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BOLETIM INFORMATIVO "O TAPIRI" - INSPETORIA SALESIANA MISSIONÁRIA DA AMAZÔNIA - NÚMERO 179 - MAIO-JUNHO de 2016 Leia as importantes matérias desta Edição: 1. Maternidade e Maria na Perspectiva Indígena: Uma Percepção (Pe. Justino Sarmento Rezende, sdb) 2. O Coração Oratoriano e os Novos Desafios Juvenis (José Ivanildo de Oliveira Melo, sdb) 3. Mãe: “Bendito é o Fruto de teu Ventre!” (Pe. Antônio de Assis Ribeiro, sdb ) 4. Inauguração do NEAPI na Faculdade Salesiana Dom Bosco, Manaus AM (Meire Botelho e Rivelino Barreto) 5. Notícias Salesianas: Aconteceu... Boa leitura e Reflexão.

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Tradicionalmente, para o Carisma Salesiano, o mês de maio é festivo pelo fato de termos uma série de datas importantes para a sensibilidade salesiana: festa de São José Operário (dia 01), festa de São Domingos Sávio (dia 06), festa de Santa Maria Domingas Mazzarello (dia 13), festa de Nossa Senhora Auxiliadora (dia 24). A sensibilidade mariana e materna permeia todo o mês de maio. Nesta edição duas matérias nos recordam o teor desse mês.

O Pe. Justino Rezende nos apresenta uma refl exão sobre a maternidade e a fi gura de Maria a partir da perspectiva indígena. É uma percepção e ao mesmo tempo um testemunho.

O salesiano estudante de teologia, José Ivanildo Melo, nos convida ao aprofun-damento da signifi catividade do Oratório Salesiano. Não se trata de uma obra es-pecífi ca, mas sobretudo, de um critério de ação pastoral que nos convida sempre a estarmos abertos aos novos desafi os juvenis dos contextos onde nos encontramos.

Maio é também o mês das mães; isso nos estimula à refl exão sobre a beleza e a grandeza da maternidade! O abaixo assinado lhe oferece uma refl exão sobre a maternidade a partir da sensibilidade bíblica. Ser mãe, na sensibilidade judaica, não é somente ser capaz de gerar, mas também é quem nutre, educa, acompa-nha! Nisso Maria, a mãe de Jesus Cristo, é a mestra das mães!

A profa. Meire Botelho e o prof. Rivelino Barreto nos apresentam o Núcleo de Estudos, Acompanhamento e Pesquisas Indígenas (NEAPI) da Faculdade Sale-siana Dom Bosco (FSDB), recentemente inaugurado. Esse empreendimento é um exemplo concreto de compromisso da FSDB com o mundo indígena, um dos mais relevantes temas da realidade amazônica.

Boa leitura e refl exão!

Manaus (AM), Brasil, 24 de Maio de 2016

Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), sdbDelegado Inspetorial para a Animaçãoda Pastoral Juvenil

Estimados(as) leitores(as),

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O TAPIRI nº 176 - EDITORIAL

Maternidade e Maria na Perspectiva Indígena: Uma Percepção PG. 05O Coração Oratoriano e os Novos Desafi os Juvenis PG. 09Mãe: “Bendito é o Fruto de teu Ventre!” PG. 13Inauguração do NEAPI na Faculdade Salesiana Dom Bosco, Manaus/Am PG. 17Aconteceu PG. 21

O TAPIRI é uma publicação bi-mestral e gratuita da Inspe-toria São Domingos Sávio,

iniciada em janeiro de 1989, dirigida aos Salesianos de Dom Bosco, mem-bros da Família Salesiana e aos cola-boradores leigos e educadores; tem como objetivo ser um instrumento de refl exão sobre temas diversos ali-nhados à ação pastoral do carisma salesiano.

O TAPIRI reserva-se o direito de condensar/editar as matérias envia-das como colaboração. Os artigos as-sinados não refl etem necessariamen-te a opinião do instrumento pastoral, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Inspetor: Pe. Francisco Alves de Lima

organização: CIP

Coordenador: Pe. Antônio de Assis Ribeiro

equipe de articulação: Eduardo Lacerda, José

Luis (Zeca) e Animadores de Pastoral

Projeto Gráfi co: Eduardo Lacerda

revisão: Josely Moura / Vivian Marler

Distribuição: José Luis (Zeca)

articulistas: Convidados

Capa: Composição feita a partir do Google Imagens

Manaus - am - Brasil

SUMÁRIO

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ABRINDO A CONVERSA

O presente artigo apresenta de maneira comparativa a fi gura de mãe indígena da região do Alto Rio Negro – Amazonas/Brasil com a maternidade de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. As mães indígenas na atualidade conhe-cem quem é Maria e para muitas ela é modelo de mulher, esposa e mãe.

1) FEMINILIDADE E MATERNIDADE

Todo ser humano pertence a um determinado povo. Nasce dentro de uma família e vive dentro de uma cul-tura construída pelos seres humanos. Nessa perspectiva dizemos que todos somos seres em construção. Somos gestados no seio de uma mulher.

Maria é pertencente a um povo es-pecífi co, nascida na região da Galileia,

num lugar chamado Nazaré. Ali ela cresce dentro de uma família. Apren-deu seus conhecimentos, sabedorias, crenças, rituais e celebrações próprias do povo judeu. Segue o projeto de vida de seu povo.

2) EDUCAÇÃO DE UMA MULHER

Todos os seres humanos são educa-dos pelos pais e os membros da comu-nidade. A mulher indígena é educada diariamente com diversos pensamen-tos, conhecimentos, palavras, atitudes, comportamentos, crenças e atividades próprias que a ajudam a construir a identidade feminina.

Cada povo educa a pessoa basean-do-se nos princípios e fundamentos específi cos. No processo educativo da

Pe. Justino Sarmento Rezende, sdb

Crédito: Google Imagens

MaTernIDaDe e MarIa na PersPeCTIVa InDÍGena:uMa PerCePÇÃo

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mulher ensinam para que a ela com-preenda e viva a vida com seu modo próprio de pensar, falar e agir. Ela se identifi ca com a vida de seu povo.

A mãe, irmãs, tias, avós e outras mulheres do seu povo contribuem na construção gradual de sua feminilida-de. Ao longo do processo educativo a mulher é acompanhada pelos familia-res, dentro de casa, no espaço de lazer com outras meninas, no trabalho e em todos os espaços.

As mães indígenas valorizam bas-tante a vida infantil de suas fi lhas, per-mitem que façam amizades com as outras crianças, tenham tempo para brincar e ajudem no que podem nos trabalhos dos pais, conforme a idade.

3) METAS DA EDUCAÇÃO

A educação da jovem visa prepará-la para o casamento. Por isso, desde cedo, a mãe e mulheres da família orientam para que ela aprenda os trabalhos bá-sicos da vida indígena: preparar os ali-mentos, cozinhar peixe, caça; fazer min-gau, beiju, farinha; acolher as pessoas, oferecer chibé e quinhapira aos visitan-tes; trabalhar na roça, cultivar mandioca

e outras plantas; preparar e participar das festas. Essas são realidades básicas das culturas indígenas do Rio Negro. Outros tipos de trabalhos e novos co-nhecimentos ela adquirirá com a sogra, cunhadas e outras mulheres no novo ambiente onde morará com o esposo.

4) MULHERES INDÍGENAS E A MÃE DE JESUS

Quando eu vejo a mulher indígena na perspectiva cristã eu faço uma pergunta: com quem se parece nossa mamãe indí-gena? A mãe indígena parece com Deus, pois ela é criada à imagem e semelhança de Deus. É criadora da vida com Deus. Ela gera e gesta a vida humana.

As mães indígenas são como Maria de Nazaré prometidas em casamento, con-forme as tradições indígenas. Maria tam-bém foi assim: prometida em casamento, com José, conforme prescrevia a tradição.

As mães indígenas não podem ser comparadas em muitos aspectos com Maria, pois Ela é de outra cultura mui-to distante das culturas indígenas, mas muitas qualidades, virtudes e capaci-dades femininas as aproximam.

Toda mãe gesta seu fi lho ou fi lha por nove meses de gravidez. Depois dão à luz, criam e educam seus fi lhos com as qualidades femininas que Deus lhes deu. É admirável perceber essas qualidades em todas as mulheres de todas as culturas.

As mães indígenas geram cada fi lho e fi lha. A maioria gera uma vez, outra vez e muitas vezes. Em cada tempo da gravidez elas fi cam transformadas, alegres, exuberantes, preocupadas e ansiosas. Elas expressam delicadeza e solidariedade entre si.Crédito: Google Imagens

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Por isso, é fácil entender o gesto de visitação de Maria a sua prima Isabel, fi car com ela vários meses, ajudando e convivendo com Isabel. Assim também fazem as mulheres indígenas, se reú-nem ao redor da mulher grávida, admi-ram sua gravidez, outras pedem para que o benzedor possa benzer para que a mulher possa ter boa gravidez. Quan-do nasce a criança todas as mulheres se preocupam e se alegram com o nasci-mento de um novo ser.

É bonito ver a serenidade materna, ver sua paz e alegria após o nascimento de sua criança. A mãe indígena fi ca sen-tada ao lado do fogo, da rede, olhando para sua criança, admirando-a. Parece a cena do nascimento de Jesus na gruta de Belém, Maria e José sentados admi-rando o recém-nascido Jesus, nosso Salvador, deitado na manjedoura. Os pequeninos têm grande força de atra-ção dos adultos.

Toda mãe sorri para seu bebê e para quem dela se aproxima. Amamenta com jeito carinhoso a criança recém-nascida. Admira e toca nos olhinhos da criança que dorme tranquila. Quando a criança cresce a cada dia a mãe prepara com amor a comida, mesmo quando não parece ter comida ela faz milagre.

Quando vejo as atitudes de uma mãe tudo nela parece divino, seu olhar, seu caminhar, seu falar. A partir dessa minha visão imagino que Maria de Na-zaré, tenha sido assim, cuidando com imenso amor seu menino Jesus. Penso que fez muito mais do que uma mãe in-dígena, pois ela sabia que Ele era Filho de Deus, Salvador da humanidade. Tal-vez seja minha imaginação! Para cada mãe o fi lho e a fi lha são partes do seu ser, expressão de sua feminilidade.

É limitado nosso falar sobre a mãe. Diante de tudo o que ela é e o que ela faz por cada fi lho e fi lho. Aquilo que conseguimos expressar é muito pouco diante da grande vocação de ser mãe. Tudo aquilo que ela não caberia escre-ver em poucas páginas.

Cada mãe é possuidora de muitas qualidades, dedicação pelo cuidado da família, da casa, do trabalho. São muitos sorrisos distribuídos aos fi lhos, aos ami-gos e amigas. A mãe parece esbanjar através de seu corpo fértil a vida humana.

Sobre Maria de Nazaré pouca coisa se escreveu sobre sua pessoa. A ausên-cia disso nos possibilita imaginarmos sua grandeza de mãe para Jesus. Ima-ginemos Maria brincando no dia a dia com o Filho de Deus, cuidando dele com dedicação, com paciência, fazen-do-o dormir, acordando para amamen-tá-lo. Toda mãe busca a perfeição no cuidado do fi lho e fi lha. A mãe é apren-diz, também. Falha em muitos momen-tos, mas aprende cada vez melhor, com sua experiência acumulada.

A mãe indígena segurando os bra-ços de seu fi lho e fi lha com carinho en-sinar a caminhar. Sua voz mansa e cheia

Crédito: Google Imagens

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de amor ensina a falar, cantar e rezar. Todos os resultados da ação educativa desperta emoção à mãe. Há momentos de alegria, saem lágrimas de emoção. Outras vezes saem lágrimas de pre-ocupação e dores. Ser mãe indígena não está imune dos problemas, por isso, vejo que cada mãe é mulher cheia de esperança, de confi ança e muita fé em Deus. Assim aconteceu com Maria de Nazaré cuidando do próprio Deus encarnado, mas ao mesmo tempo pe-dindo que Deus Pai cuidasse do seu Filho Jesus. Maria acompanhou seu fi -lho nos momentos de sua vida pública, arrebanhando multidões, devolvendo a esperança, carinho e dignidade. Não faltaram para Maria os momentos de dores e tristezas, quando ela acompa-nhou seu Filho sendo perseguido, ca-luniado, condenado e morto. As mães indígenas também passam por esses momentos e questionam: o que eu não fi z para meu fi lho? Onde eu errei na educação? São questionamentos que saem do profundo do coração e que as fazem chorar e ao mesmo tempo respirar profundamente depositando confi ança em Deus.

A mãe indígena hoje está atuante na roça, na família, na escola, no hos-pital, na loja, na Igreja. Está presente em muitos lugares, ela se multipli-ca. Incansavelmente é cuidadora da vida. É justo dizer que a mãe é amiga de todas as horas, é companheira, é educadora e trabalhadora incansável. Nenhum filho conseguirá retribuir à altura pelo bem que a mãe realiza aos seus filhos. Nossa Mãe Maria também passa por momentos de ingratidão de muitos filhos e filhas. Mas acredi-temos que independente de como sejamos ela é Mãe.

FECHANDO A CONVERSA

Falar de Mãe é falar de Deus nosso Pai/Mãe. Por isso, peço que Ele cuide de todas as mães indígenas como cuidou de Maria, Mãe de Jesus.

Deus nosso Pai/Mãe, Vós criastes nossas mães com carinho e amor. Derrame sobre cada mãe a paz, a

serenidade, a alegria, o dom da saúde, da fortaleza para mães que se sentem fracas, ânimo para mães desanimadas.

Fortaleça e enriqueça sua vocação materna.

Com sua graça cuidem com alegria seus fi lhos e fi lhas.

Cuidem com amor suas casas e seus trabalhos.

Com sua bondade as proteja de todos os perigos,

Dê para elas o que precisam para vive-rem com alegria sua vocação.

Amém!

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“... A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo. É a janela e, por isso, nos impõe grandes de-safi os. (Papa Francisco, 2013, p.12).

1) O QUE É “CORAÇÃO ORATORIANO”?

A expressão “coração oratoriano” está cunhada na pedagogia e práxis sa-lesiana como elemento fundante da pro-posta evangelizadora educativa de Dom Bosco. Não é, portanto, apêndice ou exclu-sividade de um determinado educador, mas “critério permanente de discernimento e renovação de cada atividade e obra”. (C. 40). É a atuação concreta da caridade pas-toral, que encontra seu modelo, no “cora-ção de Cristo, apóstolo do Pai”. (C. 11).

O coração oratoriano é força dina-mizadora que renova e atualiza o siste-ma preventivo em todo tempo e lugar,

nos faz saltar os muros das estruturas, não nos deixa fi car acomodados, nos torna “sensíveis aos sinais dos tempos”, nos faz ir em busca dos jovens. (C. 41).

“Não se imagine que o verdadeiro oratório festivo tem ocupações ape-nas dominicais. O oratório, como D. Bosco o concebia, é sede de uma autoridade paterna, que cativando a alma dos meninos, os segue por toda parte e intervém diretamen-te junto dos pais, patrões, mestres, por toda parte onde seja possível exercitar um salutar infl uxo sobre a conduta deles. (CERIA, 1962, p. 71).

Compreender o oratório, não somen-te como espaço físico, mas como atitude pastoral que preenche a vida e ação do educador é um desafi o que, entretanto, não pode ser usado como desculpa para fugir das obrigações de estar fi sicamente presente no meio dos jovens.

o CoraÇÃo oraTorIano e os noVos DesaFIos JuVenIs

José Ivanildo de Oliveira Melo, sdb

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2) COMO MANTER O CORAÇÃO ARDENDO DE PAIXÃO APOSTÓLICA DIANTE DOS ANTIGOS E NOVOS APELOS DO MUNDO JUVENIL NA CONTEMPORANEIDADE?

Nomear os desafi os do mundo ju-venil é uma tarefa longa e fatigosa. O problema das drogas, violência urba-na, mundo virtual, migrações, fragi-lidade afetiva, questões de gêneros, etc., constituem alguns dos mais recor-rentes. Contudo, nossa proposta aqui parte em outra direção. Ao invés de fa-lar de um desses temas, apresentamos três posturas que podem ajudar o edu-cador salesiano a discernir e encontrar caminhos pastorais a esses desafi os1.

1º – SER EDUCADOR EM SAÍDA – Familiaridade com os jovens especial-mente no recreio. Sem familiaridade não se demonstra afeto [...] (MB XVII, 111).

1 – O Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Sale-siana (QRPJS), 2013, apresenta na Parte Segunda, cap. V, subtítulo 3, preciosa refl exão sobre o tema (pg. 126-128). Na Parte Terceira, cap. VII seguem as classifi cações e orientações práticas para o or-denamento do oratório em sua relação com os Centro Juvenil, a Pastoral Vocacional e a forma-ção profi ssional. (pg. 176-188).

Não se conhece o mundo juvenil a distância. É preciso “habitar a vida e a cultura dos jovens” se desejamos co-nhecê-los (QRPJS. 2014, p. 21). Mesmo o complexo universo virtual não subs-titui totalmente a proximidade real. É preciso ir ao encontro dos jovens nos lugares onde estão, arriscar-se, desa-lojar-se, imitar a atitude do Bom Pastor “que busca o encontro com solicitude” (ESTREIA 2016, p. 9) e, quando encontra resistência, não desiste.

Estar no meio dos jovens é certa-mente o primeiro passo, mas ainda não garante o sucesso de nossa missão. O educador salesiano precisa manter o coração aberto à paternidade. Fazer de “qualquer situação” uma oportu-nidade formativa, “tempo favorável para o crescimento da sua vocação” (C. 119).

Recordo-me de um jovem na peri-feria de São Paulo que me tratou mal na primeira vez que nos encontramos. Suas atitudes deixavam claro que esta-va incomodado com minha presença. Eu também estava desconfortável. Éra-mos dois corações feridos. O dele pelo fechamento, o meu pelo medo da não aceitação. O caminho para a amizade foi longo e fruto de oração e insistência em ganhá-lo.

2º – FORMAR PARA A CIDADA-NIA – A fi nalidade do Oratório é reunir os jovens para torná-los honestos cidadãos fazendo-os bons cristãos (MB IV, 19).

O oratório precisa ajudar nossas crianças, adolescentes e jovens, a des-pertarem para a cidadania, como dis-curso e prática. Não podemos nos con-formar em apreciar sua diversão em

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nossos pátios ano após ano, sem nos perguntarmos sobre seu real desenvol-vimento humano, o progresso de suas habilidades sociais e religiosas.

Urge estimulá-los ao gosto pela arte, cultura, política. É urgente des-programar nossa mente do passeio de oratório como evento de churrasco, piscina e futebol. Nossas cidades estão povoadas de belas e educativas opções de teatro, exposições, shows à espera de que nos apropriemos delas, e onde, por ventura não haja tais oportunida-des, criemo-las.

3º – DESPERTAR E FAVORECER O DISCIPULADO MISSIONÁRIO – A úni-ca fi nalidade do oratório é salvar as almas (MB IX, 293).

Conversando com um grupo de ani-madores de oratório ouvi o seguinte:

– Quando a proposta da refl exão do dia é um tema religioso eu não faço. Pre-fi ro falar sobre valores, algo que tenha a ver com a vida deles, sabe.

E justifi cava sua opção dizendo: – É que nem todos são cristãos. Não

quero ofender ninguém. Perguntei aos demais o que pensa-

vam, e para minha surpresa todos con-cordavam com o rapaz.

O trabalho com os jovens que o sa-lesiano é chamado a realizar não pode ser mero serviço social, é antes de tudo uma arte de ser presença evangelizado-ra, profecia feita caridade pela acolhida indiscriminada de todos, mais ainda as-sim, proposta evangelizadora cristã.

Podemos ser empenhados e aprecia-dos pelos jovens, mas se nosso trabalho não os questiona, não os provoca para

o sentido da vida espiritual, não lhes propõe um caminho de discipulado mis-sionário, a despertarem à solidariedade com o próximo, com a sociedade a serem pessoas de coração aberto para o mun-do, estamos em dívida com nossa missão.

O discurso sobre valores humanos, não pode ser substitutivo do anúncio explícito do Evangelho, eles são meios de apresentar Cristo e nunca fi ns em si mesmos.

3) RESUMINDO

Ter coração oratoriano é ser como Dom Bosco: possuir um coração vi-brante, disponível para acompanhar crianças, adolescentes e jovens no seu delicado processo de formação huma-na e cristã. É transformar toda atividade em espaço privilegiado de formação e evangelização, “rico de humanidade”, re-forçado pela “presença física”, “amizade” e o “interesse”. (TERÉSIO, 1987, p. 26).

Movidos pela “inteligência, do coração e do desejo de Deus” (C. 38), somos chamados a percorrer, com Jesus, a aventura do mundo moderno sem medo, cheios de entusiasmo, e

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“disponíveis a soluções novas” (C. 46), para os novos e antigos desafios do mundo juvenil.

BIBLIOGRAFIA

ARTIME, Ángel Fernández. Estreia 2016: Com Jesus, percorramos jun-tos a aventura do Espírito. Brasília: Edebê, 2016.

CERIA. Eugênio. Dom Bosco com Deus. Ed. da Província Salesiana Por-tuguesa, 1962.

Constituições da Sociedade de São Francisco de Sales, 1984.

PAPA FRANCISCO. Pronunciamento do Papa Francisco no Brasil. São Pau-lo: Paulus e Edições Loyola, 2013.

Quadro Referencial: A Pastoral Juvenil Salesiana. 3º ed. 2014.

TERÉSIO, Bosco. Pastoral Juvenil Sale-siana nº 17 – Oratório de Dom Bosco: modelo do nosso oratório salesiano atual. São Paulo: EDB, 1987.

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1) A MATERNIDADE E A PATERNIDADE NA BÍBLIA

Todos os anos, no segundo do-mingo de maio celebramos o dia das Mães, é sempre uma ocasião para se fazer festa, celebrar e aprofundar-mos o sentido, a beleza, a profundi-dade e os valores da maternidade. Gostaria de lhe oferecer uma breve reflexão sobre a maternidade apoia-do sobre alguns parâmetros bíblicos.

Em toda a Sagrada Escritura, ape-sar do patriarcalismo e do machis-mo presente em alguns contextos, a figura da paternidade e da mater-nidade caminham juntas. Por exem-plo, no livro do Eclesiástico temos um capítulo inteiro, o terceiro, sobre esse binômio inseparável. Paterni-dade e maternidade se enriquecem

reciprocamente pelas mesmas vir-tudes e devem ser reconhecidas e honradas com igual teor e dignida-de pelos filhos.

Nos livros sapienciais (Jó, Sal-mos, Provérbios, Eclesiastes, Cânti-co dos Cânticos, Sabedoria e Eclesi-ástico) é admirável a abundância de lições de vida no que diz respeito aos deveres da paternidade e da maternidade e a relação honrosa dos filhos para com seus pais. Mui-to além dos livros sapienciais, que reforçam a prática das virtudes, a maternidade na Bíblia, em especial, é apresentada como Dom de Deus da qual decorre uma séria respon-sabilidade.

MÃe: “BenDITo É o FruTo De Teu VenTre!”a MaTernIDaDe É DoM e resPonsaBIlIDaDe!

Pe. Antônio de Assis Ribeiro, sdb

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2) A MATERNIDADE DOM DE DEUS

Antes de tudo, é insistentemente afi rmada a maternidade como dom de Deus! Sem a fecundidade que vem de Deus, a mulher permanece vergonho-samente estéril causando-lhe grande sofrimento (cf. Gn 16,2; 17,15;30,2; 1Sam 1,8).

Dessa forma a maternidade é uma vocação: dom de Deus e responsabi-lidade da mulher. Sendo a materni-dade fruto da Providência Divina, é universalmente dada às mulheres em todas as condições e status, pois para Deus nada é impossível (cf. Gn 18,14; Jr 32,27; Lc 1,37).

Por ser a maternidade dom de Deus, fi cam grávidas idosas, estéreis, escravas e até uma virgem. Ficam grá-vidas: Sara esposa de Abraão e Isabel, esposa de Zacarias (mãe de João Ba-tista), ambas idosas e estéreis (cf. Gn 18,1-15; Lc 1,7.24); Ana, também esté-ril, mãe do profeta e sacerdote Samuel (cf. Sam 1,1-23); Agar (escrava egípcia que servia a Sara, esposa de Abrão (cf. Gn 16,15); Tamar que era prostituta (cf. Gn 38,24); e a virgem é Maria, a mãe de Jesus (cf. Mt 1,22-25). Esse é o único

caso de maternidade totalmente ex-cepcional por se tratar de uma virgem que engravida sem ter relações sexuais.

Chama-nos muito a atenção as pa-lavras de uma santa mãe judia que, so-frendo dura perseguição por não negar sua religião, luta pela fi delidade religio-sa de seus fi lhos. Para eles declara com fi rmeza e fé o mistério da sua materni-dade dizendo-lhes:

«Não sei como vocês apareceram no meu ventre. Não fui eu que dei a vocês o espírito e a vida, nem fui eu que dei forma aos membros de cada um de vocês. Foi o Criador do mundo, que modela a humanidade e determina a origem de tudo» (2Macabeus 7,22-23 – Leia todo o capítulo, é lindo!).

3) A MATERNIDADE GERA: O ÚTERO SAGRADO!

Destaque especial e simbólico é dado ao ventre materno (útero); é o nosso primeiro ambiente de vida, nele fomos formados, sustentados, dele todos saímos e para lá não voltamos mais (cf. Jó 1,21; Jo 3,11; Jó 31,15; cf. Sl 138,13; Ecl 5,14; Sb 7,1; Sl 71,6; Jr 1,5).

Por vontade divina o útero é o núcleo mais íntimo da maternidade, casa que nos acolheu e formou por nove meses e do qual jamais consegui-mos psicologicamente nos afastar. É daí que vem a sacralidade da materni-dade biológica!

Do ventre materno, que é ambien-te de guarda e de aconchego, brota na mãe a consciência da guarda, do cuida-do, da proteção! O anjo Gabriel disse a Maria: “bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1,42).

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Todo fruto do ventre é bendito, sa-grado, digno de ser amado, protegido, amparado! A vida é sagrada, dom de Deus! O ventre materno é o lugar da primeira consagração começando nos-sa existência, onde já somos amados e queridos (cf. Eclo 49,7; Jr 1,5).

4) A MATERNIDADE GERA E ALIMENTA!

O útero que gera, compromete os seios que devem amamentar aquele que foi gerado. Geração e cuidado são inseparáveis e, dessa forma, se amplia a vocação e missão da maternidade.

A maternidade é fonte de abundân-cia, generosidade e saciedade através do ato de amamentar dando manutenção à vida gerada (cf. Jó 38,8; Ct 8,1). Amamen-tar é um dom de Deus e responsabilida-de do ser mãe (cf. Sl 22,10-11). O peito materno é fonte de vida (cf. Jó 24,9).

Amamentar é dar-se, entregar-se, nu-trir o novo ser gerado com “parte” de si mesmo! Dessa forma, o leite materno não tem somente um signifi cado material, mas um íntimo sentido de comunicativo de afeto e intimidade entre mãe e fi lho!

É por isso que crianças bem amamentadas crescem sadiamente, com mais robustez física e vigor psicológico! Infelizmente, talvez nem todas as mães tenham compreendido o signifi cado psicoafetivo do ato de amamentar!? O leite não é só leite! E o ato de amamentar é mais profundo do que assegurar o leite de cada dia! A Nestlé agradece e sorri para as mães que não amamentam!!!

A maternidade também se estende para quem alimenta e cuida, mesmo sem ter gerado. É assim o caso das mães

adotivas (são muitas!), mãe de coração! Foi assim que aconteceu com Moisés! Uma, foi aquela que o gerou, e outra quem dele cuidou, amamentou, prote-geu, educou! (cf. Ex 2,1-10; Nm 26,59).

5) A MATERNIDADE QUE GERA, ALIMENTA E TAMBÉM EDUCA!

Os horizontes da experiência da maternidade, na perspectiva bíblica, são vastos! A mãe que gera é a mesma que deve alimentar e educar! Não basta o leite material! A sábia mãe deve tam-bém proporcionar a seus fi lhos o leite da sabedoria, o leite do ensino, o leite da educação, o leite do treinamento à prática das virtudes (educação moral), caso contrário, terá maldição (cf. Pr 1,8; 6,20;30,17;31,1; Eclo 3,16).

Mais uma vez recorramos a outros versículos do discurso daquela mãe perseguida. Veja sua consciência de maternidade que educa, anima e pro-move a fé do seu fi lho com impressio-nante fi rmeza e lucidez:

“Meu fi lho, tenha dó de mim! Eu carreguei você no meu ventre duran-te nove meses. Eu amamentei você

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Não poderíamos deixar de mencio-nar alguns gestos da maternidade de Maria, a mãe de Jesus, a mais extraor-dinária de todas as mães. Ela acolhe a maternidade como dom de Deus (cf. Lc 1,38), dá à luz seu fi lho num ambiente de pobreza extrema mas o conforta com seu terno cuidado (cf. Lc 2,6-7); acompanha seu fi lho em suas peripé-cias de adolescente respeitando sua paixão por Deus-Pai (cf. Lc 2,41-50), segue-o como adulto providencian-do-lhe o que está ao seu alcance (cf. Lc 8,1-5) e testemunha sua fi delidade materna até os últimos dramáticos momentos da vida do seu fi lho (cf. Jo 19,25-26).

A humanidade será salva pela sua maternidade (cf.1Tm 2,15): metáfora do cuidado, do zelo, da generosidade... Fe-liz de quem tem ou teve mãe! Feliz da mãe que faz e fez a experiência da Ma-ternidade! Parabéns, a todas as MÃES!

por três anos. Eduquei, criei e tratei você até esta idade! Meu fi lho, eu lhe imploro: olhe o céu e a terra, e obser-ve tudo o que neles existe. Deus criou tudo isso do nada, e a humanidade teve a mesma origem” (2 Macabeus 7,27-29). Ela é Mãe, Educadora, tes-temunha de Fé e Catequista!

Tendo sido gerado, alimentado, educado, o fi lho por sua vez, deve reco-nhecer a autoridade de sua mãe (e pai) e honrá-la generosamente (cf. Eclo 3,1-17). É insensato, desonrado e infame o fi lho que não honra (ama, respeita) sua mãe (cf. Pr 15,20; Pr 19,26), causando-lhe, com sua rebeldia e dureza, sofri-mento e amargura (cf. Pr 17,25).

Ao contrário, reconhecendo a gran-deza de sua mãe, simplesmente por estar nas origens de sua vida, sempre a honra, jamais a despreza e cuida dela na velhice (cf. Pr 23,22; Eclo 3,12-13). É gratidão, fé, reconhecimento, sabedoria, justiça!

Crédito: Google Imagens

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Por Meire Botelho1 e Rivelino Barreto2

A Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia – ISMA, por meio da Fa-culdade Salesiana Dom Bosco – FSDB, no dia 19 de abril de 2016, inaugurou o Núcleo de Estudos, Acompanhamento e Pesquisas Indígenas – NEAPI, com uma programação específi ca e diferenciada que descreve em tempos hodiernos o refl exo da presença e ação missionária salesiana na Amazônia, especifi camente no Rio Negro. O evento contou com a presença do Pe. Francisco Alves de Lima, Inspetor, Diretor Presidente da Mante-nedora da FSDB, da Profa. Dra. Meire

1 Doutora em Ciencias da Educaçao. Mestre em Educaçao. Pedagoga. Especialista em Psicope-dagogia e em Metodologias de Ensino. Diretora Executiva da FSDB.2 Pertence à Etnia Tukana do Alto Rio Negro. É coordenador do NEAPI, docente da FSDB de Ma-naus e doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

InauGuraÇÃo Do neaPI na FaCulDaDe salesIana DoM BosCo, Manaus/aMCrédito: Acervo da Faculdade Salesiana Dom Bosco

Botelho, Diretora-Executiva da FSDB, do Pe. Justino Sarmento Rezende, etnia tuyuka, Conselheiro Inspetorial, do Pe. Raimundo Marcelo, Diretor de Pastoral na FSDB, além de outros Diretores, Co-ordenadores dos Cursos, Docentes, Dis-centes, Colaboradores Técnico-adminis-trativos e convidados.

A Faculdade Salesiana Dom Bosco já formou e continua formando um nú-mero signifi cativo de indígenas e este ano, na data em que se lembra no Brasil dos Povos Indígenas, fez uma progra-mação diferenciada. Nesses termos, a programação contou com a presença do grupo de dança indígena Kariçu, formado pelos jovens indígenas do Alto Rio Negro, pertencentes às etnias Tukano, Tuyuka e Dessana. Esses jovens indígenas, estão em Manaus por ques-tões de estudos, são estudantes de an-

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tropologia, ciências da computação e outros cursos superiores e/ou técnicos. São sinais de expressões de novos tem-pos, com novos desafios, perspectivas intelectuais e valores culturais em con-tínuo diálogo que precisam de atenção, compreensão, descrição e reinterpre-tação. A participação das acadêmicas do 1º Período do Curso de Pedagogia foi muito importante e envolvente, uma vez que é no encontro das dife-renças que as culturas se manifestam, no contato com a cultura do Outro, na linguagem e organização sociocultural. Na apresentação da Dança do Kariçu, o Pe. Justino foi o responsável por envol-ver os participantes com explicações sobre a dança e o significado daquela expressividade cultural, com pinturas e ornamentos corporais se manifestando através do som das flautas de Kariçu.

O primeiro momento ocorreu no hall da lanchonete da FSDB, e no se-gundo momento houve então a inau-guração e visita ao NEAPI, onde o espa-ço ficou pequeno pela quantidade de acadêmicos(as), que não só contem-plavam o espaço de caráter cultural indígena, mas também queriam sair do local com as lembranças das imagens artesanais, poucas ainda. Além disso, foi apresentado, para degustação, al-gumas comidas típicas do Rio Negro, como a quinhapira, a mujeca, o beijú e o chibé. Esse é o rosto do NEAPI, que nasce para ser referência nas questões indígenas na Inspetoria Salesiana Mis-sionária da Amazônia e na Faculdade Salesiana Dom Bosco. Com estudos, pesquisas e acompanhamentos às questões indígenas a partir dos novos tempos e desafios, inspirado pela tra-dição cultural-indígena no Rio Negro

e em diálogo com as culturas diferen-tes na Amazônia. Para os salesianos da Amazônia, é importante a releitura e reaproximação da ação missionária, junto aos novos desafios em questões indígenas, a partir do diálogo e parce-ria com as pesquisas antropológicas, com a Igreja local, com as comunidades indígenas, com as associações e movi-mentos indígenas e com instituições indigenistas como a Federação das Or-ganizações do Rio Negro – FOIRN, Fun-dação Nacional do Índio – FUNAI, Con-selho Indigenista Missionário – CIMI, arquidiocese, dioceses e igrejas locais.

O NEAPI, como parte do Projeto Rio Negro, é uma das formas de ex-pressão da identidade missionária sa-lesiana nesses cem anos de presença contínua entre os povos da Amazônia, onde marcaram a história através da evangelização, catequese, escolas e profissionalização. Os salesianos, desde que chegaram (1915), tiveram compro-missos com os estudantes indígenas, trabalhando com os internatos, pós-internatos, Escolas, Missões, e desde o ano de 2003, com a Faculdade. Por isso, esse Núcleo é compromisso da vocação salesiana na Amazônia. Nesses termos, o NEAPI torna-se, dentro da Fa-culdade Salesiana Dom Bosco, um Nú-cleo de grande importância dada a sua contribuição para que a comunidade acadêmica reconheça e valorize sem-pre mais as diversidades culturais, es-pecialmente os povos indigenas, com suas línguas, costumes, tradições, ritos, mitos, músicas, etc.

A princípio, o objetivo geral do NE-API é criar um espaço de convivência, reflexão, pesquisa e formação incultu-rada sobre as questões indígenas, seus

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pensamentos e conhecimentos, suas fi losofi as e ensino educativo diferen-ciado e os meios para a sua atualização, segundo os contextos na Faculdade Salesiana Dom Bosco e da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia. Na região do Alto Rio Negro, por exemplo, onde os salesianos estão presente há cem anos, os vinte e três (23) povos in-dígenas fundaram uma federação, no dia 30 de abril de 1987: Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN, atualmente constituída por oi-tenta e sete (87) organizações de base que atendem setecentos e cinquenta comunidades indígenas (750), num to-tal de quarenta mil indígenas (40.000), das famílias linguísticas: Tukano, Aruak, Maku, Yanomami. Desenvolve traba-lhos na área de Educação Escolar Indí-gena Diferenciada; Psicultura; Pimen-ta; Meliponicultura; Ponto de Cultura; Manejo de Recursos Naturais; Manejo Agrofl orestal; Revitalização Cultural; Registro das Cerimônias; Documenta-ção Linguística; Medicina Tradicional; Manejo de Recursos Pesqueiros e Na-turais; Artesanato; Formação de Lide-ranças e etc. O NEAPI pretende, futu-ramente, articular parcerias com essas organizaçoes.

Segundo o Censo Demográfi co rea-lizado pelo IBGE em 2010, a atual popu-

lação indígena brasileira é de 817.963, dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180 nas zonas urbanas. Com 305 diferentes etnias – Norte: 305.873, Nor-deste: 208.691, Sudeste: 97.960; Sul: 74.945, Centro-Oeste: 130.494; e 274 línguas indígenas3.

Inicialmente, a proposta de criação do NEAPI foi pensada para estruturar o grupo de acadêmicos indígenas, para que se sintam inseridos em um espa-ço de acolhida. A partir disso, consta no Projeto fazer encontros e acompa-nhamentos, proporcionando assim ambiente para troca e vivência socio-cultural dos mesmos, em um espaço acadêmico onde possam falar a sua língua materna, manifestar suas cul-turas e protagonismo, bem como dia-logar com o conhecimento científi co, os saberes especifi cos de suas culturas e o mundo acadêmico no qual estão envolvidos. Paralelo a isso, a FSDB tem acadêmicos e professores que têm in-teresses na questão indígena, de modo que o Núcleo poderá no futuro arti-cular as pesquisas nesse campo, além disso, na Biblioteca da FSDB já existem bibliografi as produzidas em Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), seja por acadêmicos indigenas ou por não-indí-genas que demonstraram interesse na

3 Fonte: AZEVEDO, Marta Maria. 2013.

Crédito: Acervo da Faculdade Salesiana Dom Bosco

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causa. Por outro lado, entende-se que os acadêmicos indígenas poderão so-cializar suas produções, a partir de suas experiências de vida e conhecimentos socioculturais, ao mesmo tempo em que estejam em processo de questio-namento, entendimento e compreen-são em um exercício filosófico. Nesses termos, a presença de acadêmicos in-dígenas na FSDB é uma manifestação, um sinal dos novos tempos, pois os in-dígenas nas faculdades e universidades são realidades novas e com propostas novas para os formadores/professores, são produtores de novos conhecimen-tos e propagadores de suas culturas. Essas realidades exigem uma atenção particular e qualificada, na medida em que trazem consigo questões sociocul-turais novas, que precisam ser respeita-das e valorizadas.

Os próximos desafios na Faculdade Salesiana Dom Bosco dizem respeito à consolidação do Núcleo, e a implemen-taçao das atividades a serem desenvol-vidas a partir do cronograma do proje-to. A princípio, o núcleo será fortalecido na base, com a organização maior na sua estrutura. Ao mesmo tempo, já há uma participação e organização de ati-vidades inicialmente, pelos docentes e discentes de Pedagogia, com repre-sentações culturais em diálogo com os componentes curriculares do curso. Precisamente, a partir de 2017, na FSDB, as atividades a serem desenvolvidas pelo NEAPI estarão sendo efetivadas de acordo com o calendário acadêmico e em consonância com as propostas de atividades a serem estabelecidas junto à ISMA/CEDEM, isto é, com a partici-pação de eventos interinstitucionais sobre as questões indígenas em nível

local, regional e nacional. Internamen-te, a coordenação do NEAPI começou a realizar coleta de dados com deten-tores de conhecimentos excepcionais tukano, com gravações de benzimen-tos, histórias e músicas. Assim como se-rão organizados, ainda em 2016, vários encontros para socializações de conhe-cimentos excepcionais indígenas com palestrantes especialistas e palestran-tes indígenas. Outra atividade em cur-so é a Exposição, na FSDB no segundo semestre, de Técnicas de Caça e Pesca do Rio Negro. E, a partir da coleta de dados, seja de palestras e outros even-tos, serão elaborados materiais didáti-cos para pesquisas e reflexões.

Embora o país viva um momento crítico, entende-se que para os povos indígenas é de suma importância con-tinuar pensando nos valores culturais e linguísticos, em diálogo com os univer-sos acadêmicos para melhor pensar e compreender a própria identidade cul-tural. Com esses propósitos, objetivos e compromissos, a Inspetoria Salesiana Missionária Salesiana e a Faculdade Salesiana Dom Bosco contribuem, por meio do NEAPI, na produção de co-nhecimentos indígenas na Amazônia, e uma produção de conhecimentos ocorre a partir da descolonização e produção de escrita, isto é, descoloni-zar significa produzir conhecimentos, e para produzi-los é necessário escrever, desenvolver pesquisas, eventos e ou-tras atividades de caráter acadêmico, intercultural e interdisciplinar. O Nú-cleo de Estudos, Acompanhamento e Pesquisas Indígenas – NEAPI foi inau-gurado com esta finalidade. Está se consolidando, mas já é uma realidade aberto à visita, contribuição e parcerias.

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nhora Auxiliadora ao final da tarde, como primeiro ato da celebração eucarística presidida pelo inspetor da Inspetoria Salesiana do Nordeste, padre Nivaldo Pessinatti.

O segundo dia foi destinado a um passeio na praia de Maragogi, estado de Alagoas, com importantes mo-mentos de convivência. Os demais dias foram dedicados à dimensão formativa sob assessoria do diácono permanente doutor Sergio Sezino Douets Vasconcelos, que falou sobre o tema da misericórdia no magistério de Francisco. O encontro foi encerra-do na sexta-feira, 8 de abril.

enConTro Do QuInQuÊnIo reÚne salesIanos Das InsPeTorIas Do BrasIl

Os salesianos das seis inspetorias do Brasil se reuniram no dia 4 de abril (2016), na casa de retiros de Jaboa-tão dos Guararapes, Região Metro-politana do Recife, PE, no Encontro do Quinquênio. Esse evento anual é destinado aos salesianos irmãos e presbíteros que estão nos primeiros cinco anos da profissão perpétua ou da ordenação presbiteral.

No primeiro dia do encontro os participantes dedicaram-se a mo-mentos de espiritualidade, com a experiência de deserto na parte da manhã e da tarde. Um dos momen-tos significativos foi a passagem pela porta santa na Basílica de Nossa Se-

Salesianos de várias missões do Brasil reunidosCrédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

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O TIPITI - XVIII Capítulo Inspetorial 2016 aconteceu no período de 11 a 14 de abril, na Casa de Retiros Laura Vicuña em Manaus, e reuniu salesianos, membros da família salesiana e leigos convidados.

Em todas as casas salesianas nos cinco continente, os capítulos inspetoriais, a pe-dido do Reitor-Mor e de seu conselho, o objetivo foi a reflexão sobre dois temas ur-gentes: Redimensionamento e a avaliação da aplicação do XXVI Capítulo Geral (2014). Aqui em Manaus além dos temas, também foi revisado o Diretório Inspetorial.

Assembleia Capitular ala esquerda

Diretores, leigos e membros da Família Salesiana participantes do TIPITI

Assembléia Capitular ala direita

TIPITI – XVIII CaPITulo InsPeTorIal 2016

Através de reuniões fraternas os re-presentantes das comunidades locais reforçaram o sentido de sua presença à comunidade inspetorial. Cerca de 44 representantes entre diretores, leigos e membros da família salesiana estive-ram presentes, assim como Pe Filiberto Gonzalez, Conselheiro Mundial para as Comunicações que visitou as Missões no Rio Negro pela primeira vez: “observei que o trabalho realizado pelos salesia-nos é muito importante pela evangeliza-ção, pela educação e principalmente por

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Estudo nas Comissões sobre o relatório do Inspetor

Conclusão do Capitulo Inspetorial 2016 foto oficialCréditos: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

Momento de Gincana (disputa de cabo de guerra)

dar voz a quem não tem voz. Foi muito bonito ver o reconhecimento nas comu-nidades que visitei”.

A Assembleia Capitular após ter ouvi-do, estudado e confrontado o relatório do Inspetor no primeiro dia deu seguimento com a avaliação e aplicação do CG27 nas três dimensões: mística, profecia e servos dos jovens a partir da metodologia orien-tada pelo Regulador, Pe. João Benedito, em um trabalho rigoroso das comissões. Neste dia se retomou com a reflexão e aprofundamento do Redimensionamento começando com estudos em comissões.

Sem perder o foco do encontro, o Ca-pítulo Inspetorial teve uma manhã expres-siva de Convivência Fraterna com gincana

entre as comissões, para que pudessem relaxar em meio as votações e decisões sobre o futuro da ISMA.

Para o pe. João Mendonça, diretor do Colégio do Carmo em Ananindeua (PA) foi muito importante o encontro: “o processo foi importante para repensar a congregação, a nossa presença, a nossa missão e é importante para nós salesia-nos repensar o que estamos fazendo, por que estamos fazendo e a importân-cia de nossa presença enquanto obra no território. Sem esquecer a presença da juventude nas nossas obras, a sua evan-gelização e educação que são critérios importantes”.

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seas ProMoVe Curso De CaPaCITaÇÃo

A Secretaria de Ação Social e Ci-dadania do Governo do Estado do Amazonas – SEAS, realizou no dia 12/04/16 a formação de capacitação técnica para as instituições sociais que participarão da seleção de pro-jetos de cooperação e fomento no ano de 2016. Temas como aspectos jurídicos, prestação de contas, moni-toramento e avaliação, planejamento e gestão foram abordados pelos as-sessores da SEAS.

Pela Inspetoria Salesiana Missio-nária da Amazônia - ISMA participa-

Colaboradores Participantes do Curso de CapacitaçãoCrédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

ram os colaboradores (da esquerda para direita): Ângela Almeida, Fer-nanda Melo, Josely Moura, Maria Nu-nes, Pedro Cunha, Josefa Sampaio, Hugo Edson e Francisco Menezes.

“Esta capacitação é de fundamen-tal importância para o correto desen-volvimento dos projetos que forem aprovados com a SEAS, principalmen-te pelo conhecimento pleno das Leis 13.019/2014 e 13.204/15 sobre o Marco Regulatório das Organizações da So-ciedade Civil”.

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No sábado, dia 16 de abril de 2016 pela parte da manhã, foi reali-zada pelo CLAJS (Conselho Local da Articulação da Juventude Salesiana), o segundo Encontro de Formação de jovens líderes, tendo como tema “Ju-ventude Acolhedora”.

O evento formativo ocorreu na Comunidade de São Domingos Sávio, do qual participaram 20 jovens repre-sentantes dos grupos juvenis da Pa-róquia Salesiana Nossa Sra. das Dores.

No mesmo evento, os jovens tive-ram a oportunidade, de maneira bem dinâmica, de refletir sobre a impor-tância da acolhida à pessoa do outro, na igreja, no grupo de jovens, na es-cola ou em qualquer outro ambien-te, tendo como exemplo a figura de

Membros da AJSCrédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

ConselHo loCal Da aJs-ManICorÉ ProMoVe enConTro ForMaÇÃo CoM lÍDeres

Jesus Bom Pastor e de Dom Bosco. A reflexão aconteceu a partir de alguns textos bíblicos sobre o Bom Pastor.

Os jovens também puderam com-partilhar suas experiências a partir de cada realidade dos grupos, apre-sentando suas interessantes vivên-cias de acolhidas ligadas ao clima de família, como queria Dom Bosco.

Ao fim do encontro de formação, os jovens tomaram o propósito de contribuir para reanimação do Gru-po JUSS (Juventude Unida de São Sebastião), da comunidade São Se-bastião que, por algum tempo, se manteve parado. O encontro se en-cerrou com diversos comunicados.

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reunIÃo Da PasToral unIVersITÁrIa Da FsDB

A Equipe da Animação Pastoral da Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB, coordenada pelo padre Raimun-do Marcelo e Ceila Lima, teve no dia 18 de abril uma importante reunião asses-sorada pelo Delegado Inspetorial da Pastoral Juvenil, Pe. Antônio Ribeiro (P. Bira). Também participou desse evento o senhor Ilton Marques, coordenador de Pastoral da Área de Manaus.

O encontro teve uma longa e im-portante lista de assuntos em pauta, dentre estes: apresentação dos docu-mentos orientadores da Pastoral Ju-venil Salesiana, documentos da Igreja Católica tais como a “GRAVISSIMUM EDUCATIONIS”, a “SAPIENTIA CHRISTIA-NA”, a “EX CORDE ECCLESIAE”... O asses-sor também comentou a importância do documento “FIDES ET RATIO” sobre a relação entre a fé e a razão.

Esses documentos são muito im-portantes; definem a identidade e a missão da Igreja Católica no mundo universitário. Outros documentos da Igreja na América Latina e no Brasil são de fundamental importância para a vi-são da solidez e seriedade da presença

da Igreja nas Universidades. Todos os documentos eclesiais recomendam uma séria fidelidade e coerência dos seus gestores à missão das universida-des católicas: evangelizar educando e educar evangelizando estimulando a harmonia entre Fé e Razão!

Na reunião também tratou-se da necessidade do zelo pelo cotidiano da pastoral com suas múltiplas atividades que demandam cuidado, preparação, atenção cotidiana: o ambiente univer-sitário, as relações humanas, a acolhida, as celebrações etc.

A pastoral da FSDB está sendo animada por uma equipe de jovens acadêmicos bem compromissados e entrosados! Os desafios para os pró-ximos meses é a continuação da ela-boração do Projeto Educativo da Pas-toral da Faculdade. As perspectivas são muito boas! Com a promoção da pastoral Universitária a Igreja deseja estimular a formação de profissionais com um perfil diferenciado, profun-damente comprometidos com um mundo melhor.

Membros da Pastoral da UniversidadeCrédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

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seMana Dos PoVos InDÍGenas no CesaF

Membros da Comunidade CESAF e jovens participantes da Inspetoria Santa Terezinha

Apresentação CulturalCréditos: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

O Centro Salesiano de Formação junto com as jovens formandas da Inspetoria Santa Terezinha celebra-ram nesta última sexta feira a Sema-na dos Povos Indígenas no CESAF. A Eucaristia foi presidida pelo Padre Reginaldo Cordeiro que pertence a etnia dos Arapasos. Além das for-mandas e formadoras Ir. Mariluce

Almeida e Ir. Ruth, também estive-ram presentes a Ir. Claudia Matos da Inspetoria Laura Vicuña e um jovem vocacionado.

A festa contou com diversas apresentações culturais feitas pelos formandos e uma saborosa culinária rio negrina.

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VISITA A MISSÃO DE SANTA ISABEL

Após o Capítulo Inspetorial, Pe. Antonio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), Vice-Inspetor e Coordenador Inspetorial da Pastoral Juvenil Salesiana, acompanha o novo Diretor e Pároco Pe. Reginaldo de Queiroz na Missão Salesiana de San-ta Isabel do Rio Negro para conhecer a realidade desta Presença Salesiana

Formação de Catequistas com a assessoria de Pe. BiraCréditos: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

noTÍCIas De sanTa IsaBel Do rIo neGro

e orientar os salesianos e leigos na re-alização da Evangelização e Educação neste município amazonense com cer-ca de 21 mil habitantes, de acordo com as orientações da Igreja e da Congre-gação especialmente depois de Apare-cida e dos últimos Capítulos Gerais da Congregação Salesiana.

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No dia 24 de abril às 19h30 Pe. An-tônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), em nome do Bispo Diocesano Dom Edson Damian e da Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, presidiu a Celebração Eucarística onde o Pe. Reginaldo de Queiroz Barbosa foi empossado Pároco da Paróquia Santa Isabel.

A Celebração foi muito rica de ges-tos e símbolos e com boa participação do povo das comunidades e, de modo especial, dos catequistas presentes. Pe. Reginaldo fez a renovação dos compro-missos sacerdotais, a profissão de fé e o juramento de fidelidade.

Seguindo as orientações da última Visita Inspetorial em dezembro de 2015, há o propósito de retomar o trabalho do Conselho Pastoral Paroquial – CPP. Pe Re-ginaldo convocou as lideranças das co-munidades e pastorais da Paróquia Santa Isabel para formar novamente o CPP.

Na noite de 20 de abril, Pe. Bira diri-giu a formação ao novo CPP a partir das

orientações do Direito Canônico, do Documento de Aparecida e as declara-ções e orientações do Papa Francisco.

No dia 21 de abril trabalhou a forma-ção a partir das Indicações do Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesia-na apresentando assim o perfil da Paró-quia Salesiana e suas características.

Na noite do dia 22 e nos dias 23 e 24 de abril os Catequistas das Co-munidades da Paróquia Santa Isabel se encontram para a Formação dos Catequistas com a assessoria do Pe. Bira. 50 catequistas participam des-ta Formação que versou sobre os seguintes temas: A identidade do Catequista | A Iniciação Cristã | Lei-tura Orante | Dinâmicas do Encontro Catequético.

A avaliação desta Formação Catequé-tica foi muito positiva no sentido de ser um verdadeiro confronto da vida pessoal com as exigências da nossa fé, a centrali-dade de Cristo e o encontro com Cristo na Palavra de Deus. Na Celebração Euca-rística das 19h30 do dia 24 de abril, todos os Catequistas fizeram a entronização da Palavra de Deus com suas Bíblias em mãos e, no final da Celebração, recebe-ram a Bênção de Envio.

ForMaÇÃo Do ConselHo PasToral ParoQuIal

ForMaÇÃo De CaTeQuIsTas Da ParoQuIa sanTa IsaBel

CeleBraÇÃo Da Posse Do noVo PÁroCo

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PasToral JuVenIl salesIana:I enConTro Do ConselHo InsPeTorIal Da aJs

Tendo como OBJETIVO GERAL con-tribuir para o processo de fortalecimen-to do Protagonismo Juvenil Salesiano e formação dos seus membros, aconte-ceu de 06 a 09 de maio (2016) em Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, o I ENCONTRO DO CONSELHO INSPETO-RIAL da Articulação da Juventude Sale-siana (AJS) na Amazônia.

O Conselho Inspetorial da AJS tem como missão, SER REFERÊNCIA no pro-cesso de animação da Juventude Sale-siana dentro dos Estados onde os Sale-sianos de Dom Bosco estão presentes, a saber: Pará, Amazonas e Rondônia.

O referido Conselho é composto pelos jovens coordenadores das di-versas áreas de presença Salesiana e necessitam de formação, apoio, asses-

soria e maior clareza em relação à pró-pria identidade e missão. Atualmente há 4 Conselhos Locais da AJS forma-dos na Amazônia: um no Pará, um em Manaus e um em Rondônia, um em Manicoré (Sul do AM) e um quinto em processo de formação (núcleo anima-dor da juventude indígena) em Santa Isabel do Rio Negro (AM).

O evento foi avaliado pelos par-ticipantes como muito rico, proposi-tivo, animador e formativo. Diversos assuntos foram estudados, tais como: o protagonismo juvenil, o associa-cionismo juvenil (grupos), questões administrativas e contábeis, a autos-sustentabilidade e a significatividade da juventude salesiana na Igreja e na sociedade.

Membros da PJS, PP Gaudêncio Campos e Antônio de Assis (Bira)

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Por fim, outro tema de grande im-portância tratado nesse encontro, foi a organização do I Congresso Inspetorial da AJS, a ser realizado em julho de 2017 em Manaus e a elaboração de linhas orientativas para as Assembleias Juve-nis das áreas. Esses dois eventos (local e regional) são passos importantes do processo de preparação do IV Congres-so Nacional da Juventude Salesiana que será realizado em setembro de 2017 em Brasília.

Foram quatro dias com uma agen-da cheia de diversos momentos: ora-

ção meditativa sobre a Palavra de Deus, estudo, partilha de experiência de liderança, celebrações, confrater-nização, programação, avaliação, estí-mulos vários.

Dois sacerdotes salesianos acompa-nharam e assessoraram o evento, o Pe. Gaudêncio Campos, animador de Pas-toral da área de Rondônia e o Pe. Bira, Delegado Inspetorial para a Pastoral Juvenil. Agradecemos aos jovens e sa-lesianos anfitriões de Porto Velho pela maravilhosa acolhida.

Membros do PJS em momento de confraternizaçãoFotoz: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

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roMa: esCola De DeleGaDos De PasToral JuVenIl

Aconteceu em Roma, na Casa Ge-neralícia, do dia 16 a 27 de maio, a Es-cola de Delegados da Pastoral Juvenil Salesiana. Participaram 66 salesianos, dentre os quais 48 delegados Inspe-toriais da Pastoral Juvenil.

O evento foi promovido pelo Di-castério da Pastoral Juvenil e teve como objetivo: promover nos parti-cipantes uma visão mais aprofunda dos elementos fundamentais do pa-trimônio carismático salesiano rela-tivo ao serviço de animação pastoral, em sintonia com o “Quadro Referen-cial para a Pastoral juvenil Salesiana”; favorecer o crescimento pessoal dos delegados mediante a reflexão sobre as experiências de vida pastoral, a in-teriorização e a reelaboração das mo-tivações pessoais.

Justificativa do Evento

As atividades do encontro se inicia-ram oficialmente no dia 16, às 09h da manhã, com a Palavra do Reitor-Mor, Pe. Ângelo Fernandez Artime. Em seu pronunciamento justificou a promo-ção desse evento mundial, destacando duas causas fundamentais:

a) A necessidade da formação: disse oReitor-Mor que a Congregação Salesiana, nos últimos anos e, sobretu-do, com o Capítulo Geral 27 (em 2013), está refletindo sobre o Testemunho da Radicalidade Evangélica (Jesus Cristo como Centro da vida e da missão de cada Salesiano) trilhando um caminho de renovação. O processo de renova-ção não é possível sem uma profunda atitude de estudo e reflexão. Daí nasce

Delegados Inspetoriais, Salesianos e Leigos participantes

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a importância da necessidade de culti-varmos uma atitude de vida que esteja em formação permanente. O estudo e a reflexão nos levam ao aprofunda-mento dos elementos e conteúdos te-ológicos, pastorais e carismáticos que fundamentam e motivam da vida reli-giosa e missionária Salesiana.

b) A comunhão: continuou o déci-mo sucessor de Dom Bosco, afirman-do que a segunda motivação desse evento de porte mundial é a neces-sidade do fortalecimento da Comu-nhão Carismática e Pastoral em toda a Congregação, uma vez que a mesma é muito complexa. A congregação é grande e está presente em todos os continentes, inserida nas mais varia-das culturas e contextos culturais, po-líticos eclesiais e religiosos. É preciso, portanto, assegurar a comunhão caris-mática em sua unidade fundamental e, ao mesmo tempo, acolher a riqueza proveniente dos diversos contextos.

Delegados Inspetoriais, Salesianos e Leigos participantes

Programação e conteúdos

O evento teve uma intensa progra-mação com diversas atividades, tais como: conferências, estudo pessoal, trabalho em grupo, oração, partilha de experiências, eventos culturais. Do Brasil participaram cinco delegados, provenientes das inspetorias de Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Campo Grande e Manaus.

Os principais temas estudados, além do Quadro Referencial da Pastoral Juve-nil Salesiana, foram: a necessidade da cultura da reflexão pastoral, a relação entre economia e animação pastoral, a comunhão entre os diversos serviços inspetoriais, atitudes e virtudes da pes-soa do Delegado da Pastoral Juvenil, etc.

O clima que permeou o encontro foi o clima de família, colaboração, atenção às necessidades de cada um, participação ativa, espontaneidade, respeito, acolhida...

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Delegados Inspetoriais, Salesianos e Leigos participantesCréditos: Agenzia Info Salesiana - ANS

Mensagem conclusiva

No último dia, 27 de maio, às 10:00 da manhã, o Reitor-Mor, Pe. Ângelo Fer-nandez, fez o enceramento do evento. Em seu discurso conclusivo agradeceu o serviço que os delegados prestam à Congregação em cada Inspetoria e os estimulou à promoção da Pastoral Ju-venil em profunda comunhão com os critérios da Congregação.

Afirmou que ninguém deve fazer a “sua pastoral juvenil”, por si mesmo. Nenhuma comunidade deve isolar-se e seguir critérios próprios, nenhum con-

texto justifica e nem substitui o carisma salesiano. As particularidades culturais enriquecem a Congregação, mas não justificam a ruptura da comunhão.

Por isso, uma das sérias respon-sabilidades do Delegado da Pastoral Juvenil Salesiana é aquela de esti-mular a fidelidade à Pastoral Juvenil pensada pela Congregação e docu-mentada no Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana. Há uma só pastoral juvenil salesiana e isso não pode ser negociado.

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DOMINGOS SÁVIO

O Centro Juvenil de Manicoré iniciou o Mês de Maria com a SEMANA DE DOMIN-GOS SÁVIO onde os jovens puderam conhecer um pouco mais da vida desse santo salesiano através do resumo do filme de Dom Bosco e de textos sobre sua história. No dia de sua festa, 6 de maio, esses jovens participaram da “Gincana Domingos Sávio”. No período da manhã houve empate entre os grupos de design e informática. Duran-te a tarde o grupo de informática ficou em primeiro lugar, culinária 2º violão 3º, design 4º, esporte e lazer 5º, artesanato 6º, serralheria e alumínio 7º, estofamento 8º, salão e desenho 9º. O curso de informática levou o troféu SÃO DOMINGOS SÁVIO 2016.

FESTA DE DOMINGOS SÁVIO

No dia da festa de Domingos Sávio, 6 de maio, foi realizado no auditório no Centro Juvenil uma gincana de conhecimentos sobre a vida desse santo salesiano.

A competição entre os alunos dos cursos matutinos e vespertinos foi acirrada. Pela manhã as turmas de design e informática empataram, e a tarde a turma de informática saiu na frente conquistando o TROFÉU SÃO DOMINGOS SÁVIO.

A classificação geral foi: 1º lugar – Curso de Informática, 2º lugar – Curso de Culinária, 3º lugar – Curso de Violão, 4º lugar – Curso de Design, 5º lugar – Esporte e Lazer, 6º lugar – Curso de Artesanato, 7º lugar – Curso de Serralheria e alumínio, 8º lugar – Curso de Estofamento e 9º lugar – Curso de Salão e Desenho. O sucesso da gincana garantiu que a competição a partir de agora seja anualmente.

Comunidade de ManicoréCrédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

noTÍCIas De ManICorÉ: MÊs MarIano e salesIano

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SHOW MARIANO

A manhã do dia 24 de maio começou com a Santa Missa celebrada pelo Bispo, Dom Francisco e o Pe. Angelo, e a tarde celebrada por Pe Filipe, que festejaram o dia de N. S. Auxiliadora. Os festejos continuaram com o SHOW MARIANO com apresentação de danças, poesias, encenações e cantos que tiveram como apre-sentadores os colaboradores Alex e Marcelo.

SOLENE INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO A DOM BOSCO

O MONUMENTO A DOM BOSCO foi inaugurado ao final da procissão de Cor-pus Christi na Paróquia Nossa Senhora das Dores e contou com a participação de servidores da administração municipal de Manicoré, grupos da comunidade salesiana, moradores e ex-alunos.

A aluna do Centro Juvenil Salesiano, Alciano em seu discurso enalteceu a im-portância dos ensinamentos de Dom Bosco para a juventude de hoje.

A Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Prof. Madalena, discursou em nome do poder público salientando a importância da presença salesiana na cidade e fez questão de lembrar dos salesianos que passaram por Manicoré. Pe. Filipe fez uma apologia sobre Dom Bosco, Pai e Mestre da juventude antes da placa comemorativa ser descerrada pelo prefeito da cidade e pelo Ir. Antônio Stefani, sdb.

Ir. Antônio Stefani (a esquerda) e o Prefeito de Manicoré Lúcio Flávio (a direita) na inauguração do monumentoCrédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

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4º BAILE DA FAMÍLIA

O 4º Baile da Família aconteceu no dia 27 de maio e reuniu os alunos, seus fami-liares e grupos da família salesiana que foram embalados pelo som da Banda Mile-nium, formada por ex-alunos. Foi uma noite animada com desfi le do Casal Simpáti-co, concurso de dança nos ritmos de bolero e forró, e apresentação de danças pelos alunos. Cerca de trezentas pessoas participaram entre convidados e colaboradores, que não mediram esforço na preparação e realização do evento.

CURIOSIDADE

Você sabia que Manicoré é uma cidade marcada pelos salesianos. Os bairros levam nomes salesianos como Domingos Sávio, Laura Vicunha, Dom Bosco e Maz-zarello; uma das escola leva o nome do Pe. Sebastião Carvalho, uma das paróquias da cidade é chamada de Paróquia N. S. Auxiliadora e o centro catequético leva o nome do Pe. Romano, um dos primeiros salesianos em Manicoré, o Centro de Referência de Assistência Social - CRAS foi dedicado ao Pe. Ricardo Lorenzoni. E vários órgãos públicos da administração pública atual, é formada por ex-alunos como o prefeito, Lúcio Flávio do Rosário.

Vista aérea do município de Manicoré / AMFoto: Google Earth

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MIssIonÁrIo: uM sonHo Que se realIza

Ser missionário é levar a experiên-cia de Deus em meio ao povo; colo-car em prática o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo e por à disposição das pessoas seus dons. Com este sonho, o jovem Salesiano Augusto Rodrigues de Sousa colocou-se à disposição das necessidades missionárias da Congre-gação Salesiana.

Após ter feito um processo de acompanhamento e discernimento, apresentou ao Reitor-mor sua dispo-nibilidade para ser enviado às mis-sões. Seu pedido foi acolhido e ele já

encontra-se em Roma, na comunida-de Salesiana San Callisto aguardan-do definições do Dicastério para as Missões.

Natural de Porto Velho (RO), Augusto, tem 24 anos, e iniciou seu discernimen-to vocacional na comunidade Salesiana da Paróquia Santuário Nossa Senhora de Fátima. Fez o noviciado em 2011 em Indápolis – Dourados (MS), emitindo sua profissão religiosa no dia 24/01/2012; em seguida cursou filosofia na Faculdade Sa-lesiana Dom Bosco em Manaus.

Seu primeiro ano de tirocínio foi realizado na Missão Salesiana de Yaua-retê, na fronteira com a Colômbia; e o segundo em Barbacena (MG) como as-sistente dos noviços.

Até o fechamento desta edição, a ISMA ainda não havia sido informada sobre o local em que o Augusto reali-zará os estudos de teologia e serviço missionário. Os demais irmãos salesia-nos da Inspetoria de Manaus desejam fraternalmente ao jovem salesiano uma feliz experiência de estudos teo-lógicos e um fecundo serviço missio-nário. Estamos todos em comunhão no Carisma Salesiano e a serviço do Reino de Deus!

Missionário S Augusto de SousaCrédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

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