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Indíce
Introdução à Toxicologia Geral ............................................................................................................................... 3
Toxicologia .......................................................................................................................................................... 3
Perspectiva histórica ....................................................................................................................................... 3
Áreas da toxicologia ........................................................................................................................................ 4
Ramos da toxicologia ...................................................................................................................................... 4
Poluição vs Toxicologia ................................................................................................................................... 5
Toxicologia Alimentar ......................................................................................................................................... 6
Definições ........................................................................................................................................................ 6
Modo de acção das toxinas ..................................................................................................................................... 7
Elementos básicos da Toxicologia ................................................................................................................... 7
Toxicocinética...................................................................................................................................................... 7
Metabolismo ................................................................................................................................................. 11
Acumulação ................................................................................................................................................... 11
Excreção ........................................................................................................................................................ 12
Toxicodinâmica ................................................................................................................................................. 13
Efeitos indesejáveis ....................................................................................................................................... 14
Testes toxicológicos .......................................................................................................................................... 14
Características da exposição ......................................................................................................................... 15
Toxicidade ..................................................................................................................................................... 16
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Introdução à Toxicologia Geral
ToxicologiaToxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos de agentes químicos e físicos em organismos vivos.
Estuda a Natureza dos efeitos nocivos e a probabilidade da sua ocorrência.
Começou por ser um ramo da química mas entendeu-se que deveria ter uma componente da fisiologia e
actualmente já é considerada uma ciência per si .
Estuda o efeito dos microrganismos, agentes físicos e químicos, nos organismos vivos.
É necessário saber que não se estuda só estes efeitos (antes e depois) como também a probabilidade da
ocorrência destes efeitos propriamente ditos.
Perspectiva históricaA toxicologia não é uma ciência muito recente. Existem registos considerados no âmbito da toxicologia desde
1500 a.c. quando se verificou que havia agentes que provocavam efeitos adversos no homem.
• 1500 a.C. – Papiro de Ebers: cicuta (Grécia), acónito (flechas na China), ópio, metais.
Na grécia foram estudados os agentes que provocavam efeitos adversos no Homem, o acónito era untado nas
flechas na China pois observava-se que os efeitos adversos eram ainda mais devastadores. O ópio era usado
como analgésico, e metais cujos efeitos eram descritos no papiro.
• 400 a.C. – Hipócrates: toxicologia clínica (biodisponibilidade na terapêutica e sobredosagem).
Hipócrates foi o 1º médico da história e classificava o seu trabalho no ambito da toxicologia clínica. O seu
trabalho tinha aspectos que se enquadram na toxicologia farmacológica nos quais estudava o efeito dasobredosagem.
• Sec. I a.C. – Dioscorides: classificação dos venenos em animais, vegetais e minerais; descreve a terapêutica
(antídotos).
• 1198 – Maimonides (grego): “Venenos e seus antídotos”.
• Sec. XV e XVI – família Bórgia, Catarina de Médici, Paracelsus.
Já na História mais recente surgem personagens famosas, principalmente em Itália. Catarina de
Médici usava os venenos para aplicar nos inimigos enquanto Paracelsus os estudou.
Paracelsus
“Tudo pode ser veneno. Não há nada que não possa ser. É a quantidade que determinase um veneno o é ou não.” Por exemplo, todo o alimento ou bebida em quantidades excessivas, pode ser um veneno.
Paracelsus ficou na História e disse esta frase que ainda hoje é a definição base do que é a toxicologia.
Da mesma forma que até o que é essencial pode ser tóxico (7L H20/dia), também algo que é extremamente
venenoso pode entrar em contacto com uma pessoa e, devido às próprias características da pessoa, não ter
qualquer efeito.
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• 1865 – C. Bernard: “Uma introdução ao estudo da medicina experimental”. Criou a primeira obra de fundo
sobre toxicologia clínica. Foi um tratado importante que marcou a toxicologia e partir do qual esta se tornou
uma ciência independente.
Nesta perspectiva história verifica-se que a toxicologia surge associada à medicina porque são tratados como
efeitos adversos e terapêutica.
Só no séc XX é que a toxicologia se torna mais independente da medicina e fica considerado um ramo da
química.
Aquilo que é um veneno é definido então a partir da dose (apesar de não ser o único factor, há variabilidade
entre espécies e o que é toxico para o Homem pode ser mais ou menos tóxico para outra).
A DOSE está associada à química. Paracelsus não saberia o impacto que teria a sua frase mas de facto, ainda
hoje esta é válida. Por vezes é melhor compreender a dose do que o efeito propriamente dito. Nesta altura já
se faziam ensaios in vivo e na espécie humana.
Áreas da toxicologiaHá sempre áreas que tocam a ciência mãe
• Toxicologia descritiva
– Testes de toxicidade (Química e Fisiologia)
• Toxicologia mecanística
– Identificação e compreensão dos mecanismos pelos quais são produzidos efeitos tóxicos (Fisiologia e Bioquímica).
• Toxicologia reguladora
– Possibilidade de um composto ser utilizado com determinado objectivo sem representar risco. Envolve todas as áreas
anteriores e a clínica. É o elo de todas as áreas da toxicologia, como a toxicologia farmacológica (Dose terapêutica vs dose
toxicológica).
Ramos da toxicologia• Forense
– Análise química, em caso de morte (ex. animal envenenado)
• Clínica
– Ocupa‐se das doenças provocadas/associadas a substâncias tóxicas
• Ocupacional
– Prevenção e redução de patologias do foro profissional (ex. mineiros)
• Alimentar
– Avaliação do risco de exposição humana aos alimentos
• Ambiental (→Ecotoxicologia )
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– Impacte de substâncias químicas nos organismos vivos
Os ramos alimentar e ambiental estão interligadas, pelo que não se pode fara de um sem falar do outro. A toxicologia
ambiental surge do resultado do alimento mas em conjugação com os outros factores, relacionados com a própria
pessoa, tais como:
1- agentes com efeitos adversos de origem química
2- doenças que surgem no indivíduo por exposição
3- exposição do indivíduo a determinados agentes no decurso da sua profissão ou hábitos
4- impacto de substâncias nos organismos vivos por contacto com o meio que os rodeia
5- tóxicos presentes nos alimentos, muitas vezes devido à exposição ao meio ambiente.
Ecotoxicologia
Devido à sua relação com a alimentação, devemos pensar nesta questão e no impacto nos seres vivos e na
toxicologia alimentar.
• Substâncias tóxicas (poluentes naturais ou artificiais). Assim, as substâncias tóxicas podem ser ou não
poluentes e estudam:
– Modalidades de contaminação do meio ambiente (espalhando-se na atmosfera e depositam-se no solo e e
consequentemente nos alimentos, sendo mais grave nos alimentos vegetais pois estão logo expostos ao consumidor
primário).
– Mecanismos de acção
– Efeitos sobre todos os seres vivos
• Dinâmica das populações de um ecossistema. O Homem está no topo da cadeia alimentar mas deve ter-se
em conta os efeitos nos outros seres vivos
Poluição vs Toxicologia
Poluente
Toda a substância ou material presente num local onde não é naturalmente produzida nem é supostoestar, no entanto, há substâncias produzidas naturalmente (por microrganismos) que em contactoexcessivo nos causam efeitos adversos
⇓ actividade humana
(não necessariamente toxicidade – ex: CO2)
Poluente e tóxico não são sinónimos! (Ex: CO2 – Poluente que não é necessariamente tóxico). Por um lado, o
dióxido de carbono não é toxico porque faz parte do nosso organismo existindo na corrente sanguínea. Só é
poluente quando excede uma determinada dose. Existe na natureza sendo um componente natural da
atmosfera mas em muitos locais a dose está muito aumentada.
O O3 é um exemplo de poluente que é um tóxico também.
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Toxicologia AlimentarA ecotoxicologia tem uma grande importãncia. Algumas toxinas podem vir a ser contaminantes ambientais e
acabam por ser contaminantes alimentares, se tivermos em conta que os animais também se alimentam
destes produtos sujeitos a contaminação ambiental.
Quando se fala em toxicologia tem que se ter a noção de que se trata de agentes silenciosos (não se veêm,
sobretudo os ambientais, nos vegetais. Por vezes estes contaminantes até podem ser favoráveis ao
crescimento da planta, como o Azoto, mas que ao estar cheio de nitratos que nos provocam efeitos adversos).
A toxicologia alimentar deve compreender:
• Avaliação do risco de exposição• A alimentos• A ingredientes• contaminantes
• Avaliar a segurança alimentar (HCCP)• Emissão de pareceres científicos• Gestão de sistemas de alerta rápidos (tipo ASAE)• Informação ao consumidor• Constituição de organismos/agências reguladoras
A toxicologia é muito mais abrangente que a química.
DefiniçõesHá definições que não são sinónimos.
• Xenobiótico: composto químico estranho a um organismo ou sistema biológico, podendo aí serencontrado mas não sendo normalmente produzido ou esperado existir nesse organismo (ex.: dieta.Em alimentos processados, os macro e micronutrientes essenciais são xenobióticos). Ummedicamento que não coincida com nenhuma molécula de síntese (excepto, maxilase e pílula),mimetizam ou inibem a função enzimática.
• Tóxico (gr. toxicon = ponta de flecha. Os gregos adaptaram a palavra toxicon no sentidode atordoar que se generalizou.): qualquer substância capaz de agir de maneira nociva noorganismo, provocando alterações estruturais e/ou funcionais, por contacto ou através de
absorção (interacção com macromoléculas biológicas - enzimas, por contacto cutâneo,inalação, ingestão, etc.). Substâncias que não sendo moléculas biológicas reagem no seu lugarlevando a uma reacção que não era a que deveria acontecer, formando-se metabolitos queprovocam efeitos tóxicos e a molecula fica intacta e com efeitos nocivos. Por exemplo: os metais, nãosendo tóxicos per si , podem ser activadores ou bloqueadores de enzimas.Os tóxicos, na sua maioria, têm a ver com processos enzimáticos, tal como a fisiológica. Os produtosformados destas interacções é que são tóxicos.
• Toxina: tóxico de origem biológica. Exemplo, alguns cogumelos têm
substâncias letais. Os de origem microbiológica, como a escarlatina (rx de
vermelhidão da cabeça e pescoço, associado a amigdalites), sãoprovocadas por moleculas produzidas por bactérias.
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• Veneno: tóxico geralmente mortal mediante exposição do organismo a uma pequena dose (algunsmg/kg). Substãncia que se adquirem comercialmente e provocam geralmente efeitos tóxicos comdose mínima.
a) pode ser nocivo se for uma reacção cutânea ou por inalação que passa e não é fatal.b) pode ser tóxico sendo uma reacção mais grave. Os tóxicos alimentares são silenciosos.
Modo de acção das toxinas
Elementos básicos da ToxicologiaNa toxicologia, quando se fala em tóxicos, os elementos base são:
• Tóxico
• Identificação do efeito sobre o organismo/órgão. Qual é o organismo e em que zona é afectada eque outras funções são afectadas.
• Resposta ao efeito. Tem uma vertente humana, de tentar acabar ou diminuir o efeito (ex: antídotos.
O que poderá servir de antídoto e o porquê) e uma vertente comportamental, como o efeito
fisiológico.
ToxicocinéticaNeste ambito há duas áreas que estudam as toxinas e os seus efeitos, tal como na farmacologia. Por vezes
fazem-se os dois estudos para a mesma substância pois depende da dose, considerando-se toxico, veneno,
etc.
• Determina a quantidade de um determinado tóxico (ou do seu metabolito activo) que atinge o localde acção.
• Estuda as variações que ocorrem no organismo ao longo do tempo (velocidade).
É a velocidade de metabolização, em termos de concentração.
A toxicocinética abrange o estudo do tóxico desde a absorção peloorganismo, a quantidade e a via de exposição. Depois, o transporte,como é que o tóxico viaja no organismo e que reacções acontecem(mecanismos e tipo de reacções).
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A ABSORÇÃO pode ser feita por 3 vias:
Digestiva,
gastrointestinal
ou trófica
Influenciada por:Factores relativos ao tóxico
• Massa molar • Estabilidade química
• Veículo da substância tóxica• Solubilidade no pH do estômago e intestino• Constante de ionização do tóxico• Grau de lipossolubilidade da forma não ionizada
Outros factores
• Velocidade de esvaziamento gástrico • pH do estômago e do intestinoIntervenção do fígado
• Possível transformação do tóxicos antes de passarem à circulação geral.Barreiras à absorção
•Mistura dos tóxicos com os alimentos. • Vómitos• Formação de compostos insolúveis e inaptos à absorção • Diarreia
• Intervenção ou não do fígado• Possível inactivação devido à acção de certos enzimas
respiratória
Cutânea ou
transtegumentária
Varia consoante diferentes factores:Factores relativos ao tóxico
• Solubilidade na epiderme • Tamanho da molécula ou iãoOutros factores
• Hidratação da camada de queratina • Irrigação (mucosas)• Humidade ambiente (suor) • Temperatura ambiente e corporal• Luz solar • Irritação mecânicaBarreiras à absorção
• Camada lipídica (impede as moléculas hidrossolúveis)• Camada de células mortas • Células da epiderme com queratina• Falta de vascularização da epiderme, contrariamente à dermeA formação de compostos insolúveis (muitas vezes condicionada pelo tamanho,como as fibras não digeríveis, para as quais não há enzimas capazes de hidrolisaros glúcidos)podem determinar a solubilidade ou não. Estes estão inaptos àabsorção, bastando não ter enzimas necessárias à metabolização.
TRANSTORNOS DO SISTEMA DIGESTIVO (vómitos e diarreia)
O fígado possui receptores de lipoproteínas num certo número. A metabolização pelo fígado e uma
velocidade permitida pelos receptores do fígado (que só recebe determinado tipo de lipoproteínas) ese estiverem ocupados não entra mais. Se lá tivermos tóxicos, não processamos tudo o queingerimos. Um conteúdo aumentado de lípidos ou tóxicos pode nem ser absorvido. A ingestão dealimentos em simultâneo com os tóxicos (sobretudo se forem lipossolúveis) vai diminuir oprocessamento do tóxico (que pode ser ou não – mais letal, é a forma inicial – benéfico – toxicoaumenta a actividade quando é metabolizada).
Também pode haver inactivação na presença de certas enzimas. Em presença de determinadosubstrato pode não conseguir metabolizar o tóxico. O tóxico em presença de determinadas enzimas,pode não ser metabolizado porque a sua estrutura é modificada e não atinge a forma activa (emtermos de toxicidade).
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Um tóxico, lipossolúvel pode entrardirectamente na via dos sais biliares e éexcretado ou então vai pela correntesanguínea até ao fígado.
Quando são biotransformados, podem sermais tóxicos do que a forma inicial
, podemser menos tóxicos do que a forma inicial oupode ainda entrar na circulação geral e serexcretado.A proporção entre estes dois é desigual. Osiões metálicos podem acumular-se em locaischave (característicos de cada ião).Há sempre uma parte no metabolismo
lipídico que é usado para a produção de ácidos biliares (derivados de ácidos gordos) que têm enzimas
capazes de transformar os lípidos possam ser digeridos ao nível do intestino.O tóxico pode entrar em qualquer uma das vias, dependendo da característica do tóxico. As zonaschave da troca para o metabolismo dos lípidos é sempre a bílis ou o fígado.
O transporte do tóxico faz-se através das membranas celulares:
Depende de
TamanhoSolubilidade nos lípidosSemelhanças com as moléculas endógenasPolaridade ou carga
Mecanismos de
transporte
Por exemplo, os pesticidas são feitos com determinadas propriedades para
atacar as espécies biológicas e nos humanos podem ter acção semelhante(foram pensados para um determinado circuito semelhante ao das moléculasfisiológicas). Assim, tudo o que controla as espécies fisiológicas é o quecontrola os medicamentos ou os pesticidas.Dependendo destas propriedades a espécie vai ser transportada de formadiferente, o que significa que o mecanismo de transporte está dependente daspropriedades da espécie:
• Filtração através dos poros • Difusão passiva através dos fosfolípidos• Transporte activo • Difusão facilitada
• Fagocitose • Pinocitose
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Mecanismos de transporte
Filtração • Passagem de moléculas através dos poros formados pelas proteínas(espaços vazios)
• Tóxicos hidrossolúveis
•
Tamanho das partículasvs
tamanho dos poros. O tamanho dotóxico é um factor chave.
• Carga eléctrica dos poros . São polímeros (com carga) de aa compelo menos 2 locais de carga (grp amina e grp carboxilo).
• Gradiente de concentração. Este é sempre muito grande fora e aopassar para o interior vai diminuir.
O pH local pode estar condicionado pelo tóxico e assim a polaridadedo poro é diferente.
Difusão Passiva
O mecanismo é semelhante à difusão excepto na solubilidade dasespécies – passam entre a estrutura da membrana, por difusãopassiva (lipossolúveis), uma vez que a estrutura da membrana sãofosfolípidos.O tóxico é uma molecula (logo, não ionizada) e com algumalipofilicidade, com preferência pelo meio lipídico.
• Através dos fosfolípidos da membrana• É o mais importante mecanismo de absorção• Tóxicos lipossolúveis• Tóxico na forma molecular (não ionizada)• Gradiente de concentração
Este é o mecanismo mais utilizado pelos tóxicos actuais. Hoje em dia,são estes que nos preocupam pois são as mais existentes nos
alimentos (Dificilmente ionizáveis, lipossolubilidade, com algumadimensão)
Difusão facilitada
Mecanismo semelhante à difusão passiva, mas neste, a passagem éfeita através de uma proteína de membrana que são naturalmentetranspotadores de nutrientes e o tóxico usa para passar. Não háconsumo de energia. Também são moléculas e lipofílicas.
• Através dos fosfolípidos da membrana• Mecanismo de absorção utilizada pelos nutrientes (ex.: glucose)• Transportador específico• Gradiente de concentração
• Não necessita de energia Transporte activo
Mecanismo muito semelhante à difusão facilitada mas a passagemenvolver o consumo de En. Há também uma relação bioquímica (co-enz) e a passagem é feita por um gradiente de concentração,gradiente de potencial ou de pressão.
• Através dos fosfolípidos da membrana• Transportador específico• Energia• Gradiente de: concentração, potencial ou pressão
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Pinocitose (liquidos - gordura) e
fagocitose (sólidos)
Mecanismo utilizado em espécies insolúveis. Em cada caso há umaincorporação directa no citoplasma
• Espécies insolúveis• Formação de vesículas pinocíticas – por invaginação da membrana
celular (aumenta a tensão superficial em contacto com a espécieinvasora)• A membrana celular sofre invaginação devido a modificações datensão superficial motivada pela presença de macromoléculas nofluído extracelular.
MetabolismoPrincipais tipos de reacções envolvidas na biotransformação
• Oxidação
• Redução
• Hidrólise
• Conjugação
CONJUGAÇÃO: entre moléculas orgânicas –são emaranhados com proteínas globulares que envolvem o tóxico.
Efeito quelato – com forma adequada para receber ioes metálicos (ex: hemoglobina tem o fe complexado por
este efeito). Algumas proteínas só são activadas quando estão complexadas com um metal. Estas, ao contrario
das conjugações a proteínas são muito fortes e é mais difícil de os separar. As conjugações da hemoglobina e
marcador hepático, tem várias fracções conjugadas (complexadas com a hemoglobina).
Acumulação
Os tóxicos que não são biotransformados nem excretados, são ACUMULADOS. Os tóxicos não sofrem
metabolização ou são metabolizadas mas não são excretadas e nesse caso são armazenadas nas proteínasplasmáticas, ou lipoproteínas e ficam sempre lá.
São armazenadas no fígado, rim (moléc muito pequenas e geralmente polares, hidrofílicas ou iões porque nem
trocam nem deixam de trocar. São grandes demais para passar pelos canais de Na no nefrónio), tecido adiposo
e poucas são armazenadas nos ossos (ex: chumbo)
LOCAIS DE ARMAZENAMENTO‐ Proteínas plasmáticas ‐ albumina, glico‐ e lipoproteínas ‐ Fígado
‐ Rim
‐ Tecido adiposo ‐ Ossos (chumbo)
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Excreção
Vias Naturais:
• Pulmonar
A inspiração envolve gases ou partículas em suspensão e excretam-se metabolitos gasosos-espécies gasosas formadas por metabolitos do tóxico.
• Metabolitos gasosos biotransformados, que sO são transportados por Difusão passiva e a Eliminação pode ser directamenteproporcional à ventilação e inversamente proporcional à solubilidade (sangue)Ex: Hidrocarbonetos aromáticos (60 % do total consumido) são eliminado viapulmonar pois são voláteis e alguns são gasosos.
• Intestinal
Esta via relaciona-se com a via biliar. O tóxico sai pelo intestino considerada uma via, quer saiapara o exterior, quer vá para a bílis, pois aqui é emulsionada (hidrolisa, transforma em ácido evolta a lançar no intestino) e excretada na mesma pelo intestino.
• Risco: flora intestinal aumentar a toxicidade do tóxico• Tóxicos de peso molecular mais elevada• Só excretados tóxicos hidrosolúveisA via biliar e parte da via intestinal podem ser consideradas semelhantes. Os tóxicosexcretados por esta via podem provocar o aumento da reactividade em conjunto comos organismos no interior. A reactividade da espécie deve-se à reacção redox que,sobre o tóxico pode ser metabolizado em espécies mais tóxicas do que a forma inicial.Pode acontecer com moléculas maiores (não são tão voláteis) e acabam por serapenas excretados os tóxicos lipossolúveis porque são metabolizados pela bílis.
• Biliar
Desvantagem da excreção pela via biliar: a excreção biliar tem a desvantagem de aumentar otempo de exposição hepática (o fígado está mais tempo em contacto com o tóxico,aumentando a probabilidade de formação de metabolitos quer pelo fígado, quer pela floraintestinal).
Importância da excreção biliar na toxicidade dos compostos
• Aumento do tempo de exposição hepática pela circulação enterohepática• Produção de metabolitos tóxicos pela microflora intestinal e reabsorção posteriordos que passaram de hidrossolúveis a lipossolúveis.• Excreção biliar por transporte activo. A [tox] no fígado é condicionado porque otransportador selectivo está saturado não sendo eficaz a transportar todas as
moléculas• Saturação do transportador⇒ ↑ [ ] do tóxico no fígado.
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• Renal
Ocorre a excreção de moléculas polares, solúveis em água e o mecanismo transportadorpreferido é a difusão passiva sendo reabsorvidas no sangue (se forem lipossolúveis).As molec polares passam por filtração e são excretadas na urina (hidrossolúveis).
• Filtração ‐ moléculas polares, não ligadas a proteínas e mais pequenas
• Difusão passiva – moléculas lipossolúveis; reabsorção para o sangue das formas nãoionizadas: gradiente de * + túbulo → sangue• Transporte activo ‐ moléculas ligadas a proteínas • Transporte activo e difusão facilitada – risco de saturação dos transportadores⇒ maior toxicidadeApenas a filtração excreta o tóxico na urina. Todos os outros mecanismos detransporte levam o sangue de volta para o sangue.
Factores que afectam excreção urinária
• Ligação do tóxico a proteínas plasmáticas (afecta a difusão passiva, não o transporteactivo)
• pH urina: Os tóxicos também podem ter um caracter ac-base e nesse caso, ao reagircom as espécies presentes na urina alteram o pH (5-8).• Tóxicos ácidos são ionizados a pH urinário alcalino• Tóxicos alcalinos são ionizados a pH urinário ácido.• Dieta rica em proteínas afecta o pH da urina (acidifica)Ex: os vegetarianos têm urinas mais básicas porque ao ingerirem menos proteínas, excretammais ácidos nucleicos (purinas) originando ác. Úrico.
Outras Vias Naturais de Excreção, mas menos escolhidas pelos tóxicos
• Saliva
• Vómito
• Leite
• Suor
• Unhas
• Cabelos, pêlos e penas
Toxicodinâmica• Tem a ver com a interacçãodo tóxico com o órgão alvo(ou receptor biológico), eseus mecanismos de acção.
Relaciona-se coma aconcentração e doses e alvos.
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Efeitos indesejáveisSão reacções adversas mas a impressão digital da toxicologia. Cada um de nós tem determinadas reacções a
determinados tóxicos e isso deve-se à predisposição genética (diferenças de peso, exposição ao tóxico durante
a vida, etc.)
• Reacções adversas: efeito não esperado
• Reacções alérgicas: reacção adversa mediada
imunologicamente e que resulta de uma prévia
sensibilização
• Reacções de idiossincrasia: reactividade anormal,
não esperada, determinada geneticamente e
portanto diferente de individuo para individuo.
• Intolerância: quando há um transtorno ex.
diarreia
• Anafilaxia ou choque anafilático: ex. Reacção queleva a asfixia por edema da glote
• Intoxicação: resposta à exposição a determinada
espécie (tóxico).
• Envenenamento: + grave, refere-se a
intoxicações agudas.
•Toxicidade imediata versus retardada
•Efeitos tóxicos irreversíveis versus reversíveis
•Toxicidade local versus sistémica
A intolerância pode ficar por toda a vida ou só pontualmente (durante uma fase da vida inicial e deixar de ser
em adulto).
Tem sempre a ver com um defeito enzimático (quantidade de enzimas), como por exemplo, no caso da lactase
– a enz presentes nos adultos estão na mesma quantidade desde a nascença. Assim, quanto mais cedo a
pessoa é exposta ao leite externo, mais provável é ser intolerante, pois este leite é muito mais concentrado do
que o leite materno e vai saturar mais facilmente as enzimas.
Intolerância é diferente de alergia!!! (embora por vezes os sintomas sejam comuns, fisiologiamente são
diferentes).
A intoxicação é uma reacção adversa por exposição a um tóxico e difere do envenenamento pois estas são
intoxicações muito mais fortes, graves e letais.
----------------------------------------------------------
Testes toxicológicos•
Clássicos –determinam a toxicidade específica
–Toxicidade aguda e sub-aguda
–Toxicidade crónica e sub-crónica
•
Específicos
–Carcinogénese
–Reprodução
–Genética
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Características da exposição•Toxicidade crónica
– A substância acumula-se no sistema biológico, por administração de pequenas doses em várias vezes.
– Produzem-se efeitos tóxicos irreversíveis.
– Efeito que requer algum tempo e desenvolvimento.
– Não há tempo suficiente para o sistema recuperar do efeito tóxico no intervalo de frequência.
–A toxicidade crónica de uma substância é definida pela TD50
Ex: é a quantidade de carcinogénio necessário para induzir cancro em 50% do grupo exposto. Para testar são
utilizados roedores expostos continuamente (20 – 24 meses) à substância - teste
•Toxicidade aguda
- Resposta, na maioria das vezes imediata, induzida por exposição a uma substância tóxica
– Administração de uma grande dose duma só vez.
– Os efeitos tóxicos podem ser reversíveis.
– Definida pela LD50.
LD50: Dose (mg/kg) que induzirá a morte a 50% do grupo exposto.
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ToxicidadeFACTORES DE QUE DEPENDE
• Velocidade de difusão do tóxico
• Intervenção de orgãos desintoxicantes (rim, fígado, intestino)
• Solubilidade e polaridades das moléculas
• Duração da biotransformação
Processos para concentração de substâncias tóxicas
Bioconcentração Entrada do composto no organismo
Bioacumulação Quando o composto, após a ingestão, se encontra em maior concentração no
organismo que no meio ambiente
Bioamplificação
(ou
biomagnificação)
Concentração ao longo da cadeia alimentar, sendo resultante da bioacumulação aolongo dos diferentes níveis tróficos