Tep 1 Aula 2 2015 Historia Da Avaliação k

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História da avaliação

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AVALIAO PSICOLGICA: CAMPO DE CONHECIMENTO E OBJETIVOS

(SDE : 0180) TCNICAS DE EXAME PSICOLGICO I

Unidade I Avaliao Psicolgica: Introduo e Histrico

Profa. Regina RangelUniversidade Estcio de SAULA 2

HISTRIA DA MEDIDA EM PSICOLOGIA-DA EXPERIMENTAO PARA A AVALIAO PSICOLGICA-Primrdios: Psicologia Experimental; nascimento da Psicologia Moderna (Wundt);

A origem do uso da avaliao psicolgica parece estar associada a um encadeamento de eventos e de relaes entre pesquisadores que remetem a Wilhelm Wundt ;

Hermann Ebbinghaus, autor dos primeiros estudos experimentais sobre memria.

Weber e Fechner, trabalhos sobre limiares, audio, viso etc

Os testes como conhecidos hoje, so relativamente recentes datam do inicio sec. xx. Estavam interessados na mensurao, medida.A Dcada de Galton: 1880Para Francis Galton (bilogo ingls), a avaliao das aptides humanas se dava por meio da medida sensorial, atravs da capacidade de discriminao do tato e dos sons. (operaes intelectuais poderiam ser avaliadas atravs de medidas sensoriais).

A contribuio de Galton para a psicometria / teoria dos testes ocorreu em trs reas:

Criao de testes antropomtricos para medida de discriminao sensorial (barras para medir a percepo de comprimento); Apito para percepo de altura do tom;

Criao de escalas de atitudes (escala de pontos, questionrios e associao livre);

Desenvolvimento e simplificao de mtodos estatsticos (mtodo da anlise quantitativa dos dados coletados). A Dcada de Cattell: 1890Influenciado por Galton, James M. Cattell (psiclogo americano) desenvolveu medidas das diferenas individuais, o que resultou na criao da terminologia Mental Test (teste mental).

Elaborou em Leipzig sua tese sobre diferenas individuais no tempo de reao ( estudo consiste em registrar os minutos decorridos entre a apresentao de um estmulo ou ordem para comear a tarefa, e a primeira resposta emitida pelo examinando).

Cattell seguiu as idias de Galton, dando nfase s medidas sensoriais, porque elas permitiam uma maior preciso.A Dcada de Binet: 1900Seus interesses se voltavam para a avaliao das aptides mais nas reas acadmica e da sade.

Em 1905, Binet e Simon desenvolveram o primeiro teste com 30 itens (dispostos em ordem crescente de dificuldade) com o objetivo de avaliar as mais variadas funes (julgamento, compreenso e raciocnio) para detectar o nvel de inteligncia ou retardo mental de adultos e crianas das escolas de Paris.

Estes testes impulsionaram a era dos testes - com introduo do Q.I. (idealizado por W. Stern 1900). Q.I. = 100 (IM / IC)

A Dcada de Binet: 1900Resumindo O perodo de 1910-1930 considerado a era dos testes de inteligncia sob as influncias:

do teste de Binet e Simon (1905); do artigo de Spearman sobre o fator G (1904); da reviso do teste de Binet para os EUA (Terman, 1916); edo impacto da Primeira Guerra Mundial com a necessidade de seleo rpida e eficiente, de contingente para as Foras Armadas ( testes Army Alpha e Beta)

Obs No Brasil - Bahia, em 1924, Isaias Alvez fez a adaptao da escala BinetSimon, considerada como um dos primeiros estudos de adaptao de instrumentos psicomtricos no Brasil .

A Dcada da Anlise Fatorial: 1930Por volta de 1920, diminuiu o entusiasmo pelos testes de inteligncia, sobretudo por se demonstrar dependentes da cultura onde foram criados, o que contrariava a idia de fator geral universal de Spearman.

Thurstone com o Mental Aptitude Tests, 1935, 1947- (EUA) relevante para a poca,porque alm de desenvolver a anlise fatorial mltipla, atuou no desenvolvimento da escalagem psicolgica (Thurstone e Chave, 1929) fundando, em 1936, a Sociedade Psicomtrica Americana e a revista Psychometrika ( ambas dedicadas ao estudo e avano da psicometria). A Era da Sistematizao:1940-1980Esta poca marcada por duas tendncias opostas: os trabalhos de: A) Sntese B) Crtica.

A) TRABALHOS DE SNTESE - Guilford / Turstone / Cattell

Viso multidimensional de inteligncia Sistematizao da psicometria e de uma teoria sobre inteligncia/; Construo de normas para elaborao de testes.

B) TRABALHOS DE CRTICA - Stevens e Sternberg

Pesquisas direcionam-se para explicar a inteligncia a partir de uma inter-relao do sujeito com o mundo e suas diversas habilidades mentais; Incio da teoria cognitiva buscando superar as dificuldades da psicometria.

A Era da Psicometria Moderna (Teoria de Resposta ao Item - TRI): 1980A Teoria da Resposta ao Item, muitas vezes abreviada apenas por TRI, uma modelagem estatstica utilizada em medidas psicomtricas, principalmente na rea de avaliao de habilidades e conhecimentos.

A aplicao mais freqente da TRI so as avaliaes de habilidades e conhecimentos em Testes de Mltipla escolha. A TRI, contudo, pode abranger tambm testes dissertativos alm de poder abarcar vrias outras reas onde se deseje obter uma medida indireta de alguma caracterstica, por exemplo: estimar a altura de uma pessoa atravs de um questionrio com perguntas indiretas como "Voc costuma abaixar a cabea ao passar por uma porta?" onde sabemos que as respostas "sim" e "no" esto correlacionadas com a caracterstica a ser medida indiretamente, no caso a altura da pessoa.QUOCIENTE DE INTELIGNCIA - QIQuociente de inteligncia (abreviado para QI, de uso geral) uma medida obtida por meio de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas de um sujeito, em comparao ao seu grupo etrio.

A medida do QI normalizada para que o seu valor mdio seja de 100 e que tenha um determinado desvio-padro, como 15, por exemplo.Histria do Estudo do Q.I.Os testes de inteligncia surgiram na China, no sculo V, e comearam a ser usados cientificamente na Frana, no Sc. XX.

Em 1905, Alfred Binet, e o seu colega Theodore Simon criaram a Escala de Binet-Simon, usada para identificar estudantes que pudessem precisar de ajuda extra na sua aprendizagem escolar.

Em 1912, Wilhelm Stern props o termo QI (quociente de inteligncia) para representar o nvel mental, e introduziu os termos idade mental e idade cronolgica. Stern props que o QI fosse determinado pela diviso da idade mental pela idade cronolgica. Assim uma criana com idade cronolgica de 10 anos e nvel mental de 8 anos teria QI 0,8, porque 8 / 10 = 0,8.

Frmula exata do QI :

Q.I. = 100 (IM / IC) Histria do Estudo do Q.I.Em 1916, Lewis Madison Terman props multiplicar o QI por 100, a fim de eliminar a parte decimal: QI = 100 x IM / IC, em que IM = idade mental e IC = idade cronolgica. Com esta frmula, a criana do exemplo acima teria QI 80.

A classificao proposta por Lewis Terman era a seguinte:

QI acima de 140: Genialidade 121 - 140: Inteligncia muito acima da mdia 110 - 120: Inteligncia acima da mdia 90 - 109: Inteligncia normal (ou mdia) 80 89: Embotamento (dificuldade de expresso)70 - 79: Limtrofe 50 - 69: Cretino

Histria do Estudo do Q.I.Em 1939, David Wechsler criou a primeiro teste de QI desenvolvido explicitamente para adultos, tendo abandonado o sistema da diviso da "idade mental" pela cronolgica (metdo que no faria grande sentido para adultos). Em vez disso, os testes passaram a ser calibrados de forma a que o resultado mdio fosse 100, com um desvio-padro de 15.

Em 2005, o teste de QI mais usado no mundo foi o Raven Standard Progressive Matrices. O teste individual mais usado o WAISS-III. O teste de Q.I. individual mais administrado em pessoas de 6 a 16 anos o WISC-III (Escala de Inteligncia Wechler para Crianas).

Outro teste de Q.I. comumente utilizado em crianas a Escala de Bailey de Desenvolvimento Infantil, que diagnostica situaes de retardo mental com grande preciso.

Histria do Estudo do Q.I.A classificao, originalmente proposta por Davis Wechsler era a seguinte:

QI acima de 127: Superdotao 121 - 127: Inteligncia superior 111 - 120: Inteligncia acima da mdia 91 - 110: Inteligncia mdia 81 - 90: Embotamento ligeiro 66 - 80: Limtrofe 51 - 65: Debilidade ligeira 36 - 50: Debilidade moderada 20 - 35: Debilidade severa QI abaixo de 20: Debilidade profunda Reflexo CrticaEmbora no haja um consenso sobre o que a "inteligncia" e sobre o que medido por um teste teoricamente projetado para medir a inteligncia, o fato que os testes de QI medem um conjunto de habilidades que correlacionam fortemente aptides academicas e produo intelectual, especialmente no intervalo de QIs entre 50 e 140. Os testes medem a inteligncia mesclada com outras caractersticas "residuais", por assim dizer, e tambm deixam de medir algumas facetas da inteligncia.

QUADRO RESUMO DOS ANTECEDENTES HISTRICOSA dcada de Galton1880 Principal responsvel pelo lanamento do movimento de testagem; Avaliao das aptides por meio de medidas sensoriais; Estava interessado na hereditariedade humana;Defendia analises estatsticas aplicadas aos fenmenos mentais e comportamentais.A dcada de Cattell1890 Medida de diferenas individuais; Inaugura o termo teste mental; Valorizava a acuidade e velocidade perceptiva.A dcada de Binet1900 Avaliao das aptides visando predio na rea acadmica e da sade; Crtica aos testes usados; Elabora testes com contedos mais cognitivos; Inaugura a era dos testes incluindo de Q.I.A era dos testes de inteligncia1910- 1930Teste de inteligncia de Binet-Simon (1905);O artigo de Spearman sobre o fator g 1904. [Spearman prope a teoria bifatorial de inteligncia: um fator de inteligncia geral (g) e um fator de inteligncia especfico (s)];Reviso do teste de Binet para os EUA (1916);Impacto da 1 guerra mundial (ocasio em que foram construdos centenas de testes).A dcada de Galton1880 Principal responsvel pelo lanamento do movimento de testagem; Avaliao das aptides por meio de medidas sensoriais; Estava interessado na hereditariedade humana;Defendia analises estatsticas aplicadas aos fenmenos mentais e comportamentais.Dcada da Anlise Fatorial1930Declnio dos testes de inteligncia;Thurstone desenvolve a anlise fatorial mltipla e tcnicas de escalonamento.A era da sistematizao19401980Duas tendncias opostas: a) sntese e b) crtica

a) Guilford / Turstone / Cattell Viso multidimensional de inteligncia Sistematizao da psicometria e de uma teoria sobre inteligncia/; Construo de normas para elaborao de testes.b) Stevens e Sternberg Pesquisas direcionam-se para explicar a inteligncia a partir de uma inter-relao do sujeito com o mundo e suas diversas habilidades mentais; Incio da teoria cognitiva buscando superar as dificuldades da psicometria.A era da Psicometria Moderna1980TRI (teoria de resposta ao item) Ainda no est pronta. No substitui toda psicometria,apenas parte dela.E no Brasil ...De acordo com Pasquali e Alchieri (2001), possvel apreender a histria da avaliao psicolgica brasileira em cinco grandes perodos, decorrentes do desenvolvimento do campo de conhecimento cientfico e cultural.E no Brasil ...O primeiro perodo, entre 1836 a 1930:

Psicologia como novo campo de estudo das faculdades de medicinaUso de mtodos da psicologia nas escolas normaisSurgimento de centros de pesquisa psicobiolgica junto aos laboratrios em instituies relacionadas rea de sade;

O segundo perodo, entre 1930 e 1962, os autores situam a criao das primeiras universidades e conseqente movimento de organizao da Psicologia, tanto no ensino e pesquisa quanto na prpria profisso.

E no Brasil ...No terceiro perodo, entre 1962 e 1970, houve a regulamentao da Psicologia como disciplina e como profisso (Lei n 4.119 de 1962), culminando com a criao do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia (CRP), Lei 5.766 de 1974.

A rpida expanso da Psicologia acarretou na queda de qualidade dos cursos por falta de docentes qualificados, especialmente na rea de avaliao psicolgica, provocando um crescente desinteresse pela aprendizagem de medidas psicolgicas, descrdito e banalizao no uso dos instrumentos objetivos, associados ao engessamento na construo e atualizao de instrumentos nacionais. E no Brasil ...No quarto perodo, entre 1970 e 1990, Pasquali e Alchieri (2001) retrataram um momento de expanso da Psicologia, mas marcado por crises. Enquanto surgiam cursos de ps-graduao, que possibilitaram o aumento do ensino e de pesquisas em avaliao psicolgica, faltavam docentes qualificados. Em relao aos testes psicolgicos, este perodo foi pobre, havendo sido abandonados ou usados sem atualizao de suas normas. A pesquisa foi nula, assim como a produo e publicao de artigos, o que se faz sentir no despreparo dos profissionais e docentes da rea de avaliao psicolgica at os dias de hoje (era negra).

E no Brasil ...No quinto perodo, entre 1990 at hoje, as repercusses negativas dos testes psicolgicos, resultantes dos processos judiciais contrrios aos resultados de avaliaes psicolgicas, geraram a mobilizao de alguns profissionais, pesquisadores e, em especial, do CFP. As ameaas de ordem judicial para extinguir o Psicotcnico no Trnsito em 1997 culminaram com uma tomada de atitude por parte da classe dos psiclogos e dos Conselhos para verificar os problemas das tcnicas de avaliao psicolgica.

Os testes psicolgicos no BrasilNo Brasil, o declnio do interesse pelos testes psicolgicos,perdurou at quase o final da dcada de 80. Isso ocorreu,principalmente, porque:

Enfoque humanista na compreenso do comportamento humano;nfase na liberdade como caracterstica fundamental;Reflexo de que a medida em Psicologia impraticvel ou uma maldio. Medir era como destruir o objeto psicolgico;Falta de recursos humanos especializados na Psicometria, o que tem sido, ainda, um desastre para a credibilidade e construo de testes no Brasil;Baixa qualidade grfica do material comercializado pelas editoras.

Os testes psicolgicos no Brasil atualmenteUm novo movimento pode ser identificado entre os psiclogos deste pas: uma atitude mais sbria e ponderada com relao aos instrumentos psicolgicos, sobretudo os de abordagem qualitativa.Atualmente, algumas universidades, j reconhecem os testes como instrumentos valiosos e necessrios para a prtica e a investigao, bem como uma viso mais crtica do poder de alcance deles no diagnstico, na predio e na tomada de deciso sobre seus resultados.O Conselho Federal de Psicologia vem se preocupando com o problema dos testes no Brasil desde o incio da dcada de 90, enfatizando a necessidade de pesquisa em psicometria no Brasil.

Os testes psicolgicos no Brasil atualmenteA legislao no vem resolver os problemas decorrentes do uso ou abuso das avaliaes psicolgicas ou do mau uso dos testes, mas vem impondo mais responsabilidade ao psiclogo com respeito qualidade dos instrumentos que utilizam. A legislao forou o psiclogo a assumir com maior responsabilidade seu papel de profissional na avaliao psicolgica, sujeito s leis da qualidade e de prestao de servios sociedade, qualidade esta que pode ser judicialmente exigida pela sociedade.O Conselho Federal de Psicologia promove a resoluo CFP 022/2003 criando um sistema de avaliao de testes psicolgicos ( SATEPSI).O instrumento de avaliao o recurso usado para este fim e deve ser escolhido cuidadosamente, levando-se em conta cada caso e cada situao.

Ao estudar a avaliao psicolgica, necessrio realizar um exame crtico sobre como est sendo realizada essa atividade pelos psiclogos e quais as conseqncias dessa realizao para a sociedade => questo tica que evidenciada quando quem atua avalia aquilo que feito. Para que os psiclogos no se transformem em testlogos ou medidores, a avaliao crtica sobre o trabalho de avaliao deve ser constante. A atividade de avaliar no pode existir isoladamente, por avaliar no faz sentido.

Essa atividade como qualquer outra na psicologia, s pertinente quando acompanhada por outras atividades que, no todo, vo constituir a atuao do profissional. O psiclogo que realiza essa atividade precisa ter os olhos abertos para tudo que diga respeito ao fenmeno avaliado. ( atitude clnica = atitude do pesquisador)

PARA SE PENSAR ... Todo psiclogo deve: I - Buscar constante aprimoramento; II - Pautar sua conduta sempre baseada em avaliao criteriosa; III - Esclarecer sobre o mtodo e as tcnicas utilizadas, seja qual for o processo; IV - Fornecer informaes sobre o desenvolvimento do processo , seja qual for o processo ; V - Garantir a privacidade das informaes da pessoa atendida; VI - Realizar contrato de trabalho ; VII - Dispor de um exemplar do Cdigo de tica Profissional do Psiclogo.

O profissional psiclogo que infringir o cdigo de ticapoder sofrer medidas cabveis (ex.: processos disciplinares), e dependendo do caso, perder seu direito de exercer a profisso.