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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM LINGUA PORTUGUESA E SUAS LITERATURAS. TRABALHANDO A LEITURA ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS Francisca Juliana Nobre de Almeida Fortaleza CE 2010

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA

ÁREA DE LICENCIATURA EM LINGUA PORTUGUESA E SUAS LITERATURAS.

TRABALHANDO A LEITURA ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Francisca Juliana Nobre de Almeida

Fortaleza – CE

2010

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA

ÁREA DE LICENCIATURA EM LINGUA PORTUGUESA E SUAS LITERATURAS.

TRABALHANDO A LEITURA ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Francisca Juliana Nobre de Almeida

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Língua Portuguesa e suas literaturas, do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes na área de Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas, da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza. Orientador: Profº Especialista Sidclei Gondim dos Santos.

Fortaleza – CE 2010

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Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes na Área de Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Língua Portuguesa e suas Literaturas, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza-FGF.

______________________________________________

Francisca Juliana Nobre de Almeida

______________________________________________ Profº Especialista Sidclei Gondim dos Santos

Nota obtida: ______ Monografia aprovada em: _____ / ____ / ____

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pela

saúde, fé e perseverança que tem me dado. Ao

Freed, meu fiel companheiro na hora da tribulação.

A meus pais, a quem honro pelo esforço com o qual

mantiveram seis filhos na escola pública, permitindo-

lhes condições de galgar êxito na sociedade letrada.

A meus professores e professoras que muito

contribuíram para a minha formação, dos quais

tenho boas lembranças, levando em consideração

os problemas que fazem parte do contexto de seus

alunos, sendo sensível às diversas situações

entraves que lhes foram apresentadas.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, porque acredito que Ele me dá

forças para conseguir o que realmente desejo e oportunidade de encontrar o

meu caminho.

De forma especial sou grata aos meus pais, Afonso e Elígia, e aos meus

irmãos, pela companhia de todos esses anos, aceitando dividir as tristezas e

alegrias do dia-a-dia. Ressaltando a felicidade que ora sinto.

Agradeço aos mestres queridos, que com paciência e prudência

contribuíram para esta realização. Sem esquecer de meu namorado Freed

Saboya que esteve sempre do meu lado, tornando mais suave a tarefa árdua

de sempre ascender enquanto pessoa.

Agradeço a todos os que de uma forma ou de outra, sempre me

impulsionaram em minha trajetória, tornando real todos os meus sonhos.

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Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem.

Kahlil Gibran

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RESUMO

A leitura é um importante instrumento para a aquisição de conhecimento, desenvolvimento de criatividade e linguagem, ampliação de vocabulário e compreensão de texto e deve ser incentivada desde a mais tenra infância para que se torne um hábito prazeroso ao indivíduo. Durante o processo de alfabetização, a descoberta deste novo e fascinante mundo – o mundo das letras – pode e deve despertar o interesse da criança. Para motivá-la a vencer o desafio do domínio da leitura e escrita, o professor pode ir além do material didático e atividades padrão. O uso de atividades complementares pode auxiliar a captar e manter o interesse da criança durante todo o processo de aprendizagem. Espera-se com esse trabalho despertar nos educadores, especialmente, e no leitor um pouco do interesse que o tema nos despertou, pois, com certeza o leitor também irá a busca de embasamento do assunto, e sentirá o mesmo prazer que se sentiu ao trabalhar para formar bons leitores na escola. Sabemos que o professor deve procurar oferecer ao aluno os mais variados textos, a fim de que ele tenha contato com discursos de características e registros de linguagem diversos, pois quanto mais denotativa a linguagem mais fácil é a compreensão. Cremos que cabe ao trabalho com os gêneros textuais, na escola, um papel fundamental e privilegiado na formação de leitores proficientes, em função do caráter específico de sua estrutura de sua linguagem. Várias técnicas podem ser utilizadas para tornar o uso de gêneros textuais ao mesmo tempo funcionais e agradáveis ao processo de formação de leitores.

Palavras-chaves: Gêneros textuais, leitura, formação de leitores.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8

1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA ................................... 10

1.1- GÊNEROS TEXTUAIS.................................................................................................. 11

1.2- LEITURA E GÊNEROS TEXTUAIS NA ESCOLA ...................................................... 13

2- OS DIVERSOS TIPOS DE GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM DESENVOLVIDOS:

PROPOSTAS PARA A SALA DE AULA............................................................................... 14

2.1- DIVERSIDADE TEXTUAL .............................................................................................. 18

2.2- ENFOQUE DE COMPREENSÃO NO PROCESSO DE LEITURA ACERCA DOS

PORTADORES DE TEXTOS ...............................................................................................

19

2.3- ENFOQUE CONTEUDÍSTICO......................................................................................................

2.4- ENFOQUE ESTRUTURALISTA .................................................................................................

2.5- ENFOQUE DISCURSIVO ...........................................................................................................

20

3- A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM A LEITURA.................................................... 21

4- O SENTIDO DA LEITURA NA ESCOLA........................................................................ 23

5- SUGESTÕES DE COMO DESENVOLVER A PRÁTICA DE LEITURA NA SALA DE

AULA E NAS NOSSAS PRÁTICAS SOCIAIS...................................................................... 24

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 34

7- BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 37

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INTRODUÇÃO

Um dos desafios dos dias atuais nas escolas é desenvolver no

aluno o gosto pela leitura, ou uma leitura extensiva.

Todos os educadores reclamam do crescente desinteresse dos

estudantes de todos os graus pela leitura. Muitas e diferentes razões são

apontadas para o fato: descuido familiar, decadência do ensino, excesso de

facilidade na vida escolar, apelos sociais com muitas formas de diversão, etc.

Talvez a questão esteja fora de foco, ou seja, provavelmente, o

não hábito de ler dos nossos alunos tenha origem, também, nos métodos

falhos de ensino (ou mesmo do não ensino) da leitura em sala de aula. Nesse

sentido, alguns estudiosos se debruçaram sobre o tema em busca de

respostas. Marcuschi (2002, p. 35) considera o trabalho com gêneros textuais

“uma oportunidade de se lidar com a linguagem em seus mais diversos usos

autênticos no dia-a-dia”. Para o autor, nada do que fizermos lingüisticamente

está fora de ser feito em algum gênero.

Nessa perspectiva, o estudo dos gêneros possibilita compreender

melhor o que acontece com a linguagem quando a utilizamos em uma

determinada interação.

Trabalhar os gêneros textuais em sala de aula é uma excelente

oportunidade de se lidar com a língua nos seus mais diversos usos do

cotidiano.

Se a comunicação se realiza por intermédio dos textos, deve-se

possibilitar aos alunos a oportunidade de produzir e compreender textos de

maneira adequada a cada situação de interação comunicativa. A melhor

alternativa para trabalhar o ensino de gêneros textuais é envolver os alunos em

situações concretas de uso da língua, de modo que consigam, de forma criativa

e consciente, escolher meios adequados aos fins que se deseja alcançar. É

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necessário ter a consciência de que a escola é um “autêntico lugar de

comunicação”.

Vistos dessa forma, os gêneros textuais podem ser apreendidos

como ferramentas indispensáveis de socialização, usados para compreender,

expressar e interagir nas diferentes formas de comunicação social de que

participamos.

Para uma discussão coerente e esclarecedora, a primeira parte

deste trabalho faz uma discussão teórica sobre gêneros textuais e suas

implicações para o processo de aprendizagem e para os desdobramentos para

o ensino de língua materna, a partir de importantes autores que desenvolvem

uma abordagem teórica sobre o referido assunto; na seqüência, discute-se a

perspectiva sociointeracionista, na qual esse objeto se inscreve, a fim de

ressaltar as relações estabelecidas com a teoria dos gêneros textuais.

Esta pesquisa visa a contribuir na socialização de novos métodos

para se trabalhar a leitura.

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1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA

Atualmente, podemos contar com grandes variedades de gêneros

que circulam em nossa sociedade. E assim quanto mais um gênero circula,

mais ele se modifica e se renova conforme as alterações e mudanças da

sociedade, adaptam-se e se multiplicam, assim, não podemos tomar os

gêneros como fórmulas prontas e acabadas, faz-se necessário ter sensibilidade

para as combinações dos gêneros, não podemos tomá-los como se fossem

peças que se sobrepõem às estruturas sociais. Os gêneros textuais são

concebidos como ação social, como manifestação do discurso nas mais

diversas práticas sociais do homem.

Dessa maneira, o trabalho com gêneros textuais exige muito

conhecimento do professor para poder proporcionar ao aluno o contato com

diversos gêneros que circulam socialmente e que poderão servir de

instrumento para enfrentarem situações diversas de comunicação no dia-a-dia,

pois:

[...] o estudo dos gêneros é uma área produtiva para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais. Em geral, os gêneros se desenvolvem de maneira dinâmica e novos surgem com o desmembramento de outros, como, a televisão, o rádio e a Internet. (MARCUSCHI, 1995, p 19).

Portanto, podemos afirmar que gênero textual é a língua em uso,

seja quando usamos a língua na escola, seja quando usamos a língua fora dela

para nossa comunicação, seja quando usamos gêneros escritos ou falados. Os

gêneros são línguas vivas, pois são instrumentos de comunicação

indispensável a todas as pessoas. Assim vemos que:

Existem gêneros que circulam necessariamente em toda a população como formas organizadoras da vida social. São eles os documentos em geral; as contas e notas; nomes de ruas; endereços; cédulas de dinheiro; atestados; formulário etc. O certo é que o cidadão, mesmo quando não letrado em alto nível serve-se de um sem-números de gêneros, mas em sua maioria bastante regulados e padronizados. Diante disto pode-se indagar se a escola deveria trabalhar com estes preferencialmente ou se deveria deixá-los de lado.(MARCUSCHI, 1995, p.32)

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Para que o professor possa proporcionar ao aluno uma leitura

crítica do mundo, dos fatos vivenciados é necessário que ele procure conhecer

profundamente teorias que permitem trabalhar de forma adequada os gêneros.

Para isso o professor precisa adotar uma concepção de gênero e a partir dela

delinear meios de como introduzi-lo adequadamente em sala de aula. A relação

dos gêneros com suas respectivas situações comunicativa apresenta-se de

extrema importância para o contexto de ensino, principalmente, porque envolve

um contexto específico no qual se verifica uma dada situação concretizada por

um indivíduo que constitui e representa o discurso. Sendo assim, o gênero

constitui-se em uma ferramenta de aquisição de conhecimentos discursivos

para professores e alunos em sala de aula. Portanto,

[...] é devido a essas mediações comunicativas, que se cristalizam na forma de gêneros, que as significações sociais são progressivamente reconstruídas. Disso decorre um princípio que funda o conjunto de nosso enfoque: o trabalho escolar, no domínio da produção de linguagem, faz-se sobre, os gêneros, quer se queiram ou não. Eles constituem o instrumento de mediação de toda a estratégia de ensino e o material de trabalho, necessário e inesgotável, para o ensino da textualidade. A análise de suas características fornece uma primeira base de modelização instrumental para organizar as atividades de ensino que esse objeto de aprendizagem requer. (DOLZ & SCHNEUWLY, 2004, p. 51)

Bonini (2005) salienta que, os gêneros textuais são formas

interativas e reflexivas de organização social e de produção de sentidos, pois

circulam a todo momento na sociedade de uma maneira fascinante,

envolvendo linguagem, atividades enunciativas, intenções e outros aspectos,

por isso, há uma mistura de gêneros que não são considerados puros. Temos

gêneros em circulação de maneira simples relacionados ao cotidiano como lista

de compra, anotação de venda e outros; e gêneros retratados pela escrita que

faz parte de um uso mais oficializado da linguagem como romance, discurso

científico e tantos outros. Esse autor ainda comenta que, quando trabalhamos

com os diversos gêneros em sala de aula, estamos levando uma outra forma

de se comunicar, uma outra cultura para dentro da sala de aula e não um

simples modo de produção textual, pois os gêneros fazem parte da sociedade,

e como é produção humana, eles variam de acordo com cada região e cada

cultura. Sendo assim, são desiguais em cada função, e com isso, acontece a

multiplicação dos gêneros para atender às várias atividades do dia-a-dia.

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1.1 - Gêneros textuais

Segundo Marcuschi (2002), gêneros textuais são fenômenos

históricos,profundamente vinculados à vida cultural e social. Os gêneros

contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia.

São entidades sócio-discursivas e formas de ação social que determinam as

situações comunicativas. São caracterizados pela maleabilidade e dinamismo,

pois surgem da necessidade de comunicação de cada época histórica.

Quando, numa primeira fase, a cultura dos povos era essencialmente oral, o

número de gêneros era bastante reduzido. Com a evolução da sociedade e o

surgimento da cultura escrita foram se multiplicando, surgindo os gêneros

típicos da escrita, evoluindo para a fase da cultura impressa, até chegar aos

dias atuais, na denominada cultura eletrônica, com o telefone, o gravador, o

rádio, a TV e, particularmente, o computador pessoal e sua aplicação mais

notável, a internet, ocasionando uma explosão de novos gêneros e novas

formas de comunicação, tanto oral como escrita. Isto mostra que os gêneros

textuais, surgem, situam-se e integram-se funcionalmente nas culturas em que

se desenvolvem. São caracterizados muito mais por suas funções

comunicativas que por suas especificidades lingüísticas e estruturais. Como

vimos, os gêneros com sua diversidade de formas podem surgir ou

desaparecer de acordo com a necessidade comunicativa a que se presta em

um determinado tempo histórico e social.

De acordo com Dolz e Schneuwly (1996), seria impossível

sistematizar os gêneros devido a sua diversidade. Portanto, enfocaremos o

agrupamento de gêneros, respeitando três critérios essenciais: que

correspondam às grandes finalidades sociais legadas ao ensino, respondendo

às necessidades de linguagem em expressão escrita e oral, em domínios

essenciais da comunicação em nossa sociedade; que retomem, de modo

flexível, certas distinções tipológicas que já figurem em numerosos manuais e

guias curriculares; e que sejam relativamente homogêneos quanto às

capacidades de linguagem dominantes implicadas na mestria dos gêneros

agrupados.

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Segundo esta proposta os gêneros estão provisoriamente

divididos em cinco agrupamentos: gêneros da ordem do narrar, que abrange a

cultura literária ficcional, do relatar, onde estão a documentação e

memorização das ações humanas; do argumentar, que trata da discussão de

problemas sociais controversos; do expor, que concentra a transmissão e

construção de saberes e de descrever ações, que traz as instruções e

prescrições.

1.2 - Leitura e gêneros textuais na escola

Dentro do universo de informações que circulam, atualmente,

devido aos modernos meios de comunicação, podemos encontrar uma vasta

produção e difusão do conhecimento, mais propriamente no campo intelectual,

em que se destacam os diferentes textos materializados em gêneros textuais,

os quais veiculam nos jornais e revistas da mídia impressa e eletrônica.

Os gêneros textuais mudam com o decorrer do tempo em

resposta às alterações e necessidades sócio-históricas dos usuários da

linguagem. Assim, tem-se assistido ao surgimento de alguns gêneros,

juntamente com a evolução tecnológica, entre eles, os e.mails, os orkut, bem

como os blogs, fotologs entre outros.É oportuno lembrar que estas práticas

discursivas utilizam-se de vocabulário simples e informal, como abreviaturas e

gírias, por se tratar de linguagem empregada especialmente por jovens.No

entanto, pode-se citar também o surgimento de gêneros mais complexos como

as videoconferências, revistas e periódicos acadêmicos e também os jornais de

circulação nacional e internacional na internet.

A reflexão sobre as estratégias de leitura usadas com os gêneros

textuais nas aulas é ponto nodal para as discussões que priorizam, um ensino

produtivo de língua, pois, conforme a proposta dos PCNs de Língua

Portuguesa, é imprescindível trabalhar com diversos gêneros, possibilitando ao

aluno vivenciar não só textos escolares, mas também textos provenientes da

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sociedade. Defende-se também o trabalho com texto de autoria dos próprios

alunos, seja para mostrar que em determinado momento de descontração,

entre amigos, é possível uma linguagem despojada como o uso de gírias e

abreviações,seja para mostrar-lhes que ao transferir-se desse contexto

informal para outro, formal, a linguagem deve ser adequada. Daí o momento de

trabalhar com os alunos a transformação da linguagem informal e abreviada

em linguagem formal e ajustada a determinado propósito, com determinadas

características e funções específicas e adequadas a cada gênero textual.

2 - OS DIVERSOS TIPOS DE GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM

DESENVOLVIDOS: PROPOSTAS PARA A SALA DE AULA

"Apesar de mais de um século de movimentos de escola nova e

de pedagogias ativas, apesar de várias décadas de abordagens construtivistas,

intervencionistas e sistêmicas na ciência de educação, os modelos

transmissíveis e associacionistas conservam sua legitimidade e, com certa

freqüência, dominam a cena." (PERRENOUD, 1999, p.55).

O SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica –

revelou em 2003 que a maioria dos alunos têm grande dificuldade de

interpretar textos, infelizmente, essa é uma competência cada vez mais difícil

de ser conquistada, dentre outros motivos, pela falta de incentivo à leitura dos

alunos tanto nas escolas como em casa.

Para a plena leitura, exige-se mais do que a simples decifração

dos caracteres. Hoje há uma distinção entre analfabetismo total e

analfabetismo funcional: faz-se referência a este quando uma pessoa, apesar

de saber ler, escrever e executar operações aritméticas simples possui um

horizonte cultural tão limitado que carece de motivação para aproximar-se da

informação disponível em forma de texto escrito, seja de caráter prático, seja

de tipo cultural ou recreativo. Isso, evidentemente, torna inútil seu

conhecimento das noções básicas de leitura e escrita e não lhe permite sair da

situação de pobreza cultural que se acentua com o passar dos anos.

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Considera-se, portanto, que não basta ensinar a ler, mas é

necessário criar o hábito da leitura. Promovem-se, para isso, no meio escolar e

depois no meio social, ações de sensibilização e de animação para a leitura,

com a criação de bibliotecas públicas ambulantes, a edição de livros de preço

reduzido, clubes ou círculos de leitura, etc.

A tarefa de sensibilização para a leitura deve começar no período

escolar e, assim como a própria aprendizagem da leitura, inserir-se na

realidade circundante. As novas técnicas de ensino tornam a aprendizagem

menos penosa e cansativa, deixando tempo e energias disponíveis para

atividades de extensão cultural. Dessa forma, o aluno se liberta em parte da

disciplina exigida pelo aprendizado regrado e pode desenvolver suas próprias

preferências.

É importante ler textos, mas não só textos que transmitem através

das palavras mensagens, como também ler os símbolos, por exemplo, ler uma

figura, um desenho, o que aquela gravura está transmitindo. O leitor que

realmente ler poderá ser capaz de emitir mensagens através de um texto

representado por figuras entre outras linguagens.

Sabemos que existem vários tipos de textos com os quais nós nos

deparamos no nosso dia à dia, textos longos e breves, mas sempre com o

objetivo de transmitir uma mensagem, uma idéia; Dentre esses textos, existem

aqueles, que nós muitas das vezes, nos sentimos desestimulados pelo

conteúdo por sua extensão, principalmente quando tem um contexto distante

da realidade do leitor.

Em relação aos tipos de textos para fins didáticos podemos classificar os textos em práticos, informativos ou literários e extras verbais, sendo que os três primeiros grupos foram introduzidos, por LANDSMANN. Essa classificação segundo ela tem o objetivo de facilitar o trabalho que teve o aluno a produzir e sistematizar conhecimentos. (NASPOLINE, 1996. p,39)

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O objetivo é não somente levar o aluno a reconhece as diversas

modalidades de texto, mas levá-lo a escrever cada uma delas. O contato da

criança com textos variados facilita a descoberta das regras que regem a

linguagem escrita. Portanto, iremos conhecer e debater sobre esses tipos de

textos que são denominados de textos práticos.

Textos práticos - São os textos com os quais nos deparamos em nosso dia-a-dia. Por exemplo, contas de água, luz e telefone, cheques, embalagens de todos os tipos, manuais, listagens, itinerários, ingressos, passagens, carnês, bulas de remédio, cardápios, receitas culinárias, notas fiscais, cartas, bilhetes, telegramas...(NASPOLINE, 1996. p, 39).

Para exemplificar, vejamos como atividades de aprendizagem

sobre a carta podem ser desenvolvidas em ensino fundamental II, baseando-se

na teoria de JOLIBERT(1994; p. 98).

Cada criança deverá construir a noção de destinatário; apropriar-

se da estrutura específica da carta com sua silhueta; ser capaz de argumentar,

quando necessário; empregar corretamente a pontuação e a letra maiúscula; e

adquirir vocabulário adquirido a situação.

Uma discussão pertinente diz respeito à funcionalidade desse tipo

de texto. Questionar o porque escrever uma carta quando se poderia usar o

telefone ou conversar pessoalmente. Aqui vários motivos podem ser

levantados: segurança, praticidade e economia, por exemplo:

Quando se telefona, a pessoa pode não estar naquele exato momento; se deixarmos recado, ela pode não receber. E ás vezes mesmo que a pessoa more perto não tem tempo de ir até ela. Além disso, há coisa que gostamos de dizer por escrito para organizar melhor as idéias ou para que possam ficar guardadas. Outra questão é o preço: na maior parte dos casos os telefonemas são mais caros que as cartas. (NASPOLINE, 1996, p.40).

Textos Informativos ou Científicos - Em relação a estes textos

existe uma função específica que é a de manter o leitor informado e oferecer

conhecimentos. Para constatarmos esta versão, vejamos o que diz a seguinte

citação:

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São os textos ou já a função é trazer ao leitor conhecimentos, descobertas e novidades em geral. Exemplo disso são as notícias de jornal, enciclopédias, dicionários, gramáticas, revistas, entrevistas, os textos científicos, históricos e geográficos, tabelas e gráficos. (NASPOLINE, p. 44, 1996).

É interessante destacar que cada texto tem sua atividade

especial, no caso dos textos acima citados, cada um exerce de forma especial

sua atividade como exemplo disso temos o jornal cuja sua função é informar

das noticias, sobre os acontecimentos ocorridos no mundo no nosso dia a dia.

Como trabalhar textos informativos em sala de aula com alunos

do ensino fundamental, por exemplo? Que os mesmos levem as noticias dos

jornais ou revistas, recortem aquela que mais lhe chama atenção, colem e

falem o que entendem sobre a informação.

Já em relação a texto literário que identifiquem quem é o autor do

texto; qual é a idéia central e quais são os personagens.

Textos Extras verbais - Baseando-se em leituras de textos de

autores que escreveram sobre leitura e escrita constatou-se que na visão de

um autor, o código lingüístico não é o único a permitir a leitura, pois existem

outras formas de textos, que são: ilustrações e figuras dentre outras.

A partir do momento em que entendemos por texto, tudo que conseguimos compreender e interpretar. Desta visão, o código lingüístico não é o único a permitir a leitura. Existem os textos que não são escritos com palavras, mas empregam outros códigos não lingüísticos ou além dos lingüísticos - os textos extra verbais. Exemplos: figuras, ilustrações, arquitetura, história em quadrinhos, charge, quadro de arte, música, gastos entre outros.(NASPOLINE, p.46; 1996).

Como vimos, o código lingüístico, não é exclusivo a leitura de

palavras, se a partir daí conseguirmos compreender por que na realidade "os

textos" que não são escritos através das palavras, porém fazem uso de outros

códigos lingüísticos – que são os textos extra-verbais. Exemplos: história em

quadrinhos, quadro de arte entre outros.

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Textos Literários - são os textos que aparecem em forma de

história contadas por autores para despertar o interesse pela leitura do mesmo.

Muito se tem discutido a respeito do processo de leitura e escrita.

Na tentativa de explicar como se constitui sua aquisição na escola, seria

necessário saber o que pensam os educadores e a criança sobre esse objeto e

quais os fatores que contribuem para o fracasso na e da escola; nessa

perspectiva, muitos autores têm elaborado questões que tornam possível

repensar a prática escolar.

O incentivo à leitura deve apresentar-se com o atrativo das

atividades lúdicas e insistir na vertente criativa. O estímulo deve ocorrer sob o

signo da criatividade - para responder às exigências de aperfeiçoamento

pessoal e assim suprimir a influência uniformizadora do ensino tradicional. O

objetivo primordial é, acima de tudo, levar o leitor potencial a descobrir o valor

lúdico do livro, que essa descoberta o ajude na leitura ativa e o leve a

identificar a diversidade de materiais que se encontram a seu alcance.

2.1 - DIVERSIDADE TEXTUAL

Ler é interagir com o autor, procurar e produzir sentidos, vivenciar

experiências. Para ler a criança precisa interpretar símbolos, imagens, gestos,

desenhos, etc., promovendo predições, inferências e a comunicação de várias

formas de textos entre si.

Podemos verificar que as crianças nas classes de alfabetização

formulam hipóteses de leitura. Essas hipóteses de leitura vão avançando nas

intervenções do ambiente e a criança percorre um longo caminho que vai da

identificação do texto e imagem, passando pela etiquetagem ou hipótese do

nome, até a tentativa de conciliar sua hipótese com os indicadores, isto é, os

signos já conhecidos.

Segundo CAGLIARI (1998, p.221)

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(...) os alunos são capazes de enfrentar uma variedade enorme de textos. A restrição com relação à escrita reside apenas nos casos em que os alunos não sabem decifrar determinadas letras ou conjuntos de letras, dificultando ou impossibilitando a leitura. Depois que eles decifram a escrita o texto pode ser qualquer um, desde que a criança

tenha condições de entender.

Desse modo, o professor tem uma importante tarefa de propiciar

aos seus alunos a diversidade de texto que todos têm direito. Para FERREIRO

(1993):

"... a variedade de materiais não só é recomendável (melhor dizendo, indispensável) no meio rural, mas em qualquer lugar onde se realize uma ação alfabetizadora" (p. 33).

Neste sentido, entendemos que se a criança possui em casa

outros recursos de leitura, não é tão grave que a escola use só um único texto,

mas se a escola é o único ambiente alfabetizador do aluno, isto é gravíssimo,

por não ampliar seu conhecimento e, conseqüentemente prejudicar sua

alfabetização.

O processo de alfabetização na experiência escolar é visto como

uma temática de grande interesse por educadores de modo geral e por outros

vários segmentos que compõem a sociedade. Porém, mesmo com tanta

bibliografia existente sobre o assunto algumas lacunas ainda são identificáveis

neste campo.

Considerando a importância desse processo e de todas as

responsabilidades que lhes competem, os professores, têm diante de si uma

importante tarefa que é auxiliar os alunos na construção de uma escrita própria

conforme suas hipóteses, conciliando-os com os objetivos da escola. Para tal,

é necessário auxiliar para que os alunos se tornem sujeitos capazes de

interpretar, compreender textos que leu ou redigiu, ou seja, sujeitos cujas

habilidades vão além do simples escrever e ler.

2.2 - ENFOQUE DE COMPREENSÃO NO PROCESSO DE LEITURA

ACERCA DOS PORTADORES DE TEXTO

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Para compreender um texto devemos, antes de mais nada, fazer

uma leitura e observar a que tipo de texto esse assunto pertence.

E não ler por ler, mas analisar, refletir que mensagem esse texto

quer transmitir, para quem foi escrito o texto? Qual o objetivo? Entre outros. A

partir daí passamos a descobrir o que somos capazes de produzir, através da

leitura e desenvolver potencialidade. Para a compreensão de um texto,

fazemos perguntas mentalmente. Isso significa que levantamos hipóteses,

inferimos estratégias, pesquisamos novas alternativas que o texto não nos

fornece de imediato, e assim por diante.

Quando lemos: analisamos dados que nos são fornecidos pelo

conteúdo, pela estrutura que determina cada modalidade e pelo discurso

propriamente dito. A cada uma dessas possibilidades de leitura denominamos

enforque de compreensão.

O trabalho escolar deve considerar os três enfoques e não apenas um ou dois. Tradicionalmente, as perguntas que seguem uma leitura silenciosa, versam sobre o conteúdo ou a estrutura do texto, não priorizando a análise do discurso? (NASPOLINE,1996,p.53)

2.3- Enfoque Conteudístico

Em relação ao enfoque conteudistico o método é procurar expor

minuciosamente um processo de ensino-aprendizagem que estimule o aluno a

entender a mensagem do texto e questioná-lo.

Desenvolver um processo de ensino aprendizagem da leitura pautado pelo enfoque conteudistico é levar o aluno a compreender a mensagem do texto e a responder questões empregando as palavras e idéias expressas no texto. É o aspecto decodificador da leitura. (NASPOLINE, 1996, p.55).

Na realidade instruir-se um processo de ensino-aprendizagem da

leitura pelo método "enfoque conteudístico" é levar o aluno a interpretar a

mensagem do texto.

2.4- Enfoque Estruturalista

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Como o próprio tema está explicando, no caso do enfoque

estruturalista ou seja, a forma característica como é organizado a estrutura do

texto apresenta suas próprias características.

Todo texto apresenta uma determinada estrutura que o caracteriza como sendo de um e não de outro uso. Assim toda narrativa traz personagens, ambiente, clímax e desfecho, por exemplo. Toda carta traz local, data, nome do destinatário, mensagem ou conteúdo, despedida e assinatura. Tais elementos constituem o que chamamos superestrutura esquemática de um texto.(p.56. NASPOLINE,1996).

Para que possamos identificar um texto, ou seja dizer que tipo de

texto é esse, é necessário observar as suas características.

Por que cada texto traz uma determinada composição ou seja

uma preparação e organização na qual sustenta seu desenvolvimento.

2.5- Enfoque Discursivo

Em primeiro lugar quando você ler é por que tem um objetivo a

alcançar, seja ele para qual quer finalidade, ex: para passar em concurso, para

conhecer melhor um assunto enfim a leitura proporciona ao leitor um

conhecimento a cerca do conteúdo, e uma relação entre teoria e prática, pois é

através da teoria que colocamos em prática o que aprendemos.

Quando o aluno lê interage com o texto. Isso significa que leitor e texto se influenciam mutuamente. No enfoque discursivo o trabalho visa buscar os efeitos que o texto produziu no leitor. Esses efeitos seriam as contribuições que o leitor estariam apresentando ao texto, caracterizado, por isso como aberto. Há, assim, várias possibilidades de leitura, o que requer necessariamente reflexão, discussão, análise e síntese. (NASPOLINE, 1996, P.56).

A forma como vem organizado o texto é que determina a

organização que o caracteriza por exemplo: Ata, data da reunião local,

participantes, descrição ou relato dos fatos discutidos, decisões, assinatura dos

participantes.

3 - A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM A LEITURA.

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A leitura tem uma grande responsabilidade na formação para a

vida, ela faz amadurecer as idéias, faz o indivíduo ter mais condições de

raciocinar perante uma situação problemática que a vida nos reserva. Ela é a

chave que nos permite entrar em contato com outros mundos, ampliar

horizontes, desenvolver a compreensão e a comunicação.

Deste modo percebemos que, a palavra escrita nos transforma às

mais variadas realidades no fez "viajar" e descobrir pessoas e idéias novas,

nos ajuda a ser cidadãos e, ao mesmo tempo, que nos coloca mais à vontade e

um mundo simbólico, abstrato, no seu dia-a-dia repleto de reflexos.

Como nos afirma LERNER (1996 p.6):

Ler é adentrar-se em outros mundos possíveis. É questionar a realidade para compreende-la melhor, é distanciar-se do texto e assumir uma postura crítica frente ao que de fato se diz e ao que se quer dizer, é assumir a cidadania no mundo da cultura escrita...

A leitura surge de estudos e experiências de um indivíduo, ela é

mais do que uma questão de gosto, uma necessidade objetiva.

Como nos ressalta MAGNANI (1989 p.32):

Para ser leitor é preciso , além de ser alfabetizado, ter tempo para ler,dinheiro para comprar livros ou bibliotecas de fácil acervo que o interesse e goste de ler.

Sabemos que em nossa sociedade o trabalho e a alimentação

são primordiais para nossa sobrevivência.

As pessoas procuram outras formas de distração, como a TV, que

também lhe traz informações, enquanto descansam. Como isso o gosto pela

leitura vai se perdendo dia após dia, se em casa a criança não tiver usufruído

da experiência de ver pais e familiares entretidos na leitura, se pertencer a um

ambiente onde não há esse hábito, é quase certo que haja aí a possibilidade

dessa criança desenvolver uma rejeição à leitura.

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Os Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa,

ressaltam que para aprender a ler é preciso interagir com a diversidade de

textos escritos, é negociar o conhecimento que já se tem e o que é

apresentado pelo texto, recebendo incentivo e ajuda dos leitores experientes.

O processo da leitura apresenta-se como uma atividade que

possibilita a participação do homem na vida em sociedade, compreendendo o

presente e o passado, tendo possibilidades de transformações culturais futuras.

Para que consigamos a formação de novos leitores há de ser ter

condições para tal: contato permanente com variedades e qualidades de

materiais e ações que viabilizam uma organização do trabalho pedagógico que

inclua os espaços de leitura.

Destacamos as palavras de FOUCAMBERT (1989, p. 30)

Quando nos diz que "ser leitor é querer saber o que se passa na cabeça de outro, para compreender melhor o que se passa na nossa".

A leitura é um meio de comunicação muito importante, uma vez

que além de ser um desvendar gráfico, permite e abre caminhos para

interpretar uma informação. A leitura permite desvendar o mundo, um livro

pode provocar transformações no pensamento ou no comportamento das

pessoas.

Saber ler, é percebe as mensagens em toda a sua abrangência e

profundidade. É compreender o que se lê e tornar-se agente do processo, com

uma opinião própria a respeito do assunto, relacionando-o a outras obras de

outros autores que tratam do mesmo tema.

Segundo MAGNANI (1989 p.52):

Ler é preciso não só para fazer exercícios de interpretação, para estudar itens de conteúdos, para adquirir modelos de escrita, mas também para gostar e se habituar, para conscientizar e politizar.

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Com as palavras do autor podemos observar que um leitor é

alguém que por iniciativa própria é capaz de selecionar dentre os textos que

circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua.

Sabemos que a leitura vai além do texto e começa antes do

contato com ele, a noção do texto é aplicada, abre-se para englobar diferentes

linguagens. A partir da leitura o leitor realiza um diálogo com o objeto lido, seja

escrita, sonora, uma imagem, uma situação envolvida nas expectativas do

prazer, das descobertas e do reconhecimento de suas vivências. Aprender a ler

significa aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós mesmos.

4 - O SENTIDO DA LEITURA NA ESCOLA

A leitura é antes de tudo um objeto de ensino. Para que se

constitua num objeto de aprendizagem é necessário que tenha sentido de fato

para o aluno, o que significa entre outras coisas, que deve cumprir uma função

para a realização de propósitos que ele conhece e valoriza. Para que a leitura,

como objeto de ensino, não se diferencie demais da prática social que se quer

comunicar, é imprescindível representar ou reapresentar, na escola, os

diversos usos que ela tem na vida social. Conseqüentemente, cada situação de

leitura responderá a u duplo propósito: por um lado, ensinar e aprender algo

sobre a prática social da leitura (propósito cuja utilidade, do ponto de vista, do

aluno, é mediata); por outro lado, cumprir com um objetivo que tenha sentido

na perspectiva imediata do aluno.

Ao elaborar este projeto, após observação em sala de aula,

pretende-se alcançar alguns ou vários propósitos sociais da leitura: ler para

resolver um problema prático (fazer comida, utilizar um artefato, construir um

móvel...), ler para informar-se sobre um assunto de interesse (científico,

cultural, de política atual...), ler para escrever (por exemplo, para aprofundar o

conhecimento que se tem sobre o tema do artigo que está escrevendo ou

monografia que tem que entregar), ler para buscar determinadas informações

necessárias por algum motivo (o endereço de alguém, o significado de uma

palavra...), ler pelo prazer de ingressar em outro mundo possível... .

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Diferentes modalidades de leitura podem ser utilizadas em

diferentes situações, diante de um mesmo tipo de texto: um mesmo material

informativo-científico pode ser lido para obter uma informação global, para

buscar um dado específico ou para aprofundar um aspecto determinado do

tema sobre o qual se está escrevendo, um artigo de jornal pode ser lido em um

momento simplesmente por prazer e, em outro, ser utilizado como objeto de

reflexão – é o que me tem ocorrido com o artigo de García Márquez cujo

comentário dá início a este texto – um poema ou um conto podem ser lidos em

um momento por prazer e, em outro, como forma de comunicar algo a

alguém... .

Diversidade de propósitos, diversidades de modalidades de

leitura, diversidade de textos e diversidade de combinações entre ele... A

inclusão dessas diversidades – assim como a articulação com as exigências

escolares – é um dos componentes da complexidade didática necessária

quando se opta por apresentar a leitura na escola sem simplificações,

procurando conservar sua natureza e, portanto, sua complexidade como

prática social.

5 - SUGESTÕES DE COMO DESENVOLVER A PRÁTICA DE LEITURA NA

SALA DE AULA E NAS NOSSAS PRÁTICAS SOCIAIS

Para que possamos desenvolver a capacidade de aprender das

crianças do ensino fundamental, teremos que nos valer de três meios básicos

ou habilidades básicas: a leitura, a escrita e o cálculo.

Na verdade, não se trata apenas de ler, escrever e calcular, de

qualquer jeito, ou seja, de forma rudimentar, mas atingir o pleno domínio

dessas habilidades.

A leitura, a escrita e o cálculo são meios básicos para o

desenvolvimento da capacidade de aprender. Desses três meios básicos, o

desempenho do leitor tem se mostrado muito precário, até mesmo, inferior ao

desempenho escritor ou matemático das crianças. A lei da educação, de

alguma maneira, nos parece sugerir que a importância da leitura está

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diretamente relacionada ao desenvolvimento da capacidade de aprender. Não

há desenvolvimento ou aprendizagem que não passem pela leitura, seja em

situação normal ou especial.

Aprender a ler é habilidade que exige da escola uma concepção

nova de leitura, ou seja, leitura é decodificação (reconhecimento das letras e

discriminação das vogais, por exemplo) e compreensão (sentido dado à pré-

leitura, leitura e a pós-leitura).É a leitura compreensiva, isto é, ler e entender o

que se lê, descobrir o propósito do escritor, que irá desenvolver a capacidade

de aprender das crianças.

FERREIRO, ao pesquisar sobre essa temática, procurou saber

como a criança aprende a ler e escrever, e seus estudos nos trouxeram

grandes contribuições, mostrando que os professores têm uma concepção

equivocada da língua escrita e uma imagem empobrecida da criança que

aprende, e que as mudanças necessárias para enfrentar, sobre novas bases o

ensino da língua, não passam por questões de métodos. É preciso mudar o

eixo por onde se passas as discussões. Ferreiro ao deslocar o eixo de como se

ensina para como se aprende, apresentou suas idéias apresentam como uma

revelação conceitual, demandando abandonar as praticas tradicionais de

ensino.

A aprendizagem da leitura depende de três fatores. O primeiro, o

querer aprender a ler, o equivalente a uma formação de atitudes do educando

de se dispor a ler. Esta disposição pode ser refletida nas formas de

expectativas, interesses, motivação, atenção, compreensão e participação.

Querer aprender a ler é o primeiro passo para se ler para aprender. Para se

desenvolver em leitura é preciso, antes, envolver-se em leitura, gostar de ler,

isto é, a obra está no centro de seu interesse (dentro do ser) em ler a obra.

Se há disposição para aprender a ler, há possibilidade de

chegarmos à capacidade de aprender a ler, e, sobretudo, do educando,

considerar que pode aprender lendo. Aqui vale o ditado: querer é poder. A

partir da leitura de uma obra regional ou nacional, uma criança pode

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desenvolver aptidões ou competências e habilidades de natureza intelectiva e

procedimental. A aptidão intelectual ajuda a ler para aprender a pensar a

prática social e aptidão procedimental a ler para aprender a atuar no mundo do

trabalho.

Os pais são a fonte mais rica de informação. E, sem exageros,

são os que mais podem estimular o desenvolvimento intelectual e físico de

seus filhos. Existem várias recomendações que os especialistas nas novas

correntes ressaltam como importantes e seguindo-as talvez possamos criar um

pequeno gênio dentro de casa, e somente com nosso apoio. Estas

recomendações não são complicadas, tão pouco se exige que sejam

adquiridos quaisquer tipos de materiais em livrarias ou papelarias.O mais

importante é ter tempo para orientar e estimular as crianças. É mais fácil do

que se imagina.Educar uma criança, como todos nós sabemos, é uma tarefa

diária na qual só faz falta uma boa dose de bom senso, muito amor – não

dependência – e qualidades morais. Desta forma, para que possamos

incentivar a leitura na criança é preciso saber lidar com as mesmas.

Quando falarmos com ela, não importa a idade, devemos utilizar

um vocabulário amplo, rico e avançado. Por exemplo, usar palavras como

enorme, descomunal e gigantesco, ao invés de apenas dizer grande. A criança

ampliará seu vocabulário ao conversar. Sempre devemos fazer com que ela

note detalhes tanto em objetos como em situações. Dessa maneira ela

desenvolverá uma atenção seletiva e reterá em sua memória o importante e os

aspectos de maior interesse, o que lhe será muito útil ao longo de sua carreira,

e na vida.

Para estimular sua capacidade de observação, apresente

problemas para que ela os resolva. A criança precisa comprovar dados e

informações. Dessa forma, certos exercícios a estimulam a atuar e resolver, o

que além de ser fascinante para a maioria das crianças, é importante para seu

desenvolvimento intelectual. Exercícios como montar quebra-cabeças, resolver

enigmas, problemas matemáticos!

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Quando realizar uma atividade, respeitar sua concentração e,

mais ainda, estimular que ela se concentre. Crianças concentram-se tanto no

que estão fazendo que o mundo desaparece ao seu redor. Sendo assim, não

devemos interrompê-las e sua tarefa merece todo o respeito. Temos que

permitir sua independência quando deseja fazer as coisas por si mesma. A

independência nos leva a desenvolver um pensamento criativo. Ao

experimentar, explorar e, provar idéias, aprendemos mais. Isto sem mencionar

a importância de desempenhar atividades em grupo, e aprender a compartilhar

e trocar conhecimentos com os demais.

Devemos fazer com que a criança se interesse pela leitura. Essa

atividade trará como conseqüência uma necessidade de ler constantemente

sobre qualquer tema. Uma vez criado o habito e o gosto pela leitura, nos

surpreenderemos ao ver a criança, por si só, pegar seus livros e começar a ler.

A leitura é a base do conhecimento. Quanto mais amor a criança venha a

desenvolver pela leitura, mais a aprendizagem é facilitada. Aprender é uma

operação que não se resume a adquirir noções, mas consiste em reter o que

foi lido, reproduzir e reconhecer uma série de experiências e pensamentos.

Portanto, é imprescindível educar a memória. Logo após o estudo de algum

ponto ou matéria, nota-se que o esquecimento também trabalha: a mente

elimina noções dispensáveis. Sem disciplina, entretanto, nunca haverá um jogo

útil entre memória e esquecimento, entre horas de estudo e horas de

descanso. Para facilitar o aprendizado e fixar na memória os conteúdos

aprendidos, basta proceder a uma série de operações sucessivas e gradativas

no tempo. Repetir é importante, mas não só: saber de cor nem sempre vai

além de um papaguear mecânico. As técnicas psicológicas de memorização

são complexas, mas podem ser utilizadas simplificadamente pelo estudante.

Algumas indicações:

Ler mentalmente e compreender o assunto;

Reler em voz alta;

Concentrar a atenção em aspectos específicos: nomes, datas, ambientes, etc.;

Notar semelhanças, diferenças, relações;

Repetir várias vezes em voz alta ou escrever os conhecimentos adquiridos (os

pontos principais);

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Fazer fichas com esquemas que incluam, de um lado, a seqüência das noções

principais e, do outro, detalhes referentes a cada uma delas;

Nunca esquecer de repousar, pois uma mente cansada aprende

pouco e retém com dificuldade.

A habilidade para ler e entender o que está escrito capacita as

crianças a serem auto suficientes, a serem melhores estudantes, mais

confiantes, levando-as desse modo às melhores oportunidades na vida

profissional e a uma vida mais divertida, tranqüila e agradável.

Para começar, use Livros Ilustrados sem textos ou com bem

poucas palavras. Aponte para as cores e figuras e diga seus nomes. Livros

simples podem ensinar a criança coisas que mais tarde vão ajudá-la a

aprender a ler.

Por exemplo, ela aprenderá sobre a estrutura da linguagem - que existem

espaços entre as palavras e que a escrita vai da esquerda para a direita.

Conte estórias. Encoraje sua criança a fazer perguntas e a falar

sobre a estória que acabou de ouvir. Pergunte-lhe se pode adivinhar o que vai

acontecer em seguida conforme for contando a história, com os personagens

ou coisas da trama. Aponte para as coisas no livro que ela possa associar com

o seu dia a dia. Compre um Dicionário Infantil. Procure por um que tenha

figuras ao lado das palavras. Então comece a desenvolver o hábito de

brincando com a criança, provocá-la dizendo frases tais como: "Vamos

descobrir o que isto significa?".

Faça com que Materiais de Escrever, tais como lápis, giz de cera,

lápis coloridos, canetas, etc, estejam sempre disponíveis e a vista de todos.

Procure assistir programas Educativos na TV e Vídeo. Programas

infantis onde a criança possa se divertir, aprender o alfabeto e os sons de cada

letra.

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Visite com freqüência uma Biblioteca. Comece fazendo visitas

semanais à biblioteca ou livraria quando seu filho for ainda muito pequeno. Se

possível cuide para que ele tenha seu próprio cartão de acesso e empréstimo

de livros da biblioteca. Muitas bibliotecas permitem que crianças tenham seus

próprios cartões personalizados com seu nome impresso, caso ela queira,

exigindo apenas que um adulto seja o responsável e assine por ela.

Leia você mesmo. O que você faz serve de exemplo para o seu

filho. Dentre as dificuldades enfrentadas por pessoas no processo da leitura,

encontra-se a questão do desenvolvimento da capacidade de ler e

escrever.Desenvolver o hábito e o gosto pela leitura e fazer perceber a sua

importância numa sociedade letrada, tem sido a maior dificuldade encontrada

pelo homem.Demonstram-se os altos índices de reprovação nas séries iniciais,

onde as crianças não dominam a leitura, a escrita. A alfabetização é restrita

somente no domínio de textos e livros didáticos, não havendo uma

preocupação em colocar as crianças em contato com diferentes tipos de textos

que circulam dentro e fora do convívio da criança. Tal situação, não se

encontra distante da nossa realidade.

Observa-se que a população enfrenta bastantes dificuldades em

dominar a leitura de forma genérica, não só no sentido de conceber idéias, mas

no sentido de criá-las e recriá-las. Entendendo que o desenvolvimento do

homem, se dá pela aquisição do conhecimento historicamente acumulado,

assim, como pela evolução do conhecimento, faz-se imprescindível incentivar

todo cidadão, ao gosto pela leitura, e escrita, de forma a desenvolver o hábito e

o prazer em busca de novos conhecimentos que contribuirá decisivamente

para o seu aperfeiçoamento, quer como ser humano quer como profissional.

Considerando as questões relacionadas anteriormente, sugerimos uma série

de atividades inter relacionadas que abrangerão o trabalho de sensibilização à

prática da leitura:

Palestras; sobre a importância da formação de grupos de leitores;

Oficina de leitura que venha envolver os mais diversos grupos;

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Visitas dos alunos as bibliotecas com acompanhamento de

professores, bibliotecários, vindo acontecer atividades como: conversas

informais sobre o uso das mesmas, e a importância da leitura no cotidiano de

uma sociedade letrada, etc.

Atividades teóricas-práticas de leitura, através do lúdico:

modelagens, desenhos, produções de histórias e textos, painéis, entrevistas,

teatro de bonecos e dramatizações;

O hábito da leitura é um bem que vai favorecer sua qualidade de

vida, devendo ser semeada desde a infância, no convívio familiar. É um

caminho a ser percorrido partindo da conscientização social, pois acreditamos

que a leitura é possível em todas as fases da vida do ser humano.

A população em geral ainda se encontra em um estágio muito

inferior em se tratando do hábito de ler. Por isso, torna-se fundamental em um

país como o nosso, darmos enfoque ao hábito da leitura.Com essa atitude

contribuiremos para uma vida melhor dentro do contexto social da história de

vida do homem, proporcionando a capacitação para o exercício pleno da

cidadania Um bom hábito é acostumar-se a carregar consigo um livro, ainda

que supondo que não haverá tempo de abri-lo.

Hoje, informação é poder. E como o trabalho mental tende a

superar o manual, a leitura torna-se o pão nosso de cada dia. Há, certamente,

os fatores externos, as possíveis estimulações, que são recursos que podem

despertar o interesse do aluno para um determinado tema, numa atitude de

curiosidade e atenção. Mas a realidade é que ninguém controla o modo como o

outro aprende, ou quando chegará a aprender o que pretende ensinar. A prova

disso é que aprendemos muito com nossos pais (e não apenas do que

esperavam que aprendêssemos!), mas há certas áreas em que eles nunca

conseguiram modificar nosso jeito de pensar.E assim também acontece com as

nossas crianças. Dizer que cada criança é um mundo parece clichê, mas é a

mais pura verdade. Tudo o que ela já viveu, nesta encarnação e nas anteriores;

tudo o que já fez, descobriu, percebeu, intuiu e pensou; os filmes que assistiu,

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as conversas que ouviu, as histórias que leu; tudo participa do seu modo de ver

o mundo e de aprender. Que conceitos adquiridos entram na formação de suas

conclusões sobre as coisas? Nunca saberemos totalmente. Mas o que se sabe

é que as informações e os exemplos a que se expõe sempre podem influenciá-

la mais ou menos intensamente - o que é nossa porta de entrada, como

educadores, neste seu mundo tão particular.

Para LEMLE (2003, p.56) e CAGLIARI (2002, p.82), a escola deve

discutir as convenções sociais da escrita, assim como as questões políticas, e

levar o aluno a entender como a língua funciona na sociedade, explicando que

o dialeto da sua comunidade é tão bom como o dialeto de prestígio. Mas que

dependendo da situação em que é usado um ou o outro, ou seja, a forma de

falar, de acordo com o lugar e o status do ouvinte numa sociedade capitalista,

acarreta conseqüências políticas, econômicos e sociais. Assim, se o aluno

deseja participar de uma sociedade letrada é preciso dominar a linguagem

padrão, pois é com ela que ele será avaliado tanto na escola como fora dela,

nas diferentes esferas sociais. E é de fundamental importância, nesse contexto,

ensinar a língua padrão como umas das formas de acesso das classes

populares a um saber que está sobre o domínio da classe favorecida. Portanto,

é tirar o privilégio, o domínio de um grupo sobre o outro. É buscar um ensino

comprometido com a justiça social e o bem comum de um povo e vale lembrar

SOARES (1987, p.78) quando enfatiza que:

Um ensino de língua materna comprometida com a luta contra a desigualdade social e econômica reconhece, no quadro dessa relação entre escola e sociedade, o direito de que têm as camadas populares de apropriar-se do dialeto prestígio, e se fixa como objetivo levar os alunos pertencentes a essas camadas a dominá-lo, não para que se adaptem as exigências de um a sociedade que divide e discrimina, mas para que adquiram um instrumento fundamental para a participação política e a luta contra a desigualdade social.

O que se pode fazer é criar um meio propício, é oferecer, à

inteligência, a argamassa, o material de construção em quantidade e qualidade

suficientes para que a criança construa suas estruturas de pensamento da

melhor maneira, com o melhor tipo de informação e os melhores exemplos

possíveis.Ler é saber. O primeiro resultado da leitura é o aumento de

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conhecimento geral ou específico.Ler é trocar. Ler não é só receber. Ler é

comparar as experiências próprias com as narradas pelo escritor, comparar o

próprio ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo conceitos.Ler é

dialogar. Quando lemos, estabelecemos um diálogo com a obra,

compreendendo intenções do autor.

Somos levados a fazer perguntas e procurar Ler é exercitar o

discernimento. Quando lemos, colocamo-nos de modo favorável ou não aos

pontos de vista, pesamos argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos,

refletimos sobre opções dos personagens ou sobre as idéias defendidas pelo

autor.Ler é ampliar a percepção. A tarefa de ler um livro literário requer um

grau considerado de conhecimento, de reflexão, de interpretação da nossa

história social e pessoal. E isso só conseguimos realizar no decorrer de toda

uma trajetória de vida, investigando a obra em busca de uma compensação

que mova e comova o leitor. Na verdade, à medida que o indivíduo desenvolve

as capacidades sensoriais, emocionais e racionais também se desenvolvem as

suas leituras.Ter intimidade com as palavras entendê-las e fazer com elas o

que se quiser é o sentido maior da literatura.

A oportunidade de crescer deve ser dada ao aluno, através das

aulas de leitura da Literatura, tornando-as prazerosas, estimulando para uma

descoberta constante e propiciando a manifestação espontânea. Não é em

livros de teoria literária, que se aprende a fazer boa leitura da literatura;

aprende-se por intuição, na convivência íntima e prolongada com os textos

variados, libertando a emoção de uma forma talvez nunca

manifestada.Desenvolver nos alunos o espírito crítico, tão temido por alguns

tempos é imprescindível para que todos nós, contínuos estudantes, possamos

discernir entre ler uma obra artística com satisfação ou simplesmente lê-las

sem nenhum acréscimo produtivo.Ler é ser motivado à observação de

aspectos da vida que antes nos passavam despercebidos.Ler bons livros é

capacitar-se para ler a vida.

Deve-se dar, à criança, reiteramos, acesso ao manuseamento

livre de livros, revistas, catálogos, etc; ler histórias para ela, procurando indicar

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a orientação da leitura (movimento com o dedo), respondendo, de forma clara,

a todas as suas questões; ler as legendas de um filme animado; ir a uma

biblioteca, fazendo-se acompanhar da criança; fazer uso de jornais, revistas ou

outros meios de comunicação, comentando, na sua presença, o que se lê;

procurar, no dicionário, o significado de palavras solicitadas pela criança;

identificar, primeiramente, com a palavra escrita em maiúsculas impressas,

bens pertencentes à criança (primeiro, o nome da criança e, só posteriormente,

os dos restantes elementos da família); proporcionar a descoberta de palavras

referentes a marcas de estabelecimentos comerciais, hipermercados, filmes

que ela gosta e produtos de uso diário.São apenas alguns exemplos de entre

tantos que existem.

O que é crucial é que a criança reconheça a importância do saber

ler. Não basta o contacto com o livro e com o código escrito (como já referi

anteriormente). A criança procura explicações para tudo o que a rodeia. É,

portanto, crucial, que o adulto se disponibilize, a oferecer as explicações

possíveis desprovido de preocupações e limitações temporais. Por outro lado,

convém salientar de que é necessário ter-se algum cuidado com a escolha dos

livros para crianças. Deverão ser excluídos os livros que enaltecem os heróis

que abusam da violência e que saem triunfantes, bem como aqueles livros que

são desprovidos de conteúdo e que em nada contribuem para o

desenvolvimento da criatividade e do crescimento social e maturacional da

criança. Convém não esquecer que as realidades ilustradas em alguns livros,

nem sempre correspondem à nossa realidade (refiro-me, por exemplo, a

rotinas da população estrangeira que não correspondem às nossas). Com o

louvável intuito de se promover o gosto pela leitura, cai-se, muitas vezes, no

erro de se adquirir um livro apenas pela atraente aparência...o que está errado.

Desta forma, é importante que se saiba escolher de forma coerente os métodos

utilizados para que o aluno possa desenvolver a leitura de forma a

compreender o mundo em que vive.

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6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de

ensino, e para que ela possa constituir também um objeto de aprendizagem, é

necessário que faça sentido para o aluno, isto é, a atividade de leitura deve

responder a objetivos de realização imediata.

Como se trata de uma prática social complexa, se a escola

pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem deve preservar sua

natureza e sua complexidade, sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar

com a diversidade de objetivos e modalidades que caracterizam a leitura, ou

seja, resolver um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever

ou revisar, e ler buscando informações relevantes no texto.

A escola pode ser a oportunidade dos alunos interagirem

significativamente com textos cuja finalidade não seja apenas a resolução de

pequenos problemas do cotidiano. É preciso, portanto, oferecer-lhes os textos

do mundo, o que requer um trabalho com a diversidade textual.

É de suma importância que o professor saiba como utilizar, de

maneira adequada uma diversidade textual e atividades que levam os alunos a

defrontarem-se com situações significativas de aprendizagem relacionadas ao

desenvolvimento da linguagem despertando assim o gosto e o interesse de ir

em busca de mais conhecimentos e da valorização da leitura e da escrita. É

através de formação e constante aperfeiçoamento que o educador poderá

ajudar as crianças a ler e a escrever e para isto, é preciso ler em favor deles,

pois isto as incentiva a entenderem as funções da escrita, adquirem

conhecimentos sobre a linguagem a terem mais chance de aprender.

A leitura é uma prática social que envolve atitudes, gestos e

habilidade que são mobilizados pelo leitor, tanto no ato de leitura propriamente

dito, como no que antecede a leitura e no que decorre dela. Assim, o sujeito

demonstra conhecimentos de leitura quando sabe a função de um jornal,

quando se informa sobre o que tem sido publicado, quando localiza pontos de

acesso público e privado aos textos impressos (biblioteca), quando identifica

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pontos de compra de livros (livraria, bancas, etc). Dizendo de outra forma,

depois que um leitor realiza a leitura, os textos que leu vão determinar suas

escolhas de leituras futuras, servirão de contraponto para outras leituras, etc.

Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os

diferentes textos com os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho

educativo para que experimentem e aprendam isso na escola. Principalmente

quando os alunos não têm contato sistemático com bons materiais de leitura e

com adultos leitores, quando não participam de práticas onde ler é

indispensável, a escola deve oferecer materiais de qualidade, modelos de

leitores e práticas de leitura eficazes.

Atitudes como gostar de ler e interessar-se pela leitura e pelos

livros são constituídas, para algumas pessoas, no espaço familiar e em outras

esferas de convivência em que a escrita circula. Mas, para outros, é, sobretudo

na escola que este gosto pode ser incentivado. Para isso é importante que a

criança perceba a leitura como um ato prazeroso e necessário.

É preciso também superar algumas concepções sobre o

aprendizado inicial da leitura. A principal delas é a de que ler é simplesmente

decodificar, converter letras em sons, sendo a compreensão conseqüência

natural dessa ação. Por conta dessa concepção equivocada a escola vem

produzindo leitores capazes de decodificar qualquer texto, mas com enormes

dificuldades para compreender o que tentam ler.

O conhecimento atualmente disponível a respeito do processo de

leitura indica que não se deve ensinar a ler por meio de práticas centradas na

decodificação. Ao contrário, é preciso oferecer aos alunos inúmeras

oportunidades de aprenderem a ler usando os procedimentos que os bons

leitores utilizam.

Para aprender a ler, portanto, é preciso interagir com a

diversidade de textos escritos, testemunharem utilização que os leitores fazem

deles e participar de atos de leitura de fato: é preciso negociar o conhecimento

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que já se tem e o que é apresentado pelo texto, o que está atrás e diante dos

olhos, recebendo incentivo e ajuda do professor.

Uma prática constante de leitura na escola deve admitir várias

leituras, pois outra concepção que deve ser superada é a do mito da

interpretação única, fruto do pressuposto de que o significado está dado no

texto. O significado, no entanto, constrói-se pelo esforço de interpretação do

leitor, a partir não só do que está escrito, mas do conhecimento que traz para o

texto.

Atitudes e comportamentos de leitura não se restringem a um

momento específico, nem podem ser considerados capacidades relativas a

uma idade ou ciclo. Constituem-se como componentes de todo o processo de

escolarização.

Assim, no planejamento do trabalho, desde os ciclos iniciais de

alfabetização, é importante que os professores levem em conta que as atitudes

favoráveis à leitura e a disposição de adquirir comportamentos sociais a essas

atitudes devem ser consolidadas durante todo o tempo, considerando-se, é

claro, o gosto e o desenvolvimento cognitivo das crianças com relação ao

material de leitura.

Podemos concluir ainda que temporariamente, a melhor coisa que

uma escola pode oferecer aos alunos, é a leitura, sem dúvida, é uma grande

herança da educação, é o prolongamento da escola na vida, já que a maioria

das pessoas, no seu dia-a-dia, lê muito mais do que escreve.

Concluo, com o pensamento de Paulo Freire (1981), o mundo da

leitura antecede o mundo das palavras. Portanto, a criança já é um leitor

mesmo antes de se alfabetizar, pois vive num mundo de letramento. É através

da linguagem que a criança tem acesso aos significados da cultura em que

vive, estabelece relações entre as informações e constrói sentido; e a escola

como lugar de construção de saberes sociais, precisa considerar a diversidade

de significados sociais e culturais que as crianças compartilham.

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