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Na Domus Aeminium tratamos os seniores com qualidade>p2/3 S sénior 06|04/2016 Vestimos a pele de um idoso e fomos sentir as suas dores >p4

Senior 06 abr 2016

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Caderno Sénior publicado pelo Diário as Beiras no dia 6 de abril de 2016. Uma edição dirigida à população mais idosa da região Centro

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Na Domus Aeminium

tratamos os seniores com

qualidade>p2/3

Ssénior

06|04/2016

Vestimos a pele de um idoso e fomos sentir as suas dores >p4

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O centro aqui é a Pessoa, a sua dignidade e felicidade111 A Fundação Beatriz

Santos (FBS), fundada em 1999, em Lordemão, Coim-bra, é a Domus Aeminium - um lar residencial destinado aos cuidados, acolhimento e apoio à população sénior.

Criado em 2015, este espa-ço distingue-se pelo trabalho de excelência de uma equipa multidisciplinar, constituída por profissionais das áreas da fisiatria, psicologia, so-ciologia, fisioterapia, serviço social, medicina, farmácia, nutrição, animação social e gestão, com o objetivo de proporcionar o bem estar e melhoria da qualidade de vida dos idosos.

Dar anos aos anosO Lar de Idosos da FBS é

uma referência na presta-

ção de serviços integrados em rede, de qualidade e elevada performance, con-tribuindo para o desenvol-vimento, valorização e bem estar da Pessoa.

Esta valência da FBS carac-teriza-se por um suporte psicológico, emocional e nutricional à pessoa idosa, promoção da socialização do utente para minimizar as situações de isolamen-to, através do projeto “Rir com alma”, o qual assenta na terapia do riso. “Normal-mente o idoso não ri ou ri pouco”, explica Paulo San-tos; “queremos fazer com que descontraia, ria e se torne feliz”, afirma o admi-nistrador da FBS. Outra das características da Domus Aeminium é a estimulação

das funções cognitivas, pre-venindo declínios, trans-versalmente, pelo projeto

“Despertar consciências”.“O centro aqui é a Pes-

soa”, refere Paulo Santos. O responsável atesta que “existem duas máximas im-portantes: a integração do sénior e o desenvolvimen-to das suas capacidades”, o que significa que “é manti-da a sua dignidade, tendo como objetivo atingir a sua felicidade” frisa.

Uma das capacidades da Domus Aeminium prende-se com o facto de todos os quartos estarem pre-parados para, em caso de insuficiência respiratória, ajudarem a estabilizar as pessoas, através de um sis-tema de gases medicinais, oxigénio e vácuo. De acor-do com Paulo Santos, “esta é a única casa com essa pos-

sibilidade”, sustentando que “é uma especialidade em obra muito cara mas que qualquer lar devia ter” para poder ir ao encontro da necessidade de apoio aos residentes da Domus Aeminium.

Paulo Santos defende ain-da que a “prevenção da in-feção é fundamental”. Para tal, a qualidade da roupa é muito importante no dia-a-dia da instituição, sendo a marca Sam Pedro a esco-lha da FBS. “Todos os dias, a roupa de camaé trocada”, refere.

Outra das ofertas deste Lar de Idosos prende-se com a aspiração central em todos os espaços. “O objetivo é fa-cilitar a vida aos cuidadores , tendo consciência de que

Paulo SantosAdmnistrador

Domus Aeminium

O que leva o sénior a optar por viver na Domus Aeminium?

O nosso objetivo é per-mitir que as pessoas possam rejuvenes-

cer, física e mentalmente, resultado de um trabalho de excelência pela equipa multidisciplinar através da prevenção, da alimentação, reabilitação, manutenção e cuidados de estética. Os séniores optam por vir viver para Lordemão devido aos cuidados da nossa equipa multidisciplinar e qualida-de alimentar, pois toda a alimentação é escrutinada pela nossa nutricionista. Para o todo, ou seja, a refeição de um modo geral, ou para a parte, a refeição individual, existe um plano de alimen-tação específico, em função da sua necessidade de re-cuperação ou manutenção. Diria que, nesta faixa etária, a perda de massa muscular é significativa. Há na Domus Aeminium uma máxima in-terna: reduzir o comprimido e melhorar a alimentação, criando estabilização no utente. Esta é uma máxima que, paulatinamente, tem vindo a ser conseguida pois verificámos que 80% dos idosos que nos chegam estão polimedicados. Neste sentido, o trabalho assenta também na coordenação te-rapêutica, através da equipa médica. Por outro lado, te-mos uma equipa de fisiatria/fisioterapia que, diariamen-te, trata as fragilidades e, em alguns casos, as debilidades resultantes de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). Também fornecemos aos nossos utentes serviços de podologia. A maior parte das pessoas chega aos 70 ou 80 anos e nunca trataram dos pés mas, quando o fazem, afirmam estar no céu. A nossa equipa protagoniza aquilo que é o nosso projeto, “Despertar Consciências”, com base numa terapia do riso que permite “sorrir com alma”.

Domus Aeminium em Lordemão

“Esta é uma casa que transmite, dá e propor-ciona felicidade”

1 “Duas máximas importantes: integrar e desenvolver”

2 “No fundo, criamos um plano de vida para as pessoas”

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O centro aqui é a Pessoa, a sua dignidade e felicidade

a atividade dos nossos re-cursos humanos, fruto do envolvimento e dedicação que têm aos utentes, é ex-tremamente desgastante”, confirma Paulo Santos. O administrador enfatiza o facto de “quem lidera uma casa destas tem de ter no-ção do tempo dedicado aos idosos”. O responsável garante que o descanso é fundamental para os co-laboradores, até porque o “grau de insatisfação, de aborrecimento, falta de empenho e desmotivação recai sempre sobre o mes-mo: o utente”.

Edifício autossustentávelA tecnologia utilizada

n a c o n s t r u ç ã o d a D o -mus Aeminium reflete

uma preocupação com a sustentabilidade. “Este é um edif ício autossus-t e n t á v e l ” , c o n f i r m a o administrador. Os siste-mas de climatização, que recorrem à geotermia e regeneração de energia, a iluminação por LED, sis-tema de luzes Dali (au-mentam e diminuem de intensidade consoante a entrada de luz natural em determinado espaço), são prova de sustentabilida-de e inovação. “Fizemos um grande investimen-to mas que nos permite poupar”, essencialmente a nível das despesas fixas, o que se torna visível “nas mensalidades dos uten-tes”, reitera Paulo Santos. |A.Clara com A.Franklin

Mais valias da Domus Aeminium

+ Qualidade dos espaços

- 42 quartos, individuais, duplos ou triplos, todos com wc privativo.

- Preparados para, em caso de in-suficiência, ajudar a estabilizar a pessoa. Cada cama tem disponível um sistema de gases medicinais, oxigénio e vácuo.

- Sistema de aquecimento/arrefe-cimento que permite ter, constan-temente, uma temperatura interior de 20 graus.

- Sistema de música que promove a estimulação auditiva do utente.

- Devido à localização do edifício, a nascente e poente, todos os quar-tos são recetores de Vitamina D, ou seja, luz solar.

- Toda a roupa de cama é Sam Pe-dro. A qualidade é fundamental no dia-a-dia. Diariamente, os lençóis são mudados e a roupa lavada. A prevenção da infeção é impres-cindível.

- Todas as camas têm elevação para que o cuidador(a) tenha qualidade profissional.

+ Cuidados globais ao utente

- Plano de vida diário que inclui, en-tre outros, um banho diário. Trata-se de um momento de energia, retoma da vida e estimulação. É um banho acompanhado, com massagem com creme Vitamina A e que o corpo seja estimulado.

+ Estimulação cognitiva

- Elevadores com cores diferencia-das em cada andar que visam a estimulação cognitiva.

+ Eficiência energética

- Sistema de geotermia: uma ener-gia de produção, constante duran-te todo o ano. É uma energia limpa que aproveita o calor do subsolo para climatizar de forma ecológi-ca, permitindo uma poupança de 75% na fatura energética e uma redução das emissões de dióxido de carbono.

- Iluminação por LED e sistema de luzes Dali

+ Outros

- Sala de refeições previamente aquecida

- Todos os espaços têm aspiração central

- Piscina terapêutica aberta aos utentes e à comunidade

- Jogos de mesa- Ginásio- Clínica de reabilitação- Sala de culto- Auditório

Sala de estar

Sala de refeições

Piscina terapêutica

Quarto duplo

Sala de fisioterapia

DB-Fotos de Carlos Jorge Monteiro

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111 Cheguei plena de juventude e saí velha. Esta é a melhor forma para descrever o que senti quanto passei pela experiência de “Anteci-par a Experiência de Ser Idoso”, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Com o simulador vestido senti-me um verdadeira velhinha. Pouca visão, falta de mobilidade, tremores, audição fraca, entre ou-tros aspetos, foram sentidos duran-te esta experiência em que beber um simples copo de água ou tirar as moedas da carteira foram um tormento. Aliás, beber um copo de água foi tarefa que não consegui concretizar pelo facto da mobili-dade dos braços (com o simulador vestido) não me ter permitido.

Pequenas diferenças que fazem... a diferença

As diferenças de temperatura (quente e frio) são menos notadas com o avançar da idade e que po-dem explicar algumas das lesões que, frequentemente, esta camada

da população. Aliás, na minha ex-periência senti isso. O calor e o frio demoram muito mais a ser sentidos pelo tato, logo a pele sofre mais e apresenta os sinais de queimadura.

E sentir tudo isto é o objetivo deste equipamento que permite simular

as mudanças que ocorrem no corpo humano à medida que envelhece, designadamente, na postura, na marcha, na visão e na audição. A utilização deste equipamento tem como finalidade colocar o partici-pante “ no lugar” do idoso expe-rienciando algumas limitações na mobilidade e nas sensações.

Autoestima diminuída Tudo se torna muito mais dif ícil.

E justifica alguns dos problemas de autoestima que a população idosa sofre, por não conseguir fazer deter-minadas tarefas de dia a dia, como sentar numa cadeira, descer umas escadas, pagar no supermercado…

O projeto da ESEnfC conta com a participação dos docentes Maria Paula Assis de Almeida Cordeiro, Maria de Lurdes Ferreira de Almei-da, Susana Filomena Cardoso Du-arte, Isabel Maria de Assunção Gil, João Luís Alves Apóstolo e Alberto José Barata Gonçalves Cavaleiro. | Rute Melo

Quando a solidão “prende” as pernas

O envelhecimento é um processo conhecido por todos, pois cada

um de nós desde o dia que nasce fica mais velho a cada dia que passa. Amplamente sabido é também o facto de hoje vivermos numa socieda-de extraordinariamente en-velhecida, onde as projeções e os cenários futuros já não fazem sentido, pois o Portugal Envelhecido é aqui e hoje.

No entanto assistimos ainda a um desinvestimento nesta franja da população, mais notório nos meios rurais onde os recursos e as respostas são menores.

O aumento da idade e a quebra de laços sociais muitas vezes motivada pelo fim do exercício da atividade profis-sional, leva ao isolamento, onde a tão desejada reforma se transforma em agonia. Aqui os dias são passados entre o nada para fazer e o pouco em que pensar.

Esta solidão que invade as cidades mais povoadas, é a verdadeira pandemia do seculo XXI, a qual há que combater com determinação.

É fulcral potenciar e criar condições para que as pes-soas idosas permaneçam integradas socialmente e que ao mesmo tempo se possa garantir a sua presença na vida coletiva.

A perceção de que a popu-lação idosa existe, em maior número a cada dia que passa, torna urgente que se conside-rem recursos para esta faixa da população, nomeadamen-te no que respeita à restru-turação das políticas sociais, sendo que a promoção da au-tonomia e da independência na pessoa idosa são aspetos fundamentais para o individuo e, consequentemente, para as suas redes sociais próximas e comunidade onde se insere.

O exercício social, a par do cognitivo e físico, são tópicos capazes de sustentar o con-ceito que todos procuramos: o envelhecimento ativo.

opinião

Ricardo PocinhoInvestigador

Vestir a pele de um idoso e sentir as suas dores

Como nasceu o projeto “Antecipar ser idoso”?

O projeto iniciou-se com as au-las de práticas laboratoriais dos estudantes do 3.º ano do curso de licenciatura em enfermagem e ra-pidamente sentimos necessidade de o desenvolver junto dos cuida-dores informais e outros públicos.

O que tem permitido evoluir no que ao cuidador, ao nível de enferma-gem, diz respeito?

Antecipar a Experiência de Ser Idoso só é possível com a utilização do simulador de pessoa idosa. Este equipamento permite: simular as mudanças que ocorrem no corpo humano à medida que envelhece, designadamente, na postura, na marcha, na visão e na audição. Des-ta forma dá-se oportunidade aos participantes de se “colocarem na pele” dos idosos, experienciar as li-mitações e compreender aquilo que eles sentem e consequentemente prestarem melhores cuidados.

Com a concretização deste projeto já

foi possível (ou poderá vir a ser) me-lhorar a qualidade de vida do idoso?

Claramente que há uma melhoria nos cuidados aos idosos se quem cuida deles conhecer e vivenciar as reais dificuldades da população idosa.

O projeto tem sido apresentado a ou-tros públicos? Quais? É importante na consciencialização das limitações da pessoa idosa?

O projeto tem sido desenvolvido em escolas básicas (1.º e 2.º ciclo), escolas secundárias, escolas profis-sionais, nas instituições de idosos, nas autarquias e público em geral.

E muito importante porque sensi-bilizar os jovens para o fenómeno do envelhecimento, permite refletir sobre o impacto dos efeitos do enve-lhecimento na vida diária da pessoa em processo de envelhecimento e promover valores de igualdade e de cidadania

O projeto e o estudo das limitações da pessoa idosa tem permitido desen-volver serviços ou equipamentos que melhorem a qualidade de vida desta camada da população?

Temos tentado inovar mas preci-samos de parceiros nas várias área (engenharia, têxteis, etc) o que tor-na mais difícil avançar com o desen-volvimento de equipamentos mais fidedignos. R. M.

Perceber porque umas meias demoram tanto a calçar, umas escadas são um tormento para descer foram algumas das experiências sentidas no âmbito do projeto que antecipa a velhice

Alberto Barata, professor coordenador da ESEnfC

Projeto que antecipa ser idoso ajuda na melhoria dos cuidados da população

DB-Fotos de Luís Carregã