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Cursos Profissionais de Nível Secundário Componente de Formação Sociocultural Sebenta Disciplina de Educação Física Módulo 15 ATIVIDADE FÍSICA / CONTEXTOS E SAÚDE III (Documento Interno) Prof. Maria João Vasconcelos

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12ºAno profissional Documento para uso interno da escola

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Cursos Profissionais de Nível Secundário 

Componente de Formação Sociocultural 

Sebenta Disciplina de

Ed ucação Física

Módulo 15 

ATIVIDADE FÍSICA / CONTEXTOS E SAÚDE III

(Documento Interno)

 

Prof. Maria João Vasconcelos

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Cursos Profissionais Ciclo de Formação Secundário  

JOGOS DDESPORTIVOS COLECTIVOS

(andebol, basquetebol, futebol, voleibol)

GINÁSTICA (solo, aparelhos, acrobática)

OUTRAS ATIVIDADES FÍSICAS DESPORTIVAS

(atletismo/ raquetas/ patinagem)

ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO DA NATUREZA

(orientação, natação, entre outras)

DANÇA

(danças sociais, danças tradicionais portuguesas)*

DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES MOTORAS

CONDICIONAIS E COORDENATIVAS

CONHECIMENTOS SOBRE DESENVOLVIMENTO DA

CONDIÇÃO FÍSICA E CONTEXTOS ONDE SE

REALIZAM AS ATIVIDADES FÍSICAS

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ÁREAS MÓDULOS (16 no total)

JOGOS DDESPORTIVOS COLECTIVOS

(ANDEBOL, BASQUETEBOL, FUTEBOL, VOLEIBOL)

3

GINÁSTICA

(SOLO, APARELHOS, ACROBÁTICA)

3

OUTRAS ATIVIDADES FÍSICAS DESPORTIVAS

- ATLETISMO/RAQUETAS/PATINAGEM -

2

ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO NATUREZA

(ORIENTAÇÃO, NATAÇÃO, ENTRE OUTRAS)

1

DANÇA

(DANÇAS SOCIAIS, DANÇAS TRADICIONAIS

PORTUGUESAS)

3

DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES

MOTORAS CONDICIONAIS E COORDENATIVAS

1

CONHECIMENTOS SOBRE DESENVOLVIMENTO DA

CONDIÇÃO FÍSICA E CONTEXTOS ONDE SE

REALIZAM AS ATIVIDADES FÍSICAS

3

   

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12º ANO

 

 

   

CICLO FORMATIVO MÓDULOS

TERCEIRO ANO Avaliação Inicial JDC I I tendo por objectivo a concretização do nível Elementar numa das matérias (as leccionadas nos módulos I e II ou outra)  

GIN I I tendo por objectivo a concretização do nível Introdução na Ginástica Acrobática.  

ACT.EXPL.NAT tendo por objectivo a concretização do nível Introdução de uma Atividade de Exploração da Natureza (onde, no caso dos cursos profissionais, se integra a Natação).  

DANÇA I I tendo por objectivo a concretização do nível Elementar numa Dança Social ou numa Dança Tradicional Portugues  

ACT.FIS/CONTEXTOS E SAÚDE III  Objectivos 6 e 7 especificados na parte II do programa 

APTIDÃO FÍSICA Resistência, força, velocidade, flexibilidade e destreza geral

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MÓDULO 15

Módulo: ACT.FIS/ CONTEXTOS E SAÚDE III

O aluno

6. Identifica o tipo de atividade (desportiva ou outra) cuja prática pode, face à especificidade do esforço solicitado, contribuir para a melhoria da sua aptidão física, tendo em vista a sua saúde e bem-estar.

7. Analisa criticamente aspetos gerais da ética na participação nas Atividades Físicas Desportivas, relacionando os interesses sociais, económicos, políticos e outros com algumas das suas “perversões”, nomeadamente:

7.1. − A especialização precoce e a exclusão ou abandono precoces;

7.2. − A dopagem e os riscos de vida e/ou saúde;

7.3. − A violência (dos espectadores e dos atletas) vs espírito ddesportivo;

7.4. − A corrupção vs verdade desportiva.

   

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Documento de Apoio ao Módulo 15  Este Documento é uma compilação adaptada de alguns artigos sobre a matéria.

Metas e Competências I O aluno revela domínio dos conhecimentos essenciais definidos a nível de escola, relativos aos objetivos 6

6. Identifica o tipo de atividade (desportiva ou outra) cuja prática pode, face à especificidade do esforço solicitado, contribuir para a melhoria da sua aptidão física, tendo em vista a sua saúde e bem-estar.

Palavras Chave

1. ATP – Sistema de Energia 2. Metabolismo anaeróbico alático 3. Metabolismo anaeróbico lático 4. Metabolismo aeróbico

OBJECTIVO 6 - SISTEMAS DE ENERGIA NAS ATIVIDADES DESPORTIVAS

ATP - Sistemas de Energia

Indispensável à vida da célula, Adenosina trifosfato - ATP, é encontrado universalmente nos sistemas vivos. Sua função essencial é armazenar energia para as atividades vitais básicas das células. Por custear os gastos energéticos delas, ele é considerado uma moeda energética, pois pode poupar energia quando esta se encontra em abundância ou utilizá-la quando necessário falar, correr, pensar e muito mais. A energia é um pré-requisito necessário para a realização do trabalho físico durante o treino e as competições.

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Quando o grupo fosfato terminal é removido, a molécula modificada é chamada de fosfato de adenosina (ADP). Esta reação libera energia. É desse processo que tiramos a "força" para executarmos as nossas atividades. A energia necessária para a contração muscular é libertada pela conversão de ATP em ADP + Pi(Adenosina difosfato + Fosfato).

Há uma quantidade limitada de ATP armazenada nas células musculares que precisa ser reposta continuamente para facilitar a sequência de atividades físicas. Existe um mecanismo de reabastecimento: um grupo fosfato é adicionado ao ADP para produzir mais ATP.

É assim que convertemos os nutrientes adquiridos através da alimentação em energia.  É necessária energia para a produção de ATP. Esta energia necessária para ligar um grupo fosfato ao ADP é suprida primariamente pelo desdobramento da glicose na célula.

Quer a contração muscular quer a descontração requerem energia proveniente do ATP. O organismo pode repor as reservas de ATP por meio de três sistemas energéticos (métodos de gerar ATP), dependendo do tipo de atividade física:

1. Metabolismo anaeróbio alático, 2. Metabolismo anaeróbio lático 3. Metabolismo aeróbio

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Metabolismo Anaeróbio Alático ou sistema ATP-CP

Já que os músculos podem armazenar apenas uma pequena quantidade de ATP, a depleção energética ocorre rapidamente numa atividade vigorosa.

A Fosfocreatina (PC)= Fosfato(Pi) + Creatina(C). que também é armazenada na célula muscular, é decomposta e a energia libertada é utilizada para a ressíntese de ADP + Pi em ATP.

Como a PC é armazenada em quantidades limitadas na célula muscular, esse sistema pode suprir as necessidades energéticas por somente 8 a 10 segundos.

Essa é a fonte principal de energia para atividades extremamente rápidas e explosivas, como a corrida de 100 metros, levantamento de peso, saltos e arremessos no Atletismo, saltos sobre o cavalo na Ginástica e o salto com esqui.

A restauração da CP ocorre rapidamente. Em 30 segundos atinge 70% do seu nível normal e, em 3 a 5 minutos, está totalmente recuperada (ver Quadro 1) (Bompa, 1999).

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Metabolismo Anaeróbio Lático ou Sistema Glicolítico

Para eventos intensivos com duração de aproximadamente 40 segundos (corrida de 200 e 400 metros, 500 metros de patinagem de velocidade e alguns eventos ginásticos), o metabolismo anaeróbio alático fornece a energia que, após 8 a 10 segundos, é substituída pelo metabolismo anaeróbio lático.

Tal metabolismo utiliza exclusivamente um único combustível : a Glicose

A glicose é encontrado no corpo humano de duas maneiras:

1. Circulando de glicose no sangue (índice glicêmico) 2. Moléculas de glicogênio (ou glicogênio) armazenado nos músculos e no fígado . Moléculas

de glicogênio de glicose são recipientes com a função reservada para quando necessário. Uma única molécula de glicogénio podem conter mais do que 120 mil moléculas de glicose.

O Metabolismo anaeróbico lático degrada o glicogénio armazenado nas células musculares e no fígado, libertando energia para ressintetizar ATP a partir de ADP + Pi. Pela ausência de oxigénio (O2) durante a degradação do glicogénio, um subproduto denominado ácido lático é formado.

Quando um exercício de alta intensidade é prolongado, grandes quantidades de ácido lático acumulam-se no músculo, causando a fadiga e, eventualmente, provocando a interrupção da atividade.

A restauração completa dos depósitos de glicogénio requer longo prazo, até mesmo dias, dependendo do tipo de treino ou dieta.

Para atividades intermitentes, como os exercícios de força ou o treino intervalado (e.g., 40 segundos de atividade por 3 minutos de intervalo), são necessários:

2 minutos para a reposição de 40% das reservas de glicogénio, 5 horas para a reposição de 55% e 24 horas para a reposição de 100% das reservas.

Se a atividade é contínua, típica em atividades de resistência de alta intensidade, a restauração do glicogénio é ainda mais longa, com 60% em 10 horas e 100% em 48 horas (Bompa, 1999).

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Metabolismo Aeróbio ou Sistema Oxidativo

O sistema aeróbio requer 60 a 80 segundos a fim de produzir energia para a ressíntese de ATP.

A frequência cardíaca (FC) e a taxa respiratória precisam aumentar suficientemente para transportar a quantidade necessária de O2 para as células musculares, promovendo a degradação do glicogénio na presença do oxigénio.

O metabolismo aeróbio, no entanto, degrada o glicogénio produzindo pouco ou nenhum ácido lático, capacitando o atleta a continuar o exercício.

O metabolismo aeróbio é a fonte primária de energia para eventos que duram de 2 minutos a 2-3 horas (todas as provas acima de 800 metros no Atletismo, a patinagem a longas distâncias, etc.).

O trabalho prolongado acima de 2 a 3 horas pode resultar na degradação dos ácidos gordos e proteínas para a restauração das reservas de ATP, uma vez que as reservas disponíveis foram deletadas. Em qualquer desses casos, a degradação de glicogénio, ácidos gordos ou proteínas produz os co-produtos dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), ambos eliminados pela respiração e sudorese.

A taxa de reposição de ATP pelo atleta é limitada pela sua capacidade aeróbia ou pelo consumo máximo de oxigénio (VO2 máx – expresso em ml . kg-1 . min-1) (Bompa, 1999).

O organismo usa ou deleta as fontes de energia durante os exercícios, de acordo com a intensidade e duração da atividade. Exceto em atividades de duração muito curta, a maior parte dos desportos emprega as duas fontes de energia em graus variados, havendo a sobreposição dos metabolismos aeróbio e anaeróbio (Bompa, 1999).

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Aptidão física é a capacidade de realizar as atividades diárias com tranquilidade e pouco esforço. A aptidão física tem duas vertentes uma associada à performance desportiva e outra associada à saúde no sentido da qualidade de vida das pessoas. Ambas dependem de uma correta e adequada gestão do:

Esforço Físico; Alimentação; Repouso e Hidratação.

A prática de exercícios físicos regulares tem o seu benefício amplamente divulgado, principalmente na sua relação com a saúde, com a diminuição da incidência das doenças crónico-

degenerativas, incluindo as cardiovasculares e no controlo da obesidade e da subnutrição

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Metas e Competências II O aluno revela domínio dos conhecimentos essenciais definidos a nível de escola, relativos ao objetivo 7

7. Analisa criticamente aspectos gerais da ética na participação nas Atividades Físicas Desportivas, relacionando os interesses sociais, económicos, políticos e outros com algumas das suas “perversões”, nomeadamente: 7.1. − A especialização precoce e a exclusão ou abandono precoces; 7.2. − A dopagem e os riscos de vida e/ou saúde; 7.3. − A violência (dos espectadores e dos atletas) vs espírito desportivo; 7.4. − A corrupção vs verdade desportiva

Palavras Chave

1. Violência 2. Especialização Precoce 3. Doping 4. Corrupção

OBJECTIVO 7 - VIOLÊNCIA, ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE E EXCLUSÃO OU ABANDONO PRECOCE, DOPING E CORRUPÇÃO DESPORTIVA

Perversões do espectáculo ddesportivo

O desporto, enquanto espectáculo profissionalizado, tem como que uma dimensão real de poder e de domínio. Muitas das chamadas “doenças” do desporto moderno, seja qual for o seu nível de prática, são atribuídas à importância excessiva que é dada às vitórias por aqueles que nele se encontram envolvidos (Almeida & Monteiro, 2004).

A violência;

A especialização precoce;

Doping;

Corrupção

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1. A violência

• Os atletas profissionais, no jogo, trabalham e, na procura do sucesso, reproduzem o mesmo tipo de luta, violenta ou não, que se encontra no resto da sociedade.

• Os espetadores, que pagam quantias avultadas por um bilhete de ingresso para assistir a um espetáculo desportivo, querem ver ação e querem divertir-se. Por vezes, querem esquecer momentaneamente os problemas que os angustiam, querem libertar-se, o que pode desencadear comportamentos violentos.

• No sistema desportivo, encontramos também os sintomas de uma sociedade de consumo que busca o lucro fácil, o rendimento máximo, o domínio do espetacular e do audiovisual e que não hesita em recorrer a meios ilícitos - incluindo a agressão física, moral e psicológica - para alcançar os seus objectivos (Almeida & Monteiro, 2004).

Tipos de atos violentos no desporto

1. Desordem por falta de bilhetes de ingresso - um grupo de espectadores procura entrar violentamente numa instalação desportiva. Não costumam ser muito violentas;

2. Desordem por derrota - esta é entendida como uma injustiça pelos adeptos do grupo derrotado. A violência pode atingir níveis elevados e as massas podem chegar a confrontar-se com a polícia, quando, procuram atacar o “causador” da derrota;

3. Desordem por vitória - o confronto com a polícia costuma ser reduzido;

4. Desordem no tempo de folga - refere-se a atos violentos ocorridos em festas, celebrações, cerimónias ou em qualquer ocasião especial, durante a qual se perde o respeito por normais morais (Almeida & Monteiro, 2004).

Teorias explicativas de conflitos públicos

1. Teorias monocausais: referem que um motivo, por si só, é suficiente para desencadear um fenómeno de violência. Aqui encontramos duas situações distintas:

1.ª Emoção / Instinto: a agressão é sempre o resultado de uma frustração;

2.ªTeoria da Aprendizagem Cognitiva Social: todo o comportamento agressivo é aprendido (aprendizagem por observação e imitação) (Almeida & Monteiro, 2004).

2. Teorias multicausais: consideram que os atos de violência verificados se devem a causas múltiplas e não a uma só, e podem derivar de fatores genéticos, da socialização, etc.

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Existem várias interpretações acerca da natureza, origens e causas do comportamento violento.

Quase todas as teorias existentes se reportam ao comportamento colectivo, ou seja, ao comportamento violentamente agressivo das multidões e não ao comportamento individual, uma vez que, em grupo, cria-se como que um novo corpo (ou ser) dotado de propriedades completamente diferentes dos seres individuais que formam essa multidão (Almeida & Monteiro, 2004).

Outro tipo de interpretação incide sobre os chamados estilos subculturais. Há autores que defendem que as desordens verificadas no Futebol devem ser entendidas como uma intervenção social simbólica dos jovens, numa tentativa de desenvolver a sua identidade diferencial e também, deste modo, se poderem promover dentro do próprio grupo.

Os agentes desportivos (dirigentes, imprensa desportiva, etc.), pelo papel que desempenham em todo o fenómeno desportivo, têm uma grande influência sobre os adeptos. Os agentes desportivos, consciente ou inconscientemente, funcionam como elementos geradores de tensões susceptíveis de provocar violência.

Se não existir ponderação nas suas afirmações, estas poderão provocar alguma instabilidade nos adeptos, que se irá reflectir no decurso de determinado acontecimento desportivo (Almeida & Monteiro, 2004).

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Para ver o vídeo acesse através do link http://www.publico.pt/desporto/noticia/os-hooligans-voltaram-a-atacar-no-futebol-russo-1610949

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2. A especialização precoce

Podemos considerar várias fases na carreira de um desportista de competição:

a) Iniciação: dos 6 aos 10 anos;

b) Formação atlética: dos 11 aos 14 anos;

c) Especialização: dos 15 aos 18 anos. Fase em que começa a especializar-se numa modalidade desportiva ou disciplina (por exemplo, salto em altura);

d) Alto desempenho: dos 19 anos em diante (Bompa, 1999).

Quando se fala em especialização precoce, pretende-se, obviamente, afirmar que o treino acontece antes do tempo próprio, ou seja, de uma forma prematura.

Quando falamos em treino precoce, referimo-nos a um treino prematuramente especializado e não a todo o processo de preparação desportiva iniciado em tenra idade, independentemente da orientação, dos conteúdos e da metodologia seguidos no treino.

As cargas de treino aplicadas numa situação de especialização precoce caracterizam-se por serem unilaterais - cargas direcionadas para o desenvolvimento de características específicas - e de forte intensidade para a preparação das diferentes estruturas da criança e do jovem (ósseas, tendinosas, etc.) (Almeida & Monteiro, 2004).

A especialização precoce possibilita uma rápida obtenção de resultados, mas limita a sua evolução posterior, pois baseia-se numa preparação especializada com a finalidade de obter um rendimento prematuro, e não uma preparação multilateral em que os resultados só se atingem ao fim de alguns anos.

Causas da especialização precoce

A especialização precoce tem origem em causas bem determinadas:

1. A pressão social (principalmente dos pais);

2. A má formação do treinador;

3. O fenómeno de aceleração biológica;

4. O quadro competitivo (construído à imagem do que acontece para os adultos) (Almeida & Monteiro, 2004).

Esta especialização precoce surgiu devido à valorização política e social do desporto de alto rendimento, que procurou encontrar mais cedo jovens com talento para a alta competição.

Consequências da especialização precoce

1. Os atletas não atingem, nas etapas posteriores e, sobretudo, na etapa das elevadas prestações desportivas, os rendimentos prognosticados (vaticinados);

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2. O tempo de atividade desportiva de alto nível é mais reduzido;

3. Muitos não chegam mesmo às fases competitivas mais avançadas, porque esgotam prematuramente a sua capacidade de prestação, abandonando o treino e acabando a carreira desportiva mais cedo (Almeida & Monteiro, 2004).

Treino com adultos vs. treino com jovens

A preparação desportiva das crianças e jovens deve ser substancialmente diferente da dos adultos.

A sua preparação deve ter em conta que o processo de maturação é um processo individualizado, com diferenças intersexuais e interindividuais, o que condiciona de forma decisiva o processo de preparação desportiva (Almeida & Monteiro, 2004).

A maturação é a expressão de uma sequência de mudanças físicas e de padrões de comportamento, geneticamente determinada, geralmente relacionada com a idade, e que inclui a prontidão para o domínio de novas competências (Papalia et al., 2001).

Tendo em conta a necessidade de uma preparação multilateral, impõe-se a necessidade de:

1. Respeitar, na prática desportiva, em idades mais baixas, o princípio da universalidade (i.e., o primado da preparação multilateral);

2. Adequar o treino à idade biológica dos atletas;

3. Assegurar a preponderância do desenvolvimento das técnicas desportivas sobre o aumento da capacidade funcional do organismo (Almeida & Monteiro, 2004);

4. Privilegiar, no desenvolvimento das capacidades motoras, o princípio da dominância das exigências no plano coordenativo, i.e., da prioridade na desenvolvimento da velocidade, das capacidades coordenativas e da mobilidade articular;

5. Respeitar o princípio da variação das condições de exercitação, da realização de movimentos, da variação de exercícios;

6. Recorrer a métodos de treino mais atraentes e agradáveis, ou seja, a uma valorização do jogo como método de treino mais efetivo para a criança (Almeida & Monteiro, 2004).

Fatores que determinam o abandono prematuro da prática desportiva

A. Na perspetiva do rendimento:

1. Uma má preparação desportiva que origina a saturação do jovem praticante, provocando a sua desmotivação e, posteriormente, o seu afastamento da prática desportiva;

2. O aumento das cargas especializadas;

3. A grande rigidez e disciplina no treino;

4. A pressão das competições em idades baixas;

5. A saturação do treino;

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6. A aversão à prática desportiva;

7. Os problemas escolares e familiares (Almeida & Monteiro, 2004).

B. Fazendo uma abordagem à prática desportiva em geral:

1. Necessidade do praticante ter uma atividade profissional;

2. A sua situação familiar;

3. A “oferta” excessiva de tarefas para ocupar o seu tempo livre que condicionam a prática desportiva.

Em conclusão, fixemos duas ideias básicas:

1. Não vale a pena ter pressa em especializar precocemente atletas tendo em vista um mais rápido rendimento desportivo;

2. Não se pode fazer um “campeão” de um praticante que chegou ao escalão sénior sem um desenvolvimento progressivo, variado e completo de todas as suas funções, estruturas e aptidões (Almeida & Monteiro, 2004).

3. Doping

Se as nossas mentes humanas compreendessem o quanto as substâncias dopantes prejudicam todo o nosso sistema orgânico não seria tão fácil identificarmos carreiras fabulosas de atletas interrompidas por doping, ou ate pela morte causada por enfarte ou outras complicações.

Podemos identificar algumas das substâncias dopantes que as pessoas iludidas acabam tendo acesso para aumentaram o seu desempenho em determinado desporto ou grupo social, sem estarem conscientes dos danos, alguns irreversíveis, que o doping causa.

O uso excessivo de substancias como: analgésicos, hormônios, anabolizantes, diuréticos são altamente prejudiciais e proibidas.

Está comprovado que não se deve usar de artifícios como estes para se conseguir resultados melhores basta aplicarem nas suas vidas uma melhor atividade física, uma boa alimentação e com a ajuda de suplementos naturais benéficos, para atingirem seus resultados. Pode até ser um processo mais lento, mas que terá resultados de extrema saúde e bem-estar psíquico, físico e social.

O que significa doping

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São varias as definições uma delas segundo a AMA ( Agência Mundial Antidoping) envolve três

requisitos: aumento artificial do desempenho nas atividades, risco à saúde do atleta e

contrariedade aos valores do desporto.

O doping é um uso indevido de drogas, substâncias natural ou sintéticas que visam o aumento

do desempenho em algum tipo de desporto, laboratório, métodos recreativos de humanos e

animais, que são altamente prejudiciais à saúde física e mental.

Controle do doping:

A instituição que regulariza o problema do doping é a Wada, por intermédio do Código da

Agência Mundial antidoping (AMA). Os exames antidoping são realizados pelo exame de sangue

e urina que podem ser feitos no término de prova ou durante toda e qualquer hora da vida ativa

em campeonatos e competições do atleta.

O novo código estabelece punições para atletas envolvidos em doping, que variam de

advertência à suspensão definitiva, embora, na maioria dos casos, seja recomendada a

suspensão por dois anos e considera doping o uso de substância que melhore o rendimento do

atleta, que possa prejudicar sua saúde ou que viole o código desportivo.

·Drogas "sociais" como maconha, haxixe e cocaína não constam na lista de mudanças feitas na

antiga relação de substâncias não-permitidas; portanto, os atletas continuam proibidos de utilizá-

las.

·Sob a autoridade do documento, todos os atletas incluindo, pela primeira vez, os jogadores de

basquete da NBA (liga profissional norte-americana) terão de se submeter a exames antidoping

quando não estiverem competindo e sem aviso prévio, antes das Olimpíadas.

·A declaração de adoção do documento foi aprovada por 50 países, entre eles Brasil, França,

Alemanha, Rússia, Inglaterra e EUA embora nenhum representante das ligas profissionais

americanas, como a NBA e a NHL (hóquei), tenha comparecido. Outros 23 países

comprometeram-se a assinar o código posteriormente. Nenhum governo anunciou que não

assinaria o documento. (DIOGO DREYER,10-04-03).

CONCLUSÕES

Sabemos que a atividade física e uma das melhores formas naturais de se obter resultados

benéficos para o bem estar físico, psíquico e social, portanto é difícil entender porque os atletas

usam o doping.

Usam porque dessa forma encontram uma maneira rápida de se destacar no seu desporto, na

sua cidade ou ate mesmo no grupo de amigos, mas não estão atentos ou desconhecem os

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vários danos que as substancias dopantes provocam levando a casos de morte, o ideal seria

que a informação de que o doping só traz malefícios à saúde e por vezes uma satisfação breve

de vitória, cruzassem as barreiras mundiais e as mentalidades das pessoas que usam desse

artifício.

http://www.webartigos.com/artigos/doping-um-fator-de-risco

http://relvado.sapo.pt/

Atletas nas malhas do doping: Asafa Powell100 metros

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Atletas nas malhas do doping: Ben Johnson100 metros

Atletas nas malhas do doping: Christine Ohuruogu400 metros

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Atletas nas malhas do doping: Dieter BaumannMeio-fundista / fundista

Atletas nas malhas do doping: Francisco Javier Fernández20 km marcha

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Atletas nas malhas do doping: Hélder OrnelasMaratonista

Atletas nas malhas do doping: Justin Gatlin100 metros

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Atletas nas malhas do doping: Marion Jones100 metros

Atletas nas malhas do doping: Nesta Carter100 metros

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Atletas nas malhas do doping: Olga KuzenkovaLançamento do martelo

Atletas nas malhas do doping: Sara MoreiraFundista

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Atletas nas malhas do doping: Shawn Crawford200 metros

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Lance Armstrong Até alguns anos, o currículo do ciclista americano Lance Armstrong era apenas uma sucessão de casos bem sucedidos. Só das vitórias na Volta da França são sete troféus. Além disso, após superar um câncer nos testículos, Armstrong investe em pesquisas de tratamentos da doença. Há uma semana, no entanto, acusações do membro de sua ex equipa voltaram a colocar o brilho dessa trajetória em xeque. De acordo com o ciclista Tyler Hamilton, Armstrong teria injetado eritropoietina recombinante (EPO) durante a Volta da França de 1999. O principal efeito dessa hormônio sintético é a elevação das taxas de hemoglobina no sangue, e consequente elevação do transporte de oxigênio.

O próprio Hamilton admitiu ter feito doping. Por conta disso, no último dia 20, ele devolveu a medalha de ouro que ganhou nos últimos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Mas ele não está sozinho nessas acusações. Na semana em que Armstrong colocou um ponto final em sua carreira, em janeiro deste ano, a revista Sport Illustrated (EUA) publicou uma série de entrevistas que o acusavam de instigar o doping em sua equipe durante os anos 90 – entre outros. Dois dias depois da publicação, a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) abriu investigações contra o atleta. Até agora, caso sejam comprovadas, ainda não se sabe quais os reflexos dessas acusações para a vida de Armstrong.

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Rede de Atletismo O maior flagrante de doping em uma mesma modalidade aconteceu às vésperas do Mundial de Atletismo de Berlim em 2009. Dos 45 membros da delegação brasileira que iriam participar do campeonato, seis foram flagrados nos exames antidoping. Todos eram da equipe Rede de Atletismo. Bruno Lins, Jorge Célio, Josiane da Silva, Luciana França, Lucimara Silvestre e Lucimar Teodoro apresentaram altos níveis da substância eritropoietina, que eleva o número de glóbulos vermelhos no sangue. O técnico Jayme Netto e o fisiologista Pedro Balikian ministraram as injeções. Jayme Netto ganhou suspensão de dois anos e abandonou o desporto.

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Daiane dos Santos A ginasta Daiane dos Santos ainda se recuperava de duas cirurgias no joelho quando um teste surpresa revelou doping para a substância furosemida, em julho de 2009.

De acordo com a atleta, a substância era devido ao uso de remédios para perder peso. Por conta do deslize, levou cinco meses de suspensão do desporto.

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Rebeca Gusmão Depois de encantar nas raias dos Jogos Pan-Americanos em 2007, a nadadora Rebeca Gusmão teve que devolver as quatro medalhas que conquistou na época. Motivo? Alto índice de testosterona no sangue. A recorrência – o exame antidoping do ano anterior acusara o mesmo resultado – levou Rebeca a ser banida do desporto pela Federação Internacional de Natação em 2008. No ano passado, a ex-nadadora tentou seguir carreira política. Concorreu ao cargo de deputada distrital de Brasília pelo PC do B. Conquistou 437 votos nas urnas – número insuficiente para se eleger.

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Maurren Maggi Em 2004, Mauren Maggi foi apanhada no exame antidoping. O teste acusou a presença do clostebol no sangue atleta. Ela alegou que a substancia está presente em um creme cicatrizante que usou após uma sessão de depilação. Mesmo assim, ela foi suspensa durante dois anos do desporto. Retornou às pistas em 2006. Um ano depois, levou o ouro nos Jogos Pan-Americanos. E, em 2008, alcançou a marca de 7,04 metros no salto olímpico e conquistou a primeira posição nos Jogos Olímpicos de Pequim.

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Marion Jones Cinco. Esse foi o número de medalhas olímpicas (três de ouro e duas de bronze) que a velocista americana Marion Jones teve que devolver após confessar o uso de substâncias proibidas durante as Olimpíadas de Sidney em 2000. As investigações contra a atleta começaram em 2004. Até 2007, ela negava o uso de esteroides ou outras drogas. Na confissão, no entanto, Marion acusou seu ex-treinador, Trevor Graham, de oferecer a substância anabolizante a ela alegando ser um suplemento nutricional. Em 2008, Marion cumpriu uma pena de seis meses numa prisão federal por mentir durante o julgamento do caso de esteroides. Em maio passado, a ex-velocista retornou para a carreira de atleta – agora, como jogadora de basquete.

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Giba Em 2002, no fim do seu primeiro casamento e com o diagnóstico de hipertireoidismo, o jogador da seleção brasileira de Voleibol Giba foi apanhado pelo uso de maconha.

Na época, Gilberto Godói (seu nome de batismo) jogava para o clube Estense 4 Torri, de Ferrara, na Itália. Foi suspenso de oito jogos e ganhou a pena de reverter parte de seu salário para instituições que ajudam dependentes químicos.

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André Agassi O ex-tenista americano André Agassi foi apanhado no teste de doping da Associação dos Tenistas Profissionais. No entanto, ele se salvou à custa de muita lábia. Até 1997, Agassi era apenas uma sucessão de vitórias: Wimbledon em 1992, Aberta dos EUA, em 1994 e Aberto da Austrália, em 1995. O desempenho baixo nas quadras devido a uma lesão nos pulsos o levou a valer-se da metanfetamina Crystal Merth, que apesar de mais barata é dez vezes mais potente do que a cocaína.

O exame antidoping da ATP revelou o consumo dessa substância. No entanto, para safar-se da punição, Agassi escreveu uma carta repleta de mentiras à ATP – que acreditou em cada palavra e deixou o tenista sair ileso.

Até se aposentar das competições, Agassi contabilizou várias outras vitórias e voltou ao topo do ranking mundial. Toda essa história veio a público apenas em 2009, quando o próprio Agassi relatou o caso em sua autobiografia Open ATP, no entanto, decidiu encerrar o inquérito contra o ex-tenista.

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Maradona Por durante quase toda a década de 90, entre títulos e muitas outras polêmicas, o argentino Diego Maradona rendeu muitas notícias por consumo de drogas.

Tudo começou em 4 de abril de 1991, quando jogava pelo Napoli da Itália. O exame antidoping apontou consumo de cocaína. O craque foi suspenso da Federação Italiana por 15 meses. Um mês depois, foi preso em Buenos Aires por posse de drogas. Após pagar fiança e ter sido liberado, deu tiros com uma espinguarda de ar comprimido contra os jornalistas que estavam em frente a sua casa. Foi obrigado, pela justiça argentina, a fazer um tratamento de desintoxicação em 1992. Na primeira fase do Mundial de 1994, o exame antidoping após a partida contra a Nigéria acusou uso de efedrina, substância anabolizante. A FiIFA suspendeu Maradona por 15 meses. Apesar de se internar em uma clinica de reabilitação em 1996, ele foi novamente apanhado pelo exame antidoping numa partida do Boca Juniors contra o Argentinos Juniors. Dois meses depois, Maradona se despediu dos gramados como jogador. Na Copa do Mundo de 2010, voltou para o campo agora como técnico da seleção argentina.

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Ben Johnson 24 de setembro de 1988. Jogos Olímpicos de Seul, na Coreia do Sul. O canadense fez o americano Carl Lewis “comer poeira” ao cruzar a prova de 100 metros em apenas 9”79. Três dias depois, no entanto, ele teve que devolver a medalha de ouro. Motivo? Um teste realizado após a prova acusou uso da substancia estanozolol, um esteroide anabolizante. Ele recorreu da punição. Um ano depois, porém, o técnico Charles Francis confessou que injetava substâncias proibidas no velocista desde 1981. Ambos ficaram suspensos dois anos dos desportos. Em 1992, Johnson voltou para as pistas. Mas foi apanhado pelo uso de esteroides um ano depois numa prova no Canadá. A reincidência na prática ilegal rendeu o fim de sua carreira. Ele foi banido do desporto pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf).

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http://desporto.sapo.pt/

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Doping Social Metades dos jogadores de futebol usam o doping por prazer, e não com o objetivo de obter uma vantagem real. De acordo com estimativa da FIFA, mais de 21 mil exames antidoping são feitos por temporada: 1,2% dá positivo. Destes, quase metade tem relação com drogas sociais.

Isto coloca o uso de maconha e cocaína entre as principais causas de exames positivos. E, embora não tragam vantagem no desempenho desportivo, são grandes ameaças às carreiras de jogadores. Como no caso Maradona.

O mundo tem regras, leis e valores. Para respeitá-los, várias vezes reprimimos instintos e desejos. Aprender a aceitar os limites na vida em sociedade é uma lição das mais complexas. Ainda mais para quem, idolatrado pelas massas, acha-se no direito de agir fora da lei. Salvo raras exceções, independentemente da área, os ídolos são especiais pelo talento, e não pelo caráter como cidadão.

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A Corrupção vs Verdade Desportiva.

Num tempo de globalização e com a reconhecida submissão do poder político ao poder económico, mais se acentua a procura do lucro e da vitória a qualquer preço, frequentemente sem limites éticos. No desporto também surgem situações em que isso acontece.

Na formação dos jovens praticantes desportivos, e no convívio familiar, é essencial alicerçar valores essenciais (verdade desportiva, fair play) para que, com naturalidade, consigam no futuro integrar e regular os comportamentos e as atitudes. Só assim se conseguirão limitar e erradicar fenómenos como a violência, o racismo, a corrupção, etc.

A excessiva valorização da vitória deve ser combatida com o reforço das aprendizagens ade- quadas à vida em sociedade, à tolerância, à aceitação da diferença e ao reconhecimento espontâneo do mérito sem nunca menosprezar adversários.

A corrupção no desporto sempre existiu e têm sido muitos os exemplos, nas várias modalidades desportivas, que vieram a público:

1. pagamentos ilícitos a agentes desportivos (atletas, árbitros, dirigentes) para obtenção/facilitação de resultados e criação de condições de algum privilégio e favorecimento nas decisões de órgãos de direção, disciplina e justiça, chegando, muitas vezes, a ocorrerem casos que levantaram suspeição aos mais altos níveis desportivos, como, por exemplo, no próprio Comité Olímpico Internacional.

Desde sempre existiram também políticos que utilizaram o desporto para uma imediata e eficaz promoção pessoal e que, em alguns casos, deixaram heranças pesadas e muitos problemas por resolver. Só reforçando a necessidade de valorização permanente do espírito desportivo, de uma saudável paixão pelo desporto, se podem criar defesas que contrariem a tendência da batota e da vitória a qualquer preço. O futuro do desporto depende também dessa ação em defesa da verdade desportiva. A luta contra a corrupção no desporto é uma exigência para se conseguir obter a melhor resposta para comportamentos que, de forma fraudulenta, falseiam a verdade da competição e os resultados desportivos.

in Costa,Aníbal, Costa, Manuela - Educação Física, 10º, 11º e 12º Anos

Em Portugal o Decreto-Lei n.º 390/91 de 10 de Outubro qualifica como crime comportamentos que afetem a verdade e a lealdade da competição desportiva

"A Carta sobre o Espírito Desportivo […] compreendia cinco elementos básicos a serem respeitados na prática dos desportos:  

1.  Respeitar os regulamentos;  2.  Respeitar os árbitros e aceitar as suas decisões;  3.  Respeitar os adversários;  4.  Demonstrar  preocupação  com  a  igualdade  de  oportunidades  entre  os 

competidores;  5.  Manter permanentemente a sua própria dignidade."  

Santos, António (2006) ‐ O Processo de Desenvolvimento Moral e o Espírito Desportivo‐ Fair Play, Algés‐Oeiras, in Ética e Fair Play, Novas Perspetivas, Novas Exigências, CDP  

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Para ver o vídeo acesse através do link http://pt.euronews.com/2014/01/31/sochi-politica-e-desporto-em-competicao/

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Para ver o vídeo acesse através do link http://www.youtube.com/watch?v=aq0_JdTHA1Y

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