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II CONINTER Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013 SEGURANÇA PÚBLICA EM MINAS GERAIS: UMA REVISITAÇÃO ÀS PENAS RESTRITIVAS DE LIBERDADE E O PERFIL DOS PRESOS DA PENITENCIÁRIA DE MURIAÉ FERRREIRA, DIOGO DA CRUZ (1); FREIRE, JUSSARA (2) 1. UENF Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Laboratório de Estudo do Espaço Antrópico [email protected] 2. UFF/UENF - Departamento de Ciências Sociais e Laboratório de Estudo do Espaço Antrópico [email protected] RESUMO Este artigo apresenta parte dos resultados da minha monografia, concluída em 2009, na Faculdade de Minas, intitulada “O contexto histórico e institucional do sistema prisional”. A escolha deste tema partiu de inquietações que surgiram ao longo do estágio curricular previsto no curso de Serviço Social. Neste quadro, o trabalho a ser apresentado tem como objetivo analisar as políticas de segurança pública no Estado de Minas Gerais a partir dos modos de tematizar os direitos humanos dos presos no contexto político [assumidamente?] apresentado como neoliberal do governo mineiro. Em primeiro lugar, após apresentar o recorte analítico de meu trabalho, de inflexão foucaultiana, analisarei os sentidos da pena restritiva de liberdade no contexto brasileiro. Em segundo lugar, apresentarei alguns elementos das conjunturas sociopolíticas e econômicas contemporâneas indispensáveis para a compreensão das implicações práticas dos dispositivos de controle em sociedades contemporâneas. Em terceiro lugar, proponho analisar os efeitos destas conjunturas no que tange à condução de uma política social voltada para “a segurança pública”. Palavras-chave: Segurança Pública. Pena Restritiva de Liberdade. Sujeição Criminal.

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II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades

Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013

SEGURANÇA PÚBLICA EM MINAS GERAIS: UMA REVISITAÇÃO ÀS PENAS RESTRITIVAS DE LIBERDADE E O PERFIL DOS PRESOS

DA PENITENCIÁRIA DE MURIAÉ

FERRREIRA, DIOGO DA CRUZ (1); FREIRE, JUSSARA (2)

1. UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Laboratório de Estudo do

Espaço Antrópico [email protected]

2. UFF/UENF - Departamento de Ciências Sociais e Laboratório de Estudo do Espaço Antrópico

[email protected]

RESUMO

Este artigo apresenta parte dos resultados da minha monografia, concluída em 2009, na Faculdade de Minas, intitulada “O contexto histórico e institucional do sistema prisional”. A escolha deste tema partiu de inquietações que surgiram ao longo do estágio curricular previsto no curso de Serviço Social. Neste quadro, o trabalho a ser apresentado tem como objetivo analisar as políticas de segurança pública no Estado de Minas Gerais a partir dos modos de tematizar os direitos humanos dos presos no contexto político [assumidamente?] apresentado como neoliberal do governo mineiro. Em primeiro lugar, após apresentar o recorte analítico de meu trabalho, de inflexão foucaultiana, analisarei os sentidos da pena restritiva de liberdade no contexto brasileiro. Em segundo lugar, apresentarei alguns elementos das conjunturas sociopolíticas e econômicas contemporâneas indispensáveis para a compreensão das implicações práticas dos dispositivos de controle em

sociedades contemporâneas. Em terceiro lugar, proponho analisar os efeitos destas conjunturas no que tange à condução de uma política social voltada para “a segurança pública”.

Palavras-chave: Segurança Pública. Pena Restritiva de Liberdade. Sujeição Criminal.

INTRODUÇÃO

Este paper apresenta parte dos resultados da minha monografia, concluída em 2009,

na Faculdade de Minas, intitulada “O contexto histórico e institucional do sistema prisional”.

A escolha deste tema se deve às inquietações que surgiram ao longo do estágio curricular

previsto no curso de Serviço Social. Vale ainda destacar o fato de que a presente proposta

se beneficiou, para a sua atualização, das recentes interlocuções que venho tecendo com o

corpo docente e discente do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Políticas

Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF como aluno

de mestrado.

Neste quadro, o trabalho a ser apresentado tem como objetivo analisar as políticas

de segurança pública no Estado de Minas Gerais a partir dos modos de tematizar os

“direitos humanos” dos presos no contexto político contemporâneo articulando esta

discussão com uma análise do perfil dos presos da Penitenciária Drº Manoel Martins Lisboa

Júnior da cidade de Muriaé-MG, instituição pública da esfera estadual.

Este paper se organizará em torno de dois eixos analíticos. Em primeiro lugar,

analiso as políticas de segurança pública do Estado de Minas Gerais desde as primeiras

décadas de 1990, período em que novas pautas se inserem na agenda pública. Para

fundamentar minha análise, observo como são acionados os índices de violência e

criminalidade para compreender, a partir de 2000, a incidência de um modelo institucional

no sistema penal ao nível estadual (em particular, seus efeitos na reordenação da Secretaria

de Estado de Defesa Social /SEDS-MG). Em segundo lugar, analisarei o perfil dos atores da

penitenciária selecionada para a compreensão das implicações práticas dos dispositivos de

controle em sociedades contemporâneas.

O material empírico apresentado neste trabalho resulta de uma observação

participante, realizada em 2009 da análise de dados disponibilizados pela diretoria de

segurança desta instituição neste mesmo período. A articulação destes dois tipos de dados

permite observar os significados que estes atores atribuem à pena restritiva de liberdade em

tensão com aqueles que são considerados legítimos em Minas Gerais. Três características

se destacaram no perfil dos presos da Penitenciária :a cor/etnia, a faixa etária e o nível de

escolaridade dos presos. O perfil dos presos analisados permitiu identificar que 64,02% são

negros, 52,82% jovens e aproximadamente 90% tem nível de escolaridade baixa.

Certamente, estes dados expressam parte dos dispositivos de controle que legitimam a

aceitação coletiva da pena restritiva para aqueles que se “encaixam” neste perfil. Estes

dados podem ser mobilizados pela opinião pública para definir quem seria,

“preferencialmente” (cuja preferência é embasada em dados “científicos”), os sujeitos que

deveriam ser considerados alvos dos dispositivos de controle.

Contudo a compreensão destas dimensões oferece alguns elementos para a

compreensão das orientações de políticas de segurança pública, em Minas Gerais, voltadas

para sujeitos que são rotulados de “bandidos” e, em nome disso, vítimas de um sistema

punitivo considerado legítimo. Enquadrados desta forma, estes atores dificilmente podem

ser tratados pela linguagem dos “direitos humanos”, pelo menos na forma como esta

categoria é definida, pela opinião pública, no contexto brasileiro, que não condiz com

modelos universalizantes.

1 O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA DE MINAS GERAIS: DILEMAS E PERSPECTIVAS

Nesta sessão, analiso a constituição e a organização institucional das políticas de

segurança pública em Minas Gerais a partir da década de 1990. Neste debate, observa-se

um diagnóstico coletivo de “desordem pública” em torno do qual se pauta o debate público

em Minas Gerais. Esta avaliação fundamenta, por sua vez, a necessidade de encontrar

novos modos de organizar um modelo institucional, considerando antigo, falho e inoperante,

e de “recuperar a missão institucional do executivo” estadual.

Nesse sentido, vale destacar que os debates sobre segurança pública brasileira

eram fortemente influenciados por incidentes violentos, amplamente midiatizados, e que

deram início a institucionalização do Plano Nacional de Segurança Pública e o Sistema

Único de Segurança Pública. Neste período, o contexto de Minas Gerais era caracterizado

pela superlotação de suas penitenciarias e um drástico aumento da violência.

Paralelamente, o Estado não beneficiava de informações ou de dados consistentes sobre o

quadro de segurança pública nem de qualquer tipo de sistema de comunicação.

Diante deste quadro, em 2003, foi criada a Secretaria de Estado de Defesa Social

(SEDS) cuja meta era de reestruturar a segurança pública do estado e, no que diz respeito a

este trabalho, do sistema prisional. Em 2006, inaugurou-se uma nova unidade penitenciária,

nomeada, Drº Manoel Martins Lisboa Júnior da cidade de Muriaé – MG. Nela, realizei uma

observação participante e um levantamento de dados que fundamentaram a elaboração do

perfil que analiso neste paper.

1.1 O JEITO MINEIRO DE “GARANTIR” E CONSTRUIR SEGURANÇA NO CONTEXTO NEOLIBERAL

A análise das políticas de segurança pública focalizadas no sistema prisional aponta

para a multiplicação de dispositivos que legitimam a restrição de liberdade como modalidade

“corretiva” de sujeitos e comportamentos associados ao perigo. Esta modalidade opera

como “sanção normalizadora” ancorada na legislação vigente e na sua execução. O

processo de problematização da segurança pública, no contexto mineiro (ainda que não seja

uma característica específica deste estado) está estreitamente vinculado com o modo de

tratar do “combate à violência e a criminalidade”. Estes discursos se voltam para os modos

de “garantir a ordem diante da “desordem” (esta última é situada antes do ano de 2000).

Desta forma, as ações estatais que decorrem destas representações se

caracterizavam como “prevalência do gerenciamento de crises” e pela “ausência de uma

racionalidade gerencial sistemática”. (Sapori, 2007, p. 107)

Segundo Batituci (2003) et al, o crescimento da violência e da criminalidade nos

centros urbanos suscitam debates e discussões nos níveis institucionais e societários. De

acordo com estes autores, enquanto o debate seria situado na esfera do senso comum, o

“vazio de ação governamental” seria reforçado. Este processo ainda pode ser analisado a

partir “do desenvolvimento de doutrina e de ação operacional contra o povo e a cidadania e,

de outro lado, a partir do isolamento simbólico e cognitivo representado por esta opção”

(Batituci, 2007, p. 01)

Sapori (2007) demarca que o debate da segurança pública foi incluído na pauta das

discussões da agenda pública em Minas Gerais nos primeiros anos da década de 1990. Até

então, as elites políticas não consideravam a questão da segurança pública como prioridade

governamental. Apenas quando casos de comoção nacional aparecem na opinião pública,

iniciam-se processo de mudanças legislativas que redefinem as intervenções estatais.

Dentre outros aspectos que alteram a pauta da problematização da segurança

pública, podemos observar ainda a superlotação das penitenciárias. A Human Rights Watch

denunciou que o estado de Minas Gerais figurava dentre aqueles que menos possuíam

vagas em presídios. Ainda denunciou a inadequação do tratamento penal do estado e das

superlotação das unidades policias de caráter temporário. Neste quadro, redefina-se a

segurança pública como uma questão social:

A situação de violência que experimentamos nos dias atuais pode ser tomada como um exemplo desta condição de emergência da questão social, com seus novos e antigos atores, mas, fundamentalmente, requerendo estratégias de políticas públicas que possam responder a esta situação crítica e assegurar condições de recriar a coesão social. Neste contexto, a exclusão social – condição que sempre existiu e com a qual a sociedade pôde conviver com natural – aparece como questão social, isto é, um problema que demanda uma resposta por parte do governo e da sociedade. Portanto, a emergência de uma questão social implica seu enquadramento por meio de políticas e instituições específicas, as chamadas políticas sociais. Por suposto, uma mesma questão será respondida de diferentes maneiras em contextos políticos, culturais e institucionais distintos, gerando diversos padrões de proteção social. (FLEURY, 2010, p. 01)

Segundo Batituci (2003, p. 09), “pode-se afirmar que a mudança do padrão da

criminalidade em Minas Gerais é resultado de processos socioeconômicos mais amplos,

destacando-se a acentuação da urbanização e da industrialização que caracterizou o estado

nos últimos vinte anos”. Porém, a situação de Minas Gerais indica claramente o aumento do

“mercado da atividade criminosa” como o tráfico de drogas, o aumento de assaltos e o

mercado de mercadorias roubadas.

Sapori (2007) aponta para o fato de que a atuação do aparelho estatal estava

fragmentada e suas ações não estavam articuladas. Consequentemente, o sistema de

segurança pública seria menos efetivo e polarizado nas polícias civil e militar. A respeito

desta consideração, Lemgruber (2000) observou que sistema prisional, além de superlotado,

favorecia fugas e rebeliões. Presos temporários lotados em unidades prisionais se

encontravam nestas instituições sem porém ter sido incriminados.

Batituci et al (2003) diferencia o quadro de Minas Gerais daqueles dos estados do

Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o autor, o quadro mineiro teria passado por um

processo tardio de inserir pautas na agendas públicas que permitiria sugerir ações que

pudessem minimizar os impactos causados pelas situações no sistema penal.

A deterioração física de seus presídios e penitenciárias de Minas Gerais foi outro

fator que foi mobilizado para “resgatar” o sistema prisional a nível do poder executivo

estadual

Neste sentido, colocava-se como desafio a manutenção e operacionalização de um

banco de dados e do compartilhamento de informação de forma mais rápida e eficiente, a

integração das polícias, a integração do atendimento social, o incentivo à pesquisa cientifica

para elaborar propostas de mudança do sistema de segurança pública.

No plano estatal, a estrutura organizacional e institucional da política de segurança

pública de Minas Gerais e a vinculação da custódia dos sentenciados dividiam-se entre dois

órgãos: a SEJDH – Secretaria de Estado da Justiça e Direitos Humanos, e a SESP –

Secretaria de Estado de Segurança Pública, cada uma com as seguintes atribuições:

1 - A SEJDH incumbe a recuperação daqueles presos que já tiveram sua sentença condenatória transitada em julgado. Em suas Colônias Penais, a SEJDH tem a função de abrigar qualquer criminoso, na medida em que tais estabelecimentos substituem as cadeias locais nos municípios correspondentes. 2 - A SESP deveria acolher em seus estabelecimentos os criminosos que encontram-se presos temporariamente, de acordo com as seguintes modalidades de prisão: em flagrante; por pronúncia; temporária estrito senso; temporária lato senso; e preventiva. (Batitucci, et al; 2003, p. 07)

Neste período a secretaria responsável pelo sistema prisional estava vinculada com

a Secretaria de Justiça e de Direitos Humanos. Antes de 2003, as polícias militar e civil,

instituição de tratamento a adolescente infratores, o corpo de bombeiro, a defensoria

pública, o sistema prisional e o sistema sócio-educativo estava sob responsabilidade das

Secretarias de Segurança Pública e da Secretaria de Justiça e de Direitos Humanos.

(SAPORI, 2007)

Neste quadro, as intervenções estatais visaram atingir um alcance nacional que, no

entanto, reprimiria os delitos cometidos, considerando que o modelo anterior fragmentava a

atuação estatal. Além disso, vale destacar que o Fundo de Segurança teve um impacto

consequente que amparou as políticas de segurança pública de forma diferenciada. No ano

2003, o governo estadual unificou as instituições de segurança pública através da criação da

Secretaria de Estado Defesa Social (SEDS) - decreto lei nº 56 de 29 de janeiro 2003. Este

dispositivo centralizou estas instituições. Para tanto, previa um Colegiado de Integração,

diretamente ligado ao governador do Estado.

O governo mineiro propôs um déficit zero e um ajuste fiscal para conter os gastos

públicos. Decretou ainda um “choque de gestão”. Para tanto, reduziu seus gastos

orçamentários na área de educação, saúde e assistência social. Isso foi uma estratégia que

permitiu aumentar o seu investimento na área de segurança pública de 2003 a 2006. Assim,

esta prioridade orçamentária viabilizou a construção de novos estabelecimentos prisionais

no estado e a organização de novos concursos públicos para o cargo de agentes

penitenciários. O quadro técnico foi consideravelmente ampliado conforme ao que estava

vigente na pauta na agenda estadual. Paralelamente, esta gestão foi marcada por

terceirizações e processos seletivos de caráter temporário (como observei no sitio eletrônico

da Secretaria Estadual de Defesa Social) e conteve salários de profissionais. Vale ainda

esclarecer que as instituições prisionais são regimentadas pela Lei de Execução Penal e o

julgamento dos presos pelo Código Penal, ficando a cargo dos estados sua gerencia e

operacionalização.

A Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, objeto desta pesquisa, é

vinculada com a Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS), e se localiza na cidade de

Muriaé/MG, à margem da BR 356, km 189 na Chácara Leblon.

A Penitenciária foi inaugurada no dia quinze de março de 2006, evento presenciado

pelo Subsecretário de Administração Penitenciária do Estado de Minas Gerais por

autoridades locais. A escolha de seu nome resultou de uma homenagear, um ex-advogado

muriaeense, Drº Manoel Martins Lisboa Júnior. Nesta fase, a definição da lotação do

presídio era de 396 sentenciados.

Realizei uma observação participante na qualidade de estagiário em serviço social, o

que viabilizou uma inserção de pesquisa de certo tipo. Durante este tempo, também redigi

um diário de campo. Minhas inquietações em relação à conjuntura no que tange à

problematização da segurança pública pôde se articular com uma análise “in situ” dos

presos da penitenciária.

2 REVISITAÇÃO DA PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE: O CASO DA PENITENCIÁRIA DE MURIAÉ

Os presos são sujeitos sociais “incriminados” pelo Código Penal, e ao mesmo tempo,

cujo julgamento se fundamenta no tratamento penal humano regido pela Lei de Execução

Penal de 1984 como também pelos direitos humanos. No entanto Misse (2010, p. 22),

destaca que “o crime é definido primeiramente no plano das moralidades que se tornaram

hegemônicas e cuja vitória será inscrita posteriormente nos códigos jurídicos”.

Nesse sentido, uma ação considerada divergente e problemática, depende de um

julgamento definido em um plano de interação social contextual entre os atores envolvidos,

após a acusação social que classifica os sujeitos por tipos de crime. Neste sentido, os

sujeitos passam por uma nova sujeição, a privação da liberdade, e passam a serem

rotulados como atores do “mundo do crime”, ou como “malandros”, “marginais”, “traficantes”

e “bandidos”.

Proponho analisar este processo seguindo duas orientações: em primeiro lugar,

descrevo a instituição total (GOFFMAN,1974) e sua rotina quando aciona os dispositivos de

controle e de correção dos presos. Nesta análise, pode-se observar que os presos

desenvolvem estratégias para reduzir sua pena, observáveis nas suas apresentações de si.

Em segundo lugar, analiso o perfil dos presos da Penitenciária Drº Manoel Martins Lisboa

Júnior, suas construções morais e as incidências dos rótulos associados ao crime no mundo

presidiário.

2.1 A INSTITUIÇÃO PRISIONAL DE MURIAÉ: ESPAÇO LEGÍTIMO DE APLICAÇÃO DOS MECANISMO DE CONTROLE MODERNO

Segundo Foucault, no clássico livro Vigiar e punir (1987) a penitenciária é uma

“instituição completa e austera”. Goffman (1974), por sua vez, a definiu como uma

“instituição total” os indivíduos, enclausurados por um tempo determinado, estão

segregados compartilhando situações semelhantes A Penitenciária Drº Manoel Martins

Lisboa Júnior, instituição nova, foi construída com quatro pavilhões, uma para as mulheres e

três para os homens. Cada cela pode abrigar dois presos, cujo compartilhamento é definido

em função do regime de acusação. Por exemplo, a dos presos da ala dos “Jackies”, presos

por crime de estupro (regime fechado), têm banho de sol em horários diferentes dos demais.

Apenas entram em contato com os agentes penitenciários e os profissionais da saúde, local

onde é realizada a Comissão Técnica de Classificação (CTC) e a Comissão Disciplinar

(CD). Esses atendimentos são monitorados e vigiados pelos agentes, com horário

estabelecido pelo Diretor do Núcleo de Saúde.

As observações que realizei me levaram a analisar as rotinas do presídio a partir da

abordagem dramatúrgica tal como proposta por Goffman (2012). As atuações dos atores

são regidas por normas institucionais e por leis, aquelas dos profissionais por seus códigos

de éticas e pela normatização das legislações penais, e, por fim, aquelas dos presos pelo

rótulo de “criminoso”. Por exemplo, ao se identificar e se situar na instituição, usam o

número relacionado ao tipo de crime, definido pela “incriminação” com base no Código

Penal.

Durante a pesquisa de campo, quando perguntava sua origem, muitos respondiam

que moravam na zona urbana e aproveitava da ocasião para afirmar sua inocência. Outros,

ainda, justificavam o crime cometido a partir do fato de que eram moradores do “guetos” ou

das “favelas”

Os agentes penitenciários é o primeiro contato dos presos na instituição. Os agentes

apresentam diversas tensões e conflitos com os presos, relacionados com “a indisciplina”

dos presos. Os agentes realizam a “vigia” nas salas de aula, no trabalho, nas refeições, e

caso os presos não se enquadrem na rotina institucional, eles passam por um processo de

“controle e correção do comportamento”, dentre essa correção pude observar a privação

dos direitos do preso.

Os presos nessa lógica jurídica repressiva, encenam ações de bom comportamento

para diminuírem suas penas, progredirem no tipo de regime, serem liberados para a escola

e laborar; é a estratégia pelo qual faz contato com o mundo exterior e interior, mesmo que

em sentido reduzido, mas que garantem a eles relações interpessoais e do não sentimento

de solidão (estar só) provocado pela clausura.

Na Penitenciária existem os operadores do direito, setor alvo de reclamações no

setor saúde observado por meio dos relatórios, pareceres e encaminhamentos dos

profissionais, eles são os mediadores com o sistema de justiça criminal, o contato com a

instituição jurídica, conhecida popularmente como Fórum (Tribunal de Justiça de Minas

Gerais – comarca Muriaé).

O setor saúde laboram os profissionais assistentes sociais, médicos, psicólogos,

enfermeiros, odontólogos, técnicos de enfermagem e os gerentes de produção, estes

possuem uma relação direta e um contato em tempo real com os presos, esse setor garante

a eles uma forma de contatos com o seu mundo exterior e interior.

Eles protagonizam uma participação na vida social, pois, ao aprenderem a escrever,

enviam suas cartas aos profissionais, famílias, e até mesmo para seus parceiros que estão

presos, a lógica perversa do sistema é que estas são violadas e lidas pela Diretoria de

Segurança, o conteúdo dos “bilhetes” são solicitações de informações, cartas, poemas e de

atendimento de algum setor.

Os presos tem direito ao trabalho, cujo objetivo é qualifica-lo profissionalmente e

também reduzir a pena, mas para isso necessitam serem avaliados por todo o corpo

técnico, caso haja parecer favorável, são direcionados a alguma instituição ou setor da

penitenciária, uma das empresas que abarcam os presos é o poder público municipal, e

trabalham na limpeza urbana e de estradas vicinais; inclui-se nesse rol de atividades

laborativas a oficina de artesanato, e que podem ser comercializados por meio de familiares,

outro setor que há bastante procura era a horta da penitenciária que é para o próprio

consumo, formas de socialização do mundo do internado para a vida em sociedade.

Goffman (1974), fala de uma divisão que existe na instituição total, se referindo a

equipe dirigente e o grupo dos internados; nessa teatralização, o primeiro possui aspecto de

superioridade, e uma subordinação dos presos aos profissionais, os presos por sua vez são

estereotipado e vistos como amargos, nas palavras de Goffman (1974) não merecedores de

confiança, por fim os presos veem a classe dirigente como arbitrários.

O acesso à educação, é justificada pelo fato de que 90% não possuem o nível

fundamental completo. Este setor está localizado junto a área externa dos pavilhões, e neste

estão as diretorias Geral, de Segurança e a de Ressocialização, setores separados por

grades e muros, e que também são consideradas pelos presos pela burocratização, que

esbarra no cotidiano dos presos e de sua socialização com o mundo exterior, não diria ódio,

mas propagada por que as ordens vem de lá, e para a classe dirigente justifica algumas

burocracia para a garantia da ordem institucional.

Por fim, a repartição onde realizam as refeições diárias como: café da manhã,

almoço, café da tarde e jantar, neste, é realizado uma seleção de presos para comerem em

grupos não conflitantes de seus semelhantes, e fazem uma fila, o horário é determinado

pela instituição.

O controle também é exercido por uma torre, que monitora a instituição, neste local

visualiza todos os presos e a movimentação dos que trabalham na instituição, nela há uma

visão externa da área exterior da instituição num raio de cinco (05) quilômetros, considero

essa torre o “processo de ver tudo” o Panóptico.

“...tantas jaulas, tantos pequenos teatros, em que cada ator está sozinho, perfeitamente individualizado e constantemente visível.” (Focualt,1984, p. 166)

Portanto, é nestes espaços que encontram-se os corpos dóceis para serem

domesticados e adestrados, que não se enquadraram na sociedade e para isso recebem um

castigo para correção, justificado pelo discurso da ressocialização, uma vez que tais

comportamentos geram insegurança na vida cotidiana.

Os corpos dos condenados, mais do que punidos, deveriam ser transformados em corpos dóceis através das técnicas de correção, processos de treinamento, até se traduzirem em novos comportamentos, produtivos e socialmente úteis. A prisão foi projetada como uma empresa de modificações de indivíduos, assim como a escola, as oficinas, os quartéis. (Focualt, 1984, p. 208)

2.2 PERFIL DOS PRESOS DA PENITENCIÁRIA DE MURIAÉ: RÓTULOS E SIGNIFICADOS SOCIAIS DA CATEGORIA “BANDIDO”

Neste subcapítulo, proponho analisar os efeitos das conjunturas e do contexto social

que é conduzida a política social voltada para “a segurança pública”, visto num processo de

sujeição criminal, em que a subordinação do preso à lógica da estrutura prisional o define

como criminoso, aproximando assim o perfil dos presos oriundo de uma sociedade desigual.

A coleta do material empírico - fundamentada na observação participante realizada

em 2009, e na análise de dados disponibilizados pela diretoria da Segurança desta

instituição neste mesmo período, que embasa esta pesquisa, permitiu delinear o perfil dos

presos da Penitenciária Dr. Manoel Martins Lisboa Júnior da cidade de Muriaé/MG e refletir

sobre os significados que estes atores atribuem aos sentidos da pena restritiva de liberdade

em tensão com aqueles que são considerados legítimos em Minas Gerais.

Partindo deste material, três aspectos se destacam na análise que apresentaremos,

a mobilização da incidência da raça/etnia; a faixa etária; e, por fim, o nível de escolaridade

dos presos. Estas três dimensões permitem compreender parte dos dispositivos de controle

que legitimam a aceitação coletiva da pena restritiva.

Neste período a população prisional da penitenciária totalizava quatrocentos e vinte e

três (423) presos. Diante dos instrumentos coletados, permitiu identificar que 64,02% são

negros, 52,82% jovens e aproximadamente 90% tem nível de escolaridade baixa.

Misse (2010) aponta que o contexto afeta a construção social de categorias e grupos

sociais, e é por meio da sujeição criminal que é possível rotular tais presos como

criminosos, mas essa sujeição é determinada por diversos fatores, tais como a constituição

da subjetividade, da identidade social e da subcultura. Ele adverte ainda, que posse haver

sujeição criminal sem incriminação, e incriminação sem sujeição criminal.

Analisaremos a sujeição criminal impulsionada por uma instituição prisional, e nesse

ponto inferimos que os sujeitos já estão incriminados, e é nesse meio que eles passam a ter

uma experiência penitenciária institucional como também com outros “bandidos”. Mas é

necessário apontar que esse sujeito possui uma trajetória criminal, e que já foi pré julgado

pela cor da pele, idade e nível de escolarida, justifica-se este último, pela falácia do discurso

popular, de que quem não estuda não consegue nada, a não ser no mundo do crime.

Misse (2010), infere que a representação do bandido na sujeição criminal são

aquelas pessoas que possuem um tendência e ou que gera expectativa para ser

incriminado, nesse ponto, é necessário apontar que em atendimentos os presos disseram

estar lá por perseguição da polícia, e por sua condição de existência marcados pela pobreza

e desigualdade social extrema, e que tem com estratégia o mundo do crime.

Nesse sentido, vale destacar que esses indivíduos tidos com comportamentos

desviantes ou desnomarlizados são alvos da agencia policial, e também possuem uma

tomada de voz engajados na sociedade pela igualdade, mas esses comportamentos são

caracterizandos pela cor pele, lugar de origem, por ser jovem, e ainda o desacesso a

educação de qualidade, em outras palavras, são estes tipos sociais que estão sujeitos a

seguir uma ação incriminável.

Dessa forma que os rótulos são construídos socialmente, e possui uma ligação com

as desigualdades da sociedade brasileira, é necessário apontar que esses estigmas são

produzidos no âmbito da linguagem e por meio de símbolos sociais, que em determinado

tempo se intitularam dessa forma, como forma de garantir a diferença entre outros da

sociedade. Na incriminação, operadores do direito se sentem num patamar de

superioridade, não somente estes, mas a instituição e seus profissionais, sentem “normais”

diante deles, e assim superior, e que eles são bandidos e criminosos e por isso, estão

presos.

A justificação das práticas criminais por parte dos presos num primeiro momento da

sujeição é encara uma identidade “mau” no seu subjetivo, mas é uma estratégia de se impor

diante da sociedade que o julga, é sobre esse argumento da irrecuperabilidade e da

crueldade, ou melhor, do status negativo atribuído a ele e conformado por ele, que na

prática vem justificando o extermínio de criminosos no país, antes mesmo de terem direito a

uma incriminação, se pode dizer que esta é justa em nosso país.

É sobre estas tensões que o estigma e o rótulo, uma das formas de negar a

realidade vivenciada e que os presos estavam sujeitos, é sobre o seu “eu” subjetivo que ele

mesmo escolheu na visão dos mecanismo de controle (digo a instituição e suas regras), e

são legitimados como podemos observar nos dados.

A incidência dos negros representam 64,04% da população da Penitenciária de

Muriaé, nota-se uma dupla sujeição, o negro livre, alvo de preconceito, sustentada por meio

de Wacquant (2001), dizendo que em uma ação policial eles são os principais suspeitos,

estando no implícito que é o verdadeiro “bandido”, nas palavras de Misse (2010) um sujeito

especial, que é produzido pela interpelação da polícia, da moralidade pública e das leis

penais, e a ele é reservado a punição mais dura.

Para melhor explicitar, Adorno (1999) apud Colnago (2006, p. 98), afirma que a

“parcela da população suspeita de ser perigosa e violenta [...] são os pretos, pobres,

prostitutas, os ignorantes, os alcoólatras e os migrantes nordestinos que não conseguem se

adaptar aos padrões civilizatórios [...]”.

Do outro lado o negro preso, alvo do processo de ressocialização, reinserção social,

do disciplinamento através dos mecanismos de controle, subjugado as regras morais da

sociedade e da instituição total, são marcados pela pobreza, pelo estilo de vida e que aos

olhares do seres superiores geram um sentimento de insegurança na vida cotidiana; em

suas falas notava-se uma associação da reclusão a cor da pele e ao estigma, por vezes

negligenciados dentro da instituição.

Eles não são apenas negros, mas jovens (52,82%) e ainda possuem baixo nível de

escolaridade (90%). No reordenamento institucional da segurança pública em Minas Gerais,

a preocupação com a implantação de programas que visavam a prevenção à violência e a

criminalidade na adolescência (Zaluar, 1999), a meu ver, tal suscitação está intimamente

ligada ao grande número de presos jovens, que ultrapassa metade da população carcerária,

representam 52,82% dos presos com idade compreendida entre 18 a 30 anos.

Durante a observação participante e no acesso aos prontuários de cada preso, o que

chama à atenção segundo Ferreira (2009) é que setenta por cento (70%) dos presos da

referida instituição estavam na pauta classificatória do tráfico e ou associação ao tráfico,

nesse sentido podemos compreender que o mercado de drogas ilícitas opera com jovens

pobres, crescendo principalmente nos territórios da pobreza, e que este jovens estão

subordinados ao chefe da quadrilha, refletindo assim no sistema prisional.

Nesse sentido, a sujeição criminal também se „territorializa‟, ganha contornos espaciais e amplifica-se nos sujeitos locais e mesmo nas crianças e adoslecentes cuja sujeição é esperada. (Misse, 2010, p. 20-21)

Misse (2010), diz que a valorização do proibido e da clandestinidade, é tão comum

na adolescência, e que facilita a associação ao consumo de drogas ilícitas.

No entanto, a construção da categoria malandro estava associada como aversão ao

trabalho, e era caracterizado pelas lutas de capoeira, portarem navalhas e de serem

músicos; características que os definiam como sujeitos perigosos, para Misse a emergência

do bandido está ligado a acumulação da violência bem como a manipulação do estigma que

se desdobra nesse meio, sociedade e individuo buscam representações para justificarem

suas ações e se distinguirem da situação de normalidade.

Contudo, os dados apresentam e sugerem o perfil dos sujeitos incriminados e que

são considerados criminosos em Minas Gerais, geralmente negros, jovens e com baixo nível

de escolaridade, indivíduos tidos como desviantes e que ameaçam a vida cotidiana, tais

características representam também a ação do sistema de justiça criminal, e eles são os

protagonistas dos tribunais e das prisões, vitimados pela ação policial e ausência de um

Estado promotor de justiça social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o debate estabelecido neste artigo, se fará algumas observações, sendo

dividida em duas vertente, uma macro, de um totalidade geral em âmbito estadual, e uma

micro, de uma totalidade de percepções e observações no mundo dos presos como corpos

dóceis.

Primeiramente, o caminho de garantir um sistema de segurança integrado a outros

órgãos, a definição de áreas de atuação e a ampliação dos estabelecimentos prisionais sob

o comando da Secretaria Estadual de Defesa Social obteve êxito no que tange ao rearranjo

institucional, na contramão, deixou de refletir sobre os perfis dos sujeitos sociais

considerados bandidos e alvos das instituições prisionais.

Os presos entendiam que a prisão era um lugar para ser aproveitado e usado, era

também um elemento de contra prova a sua prática de crimes e de um ser dócil, justificando

o seu status negativo; é necessário entender que os mecanismos de correção representava

para eles o reconhecimento de um ser “eu” humano e socialmente construído. O discurso de

(re)socializar como mecanismo de controle legítimo e normatizador que guia uma instituição

prisional, e nele o preso como deturpador da ordem e que nunca esteve a socializado, mas

um questionamento: o que seria a socialização em uma sociedade desigual?

Destaca-se ainda, que a classe dirigente e um olhar sobre o perfil do preso, são dois

atores principais na segurança pública há anos, de um lado os militares que controlavam a

instituição, e de outro, um perfil de presos negros, jovens e com sem acesso a educação,

sendo eles o risco iminente de uma parcela que busca reparação, num espécie de

“socialismo do crime”, aquele que o excesso é perpassado pela apropriação indevida com

violência e morte.

Se o objetivo do Estado é garantir o direito à vida com os mínimos sociais,

contrariamente tem como seu público tipos sociais definidos pela cor da pele, idade, e pelo

dessacesso a educação. Observa-se numa lógica macro, que o aparelho estatal atua como

produtor da desordem social, instaurando uma nova “agencia não pública”, que é colocar os

“sujeitos desajustados livres” numa “educação do crime e dos delitos” ou “mundo do crime”

e tornarem-se “bandidos” por opção, obscurecendo a trama contextual que leva a sua

incriminação, a negação do direito a vida.

Contudo, o crime é a resposta a conjunturas societárias, um estratégia de reafirmar

sua posição e o seu reconhecimento na sociedade desigual, a sociedade por sua vez,

rotulam com certo grau de superioridade, e que os presos, de grau inferior, constituem

elementos de apartação, colocando sobre eles uma pena maior, que é a pena restritiva de

liberdade considerada legítima, até mesmo pelos presos, captado por meio dos diálogos

estabelecidos, tem se aí, nesse momento de reflexão outro mecanismo de controle, diziam

serem merecedores da reclusão, e que seu fim, estariam ligados a uma prisão ou cemitério.

Por fim, duas tipologias captadas no discurso, reclusão e morte, realmente restavam

a eles somente dois caminhos tão precisos e ao mesmo tempo interligados, ou seria essa

justificação para a complacência institucional, um julgamento que ainda está no plano da

abstração de ambos?

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