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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPECENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
JOSÉ AUGUSTO DE SANTANA JÚNIORJOSEANE DOS SANTOS BARBOSA
PROJETO DE PESQUISAA COMERCIALIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS FITOTERÁPICAS NO
MERCADO MUNICIPAL DE ARACAJU-SE.
Aracaju/se2013
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JOSÉ AUGUSTO DE SANTANA JÚNIORJOSEANE DOS SANTOS BARBOSA
PROJETO DE PESQUISA A COMERCIALIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS FITOTERÁPICAS NO
MERCADO MUNICIPAL DE ARACAJU-SE.
Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Ecologia Humana, ministrada pelos Professores Stifem e Daniela, no 2º Semestre de 2013.
Aracaju/se2013
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2 OBJETIVOS..........................................................................................................................6
3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................................7
4 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................8
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................14
6 CRONOGRAMA/ORÇAMENTO.........................................................................................15
REFERÊNCIAS......................................................................................................................16
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1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a primeira descrição sobre o uso de plantas como remédio foi feita por
Gabriel Soares de Souza, autor do Tratado Descritivo do Brasil, de 1587. Esse tratado
descrevia os produtos medicinais utilizados pelos índios de “as árvores e ervas da virtude”.
Com vinda dos primeiros médicos portugueses ao Brasil, diante da escassez, na Colônia, de
remédios empregados na Europa, perceberam a importância das plantas utilizadas pelos
indígenas como medicamento. (VEIGA,2002).
Diante disso, a sociedade humana carrega em seu bojo uma série de informações
sobre o ambiente onde vive, o que lhe possibilita trocar informações diretamente com o meio,
saciando assim suas necessidades de sobrevivência. Neste acervo, encontra-se inserido o
conhecimento relativo ao mundo vegetal com o qual estas sociedades estão em contato.
Assim, a busca e o uso de plantas como propriedades terapêuticas é uma atividade que vem de
geração a geração, descritos com o intuito de preservar essa tradição milenar e atestada em
vários tratados de fitoterapia. (CORREA JUNIOR, 1991).
Dessa forma, o cultivo de plantas medicinais e fitoterápicas vem aumentando
paulatinamente, tornando-se muitas vezes responsáveis por prevenir ou até mesmo curar
algumas doenças.
Com base nessas preposições, os produtos originados das ervas medicinais
comercializados no Mercado Municipal de Aracaju, tornam-se mais procuradas, pois os
medicamentos derivados das plantas medicinais possuem um valor econômico bem menor
que outros tipos de medicamentos. Os resultados são poucos aceitos na comunidade cientifica,
porém a sua utilização são mais úteis a saúde e sua ação biológica tem o teor de toxidade e
efeitos colaterais bem menores que os produtos sintéticos.
Dessa forma, O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza, muitas vezes, o
único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. As observações populares
sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais de todo mundo, mantém em voga a prática do
consumo de fitoterápicos, tornando válidas as informações terapêuticas que foram sendo
acumuladas durante séculos. (MACIEL et al., 2002, p. 429).
Sendo assim a procura torna-se grande, pois muitas pessoas consideram mais
viável a utilização de ervas medicinal por conta do valor econômico, dos efeitos colaterais
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menos agressivos ao organismo e além do mais, conseguem o resultado desejado mais rápido
que os outros medicamentos. Com base nesses fundamentos, as plantas medicinas e
fitoterápicas vem crescendo em um ritmo impressionante tanto no comércio quanto na sua
utilização.
Nesse sentido o presente artigo tem por objetivo geral identificar como ocorre a
comercialização de plantas medicinais e fitoterápicas no Mercado Municipal Governador
Albano Franco no município de Aracaju-SE.
Diante do exposto, este projeto pretende contribuir e fornecer subsídios para
estudos etnofarmacológicos que promovam a interação de sistemas médicos populares e
modernos, propiciando um melhor aproveitamento e maior segurança no uso desses recursos
terapêuticos. Diante do exposto, é de suma importância ressaltar que esta temática possui um
caráter muito relevante para o uso e comercialização de muitas pessoas que tem as ervas
medicinais como principal fonte de renda e cura.
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2 OBJETIVOS
Geral:
Identificar como ocorre a comercialização de plantas medicinais e
fitoterápicas no Mercado Municipal Governador Albano Franco no município
de Aracaju-SE.
Específicos:
Analisar como ocorre a comercialização das ervas medicinais no mercado
municipal de Aracaju.
Identificar os principais tipos de ervas comercializadas no mercado.
Verificar o perfil e a percepção do consumidor ao comprar as ervas medicinais.
Descrever como a utilização dos fitoterápicos está ocupando gradativamente o
espaço ocupado em tempos remotos.
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3 JUSTIFICATIVA
O presente projeto justifica-se por contribuir no sentido de preservar o
conhecimento popular do uso de plantas medicinais, resgatando da população que detêm esse
conhecimento, as diversas formas de uso de plantas medicinais no que diz respeito as suas
propriedades de cura e sua forma de utilização nos tratamentos de enfermidades.
(MARINHO, 2010).
Assim,
O conhecimento sobre as plantas medicinais sempre tem acompanhado a evolução do homem através dos tempos. Remotas civilizações primitivas se aperceberam da existência, ao lado das plantas comestíveis, de outras dotadas de maior ou menor toxicidade que, ao serem experimentadas no combate às doenças, revelaram, embora empiricamente, o seu potencial curativo. Toda essa informação foi sendo, de início, transmitida oralmente às gerações posteriores e depois, com o aparecimento da escrita, passou a ser compilada e guardada como um tesouro precioso. (ARAÚJO et al., 2007, p. 45).
Com bases nesses fundamentos, diante da carência financeira, a fitoterapia é uma
alternativa viável para a maioria dos brasileiros. Se por um lado existe a necessidade de
intensificação de estudos com potenciais florísticos do Brasil, visando a descoberta ou
comprovação de plantas usadas popularmente, por outro é preciso reverter os conhecimentos
adquiridos em benefícios das pessoas e obter um maior envolvimento da classe médica.
(Albuquerque, 1998).
Desta forma, diante da importância da fitoterapia e da escassez de pesquisas nessa
área, torna-se necessário estudar e aprofundar os efeitos terapêuticos das plantas inseridas no
contexto agro-ecológico e social da população, pois mudanças no uso da terra devido à
urbanização destroem muito o habitat das plantas úteis, e os raizeiros tradicionais não
propagam seus conhecimentos. Assim a perda do conhecimento medicinal tradicional em uma
cultura que submetida a uma mudança rápida é tão irreversível quanto a perda da espécie da
planta. Consequentemente, esforços devem ser feitos para documentar o uso medicinal das
plantas antes que muitas destas sejam eliminadas, ou ainda que curandeiros abandonem suas
práticas médicas (Joshi & Joshi, 2000).
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
A utilização de produtos naturais, particularmente da flora, com fins medicinais,
nasceu com a humanidade. Indícios do uso de plantas medicinais e tóxicas foram encontrados
nas civilizações mais antigas, sendo considerada uma das práticas mais remotas utilizadas
pelo homem para cura, prevenção e tratamento de doenças, servindo como importante fonte
de compostos biologicamente ativos (ANDRADE; CARDOSO; BASTOS, 2007).
Helfand e Cowen (1990) afirma que existem vários registros sobre a utilização das
plantas para tratamento de doenças desde 4.000 a. C. Entretanto, tem-se o primeiro registro
médico que inclui uma coleção de fórmulas de trinta diferentes drogas de origem vegetal,
animal ou mineral depositado no Museu da Pensilvânia que é datado de 2.100 a. C.
De acordo com Amorim et al., (2003), as utilidades das plantas são resultantes de
uma série de influências culturais, como a dos colonizadores europeus, indígenas e africanos.
Mas, de modo geral, o conhecimento popular é desenvolvido por grupamentos culturais que
ainda convivem intimamente com a natureza, observando-a de perto no seu dia-a-dia e
explorando suas potencialidades, mantendo vivo e crescente esse patrimônio pela
experimentação sistemática e constante (ELISABETSKY, 1997).
Apesar do grande avanço e evolução da medicina, a partir da segunda metade do
século XX, as plantas ainda apresentam uma grande contribuição para a manutenção da saúde
e alívio às enfermidades em países em desenvolvimento (SOUZA; FELFILI, 2006). Entre os
principais motivos, encontram-se as condições de pobreza e a falta de acesso aos
medicamentos, associados à fácil obtenção e tradição do uso de plantas com fins medicinais
(VEIGA JUNIOR; PINTO, 2005).
De acordo com Martins et al (1995):
No Brasil, a utilização de plantas no tratamento de doenças apresenta fundamentalmente influências da cultura indígena, africana e, naturalmente europeia. Os índios utilizavam a fitoterapia dentro de uma visão mística em que o pajé ou feiticeiro da tribo fazia uso de plantas entorpecentes para sonhar com o espírito que revelaria a erva ou o procedimento a ser seguido para cura do enfermo e, também, pela observação de animais que procuram determinadas plantas quando doentes. Os negros procuravam expulsar a doença por meio de exorcismo e produtos, muitas vezes de origem animal. Os europeus, por meio dos padres da companhia de Jesus, chefiados por Nóbrega, em 1579, elaboraram receitas chamadas “botica dos colégios”, a partir de plantas para o tratamento de doenças. Essas influências constituíram a base da medicina popular que vem sendo retomada pela medicina natural, apresentando caráter científico e integrando-as num
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conjunto de princípios que visam não apenas curar algumas doenças, mas restituir o homem à vida natural.
Dessa forma, podemos perceber que os cuidados e consumo vêm desde a pré-
história e a tendência é continuar crescendo, passando esse método de cura de geração em
geração e obtendendo cada vez mais os resultados que se esperam.
Assim, saberemos junto com os resultados obtidos
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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O projeto será desenvolvido através dos seguintes procedimentos metodológicos:
1ª Etapa
Na primeira etapa será realizada uma pesquisa bibliográfica em livros,
monografias, artigos e internet objetivando aprofundar o conteúdo sobre a temática central
deste projeto, especialmente sobre plantas medicinais fitoterápicas, comercialização, saberes
tradicionais e conhecimentos científicos.
2ª Etapa
Pesquisa de campo com análise direta, principalmente no Mercado Municipal
Governador Albano Franco, aonde será feito registros fotográficos, entrevistas e aplicação de
formulários aos comerciantes e consumidores locais.
3ª Etapa
Será feito a análise e interpretação dos dados, se necessário a elaboração de
tabelas e gráficos ou quadros referentes aos objetivos específicos propostos.
É de suma importante ressaltar, a vista do acima exposto e dos objetivos a que se
propõe este projeto, que esta é uma pesquisa do tipo descritiva, pois a mesma é realizada para
descrever fenômenos ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Assim Procura-se
observar, registrar, analisar e interpretar os fenômenos utilizando-se de técnicas padronizadas
de coleta de dados como o formulário e a observação sistemática.
A pesquisa será fundamentada e delineada a partir do método de abordagem
dialético. Quanto a abordagem esta pesquisa terá um caráter qualitativo, além disso, pode-se
considerar também um estudo de caso visto que se pautará em identificar a comercialização
de plantas medicinas fitoterápicas no mercado Municipal de Aracaju-SE.
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6 CRONOGRAMA Atividade 2014 2015
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Levantamento bibliográfico
X X X X X
Leitura e fechamento de obras
X X X X X X X X X X X
Coleta e seleção dos dados
X X X X
Tabulação dos Dados
X X X X X X X X X
Análise dos dados
X X X X
Relatório Semestral
X X
Relatório final e Elaboração de Artigo
X
2013
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7 ORÇAMENTO
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, J.M. Plantas medicinais de uso popular. Brasília: Ministério da Educação, 1989. 96p
ARAÚJO, E.C. et al. Use of medicinal plants by patients with cancer of public hospitals in João Pessoa (PB). Revista Espaço para a Saúde, v. 8, n. 2, p. 44-52, 2007.
ANDRADE, S.F.; CARDOSO, L.G.; BASTOS, J.K. Anti-inflammatory and antinociceptive activities of extract, fractions and populnoic acid from bark wood of Austroplenckia populnea. Journal of Ethnopharmacoly, v.109, n. 3, p. 464-471, 2007.
AMORIN, E.L.C. et al. Fitoterapia: instrumento para uma melhor qualidade de vida. Infarm. v. 15, n. 1, p. 66-69, 2003.
CORRÊA JUNIOR, C., LIN, C.M., SCHEFFER, M.C. SOB, Informa, p. 9, 23, 1991.
ORÇAMENTO
TRANSPORTEEstima-se um valor de transporte a ser gasto em média de R$ calcular o quantidade de coletas de dados
MATERIAL PERMANENTE
1 Notebook (R$ 1.500,000)
MATERIAL DE CONSUMO E ESCRITÓRIO
05 Unidades de lápis grafite (R$ 2,00 cada)
17 Canetas esferográficas de cores azul e preto ( R$ 3,00 cada)
2 Borrachas (R$ 1,00 cada)
1 pacote de folhas em branco no formato A4 (R$ 25,00)
ALIMENTAÇÃO Calcular os dias de ida e volta a ser realizados os dados de coleta
VALOR TOTAL R$ 00.000,00=
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ELISABETSKY, E. Etnofarmacologia de algumas tribos brasileiras. In: RIBEIRO, D. Suma etnológica brasileira. Petrópolis: Vozes, 1997.
HELFAND, W.H.; COWEN, D.L. Pharmacy- an illustrated history. New York: Harry N. Abrams, 1990.
JOSHI, A.R.; JOSHI, K. Indigenous knowledge and uses of medicinal plants by local communities of the Kali Gandaki Watershed Area, Nepal. Journal of Ethnopharmacology, v.73, p.175-83, 2000.
MACIEL, M.A.M.; PINTO, A.C.; VEIGA JR., V.F.; ECHEVARRIA, A.; GRYNBERG, N.F. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Quimica Nova, v.25, n.3, p.429-438, 2002.
MARTINS, E.R. et al. Plantas medicinais. Viçosa: UniversitáPria, 1995. 220p.
SOUZA, C.D.; FELFILI, J.M. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta Botânica Brasileira, v. 20, p. 135-142, 2006.
VEIGA JÚNIOR, V. F.; PINTO, A. C. Plantas medicinais: cura segura? Química Nova, v. 28, p. 519-528, 2005.