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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 14 DE MARÇO DE 1014 NUM. 1586 ^'¦^ScívsO '|Kwi'.'.,".,'-'-'-'''"""^-J""''>*""'1'! -'' "¦'"¦''•" "-i""' •'' 11 & ¦,...-.r.-—¦c-;-' - i ¦.¦"*¦¦'¦" - ' "--w^ MU/ SEMANÁRIO HUMORÍSTICO 1LI.USTRADO »t ui.ito uiu.*.« - .«o réis 'V.. ^' ^|Mat Redacção, escriptorio e officinas - Rua do Hospício N. 218 - Telephone" N. 3515 A MÃI E' preciso que te decidas ! Qual preferes para marido : o üastão ou o Raul ? A FILHA Não sei, mamai... Eu gosto de ambos '.... A MÃI Nesse caso, escolhe qual dos dois preferes enganar depois de casada... ELIXIR DE NOGUEIRA Do pbarmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis" Vende-se em todas as Pbnrmncisfi e Drogarias.

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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 14 DE MARÇO DE 1014 NUM. 1586

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MU/SEMANÁRIO HUMORÍSTICO 1LI.USTRADO

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^|Mat Redacção, escriptorio e officinas - Rua do Hospício N. 218 - Telephone" N. 3515

A MÃI — E' preciso que te decidas ! Qual preferes para marido : o üastão ou o Raul ?A FILHA — Não sei, mamai... Eu gosto de ambos '....A MÃI — Nesse caso, escolhe qual dos dois preferes enganar depois de casada...

ELIXIR DE NOGUEIRA Do pbarmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis"Vende-se em todas as Pbnrmncisfi e Drogarias.

)-(O RIO NU )-( HE= pg 14 de Março de 1914

rV ÍEZSPtEÜDIHEHirrE

v__ ia c__ j

7*000

ASSIGNATURASAnno . . . 12*000 | Semestre

Exterior: Anno 20Í00ONumero avulso, 200 réis

Nos Estados e no interior, 300 réis

"Toda a correspondência, seja deque espécie fôr, deve ser dirigida aogerente desta folha.

CARTAS EM TRANSITO

(De um amigo a outro so-bre a sua ultima conquista.)

«Roberto.

Ficaste admirado, segundo tua ultimacarta, de que eu, o amigo intimo, o confiden-te do Paulino, lhe tivesse conquistado aamante.

Que diabo 1 Um homem pôde supportara provocação, embora inconsciente, de umamulher como a Rosinha, até um certo ponto;mas lá vem um dia em que a carne fala maisalto do que a razão e faz exigências...

Foi o que se deu commigo.Como sabes, além de gosar da confiança

do Paulino, eu era o único intimo na casa dasua amante. Esta me recebia como si eu fos-se um inoffensivo e não raro me fazia pene-trar no seu quarto para assistir á sua toileitc.

Comprehendes que eu não podia ficar in-sensível ao contemplar-lhe a carnação sadiae estuante, as suas lindas fôrmas de estatua,exhibidas aos meus olhos com uma semceri-monia condemnavel...

Assim, não tardou que eu desejasse comverdadeira anciã aquelia mulher que tão cruel-mente punha á prova a minha lealdade deamigo. Mas... como conseguir esse deside-ratum ? Si lhe declarasse de cara o meuamor, a minha paixão, o meu desejo incon-tido, ella rir-se-ia de mim e contaria ao Pau-lino; si pretendesse dominal-a pela força, erauma brutalidade de que resultaria com certe-za um escândalo.

Durante alguns dias andei a ruminar va-rios planos, até que me decidi por um quesurtiu o effeito desejado.

Estando ausente, em viagem, o Paulino,apresentei-me uma tarde em casa de Rosinha,onde entrei com a familiaridade do costume,indo até á porta do seu quarto, que se acha-va encostada. Reproduzo o dialogo que tra-vamos.

—Dá licença ?—disse eu.—Ah! E' você, Fabricio? Espera um ins-tante... estou em camisa.

—Então não posso entrar ?—Está visto que não posso recebel-oassim...

—Já sei... Não quer que eu veja o seulindo signal...

Ella entreabriu a porta, poz a cabeça defora e, entre admirada e zangada, respondeu:-O signal... Que signal ?...—Esse que você tem acima do joelho...Quem lhe disse isso?

Ora 1... Entre amigos não lia segre-dos... O Paulino disse-me...

—E' mentira 1—exclamou Rosinha indi-gnada.

E, fazendo-me entrar para o quarto, er-gueu a camisa dois dedos acima dos joelhos:Veja, veja si aqui existe algum signal!

—Talvez seja mais para cima...—Juro-lhe que não tenho signal algum !

Aquelle Paulino é um mentiroso ! Examine,

examine o meu corpo todo e veja si o desço-bre...

O resto tu podes imaginar, meu caro Ro-berto... Rosinha insistia em provar-me quenão tinha signal algum e eu... eu insistiaem procural-o por toda a parte...Absorvida com a preoccupação de des-mentir o amante, cila só se apercebeu da si-tuaçãoa que tínhamos chegado quando já eramuito tarde para fugir ao laço que eu lhe ar-mára...

Uma hora mais tarde, Rosinha, risonhae alegre, me dizia :

—Mas que idéa do Paulino! Inventar queeu tinha um signal!- —"O Paulino não me disse coisa algu-ma... Fui eu que inventei isso para... parate ver zangada...

—Tanto peor; con ti nuarás a procural-o...E eu continuo, meu velho; continuo atécansar...

Sempre teu — Fabricio.Confere.

INDISCRETO.

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.... .... .... , , rÃ|i|^-í

ELLA— Acha-me abatida, magra? Poisolhe : estive a ponto de ficar tuberculosa,mas entrei em uso do Peitoral de AngicoPelotense e já me acho quasi boa.

Entre citas.Já se viu que coisa mais estúpida essa

moda das mulheres não usarem meias?Que tem isso ? Até é econômico...Sim... Mas... onde é que havemos

de metter os chumaços de algodão para tor-nar a perna bem feita?...

Licor TibainaO melhor petrifica--- dor do HKTigtze ™

GRANADO & C. - Rua Io de Março, U

Molítfe ai CcoiiuOTirao)

Para o MOTTE n. 5 da 2« serie

Rumpcu-se-lhe a saia atrás,Vi-lhe a boca do cachorro

recebemos as seguintes glosas :Numa casca de auanazEscorregou certa dama,E no chão fazendo camaRompcu-se-lhe a saia atrás;Ia passando um rapazQue tentou dar-lhe soecorro,Mas um moleque dé gorro,Que também passava então,Gritou com voz de trovão:— Vi-lhe a boca do cachorro!

ELMANO 11.

Ia a senhora LilázCerto caminho a seguirQuando cahiti e ao cahirRompcti-sc-llie a saia atrás.Eu como sou bom rapaz,Correndo conforme corro,Fui prestar-lhe o meu soecorro.Levantei-a... mas então,Como enorme tentação,Vi-lhe a boca do cachorro !.. ¦

LEAL SEUG1RDOR.

No Pico do Ferrabráz,Fui eu, c'o a Chica Pitombo.Ella escorrega e, no tombo,Rompett-se-lhc a saia atrás:Ella pr'a mim:—Oh ! rapaz,Açode sinão eu morro 1Eu para ella logo corro,Levanto-a do sujo chão;Por entre o grande rasgão...Vi-lhe a boca do cachorro.

D. QUIXÓTE.

Quando a filha do ThomazHontem de casa sahiu,Escorregou e cahiu,Rompeii-se-lhe a saia atrás.Eu vi da janella e zás...Para a rua logo corro,Para prestar-lhe soecorro,E ao levantal-a do chão,Sem querer, por distracção,Vi-lhe a boca do cachorro!

ELMANO III.

O' milagroso S. Braz,Protegei o meu Bemzinho,Traz á vista o cachorriuho,Ronipeii-se-tlic a saia atrás;Queria fugir-me, e zás!Caiu deitada no morro;Apressado, logo corro,E trato de a levantar;Mas 'stando de c... ostas p'r'ó arVi-lhe a boca do cachorro.

LASALLE.

2a SerieMOTTE N. 7

Pedi... Negou... Mas depois..Deu-me tudo o que eu queria.

Glosas até 21 do corrente.

Leiam A VIUVA ALEGRE — contorápidoN. 5. Preço $300 pelo Correio $500

14 de Março de 1914 )-( O RIO NU )-(

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3^ íS5j ***)

Semana theatral :Imperou Mme. Zczina, que, querendo pa-

rodiar os feitos do histórico Marqttez dc Pom-bal, prophetizou o tritimpho d'Oi- caflcns, nãoobstante O Delegado da zona ter querido fa-zer bonito, mandando-os para O Sorteio Mi-litar.

ssr o Simões Coelho anda encabulado.Pudera não! Está descoberta a sua hy-

pocrisia...•tar Vão fazer beneficio no dia 29 o Bar-

bosa e o Izidro Nunes.Si render... já se sabe! O Barbosa vai

dar um passeio á Europa e o Izidro vai verse reconquista a Dolores.

aif «Alii, faceira .'»Foi esse o grito de guerra cem que o

nosso «rei do riso... por sessões» saudou adita ao vel-a entrar ha dias no S. José.

Ora, vejam o seu Alfredo! Depois... osoutros é que são os cavadores.

<W Contaram-nos que a Maria Lino é obenjamin do theatro S. José, mesmo porquesi o não fosse ali sel-o-ia no «Estreito de...Magalhães.»

Haja vista o caso da boneca na noiteda recita em homenagem aos Fenianos.

_ ís1 Uma noite a D. Tina Valle...O caso passou-se no quarto delia. Al-

guem, que passava, ouviu a Tininha excla-mar muito assustada :

«O que é isto ? ! Mas o que é isto ? !»Curioso, esse alguém espiou pelo buraco dafechadura e, como havia luz no chateau, viu...ai, o que elle viu !

Parece que a D. Tina, acompanhada deum zinho, estava tendo a impressão de que eraum cachorrinho que comia lingüiça.

zs- (jarantiti-nos o Chaby que a Pepa des-prezou o João Carvalho porque sabia que ellehavia de entrar na peça de estréa da compa-nhia do Carlos Gomes.

es- Apezar de andar montado, o Arthur deOliveira tem feito um bonito mettido na pelledo Hoffmann.

Recommendamos-lhe a parteira-aetnz Ma-ria Luiza.

tts- o Leopoldo Fróes deu uma bofetadanum sujeito por estar elle defendendo oBrazil.

Não sabíamos que o seu Fróes não e pa-triota.

tsr Vai passar melhores dias a cachorri-nha Mascotte.

— O Leonardo já-está trabalhando...*& Porque será que a Maria Fonseca

quando representa olha tanto para o tecto?Terá ella o habito de contar estrellas?ÍW O Mattos do Recreio fez-se jornalista

somente para dizer mal da Coralia.Ora, vejam vocês! Ainda si se tratasse

de coisa que valesse a pena...JOÀO RATÃO.

Au Bifou de Ia Mode Grande deposito_________ de calçados, poratacado e a varejo. Calçado nacional e eslran-geiro para homens, senhoras e crianças. Pre-ços baratissimos, rua da Carioca n. 80 — Te-lephone 3.660.

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<*¦ _\\. í 4. JL St.. i 3 o" _H1 J ^ €_T _m m

O processo adoptado pela conhecida' casaAlfaiataria Guanabara, intallada noconhecidissimo e celebre 34 da rua da Carioca,é o mais serio possível.

Tanto para as roupas sob medida como paraas roupas feitas, o preço é lixo, marcado nasfazendas, e assim nenhum freguez será enga-nado. A prova de que esse estabelecimento é opreferido na capital da Republica por todosaquelles que gostam de reunir o útil ao agrada-vel, é que o pessoal numeroso que ali trabalhanão tem mãos a medir com as cncommendasdiárias.

8ns*^ggjp??«®«?MARCA REGISTRADA

Enviam-se instrucções e acceitam-se pedidosdo interior, dando-se agencia.

A actriz

companhia portugueza de ope-retas que naquella noite es-tréara no theatro Apollo, le-vando á scena a peça .4 Viu-

va Alegre, trazia entre coristas e actrizes umconjunto regular de caras risonhas, galantese muitíssimo apreciáveis. De entre todas, pq-rém, a que mais se destacava era a da que fi-gurava como «estrella» da companhia.

Chamava-se Remilda a possuidora des-sas grandes honras de «primeira dama» e detão seduetor palminho de cara, rechonchudi-nho e comprido, attraente logo á primeiravista.

Vivia essa actriz, o que ainda lhe davamaior importância, com o empresário da com-panhia, o Sr. Famél, um sujeito de cara ante-pathica, que contava pelo menos os seus 50annos de idade.

A representação correu maravilhosamen-te. A peça, pela primeira vez ouvida em por-tuguez, agradou em cheio. Remilda foi umaa4r!W7 Olavari muito regular; ganhou palmas,recebeu cumprimentos e conquistou, comoera de esperar, uma centena de admiradores.

Terminado o espectaculo. ella e o empre-sario recolheram-se ao hotel onde estavamhospedados.

—Então ?—perguntou-lhe elle,—que im-pressão te causou o publico do Rio de Ja-neiro?

—Excellente. E' um publico amável, nãoregateia applausos e, sobretudo, os rapazessão elegantes e muito seduetores.

—Ora, prompto ! Ahi começas tu !E o empresário fez uma cara muito feia

e ficou com os olhos quietos, a modos dequem queria dar a perceber que estava con-trariado, intimamente contrariado. Remildachegou-se para elle:

—Olha, Famél—disse-lhe muito séria—escusas de tomar essas maneiras, porquebem sabes que não me mettes medo. Eu gós-to de ti, mas não te posso ser fiel, porque atua idade e o teu enfraquecimento não te per-mittem apagar-me o fogo voluptuoso que mecircula no sangue.

—Mas. filha...-Bnsla ! Basta !—interrompeu ella viva-

mente. Eftati faria de te ouvir recriminações.Si tu pudesses, vá... mas uma vez que nàopodes...

E sorriu, quieta, olhando-o de revés, cy-ni:a e formosa, naquella ppse estonteadora.

Famél conservou-se immovel e silen-cioso durante alguns segundos. Remilda tinharazão. Como poderia elle exigir fidelidade auma mulher a quem só de longe em longe po-dia dar uma prova do amor que lhe consa-grava ?

Principiou a tirar a roupa muito vagaro-samente, conservando o semblante aborreci-do e não se atrevendo a levantar os olhospara a sua companheira. Esta despiu-se rapi-

damente e metteu-se na cama sem dizer pa-lavra.

Tirada a roupa, Famél enfiou um pyjame,accendeu, uni cigarro e foi sentar-se numacadeira do lado do toucador.

Mas o tempo avançava, e Remilda nãoera mulher que pudesse passar uma noitesem se entregar, arrebatadoramente, aos pra-zeres que a sua insaciável voluptuosidade re-clamava.

Descobriu-se muito devagarinho, sentou-se na beirada da cama ainda com maior cau-tela e falou depois com voz meiga:

—Famél, estás zangado ?Sem fazer o mais pequeno movimento, o

empresário respondeu:— Não. Eu não tenho o direito de me zan-

gar... bem sabes.Havia, porém, um nâo sei que de frieza

naquellas palavras, proferidas com indifferen-ça e com a maior vagarosidade. A actriz no-tou essa frieza e não poude deixar de sorrir,murmurando :

—Que tolo!Depois, num movimento rápido, deitou-

se para traz e exclamou :—Quando quizeres... estou atua espera...Famél voltou-se, como para certificar-se

de que não estava sendo illudido... e um sor-riso ligeiro, sereno, de satisfação repentina,floreoti nos seus lábios grossos, mal traçados,de uma cor exquisita, impossível de definir.

Levantou-se, foi até ella, ajoelhou-se notapete, ao pé do leito, e...

Quinze minutos depois Famél, o empre-sario, diante do toucador, lavava os bigodescom agua perfumada...

ZÉANTONE.

Agua •BapoiiczaNão ha outra que torne a pelle mais

macia. Dá ao cabello a côr que se deseja.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpea caspa. — Ruas: Andradas, 43 a 47 aHospicio, 164 e 166.

ri3ra¥0¥^=»o

Tu, que gostas de tocarMusica a todo. momento,Podes bem te deleitarAqui com este instrumento...

K.

Já leram O MENINO DO GOUVEIA o n. 6dos Contos Rápidos I ! E' um suecesso semigual a sua leitura.

)-(O RIO NU )-( fi1':' i* m l-l de Março de 1914

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MimÉmmzÊmi''li

CD

Vocês não conhecem o Sebastião? Poiseu também não o conheço, mas posso garan-tir que elle é uni alho, uni alliào de cabeçaroxa.

O cabra é mesmo destorcido na hora edesacismado a valer.

O Sebastião andava zarro para arranjarunia costella. Não queria, porém, por alli umacara-metade falsificada, obtida por um dessesannuncios que começam assim: «Um cava-Iheiro de posição, etc.-.

Nada! Nada disso convinha ao pândegoSebastião. O que elle queria era uma mulher-zinlia com a falação do pretor e a berizedurado vigário.

Isto feito, qualquer outro cavava um pe-quenão de estalo, deitava o verbo e, zás-trás,estava dado o doce nó.

O Sebastião, porém, como eu já disse, éum alho, um alhão, e não mette assim semmais nem menos a mão em combuca.

Elle sempre gostou de viver ás claras:pão, pão; queijo, queijo. Nunca foi de com-prar nabos em saccos; por isso, quando pen-sou em casar, lembrou-se de vários maridoscelebres. Por exemplo: Zebedeu, que não erapai dos filhos de madame Zebedeu; Menelau,que pintou o sete para rehaver a cara-metadejá muito... plwtographada cm Tróia; e atémesmo o Cornelio, fundador da grande con-traria que, apezar de canonisado, ainda nãoconseguiu entrar no céo por causa do tama-nho dos ornaios.

Ora, em vista do exposto, o nosso cama-radão ficou com um medo burro de receber odiploma de irmão remido loguinho na primei-ra noite do casório. E quasi, quasi mesmo,por um nadinha, elle não desiste da idéa.

Afinal, depois de muito matutar, resolveuo problema e atirou-se ao namoro como gatoa bofes.

Lá pelas bandas do Andaraliy, numa poe-tica noite de luar, elle viu um pequenão detruz, capaz de pôr tremeliques nas pernas dosanto mais santo do outro e deste inundo.

Sebastião, nêgaro escovado, entrou logoem cima do pirão com o seu jogo todo de ma-landrão velho de guerra, e em pouco temporecebia entre languidos suspiros da amorosanoiva um adiantamentozinho sobre o dote.,' '¦

Pouca coisa, já se vê, uns modestos vin-tensinhos. ¦•¦-..

O Sebastião, porém; parece que não gns-tou lá para que digamos da frueta e quiz daru fora, passando as pallietas ao troço. A fu-lura sogra (sempre o raio da sogra !) estrilloiie o delegado da zona estragou o negocio.

Grudado, o Sebastião promelleu tapar «,buraco feito nas economias da pequena, ca-sando.

A autoridade comeu a moca do câmara-tlão e ficou á espera que o alfaiate lhe fizessea fatiota paia o' grande dia.

Emquanto isso, o coração do Sebastião,que é feito dc algodão-polvora, incendiou-sepor um morenão cotuba, um desses morcnCesde parafuso e... foi aquella garapa: quandoos dois, elle e ella, acordaram tio suspirososonho, lá estava um rombo, um rombão nas... economias do morenão.

E a futura sogra imineio dois bufou coma espiga e cascou queixa contra o nosso ca-maradão.

Catrapuz! Outro delegado encimou o Se-bastião.

Delegado—Seu Aquelle, você vai casarcom a pequena.

Sebastião—Com muito gosto, seu dele-gado. Até, si V. S. quer, cu caso com as duas.

D.—Hein ? '. Duas ? ! Então você avançouno... no... pecúlio de duas ? !

S.—Não foi por mal, seu delegado. Eusou um homem franco, quero tudo ás claras,não compro nabos cm sacco nem melão semprovar. Por conseguinte, agora, posso esco-lher: caso com a ultima c si V. S. quizer le-vo a outra como... encostada.

E digam lá vocês si o Sebastião não éum alho, um alhão !

L. REPÓRTER.

Licor TibainaO melhor purifica--" dor cío stinijize ~-

GRANADO & C. - Rua 1" de Março, 14

Que duvida.'...

No que dizès acredito,Pois no combate amorciro, .E' verdade, está escripto,Que a mulher vence .primeiro'

H. PITINHO.

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II.Tvm V 9 ««»«>:.¦¦-—"•—¦-jj /.f9_FIMfefeí /•¦rv*---<r-t'»«ii.T <--_.:¦_-'- .gsll /l jg,

PEITORAL DE ANGICO PELOTENSE

Não ha em todo o mundo medica-mento mais efficaz contra tosses, resinados,influenza, coqueluches, bronehites, etc, doque o Peitoral de Angico Pelotense, verda-deiro especifico contra a tuberculose nosprimeiros grãos. E' o melhor peitoral domundo. O Peitoral de Angico Pelotensenão exige resguardo. Vende-se em todas aspharmacias e drogarias.

Depósitos: Pelotas, Ed. C. Sequeira;Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel &C; Santos, Drog. Colombo.

COMO ESTAVA COMO ESTOU

Bibliotheca d'0 RIO NU

A CABEÇA DO CARVALHO — Pyrami-dal trabalho tio bestunto do incomparavel Va-gabando, 2*000; pelo Correio, 2Í500.

SCENAS DE ALCOVA — Interessantis-simos episódios da vida de um pobre copei-ro que acaba como patrão da patroa, IJ500;pelo Correio, 2JJO0.

AMORES DE UM FRADE-(2- edição,n. I da «Collecçào Amorosa») — Escândalo-sas peripécias de amor prohibido, acompa-nhado dc interessantes gravuras. Verdadei-ras scenas dignas da antiga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO —(n. 2 da «Col-lecção Amorosa») — Episódios picantes entreum casal receni-unido pelos laços do matri-nionio, contados por Mathusalém, 500 réis;pelo Correio, 800 réis.

MADAME MINET —(n. 3 da «CollecçàoAmorosa») — Historia de uma linda viuvi.ihapatusca, que para comer exige appcritivos es-peciacs... Custa 500 rs.; pelo Correio, 800 réis.

CASTA SUZANNA — (n. 4 da «Collec-ção Amorosa») — Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zella e Lúcio d'Amour, que afinal consegueentrar em Barcelona depois de varias invés-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

ÁLBUNS DE VISTAS — Collecçàode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-cllé de 1" qualidade e acompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Estão publicados os ns. 1, 2, 3, 4 e5. Preço de cada um, 1J000; pelo Correio1Í500.

O TIO EMPATA — N. 1 dos Contos ra^pidos — Engraçadissimo conto, escripto emlinguagem livre, em que o autor se vê bar-rado pelo tio na occasião em que ia gosar ascaricias dos cachorrinhos de duas primasdonzellas— Preço 300 rs.; pelo Correio 500 rs.

A MULHER DE FOGO — N. 2 dos Con-tos rápidos—Mesma linguagem. Historia deuma mulher fogosa que casou com um inglez.Preço, 300 rs.; pelo Correio 500 rs.

D. ENGRACIA, n. 3 dos Contos Rápidos— Narração das aventuras de um rapaz emcasa da madrinha. Preço, 300 réis; pelo Cor-reio, 500 réis.

FAZ TUDO — N. 4 dos Contos Rápidos —Impressões de um tabaréo sobre uma mulherda rua do Senado. Preço, 300 réis ; pelo Cor-reio, 500 réis.

A VIUVA ALEGRE - N. 5 - dos Contosrápidos — Historia de uma viuvinha que co-meça a alegrar-se durante o velório do ma-rido.

O MENINO DO GOUVEIA — N. 6 dosContos Rápidos. Narração minuciosa da vidade um pequeno que cahiu nas unhas do Gou-veia. Preço, 300 réis; Pelo Correio 500 réis.

Todos os livros acima citados sâoillustrados com gravuras tiradas donatural.

O DONZEL — Aventuras de um moçoacanhado e que as circumstancias fizeram omaior conquistador do Rio. Preço 1Í000;pelo Correio, 1$500.

UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissimaparodia á «Ceia dos Cardeaes», em versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contamsuas aventuras amorosas, numa linguagemde alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

ÍZD

Os pedidos dirigidos ao nosso escripto-rio devem vir acompanhados da respe-ctiva importância, em vales postaes, ordenscommerciaes, dinheiro ou sellos do Correio,e endereçados a

A. VELLOSO, Rua do Hospicio n. 218.

14 de Março de 1914 « rawâ )-( O RIO NU )-( |«srrs;_

H OOEÉt Si

(Fragmento).São 11 horas da noite.A scena passa-se nas., .,, grades dum pateo

que fronteia uma casa do centro da cidade.—Eu te amo ! exclamava uma linda mo-

ça de vinte annos presumíveis, para um ra-paz alto e forte, de louro bigode retorcido.

Elle nada lhe dizia; olhava-a como queextasiado, com um olhar morno que cila nãosustentava muito tempo; as mãos dadas aca-riciavam-se mutuamente descansadas no re-gaço delia.

—Lembras-te ? murmurou ella suave-mente...

—Si me lembro !! !Elle fez qualquer coisa que ella não que-

ria porque se ouviu a sua voz dizer:—Não; aqui não; dá muito na vista...—Ora 1 Ninguém passa a esta hora; de-

pois, logo que eu sinta passos, disfarçaremos.—Mas...—Não sejas má; julgarei que me não

amas mais...—Eu não te amar! ? Si soubesses os ex-

tra.vaga.rtes sonhos que tenho tido comtigo...Eu espreitava esta scena do meu por-

tâl fronteiro, que não distava mais de dezpassos; ouvia c via tudo perfeitamente. Nãose espantará, pois, o leitor, si lhe disser queas mãos do louro moço desappareceram gra-dualmente entre as diapl.anas e alvinitentessaias da linda comparsa; nem tão pouco se es-pautará com o movimento que o moço deu áperna; pousando o pé no rebordo do murobaixo onde se prendia a grade, e formandocom a capa de borracha uma espécie de biom-bo que me interceptava" a vista do que, ape-zar de tudo, adivinhava nos ondeamentos acomeço compassados, depois céleres, da capa.

Osilencio próprio das grandes oceasiões,esse silencio que aterrorisou Nero quando

, contemplava as ruinas fumegantes ainda, rei-nou durante dez minutos; alfim, dois suspi-ros fundos, simultâneos, vieram quebrar a

amenidade da noite, eos ondeamentos da ca- C TíS 1125II PI 33 P5 rnnn ICSTMILOSpa cessaram. _

Dez minutos após, cstruglu um longo liei-jo e n voz fina e melodiosa da joven através-sou o espaço como o arruinar duma pomba.—Adeus, Abel!...

—Até amanhã, querida...PORTOS.

Tônico .Banoncir-.

Para perfumar o cabello e destruir as

parasitas, evitando com seu uso diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Kuas: Andra-das, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

p u <ow <e> c h ç n &

Já vi que não perdes vasaEm mostrar-me o corpo todo...Mas um dia cai a casa:Pego-te a pulso e te... como!

T. ZINHO.

CAMISARIA AMAZONAA casa que maisbarato vende

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roslo, guardanapos, saias, eic.— Preços baratissimos —

RUA DA CARIOCA - 77

Mane Boceta.—Estás chumbado, mano!E bem chumbado. Também quem te mandoumetter em conquistas carnavalescas ?

E agora como vai ser quando a mulher-zinha reclamar o pão nosso de cada dia e en^contrar a bròa estragada ? Que encrenca, ma-no !

MAMAI AFFLICTA.—Sua filha andou, brin-cou e pulou tanto no Carnaval com o noivoque agora, isto é, quarta-feira de cinzas, nãopodia sentar-se e andava de pernas uma cã eoutra láí

Quer a senhora que lhe digamos si é mo-lestia e qual o remédio? Ahi vai.

A moléstia é a mesma que a senhorasentiu após o seu casamento; o remédio: tra-tar do casório da pequena já e já, antes que opândego metta.. . o pé no mundos

Rosa Branca.—Si não vai com a cara docara assente-lhe a mão com toda a força nalata quando estiverem no meio de algum fdinimportante. Por esse p.ocesso, alem de sever livre do intolerável empata que está es-cabreando o outro, ainda faz sua fitinha dehonestidade, que é chie e redobra a confiançado coitadinho do Menelau seu pacifico esposo.

K. H. I.—Está enganado. Não nos cai.-sou admiração nenhuma a descripção que fezdo tal ovo, que você chupou. Nós vimos logoque você é capaz de chupar coisas muitomaiores.

O que certamente admiraríamos era a pa-ta que o poz.

Catholico-Deixe de ser besta.. Quem éque tendo casado oito dias antes dos folgue-dos de Momo, com um pirâozinho gostosona hora, vai, por causa da sogra, jejuar os 40dias da quaresma?!

Coma, homem de Deus; coma, sempre,até mesmo quando houver sarrabulho caiade queixo e mande a sogra se... lixar.

JOÃO DURO.

Brevemente — A PULGA — Grande su-cesso da nossa esplendida collecção.

Novella illustrada (45)

lí psredes têm opÉí^SPOR X/

^ Jor.ju <Vk Mailcrley ^^_^)

XIII

—Preciso tomar uma vingança mais

positiva. . . Cyrillo '¦ ¦ ¦ ¦Assim falando, estirou-se no canapé,

deixando cahir o jornal ao chão.O official comprehendeu que Leoni-

dia o escolhera para a desejada vingança.Enthusiasmado, ajoelhou-se diante de suaantiga amante, que elle julgava reconquis-tada, e poz-se a cobrir-lhe de beijos asmãos, os braços, o pescoço, os olhos, mur-murando:

—Ah! minha querida!. . . Não ima-

guias a ineffiivel recordação que sempre

guardei dos nossos fugazes momentos defelicidade !. . . Quando o destino ingratonos separou, experimentei desde logo anostalgia das tuas caricias. . . Emfim, meucoração hoje bate de novo junto ao teu...Vamos unil-os mais. . . num amplexo em

que os nossos musculos estalem de deses-

pero por esse tempo perdido. . .

Com os olhos brilhantes de volúpia,antegozando o reatamento das relações hatanto interrompidas, louco de paixão pelocorpo divinal que ali o estava a incitar aogozo, Cyrillo sentara-se junto á esposa deCláudio'e procurava beijar-lhe a boca. . .

Leonidia, porém, calmamente evitouos seus beijos e disse:

Sinto-me feliz por ver a pressa com

que você parece me comprehenderAh ! Esses homens !. . . A fatuidade oscega a todos!. . .

— Que queres dizer?—Quero dizer que perca a esperança

de que eu venha a ser para você o que fuioutrora...

—Entretanto... o que disseste ha

pouco sobre a tua vingança. . .—Que grande ingênuo que me sahiu

o Sr. Cyrillo !. . . Então não percebeu queeu queria me divertir á sua custa? Queeu queria vel-o assim, com o bico n'aguae a morrer de sede ?. . . Ah ! ah ! ah '.. . .Que esta pequena decepção lhe sirva decastigo. . .

E, rindo-lhe na cara, continuou:—Agora deixe-me só, pois preciso

mudar de roupa; emquanto isso, volte pa-ra junto de meu marido e tranquillize-o

sobre a virtude de sua mulher, contando-lhe tudo...

Cyrillo, desapontado, iasahirdo quar-to, quando Leonidia o deteve para lhe di-zer:

Olhe: mande pôr um talher paramim na mesa do almoço. . .

XIVE melhor assim '.—declarou Clau-

dio, ao saber que sua mulher se achavaali, sempre fiel e prompta a perdoal-o.

E continuou ;—Juro-te, meu caro, que esta lição

me aproveitara ! Vou amarrara lata na Ju-linha e consagrar-me inteiramente e uni-camente á minha liei Leonidia !. . .

Ah '. Mas devo agradecer-te, Cyrillo,pois estou persuadido que advogaste a mi-nha causa junto delia. . .

—Cumpri o meu dever de amigo... .—Obrigado !—Sabes? Tua esposa mandou-me

chamar -para conhecer qual a tua disposi-ção de espirito e, ao saber que lhe attri-buias um procedimento deshonesto, ti^nha resolvido deixar-te por mais tempona incerteza. . . Fui eu que aconçitei aoperdão immediato. . ¦

(Continua) :.-.

\B

^-íi^mimím^ÊÊiiaa/^maetmaiu&BÊtíBSBÊÊÊI^^MÊÊttÊÊ^BÊÊIÊÊÊÊBÊÊ

)-( O RIO NU )-( 14 de Março de 1914 g|g-

Regras de civilidade

CDE' muito comiuumás senhoras terem pe-

quenos descuidos e esquecimentos.Um cavalheiro smart, de fino trato, tem

nessas occasiões excellentes motivos de mos-trar educação e elegância. Exemplifiquemos.

CDMuitas vezes vemos num bonde uma se-

nhora com dois ou tres botões da blusa desa-botoados nas costas.

O cavalheiro elegante que vai no bancoimmediato atrás molha fartamente o fura-bo-los em saliva e faz uma cruz no pedaço depelle á mostra dizendo:

—Fiz-lhe uma cruz de cuspo na mochilapara que não lhe penetre algum troço por trás.

CDEm outras occasiões, ao sentar-se no

banco, acontece a saia subir e ficar um peda-ção de perna a descoberto.

Depois de haver bem apreciado o pernâoe mesmo chamado para elle a attenção dosoutros passageiros, deve o delicado gentlemanabaixar-se e, imitando com os dedos os deu-tes de um cachorro, apertar fortemente a per-na da moça acompanhando o gesto assim:

—Au I au I... au ICD

Tambem num salão ou sala de visitas pó-de acontecer uma senhora cruzar as pernasdeixando alguma coisa á vista.

Immediatamente os cavalheiros presen-tes se estenderão no chão a fio comprido, debarriga para baixo, e applicando os mono-culos gritarão :

—Vejamos o resto, que a amostra é boa...CD

Quando encontrarem em qualquer parteuma senhora com a maneira da saia aberta,avisal-a-ão assim:

—Queira fechar a cortina da porta dosfundos para não infeccionar a zona!

PETRONIO.

ME^n^nSSfli^yss*!

Tanto ajenny como a irmã,Disse-me o José Chifrudo...Principiam de manhãCom homens... a fazer tudo.

PONTO.

Licor TibainaO melhor purifica*

—- dor do sangue -»

GRANADO & C. - Rua \° de Março, 14

$jr Galeria Artística ^fr_Avisamos aos Ivititves 0-114- tenhamfnllil ile l.ljlllllins esla-npas ilu nossaCintaria AÍlimica, <- queiram cnni|ilc-tar a collcceao, uiieém nosso escrip-lorio cxislem exemplares ile iodosos números do RIO XV desde o ini-ei» du publicação dessa Galeria, po-¦lendo ser adquiridos sem aui-im-iilo

dc preço.

Collecção amorosaAté a presente data, consta esta collec-ção de romanceies editados pelo Rio Nude 4 volumes: n. 1, Amores ue um Frade,picaresca historia de frei Ignacio,um san-turrão que soube gosar o que de melhorexiste neste mundo — o amor; n. 2, Noitedc Noivado, em que são narradas as peri-pecias de um noivado em que a noiva étão escovada como o noivo ; n. 3, Moda-me Minct, deliciosa narrativa da vidaamorosa de uma mulher viciada, em queella, afinal não leva a melhor parte...e n.4, Casta Suzanna, extravagante historiade uma donzella, que só deixou de o serdepois de haver provado o amor por va-rios modos que não compromettiani asua virgindade. Qualquer desses volumes, que se ven-dem juntos ou separados, á razão de500 réis cada uni, constituo uma lei-tura amena, muito recommendada aosenfraquecidos de todas as idades, não sópela linguagem altamente excitante emque elles são escriptos, como tambempelas lindas e suggestivas gravuras queos ornam e que são mesmo de fazer re-suscitar um defunto. —= —Os pedidos do Correio, aos quaes de-vem acompanhar mais 300 réis para oporte de cada livro.devemserdirigidosa

_\ VMlí-n-fi m D0 wm N. 218e<\. VtUWt) R|Q de janeiro

A collecção completa será enviadaa quem a pedir envlan-do a quantia de 3$000.

es_ mmmW___zHESS

E é tal qual!

Maria, eu hoje sabendoQuanto ladina és e astuta,Sem pensar muito estou crendoQue o jogo tens de uma... negra.

PONTO.

ZEZIHH©

O Chico Empada chamou o filho umgurysote de doze annos, mas aparvalhado etolo como só elle.

Anda cá, ó Zézinho I Tu vais á casado compadre Manduca, teu padrinho...Sim, senhor.

Logo que chegares toma-lhe a benção.Sim, senhor.Depois dize-lhe que eu mando per-

guntar como vai a comadre e que elle meempreste as esporas. Entendeste ?

Entendi, sim senhor.Vê lá si vais fazer alguma asneira que

elle te chamará de burro.Seu Zézinho partiu e, ao chegar á casa

do padrinho, foi logo dizendo de umasentada :

Abença, dindinho. Papai mandou per-guntar como vão as^suas esporas e mandoupedir emprestada a comadre...

Oh! burro!—interrompeu o padrinho.E' verdade ! la-me esquecendo: papaitambem disse que o senhor havia de mechamar de burro...

Brevemente — A PULGA — Grande sti-cesso da nossa esplendida collecção.

Aquelles seios!

U tinha um segredo que guardavano mais recôndito da minha ai-ma. Jurara a mini próprio mor-rer com elle; é que eu conlie-

cia-a bem; no seu indomável orgulho, nuncame perdoaria aquella leviandade de apaixo-nado, aquella loucura d'amor.

Um dia, ella veiu falar-me ao jardim; erauma tarde de verão quente, insupportavel-mente abafada.

Ella trazia um ligeiro vestido branco,algo decotado, o peito de rendas, podendovêr-se através d'elle os deliciosos pomos,brancos e (úmidos.

Nós conversávamos próximos um do ou-tro, falando d'amor e architectando loucosmas doces projectos futuros.

Eu fazia esforços sobiehumanos para nãovêr aquelles seios, mas... uma força irresis-tivel, mais poderosa que todas as minhasprevenções, obrigava-me a fixal-os cada vezcom mais insistência, demorando-me nos de-liciosos contornos, estudando-lhe as coresharmoniosas dos bicos rosados e entonte-cendo-me com o perfume capitoso que seevolava daquella carne fresca, virgem e avel-I udada.

Senti um esvaecimento langoroso, asfrontes latejaram-me com força, semi-cerra-ram-se-me os olhos numa fraqueza própriadas grandes voluptuosidades e, sem conscien-cia do que fazia, os meus lábios murmuraramfebricitantes :

—Eu vi-te, Deolinda ! Eu vi-tc hontemquando, julgando-te só, mudavas a camisasuada,—A janella-doteu quarto estava meio aber—ta ; eu vi-te do jardim.

E's bella, estonteantemente bella, e eu fi-quei louco de amor; adoro-te, Deolinda 1 Quepureza de linhas e admiráveis contornos pos-sues no teu divinal corpo virgem, querida mi-nha I

Que delicioso contraste formam sobre orosado da tua- pelle setinosa os dois biqui-nhos rosados dos teus níveos seios I

—Senhor 1...Oh I nunca hei de esquecer a expressão

da sua physionomia ! Levantára-se com vio-lencia, e direita, pallida mas altiva, os rosa-dos lábios descorados, os peitos, aquellespeitos que eu tanto adorava, arfando violen-lamente, era a mais completa estatua da in-dignação e do pudor offendido.

Lá ao longe passava o jardineiro rtis-tico...

—João 1—clamou a sua voz argentina.Elle approximou-se, no seu andar pesado,

desgracioso.A sua mãosinha delicada puxou-o a si;

a outra, nervosa e rápida, rasgou o corpetedo vestido e, numa voz tremula mas ener-gica, disse :

—Beija-me á tua vontade, João !Horror I Aquelle bruto, de lábios vicia-

dos no contacto com as .mulheres perdidas,beijou soffregamente os virginaes pomos '

Senti como que uma pancada violenta nocérebro, soltei um grito, e cahi pesadamenteno solo, vergando ao peso de tamanha dôr.

Foi nesse momento que eu acordei...Tinha sonhado!...

PORTOS.

'Sfava a Judith deitadaNa sua linda caminhaQuando chega o primo ArmadaE ali dá-lhe uma... bcijóca.

ZÉ.

14 de Março de 1914 gg= )-( O RIO NU )-(

^S_3m3§sâNa zona chie

No domingo ultimo a Chica Trem,tendoarranjado um mondrongo e nào podendoleval-o á sua casa, foi ao Lisboa e pediu aschaves do quarto da Odette Bem.. .gallinha,mas foi tão caipora que, enganando-se noquarto.o pessoal deu alarme.sendo obrigadostodos a irem á delegacia se explicarem.

Os civis é que gostaram, pois na voltabeberam cerveja á vontade.

Si o João Burro sabe disso, a encrenca éfeia!

«sr Reappareceu nas zonas, a PequeninaCegonha,"

"mas desta vez veiu mais secca.Coisas da crise...r.sr A Rita Espirro de Picareta, apezar de

estar avaccalhada familiarmente na zona Lapa,freqüenta os rendez-vous, tendo mandadoprevenir os chcfòes do Bloco do Bibelot afimdos mesmos irem receber as suas etapas.

Que viciados ...ear O moleque Adaltino Geraldo Masca-

vinho está radiante com a popularidadealcançada com a Olivia Cavallo Cançado.

Tirando partido disso, vai transfor-mar-se em Cupido mensageiro de amores.

Pensa assim o Mascavinho poder restau-rar as esbodegadas finanças, montando nazona chie uma escola de línguas vivas ou umaagencia de casamentos com capitães da Ma-rietta Garnizé.

ar A Graciosa Josepha, Jerico e Alva-renga, depois de se embriagarem com ether,avaccalharam-se na mesma marquezã, e antesde se entregarem a Morpheu fizeram barulhop'ra burro e o jerico aproveitou a oceasiãopara contar suas vantagens.

Ora, seu pessoal, dê uma folga nisso,ouviu!

«sr No dia 5 do corrente houve grossoforrobodó na zona Mem de Sá 22, em quetomaram parte novos e velhos canhões dazona, com os seus competentes zinhos. Domenu que foi servido á Ia minute salienta-ram-se os seguintes pratos :

Gallinha de Angolla com aspargos, Clarade ovo á moda da roça, Lacraia de molhopardo á lá maruge. Como nos demais annos,a aniversariante alta madrugada offereceu atodos os seus convivas... machos, uma excel-lente rabada á bahiana, regada com champa-ene de Pernambuco. •

Que diz a isto o ex-marchante ? Faltavaelle para garantir o troço!

iKS" Sobre uma viagem ao «Canto do Kio»em Nictheroy, temos muito que contar,donaLeonor Fructuoso.

Olhe que o homem da penna e o Pedrochauffeur nos contaram tudo.

A coisa seria na zonajobim 21 ou em-baixo do pé de amendoeira?

Breve botaremos isso em pratos limpos!...&»¦ A Beatriz não deu uma folga no Bar-

reto no baile ultimo dos «Zuavos».O gravador ficou atrapalhado para dar

o fora nafunccionaria.sendo obrigado a sahirás escondidas. .,"''_

Ora, dona Beatriz, dê uma folga no ho-mem porque si alguém sabe disso arranca-lhe o outro olho. .,

«Então, dona Graciosa, ja esta dispostaa tomar o conselho que lhe deu a Josephasobre o habeas corpus de que goza a Philo .

Faça força e não se embriague mais comether.

£& Sempre queríamos conhecer a caiade um paspalhão que se diz advogado arvo-rado em defensor do pessoal da zona Lapa 4b.

Quer um conselho,ó seu coisa ? Va aftan-

do bem a lingua, porque as limpezas não têmsido feitas em regra.

No mais, seu avacealhado, guarde a suaadvocacia c fanfarronadas da qual não temosmedo e nas horas vagas passe o fiofó na areiae para se distrahir cante a Caraboo!

tar Lastimamos sinceramente o Mario.Emquanto elle cava o arame nos despachos,a funecionaria Alexina atira-se aos braços dovalente Oscar, (pie lhe não dá uma folga.

Até nos banhos de mar o amigo do Mariofaz sua fézinha com a esbrogue.

itar Seu Rufino do «Poleiro», temos alhe prevenir que de valentias não venhaporque aqui não se morre de caretas.

Não continue a contar rodelas e bravatasporque botamos de parte a camaradagem eas porradas serão publicadas.tàr No domingo ultimo após a terminaçãodo baile dos «Zuavos» o Nozin. o abarracoucom uma zinha da casa da Didi na zona Mar-recas 20.

Sabendo dessa falsidade a Graciosa nodia seguinte foi perguntar a Didi se o seucx-filhinlio tinha abarracado ali com algumafunecionaria, obtendo como resposta que oseu ex-filhinho tinha dormido sozinho tendoa funecionaria dona do quarto dormido comella.

Realmente já é ser avaccalhada !LINGUA DE PRATA

Si assim é...

Ouçam aqui, em segredo:Disse-me a Rosa MaduraQue de cobras não tem medo,Gosta até da picadura.

ZÉ.

...um allemãozinho num gallinheiro,procurando uma gallinha preta e branca paraofferecer a alguém pelo seu natalicio...

... o Carlos na zona Mem de Sa, todoconvencido por fazer de gato morto...

... alguém queixar-se da Jacintha da zo-na Cattete 9, ter-lhe pregado uma grande de-fluxeira antes do carnaval...

... a Beatriz Camões perseguindo o Bar-reto...

... a Leonor. avaccalhada com um mon-drongo, no Lisboa...

... a Julinha Come Barro, zangadinhapelas sapecações que tem levado do Linguade Prata...

... a Mocinha querendo acabar com avida por causa de ciúmes do Villar...

... a Dulce e a Laurinha sem meias nazona Lapa, querendo lançar a moda...

... a Leonor Fructuoso da zona JoaquimSilva 21, fazendo propaganda do seu pro-gresso nos solos de clarineta...

.. .a Beth Izabet no rendez-vous da zonaJoaquim Silva 60, acompanhada por tresmondrongos fingindo famiiia...

...o Cafezinho na zona Joaquim bilvaensinando umas francezas a dançar maxixe,com o fim de levar suas vantagens...

VÊ TUDO.

Pomada Seccativa de São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida

sem prejudicar o sangue; allivia qualquerdor, como a erysipela e o rheumatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradas, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

Contratempo

Recebi tua missivaNão penses que sou esquiva,Mas hoje não venhas, não.Estou triste, estou doente,Appareceu de repente...Que queres, meu caro João ?...

C. LINA.

BOLSA DE OURO

CHAPA SEMANAL

705-08-506 667-68-165 493-96-795

441_44_143 880—79-678 132-30-429DEZENAS

09-98-36-17—91-39-83-49-75—25CENTENAS

715-887—048-361 —570-653DON FELICIO.

LOTERIAS DA CAPITAL FEDERAL

Quarta-feira, 18 do corrente, ás 2 i[2 da tarde

20:0001000Bilhete inteiro 4.800 — Sextos a .800

Sabbado, 21 do corrente, ás 3 horas da tarde318— 1*

100:000Bilhete inteiro 17.600 —Meios a

Vigésimos a ,9008. 800 -

Bilhetes â venda em todas as casas loterfcas

¦¦¦¦¦¦¦B9H

= 8=S3 )-( O RIO NU )-( g_g- —.——_—-^ 14 de Março de 1914 'SS^==

Olhando a mar V i

'-! '' TcT-¦.--"¦' ¦ . ' 'e ' ' ' ¦ ''¦'.'. _J^»Í*^^ ^^^^fcfc.' '. ' i *¦-. '/.-'V-.'- i ¦''.-..- '' i^-rtaV ¦;l % ' * .í À*. _jrf"^^ ^^^ftfc.' 1 '" ' ' '

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^SS=a=i___Èist^—^

A.senhorita gosta muito de apreciar este panorama marítimo ?Muito. Daqui eu posso saber com antecedência a chegada do paquete.

jeiom N. -, — O "TIO EMPATAN. 2 — A MULHER DEC FOGON. 3 — D. ENGRACIAN. A - FAZ TUDO.

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