Saude Urbana Raul Borges Guimarães

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    1/28

    155

    Sade urbana:velho tema, novas questes

    Raul Borges GuimaresProfessor assistente-doutor do Departamento de Geografia da UNESP de Presidente

    Prudente e membro do Grupo Acadmico sobre a Produo do Espao e suasReestruturaes Regionais GASPERR.

    Correio eletrnico: [email protected]

    Resumo

    O presente trabalho uma contribuio para o entendimento da sade pblica em umaperspectiva geogrfica. O principal objetivo apresentar uma reflexo a respeito dasconcepes de sade urbana, tendo em vista a contribuio recente do pensamentocrtico desenvolvido pela Geografia brasileira. A idia central que aqui se apresenta a de que os paradigmas cientficos e as matrizes discursivas dos servios de sadeguardam estreita relao com o poder poltico e o desenvolvimento da vida urbana.

    Palavras-chave

    Geografia urbana sade urbana Geografia da Sade.

    Terra Livre So Paulo n. 17 p. 155-170 2osemestre/2001

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    2/28

    RAULBORGESGUIMARES

    156

    Introduo

    Como cidados e gegrafos, somos tanto participantes como observadores de umperverso processo que transforma cada vez mais as pessoas em clientes. As mdias fize-ram acreditar que sade se compra prestao, escolhendo o produto pela qualidade, pelopreo e pelo modo de atendimento. Por outro lado, sabe-se que uma parcela considervelda populao que procura atendimento mdico portadora de necessidades que nuncasero plenamente satisfeitas no plano da assistncia mdica individual. O encaminhamen-to dessas pessoas para a consulta mdica ocasiona dificuldade em assegurar atendimentorpido para os casos que realmente exigem urgncia. So desafios constantes do poderpblico a otimizao do uso dos leitos hospitalares, a atualizao contnua do mapa de

    vagas, o estabelecimento de mecanismos que desobstruam a comunicao e o intercmbiode informaes entre as unidades de servios de sade. Ao mesmo tempo, assistimos auma luta de diversos movimentos sociais que exigem sade como algo menos mdico emais conectado a experincias do dia-a-dia.

    Em que medida a Geografia brasileira pode contribuir com a temtica da poltica desade e com os aspectos apontados acima?

    O XII Encontro Nacional de Gegrafos, promovido pela Associao de GegrafosBrasileiros AGB , em Florianpolis, em julho de 2000, demonstrou que os gegrafosbrasileiros j esto envolvidos com tais inquietaes. Pela primeira vez em sua histria, a

    AGB organizou atividades em um evento nacional enfocando o tema da sade pblica. Amesa-redonda Geografia e sade com o objetivo de discutir a promoo da vida docidado como um novo paradigma da sade pblica teve a assistncia de cerca de 150participantes e resultou em um intenso debate. O mesmo se verificou no curso Da geo-grafia mdica geografia da sade, com a presena de 40 inscritos do Encontro. Foipossvel observar nestas atividades da AGB que gegrafos de diversas partes do pas estoenvolvidos com temticas da sade, velhas conhecidas de outras reas do conhecimento,tais como: ambiente e sade, perfil de morbimortalidade da populao e acesso aos servi-os de sade.

    O movimento de renovao do pensamento geogrfico brasileiro dos ltimos vinteanos vem possibilitando a discusso de tais temas a partir da introduo de uma srie denovas questes tericas e metodolgicas. Poderamos agrupar um conjunto significativodestas novas questes em um campo de investigaes e prticas sociais denominado sa-de urbana? Acredito que sim. o que vou procurar demonstrar neste artigo.

    Para isso, o texto foi dividido em 3 partes. Na primeira, Discurso mdico e episte-mologia do lugar social, discuto as razes que justificam a delimitao deste campodenominado sade urbana. A segunda parte, Da topografia mdica ao movimento ps-

    geografia mdica, dedicada a estabelecer as diferenas de perspectiva terica e meto-dolgica entre a tradicional geografia mdica e este novo campo de investigaes. Naterceira e ltima parte, Alguns caminhos da investigao em sade urbana: a contribui-

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    3/28

    SADEURBANA: VELHOTEMA, NOVASQUESTES

    157

    o recente da geografia brasileira, abordo possveis caminhos da investigao em sadeurbana, considerando as recentes perspectivas tericas e metodolgicas desenvolvidaspor gegrafos brasileiros.

    Discurso mdico e epistemologia do lugar social

    na cidade que as pessoas procuram o mdico ou recorrem aos servios de urgnciae maior complexidade. Mascates, restaurantes, terminais de nibus, pontos de txi, esta-es de metr, enfim, toda uma gama de atividades existentes em virtude dos servios desade fazem dos seus arredores o que muitos denominam de corredor sanitrio. Por aconvivem diversos tipos de pacientes que circulam pela cidade procura de atendimento.

    a cidade das filas, dificuldades, carncias, denncias de queda do padro de atendimen-to, dos riscos de infeco hospitalar, da demora na marcao de consultas, da falta derecursos nas emergncias mdicas. tambm a cidade do diversificado conjunto de altatecnologia dos equipamentos eletroeletrnicos de apoio diagnstico e teraputico, como aultra-sonografia, a hemodilise, a ressonncia magntica.

    Esta trama multifacetada de servios dos mais diversos nveis e matizes pode servista como objeto tcnico inserido no tecido urbano e ocupando parcelas do solo comoequipamento urbano (Guimares, 1994). Somente este aspecto da rede de servios desade j lhe confere um atributo intrnseco vida urbana. Os servios de sade so articu-

    lados aos centros nervosos de redes cada vez mais extensas de servios de produo econsumo urbanos (Singer, 1978) e podem ser considerados elementos fundamentais doprocesso de (re)estruturao da centralidade urbana (Spsito, 1996).

    Alm disso, a relao entre a sade e a produo do espao urbano envolve outrosaspectos da geografia urbana, na perspectiva dos movimentos sociais e de suas represen-taes sociais, conforme explicitarei a seguir.

    A rede de sade pode ser compreendida como um sistema interconectado que funci-ona por meio da circulao de pessoas, mercadorias ou informaes. Neste sentido, a redede sade no um dado, mas uma questo em aberto. No se trata s de uma rede deequipamentos conectados, mas de um conjunto de atores sociais1 que a freqentam embusca de um objetivo ou para cumprir uma tarefa bem localizada territorialmente. Cadaum destes atores (corpo tcnico dos hospitais e unidades bsicas de sade, usurios dosservios, lideranas das associaes de moradores, entre outros) ocupa uma posio rela-tiva, ou seja, um n conectado na rede de sade. Esta, por sua vez, o meio e o fim demltiplas relaes de controle, de vizinhana, de distanciamento e de aproximao entreestes atores sociais, que criam e recriam lugares de poder, nos termos estudados por Raffestin

    1. Segundo Mendes (1997, p. 8), ator social um coletivo de pessoas ou, no seu extremo, uma personalidade que, atuando numadeterminada realidade, capaz de transform-la. Para tanto, fundamental que ele tenha controle sobre os recursos relevantes,tenha uma organizao minimamente estvel e um projeto para intervir nessa realidade.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    4/28

    RAULBORGESGUIMARES

    158

    (1993). Os movimentos reivindicatrios de associaes de moradores dos bairros perifri-cos das cidades brasileiras, por exemplo, colocam a sade em uma cesta bsica na qualno pode faltar o remdio e o pronto atendimento mdico. Este perfil de demanda que hmuito tempo tem sido estudado pelas Cincias Sociais em sade (Cohn, 1991) uma dastradues do processo de (re)estruturao urbana, na perspectiva das carncias.

    Em um contexto de profunda heterogeneidade na distribuio de equipamentos cole-tivos, como o caso das cidades brasileiras, preciso levar em considerao a variabilida-de de arquiteturas de ligaes efetivamente realizadas ao longo do tempo pelos diversosatores sobre esta rede (Dupuy, 1991). Ela no homognea, mas impregnada de mensa-gens e valores definidos no campo social e poltico da vida urbana e transformados emsaber tcnico. este saber tcnico que aproxima ainda mais a relao da sade com o

    processo de produo do espao urbano. Afinal, qualquer modelo tecnolgico guarda emsi uma forma de expresso e de comunicao de idias, valores e formas de comportamen-to entre pessoas, ainda que tais contedos possam ser identificados apenas em suas lacu-nas e silncios. No que se refere a sua dimenso territorial, como diz Santos:

    a relao que se deve buscar, entre o espao e o fenmeno tcnico, abrangente de todas asmanifestaes da tcnica, includas as tcnicas da prpria ao () e como o objeto tcnico

    define ao mesmo tempo os atores e um espao (Santos, 1996, p. 31).

    a que as representaes sociais dos servios de sade se estruturam, formando umsistema de interpretao que rege a relao das pessoas com a sociedade urbana, uma vezque ancora o desconhecido em uma realidade conhecida e institucionalizada(Jovchelovitch, 1995, p. 82). Como as representaes estruturam-se na significao atri-buda a objetos do real, nas relaes que os sujeitos estabelecem com eles, no possvelpensar em representaes sociais fora do seu contexto. Este o caso dos equipamentos desade. Como meio tcnico urbano, eles so inseparveis das experincias intersubjetivas.Neles e por meio deles ocorre o despertar da conscincia dos sujeitos (no caso, da consci-ncia sanitria e do estatuto da doena e do enfermo, idias e concepes formuladas na epela vida urbana). Mas isso tambm tem criado a carncia e a sua necessidade, o que vemexigindo o olhar atento ao contedo do no-dito, do no-manifesto, e da relao que esta-belecemos entre o mundo material e o mundo simblico.

    Talvez nenhuma outra rede de servios tenha tamanho poder de produo, reprodu-o e enunciao de representaes sociais da vida urbana como a da sade. Ela produzpoderosas unidades semnticas com base nas quais se articulam, inclusive, outros simbo-lismos sociais, o que inclui o desejo, o imaginrio, o percebido. Este aspecto da produodas representaes sociais da sade tem o poder de satisfazer o desejo de apropriao do

    objeto real atravs de sua substituio no plano do discurso e resulta de transferncias douniverso do espao urbano vivido e percebido para o campo simblico, que mobilizaimagens e arqutipos simblicos na tessitura do nosso universo conceitual (Lefbvre, 1983).

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    5/28

    SADEURBANA: VELHOTEMA, NOVASQUESTES

    159

    Esse seria um caminho de investigao geogrfica da sade urbana, mas que exigeuma reflexo. Ainda que tais contedos geogrficos no se apresentem diretamente en-quanto expresso territorial, como os discursos que os expressam relacionam-se com aterritorialidade urbana e lhe conferem atributos prprios? o que veremos nos dois itensseguintes.

    Da topografia mdica ao movimentops-geografia mdica

    A relao entre sade, ambiente e cidade no uma idia nova. O paradigmahipocrtico, geralmente considerado a matriz do pensamento mdico do mundo ocidental,

    j considerava o ambiente das cidades um foco de agravos sade. Se as doenas eramcompreendidas como o desequilbrio de diferentes fluidos (sangue, gua, blis e fleuma),por sua vez a sade era vista como o resultado do equilbrio entre estes fluidos em funodas condies ambientais dos lugares (Grmek, 1999).

    Durante o sanitarismo, perodo delimitado por Rosen (1994) entre 1830 a 1875, asade pblica e o planejamento urbano foram considerados uma mesma entidade2. O sa-neamento urbano era o nico remdio para o controle dos processos de transmisso dasdoenas infecto-contagiosas, resultando no processo de embelezamento e de melhoriasdas condies de vida nas cidades.

    O caso britnico exemplar para a compreenso daquele contexto. Inmeras comis-ses de inqurito, formadas por mdicos e representantes dos governos locais, trouxerama pblico um quadro completo das condies sanitrias nos bairros de trabalhadores. Engels,de posse dos resultados daqueles inquritos e realizando observao direta, assim anali-sou a situao de vida da classe trabalhadora em Manchester, Inglaterra, em 1845:

    ... Ao longo do rio esto ainda intercaladas fbricas: tambm aqui as construes so aper-tadas e desordenadas, tal como na parte inferior de Long Millgate. direita e esquerda,

    uma quantidade de passagens cobertas conduzem da rua principal aos numerosos ptios,entrando nos quais se depara com uma revoltante imundcie que no tem igual, particular-

    mente nos ptios virados ao Irk, que contm as mais horrendas habitaes que eu alguma vezvira. Num destes ptios, mesmo entrada, onde termina a passagem coberta, existe uma

    latrina privada de porta e to imunda que os moradores, para entrarem e sarem do ptio, tmde atravessar uma poa lamacenta de urina putrefacta e de excrementos que a circunda. o

    2. Ainda que o presente artigo tenha por base a periodizao da histria da sade pblica proposta por Rosen (1994), sabemosque qualquer recorte histrico passvel de discusso e inmeros outros autores poderiam ser lembrados. Para Duhl and Sanchez(1999), por exemplo, o sanitarismo s foi delimitado enquanto um campo cientfico especfico a partir de 1875, com o desenvol-

    vimento da microbiologia. Para este autor, a era do sanitarismo confunde-se com o que Rosen considera a Era da Bacteriologia(1875-1950). Luz (1988), por sua vez, considera que a emergncia do sanitarismo teve por referncia um processo histrico que,desde o sculo XVI, transformou a lgica aristotelo-escolstica, herdada da representao social da doena do mundo antigo,numa lgica sustentada pela racionalidade e pelo desenvolvimento tcnico. Ver tambm Porter (1999) e Canguilhem (1990).

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    6/28

    RAULBORGESGUIMARES

    160

    primeiro ptio junto do Irk, por cima de Ducie Bridge, se algum tiver vontade de o ir ver;embaixo, sobre o rio, encontram-se numerosas fbricas de curtumes, que empestam toda a

    zona com o fedor da putrefao animal. Nos ptios por baixo de Ducie Bridge desce-se almdisso por escadas estreitas e sujas, e s atravessando montes de escombros e de imundcies

    se consegue chegar s casas... (Engels, 1975, p. 82-4).

    Essa situao no existia apenas na Gr-Bretanha. Frana, Prssia, Estados Unidos eonde mais houvesse se desenvolvido o sistema fabril guardavam condies igualmentealarmantes nos bairros dos trabalhadores. Na Frana, as idias higienistas foram rapida-mente incorporadas s polticas urbanas implementadas por Hausmann em Paris, o queacabou sendo adotado como modelo urbanstico por inmeras outras cidades do mundo

    (Gandy, 1999).Foi neste contexto de mudanas que os mdicos tomaram para si a experincia dainterveno urbanstica como uma resposta tcnica para as mazelas sociais e uma espciede misso civilizatria. Projetos de saneamento foram formulados e executados tendocomo alvo de interveno o ambiente degradado do espao urbano, como ocorreu emLondres, Berlim e Nova Iorque, por exemplo.

    Os mdicos passaram a controlar o espao social por meio das estatsticas de sade edos inventrios de distribuio das habitaes, pessoas e doenas pelo territrio. As cha-madas topografias mdicas transformaram-se em um poderoso instrumento de poder po-

    ltico dos mdicos na realizao desta tarefa. Segundo Maurcio de Abreu (1997), as topo-grafias mdicas eram tratados tcnico-cientficos que tinham como referncia a sistemati-zao da observao e o registro dos fatos, a anlise estatstica e os modelos explicativosdos determinantes biolgicos das doenas uma espcie de estudo monogrfico das cida-des com enfoque no estado de sade da populao. Procurava-se identificar relaes decausa e efeito das doenas nas interaes entre o meio fsico e o social.

    A ao destes mdicos-higienistas constituiu-se num primeiro passo para a formaodesse novo campo de saberes e prticas, gerando profundas mudanas nas instituies,com vistas a enfrentar os problemas urbanos produzidos pelo sistema fabril. As doenaspassaram a ser vistas como um mal associado imundcie do ambiente e que poderiam sereliminadas educando a populao pobre para as prticas de higiene, fiscalizando a quali-dade dos alimentos, expandindo a rede de gua e de esgoto e derrubando as edificaesinsalubres.

    A partir desta teia de relaes, no foi difcil identificar os doentes com os pobres, osativistas dos sindicatos, os desempregados e as gangues do crime organizado, todos con-siderados membros das classes perigosas (Hall, 1995). Como analisou Foucault, come-ava-sea conceber uma presena generalizada dos mdicos, cujos olhares cruzados for-

    mavam uma rede e exerciam em todos os lugares do espao, em todos os momentos dotempo, uma vigilncia constante (Foucault, 1980, p. 35) que resultaria em poder de pol-cia e de instituio da ordem pblica.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    7/28

    SADEURBANA: VELHOTEMA, NOVASQUESTES

    161

    Se num primeiro momento o saneamento urbano foi o nico remdio para o con-trole dos processos de transmisso das doenas infecto-contagiosas, as respostas definiti-vas para estes problemas de sade pblica foram encontradas nos estudos de microbiologiada segunda metade do sculo XIX e incio do sculo XX. Eles permitiram uma melhordefinio dos programas de ao e controle das condies de vida e do ambiente urbanocom base em mtodos empricos de combate a diversas molstias com maior rigor tcnico(Rosen, 1994), provocando enorme impacto no perfil de morbimortalidade de diversospases. A incidncia de casos de clera, febre tifide, peste bubnica, difteria, entre outrasmolstias, caiu drasticamente nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Frana, assim comono Brasil, na ndia ou no Japo.

    O resultado imediato, em termos da dinmica demogrfica, foi o aumento da expec-

    tativa de vida ao longo do sculo XX, o que contribuiu para o crescimento vegetativo dapopulao mundial e a chamada transio epidemiolgica o perfil de morbimortalidadeda populao desses pases sofreu alteraes com o crescimento das doenas crnico-degenerativas, muitos delas associadas ao stresse ao sedentarismo da vida urbana.

    Como os gegrafos participaram deste intenso movimento terico e prtico que vin-culou definitivamente a sade a questes urbanas?

    Foi Max Sorre que mais aproximou a pesquisa geogrfica da temtica higienista nasprimeiras dcadas do sculo XX. A meu ver, esta no foi a fonte que se mostrou promissorapara a discusso da sade urbana, na perspectiva geogrfica. Os pressupostos da geografia

    mdica maxsorreana no se aplicavam ao mundo urbano em expanso. Vejamos por qu.A obra de Max Sorre permitiu a apreenso da doena em termos de um fenmeno

    localizvel, passvel de delimitao em termos de rea. Inspirado em rumos j delineadospor La Blache, Demangeon, Jean Brunhes e De Martonne, entre outros, o trabalho de MaxSorre provocou a necessidade de considerar, na histria natural das doenas, o maior oumenor ajustamento aos gneros de vida3 , formulando e empregando o conceito dinmicode complexo patognico para explicar o perfil epidemiolgico como resultado de condi-es especficas de vida em ambientes sociais, econmicos ou polticos. Segundo ele, aconstituio dos complexos patognicos depende, em grande parte, do gnero de vida dosgrupos humanos e dos costumes que este gnero de vida exerce sobre vesturio, alimenta-o e condio de moradia (Sorre, 1955, p. 279).

    Como as doenas crnico-degenerativas no possuem um agente etiolgico que pos-sa estabelecer algum nexo causal com a histria natural das doenas, tornam-se eviden-tes as dificuldades encontradas por este paradigma para compreender as mudanas noquadro patolgico, principalmente nos chamados pases desenvolvidos, com as transfor-maes econmicas geradas pela indstria e o crescimento das cidades.

    Desde ento, explicaes alternativas foram buscadas na Geografia para a compre-

    enso do processo sade-doena. Como entender a dimenso social das doenas com

    3. Definidos como conjuntos de atividades mediante as quais grupos que as praticam asseguram sua prpria existncia.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    8/28

    RAULBORGESGUIMARES

    162

    maior incidncia na populao urbana? Como considerar os processos sociais na explica-o das diferenas do perfil de morbimortalidade entre os bairros de uma mesma cidade?

    Os pesquisadores em geografia mdica do perodo ps-Segunda Guerra Mundial en-frentaram tais questes de maneira muito mais pragmtica do que terica, transformandoa sade em um dos campos de aplicao dos estudos geomtricos do territrio. O paradigmada anlise espacial, disseminado na geografia entre o final da dcada de 1950 e comeodos anos 60, permitiu maior rigor na compreenso dos fenmenos de localizao e distri-buio dos equipamentos de sade ou na compreenso do papel dos diferentes elementosque contribuem para que as pessoas adoeam (Haggett, 1977; Mayer, 1992).

    Com a progressiva adoo de abordagens sistmicas para o tratamento das questesambientais de modo mais complexo e dinmico, tais estudos buscaram a gnese dos me-

    canismos que desencadeiam a difuso das doenas, ampliando enormemente o alcance daproblemtica da sade (Meade, 1988; Gould, 1969). Mas o paradigma da anlise espacialcomeou a perder fora nas pesquisas em geografia mdica a partir da primeira metade dadcada de 1970, quando novas questes passaram a ser formuladas com base nos referenciaistericos da geografia humana ps-estruturalista (Kearns and Gesler, 1998).

    Estas novas perspectivas tericas apontaram para o posicionamento crtico diante doconceito de sade formulado pela Organizao Mundial de Sade4 . Se, por um lado, esteorganismo internacional procurou deslocar as polticas de sade dos pases membros daOrganizao das Naes Unidas de um enfoque nas doenas e no modelo estritamente

    mdico para uma dimenso cultural e social inteiramente nova, por outro sua conceporestringiu o sentido do termo sade idia de progresso, vinculando ainda mais a polticade sade ao poder do Estado e ideologia (Kearns, 1995). Portanto, o que de fato taldiscurso representou de efetivamente novo?

    Influenciados pelo debate da Nova Geografia Cultural e tendo como slogancolocara sade no lugar, as pesquisas do movimento ps-geografia mdica, segundo seus propo-nentes, tm representado um compromisso coletivo de investigao das relaes entre asteorias a respeito da cultura e das etnias e a questo do gnero e sade, envolvendo acompreenso da interao entre a percepo das pessoas e as diversas dimenses da exis-tncia (emoes, sentimentos), conforme Kearns (1993, 1997).

    A criao da revistaHealth and Place, em 1995, foi um marco significativo destemovimento, propiciando a continuidade do debate das relaes entre geografia e sade atos dias de hoje. Segundo o editor deste peridico cientfico, a sade tem sido uma rea queexige o estudo de um amplo leque de questes (Moon, 1995), dentre as quais se, desta-cam: a emergncia de novas doenas, a anlise de suas etiologias e, no caso de doenastransmissveis, sua propagao; a reemergncia de doenas que j estavam sob controle; oimpacto do crescimento das doenas crnico-degenerativas e mentais; a prevalncia e

    etiologia de doenas relacionadas com o comportamento, particularmente fumo, bebida,

    4. Segundo a WHO (1946), a sade pode ser entendida como um estado de bem-estar completo, fsico, mental e social.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    9/28

    SADEURBANA: VELHOTEMA, NOVASQUESTES

    163

    hbitos alimentares, vida sedentria, vida sexual e uso de drogas. Tendo em vista o carterdinmico e interdisciplinar deste campo temtico, este novo jornal tem se proposto apublicar resultados de pesquisas com nfase nos aspectos tericos, promovendo a difusodo pluralismo metodolgico na investigao dos processos de produo das informaese da construo social dos significados do termo sade.

    O Brasil no ficou alheio a este intenso debate que tem se verificado nos ltimosanos. Contudo, o pensamento marxista teve um peso mais significativo por aqui, como emoutros pases da Amrica Latina (Mxico e Equador, por exemplo). Na perspectiva dorealismo crtico, a anlise do processo sade-doena tem sido realizada pela epidemiologiasocial brasileira, considerando-se as diferenas de adoecer e morrer das classes sociais oudas pessoas nos diferentes contextos socioespaciais5.

    Ainda que a geografia seja uma disciplina bastante valorizada pela epidemiologiasocial no Brasil, os gegrafos brasileiros no tm participado diretamente desta discusso.O que pretendo abordar a seguir o enorme campo de possibilidades de relaes entregeografia urbana e sade pblica, considerando-se a produo recente da geografia brasi-leira.

    Alguns caminhos da investigao em sade urbana:a contribuio recente da Geografia brasileira

    Nesta ltima parte do artigo no tenho a pretenso de identificar todos os caminhospossveis da investigao em sade urbana, com base no complexo e rico referencial te-rico desenvolvido pela geografia ou por especialistas de outras reas6. Apenas gostaria desublinhar alguns nexos entre a sade e a temtica urbana que tm despertado o interesserecente de gegrafos brasileiros, conforme j demonstrou o ltimo Encontro Nacional daAGB, em Florianpolis.

    Entre eles, o desenvolvimento de aplicativos em Sistema de Informao Geogrfica(SIG) tem provocado a retomada dos estudos de estatstica espacial no campo da sade.No Brasil, a equipe da Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) tem se destacado nesta rea(Najar e Marques, 1998), e sua parceria com o IBGE resultou em importantes pesquisas arespeito das condies de sade da populao urbana, com base nas unidades censitriasda cidade do Rio de Janeiro. As bases de dados desenvolvidas pelo Departamento deInformaes em Sade da FIOCRUZ vm sendo utilizadas em diversos projetos, disserta-es de mestrado e teses de doutorado, formando o referencial central do uso do geopro-cessamento em estudos epidemiolgicos por meio da modelagem de conjuntos de dadossocioeconmicos. As pesquisas do gegrafo Chistovam Barcellos tm se destacado entreestes trabalhos da FIOCRUZ (Barcellos et al., 1996 e 1998).

    5. A respeito desta abordagem, ver Sabroza (1992) e Silva (1997b).6. Inmeros autores no-gegrafos so referncias importantes para a pesquisa em sade urbana no Brasil. Para citar algumascontribuies mais recentes, caberia destacar o trabalho desenvolvido por Chalhoub (1996) e Hochmann (1998).

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    10/28

    RAULBORGESGUIMARES

    164

    Mas inmeros outros caminhos podem ser trilhados pelos pesquisadores interessa-dos na temtica da Sade, alm do uso de aplicativos em Sistemas de Informao. Umdeles vem sendo delineado por Maurcio de Abreu (1997, 1998). Segundo este autor, opensamento higienista deve ser considerado uma importante fonte para o estudo das ques-tes urbanas do incio do perodo republicano. Afinal, mdicos e engenheiros sanitaristascolocaram-se frente na tarefa de sanear cidades, o que lhes conferiu enorme prestgiopoltico, consolidando o higienismo como um dos principais discursos ideolgicos deparcelas significativas da elite intelectual brasileira do comeo do sculo XX. Se os higi-enistas brasileiros controlaram as epidemias de febre amarela e do clera nas maiorescidades brasileiras das primeiras dcadas do sculo XX, o pas continuou a conviver comgraves problemas sanitrios. Muitas outras molstias eram responsveis por um grande

    nmero de mortes nas cidades, como a tuberculose, a difteria, a lepra e as doenas venre-as. Seria preciso identificar o lugar destes acontecimentos e das idias higienistas na for-mulao das polticas pblicas das principais cidades brasileiras da poca, o que envolve-ria o entendimento das relaes deste pensamento com a histria urbana e a histria dascidades.

    Jan Bitoun outro pesquisador que tem trabalhado a relao entre a sade e as ques-tes urbanas (Bitoun, 1997). Alm de recorrer ao processo de formao do pensamentohigienista para analisar a formulao das polticas urbanas brasileiras, este gegrafo temmantido uma interlocuo com os gestores das polticas de sade municipais, contribuin-

    do para a consolidao do Sistema nico de Sade (SUS) no pas. De acordo com Bitoun(2000), seria importante investigar a dinmica urbana que envolve as reas adstritas sunidades bsicas de sade, buscando-se compreender a geografia das redes que estes ser-vios produzem nas mais diversas escalas, em termos de circuitos urbanos7. Para Bitoun,se num primeiro nvel as unidades bsicas de sade e demais servios de maior complexi-dade constituem-se numa das redes de infra-estrutura bsica existentes nas cidades, elastambm envolvem circuitos gerados pela produo dos servios (segundo nvel escalar) eum outro circuito tecido pelos atores sociais que se apropriam e do concretude ao SUS(terceiro nvel). Uma expresso concreta deste movimento, hoje, ocorre na prestao deservios de sade, quer seja na centralizao destes nos hospitais de maior porte ou pormeio do deslocamento dos processos de alto custo dos hospitais para o servio realizadopor terceiros especialmente aqueles mais lucrativos, associados s transformaes tc-nicas do processo de diagnstico e teraputica com base na incorporao de equipamentoseletroeletrnicos.

    Este tipo de fenmeno tambm tem sido objeto de preocupao de Maria EncarnaoBeltro Sposito (1996). Segundo esta autora, as transformaes recentes no setor sade

    7. No campo da epidemiologia social brasileira, no nova a idia de se trabalhar os circuitos da produo/consumo dos serviosde sade e das diferentes formas de viver e morrer. Sabroza um autor que vem procurando utilizar os referenciais tericosdesenvolvidos por Milton Santos para compreender a dinmica da sade coletiva em termos de circuitos urbanos (Sabroza,1992).

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    11/28

    SADEURBANA: VELHOTEMA, NOVASQUESTES

    165

    podem ser relacionadas aos processos mais amplos de multi(poli)centralidade. A distri-buio dos equipamentos de sade pela cidade estaria associada aos processos de(re)estruturao urbana, com profundos impactos na dimenso simblica da vida urbana.Sob este aspecto, a discusso que Seabra (1996) faz a respeito da insurreio do uso suge-re que a influncia dos servios de sade transformados em equipamentos urbanos residenas mudanas generalizadas de valores impostos pelo seu uso, o que confronta (sem substi-tuir) o universal, necessrio e pblico com o particular, contingencial e pessoal.

    Considero que esta dimenso simblica produzida no mbito da sade pode ser com-preendida graas a algumas idias desenvolvidas por Armando Corra da Silva e MarceloLopes de Souza, na interface com outras reas do conhecimento.

    Para o primeiro autor, o lugar social uma questo central para a geografia e exige a

    anlise da tenso dialtica provocada pela isotropia desigual do espao geogrfico. Ouseja, em virtude de suas determinaes individuais e grupais, o lugar social seria um espa-o isotrpico, porque responderia a determinaes mais gerais e inclusivas e, ao mesmotempo, espao desigual, porque estaria relacionado s entranhas do poder local (Silva,1991). Assim, a busca dos atores sociais pela delimitao de esferas de poder, no mbitodo espao urbano, teria uma funo existencial prpria de individuao, que permitiriaque os sujeitos se diferenciassem e ao mesmo tempo se integrassem comunidade.

    A noo de sade estaria sendo formada em diversos campos culturais e resultaria daproduo de categorias de pensamento que utilizamos para a enunciao do que vm a ser

    as coisas do mundo. A vida e a morte, conceitos estreitamente vinculados ao campo dasade, no seriam enunciados apenas pela cincia, mas tambm pela literatura e pelasartes plsticas, que delimitam e expressam diferentes aproximaes possveis a estatemtica. Esta perspectiva de anlise encaminharia a discusso da sade urbana para aquesto do discurso ideolgico, o que para Silva (1997a) seria o mesmo que delinear assuas geografias.

    Um autor importante para esta reflexo Bakhtin (1995). Segundo ele, o discursocientfico, entre todas as formas de discurso, um dos mais hermticos penetrao deexperincias exteriores ao seu campo. Ele apresenta um tipo especfico de interao ver-bal com forte sentimento de propriedade da palavra e de superioridade hierrquica. Aspalavras so tecidas pelo vis ideolgico do seu campo especfico e servem de tramasemitica a partir da qual as fronteiras das relaes sociais que devem ser estabelecidasentre os seres falantes so delimitadas.

    O mecanismo de produo das representaes sociais sempre est presente na comu-nicao social. O receptor de uma mensagem no um ser mudo, privado da palavra. Aocontrrio, ele interage com o discurso apreendido de outrem e, no processo de interaoverbal, participa da produo e do estabelecimento dos signos. Tais signos passam a estar

    presentes nas diferentes formas de enunciao, mesmo as no-verbais, e encontram-seimpregnados da ordem hierrquica e da tenso poltica resultante das relaes sociais(Bakhtin, 1995).

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    12/28

    RAULBORGESGUIMARES

    166

    No caso de Marcelo Lopes de Souza (2000), uma das questes relevantes dos estudosurbanos seria verificar quo grande ou pequeno o grau de autonomia de que dispem osindivduos e os grupos para enfrentar e superar as dificuldades, estabelecendo as suasprprias prioridades e concebendo as suas prprias solues (Souza, 2000, p. 26). Afinal,ningum mero reprodutor das idias dominantes, ainda que o discurso ideolgico deixetraos em todos os indivduos que integram a sociedade. Os sujeitos operam sua capacida-de imaginria deslocando significados atribudos aos objetos reais para idias latentes oumanifestas ou para se proteger e resistir ao afloramento daquilo que no tem espao nemmesmo em si prprio para ser dito8.

    Esta poderia ser, a meu ver, uma nova concepo de sade, intimamente relacionadacom uma geografia mais compromissada com as pessoas e do ponto de vista das pessoas, o

    que, alis, tem sido a busca do movimento ps-geografia mdica no contexto internacional.Como o discurso pode ser compreendido como uma prtica social de significaodas narrativas, dos conceitos e da ideologia (Barnes e Duncan, 1992), a tarefa que secoloca identificar as cadeias de mediaes destas prticas sociais na luta permanente dosatores sociais pela imposio das suas prprias significaes e pela delimitao de seucampo de atuao.

    Um campo um domnio que mantm a estruturao das prticas sociais, de acordocom os referenciais tericos desenvolvidos por Bourdieu (1997). Para este autor, o campofunciona como um amlgama de um grupo social que a se reconhece por meio do uso

    particular de um conjunto de sinais, cdigos e linguagens. Nessa esfera de ao que ocampo, o que est em jogo a imposio de princpios legtimos de viso e de diviso domundo. O que fica implcito entre as partes um acordo tcito de que este jogo vale a penaser jogado, ainda que se mantenha uma relao de cumplicidade ontolgica entre asestruturas mentais e as estruturas objetivas do espao social que permite que os atoresutilizem constantemente em suas prticas teses que no so colocadas como tais (Bourdieu,1997, p. 143). Os atores em jogo querem ver triunfar sua interpretao a respeito de comoas coisas foram, so e sero.

    Se pensarmos a sade urbana nestes termos, a investigao do tema nos conduziria incorporao da noo de imaginrio social e de memria, articuladas no plano de anlises formas de representao sociale de uso de metforas. Tal como Roux (1999) aponta,metforas so mais do que elementos da imaginao potica ou floreios retricos. A metfo-ra penetra no dia-a-dia e na linguagem, funcionando como um meio de compreender e expe-rimentar um tipo de coisa em termos de outra. A metfora no uma simples ornamentaoda linguagem, mas uma busca de analogia que decorre da tentativa de tornar evidente umahomologia de estruturas. Em outras palavras, o uso de metforas representa uma estratgiadiscursiva desenvolvida pelos atores sociais no sentido de construir o entendimento das

    mudanas que esto acontecendo em suas vidas e na coletividade (Kearns, 1997).

    8. Idia que Marcelo Lopes de Souza desenvolveu a partir do referencial de Catoriadis (1992).

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    13/28

    SADEURBANA: VELHOTEMA, NOVASQUESTES

    167

    O lugar tem um papel central na construo dos significados sociais das redes (Car-los, 1996; Gesler, 1999) e as metforas geogrficas so utilizadas para estabelecer dife-rentes identidades vida comunitria (Barnes and Duncan, 1992), atravs de um processoque no harmonioso, mas repleto de conflitos e resistncias. Nesse sentido, as metforaspodem estar sendo usadas tanto para revelar como para encobrir os significados das rela-es sociais, o que torna o seu estudo necessrio e ainda mais frtil (Guimares, 2000).

    Em resumo, considerando a sade urbana uma espcie de ideologia do cotidiano(Silva, 1997a) e, ao mesmo tempo, um movimento poltico de construo de um projetode autonomia (Souza, 2000), a tarefa identific-la no plano do discurso ideolgico, semperder de vista as suas cadeias de mediaes com os mecanismos de instituio imagin-ria. Isto exigiria o aprofundamento da discusso da epistemologia do lugar social e do

    campo de foras no interior do qual os atores sociais se enfrentam numa luta permanentepela imposio de discursos legtimos a respeito do mundo urbano. Estes so alguns dosnovos temas que desafiam e colocam diferentes e recentes perspectivas terico-metodol-gicas face a face com uma das mais antigas tradies da geografia: a sade urbana.

    Bibliografia

    ABREU, Maurcio de Almeida. Pensando a cidade no Brasil do passado. In: SILVA, JosBorzacchielo da (org.).A cidade e o urbano: temas para o debate. Fortaleza: EUFC, 1997,

    p. 27-52.______. Sobre a memria das cidades. Territrio. Rio de Janeiro, UFRJ/Laget, v. 3, n. 4, p. 5-

    26, jan./jun., 1998.ALLAN, Tony.Histria em revista. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1992.BAKHTIN, M.Marxismo e filosofia da linguagem. So Paulo: Hucitec, 1995.BARCELLOS, C. et al. Geoprocessamento, ambiente e sade: uma unio possvel? Cadernos

    de Sade Pblica. Rio de Janeiro, ENSP, v. 12, n. 3, p. 389-397, 1996.BARCELLOS, C. et al. A organizao espacial condiciona as relaes entre ambiente e sade:

    o exemplo da exposio ao mercrio em uma fbrica de lmpadas fluorescentes. Cincia esade coletiva. Rio de Janeiro, ABRASCO, v. 3, n. 2, p. 103-13, 1998.

    BARNES, T. and DUNCAN, T. Writing worlds: discourse, text and metaphor in therepresentation of landscape. London: Routledge, 1992.

    BITOUN, Jan. O intra-urbano: a geografia e o urbanismo. In: SILVA, Jos Borzacchiello da etall. (org.).A cidade e o urbano: temas para debates. Fortaleza: EUFC, 1997, p. 53-60.

    ______. A poltica de sade e as inovaes na gesto local. Cidadania notcia. Recife, Eta-pas Equipe Tcnica de Assessoria, Pesquisa e Ao Social, 2000.

    BOURDIEU, Pierre.Razes prticas. Campinas: Papirus, 1997.

    CANGUILHEM, G. O normal e o patolgico. Rio de Janeiro: Forense Universitria,1990.

    CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. So Paulo: Hucitec, 1996.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    14/28

    RAULBORGESGUIMARES

    168

    CASTORIADIS, Cornelius. A instituio imaginria da sociedade. Rio de Janeiro: Paz eTerra, 1982.

    CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortios e epidemias na Corte Imperial. So Paulo: Com-panhia das Letras, 1996.

    COHN, Amlia.A sade como direito e como servio. So Paulo: Cortez, 1991.DUHL, L.J. and Sanchez, A.K.Healthy cities and the city planning process: a Background

    document on links between health and urban planning.Copenhagen: WHO, 1999.DUPUY, Gabriel. Lurbanisme des rseaux. Paris: Armand Colin, 1991.ENGELS, Friedrich.A situao da classe trabalhadora em Inglaterra. Lisboa: Presena, 1975.FOUCAULT, Michel. O nascimento da clnica. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 1980.GANDY, Mathew. The Paris sewers and the rationalization of the urban space. Transactions

    of Institute of British Geographers, v. 24, p. 22-44, 1999.GESLER, W.M. Words in wards: language, health and place.Health and place, v. 5, p.13-25,

    1999.GOULD, P. R. Spatial diffusion. Washington, D.C.: Association of American Geographers,

    1969.GRMEK, M. Western Medical Thought from Antiquity to the Middle Ages. Portland: Harvard

    University Press, 1999.GUIMARES, Raul Borges. O transbordar do hospital pela cidade. So Paulo: Faculdade de

    Filosofia, Letras e Cincias e Humanas da Universidade de So Paulo, 1994. 127 p. (Dis-

    sertao de mestrado em Geografia Humana).________. Sade pblica e poltica urbana: memria e imaginrio social. So Paulo: Facul-

    dade de Filosofia, Letras e Cincias e Humanas da Universidade de So Paulo, 2000. 224p. (Tese de Doutorado em Geografia Humana)

    HAGGETT, P. et al.Locational methods in human geography. London: Edward Arnolds, 1977.HALL, Peter. Cidades do amanh. So Paulo: Perspectiva, 1995.HOCHMANN, Gilberto. A Era do Saneamento.So Paulo: Hucitec, 1998. Jovchelovitch,

    Sandra. Vivendo a vida com os outros: intersubjetividade, espao pblico e representa-es sociais. In: GUARESCHI, Pedrinho, e JOVCHELOVITCH, Sandra (orgs.). Textosem representaes sociais. Petrpolis: Vozes, 1995. p. 63-145.

    KEARNS, Robin A. Place and health: toward a reformed medical geography. The profissionalgeographer, v. 45, p. 139-147, 1993.

    ______. Medical geography: making space for difference. Progress in human geography, v.19, pp. 144-52, 1995.

    ______. Narrative and metaphor in geographies of health. Progress in Human Geography, v.21, p. 171-80, 1997.

    KEARNS, Robin A. and Gesler, Wilbert M. Putting health into place: landscape, identity and

    well-being. Nova York: Syracuse University Press, 1998.LEFBVRE, Henri. La presencia y la ausencia. Contribucion a la Teoria de las

    Representaciones. Cidade do Mxico: Fondo de Cultura Econmica, 1983.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    15/28

    SADEURBANA: VELHOTEMA, NOVASQUESTES

    169

    LUZ, M.T.Natural, racional, social: razo mdica e racionalidade cientfica moderna. Riode Janeiro: Campus, 1988.

    MAYER, Jonathan D. Challenges to understanding spatial patterns of disease: philosophicalalternatives to logical positivism. Social Science and Medicine. Oxford, v. 35, n. 4, p. 579-87, 1992.

    MEADE, Melinda S.Medical Geography. New York: The Guilford Press, 1988.MENDES, Eugnio Vilaa. Manual para elaborao de um plano de ao intersetorial e

    participativo para a construo de cidades saudveis. Belo Horizonte, Fundao EzequielDias/Escola de Sade de Minas Gerais, maro de 1997. (mimeo)

    MOON, G. (Re)placing research on health and health care.Health and Place, v.1, pp.1-4, 1995.NAJAR, Alberto Lopes e Marques, Eduardo Csar (orgs). Sade e espao: estudos metodol-

    gicos e tcnicas de anlise.Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.PORTER, Dorothy.Health, civilization and the state: a history of public health from ancient

    to modern times. London/New York: Routledge, 1999.POSSAS, M.C.Epidemiologia e sociedade:heterogeneidade estrutural e sade no Brasil. So

    Paulo: Hucitec, 1989.RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. So Paulo: tica, 1993.ROSEN, George.Uma histria da sade pblica. So Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec/Unesp/

    Abrasco, 1994.ROUX, Michel. Geographie e complexit: les espaces de la nostalgie. Paris: Harmattan, 1999.

    SABROZA, P. C. e Leal, M.C. Sade, ambiente e desenvolvimento: alguns conceitos funda-mentais. In: LEAL, M.C. et all. (orgs.). Sade, ambiente e desenvolvimento, So Paulo/Rio de Janeiro, Hucitec/ Abrasco, v.1, pp. 45-94, 1992.

    SANTOS, Milton.A natureza do espao: tcnica e tempo, razo e emoo. So Paulo: Huci-tec, 1996.

    SEABRA, Odete Carvalho de Lima. A insurreio do uso. In: MARTINS, Jos de Souza(org.).Henri Lefebvre e o retorno Dialtica. So Paulo: Hucitec, 1996, p. 71-86.

    SILVA, Armando Corra da. Geografia e lugar social. So Paulo: Contexto, 1991. ______.Conceito de cultura.So Paulo, Departamento de Geografia, FFLCH/USP, 1997a (mimeo).

    SILVA, L.J. O conceito de espao na epidemiologia das doenas infecciosas. Caderno deSade Pblica, Rio de Janeiro, ENSP, v. 13, n. 4, p. 585-93, 1997b.

    SINGER, Paul. Prevenir e curar: o controle social atravs dos servios de sade. Rio deJaneiro: Forense Universitria, 1978.

    SORRE, Max. Fundamentos Biolgicos de la Geografia Humana. Barcelona: EditorialJuventud, 1955.

    SOUZA, Marcelo Lopes de. O desafio metropolitano: um estudo sobre a problemtica scio-espacial nas metrpoles brasileiras. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

    SPSITO, Maria Encarnao. Multi(poli)centralidade urbana. Presidente Prudente, UNESP/GASPERR, 1996 (mimeo.).

    World Health Organization (WHO). Constitution.New York: World Health Organization, 1946.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    16/28

    RAULBORGESGUIMARES

    170

    RESUMENEl trabajo analiza posibles salidas para una construccingeogrfica de la salud urbana. El propsito es el de pro-

    vocar uno cuestionamiento y una reflexin acerca de losingredientes esenciales de la promocin de la salud talcomo est concebida hasta hora y desde el pensamientocrtico de la Geografa Urbana Brasilea. El argumentocentral que aqu se pretende desarrollar es el de que losparadigmas cientficos y los cdigos y matrices discursi-vas de los servicios de la salud tienen tras de si el poderpoltico e el desarrollo de la vida urbana.

    PALABRAS-CLAVEGeografa urbana salud urbana Geografa de la Salud.

    ABSTRACTThis work is a contribution to understanding of the poli-tical nature of the public health care in a geographicalpoint of view. The main objective is to invoke theoreti-cally innovative perspectives, specially from Brazilianurban geography approaches. Thus, the health care ser-vice is considered as a network of sociability organizedby discourse, which increases the relationship betweenlocal power and urban life.

    KEYWORDSUrban Geography urban health, Geography of Health.

    Recebido para publicao em 10 de junho de 2001.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    17/28

    171

    Compndio dos nmeros anteriores

    01) MOREIRA, Ruy. O Plano Nacional de Re-forma Agrria em questo. Ano1, n.1, p.6-19,1986.

    02) THOMAZ JNIOR, Antonio. As agroinds-trias canavieiras em Jaboticabal e a territoriali-zao do monoplio. Ano1, n.1, p.20-25, 1986.

    03) OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. A Apro-

    priao da renda da terra pelo capital nacitricultura paulista. Ano1, n.1, p.26-38, 1986.

    04) VALVERDE, Orlando. A floresta amazni-ca e o ecodesenvolvimento. Ano1, n.1, p.39-42,1986.

    05) SALES, W. C. de C., CAPIBARIBE, P. J. A.,RAMOS, P., COSTA, M. C. L. da. Os agrotxicose suas implicaes socioambientais. Ano1, n.1,p.43-45, 1986.

    06) CARVALHO, Marcos Bernardino de. A na-tureza na Geografia do ensino mdio. Ano1, n.1,p.46-52, 1986.

    07) SANTOS, Douglas. Estado nacional e capitalmonopolista. Ano1, n.1, p.53-61, 1986.

    08) CORRA, Roberto Lobato. O enfoquelocacional na Geografia. Ano1, n.1, p.62-66, 1986.

    09) PONTES, Beatriz Maria Soares. Uma ava-liao da Lei Nacional do Uso do Solo Urbano.Ano1, n.1, p.67-72, 1986.

    10) PLANO DIRETOR DA AGB NACIONALGESTO 85/86. Ano1, n.1, p.73-75, 1986.

    11) A AGB e o documento final do projeto diag-nstico e avaliao do ensino de Geografia noBrasil. Ano1, n.1, p.76-77, 1986.

    12) GONALVES, Carlos Walter Porto.Reflexes sobre Geografia e Educao: notas deum debate. n.2, p.9-42, jul.1987.

    13) VLACH, Vnia Rbia Farias. Fragmentos

    para uma discusso: mtodo e contedo no ensi-no da Geografia de 1 e 2 graus. n.2, p.43-58,jul.1987.

    14) VESENTINI, Jos William. O mtodo e aprxis (notas polmicas sobre Geografia tradici-onal e Geografia crtica) . n.2, p.59-90, jul.1987.

    15) REGO, Nelson. A unidade (diviso) da Geo-grafia e o sentido da prtica. n.2, p.91-114, jul.1987.

    16) PONTUSCHKA, Ndia Nacib. Anlise dosplanos de ensino da Geografia. n.2, p.115-127,

    jul.1987.17) PAGANELLI, Tomoko Iyda. Para a constru-o do espao geogrfico na criana. n.2, p.129-148, jul.1987.

    18) VIANA, P.C.G., FOWLER, R.B, ZAPPIA,R.S., MEDEIROS, M.L.M.B.de. Poluio dasguas internas do Paran por agrotxico. n.2,p.149-154, jul.1987.

    19) AB SABER, Aziz Nacib. Espao territoriale proteo ambiental. n.3, p.9-31, mar.1988.

    20) GOMES, Horieste. A questo ambiental: ide-alismo e realismo ecolgico. n.3, p.33-54,mar.1988.

    21) BERROS, ROLANDO. Planejamentoambiental no Brasil. n.3, p.55-63, mar.1988.

    22) BRAGA, Ricardo Augusto Pessoa. Avalia-o de impactos ambientais: uma abordagemsistmica. n.3, p.65-74, mar.1988.

    23) LIMA, Samuel do Carmo. Energia nuclear

    uma opo perigosa. n.3, p.75-88, mar.1988.24) SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes eSCHFFER, Neiva Otero. Anlise ambiental: aatuao do gegrafo para e na sociedade. n.3,p.89-103, mar.1988.

    25) ESTRADA, Maria Lcia. Algumas conside-raes sobre a Geografia e o seu ensino - o casoda industralizao brasileira. n.3, p.105-120,mar.1988.

    26) MESQUITA, Zil. Os espaos do espaobrasileiro em fins do sculo XX n.4, p.9-38,jul.1988.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    18/28

    172

    27) RIBEIRO, Wagner Costa. Relao espao/tempo: consideraes sobre a materialidade e di-nmica da histria humana. n.4, p.39-53, jul.1988.

    28) SILVA, Jos Borzacchiello da. Gesto demo-crtica do espao e participao dos Gegrafos.n.4, p.55-76, jul.1988.

    29) VALLEJO, Luiz Renato. Ecodesen-volvimento e o mito do progresso. n.4, p.77-87,

    jul.1988.

    30) VLACH, Vnia Rubia Farias. Rediscutindoa questo acerca do livro didtico de Geografiapara o ensino de 1 e 2 graus. n.4, p.89-95,

    jul.1988.31) SCHFFER, Neiva Otero. Os estudos sociaisocupam novamente o espao... da discusso. n.4,p.97-108, jul.1988.

    32) SANTOS, Milton. O espao geogrfico comocategoria filosfica. n.5, p.9-20, 1988.

    33) SOUZA, Marcelo Jos Lopes de.Espaciologia: uma objeo (crtica aosprestigiamentos pseudo-crticos do espao social).n.5, p.21-45, 1988.

    34) GOMES, Paulo Csar da Costa e COSTA,Rogrio Haesbaert da. O espao na modernidade).n.5, p.47-67, 1988.

    35) SILVA, Mrio Cezar Tompes da. O papel dopoltico na construo do espao dos homens).n.5, p.69-82, 1988.

    36) SOUZA Marcos Jos Nogueira de. Subsdiospara uma poltica conservacionista dos recursosnaturais renovveis do Cear). n.5, p.83-101, 1988.

    37) KRENAK, Ailton. Tradio indgena e ocu-pao sustentvel da floresta. n.6, p.9-18,ago.1989.

    38) MOREIRA, Ruy. A marcha do capitalismoe a essncia econmica da questo agrria noBrasil. n.6, p.19-63, ago.1989.

    39) SADER, Regina. Migrao e violncia: ocaso da Pr-Amaznia Maranhense. n.6, p.65-76,ago.1989.

    40) FAULHABER, Priscila. A terceira margem:ndios e ribeirinhos do Solimes. n.6, p.77-92,ago.1989.

    41) TARELHO, Luiz Carlos. Movimento SemTerra de Sumar. Espao de conscientizao e deluta pela posse da terra. n.6, p.93-104, ago.1989.

    42) OLIVEIRA, Bernadete de Castro. Reformaagrria para quem? Discutindo o campo no esta-do de So Paulo. n.6, p.105-114, ago.1989.

    43) BARBOSA, Ycarim Melgao. O movimentocampons de Trombas e Formoso. n.6, p.115-122,ago.1989.

    44) MENDES, Chico. A luta dos povos da flo-resta. n.7, p.9-21, 1990.

    45) BARROS, Raimundo. O seringueiro. n.7,

    p.23-42, 1990.46) GONALVES, Carlos Walter Porto. A de-fesa da natureza comea pela terra. n.7, p.43-52,1990.

    47) COLTRINARI, Lylian. A Geografia e asmudanas ambientais. n.7, p.53-57, 1990.

    48) SILVA, Armando Corra da. Ponto de vista:o ps-marxismo e o espao cotidiano. n.7, p.59-62, 1990.

    49) COSTA, Rogrio Haesbaert da. Filosofia, Ge-ografia e crise da modernidade. n.7, p.63-92, 1990.

    50) RIBEIRO, Wagner Costa. Maquiavel: umaabordagem geogrfica e (geo)poltica. n.7, p.3-107, 1990.

    51) CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos eGOULART, Lgia Beatriz. Uma contribuio reflexo do ensino de geografia: a noo deespacialidade e o estatuto da natureza. n.7, p.109-118, 1990.

    52) CORDEIRO, Helena K. Estudo sobre o cen-tro metropolitano de So Paulo. n.8, p.7-33,abr.1991.

    53) MAURO, C.A., VITTE, A.C., RAIZARO,D.D., LOZANI, M.C.B., CECCATO, V.A. Parasalvar a bacia do Piracicaba. n.8, p.35-66,abr.1991.

    54) PAVIANI, Aldo. Impactos ambientais e gran-des projetos: desafios para a universidade. n.8,

    p.67-76, abr.1991.55) FURIAN Snia. A nave espacial terra: paraonde vai? n.8, p.77-82, abr.1991.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    19/28

    173

    56) ALMEIDA, Rosngela D. de. A propsito daquesto terico-metodolgica sobre o ensino deGeografia. n.8, p.83-90, abr.1991.

    57) FILHO, Fadel D. Antonio e ALMEIDA,Rosngela D. de. A questo metodolgica no en-sino da Geografia: uma experincia. n.8, p.91-100, abr.1991.

    58) ESCOLAR, M., ESCOLAR, C., PALACIOS,S.Q. Ideologia, didtica e corporativismo: umaalternativa terico-metodolgica para o estudohistrico da Geografia no ensino primrio e se-cundrio. n.8, p.101-110, abr.1991.

    59) ARAJO, Regina e MAGNOLI, Demtrio.Reconstruindo muros: crtica proposta curricularde Geografia da CENP-SP. n.8, p.111-119,abr.1991.

    60) PEREIRA, D., SANTOS, D., CARVALHO,M. de. A Geografia no 1 grau: algumas reflexes.n.8, p.121-131, abr.1991.

    61) SOARES, Maria Lcia de Amorim. A cida-de de So Paulo no imaginrio infantilpiedadense. n.8, p.133-155, abr.1991.

    62) MAMIGONIAN, Armen. A AGB e a produ-o geogrfica brasileira: avanos e recuos. n.8,p.157-162, abr.1991.

    63) SANTOS, Milton. A evoluo tecnolgica eo territrio: realidades e perspectivas. n.9, p.7-17, jul.-dez.1991.

    64) LIMA, Luiz Cruz. Tecnoplo: uma forma deproduzir na modernidade atual. n.9, p.19-40, jul.-dez.1991.

    65) GUIMARES, Raul Borges. A tecnificaoda prtica mdica no Brasil: em busca de suageografizao. n.9, p.41-55, jul.-dez.1991.

    66) PIRES, Hindemburgo Francisco. As meta-morfoses tecnolgicas do capitalismo no pero-do atual. n.9, p.57-89, jul.-dez.1991.

    67) OLIVEIRA, Mrcio de. A questo daindustrializao no Rio de Janeiro: algumasreflexes. n.9, p.91-101, jul.-dez.1991.

    68) HAESBAERT, Rogrio. A (des)or-demmundial, os novos blocos de poder e o sentido dacrise. n.9, p.103-127, jul.-dez.1991.

    69) SILVA, Armando Corra da. Ontologia ana-ltica: teoria e mtodo. n.9, p.129-133, jul.-dez.1991.

    70) SILVA, Eunice Isaas da. O espao: une/se-para/une. n.9, p.135-141, jul.-dez.1991.

    71) ANDRADE, Manuel Correia de. A AGB e opensamento geogrfico no Brasil. n.9, p.143-152,

    jul.-dez.1991.

    72) MORAES, Rubens Borba de. Contribuiespara a histria do povoamento em So Paulo atfins do sculo XVIII. n.10, p.11-22, jan.-jul.1992.

    73) AZEVEDO de Aroldo. Vilas e cidades doBrasil colonial. n.10, p.23-78, jan.-jul. 1992.

    74) PETRONE, Pasquale. Notas sobre o fenme-no urbano no Brasil. n.10, p.79-92, jan.-jul. 1992.

    75) CORRA, Roberto Lobato. A vida urbana emAlagoas: a importncia dos meios de transportena sua evoluo. n.10, p.93-116, jan.-jul. 1992.

    76) VALVERDE, Orlando. Pr-histria da AGBcarioca. n.10, p.117-122, jan.-jul. 1992.

    77) SOUZA, Marcelo Jos Lopes de. Planeja-mento Integrado de Desenvolvimento: natureza,validade e limites. n.10, p.123-139, jan.-jul. 1992.

    78) ANDRADE, Manuel Correia de. AmricaLatina: presente, passado e futuro. n.10, p.140-148, jan.-jul. 1992.

    79) GONALVES, Carlos Walter Porto. Geogra-fia poltica e desenvolvimento sustentvel. n.11-12, p.9-76, ago.92-ago.93.

    80) RODRIGUES, Arlete Moyss. Espao., meio

    ambiente e desenvolvimento: reeleituras doterritrio. n.11-12, p.77-90, ago.92-ago.93.

    81) EVASO, A.S., VITIELLO, M.A., JUNIOR,C.B., NOGUEIRA, S.M., RIBEIRO, W.C. Desen-volvimento sustentvel: mito ou realidade? n.11-12, p.91-101, ago.92-ago.93.

    82) DAVIDOVICH, Fany. Poltica urbana noBrasil, ensaio de um balano e de perspectiva.n.11-12, p.103-117, ago.92-ago.93.

    83) MARTINS, Srgio. A produo do espao nafronteira: a acumulao primitiva revisitada. n.11-12, p.119-133, ago.92-ago.93.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    20/28

    174

    84) IOKOI, Zilda Mrcia Gricoli. Os dilemashistricos da questo agrria no Brasil. n.11-12,p.135-151, ago.92-ago.93.

    85) FERNANDES, Bernardo Manano. Refor-ma agrria e modernizao no campo. n.11-12,p.153-175, ago.92-ago.93.

    86) ROCHA, Genylton Odilon Rgo da. Ensinode Geografia e a formao do gegrafo-educa-dor. n.11-12, p.177-188, ago.92-ago.93.

    87) PONTUSCHKA, Ndia Nacib. Licenciandosde Geografia e as representaes sobre o ser pro-fessor . n.11-12, p.189-207, ago.92-ago.93.

    88) VESENTINI, Jos William. O novo papel daescola e do ensino da Geografia na poca da ter-ceira revoluo industrial. n.11-12, p.209-224,ago.92-ago.93.

    89) PAGANELLI, Tomoko Iyda. Iniciao scincias sociais: os grupos, os espaos, os tem-pos. n.11-12, p.225-236, ago.92-ago.93.

    90) RIBEIRO, Wagner Costa. Do lugar ao mun-do ou o mundo no lugar? n.11-12, p.237-242,ago.92-ago.93.

    91) PINHEIRO, Antonio Carlos e MASCARIN,Silvia Regina. Problemas sociais da escola e acontribuio do ensino de Geografia. n.11-12,p.243-264, ago.92-ago.93.

    92) SILVA, Armando Corra da. A contrvrsiamodernidade x ps-modernidade. n.11-12, p.265-268, ago.92-ago.93.

    93) ROSA, Paulo Roberto de Oliveira. Contex-tos e circuntncias: princpio ativo das catego-

    rias. n.11-12, p.269-270, ago.92-ago.93.94) CALLAI, Helena Copetti. O meio ambienteno ensino fundamental. n.13, p.9-19, 1997.

    95) CAMARGO, L.F. de F., FORTU-NATO,M.R. Marcas de uma poltica de excluso socialpara a Amrica Latina. n.13, p.20-29, 1997.

    96) KAERCHER, Nestor Andr. PCNs: futebo-listas e padres se encontram num Brasil que noconhecemos. n.13, p.30-41, 1997.

    97) CARVALHO, Marcos B. de. Ratzel:releituras contemporneas. Uma reabilitao?n.13, p.42-60, 1997.

    98) PONTES, Beatriz Maria Soares. Economiae territrio sob a tica do estado autoritrio (1964-1970). n.13, p.61-90, 1997.

    99) SOUSA NETO, Manuel Fernandes de. Agora e o agora. n.14, p.11-21, jan.-jul. 1999.

    100) FILHO, Manuel Martins de Santana. Sobreuma leitura alegrica da escola. n.14, p.22-29,

    jan.-jul. 1999.

    101) COUTO, Marcos Antnio Campos e ANTU-NES, Charlles da Frana. A formao do profes-sor e a relao escola bsica-universidade: um pro-

    jeto de educao. n.14, p.30-40, jan.-jul. 1999.

    102) PEREIRA, Diamantino. A dimenso peda-ggica na formao do gegrafo. n.14, p.41-47,jan.-jul. 1999.

    103) CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella. A for-mao de professores e o ensino de Geografia.n.14, p.48-55, jan.-jul. 1999.

    104) CALLAI, Helena Copetti. A Geografia noensino mdio. n.14, p.56-89, jan.-jul. 1999.

    105) PONTUSCHKA, Ndia Nacib. Interdiscipli-naridade: aproximaes e fazeres. n.14, p.90-110,

    jan.-jul. 1990.

    106) CAVALCANTI, Lana de Souza. Propostascurriculares de Geografia no ensino: algumas re-ferncias de anlise. n.14, p.111-128, jan.-jul. 1990.

    107) SOUZA NETO, Manoel Fernandes de. ACincia Geogrfica e a construo do Brasil. n.15,p.9-20, 2000.

    108) DAMIANI, Amlia Lusa. A metrpole e aindstria: reflexes sobre uma urbanizao crti-

    ca. n.15, p.21-37, 2000.109) SOUZA, Marcelo Lopes de. Os oramentosparticipativos e sua espacialidade: uma agendade pesquisa. n.15, p.39-58, 2000.

    110) FERNANDES, Bernardo Manano. Movi-mento social como categoria geogrfica. n.15,p.59-85, 2000.

    111) ALENTEJANO, Paulo Roberto R. O que hde novo no rural brasileiro? n.15, p.87-112, 2000.

    112) BRAGA, Rosalina. Formao inicial de pro-fessores: uma trajetria com permanncias eivadaspor dissensos e impasses. n.15, p.113-128, 2000.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    21/28

    175

    113) ROCHA, Genylton Odilon Rego da. Umabreve histria da formao do(a) professor(a) deGeografia do Brasil. n.15, p.129-144, 2000.

    114) PONTUSCHKA, Ndia Nacib. Geografia,representaes sociais e escola pblica. n.15,p.145-154, 2000.

    115) OLIVEIRA, Mrcio Pion. Geografia,Globalizao e cidadania. n.15, p.155-164,2000.

    116) GONALVES, Carlos Walter Porto. Na-vegar preciso, viver no preciso: estudo so-bre o Projeto de Perenizao da Hidrovia dos Rios

    das Mortes: Araguaia e Tocantins. n.15, p.167-213, 2000.

    117) VITTE, Antonio Carlos. Consideraes so-bre a teoria da etchplanaoe sua aplicao nosestudos das formas de relevo nas regies tropi-cais quentes e midas. n. 16, p. 11-24, 2001.

    118) RAMIRES, Blanca. Krugman y el regressoa los modelos espaciales: La nueva geografa?n. 16, p. 25 - 38, 2001.

    119) FERREIRA, Darlene Ap. de Oliveira. Geo-grafia Agrria no Brasil: periodizao econceituao. n. 16, p. 39-70, 2001.

    120) MAIA, Doralice Styro. A Geografia e o es-tudo dos costumes e das tradies. n. 16, p. 71-98, 2001.

    121) SPOSITO, Eliseu. A propsito dos paradig-mas de orientaes terico-metodolgicas na Geo-grafia contempornea. n. 16, p. 99-112, 2001.

    122) MENDONA, Francisco. Geografiasocioambiental. n. 16, p. 113-132, 2001.

    123) CALLAI, Helena Copetti. A Geografia e a

    escola: muda a geografia? Muda o Ensino? n. 16,p. 133-152, 2001.

    124) PIRES, Hindenburgo Francisco. Ethosemitos do pensamento nico globaltotalitrio. n.16, p. 153-169, 2001.

    125) REGO, Nelson. SUERTEGARAY, DirceMaria Antunes. HEIDRICH, lvaro. O ensino deGeografia como uma hermenutica instauradora.n. 16, p. 169-194, 2001.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    22/28

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    23/28

    177

    Revista Terra LivreNormas para publicao

    Terra Livre uma publicao anual da Associao dos Gegrafos Brasileiros (AGB)que tem por objetivo divulgar matrias concernentes aos temas presentes na formao e

    prtica dos gegrafos e sua participao na construo da cidadania. Nesse sentido, nelaso acolhidos textos sob a forma de artigos, notas, resenhas, comunicaes, entre outras,de todos os que se interessam e participam do conhecimento propiciado pela Geografia, eque estejam relacionados com as discusses que envolvem as teorias, metodologias eprticas desenvolvidas e utilizadas nesse processo, assim como com as condies e situa-es sob as quais vm se manifestando e suas perspectivas.

    1. Todos os textos enviados a esta revista devem ser inditos e redigidos em portugus ouespanhol.

    2. Os textos devem ser apresentados com extenso mnima de 20 e mxima de 30 laudas,com 30 linhas de 70 toques cada, em espao duplo, em folhas de papel branco, formato A-4 (210x297mm), impresso em uma s face, sem rasuras e/ou emendas, e enviados emduas vias impressas acompanhadas de verso em disquete (de 3,5) de computador padroIBM PC, compostos em Word para Windows, utilizando-se a fonte Times New Roman,tamanho 12.

    3. O cabealho deve conter o ttulo (e subttulo, se houver) em portugus, espanhol eingls. Na segunda linha, o(s) nome(s) do(s) autor(es), e, na terceira, as informaes refe-rentes (s) instituio(es) a que pertence(m), bem como o(s) correio(s) eletrnico(s) ou

    endereo postal.4. O texto deve ser acompanhado de resumos em portugus, espanhol e ingls, com nomnimo 10 e no mximo 15 linhas, em espao simples, e uma relao de 5 palavras-chaveque identifiquem o contedo do texto.

    5. O estrutura do texto deve ser dividida em partes no numeradas e com subttulos. essencial conter introduo e concluso ou consideraes finais.

    6. As notas de rodap no devero ser usadas para referncias bibliogrficas. Esse recursopode ser utilizado quando extremamente necessrio e cada nota deve ter em torno de 3

    linhas.7. As citaes textuais longas (mais de 3 linhas) devem constituir um pargrafo indepen-dente. As menes a idias e/ou informaes no decorrer do texto devem subordinar-se

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    24/28

    178

    ao esquema (Sobrenome do autor, data) ou (Sobrenome do autor, data, pgina). Ex.:(Oliveira, 1991) ou (Oliveira, 1991, p.25). Caso o nome do autor esteja citado no texto,indica-se apenas a data entre parnteses. Ex.: A esse respeito, Milton Santos demons-trou os limites... (1989). Diferentes ttulos do mesmo autor publicados no mesmo anodevem ser identificados por uma letra minscula aps a data. Ex.: (Santos, 1985a), (San-tos, 1985b).

    8. A bibliografia deve ser apresentada no final do trabalho, em ordem alfabtica de sobre-nome do(s) autor(es), como nos seguintes exemplos:

    a) no caso de livro: SOBRENOME, Nome. Ttulo da obra. Local de publicao:Editora, data. Ex.: VALVERDE, Orlando.Estudos de Geografia Agrria Brasileira.Petrpolis: editora Vozes, 1985.

    b) no caso de captulo de livro: SOBRENOME, Nome. Ttulo do captulo. In: SO-BRENOME, Nome (org). Ttulo do livro. Local de publicao: Editora, data. pginainicial-pgina final. Ex.: FRANK, Mnica Weber. Anlise geogrfica para implanta-o do Parque Municipal de Nieri, Canoas RS. In: SUERTEGARAY, Dirce.BASSO, Lus. VERDUM, Roberto (orgs.).Ambiente e lugar no urbano: a GrandePorto Alegre.Porto Alegre: Editora da Universidade, 2000. p.67-93.

    c) no caso de artigo: SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo. Ttulo do peridico,local de publicao, volume do peridico, nmero do fascculo, pgina inicial-pgi-na final, ms(es). Ano. Ex.: SEABRA, Manoel F. G. Geografia(s)? Orientao, SoPaulo, n.5, p.9-17, out. 1984.

    d) no caso de dissertaes e teses: SOBRENOME, Nome. Ttulo da dissertao(tese). Local: Instituio em que foi defendida, data. Nmero de pginas. (Categoria,grau e rea de concentrao). Ex.: SILVA, Jos Borzacchiello da. Movimentos so-ciais populares em Fortaleza: uma abordagem geogrfica. So Paulo: Faculdade deFilosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo, 1986. 268p.(Tese, doutorado em Cincias: Geografia Humana).

    9. As ilustraes (figuras, tabelas, desenhos, grficos, fotografias,...) devem ser enviadas

    preferencialmente em arquivos digitais (formatos JPG ou TIF). Caso contrrio, adotar-se- suporte de papel branco. Neste caso, as fotografias devem ter suporte brilhante, nascores preto & branco. As dimenses mximas, incluindo legenda e ttulo, so de 15 cm, nosentido horizontal da folha, e 23 cm, no seu sentido vertical. Ao(s) autor(es) competeindicar a disposio preferencial de insero das ilustraes no texto, utilizando, paraisso, no lugar desejado, a seguinte indicao: {(fig., foto, quadro, tabela,...) (n)}.

    10. Os originais sero apreciados pela Coordenao de Publicaes, que poder aceitar,recusar ou reapresentar o original ao(s) autor(es) com sugestes de alteraes editoriais.Os artigos sero enviados aos pareceristas, cujos nomes permanecero em sigilo, omitin-

    do-se tambm o(s) nome(s) do(s) autor(es. Os originais no aprovados sero devolvidosao(s) autor(es).

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    25/28

    179

    11. A Associao dos Gegrafos Brasileiros (AGB) se reserva o direito de facultar osartigos publicados para reproduo em seu stio ou por meio de cpia xerogrfica, com adevida citao da fonte. Cada trabalho publicado d direito a cinco exemplares a seu(s)autor(es), no caso de artigo, e trs exemplares nos demais casos (notas, resenhas,comunicaes,...)

    12. Os conceitos emitidos nos trabalhos so de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es),no implicando, necessariamente, na concordncia da Coordenao de Publicaes e/oudo Conselho Editorial.

    13. Os trabalhos devem ser enviados Associao dos Gegrafos Brasileiros (AGB) Diretoria Executiva Nacional/Coordenao de Publicaes TERRA LIVRE Av. Prof.Lineu Prestes, 338 Edifcio Geografia e Histria Cidade Universitria CEP 05508-900

    So Paulo (SP) Brasil.

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    26/28

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    27/28

    181

    THENATUREOFPHYSICALGEOGRAPHYINGEOGRAPHY

    La naturaleza de la Geografa Fsica en la Geografa

    Dirce Maria Antunes SuertegarayeJoo Osvaldo Rodrigues Nunes

    THEGEOGRAPHICALSPACEASASOCIALCOMPONENT

    El espacio geogrfico como componente social

    Jaime Tadeu Oliva

    FORAGEOGRAPHYOFTHECLIMATE HISTORICALANTECEDENTS, CONTEMPORARYPARADIGMSANDANEWKNOWLEDGE

    Para una Geografa del Clima antecedentes histricos, paradigmascontemporneos y una nueva razn para un nuevo conocimiento.

    Joo Lima SantAnna Neto

    TOWARDACOMMITTEDANDSOCIALTEACHINGOFGEOGRAPHYINTHEUNIVERSITY

    Hacia una enseanza comprometida y socialde la Geografa en la universidad

    Jos Antonio Segrelles

    REGION: ACONCEPTUALSEARCHFORTHESENSEOFTHEHISTORICAL-SPACECONTEXTUALIZATIONOFTHESOCIETY

    Regin: una bsqueda conceptual para el sentido del contextualizacinhistrico-espacial de la sociedad

    Jlio Czar RibeiroeMarcelino Andrade Gonalves

    Worldviews, views about nature, and the formationof geographical paradigms

    Visiones del mundo, visiones de la naturaleza y la formacinde paradigmas geogrficos

    Lcia Cony Faria Cidade

    11

    25

    49

    63

    79

    99

    Summary/Sumario

  • 8/11/2019 Saude Urbana Raul Borges Guimares

    28/28

    Geography in the tropics:the castaway of a raft of stones history?

    Geografa en los trpicos: hitoria de los nufragos de una balsa de piedras?

    Manoel Fernandes de Sousa Neto

    The geographical space of the remainders of old quilombosin Brazil

    El espacio geografico de los antiguos quilombosrelictos en el Brasil

    Rafael Sanzio Arajo dos Anjos

    Urban health: old theme, new questions

    Salud urbana: tema viejo, nuevas cuestiones

    Raul Borges Guimares

    119

    139

    155