Segurança Do Trabalho Em Serviço de Alimentos e Bebidas.correto

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Curso EAD PE - Secretaria de Educação

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  • Tcnico em Restaurante e Bar

    Luisa Muniz

    2014

    Segurana do Trabalho em Servios de

    Alimentos e Bebidas

  • Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da Repblica Michel Temer Ministro da Educao Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio de Educao Profissional e Tecnolgica Alssio Trindade de Barros Diretor de Integrao das Redes Marcelo Machado Feres Coordenao Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Aras

    Governador do Estado de Pernambuco Joo Soares Lyra Neto

    Secretrio de Educao

    Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

    Secretrio Executivo de Educao Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

    Gerente Geral de Educao Profissional

    Luciane Alves Santos Pula

    Coordenador de Educao a Distncia George Bento Catunda

    Coordenao do Curso Annara Perboire

    Coordenao de Design Instrucional

    Diogo Galvo

    Reviso de Lngua Portuguesa Letcia Garcia

    Diagramao

    Izabela Cavalcanti

  • INTRODUO ............................................................................................................................ 3

    1.COMPETNCIA 01 | COMPREENDER AS FUNES E CARACTERSTICAS DOS

    EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS UTILIZADOS NO SETOR DE A&B (LAYOUT) ............................ 5

    1.1 Riscos Ambientais ................................................................................................... 5

    1.2 Medidas de Preveno dos Riscos ....................................................................... 11

    1.3 Riscos Ambientais em um Setor de Alimentos e Bebidas .................................... 13

    1.4 Resoluo RDC n 216 .......................................................................................... 22

    2.COMPETNCIA 02 | ENTENDER OS CONCEITOS, CAUSAS E CONSEQUNCIAS DOS

    ACIDENTES DE TRABALHO ...................................................................................................... 25

    2.1 Histrico da Sade Ocupacional ........................................................................... 25

    2.2 Legislao sobre Acidente de Trabalho ................................................................ 29

    2.3 Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT) ...................................................... 34

    2.4 Previdncia Social ................................................................................................. 37

    2.5 Consequncias dos Acidentes de Trabalho .......................................................... 41

    3.COMPETNCIA 03 | CONHECER OS EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL

    (UNIFORMES, CALADOS, LUVA, PROTETORES AURICULARES, ETC.) .................................... 43

    3.1 Equipamentos de Proteo Individual (EPI) ......................................................... 43

    3.2 Norma Regulamentadora 6 .................................................................................. 49

    3.3 Equipamentos de Proteo Individual em Servios de Alimentos e Bebidas ...... 53

    3.4 Equipamentos de Proteo Coletiva (EPC) ........................................................... 59

    4.COMPETNCIA 04 | COMPREENDER OS CONCEITOS E FUNES DA ERGONOMIA .......... 64

    4.1 Surgimento da Ergonomia .................................................................................... 64

    4.2 Classificao da Ergonomia .................................................................................. 67

    4.3 Risco Ergonmico ................................................................................................. 69

    4.4 Norma Regulamentadora 17 Ergonomia .......................................................... 71

    4.5 Anlise Ergonmica de Trabalho (AET) ................................................................ 79

    REFERNCIAS .......................................................................................................................... 83

    MINICURRCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 86

    Sumrio

  • 3

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    INTRODUO

    Caro (a) cursista, vamos seguir juntos nesta jornada e aproveitar este

    momento de interao para aprender um pouco sobre Segurana do Trabalho

    em Servios de Alimentos e Bebidas. Entenderemos qual a importncia desta

    disciplina na prtica diria do tcnico de Restaurante e Bar, e como os

    conhecimentos dela iro dar consistncia e facilitar as aes a serem

    realizadas por este profissional.

    Podemos destacar vrios questionamentos que ao longo da disciplina vamos

    responder, como por exemplo:

    Quais so os fatores de risco ambientais e por que a necessidade de identific-

    los? Quais os cuidados que devemos tomar ao elaborar as medidas de

    preveno em um local de trabalho? Quando podemos considerar que um

    acidente acidente do trabalho? Quais as causas e consequncias dos

    acidentes de trabalho? O que so equipamentos de proteo individual e qual

    a importncia deles nos ambientes laborais? Quando surgiu a ergonomia e

    como ela se classifica?

    Pretendemos esclarecer e discutir todas essas perguntas acima e acreditamos

    que ao fim da disciplina voc, prezado (a) cursista, estar apto a respond-las.

    Ao final, o aluno tambm poder obter o conhecimento terico, ser capaz de

    identificar os riscos ambientais existentes em locais de trabalhos diversos e

    saber elaborar e colocar em prtica medidas de preveno contra esses

    agravos.

    Dessa forma, vamos comear a 1 competncia conhecendo os riscos

    ambientais detalhadamente. Depois, aprenderemos a identificar esses riscos.

    Comearemos a pensar em medidas para preveni-los e deixar o local de

    trabalho o mais saudvel possvel.

    Na 2 competncia, faremos um apanhado histrico geral da sade

  • 4

    Tcnico em Restaurante e Bar

    ocupacional e conheceremos a legislao que trata dos acidentes

    ocupacionais. Alm disso, sero abordados a Previdncia Social e os seus

    benefcios e as causas e consequncias dos acidentes de trabalho para o

    indivduo e a sociedade como um todo.

    J a terceira competncia vem para falar especificamente dos equipamentos

    de proteo individual. Eles sero apresentados e conheceremos suas

    utilidades e importncia. Tambm comentaremos um pouco sobre os

    equipamentos de proteo coletiva.

    Encerraremos esta disciplina na 4 competncia onde ser abordada uma

    cincia denominada de Ergonomia. Vamos aprender onde ela surgiu, qual a

    sua importncia, classificao e campo de aplicao. Por fim, iremos

    compreender como realizar uma anlise ergonmica do trabalho e qual a sua

    importncia e utilidade.

    Vamos l?

  • 5

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    1.COMPETNCIA 01 | COMPREENDER AS FUNES E

    CARACTERSTICAS DOS EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS UTILIZADOS

    NO SETOR DE A&B (LAYOUT)

    As doenas ocupacionais so adquiridas pelo trabalhador atravs da

    exposio a agentes qumicos, fsicos, biolgicos, ergonmicos e mecnicos

    (ou de acidentes). Algumas vezes, elas s ocorrem aps vrios anos de

    exposio ou depois que o trabalhador se afasta do agente causador. Nesta

    primeira competncia, vamos conversar um pouco sobre os tipos de risco

    ambientais e as medidas de preveno e correo para evitar tais agravos.

    Iniciaremos com uma abordagem geral desses conceitos e depois vamos

    enquadr-los de forma mais especfica em servios de alimentos.

    1.1 Riscos Ambientais

    Consideram-se riscos ocupacionais os agentes existentes nos ambientes de

    trabalho capazes de causar danos sade do empregado. Os ambientes de

    trabalho pela natureza das atividades desenvolvidas e/ou pelas caractersticas

    de organizao podem comprometer a sade do trabalhador em curto, mdio

    e longo prazo, gerando leses imediatas, doenas ou a morte, alm de

    prejuzos de ordem legal e patrimonial para a empresa.

    No intuito de minimizar esses danos torna-se necessrio a investigao dos

    riscos no local de trabalho para conhecer a que fatores os funcionrios esto

    expostos e que possveis medidas de proteo so passveis de serem

    aplicadas. Ressaltando que no apenas a presena de um agente nocivo no

    ambiente laboral que suficiente para causar transtornos. O que ser

    prejudicial a presena do fator de risco somada a sua alta concentrao,

    forma de apresentao (lquido, slido, gasoso), ao seu nvel de toxidade e ao

    tempo de exposio do trabalhador.

    O Ministrio da

    Sade elaborou um manual de

    procedimentos para os servios de

    sade onde consta lista das doenas relacionadas ao

    trabalho. Confira no link abaixo este

    material na ntegra. www.medtrab.ufpr.br/arquivos%20para%20dowload%202011/Disciplina%20Doencas%20do%20Trabalho/Manual%20DO%20Min%20Sau

    de.pdf

    Competncia 01

  • 6

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Figura 1 Ambiente de Trabalho Fonte: www.sgap.al.gov.br/sala-deimprensa/noticias/servidores-da-sgap-participam-de-capacitacao-em-servicos-de-alimentacao (2012)

    A portaria n 3214, de junho de 1978, do Ministrio do Trabalho e Emprego

    (MTe), foi responsvel pela criao das Normas Regulamentadoras (NR) que

    se referem segurana e medicina do trabalho. Essas normas foram criadas

    com o objetivo de obrigar as empresas a observar os aspectos relacionados

    sade de seus trabalhadores.

    Uma dessas normas traz o entendimento de que o desencadeamento das

    doenas ocupacionais tambm est diretamente relacionado ao limite de

    tolerncia (LT) dos agentes ambientais a que o trabalhador fica exposto. A NR-

    15 (Atividades e Operaes Insalubres) define limite de tolerncia como a

    concentrao ou intensidade mxima ou mnima relacionada com a natureza

    e o tempo de exposio ao agente que no causar dano sade do

    trabalhador durante sua vida laboral.

    J a NR-9, Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA) considera

    como riscos ambientais os agentes fsicos, qumicos e biolgicos existentes

    nos ambientes de trabalho.

    Os riscos fsicos so as diversas formas de energia, as quais os trabalhadores

    podem estar expostos. Os agentes geradores desse risco possuem a

    capacidade de alterar as caractersticas fsicas do meio ambiente, exigem um

    meio de transmisso para propagar sua nocividade e agem at mesmo sobre

    indivduos que no tm contato direto com a fonte de risco. So

    Podemos avaliar os riscos ambientais existentes em um

    ambiente de trabalho de duas

    formas: #Avaliao

    qualitativa a forma mais simples e tambm conhecida

    como forma preliminar.

    utilizada apenas a sensibilidade do trabalhador que

    identifica a presena do risco.

    Ex: percepo do cheiro de vazamento

    de gs. #Avaliao

    quantitativa utilizada para medir,

    comparar e estabelecer.

    necessrio o uso de um mtodo cientfico e a utilizao de

    instrumentos e equipamentos destinados

    quantificao do risco.

    Ex: Medir atravs de aparelho especfico (dosmetro) o nvel

    de rudo do ambiente.

    Ficou curioso para

    saber as outras informaes da NR-

    9? Acesse o link abaixo:www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/9.htm

    Competncia 01

  • 7

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que

    podem afetar a sade dos trabalhadores, como: rudos, vibraes, radiaes,

    frio, calor, presses anormais e umidade.

    Figura 2 - Trabalhador exposto ao risco fsico umidade Fonte: http://supershe.zip.net/arch2009-05-24_2009-05-30.html (2012)

    Os riscos qumicos so identificados pelo grande nmero de substncias que

    podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos integridade

    fsica e mental dos trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, nvoas,

    neblinas, gases, vapores, substncias, compostos ou outros produtos

    qumicos. So substncias que podem penetrar no organismo pela via

    respiratria, pela via cutnea (atravs do contato com a pele) ou atravs do

    trato gastrointestinal (digesto). Pode ter ao localizada, quando atua

    somente na regio de contato, e ao sistmica, quando so absorvidos e

    distribudos dentro do organismo, afetando diferentes rgos e tecidos.

    Figura 3 - Trabalhador exposto ao risco qumico Fonte: www.nrfacil.com.br/blog/?p=3543 (2012)

    Competncia 01

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    Tcnico em Restaurante e Bar

    Os riscos biolgicos compreendem microrganismos incluindo os

    geneticamente modificados ou no, as culturas de clulas, os parasitas, as

    toxinas e os prons, capazes de provocar infeces, alergias ou toxidades em

    seres humanos. Ainda podemos incluir as bactrias, os vrus, os fungos e ainda

    mordidas e ataques por animais peonhentos, domsticos e selvagens.

    Figura 4 - Trabalhador exposto ao risco biolgico Fonte: http://profjabiorritmo.blogspot.com.br/2010/08/niveis-de-biosseguranca.html (2012)

    Outros agentes existentes nos ambientes laborais e que so passveis a causar

    danos aos colaboradores so os riscos ergonmicos e de acidente ou

    mecnicos.

    Os riscos ergonmicos esto ligados execuo de tarefas, organizao e s

    relaes de trabalho, ao esforo fsico intenso, levantamento e transporte

    manual de peso, mobilirio inadequado, posturas incorretas, controle rgido

    de tempo para produtividade, imposio de ritmos excessivos, trabalho em

    turno diurno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e

    repetitividade. Engloba tambm os fatores psicossociais. Entre eles, as

    situaes causadoras de estresse e o relacionamento interpessoal entre o

    trabalhador e seus colegas de trabalho ou a chefia.

    Competncia 01

  • 9

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Figura 5 Trabalhador exposto ao risco ergonmico Fonte: http://luizsms.blogspot.com.br/2011/08/simples-questao-de-ergonomia.html (2012)

    Os riscos de acidente ou mecnicos so muito diversificados e esto presentes

    no arranjo fsico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material

    ou matria-prima fora de especificao, mquina e equipamentos sem

    proteo, ferramentas imprprias ou defeituosas, iluminao excessiva ou

    insuficiente, instalaes eltricas defeituosas, probabilidade de incndio ou

    exploso, armazenamento inadequado, animais peonhentos e outras

    situaes de risco que podero contribuir para a ocorrncia de acidentes.

    Figura 06 Trabalhadores expostos ao risco de acidente Fonte: www.diariodasaude.com.br/news.php?article=acidentes-de-trabalho-causam-3-mil-mortes-por-ano-no-brasil (2012)

    Competncia 01

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    Tcnico em Restaurante e Bar

    Figura 7 Classificao dos fatores de risco Fonte: http://blogsegurancatotal.blogspot.com.br/2012/03/o-mapa-de-risco-foi-criado-atraves-da.html (2012)

    Cada fator de risco identificado por uma cor diferente! Sendo assim, quando

    formos representar um risco ambiental podemos simplesmente colocar a sua

    cor correspondente.

    Imagem 08-Cores dos fatores de risco Fonte: http://valoreseatitudes.blogspot.com.br/2011/07/mapa-de-riscos_11.html (2012)

    Caro (a) cursista, caso voc tenha

    interesse em conhecer a NR-5 e a

    NR-9 por inteiro, acesse o link

    abaixo:www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/9.ht

    m

    Competncia 01

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    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    1.2 Medidas de Preveno dos Riscos

    fundamental criar dentro das empresas um clima de sensibilizao dos

    funcionrios, visando proteo contra todos os tipos de riscos presentes no

    ambiente de trabalho. Quando se cria uma conscientizao coletiva referente

    ao respeito integridade fsica dos trabalhadores e melhoria contnua dos

    ambientes de trabalho, os acidentes, doenas e custos so prevenidos e

    reduzidos.

    Caro (a) cursista, queremos deixar bem claro que o risco ao trabalhador ser

    maior sempre que o tempo de exposio ou de contato com a fonte de

    perigo, a frequncia de exposio ao perigo e a proximidade da fonte de

    perigo for maior.

    Para podermos elaborar estratgias de preveno de riscos precisamos

    inicialmente realizar uma anlise preliminar das condies de trabalho:

    Elaborar um diagnstico inicial das caractersticas da empresa, dos

    trabalhadores e dos ambientes de trabalho, ou seja, identificar qual o ramo de

    atividade desta empresa, quem so os seus trabalhadores (idade, sexo) e a

    situao estrutural dos setores de trabalho;

    Fazer um mapeamento dos processos de produo e atividades

    relacionadas, ressaltando as principais etapas. Dessa forma, estaremos

    identificando as condies de risco;

    Caracterizar a exposio atravs da avaliao dos riscos, com a finalidade

    de identificar as fontes de perigo, a intensidade, a concentrao e a

    quantidade nos quais os mesmos so encontrados;

    Discutir e definir as alternativas de eliminao ou controle das condies

    de risco e realizar um programa de aes de preveno a serem seguidas,

    estabelecendo prioridades e metas claras a serem cumpridas;

    Implantar e avaliar as medidas adotadas. Efetivar o controle operacional

    atravs de uma avaliao que vise o monitoramento das aes efetuadas e a

    Competncia 01

  • 12

    Tcnico em Restaurante e Bar

    comprovao dos resultados alcanados e, caso necessrio, reformulao

    das aes e metas.

    Agora, ns j sabemos os passos que devemos seguir desde a identificao de

    um risco at as medidas de preveno que devem ser tomadas para san-los.

    E na hora de criar essas aes de preveno dos riscos, ser que tambm no

    necessrio seguir uma ordem lgica que aperfeioe o nosso servio?

    A resposta para essa pergunta sim! Vamos conhecer o Princpio da

    Tecnologia de Controle proposto pela higiene ocupacional:

    Inicialmente deve-se evitar que um agente potencialmente txico ou

    perigoso para a sade seja utilizado, formado ou liberado;

    Se isso no for possvel, cont-lo de tal forma que no se propague para o

    ambiente;

    Se isso no for possvel, ou suficiente, isol-lo ou dilui-lo no ambiente de

    trabalho;

    Em ltimo caso, bloquear as vias de entrada no organismo.

    Outro mtodo o Processo para Controle do Risco, que seguindo uma ordem

    correlaciona o tipo de medida ao processo:

    Medidas construtivas ou de engenharia Devem ser adotadas na fase de

    concepo e projeto. Atuam sobre os meios de trabalho (equipamentos,

    mquinas e edifcios). Incluem os equipamentos de proteo coletiva (EPC).

    Processo Eliminar ou reduzir o risco.

    Envolver o risco.

    Medidas organizacionais Limitao do nmero de expostos ou do

    tempo de exposio.

    Processo Afastar o homem.

    Medidas de proteo individual ou adicionais Utilizao dos

    equipamentos de proteo individual (EPI).

    Processo Proteger o homem.

    Competncia 01

  • 13

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    1.3 Riscos Ambientais em um Setor de Alimentos e Bebidas

    Apesar de toda legislao j existente sobre acidente de trabalho e adequao

    dos servios e das novas tecnologias que surgiram nas empresas, ainda

    muito frequente identificarmos condies de trabalho inadequadas. Fazendo

    um rpido levantamento em alguns estabelecimentos podemos observar

    instalaes precrias, rudos excessivos, temperaturas elevadas e iluminaes

    deficientes nas reas de produo, alm de equipamentos defeituosos e da

    ausncia de equipamentos de proteo individual (EPI) especficos.

    Acrescido a essas condies desfavorveis, podemos enumerar um ritmo de

    trabalho acelerado e uma sobrecarga de trabalho comum dos servios de

    alimentao, decorrente do quantitativo diminudo de funcionrios. Esses

    fatores somados refletem na queda da produtividade, devido insatisfao e

    ao cansao excessivo, e chegam a prejudicar a sade dos trabalhadores, que

    ficam mais expostos a acidentes e a doenas ocupacionais.

    Ainda podemos citar outros riscos decorrentes desse processo de trabalho,

    como a intensa movimentao desses servios, presena de vrios

    equipamentos eltricos e frequente inexperincia dos trabalhadores.

    Dessa forma, a sade, a segurana e o bem estar dos funcionrios acabam

    sendo afetados devido a condies precrias no ambiente de trabalho,

    questes especficas de cada ocupao e condies inseguras de trabalho. Em

    mdio e longo prazo, quando esses agentes de risco no so controlados, os

    empregados podem sofrer acidentes e diversos agravos sade.

    Vamos comear a pensar de forma mais especfica em servios de alimentos e

    bebidas? Iremos enumerar para cada tipo de riscos os agravos mais comuns

    aos trabalhadores deste ramo.

    Risco Fsico

    Rudo devido utilizao de equipamentos antigos e sem manuteno

    preventiva peridica (mquina de serra, processadores, exaustores e

    Competncia 01

  • 14

    Tcnico em Restaurante e Bar

    mquinas de lavar), temperaturas extremas (cmaras frigorficas, foges

    industriais) e umidade decorrente do desprendimento de vapor no interior

    das cmaras frigorficas e na mquina de lavar.

    Figura 08 Trabalhador exposto ao risco fsico calor Fonte: www-fogao.com/fogao-industrial-preco (2012)

    Risco Qumico

    Produtos qumicos utilizados para a higiene pessoal, dos utenslios,

    equipamentos, do ambiente e dos vegetais. Como exemplo, podemos citar a

    gua sanitria, a soda custica, os detergentes, os desinfetantes, os

    desengordurantes e o hipoclorito de sdio.

    Figura 9 Trabalhador exposto ao risco de produtos qumicos. Fonte: http://papocomsake.blogspot.com.br/2011/09/boa-limpeza-boacomida.html (2012)

    Competncia 01

  • 15

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Risco Biolgico

    muito comum imaginarmos a contaminao de alimentos devido sua

    manipulao por trabalhadores contaminados, entretanto o inverso tambm

    ocorre. Os funcionrios, durante sua jornada de trabalho podem se

    contaminar atravs de microrganismos presentes nos alimentos (fungos,

    bactrias e protozorios). Essa contaminao possvel atravs da

    manipulao de vegetais, carnes cruas e matrias-primas contaminadas, que

    possuem alta carga microbiana e tambm do contato com utenslios,

    equipamentos e superfcies contaminados e resduos orgnicos resultantes de

    preparo de alimentos.

    Figura 10 Trabalhador exposto ao risco biolgico bactrias. Fonte: http://roqueisquem.blogspot.com.br/2009/08/10072007camarafrigorificamu nicipal.html (2012)

    Risco Ergonmico

    Grande perodo de execuo das atividades em p com posturas foradas,

    levantamento excessivo de peso, altura insuficiente de bancadas gerando

    postura inadequada, presso sobre o ritmo de trabalho, ritmo excessivo

    devido ao grande volume de trabalho e presena de movimentos repetitivos

    por longos perodos de tempo durante o corte de carnes e vegetais, alm do

    processo de fritura, higienizao de panelas e utenslios (pratos, talheres).

    Competncia 01

  • 16

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Figura 11 Trabalhador exposto ao risco ergonmico posturas foradas. Fonte: http://pekdek.com/como-faco-para-abrir-um-restaurante/ (2012)

    Risco Mecnico ou de Acidente

    Arranja fsico inapropriado (piso sem inclinao suficiente levando ao acmulo

    de gua, buracos no cho), equipamentos sem proteo e manuteno

    (mquina de serra sem trava protetora, cortador de frio sem barra de

    segurana) e uso de ferramentas inadequadas (facas sem cortes, carrinhos

    com rodas danificadas, conchas e escumadeiras com cabos cortantes).

    Figura 12 Trabalhador exposto ao risco mecnico. Fonte: http://revistaideias.com.br/vicenteferreira/ (2012)

    Competncia 01

  • 17

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    MEDIDAS DE PREVENO DOS RISCOS EM UM SETOR DE ALIMENTOS E

    BEBIDAS

    No tpico anterior, listamos e comentamos os vrios riscos ambientais que

    podem ser encontrados em um servio de bar e restaurante. Agora, com o

    intuito de proteger e preservar a vida dos funcionrios contra acidentes e

    doenas ocupacionais, ns iremos pensar e enumerar medidas que eliminem

    ou reduzam as condies inseguras nos ambientes laborais.

    Risco Fsico Calor:

    Insuflao de ar fresco no ambiente (ventiladores e ar condicionado);

    Arejar o ambiente atravs da abertura de portas e janelas;

    Exausto de vapores de gua (ventiladores ou encanao);

    Uso de barreiras refletoras (alumnio polido, ao inoxidvel), colocadas

    entre o trabalhador e a fonte geradora de calor;

    Realizar exames peridicos;

    Reposio hdrica e salina (instalar bebedores em locais estratgicos no

    local de trabalho);

    Limitar o tempo de exposio do trabalhador;

    Equipamentos de proteo individual, vestimentas de tecido leve, cor

    clara, que absorva o calor do organismo do funcionrio e com sistema de

    ventilao acoplado.

    Risco Fsico Frio:

    Exames mdicos peridicos;

    Alimentao balanceada devido perda grande de energia;

    Hidratao adequada;

    Evitar trabalhos solitrios;

    Evitar trabalhos exaustivos que levem ao suor e consequente

    umedecimento das roupas;

    Competncia 01

  • 18

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Troca das vestimentas midas por secas sempre que necessrio;

    Perodos de descanso em locais aquecidos;

    Educao continuada atravs de treinamentos;

    Reduzir o tempo de exposio;

    No conter assentos metlicos nem sistema de ventilao;

    Sistema que permita a abertura das portas internamente;

    As roupas devem estar sempre limpas e secas e serem compostas de

    camadas mltiplas (cala, capote e luvas). As botas devem ser de couro.

    Risco Fsico Rudo:

    Substituio de equipamento por um mais silencioso;

    Manuteno das mquinas (balanceamento e equilbrio das partes

    mveis, lubrificao dos rolamentos e regulao dos motores);

    Programao das operaes de forma que fique o menor nmero de

    mquinas funcionando simultaneamente;

    Substituio de engrenagens metlicas por outras de plstico;

    Isolar a fonte atravs de barreira isolante e adsorvente de som;

    Monitoramento peridico no ambiente de trabalho, atravs de medies;

    Realizao dos exames de rotina;

    EPIs protetor auricular.

    Figura 14 Manuteno em mquina Fonte: http://servico-reparo.vivastreet.com.br/conserto reforma+iraja/consertos-de-maquinas-e-equipamentos-de-cozinhas-comercial/54003758 (2012)

    Competncia 01

  • 19

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Risco Fsico Umidade:

    Rodzio de funcionrios;

    Horrios destinados ao descanso em ambientes secos;

    Exames peridicos;

    Utilizao de EPIs impermeveis (luvas, macaces e botas).

    Risco Qumico:

    Substituio do agente, substncia, ferramenta ou tecnologia de trabalho

    por outro mais seguro, menos txico ou lesivo;

    Classificao e rotulagem das substncias qumicas;

    Equipamentos de proteo ambiental (mscaras, luvas, botas e aventais);

    Treinamento. Educao continuada dos funcionrios sobre segurana,

    sade, uso adequado dos EPI e desenvolvimento de suas atividades;

    Monitoramento individual por meio de exames mdicos.

    Risco Biolgico:

    Minimizar a proliferao de contaminantes no ambiente atravs de

    limpeza, desinfeco, ventilao e controle de vetores;

    Todo local onde exista possibilidade de exposio ao agente biolgico

    deve ter lavatrio exclusivo para higiene das mos provido de gua corrente,

    sabonete lquido, toalha descartvel e lixeira com sistema de abertura sem

    contato manual;

    Capacitar o trabalhador quanto s normas e procedimentos padronizados;

    Diminuir o nmero de trabalhadores expostos;

    Fazer uso das precaues padres ou precaues universais. Isso inclui

    realizar os procedimentos com segurana, utilizar adequadamente os EPIs,

    evitar manipulao desnecessria de material biolgico e utilizar coletor

    resistente para descarte dos materiais.

    Competncia 01

  • 20

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Uso de equipamentos de proteo individual adequados a cada tipo de

    exposio (avental, mscara, luva, protetor facial, sapatos fechados, botas e

    culos);

    Lavagem das mos antes e depois de cada procedimento;

    Acompanhamento mdico dos funcionrios;

    Nos postos de trabalho, no deve ser permitido o uso de adornos e o

    manuseio de lentes de contato, o consumo de alimentos e bebidas, o uso de

    calados abertos e nem deixar o local com os equipamentos de proteo

    individual.

    Risco Ergonmico:

    Diminuio da jornada de trabalho;

    Aumentar o nmero de turnos ou de equipes;

    Analisar as mdias de horas trabalhadas por semana;

    Realizar rodzio entre os funcionrios;

    Terapias corporais de relaxamento (ex: ginstica laboral), alongamento e

    reeducao postural.

    Figura 15 Alongamento Fonte: www.paraisoweb.com.br/noticias/function.php?alongamento-para-a-terceira-idade (2012)

    Risco Mecnico ou de Acidente:

    Promover um ambiente de trabalho confortvel;

    Competncia 01

  • 21

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Informar quanto aos riscos existentes na empresa e as formas de preveni-

    los;

    Orientar a importncia de seguir todas as normas de segurana;

    Utilizar de forma correta os dispositivos de preveno de acidentes;

    Manter o local de trabalho organizado com todos os objetos nos seus

    lugares e bem arrumados.

    Figura 16 Local de trabalho organizado Fonte: www.mundodastribos.com/moveis-para-cozinha-de-restaurante.html (2012)

    Antigamente, as empresas muito focadas nos lucros, acreditavam que a

    melhoria nas condies de trabalho seria apenas um gasto a mais. Nos dias

    atuais, com o aumento da competitividade no ramo alimentcio, exige-se

    qualidade com produtividade e o produto final facilmente reproduzido pelos

    concorrentes. Neste momento, as pessoas envolvidas no processo produtivo

    comearam a ser vistas como um diferencial que deve ser valorizado. Quando

    h uma melhora das condies de trabalho ocorre proporcionalmente um

    aumento da satisfao dos trabalhadores e isso reflete positivamente em sua

    eficincia e produtividade. Ou seja, como funcionrios satisfeitos produzem

    mais, as empresas esto procurando melhorar as condies ambientais de

    trabalho e fornecer bem-estar e sade para eles.

    Na busca de condies seguras e saudveis, necessrio estabelecer um

    plano de ao que envolva tanto medidas administrativas, como a

    determinao de intervalos durante as jornadas de trabalho e aumento de

    Competncia 01

  • 22

    Tcnico em Restaurante e Bar

    quadro funcional, quanto medidas especficas, como o uso de EPI e EPC

    (Equipamento de Proteo Coletiva) associado ao treinamento dos

    trabalhadores, e ainda a determinao de um plano de manuteno

    preventiva dos equipamentos e pequenas reformas nas instalaes.

    1.4 Resoluo RDC n 216

    Em 15 de setembro de 2004, a ANVISA lanou a resoluo RDC n 216 que

    dispe sobre regulamento tcnico de boas prticas para servios de

    alimentao. Esta resoluo fala como os funcionrios devem se portar em

    um servio de alimentao com o intuito de preservar a sade dos mesmos,

    de evitar acidentes e de manter os alimentos isentos de contaminao.

    Como o nosso interesse na rea de segurana do trabalho, vamos selecionar

    do texto original e listar apenas as situaes referentes a essa rea:

    Com o intuito de evitar quedas por tropeos e escorreges, as portas e as

    janelas devem ser mantidas ajustadas aos batentes e aos pisos; paredes e

    tetos devem ser livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos e

    infiltraes.

    Na rea de preparao, a iluminao deve proporcionar uma visualizao

    adequada e ser protegida contra exploses e quedas acidentais.

    As instalaes eltricas devem estar embutidas ou protegidas em

    tubulaes externas e ntegras, a fim de evitar acidentes.

    Os equipamentos e utenslios devem passar por manuteno programada

    e peridica e devem ser mantidos registros dessas operaes.

    A presena do risco qumico: gases, fumaa, ps e partculas em

    suspenso; deve ser evitada atravs de ventilao que garanta a renovao do

    ar.

    Competncia 01

  • 23

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Figura 17 Exaustores Fonte: www.mundodastribos.com/moveis-para-cozinha-de-restaurante.html (2012)

    Em servios de alimentos muito comum a presena do risco biolgico

    devido proliferao de fungos e bactrias. Para evitar esse agravo, torna-se

    necessrio: a realizao de desinfeco frequente dos ambientes; a presena

    de pisos, paredes e tetos de material liso, impermevel, lavvel e livre de

    bolores; a proviso de telas milimetradas para as reas externas; a fcil

    remoo e limpeza, que impeam o acesso de vetores e pragas urbanas.

    Os manipuladores devem ter seus uniformes trocados, no mnimo,

    diariamente, usados exclusivamente nas dependncias internas do

    estabelecimento e guardados em local especfico e reservado para esse fim.

    As mos devem ser lavadas cuidadosamente ao chegar ao trabalho, antes e

    aps manipular alimentos, aps qualquer interrupo do servio, aps tocar

    materiais contaminados, aps utilizar o sanitrio e sempre que se fizer

    necessrio.

    Os trabalhadores devem ser capacitados periodicamente em higiene

    pessoal e em doenas transmitidas por alimentos. Devem ser afixados

    cartazes de orientao sobre a correta lavagem e antissepsia das mos e

    demais hbitos de higiene, em locais de fcil visualizao.

    Ainda com a finalidade de diminuir o risco biolgico, os coletores usados

    para deposio de resduos devem ser dotados de tampas acionadas sem

    contato manual e os resduos devem ser coletados e estocados em local

    Bolor ou mofo->so fungos que formam

    uma estrutura semelhante a

    cogumelos. Eles vivem

    principalmente em lugares midos e escuros e podem crescer sobre po

    velho, frutas podres, couro,

    papel e madeira.

    Competncia 01

  • 24

    Tcnico em Restaurante e Bar

    fechado e isolado, de forma a evitar focos de contaminao e atrao de

    vetores e pragas urbanas. J os lavatrios devem estar supridos de produtos

    destinados higiene pessoal, como papel higinico, sabonete lquido, toalhas

    de papel ou outro sistema higinico de secagem das mos e coletores de

    resduos dotados de tampas acionadas sem contado manual.

    Figura 18 Coletor de lixo Fonte: www.maquipel.com.br/mais_detalhes.php?id=2760 (2012)

    Em relao ao risco ergonmico importante atentar para que o

    quantitativo de funcionrios, equipamentos, mveis e ou utenslios

    disponveis sejam compatveis com volume, diversidade e complexidade das

    preparaes alimentcias.

    O risco fsico calor esta muito presente em estabelecimentos com fornos e

    cozinhas industriais. Sendo assim, importante que os equipamentos

    necessrios exposio ou distribuio de alimentos preparados sob

    temperaturas controladas estejam devidamente dimensionados e em

    adequado estado de higiene, conservao e funcionamento. A temperatura

    desses equipamentos deve ser regularmente monitorada. Os equipamentos e

    filtros para climatizao do ambiente devem estar conservados e a

    manuteno programada e peridica deve ser registrada e realizada

    sistematicamente.

    Interessou-se em

    conhecer a resoluo RDC

    n216? Acesse o link abaixo:

    www.abima.com.br/dload/13_20_resol_216_04_leg_alim_

    nac.pdf

    Competncia 01

  • 25

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    2.COMPETNCIA 02 | ENTENDER OS CONCEITOS, CAUSAS E

    CONSEQUNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

    Vamos iniciar essa terceira competncia conhecendo um pouco sobre o

    histrico da sade ocupacional e quando e como surgiu a preocupao com os

    acidentes de trabalhos no mundo e no Brasil. Posteriormente sero

    abordadas as leis existentes sobre acidentes de trabalho. O que um acidente

    de trabalho? Que situaes eu posso considerar como sendo acidente de

    trabalho? O que Previdncia Social? Quais os benefcios da Previdncia

    Social? E por fim comentaremos um pouco sobre as consequncias que o

    acidente de trabalho gera tanto para o trabalhador, quanto para a sociedade

    como um todo.

    2.1 Histrico da Sade Ocupacional

    O homem foi percebendo que algumas substncias de origem animal, vegetal

    ou mineral, quando manipuladas ou ingeridas, so capazes de produzir

    doenas e at mesmo de causar a morte.

    H cerca de 400 anos, Paracelso discorreu:

    Todas as substncias so txicas. No h uma que no seja veneno. A dose

    correta que diferencia um veneno de um remdio.

    Atravs dessa reflexo e com os conhecimentos mais atuais podemos concluir

    que qualquer substncia presente no ambiente do trabalho pode vir a

    produzir algum efeito adverso quando em contado com o organismo humano.

    Competncia 02

  • 26

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Figura 19 Mineradores Fonte:http://guayaberamineira.blogspot.com.br/2008_11_01_archive.html (2012)

    importante resaltar que diversos fatores em conjunto vo interferir no

    desenvolvimento de alguma doena ocupacional, como por exemplo: o tempo

    de exposio ao agente, a concentrao das substncias, a quantidade do

    agente no ambiente laboral, a intensidade da exposio e a suscetibilidade

    individual do trabalhador.

    Sendo assim, quanto maior for o tempo de exposio ao agente,

    concentrao das substncias, quantidade do agente no ambiente laboral e

    a intensidade da exposio; mais vulnerveis ao adoecimento estaro os

    trabalhadores. Entretanto, o aparecimento ou agravamento das doenas

    ocupacionais sero determinados pela suscetibilidade individual, ou seja,

    caractersticas particulares de cada pessoa. Algumas pessoas so mais altas,

    outras so magras, umas tem a pele escura, outras, a imunidade mais baixa e

    determinados grupos tm uma facilidade maior a adquirir determinadas

    doenas quando comparados a outros.

    A Revoluo Industrial foi iniciada na Europa (Inglaterra, Frana e Alemanha) e

    ocorreu entre 1760 e 1850. Nesta poca, as condies de trabalho eram

    precrias, no havia limites nas jornadas de trabalho, o ambiente era fechado

    e as mquinas sem nenhuma proteo. Consequentemente as doenas e os

    acidentes com mutilaes e bitos eram numerosos e as doenas

    infectocontagiosas se disseminaram.

    Competncia 02

  • 27

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Figura 20 Revoluo Industrial Fonte: www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-ciencia-11-crise-da-fisica-1.html (2012)

    Nesse momento, onde a fora de trabalho era explorada de forma desumana

    visando apenas produtividade das grandes indstrias, tornou-se necessria

    uma interveno, sob a pena de inviabilidade de sobrevivncia dos

    trabalhadores. Foi nesse contexto que a medicina do trabalho surgiu na

    Inglaterra.

    O interesse inicial brotou de um proprietrio de uma fbrica txtil chamado

    Robert Dernham que estava preocupado com a sade dos seus trabalhadores,

    que no dispunham de nenhum cuidado mdico, alm dos prestados por

    instituies filantrpicas.

    Figura 21 Crianas trabalhando em fbrica txtil Fonte: http://profvalquiriahistoria.blogspot.com.br/2009/05/as-muitas-faces-da-revolucao-industrial.html (2012)

    Dernham procurou o seu mdico particular, Robert Baker, e lhe questionou

    Competncia 02

  • 28

    Tcnico em Restaurante e Bar

    qual seria a melhor maneira de resolver a situao. A resposta de Baker foi:

    "Coloque no interior da sua fbrica o seu prprio

    mdico, que servir de intermedirio entre voc, os seus

    trabalhadores e o pblico. Deixe-o visitar a fbrica, sala

    por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de

    maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho

    sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos

    trabalhadores est sofrendo a influncia de causas que

    possam ser prevenidas, a ele competir fazer tal

    preveno. Dessa forma, voc poder dizer: meu mdico

    a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade

    no que diz respeito proteo da sade e das condies

    fsicas dos meus operrios; se algum deles vier a sofrer

    qualquer alterao da sade, o mdico unicamente

    que deve ser responsabilizado".

    Surgiu assim em 1830, quando Robert Dernham contratou Baker para

    trabalhar em sua fbrica, o primeiro servio de medicina do trabalho.

    Vamos agora reler atentamente a resposta dada por Baker. Se prestarmos

    ateno, poderemos observar que em suas palavras despontam os elementos

    bsicos das expectativas do capital quando s finalidades de um servio de

    medicina do trabalho:

    Servios dirigidos por pessoas de inteira confiana do empresrio e que

    estivessem dispostas a defend-lo;

    Servios que fossem centrados na figura do mdico;

    Seria uma tarefa eminentemente mdica a preveno dos danos sade

    resultantes dos riscos do trabalho;

    Ao mdico cabia a responsabilidade pela ocorrncia de problemas de

    sade.

    Devido inexistncia ou precariedade dos servios de sade e por contemplar

    as expectativas dos empregadores, o modelo acima descrito se difundiu

    Competncia 02

  • 29

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    rapidamente entre vrios pases. Os servios de medicina do trabalho

    passaram a criar e manter a dependncia do trabalhador e de seus familiares

    ao mesmo tempo em que controlava diretamente a fora de trabalho.

    Algumas indstrias, em especial nos Estados Unidos, se mantiveram muito

    resistentes em prestar uma ateno especial aos problemas de sade de seus

    trabalhadores. As primeiras iniciativas em relao a servios mdicos apenas

    surgiram a partir do aparecimento da legislao sobre indenizaes em casos

    de acidentes de trabalho. Assim, o interesse principal dos empregadores era

    reduzir o custo das indenizaes.

    Como se deu a evoluo da sade ocupacional aqui no Brasil?

    A Amrica Latina, incluindo o Brasil, passou pelo processo da Revoluo

    Industrial por volta de 1930, bem mais tarde que os pases norte-americanos

    e europeus. Apesar da experincia j vivida pelos demais pases, enfrentamos

    as mesmas fases. Em 1970, o Brasil j era considerado o campeo de

    acidentes de trabalho.

    Aqui no Brasil, os servios mdicos dentro das empresas foram criados por

    iniciativa dos empregadores e so razoavelmente recentes. Inicialmente

    consistia em assistncia mdica gratuita para os trabalhadores, provenientes

    de forma geral do campo. Apesar da OIT (Organizao Internacional do

    Trabalho) recomendar servios com carter essencialmente preventivos, os

    brasileiros eram eminentemente curativos e assistenciais. Apenas em 1972, o

    governo brasileiro baixou a portaria n 3237 e tornou obrigatria a existncia

    dos servios mdicos, de higiene e segurana em todas as empresas com mais

    de 100 trabalhadores.

    2.2 Legislao sobre Acidente de Trabalho

    A primeira lei que falou de acidentes de trabalho no Brasil foi o Decreto 3.724

    de 1919. Ela define como acidente de trabalho o produzido por uma causa

    Competncia 02

  • 30

    Tcnico em Restaurante e Bar

    sbita, violenta, externa e involuntria no exerccio do trabalho,

    determinando leses corporais ou perturbaes funcionais, que constituam a

    causa nica da morte ou perda total, ou parcial, permanente ou temporria,

    da capacidade do trabalho. A molstia contrada exclusivamente pelo

    exerccio do trabalho, quando ele por si s caus-la e determinar a morte do

    operrio, ou perda total, ou parcial, permanente ou temporria, da

    capacidade para o trabalho. Nessas situaes, o empregador ficaria obrigado

    a pagar uma indenizao ao operrio ou a sua famlia. Dessa forma, as

    doenas decorrentes das condies de trabalho no eram consideradas.

    Figura22 Acidente de trabalho Fonte: www.cabuloso.xpg.com.br/portal/galleries/view/acidente-no-trabalho-2 (2012)

    O decreto 24.637, de 1934, ampliou a definio de acidente do trabalho para

    toda leso corporal, perturbao funcional, ou doena produzida pelo

    exerccio do trabalho ou em consequncia dele, que determine a morte, ou a

    suspenso, ou a limitao, permanente ou temporria, total ou parcial, da

    capacidade para o trabalho. A lei tambm incluiu como acidente de trabalho

    as doenas profissionais que so definidas como as inerentes ou peculiares a

    determinados ramos de atividade.

    Em 1991, surgiu a Lei 8.213 que dispe sobre os Planos de Benefcios da

    Previdncia Social e em 1999 o Decreto 3.048 regulamentou essa lei. No

    artigo 19 da referida lei se define como acidente do trabalho o que ocorre

    pelo exerccio do trabalho a servio da empresa, provocando leso corporal

    Ficou interessado em ler o decreto

    3.724 inteiro? Acesse o link abaixo www.acidentedotrabalho.adv.br/leis/D

    EC-003724/Integral.ht

    m

    Leso corporal o dano anatmico, tal como a ferida, a

    fratura, o esmagamento ou a

    perda de um p. Perturbao

    funcional o prejuzo do

    funcionamento de qualquer rgo ou sentido, tal como a perda da viso ou da movimentao

    de um brao.

    Ficou curioso para

    conhecer o texto do decreto 24.637 na

    ntegra? Acesse o link abaixo www2.camara.gov.br/legin/fed/decret

    /1930-1939/decreto-

    24637-10-julho-1934-505781-

    publicacaooriginal-1-pe.html

    Competncia 02

  • 31

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    ou perturbao funcional que cause a morte, a perda ou reduo,

    permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho.

    A empresa passa a ser responsvel pela adoo e uso das medidas coletivas e

    individuais de proteo e segurana da sade do trabalho e deve prestar

    informaes detalhadas sobre os riscos das atividades realizadas e produtos

    utilizados. Caso as empresas deixem de cumprir as normas de segurana e

    higiene do trabalho, podem ser punidas com multas.

    Caros (as) cursistas importante sabermos que os acidentes de trabalho

    podem ser de trs tipos:

    Acidente tpico aquele causado ao trabalhador de forma imediata e que

    lhe inflige um dano corporal, como uma fratura, contuso, queimadura.

    Figura 23 Queimadura em trabalhador Fonte: www.cabuloso.xpg.com.br/outros/Fotos-de-Queimaduras-1-2-3-graus/ (2012)

    Acidente de trajeto aquele ocorrido com o trabalhador, quando do seu

    deslocamento de casa para o trabalho e do trabalho para casa.

    Doenas profissionais ou do trabalho geralmente adquiridas por

    exposio crnica do trabalhador a agentes nocivos, ou causadas por esforos

    repetitivos e esforos superiores aos que teria condies de suportar.

    No so consideradas como doenas do trabalho as doenas degenerativas,

    As doenas

    decorrentes do trabalho so consideradas

    acidentes de trabalho e elas se subdividem

    em: Doena profissional entendida como a doena produzida ou desencadeada pelo

    exerccio do trabalho peculiar a

    determinada atividade. A prpria atividade laborativa

    basta para comprovar a relao de causa e

    efeito entre o trabalho e a doena. Ex: silicose

    Doena do trabalho entendida como a doena adquirida ou

    desencadeada em funo de condies especiais em que o

    trabalho realizado e que com ele se

    relacione diretamente. Neste caso, necessita-se

    comprovar a relao de causa e efeito

    entre o trabalho e a doena.

    Ex: lombalgia em profissional de

    enfermagem.

    Competncia 02

  • 32

    Tcnico em Restaurante e Bar

    inerentes a grupo etrio, que no produzam incapacidade laborativa e as

    doenas endmicas adquiridas por segurado, habitante de regies em que ela

    se desenvolva, salvo comprovao de que resultante de exposio ou

    contato direto, determinado pela natureza do trabalho. Exemplo de doenas

    endmicas: malria e febre amarela na regio norte do Brasil.

    Equipara-se tambm ao acidente de trabalho, segundo o artigo 21 da Lei

    8.213, o acidente ligado ao trabalho que, embora no seja causa nica, tenha

    contribudo diretamente para a morte do segurado, para reduo ou perda da

    sua capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija ateno mdica

    para a sua recuperao e doena proveniente de contaminao acidental do

    empregado no exerccio de sua atividade.

    Vamos imaginar um profissional da rea de sade que durante a sua jornada

    de trabalho estava muito cansado e distrado e ao reencapar uma seringa se

    furou. Vamos supor que esta agulha tinha sido utilizada para coletar sangue

    de um paciente soropositivo para a hepatite B e posteriormente esse

    funcionrio desenvolveu a doena decorrente desta exposio. O exemplo se

    enquadra na definio acima de acidente de trabalho.

    Figura 24 Acidente com risco biolgico Fonte: www.intranet.foar.unesp.br/endodontia/index.htm (2012)

    Tambm so considerados acidentes de trabalho os sofridos pelo funcionrio

    no local e horrio do trabalho, decorrente de: ato de agresso, sabotagem ou

    terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa fsica

    intencional, inclusive de terceiro ou companheiro de trabalho; ato de

    Para adquirir mais

    conhecimento sobre as doenas

    ocupacionais e os tipos de acidentes do trabalho confira no link abaixo a Seo I

    (Das Espcies de Prestaes) do Captulo II (Das

    prestaes em geral) da Lei n 8.213, de 24

    de julho de 1991.

    Negligncia

    desleixo, descuido, desateno, menosprezo,

    preguia, intolerncia.

    Ex: Cirurgio que por pressa e falta de ateno acaba

    esquecendo uma pina cirrgica dentro

    de um paciente. Imprudncia ato

    contrrio prudncia, falta de

    cautela. Ex: motorista de

    nibus que ultrapassa o sinal

    vermelho, ou anda pelo acostamento,

    mesmo sabendo que errado.

    Impercia incompetncia, inexperincia,

    inabilidade. Ex: Enfermeiro que no sabe a tcnica

    correta para retirada de um dreno torcico

    e mesmo assim resolve realizar o

    procedimento.

    Competncia 02

  • 33

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    imprudncia, negligncia ou impercia de terceiro ou de companheiro de

    trabalho; ato de pessoa privada do uso da razo; desabamento, inundao,

    incndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de fora maior.

    As situaes onde o funcionrio sofre um acidente, ainda que fora do local e

    horrio de trabalho, so equiparadas a acidente de trabalho quando: na

    execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa;

    em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo quando financiada por

    esta, dentro de seus planos, para melhor capacitao da mo de obra,

    independente do meio de locomoo utilizado, inclusive o veculo de

    propriedade do funcionrio; no percurso da residncia para o local de

    trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoo,

    inclusive veculo de propriedade do funcionrio; na prestao espontnea de

    qualquer servio empresa para lhe proporcionar proveito ou evitar prejuzo.

    Lembrando que nos perodos destinados refeio ou ao descanso, ou por

    ocasio da satisfao de outras necessidades fisiolgicas, no local do trabalho

    ou durante este, o empregado considerado no exerccio do trabalho.

    Sendo assim, se um empregado, em seu dia de folga, passa pela empresa que

    trabalha e observa que existe um problema em sua cobertura, e que a chuva

    est molhando o seu interior, e na busca de reparar esta situao, se acidenta,

    ser essa situao considerada como acidente de trabalho.

    Figura 25 Situao de risco para acidente de trabalho. Fonte:http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2012/09/vaca-fica-presa-em-telhado-de-casa-em-jau-sp.html (2012)

    Vamos conhecer a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 por inteiro? Acesse o

    link abaixo: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l821

    3cons.htm

    Competncia 02

  • 34

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Outra situao a de um trabalhador que est se deslocando, mesmo que em

    veculo prprio para outra cidade, fora do horrio de trabalho, para executar

    servio da empresa, e sofre um acidente, ocorrer tambm o enquadramento

    como acidente de trabalho.

    Figura 26 Acidente de trajeto Fonte: http://noticias.r7.com/cidades/noticias/chuva-causa-transtornos-no-transito-em-porto-alegre-20100518.html (2012)

    2.3 Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT)

    Todo acidente de trabalho ou doena profissional dever ser comunicado pela

    empresa, devendo esta pagar multa aplicada e cobrada pela Previdncia

    Social em casos de omisso.

    A CAT um formulrio que a empresa dever preencher informando o

    acidente de trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou no

    afastamento. A empresa fica obrigada a comunicar o acidente do trabalho

    Previdncia Social at o primeiro dia til seguinte ao da ocorrncia e, em caso

    de morte, de imediato.

    Tipo de CAT:

    CAT inicial refere-se primeira comunicao do acidente ou doena do

    trabalho.

    CAT reabertura quando houver reinicio de tratamento ou afastamento

    por agravamento da leso (acidente, ou doena j comunicado

    A Norma Brasileira

    de Responsabilidade (NBR) 14.280 da

    Associao Brasileira de

    Normas Tcnicas (ABNT) detalha

    alguns conceitos. Vamos aprender?

    Acidente de trabalho a

    ocorrncia imprevista e indesejvel,

    instantnea ou no, relacionada com o

    exerccio do trabalho que provoca leso

    pessoal ou de que decorre risco

    prximo ou remoto dessa leso.

    Acidente sem leso pessoal o que

    no apresenta leso pessoal como

    consequncia do acidente, ou seja, houve o acidente,

    mas no houve leso pessoa.

    Acidente impessoal aquele cuja caracterizao independe de

    acidentado (no h acidentado).

    Acidente inicial o acidente

    impessoal desencadeador de

    um ou mais acidentes.

    Continua (...)

    Competncia 02

  • 35

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    anteriormente).

    CAT comunicao de bito refere-se comunicao do bito, em

    decorrncia de acidente do trabalho, ocorrido aps emisso da CAT inicial.

    Dever ser anexada a cpia da certido de bito e, quando houver, do laudo

    de necropsia.

    Obs: Acidentes com morte imediata devero ser comunicados em CAT

    inicial.

    de obrigao das empresas emitirem a CAT, essa atribuio geralmente do

    setor de pessoal da empresa, mas pode tambm ficar sob a responsabilidade

    do setor de segurana e medicina do trabalho. Em situaes onde a empresa

    no emita o formulrio, ele pode ser gerado pelo sindicato, mdico que

    assistiu a vtima, funcionrio ou dependente e autoridade pblica. Nesses

    casos, no prevalecem os prazos de emisso.

    A Comunicao de Acidente de Trabalho deve ser preenchida em formulrio

    padronizado pela Previdncia Social e emitida em seis vias, as quais sero

    enviadas para:

    1 via: ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

    2 via: empresa;

    3 via: ao funcionrio ou dependente;

    4 via: ao sindicato de classe do trabalhador;

    5 via: ao Sistema nico de Sade (SUS);

    6 via: Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

    O formulrio tem trs campos distintos:

    Emitente contm dados da empresa, do trabalhador (segurado) e do

    acidente.

    Atestado Mdico preenchido pelo mdico, contm dados da leso com

    sua caracterizao.

    (...) Continuao

    Acidente pessoal aquele que

    depende de existir acidentado.

    Agente do acidente a coisa, matria,

    substncia ou energia que

    determinou o incio do processo que ir

    resultar em leso, ou seja, que

    desencadeou o acidente. Ex:

    martelo que quebra um vidro, que por sua vez corta uma

    pessoa (o martelo o agente).

    Competncia 02

  • 36

    Tcnico em Restaurante e Bar

    INSS informaes prprias do INSS, a quem cabe preencher.

    Figura 27 CAT Fonte: http://blogsegurancatotal.blogspot.com.br/2012/06/cat-comunicacao-de-acidente-de-trabalho.html (2012)

    Quando falamos em Acidente e Doenas

    Ocupacionais, h dois conceitos que no

    podem deixar de ser abordados:

    Anamnese o histrico da vida do

    funcionrio, que geralmente colhido

    por meio de um questionrio com perguntas. Est subdividida em

    anamnese ocupacional, quando

    as perguntas se referem ocupao atual ou anterior do trabalhador, e em anamnese clnica,

    quando as perguntas se referem aos hbitos

    de vida, histria familiar e aos agravos

    pregressos. Nexo Causal

    Tambm conhecido como Nexo Tcnico,

    a relao entre o agravo (adoecimento

    ou acidente) e a situao de trabalho. Ou seja, quando se

    consegue fazer a ligao entre a causa e

    o efeito, entre os fatores de risco do

    ambiente laboral que estariam levando o

    trabalhador ao adoecimento ou a se

    acidentar. No simples, uma vez que

    tal processo especfico para cada

    indivduo, envolvendo sua histria de vida e

    de trabalho.

    Continua(...)

    Competncia 02

  • 37

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    2.4 Previdncia Social

    um seguro que, em caso de doena, acidente, gravidez, priso, morte e

    velhice, garante a renda do contribuinte e a de sua famlia. Para que o

    trabalhador tenha essa proteo, necessrio que ele se inscreva e contribua

    todos os meses.

    Figura 28 Previdncia social Fonte:www.governofederal.com.br/v2/index.php?option=com_content (2012)

    So vrios os benefcios ofertados. Juntos, eles vo garantir tranquilidade

    quanto ao presente e um rendimento seguro em relao ao futuro. Os

    benefcios so:

    Aposentadoria por Invalidez

    concedido ao funcionrio quando, em caso de acidente ou de doena, ele

    for considerado pela percia mdica da Previdncia Social incapacitado para

    exercer suas atividades ou outro tipo de servio que lhe garanta o sustento.

    Em casos de doena existe uma carncia para o contribuinte receber o

    benefcio. Ou seja, para ter direito ao benefcio o trabalhador tem que ter

    contribudo para a Previdncia Social por, no mnimo, doze meses. Em

    situaes de acidente esse prazo no cobrado, sendo apenas necessrio o

    funcionrio estar inscrito na Previdncia Social.

    (...) continuao

    Para estabelecer o nexo, torna-se fundamental a

    descrio detalhada da situao de

    trabalho quanto ao ambiente,

    organizao e percepo da influncia do trabalho no processo de

    adoecer. Muitas vezes, tambm se torna necessrio complementar as informaes com

    resultado de exames clnicos

    (fsico e mental) e complementares

    (exame de sangue, de fezes, de urina, de imagem, etc.).

    Competncia 02

  • 38

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Os trabalhadores que j recebem a aposentadoria por invalidez devem se

    submeter percia mdica de dois em dois anos para que o benefcio no seja

    suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga no momento em que o segurado

    recupera a capacidade e volta ao trabalho.

    A aposentadoria por invalidez no ser concedida, de direito, para as pessoas

    que ao se filiarem j tenham alguma doena ou leso que geraria este

    benefcio. A exceo quando a incapacidade resultar no agravamento da

    enfermidade.

    Aposentadoria Especial

    um benefcio concedido aos funcionrios que trabalharam em condies

    prejudiciais sade ou integridade fsica. Dever ser comprovado o tempo

    de trabalho, a efetiva exposio aos agentes nocivos qumicos, fsicos e

    biolgicos ou a associao de agentes prejudiciais pelo perodo exigido para a

    concesso do benefcio, esse tempo ser de 15, 20 ou 25 anos, dependendo

    da profisso.

    No caso de pessoas que exerceram sucessivamente duas ou mais atividades

    em condies prejudiciais sade ou integridade fsica e em nenhuma delas

    completou o prazo mnimo para ter direito aposentadoria especial, poder

    ser somado os perodos das duas atividades para, assim, receber o benefcio.

    Figura 29 Benefcios da Previdncia Social. Fonte:www.spbarueri.com.br/previdencia-social-de-barueri-telefone-e-endereco .html (2012)

    Para saber mais sobre a

    aposentadoria especial acesse o

    link abaixo: www.conatig.org.br/doc/Aposentadoria

    _Especial.pdf

    Competncia 02

  • 39

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Auxlio Acidente

    concedido ao trabalhador que aps um acidente fica com sequelas que

    diminuem sua capacidade de trabalho. pago ao funcionrio que recebia

    auxlio doena.

    Esse auxlio tem carter de indenizao e, por isso, pode ser acumulado com

    outros benefcios pagos pela Previdncia Social, exceto a aposentadoria.

    Quando o trabalhador se aposenta, ele deixa de ter direito ao auxlio

    acidente.

    Auxlio Doena

    Quando o trabalhador fica impedido de trabalhar por mais de 15 dias

    consecutivos, seja por motivo de doena ou acidente. A Previdncia Social s

    passa a pagar a partir do 16 dia de afastamento do funcionrio, os primeiros

    15 dias so pagos pelo empregador.

    Para ter direito a esse benefcio, o trabalhador tem que ter contribudo para a

    Previdncia Social por, no mnimo, doze meses. Em situaes de acidente de

    qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de

    doena profissional ou do trabalho, esse prazo no ser exigido.

    Ter direito ao benefcio sem a necessidade de cumprir o prazo mnimo de

    contribuio e desde que esteja inscrito na Previdncia Social quando do

    incio da incapacidade, o trabalhador acometido de tuberculose ativa,

    hansenase, alienao mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia

    irreversvel e incapacitante, cardiopatia grave, doena de Parkinson,

    espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doena de Paget em estgio

    avanado (ostete deformante), sndrome da imunodeficincia adquirida

    (AIDS), contaminao por radiao (comprovada em laudo mdico) ou

    hepatopatia grave.

    Competncia 02

  • 40

    Tcnico em Restaurante e Bar

    O auxlio no ser de direito para as pessoas que quando se filiarem j tenham

    alguma doena ou leso que geraria esse benefcio. A exceo quando a

    incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.

    O trabalhador que est recebendo o auxlio doena dever realizar exame

    mdico peridico. Em situaes onde no possvel o retorno atividade

    habitual, o empregado dever participar do programa de reabilitao

    profissional para o exerccio de outra atividade. O programa ser prescrito e

    custeado pela Previdncia Social e o trabalhador que no se submeter a ele

    pode ter o benefcio cortado.

    Esse auxlio deixa de ser pago no caso do funcionrio recuperar a capacidade

    e retornar ao trabalho ou quando se transforma em aposentadoria por

    invalidez.

    Penso por Morte

    um benefcio pago famlia do empregado quando ele morre. No existe

    tempo mnimo de contribuio para a concesso desse auxlio, entretanto a

    morte tem que ter ocorrido enquanto o trabalhador estava contribuindo.

    Poder receber a penso por morte um irmo ou filho maior de idade do

    trabalhador, desde que seja invlido. Essa invalidez tem que ser comprovada

    mediante exame mdico pericial anterior ou simultneo ao bito.

    A penso por morte ser rateada em partes iguais no caso de existir mais de

    um pensionista. A parte daquele cujo direito penso cessar ser revertida a

    favor dos demais dependentes.

    Em algumas situaes, a cota individual do benefcio deixa de ser paga; so

    elas: pela morte do pensionista; para o filho ou irmo que se emancipar, ainda

    que invlido, ou ao completar 21 anos de idade, salvo se invlido; quando

    acabar a invalidez (no caso de pensionista invlido). No ser considerada a

    Competncia 02

  • 41

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    emancipao decorrente de colao de grau cientfico em curso de ensino

    superior.

    2.5 Consequncias dos Acidentes de Trabalho

    As doenas e os acidentes decorrentes do trabalho geram diversos fatores

    negativos tanto para o trabalhador acidentado, quanto para as empresas e a

    sociedade. Os custos e prejuzos humanos, sociais e econmicos so muito

    altos e algumas vezes irreparveis.

    O ndice de trabalhadores mortos prematuramente ou que ficam

    incapacitados alarmante. Os funcionrios que conseguem fugir de tais

    infortnios ainda podem ser atingidos pelo sofrimento fsico e mental

    (depresso e traumas) e pelo desemprego. Podem ter a necessidade de

    cirurgias, prteses, assistncia mdica e psicolgica, fisioterapia e remdios. E

    ainda depender de terceiros para acompanhamento e locomoo, sem falar

    na diminuio do poder aquisitivo e do preconceito.

    Figura 30 Trabalhador acidentado. Fonte: http://jornalesp.com/doc/3781

    As empresas tambm so atingidas fortemente pelas consequncias de

    acidentes e doenas ocupacionais. Elas ficam responsveis pelo pagamento do

    salrio do trabalhador nos primeiros 15 dias aps o acidente, pelo transporte

    e assistncia mdica de urgncia, pela investigao das causas do acidente e

    correo da situao. Em algumas circunstncias, necessria a paralisao

    Competncia 02

  • 42

    Tcnico em Restaurante e Bar

    de mquinas, equipamentos e setores com consequente interrupo da

    produo. Em outros, ocorrem prejuzos como a destruio de mquinas,

    veculos e equipamentos ou danificao de produtos, matria prima e outros

    insumos. importante resaltar que dificilmente a empresa consegue manter o

    mesmo conceito e imagem no mercado.

    E em relao sociedade? Como ser que acidentes e doenas gerados no

    ambiente laboral podem vir a interferir na vida cotidiana dos cidados? Como

    ns estamos sendo afetados?

    Segundo os dados estatsticos, a maioria das pessoas que sofre acidente do

    trabalho est em uma faixa etria entre 20 e 30 anos. Os jovens

    trabalhadores, muitas vezes, so os responsveis pelo sustento das famlias. O

    socorro e as medicaes de urgncia, intervenes cirrgicas, leitos nos

    hospitais, maior apoio da famlia e da comunidade e de benefcios

    previdencirios oneram a sociedade. O pas, de uma forma geral, acaba

    prejudicado, visto que, a populao economicamente ativa fica reduzida.

    Competncia 02

  • 43

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    3.COMPETNCIA 03 | CONHECER OS EQUIPAMENTOS DE

    PROTEO INDIVIDUAL (UNIFORMES, CALADOS, LUVA,

    PROTETORES AURICULARES, ETC.)

    Nesta penltima competncia, iremos entrar em contato com a definio de

    equipamento de proteo individual (EPI). Mais do que isso, vamos saber qual

    a utilidade e importncia desses materiais para os trabalhadores.

    Inicialmente, faremos uma abordagem geral sobre o tema. Depois, um maior

    detalhamento dos EPI especficos para os trabalhadores da rea de bar e

    restaurante. Por fim, comentaremos um pouco sobre os equipamentos de

    proteo coletiva e sua finalidade.

    3.1 Equipamentos de Proteo Individual (EPI)

    Hoje, a cincia e a tecnologia colocam disposio no mercado uma vasta

    quantidade de medidas e equipamentos de proteo. Todas elas visam

    minimizar os riscos e evitar as doenas ocupacionais e os acidentes de

    trabalho. Os dispositivos de uso individual, destinados proteo da

    integridade fsica e da sade de apenas um trabalhador, so os equipamentos

    conhecidos pela sigla EPI.

    Os EPI formam, em conjunto, um recurso amplamente empregado para a

    segurana do trabalhador no exerccio de suas funes. Quando no for

    possvel adotar medidas de segurana, de ordem geral, para garantir a

    proteo contra os riscos de acidentes e doenas ocupacionais, deve-se

    utilizar os equipamentos de proteo individual.

    O controle dos riscos atravs do uso de EPI deve ser implantado somente

    depois de esgotadas as anlises para eliminao do risco existente em sua

    fonte geradora e quando no for possvel a adoo de outras medidas de

    proteo coletiva.

    Competncia 03

  • 44

    Tcnico em Restaurante e Bar

    So exemplos de EPI luvas, botas, mscara, capacete, jaleco e protetor

    auricular.

    Figura 31 Equipamentos de proteo individual Fonte:www.sempretops.com/cursos/cursos-e-treinamentos-de equipamentos-de-protecao-individual/ (2012)

    Como j foi dito anteriormente, o EPI nunca deve ser a primeira opo, na

    verdade ele s deve ser usado em ltimo caso. A sua utilizao ocorre

    rotineiramente ou excepcionalmente nas seguintes situaes:

    Quando o trabalhador se expe diretamente a riscos no controlveis por

    outros meios tcnicos de segurana, ou seja, quando no for possvel eliminar

    o risco por outras medidas ou equipamento de proteo coletiva (EPC).

    Exemplo: uso de culos, protetores, mscaras e outros EPI em operaes com

    aparelhos de soldagem.

    Quando o trabalhador se expe a riscos apenas parcialmente controlados

    por outros recursos tcnicos, um caso seria quando for necessrio que um

    funcionrio alm de utilizar a proteo coletiva faa uma complementao

    com o uso de uma proteo individual.

    Exemplo: uso de mscaras respiratrias apropriadas em cabines de pintura,

    mesmo que ela j seja provida de ventilao.

    Para impedir o contato do trabalhador com o fator de risco, em perodo

    Caro (a) cursista, fique atento s

    quatro caractersticas

    bsicas que um EPI deve conter: # Proteo;

    # Resistncia; # Praticidade;

    # Facilidade no manuseio.

    Competncia 03

  • 45

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    de instalao, reparos ou substituio de dispositivos em situaes com

    exposio de curto perodo.

    Exemplo: Uso de luvas de amianto para a manipulao de peas quentes,

    enquanto no se dispe de equipamentos para esse manuseio.

    Em trabalhos eventuais e/ou emergenciais, ou seja, quando a rotina do

    trabalho quebrada por qualquer anormalidade, exigindo o uso de proteo

    complementar e temporria pelos trabalhadores envolvidos.

    Exemplo: uso de mscaras respiratrias apropriadas para reparos de

    vazamentos de contaminantes.

    Ser que qualquer trabalhador ser capaz de escolher adequadamente o

    melhor equipamento de proteo individual a ser utilizado em determinada

    situao? Quem seria o profissional mais indicado?

    A padronizao dos EPIs feita de acordo com o estabelecido na legislao,

    dentro das necessidades da empresa e com aprovao do Servio

    Especializado em Engenharia de Segurana em Medicina do Trabalho (SESMT).

    O profissional que ficar responsvel pela seleo do EPI a ser usado deve ter

    no mnimo o conhecimento:

    Do equipamento;

    Das condies em que o trabalho executado;

    Do tipo de risco a ser prevenido;

    Da parte do corpo a ser atingida;

    Das caractersticas e qualidade tcnica do EPI;

    Do grau de proteo que o produto deve proporcionar.

    O profissional tambm deve possuir o certificado de aprovao (CA) do

    Ministrio do Trabalho e Emprego.

    Os equipamentos de proteo

    individual no evitam os

    acidentes, como acontece de forma

    eficaz com os equipamentos de proteo coletiva. Apenas diminuem ou evitam leses

    que podem decorrer de acidentes.

    Competncia 03

  • 46

    Tcnico em Restaurante e Bar

    A utilizao de Equipamentos de Proteo Individual EPI obrigatria para

    todos os trabalhadores, de acordo com as definies feitas pelo SESMT da

    Empresa.

    Cabe empresa o fornecimento do EPI adequado, entretanto no adianta

    apenas providenciar o equipamento ao funcionrio, preciso conscientiz-lo

    da importncia do seu uso na preveno de acidentes e doenas e fornecer

    informao atravs de capacitaes continuadas sobre a forma correta de

    utiliz-los. O empregador deve controlar o uso do EPI adequado ao risco,

    conforme a legislao especfica e quando solicitado. Se observar que o

    produto no oferece proteo eficiente contra o agente nocivo, o supervisor

    ou representante do SESMT deve providenciar a substituio do

    equipamento.

    Quando a empresa fornece um equipamento de proteo individual a um

    funcionrio recomendado que a emisso de uma declarao. Esse

    documento vai servir tanto para comprovar que o equipamento foi entregue

    ao funcionrio quanto para responsabilizar o mesmo pela guarda e uso

    adequado do EPI

    Competncia 03

  • 47

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Figura 32 Termo de responsabilidade pela guarda e uso de EPI Fonte: Grupo Po de Acar (2012).

    Todo EPI deve conter um manual de utilizao. Esse manual deve ser

    Competncia 03

  • 48

    Tcnico em Restaurante e Bar

    elaborado pelo SESMT, em conjunto com a engenharia e empregados, e tem

    por objetivo apresentar os EPIs padronizados e utilizados na empresa. Nesse

    documento possvel encontrar informaes quanto s situaes de uso,

    conservao, periodicidade de troca, especificaes aplicveis e cdigos para

    requisio, alm de ser utilizado como material de consulta e treinamento

    para profissionais do SESMT e usurios.

    Como seria um manual de utilizao de um EPI? Voc consegue imaginar?

    Vamos dar um exemplo prtico de um avental de raspa para soldador para

    podemos entender melhor.

    Avental de Raspa para Soldador

    Objetivo: Proteo do tronco do usurio contra respingos de materiais em

    fuso, operao de solda e agentes cortantes ou escoriantes.

    Utilizao: Este avental deve ser utilizado em atividades que envolvam

    risco de respingo de materiais em fuso, operao de solda e agentes

    cortantes ou escoriantes. necessrio certificar-se de que as mos, corpo e o

    avental estejam limpos e secos antes da utilizao. O avental que estiver

    impregnado com leo, graxas, produtos qumicos e outros materiais no deve

    ser utilizado. O avental deve ser amarrado de forma a cobrir toda a superfcie

    do corpo a ser protegida.

    Cuidados e conservao: O avental de raspa deve ser inspecionado

    visualmente antes de sua utilizao; ao final das atividades deve ser guardado

    em local adequado, seco e distante de umidade. No deixar o avental mal

    acondicionado, impregnado de substncias agressivas ou exposto a

    intempries, como a chuva.

    Periodicidade de troca: Dever ser substitudo quando apresentar rasgo

    ou qualquer tipo de dano que possa prejudicar a proteo do usurio.

    Competncia 03

  • 49

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Especificaes: O avental de raspa comum deve atender Padronizao

    xxxxxxx e o avental com manga e pala para soldador deve atender

    Padronizao XXXXXXXX.

    3.2 Norma Regulamentadora 6

    A Norma Regulamentadora 6 (NR-6) fala exclusivamente sobre os

    equipamentos de proteo individual. Ela os define como sendo todo

    dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado

    proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no

    trabalho.

    Seja o EPI de fabricao tanto nacional quanto importado, ele s poder ser

    colocado venda ou em uso com a indicao do Certificado de Aprovao

    (CA). Esse documento deve ser expedido pelo rgo nacional competente em

    matria de segurana e sade no trabalho do Ministrio do Trabalho e

    Emprego.

    A presena do CA uma prova de que o EPI foi avaliado e testado por rgos

    competentes do governo, e consequentemente, serve para a atividade que

    lhe foi determinada, ou seja, ele atesta que o equipamento de proteo

    individual realmente vlido para uma determinada atividade.

    Segundo NR-6, entende-se como

    equipamento conjugado de

    proteo individual todo aquele

    composto por vrios dispositivos que o fabricante tenha associado

    contra um ou mais riscos que possam

    ocorrer simultaneamente e

    que sejam suscetveis de

    ameaar a segurana e a sade

    no trabalho.

    Competncia 03

  • 50

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Figura 33 Exemplo de Certificado de Aprovao Fonte: www.audicare.com.br/07-10-11_certificado.aspx (2012)

    O Certificado de Aprovao concedido aos EPI, para fins de comercializao,

    ter validade de cinco (5) anos, podendo ser renovado. SSMT (Servio de

    Segurana e Medicina do Trabalho) fica reservado o direito de estabelecer

    prazos inferiores aos citados acima, desde que as caractersticas do EPI assim

    exijam.

    Os EPI devem apresentar em letras bem visveis o nome comercial da empresa

    fabricante, o lote de fabricao e o nmero do CA e, no caso de EPI

    importado, o nome do importador, o lote de fabricao e o nmero do CA. No

    caso de impossibilidade em realizar esta gravao no EPI, o rgo competente

    em matria de segurana e sade no trabalho poder autorizar uma forma

    Competncia 03

  • 51

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    alternativa de gravao, a ser proposta pelo fabricante ou importador,

    devendo esta constar do CA.

    Figura 34 Certificado de Aprovao Fonte: www.mmed.com.br/certificado.html (2012)

    de obrigao das empresas fornecerem gratuitamente, aos empregados, o

    EPI adequado para determinada funo, atentando as peculiaridades de cada

    atividade profissional, e em perfeito estado de conservao e funcionamento.

    Fica de responsabilidade do SESMT, aps ter ouvido a opinio da Comisso

    Interna de Preveno de Acidentes (CIPA) e dos trabalhadores usurios,

    recomendar ao empregador o uso de determinado EPI adequado ao risco

    existente em determinada atividade.

    Caso a empresa esteja por lei desobrigada a constituir SESMT, cabe ao

    empregar escolher o EPI adequado ao risco, mediante orientao de

    profissionais tecnicamente habilitados. Ouvir a CIPA ou, na falta desta, o

    profissional designado e trabalhadores usurios.

    Segundo a Norma Regulamentadora 6, o empregado, o empregador e o

    fabricante nacional ou importado do EPI teriam algumas obrigaes quanto ao

    equipamento de proteo individual.

    Cabe ao Empregador:

    Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

    No link abaixo, voc encontrar

    informaes sobre a CIPA e preveno

    de acidentes no ambiente de

    trabalho. www.unifenas.br/extensao/cartilha/Ap

    ostilaCipa.pdf

    Designado Quando um

    estabelecimento no obrigado por

    lei a estabelecer uma CIPA, a

    empresa designar um responsvel

    pelo cumprimento dos objetivos da

    CIPA. O designado ser o funcionrio

    que ter essa responsabilidade e

    exercer esse papel.

    Competncia 03

  • 52

    Tcnico em Restaurante e Bar

    Exigir dos trabalhadores o seu uso;

    Fornecer aos funcionrios apenas EPI que sejam aprovados pelo rgo

    nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho;

    Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e

    conservao;

    Responsabilizar-se pela higienizao e manuteno peridica;

    Comunicar ao Ministrio do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade

    observada;

    Registrar o fornecimento do EPI ao trabalhador, podendo ser adotados

    livros, fichas ou sistema eletrnico.

    Cabe ao Empregado:

    Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que ele se destina;

    Responsabilizar-se pela guarda e conservao;

    Comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio para

    uso;

    Cumprir as determinaes do empregador sobre o uso adequado.

    Cabe ao Fabricante e ou Importadores:

    Cadastrar-se junto ao rgo nacional competente em matria de

    segurana e sade no trabalho;

    Solicitar a emisso do Certificado de Aprovao;

    Solicitar a renovao do CA quando vencido o prazo de validade

    estipulado pelo rgo competente;

    Solicitar novo CA quando houver alterao das especificaes do

    equipamento aprovado;

    Responsabilizar-se pela manuteno da qualidade do EPI que deu origem

    ao CA;

    Apenas comercializar e colocar a venda EPI portador de CA;

    Comunicar ao rgo competente qualquer alterao dos dados cadastrais

    fornecidos;

    A norma regulamentadora 4 fala sobre o Servio

    Especializado em Engenharia de

    Segurana e Medicina do

    Trabalho (SESMT) e a norma

    regulamentadora 5 sobre Comisso

    Interna de Preveno de

    Acidentes (CIPA). Nos links abaixo

    voc pode acessar essas NRs na

    ntegra: SESMT

    www010.dataprev.gov.br/sislex/pagina

    s/05/mtb/4.htm CIPA

    www.guiatrabalhista.com.br/legislacao

    /nr/nr5.htm

    Competncia 03

  • 53

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Comercializar o EPI com instrues tcnicas no idioma nacional,

    orientando sua utilizao, manuteno, restrio e demais referncias ao seu

    uso;

    Fazer constar do EPI o nmero do lote de fabricao;

    Providenciar a avaliao da conformidade do EPI no mbito do Sistema

    Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (SINMETRO),

    quando for necessrio;

    Fornecer as informaes referentes aos processos de limpeza e

    higienizao de sues EPI, indicando, quando for o caso, o nmero de

    higienizaes e quando necessrio proceder reviso ou substituio do

    equipamento, a fim de garantir que os mesmos mantenham as caractersticas

    de proteo original.

    O anexo da NR 6 lista todos os tipos de EPI existentes, eles se subdividem em:

    Proteo da cabea e do crnio;

    Proteo do olho e face;

    Proteo auditiva;

    Proteo dos membros inferiores;

    Proteo dos membros superiores;

    Proteo do tronco;

    Proteo do corpo inteiro;

    Proteo das mos;

    Proteo dos ps;

    Proteo respiratria;

    Proteo contra quedas.

    3.3 Equipamentos de Proteo Individual em Servios de Alimentos e

    Bebidas

    Ol, querido (a) cursista! Agora que j conhecemos a Norma

    Regulamentadora 6, que fala sobre os equipamentos de proteo individual, e

    conhecemos de uma forma geral quem so os EPI e qual a importncia deles

    Para conhecer a NR 6 por completo e o seu anexo, que lista

    os equipamentos de proteo

    individual, clique no link

    abaixo:http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A33EF45990134335D0C415

    AD6/NR-06%20(atualizada)%

    202011.pdf

    Competncia 03

  • 54

    Tcnico em Restaurante e Bar

    na minimizao dos acvidentes, vamos agora ter um contato maior com os EPI

    mais utilizados em servios de alimentos e bebidas.

    culos Incolores com Proteo Lateral

    Para operao onde seja borrifada soluo e feita higienizao em geral, para

    retirada de pes do forno.

    Figura 35 culos com proteo lateral Fonte:www.nilton.com.br/canais/produtos/detalhes.asp?codProduto=93 (2012)

    Luva de Malha de Ao

    Para uso de faca durante corte.

    Figura 36 Luva de malha de ao Fonte: www.nei.com.br/produto/2009/01/luvas%20de%20malha%20de% 20aco%20inox%20los%20angeles%20artigos%20de%20protecao%20ltda.html (2012) Luva nitrlica

    Competncia 03

  • 55

    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Luva Anitrlica

    Para utilizao de produtos de limpeza e manipulao de alimentos.

    Figura 37 Luva anitrlica Fonte: http://rinserbor.com.br/luva-nitrilica/ (2012)

    Luva para Cmara Fria

    Para manipulao de congelados e utilizao no congelador.

    Figura 38 Luva para cmara fria Fonte: http://danny.com.br/luvas-de-seguranca/luva-pvc-baixa-temperatura.html (2012)

    Luva para Fornos

    Para retirar produtos quentes de dentro do forno.

    Competncia 03

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    Tcnico em Restaurante e Bar

    Figura 39 Luva para fornos Fonte: www.grupobt.com.br/index.php?Fuseaction=Produtos (2012)

    Avental Impermevel

    Uso na rea de preparao e higienizao.

    Figura 40 Avental impermevel Fonte: www.wbsembalagens.com.br/aventais.html (2012)

    Avental para Alta Temperatura

    Retiradas de matrias do forno, manipulao de produtos quentes.

    Competncia 03

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    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Figura 41 Avental para altas temperaturas Fonte: www.patavo.com.br/av.050.htm (2012)

    Japona Trmica

    Utilizado para entrar nas cmaras frias.

    Figura 42 Japona trmica Fonte:www.protesil.com.br/loja/products/JAPONA-TIPO-FRIGORIFICA-MARCA-GANIRIS-CA-15155-.html (2012)

    Cala Trmica

    Utilizadas em casos de tempos prolongados em cmara fria.

    Competncia 03

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    Tcnico em Restaurante e Bar

    Figura 43 Cala trmica Fonte: www.dalmoro.com.br/produtos/268 (2012)

    Meia Trmica

    Atividades em ambientes frios

    Figura 44 Meia trmica Fonte:www.lojasksi.com.br/produto/2382781/Meia-Termica-Nylon-Tipo-Botina-Qualiflex (2012)

    Botina de PVC

    Para higienizao e limpeza da sesso.

    Competncia 03

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    Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas

    Figura 45 Botina de PVC Fonte: www.cekuniformes.com.br/produtos_epi_cat.php?cat=37 (2012)

    Botina Hidrofugada

    Para manipulao de alimentos

    Figura 46 Botina hidrofugada Fonte:http://calcadosprofissionais.blogspot.com.br/p/linha-branca.html (2012)

    3.4 Equipamentos de Proteo Coletiva (EPC)

    Os equipamentos que protegem vrios trabalhadores ao mesmo tempo e

    melhoram