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TECNOLOGIA ASSISTIVA A FAVOR DA INCLUSÃO NAS
EMPRESAS: UM ESTUDO NO CIBERESPAÇO
Área temática: Ética e Responsabilidade Social
COUTINHO Rhanica Evelise Toledo
NOVIKOFF Cristina
MOREIRA Ketsla Emidio Morais
FRANCISCO Ráila Suelen de Andrade
Resumo: A Tecnologia Assistiva, objeto deste estudo, consiste em uma vasta sucessão de equipamentos, serviços,
estratégias e práticas compreendidas e empregadas para diminuir os problemas funcionais encontrados pelas pessoas
com deficiência física. Questiona-se quais as alternativas apresentadas pelo meio acadêmico para o enfrentamento do
processo de formação do administrador frente à inclusão de pessoas com deficiência física, considerando a Lei das
Cotas e as Tecnologias Assistivas. Pretende-se verificar de que forma os grupos de estudos, ou seja, de pesquisas
acadêmicas, vêm contribuindo com soluções para o desenvolvimento de Tecnologias Assistivas. O estudo foi
organizado sob a abordagem da pesquisa qualitativa do tipo descritiva pautada nas Dimensões propostas por Novikoff
(2010), seguida da análise de conteúdo realizada em três momentos: a pré-análise, a exploração do material e
identificação. Como considerações, o estudo apresenta o site Tecnologias Assistivas, como um espaço de formação
para aqueles que desejam se capacitar no contexto da inclusão de PCD's.
Palavras-chaves: Pessoas com Deficiência, Tecnologia Assistiva, Mercado de Trabalho, Lei
de Cotas, Qualificação Profissional
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
No contexto de inclusão social, as organizações públicas e privadas estão sendo provocadas no
que diz respeito à implantação de programas que assegurem o acolhimento à diversidade humana nos
locais de trabalho, de modo a atender a Lei nº 8.213/91, conhecida também como a Lei das Cotas
(BRASIL, 2014).
A Tecnologia Assistiva, objeto deste estudo, consiste em uma vasta sucessão de equipamentos,
serviços, estratégias e práticas compreendidas e empregadas para diminuir os problemas funcionais
encontrados pelos indivíduos com deficiência (COOK; HUSSEY, 1995).
Todavia, ainda pode-se observar que a criação de uma Lei de reserva de cotas, para garantir que
as pessoas com deficiência ganhem um espaço no mercado de trabalho formal, não impossibilita que
estes indivíduos continuem sem oportunidades de trabalho e sem capacitação profissional. Desta
forma, cabe questionar: Quais são as alternativas apresentadas pelo meio acadêmico para o
enfrentamento do processo de formação do administrador frente à inclusão de pessoas com deficiência
física, considerando a Lei das Cotas e as Tecnologias Assistivas?
Este estudo visa verificar de que forma os grupos de estudos, ou seja, de pesquisas acadêmicas,
vêm contribuindo com soluções para o processo de Tecnologias Assistivas, visando auxiliar os
administradores no processo de inclusão, adaptação e adequação de profissionais com deficiência nas
organizações. Num segundo momento, pretende-se identificar quais são as ferramentas de Tecnologias
Assistivas disponibilizadas para este fim, já que as empresas que empregam pessoas com deficiências
cumprem a Lei de Cotas, e se a relação entre tais tecnologias e os trabalhadores contratados pode
potencializar essa relação.
Para este estudo buscou-se organizá-lo sob a abordagem da pesquisa qualitativa do tipo
descritiva pautada nas Dimensões propostas por Novikoff (2010), seguida da análise de conteúdo
realizada em três momentos: a pré-análise, a exploração do material e identificação.
2- Tecnologia Assistiva no Mercado de Trabalho
Embora a Tecnologia Assistiva seja um conceito em construção, principalmente pela
importância cada vez mais necessária da inclusão social, pode-se verificar a presença desta desde os
primórdios das civilizações, quando se fazia necessário improvisar para atender a determinada
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necessidade, como, por exemplo, uma bengala improvisada com um pedaço de madeira usada no
auxílio para a locomoção do sujeito. Acredita-se que a tecnologia, de um modo geral, facilita o
cumprimento das tarefas do nosso cotidiano, e isso ocorre também para quem tem algum tipo de
deficiência, já que há atividades que não são fáceis de serem cumpridas quando há alguma
impossibilidade física (RADABAUGH, 1993).
Nota-se que as pessoas com deficiência requerem alguns cuidados, como recursos e serviços
específicos para que possam ter melhor qualidade de vida. Os recursos podem ser todo e qualquer
instrumento que ajude na qualidade de vida das pessoas com deficiências. Já os serviços podem ser
definidos como aqueles que auxiliam diretamente a uma pessoa com deficiência, selecionar, comprar
ou usar recursos.
Os recursos de Tecnologia Assistiva estão muito próximos do nosso dia-a-dia.
Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam
quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de Tecnologia
Assistiva uma bengala, utilizada por nossos avós para proporcionar conforto e
segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação
utilizado por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado
para uma pessoa com deficiência (MANZINI, 2005, p. 82).
Os recursos podem ser desde simples instrumentos como bengalas, a complexos e sofisticados
sistemas computadorizados, onde pode ser possível encontrar brinquedos e roupas adaptadas,
computadores, softwares e hardwares especiais que auxiliam na acessibilidade, regras de postura,
mobilidade, instrumentos de comunicação, aparelhos auditivos, visuais, materiais relativos e diversos
itens confeccionados ou disponíveis comercialmente (LAUAND, 2005).
Atualmente no mercado existem tipos de tecnologias específicas para cada deficiência, a
Tecnologia Assistiva (TA) proporciona ajuda a pessoas com deficiências no desempenho de suas
atividades, além de buscar minimizar a dificuldade de acesso à informação. Segundo os autores Galvão
Filho e Damasceno:
São considerados recursos de Tecnologia Assistiva, portanto, desde artefatos
simples, como uma colher adaptada, uma bengala ou um lápis com uma
empunhadura mais grossa para facilitar a preensão, até sofisticados sistemas
computadorizados, utilizados com a finalidade de proporcionar uma maior
independência e autonomia à pessoa com deficiência (GALVÃO FILHO;
DAMASCENO, 2006, p. 25).
Podem-se citar como tecnologias mais avaliadas e reconhecidas as Tecnologias Assistivas para
Pessoas com Deficiência Visual; Tecnologias Assistivas para Pessoas com Deficiência Motora;
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Tecnologias Assistivas para pessoas com Deficiência auditiva e Tecnologias Assistivas para Pessoas
com Deficiência Intelectual e Múltipla.
O processo de inclusão dos indivíduos na sociedade tornou-se de suma importância, e a maioria
das pessoas ignora estes fatores recriminando e excluindo, principalmente os portadores de
necessidades educativas especiais, essencialmente falando-se em mercado de trabalho. Sobre a
inserção social revertida para os indivíduos com deficiências, Aranha (2000, p.2) afirma que "a ideia
da inclusão se fundamenta numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade, na vida em sociedade.
Isto significa garantia do acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das
peculiaridades de cada indivíduo e/ou grupo social".
O preconceito que muitos administradores ainda têm quanto à atuação profissional das pessoas
com deficiência, permite que grande parte dos trabalhadores com deficiência estejam fora do mercado
de trabalho.
Apesar de a realidade ainda ser desfavorável, atualmente existem recursos que buscam diminuir
essa distância entre a pessoa com deficiência e o mercado. Na grande maioria dos casos, este avanço se
deve às Tecnologias Assistivas, que autorizam os indivíduos com deficiência a desempenhar
atividades que antes seriam impossíveis para suas limitações físicas. Atualmente, há recursos
sofisticados como softwares que possibilitam ao computador falar, para que seja possível aos cegos
exercer atividades que necessitam da utilização da informática, assegurando às pessoas com
deficiência os mesmos cargos que seriam exercidos por um sujeito sem deficiência. Contudo, essas
diferentes tarefas e atividades terão que sofrer adequações para que pessoas com deficiência possam
desempenhá-las, de acordo com a necessidade da organização.
O uso da Tecnologia Assistiva ou adaptativa faz-se importante tanto para as pessoas com
deficiência, que vislumbram agregar-se ao quadro de funcionários, como para os funcionários que já
estão na organização, pois de uma hora para outra podem ser acometidos de alguma doença ou
deficiência, seja ela temporária ou não. Neste caso irão necessitar de adaptações funcionais, com a
instalação ou adaptação de instrumentos no ambiente de trabalho. Naturalmente, não se pode imaginar
que a TA, por si só, irá romper os paradigmas que os deficientes possuem perante a inclusão social,
como salienta Pereira, Rodrigues e Passerino:
Embora saibamos que a tecnologia por si só não garante a inclusão, ao
refletirmos sobre a tecnologia no contexto do trabalho podemos inferir que
recursos de TA podem proporcionar ao trabalhador com deficiência o
aprimoramento da atividade que realiza, desde a comunicação com a equipe de
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chefia, com os colegas, até seu desempenho frente aos princípios da
organização (PEREIRA, RODRIGUES e PASSERINO, 2010, p. 10).
Sendo assim, as Tecnologias Assistivas são utilizadas para diminuir as desvantagens das
pessoas com deficiências em relação ao ambiente, proporcionando maior autonomia, desse modo o
indivíduo terá benefícios nas atividades corriqueiras de sua vida.
3- Pessoas com Deficiência (PCD) nas Organizações
Em todas as épocas e localidades, eram atribuídos vários nomes para as pessoas que eram
acometidas por alguma deficiência, como inválidos, incapazes, defeituosos, excepcionais, portadoras
de deficiências, pessoas especiais, termos que caíram em desuso e foram substituídos por Pessoas com
Deficiência. Segundo Amilarian (2000) deficiência consiste em:
Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas a
ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou
qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais. Representa a
exteriorização de um estado patológico, refletindo um distúrbio orgânico, uma
perturbação no órgão (AMILARIAN, 2000, p. 3).
Torna-se imprescindível salientar que as pessoas com deficiência constituem um grupo que
reúne várias denominações, sendo indivíduos com tipos específicos de deficiências, como física,
sensorial, intelectual e mental.
Neste sentido, registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que
o Brasil conta com 45,6 milhões de pessoas com deficiências, o que significa que, dos cerca de 190
milhões de brasileiros, 23,9% possuem pelo menos uma deficiência motora, visual, auditiva ou mental.
Tais dados facilitam a compreensão, para as pessoas que não são acometidas por nenhuma
deficiência, de que um indivíduo com deficiência pode ter um rendimento igual ou similar ao de uma
pessoa considerada normal perante a lei e ainda reingressar no mercado de trabalho de forma passiva
lutando por uma vaga como qualquer outra pessoa.
A constatação da deficiência de uma pessoa pode ser comprovada por laudo disponibilizado
por um médico do trabalho da empresa ou algum outro médico, comprovando o enquadramento legal
da pessoa para integrar a cota, como sendo pessoa com deficiência, cumprindo as definições
estabelecidas na Convenção nº 159 da Organização Internacional das Leis Trabalhistas (OIT), Parte I,
art. 1; Decreto nº 3.298/99, arts. 3º e 4º, com as alterações dadas pelo art. 70 do Decreto nº 5.296/04. O
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laudo deverá ter o tipo de deficiência e apresentar autorização expressa do empregado para que a
empresa possa utilizar o laudo, expondo a condição do empregado. A comprovação também pode ser
feita por meio de certificado de Reabilitação Profissional dado pelo INSS.
Algumas empresas, ao fazerem o cumprimento da Lei de Cotas, procuram para contratação
apenas pessoas com deficiências leves, o que também pode ser considerado um ato discriminatório,
pois a empresa deve buscar a pessoa, o profissional e não sua deficiência. Desse modo, “As pessoas
com deficiências têm o direito de ser respeitadas, sejam quais forem a natureza e a severidade de sua
deficiência” (art. 7º, XXXI, da Constituição Federal, c/c art. 3º da Declaração dos Direitos das Pessoas
Portadoras de Deficiência).
A organização deve tomar certas medidas para evitar que o empregado com deficiência seja
tratado de forma diferente e preconceituosa pelos colegas e superiores, o respeito em grau de igualdade
deve ser preconizado dentro do ambiente de trabalho e na sociedade de maneira geral, uma vez que a
discriminação se faz presente nesse contexto salienta Silva:
O Decreto n º 4.228, de 13 de maio de 2002, institui, no âmbito da
Administração Pública Federal, o Programa Nacional de Ações Afirmativas
que constitui o Comitê de Avaliação e Acompanhamento do Programa
Nacional de Ações Afirmativas. Tais ações são políticas, impostas ou sugeridas
pelo Estado, voltadas para a concretização da igualdade material contra os
efeitos da discriminação, em suas mais variadas manifestações. Desse modo, a
igualdade passa a ser um objetivo constitucional a ser alcançado pelo Estado e
pela sociedade (SILVA, 2013, p. 8).
É importante a realização de trabalhos em prol da sensibilização do quadro de funcionários,
para eliminar preconceitos e estereótipos ou atitudes discriminatórias de qualquer gênero; a
organização e os superiores devem sempre estar atentos ao trato entre os funcionários, verificando a
ocorrência de atos discriminatórios e implantando o direito das pessoas de serem iguais, permitindo
que o respeito e convivência com PCD’s (Pessoas com deficiência) ocorra de maneira igualitária,
segundo art. III, item 2, alínea "c", da Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as
Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (BRASIL, 2014).
A Lei garante a reserva de vagas nas empresas para que as pessoas com deficiência ocupem
uma parcela de seus cargos. Para calcular a cota de empregados com deficiência, utiliza-se o número
de colaboradores da empresa ou do estabelecimento, para que seja verificado se a empresa está
obrigada a reservar tais vagas no seu quadro de funcionários, que tem que possuir um quadro de 100
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(cem) ou mais funcionários. A reserva legal de cargos, conhecida como Lei de Cotas (art. 93 da Lei nº
8.213/91), define:
Art. 93 A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a
preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com
beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na
seguinte proporção: I - até 200 empregados. 2%. II - de 201 a 500.3%; III - de
501 a 1.000... 4%; IV - de 1.001 em diante. 5%. § 1º A dispensa de trabalhador
reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por prazo
determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo
indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição
semelhante. § 2º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverá gerar
estatísticas sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por reabilitados
e deficientes habilitados, fornecendo-as, quando solicitadas, aos sindicatos ou
entidades representativas dos empregados (BRASIL, 2014).
Entretanto não há exigência legal para que a distribuição dos portadores de necessidades seja
feita proporcionalmente entre os estabelecimentos da empresa, sendo uma decisão interna da
instituição. Cabe à empresa ter cautela em relação à divisão dos locais e cargos reservados aos
portadores, sendo recomendado que a distribuição seja proporcional entre as áreas do estabelecimento,
visando sempre ao respeito para não ferir ou menosprezar a PCD, sendo importante ter cuidado para
não deixar os empregados com deficiência isolados dos demais funcionários e até mesmo fazendo
atividades sem significância.
A Lei de Cotas, por si só, não acaba com o problema da inserção das pessoas com deficiências
no trabalho, mas como discorrido acima, com a posição das atitudes das pessoas frente à deficiência.
Portanto, passa a ser importante preparar não só a pessoa com deficiência frente à inclusão, mas o
ambiente no qual a pessoa atuará e as atitudes das pessoas que irão conviver com ela. É preciso a
sensibilização de todos para com as necessidades das Pessoas com Deficiência e a convivência com
elas, para incluir, não só o deficiente, mas a população como um todo.
A Lei de Cotas define algumas normas para os deficientes, porém muitas vezes tem ficado só
no papel, sendo que, para sua implementação, é necessário o acesso dos gestores e colaboradores à
informação, como afirma Kirch:
A lei de cotas não é suficiente para as empresas incluírem em seus quadros
pessoas com deficiência, é necessário promover constantemente informações
de qualidade aos gestores, orientação aos colaboradores, investimentos em
acessibilidade e acompanhamento das pessoas incluídas. Além disso, é
importante que cada uma das partes envolvidas perceba sua responsabilidade
na obtenção do sucesso e na empreitada de oferecer igualdade de
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oportunidades em seus processos seletivos e na manutenção de seu capital
humano (KIRCH, 2014, p. 78).
Importante salientar que não adianta somente fazer a reserva de mercado para as Pessoas com
Deficiência, porém deve-se prepará-las para assumir as mais diversas funções dentro de suas
especificidades, para que possam executá-las adequadamente e não somente fazer isto através de
assistencialismo. Deve-se lembrar que o objetivo frente às Pessoas com Deficiência perpassa pela
busca do reconhecimento da cidadania plena e não simplesmente pelo cumprimento de obrigações
sociais.
As organizações e o mercado de trabalho, a cada dia, vêm exigindo mais de seus profissionais a
qualificação profissional, que são de grande importância para o desempenho das atividades exigidas
pelas empresas, sendo que as mesmas têm o papel de treinar para melhorar a qualificação de seus
profissionais, melhorando a qualidade do seu atendimento. O foco do treinamento, além da
preocupação com informações e habilidades, atitudes e conceitos, está sendo inclinado a desenvolver
certas competências nos profissionais, almejadas pela empresa (CHIAVENATO, 2010).
As pessoas com deficiência possuem dificuldades em várias áreas, inclusive no que se refere à
qualificação, mesmo havendo leis em prol de sua proteção, ainda enfrentam barreiras ao serem
exigidas preparação profissional, pois muitas vezes não têm oportunidade de se qualificarem,
acarretando assim a não inserção no mercado de trabalho.
De acordo com a pesquisa, 55% das pessoas
com algum tipo de deficiência não conseguem
vaga no mercado de trabalho. Entre as
conclusões, estão estatísticas sobre os brasileiros
que apresentam algum tipo de deficiência e
sobre religião. A pesquisa revelou que 35,7
milhões de brasileiros têm deficiência visual e
que 13,2 milhões enfrentam algum tipo de
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deficiência motora. Segundo o IBGE, 55% das
pessoas com algum tipo de deficiência não
conseguem uma vaga no mercado de trabalho
(CENSO, 2012, s/p).
Em relação às Leis que amparam as pessoas com deficiência, vivencia-se uma realidade muito
longe da que seria o ideal, pois as PCD’s ainda não alcançaram o exercício do pleno direito à educação
e ao trabalho. Segundo Sassaki (2003:97) “(...) dos dez milhões de brasileiros com deficiências em
idade de trabalhar, apenas 2% estão inseridos no mercado formal de trabalho. Destes, 20% ocupam
empregos precários, não qualificados, com baixos salários e sem proteção legal”.
Provavelmente, a maior dificuldade das empresas está no reconhecimento das possibilidades e
limitações da pessoa com deficiência, na sua formação e qualificação profissional e nas ações que
viabilizem as adaptações necessárias para que se efetive a inclusão.
Algumas empresas colocam pessoas com deficiência para ocupar qualquer vaga, sendo, às
vezes, insignificantes, fazendo com que as PCD’s se sintam diminuídas por ocuparem qualquer
atividade, sendo estas sem importância.
Qualificação profissional consiste na preparação do indivíduo através de formação
profissional, para que possa aprimorar suas habilidades e conhecimentos para executar funções
específicas demandadas pelo mercado de trabalho. Pelas exigências do mundo profissional, marcada
pela competitividade, pela produtividade e pelo atendimento às leis trabalhistas, observa-se uma
exigência maior na contratação de trabalhadores, e relacionada à escolarização, à qualificação, ao
aprendizado e domínio de novas tecnologias. Acredita-se que atualmente seja esta uma das razões mais
utilizadas pelas empresas, desde que a “Lei de Cotas” foi regulamentada.
Antes de ser instituída por Lei, a obrigatoriedade de contratação de pessoas com deficiência era
muito difícil ter empresas que fizessem essas contratações com espontaneidade, por isso, a grande
maioria das PCD’s não teve experiência profissional. Desse modo não há como ter uma grande
cobrança em relação à experiência, pois não tiveram oportunidade de mostrar seu desempenho.
Quando a experiência for realmente necessária ao desempenho da atividade, a própria empresa deve
promover oportunidades para que a pessoa adquira as habilidades, a postura de trabalho e os
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conhecimentos que a organização exige para o cumprimento de certos cargos (ALVES; SOARES,
1996).
Infelizmente ainda podem-se observar algumas pessoas associarem determinadas tarefas a
alguns tipos de deficiência, como associar deficientes visuais com a telefonia e os físicos com o
teleatendimento. O modo reduzido de associação e de entender a pessoa com deficiência não permite
que elas mostrem as diversas potencialidades que podem desenvolver no trabalho, desde que o
ambiente e os equipamentos estejam devidamente adaptados com o uso da Tecnologia Assistiva.
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4 – Estudo de Caso: Site do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia Assistiva da UFRJ
Para este estudo buscou-se organização sob a abordagem da pesquisa qualitativa do tipo
descritiva pautada nas Dimensões propostas por Novikoff (2010). Esta “[...] trata-se de uma
abordagem teórico-metodológica, com todas as dimensões de preparação, estudo, desenvolvimento e
apresentação de pesquisa acadêmico-científica” (NOVIKOFF, 2010).
1) dimensão epistemológica: define o objeto de estudo e o articula ao estado do conhecimento
para problematizá-lo. Assim, elaboram-se as questões da investigação, os objetivos, as hipóteses
teóricas ou os pressupostos.
2) dimensão teórica: trabalha a revisão da literatura de modo mais aprofundado, com
fichamentos e análises. Se na dimensão epistemológica importava verificar o que havia de pesquisa
similar, agora a proposta é revisar os questionamentos e os objetivos elaborados no projeto para marcar
seus limites, propiciando mais segurança no recorte teórico a ser tratado.
3) dimensão técnica: visa delinear o método de estudo, definir a natureza da pesquisa, as
formas de coleta de dados e a amostra;
4) dimensão morfológica: descreve como os dados serão apresentados (gráficos, tabelas etc.);
Aqui a discussão é sempre pareada e os dados são tratados no programa Excell com fórmulas próprias,
especialmente desenvolvida para esta finalidade, gerador de gráficos e tabelas.
5) dimensão analítico-conclusiva: tece a análise confrontando os dados e a teoria e aos
objetivos propostos. Responde às questões elaboradas e apresenta as conclusões.
Em relação à Dimensão Técnica, nossa pesquisa é de natureza qualitativa do tipo bibliográfica
com análise do estado do produto.
5 - Caracterizações do lócus de pesquisa
O AssistUFRJ consiste em um grupo de pesquisa resultante da junção de três Laboratórios de
Tecnologia Assistiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): TecnoAssist - Laboratório de
Aplicações e Pesquisas em Tecnologia Assistiva; coordenado pelo pesquisador Prof. Dr. José Antonio
dos Santos Borges; LabBCI - Laboratório de Interface Cérebro Computador, coordenado pelo
pesquisador Prof. Dr. José Fabio Marinho de Araújo; LabAssistiva - Laboratório de Tecnologia
Assistiva do Departamento de Terapia Ocupacional da UFRJ, coordenado pela Profa. Dra. Miryam
Bonadiu Pelosi.
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O Núcleo de Pesquisa em Tecnologia Assistiva da UFRJ tem como foco a área de
Comunicação Alternativa, numa visão conceitualmente extensa, envolvendo instrumentos de
acionamento, mecanismo de comunicação e ingresso para diferentes tipos de deficiências e
capacitação especializada tanto para PCD’s quanto para pessoas atraídas ao atendimento.
A sede está fundamentada numa armação que está assentada no processo de produtos, serviços
que funcionam como centro de referência da área e a construção de recursos humanos presencialmente
e à distância.
Esse site disponibiliza esclarecimento sobre TA e Comunicação Alternativa, com ênfase no
trabalho dos terapeutas ocupacionais. É possível acompanhar os eventos da área na Agenda de
Eventos, efetuar downloads de exercícios e artigos e acessar sites sobre recursos, associações e
publicações. Além disso, pode-se acompanhar o blog da Profa. Dra. Miryam Pelosi sobre Tecnologia
Assistiva.
O AssistUFRJ implantou no Departamento de Terapia Ocupacional da UFRJ uma sede de
aprendizagem e pesquisas em TA direcionado para a produção e transmissão de conhecimento, com o
objetivo de promover pesquisas e implementações na área da TA, apoiando diferentes áreas, não só da
universidade, como da comunidade em geral, com a investigação de diferentes recursos de Tecnologia
Assistiva com o intuito de auxiliar e facilitar as atividades do cotidiano, desde atividades da vida diária
até processos inclusivos para a rotina escolar e profissional. Os programas e atividades, como cursos e
seminários, também ajudam no processo de aprendizagem tanto das pessoas com deficiência como das
que as rodeiam, pois desenvolvem produtos e serviços para melhor adaptação das pessoas com
deficiência, e ainda trocam informações e disseminação das informações apresentadas com outros
centros, sendo possível ajudar outras pessoas com os dados apresentados.
O administrador tem um papel fundamental no processo de gerenciamento e na criação de
novas ferramentas para que tudo flua da melhor maneira possível, sendo necessário acompanhar de
perto o site, os cursos oferecidos, criar melhorias para que o projeto tenha bons rendimentos e ajude o
meio acadêmico, o portador de deficiência e as pessoas que os rodeiam.
6 - Apresentações dos Dados
O Laboratório de Tecnologia Assistiva – LabAssistiva – consiste em um ambiente de troca de
ideias, conhecimentos, práticas, informações, produção e disseminação de know-how na área de
Tecnologia Assistiva.
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No espaço destinado a cursos, o site apresenta cursos de capacitação e criação de recursos
como pranchas de comunicação, exercícios pedagógicos, jogos e contos adaptados, com o intuito de
ajudar profissionais, familiares e cuidadores que convivem com pessoas com dificuldades de
comunicação oral e/ou escrita.
Este núcleo apresenta como foco a área de Comunicação Opcional, em uma perspectiva
conceitualmente grande, envolvendo dispositivos de acionamento, instrumento de comunicação e
acesso para diversos tipos de deficiências, é especializado, tanto para pessoas com deficiência, quanto
para pessoas envolvidas no seu atendimento.
O AssistUFRJ possui alguns projetos que são mais conhecidos para auxiliar nos diferentes tipos
de deficiências, como Dosvox, MecDaisy, Braille Fácil, Jogavox, Intervox, Musibraille que são para
deficiência visual; Motrix, Microfênix, Microfenix II para deficiência motora; cursos de formação para
pessoas com deficiência, conhecido como Projeto Habilitar.
Os cursos de formação e produção de materiais como atividades pedagógicas, histórias e jogos
adaptativos têm o objetivo de auxiliar as pessoas com algum tipo de deficiência, seus familiares,
cuidadores e profissionais que convivem com eles. Assim, delineiam o oferecimento desses cursos
para ajudar os portadores e deficiência e todos os que os rodeiam a lidar com a situação.
Com o auxílio deste portal, é possível a comunicação com pessoas com dificuldades
comunicativas, com downloads gratuitos de atividades pedagógicas, jogos e software, com este fim.
Trata-se de um portal dinâmico que oferece novidades e acessórios para ajudar o meio
acadêmico a desenvolver atividades de modo a prender a atenção dos leitores, possibilitando melhor
interação com o portal.
O curso de Terapia Ocupacional da UFRJ foi fundado em 2008 e teve estreia de seus exercícios
acadêmicos no segundo semestre de 2009. Este curso passou a ser referência na história no âmbito da
saúde no Estado por se configurar como a primeira graduação pública no Rio de Janeiro, e também,
por acontecer sob o apoio de uma das mais renomadas escolas de Medicina do país.
Vale ressaltar que com o curso de Terapia Ocupacional, os profissionais da área aprendem
novas técnicas e a cada técnica aplicada torna-se possível o aprimoramento da mesma, trazendo
benefícios para profissionais e educandos.
Tal estudo, comparando recursos de comunicação alternativa e ampliada, é voltado para
pacientes com impedimento de fala internados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho -
HUCFF. Esse site mostra um projeto de pesquisa sobre Comunicação Alternativa que está sendo
desenvolvido no Hospital Universitário da UFRJ.
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O Projeto "To Brincando" consiste em uma parceria do curso de graduação em Terapia
Ocupacional da UFRJ com o movimento Down e o Instituto Puericultura e Pediatria Martagão
Gesteira. Seu objetivo é produzir conhecimento acerca do brincar adequado para crianças com
Síndrome de Down, e suas famílias, otimizando desenvolvimento e conquista de maior autonomia
através da disseminação de conhecimento na Plataforma Interativa-Movimento Down.
A disciplina da TA torna-se importante para um indivíduo, pois aborda temas de interesse aos
que possuem algum tipo de deficiência e aos administradores que, muitas vezes, não sabem do que se
trata ou como funciona.
Temas como o conceito e classificação da TA; Problematização do uso da Tecnologia
Assistiva: correlação com a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade); Desenho universal;
Políticas públicas e a Tecnologia Assistiva e O papel do terapeuta ocupacional da Tecnologia Assistiva
são de suma importância para obter um bom entendimento sobre a TA.
Entre os conceitos sobre TA, são abordados temas como a Adequação Postural, cadeira de
rodas e mobilidade funcional. Há também considerações sobre a posição sentada; Avaliação e
prescrição; Componentes da cadeira de rodas; Análise de diferentes tipos de cadeira de rodas;
acessórios e adaptações usados na adequação postural; Mobilidade: equipamentos como bengalas,
cadeira de rodas, bicicletas adaptadas, andadores e recursos para realização de transferências posturais.
A disciplina oferece aulas expositivas, seminários, discussão de textos, filmes mostrando
intervenções na área de Comunicação Alternativa e aulas práticas com a experimentação de recursos
de baixa e alta tecnologia, softwares de Comunicação Alternativa e construção de pranchas de
comunicação.
A Disciplina de Comunicação Alternativa tem como avaliação a apresentação de seminários
sobre os temas do curso, atividades práticas incluindo a construção de pranchas de comunicação,
construção de acionadores e interruptores de pilha, atividades com comunicadores de voz e
acionadores, desenvolvimento de aplicativos com o software PowerPoint, construção de uma prancha
eletrônica e prova discursiva.
Esse site reúne informações sobre as ações de Ensino, Pesquisa, Extensão e Serviços na área de
Tecnologia Assistiva nas Universidades do Brasil que possuem cursos de graduação e pós-graduação
em Terapia Ocupacional.
7- Análise Crítica
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A partir da imersão teórica pode-se identificar que a TA consiste em uma ferramenta
tecnológica voltada para pessoas com deficiência de modo a contribuir no desenvolvimento de
atividades do cotidiano de tais pessoas, e através do auxílio da Terapia, as PCD’s conseguem realizar
tarefas que uma pessoa sem deficiência desempenha, pois, as ferramentas, quebram as barreiras que os
impediam de concretizar tais atividades. Isso se dá graças aos tipos de TA que abrange a deficiência
visual, motora, auditiva, intelectual e múltipla, e aos softwares como o Dosvox, Visual Vision e Jaws,
que possibilitam que as desvantagens sejam menores em relação às pessoas com deficiências em seu
ambiente, proporcionando maior autonomia para desenvolver qualquer atividade.
Pode-se compreender, a partir do referencial teórico, que com a TA foi possível verificar que
uma PCD possui a mesma capacidade de se qualificar que um indivíduo sem deficiência, desde que o
mesmo possua ferramentas adequadas para ter acesso ao conhecimento, sendo possível ingressar em
um ensino superior e, consequentemente, no mercado de trabalho.
Em busca de informações sobre TA, o estudo possibilitou a busca através de ferramentas na
internet como o Google, e entre artigos e endereços eletrônicos encontrados, estava o site sobre
Tecnologia Assistiva do núcleo de pesquisa da UFRJ, que tem como objetivo informar e qualificar as
PCD’s, os administradores e o meio acadêmico, o que denota a preocupação do meio acadêmico com a
disseminação de entendimentos e oferta de caminhos para o enfrentamento do processo de inclusão de
PCD's nas organizações.
De acordo com os dados apresentados no site “Tecnologia Assistiva” da UFRJ, foi possível
identificar que estes veículos têm cumprido o que a TA propõe, pois disponibilizam ferramentas como
cursos, oficinas, jogos, informativos como o Blog e software, que auxiliam na inclusão das pessoas
com deficiência no meio acadêmico, de trabalho e social, que pode proporcionar uma nova visão para
o administrador, em relação ao processo de adaptação e no que diz respeito ao rendimento do mesmo.
Para garantir a igualdade de direitos para uma PCD no âmbito social, a literatura encontrada a
partir da Legislação que foi criada e fundada a Lei de Cotas, visa reservar vagas para pessoas com
deficiência nas organizações e nas universidades, com o intuito de inserir e assegurar oportunidades de
emprego e qualificação, porém pode-se observar que, mesmo com a reserva das cotas, as pessoas com
deficiência ainda enfrentam dificuldades, uma vez que a referida Lei fica apenas no papel e a inclusão
no mercado de trabalho e até as qualificações profissionais das PCD’s não ocorre facilmente. Pode-se
ressaltar que a maioria das organizações que cumprem a Lei de Cotas, a fazem apenas por mera
obrigação legal, e acabam deixando as pessoas com deficiência isoladas e, às vezes, fazendo trabalhos
que não estimulam o crescimento enquanto profissional dos PCD's.
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Considerações Finais
A partir da imersão teórica, é possível identificar que diversas são as leis de amparo às pessoas
com deficiência, como a Lei de Cotas, mas pouco se tem trazido para a realidade, sua aplicação, e
muitas organizações e entidades ainda agem com atos discriminatórios para com as pessoas com
deficiência. Percebe-se que tanto a sociedade quanto as famílias, de modo geral, não estão preparadas
para acolher os PCD's, muitas vezes, por falta de conhecimento e até por falta de estrutura, como
cursos e equipamentos para auxiliar no cotidiano das Pessoas com Deficiência. A Tecnologia Assistiva
trouxe uma nova realidade para essas pessoas, uma vez que proporciona diversos meios para incluir as
pessoas com deficiência junto ao meio social, organizacional e acadêmico, sendo possível que
executem tarefas que, antes, seriam impossíveis de serem executadas.
Encontrou-se no ciberespaço da UFRJ um site intitulado Tecnologia Assistiva, ambiente que
apresenta uma série de benefícios aos PCD's e profissionais que desejam se capacitar através de cursos,
oficinas, palestras, terapias ocupacionais e jogos, disponibiliza uma gama de informações e
capacitações para as PCD’s.
Este espaço também se apresenta como um espaço de ensino-aprendizagem para o meio
acadêmico que busca compreender, implantar e lidar com as novas ferramentas tecnológicas, sendo
assim possível que as organizações, os familiares e a sociedade, de modo geral, aprendam a lidar e
interagir com as pessoas acometidas por algum tipo de deficiência, sendo possível que as com
deficiência desfrutem de melhor qualidade de vida.
O estudo mostra o esforço em prol de uma movimentação significativa e transdiciplinar, uma
vez que tal discussão transita pelo âmbito acadêmico e do cenário coorporativo. No entanto, essa
discussão não se esgota, ao encerrar com o seguinte questionamento: Por que um espaço tão
significativo e prático em relação ao apoio do enfrentamento do processo de inclusão de PCD's, ainda
não foi divulgado amplamente? O Conselho Federal de Administração (CFA) e os Conselhos
Regionais de Administração (CRA’s) poderiam ser parceiros do núcleo de pesquisa da UFRJ, visando
à disseminação deste ambiente virtual? Seria essa uma forma de atingir melhores resultados, na
preparação dos administradores e futuros administradores, quanto aos entendimentos acerca das
ferramentas a serem utilizadas para atingir todo o meio, acadêmico, social e empresarial, podendo
assim, reduzir as dificuldades que os administradores têm em lidar com essas situações?
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