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TEXTO DE APOIO SOBRE O CONCEITO DE ESTRATÉGIA Marcos Olímpio Gomes dos Santos Évora 04 de Julho de 2011

TEXTO DE APOIO SOBRE O CONCEITO DE ESTRATÉGIAhome.uevora.pt/~mosantos/download/Estrateg_TextoApoio_25Jul11.pdf · 5 INTRODUÇÃO Com este Texto de Apoio dá-se início a uma sistematização

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TEXTO DE APOIO SOBRE O CONCEITO DE ESTRATÉGIA

Marcos Olímpio Gomes dos Santos

Évora

04 de Julho de 2011

1

“Se conhecemos o inimigo e se nos conhecemos a nós próprios, não precisamos temer o resultado de

uma centena de combates. Se nos conhecemos a nós, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos

uma derrota. Se não nos conhecemos nem conhecemos o inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas.”

(Sun Tzu)

2

SIGLAS

IAEM Instituto de Altos Estudos Militares PME Pequena e Média Empresa SA Sociedade Anónima

3

ABSTRACT

No texto dá-se inicialmente a conhecer as motivações subjacentes à realização deste trabalho,

seguidamente traçam-se algumas perspectivas de aprofundamento do tema em próximos

textos, e finalmente referencia-se a bibliografia de base (livros de texto) recolhida até ao

momento sobre o conceito de Estratégia.

Palavras chave: Estratégia (definições)

4

ÍNDICE

Introdução Nota introdutória Âmbito genérico Âmbito empresarial Âmbito político Âmbito militar Pertinência e reservas sobre o recurso à utilização das estratégias Pressupostos Princípios Justificação do recurso à utilização de estratégias Critérios para avaliação ex ante das estratégias Conceitos relacionados Perspectivas de aprofundamento do tema em próximos textos Discussão e considerações finais

5

INTRODUÇÃO

Com este Texto de Apoio dá-se início a uma sistematização dos resultados da pesquisa

efectuada sobre Estratégia.

A selecção do tema deve-se ao facto da sua importância para vida académica e profissional dos

actuais alunos e futuros licenciados em Sociologia.

A realização deste texto assenta numa pesquisa bibliográfica complementada com a pesquisa

realizada na Internet, sendo mencionadas as referências consideradas com mais interesse para

uso do autor e divulgação junto dos interessados nesta matéria.

Este Texto de Apoio incide sobre os seguintes quatro tópicos: i) significado do conceito, ii)

listagem de conceitos relacionados, iii) as futuras abordagens sobre o tema, v) considerações

sobre o carácter minimalista do texto, e iv) finalmente dá-se conhecimento das principais

referências de base seleccionadas.

A diversidade de definições, embora agrupadas em 3 âmbitos (genérico, empresarial, e, militar)

decorre de diferentes perspectivas que os autores referenciados perfilham, devido à sua área

de actividade profissional ou formação académica, pelo que se optou por listá-las sem qualquer

restrição deixando à consideração do leitor a selecção das que considerar aplicáveis à situação

experienciada.

6

NOTA INTRODUTÓRIA

Deriva do termo grego strategos, que combina stratos (exército) com ag (liderar). Strategos

significava portanto a função do general do exército. Segundo Adriano Freire (1997) devido às

suas raízes militares, a estratégia é geralmente definida como a disposição das tropas com

vista a alcançar a vitória sobre o inimigo, traduzindo-se num plano de campanha que determina

as acções ofensivas e defensivas a levar a cabo. Já no meio empresarial, a estratégia e

frequentemente conotada com a formulação de um plano que reúne, de uma forma integrada,

os objectivos, políticas e acções da organização, com vista a alcançar o sucesso. No entanto

desde há alguns anos, devido aos constrangimentos endógenos e exógenos que enfrentam,

muitas organizações sem fins lucrativos têm vindo a recorrer à adopção de estratégias que lhes

permitam responder a esses constrangimentos. A aplicação e generalização no tempo e no

espaço desta praxis, mostram que essência da estratégia é intemporal e independente dos

contextos onde é aplicada, daí o interesse na sua abordagem.

7

ÂMBITO GENÉRICO

É o que uma organização decide fazer ou não, considerando:

– Identidade

– Políticas

– Ambiente

– Visão

– Objectivos

– Perspectivas

– Valores

– Missão

– Actividade

Fonte: adaptado de http://www.ligiafascioni.com.br/wp-

content/uploads/2010/09/PlanEstr_aula6.pdf

Uma estratégia é uma proposta de curso de acção, elaborada antecipadamente de forma

exploratória mas sustentada, para atingir um fim específico.

Fonte: http://www.globalscore.pt/areas-de-actuacao/consultoria-e-auditoria/gestao-estrategica.html

“Estratégia é escolher como lutar em função dum objectivo.” (Autor desconhecido)

A estratégia é arte ... de reunir o máximo de certezas para enfrentar a incerteza” (Morin, 2006)

É a definição de onde iremos alocar nossos recursos mais valiosos, ou seja é onde colocar o

maior tempo, a atenção, os recursos financeiros, humanos e tecnológicos. (Autor desconhecido)

“Regras de decisão em condições de desconhecimento parcial” Ansoff (1977, p. 101)

8

“Caminho escolhido para concentrar esforços com o objetivo de tornar real a visão da

organização” (FNQ, 2006. p. 47)

“Estratégia é a arte de usar o tempo e o espaço. Eu sou mais ligado ao primeiro do que ao

segundo; espaço nós podemos recuperar, o tempo nunca.” (Napoleão)

“Determinação das metas e objetivos básicos de longo prazo de uma empresa, e a adoção de

cursos de ação e alocação de recursos necessários para pôr em prática essas metas.”

Chandler Junior (1962, p. 13)

“É cada vez mais saber decidir o que não fazer, de forma a que todos os recursos e energias

venham reforçar o que traz identidade e posicionamento único” (Santos, 1996)

“É a maneira que uma organização conta adoptar para realizar a sua vocação” (Claude

Matricon).

“Padrão num conjunto de decisões e acções.” (Mintzerg, 1985)

“Conjunto de hipóteses sobre de causas e efeitos. O sistema de medição deve tornar explícitas

as relações (hipóteses) entre os objetivos (e as medidas) nas várias perspectivas, para que elas

possam ser gerenciadas e validadas” (Kaplan & Norton (1997, p. 30)

“Conjunto de orientações e diretrizes de como atingir os objetivos definidos pela liderança. A

estratégia tem como base as ações escolhidas a partir de várias opções. Por conta destas

escolhas, a organização determina o que vai ser feito e o que não vai ser feito, o que se quer e

o que não se quer.”

http://www.institutojetro.com.br/lendoartigo.asp?t=3&a=106

“Processo cujos objectivos consistem em fixar a direcção das acções planeadas, focalizar o

esforço do grupo que assume o papel de agente de mudanças, servindo também como uma

marca que define a organização e é um elemento que provê consistência e aumenta a

coerência das acções e intervenções.” (Mintzerg, s.d)

9

“Traduz-se num padrão de objectivos, propósitos, metas ou políticas e planos fundamentais

para alcançar estas metas, formulados de tal forma que permitam definir as actividades em que

a organização está ou estará, e que tipo de organização é ou será” (adaptado de Andrews,

1971)

Consiste num padrão: de intenções, problemas, acções, decisões e distribuição de recursos

que definem o que uma organização é, o que faz, e porque o faz. A estratégia consiste na

resposta coerente às escolhas políticas fundamentais.

(Autor não referenciado)

Conjunto de decisões e directrizes que permitem definir um campo de actuação para uma

determinada organização, e uma orientação que possibilite a respectiva sustentabilidade

(adaptado de Ansoff, 1968)

"É a arte de dominar o destino, de escolher mais do que desempenhar.” (Sicard, 1987, p. 72-3)

"É um meio para alcançar um fim ... É a própria organização como um meio para alcançar dois

objectivos estratégicos básicos: sustentar a sua própria existência e melhorar a vida daqueles

que com ela se relacionam" (Richardson, 1992, p. 26)

"As estratégias …são expressões operacionais de políticas, no sentido de que, dentro de um

sistema de administração, elas definem critérios operacionais sobre os quais os 'programas

estratégicos' são concebidos, relacionados e implantados. Esses programas podem dizer

respeito tanto ao leque de actividades ('estratégias externas') como também às 'estratégias

internas', que tratam da estrutura organizacional e das actividades de controle social." (Ansoff,

1990, p. 45)

“É a capacidade da organização para pensar e executar com êxito as acções que influenciarão,

de forma determinante, o seu desenvolvimento a longo prazo” (Gonçalves, 1996)

"Conjunto global e coerente de acções, escalonadas no tempo, relativas às áreas de decisão

mais relevantes em determinado domínio ..." (Murteira, 1978, p. 120)

10

"A estratégia é utilizada por uma organização para realçar esforços e criar consistência na

consecução dos seus ideais. A estratégia é utilizada como: um plano (plan); um

empreendimento (ploy); modelo ou ideal (pattern); uma postura ou atitude (position); e/ou, uma

perspectiva para guiar a acção." (Nutt; Backoff, 1992, p 82)

“A estratégia é a determinação dos fins e objectivos a longo prazo duma organização, a

adopção de políticas determinadas e a alocação de recursos para atingir o melhor possível

esses fins.” (adaptado de Chandler).

“Engloba todas as acções que podem ser empreendidas para atingir os objectivos fixados pela

política, utilizando os meios de que se dispõe para esse fim” (Enciclopédia Verbo, vol. 7)

"As estratégias … são expressões operacionais de políticas, no sentido de que, dentro de um

sistema de administração, elas definem critérios operacionais sobre os quais os 'programas

estratégicos' são concebidos, relacionados e implantados. Esses programas podem dizer

respeito tanto ao leque de actividades ('estratégias externas') como também às 'estratégias

internas', que tratam da estrutura organizacional e das actividades de controle social." (Ansoff,

1990, 45)

“É a ligação genérica entre fins e meios; é a intenção de mudar a organização em todas as

áreas em que se pode fazer uma diferença. A estratégia baseia-se numa visão global para

evitar que intenções de alguns sectores prevaleçam sobre as de outros por motivos alheios à

qualidade, progresso e equidade nas acções organizacionais. Na prática, a estratégia de uma

organização consiste em conjunto de proposições sobre como a organização pretende atingir a

sua missão, dentro de um determinado cenário de visão alternativa.” (Motta, s.d. p. 18)

"É a ciência e a arte de utilizar os conhecimentos e os meios pessoais e técnicos disponíveis

para conseguir a solução oportuna dos problemas a que se pretende fazer face..." (Ferreira, 33)

Num contexto de planeamento, a estratégia é considerada como uma etapa de clarificação da

concretização da metodologia do projecto, sendo assim concebida no âmbito da articulação

entre recursos e objectivos, e visando a elaboração de um pensamento director em torno do

qual se estruturam, de forma mais ou menos corrente as decisões fundamentais (adaptado de

Guerra, 2000, 167).

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“É meio para alcançar um objectivo. E proposição para futuro: o enunciado de directrizes para o

longo prazo (significado que aparece, por exemplo, em documentos das Nações Unidas). É

proposta para ganhar um jogo. É a arte de ganhar a guerra.” (Adaptado de Giovanella, 1991)

"É um meio para alcançar um fim -tanto quanto diz respeito a este texto- é a própria

organização como um meio para alcançar dois objectivos estratégicos básicos: sustentar a sua

própria existência e melhorar a vida daqueles que com ela se relacionam" (Richardson, 1992,

26). Como cada vez mais os objectivos que traçamos como definitivos assumem um carácter

provisório, porque têm de ser adequados constantemente à evolução dos conhecimentos, da

tecnologia e das missões prosseguidas pelas instituições, então, a adopção de estratégias é

crítica para o êxito das organizações num contexto em rápida mudança.

A estratégia envolve, a formulação, a implantação e o controlo.

A formulação inclui:

� A identificação da missão da organização, ou seja, o seu carácter de orientação global e

forma de estar.

� A definição dos objectivos que concretizam a missão.

� A análise do ambiente, que permite conhecer ameaças e oportunidades.

� O diagnóstico interno, que evidencia os pontos fortes e fracos da organização, e que

incide na sua estrutura, cultura e recursos.

Inclui portanto a chamada metodologia SWOT, quer isso dizer que é através da identificação de

oportunidades e ameaças do contexto e do conhecimento dos pontos fortes e fracos da

organização que se conclui sobre a estratégia a seguir.

A implantação da estratégia, por sua vez, inclui a organização ou estruturação da organização,

e a motivação e liderança das pessoas.

(Autor não referenciado)

“A Estratégia pode ser considerada: i) como uma variável que permite identificar os objectivos

futuros, a definição do poder interno, a escolha da estrutura, e ii) como uma análise das fases

de desenvolvimento da organização, dos princípios de gestão adoptados, da sua missão e dos

pontos fracos e fortes da mesma. Em conformidade a tomada de decisão deve ser enquadrada

no próprio contexto interno em que aparece inserida, uma vez que todas as decisões

expressam relações de dependência que criam processos de estruturação no domínio das

redes hierárquicas internas … e implica que se tenha em atenção o seguinte:

12

a) quando se constrói uma estratégia, não se pretende tomar decisões sobre o futuro, mas

tomar hoje decisões tendo em mente o futuro

b) a estratégia não é só inovação, ou só diversificação, mas o conjunto disso dirigido a

objectivos a longo prazo que se pretende atingir

c) a estratégia não é um fim em si mesma, mas apenas um meio, deve ser reavaliada e

reajustada constantemente em função das mudanças;

d) a estratégia não dá certeza, mas apenas probabilidade com relação ao futuro.”

(Chiavenato, 1981)

Oposição entre duas vontades e arte que permite dominar e resolver problemas, empregando

as técnicas com o máximo de eficácia;

(Autor não referenciado)

Método de pensamento e forma peculiar de avaliar situações que permite classificar e

hierarquizar acontecimentos, escolhendo posteriormente os processos de acção mais eficazes;

(Autor não referenciado)

É um plano de acção para alcançar um dado objectivo; um propósito a que se junta um sistema

de medidas para a sua consecução;

(Autor não referenciado)

Concepção, desenvolvimento, organização e aplicação do poder para ultrapassar obstáculos e

antagonismos que dificultem a realização dos objectivos; inclui a mobilização de recursos para

alcançar objectivos em ambiente ou cenário hostil;

(Autor não referenciado)

“Na definição de estratégias estamos a abordar o tipo de soluções possíveis, as suas

consequências e como se pode garantir que as soluções escolhidas tenham o impacte

desejado.”

(Autor não referenciado)

“Ciência e arte de, à luz dos fins de uma organização, estabelecer e hierarquizar objectivos e

gerar, estruturas e utilizar recursos, tangíveis e intangíveis, a fim de se atingirem aqueles

objectivos, num ambiente admitido como conflitual ou competitivo (ambiente agónico)”

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(A. C. Couto, 2002, p. 120)

“Linha de actuação de uma organização / serviço face a metas ou alvos a atingir de acordo com

a leitura da sua missão (objectivos estratégicos), de acordo com a avaliação sistemática das

oportunidades e ameaças (gestão estratégica) e uma visão de futuro decorrente de uma análise

prospectiva do seu campo de acção e ambiente externo (pensamento estratégico)”

(A. Neves, 2003, p. 266)

“Significa o movimento de uma organização da sua situação actual para uma outra situação

futura desejável, mas incerta.”

http://www.vpgr.azores.gov.pt/formacao/documentos/pdf/1.pdf#search=%22Outputs%20Resulta

dos%20outcomes%22

Mintzberg (1996) vai mais além em sua definição de estratégia. Para ele, a estratégia pode ser dividida em cinco grandes características (conceitos) que se complementam e se interrelacionam. Ela pode ser considerada um plano na medida em que determina um conjunto de ações planejada para lidar com uma determinada situação. Além disso, ela pode ser considerada um padrão, no instante em que é construída a partir de uma seqüência (corrente) de ações baseada num conjunto consistente de comportamento ao longo do tempo dentro das organizações. Outra característica a ser considerada é a estratégia como um jogo (manobra), ou seja, a empresa deve estar consciente de que há outras interessadas no mesmo mercado em que ela atua, que devem ser feitas várias manobras para manter ou expandir este mercado e que as concorrentes teoricamente reagirão a cada passo que a empresa der. Como quarta característica tem-se que a estratégia também deve definir uma posição dentro do ambiente competitivo no qual a empresa está inserida. Por fim, a quinta característica enaltece que a estratégia é determinada a partir da perspectiva dos membros da organização, baseando-se em suas crenças, percepções e visões de mundo. Deste modo, pode-se concluir que as estratégias são tanto planos para o futuro quanto padrões do passado

14

ÂMBITO EMPRESARIAL

“A estratégia de uma empresa assenta na gestão criteriosa dos seus recursos distintivos para

criar produtos e serviços que alcancem uma aceitação no mercado superior à da concorrência.”

(Freire, 1997, p. 17)

“Plano unificado, completo e integrado, concebido para garantir que os objectivos básicos da

empresa sejam alcançados”

(Glueck, 1980)

“Padrão de objectivos e principais políticas para os alcançar, expressos de maneira a definir em

que negócio a empresa está ou deverá estar e o tipo de empresa que é ou deverá ser.”

(Andrews, 1980)

“Via para alcançar, de uma forma tão eficiente quanto possível, uma vantagem sustentável

sobre a competição.”

(Ohmae, 1982)

“Criação de uma adequação entre as actividades da empresa.”

(Porter, 1996)

“Conjunto de decisões e acções da empresa que de uma forma consistente, visam proporcionar

aos clientes mais valor que o oferecido pela concorrência … e deve indicar com clareza os

seguintes elementos:

a) Natureza dos negócios em que a empresa deseja actuar (estratégia de diversificação).

b) Para cada negócio, os segmentos de mercado que a empresa deseja servir com os seus

produtos e serviços (estratégia de produtos-mercados).

c) Para cada negócio, as principais actividades operacionais que a empresa deseja realizar

internamente (estratégia de integração vertical);

d) Para cada negócio, os mercados geográficos em que a empresa deseja estar presente

(estratégia de internacionalização).

15

Posteriormente, essas orientações estratégicas devem dar origem a um conjunto de medidas

tácticas que, uma vez bem planificadas e implementadas, assegurarão o sucesso competitivo

da organização. ”

(Freire, 1997)

“A estratégia da empresa consiste na disposição e combinação de todas as forças que a

constituem ou que a ela pode dar origem para atingir os seus fins, tendo em conta as reacções

do meio circundante e da concorrência.”

(Montcel)

Uma estratégia será uma afirmação geral de objectivos e de meios de os alcançar e não

precisará de ser revista com muita frequência... “deve ser pensada como uma revolução, uma

descoberta, uma inovação, como mudar as regras do jogo e os padrões de comportamento num

dado sistema social, como reivenção de uma actividade ou negócio”

(Expresso, n.º 1243, de 24/8/96)

Esquema básico e prático da empresa para adaptar-se aos acontecimentos das envolventes ou

para os antecipar, proporcionando vantagens competitivas que lhe permita permanecer

sustentável e vitoriosamente no mercado.

(Autor não referenciado)

Consiste na “determinação de metas e objectivos básicos de longo prazo de uma empresa (ou

organização N.A.) e a adopção de recursos de acção e afectação dos recursos necessários

para conseguir esses objectivos”

(Chandler, 1977)

"A estratégia de uma empresa é o conjunto das decisões destinadas a adaptar, no tempo e no

espaço, os recursos da firma às oportunidades e aos riscos de um ambiente e de mercados em

mutação constante”

(Octave Gélinier).

Estratégia pode ser definida como a determinação das metas e objetivos básicos de longo

prazo de uma empresa, e a adoção de cursos de ação e alocação de recursos necessários para

pôr em prática essas metas.

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Chandler Junior (1962: 13)

“A estratégia de uma empresa assenta pois na gestão criteriosa dos seus recursos distintivos

para criar produtos e serviços que alcancem uma aceitação no mercado superior à da

concorrência”

(Freire, 1997, 17)

“… Consiste em delinear trajectórias de evolução, suficientemente firmes e duradouras, em

torno dos quais se poderiam ordenar as decisões e acções pontuais da empresa/organização

… durante muito restringiu-se às relações empresa/organização-meio envolvente, entendendo-

se somente como a trajectória escolhida … hoje em dia … também diz respeito ao interior da

empresa/organização, sendo essencial a coerência entre os dois aspectos … a capacidade dos

estrategas consiste assim em identificar o essencial no seio de uma quantidade de factos, a

intuição que permite destrinçar, de entre várias hipóteses igualmente plausíveis, aquela que se

revelará como certa no futuro

(Martinet, 1983)

“O significado actual de estratégia ultrapassa o sentido militar da ‘arte do general’, e abarca o

sentido empresarial de definição de objectivos, metas, políticas, programas, planos, sequência

de acções, tácticas, atribuição de recursos, manobra, logística, sincronização de forças,

operações, selecção de posições, modelos, atitudes, optimização de decisões, propósitos, etc.

No sentido amplo do termo, qualquer entidade em confronto com outra carece de uma

estratégia, seja explícita e deliberada, seja implícita e espontânea e que responde a perguntas

de índole específica que, caso estejam correctamente formuladas, podem ter respostas

actualizadas, como sejam:

� Que desejo fazer?

� Que posso fazer?

� Que move a competição?

� Como vai evoluir a situação?

� Que acções realizarão provavelmente os competidores?

� Como responder a essas acções dos competidores?

� Quais os meus pontos fortes e débeis?

� Quais as ameaças, riscos e oportunidades?

� Como me afectam as mudanças na política interna?

17

� Como me afectam as políticas futuras supra-nacionais?”

http://209.85.135.104/

“Conjunto das decisões importantes da empresa envolvendo:

� Selecção de recursos (estratégicos)

� Sistemas de informação (BCP)

� Sistemas de gestão (Philip Morris)

� Tecnologias de fabrico (Toyota)

� Reputação (Source Perrier)

� Determinação das formas de acumulação desses recursos

� Desenvolvimento interno (Microsoft)

� Aquisição (Nestlé)

� Benchmarking (Bank One)

� Estabelecimento de acordos de cooperação (Merck)

� Determinação das formas de exploração desses recursos

� Exploração directa (Microsoft)

� Licensing (MacDonald’s)

� Joint ventures (BMW-Rover)

(Autor não referenciado)

Estratégia é a determinação dos objectivos básicos de longo prazo de uma empresa e a

adopção das acções adequadas e afectação de recursos para atingir esses objectivos.

Chandler (1962)

Estratégia é o padrão de objectivos, fins ou metas e principais políticas e planos para atingir

esses objectivos, estabelecidos de forma a definir qual o negócio em que a empresa está e o

tipo de empresa que é ou vai ser.

Learned, Christensen, Andrews, Guth (1965) Andrews (1971)

Estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento

parcial. As decisões estratégicas dizem respeito à relação entre a empresa e o seu ecossistema

.Ansoff (1965)

18

Estratégia refere-se à relação entre a empresa e o seu meio envolvente: relação actual

(situação estratégica) e relação futura (plano estratégico, que é um conjunto de objectivos e

acções a tomar para atingir esses objectivos).

Katz (1970)

Estratégia é o forjar de missões da empresa, estabelecimento de objectivos à luz das forças

internas e externas, formulação de políticas específicas e estratégias para atingir objectivos e

assegurar a adequada implantação de forma a que os fins e objectivos sejam atingidos.

Steiner e Miner (1977)

Estratégia é o estabelecimento dos meios fundamentais para atingir os objectivos, sujeito a um

conjunto de restrições do meio envolvente. Supõe a descrição dos padrões mais importantes da

afectação de recursos e a descrição das interacções mais importantes com o meio envolvente.

Hofer & Schandel (1978)

Estratégia competitiva engloba as acções ofensivas ou defensivas para criar uma posição

defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um

retorno maior sobre o investimento.

Porter (1980)

Estratégia é um plano unificado, englobante e integrado relacionando as vantagens estratégicas

com os desafios do meio envolvente. É elaborado para assegurar que os objectivos básicos da

empresa são atingidos.

Jauch e Glueck (1980)

Estratégia é um modelo ou plano que integra os objectivos, as políticas e a sequência de

acções num todo coerente.

Quinn (1980)

Estratégia é o conjunto de decisões e acções relativas à escolha dos meios e à articulação de

recursos com vista a atingir um objectivo.

Thietart (1984)

19

Estratégia designa o conjunto de critérios de decisão escolhido pelo núcleo estratégico para

orientar de forma determinante e durável as actividades e a configuração da empresa.

Martinet (1984)

Estratégia é o problema da afectação de recursos envolvendo de forma durável o futuro da

empresa.

Ramanantsoa (1984)

Estratégia é uma força mediadora entre a organização e o seu meio envolvente: um padrão no

processo de tomada de decisões organizacionais para fazer face ao meio envolvente.

Mintzberg (1988a)

Estratégia é o conjunto de decisões coerentes, unificadoras e integradoras que determina e

revela a vontade da organização em termos de objectivos de longo prazo, programa de acções

e prioridade na afectação de recursos.

Hax e Majluf (1988)

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ÂMBITO POLÍTICO

“Forma de luta tanto no sentido estrito -choque entre vontades opostas- como no seu sentido

figurado de esforço continuado e pertinaz até à obtenção do resultado desejado; tanto se faz

estratégia quando se luta contra um inimigo, como quando se enfrenta a natureza.”

(Autor não referenciado)

“Relacionamento dos objectivos nacionais com os meios disponíveis para os alcançar.”

(Autor não referenciado)

“Arte de controlar os recursos de uma nação -ou aliança- contra os inimigos actuais, potenciais

ou meramente presumidos.”

(Autor não referenciado)

“Estudo e aplicação de meios com vista a atingir os objectivos fixados pela Política.”

(Autor não referenciado)

“Ciência e arte de desenvolver e utilizar em toda a sua amplitude e com o máximo rendimento,

em tempo de paz e em tempo de guerra, as forças morais e materiais, enfim, todos os meios à

disposição do poder político dum estado ou coligação, a fim de se alcançarem os objectivos

definidos pela política e que suscitam, ou podem suscitar, a hostilidade de uma ou outra

vontade política em que o recurso à coacção e à guerra é susceptível de ter lugar.”

(Autor não referenciado)

“Ciência e arte de desenvolver e utilizar as forças morais e materiais de uma unidade política ou

coligação, a fim de se atingirem objectivos políticos que suscitam, ou podem suscitar, a

hostilidade de outra vontade política”

(A. C. Couto, 1989)

21

“Corresponde a uma Definição de Orientações para a sociedade e Afectação de Recursos por

Programas / Sectores, tendo em vista a maximização da capacidade de obtenção de resultados

positivos no conjunto de cenários considerados.

Corresponde à resultante do processo de trabalho com os cenários. A estratégia pode ser

decomposta num conjunto de intervenções e regras para a sua activação juntamente com os

recursos a mobilizar em cada sector.

Uma boa estratégia tem que ser robusta, flexível e eficiente.”

(Ver: http://www.dgotdu.pt/pdf/PNPOT/old/1RelatorioPNPOT-II.pdf)

ÂMBITO MILITAR

“A estratégia é a ciência da guerra, ela traça os planos, ela determina o curso dos

empreendimentos militares, ela é verdadeiramente a ciência do general chefe.”

(Arquiduque Carlos)

"Conjunto global e coerente de acções, escalonadas no tempo, relativas às áreas de decisão

mais relevantes em determinado domínio ... em termos militares, a estratégia é a «arte do

comandante das operações» que engloba e condiciona a táctica: como se costuma dizer, a

estratégia respeita à condução da guerra, enquanto a táctica respeita à batalha ..."

(Murteira, 1978, 120)

“A estratégia é a teoria relativa à utilização dos empenhamentos ao serviço da guerra”, ou ainda

“a arte de ligar os combates uns aos outros.”

(Carl Von Clausewitz)

“Estratégia é definir onde se vai estar e com que força.”

(Carl Von Clausewitz)

“Ciência que fixa a maneira geral de atingir o fim da guerra”

22

(Fix , 1885:xxviii);

“A estratégia é a arte de comandar os exércitos”

(Rustow)

“Arte de fazer a guerra na carta (sobre o mapa), abarcando todo o teatro de guerra.”

(Jomini)

“Tipo de iniciativa que integra diversas componentes tais como: o projecto, a abertura sobre a

envolvente, a antecipação, o sentido da reactividade estrutural e o sentido da reactividade do

comportamento.”

(Adaptado de Charles de Gaulle, citado por Michel Godet, 1992),

“Arte militar de planejar e executar movimentos e operações de tropas e veículos de guerra,

visando alcançar ou manter posições favoráveis a futuras ações sobre determinados objetivos.”

“Programação a longo prazo do uso de instrumentos militares e políticos na condução de

conflitos.”

(Bobbio et all, 1986).

“Teoria de movimento até ao objetivo, buscando-se obter o máximo de liberdade de ação após

cada movimento.”

(Matus, 1982)

“Oposição entre duas vontades e arte que permite dominar e resolver problemas, empregando

as técnicas com o máximo de eficácia” e “metodologia de pensamento e forma peculiar de

avaliar situações que permite classificar e hierarquizar acontecimentos, escolhendo

posteriormente os processos de acção mais eficazes … a luta pela liberdade de acção constitui

a essência da estratégia que visa contribuir para se atingir o ponto decisivo (graças à liberdade

de acção) obtida por um boa economia de forças.”

(André Beaufre, citado em Godet,1992)

Designação abrangente para o planeamento da actuação numa guerra. O conceito deriva do

grego strategos, sendo a estratégia vista como a arte do general. A estratégia militar lida com o

planeamento e condução de campanhas, o movimento e divisão de forças, e a burla do inimigo

23

… as estratégias militares baseiam-se no seguinte tripé: i) a preparação das tácticas militares,

ii) a aplicação dos planos no campo de batalha e, iii) a logística envolvida na manutenção do

exército.

(adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrat%C3%A9gia_militar)

24

PERTINÊNCIA E RESERVAS SOBRE O RECURSO À UTILIZAÇÃO DAS

ESTRATÉGIAS

Os argumentos que podem ser enunciados a favor da iniciativa estratégica são de acordo com

Weill (1995, pp. 30-31) os seguintes:

� Um dos mais importantes refere-se à necessidade de uma coerência das acções

conduzidas no tempo e no espaço. Como escreve W. E. Deming a propósito da iniciativa

de qualidade total: «São necessários os melhores esforços, mas eles podem causar

estragos quando sejam desenvolvidos sem princípios directores. Se cada um faz o seu

melhor sem saber o que deve fazer, é o caos.» Sempre que a dimensão da empresa

cresce e que as suas estruturas e organização se tornam complexas, esta necessidade

de coerência tende a ser vital.

� Dir-se-á ainda, mais uma vez, que a existência de uma estratégia explícita é um factor

de mobilização das energias. A importância que hoje se atribui ao papel dos recursos

humanos no desenvolvimento da organização dá a este argumento um peso essencial.

� Enfim, importa levar em conta que o procedimento estratégico facilita a consideração e a

compreensão do meio envolvente e, de um modo mais geral, o conjunto das forças que

se exprimem na e sobre a empresa. Este procedimento deverá estabelecer um

compromisso entre uma visão totalmente racional do planeamento e uma abordagem

estritamente reactiva, característica de uma navegação à vista. Porém em algumas

situações um quadro formal pode suscitar diversas interrogações sobre a pertinência da

aplicação de um exercício estratégico.

� Globalmente, é legítimo perguntar se ele pode corresponder à realidade da organização

e aos desafios que esta enfrenta no quotidiano. O carácter despojado do esquema

estratégico pode, assim, parecer bem afastado da complexidade da vivência da

empresa em cada momento.

� Fortemente influenciada pelo passado e o presente de uma empresa, a estratégia é

25

também susceptível de travar a inovação ao propor um modelo auto-reprodutor, por

oposição a um processo criativo favorecido pela ausência de regras e de coerções. A

observação do mecanismo da inovação joga nesse sentido, quando se constata que ela

ocorre mais frequentemente num contexto de empresas pouco estruturadas e

nomeadamente de pequenas empresas.

� De um modo mais geral, pode-se recear que o modelo estratégico seja gerador de

rigidezes face ao meio envolvente. Opor-se-ia assim um processo de adaptação

contínua, quer dizer de comando guiado, a uma perspectiva, aparentemente burocrática,

de regras antecipadoras dos problemas e respectivas soluções.

F. Fonseca através do esquema que se segue, ilustra no âmbito das organizações, de uma

forma sucinta, o relacionamento da estratégia com outros conceitos fundamentais, chamando

assim a atenção para o facto do conceito só poder ser compreendido numa perspectiva

relacional e sistémica.

A IMPORTÂNCIA DA ESTRATÉGIA

MISSÃO Porque existimos

VALORES Em que acreditamos

VISÃO

O que queremos ser

ESTRATÉGIA E PLANEAMENTO

Como vamos fazer

Fonte: F. Fonseca, 2003, p. 67

26

No entanto, apesar da importância e pertinência da estratégia, verifica-se que: i) 95% dos

trabalhadores não conhece a estratégia; ii) 90% das organizações não executa a estratégia com

sucesso; iii) 86% dos executivos dedicam menos de 1 hora por mês à estratégia; iv) 70% das

organizações não liga os incentivos dos gestores intermédios estratégia; v) 60% das

organizações não articulam a estratégia com o orçamento anual.1

1em http://www.vpgr.azores.gov.pt/formacao/documentos/pdf/1.pdf#search=%22Outputs%20Resultados%20outcomes%22

27

PRESSUPOSTOS

A primeira condição duma estratégia é que os objectivos que lhe são impostos estejam bem

definidos, bem clarificado o propósito das acções a empreender e, se possível, já indicado em

que consistirá a sua consecução satisfatória.

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PRINCÍPIOS

A estratégia trata da interface entre a organização e o seu ambiente de actuação.

A estratégia envolve três elementos básicos: escopo, postura e metas.

A estratégia é o meio pelo qual a organização cria e/ou alavanca as mudanças ambientais.

A estratégia é sempre condicional; a escolha da estratégia depende das condições ambientais e

das condições da própria organização.

A estratégia é, em parte, uma actividade intelectual; as estratégias existem nas mentes dos

decisores.

A estratégia diz respeito a superar os competidores, adversários ou concorrentes em

inteligência e movimentação, por meio da melhor e mais rápida antecipação da mudança e da

adopção de medidas compatíveis.

A intenção do mercado da estratégia consiste em a organização ser melhor do que os seus

competidores, adversários ou concorrentes na atracção, conquista e retenção dos clientes.

A estratégia dificilmente será vencedora se não houver algum grau de conteúdo empreendedor:

a sua abordagem precisa ser diferente daquela dos competidores, adversários ou concorrentes.

A estratégia deve ser renovada de forma contínua; o escopo, a postura e as metas se

encontram em constante ajustamento para aumentar as chances de vencer os desafios

colocados pelas envolventes de uma organização.

A estratégia precisa ser (re)inventada com frequência para atingir o sucesso “precursor”. É

necessário criar uma estratégia que seja nova no campo de actuação e que se distancie de

forma significativa da dos competidores, adversários ou concorrentes.

(Adaptado de: Fahey e Randall,1999, p. 20, citado por G. Moritz, 2009).

29

JUSTIFICAÇÃO DO RECURSO À UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS

Justifica-se a utilização de estratégias quando os decisores enfrentam uma ou mais das

seguintes situações:

� Recursos limitados para enfrentar situações complexas.

� Incerteza no que se refere à capacidade e intenções de adversário(s).

� Comprometimento irreversível dos recursos.

� Necessidade de coordenar acções no espaço e no tempo.

� Incerteza no que concerne ao controle de uma iniciativa.

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CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO EX ANTE DAS ESTRATÉGIAS

São em número de seis esses critérios, subjacente a cada um dos quais se encontra uma

interrogação como consta nos parágrafos seguintes.

Adequação : as alternativas estratégicas escolhidas respondem directamente às necessidades,

solicitações e apoios externos? Como é que essas alternativas podem ser vistas em função das

oportunidades e ameaças identificadas?

Validade : são estratégias realistas, confiáveis ou excessivamente pessimistas ou optimistas?

São baseadas em informações precisas?

Viabilidade : a organização possui os recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos

para implementar as estratégias seleccionadas? Se não, é possível adquiri-los em tempo útil?

Vulnerabilidade : os riscos previstos nas estratégias são além dos razoavelmente esperados no

contexto, em que se pretende trabalhar? Existem incertezas de curto prazo? Existem

possibilidades de recuperação (ou uso alternativo) de investimentos já realizados em outras

alternativas?

Coerência : as estratégias escolhidas possuem alguma contradição entre si? A implementação

de uma prejudica, de alguma forma, a execução de outra?

Apoio : existem bases e apoio político e comunitário para a implementação das estratégias?

São aceitáveis e compreendidas pelas pessoas envolvidas na gestão, principalmente os

gerentes? É possível desenvolver compromissos internos a partir dessas estratégias?

(Motta, s.d., pp. 20-21)

31

PREDICADOS INERENTES ÀS ESTRATÉGIAS

Uma boa estratégia tem que observar os seguintes predicados: i) ser robusta (porque permite

obter bons resultados num leque alargado de cenários), ii) ser flexível (porque permite que os

recursos específicos, apenas necessários em determinados cenários sejam mobilizados em

fases mais avançadas da evolução, quando já é claro que se está perante esses cenários) e iii)

ser eficiente (porque o conjunto dos recursos necessários é compatível com as

disponibilidades e com os resultados esperados).2

2 Ver URL: http://www.dgotdu.pt/pdf/PNPOT/old/1RelatorioPNPOT-II.pdf)

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CONCEITOS RELACIONADOS

O conceito de estratégia encontra-se relacionado com um conjunto bastante vasto de outros

conceitos, que constam na listagem seguidamente apresentada:

� Administração estratégica

� Análise estratégica

� Análise PEST

� Análise SWOT/DAFO

� Caos

� Competências distintivas

� Decisões administrativas

� Decisões correntes

� Decisões estratégicas

� Decisões mecânicas

� Decisões tácticas

� Desfasamento estratégico

� Estratégias

� Factores críticos de sucesso

� Gestão estratégica

� Janelas de oportunidade

� Mandatos

� Missão

� Objectivos estratégicos

� Pensamento estratégico

� Planeamento estratégico

� Plano estratégico

� Política(s)

� Problemas estratégicos

� Racionalidade estratégica

� Rede

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� Táctica

� Tendências pesadas

� Vantagens comparativas

� Vectores estratégicos

� Visão

� Visão de sucesso

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PERSPECTIVAS DE APROFUNDAMENTO DO TEMA EM PRÓXIMOS

TEXTOS

Nos próximos números ter-se-á em consideração questões tais como: a importância e

actualidade do conceito; tipos de estratégias; apresentação de outros conceitos relacionados

com a estratégia; definição de conceitos relacionados referidos neste texto

35

DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sendo este um texto de base, limita-se a apresentar alguma informação introdutória. A definição

e concepções conceito e, os conceitos relacionados são portanto apresentados ainda sem

serem acompanhados de uma reflexão crítica, enquanto os restantes pontos se encontram

reduzidos ao mínimo essencial.

A validade do texto reside no levantamento, para comparação, das concepções do conceito nos

âmbitos genérico, empresarial, político e militar, e na abordagem de alguns tópicos

considerados relevantes pelo autor, enquanto as limitações de que enferma, residem no seu

carácter descritivo e minimalista. Simultaneamente revela como potencialidade o facto de

permitir a exploração em várias direcções da matéria agora sistematizada, como por exemplo

um léxico acolhendo a diversificada listagem de conceitos relacionados.

36

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