12
1 Tema nº 1 A actividade económica Objectivos do tema No final deste tema o estudante deve ser capaz: Discutir o conceito de actividade económica e indicar as respectivas fases; Explicar os ramos e sectores da actividade económica; Definir as necessidades e indicar a sua classificação; Distinguir a diferença entre o conceito de bens, mercadorias e produto; Conhecer as formas de troca; Discutir o conceito de moeda. 1. ACTIVIDADE ECONÓMICA Diariamente os homens realizam várias actividades que se designam económicas porque são úteis, isto é concorrem para a sobrevivência dos próprios homens. Actividade económica tudo aquilo que o homem faz para obter bens e serviços para a satisfação das suas necessidades, bem como da sociedade em geral. Ex.: Consulta ao médico, trabalhar na machamba, transportar bens,etc. 1.1. RAMOS DA ACTIVIDADE ECONÓMICA O homem não é capaz de produzir sozinho tudo o que necessita e graças a cooperação cada um entrega aos outros o que produz e recebe destes aquilo que produzem, é assim como opera a lei de divisão do trabalho. Neste caso, entre tantos, vão se destacar os seguintes ramos da actividade económica: Agro-pecuária; Industria; Comercio; Transporte; Turismo; Profissões liberais; Profissões públicas. Agro-pecuária - fornece a matéria-prima à indústria ou produtos que o homem usa directamente para o seu consumo. Ex.: Citrinos de manica, Agro-pecuária de Chokwe, etc. Indústria transforma a matéria-prima em produtos acabados ou semiacabados (industria transformadora), também extrai a matéria-prima do solo ou subsolo (industria extractiva). Ex.: complexo industrial da matola, Coca-cola SABCO (indústrias transformadoras) carbonífera de Moatize, Minas Auríferas de Manica- (Indústrias extrativas). Comércio consiste na troca de bens e serviços no sentido de obter lucro. Ex.: serviços pelas cantinas da escola, Barracas do mercado Xiquelene, Construções Fuel, etc. Transporte - faz o escoamento de bens do local de produção para o local de consumo.

Texto de Apoio Propedeutica Comercial (Actividade Económica)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resumos apresentados no ISGN - Maputo em 2015.

Citation preview

1

Tema nº 1 – A actividade económica

Objectivos do tema

No final deste tema o estudante deve ser capaz:

Discutir o conceito de actividade económica e indicar as respectivas fases;

Explicar os ramos e sectores da actividade económica;

Definir as necessidades e indicar a sua classificação;

Distinguir a diferença entre o conceito de bens, mercadorias e produto;

Conhecer as formas de troca;

Discutir o conceito de moeda. 1. ACTIVIDADE ECONÓMICA

Diariamente os homens realizam várias actividades que se designam económicas porque são úteis,

isto é concorrem para a sobrevivência dos próprios homens.

Actividade económica – tudo aquilo que o homem faz para obter bens e serviços para a satisfação das suas necessidades, bem como da sociedade em geral. Ex.: Consulta ao médico, trabalhar na machamba, transportar bens,etc.

1.1. RAMOS DA ACTIVIDADE ECONÓMICA O homem não é capaz de produzir sozinho tudo o que necessita e graças a cooperação cada um entrega aos outros o que produz e recebe destes aquilo que produzem, é assim como opera a lei de divisão do trabalho. Neste caso, entre tantos, vão se destacar os seguintes ramos da actividade económica:

Agro-pecuária;

Industria;

Comercio;

Transporte;

Turismo;

Profissões liberais;

Profissões públicas.

Agro-pecuária - fornece a matéria-prima à indústria ou produtos que o homem usa directamente para o seu consumo. Ex.: Citrinos de manica, Agro-pecuária de Chokwe, etc. Indústria – transforma a matéria-prima em produtos acabados ou semiacabados (industria transformadora), também extrai a matéria-prima do solo ou subsolo (industria extractiva). Ex.: complexo industrial da matola, Coca-cola SABCO (indústrias transformadoras) carbonífera de Moatize, Minas Auríferas de Manica- (Indústrias extrativas). Comércio – consiste na troca de bens e serviços no sentido de obter lucro. Ex.: serviços pelas cantinas da escola, Barracas do mercado Xiquelene, Construções Fuel, etc. Transporte - faz o escoamento de bens do local de produção para o local de consumo.

2

Ex.: serviços prestados pela empresa CFM,etc. Profissões públicas – são exercidas pelas entidades públicas, destas resultam bens materiais e serviços. Ex.: serviços prestados pelos diversos Ministérios, Municípios e outras instituições públicas em Moçambique. Profissões liberais – são exercidas livremente, isto é, sem que haja nenhuma entidade patronal. Ex.: serviços prestados por: advogados, professores, contabilistas, médicos, etc. Turismo – engloba as actividades profissionais que prestam assistência aos turistas (pessoas que viajam ou excursão de recreio/instrução percorrem uma dada região ou um país). Ex.: serviços prestados pelos Hóteis, Pousadas,etc. 1.2. SECTORES DE ACTIDADES ECONÓMICAS As actividades económicas quanto ao sector podem ser:

Sector primário: inclui as actividades económicas ligadas à extração e exploração dos recursos naturais. Ex.: Agricultura; pesca; silvicultura; extração mineira; salicultura…

Sector secundário: inclui as actividades que transformam matérias-primas noutros produtos. Ex.: Indústria têxtil; indústria metalúrgica; produção energética; construção civil…

Sector terciário: Inclui a atividade comercial e as de prestação de serviços. Ex.: Saúde; ensino; bancário; turismo, comércio; transportes; seguros; comunicações; administração pública…

1.3. FASES DA ACTIVIDADE ECONÓMICA Para a satisfação da necessidade do homem um processo deve decorrer, o qual obedece uma

sequência lógica, ora vejamos:

Vamos tomar o exemplo da Coca-Cola que é vendida na cantina de uma escola, sabe-se que, muito

se faz para produzir a matéria-prima que é usada na fábrica para produzir Coca-Cola. Vamos ignorar

tudo o que se faz antes e comecemos com a produção da Coca-Cola:

1ª Fase – a coca-cola deve ser produzida, lá na fábrica, através de um processo de transformação de

matéria-prima – é a fase de produção.

2ª Fase – depois da produção, os camiões da empresa distribuem a coca-cola em muitos centros de

venda na cidade, incluindo o Take Away perto da nossa casa - é a fase da distribuição.

3

3ª Fase – quando ela já está na geleira do Take Away, temos de entregar o dinheiro e em troca

recebemos do vendedor a coca-cola – é a fase da troca.

4ª Fase – tendo a coca-cola na mão, nada mais nos resta se não tomá-la – é a fase de consumo.

Assim, a Actividade Económica comporta quatro fases: produção, distribuição, troca e consumo.

Produção – ocorre quando o homem cria bens e serviços;

Distribuição - nesta fase os bens produzidos são colocados à disposição dos consumidores (nos centros comerciais);

Troca - é a permuta entre o produtor (vendedor) e o consumidor (comprador);

Consumo – é a utilização dos bens e serviços produzidos, aqui cessa a necessidade específica do homem.

1.4. O HOMEM E AS SUAS NECESSIDADES Já dissemos que o homem produz bens e serviços para satisfazer as suas necessidades.

Necessidade – é um estado de carência ou de insatisfação, revelado por sensações desagradáveis de falta.

a) Características das necessidades

A Multiplicidade: as necessidades que sentimos são muito variadas e têm que ser satisfeitas

muitas vezes.

Saciabilidade: À medida que satisfazemos uma necessidade, a sua intensidade vai

diminuindo até desaparecer.

Substituibilidade: Uma necessidade pode ser substituída por outra.

As necessidades variam no tempo e no espaço: as necessidades vão-se alterando ao longo

dos tempos pois o homem vai criando novas necessidades. Nos últimos tempos a crescente

evolução tecnológica tem dado origem à criação de muitas novas necessidades: telemóvel,

MP3, micro-ondas … As necessidades variam também no espaço, de país para país, de

acordo com a cultura de cada comunidade.

b) Classificação das necessidades

Podemos classificar as necessidades quanto:

À sua importância

Ao seu custo

Ao facto de vivermos em colectividade

4

As pessoas satisfazem em primeiro lugar as necessidades ligadas à sua sobrevivência (alimentação, saúde, habitação, …) e só depois aquelas que se relacionam com a sua qualidade de vida (transporte, cultura) e que não apresentam a mesma urgência na sua satisfação que as primeiras. Quanto à importância as necessidades são:

Primárias: (o que é indispensável) são as necessidades que é necessário satisfazer com prioridade, que asseguram a sobrevivência do ser humano. (alimentação, saúde, vestuário e habitação).

Secundárias: (o que é necessário) são aquelas que não ameaçam de imediato a vida das pessoas, relacionam-se com a qualidade de vida, são necessárias mas não são indispensáveis. (transporte e cultura – ler um livro, ouvir um CD, ir ao cinema).

Terciárias (ou de Luxo): (o que é supérfluo) a sua satisfação pode ser considerada dispensável, estão associadas à ideia de luxo. Ex: roupa de alta costura, perfumes caros, automóveis de gama alta, bens alimentares de grande requinte.

Esta classificação é relativa tanto no tempo como no espaço.

A Educação e a Instrução eram vistas como necessidades secundárias, mas hoje são absolutamente indispensáveis à sobrevivência do ser humano.

Igualmente, indivíduos que ocupam elevadas posições sociais têm necessidades de representação que, para eles, são fundamentais, enquanto, para categorias sociais mais baixas, são consideradas necessidades terciárias ou dispensáveis.

Quanto ao Custo as necessidades são:

Não Económicas: são as necessidades em que não é necessário despender qualquer quantidade de moeda ou de outra riqueza para a satisfazer. Ex: respiração – o ar não tem custos (recurso ilimitado).

Económicas: são as necessidades em que é preciso despender moeda ou outra riqueza, ou ainda trabalhar para a obter. São relativas a bens escassos. Ex: necessidade de beber vinho, fumar, alimentar-se, vestir-se, estudar

Quanto à Vida em Colectividade:

Cada indivíduo sente necessidades próprias, dada a natureza subjectiva de cada um. Mas pelo facto de vivermos em conjunto com outros indivíduos, as necessidades e os anseios dos grupos em que nos encontramos integrados reflectem-se em nós.

Por exemplo, podemos reflectir necessidades do grupo socioprofissional, do bairro, do concelho, do país, em que estamos integrados.

Assim, as necessidades quanto à vida em colectividade podem ser:

Necessidades Individuais: são aquelas que dizem respeito à própria pessoa, independentemente de viver em colectividade (ex: alimentação).

5

Necessidades Colectivas: são aquelas que atingem toda a comunidade e resultam da vida social (ex: necessidade de transporte, segurança, justiça, comunicação, etc).

Bens de Consumo Colectivos: são aqueles que satisfazem as necessidades colectivas. Têm a particularidade de não serem divisíveis e o seu custo de produção não pode ser imputado a um indivíduo em particular. Ex: defesa nacional, iluminação pública e educação pública.

c) Classificação das necessidades segundo Maslow

A hierarquia das necessidades de Abraham Harold Maslow (1908 -1970) Maslow construiu uma teoria na qual as necessidades humanas podem ser hierarquizadas, mostrando inclusive, com essa hierarquia, no que somos diferentes dos animais, que não teriam uma hierarquia com tantos níveis como nós, os humanos. Segundo a Teoria de Maslow, as necessidades humanas podem ser agrupadas em cinco níveis: 1º) Necessidades fisiológicas: Estas são as necessidades mais básicas, mais físicas (água, comida, ar, sexo, etc.). Quando não temos estas necessidades satisfeitas ficamos mal, com desconforto, irritação, medo, doentes. Estes sentimentos e emoções nos conduzem à acção na tentativa de diminuí-las ou aliviá-las rapidamente para estabelecer o nosso equilíbrio interno. Uma vez satisfeitas estas necessidades nós abandonamos estas preocupações e passamos a nos preocupar com outras coisas. 2º) Necessidades de segurança: No mundo conturbado em que vivemos procuramos fugir dos perigos, buscamos por abrigo, segurança, protecção, estabilidade e continuidade. A busca da religião, de uma crença deve ser colocada neste nível da hierarquia. 3º) Necessidades sociais: O ser humano precisa amar e pertencer a um grupo. O ser humano tem a necessidade de ser amado, querido por outros, de ser aceito por outros. Nós queremos nos sentir necessários a outras pessoas ou grupos de pessoas. Esse agrupamento de pessoas pode ser a antiga tribo, ou a tribo (grupo) actual, no seu local de trabalho, na sua igreja, na sua família, no seu clube ou na sua claque. Todos estes agrupamentos fazem com que tenhamos a sensação de pertencer a um grupo, ou a uma "tribo". A Política, religião e claque são as tribos modernas. 4º) Necessidades de "status" ou de estima: O ser humano busca ser competente, alcançar objectivos, obter aprovação e ganhar reconhecimento. Há dois tipos de estima: a auto-estima e a hetero-estima. A auto-estima é derivada da proficiência e competência em ser a pessoa que se é, é gostar de si, é acreditar em si e dar valor a si próprio. Já a hetero-estima é o reconhecimento e a atenção que se recebe das outras pessoas. 5º) Necessidade de auto-realização: O ser humano busca a sua realização como pessoa, a demonstração prática da realização permitida e alavancada pelo seu potencial único. O ser humano pode buscar conhecimento, experiências estéticas e metafísicas, ou mesmo a busca de Deus. Abaixo apresentamos a representação gráfica da Hierarquia das necessidades de Maslow:

6

Podemos ainda afirmar dentro da teoria de Maslow que:

a) As necessidades fisiológicas, as necessidades de segurança e algumas das necessidades sociais são factores de desmotivação. A Teoria de Maslow diz que a satisfação destas necessidades é básica; já a ausência da satisfação destas necessidades não motiva ninguém, pelo contrário, desmotiva.

b) As necessidades sociais, as necessidades de "status" e de estima e as necessidades de auto-realização são fortes factores motivacionais, ou seja, na ausência dessas necessidades satisfeitas as pessoas batalham para tê-las satisfeitas, motiva as pessoas a alcançar a satisfação destas necessidades.

As necessidades básicas, as listadas no item "a", são chamadas de factores higiénicos, já as listadas no item "b" de factores motivacionais. (Teoria dos dois factores de Herzberg)

Este conjunto hierárquico de necessidades é também conhecido pelo nome de pirâmide de Maslow, ou ainda pirâmide das necessidades de Maslow, sendo essa pirâmide dividida em 5 partes, paralelamente à sua base. A necessidade fisiológica fica localizada na base e a necessidade de auto-realização no cume desta pirâmide.

Um detalhe muito importante da Teoria de Maslow é que ela diz que a pessoa tem que ter a sua necessidade do nível inferior satisfeita, ou quase integralmente satisfeita, para sentir a necessidade do nível superior. Ou seja: a pessoa que não tem suas necessidades de segurança satisfeitas não sente ainda necessidades sociais. E assim por diante.

Nas palavras do próprio Maslow:

"... à medida que os aspectos básicos que formam a qualidade de vida são preenchidos, podem deslocar seu desejo para aspirações cada vez mais elevadas."

7

1.5. BENS (E SERVIÇOS) Para a satisfação das necessidades o homem utiliza bens e serviços. Assim:

Bem - é tudo o que é utilizado para a satisfação directa ou indirecta de uma necessidade humana

a) Classificação dos bens

A classificação dos bens pode ser feita de duas formas, quanto a disponibilidade e quanto a natureza. Assim teremos: Quanto à disponibilidade

Bens não económicos ou livres – são fornecidos pela natureza, isto é, não são criados pelo homem. Ex.: Sol, vento, ar,…

Bens económicos ou não livres – resultam do esforço do homem, isto é, são criados ou expropriados da natureza pelo homem. Ex.: Lápis, casa, comida, praia da costa do sol, etc.

Quanto à natureza

Bens materiais ou corpóreos – têm existência física real, são apalpáveis. Isto é, são constituídos de matéria. Ex.: Casa, computador, telefone, etc.

Bens materiais ou incorpóreos – não têm existência física real, não são apalpáveis. Ex.: Vento, raios solares, etc.

Quanto à função que desempenham

Bens de produção – são utilizados na produção de outros bens.

Bens de Consumo – utilizados directamente na satisfação das nossas necessidades. O pão que comemos, o leite que bebemos…

O mesmo bem, consoante a situação pode ser de produção ou de consumo:

A laranja que comemos é um bem de consumo.

A laranja utilizada pela CompaL para a produção de sumos é um bem de produção. Quanto à duração

Bens duradouros – Podem ser utilizados muitas vezes sem perderem as suas características. Uma casa, um casaco, um frigorífico, um automóvel…

Bens não duradouros – Permitem apenas uma só utilização. O gelado que comemos, o sumo que bebemos…

Quanto à relação com outros bens

Bens substituíveis – podemos utilizar diversos bens para satisfazer a mesma necessidade, dependendo do nosso gosto e do dinheiro disponível. Se tenho fome posso comer uma sandes ou um bolo…

8

Bens Complementares – são bens que têm de ser utilizados em conjunto para satisfazer uma mesma necessidade. Automóvel e gasolina. O caderno e a caneta…

1.6. O PRODUTO

Produto é todo o bem que resulta do esforço do homem.

Todo bem económico é um produto mas todo o bem não-económico não é um produto.

Ex. A manta produzida pelo homem é um bem económico (não livre) – é um produto.

O vento não é produzido pelo homem é um bem não económico (livre) – não é um produto.

a) A Mercadoria

Mercadoria – é todo o produto destinado a troca para obter o lucro.

Se o produto for destinado para simples consumo não é mercadoria, é um simples produto, mas se

for destinado para troca (vender) com a intenção lucrativa, então é mercadoria.

Ex.: O sumo santal que está na geleira da sua casa é um simples bem, mas o sumo santal que está na

geleira da pastelaria e que está a venda é uma mercadoria.

Classificação das mercadorias

De acordo com o local de produção e de consumo as mercadorias podem ser:

Mercadorias nacionais - são produzidas e consumidas do mesmo país.

Ex, a fanta produzida na matola e consumida em gondola.

Mercadorias estrangeiras – são produzidas num outro país.

Ex. A batata vinda da África do sul que é vendida e consumida em Moçambique.

Mercadorias nacionalizadas – são aquelas que vindo do exterior, o importador já terá pago

todos os direitos aduaneiros.

Ex. Quando alguém compra cebola na RSA e paga todos direitos aduaneiros nas alfândegas,

aquela cebola passa a ser uma mercadoria nacionalizada.

9

b) A troca

Troca é a permuta entre o produtor (vendedor) e o consumidor (comprador)

Formas de troca

Troca directa – é a troca imediata de produtos por outros produtos. Ex. Entrega duas canetas e recebe em troca um pacote de pipocas.

Troca indirecta ou monetária – é aquela em que se usa um intermediário na troca – a

moeda.

Ex. Entrega a um vendedor 50.00 mt em troca recebe uma sebenta.

Troca creditícia – é feita com base no crédito ela dispensa o desembolso imediato da moeda.

Faz-se na base da confiança entre os permutantes. Esta troca contribui para o crescimento e

o desenvolvimento de economias.

Ex. Recebeu equipamento sonoro hoje no Tiger Center para pagar daqui a dois meses.

1.7. A MOEDA

Etimologia da palavra A palavra "moeda" provem do nome do lugar onde se cunhavam moedas na Roma antiga: em uma casa situada ao lado do templo da deusa Juno Moneta, sob cuja protecção se encontrava. O sobrenome "Moneta" foi atribuído à deusa pelo escritor latino Livio Andronico depois que os gansos que viviam em redor do templo, no monte Capitolio, advertiram com seus grasnados aos romanos de um ataque dos gauleses. Avisar, em latim, é "monere" (de onde provêm "admoestação" e "monitor") e a deusa, a quem se atribuiu o aviso dos gansos, foi chamada desde então Juno Moneta. Devido à vizinhança do templo com a casa onde se fundiam os denários (daí "dinheiro"), as moedas tomaram esse nome.

Moeda – É um objecto de uso geral fixado pelo estado como meio básico de troca, isto é, como intermediário de troca dentro de um determinado país.

Em geral, a moeda é emitida e controlada pelo governo do país, que é o único que pode fixar e

controlar seu valor.

Motivo da criação da moeda

A moeda foi criada para minimizar as dificuldades ou inconveniências que os homens tinham ao

praticar a troca directa que exigia as seguintes condições, posteriormente, eliminadas com

surgimento da moeda:

Primeiro que o indivíduo desejasse justamente os bens que lhe entregavam em troca dos seus.

Segundo houvesse equivalência entre os bens que recebia e os bens que entregava.

10

Evolução da moeda

As dificuldades em realizar a troca directa, como vimos, levaram o homem a criar uma terceira

mercadoria, aceite por todos, para servir de intermediário nas permutas de bens. Assim, nasceu a

moeda que constitui, um meio de aquisição de outros bens. A moeda surgiu hà longos anos. De

acordo com a bíblia, o Abrão comprou um terreno por quatrocentos ciclos de prata para sepultar a

sua mulher Sara e o governador de Jerusalém contribuiu com mil dracma (dracma- uma moeda de

ouro que pesava 8,4 g) para a edificação do templo.

a) Moeda Mercadoria

As primeiras civilizações empregam, em princípio, os bens da natureza e, depois os bens

processados. Os caçadores empregavam as peles; os pastores empregavam o gado boi, búfalo e

ovelha, os agricultores utilizavam o chá, trigo, arroz, etc. Vários povos usaram como moeda: sal,

conchas, perrolas, sementes, animais domésticos os gregos e os romanos empregaram, nos

primeiros tempos o gado, o rebanho. Daí pecuari, de pecus (rebalho) e capital de capita (cabeça de

gado).

Esses bens utilizados tinham dois valores:

a) Valor de troca – podiam ser usados para adquirir outros bens, isto é serviam de moeda.

b) Valores de uso – eram úteis para o consumo.

A moeda mercadoria era muito vulnerável, em caso de peste os animais morriam e os outros

produtos deterioravam se facilmente com humanidade, para alem do difícil manuseamento e

padronização das mesmas. Assim, nasceu moeda metálica.

b) Moeda Metálica

A cunhagem das primeiras moedas metálicas feitas de ligas de ouro, prata e cobre atribuiu – se a

Gigês, rei da Lídia no século VII antes do Cristo. A moeda metálica era, em princípio, pesada sob a

forma de barras irregulares, tendo o formato passado, sucessivamente, para ovóide quadrilátero e

sob forma de disco. O valor da moeda era determinado em função do seu tamanho e escolha do

metal dependia da sua raridade e originalidade. Contudo, o problema da padronização não foi

eliminado e associado as dificuldades em manusear, eram pesadas, o que deu origem a moeda -

papel.

c) Moeda - papel

Estas moedas surgem em representação da moeda metálica, nasceu na idade média, devido a

insegurança que reinava na época. Assim, os metais eram guardados em locais fortificados e

passavam bilhetes, com valor escrito, correspondente aos metais depositados. Estes bilhetes tinham

o valor de troca e constituíam uma promessa de pagamento, isto é, eram conversíveis, na medida

em que o portador do bilhete podia converte-lo em metal.

11

d) Papel-moeda

Alguns desonestos, abusando da confiança, passaram a emitir metais bilhetes do que os metais depositados, isto é, passaram a circular também bilhetes que não eram conversíveis. Assim, nasceu o papel-moeda que não é conversível, isto é, o portador do papel-moeda não pode convertê-lo em metal.

e) Moeda fiduciária

Representa o papel o papel-moeda metálico que é cunhada pelo estado e que tem curso legal, é a

que circula nos nossos dias. Ela tem como garantia, apenas a confiança no Estado que a emite e que

a torna de curso forçado - não conversível. Ela surge porque, com a emissão de papel – moeda que

era conversível, os governos procuraram restringir o direito de emissão desses títulos, reservando-o

a um ou mais bancos dignos de confiança.

Moeda escritural ou bancária

Ela é de grande importância para a expansão de negócio. A forma mais popular é o choque, que é

uma cédula bancária pagável a vista, desde que o sacador tenha saldo.

Moeda electrónica

Representa o Estado avançado da modernização da moeda. Constitui os movimentos electrónicos

que se fazem através de cartões electrónicos e outros meios informáticos.

Funções da moeda

Meio de troca: A moeda é o instrumento intermediário de aceitação geral, para ser recebido em contrapartida da cessão de um bem e entregue na aquisição de outro bem (troca indirecta em vez de troca directa). Isto significa que a moeda serve para solver débitos e é um meio de pagamento geral.

Unidade de conta: Permite contabilizar ou exprimir numericamente os activos e os passivos, os haveres e as dívidas.

Reserva de valor: A moeda pode ser utilizada para acumulação de poder aquisitivo, a usar no futuro. Assim, tem subjacente o pressuposto de que um encaixe monetário pode ser utilizado no futuro. Isto porque pode não haver sincronia entre os fluxos da despesa e das receitas, por motivos de precaução ou de natureza psicológica. A moeda não é o único activo a desempenhar esta função; o ouro, as acções, as obras de arte e mesmo os imóveis também são reservas de valor. A grande diferença entre a moeda e as outras reservas de valor está na possibilidade de mobilização imediata do poder de compra (maior liquidez), enquanto os outros activos têm de ser transformados em moeda antes de serem trocados por outro bem

Vantagens da moeda

A troca pode ser realizada em qualquer altura e com quaisquer quantidades de bens

Não se deteriora com tempo

Facil de transportar

É aceite por toda a gente

É de fácil armazenagem.

12

Exercícios de Aplicação 1

1. Defina a actividade económica e indique os seus ramos, sectores e as respectivas fases. 2. Qual é a relação entre ramos de transportes e a fase de distribuição. 3. Diga em que ramo e sector da actividade económica pertence cada uma das seguintes instituições: a) GAME b) HCM c) MOZAL d) Construções Fuel e) UEM f) Complexo Agrícola de Manica

4. Porque é que não se pode alterar sequência das fases da Actividade Económica? 5. Porque é que se diz que na fase de consumo cessa a necessidade específica do homem?

6. Comente as seguintes afirmações: a) Todo o produto é um bem mas nem todo bem é um produto. b) Toda a mercadoria é um produto e é um bem mas nem todo o produto, bem é mercadoria. c) Segundo Maslow à medida que os aspectos básicos que formam a qualidade de vida são preenchidos,

podem desistir de deslocar seu desejo para aspirações cada vez mais elevadas."

7. Responda as questões que se seguem.

7.1. Fale Detalhadamente da utilidade da teoria da hierarquia de Maslow para a administração ou gestão das organizações.

7.2. Num dia do calor o Zombado e a Bia decidiram tomar banho no Lago de Xidenguele. a) Indique e classifique sob duas ópticas estudadas, a necessidade sentida pelos meninos acima

mencionados. b) Classifique sob as duas ópticas aprendidas, o bem escolhido para satisfazer a mesma necessidade. c) Suponha que o Zombado e a Bia decidiram apanhar uma brisa no Jardim dos Namorados. Faça a alínea b)

do número anterior em função do novo bem escolhido.

7.3. João disse que as mantas que foram compradas na RSA e distribuídas as vitimas das cheias eram mercadorias e o Pedro defendeu o contrário.

a) Qual dos dois tinha razão. Fundamente a sua resposta. b) Se as mantas tivessem sido compradas pelo armazenista Mafuia Comercial de Chonguene, como

classificarias essas mantas. c) Indique e classifique a necessidade sentida pelas vítimas das cheias que foi satisfeita pelas mantas. d) Classifique o bem seleccionado para satisfazer as necessidades das vítimas das cheias.

7.4. Fale exaustivamente da evolucao da moeda. 7.5. Indique as vantagens e as desvantagens da moeda eletrónica.

7.6. Indique os nomes das moedas dos seguintes países: Africa do Sul, Angola, Zimbabwe, Malawi,

Inglatera, Moçambique, Japão, Canadá, Brazil, EUA e Iraque.