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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BALSAS – CESBA NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEAD CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BACHARELADO DANIEL PEREIRA DA SILVA NETO EDERSON MAGNO MARTINS TEIXEIRA PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS: ALTERNATIVAS PARA ALAVANCAR O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Seminario de Parcerias Público-Privadas - alternativas para alavancar o desenvolvimento regional..docx

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMACENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BALSAS – CESBA

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEADCURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BACHARELADO

DANIEL PEREIRA DA SILVA NETO

EDERSON MAGNO MARTINS TEIXEIRA

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS: ALTERNATIVAS PARA ALAVANCAR O

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

BALSAS-MA2015

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DANIEL PEREIRA DA SILVA NETO

EDERSON MAGNO MARTINS TEIXEIRA

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS: ALTERNATIVAS PARA ALAVANCAR O

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Trabalho apresentado à disciplina de “Seminário Temático” do curso de Administração Pública Bacharelado do Centro de Estudos Superiores de Balsas-UEMA, para obtenção de nota.

BALSAS-MA2015

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1 INTRODUÇÃO

O seguinte trabalho apresentado relata a viabilidade das Parcerias

Publica-Privadas como meio de alavancar o desenvolvimento regional, buscando

com ele fazer um levantamento histórico do surgimento das PPP, conceitua-las e

apresentar suas possíveis vantagens e desvantagens..

2 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

Com a tendência atual, mesmo diante de todas as barreiras de se

celebrar mais concessões no modelo PPP e diante de suas peculiaridades e

importância para a administração publica fez-se a escolha do tema.

3 IMPORTÂNCIA DO TEMA PARA A FORMAÇÃO DO ADMINISTRADOR

PÚBLICO

O administração publica atual tem recorrentemente se utilizado das

PPPs e isso torna necessário o conhecimento da mesma diante das possibilidades

de estas favorecerem ao bom desenvolvimento do administrador.

4 REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE O TEMA

No cenário mundial as PPPs surgiram na Inglaterra em meados dos anos

1990 espalhando-se pelo mundo por países como França, Portugal, Itália, Espanha,

Austrália, África do Sul. No Brasil surgiu primeiro no âmbito estadual, tendo como

estado pioneiro Minas Gerais, pela a Lei nº. 14.686 de 16 de dezembro de 2003, e

dai Santa Catarina (Lei nº. 12.930 de 04 de fevereiro de 2004), São Paulo Goiás e

Bahia. No cenário federal foi inserida no país pela Lei 11.079 de 30 de dezembro de

2004.

As PPPs são parcerias na forma de concessão pública celebradas entre o

setor público e o privado, nas quais ambos compartilham riscos, se dividem em

concessões patrocinadas e administrativas. Na PPP patrocinadas o parceiro privado

tem sua remuneração por meio da cobrança de tarifas e subsídios estatais (ex.:

rodovias com pedágio de tráfico insuficiente) e nas PPP administrativas o parceiro

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privado tem sua remuneração paga em sua totalidade pelo governo (ex.: coleta de

lixo, presídios).

No cenário brasileiro as PPPs tem enfrentado vários problemas para

serem implementadas e que tem favorecido as concessões comuns, dentre os

quais, a necessidade de contratos de alta complexidade; o risco de existente no fato

de o governo assumir o compromisso de fazer pagamentos por muitos anos a uma

empresa privada; a baixa capacidade de o setor público brasileiro de formular

projetos de infraestrutura; o exposto no art. 7º da Lei nº 11.079 de 2004 que não

permite o pagamento de subsídios aos parceiros privados no período de construção,

reforma ou ampliação da infraestrutura e o baixo grau de autonomia política e

financeira das agências reguladoras brasileiras, que reduzem a segurança dos

investidores privados e da própria população.

5 METODOLOGIA

De inicio o grupo buscou informações sobre PPPs. Em seguida foi

realizada uma pesquisa bibliográfica e reunido materiais para serem usados

analisados por cada integrante a fim de serem depois realizadas discursões sobre o

tema e produzido um texto que refletisse a conclusão dessas discursões.

Foram realizado encontros no polo presencial com fim de discutir o

assunto e melhor entender e absolver o conteúdo do tema e produzir o trabalho.

Durante o trabalho encontrou-se algumas dificuldades: os encontros

foram poucos por incompatibilidades de horário entre os membros do grupo.

No entanto embora tenha havido dificuldades soluções foram

encontradas: comunicação via e-mail; persistência dos integrantes do grupo e

seleção de materiais bibliográficos.

6 PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS: ALTERNATIVAS PARA ALAVANCAR O

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Segundo o Manual de Parcerias Público-Privadas - PPP do Governo do

Rio de Janeiro, editado em 2008:

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As PPPs são associações entre os setores público e privado, em que as

partes trabalham em conjunto para benefício mútuo, segundo regras

previamente estabelecidas. As PPPs são, em realidade, uma nova

modalidade de concessão de serviços públicos, em que há obrigatoriedade

de aporte de recursos do parceiro público ao parceiro privado, já que o

retorno financeiro dos investimentos e gastos operacionais por este último

não seria suficiente apenas com receitas próprias.

.

O surgimento das PPPs tanto no Brasil como no cenário mundial está

ligado à evolução do Estado desde o advento da Revolução Francesa até os dias

atuais. A Revolução Francesa proporcionou o surgimento do Estado Liberal, o qual

trouxe consigo a ideia do Estado Mínimo que interviria apenas em questões

essenciais da sociedade, ficando restrito a intervenção nos individuais a fim de

garantir a manutenção da ordem pública. Esse modelo de estado não intervia na

economia e acabou por propiciar o surgimento de grandes empresários que

sufocaram os empresários de pequeno porte, além gerar também uma nova classe

social do proletariado que vivia na extrema pobreza e era explorada pelos

detentores do capital. Diante dos problemas advindos com o estado Liberal e sua

incapacidade de acabar com a grave desigualdade criada por ele mesmo, surgiu

após a Segunda Guerra Mundial o Estado Social que por sua vez com o objetivo de

buscar a igualdade social interviu fortemente na ordem econômica e social.

O Estado Social, Estado do Bem-estar, Estado Social de Direito ou

Estado do Desenvolvimento por sua vez gerou muita burocracia e ineficiência na

prestação de serviços a população. Diante desse cenário surgiu então o Estado

Democrático de Direito com a ideia de Estado Subsidiário, onde o estado se abstém

de realizar atividades em que o particular com sua própria inciativa e recursos tem

condições de realizar. O Estado fica assim incumbido de certas atividades que são

próprias de sua condição em razão do seu caráter soberano e que não podem ser

delegadas a particulares, além de se responsabilizar por fomentar, coordenar e

fiscalizar a inciativa privada. Tal Estado trouxe consigo fortes tendências da prática

de privatizações, fomentação da iniciativa privada e de parcerias entre o setor

público e o privado, o que propiciou o surgimento no cenário mundial e brasileiro das

PPPs como concluiu DONÁ:

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[...] o surgimento das parcerias público-privadas no âmbito mundial, tal

como ocorreu no Brasil, não foi um evento repentino ou casuístico, e sim

fruto de uma longa evolução do Estado, desde a Revolução Francesa até a

contemporaneidade. Ademais, originaram-se de uma necessidade

imperativa de se criar mecanismos por meio dos quais o ente público, por

intermédio de parcerias celebradas com a iniciativa privada, pudesse

reestruturar a infra-estrutura básica e os serviços prestados a população,

objetivando promover ao máximo o bem estar social.

No cenário mundial as PPPs surgiram na Inglaterra em meados dos anos

1990 espalhando-se pelo mundo por países como França, Portugal, Itália, Espanha,

Austrália, África do Sul. No Brasil surgiu primeiro no âmbito estadual, tendo como

estado pioneiro Minas Gerais, pela a Lei nº. 14.686 de 16 de dezembro de 2003, e

dai Santa Catarina (Lei nº. 12.930 de 04 de fevereiro de 2004), São Paulo Goiás e

Bahia. No cenário federal foi inserida no país pela Lei 11.079 de 30 de dezembro de

2004, que conceitua as Parcerias Publica-Privadas como:

Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na

modalidade patrocinada ou administrativa

§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de

obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,

quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários

contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de

que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que

envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

As PPPs são parcerias na forma de concessão pública celebradas entre o

setor público e o privado, nas quais ambos compartilham riscos, se dividem em

concessões patrocinadas e administrativas. Na PPP patrocinadas o parceiro privado

tem sua remuneração por meio da cobrança de tarifas e subsídios estatais (ex.:

rodovias com pedágio de tráfico insuficiente) e nas PPP administrativas o parceiro

privado tem sua remuneração paga em sua totalidade pelo governo (ex.: coleta de

lixo, presídios).

No cenário brasileiro as PPPs tem enfrentado vários problemas para

serem implementadas e que tem favorecido as concessões comuns, dentre os

quais, a necessidade de contratos de alta complexidade; o risco de existente no fato

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de o governo assumir o compromisso de fazer pagamentos por muitos anos a uma

empresa privada; a baixa capacidade de o setor público brasileiro de formular

projetos de infraestrutura; o exposto no art. 7º da Lei nº 11.079 de 2004 que não

permite o pagamento de subsídios aos parceiros privados no período de construção,

reforma ou ampliação da infraestrutura e o baixo grau de autonomia política e

financeira das agências reguladoras brasileiras, que reduzem a segurança dos

investidores privados e da própria população.

De um modo geral as PPPs podem apresentar vantagens e

desvantagens. Dentre as vantagens pode-se citar o compartilhamento de riscos

entre a administração pública e o setor privado, isso gera segurança para os

investidores privados e resultam em eficiência, aceleração na execução, redução

dos custos das obras. Dentre as desvantagens pode-se citar o choque de interesses

entre o setor privado e a sociedade que receberá os serviços e atividades, erros de

planejamento, o aumento do endividamento público, gestão ineficientes, etc.

Mesmo com os possíveis riscos as PPPs se realizadas de maneira

responsável e com os devidos cuidados podem auxiliar no desenvolvimento dos

estados e municípios em áreas como saneamento básico e infraestrutura de

transporte, por exemplo, além de poder serem usadas para alavancar o agronegócio

com as concessões de PPPs que envolvam concessão de rodovias, ferrovias e

portos. Municípios maranhenses como Balsas que tem sua economia baseada no

agronegócio e sofre com a baixa infraestrutura para escoamento dos grãos poderia

ter uma essa atividade fortalecida mediante uma PPP que viesse a contemplar a

melhoria e manutenção das vias rodoviárias, como sugerido em 2011 por Cláudio

Azevedo, então secretário de Agricultura do Estado, e noticiado no site Jus Brasil:

O secretário estadual de Agricultura e Pecuária, Cláudio Azevedo, disse

nesta quinta-feira (15) pela manhã que vai propor aos produtores de Balsas

o sistema de parceria público-privada (PPP) para resolver a carência

logística da região, principalmente na construção e recuperação de

rodovias. O objetivo é facilitar o escoamento da soja. O anúncio foi feito

durante entrevista concedida ao programa Portal da Assembleia, da TV�

Assembleia.

A parceria ocorre quando o setor privado projeta, financia, executa e opera

uma determinada obra ou serviço de interesse social. Em contrapartida o

setor público paga ou contribui financeiramente, no decorrer do contrato,

com os serviços já prestados a população. No caso, os produtores de

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Balsas construiriam uma estrada e ganhariam incentivos fiscais do governo

como compensação.

7 CONCLUSÃO

Conclui-se afirmando ser as PPPs viáveis e alternativas validas para levar

melhorias e propiciar o desenvolvimento regional, no entanto cabe ressaltar,

acompanhando CARMARGO, “que o sucesso e viabilidade prática dessa iniciativa

requer uma atenção especial ao investidor convidado a participar de uma nova

forma de parceria com o Estado brasileiro”.

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REFERÊNCIAS

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Disponível em: < http://www.informazione4.com.br/cms/opencms/desafio21/artigos

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Disponível em: < http://imirante.globo.com/maranhao/noticias/2004/12/31/obras-no-

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SITE, JusBrasil. Secretário de Agricultura fala em PPPs com produtores de

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