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Semana Acadêmica de Economia – SAECO 2014Florianópolis, 21/11/2014
OS 20 ANOS DO PLANO REAL:EXPLOSÃO DA DÍVIDA PÚBLICA
Orçamento Geral da União (Executado em 2013) Total = R$ 1,783 trilhão
Fonte: Senado Federal – Sistema SIGA BRASIL – Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida. Nota: Inclui o “refinanciamento” da dívida, pois o governo contabiliza nessa rubrica grande parte dos juros nominais. Não inclui os restos a pagar de 2013, pagos em 2014.
R$ 718 BILHÕES
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Inclui a rolagem, ou “refinanciamento” da Dívida, pois a CPI da Dívida constatou que boa parte dos juros são contabilizados como tal.
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Orçamento Geral da União - Gastos selecionados (R$ milhões)
Juros e amortizações da dívida
Previdência e Assistência Social
Pessoal e Encargos Sociais
Saúde e Saneamento
Educação e Cultura
Plano Real (1994)
- Combate à inflação por meio da criação da URV;
- Altas taxas de juros atraem o capital estrangeiro especulativo para a formação de reservas internacionais, sobrevalorizando o câmbio;
- Assim, há maciça importação de toda espécie de produtos estrangeiros (“âncora cambial”), sendo que o capital estrangeiro financia os déficits em transações correntes;
- A alta taxa de juros implicava diretamente no aumento da dívida pública “interna” (também via endividamento externo “privado”);
- A compra destes dólares pelo Banco Central – para o acúmulo de reservas, sustentação do Plano Real – implicava em aumento da base monetária, que deveria ser esterilizada por meio do lançamento de títulos da dívida interna.
TUDO ISSO REALMENTE FOI NECESSÁRIO ???
A ÂNCORA CAMBIAL RUIU COM AS CRISES FINANCEIRAS
México (1994), Brasil (1999), Argentina (2001)
Ataques especulativos (estrangeiros tiram seu capital do país)
1999: Maxi-desvalorização do Real
JUROS ALTOS SÃO NECESSÁRIOS ???IPCA acumulado no Plano Real (Jul/1994 a ago/2014): 362,93%
PREÇOS ADMINISTRADOS PELO GOVERNO:- Combustíveis Domésticos: 915,25%- Combustíveis de veículos: 426,08%- Transporte Público: 567,11% - Energia Elétrica Residencial: 428,82%- Plano de Saúde: 670,55%- Comunicação (telefone, internet, etc): 826,56%
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-inpc_201408_3.shtm
1999: Regime de Metas de Inflação
Em 1999, as altas taxas de juros internas continuaram sendo praticadas no Brasil, agora também sob a justificativa de se atingir as “metas de inflação”. (tese da “inflação de demanda”)
O Regime de Metas de Inflação constou de Carta de Intenção ao FMI, e foi executado com a edição do Decreto 3.088/1999, cujo Art. 1º assim dispõe:
“Fica estabelecida, como diretriz para fixação do regime de política monetária, a sistemática de "metas para a inflação".
TRADUÇÃO: AUMENTA-SE OS PREÇOS ADMINISTRADOS, E DEPOIS SE AUMENTA A TAXA DE JUROS SOB A JUSTIFICATIVA DE CONTROLE INFLACIONÁRIO
Altas taxas de juros controlam a inflação?
Inflação do Plano Real: causada principalmente pelos preços administrados pelo governo e, mais recentemente, pela alta de alimentos, devido a fatores climáticos.
A taxa de juros não possui nenhum efeito sobre estes itens. Além do mais, aumentos nas taxas de juros elevam os custos das empresas (elevando-se os preços) e inibem o investimento, reduzindo-se a oferta futura de produtos e serviços, gerando-se inflação.
O Sistema de Metas de Inflação não considera, em sua formulação, os custos impostos à sociedade, traduzidos pelos impactos que provocam aumento das despesas financeiras com o endividamento público, constantemente repassados ao Tesouro Nacional. Por esta razão, os seus relevantes impactos fiscais – aumentando excessivamente a despesa com os juros da dívida – sequer são consideradas.
COMO SÃO DEFINIDAS AS TAXAS DE JUROS???Convidados à 36ª Reunião do Banco Central com “analistas
independentes”
Fonte: Ofício 969.1/2009-BCB/Diret, de 25/11/2009 (nomes dos convidados) e pesquisas na internet (cargos).
DÍVIDA: impede a vida digna e o atendimento aos direitos humanos
De onde veio toda essa dívida pública?
Quanto tomamos emprestado e quanto já pagamos?
O que realmente devemos?
Quem contraiu tantos empréstimos?
Onde foram aplicados os recursos?
Quem se beneficiou desse endividamento?
Qual a responsabilidade dos credores e organismos internacionais nesse processo?
Somente a AUDITORIA responderá essas questões
AUDITORIA DA DÍVIDA
Prevista na Constituição Federal de 1988
Plebiscito popular ano 2000: mais de seis milhões de votos
AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDAwww.auditoriacidada.org.br
CPI da Dívida PúblicaPasso importante, mas ainda não significa o cumprimento
da Constituição
EQUADOR: Lição de Ética e Soberania
Comissão de Auditoria Oficial criada por Decreto
Em 2009: Proposta Soberana de reconhecimento de no
máximo 30% da dívida externa representada pelos Bônus
2012 e 2030
95 % dos detentores aceitaram a proposta equatoriana, o
que significou anulação de 70% dessa dívida com os
bancos privados internacionais
Economia de US$ 7,7 bilhões nos próximos 20 anos
Aumento gastos sociais, principalmente Saúde e Educação
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Dívida Externa (US$ bilhões)
Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Setor Externo - Quadro 51 e Séries Temporais - BC
Década de 70:
dívida da
ditadura
Década de 80:
Elevação ilegal das
taxas de juros
Estatização de dívidas
privadas
Pagamento antecipado ao FMI e resgates com ágio
Década de 90:
PlanoBrady
Plano Real
BANCO CENTRAL DO BRASIL
Juros altos atraem moeda
estrangeira, fazendo cair a
cotação do dólar
TÍTULOS DA DÍVIDA INTERNA
(sem limite)
Juros mais elevados do
mundo
Aplicação em Reservas
Internacionais
(US$ 380 bilhões)
Juros quase zero
Pagamento antecipado ao FMI e outros
títulos
Pagamento antecipado ao FMI: Troca de dívida externa por
dívida interna
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Dívida Interna (R$ bilhões)
Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Política Fiscal - Quadro 35.
Graves indícios de ilegalidade identificados pela CPI:
Juros sobre juros
Conflito de interesses
Falta de transparência
QUEM SE BENEFICIA DA DÍVIDA “INTERNA”?Bancos pressionam o governo a lhes dar a Taxa de Juros
exigida
CONCLUSÕES
• Instrumento do endividamento público usurpado pelo setor financeiro
• Gestão e políticas do Estado brasileiro orientadas pela concepção e interesses privados
• Nação submissa aos interesses do “Mercado”
• Desenvolvimento socioeconômico travado
• Metade dos recursos orçamentários da União transferidos para pagamento da dívida pública
• Sistema da Dívida se reproduzindo no âmbito dos Estados e Municípios
• Consequências: Sacrifício Social, Exclusão, Miséria e Violência
FALTA DE ÉTICA
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
CONHECIMENTO DA REALIDADE
MOBILIZAÇÃO SOCIAL CONSCIENTE
AÇOES CONCRETAS• Auditoria da Dívida Pública para
desmascarar o “Sistema da Dívida” e democratizar o conhecimento da realidade financeira NÚCLEOS
• Investigações pelo Ministério Público
• Rever a política monetária e fiscal para garantir distribuição da renda e justiça social
• Atender Direitos Humanos
• TRANSPARÊNCIA e acesso à VERDADE
PUBLICAÇÕES DIDÁTICAS
WWW.INOVEEDITORA.COM.BR
Capítulo I – Financeirização mundial,
crise e endividamento público
Capítulo II – Sistema da Dívida e
mecanismos que geram dívida pública
Capítulo III - Auditoria cidadã da dívida
pública
Capítulo IV - Experiências de auditoria e
investigação da dívida pública
Capítulo V - Métodos para a execução de
uma auditoria cidadã da dívida pública
Capítulo VI - Aspectos legais a
considerar em uma auditoria da dívida
pública
Auditoria Cidadã da Dívida: Experiências e Métodos
www.auditoriacidada.org.br
www.facebook.com/auditoriacidada.pagina