Sociologia Geral e da Educação

SOCIOLOGIA GERAL E DA EDUCAÇÃO I UNIDADE

Prof. Carlos Magnowww.nead.com.br

PLANO DE AULA

TEMA: UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

TÓPICO 1 – Sociologia: primeiros passos;

TÓPICO 2 – Karl Marx e Max Weber: Educação;

TÓPICO 3 – Émile Durkheim, Bourdieu e Bauman e a educação.

DINÂMICA:CUMPRIMENTO CRIATIVO

Passos 1- O apresentador explica ao grupo que quando a música tocar todos deverão se

movimentar pela sala de acordo com o ritmo da mesma. 2- A cada pausa musical: Congelar o movimento prestando atenção à solicitação

que será feita pelo apresentador. 3- Quando a musica recomeçar atender a solicitação feita. 4- O apresentador pedirá formas variadas de cumprimento corporal a cada parada

musical. (Exemplo: Com a palmas das mãos; Com os cotovelos; Com os pés; etc.) 5- Após vários tipos de cumprimento, ao perceber que se estabelece no grupo um

clima alegre e descontraído, o apresentador diminui a música pausadamente, pedindo a cada pessoa que procure um lugar na sala para estar de pé, olhos fechados, esperando que a respiração volte ao normal.

6- Abrir os olhos, olhar os companheiros, formar um circulo, sentar.

Avaliação 1- O que foi mais difícil executar? Por quê? 2- O que mais gostou? 3- O que isso tem a ver com a Sociologia?

TÓPICO 1 – SOCIOLOGIA: PRIMEIROS PASSOS

A Sociologia surgiu no início da modernidade, numa época marcada por:

O Renascimento

A Reforma Protestante

O ciclo das Grandes Navegações


CARACTERÍSTICAS DA MENTALIDADE MEDIEVAL E RENASCENTISTA.

Mentalidade Medieval Mentalidade Renascentista

Teocentrismo Antropocentrismo

Deus, o centro das atenções Homem, o centro das atenções

Fé Razão

Teologia Ciência

Vida no campo Vida urbana

Preocupação com a alma Preocupação com o corpo


A Sociologia estuda sistematicamente o comportamento social e os grupos humanos. Ela focaliza as relações sociais.


A Sociologia estuda o homem na sociedade, ou seja, o comportamento humano enquanto construção coletiva e os processos que interligam os indivíduos em ações, associações, grupos e instituições, como:

Raça ou etnia Classe social ou gênero Instituições: A família A educação


Ramos da Sociologia:

Sociologia Urbana Sociologia da Religião

Sociologia do Conhecimento Sociologia do Esporte

Sociologia das Organizações Sociologia Jurídica

Sociologia da Educação


A Sociologia nasceu no contexto da revolução industrial, e por isso quase todo seu enfoque é sobre o capitalismo x sociedade.

Conde de Saint-Simon (1760-1825) foi um filósofo e economista francês, um dos fundadores do socialismo moderno e teórico do socialismo utópico. Foi o precursor da Sociologia.


Propôs a criação de um novo regime político-econômico, pautado no progresso científico e industrial, em que todos os homens dividissem os mesmos interesses e recebessem adequadamente pelo seu trabalho.


AUGUST COMTE (1798-1857), FUNDADOR DA SOCIOLOGIA

Comte cria em sua casa, a partir de 1826, o curso de Filosofia Positiva, mais tarde publicado em 6 volumes.

Física Social seria o nome da ciência que estudaria o social, mas mudou para Sociologia (lat. Socius + logos)

Lema:

“O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim.”

Samba de Noel Rosa


Auguste Comte está ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil. Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia.

Para o positivismo tudo o que se refere ao saber humano pode ser sistematizado segundo os princípios adotados para as ciências exatas e biológicas.

A análise científica aplicada à sociedade é o cerne da sociologia, cujo objetivo seria o planejamento da organização social e política.

TÓPICO 2 – KARL MARX E MAX WEBER

Marx combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes da história.

Karl Marx (1818-1883)


“Marx foi eleito o filósofo mais importante de todos os tempos” ( Pesquisa da rádio BBC).

Obras: “A sagrada família”, “O 18 Brumário”, “A miséria da filosofia” e “O Capital”.


Em O Capital, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classes e na qual a propriedade privada seja extinta. Para Marx, as estruturas sociais e a própria organização do Estado estão diretamente ligadas ao funcionamento do capitalismo. Por isso, para o pensador, a idéia de revolução deve implicar mudanças radicais e globais, que rompam com todos os instrumentos de dominação da burguesia.

Marx abordou as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo em si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido.


Ideias de Marx: A base da sociedade é o trabalho.

Através do trabalho o homem transforma a natureza e reproduz sua existência. É do trabalho que o homem se faz homem, constrói a sociedade e faz a história.

O modo capitalista de produção mercantiliza as relações. Ele transforma as próprias pessoas em mercadorias.


MODOS DE PRODUÇÃO NA HISTÓRIA:

a) Modo de produção na agricultura: senhor/escravo;

b) Modo de produção feudal: senhor feudal/servo;

c) Modo de produção liberal industrial: burguesia/ proletariado.


“A história de todas as sociedades até hoje é a história das lutas de classe” (Manifesto Comunista).

A infraestrutura é o modo de produção material que permite a produção de bens (através de ferramentas, máquinas, terra, matéria-prima, etc.);

A macroestrutura constitui-se das instituições jurídicas, aspectos políticos, normas, leis, a educação, que mantêm o ordenamento da sociedade.


Fetichismo é a confusão de relações entre pessoas com relações entre coisas. Uma forma de alienação.

A mais-valia refere-se à compra da força de trabalho do proletário em troca de salário.

O lucro do burguês possibilita seu enriquecimento, e ao proletário o empobrecimento.

Duas teses marxistas: Tese da exploração – uma classe explora outra; Tese da alienação – a pessoa passa a ser

determinada pelo poder impessoal do dinheiro (capital).


Marx encara a educação como um instrumento para aquisição de conhecimento e de transformação para a classe trabalhadora.


Max Weber foi um importante sociólogo, jurista, historiador e economista alemão. Weber é considerado um dos fundadores do estudo sociológico moderno. Seus estudos

mais importantes estão nas áreas da

sociologia da religião, sociologia política,

administração pública (governo) e economia.

Era um crítico do marxismo e do Positivismo.

"Não se teria jamais atingido o possível, se não se houvesse tentado o impossível."


Para Weber, o objetivo da Sociologia é identificar e compreender como e por que as regras nascem na sociedade e como elas funcionam.

A Sociologia deve compreender os fenômenos “no nível do significado” dos atores. SOCIOLOGIA COMPREENSIVA.

“A sociedade e seus sistemas não pairam acima e não são superiores ao indivíduo.”

TRÊS TIPOS DE DOMINAÇÃO:

Dominação legal – obediência por causa da lei;

Dominação tradicional – obediência como resultado de que o poder de mando é sagrado;

Dominação carismática – obediência por confiança a um líder carismático.


Para Weber, o objeto de estudo da Sociologia é a ação social. Ação social = uma ação de um agente relativo ao comportamento de

outros. QUATRO TIPOS DE AÇÃO

1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim;

2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético;

3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc., e

4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados. (Observe que as duas últimas são irracionais).


Weber nos chama a atenção para o que está acontecendo na sociedade atual, como:

As forças motrizes da sociedade atual; O poder do Estado;

O significado das leis nas relações sociais; O processo de urbanização nas cidades;

a educação sistemática passou a ser um pacote de

conteúdos, os quais teriam como propósito treinar os indivíduos para operar o Estado, as empresas e a própria política, através da racionalidade..

TÓPICO 3 – DURKHEIM, BOURDIEU E BAUMAN E A EDUCAÇÃO

Émile Durkheim (1858-1917), formado em Filosofia, é considerado um dos pais da Sociologia moderna, tendo sido o fundador da escola francesa, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social.

“O homem é apenas um animal selvagem que só se torna humano porque se torna sociável.”


Fundamento: “Os fatos sociais devem ser tratados como coisas“. Isso forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização deste, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.


A Solidariedade fortalece o senso de convivência na sociedade, entre seus membros.

A solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo.

A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus seguidores. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social (1893); Regras do método sociológico (1895); O suicídio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou também a revista L'Année Sociologique, que afirmou a preeminência durkheimiana no mundo inteiro.


Ao contrário de Marx e Weber, a educação ocupa um lugar importante nas obras de Durkheim. Para ele, a escola, através da educação moral e cívica, deveria promover a socialização e preparar as crianças para a vida social. Em termos gerais, educação é uma ação exercida pelas gerações adultas sobre as crianças, com o objetivo de suscitar e desenvolver determinados números de estados físicos, intelectuais e morais, que permitem às mesmas o convívio social.


A sociologia tem a finalidade de explicar a sociedade e encontrar remédios para as patologias da vida social.

Na área da educação, Durkheim defendia que a ação educativa funcionasse de forma normativa.


Também defendia que os fins da educação são manter o que é comum para a coletividade e a continuidade das estruturas sociais.

Por isso, a ação educativa deveria, além de aperfeiçoar dons inatos, buscara a integração dos alunos na organização social.

Durkheim é o criador da Sociologia da Educação.


PIERRE BOURDIEU (1930-2002) era

professor de Sociologia no Colégio da França,

crítico acérrimo do liberalismo econômico. Dedicou-se a analisar a desigualdade e a

diferença de classes, bem como as relações de

poder inscritas na realidade social. Para Bourdieu, a sociologia deve ter uma

função crítica e desvelar os processos de funcionamento social,

especialmente os de dominação. Habitus = disposições inculcadas no dia a dia das

pessoas. São os comportamentos regulares, como estilo de vida, aspectos políticos, morais e estéticos do indivíduo.


O mundo social, para Bourdieu, deve ser compreendido à luz de três conceitos fundamentais: campo, habitus e capital:

Campo = o espaço social onde ocorrem diferentes lutas sejam profissionais ou partidárias.

Habitus = disposições inculcadas no dia a dia das pessoas. São os comportamentos regulares, como estilo de vida, aspectos políticos, morais e estéticos do indivíduo.

Capital = além do econômico, o social, cultural, linguístico e escolar.


ZYGMUNT BAUMAN (1925), Sociólogo polonês, que iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia, onde teve artigos e livros censurados e em 1968 foi afastado da universidade. Atualmente é professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.

Tem mais de dezesseis obras publicadas no Brasil, dentre as quais Amor Líquido, Globalização: as Conseqüências Humanas e Vidas Desperdiçadas. Bauman tornou-se conhecido por suas análises das ligações entre a modernidade e o holocausto, e o consumismo pós-moderno.


“A vida líquida é uma vida precária, vivida em condições de incerteza constante”.

A pós-modernidade líquida tornou os laços humanos frágeis, tornando as relações humanas inseguras, incertas e duvidosas.

Para o sociólogo, a fluidez dos vínculos, que marca a sociedade contemporânea, encontra-se inevitavelmente inserida nas próprias características da modernidade, discussão esta que está perfeitamente retratada nas primeiras obras do autor. É impossível fugir das consequências da globalização, com suas vertiginosas ondas de informação e de novas idéias. Tudo ocorre com intensa velocidade, o que também se reflete nas relações entre as pessoas.


O mundo pós-moderno é marcado pela angústia das possibilidades, das escolhas e da falta de modelos. Sua obra se caracteriza pela extrema perspicácia na análise dos problemas sociais que perpassam a experiência cotidiana do homem contemporâneo na conjuntura valorativa que é denominada pelo autor como “Modernidade Líquida”. A questão da especulação sobre o medo público, o uso das disposições consumistas dos indivíduos como suporte para a manutenção da economia e a fragmentação da experiência ética da alteridade são temas recorrentes na trajetória intelectual deste prolífico sociólogo de formação que, todavia, por sua riqueza de interpretação, muito contribui para o desenvolvimento de um estudo filosófico enraizado na crítica da ideologia da sociedade de consumo e na despersonalização de um mundo desprovido de ampla cooperação interpessoal.

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