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Série The Lancet 2013
Nutrição materno-infantil
SEMANA DA INCLUSÃO SOCIAL Primeira infância Lima, 22 a 25 de outubro de 2013
Cesar VictoraUniversidade Federal de PelotasBrasil
1
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56-2
-1.75-1.5
-1.25-1
-0.75-0.5
-0.250
0.250.5
0.751
Idade (meses)
Esc
ore
Z
(O
MS
)
Momento em que ocorre o déficit de crescimento,
54 países em desenvolvi-mento
Peso
Estatura
Histórico da série: 2008
A importância dos primeiros 1000 dias Gravidez e os dois primeiros anos de vida
2
Histórico da série: 2008
A importância dos primeiros 1.000 dias Gravidez e os dois primeiros anos
de vida
Necessidade de integração Saúde e nutrição Programas intersetoriais Coordenação no sistema global
de nutrição
Resumo executivo da série de 2008
3
Metas globais da Assembleia Mundial da Saúde para 2025 (em relação a 2010)
• 40% de redução no número global de crianças <5 anos com déficit de crescimento linear
• 50% de redução de anemia em mulheres em idade reprodutiva
• 30% de redução no baixo peso ao nascer
• Sem aumento do sobrepeso em crianças
• Aumentar em 50% ou mais o aleitamento exclusivo nos primeiros 6 meses
• Reduzir a desnutrição aguda abaixo de 5%
• Reavaliamos o problema da desnutrição materno-infantil
• Atualizamos as evidências
• Contemplamos o crescente problema do sobrepeso e obesidade
• Ressaltamos a importância da nutrição materna e no período pré-concepcional
• E analisamos a resposta nacional atual e necessária em nível mundial Resumo executivo da série de 2013
5
A nova série, 2013
Resumo da série
1: Prevalência e consequências do estado nutricional
2: Evidências sobre intervenções nutricionais específicas
3: Intervenções em outros setores com potencial para melhorar a nutrição
4: Necessidade de um ambiente facilitador para nutrição
Comentário: o que está sendo feito hoje e o que se deve fazer
Insertar portada/resumen ejecutivo da série
Resumo executivo da série de 2013
6
Desnutrição materno-infantil e sobrepeso em países de renda baixa e média: prevalências e consequências
Robert E Black1, Cesar G Victora2, Susan P Walker3, Zulfiqar A Bhutta4, Parul Christian1, Mercedes de Onis5, Majid Ezzati6, Sally Grantham-McGregor3,7, Joanne Katz1, Reynaldo Martorell8, Ricardo Uauy9 e grupo de estudo sobre nutrição materno-infantil
7
Modelo conceitual de ação para nutrição e desenvolmento fetal e infantil ideais
8
Marco para a acção para lograr una óptima nutrição e desenvolvimento fetal e infantil
9
Modelo conceitual de ação para nutrição e desenvolmento fetal e infantil ideais
10
• Baixa estatura• Composição corporal inadequada• Anemia• Gravidez precoce
Nutrição da adolescente
Nutrição da adolescente em 10 países(baixa estatura <–2Z; baixo IMC <–2Z, sobrepeso IMC >2Z)
Bangladesh Brasil Camboja Etiópia Guatemala Índia Quênia Nigéria Zâmbia05
10152025303540455055
Baixa estatura
Baixo IMC
Sobrepeso
(Por
cent
agem
)
12
Nutrição materna
• Déficit ponderal e obesidade• Deficiências de ferro e cálcio• Consequências para a mãe e o feto
14
Tendências de déficit ponderal e obesidade em mulheres de 20 a 29 anos por região (1980–2008)
As deficiências de ferro e cálcio contribuem para a mortalidade materna
Anemia é um fator de risco de morte materna por hemorragia (23% da mortalidade materna no mundo)
A deficiência de cálcio aumenta o risco de pré-eclâmpsia (10% da mortalidade materna)
15
Corrigir estas deficiências poderia reduzir substancialmente a mortalidade materna
A importância do estado nutricional da mulher antes e durante a gravidez
Baixa estatura materna pode causar obstrução no parto e morte da mãe ou do feto
Baixa estatura ou déficit ponderal maternos aumenta o risco de desnutrição fetal
Obesidade materna causa diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, hemorragia e aumento no risco de morte do recém-nascido
16
Alta prevalência de crianças pequenas para a idade gestacional (PIG)
17
1 em cada 4 crianças tem déficit de crescimento
intrauterino
18
• 32,4 milhões de recém-nascidos PIG em 2011
• A mortalidade infantil é maior entre recém-nascidos PIG, inclusive se nascerem a termo
• 20% do déficit de crescimento aos 24 meses podem ser atribuídos a PIG
Riscos de mortalidade e déficit de crescimento em recém-nascidos PIG
Nutrição infantil
• Déficit estatural• Déficit ponderal• Obesidade• Deficiências de micronutrientes• Consequências para o
desenvolvimento mental
O índice de déficit de crescimento está em lento declínio
• Figura 4
20
Mundial Ásia
África
Núm
ero
(milh
ões) Prevalência (%
)N
úmer
o (m
ilhõe
s) Prevalência (%)
Núm
ero
(milh
ões) Prevalência (%
)N
úmer
o (m
ilhõe
s) Prevalência (%)
O índice de redução anual de 2,1% não é
suficiente para alcançar a meta da
OMS
Número Prevalência
Ano Ano
Meta global
165 milhões de crianças menores
de 5 anos têm déficit de
crescimento (25,7%)
253,1226,3
188,7161,5
135,698,4
83,3
113,969,2
56,5
45,7 47,9 50,2 53,3 55,8 58,1 59,9 60,1
13,7 12,1 10,4 9,0 7,4 6,2 4,25,1
Alta prevalência de déficit ponderal infantil em algumas regiões, 2011
África Ásia América Latina
Oceania PRBM Países de renda alta
Mundial0
2
4
6
8
10
12
Déficit ponderal
Déficil ponderal grave
Prop
orçã
o (%
)
52 milhões de crianças menores de 5 anos têm déficit ponderal, 19 milhões têm déficit ponderal grave
21
Obesidade infantil crescente
22
Núm
ero
(milh
ões)
Ano
Mundial África
Núm
ero
(mllh
ões) Prevalência (%
)N
úmer
o (m
ilhõe
s) Prevalência (%)
Número Prevalência
América Latina e Caribe
Núm
ero
(mllh
ões) Prevalência (%
)
Ásia
Ano
Prevalência (%)
28,4 29,631,7
35,3
41,2
47,8
55,2
63,7
4,6 5,6 6,98,7 11,0
13,817,3
21,4
3,6 3,7 3,8 3,83,9 3,8 3,8 3,8
23,120,5
18,414,714,314,114,4
16,5
Micronutrientes: situação de fome oculta
A carência de vitaminas e minerais essenciais continua sendo generalizada.
A deficiência de vitamina A e zinco afetam a sobrevida e a deficiência de ferro e iodo afetam o desenvolvimento mental
Importantes avanços na prevenção das deficiências de vitamina A e iodo
Necessidade de esforços mais intensos para prevenir a deficiência de ferro e zinco
23
O aleitamento materno é inadequado em muitos países
África América Latina
Ásia Europa0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Início precoce do aleitamento materno
Aleitamento materno exclusivo (1–5 meses)
Aleitamento materno predom-inante (1-5 meses)
Aleitamento materno parcial (6–23 meses)
(Por
cent
agem
)
24
O aleitamento materno exclusivo é de 30% ou menos nas principais regiões da ONU
Prevalência de baixa estatura e obesidade nos 20% mais ricos (azul) e nos 20% mais pobres (vermelho)
25
Peru
Brasil
Mortalidade infantil atribuída a agravos nutricionais
A desnutrição inclui a restrição de crescimento fetal, aleitamento materno inadequado, déficit de crescimento, déficit ponderal e deficiência de vitamina A e zinco
Juntas, estes agravos são responsáveis por
• 45% das mortes de crianças menores de cinco anos
• 3,1 milhões de mortes ao ano em 2011
26
Principais considerações do artigo 1
A baixa estatura, o baixo índice de massa corporal e a deficiência de vitaminas e minerais durante a gravidez contribuem para a morbidade e mortalidade materna, restrição de crescimento fetal, mortalidade infantil e déficit de crescimento e desenvolvimento.
O déficit de crescimento nos dois primeiros anos de vida afeta 165 milhões de crianças que têm risco elevado de mortalidade, déficit cognitivo e maior risco de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta.
27
Principais considerações do artigo 1
A deficiência de vitamina A e zinco em crianças aumenta o risco de morte por infecções e a deficiencia de outros micronutrientes causa sérias consequências ao desenvolvimento.
Estas novas evidências reforçam a necessidade de enfocar o periodo crucial de 1000 dias, da gravidez aos dois primeiros anos de vida, destacando a importância de intervir precocemente durante a gravidez, inclusive no período pré-concepcional.
28
Intervenções com base em evidências para nutrição materno-infantil: o que pode ser feito? A que custo?
Zulfiqar A Bhutta1, Jai K Das1, Arjumand Rizvi1, Michelle Gaffey2, Neff Walker3, Sue Horton4, Patrick Webb5, Anna Lartey6, Robert E Black para os grupos de revisão da nutrição materno-infantil e intervenções de The Lancet
29
Modelo conceitual de ação para nutrição e o desenvolvimento fetal e infantil ideais
30
Intervenções ao longo do ciclo de vida
31
Intervenções a lo largo do ciclo de vida
32
33
10 intervenções potencialmente mais efetivas para reduzir a mortalidade de crianças menores de 5 anos
Intervenções nutricionaisTratamento da desnutrição aguda grave
Suplementação preventiva com zinco durante a infância
Incentivo ao aleitamento maternoEducação sobre alimentação complementar
Tratamento da desnutrição aguda moderada
Suplementação com ácido fólico no período periconcepcionalSuplementação energética e proteica durante a gravidez
Suplementação com diversos micronutrientes durante a gravidez
Suplementação com vitamina A durante a infânciaFortificação de alimentos ou suplementação com cálcio durante a gravidez
34
Estes 34 países representam 90% da carga mundial de desnutrição
Países com carga mais elevada de desnutrição
Efeitos da cobertura de 90% com 10 intervenções principais em 34 países
35
A mortalidade em crianças menores de 5 anos poderia ser reduzida em 15% • 35% de redução da mortalidade por diarreia• 29% de redução da mortalidade por pneumonia • 39% de redução da mortalidade por sarampo• Menor número de mortes por asfixia e
malformações congênitasRedução geral do déficit de crescimento de, pelo menos, 20% Redução geral do déficit ponderal grave de 61%
Efeito do conjunto de intervenções nutricionais com cobertura de 90%
36
Intervenções nutricionais Número de vidas salvas
Custo por ano de vidas salvas
Nutrição materna ideal durante a gravidez 102.000(49.000-146.000)
US$ 571(398-1 191)
Alimentação de lactentes e crianças pequenas 221.000(135.000-293.000)
US$ 175 (132-286)
Suplementação com micronutrientes para crianças em risco
145.000(30.000-216.000)
US$ 159(106-766)
Tratamento da desnutrição aguda 435.000(285.000-482.000)
US$ 125(119-152)
Principais considerações do artigo 2
37
Existem intervenções promissoras para melhorar a nutrição materna e reduzir a restrição de crescimento fetal, os recém-nascidos PIG e déficits estaturais em crianças menores de 5 anos.
10 intervenções, se forem implantadas em escala, podem prevenir, pelo menos, 15% da mortalidade em crianças menores de 5 anos (o equivalente a 1 milhão de vidas salvas) e um quinto do déficit de crescimento.
Principais considerações do artigo 2
38
As estratégias propostas servem para combater a desnutrição e diminuir a mortalidade infantil entre os mais pobres.
O custo para promover estas intervenções nutricionais específicas em nível mundial é de US$ 9,6 billhões, um valor razoável diante dos benefícios.
Programas e intervenções sensíveis à nutrição: como acelerar o progresso para melhorar a nutrição materno-infantil?
Marie T. Ruel1 e Harold Alderman1 e grupo de estudo sobre nutrição materno-infantil
39
Modelo conceitual de ação para nutrição e desenvolvimento fetal e infantil ideais
40
Contemplam os determinantes básicos da desnutrição.
São implantados em escala e alcançam as populações pobres, que são as mais vulneraveis à desnutrição.
Podem servir de plataformas de distribuição para intervenções nutricionais específicas.
O que faz com que os programas tenham potencial de melhorar a nutrição?
41
Análise das evidências do efeito nutricional dos programas
Selecionadas com base em:
• Relevância para a nutrição• Disponibilidade de avaliações
do efeito nutricional• Elevada cobertura das
populações pobres• Foco nos mais vulneráveis
42
• Agricultura e segurança alimentar
• Redes de proteção social
• Desenvolvimento na primeira infância
• Saúde mental materna• Capacitação da mulher• Proteção infantil
43
• Escolaridade• Água, saneamento e
higiene• Serviços de saúde• Planejamento familiar
Exemplos
Análise das evidências: principais conclusões
A análise dos programas sensíveis à nutrição em agricultura, redes de proteção social,
desenvolvimento na primeira infância e escolaridade confirmam que os programas nestes setores obtiveram bons resultados ao lidar com vários determinantes básicos da nutrição, mas as evidências de seu efeito ainda são insuficientes.
44
O que faz com que os programas tenham o potencial de melhorar a nutrição?
Para acelerar o progresso em nutrição é necessário aumentar o efeito nutricional de programas efetivos em larga escala que são
sensíveis à nutrição.
45
Aumento da sensibilidade dos programasà nutrição
É evidente o potencial de melhorar os efeitos nutricionais, mas ainda é preciso tirar maior proveito
O que fazer?
Melhorar a foco, coordenação e duração da exposição aos programas.Usar problemas de saúde para estimular a demanda pelos serviços dos programas.
Fortalecer as metas nutricionais, a concepção e a implantação: usar os programas como plataformas de distribuição de serviços de saúde e nutrição.
46
Os programas sensíveis à nutrição têm um enorme potencial, o que ainda precisa ser mais bem aproveitado com a incorporação explícita da nutrição.
Os programas agrícolas direcionados e redes de proteção social são fundamentais para atenuar os efeitos negativos dos desastres e mudanças globais.
Os investimentos em programas sensíveis à nutrição podem ter um papel importante naquilo que não pode ser resolvido somente com intervenções nutricionais específicas.
Principais considerações do artigo 3
47
Políticas de combate à desnutrição: maior compromisso e aceleração dos efeitos
Stuart Gillespie1, Lawrence Haddad2, Venkatesh Mannar3, Purnima Menon1, Nick Nisbett2 e grupo de estudo sobre nutrição materno-infantil
48
Modelo conceitual de ação para nutrição e desenvolvimento fetal e infantil ideais
49
Desafios
Manter o compromisso em nível mundial
Acelerar o compromisso ao nível dos países
Contar com a participação de diversos atores
Transformar o compromisso em ação
Acelerar a melhora no estado nutricional
50
Características principais de um ambiente facilitador
51
• Captar atores e mostrar como podem contribuir
Novo modelo e evidências
• Compreender e gerir agendas conflitivas
Política e governança
• Dar visibilidade aos compromissos das partes interessadas com relação à nutrição e promover a prestação de contas
Compromisso e prestação de contas
• Coordenar ações para distribuição em escala de forma eficaz
Recursos humanos e financeiros
Principais considerações do artigo 4
Ambientes facilitadores são necessários para reunir e coordenar as partes interessadas
Principais características de ambientes facilitadores para a nutrição:• Estratégia coletiva, estratégia política,
fortalecimento da responsabilidade, maior criatividade na captação de recursos com mais controle e equilíbrio.
A liderança em todos os níveis é fundamental para criar e manter o impulso e convertê-lo em efeito.
52
Nutrição materno-infantil: criar impulso para surtir efeito
Membros do grupo de estudo sobre nutrição infantil: Robert E Black1, Harold Alderman2, Zulfiqar A Bhutta3, Stuart Gillespie4, Lawrence Haddad5, Susan Horton6, Anna Lartey7, Venkatesh Mannar8, Marie Ruel9, Cesar G Victora10, Susan P Walker11 e Patrick Webb12
Nutrição: uma enorme agenda inacabada
54
Desde 2008: enorme aumento do compromisso político para melhorar a nutrição e, mesmo assim, isso se traduziu em um
efeito apenas moderado.
Constitui uma enorme agenda inacabada: abordar a causa de 45% da mortalidade em crianças menores de 5 anos e os 165
milhões com déficit de crescimento.
Crianças desnutridas têm comprometimento da capacidade física e mental, formando outra geração menos produtiva do
que poderia ser em condições diferentes.
As metas nutricionais da Assembleia Mundial da Saúde de reduzir o déficit estatural, déficit ponderal, baixo peso ao nascer, anemia e excesso de peso e aumentar o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida até 2025 não serão alcançadas no ritmo atual de progresso.
Metas globais ao alcance
Com esforço conjunto e apoio suficiente, podem-se alcançar as metas da Assembleia Mundial da Saúde
55
A nutrição é fundamental para o desenvolvimento
A Agenda para o Desenvolvimento pós-2015 deve priorizar a abordagem de todas as formas de desnutrição como um de
seus objetivos principais.
Esta série destaca as evidências de que nutrição adequada é fundamental para o alcance de diversas metas de desenvolvimento.
Os países não poderão escapar da pobreza e manter o progresso econômico se grande parte da população não atinge a nutrição necessária para uma vida saudável e produtiva.
pp
56
É chegada a hora de expandir a nutrição em escala
Devemos trabalhar juntos para não deixar esta oportunidade escapar.
O impulso nacional e internacional para abordar a nutrição humana e as necessidades relacionadas de saúde e segurança alimentar nunca receberam um aporte tão grande.
57
Obrigado
58