% 51,2% 33,9% 4,4%

Fonte: INS 95/96

Na região Norte em 1998-99 (INS), a prevalência de indivíduos que consumia

bebidas alcoólicas foi 53,9% (65,4% nos homens e 43,5% nas mulheres), valores

semelhantes aos encontrados em 95-96. Das cinco regiões avaliadas a prevalência na

região Norte foi a mais elevada, particularmente nas mulheres. No grupo com idade

inferior aos 25 anos, a prevalência foi de 23,9% nos homens e 11,5% nas mulheres.

A bebida mais consumida foi o vinho, embora a magnitude da diferença em

relação às outras bebidas alcoólicas, seja menor do que a observada em 95-96. No

grupo dos 15 aos 24 anos verifica-se que a prevalência de consumidores de cerveja

foi superior à dos consumidores de vinho (26,5% vs. 21,8%). No grupo etário dos 25

aos 34 anos também se verifica maior proporção de consumidores de cerveja, mas

apenas nos homens (Quadro 55).

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139

Quadro 55 – Prevalência de consumo de bebidas alcoólicas na região Norte, por idade e sexo, INS 98/99

Idade (anos) Alguma bebida alcoólica Vinho Cerveja

<15 anos Homens (n=1252)

Mulheres (n=1232)

Homens (n=1252)

Mulheres (n=1232)

Homens (n=1252)

Mulheres (n=1232)

Bebeu 1,7% 1,1% 1,3% 1,0% 0,6% 0,3%

15 - 24 anos (n=1170) (n=1114) (n=1170) (n=1113) (n=1162) (n=1113)

Bebeu 47,5% 22,8% 27,9% 15,2% 40,7% 11,7%

25 - 64 anos (n=3668) (n=4076) (n=3667) (n=4075) (n=3662) (n=4075)

Bebeu 88,9% 59,7% 83,3% 56,3% 69,8% 17,6%

≥ 65 anos (n=960) (n=1354) (n=960) (n=1354) (n=960) (n=1354)

Bebeu 80,0% 49,9% 78,8% 49,1% 35,2% 3,7%

Fonte: INS 98/99

De acordo com o estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses” de 1998

(24), no total nacional, referiram ter experimentado bebidas alcoólicas 71,0% dos

inquiridos (74,6% rapazes e 67,8% raparigas). A proporção foi aproximadamente o

dobro aos 16 anos (88,6%) do que aos 11 anos (47,6%). Na região Norte, os alunos

referiram beber mais frequentemente vinho, e consumiam significativamente menos

cerveja e bebidas espirituosas. Também referiram menos frequentemente que já se

embriagaram.

Considerando as informações para o total nacional deste estudo realizado em

2002 (25), referiram ter experimentado bebidas alcoólicas 51,9% dos inquiridos (55,6%

rapazes e 48,8% raparigas). Verifica-se que entre 1998 e 2002 a frequência de

consumo “todos os dias” aumentou de 0,4% para 1,0% e a “todas as semanas/meses”

aumentou de 9,6% para 11,3%.

De acordo com os dados de 2002 para a região Norte, 44% dos jovens

inquiridos responderam consumir ocasionalmente álcool e 7,1% responderam

consumir regularmente. Referiram nunca ter ficado embriagados 77,1% dos

adolescentes, 19,1% respondeu que esta situação já tinha ocorrido 1 a 3 vezes e 3,8%

4 ou mais vezes.

É de realçar que as bebidas com elevado teor alcoólico (bebidas espirituosas e

bebidas brancas), são as que apresentaram maior frequência de consumo (Quadro

56).

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140

Quadro 56 - Consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes da região Norte, por tipo de bebida, 2002

Bebida Todos os dias Todas as

semanas/meses Raramente/Nunca

Cerveja (n=2548 alunos)

0,5% 6,2% 93,3%

Vinho (n=2532 alunos)

0,8% 2,6% 96,5%

Bebidas espirituosas (n=2575 alunos)

0,7% 9,5% 89,8%

Fonte: A Saúde dos Adolescentes Portugueses 2002

Em alunos com média (desvio padrão) de idades de 13,9 (1,1) anos, que

frequentavam escolas do concelho de Vila Real em 1996/97, o consumo de bebidas

alcoólicas foi referido por 27,2% (19,8% nas raparigas e 34,7% nos rapazes) (29). No

Porto, em 2000, em alunos de 16 anos (desvio padrão=1,4), a prevalência de

consumo de bebidas alcoólicas foi de 59,8% (28).

De acordo com o estudo EPITeen (30) que em 2003/2004 avaliou adolescentes

de 13 anos de escolas da cidade do Porto, 49,2% responderam já ter experimentado

bebidas alcoólicas. A proporção de indivíduos que já experimentaram bebidas

alcoólicas foi semelhante em ambos os sexos (Figura 101). A média de idade em que

experimentaram bebidas alcoólicas foi de 10,8 anos.

O local referido como o mais frequente para beber foi a própria casa, (63,2%

dos adolescentes que alguma vez beberam bebidas alcoólicas), ao contrário do que

acontece com o tabaco em que a própria casa foi referida apenas por cerca de 15%

dos alunos que referiram já alguma vez ter fumado. Esta informação vai de encontro

ao facto de culturalmente o consumo de bebidas alcoólicas ser aceite na população

portuguesa o que dificulta a percepção dos riscos associados a este comportamento e

o torna uma prioridade no planeamento da prevenção.

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141

Consumo de Bebidas Alcoólicas

50,0

3,5 1,2

45,1

5,51,1

0

10

20

30

40

50

60

só experimentou bebe menos de 1copo/semana

bebe pelo menos 1copo/semana

%FemininoMasculino

Fonte: EPITeen 2004

Figura 101 - Consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes de 13 anos do Porto, 2004

8.4. Ingestão Alimentar

No âmbito do Inquérito Nacional de Saúde (INS), de 1995-96 (7) e de 1998-99

(8), foi inquirido o consumo de um conjunto de alimentos relativamente ao dia que

antecedeu a entrevista. Estes resultados, embora com limitações pela metodologia de

recolha da informação, permitem verificar o maior consumo de carne do que de peixe,

e uma redução na proporção de indivíduos que referiu o consumo de fruta, vegetais e

sopa. Esta última foi mais consumida pelas crianças e pelos adultos com mais de 64

anos (Quadros 57 e 58).

Quadro 57 – Proporção de indivíduos na região Norte que consumiram o alimento, por grupo etário, INS 95/96

Alimentos 0 - 4 anos

(n=662) 5 - 14 anos

(n=2001) 15 - 17 anos

(n=754) 18 - 64 anos

(n=8945) ≥ 65 anos (n=2127)

Sopa 77,1% 67,4% 60,0% 65,2% 82,8%

Peixe 45,1% 53,8% 55,8% 55,1% 52,2%

Carne 75,2% 87,4% 86,6% 85,0% 61,7%

Legumes/hortaliça 71,6% 85,4% 94,6% 86,9% 84,9%

Fruta 86,5% 93,9% 97,8% 89,8% 85,8%

Fonte: INS 95/96

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142

Quadro 58 – Proporção de indivíduos na região Norte que consumiram o alimento, por grupo etário, INS 98/99

Alimentos 0 - 4 anos

(n=674) 5 - 14 anos

(n=1810) 15 - 24 anos

(n=2286) 25 - 64 anos

(n=7748) ≥ 65 anos (n=2314)

Sopa 77,2% 62,4% 52,8% 62,7% 78,9%

Peixe 42,0% 45,8% 46,3% 51,2% 50,6%

Carne 76,5% 88,5% 87,1% 83,5% 71,7%

Legumes/hortaliça 75,3% 80,9% 80,8% 85,4% 87,2%

Fruta 82,4% 88,5% 85,3% 83,3% 79,7%

Fonte: INS 98/99

Os produtos lácteos são essenciais, nomeadamente por serem uma fonte

privilegiada de cálcio, que é imprescindível para a construção da massa óssea.

O consumo de leite foi questionado nos INS, referindo-se ao consumo durante

a semana que antecedeu a entrevista. Podemos verificar que a frequência de

consumo semanal de leite, se manteve nos dois inquéritos, a maioria dos inquiridos

beberam entre 6 a 7 dias por semana, mas a proporção decresce com a idade em

ambas as avaliações (Quadros 59 e 60).

Quadro 59 – Consumo de leite na região Norte, por grupo etário, INS 95/96

nº de dias da semana

0 - 4 anos (n=662)

5 - 14 anos (n=2001)

15 - 17 anos (n=754)

18 - 64 anos (n=8960)

> 64 anos (n=2131)

0 dias 5,7% 11,9% 21,0% 35,1% 38,9%

1 a 5 dias 4,0% 5,6% 6,1% 7,1% 6,5%

6 a 7 dias 90,1% 82,3% 71,6% 57,6% 54,5%

Fonte: INS 95/96

Quadro 60 – Consumo de leite na região Norte, por grupo etário, INS 98/99

nº de dias da semana

0 - 4 anos (n=674)

5 - 14 anos (n=1810)

15 - 24 anos (n=2286)

25 - 64 anos (n=7748)

> 64 anos (n=2314)

0 dias 6,6% 6,9% 20,9% 34,1% 33,7%

1 a 5 dias 2,5% 4,8% 8,2% 8,2% 7,0%

6 a 7 dias 90,7% 88,1% 70,7% 57,5% 59,2%

Fonte: INS 98/99

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143

No estudo EPITeen (30), o consumo de alimentos foi avaliado através de um

questionário semi-quantitativo de frequência alimentar. Neste estudo verificou-se que

14% das raparigas e 10% dos rapazes referiram que não ingerem leite habitualmente.

Estes valores são mais elevados do que os descritos para a região Norte pelos

inquéritos nacionais de saúde para o grupo etário dos 5 aos 14 anos. Em relação aos

derivados do leite, 17% das raparigas e 15% dos rapazes não consumiam iogurte, e o

queijo não era consumido por 32% das raparigas e 27% dos rapazes. O consumo do

médio diário de leite e derivados é apresentado na Figura 102.

Consumo de Produtos Lácteos

331

89

12

368

98

130

100

200

300

400

Leite (ml/dia) Iogurte (g/dia) Queijo (g/dia)

Feminino

Masculino

Fonte: EPITeen 2004

Figura 102 - Ingestão média diária de leite e derivados em adolescentes de 13 anos do Porto

Do estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses”, de 1998, no total

nacional, verifica-se que cerca de um quinto dos jovens inquiridos referiu ingerir

diariamente, café, colas ou outros refrigerantes, e cerca de metade comer doces e

bolos ou pastelaria. Os doces, bolos ou pastelaria eram mais consumidos pelos

rapazes do que pelas raparigas. Os hambúrgueres, cachorros ou salsichas eram

consumidos diariamente por 10% dos adolescentes, mais pelas raparigas.

Aproximadamente 92% dos adolescentes, mais frequentemente as raparigas,

consumiam todos os dias fruta e 61% vegetais, no entanto esta avaliação não permite

quantificar o total ingerido, pelo que não é possível estabelecer se o total ingerido se

aproxima do recomendado.

Comparando os resultados nacionais de 1998 com os de 2002, verifica-se que

diminuiu a frequência de adolescentes que comia doces/chocolates e refrigerantes

todos os dias, mas o consumo diário de fruta diminuiu de forma muito mais acentuada,

de 91,9% para 49,9% (Quadro 61).

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144

Quadro 61 – Frequência de ingestão dos alimentos avaliados no estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses” em 1998 e 2002, total nacional

Alimentos 1998 (%)

2002 (%)

Fruta Raramente/Nunca

Pelo menos 1 vez/semana Pelo menos 1 vez/dia

5,0 3,2 91,9

5,7 45,3 49,9

Doces/Chocolates Raramente/Nunca

Pelo menos 1 vez/semana Pelo menos 1 vez/dia

22,8 19,8 57,4

16,1 60,7 23,2

Colas ou outros refrigerantes Raramente/Nunca

Pelo menos 1 vez/semana Pelo menos 1 vez/dia

24,9 26,0 49,1

20,0 45,4 34,6

Hambúrgueres, cachorros, salsichas Raramente/Nunca

Pelo menos 1 vez/semana Pelo menos 1 vez/dia

38,1 51,9 10,0

43,4 46,6 10,0

Fonte: A Saúde dos Adolescentes Portugueses

Relativamente aos dados de 2002, a ingestão destes alimentos pelos jovens da

região Norte é semelhante aos valores do global nacional. Verifica-se uma baixa

proporção de adolescentes com consumo diário de fruta (51,3%) e uma elevada

proporção de adolescentes com ingestão diária de doces (21,2%) e refrigerantes

(29,3%) (Quadro 62).

Quadro 62 – Frequência de ingestão dos alimentos avaliados no estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses” em 2002, região Norte

Alimentos Nº de alunos Raramente/ Nunca

Pelo menos 1 vez/semana

Pelo menos 1 vez/dia

Fruta 2622 4.4% 44.4% 51.3%

Doces/Chocolates 2619 16% 62.8% 21.2%

Colas ou outros refrigerantes

2616 23.8% 46.9% 29.3%

Hambúrgueres, cachorros, salsichas

2566 48.3% 43.3% 8.4%

Fonte: A Saúde dos Adolescentes 2002

No estudo EPITeen é possível estimar a quantidade ingerida porque o

consumo de alimentos foi avaliado através de um questionário semi-quantitativo de

frequência alimentar. Verifica-se que a fruta era mais ingerida que os vegetais e

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145

legumes (Figura 103). A sopa de legumes poderia ser uma fonte adicional de produtos

hortícolas, porém os resultados revelam que o consumo de sopa de legumes foi baixo,

aproximadamente 9% dos adolescentes nunca comiam sopa de legumes e só 37% a

consumiam diariamente.

Fonte: EPITeen 2004

Figura 103 - Consumo diário de fruta e legumes (g/dia), em adolescentes de 13 anos do Porto

No seguimento dos resultados do inquérito nacional de saúde e do estudo “A

Saúde dos Adolescentes Portugueses”, que permitem estimar um decréscimo no

consumo de fruta, é de esperar que os legumes e hortaliças também estejam a ser

menos consumidos. Assim, a ingestão será seguramente inferior ao recomendado

(pelo menos 5 porções diárias) numa grande proporção de adolescentes.

A diminuição do consumo de fruta e vegetais, que os dados disponíveis

permitem estimar, poderão condicionar um aumento na incidência de algumas

patologias. De acordo com o relatório da OMS (22), o consumo reduzido destes

produtos é responsável por cerca de 19% dos cancros gastrointestinais, 31% de

doença cardiovascular isquémica e 11% de enfartes do miocárdio. Cerca de 2,7

milhões de mortes poderiam ser evitadas se cada pessoa consumisse porções

adequadas de frutos e vegetais.

Segundo o estudo EPITeen, em relação aos produtos de pastelaria e

confeitaria (bolos, bolicao®,...), a ingestão foi elevada, mais de 10% dos adolescentes

consumiam pelo menos 1 por dia (Figura 104). Estes valores não incluem a ingestão

Ingestão de Fruta e Legumes

4670

37

303

4367

37

273

0

5 0

10 0

15 0

2 0 0

2 5 0

3 0 0

3 5 0

P . Hor t í c ol a s Le gume s Le gumi nosa s Fr ut os

g/di

a

F eminino M asculino

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146

de chocolates, bolachas e outros doces como gomas e rebuçados. Estes resultados

são aparentemente inferiores aos descritos pelo estudo “A Saúde dos Adolescentes

Portugueses”, no entanto não são directamente comparáveis por as categorias não

incluírem os mesmos alimentos.

Fonte: EPITeen 2004

Figura 104 - Frequência de consumo de produtos de pastelaria (%) em adolescentes de 13 anos do Porto, por sexo

O consumo de refrigerantes, uma fonte adicional de açúcar, é apresentado na

Figura 105, a ingestão média diária de refrigerantes foi de 290 ml por dia e o consumo

foi semelhante em rapazes e raparigas. Referiram consumir refrigerantes diariamente

32,1% dos adolescentes. Estes resultados são ligeiramente superiores aos descritos

no estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses” de 2002.

Fonte: EPITeen 2004

Figura 105 - Ingestão média diária de refrigerantes em adolescentes de 13 anos do Porto, por sexo

Ingestão de Produtos de Pastelaria

35,1

29,627,2 25,8

21,3

29,1

4,9 5,6

10,88,9

0,8 0,90

5

10

1520

25

30

35

40

Feminino Masculino

%

<1/sem 1/sem 2-4/sem 5-6/sem 1/dia >=2/dia

Consumo de Refrigerantes (ml/dia)

050

100150200250300350

Colas Ice Tea OutrosRefrigerantes

TOTAL

Feminino Masculino

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147

No estudo EPITeen foi possível quantificar a ingestão de nutrientes. Destaca-

se que a percentagem do total de energia fornecida pela gordura foi superior ao valor

máximo recomendado (35% do total calórico) em 28% das raparigas e em 26% dos

rapazes.

Um aspecto importante na alimentação da população portuguesa compreende

a ingestão de sal. A dificuldade de quantificar este consumo justifica a escassez de

estudos com um elevado número de participantes. Um estudo realizado pela

Universidade Fernando Pessoa no Porto, mostrou que na população hipertensa o

consumo médio diário foi de 12,4 g, em operários fabris foi de 12,9 g e em estudantes

universitários foi de 11,1 g. Em todos os grupos os valores excediam o recomendado

pelo Organização Mundial de Saúde (Cloreto de sódio <5 g/dia) (31).

8.5. Excesso de Peso e Obesidade

Estima-se que, na União Europeia, a obesidade seja responsável por cerca de

7% dos custos dos cuidados de saúde, percentagem que irá aumentar dada a

tendência crescente na sua prevalência (32).

Em Portugal, o Inquérito Nacional de Saúde (INS) permite monitorizar alguns

aspectos relacionados com a saúde, nomeadamente o excesso de peso e a

obesidade. A comparação entre os resultados do inquérito realizado em 1995/96 e os

dados de 1998/99 permite observar a nível nacional um aumento da prevalência neste

período. Nos homens a prevalência de excesso de peso foi de 39,9% em 1995/96 e

42,5% em 1998/99, nas mulheres estes valores foram 32,2% e 32,3%,

respectivamente. A prevalência de obesidade aumentou em ambos os sexos, de

10,3% para 11,5%, nos homens e de 12,7% para 14,2%, nas mulheres.

Segundo o INS de 1998/99, da região Norte embora a maioria da população

inquirida, em todos os grupos etários, apresente um IMC entre 20,0 e 24,9 (kg/m2), a

proporção de indivíduos com excesso de peso (IMC>24,9 kg/m2) foi elevada,

particularmente na população com idade superior a 44 anos (Quadro 63). Embora sem

dados da região em 95/96 que permitam avaliar a evolução, é de esperar que tenha

sido no mesmo sentido da encontrada a nível nacional.

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148

Quadro 63 – Prevalência de categorias de índice de massa corporal (IMC) por grupos etários, região Norte, INS 98/99

Fonte: INS 98/99

Além dos dados do INS existem alguns trabalhos realizados na região Norte,

embora com menores tamanhos amostrais, que avaliaram grupos etários diferentes e

de locais diferentes. No quadro 64 são apresentados valores relativos à prevalência de

excesso de peso/obesidade, segundo alguns estudos efectuados na região Norte.

Podemos verificar que na maior parte dos estudos os valores são superiores a 20%,

qualquer que seja a idade considerada.

Quadro 64 – Prevalência de excesso de peso incluindo obesidade

Idade (anos) IMC kg/m2 18-24

(n=1588) 25-34

(n=2087) 35-44

(n=2025) 45-54

(n=1900) 55-64

(n=1602) >64

(n=2221)

<18,0 2,8% 2,0% 0,4% 0,5% 0,7% 1.6%

18,0-19,9 13,0% 6,3% 3,5% 2,3% 2,2% 4,0%

20,0-24,9 65,0% 54,5% 45,0% 36,3% 34,3% 38,0%

25,0-26,9 10,5% 16,7% 20,3% 18,9% 21,0% 17,5%

27,0-29,9 6,1% 13,7% 19,6% 24,1% 24,0% 23,0%

≥30,0 2,0% 6,5% 11,0% 17,6% 17,5% 15,0%

Sexo Autor Ano Local Idade

F M Total

Queirós L (33) 1999 Distrito Porto 10 - 19 anos 21% ___ ___

Afonso C. (34) 2002 Grande Porto >14 anos ___ ___ 34,0%

Santos AC, Barros H (35) 2002 Cidade Porto >17 anos 26,1% 13,9% 21,3%

Matos, M et al (25) 2002 Região Norte Alunos 6º, 8º, 10º anos de escolaridade

___ ___ 16,3%

Carracedo MA (36) 2003 Concelho Braga 10 - 18 anos 24,8% 21,1% 22,8%

Projecto EPITeen (37) 2004 Cidade Porto 13 anos ___ ___ 26,7%

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149

8.6. Actividade Física/Tempos Livres

As informações disponíveis sobre a actividade física são reduzidas e de difícil

comparabilidade por serem recolhidas de forma dispersa e não sistematizada, com

suportes de informação e definições diferentes.

Segundo os dados da região Norte do Inquérito Nacional de Saúde (INS) de

95/96 (7) a proporção de indivíduos com idade superior a 17 anos que referiu

habitualmente estar sentado ou andar pouco foi de 31,9% (27,5% nos homens e

35,8% nas mulheres), nos adolescentes (idade entre 15 e 17 anos) estes valores

foram 46,7% (37,4% nos rapazes e 55,0% nas raparigas). Dos adultos 5,7% referiram

praticar exercício físico regular (8,2% nos homens e 3,4% nas mulheres), nos

adolescentes estes valores foram 26,8% (34,0% nos rapazes e 20,3% nas raparigas).

Também na avaliação da população adulta (>17 anos) da cidade do Porto

(EPIPorto), se verifica que as mulheres têm actividades mais sedentárias. Das

mulheres avaliadas 86% eram sedentárias e 79% dos homens. Considerando apenas

as actividades de lazer, 84% dos indivíduos foram classificados como sedentários

(38). Num estudo realizado a nível nacional verificou-se que 70,0% das mulheres não

praticavam actividade física, esta proporção era de 49,5% nos homens. No mesmo

estudo a proporção de indivíduos do grande Porto que não praticavam exercício físico

era de 53,6% (o global nacional foi de 60,0%). Foram também evidenciadas diferenças

regionais, na região Norte e Centro litoral 66,2% não praticavam nenhuma actividade

física, na região Norte e centro interior a proporção foi de 58,8% (34).

Apesar de haver uma grande proporção de indivíduos que não praticava

exercício físico, os dados nacionais mostram que 21,4% referiram que a prática de

exercício físico serve para se manter mais saudável e 17,6% para aliviarem a

tensão/relaxar (34).

De acordo com o estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses”, de 1998

(24), considerando o total nacional, 48,2% dos jovens praticava actividade física fora

da escola 1 a 3 dias por semana. Só 38,3% responderam fazê-lo 4 a 7 dias e 13,5%

responderam praticar actividade física uma vez por mês ou menos. Relativamente ao

tempo dispendido diariamente a ver televisão, 71,6% responderam menos de 3 horas

e 28,4% responderam mais de 4 horas. Ainda segundo este estudo, relativamente ao

número de horas de prática de actividade física, os jovens do Norte distinguem-se por

referir uma maior proporção de adolescentes que assinalaram a opção “uma a três

horas” por semana.

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150

Nos dados do estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses” de 2002 (25),

ouvir música foi a actividade de tempos livres mais referida pelos jovens da região

Norte (98%). Quanto à prática de actividade física 36,8% referiu que pratica 4 a 7 dias

por semana, 47,5% um a três dias por semana e 15,7 uma vez ou menos por mês.

Os cinco desportos mais referidos no total nacional foram futebol, ginástica,

natação, basquetebol e ciclismo/BTT, sendo o futebol o desporto mais praticado (49%)

pelos jovens do norte (Quadro 65).

Quadro 65 – Desportos mais praticados pelos jovens da região Norte

Desporto Sim

Futebol 49,0%

Ginástica 18,1%

Natação 17,4%

Basquetebol 16,8%

Ciclismo/BTT 13,6% Fonte: A Saúde dos Adolescentes Portugueses 2002

Dos dados recolhidos na região Norte no âmbito do Inquérito de Saúde dos

Adolescentes na Escola (ISAE) em 2002/03, podemos verificar que a prática de

actividade física é menor no sexo feminino. Referiram praticar actividades leves (1 ou

2 dias por semana – 54,7% nas raparigas e 42,4% nos rapazes; 3-5 dias por semana

– 25,2% nas raparigas e 32,4% nos rapazes e ≥ 6 dias 9,1% nas raparigas e 16,8%

nos rapazes) e exercício físico regular (1 ou 2 dias por semana – 50,0% vs. 38,0%; 3-5

dias – 17,7% vs. 37,7% e ≥ 6 dias 4,5% vs. 12,3%, respectivamente para raparigas e

rapazes).

Dos adolescentes inquiridos, 42% dos jovens dedicavam cerca de 6 ou mais

vezes por semana a actividades sedentárias, e 44% praticavam exercício físico regular

1 a 2 vezes por semana. Nunca praticaram exercício físico regular 20% dos inquiridos

e 10% nunca praticaram actividades leves (Quadro 66).

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151

Quadro 66 – Prevalência de diferentes actividades de lazer, em adolescentes da região Norte

Actividades Nunca 1 a 2 vezes 3 a 5 vezes ≥ 6 vezes

Actividades sedentárias (ler, ver TV, jogar computador, etc.)

5,3% 23,6% 29,1% 42,0%

Actividades leves (passear, andar de bicicleta,etc.)

9,8% 48,8% 28,6% 12,8%

Exercício físico regular 20,3% 44,2 27,2% 8,2%

Fonte: ISAE 2002

Os resultados do estudo EPITeen apresentaram a mesma tendência, em que

as raparigas praticavam com menor frequência actividade desportiva extra-escolar,

60,6% das raparigas refere que nunca praticavam nenhuma actividade desportiva,

enquanto nos rapazes esta proporção foi de 39,3% (Figura 106).

Actividade Desportiva

60,6%

2,2%

11,7%

18,3%

2,8% 4,4%

39,3%

2,5%

10,6%

29,3%

8,3% 10,0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Nunca Menos de 1vez/semana

1 vez por semana 2 a 3 vezes porsemana

4 a 6 vezes porsemana

Quase todos os dias

feminino

masculino

Fonte: EPITeen 2004

Figura 106 – Frequência da prática de actividades desportivas extra-escola, em adolescentes de 13 anos do Porto

A elevada proporção de adolescentes que não praticam exercício físico foi

também descrita em outros dois estudos realizados em adolescentes de diferentes

locais da região Norte (Quadro 67). Podemos verificar que em ambos menos de 5% da

população inquirida referiu praticar actividade física mais de cinco vezes por semana.

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152

Quadro 67 – Prevalência da prática de actividade física em adolescentes

Autor Ano Local Idade (anos)

<3 vezes/sem

3 a 5 vezes/sem

≥ 6 vezes/sem

Queirós L. (33) 1999 Distrito do Porto 10 - 19 49,0% 47,0% 4,0%

Carracedo MA* (36) 2003 Concelho de Braga 10 - 18 29,8% 22,3% 3,2%

* os restantes (44,7%) não responderam ou assinalaram que não sabiam

8.7. Despesas Médias Anuais dos Agregados Familiares

A informação disponibilizada pelo Inquérito aos Orçamentos Familiares

realizado pelo INE em 2000 permite relacionar o peso de alguns destes determinantes

no orçamento familiar. No Norte verificou-se que se gasta uma proporção maior das

despesas médias anuais do agregado familiar em bebidas alcoólicas e tabaco, e em

oposição gasta-se uma proporção menor que a média nacional em saúde, ensino,

lazer, distracção e cultura (Figura 107).

Fonte: INE, Inquérito aos Orçamentos Familiares 2000

0

5

10

15

20

25

Transp

ortes

Ensino

Portugal

Norte

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153

Figura 107 - Proporção (%) de despesas médias anuais dos agregados familiares, por classe de despesa da classificação do consumo individual por objectivo

Embora seja possível que as diferenças sejam parcialmente explicadas por

diferenças nos preços, estas diferenças reflectem assimetrias reais na distribuição do

dinheiro disponível pelo agregado familiar. No Norte as escolhas privilegiam hábitos

nocivos para a saúde – tabaco e bebidas alcoólicas – em detrimento do ensino que

poderia fornecer conhecimentos importantes para apreender e compreender

mensagens relacionadas com a saúde.

Esta questão torna-se ainda mais relevante quando se verifica, no total

nacional, que embora os indivíduos com nível de instrução mais alto tenham valores

superiores de despesa total, na despesa relacionada com o consumo de tabaco a

relação é inversa, quer em valor absoluto quer considerando a proporção do total de

despesas do agregado (Figura 108).

Fonte: INE, Inquérito aos Orçamentos Familiares 2000

Figura 108 - Despesa média anual nacional em tabaco por agregado familiar com despesas em tabaco, segundo o nível de instrução do representante do agregado

A despesa em tabaco efectuada pelos agregados cujo representante

completou ensino superior (621€) foi aproximadamente 76% do valor observado nos

agregados cujo representante não completou qualquer nível de instrução (816€),

sendo que, para estas famílias, o tabaco foi especialmente expressivo no total da sua

despesa (7,5%). Embora estes sejam resultados nacionais, será de esperar que a

região Norte apresente o mesmo comportamento.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Nenhum Até 1º ciclo 2º ou 3ºciclo

Secundário Superior0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Despesa emtabaco (€)% de despesaem tabaco

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154

8.8. Drogas Ilícitas

De acordo com o relatório anual de 2003 do Instituto da Droga e da

Toxicodependência (IDT) podemos verificar que o número de utentes em primeiras

consultas, na região Norte entre 1996 e 2000 foi semelhante e a partir de 2001

verifica-se uma diminuição acentuada (Figura 109).

Fonte: IDT 2003

Figura 109 - Evolução do número de utentes em primeiras consultas, 1995-2003

Existe uma maior proporção de utentes do sexo masculino (88,6%). Os grupos

dos 25-29 anos e dos 30-34 anos apresentaram um maior número de utentes (45%)

(Figura 110).

Utentes em Primeiras Consultas, segundo o ano, na Delegação Regional do Norte

1995-2003

2.102

2.7552.550 2.578 2.725

2.5292.198

1.945

1.479

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

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155

Font

e: IDT 2003

Figura 110 - Distribuição do número de utentes em primeiras consultas por grupos etários

De acordo com os dados nacionais do estudo A Saúde dos Adolescentes de

1998 (24), 5,2% dos jovens referiram que consumiam drogas (7,6% dos rapazes e

3,1% das raparigas), em 2002 estes valores praticamente duplicaram, 10,3% (13,9%

dos rapazes e 6,9% das raparigas). O grupo etário mais referido como sendo o da

primeira experiência com drogas foi o dos 13 aos 15 anos (Quadro 68).

Quadro 68 – Idade da primeira experiência com drogas, nacional 1998

6-9 anos

10-12 anos

13-15 anos

16-18 anos

6,4% 18,1% 66,0% 9,5%

Fonte: A Saúde dos Adolescentes 1998

Ainda segundo este estudo, os jovens da região Norte em 1998, referiram

menos que o global nacional que já experimentaram drogas. Quando confrontados

com afirmações sobre as razões para as pessoas se drogarem, os alunos do Norte

escolhem menos a opção que refere o gostar dos efeitos da droga e sentirem-se bem.

Quanto às razões para não se drogarem, os jovens do Norte escolhem menos o não

querer e mais o nunca terem pensado nisso.

Utentes em Primeiras Consultas, segundo o grupo etário, na Delegação Regional do Norte

2003

1555

190

304363

245

14662

99

050

100150200250300350400

≤ 14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 ≥ 45 Desc.

Nº Total de Utentes = 1479 1,0% 3,7% 12,8% 20,5% 24,5% 16,5% 9,8% 4,1% 6,7%

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156

A nível nacional, a proporção de indivíduos que consome cocaína/heroína, e

estimulantes manteve-se semelhante nos dois anos avaliados, mas a proporção de

consumidores de haxixe/erva praticamente triplicou (Quadro 69).

Quadro 69 – Tipo de droga experimentada, comparação de resultados nacionais de 1998 e 2002

Droga 1998 2002

Cocaína/heroína 1,3% 1,8%

Haxixe/erva 3,8% 9,2%

Estimulantes 2,7% 3,5%

Fonte: A Saúde dos Adolescentes Portugueses

Em 2002, nas questões sobre experimentação de drogas, 10,8% dos alunos da

região Norte, responderam já ter experimentado. Quanto ao tipo de droga

experimentada, a cocaína/heroína foi a menos referida (2,0%) e o haxixe/erva a que

foi referida por uma proporção maior (9,2%) (Quadro 70).

Quadro 70 – Proporção de adolescentes da região Norte que já experimentou drogas, por tipo de droga experimentada

Tipo de Droga % que já experimentou

Cocaína/heroína (n=2509) 2,0%

Haxixe/erva (n=2558) 9,2%

Usadas como medicamento (n=2420) 3,7%

Estimulantes (n=2536) 3,6%

Fonte: A Saúde dos Adolescentes Portugueses 2002

Numa avaliação de alunos do Porto com idade média semelhante à do estudo

A Saúde dos Adolescentes, em 2000, a prevalência de consumo de haxixe foi de

17,7%, 4,1% de tranquilizantes, 2,1% de estimulantes e 2,9% de substâncias inalantes

(28). Este trabalho verificou também que estes comportamentos se agregam e é muito

frequente a utilização simultânea de duas ou mais substâncias, por exemplo, 87,6%

dos fumadores também consomem bebidas alcoólicas e 55,6% haxixe.

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157

Comentários Finais

Após caracterização dos determinantes descritos neste trabalho, concluímos

que há necessidade de intervenção nestes determinantes, através de medidas

populacionais e individuais, prevenção e controlo do consumo de tabaco e álcool,

definição de estratégias para reduzir a obesidade e o excesso de peso, aumento do

consumo de fruta e vegetais, e promoção da actividade física, particularmente no sexo

feminino.

A idade em que os jovens iniciam o consumo de tabaco ou de drogas ilícitas,

na sua maioria entre os 13 e os 15 anos, indica que as medidas preventivas e de

informação devem começar antes desta idade para poderem evitar o início do

consumo.

Verifica-se que as raparigas e as mulheres apresentam hábitos mais

sedentários. Deve ter-se em conta que o investimento no incentivo da prática de

exercício físico em crianças e adolescentes irá promover adultos mais activos. Há

ainda a considerar se os desportos disponíveis são atractivos para as raparigas.

Assim, esta situação não se deve reger pela lei da procura e da oferta, mas sim criar

propostas que possam ter melhor adesão entre o sexo feminino mesmo que isso

implique a sua subutilização inicial.

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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161

A ausência de uma cultura que valorize a recolha sistemática de dados dificulta

a obtenção de informação pertinente para o planeamento dos serviços de saúde.

Como exemplo, podemos analisar o que acontece com a informação sobre as causas

de morte que são registadas no certificado de óbito, apesar de se assistir a uma

redução no número de óbitos classificados como “Sintomas, Sinais e Afecções mal

Definidas”, o número ainda é demasiado elevado. Assim, é emergente a necessidade

de investir na formação sobre a importância da recolha de dados sobre saúde, não só

sobre os óbitos, mas também sobre os restantes acontecimentos de saúde (ex:

doenças de declaração obrigatória, doenças profissionais). Neste âmbito, e com o

objectivo de rentabilizar a informação e o tempo que os profissionais utilizam no

preenchimento dos suportes para a sua recolha, é fundamental a uniformização

desses suportes.

O envelhecimento da população, associado à melhoria dos cuidados de saúde,

permite a sobrevivência de indivíduos que após episódios de doença, nomeadamente

no acidente vascular cerebral, passam a ter necessidades especiais. A sobrevivência

mais prolongada está frequentemente associada a incapacidade e dependência em

grau variável, em particular entre os idosos. Isto tem determinado a carência de

serviços de saúde especializados (ex. unidades de retaguarda, cuidados continuados,

apoio domiciliário), e de recursos humanos, nomeadamente de equipas multi-

profissionais (ex. médicos, enfermeiros, fisioterapeutas) responsáveis pela prestação

dos cuidados no domicílio para assegurar a estes utentes melhor qualidade de vida.

Com a previsível evolução da população, esta situação tende a agravar-se.

O protelar da decisão de procriar, que se observa actualmente na população

em idade fértil, implica necessidades acrescidas no âmbito dos cuidados de saúde

materno-infantil, pois vai condicionar um incremento no número de gravidezes de

risco. Este fenómeno, conjugado com o facto de a principal causa de mortalidade

infantil serem as malformações congénitas, poderá dificultar a melhoria deste indicador

de saúde. No entanto, há ainda um vasto leque de causas mal definidas, que devem

ser esclarecidas, e de causas externas, que podem ser alvo de eventuais medidas

para as minimizar.

O aumento da prevalência de fumadoras em idade fértil, esperado de acordo

com os resultados das avaliações realizadas em adolescentes, poderá condicionar,

além de diminuição da fertilidade, o prognóstico da gravidez. Estes factores poderão

contribuir também para um aumento das necessidades no âmbito dos cuidados pré e

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162

peri-natais. A promoção da adesão às consultas pré-concepcionais tem de ser

dinamizada.

Atendendo à maior mobilidade de pessoas entre países, e tendo em conta o

número crescente de estrangeiros residentes em Portugal (aproximadamente 45%

provenientes dos PALOP e a aumentar os de países do leste da Europa), é necessário

preparar os Serviços para a possibilidade do aumento da incidência de doenças que

há já algum tempo não aparecem na população Portuguesa ou que são muito raras

(ex. malária crónica). Por outro lado os residentes de outras nacionalidades podem

necessitar de apoio específico, nomeadamente por doenças mentais consequentes à

necessidade de adaptação a uma nova cultura. O aumento de residentes provenientes

de outros países representa também um desafio para se manterem, e quando

possível, melhorarem as coberturas vacinais, pois só assim será possível garantir a

manutenção da imunidade de grupo, mesmo com a entrada de novos residentes não

vacinados.

As doenças oncológicas são um ónus muito grande, quer em termos humanos,

para os doentes oncológicos e as respectivas famílias, quer em termos de recursos

consumidos no diagnóstico, tratamento e prestação de cuidados. Na região Norte a

taxa de mortalidade por tumores do aparelho respiratório e digestivo foi superior ao

global nacional. Dos tumores do aparelho digestivo, a taxa de mortalidade por tumor

do estômago foi a maior, no entanto esta taxa está a decrescer enquanto a taxa de

mortalidade por tumor do cólon apresenta uma evolução crescente. Por outro lado,

verificaram-se diferenças entre distritos. Nos distritos de Braga e Viana do Castelo os

tumores do estômago apresentam especial relevância, enquanto no distrito de Vila

Real são os do cólon que apresentam maior razão padronizada de mortalidade. O

tumor do estômago foi o responsável por maior número de anos potenciais de vida

perdidos pelo que deverá dar-se prioridade à intervenção nos determinantes destes

tumores e à sua detecção precoce.

Nas mulheres, o cancro da mama é o terceiro cancro em anos potenciais de

vida perdidos. O rastreio, utilizando o método da mamografia, permite a detecção de

cancros em fase precoce, e a eficácia do tratamento permite o aumento da esperança

de vida das doentes em muitos desses casos. O cancro do colo do útero também pode

ser rastreado de modo a minimizar as suas consequências; o teste de Papanicolau é o

método utilizado no rastreio. Os benefícios dos programas de rastreio só podem ser

alcançados se a cobertura for elevada em todos os grupos alvo definidos, assim a

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163

utilização esporádica dos métodos indicados para o rastreio não permite alcançar a

efectividade desejada.

Relativamente às doenças infecciosas, das quais destacamos a infecção pelo

Vírus da Imunodeficiência Humana e a tuberculose, verifica-se que a incidência de

SIDA na região Norte tem continuado a subir, tendo ultrapassado o nível nacional em

2001, assumindo a transmissão por via sexual (hetero e homo) e a transmissão

vertical uma grande importância. Em face do aumento da incidência e da diminuição

da mortalidade, os serviços de saúde (cuidados diferenciados e continuados) devem

preparar-se para um aumento da prevalência e consequente aumento da necessidade

de cuidados de saúde. Paralelamente deverá ser feito um investimento na promoção

de conhecimentos e na mudança de comportamentos. Os resultados do estudo “A

Saúde dos Adolescentes Portugueses” realizado em 1998 e 2002 revelam que os

adolescentes da região Norte estavam menos informados relativamente às formas de

contágio, e apresentavam uma atitude menos tolerante para com as pessoas

portadoras do VIH que a manter-se, poderão contribuir para o aumento da incidência.

No que se refere à tuberculose, a incidência na região Norte é muito elevada,

particularmente no distrito do Porto. Sendo necessário investir na identificação e

tratamento precoce dos casos, no acompanhamento do cumprimento dos tratamentos

prescritos e no rastreio dos contactos. Os dados revelam a necessidade de uma

abordagem integrada da tuberculose e da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência

Humana, em conjunto com outros problemas de saúde (ex. toxicodependências) e de

uma abordagem que envolva todos os sectores da saúde e os diferentes níveis de

cuidados.

As causas de mortalidade mais relevantes em Portugal têm como principais

determinantes comportamentos passíveis de intervenção, como o consumo de tabaco,

o abuso do álcool, dietas pouco saudáveis, a condução rodoviária de risco,

toxicodependência e a inactividade física. Os indicadores relativos aos determinantes

de saúde apontam para a importância de valorizar estratégias activas de promoção da

saúde e de prevenção da doença.

O aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade que os dados

recolhidos permitem estimar, indicam que o aumento da mortalidade por diabetes

mellitus que se verificou entre 2000 e 2002, na região Norte, como a nível nacional,

pode vir a acentuar-se. Dado que a mortalidade é a consequência extrema, o

incremento observado na mortalidade, permite supor que a morbilidade associada a

esta patologia está também em crescendo, implicando aumento dos custos em saúde

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164

e uma redução da qualidade de vida dos pacientes. Esta hipótese é extensível a

outras patologias crónicas, nomeadamente às doenças cardiovasculares, para as

quais a obesidade é um factor de risco reconhecido.

Dos dados apresentados sobre a ingestão alimentar verifica-se que o consumo

de fruta, hortaliças e legumes parece estar a decrescer e é inferior ao recomendado.

Por outro lado, os adolescentes apresentam consumos elevados de refrigerantes,

doces e produtos de pastelaria. Estes dados em conjunto com a falta de hábitos

regulares da prática de exercício físico, particularmente no sexo feminino, podem

condicionar o aumento das doenças crónicas, nomeadamente as cardiovasculares e

oncológicas. Assim, é essencial que se criem incentivos a uma alimentação mais

saudável e à prática de exercício físico, de modo a obterem-se mudanças de

comportamento que possam contribuir para a redução da obesidade nesta população.

Também a intervenção para redução do número de fumadores e de novos fumadores

é essencial para melhorar os indicadores de saúde. Apesar do relevo dado a estes

factores, a promoção da saúde deve ser abordada de modo a integrar os vários

determinantes de saúde.

Verifica-se que na região Norte alguns indicadores melhoraram, no entanto,

existe ainda um largo campo de acção. O desenvolvimento de intervenções

preventivas, baseadas na evidência científica, e aplicáveis na região Norte, podem

diminuir uma parte importante da morbilidade e mortalidade observadas.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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