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TEORIA GERAL DA PENA PENA: ASPECTOS GERIAS

Teoria Geral Da Pena

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TEORIA GERAL DA PENA

PENA: ASPECTOS GERIAS

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SANÇÃO PENAL

A sanção penal é a resposta estatal, no exercício do “ius puniendi” e após o devido processo legal, ao responsável pela prática de um crime ou de uma contravenção penal.

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 ESPÉCIES DE SANÇÃO PENAL: A) As penas – consiste na privação ou restrição de bens

jurídicos, com lastro na lei, imposta pelos órgãos jurisdicionais competentes, ao agente de uma infração penal. Tem como pressuposto a culpabilidade.

 B) As medidas de segurança – sanção de caráter preventivo,aplicada ao sujeito que era ao tempo da ação ou omissãocriminosa inteiramente incapaz ou relativamente capaz de

entender o caráter ilícito do fato, em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, possui finalidade exclusivamente preventiva e será aplicada com base na periculosidade do agente.

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Decreto-Lei n° 3.914 de 1941 (Lei de introdução ao Código Penal): Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulat ivamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.

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PENA: é a sanção penal de caráter aflitivo, imposta ao autor culpado por um fato típico e antijurídico. Ela pressupõe culpabilidade, ao passo que a med ida de segurança pressupõe periculosidade. (André Estefam)

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medida de segurança – sanção de caráter preventivo, aplicada ao sujeito que não tem plena capacidade ou possui somente parcial capacidade de culpabilidade (imputabilidade), em decorrência da prática de um injusto penal, com a finalidade de retirá-lo do convívio social e submetê- lo a tratamento para fazer cessar sua p e r i c u l o s i d a d e ( a p l i c a d a a o s inimputáveis e semi-imputáveis).

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Medidas de segurança são meios jurídicos-penais de que s e s e r v e o E s t a d o p a r a r e m o v e r o u i n o c u i z a r o potencial de criminalidade do homem perigoso. Seu fim né punir, mas corrigir ou segregar.

(Aníbal Bruno)

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Segundo a Constituição Federal de 1988em seu art.5º:

“XLVI - a lei regulará a individualização da pena eadotará, entre outras, as seguintes: a)privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;”

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TÍTULO VDAS PENASCAPÍTULO I

DAS ESPÉCIES DE PENA        Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)        I - privativas de liberdade;        II - restritivas de direitos;        III - de multa.

DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS PARTE GERAL

Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que a presente lei não disponha de modo diverso. (...) Art. 5º As penas principais são: I – prisão simples. II – multa.

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PRINCÍPIOS APLICADOS A PENA:

1)Legalidade e Anterioridade (art. 5º, XXXIX, CF/88 e art. 1º, CP).

Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)        Art.5, CF/88:XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

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SÚMULA 501 STJ: “É cabível a a p l i c a ç ã o r e t r o a t i v a d a L e i 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis

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→ Dimensões do Princípio da Legalidade- Princípio da legalidade Criminal: não há crime sem lei

anterior que o defina.- Princípio da legalidade Penal: não há pena sem prévia

cominação legal.- Princípio da legalidade jurisdicional ou processual: não

há processo sem lei, ou seja, ninguém pode ser privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

- Princípio da legalidade execucional: a jurisdição penal também será exercida no juízo de execução.→ Fundamentos do Princípio da Legalidade- Político: impede que o poder punitivo estatal esteja

baseado no livre arbítrio.- Jurídico: uma lei prévia e clara tem efeito intimidativo.- Democrático: somente o poder legislativo pode regular

crimes e penas.

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  2) Humanidade ou Humanização (Dignidade da pessoa humana)

art. 5º, XLVII, CF/88: XLVII - não haverá penas:      a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,

nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo;        c) de trabalhos forçados;        d) de banimento;        e) cruéis;

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"NÃO É JUSTA A PENA QUE NÃO SEJA NECESSÁRIA PARA A DEFESA SOCIAL. E A PENA É JUSTA QUANDO POR ELA SE OBTÉM O MÁXIMO DE RENDIMENTO COM O MÍNIMO DE SOFRIMENTO, ATRAVÉS DE UM PROCESSO MISTO DE EXPIAÇÃO E DE READAPTAÇÃO SOCIAL" Hugo Auler

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 3) Personalidade ou Intransmissibilidade

art. 5º, XLV, da CF/88:        XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,

podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido)

       

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Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008) (...) IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

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4) Individualização e ProporcionalidadeArt. 5º, XLVI, CF/88 e art. 59, CP:        XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:        a) privação ou restrição da liberdade;        b) perda de bens;        c) multa;        d) prestação social alternativa;        e) suspensão ou interdição de direitos;

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"Entre as penalidades e no modo de aplicá-las proporcionalmente aos delitos, é necessário, portanto, escolher os meios que devem provocar no espírito público a impressão mais eficaz e mais durável e, igualmente, menos cruel no corpo do culpado" BECCARIA

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5) Proibição de dupla punição(Também conhecido como o princípio do ne bis in idem)

6) JurisdicionalidadeArt. 5º, CF/88:XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens

sem o devido processo legal;LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,

e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 7) InderrogabilidadeA pena uma vez imposta não pode deixar de ser cumprida.

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FUNÇÕES (FINALIDADES) DA PENA A pena é a conseqüência jurídica do crime e possui asseguintes finalidades: Retributiva: castigar o responsável pela infração

penal segundo a teoria absoluta. Preventiva: evitar a prática de novas infrações penais

segundo a teoria relativa. Ressocializadora: reintegrar o criminoso ao convício

Social segundo a teoria relativa.

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Teorias Absolutas• A pena é vista como um fim em si mesma.

• Para Kant as penas são, em um mundo regido por princípios morais, categoricamente necessárias. (Retribuição moral).

• A pena em Hegel (retribuição jurídica) é a restauração positiva do direito. O Direito é manifestação da vontade racional sobre a vontade irracional.

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Teorias Relativas• A pena não é um fim em si mesmo mas um meio para

determinados fins.

• Fim da pena é a prevenção de novos delitos de forma geral, a todos prevista em abstrato, e especial, de forma concreta aqueles que já incorreram em algum crime.

• Em sua versão eticizante (Welzel) sustenta que a lei penal enfatiza certos valores ético-sociais e a atitude de respeito à vigência da norma, promovendo assim uma integração social.

• Em sua versão sistêmica (Jakobs), a pena seria uma forma de reforçar a vigência da norma.

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Teorias Mistas ou Unitárias

• A pena deve simultaneamente castigar o condenado pelo mal praticado, evitar a prática de novos crimes e (re)inserir o apenado na convivência em sociedade.

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TEORIAS QUE EXPLICAM AS FINALIDADES DA PENAABSOLUTA (Retribuição)

RELATIVA (PREVENTIVA) MISTA OU UNIFICADORAGERAL ESPECIAL

A pena é uma retribuição do mal injusto. Parte da idéia de justiça enquanto igualdade, ao mal do crime o mal da pena.

Negativa: serve para intimidar potenciais delinqüentes.

Positiva: para reforçar a vigência da norma.

Negativa: com a punição o criminoso n ã o p o d e m a i s prat icar crimes.

Positiva: pune-se para buscar a ressocia-lização do condenado.

Na busca de somar as vantagens das anteriores essa corrente mista adota preceitos de ambas. Prevalece, então, que a pena tem função preventiva, mas sempre dentro do limite do mal

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A teoria adotada é a ECLÉTICA (mista), também conhecida como INTERMEDIÁRIA, CONCILIATÓRIA OU UNITÁRIA.

Pois segundo o art. 59, CP: “O juiz, atendendo à culpabilidade, aos

antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime,bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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A Lei de Execução Penal (Lei 7.210 de 1984) dá ênfase à finalidade preventiva da pena, em suas duas vertentes, geral e especial.

Neste sentido seu art. 10, caput: A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

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A Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969, conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, estabelece em seu art. 5º, item 6, que “as penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos condenados.”

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Vejamos o que diz a jurisprudência do STF:   Se é assim - vale dizer, se a Constituição mesma parece conferir àexecução das penalidades em foco uma paralela função dereabilitação individual, na perspectiva de um saneado retorno doapenado à vida societária -, esse mister reeducativo é de ser desempenhado pelo esforço conjunto da pessoa encarcerada e doEstado-carcereiro. Esforço conjunto que há de se dar segundopautas adrede fixadas naquilo que é o próprio cerne do regime

que a lei designa como de execuções penais. Um regime necessariamente concebido para fazer da efetiva constrição daliberdade topográfica de ir e vir um mecanismo tão eficiente noplano do castigo mesmo quanto no aspecto regenerador que a ela

éconsubstancial.

HC 91.874/RS, decisão monocrática do Min. Carlos Britto, j.31.08.2007.

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MOMENTO FINALIDADES DA APLICAÇÃO DA PENA

PENA EM ABSTRATOPena cominada PREVENÇÃO GERAL Visa a sociedade e atua

antes da prática do delito

PENA EM CONCRETOPena aplicada

PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA

Visa o delinquente, buscando evitar a

reincidência

RETRIBUIÇÃO Visa retribuir com o mal o mal causado

PENA NA EXECUÇÃOPena executada

EFETIVAR AS DISPOSIÇÕES DA SENTENÇA

Visa o delinquente, objetivando ressocializá-lo

PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA

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JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA

O c r i m e é a t o c o n t r a a sociedade, representada pelo Estado

O crime é ato que afeta autor, vítima e a sociedade

A responsabilidade do agente é individual

A responsabilidade é social, a comunidade deve participar da solução do crime

O interesse da punição é público

O interesse maior é reparar o d a n o , e n v o l v e n d o o s personagens do crime

O foco é punir o infrator O foco é reparar o dano

Indisponibilidade da ação penal, pouca assistência à vítima

Disponibilidade da ação penal e o espírito é assistir a vítima