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Curso EAD PE - Secretaria de Educação
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Tcnico em Restaurante e Bar
Luisa Muniz
2014
Segurana do Trabalho em Servios de
Alimentos e Bebidas
Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da Repblica Michel Temer Ministro da Educao Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio de Educao Profissional e Tecnolgica Alssio Trindade de Barros Diretor de Integrao das Redes Marcelo Machado Feres Coordenao Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Aras
Governador do Estado de Pernambuco Joo Soares Lyra Neto
Secretrio de Educao
Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira
Secretrio Executivo de Educao Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Gerente Geral de Educao Profissional
Luciane Alves Santos Pula
Coordenador de Educao a Distncia George Bento Catunda
Coordenao do Curso Annara Perboire
Coordenao de Design Instrucional
Diogo Galvo
Reviso de Lngua Portuguesa Letcia Garcia
Diagramao
Izabela Cavalcanti
INTRODUO ............................................................................................................................ 3
1.COMPETNCIA 01 | COMPREENDER AS FUNES E CARACTERSTICAS DOS
EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS UTILIZADOS NO SETOR DE A&B (LAYOUT) ............................ 5
1.1 Riscos Ambientais ................................................................................................... 5
1.2 Medidas de Preveno dos Riscos ....................................................................... 11
1.3 Riscos Ambientais em um Setor de Alimentos e Bebidas .................................... 13
1.4 Resoluo RDC n 216 .......................................................................................... 22
2.COMPETNCIA 02 | ENTENDER OS CONCEITOS, CAUSAS E CONSEQUNCIAS DOS
ACIDENTES DE TRABALHO ...................................................................................................... 25
2.1 Histrico da Sade Ocupacional ........................................................................... 25
2.2 Legislao sobre Acidente de Trabalho ................................................................ 29
2.3 Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT) ...................................................... 34
2.4 Previdncia Social ................................................................................................. 37
2.5 Consequncias dos Acidentes de Trabalho .......................................................... 41
3.COMPETNCIA 03 | CONHECER OS EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL
(UNIFORMES, CALADOS, LUVA, PROTETORES AURICULARES, ETC.) .................................... 43
3.1 Equipamentos de Proteo Individual (EPI) ......................................................... 43
3.2 Norma Regulamentadora 6 .................................................................................. 49
3.3 Equipamentos de Proteo Individual em Servios de Alimentos e Bebidas ...... 53
3.4 Equipamentos de Proteo Coletiva (EPC) ........................................................... 59
4.COMPETNCIA 04 | COMPREENDER OS CONCEITOS E FUNES DA ERGONOMIA .......... 64
4.1 Surgimento da Ergonomia .................................................................................... 64
4.2 Classificao da Ergonomia .................................................................................. 67
4.3 Risco Ergonmico ................................................................................................. 69
4.4 Norma Regulamentadora 17 Ergonomia .......................................................... 71
4.5 Anlise Ergonmica de Trabalho (AET) ................................................................ 79
REFERNCIAS .......................................................................................................................... 83
MINICURRCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 86
Sumrio
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
INTRODUO
Caro (a) cursista, vamos seguir juntos nesta jornada e aproveitar este
momento de interao para aprender um pouco sobre Segurana do Trabalho
em Servios de Alimentos e Bebidas. Entenderemos qual a importncia desta
disciplina na prtica diria do tcnico de Restaurante e Bar, e como os
conhecimentos dela iro dar consistncia e facilitar as aes a serem
realizadas por este profissional.
Podemos destacar vrios questionamentos que ao longo da disciplina vamos
responder, como por exemplo:
Quais so os fatores de risco ambientais e por que a necessidade de identific-
los? Quais os cuidados que devemos tomar ao elaborar as medidas de
preveno em um local de trabalho? Quando podemos considerar que um
acidente acidente do trabalho? Quais as causas e consequncias dos
acidentes de trabalho? O que so equipamentos de proteo individual e qual
a importncia deles nos ambientes laborais? Quando surgiu a ergonomia e
como ela se classifica?
Pretendemos esclarecer e discutir todas essas perguntas acima e acreditamos
que ao fim da disciplina voc, prezado (a) cursista, estar apto a respond-las.
Ao final, o aluno tambm poder obter o conhecimento terico, ser capaz de
identificar os riscos ambientais existentes em locais de trabalhos diversos e
saber elaborar e colocar em prtica medidas de preveno contra esses
agravos.
Dessa forma, vamos comear a 1 competncia conhecendo os riscos
ambientais detalhadamente. Depois, aprenderemos a identificar esses riscos.
Comearemos a pensar em medidas para preveni-los e deixar o local de
trabalho o mais saudvel possvel.
Na 2 competncia, faremos um apanhado histrico geral da sade
4
Tcnico em Restaurante e Bar
ocupacional e conheceremos a legislao que trata dos acidentes
ocupacionais. Alm disso, sero abordados a Previdncia Social e os seus
benefcios e as causas e consequncias dos acidentes de trabalho para o
indivduo e a sociedade como um todo.
J a terceira competncia vem para falar especificamente dos equipamentos
de proteo individual. Eles sero apresentados e conheceremos suas
utilidades e importncia. Tambm comentaremos um pouco sobre os
equipamentos de proteo coletiva.
Encerraremos esta disciplina na 4 competncia onde ser abordada uma
cincia denominada de Ergonomia. Vamos aprender onde ela surgiu, qual a
sua importncia, classificao e campo de aplicao. Por fim, iremos
compreender como realizar uma anlise ergonmica do trabalho e qual a sua
importncia e utilidade.
Vamos l?
5
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
1.COMPETNCIA 01 | COMPREENDER AS FUNES E
CARACTERSTICAS DOS EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS UTILIZADOS
NO SETOR DE A&B (LAYOUT)
As doenas ocupacionais so adquiridas pelo trabalhador atravs da
exposio a agentes qumicos, fsicos, biolgicos, ergonmicos e mecnicos
(ou de acidentes). Algumas vezes, elas s ocorrem aps vrios anos de
exposio ou depois que o trabalhador se afasta do agente causador. Nesta
primeira competncia, vamos conversar um pouco sobre os tipos de risco
ambientais e as medidas de preveno e correo para evitar tais agravos.
Iniciaremos com uma abordagem geral desses conceitos e depois vamos
enquadr-los de forma mais especfica em servios de alimentos.
1.1 Riscos Ambientais
Consideram-se riscos ocupacionais os agentes existentes nos ambientes de
trabalho capazes de causar danos sade do empregado. Os ambientes de
trabalho pela natureza das atividades desenvolvidas e/ou pelas caractersticas
de organizao podem comprometer a sade do trabalhador em curto, mdio
e longo prazo, gerando leses imediatas, doenas ou a morte, alm de
prejuzos de ordem legal e patrimonial para a empresa.
No intuito de minimizar esses danos torna-se necessrio a investigao dos
riscos no local de trabalho para conhecer a que fatores os funcionrios esto
expostos e que possveis medidas de proteo so passveis de serem
aplicadas. Ressaltando que no apenas a presena de um agente nocivo no
ambiente laboral que suficiente para causar transtornos. O que ser
prejudicial a presena do fator de risco somada a sua alta concentrao,
forma de apresentao (lquido, slido, gasoso), ao seu nvel de toxidade e ao
tempo de exposio do trabalhador.
O Ministrio da
Sade elaborou um manual de
procedimentos para os servios de
sade onde consta lista das doenas relacionadas ao
trabalho. Confira no link abaixo este
material na ntegra. www.medtrab.ufpr.br/arquivos%20para%20dowload%202011/Disciplina%20Doencas%20do%20Trabalho/Manual%20DO%20Min%20Sau
de.pdf
Competncia 01
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Tcnico em Restaurante e Bar
Figura 1 Ambiente de Trabalho Fonte: www.sgap.al.gov.br/sala-deimprensa/noticias/servidores-da-sgap-participam-de-capacitacao-em-servicos-de-alimentacao (2012)
A portaria n 3214, de junho de 1978, do Ministrio do Trabalho e Emprego
(MTe), foi responsvel pela criao das Normas Regulamentadoras (NR) que
se referem segurana e medicina do trabalho. Essas normas foram criadas
com o objetivo de obrigar as empresas a observar os aspectos relacionados
sade de seus trabalhadores.
Uma dessas normas traz o entendimento de que o desencadeamento das
doenas ocupacionais tambm est diretamente relacionado ao limite de
tolerncia (LT) dos agentes ambientais a que o trabalhador fica exposto. A NR-
15 (Atividades e Operaes Insalubres) define limite de tolerncia como a
concentrao ou intensidade mxima ou mnima relacionada com a natureza
e o tempo de exposio ao agente que no causar dano sade do
trabalhador durante sua vida laboral.
J a NR-9, Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA) considera
como riscos ambientais os agentes fsicos, qumicos e biolgicos existentes
nos ambientes de trabalho.
Os riscos fsicos so as diversas formas de energia, as quais os trabalhadores
podem estar expostos. Os agentes geradores desse risco possuem a
capacidade de alterar as caractersticas fsicas do meio ambiente, exigem um
meio de transmisso para propagar sua nocividade e agem at mesmo sobre
indivduos que no tm contato direto com a fonte de risco. So
Podemos avaliar os riscos ambientais existentes em um
ambiente de trabalho de duas
formas: #Avaliao
qualitativa a forma mais simples e tambm conhecida
como forma preliminar.
utilizada apenas a sensibilidade do trabalhador que
identifica a presena do risco.
Ex: percepo do cheiro de vazamento
de gs. #Avaliao
quantitativa utilizada para medir,
comparar e estabelecer.
necessrio o uso de um mtodo cientfico e a utilizao de
instrumentos e equipamentos destinados
quantificao do risco.
Ex: Medir atravs de aparelho especfico (dosmetro) o nvel
de rudo do ambiente.
Ficou curioso para
saber as outras informaes da NR-
9? Acesse o link abaixo:www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/9.htm
Competncia 01
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que
podem afetar a sade dos trabalhadores, como: rudos, vibraes, radiaes,
frio, calor, presses anormais e umidade.
Figura 2 - Trabalhador exposto ao risco fsico umidade Fonte: http://supershe.zip.net/arch2009-05-24_2009-05-30.html (2012)
Os riscos qumicos so identificados pelo grande nmero de substncias que
podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos integridade
fsica e mental dos trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, nvoas,
neblinas, gases, vapores, substncias, compostos ou outros produtos
qumicos. So substncias que podem penetrar no organismo pela via
respiratria, pela via cutnea (atravs do contato com a pele) ou atravs do
trato gastrointestinal (digesto). Pode ter ao localizada, quando atua
somente na regio de contato, e ao sistmica, quando so absorvidos e
distribudos dentro do organismo, afetando diferentes rgos e tecidos.
Figura 3 - Trabalhador exposto ao risco qumico Fonte: www.nrfacil.com.br/blog/?p=3543 (2012)
Competncia 01
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Tcnico em Restaurante e Bar
Os riscos biolgicos compreendem microrganismos incluindo os
geneticamente modificados ou no, as culturas de clulas, os parasitas, as
toxinas e os prons, capazes de provocar infeces, alergias ou toxidades em
seres humanos. Ainda podemos incluir as bactrias, os vrus, os fungos e ainda
mordidas e ataques por animais peonhentos, domsticos e selvagens.
Figura 4 - Trabalhador exposto ao risco biolgico Fonte: http://profjabiorritmo.blogspot.com.br/2010/08/niveis-de-biosseguranca.html (2012)
Outros agentes existentes nos ambientes laborais e que so passveis a causar
danos aos colaboradores so os riscos ergonmicos e de acidente ou
mecnicos.
Os riscos ergonmicos esto ligados execuo de tarefas, organizao e s
relaes de trabalho, ao esforo fsico intenso, levantamento e transporte
manual de peso, mobilirio inadequado, posturas incorretas, controle rgido
de tempo para produtividade, imposio de ritmos excessivos, trabalho em
turno diurno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e
repetitividade. Engloba tambm os fatores psicossociais. Entre eles, as
situaes causadoras de estresse e o relacionamento interpessoal entre o
trabalhador e seus colegas de trabalho ou a chefia.
Competncia 01
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Figura 5 Trabalhador exposto ao risco ergonmico Fonte: http://luizsms.blogspot.com.br/2011/08/simples-questao-de-ergonomia.html (2012)
Os riscos de acidente ou mecnicos so muito diversificados e esto presentes
no arranjo fsico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material
ou matria-prima fora de especificao, mquina e equipamentos sem
proteo, ferramentas imprprias ou defeituosas, iluminao excessiva ou
insuficiente, instalaes eltricas defeituosas, probabilidade de incndio ou
exploso, armazenamento inadequado, animais peonhentos e outras
situaes de risco que podero contribuir para a ocorrncia de acidentes.
Figura 06 Trabalhadores expostos ao risco de acidente Fonte: www.diariodasaude.com.br/news.php?article=acidentes-de-trabalho-causam-3-mil-mortes-por-ano-no-brasil (2012)
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Tcnico em Restaurante e Bar
Figura 7 Classificao dos fatores de risco Fonte: http://blogsegurancatotal.blogspot.com.br/2012/03/o-mapa-de-risco-foi-criado-atraves-da.html (2012)
Cada fator de risco identificado por uma cor diferente! Sendo assim, quando
formos representar um risco ambiental podemos simplesmente colocar a sua
cor correspondente.
Imagem 08-Cores dos fatores de risco Fonte: http://valoreseatitudes.blogspot.com.br/2011/07/mapa-de-riscos_11.html (2012)
Caro (a) cursista, caso voc tenha
interesse em conhecer a NR-5 e a
NR-9 por inteiro, acesse o link
abaixo:www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/9.ht
m
Competncia 01
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
1.2 Medidas de Preveno dos Riscos
fundamental criar dentro das empresas um clima de sensibilizao dos
funcionrios, visando proteo contra todos os tipos de riscos presentes no
ambiente de trabalho. Quando se cria uma conscientizao coletiva referente
ao respeito integridade fsica dos trabalhadores e melhoria contnua dos
ambientes de trabalho, os acidentes, doenas e custos so prevenidos e
reduzidos.
Caro (a) cursista, queremos deixar bem claro que o risco ao trabalhador ser
maior sempre que o tempo de exposio ou de contato com a fonte de
perigo, a frequncia de exposio ao perigo e a proximidade da fonte de
perigo for maior.
Para podermos elaborar estratgias de preveno de riscos precisamos
inicialmente realizar uma anlise preliminar das condies de trabalho:
Elaborar um diagnstico inicial das caractersticas da empresa, dos
trabalhadores e dos ambientes de trabalho, ou seja, identificar qual o ramo de
atividade desta empresa, quem so os seus trabalhadores (idade, sexo) e a
situao estrutural dos setores de trabalho;
Fazer um mapeamento dos processos de produo e atividades
relacionadas, ressaltando as principais etapas. Dessa forma, estaremos
identificando as condies de risco;
Caracterizar a exposio atravs da avaliao dos riscos, com a finalidade
de identificar as fontes de perigo, a intensidade, a concentrao e a
quantidade nos quais os mesmos so encontrados;
Discutir e definir as alternativas de eliminao ou controle das condies
de risco e realizar um programa de aes de preveno a serem seguidas,
estabelecendo prioridades e metas claras a serem cumpridas;
Implantar e avaliar as medidas adotadas. Efetivar o controle operacional
atravs de uma avaliao que vise o monitoramento das aes efetuadas e a
Competncia 01
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Tcnico em Restaurante e Bar
comprovao dos resultados alcanados e, caso necessrio, reformulao
das aes e metas.
Agora, ns j sabemos os passos que devemos seguir desde a identificao de
um risco at as medidas de preveno que devem ser tomadas para san-los.
E na hora de criar essas aes de preveno dos riscos, ser que tambm no
necessrio seguir uma ordem lgica que aperfeioe o nosso servio?
A resposta para essa pergunta sim! Vamos conhecer o Princpio da
Tecnologia de Controle proposto pela higiene ocupacional:
Inicialmente deve-se evitar que um agente potencialmente txico ou
perigoso para a sade seja utilizado, formado ou liberado;
Se isso no for possvel, cont-lo de tal forma que no se propague para o
ambiente;
Se isso no for possvel, ou suficiente, isol-lo ou dilui-lo no ambiente de
trabalho;
Em ltimo caso, bloquear as vias de entrada no organismo.
Outro mtodo o Processo para Controle do Risco, que seguindo uma ordem
correlaciona o tipo de medida ao processo:
Medidas construtivas ou de engenharia Devem ser adotadas na fase de
concepo e projeto. Atuam sobre os meios de trabalho (equipamentos,
mquinas e edifcios). Incluem os equipamentos de proteo coletiva (EPC).
Processo Eliminar ou reduzir o risco.
Envolver o risco.
Medidas organizacionais Limitao do nmero de expostos ou do
tempo de exposio.
Processo Afastar o homem.
Medidas de proteo individual ou adicionais Utilizao dos
equipamentos de proteo individual (EPI).
Processo Proteger o homem.
Competncia 01
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
1.3 Riscos Ambientais em um Setor de Alimentos e Bebidas
Apesar de toda legislao j existente sobre acidente de trabalho e adequao
dos servios e das novas tecnologias que surgiram nas empresas, ainda
muito frequente identificarmos condies de trabalho inadequadas. Fazendo
um rpido levantamento em alguns estabelecimentos podemos observar
instalaes precrias, rudos excessivos, temperaturas elevadas e iluminaes
deficientes nas reas de produo, alm de equipamentos defeituosos e da
ausncia de equipamentos de proteo individual (EPI) especficos.
Acrescido a essas condies desfavorveis, podemos enumerar um ritmo de
trabalho acelerado e uma sobrecarga de trabalho comum dos servios de
alimentao, decorrente do quantitativo diminudo de funcionrios. Esses
fatores somados refletem na queda da produtividade, devido insatisfao e
ao cansao excessivo, e chegam a prejudicar a sade dos trabalhadores, que
ficam mais expostos a acidentes e a doenas ocupacionais.
Ainda podemos citar outros riscos decorrentes desse processo de trabalho,
como a intensa movimentao desses servios, presena de vrios
equipamentos eltricos e frequente inexperincia dos trabalhadores.
Dessa forma, a sade, a segurana e o bem estar dos funcionrios acabam
sendo afetados devido a condies precrias no ambiente de trabalho,
questes especficas de cada ocupao e condies inseguras de trabalho. Em
mdio e longo prazo, quando esses agentes de risco no so controlados, os
empregados podem sofrer acidentes e diversos agravos sade.
Vamos comear a pensar de forma mais especfica em servios de alimentos e
bebidas? Iremos enumerar para cada tipo de riscos os agravos mais comuns
aos trabalhadores deste ramo.
Risco Fsico
Rudo devido utilizao de equipamentos antigos e sem manuteno
preventiva peridica (mquina de serra, processadores, exaustores e
Competncia 01
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Tcnico em Restaurante e Bar
mquinas de lavar), temperaturas extremas (cmaras frigorficas, foges
industriais) e umidade decorrente do desprendimento de vapor no interior
das cmaras frigorficas e na mquina de lavar.
Figura 08 Trabalhador exposto ao risco fsico calor Fonte: www-fogao.com/fogao-industrial-preco (2012)
Risco Qumico
Produtos qumicos utilizados para a higiene pessoal, dos utenslios,
equipamentos, do ambiente e dos vegetais. Como exemplo, podemos citar a
gua sanitria, a soda custica, os detergentes, os desinfetantes, os
desengordurantes e o hipoclorito de sdio.
Figura 9 Trabalhador exposto ao risco de produtos qumicos. Fonte: http://papocomsake.blogspot.com.br/2011/09/boa-limpeza-boacomida.html (2012)
Competncia 01
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Risco Biolgico
muito comum imaginarmos a contaminao de alimentos devido sua
manipulao por trabalhadores contaminados, entretanto o inverso tambm
ocorre. Os funcionrios, durante sua jornada de trabalho podem se
contaminar atravs de microrganismos presentes nos alimentos (fungos,
bactrias e protozorios). Essa contaminao possvel atravs da
manipulao de vegetais, carnes cruas e matrias-primas contaminadas, que
possuem alta carga microbiana e tambm do contato com utenslios,
equipamentos e superfcies contaminados e resduos orgnicos resultantes de
preparo de alimentos.
Figura 10 Trabalhador exposto ao risco biolgico bactrias. Fonte: http://roqueisquem.blogspot.com.br/2009/08/10072007camarafrigorificamu nicipal.html (2012)
Risco Ergonmico
Grande perodo de execuo das atividades em p com posturas foradas,
levantamento excessivo de peso, altura insuficiente de bancadas gerando
postura inadequada, presso sobre o ritmo de trabalho, ritmo excessivo
devido ao grande volume de trabalho e presena de movimentos repetitivos
por longos perodos de tempo durante o corte de carnes e vegetais, alm do
processo de fritura, higienizao de panelas e utenslios (pratos, talheres).
Competncia 01
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Tcnico em Restaurante e Bar
Figura 11 Trabalhador exposto ao risco ergonmico posturas foradas. Fonte: http://pekdek.com/como-faco-para-abrir-um-restaurante/ (2012)
Risco Mecnico ou de Acidente
Arranja fsico inapropriado (piso sem inclinao suficiente levando ao acmulo
de gua, buracos no cho), equipamentos sem proteo e manuteno
(mquina de serra sem trava protetora, cortador de frio sem barra de
segurana) e uso de ferramentas inadequadas (facas sem cortes, carrinhos
com rodas danificadas, conchas e escumadeiras com cabos cortantes).
Figura 12 Trabalhador exposto ao risco mecnico. Fonte: http://revistaideias.com.br/vicenteferreira/ (2012)
Competncia 01
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
MEDIDAS DE PREVENO DOS RISCOS EM UM SETOR DE ALIMENTOS E
BEBIDAS
No tpico anterior, listamos e comentamos os vrios riscos ambientais que
podem ser encontrados em um servio de bar e restaurante. Agora, com o
intuito de proteger e preservar a vida dos funcionrios contra acidentes e
doenas ocupacionais, ns iremos pensar e enumerar medidas que eliminem
ou reduzam as condies inseguras nos ambientes laborais.
Risco Fsico Calor:
Insuflao de ar fresco no ambiente (ventiladores e ar condicionado);
Arejar o ambiente atravs da abertura de portas e janelas;
Exausto de vapores de gua (ventiladores ou encanao);
Uso de barreiras refletoras (alumnio polido, ao inoxidvel), colocadas
entre o trabalhador e a fonte geradora de calor;
Realizar exames peridicos;
Reposio hdrica e salina (instalar bebedores em locais estratgicos no
local de trabalho);
Limitar o tempo de exposio do trabalhador;
Equipamentos de proteo individual, vestimentas de tecido leve, cor
clara, que absorva o calor do organismo do funcionrio e com sistema de
ventilao acoplado.
Risco Fsico Frio:
Exames mdicos peridicos;
Alimentao balanceada devido perda grande de energia;
Hidratao adequada;
Evitar trabalhos solitrios;
Evitar trabalhos exaustivos que levem ao suor e consequente
umedecimento das roupas;
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Tcnico em Restaurante e Bar
Troca das vestimentas midas por secas sempre que necessrio;
Perodos de descanso em locais aquecidos;
Educao continuada atravs de treinamentos;
Reduzir o tempo de exposio;
No conter assentos metlicos nem sistema de ventilao;
Sistema que permita a abertura das portas internamente;
As roupas devem estar sempre limpas e secas e serem compostas de
camadas mltiplas (cala, capote e luvas). As botas devem ser de couro.
Risco Fsico Rudo:
Substituio de equipamento por um mais silencioso;
Manuteno das mquinas (balanceamento e equilbrio das partes
mveis, lubrificao dos rolamentos e regulao dos motores);
Programao das operaes de forma que fique o menor nmero de
mquinas funcionando simultaneamente;
Substituio de engrenagens metlicas por outras de plstico;
Isolar a fonte atravs de barreira isolante e adsorvente de som;
Monitoramento peridico no ambiente de trabalho, atravs de medies;
Realizao dos exames de rotina;
EPIs protetor auricular.
Figura 14 Manuteno em mquina Fonte: http://servico-reparo.vivastreet.com.br/conserto reforma+iraja/consertos-de-maquinas-e-equipamentos-de-cozinhas-comercial/54003758 (2012)
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Risco Fsico Umidade:
Rodzio de funcionrios;
Horrios destinados ao descanso em ambientes secos;
Exames peridicos;
Utilizao de EPIs impermeveis (luvas, macaces e botas).
Risco Qumico:
Substituio do agente, substncia, ferramenta ou tecnologia de trabalho
por outro mais seguro, menos txico ou lesivo;
Classificao e rotulagem das substncias qumicas;
Equipamentos de proteo ambiental (mscaras, luvas, botas e aventais);
Treinamento. Educao continuada dos funcionrios sobre segurana,
sade, uso adequado dos EPI e desenvolvimento de suas atividades;
Monitoramento individual por meio de exames mdicos.
Risco Biolgico:
Minimizar a proliferao de contaminantes no ambiente atravs de
limpeza, desinfeco, ventilao e controle de vetores;
Todo local onde exista possibilidade de exposio ao agente biolgico
deve ter lavatrio exclusivo para higiene das mos provido de gua corrente,
sabonete lquido, toalha descartvel e lixeira com sistema de abertura sem
contato manual;
Capacitar o trabalhador quanto s normas e procedimentos padronizados;
Diminuir o nmero de trabalhadores expostos;
Fazer uso das precaues padres ou precaues universais. Isso inclui
realizar os procedimentos com segurana, utilizar adequadamente os EPIs,
evitar manipulao desnecessria de material biolgico e utilizar coletor
resistente para descarte dos materiais.
Competncia 01
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Tcnico em Restaurante e Bar
Uso de equipamentos de proteo individual adequados a cada tipo de
exposio (avental, mscara, luva, protetor facial, sapatos fechados, botas e
culos);
Lavagem das mos antes e depois de cada procedimento;
Acompanhamento mdico dos funcionrios;
Nos postos de trabalho, no deve ser permitido o uso de adornos e o
manuseio de lentes de contato, o consumo de alimentos e bebidas, o uso de
calados abertos e nem deixar o local com os equipamentos de proteo
individual.
Risco Ergonmico:
Diminuio da jornada de trabalho;
Aumentar o nmero de turnos ou de equipes;
Analisar as mdias de horas trabalhadas por semana;
Realizar rodzio entre os funcionrios;
Terapias corporais de relaxamento (ex: ginstica laboral), alongamento e
reeducao postural.
Figura 15 Alongamento Fonte: www.paraisoweb.com.br/noticias/function.php?alongamento-para-a-terceira-idade (2012)
Risco Mecnico ou de Acidente:
Promover um ambiente de trabalho confortvel;
Competncia 01
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Informar quanto aos riscos existentes na empresa e as formas de preveni-
los;
Orientar a importncia de seguir todas as normas de segurana;
Utilizar de forma correta os dispositivos de preveno de acidentes;
Manter o local de trabalho organizado com todos os objetos nos seus
lugares e bem arrumados.
Figura 16 Local de trabalho organizado Fonte: www.mundodastribos.com/moveis-para-cozinha-de-restaurante.html (2012)
Antigamente, as empresas muito focadas nos lucros, acreditavam que a
melhoria nas condies de trabalho seria apenas um gasto a mais. Nos dias
atuais, com o aumento da competitividade no ramo alimentcio, exige-se
qualidade com produtividade e o produto final facilmente reproduzido pelos
concorrentes. Neste momento, as pessoas envolvidas no processo produtivo
comearam a ser vistas como um diferencial que deve ser valorizado. Quando
h uma melhora das condies de trabalho ocorre proporcionalmente um
aumento da satisfao dos trabalhadores e isso reflete positivamente em sua
eficincia e produtividade. Ou seja, como funcionrios satisfeitos produzem
mais, as empresas esto procurando melhorar as condies ambientais de
trabalho e fornecer bem-estar e sade para eles.
Na busca de condies seguras e saudveis, necessrio estabelecer um
plano de ao que envolva tanto medidas administrativas, como a
determinao de intervalos durante as jornadas de trabalho e aumento de
Competncia 01
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Tcnico em Restaurante e Bar
quadro funcional, quanto medidas especficas, como o uso de EPI e EPC
(Equipamento de Proteo Coletiva) associado ao treinamento dos
trabalhadores, e ainda a determinao de um plano de manuteno
preventiva dos equipamentos e pequenas reformas nas instalaes.
1.4 Resoluo RDC n 216
Em 15 de setembro de 2004, a ANVISA lanou a resoluo RDC n 216 que
dispe sobre regulamento tcnico de boas prticas para servios de
alimentao. Esta resoluo fala como os funcionrios devem se portar em
um servio de alimentao com o intuito de preservar a sade dos mesmos,
de evitar acidentes e de manter os alimentos isentos de contaminao.
Como o nosso interesse na rea de segurana do trabalho, vamos selecionar
do texto original e listar apenas as situaes referentes a essa rea:
Com o intuito de evitar quedas por tropeos e escorreges, as portas e as
janelas devem ser mantidas ajustadas aos batentes e aos pisos; paredes e
tetos devem ser livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos e
infiltraes.
Na rea de preparao, a iluminao deve proporcionar uma visualizao
adequada e ser protegida contra exploses e quedas acidentais.
As instalaes eltricas devem estar embutidas ou protegidas em
tubulaes externas e ntegras, a fim de evitar acidentes.
Os equipamentos e utenslios devem passar por manuteno programada
e peridica e devem ser mantidos registros dessas operaes.
A presena do risco qumico: gases, fumaa, ps e partculas em
suspenso; deve ser evitada atravs de ventilao que garanta a renovao do
ar.
Competncia 01
23
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Figura 17 Exaustores Fonte: www.mundodastribos.com/moveis-para-cozinha-de-restaurante.html (2012)
Em servios de alimentos muito comum a presena do risco biolgico
devido proliferao de fungos e bactrias. Para evitar esse agravo, torna-se
necessrio: a realizao de desinfeco frequente dos ambientes; a presena
de pisos, paredes e tetos de material liso, impermevel, lavvel e livre de
bolores; a proviso de telas milimetradas para as reas externas; a fcil
remoo e limpeza, que impeam o acesso de vetores e pragas urbanas.
Os manipuladores devem ter seus uniformes trocados, no mnimo,
diariamente, usados exclusivamente nas dependncias internas do
estabelecimento e guardados em local especfico e reservado para esse fim.
As mos devem ser lavadas cuidadosamente ao chegar ao trabalho, antes e
aps manipular alimentos, aps qualquer interrupo do servio, aps tocar
materiais contaminados, aps utilizar o sanitrio e sempre que se fizer
necessrio.
Os trabalhadores devem ser capacitados periodicamente em higiene
pessoal e em doenas transmitidas por alimentos. Devem ser afixados
cartazes de orientao sobre a correta lavagem e antissepsia das mos e
demais hbitos de higiene, em locais de fcil visualizao.
Ainda com a finalidade de diminuir o risco biolgico, os coletores usados
para deposio de resduos devem ser dotados de tampas acionadas sem
contato manual e os resduos devem ser coletados e estocados em local
Bolor ou mofo->so fungos que formam
uma estrutura semelhante a
cogumelos. Eles vivem
principalmente em lugares midos e escuros e podem crescer sobre po
velho, frutas podres, couro,
papel e madeira.
Competncia 01
24
Tcnico em Restaurante e Bar
fechado e isolado, de forma a evitar focos de contaminao e atrao de
vetores e pragas urbanas. J os lavatrios devem estar supridos de produtos
destinados higiene pessoal, como papel higinico, sabonete lquido, toalhas
de papel ou outro sistema higinico de secagem das mos e coletores de
resduos dotados de tampas acionadas sem contado manual.
Figura 18 Coletor de lixo Fonte: www.maquipel.com.br/mais_detalhes.php?id=2760 (2012)
Em relao ao risco ergonmico importante atentar para que o
quantitativo de funcionrios, equipamentos, mveis e ou utenslios
disponveis sejam compatveis com volume, diversidade e complexidade das
preparaes alimentcias.
O risco fsico calor esta muito presente em estabelecimentos com fornos e
cozinhas industriais. Sendo assim, importante que os equipamentos
necessrios exposio ou distribuio de alimentos preparados sob
temperaturas controladas estejam devidamente dimensionados e em
adequado estado de higiene, conservao e funcionamento. A temperatura
desses equipamentos deve ser regularmente monitorada. Os equipamentos e
filtros para climatizao do ambiente devem estar conservados e a
manuteno programada e peridica deve ser registrada e realizada
sistematicamente.
Interessou-se em
conhecer a resoluo RDC
n216? Acesse o link abaixo:
www.abima.com.br/dload/13_20_resol_216_04_leg_alim_
nac.pdf
Competncia 01
25
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
2.COMPETNCIA 02 | ENTENDER OS CONCEITOS, CAUSAS E
CONSEQUNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO
Vamos iniciar essa terceira competncia conhecendo um pouco sobre o
histrico da sade ocupacional e quando e como surgiu a preocupao com os
acidentes de trabalhos no mundo e no Brasil. Posteriormente sero
abordadas as leis existentes sobre acidentes de trabalho. O que um acidente
de trabalho? Que situaes eu posso considerar como sendo acidente de
trabalho? O que Previdncia Social? Quais os benefcios da Previdncia
Social? E por fim comentaremos um pouco sobre as consequncias que o
acidente de trabalho gera tanto para o trabalhador, quanto para a sociedade
como um todo.
2.1 Histrico da Sade Ocupacional
O homem foi percebendo que algumas substncias de origem animal, vegetal
ou mineral, quando manipuladas ou ingeridas, so capazes de produzir
doenas e at mesmo de causar a morte.
H cerca de 400 anos, Paracelso discorreu:
Todas as substncias so txicas. No h uma que no seja veneno. A dose
correta que diferencia um veneno de um remdio.
Atravs dessa reflexo e com os conhecimentos mais atuais podemos concluir
que qualquer substncia presente no ambiente do trabalho pode vir a
produzir algum efeito adverso quando em contado com o organismo humano.
Competncia 02
26
Tcnico em Restaurante e Bar
Figura 19 Mineradores Fonte:http://guayaberamineira.blogspot.com.br/2008_11_01_archive.html (2012)
importante resaltar que diversos fatores em conjunto vo interferir no
desenvolvimento de alguma doena ocupacional, como por exemplo: o tempo
de exposio ao agente, a concentrao das substncias, a quantidade do
agente no ambiente laboral, a intensidade da exposio e a suscetibilidade
individual do trabalhador.
Sendo assim, quanto maior for o tempo de exposio ao agente,
concentrao das substncias, quantidade do agente no ambiente laboral e
a intensidade da exposio; mais vulnerveis ao adoecimento estaro os
trabalhadores. Entretanto, o aparecimento ou agravamento das doenas
ocupacionais sero determinados pela suscetibilidade individual, ou seja,
caractersticas particulares de cada pessoa. Algumas pessoas so mais altas,
outras so magras, umas tem a pele escura, outras, a imunidade mais baixa e
determinados grupos tm uma facilidade maior a adquirir determinadas
doenas quando comparados a outros.
A Revoluo Industrial foi iniciada na Europa (Inglaterra, Frana e Alemanha) e
ocorreu entre 1760 e 1850. Nesta poca, as condies de trabalho eram
precrias, no havia limites nas jornadas de trabalho, o ambiente era fechado
e as mquinas sem nenhuma proteo. Consequentemente as doenas e os
acidentes com mutilaes e bitos eram numerosos e as doenas
infectocontagiosas se disseminaram.
Competncia 02
27
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Figura 20 Revoluo Industrial Fonte: www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-ciencia-11-crise-da-fisica-1.html (2012)
Nesse momento, onde a fora de trabalho era explorada de forma desumana
visando apenas produtividade das grandes indstrias, tornou-se necessria
uma interveno, sob a pena de inviabilidade de sobrevivncia dos
trabalhadores. Foi nesse contexto que a medicina do trabalho surgiu na
Inglaterra.
O interesse inicial brotou de um proprietrio de uma fbrica txtil chamado
Robert Dernham que estava preocupado com a sade dos seus trabalhadores,
que no dispunham de nenhum cuidado mdico, alm dos prestados por
instituies filantrpicas.
Figura 21 Crianas trabalhando em fbrica txtil Fonte: http://profvalquiriahistoria.blogspot.com.br/2009/05/as-muitas-faces-da-revolucao-industrial.html (2012)
Dernham procurou o seu mdico particular, Robert Baker, e lhe questionou
Competncia 02
28
Tcnico em Restaurante e Bar
qual seria a melhor maneira de resolver a situao. A resposta de Baker foi:
"Coloque no interior da sua fbrica o seu prprio
mdico, que servir de intermedirio entre voc, os seus
trabalhadores e o pblico. Deixe-o visitar a fbrica, sala
por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de
maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho
sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos
trabalhadores est sofrendo a influncia de causas que
possam ser prevenidas, a ele competir fazer tal
preveno. Dessa forma, voc poder dizer: meu mdico
a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade
no que diz respeito proteo da sade e das condies
fsicas dos meus operrios; se algum deles vier a sofrer
qualquer alterao da sade, o mdico unicamente
que deve ser responsabilizado".
Surgiu assim em 1830, quando Robert Dernham contratou Baker para
trabalhar em sua fbrica, o primeiro servio de medicina do trabalho.
Vamos agora reler atentamente a resposta dada por Baker. Se prestarmos
ateno, poderemos observar que em suas palavras despontam os elementos
bsicos das expectativas do capital quando s finalidades de um servio de
medicina do trabalho:
Servios dirigidos por pessoas de inteira confiana do empresrio e que
estivessem dispostas a defend-lo;
Servios que fossem centrados na figura do mdico;
Seria uma tarefa eminentemente mdica a preveno dos danos sade
resultantes dos riscos do trabalho;
Ao mdico cabia a responsabilidade pela ocorrncia de problemas de
sade.
Devido inexistncia ou precariedade dos servios de sade e por contemplar
as expectativas dos empregadores, o modelo acima descrito se difundiu
Competncia 02
29
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
rapidamente entre vrios pases. Os servios de medicina do trabalho
passaram a criar e manter a dependncia do trabalhador e de seus familiares
ao mesmo tempo em que controlava diretamente a fora de trabalho.
Algumas indstrias, em especial nos Estados Unidos, se mantiveram muito
resistentes em prestar uma ateno especial aos problemas de sade de seus
trabalhadores. As primeiras iniciativas em relao a servios mdicos apenas
surgiram a partir do aparecimento da legislao sobre indenizaes em casos
de acidentes de trabalho. Assim, o interesse principal dos empregadores era
reduzir o custo das indenizaes.
Como se deu a evoluo da sade ocupacional aqui no Brasil?
A Amrica Latina, incluindo o Brasil, passou pelo processo da Revoluo
Industrial por volta de 1930, bem mais tarde que os pases norte-americanos
e europeus. Apesar da experincia j vivida pelos demais pases, enfrentamos
as mesmas fases. Em 1970, o Brasil j era considerado o campeo de
acidentes de trabalho.
Aqui no Brasil, os servios mdicos dentro das empresas foram criados por
iniciativa dos empregadores e so razoavelmente recentes. Inicialmente
consistia em assistncia mdica gratuita para os trabalhadores, provenientes
de forma geral do campo. Apesar da OIT (Organizao Internacional do
Trabalho) recomendar servios com carter essencialmente preventivos, os
brasileiros eram eminentemente curativos e assistenciais. Apenas em 1972, o
governo brasileiro baixou a portaria n 3237 e tornou obrigatria a existncia
dos servios mdicos, de higiene e segurana em todas as empresas com mais
de 100 trabalhadores.
2.2 Legislao sobre Acidente de Trabalho
A primeira lei que falou de acidentes de trabalho no Brasil foi o Decreto 3.724
de 1919. Ela define como acidente de trabalho o produzido por uma causa
Competncia 02
30
Tcnico em Restaurante e Bar
sbita, violenta, externa e involuntria no exerccio do trabalho,
determinando leses corporais ou perturbaes funcionais, que constituam a
causa nica da morte ou perda total, ou parcial, permanente ou temporria,
da capacidade do trabalho. A molstia contrada exclusivamente pelo
exerccio do trabalho, quando ele por si s caus-la e determinar a morte do
operrio, ou perda total, ou parcial, permanente ou temporria, da
capacidade para o trabalho. Nessas situaes, o empregador ficaria obrigado
a pagar uma indenizao ao operrio ou a sua famlia. Dessa forma, as
doenas decorrentes das condies de trabalho no eram consideradas.
Figura22 Acidente de trabalho Fonte: www.cabuloso.xpg.com.br/portal/galleries/view/acidente-no-trabalho-2 (2012)
O decreto 24.637, de 1934, ampliou a definio de acidente do trabalho para
toda leso corporal, perturbao funcional, ou doena produzida pelo
exerccio do trabalho ou em consequncia dele, que determine a morte, ou a
suspenso, ou a limitao, permanente ou temporria, total ou parcial, da
capacidade para o trabalho. A lei tambm incluiu como acidente de trabalho
as doenas profissionais que so definidas como as inerentes ou peculiares a
determinados ramos de atividade.
Em 1991, surgiu a Lei 8.213 que dispe sobre os Planos de Benefcios da
Previdncia Social e em 1999 o Decreto 3.048 regulamentou essa lei. No
artigo 19 da referida lei se define como acidente do trabalho o que ocorre
pelo exerccio do trabalho a servio da empresa, provocando leso corporal
Ficou interessado em ler o decreto
3.724 inteiro? Acesse o link abaixo www.acidentedotrabalho.adv.br/leis/D
EC-003724/Integral.ht
m
Leso corporal o dano anatmico, tal como a ferida, a
fratura, o esmagamento ou a
perda de um p. Perturbao
funcional o prejuzo do
funcionamento de qualquer rgo ou sentido, tal como a perda da viso ou da movimentao
de um brao.
Ficou curioso para
conhecer o texto do decreto 24.637 na
ntegra? Acesse o link abaixo www2.camara.gov.br/legin/fed/decret
/1930-1939/decreto-
24637-10-julho-1934-505781-
publicacaooriginal-1-pe.html
Competncia 02
31
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
ou perturbao funcional que cause a morte, a perda ou reduo,
permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho.
A empresa passa a ser responsvel pela adoo e uso das medidas coletivas e
individuais de proteo e segurana da sade do trabalho e deve prestar
informaes detalhadas sobre os riscos das atividades realizadas e produtos
utilizados. Caso as empresas deixem de cumprir as normas de segurana e
higiene do trabalho, podem ser punidas com multas.
Caros (as) cursistas importante sabermos que os acidentes de trabalho
podem ser de trs tipos:
Acidente tpico aquele causado ao trabalhador de forma imediata e que
lhe inflige um dano corporal, como uma fratura, contuso, queimadura.
Figura 23 Queimadura em trabalhador Fonte: www.cabuloso.xpg.com.br/outros/Fotos-de-Queimaduras-1-2-3-graus/ (2012)
Acidente de trajeto aquele ocorrido com o trabalhador, quando do seu
deslocamento de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
Doenas profissionais ou do trabalho geralmente adquiridas por
exposio crnica do trabalhador a agentes nocivos, ou causadas por esforos
repetitivos e esforos superiores aos que teria condies de suportar.
No so consideradas como doenas do trabalho as doenas degenerativas,
As doenas
decorrentes do trabalho so consideradas
acidentes de trabalho e elas se subdividem
em: Doena profissional entendida como a doena produzida ou desencadeada pelo
exerccio do trabalho peculiar a
determinada atividade. A prpria atividade laborativa
basta para comprovar a relao de causa e
efeito entre o trabalho e a doena. Ex: silicose
Doena do trabalho entendida como a doena adquirida ou
desencadeada em funo de condies especiais em que o
trabalho realizado e que com ele se
relacione diretamente. Neste caso, necessita-se
comprovar a relao de causa e efeito
entre o trabalho e a doena.
Ex: lombalgia em profissional de
enfermagem.
Competncia 02
32
Tcnico em Restaurante e Bar
inerentes a grupo etrio, que no produzam incapacidade laborativa e as
doenas endmicas adquiridas por segurado, habitante de regies em que ela
se desenvolva, salvo comprovao de que resultante de exposio ou
contato direto, determinado pela natureza do trabalho. Exemplo de doenas
endmicas: malria e febre amarela na regio norte do Brasil.
Equipara-se tambm ao acidente de trabalho, segundo o artigo 21 da Lei
8.213, o acidente ligado ao trabalho que, embora no seja causa nica, tenha
contribudo diretamente para a morte do segurado, para reduo ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija ateno mdica
para a sua recuperao e doena proveniente de contaminao acidental do
empregado no exerccio de sua atividade.
Vamos imaginar um profissional da rea de sade que durante a sua jornada
de trabalho estava muito cansado e distrado e ao reencapar uma seringa se
furou. Vamos supor que esta agulha tinha sido utilizada para coletar sangue
de um paciente soropositivo para a hepatite B e posteriormente esse
funcionrio desenvolveu a doena decorrente desta exposio. O exemplo se
enquadra na definio acima de acidente de trabalho.
Figura 24 Acidente com risco biolgico Fonte: www.intranet.foar.unesp.br/endodontia/index.htm (2012)
Tambm so considerados acidentes de trabalho os sofridos pelo funcionrio
no local e horrio do trabalho, decorrente de: ato de agresso, sabotagem ou
terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa fsica
intencional, inclusive de terceiro ou companheiro de trabalho; ato de
Para adquirir mais
conhecimento sobre as doenas
ocupacionais e os tipos de acidentes do trabalho confira no link abaixo a Seo I
(Das Espcies de Prestaes) do Captulo II (Das
prestaes em geral) da Lei n 8.213, de 24
de julho de 1991.
Negligncia
desleixo, descuido, desateno, menosprezo,
preguia, intolerncia.
Ex: Cirurgio que por pressa e falta de ateno acaba
esquecendo uma pina cirrgica dentro
de um paciente. Imprudncia ato
contrrio prudncia, falta de
cautela. Ex: motorista de
nibus que ultrapassa o sinal
vermelho, ou anda pelo acostamento,
mesmo sabendo que errado.
Impercia incompetncia, inexperincia,
inabilidade. Ex: Enfermeiro que no sabe a tcnica
correta para retirada de um dreno torcico
e mesmo assim resolve realizar o
procedimento.
Competncia 02
33
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
imprudncia, negligncia ou impercia de terceiro ou de companheiro de
trabalho; ato de pessoa privada do uso da razo; desabamento, inundao,
incndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de fora maior.
As situaes onde o funcionrio sofre um acidente, ainda que fora do local e
horrio de trabalho, so equiparadas a acidente de trabalho quando: na
execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa;
em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo quando financiada por
esta, dentro de seus planos, para melhor capacitao da mo de obra,
independente do meio de locomoo utilizado, inclusive o veculo de
propriedade do funcionrio; no percurso da residncia para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoo,
inclusive veculo de propriedade do funcionrio; na prestao espontnea de
qualquer servio empresa para lhe proporcionar proveito ou evitar prejuzo.
Lembrando que nos perodos destinados refeio ou ao descanso, ou por
ocasio da satisfao de outras necessidades fisiolgicas, no local do trabalho
ou durante este, o empregado considerado no exerccio do trabalho.
Sendo assim, se um empregado, em seu dia de folga, passa pela empresa que
trabalha e observa que existe um problema em sua cobertura, e que a chuva
est molhando o seu interior, e na busca de reparar esta situao, se acidenta,
ser essa situao considerada como acidente de trabalho.
Figura 25 Situao de risco para acidente de trabalho. Fonte:http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2012/09/vaca-fica-presa-em-telhado-de-casa-em-jau-sp.html (2012)
Vamos conhecer a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 por inteiro? Acesse o
link abaixo: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l821
3cons.htm
Competncia 02
34
Tcnico em Restaurante e Bar
Outra situao a de um trabalhador que est se deslocando, mesmo que em
veculo prprio para outra cidade, fora do horrio de trabalho, para executar
servio da empresa, e sofre um acidente, ocorrer tambm o enquadramento
como acidente de trabalho.
Figura 26 Acidente de trajeto Fonte: http://noticias.r7.com/cidades/noticias/chuva-causa-transtornos-no-transito-em-porto-alegre-20100518.html (2012)
2.3 Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT)
Todo acidente de trabalho ou doena profissional dever ser comunicado pela
empresa, devendo esta pagar multa aplicada e cobrada pela Previdncia
Social em casos de omisso.
A CAT um formulrio que a empresa dever preencher informando o
acidente de trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou no
afastamento. A empresa fica obrigada a comunicar o acidente do trabalho
Previdncia Social at o primeiro dia til seguinte ao da ocorrncia e, em caso
de morte, de imediato.
Tipo de CAT:
CAT inicial refere-se primeira comunicao do acidente ou doena do
trabalho.
CAT reabertura quando houver reinicio de tratamento ou afastamento
por agravamento da leso (acidente, ou doena j comunicado
A Norma Brasileira
de Responsabilidade (NBR) 14.280 da
Associao Brasileira de
Normas Tcnicas (ABNT) detalha
alguns conceitos. Vamos aprender?
Acidente de trabalho a
ocorrncia imprevista e indesejvel,
instantnea ou no, relacionada com o
exerccio do trabalho que provoca leso
pessoal ou de que decorre risco
prximo ou remoto dessa leso.
Acidente sem leso pessoal o que
no apresenta leso pessoal como
consequncia do acidente, ou seja, houve o acidente,
mas no houve leso pessoa.
Acidente impessoal aquele cuja caracterizao independe de
acidentado (no h acidentado).
Acidente inicial o acidente
impessoal desencadeador de
um ou mais acidentes.
Continua (...)
Competncia 02
35
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
anteriormente).
CAT comunicao de bito refere-se comunicao do bito, em
decorrncia de acidente do trabalho, ocorrido aps emisso da CAT inicial.
Dever ser anexada a cpia da certido de bito e, quando houver, do laudo
de necropsia.
Obs: Acidentes com morte imediata devero ser comunicados em CAT
inicial.
de obrigao das empresas emitirem a CAT, essa atribuio geralmente do
setor de pessoal da empresa, mas pode tambm ficar sob a responsabilidade
do setor de segurana e medicina do trabalho. Em situaes onde a empresa
no emita o formulrio, ele pode ser gerado pelo sindicato, mdico que
assistiu a vtima, funcionrio ou dependente e autoridade pblica. Nesses
casos, no prevalecem os prazos de emisso.
A Comunicao de Acidente de Trabalho deve ser preenchida em formulrio
padronizado pela Previdncia Social e emitida em seis vias, as quais sero
enviadas para:
1 via: ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
2 via: empresa;
3 via: ao funcionrio ou dependente;
4 via: ao sindicato de classe do trabalhador;
5 via: ao Sistema nico de Sade (SUS);
6 via: Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
O formulrio tem trs campos distintos:
Emitente contm dados da empresa, do trabalhador (segurado) e do
acidente.
Atestado Mdico preenchido pelo mdico, contm dados da leso com
sua caracterizao.
(...) Continuao
Acidente pessoal aquele que
depende de existir acidentado.
Agente do acidente a coisa, matria,
substncia ou energia que
determinou o incio do processo que ir
resultar em leso, ou seja, que
desencadeou o acidente. Ex:
martelo que quebra um vidro, que por sua vez corta uma
pessoa (o martelo o agente).
Competncia 02
36
Tcnico em Restaurante e Bar
INSS informaes prprias do INSS, a quem cabe preencher.
Figura 27 CAT Fonte: http://blogsegurancatotal.blogspot.com.br/2012/06/cat-comunicacao-de-acidente-de-trabalho.html (2012)
Quando falamos em Acidente e Doenas
Ocupacionais, h dois conceitos que no
podem deixar de ser abordados:
Anamnese o histrico da vida do
funcionrio, que geralmente colhido
por meio de um questionrio com perguntas. Est subdividida em
anamnese ocupacional, quando
as perguntas se referem ocupao atual ou anterior do trabalhador, e em anamnese clnica,
quando as perguntas se referem aos hbitos
de vida, histria familiar e aos agravos
pregressos. Nexo Causal
Tambm conhecido como Nexo Tcnico,
a relao entre o agravo (adoecimento
ou acidente) e a situao de trabalho. Ou seja, quando se
consegue fazer a ligao entre a causa e
o efeito, entre os fatores de risco do
ambiente laboral que estariam levando o
trabalhador ao adoecimento ou a se
acidentar. No simples, uma vez que
tal processo especfico para cada
indivduo, envolvendo sua histria de vida e
de trabalho.
Continua(...)
Competncia 02
37
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
2.4 Previdncia Social
um seguro que, em caso de doena, acidente, gravidez, priso, morte e
velhice, garante a renda do contribuinte e a de sua famlia. Para que o
trabalhador tenha essa proteo, necessrio que ele se inscreva e contribua
todos os meses.
Figura 28 Previdncia social Fonte:www.governofederal.com.br/v2/index.php?option=com_content (2012)
So vrios os benefcios ofertados. Juntos, eles vo garantir tranquilidade
quanto ao presente e um rendimento seguro em relao ao futuro. Os
benefcios so:
Aposentadoria por Invalidez
concedido ao funcionrio quando, em caso de acidente ou de doena, ele
for considerado pela percia mdica da Previdncia Social incapacitado para
exercer suas atividades ou outro tipo de servio que lhe garanta o sustento.
Em casos de doena existe uma carncia para o contribuinte receber o
benefcio. Ou seja, para ter direito ao benefcio o trabalhador tem que ter
contribudo para a Previdncia Social por, no mnimo, doze meses. Em
situaes de acidente esse prazo no cobrado, sendo apenas necessrio o
funcionrio estar inscrito na Previdncia Social.
(...) continuao
Para estabelecer o nexo, torna-se fundamental a
descrio detalhada da situao de
trabalho quanto ao ambiente,
organizao e percepo da influncia do trabalho no processo de
adoecer. Muitas vezes, tambm se torna necessrio complementar as informaes com
resultado de exames clnicos
(fsico e mental) e complementares
(exame de sangue, de fezes, de urina, de imagem, etc.).
Competncia 02
38
Tcnico em Restaurante e Bar
Os trabalhadores que j recebem a aposentadoria por invalidez devem se
submeter percia mdica de dois em dois anos para que o benefcio no seja
suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga no momento em que o segurado
recupera a capacidade e volta ao trabalho.
A aposentadoria por invalidez no ser concedida, de direito, para as pessoas
que ao se filiarem j tenham alguma doena ou leso que geraria este
benefcio. A exceo quando a incapacidade resultar no agravamento da
enfermidade.
Aposentadoria Especial
um benefcio concedido aos funcionrios que trabalharam em condies
prejudiciais sade ou integridade fsica. Dever ser comprovado o tempo
de trabalho, a efetiva exposio aos agentes nocivos qumicos, fsicos e
biolgicos ou a associao de agentes prejudiciais pelo perodo exigido para a
concesso do benefcio, esse tempo ser de 15, 20 ou 25 anos, dependendo
da profisso.
No caso de pessoas que exerceram sucessivamente duas ou mais atividades
em condies prejudiciais sade ou integridade fsica e em nenhuma delas
completou o prazo mnimo para ter direito aposentadoria especial, poder
ser somado os perodos das duas atividades para, assim, receber o benefcio.
Figura 29 Benefcios da Previdncia Social. Fonte:www.spbarueri.com.br/previdencia-social-de-barueri-telefone-e-endereco .html (2012)
Para saber mais sobre a
aposentadoria especial acesse o
link abaixo: www.conatig.org.br/doc/Aposentadoria
_Especial.pdf
Competncia 02
39
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Auxlio Acidente
concedido ao trabalhador que aps um acidente fica com sequelas que
diminuem sua capacidade de trabalho. pago ao funcionrio que recebia
auxlio doena.
Esse auxlio tem carter de indenizao e, por isso, pode ser acumulado com
outros benefcios pagos pela Previdncia Social, exceto a aposentadoria.
Quando o trabalhador se aposenta, ele deixa de ter direito ao auxlio
acidente.
Auxlio Doena
Quando o trabalhador fica impedido de trabalhar por mais de 15 dias
consecutivos, seja por motivo de doena ou acidente. A Previdncia Social s
passa a pagar a partir do 16 dia de afastamento do funcionrio, os primeiros
15 dias so pagos pelo empregador.
Para ter direito a esse benefcio, o trabalhador tem que ter contribudo para a
Previdncia Social por, no mnimo, doze meses. Em situaes de acidente de
qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de
doena profissional ou do trabalho, esse prazo no ser exigido.
Ter direito ao benefcio sem a necessidade de cumprir o prazo mnimo de
contribuio e desde que esteja inscrito na Previdncia Social quando do
incio da incapacidade, o trabalhador acometido de tuberculose ativa,
hansenase, alienao mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia
irreversvel e incapacitante, cardiopatia grave, doena de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doena de Paget em estgio
avanado (ostete deformante), sndrome da imunodeficincia adquirida
(AIDS), contaminao por radiao (comprovada em laudo mdico) ou
hepatopatia grave.
Competncia 02
40
Tcnico em Restaurante e Bar
O auxlio no ser de direito para as pessoas que quando se filiarem j tenham
alguma doena ou leso que geraria esse benefcio. A exceo quando a
incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
O trabalhador que est recebendo o auxlio doena dever realizar exame
mdico peridico. Em situaes onde no possvel o retorno atividade
habitual, o empregado dever participar do programa de reabilitao
profissional para o exerccio de outra atividade. O programa ser prescrito e
custeado pela Previdncia Social e o trabalhador que no se submeter a ele
pode ter o benefcio cortado.
Esse auxlio deixa de ser pago no caso do funcionrio recuperar a capacidade
e retornar ao trabalho ou quando se transforma em aposentadoria por
invalidez.
Penso por Morte
um benefcio pago famlia do empregado quando ele morre. No existe
tempo mnimo de contribuio para a concesso desse auxlio, entretanto a
morte tem que ter ocorrido enquanto o trabalhador estava contribuindo.
Poder receber a penso por morte um irmo ou filho maior de idade do
trabalhador, desde que seja invlido. Essa invalidez tem que ser comprovada
mediante exame mdico pericial anterior ou simultneo ao bito.
A penso por morte ser rateada em partes iguais no caso de existir mais de
um pensionista. A parte daquele cujo direito penso cessar ser revertida a
favor dos demais dependentes.
Em algumas situaes, a cota individual do benefcio deixa de ser paga; so
elas: pela morte do pensionista; para o filho ou irmo que se emancipar, ainda
que invlido, ou ao completar 21 anos de idade, salvo se invlido; quando
acabar a invalidez (no caso de pensionista invlido). No ser considerada a
Competncia 02
41
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
emancipao decorrente de colao de grau cientfico em curso de ensino
superior.
2.5 Consequncias dos Acidentes de Trabalho
As doenas e os acidentes decorrentes do trabalho geram diversos fatores
negativos tanto para o trabalhador acidentado, quanto para as empresas e a
sociedade. Os custos e prejuzos humanos, sociais e econmicos so muito
altos e algumas vezes irreparveis.
O ndice de trabalhadores mortos prematuramente ou que ficam
incapacitados alarmante. Os funcionrios que conseguem fugir de tais
infortnios ainda podem ser atingidos pelo sofrimento fsico e mental
(depresso e traumas) e pelo desemprego. Podem ter a necessidade de
cirurgias, prteses, assistncia mdica e psicolgica, fisioterapia e remdios. E
ainda depender de terceiros para acompanhamento e locomoo, sem falar
na diminuio do poder aquisitivo e do preconceito.
Figura 30 Trabalhador acidentado. Fonte: http://jornalesp.com/doc/3781
As empresas tambm so atingidas fortemente pelas consequncias de
acidentes e doenas ocupacionais. Elas ficam responsveis pelo pagamento do
salrio do trabalhador nos primeiros 15 dias aps o acidente, pelo transporte
e assistncia mdica de urgncia, pela investigao das causas do acidente e
correo da situao. Em algumas circunstncias, necessria a paralisao
Competncia 02
42
Tcnico em Restaurante e Bar
de mquinas, equipamentos e setores com consequente interrupo da
produo. Em outros, ocorrem prejuzos como a destruio de mquinas,
veculos e equipamentos ou danificao de produtos, matria prima e outros
insumos. importante resaltar que dificilmente a empresa consegue manter o
mesmo conceito e imagem no mercado.
E em relao sociedade? Como ser que acidentes e doenas gerados no
ambiente laboral podem vir a interferir na vida cotidiana dos cidados? Como
ns estamos sendo afetados?
Segundo os dados estatsticos, a maioria das pessoas que sofre acidente do
trabalho est em uma faixa etria entre 20 e 30 anos. Os jovens
trabalhadores, muitas vezes, so os responsveis pelo sustento das famlias. O
socorro e as medicaes de urgncia, intervenes cirrgicas, leitos nos
hospitais, maior apoio da famlia e da comunidade e de benefcios
previdencirios oneram a sociedade. O pas, de uma forma geral, acaba
prejudicado, visto que, a populao economicamente ativa fica reduzida.
Competncia 02
43
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
3.COMPETNCIA 03 | CONHECER OS EQUIPAMENTOS DE
PROTEO INDIVIDUAL (UNIFORMES, CALADOS, LUVA,
PROTETORES AURICULARES, ETC.)
Nesta penltima competncia, iremos entrar em contato com a definio de
equipamento de proteo individual (EPI). Mais do que isso, vamos saber qual
a utilidade e importncia desses materiais para os trabalhadores.
Inicialmente, faremos uma abordagem geral sobre o tema. Depois, um maior
detalhamento dos EPI especficos para os trabalhadores da rea de bar e
restaurante. Por fim, comentaremos um pouco sobre os equipamentos de
proteo coletiva e sua finalidade.
3.1 Equipamentos de Proteo Individual (EPI)
Hoje, a cincia e a tecnologia colocam disposio no mercado uma vasta
quantidade de medidas e equipamentos de proteo. Todas elas visam
minimizar os riscos e evitar as doenas ocupacionais e os acidentes de
trabalho. Os dispositivos de uso individual, destinados proteo da
integridade fsica e da sade de apenas um trabalhador, so os equipamentos
conhecidos pela sigla EPI.
Os EPI formam, em conjunto, um recurso amplamente empregado para a
segurana do trabalhador no exerccio de suas funes. Quando no for
possvel adotar medidas de segurana, de ordem geral, para garantir a
proteo contra os riscos de acidentes e doenas ocupacionais, deve-se
utilizar os equipamentos de proteo individual.
O controle dos riscos atravs do uso de EPI deve ser implantado somente
depois de esgotadas as anlises para eliminao do risco existente em sua
fonte geradora e quando no for possvel a adoo de outras medidas de
proteo coletiva.
Competncia 03
44
Tcnico em Restaurante e Bar
So exemplos de EPI luvas, botas, mscara, capacete, jaleco e protetor
auricular.
Figura 31 Equipamentos de proteo individual Fonte:www.sempretops.com/cursos/cursos-e-treinamentos-de equipamentos-de-protecao-individual/ (2012)
Como j foi dito anteriormente, o EPI nunca deve ser a primeira opo, na
verdade ele s deve ser usado em ltimo caso. A sua utilizao ocorre
rotineiramente ou excepcionalmente nas seguintes situaes:
Quando o trabalhador se expe diretamente a riscos no controlveis por
outros meios tcnicos de segurana, ou seja, quando no for possvel eliminar
o risco por outras medidas ou equipamento de proteo coletiva (EPC).
Exemplo: uso de culos, protetores, mscaras e outros EPI em operaes com
aparelhos de soldagem.
Quando o trabalhador se expe a riscos apenas parcialmente controlados
por outros recursos tcnicos, um caso seria quando for necessrio que um
funcionrio alm de utilizar a proteo coletiva faa uma complementao
com o uso de uma proteo individual.
Exemplo: uso de mscaras respiratrias apropriadas em cabines de pintura,
mesmo que ela j seja provida de ventilao.
Para impedir o contato do trabalhador com o fator de risco, em perodo
Caro (a) cursista, fique atento s
quatro caractersticas
bsicas que um EPI deve conter: # Proteo;
# Resistncia; # Praticidade;
# Facilidade no manuseio.
Competncia 03
45
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
de instalao, reparos ou substituio de dispositivos em situaes com
exposio de curto perodo.
Exemplo: Uso de luvas de amianto para a manipulao de peas quentes,
enquanto no se dispe de equipamentos para esse manuseio.
Em trabalhos eventuais e/ou emergenciais, ou seja, quando a rotina do
trabalho quebrada por qualquer anormalidade, exigindo o uso de proteo
complementar e temporria pelos trabalhadores envolvidos.
Exemplo: uso de mscaras respiratrias apropriadas para reparos de
vazamentos de contaminantes.
Ser que qualquer trabalhador ser capaz de escolher adequadamente o
melhor equipamento de proteo individual a ser utilizado em determinada
situao? Quem seria o profissional mais indicado?
A padronizao dos EPIs feita de acordo com o estabelecido na legislao,
dentro das necessidades da empresa e com aprovao do Servio
Especializado em Engenharia de Segurana em Medicina do Trabalho (SESMT).
O profissional que ficar responsvel pela seleo do EPI a ser usado deve ter
no mnimo o conhecimento:
Do equipamento;
Das condies em que o trabalho executado;
Do tipo de risco a ser prevenido;
Da parte do corpo a ser atingida;
Das caractersticas e qualidade tcnica do EPI;
Do grau de proteo que o produto deve proporcionar.
O profissional tambm deve possuir o certificado de aprovao (CA) do
Ministrio do Trabalho e Emprego.
Os equipamentos de proteo
individual no evitam os
acidentes, como acontece de forma
eficaz com os equipamentos de proteo coletiva. Apenas diminuem ou evitam leses
que podem decorrer de acidentes.
Competncia 03
46
Tcnico em Restaurante e Bar
A utilizao de Equipamentos de Proteo Individual EPI obrigatria para
todos os trabalhadores, de acordo com as definies feitas pelo SESMT da
Empresa.
Cabe empresa o fornecimento do EPI adequado, entretanto no adianta
apenas providenciar o equipamento ao funcionrio, preciso conscientiz-lo
da importncia do seu uso na preveno de acidentes e doenas e fornecer
informao atravs de capacitaes continuadas sobre a forma correta de
utiliz-los. O empregador deve controlar o uso do EPI adequado ao risco,
conforme a legislao especfica e quando solicitado. Se observar que o
produto no oferece proteo eficiente contra o agente nocivo, o supervisor
ou representante do SESMT deve providenciar a substituio do
equipamento.
Quando a empresa fornece um equipamento de proteo individual a um
funcionrio recomendado que a emisso de uma declarao. Esse
documento vai servir tanto para comprovar que o equipamento foi entregue
ao funcionrio quanto para responsabilizar o mesmo pela guarda e uso
adequado do EPI
Competncia 03
47
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Figura 32 Termo de responsabilidade pela guarda e uso de EPI Fonte: Grupo Po de Acar (2012).
Todo EPI deve conter um manual de utilizao. Esse manual deve ser
Competncia 03
48
Tcnico em Restaurante e Bar
elaborado pelo SESMT, em conjunto com a engenharia e empregados, e tem
por objetivo apresentar os EPIs padronizados e utilizados na empresa. Nesse
documento possvel encontrar informaes quanto s situaes de uso,
conservao, periodicidade de troca, especificaes aplicveis e cdigos para
requisio, alm de ser utilizado como material de consulta e treinamento
para profissionais do SESMT e usurios.
Como seria um manual de utilizao de um EPI? Voc consegue imaginar?
Vamos dar um exemplo prtico de um avental de raspa para soldador para
podemos entender melhor.
Avental de Raspa para Soldador
Objetivo: Proteo do tronco do usurio contra respingos de materiais em
fuso, operao de solda e agentes cortantes ou escoriantes.
Utilizao: Este avental deve ser utilizado em atividades que envolvam
risco de respingo de materiais em fuso, operao de solda e agentes
cortantes ou escoriantes. necessrio certificar-se de que as mos, corpo e o
avental estejam limpos e secos antes da utilizao. O avental que estiver
impregnado com leo, graxas, produtos qumicos e outros materiais no deve
ser utilizado. O avental deve ser amarrado de forma a cobrir toda a superfcie
do corpo a ser protegida.
Cuidados e conservao: O avental de raspa deve ser inspecionado
visualmente antes de sua utilizao; ao final das atividades deve ser guardado
em local adequado, seco e distante de umidade. No deixar o avental mal
acondicionado, impregnado de substncias agressivas ou exposto a
intempries, como a chuva.
Periodicidade de troca: Dever ser substitudo quando apresentar rasgo
ou qualquer tipo de dano que possa prejudicar a proteo do usurio.
Competncia 03
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Especificaes: O avental de raspa comum deve atender Padronizao
xxxxxxx e o avental com manga e pala para soldador deve atender
Padronizao XXXXXXXX.
3.2 Norma Regulamentadora 6
A Norma Regulamentadora 6 (NR-6) fala exclusivamente sobre os
equipamentos de proteo individual. Ela os define como sendo todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado
proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no
trabalho.
Seja o EPI de fabricao tanto nacional quanto importado, ele s poder ser
colocado venda ou em uso com a indicao do Certificado de Aprovao
(CA). Esse documento deve ser expedido pelo rgo nacional competente em
matria de segurana e sade no trabalho do Ministrio do Trabalho e
Emprego.
A presena do CA uma prova de que o EPI foi avaliado e testado por rgos
competentes do governo, e consequentemente, serve para a atividade que
lhe foi determinada, ou seja, ele atesta que o equipamento de proteo
individual realmente vlido para uma determinada atividade.
Segundo NR-6, entende-se como
equipamento conjugado de
proteo individual todo aquele
composto por vrios dispositivos que o fabricante tenha associado
contra um ou mais riscos que possam
ocorrer simultaneamente e
que sejam suscetveis de
ameaar a segurana e a sade
no trabalho.
Competncia 03
50
Tcnico em Restaurante e Bar
Figura 33 Exemplo de Certificado de Aprovao Fonte: www.audicare.com.br/07-10-11_certificado.aspx (2012)
O Certificado de Aprovao concedido aos EPI, para fins de comercializao,
ter validade de cinco (5) anos, podendo ser renovado. SSMT (Servio de
Segurana e Medicina do Trabalho) fica reservado o direito de estabelecer
prazos inferiores aos citados acima, desde que as caractersticas do EPI assim
exijam.
Os EPI devem apresentar em letras bem visveis o nome comercial da empresa
fabricante, o lote de fabricao e o nmero do CA e, no caso de EPI
importado, o nome do importador, o lote de fabricao e o nmero do CA. No
caso de impossibilidade em realizar esta gravao no EPI, o rgo competente
em matria de segurana e sade no trabalho poder autorizar uma forma
Competncia 03
51
Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
alternativa de gravao, a ser proposta pelo fabricante ou importador,
devendo esta constar do CA.
Figura 34 Certificado de Aprovao Fonte: www.mmed.com.br/certificado.html (2012)
de obrigao das empresas fornecerem gratuitamente, aos empregados, o
EPI adequado para determinada funo, atentando as peculiaridades de cada
atividade profissional, e em perfeito estado de conservao e funcionamento.
Fica de responsabilidade do SESMT, aps ter ouvido a opinio da Comisso
Interna de Preveno de Acidentes (CIPA) e dos trabalhadores usurios,
recomendar ao empregador o uso de determinado EPI adequado ao risco
existente em determinada atividade.
Caso a empresa esteja por lei desobrigada a constituir SESMT, cabe ao
empregar escolher o EPI adequado ao risco, mediante orientao de
profissionais tecnicamente habilitados. Ouvir a CIPA ou, na falta desta, o
profissional designado e trabalhadores usurios.
Segundo a Norma Regulamentadora 6, o empregado, o empregador e o
fabricante nacional ou importado do EPI teriam algumas obrigaes quanto ao
equipamento de proteo individual.
Cabe ao Empregador:
Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
No link abaixo, voc encontrar
informaes sobre a CIPA e preveno
de acidentes no ambiente de
trabalho. www.unifenas.br/extensao/cartilha/Ap
ostilaCipa.pdf
Designado Quando um
estabelecimento no obrigado por
lei a estabelecer uma CIPA, a
empresa designar um responsvel
pelo cumprimento dos objetivos da
CIPA. O designado ser o funcionrio
que ter essa responsabilidade e
exercer esse papel.
Competncia 03
52
Tcnico em Restaurante e Bar
Exigir dos trabalhadores o seu uso;
Fornecer aos funcionrios apenas EPI que sejam aprovados pelo rgo
nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho;
Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservao;
Responsabilizar-se pela higienizao e manuteno peridica;
Comunicar ao Ministrio do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade
observada;
Registrar o fornecimento do EPI ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrnico.
Cabe ao Empregado:
Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que ele se destina;
Responsabilizar-se pela guarda e conservao;
Comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio para
uso;
Cumprir as determinaes do empregador sobre o uso adequado.
Cabe ao Fabricante e ou Importadores:
Cadastrar-se junto ao rgo nacional competente em matria de
segurana e sade no trabalho;
Solicitar a emisso do Certificado de Aprovao;
Solicitar a renovao do CA quando vencido o prazo de validade
estipulado pelo rgo competente;
Solicitar novo CA quando houver alterao das especificaes do
equipamento aprovado;
Responsabilizar-se pela manuteno da qualidade do EPI que deu origem
ao CA;
Apenas comercializar e colocar a venda EPI portador de CA;
Comunicar ao rgo competente qualquer alterao dos dados cadastrais
fornecidos;
A norma regulamentadora 4 fala sobre o Servio
Especializado em Engenharia de
Segurana e Medicina do
Trabalho (SESMT) e a norma
regulamentadora 5 sobre Comisso
Interna de Preveno de
Acidentes (CIPA). Nos links abaixo
voc pode acessar essas NRs na
ntegra: SESMT
www010.dataprev.gov.br/sislex/pagina
s/05/mtb/4.htm CIPA
www.guiatrabalhista.com.br/legislacao
/nr/nr5.htm
Competncia 03
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Comercializar o EPI com instrues tcnicas no idioma nacional,
orientando sua utilizao, manuteno, restrio e demais referncias ao seu
uso;
Fazer constar do EPI o nmero do lote de fabricao;
Providenciar a avaliao da conformidade do EPI no mbito do Sistema
Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (SINMETRO),
quando for necessrio;
Fornecer as informaes referentes aos processos de limpeza e
higienizao de sues EPI, indicando, quando for o caso, o nmero de
higienizaes e quando necessrio proceder reviso ou substituio do
equipamento, a fim de garantir que os mesmos mantenham as caractersticas
de proteo original.
O anexo da NR 6 lista todos os tipos de EPI existentes, eles se subdividem em:
Proteo da cabea e do crnio;
Proteo do olho e face;
Proteo auditiva;
Proteo dos membros inferiores;
Proteo dos membros superiores;
Proteo do tronco;
Proteo do corpo inteiro;
Proteo das mos;
Proteo dos ps;
Proteo respiratria;
Proteo contra quedas.
3.3 Equipamentos de Proteo Individual em Servios de Alimentos e
Bebidas
Ol, querido (a) cursista! Agora que j conhecemos a Norma
Regulamentadora 6, que fala sobre os equipamentos de proteo individual, e
conhecemos de uma forma geral quem so os EPI e qual a importncia deles
Para conhecer a NR 6 por completo e o seu anexo, que lista
os equipamentos de proteo
individual, clique no link
abaixo:http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A33EF45990134335D0C415
AD6/NR-06%20(atualizada)%
202011.pdf
Competncia 03
54
Tcnico em Restaurante e Bar
na minimizao dos acvidentes, vamos agora ter um contato maior com os EPI
mais utilizados em servios de alimentos e bebidas.
culos Incolores com Proteo Lateral
Para operao onde seja borrifada soluo e feita higienizao em geral, para
retirada de pes do forno.
Figura 35 culos com proteo lateral Fonte:www.nilton.com.br/canais/produtos/detalhes.asp?codProduto=93 (2012)
Luva de Malha de Ao
Para uso de faca durante corte.
Figura 36 Luva de malha de ao Fonte: www.nei.com.br/produto/2009/01/luvas%20de%20malha%20de% 20aco%20inox%20los%20angeles%20artigos%20de%20protecao%20ltda.html (2012) Luva nitrlica
Competncia 03
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Luva Anitrlica
Para utilizao de produtos de limpeza e manipulao de alimentos.
Figura 37 Luva anitrlica Fonte: http://rinserbor.com.br/luva-nitrilica/ (2012)
Luva para Cmara Fria
Para manipulao de congelados e utilizao no congelador.
Figura 38 Luva para cmara fria Fonte: http://danny.com.br/luvas-de-seguranca/luva-pvc-baixa-temperatura.html (2012)
Luva para Fornos
Para retirar produtos quentes de dentro do forno.
Competncia 03
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Tcnico em Restaurante e Bar
Figura 39 Luva para fornos Fonte: www.grupobt.com.br/index.php?Fuseaction=Produtos (2012)
Avental Impermevel
Uso na rea de preparao e higienizao.
Figura 40 Avental impermevel Fonte: www.wbsembalagens.com.br/aventais.html (2012)
Avental para Alta Temperatura
Retiradas de matrias do forno, manipulao de produtos quentes.
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Figura 41 Avental para altas temperaturas Fonte: www.patavo.com.br/av.050.htm (2012)
Japona Trmica
Utilizado para entrar nas cmaras frias.
Figura 42 Japona trmica Fonte:www.protesil.com.br/loja/products/JAPONA-TIPO-FRIGORIFICA-MARCA-GANIRIS-CA-15155-.html (2012)
Cala Trmica
Utilizadas em casos de tempos prolongados em cmara fria.
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Tcnico em Restaurante e Bar
Figura 43 Cala trmica Fonte: www.dalmoro.com.br/produtos/268 (2012)
Meia Trmica
Atividades em ambientes frios
Figura 44 Meia trmica Fonte:www.lojasksi.com.br/produto/2382781/Meia-Termica-Nylon-Tipo-Botina-Qualiflex (2012)
Botina de PVC
Para higienizao e limpeza da sesso.
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Segurana do Trabalho em Servios de Alimentos e Bebidas
Figura 45 Botina de PVC Fonte: www.cekuniformes.com.br/produtos_epi_cat.php?cat=37 (2012)
Botina Hidrofugada
Para manipulao de alimentos
Figura 46 Botina hidrofugada Fonte:http://calcadosprofissionais.blogspot.com.br/p/linha-branca.html (2012)
3.4 Equipamentos de Proteo Coletiva (EPC)
Os equipamentos que protegem vrios trabalhadores ao mesmo tempo e
melhoram