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Trabalho de Auditoria RESPOSTA de JHBO

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Auditoria ContbilTextos e Exerccios

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Madison Luis S. [email protected]

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AUDITORIA1 AUDITORIA CONTBIL A AUDITORIA uma especializao contbil voltada a testar a eficincia e a eficcia do controle patrimonial implantada com o objetivo de expressar uma opinio sobre determinado dado. A auditoria das demonstraes contbeis visa as informaes contidas nessas afirmaes, assim evidente que todos os itens, formas e mtodos que as influenciam tambm estaro sendo examinados. O exame da auditoria engloba a verificao documental, os livros e registros com caractersticas controladores, a obteno de evidncias e informaes de carter interno ou externo que se relacionam com o controle do patrimnio e a exatido dos registros e as demonstraes deles decorrentes. 2 - O TERMO AUDITOR A origem do termo auditor em portugus, muito embora perfeitamente representado pela origem latina (aquele que ouve o ouvinte), na realidade provm da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar). Segundo se tem notcias, a atividade de auditoria originria da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do comrcio em pocas passadas, teria iniciado a disseminao de investimentos em diversos locais e pases e, por conseqncia, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais. O termo auditor no exclusivo do ramo contbil, existindo a mesma nomenclatura em outras diferentes atividades, porm exercidas com objetivos similares. 3 - ORIGEM DA AUDITORIA EXTERNA A auditoria externa ou auditoria independente surgiu como parte da evoluo do sistema capitalista. No incio, as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos familiares. Com a expanso do mercado e o acirramento da concorrncia, houve a necessidade de a empresa ampliar suas instalaes fabris e administrativas, investir no [email protected] 2

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tecnolgico e aprimorar os controles e procedimentos internos em geral, principalmente visando +reduo de custos e, portanto, tornando mais competitivos seus produtos no mercado. Entretanto, para processar todas essas mudanas seria necessrio um volume de recursos, impossvel de ser obtido por meio das operaes lucrativas da empresa ou do patrimnio dos proprietrios. Por conseguinte, a empresa teve de captar esses recursos junto a terceiros, principalmente mediante emprstimos bancrios a longo prazo e abrindo seu capital social para novos acionistas. No entanto, esses futuros investidores precisavam conhecer a posio patrimonial e financeira, a capacidade de gerar lucros e como estava sendo efetuada a administrao financeira dos recursos na empresa (natureza das fontes de recursos e aplicao destes). Essa necessidade de informao era para que o investidor pudesse avaliar a segurana, a liquidez e a rentabilidade do seu futuro investimento. A melhor forma de o investidor obter essas informaes era por meio das demonstraes contbeis da empresa, ou seja: Balano Patrimonial Demonstrao do Resultado do Exerccio Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido Demonstrao de Fluxo de Caixa

Demonstrao do Valor Adicionado Demonstrao dos Prejuzos Acumulados Como medida de segurana contra a possibilidade de manipulao de informaes, os futuros investidores passaram a exigir que essas demonstraes fossem examinadas por um profissional independente da empresa e de reconhecida capacidade tcnica. Esse profissional que examina as demonstraes contbeis da empresa e emite sua opinio sobre estas, o auditor externo ou auditor [email protected] 3

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4 - EVOLUO DA AUDITORIA EXTERNA NO BRASIL A evoluo da auditoria no Brasil est primariamente relacionada com a instalao de empresas internacionais de auditoria independente, uma vez que investimentos tambm internacionais foram aqui implantados e compulsoriamente tiveram de ter suas demonstraes contbeis auditadas. As principais influncias que possibilitaram o desenvolvimento da auditoria no Brasil foram:

a) Filias e subsidirias de firmas estrangeiras; b) Financiamento de empresas brasileiras atravs de entidades internacionais; c) Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralizao e diversificaode suas atividades econmicas;

d) Evoluo do mercado de capitais; e) Criao das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972; f) Criao da Comisso dos Valores Mobilirios e da Lei das Sociedades Annimas em1976. A Lei das Sociedades por Aes (Lei nr. 6404/76, art. 177) determinou que as demonstraes financeiras ou contbeis das companhias abertas (aes negociadas em Bolsa de valores) sero obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na Comisso de Valores Mobilirios - CVM 5 RGOS RELACIONADOS COM OS AUDITORES CVM - Comisso de valores mobilirios A comisso de valores mobilirios, criada em 1976, uma entidade autrquica e vinculada ao ministrio da fazenda. Ela funciona como rgo fiscalizador do mercado [email protected] 4

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capitais no Brasil. O auditor externo ou independente, para exercer atividades em empresas S.A, esto sujeitos a prvio registro na CVM.

IBRACON - Instituto Brasileiro de Auditores Independentes - O IBRACON uma pessoa jurdica de direito privado sem fins lucrativos, cujos principais objetivos so: - Fixar princpios de contabilidade - Elaborar normas e procedimentos relacionados com auditoria e percias contbeis CFC e CRC O conselho federal de contabilidade e os conselhos regionais de contabilidade foram criados em 1946. Esses conselhos representam entidades de classe dos contadores. A principal finalidade desses rgos e o registro e fiscalizao da profisso contbil 6 - Contratao do Auditor Externo Normalmente, o auditor executa o servio em duas fases que so chamadas de fase preliminar e fase final. A fase preliminar representa as visitas s empresas cujo objetivo obter maior conhecimento sobre suas operaes, coordenar junto a elas as necessidades de informaes e dados para a execuo do servio e tentar identificar previamente problemas relacionados contabilidade, impostos, etc. Na fase preliminar o auditor examina parte das demonstraes financeiras, como, por exemplo: receitas, despesas, compras, etc. A fase final representa a emisso de sua opinio ou parecer. Os honorrios sero cobrados em funo dos profissionais envolvidos e o custo hora de cada servio executado por esses profissionais.

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6.1 HONORRIOS O auditor deve estabelecer e documentar seus honorrios mediante avaliao dos servios, considerando os seguintes fatores: a) A relevncia, o vulto, a complexidade do servio, e o custo do servio a executar; b) O nmero de horas estimadas para a realizao dos servios; c) A peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente; d) A qualificao tcnica dos profissionais que iro participar da execuo dos servios; e) O lugar em que os servios sero prestados, fixando, se for o caso, como sero cobrados os custos de viagens e estadas. Os honorrios devero constar de carta-proposta ou documento equivalente, elaborada antes do incio da execuo do trabalho que tambm contenha: a)A descrio dos servios a serem realizados, inclusive referncias s leis e regulamentos aplicveis ao caso; b) Que o trabalho ser efetuado segundo as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis e as presentes normas; c) O prazo estimado para realizao dos servios; d) Os relatrios a serem emitidos; e)As condies de pagamento dos honorrios. Diante dos dados abaixo, estime as horas a serem trabalhadas e o custo da auditoria: Indstria de Mveis para Escritrio S/A; 650 empregados; Faturamento Mdio Mensal: R$2.500.000,00; Emisso de 300 NF de Compras e 2.000 NF de Vendas por Ms; Possui 8 contas bancrias em 4 Bancos [email protected] 6

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(Modelo 1) Cliente: ____________________________________________ ORAMENTO DE HORAS Classificao do Trabalho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Contatos, Oramentos e Propostas. Relatrios e recomendaes ao cliente Contagem de Caixa Reconciliao Bancria Confirmao de Saldos Bancrios Testes de Vendas e dos CPV Confirmao de Saldos de Clientes Exame do balancete de clientes Exame de adiantamento de terceiros Exame de Impostos a recuperar Testes de compras Inventrios fsicos Exame final dos estoques Despesas pagas antecipadamente Adies e baixas do ativo imobilizado Depreciaes Exame do balancete de fornecedores Exame de impostos a pagar Exame de capital e reservas Exame de folha de pagamento Exame de receitas e despesas Avaliao do controle interno T O T A L --------------------> (Modelo 2) TAXAS HORRIAS EM VIGOR 365 x 8 h 52 semanas x 2 - sab. dom 16 feriados 20 dias de frias (Modelo 3) Cliente: __________________________________________ ORAMENTO EM MOEDA Categoria de Pessoal Scio Gerente Snior Assistente TOTAL ESCRITRIO (40% DO TOTAL) ----------------------------------> PREO TOTAL DO SERVIO DE AUDITORIA TOTAL DE HORAS TAXA HORRIA TOTAL Categoria de Pessoal Scios Gerente Snior Assistente Salrio Mensal 6.000,00 4.800,00 3.900,00 1.800,00 Preo/H Preo/H + Encargos 60%

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7 - Responsabilidade sobre as demonstraes contbeis O auditor externo deve examinar as demonstraes contbeis de acordo com as normas de auditoria, portanto no seu objetivo principal detectar irregularidade (roubo, erros propositais,...), mesmo porque, o profissional no pode assegurar-se de que todas as irregularidades foram descobertas, devido ao fato de que muito difcil detectar irregularidades no registradas. 8 - Auditoria Interna Com a evoluo das organizaes, os procedimentos internos tornaram-se cada vez mais complexos, portanto carentes de pessoas que os avaliassem de forma sistemtica, e dessa necessidade surgiu o auditor interno, como uma ramificao do auditor externo e, consequentemente, do contador. O auditor interno um empregado da empresa, e dentro de uma organizao ele no deve estar subordinado queles cujo trabalho examina. Alm disso, o auditor no deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia a examinar. Dentro de uma organizao o departamento de auditoria ficaria situado da seguinte forma:

PRESIDNCIA

DP AUDITORIA

CONTABILIDADE

DIRETORIA FINANCEIRA

DIRETORIA ADMINISTRATIVA

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9 - Principais diferenas entre auditor interno e auditor externo Auditor interno empregado da empresa auditada; Menor grau de independncia; Executa auditoria contbil e operacional Os principais objetivos so: a) Verificar se as normas internas esto sendo Seguidas; b) Verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentes; c) Verificar a necessidade de novas normas internas; d) Efetuar auditoria das diversas reas das demonstraes contbeis e em reas operacionais; Maior volume de testes (tem maior tempo na empresa para executar os servios de auditoria) Auditor externo No tem vnculo empregatcio com a empresa auditada; Maior grau de independncia; Executa apenas auditoria contbil; O principal objetivo emitir um parecer ou opinio sobre as demonstraes contbeis, no sentido de verificar se estas refletem adequadamente a posio patrimonial e financeira, o resultado das operaes e as origens e aplicaes de recursos da empresa examinada. Tambm, se essas demonstraes foram elaboradas de acordo com os princpios contbeis e se esses princpios foram aplicados com uniformidade em relao ao exerccio social anterior. Menor volume de testes, j que o auditor externo est interessado em erros que individualmente ou cumulativamente possam alterar de maneira substancial as informaes das demonstraes contbeis.

10 - Controle Interno O controle interno representa em uma organizao o conjunto de

procedimentos, mtodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contbeis confiveis e ajudar a administrao na conduo ordenada dos negcios da empresa. Os dois primeiros objetivos representam controles contbeis e o ltimo, controles administrativos.

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So exemplos de controles contbeis: Sistema de conferncia, aprovao e autorizao. Segregao de funes Controles fsicos sobre ativos Auditoria interna

So exemplos de controles administrativos Anlise estatstica de lucratividade por linha de produtos Controle de qualidade Treinamento de pessoal Anlise das variaes entre valores orados e os incorridos

10.1 - Trabalho de Campo As normas de auditoria, referentes ao trabalho no campo, estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim de determinar a natureza, poca e extenso dos procedimentos de auditoria.

Controle Interno

Volume de testes O auditor independente executa os seguintes passos na avaliao do controle interno: Levanta o sistema de controle interno10

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Verifica se o sistema levantado o que est sendo seguido na prtica Avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato erros e irregularidades

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Determina tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria. O auditor deve avaliar os controles contbeis e os administrativos relacionados com os dados e relatrios contbeis.

10.2 - Princpios fundamentais dos controles contbeis A administrao da empresa responsvel pelo estabelecimento do sistema de controle interno, pela verificao do bom funcionamento desses controles assim como por modificaes nesses controles. 10.3 - Responsabilidade As atribuies dos funcionrios ou setores internos da empresa devem ser claramente definidas e limitadas, de preferncia por meio de manuais internos de organizao. As razes para de definirem as atribuies so: Assegurar que todos os procedimentos de controle sejam executados Detectar erros e irregularidades Apurar as responsabilidades por eventuais omisses na realizao das transaes da empresa Exemplos de tarefas internas de controle: Aprovao de aquisio de bens e servios

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Execuo do processo de aquisio (cotao de preos, seleo do fornecedor e formalizao da compra).

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Certificao do recebimento de bens ou prestao de servios Programao financeira do pagamento Aprovao de vendas Preparo da nota fiscal de venda Controle de cobrana de vendas Recebimento de numerrios Controle de registro de empregados

10.4 - Rotinas internas A empresa deve observar as rotinas segundo os manuais de cargos e funes 10.5 - Acesso aos ativos A empresa deve limitar o acesso dos funcionrios a seus ativos e estabelecer controles fsicos sobre esses. So exemplos de ativos: Numerrios recebidos antes de ser depositado em conta corrente Numerrios de envelopes de dinheiro de salrio

So exemplos de controles fsicos sobre ativos: Cofre Revista de funcionrios e terceiros ao sarem das empresas

Obs.: O acesso aos ativos podem ser de forma direta (fisicamente) ou indireta (documentos que autorizem a movimentao)[email protected] 12

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10.6 - Segregao de funes A segregao de funes consiste em estabelecer que uma mesma pessoa no possa ter acesso aos ativos e aos registros contbeis. Os registros contbeis compreendem o razo geral e os registros iniciais, intermedirios e finais. O acesso a esses registros pela mesma pessoa que manuseia os ativos poder alterar mais facilmente as informaes. 10.7 - Confronto dos ativos com os registros A empresa deve estabelecer procedimentos de forma que seus ativos, sob responsabilidade de alguns funcionrios, sejam periodicamente confrontados com os registros contbeis. So exemplos desses controles: Contagem de caixa e comparao com o saldo do razo geral Conciliao bancria Inventrios fsicos de bens em estoque com o razo

10.8 - Amarrao do sistema O sistema de controle interno deve ser concebido de maneira que sejam registradas apenas as transaes autorizadas, por seus valores corretos e dentro do perodo de competncia. Esse fato exige uma srie de providncias tais com: Conferncia independente dos clculos

10.9 - Custo do controle x benefcio O custo do controle no deve exceder ao benefcio.

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10.10 - Desfalques temporrios e permanentes Para um funcionrio praticar um desfalque, ele tem de ter acesso aos ativos da empresa. Os desfalques podem ser temporrios ou permanentes, no desfalque temporrio o funcionrio se apossa do bem da empresa sem alterar o registro contbil, no desfalque permanente o funcionrio se apossa do bem e altera o registro contbil. Ex. Desfalque temporrio: Recebimento de clientes pelo funcionrio sem a devida baixa no contas a receber - Ex. Desfalque permanente: Roubo de uma matria-prima com baixa nos lanamentos contbeis (conta de despesa ) 10.11 - Levantamento do sistema de controle interno As informaes sobre o sistema de controle interno so obtidas das seguintes formas: Leitura dos manuais internos de organizao e procedimentos Entrevista com funcionrios Inspeo fsica desde o incio da operao

As informaes obtidas sobre o controle interno so registradas pelo auditor em: Memorados narrativos Questionrio padronizado fluxograma14

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10.12 - Avaliao do controle interno A avaliao do controle interno compreende: Determinar erros ou irregularidades Verificar se o sistema de controle detectaria com eficincia erros ou irregularidades Analisar fraquezas ou falta de controle Emitir relatrio para aprimoramento do controle interno

11 Campo de atuao da auditoria Auditoria contbil/tributria Auditoria Operacional Auditoria de sistemas informatizados Auditoria de gesto

11.1 Auditoria contbil/tributria Tem por objetivo a execuo de procedimentos de auditoria que garantam a confiabilidade das demonstraes contbeis e os procedimentos principais e acessrios referentes legislao fiscal. 11.2 Auditoria operacional Tem por objetivo assistir os membros da administrao a exercer de forma efetiva suas responsabilidades, fornecendo anlises objetivas, avaliaes, recomendaes e outros comentrios pertinentes s atividades revisadas, de forma que a estrutura de controle de cada departamento esteja adequada, para atender as polticas gerais da empresa, outros departamentos, necessidades de administrao departamental, assuntos financeiros e contbeis. A auditoria operacional pode ser aplicada a funes, tais como:[email protected] 15

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Controle de qualidade Controle de produo Operaes de Marketing Desenvolvimento e pesquisa Administrao de pessoal Segurana fsica

11.3 Auditoria de sistemas Tem por objetivo garantir a fidelidade nos mecanismos controlados por programas de informtica 11.4 Auditoria de gesto Os objetivos da auditoria de gesto esto calcados em: Apreciao e avaliao do sistema de planejamento estratgico Apreciao e avaliao da organizao global da empresa Apreciao e avaliao do sistema oramentrio e sua conexo com o planejamento estratgico Apreciao e avaliao da estrutura jurdica e societria, face aos objetivos estratgicos. Apreciao dos sistemas de comunicao estratgicas e operacionais

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Exemplo de alguns processos a serem auditados pelos auditores de gesto: O plano sistmico e de comunicao Programas de qualidade total Programao estratgica de novas atividades ou tecnolgicas Programao de recursos humanos Estrutura acionria e jurdica da empresa

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12 CONCEITOS BSICOS DE AUDITORIA Objetivo do auditor externo: emitir opinio (parecer) sobre as demonstraes financeiras examinadas: BP, DRE, DMPL, DFC, DVA e Notas explicativas, etc. Para isso o auditor precisa: Planejar os trabalhos; Avaliar o sistema de controle interno relacionado; Reviso analtica-contas do ativo, passivo, despesas e receitas; Estabelecer a natureza, datas extenso dos procedimentos de auditoria; contidas nas

Colher evidncias comprobatrias das informaes Demonstraes Financeiras e avaliar essas evidncias. Emite o Parecer

AUDITOR PLANEJA O TRABALHO

AVALIA O CONTROLE INTERNO

EFETUA A REVISO ANALTICA

EXECUTA OS PROCEDIMENTOS DA AUDITORIA COLHE EVIDNCIAS AVALIA EVIDNCIAS

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EMITE O PARECER

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13. PLANEJAMENTO DE AUDITORIAAs normas de auditoria exigem que o trabalho de auditoria seja adequadamente planejado. Os principais objetivos a serem atingidos so os seguintes: Adquirir conhecimento sobre a natureza das operaes, dos negcios e forma de organizao da empresa; Planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares; Obter maior cooperao do pessoal da empresa; Determinar a natureza, amplitude e datas dos testes de auditoria; Identificar previamente problemas relacionados com contabilidade, auditoria e impostos. 13.1 COMO ADQUIRIR CONHECIMENTOS SOBRE A EMPRESA AUDITADA O auditor externo deve adquirir ou restabelecer conhecimentos sobre a empresa para que possa planejar e efetuar seu exame de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas. Para obter esse conhecimento, o auditor externo deve estudar, principalmente, as seguintes reas da empresa: a) FINANCEIRA: Comportamento do fluxo de caixa; Se as operaes da empresa esto gerando recursos suficientes para sustent-la financeiramente; Principais credores bancrios, encargos financeiros e forma de pagamento; Possveis problemas de liquidez; Se os fornecedores esto sendo pagos em dia;18

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Principais fornecedores e suas condies financeiras; Se existem contas de clientes em atraso; Principais clientes e suas condies financeiras; Principais investimentos feitos ao longo do ano e a situao econmico-financeira das empresas investidas.

b) CONTBIL: Princpios contbeis adotados na elaborao das demonstraes contbeis; Uniformidade, de um exerccio social para outro, na aplicao desses princpios; Quando as demonstraes contbeis estaro prontas; Se as anlises das contas esto sendo preparadas regularmente ao longo do ano; Se forem ou esto sendo tomadas providncias para corrigir as irregularidades ou erros identificados nas anlises das contas. c) ORAMENTRIA: -

Situao atual do oramento em comparao com o incorrido; Explicaes para as variaes significativas entre o orado e o real;Projees at o fim do exerccio social.

d) PESSOAL: Poltica de admisses; Poltica de treinamento; Poltica de avaliao; Poltica de aumentos salariais;19

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Estrutura organizacional da empresa; Sada de colaboradores importantes.

e) FISCAL E LEGAL: Situao atual de processos envolvendo o nome da empresa; Livros fiscais e legais e sua escriturao; Resultado das investigaes realizadas pelas autoridades fiscais; Mudanas no contrato social ou estatuto.

f) OPERAES: Principais aquisies de bens do ativo imobilizado; Principais baixas de bens de ativo imobilizado; Mquinas paradas, obsoletas, etc.; Estoques obsoletos ou de lento movimento; Novos produtos; Planejamento do inventrio fsico anual.

g) VENDAS: Situao da empresa no mercado em comparao com os concorrentes; Poltica de propaganda/ marketing; Causas das devolues de vendas; Poltica de garantia dos produtos.

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h) SUPRIMENTOS: Limites de aprovao de compras; Sistema de compras (informao da necessidade de compra, pesquisa de possveis fornecedores, cotao de preos aos fornecedores, seleo de melhor proposta de compra); Problemas potenciais de compra (nico fornecedor, dificuldade de importao, crescimento muito elevado dos preos das matrias-primas, etc.). 13.2 PLANEJAMENTO DE MAIOR VOLUME DE HORAS NAS AUDITORIAS PRELIMINARES No Brasil e em vrios pases, a maioria das empresas encerra seu exerccio social em dezembro de cada ano. Esse fato ocasiona acmulo de servios nas firmas de auditoria externa nos meses seguintes a dezembro, enquanto nos outros meses de ano (em geral abril a dezembro) essas firmas tm certa ociosidade. Para contornar esse problema, os auditores externos executam, sempre que possvel, utiliza um maior volume de servios de auditoria nas visitas preliminares. Abaixo exemplos de algumas reas para as quais o auditor externo pode efetuar servios de auditoria na visita preliminar: Levantamento e avaliao do sistema de controle interno; Reviso analtica das demonstraes contbeis intermedirias; Teste das receitas e das despesas acumuladas at a data da visita preliminar; Teste das compras (matria-prima, bens do imobilizado, etc.) at a data da visita preliminar; Teste de depreciao, amortizao e exausto registradas no perodo;

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Resumo de atas; etc. Por ocasio da visita preliminar, o auditor externo pode executar tambm auditoria

sobre o saldo das contas do balano patrimonial. Entretanto, esse fato depender do grau de confiana que ele possa depositar no sistema de controle interno da empresa. 13.3 COOPERAO DO PESSOAL DA EMPRESA A firma de auditoria tem um custo elevado com os seus funcionrios, por serem eles de formao superior, e, tambm, a necessidade de um alto investimento em treinamento, devido ao fato desse tipo de servio exigir um grau de conhecimento tcnico muito grande. Como conseqncia, o preo de um servio de auditoria para uma empresa no barato. Portanto, o auditor externo deve, sempre que possvel, utilizar o pessoal da empresa para que o seu servio saia por um valor razovel. Exemplificando, o auditor externo poderia utilizar o pessoal da empresa nos seguintes servios: Apanhar documentos nos arquivos da empresa; Preencher os papis de trabalho de movimentao de contas de investimento, ativo imobilizado, ativo diferido e PL; Preparar reconciliaes bancrias; Reconciliar as cartas de confirmaes de saldos de clientes e fornecedoras com os registros da empresa, etc. O auditor externo deve fazer alguns testes para certificar-se de que esses servios, feitos pelo pessoal da empresa, esto adequados.

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13.4 IDENTIFICAO PRVIA DE PROBLEMAS A auditoria deve ser planejada de modo que os problemas sejam evidenciados com antecedncia, para que a administrao da empresa tenha tempo de solucion-los sem que haja atraso na divulgao das demonstraes financeiras anuais. Esse fato exige que o auditor execute os testes de auditoria primeiramente nas contas com possveis problemas, contas essas que so evidenciadas pela avaliao do sistema de controle interno e da reviso analtica. Exemplificaremos, a seguir, os problemas relacionados com contabilidade, auditoria e impostos, que poderiam ser identificados a priori pelo auditor externo: Falta de atendimento de novas normas contbeis emitidas pela CVM ou pelo IBRACON; Quebra da uniformidade da aplicao de princpios contbeis, tornando necessria a divulgao em nota explicativa e meno no parecer do auditor externo; Novas transaes registradas em desacordo com os princpios de contabilidade; Erros nos procedimentos ou clculos das depreciaes, amortizaes, exaustes etc. Impostos calculados erroneamente ou no recolhidos dentro do prazo estabelecido; Provises aparentemente baixas ou altas; Ativos registrados como despesas e despesas registradas como ativo; Transaes que esto sendo registradas com base no regime de caixa; Falta de atendimento de recentes legislaes fiscais.

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13.5 PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 1) Providncias para a reunio com a gerncia da empresa Leia o parecer e as demonstraes financeiras do exerccio social anterior; Leia o relatrio-comentrio do exerccio social anterior; Leia as pastas correntes do exerccio social anterior, a pasta permanente e a pasta de correspondncias. Leia as atas de reunio de acionistas, do conselho de administrao, da diretoria e do conselho fiscal; Leia os relatrios de auditoria interna emitidos durante o exerccio social seguinte; Visite a fbrica e os principais departamentos da empresa; Leia as legislaes fiscais e as normas de contabilidade e de auditoria emitidas durante o exerccio social e aplicveis empresa sob exame; No caso de primeira auditoria, visite o auditor externo anterior e leia seus papis de trabalho. Na reunio com a gerncia da empresa discuta todos os pontos acima. 2) AUDITORIA PRELIMINAR Levante o sistema de controle interno, relacionado com a parte contbil, e o avalie; Execute o procedimento de reviso analtica para as demonstraes contbeis preliminares; Revise os trabalhos feitos pela auditoria interna durante o exerccio social e determine at que ponto podemos confiar nesses trabalhos para reduzir o volume de testes detalhados;[email protected] 24

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Estabelea o valor de materialidade. Materialidade em auditoria quer dizer que se ocorresse um erro ou irregularidade at que ponto esse valor no levaria os leitores a terem um entendimento errneo sobre as demonstraes contbeis. A determinao desse valor muito importante principalmente nos seguintes casos: Evidenciar as contas e transaes importantes; Limitar erros ou irregularidades que o auditor externo pode aceitar sem precisar dar uma ressalva no seu parecer; Especificar as informaes que devem ser divulgadas em notas explicativas (por exemplo, se o estoque no um item material no balano e tambm na determinao do lucro da empresa, no h necessidade de divulgar em nota explicativa sua forma de avaliao). Fixar o valor material para as demonstraes contbeis depende muito da experincia do auditor externo e de sua sensibilidade com relao empresa auditada. Na prtica, tm sido usados alguns percentuais sobre dados contbeis, conforme exemplificados a seguir: 1% sobre o total do ativo; 1% sobre o total de receitas operacionais; 5% sobre o patrimnio lquido.

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Estabelea os procedimentos de auditoria e quantidade de testes a serem feitos para os grupamentos de contas do balano patrimonial e da demonstrao do resultado do exerccio. Se os programas-padro da firma de auditoria no se adaptam empresa, altere-os ou

elabore novos programas de auditoria. Efetue todos os procedimentos de auditoria relacionados com a visita preliminar;25

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Atualize a pasta permanente. Revise o relatrio-comentrio do ano anterior com a empresa, verifique quais foram as providncias tomadas para solucionar os problemas mencionados e emita, se necessrio, novo relatrio-comentrio. Esse novo relatrio deve conter os pontos do relatrio anterior que no foram

atendidos pela empresa e os problemas encontrados na visita preliminar. Antes de sair da empresa assegure-se de que todos os papis de trabalho foram revisados e que todos os pontos de reviso foram vistos.

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NORMAS DE AUDITORIANBC T 11 NORMAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS 14 - PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Os procedimentos de auditoria so os conjuntos de tcnicas que permitem ao auditor obter evidncias ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinio sobre as demonstraes contbeis auditadas e abrangem testes de observncia e testes substantivos. Os testes de observncia visam obteno de razovel segurana de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administrao esto em efetivo funcionamento e cumprimento. Os testes substantivos visam obteno de evidncia quanto suficincia, exatido e validade dos dados produzidos pelo sistema contbil da entidade, dividindo-se em: a) testes de transaes e saldos; b) procedimentos de reviso analtica. 15 - PAPIS DE TRABALHO NORMA DO CFC PAPIS DE TRABALHO E DOCUMENTAO DE AUDITORIARESOLUO NR. 828/98

Os papis de trabalho so os conjuntos de documentos e apontamentos com informaes e provas coligidas pelo auditor, preparados de forma manual, por meios eletrnicos ou por outros meios, que constituem a evidncia do trabalho executado e o fundamento de sua opinio. Os papis de trabalho so de propriedade exclusiva do auditor, responsvel por sua guarda e sigilo. Esta Interpretao visa explicitar a respeito da documentao mnima obrigatria a ser gerada no contexto da auditoria das demonstraes contbeis. 15.1 CONSIDERAES GERAIS 1. O auditor deve documentar todas as questes que foram consideradas importantes para proporcionar evidncia, visando a fundamentar o parecer da auditoria e comprovar que a

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auditoria foi executada de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis. 2. Os papis de trabalho constituem a documentao preparada pelo auditor ou fornecida a este na execuo da auditoria. Eles integram um processo organizado de registro de evidncias da auditoria, por intermdio de informaes em papel, filmes, meios eletrnicos ou outros que assegurem o objetivo a que se destinam. 3. Os papis de trabalho destinam-se a: a) Ajudar, pela anlise dos documentos de auditorias anteriores, ou pelos coligidos quando da contratao de uma primeira auditoria, no planejamento e execuo da auditoria; b) Facilitar a reviso do trabalho de auditoria; c) Registrar as evidncias do trabalho executado, para fundamentar o parecer do auditor independente. 15.2 FORMA E CONTEDO DOS PAPIS DE TRABALHO 4. O auditor deve registrar nos papis de trabalho informao relativa ao planejamento de auditoria, a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos aplicados, os resultados obtidos e suas concluses da evidncia da auditoria. Os papis de trabalho devem incluir o juzo do auditor acerca de todas as questes significativas, juntamente com a concluso a que chegou. Nas reas que envolvem questes de princpio ou de julgamento difcil, os papis de trabalho devem registrar os fatos pertinentes que eram do conhecimento do auditor no momento em que chegou s suas concluses. 5. A extenso dos papis de trabalho assunto de julgamento profissional, visto que no necessrio nem prtico documentar todas as questes de que o auditor trata; entretanto, qualquer matria que, por ser relevante, possa influir sobre o seu parecer, deve gerar papis de trabalho que apresentem as indagaes e concluses do auditor. Ao avaliar [email protected] 28

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extenso dos papis de trabalho, o auditor deve considerar o que seria necessrio para proporcionar a outro auditor, sem experincia anterior com aquela auditoria, o entendimento do trabalho executado e a base para as principais decises tomadas, sem adentrar os aspectos detalhados da auditoria. possvel que esse outro auditor somente possa entender os fatos analisados pela auditoria discutindo-os com os auditores que preparam os papis de trabalho. 6. Os papis de trabalho so elaborados, estruturados e organizados para atender s circunstncias do trabalho e satisfazer as necessidades do auditor para cada auditoria. 7. Os papis de trabalho padronizados podem melhorar a eficcia dos trabalhos, e sua utilizao facilita a delegao de tarefas, proporcionando meio adicional de controle de qualidade. Entre os papis de trabalho padronizados encontram-se, alm de outros: listas de verificao de procedimentos, cartas de confirmao de saldos, termos de inspees fsicas de caixa, de estoques e de outros ativos. 8. O auditor pode usar quaisquer documentos e demonstraes preparadas ou fornecidas pela entidade, desde que avalie sua consistncia e se satisfaa com sua forma e contedo. 9. Os papis de trabalho, alm de outros mais especficos, incluem: a) Informaes sobre a estrutura organizacional e legal da entidade; b) Cpias ou excertos de documentos legais, contratos e atas; c) Informaes sobre os setores de atividades, ambiente econmico e legal em que a entidade opera; d) Evidncias do processo de planejamento, incluindo programas de auditoria e quaisquer mudanas nesses programas; e) Evidncias de avaliao dos riscos de auditoria;

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f) Evidncias de avaliao e concluses do auditor e reviso sobre o trabalho da auditoria interna; g) Anlises de transaes, movimentao e saldos de contas; h) Anlises de tendncias, coeficientes, quocientes, ndices e outros indicadores significativos; i) Registro da natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria e seus resultados; j) Evidncias de que o trabalho executado pela equipe tcnica foi supervisionado e revisado; k) Indicao de quem executou e revisou os procedimentos de auditoria e de quando o fez; l) Detalhes dos procedimentos relativos a demonstraes contbeis auditadas por outro auditor; m) Cpias de comunicaes com outros auditores, peritos, especialistas e terceiros; n) Cpias de comunicaes administrao da entidade, e suas respostas, em relao aos trabalhos, s condies de contratao e s deficincias constatadas, inclusive no controle interno; o) Cartas de responsabilidade da administrao; p) Concluses do auditor acerca de aspectos significativos, incluindo o modo como foram resolvidas ou tratadas questes no-usuais; q) Cpias das demonstraes contbeis, assinadas pela administrao da entidade e pelo contabilista responsvel, e do parecer e relatrios do auditor.

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10. No caso de auditorias realizadas em vrios perodos consecutivos, alguns papis de trabalho, desde que sejam atualizados, podem ser reutilizados, diferentemente daqueles que contm informaes sobre a auditoria de um nico perodo. 15.3 CONFIDENCIALIDADE, CUSTDIA E PROPRIEDADE DOS PAPIS DE TRABALHO. a) O auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custdia dos papis de trabalho pelo prazo de cinco anos, a partir da data de emisso do seu parecer. b) A confidencialidade dos papis de trabalho dever permanente do auditor. c) Os papis de trabalho so de propriedade exclusiva do auditor. Partes ou excertos destes podem, a critrio do auditor, ser postos disposio da entidade. 15.4 PONTOS ESSENCIAIS DOS PAPEIS DE TRABALHO a) Conciso: Todos entendam sem a explicao de quem elaborou; b) Objetividade: Aonde o auditor quer chegar; c) De forma a no prejudicar: d) Lgica: Seqncia material; e) Completos

15.5 TIPOS DE PAPEIS DE TRABALHO Correntes e Permanentes Cdulas Mestres e Suportes (6 a 14 colunas)

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Cliente: ___________________________________________ Conta: ___________________________________________Professor Madison Lus Guilherme 2009

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16 - FRAUDE E ERROResoluo CFC NR. 836/99 16.1 - INTRODUO Esta Interpretao visa explicitar as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis, proporcionando esclarecimentos adicionais sobre a responsabilidade do auditor nas fraudes e erros, nos trabalhos de auditoria. 1 - O termo fraude refere-se a ato intencional de omisso ou manipulao de transaes, adulterao de documentos, registros e demonstraes contbeis. A fraude pode ser caracterizada por: a) Manipulao, falsificao ou alterao de registros ou documentos, de modo a modificar os registros de ativos, passivos e resultados; b) Apropriao indbita de ativos; c) Supresso ou omisso de transaes nos registros contbeis; d) Registro de transaes sem comprovao; e) Aplicao de prticas contbeis indevidas. 2 - O termo erro refere-se a ato no-intencional na elaborao de registros e demonstraes contbeis, que resulte em incorrees deles, consistente em: a) Erros aritmticos na escriturao contbil ou nas demonstraes contbeis; b) Aplicao incorreta das normas contbeis; c) Interpretao errada das variaes patrimoniais.

16. 2 - A RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAO A responsabilidade primeira na preveno e identificao de fraudes e/ou erros da administrao da entidade, mediante a manuteno de adequado sistema de controle interno, que, entretanto, no elimina o risco de sua ocorrncia.

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16.3 - A RESPONSABILIDADE DO AUDITOR 1. O auditor no responsvel nem pode ser responsabilizado pela preveno de fraudes ou erros. Entretanto, deve planejar seu trabalho avaliando o risco de sua ocorrncia, de forma a ter grande probabilidade de detectar aqueles que impliquem efeitos relevantes nas demonstraes contbeis. 2. Ao planejar a auditoria, o auditor deve indagar da administrao da entidade auditada sobre qualquer fraude e/ou erro que tenham sido detectados. 3. Ao detect-los, o auditor tem a obrigao de comunic-los administrao da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possveis efeitos no seu parecer, caso elas no sejam adotadas. 16.4 - A DETECO DE FRAUDES E ERROS 1. O auditor dever avaliar criticamente o sistema contbil, incluindo o controle interno, tanto em termos de concepo quanto de funcionamento efetivo, concedendo especial ateno s condies ou eventos que representem aumento de risco de fraude ou erro, que incluem: a) Estrutura ou atuao inadequada da administrao da entidade auditada ou de algum dos seus membros; b) Presses internas e externas; c) Transaes que paream anormais; d) Problemas internos no cumprimento dos trabalhos de auditoria; e) Fatores especficos no ambiente de sistemas de informao computadorizados. Exemplos dessas condies ou eventos so apresentados a seguir: 1) Estrutura ou atuao inadequada da administrao a) A alta administrao controlada por pessoa ou pequeno grupo, no existindo estrutura de superviso eficaz; b) Existe uma estrutura empresarial complexa aparentemente no justificada; c) As deficincias importantes de controle interno no so corrigidas, mesmo quando isso praticvel;[email protected] 34

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d) Existe uma alta rotao do pessoal-chave das reas financeira, contbil e de auditoria interna; e) A rea de contabilidade apresenta insuficincia, significativa e prolongada, de pessoal e condies de trabalho inadequadas; f) H mudanas freqentes de auditores e/ou advogados; g) A reputao da administrao duvidosa. 2) Presses internas e externas a) O setor econmico no qual a entidade se insere est em declnio, e as falncias esto aumentando; b) o capital de giro insuficiente, devido diminuio de lucros ou expanso muito rpida; c) os lucros esto se deteriorando, e a administrao da entidade vem assumindo maiores riscos em suas vendas a prazo, est alterando suas praxes comerciais ou escolhendo alternativas de prticas contbeis com o intuito de melhorar o resultado; d) A entidade necessita de uma tendncia de lucro crescente para suportar o preo de mercado de suas aes, devido oferta pblica, transferncia de controle ou outra razo; e) A entidade tem um investimento significativo em um setor ou linha de produto conhecido por estar sujeito a mudanas rpidas; f) A entidade depende muito de uma ou de uns poucos produtos, clientes ou fornecedores; g) A alta administrao est sofrendo presso financeira; h) O pessoal da rea contbil est sendo pressionado para concluir a elaborao das demonstraes contbeis; i) Existem questes internas e/ou externas que provocam dvidas quanto continuidade normal das atividades da entidade; j) H desentendimentos entre os acionistas, quotistas e a administrao.

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3. Transaes que paream anormais a) Especialmente as que tenham efeitos significativos sobre os resultados, realizados em datas prximas do fim do exerccio; b) Aquelas de natureza complexa, com os decorrentes tratamentos contbeis; c) Realizadas com partes relacionadas; d) Pagamentos que paream excessivos em relao aos servios prestados. 4. Problemas internos no cumprimento dos trabalhos de auditoria a) Registros inadequados, arquivos incompletos, ajustes excessivos nos livros e contas, transaes no registradas de acordo com os procedimentos usuais e contas no conciliadas com os registros; b) Documentao inadequada de transaes, com falta de autorizao, sem documento de apoio e/ou alterado. Quaisquer desses problemas de documentao assumem significncia maior quando relacionados a transaes no usuais ou de valor relevante; c) Diferenas excessivas entre os registros contbeis e as confirmaes de terceiros; d) Conflitos na evidncia de auditoria; e) Mudanas inexplicveis nos indicadores econmicos, financeiros e operacionais; f) Respostas evasivas ou ilgicas da administrao s indagaes do auditor; g) Experincia anterior com fraude e/ou erro; h) Cliente novo sem auditoria anterior. 5) Fatores especficos no ambiente de sistemas de informao computadorizados a) Incapacidade ou dificuldade para extrair informaes dos arquivos de computador, devido falta de documentao, ou documentao desatualizada, de programas ou contedos de registros; b) Grande quantidade de alteraes nos programas que no foram documentadas, aprovadas e testadas;

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c) Falta de conciliao geral entre as transaes processadas em forma computadorizada e as bases de dados, de um lado, e os registros contbeis, de outro. 16.5 - AS LIMITAES INERENTES AUDITORIA 1. Devido s limitaes inerentes auditoria, existe risco inevitvel de que distores relevantes resultantes de fraude e, em menor grau, de erro possam deixar de ser detectadas. Caso se descubra posteriormente que, durante o perodo coberto pelo parecer do auditor, exista distoro relevante no refletida ou no corrigida nas demonstraes contbeis, resultante de fraude e/ou relevante no refletida ou no corrigida nas demonstraes contbeis, resultante de fraude e/ou erro, isto no indica que o auditor no cumpriu as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis. O que vai determinar se o auditor cumpriu estas normas a adequao dos procedimentos de auditoria adotados nas circunstncias e do seu parecer com base nos resultados desses procedimentos. 2. O risco de no detectar distoro relevante resultante de fraude maior do que o risco de no detectar distoro relevante resultante de erro, porque a fraude normalmente envolve atos planejados para ocult-la, como, por exemplo, conluio, falsificao, falha deliberada no registro de transaes ou apresentao de informaes intencionalmente erradas ao auditor. Salvo se a auditoria revelar evidncia em contrrio, o auditor normalmente aceita informaes como verdadeiras e registros e documentos como genunos. 3. Embora a existncia de sistema contbil e de controle interno eficaz reduza a probabilidade de distoro das demonstraes contbeis resultante de fraude e/ou erro, sempre ir existir algum risco de que os controles internos no funcionem como planejados. Alm disso, qualquer sistema contbil e de controle interno pode ser ineficaz contra fraude que envolva conluio entre empregados ou cometida pela administrao. Certos nveis da administrao podem estar em condio de burlar controles que previnam fraudes similares por parte de outros empregados; por exemplo, instruindo subordinados para registrar transaes incorretamente ou ocult-las, ou sonegando informaes relativas a transaes. 16.6 - PROCEDIMENTOS QUANDO EXISTE INDICAO DE FRAUDE OU ERRO 1. Quando a aplicao de procedimentos de auditoria, planejados com base na avaliao de risco, indicar a provvel existncia de fraude e/ou erro o auditor deve considerar o efeito potencial sobre as demonstraes contbeis. Se acreditar que tais fraudes e erros podem resultar em distores relevantes nas demonstraes contbeis, o auditor deve modificar seus procedimentos ou aplicar outros, em carter adicional.

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4. A extenso desses procedimentos adicionais ou modificados depende do julgamento do auditor quanto: a) Aos possveis tipos de fraude e/ou erro; b) probabilidade de que um tipo particular de fraude e/ou erro possa resultar em distores relevantes nas demonstraes contbeis. 5. Salvo quando houver circunstncias indicando claramente o contrrio, o auditor no pode presumir que um caso de fraude e/ou erro seja ocorrncia isolada. Se necessrio, ele deve revisar a natureza, a oportunidade e a extenso dos procedimentos de auditoria. 16.7 - OS EFEITOS DE FRAUDE E/O ERRO NO PARECER DO AUDITOR 1. Se o auditor concluir que a fraude e/ou erro tm efeito relevante sobre as demonstraes contbeis e que isso no foi apropriadamente refletido ou corrigido, ele deve emitir seu parecer com ressalva ou com opinio adversa. 2. Se o auditor no puder determinar se houve a fraude e/ou erro devido a limitaes impostas pelas circunstncias, e no pela entidade, deve avaliar o tipo de parecer e emitir. 16.8 - AS COMUNICAES DE FRAUDE E/OU ERRO administrao 1. O auditor sempre deve comunicar administrao da entidade auditada descobertas factuais envolvendo fraude dependendo das circunstncias, de forma verbal ou escrita , to cedo quando possvel, mesmo que o efeito potencial sobre as demonstraes contbeis seja irrelevante. 2. Ao determinar o representante apropriado da entidade auditada a quem comunicar ocorrncias de erros relevantes ou fraude, o auditor deve considerar todas as circunstncias. Com respeito fraude, o auditor deve avaliar a probabilidade de envolvimento da alta administrao. Na maior parte dos casos que envolvem fraude, seria apropriado comunicar a questo a um nvel da estrutura organizacional da entidade acima do nvel responsvel pelas pessoas que se acredita estejam implicadas. Quando houver dvida quanto ao envolvimento da alta administrao da entidade, antes de qualquer comunicao por escrito o auditor deve avaliar as circunstncias do fato. A terceiros O sigilo profissional normalmente impede o auditor de comunicar fraude e/ou erros a terceiros. Todavia, em certas circunstncias, quando houver obrigao legal de faz-lo, [email protected] 38

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auditor poder ser requerida a quebra do sigilo profissional. Aplicam-se neste caso o Cdigo de tica Profissional dos Contabilistas e as Normas Profissionais de Auditor Independente. 16.9 - A RENNCIA AO TRABALHO 1. O auditor pode concluir que necessrio retirar-se do trabalho, quando a entidade no tomar as medidas corretivas relacionadas com fraude que ele considera necessrias s circunstncias, mesmo quando a fraude for relevante para as demonstraes contbeis. Entre os fatores passveis de afetar a concluso do auditor est as implicaes de envolvimento da alta administrao da entidade, o que pode acarretar o abalo na confiabilidade das informaes da administrao da entidade auditada e o impacto, para o auditor, da continuidade de seu vnculo profissional com a entidade. 17. NORMAS DE EXECUO DOS TRABALHOS 17.1 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA O planejamento pressupe adequado nvel de conhecimento sobre as atividades, os fatores econmicos, legislao aplicvel e as prticas operacionais da entidade, e o nvel geral de competncia de sua administrao. O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execuo dos trabalhos, especialmente os seguintes: a) o conhecimento detalhado das prticas contbeis adotadas pela entidade e as alteraes procedidas em relao ao exerccio anterior; b) o conhecimento detalhado do sistema contbil e de controles internos da entidade e seu grau de confiabilidade; c) os riscos de auditoria e identificao das reas importantes da entidade quer pelo volume de transaes, quer pela complexidade de suas atividades; d) a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria a serem aplicados; e) a existncia de entidades associadas, filiais e partes relacionadas; f) o uso dos trabalhos de outros auditores independentes, especialistas e auditores internos; g) a natureza, contedo e oportunidade dos pareceres, relatrios e outros informes a serem entregues entidade; h) a necessidade de atender prazos estabelecidos por entidades reguladoras ou fiscalizadoras e para a entidade prestar informaes aos demais usurios externos. O auditor deve documentar seu planejamento geral e preparar programas de trabalho por escrito, detalhando o que for necessrio compreenso dos procedimentos que sero aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extenso.

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Os programas de trabalho devem ser detalhados de forma a servir como guia e meio de controle de sua execuo. Quando for realizada uma auditoria pela primeira vez na entidade, ou quando as demonstraes contbeis do exerccio anterior tenham sido examinadas por outro auditor, o planejamento deve contemplar os seguintes procedimentos: a) obteno de evidncias suficientes de que os saldos de abertura do exerccio no contenham representaes errneas ou inconsistentes que, de alguma maneira, distoram as demonstraes contbeis do exerccio atual; b) exame da adequao dos saldos de encerramento do exerccio anterior com os saldos de abertura do exerccio atual; c) verificao se as prticas contbeis adotadas no atual exerccio so uniformes com as adotadas no exerccio anterior; d) identificao de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade e sua situao patrimonial e financeira; e) identificao de relevantes eventos subseqentes ao exerccio anterior, revelados ou no revelados. 17.2 RELEVNCIA Os exames de auditoria devem ser planejados e executados na expectativa de que os eventos relevantes relacionados com as demonstraes contbeis sejam identificados. A relevncia deve ser considerada pelo auditor quando: a) determinar a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria; b) avaliar o efeito das distores sobre os saldos, denominaes e classificao das contas; c) determinar a adequao da apresentao e da divulgao da informao contbil. 17.3 RISCO DE AUDITORIA Risco de auditoria a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinio tecnicamente inadequada sobre demonstraes contbeis significativamente incorretas. A anlise dos riscos de auditoria deve ser feita na fase de planejamento dos trabalhos considerando a relevncia em dois nveis: a) em nvel geral, considerando as demonstraes contbeis tomadas no seu conjunto, bem como as atividades, qualidade da administrao, avaliao do sistema contbil e de controles internos e situao econmica e financeira da entidade; b) em nveis especficos, relativos ao saldo das contas ou natureza e volume das transaes.

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Para determinar o risco da auditoria, o auditor deve avaliar o ambiente de controle da entidade, compreendendo: a) a funo e envolvimento dos administradores nas atividades da entidade; b) a estrutura organizacional e os mtodos de administrao adotados, especialmente quanto a limites de autoridade e responsabilidade; c) as polticas de pessoal e segregao de funes; d) a fixao, pela administrao, de normas para inventrio, para conciliao de contas, preparao de demonstraes contbeis e demais informes adicionais; e) as implantaes, modificaes e acesso aos sistemas de informao computadorizada, bem como acesso a arquivos de dados e possibilidade de incluso ou excluso de dados; f) o sistema de aprovao e registro de transaes; g) as limitaes de acesso fsico a ativos e registros contbeis e/ou administrativos; h) as comparaes e anlises dos resultados financeiros com dados histricos e/ou projetados.

17.4 SUPERVISO E CONTROLE DE QUALIDADE Na superviso dos trabalhos da equipe tcnica durante a execuo da auditoria, o auditor deve: a) avaliar o cumprimento do planejamento e do programa de trabalho; b) avaliar se as tarefas distribudas equipe tcnica esto sendo cumpridas no grau de competncia exigido; c) resolver questes significativas quanto aplicao dos Princpios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; d) avaliar se os trabalhos foram adequadamente documentados e os objetivos dos procedimentos tcnicos alcanados; e) avaliar se as concluses obtidas so resultantes dos trabalhos executados e permitem ao auditor fundamentar sua opinio sobre as demonstraes contbeis. O auditor deve instituir um programa de controle de qualidade visando avaliar, periodicamente, se os servios executados so efetuados de acordo com as Normas Profissionais de Auditor Independente e estas normas. O programa de controle de qualidade deve ser estabelecido de acordo com a estrutura da equipe tcnica do auditor e a complexidade dos servios que realizar. No caso do auditor Atuar sem a colaborao de assistentes, o controle da qualidade inerente qualificao profissional do auditor.

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17.5 ESTUDO E AVALIAO DO SISTEMA CONTBIL E DE CONTROLES INTERNOS O sistema contbil e de controles internos compreende o plano de organizao e o conjunto integrado de mtodo e procedimentos adotados pela entidade na proteo do seu patrimnio, promoo da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstraes contbeis, e da sua eficcia operacional. O auditor deve efetuar o estudo e avaliao do sistema contbil e de controles internos da entidade, como base para determinar a natureza, oportunidade e extenso da aplicao dos procedimentos de auditoria, considerando: a) o tamanho e complexidade das atividades da entidade; b) os sistemas de informao contbil, para efeitos tanto internos quanto externos; c) as reas de risco de auditoria; d) a natureza da documentao, em face dos sistemas de informatizao adotados pela entidade; e) o grau de descentralizao de deciso adotado pela administrao da entidade; e. f) o grau de envolvimento da auditoria interna, se existente. O sistema contbil e de controles internos de responsabilidade da administrao da entidade; porm o auditor deve efetuar sugestes objetivas para seu aprimoramento, decorrentes de constataes feitas no decorrer do seu trabalho. A avaliao do sistema contbil e de controles internos pelo auditor deve considerar os seguintes aspectos: a) o ambiente de controle existente na entidade; e. b) os procedimentos de controle adotados pela administrao da entidade. A avaliao do ambiente de controle existente deve considerar: a) a definio de funes de toda a administrao; b) o processo decisrio adotado na entidade; c) a estrutura organizacional da entidade e os mtodos de delegao de autoridade e responsabilidade; d) as polticas de pessoal e segregao de funes; e) o sistema de controle da administrao, incluindo as atribuies da auditoria interna, se existente. 17.6 APLICAO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA A aplicao dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razo da complexidade e volume das operaes, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na anlise de riscos de auditoria e outros elementos de [email protected] 42

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dispuser determinar a amplitude dos exames necessrios obteno dos elementos de convico que sejam vlidos para o todo. Na aplicao dos testes de observncia e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos tcnicos bsicos: a) inspeo exame de registros, documentos e de ativos tangveis; b) observao acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execuo; c) investigao e confirmao obteno de informaes junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transao, dentro ou fora da entidade; d) clculo conferncia da exatido aritmtica de documentos comprobatrios, registros e demonstraes contbeis e outras circunstncias; e) reviso analtica verificao do comportamento de valores significativos, mediante ndices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas identificao de situao ou tendncias atpicas. Na aplicao dos testes de observncia, o auditor deve verificar a existncia, efetividade e continuidade dos controles internos. Na aplicao dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes concluses: a) existncia se o componente patrimonial existe em certa data; b) direitos e obrigaes se efetivamente existentes em certa data; c) ocorrncia se a transao de fato ocorreu; d) abrangncia se todas as transaes esto registradas; e) mensurao, apresentao e divulgao se os itens esto avaliados, divulgados, classificados e descritos de acordo com os Princpios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

17.7 DOCUMENTAO DA AUDITORIA O auditor deve documentar, atravs de papis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados e que evidenciam ter sido a auditoria executada de acordo com as normas aplicveis. Os papis de trabalho devem ter abrangncia e grau de detalhes suficientes para propiciar o entendimento e o suporte da auditoria executada, compreendendo a documentao do planejamento, a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as concluses alcanadas. Os papis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemtica e racional. Quando o auditor se utilizar de anlises, demonstraes ou quaisquer outros documentos fornecidos pela entidade, devem certificar-se da sua exatido.

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17.8 CONTINUIDADE NORMAL DAS ATIVIDADES DA ENTIDADE A continuidade normal das atividades da entidade deve merecer especial ateno do auditor, quando do planejamento dos seus trabalhos, ao analisar os riscos de auditoria, e deve ser complementada quando da execuo de seus exames. A evidncia de normalidade pelo prazo de um ano aps a data das demonstraes contbeis suficiente para a caracterizao dessa continuidade. Caso no decorrer dos trabalhos, se apresentem indcios que ponham em dvida essa continuidade, deve o auditor aplicar os procedimentos adicionais que julgar necessrios para a formao de juzo embasado e definitivo sobre a matria. Embora no exaustivos, pelo menos os seguintes pressupostos devero ser adotados pelo auditor na anlise da continuidade da entidade auditada: a) indicadores financeiros 1 - passivo a descoberto; 2 - posio negativa do capital circulante lquido; 3 - emprstimos com prazo fixo e vencimentos imediatos, sem possibilidade de renovao pelos credores; 4 - excessiva participao de emprstimos de curto prazo, sem a possibilidade de alongamento das dvidas ou capacidade de amortizao; 5 - ndices financeiros adversos de forma contnua; 6 - prejuzos substanciais de operao e de forma contnua; 7 - retrao ou descontinuidade na distribuio de resultados; 8 - incapacidade de devedores na data do vencimento; 9 - dificuldades de acertos com credores; 10 - alteraes ou renegociaes com credores; 11 - incapacidade de obter financiamentos para desenvolvimento de novos negcios ou produtos, e inverses para aumento da capacidade produtiva. b) indicadores de operao 1 - perda de elementos-chaves na administrao sem modificaes ou substituies imediatas; 2 - perda de mercado, franquia, licena, fornecedor essencial ou financiador estratgico; 3 - dificuldades de manter mo-de-obra essencial para a manuteno da atividade. c) outras indicaes 1 - no cumprimento de normas legais, regulamentares e estatutrias; 2 - contingncias capazes de no serem cumpridas pela entidade; 3 - mudanas das polticas governamentais que afetam a entidade.

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17.9 AMOSTRAGEM Ao determinar a extenso de um teste de auditoria ou mtodo de seleo de itens a serem testados, o auditor pode empregar tcnicas de amostragem. Ao usar mtodos de amostragem estatstica ou no estatstica, o auditor deve projetar e selecionar uma amostra de auditoria, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria e avaliar os resultados da amostra, de forma a proporcionar evidncia de auditoria suficiente e apropriada. A amostra selecionada pelo auditor deve ter uma relao direta com o volume de transaes realizadas pela entidade na rea ou transao objeto de exame, como tambm com os efeitos na posio patrimonial e financeira da entidade, e o resultado por ela obtido no perodo. Na determinao da amostra o auditor deve levar em considerao os seguintes fatores: a) populao objeto da amostra; b) estratificao da amostra; c) tamanho da amostra; d) risco da amostragem; e) erro tolervel; f) erro esperado. Na seleo de amostra devem ser considerados: a) seleo aleatria; b) seleo sistemtica, observando um intervalo constante entre as transaes realizadas; c) seleo casual, a critrio do auditor, baseada em sua experincia profissional. 17.10 ESTIMATIVAS CONTBEIS a) As estimativas contbeis so de responsabilidade da administrao da entidade e se baseiam em fatores objetivos e subjetivos, requerendo o seu julgamento na determinao do valor adequado a ser registrado nas demonstraes contbeis. b) O auditor deve ter conhecimentos suficientes sobre os controles, procedimentos e mtodos utilizados pela entidade no estabelecimento de estimativas que resultem em provises. c) O auditor deve se assegurar da razoabilidade das estimativas, individualmente consideradas, quando estas forem relevantes. Tal procedimento inclui, alm da anlise da fundamentao matemtico-estatstica dos procedimentos utilizados pela entidade na quantificao das estimativas, a coerncia destas com o comportamento da entidade em perodos anteriores, as prticas correntes em

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entidades semelhantes, os planos futuros da entidade, a conjuntura econmica e suas projees.

d) Quando a comparao entre as estimativas feitas em perodos anteriores e os valores reais destas evidenciar variaes significativas, deve o auditor verificar se houve o competente ajuste nos procedimentos, de forma a permitir estimativas mais apropriadas no perodo em exame. 17.11 TRANSAES E EVENTOS SUBSEQENTES 1) O auditor deve aplicar procedimentos especficos em relao aos eventos ocorridos entre as datas do balano e a do seu parecer, que possam demandar ajustes nas demonstraes contbeis ou a divulgao de informaes nas notas explicativas. 2) O auditor deve considerar em seu parecer os efeitos decorrentes de transaes e eventos subseqentes relevantes ao exame das demonstraes contbeis, mencionando-os como ressalva ou em pargrafo de nfase, quando no ajustadas ou reveladas adequadamente. 3) O auditor dever considerar trs situaes de eventos subseqentes: a) os ocorridos entre a data do trmino do exerccio social e a data da emisso do parecer; b) os ocorridos depois do trmino do trabalho de campo, com a conseqente emisso do parecer e a data da divulgao das demonstraes contbeis; c) os ocorridos aps a divulgao das demonstraes contbeis.

4) Para ter condies de formar opinio sobre as demonstraes contbeis considerando os efeitos relevantes das transaes e eventos subseqentes ao encerramento do exerccio social, o auditor deve considerar: a) os procedimentos da administrao para que os eventos sejam divulgados; b) os atos e fatos administrativos registrados em atas de reunies de acionistas, administradores e outros rgos estatutrios; c) os informes, de qualquer espcie, divulgados pela entidade; d) a situao de contingncias conhecidas e reveladas pela administrao e pelos advogados da entidade; e) a existncia de eventos, no revelados pela administrao nas demonstraes contbeis, que tenham efeitos relevantes sobre as [email protected] 46

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17.12 CONTINGNCIAS 1) O auditor deve adotar procedimentos para assegurar-se que todas as contingncias passivas relevantes, decorrentes de processos judiciais, reivindicaes e reclamaes, bem como de lanamentos de tributos em disputa, foram identificadas e consideradas pela administrao da entidade na elaborao das demonstraes contbeis. 2) Os seguintes procedimentos devem ser executados pelo auditor: a) discusso, com a administrao da entidade, das polticas e procedimentos adotados para identificar, avaliar e contabilizar as contingncias passivas; b) obteno de carta dos advogados da entidade quanto existncia de contingncias na poca da execuo dos trabalhos finais de auditoria; c) discusso, com os advogados e/ou a administrao da entidade, das perspectivas no desfecho das contingncias e da adequao das perdas contingentes provisionadas, bem como das divulgaes a serem feitas nas demonstraes contbeis. 3) O auditor deve adotar os mesmos procedimentos com relao s contingncias ativas. 18. NORMAS DO PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 18.1 GENERALIDADES 1) O Parecer dos Auditores Independentes, ou Parecer do Auditor Independente, o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinio, de forma clara e objetiva, sobre as demonstraes contbeis nele indicadas. 2) Como o auditor assume, atravs do parecer, responsabilidade tcnicoprofissional definida, inclusive de ordem pblica, indispensvel que tal documento obedea s caractersticas intrnsecas e extrnsecas estabelecidas nas presentes normas. 3) Em condies normais, o parecer dirigido aos acionistas, cotistas, ou scios, ao conselho de administrao ou diretoria da entidade, ou outro rgo equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstncias prprias, o parecer dirigido ao contratante dos servios. 4) O parecer deve identificar as demonstraes contbeis sobre as quais o auditor est expressando sua opinio, indicando, igualmente, o nome da entidade, as datas e perodos a que corresponde.

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5) O parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsvel pelos trabalhos, e conter seu nmero de registro no Conselho Regional de Contabilidade. 6) Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o nmero de registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade tambm devem constar do parecer. 7) A data do parecer deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade. 8) O parecer deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstraes contbeis auditadas, em todos os aspectos relevantes, na opinio do auditor, esto adequadamente representadas ou no, consoantes s disposies contidas nas normas legais. 9) O parecer classifica-se, segundo a natureza da opinio que contm, em: a) parecer sem ressalva; b) parecer com ressalva; c) parecer adverso; d) parecer com absteno de opinio. 18.2 PARECER SEM RESSALVA O parecer sem ressalva indica que o auditor est convencido de que as demonstraes contbeis foram elaboradas consoantes s disposies contidas nas normas legais em todos os aspectos relevantes. 1) O parecer sem ressalva implica afirmao de que, em tendo havido alteraes na observncia das disposies contidas no item 11.1.1.1, elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e esto devidamente revelados nas demonstraes contbeis. 2) O parecer sem ressalva deve obedecer ao seguinte modelo: MODELO - PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES (1) Examinamos os balanos patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as respectivas demonstraes do resultado, das mutaes do patrimnio lquido e das origens e aplicaes de recursos correspondentes aos exerccios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administrao. Nossa responsabilidade a de expressar uma opinio sobre essas demonstraes contbeis. (2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevncia dos saldos, o volume de transaes e o sistema contbil e de controles internos da entidade; (b) a constatao, com base em testes, das evidncias e dos registros que suportam os valores e as informaes contbeis divulgados; e (c) a avaliao das prticas e das estimativas contbeis mais representativas adotadas pela administrao da entidade, bem como da apresentao das demonstraes contbeis tomadas em conjunto.

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(3) Em nossa opinio, as demonstraes contbeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posio patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operaes, as mutaes de seu patrimnio lquido e as origens e aplicaes de seus recursos referentes aos exerccios findos naquelas datas, de acordo com os Princpios Fundamentais de Contabilidade. Local e data Assinatura Nome do auditor-responsvel tcnico Contador N de registro no CRC Nome da empresa de auditoria N de registro cadastral no CRC 3) CIRCUNSTNCIAS QUE IMPEDEM A EMISSO DO PARECER SEM RESSALVA a) O auditor no deve emitir parecer sem ressalva quando existir qualquer das circunstncias seguintes, que, em sua opinio, tenham efeitos relevantes para as demonstraes contbeis: a.1) discordncia com a administrao da entidade a respeito do contedo e/ou forma de apresentao das demonstraes contbeis; a.2) limitao na extenso do seu trabalho. b) A discordncia com a administrao da entidade a respeito do contedo e forma de apresentao das demonstraes contbeis deve conduzir opinio com ressalva ou opinio adversa, com os esclarecimentos que permitam a correta interpretao dessas demonstraes. c) A limitao na extenso do trabalho deve conduzir opinio com ressalva ou absteno de opinio. d) Na auditoria independente das demonstraes contbeis das entidades, pblicas ou privadas, sujeitas a regulamentao especfica quanto adoo de normas contbeis prprias ao segmento econmico, quando elas forem significativamente conflitantes com as disposies contidas nas normas legais, o auditor deve emitir parecer com ressalva. e) Quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com absteno de opinio, deve ser includa descrio clara de todas as razes que fundamentaram o seu parecer e, se praticvel, a quantificao dos efeitos sobre as demonstraes [email protected] 49

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Essas informaes devem ser apresentadas em pargrafo especfico do parecer, precedendo ao da opinio e, se for caso, fazer referncia a uma divulgao mais ampla pela entidade em nota explicativa s demonstraes contbeis. 18.3 PARECER COM RESSALVA 1) O parecer com ressalva emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordncia ou restrio na extenso de um trabalho no de tal magnitude que requeira parecer adverso ou absteno de opinio. 2) O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, com a utilizao das expresses exceto por, exceto quanto ou com exceo de referindose aos efeitos do assunto objeto da ressalva. 18.4 PARECER ADVERSO 1) No parecer adverso, o auditor emite opinio de que as demonstraes contbeis no esto adequadamente representadas, nas datas e perodos indicados. 2) O auditor deve emitir parecer adverso quando verificar que as demonstraes contbeis esto incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emisso do parecer com ressalva. 18.5 PARECER COM ABSTENO DE OPINIO 1) O parecer com a absteno de opinio aquele em que o auditor deixa de emitir opinio sobre as demonstraes contbeis, por no ter obtido comprovao suficiente para fundament-la. 2) A absteno de opinio em relao s demonstraes contbeis tomadas em conjunto no elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a deciso do usurio dessas demonstraes. 19. NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE RESOLUO CFC 821/97 19.1 COMPETNCIA TCNICO-PROFISSIONAL 1 O contador, na funo de auditor independente, deve manter seu nvel de competncia profissional pelo conhecimento atualizado dos Princpios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, das tcnicas contbeis, especialmente na [email protected] 50

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de auditoria, da legislao inerente profisso, dos conceitos e tcnicas administrativas e da legislao especfica aplicvel entidade auditada. 2 O auditor, para assumir a responsabilidade por uma auditoria das demonstraes contbeis, deve ter conhecimento da atividade da entidade auditada, de forma suficiente para que lhe seja possvel identificar e compreender as transaes realizadas pela mesma e as prticas contbeis aplicadas, que possam ter efeitos relevantes sobre a posio patrimonial e financeira da entidade, e o parecer a ser por ele emitido sobre as demonstraes contbeis. 3 - Antes de aceitar o trabalho, o auditor dever obter conhecimento preliminar da atividade da entidade a ser auditada, mediante avaliao junto administrao, da estrutura organizacional, da complexidade das operaes, e do grau de exigncia requerido para a realizao do trabalho de auditoria, de modo a poder avaliar se est capacitado a assumir a responsabilidade pelo trabalho a ser realizado. Esta avaliao deve ficar evidenciada de modo a poder ser comprovado o grau de prudncia e zelo na contratao dos servios. 4- O auditor deve recusar os servios sempre que reconhecer no estar adequadamente capacitado para desenvolv-los, contemplada a utilizao de especialistas noutras reas, em face da especializao requerida e dos objetivos do contratante. 19.2 INDEPENDNCIA 1 O auditor deve ser independente, no podendo deixar-se influenciar por fatores estranhos, por preconceitos ou quaisquer outros elementos materiais ou afetivos que resultem perda, efetiva ou aparente, de sua independncia. 2 Est impedido de executar trabalho de auditoria independente, o auditor que tenha tido, no perodo a que se refere a auditoria ou durante a execuo dos servios, em relao entidade auditada, suas coligadas, controladas, controladoras ou integrantes do mesmo grupo econmico:[email protected] 51

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a) Vnculo conjugal ou de parentesco consangneo em linha reta, sem limites de grau, em linha colateral at o 3 grau e por afinidade at o 2 grau, com administradores, acionistas, scios ou com empregados que tenham ingerncia na sua administrao ou nos negcios ou seja, responsveis por sua contabilidade; b) Relao de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado, ainda que esta relao seja indireta, nos dois ltimos anos; c) Participao direta ou indireta como acionista ou scio; d) Interesse financeiro direto, imediato ou mediato, ou substancial interesse financeiro indireto compreendido a intermediao de negcios de qualquer tipo e a realizao de empreendimentos conjuntos; e) Funo ou cargo incompatvel com a atividade de auditoria independente; f) Fixado honorrios condicionais ou incompatveis com a natureza do trabalho contratado; g) Qualquer outra situao de conflito de interesses no exerccio da auditoria independente, na forma que vier a ser definida pelos rgos reguladores e fiscalizadores. 3 O auditor deve recusar o trabalho ou renunciar funo na ocorrncia de qualquer das hipteses de conflitos de interesses previstos no item 1.2.2. 19.4 RESPONSABILIDADES DO AUDITOR NA EXECUO DOS TRABALHOS 1 O auditor deve aplicar o mximo de cuidado e zelo na realizao dos trabalhos e na exposio de suas concluses. 2 Ao opinar sobre as demonstraes contbeis o auditor deve ser imparcial.

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3 O exame das demonstraes contbeis no tem por objetivo precpuo a descoberta de fraudes. Todavia, o auditor independente deve considerar a possibilidade de sua ocorrncia. 4 Quando eventuais distores, por fraude ou erro, afetarem as demonstraes contbeis de forma relevante, cabe ao auditor independente, caso no tenha feito ressalva especfica em seu parecer, demonstrar, mediante, inclusive, a exibio de seus papis de trabalho s entidades referidas no item 1.6.5, que seus exames foram conduzidos de forma a atender as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis e as presentes normas. 19.5 GUARDA DA DOCUMENTAO 1 O auditor, para fins de fiscalizao do exerccio profissional, deve conservar a boa guarda, pelo prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data da emisso de seu parecer, toda a documentao, papis de trabalho, relatrios e pareceres relacionados com os servios realizados. 19.6 SIGILO 1 O sigilo profissional deve ser observado nas seguintes circunstncias: a) Na relao entre o auditor e a entidade auditada; b) Na relao entre os auditores; c) Na relao entre os auditores e os organismos reguladores e fiscalizadores; d) Na relao entre o auditor e demais terceiros. 2 O auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente s informaes obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, no as divulgando, sob nenhuma circunstncia, sem autorizao expressa da entidade, salvo quando houver obrigao legal de [email protected] 53

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3 O auditor somente dever divulgar informaes a terceiros sobre a entidade auditada ou sobre o trabalho por ele realizado, caso seja autorizado, por escrito, pela administrao da entidade, com poderes para tanto, que contenha de forma clara e objetiva os limites das informaes a serem fornecidas, sob pena de infringir o sigilo profissional. 4- O auditor, quando previamente autorizado, por escrito, pela entidade auditada, dever fornecer as informaes que forem julgadas necessrias ao trabalho do auditor independente que o suceder, as quais serviram de base para emisso do ltimo parecer de auditoria por ele emitido. 5- O auditor, quando previamente autorizado pela administrao da entidade auditada, quando solicitado, por escrito e fundamentadamente, pelo Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade, bem como pelos rgos reguladores e fiscalizadores de atividades especficas, quando o trabalho for realizado em entidades sujeitas ao controle daqueles organismos, deve exibir as informaes obtidas durante o seu trabalho, incluindo a fase de pr-contratao dos servios, a documentao, papis de trabalho, relatrios e pareceres, de modo a demonstrar que o trabalho foi realizado de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis, das presentes normas e demais normas legais aplicveis. 6 Os contadores designados pelo Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade para efetuarem a fiscalizao do exerccio profissional devero ter competncia tcnico-profissional similar requerida ao auditor independente para o trabalho por ele realizado e assumiro compromisso de sigilo profissional semelhante. 7 Os organismos profissionais assumiro a responsabilidade civil por perdas e danos que vierem a ser causados em decorrncia da quebra de sigilo pelos profissionais por eles designados para o exame dos trabalhos desenvolvidos pelos auditores. 8 O dever de manter o sigilo prevalece: a) Para os auditores, mesmo depois de terminados os compromissos contratuais;[email protected] 54

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b) Para os contadores designados pelos organismos referidos no item 1.6.5, mesmo aps o trmino do vnculo empregatcio ou funcional; c) Para os Conselheiros do Conselho Federal de Contabilidade e dos Conselhos Regionais de Contabilidade, mesmo aps o trmino dos respectivos mandatos. 19.7 RESPONSABILIDADE PELA UTILIZAO DO TRABALHO DO AUDITOR INTERNO 1 A responsabilidade do auditor no ser modificada, mesmo quando o contador, na funo de auditor interno, contribuir para a realizao dos trabalhos. 19.8 RESPONSABILIDADE PELA UTILIZAO DO TRABALHO DE

ESPECIALISTAS 1 O auditor pode utilizar especialistas legalmente habilitados como forma de contribuir para a realizao de seu trabalho, mantendo integral a sua responsabilidade profissional. 2 A responsabilidade do auditor fica restrita sua competncia profissional, quando o especialista legalmente habilitado for contratado pela entidade auditada, sem vnculo empregatcio, para executar servios que tenham efeitos relevantes nas demonstraes contbeis, quando tal fato for mencionado em seu parecer. 19.9 INFORMAES ANUAIS AOS CONSELHOS REGIONAIS DE

CONTABILIDADE 1 O auditor dever enviar, at 30 de junho de cada ano, ao Conselho Regional de Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade: a) As informaes sobre os seus clientes, cuja sede seja a da jurisdio do respectivo Conselho, e que o objeto do trabalho seja a auditoria independente, realizado em demonstraes contbeis relativa ao exerccio encerrado at o dia 31 de dezembro do ano anterior;

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b) A relao dos nomes do seu pessoal tcnico existente em 31 de dezembro do ano anterior; c) A relao de seus clientes cujos honorrios representem mais de 10% do seu faturamento anual, bem como os casos onde o faturamento de outros servios prestados aos mesmos clientes de auditoria, ultrapassarem, na mdia dos ltimos 3 anos, os honorrios dos servios de auditoria. 2 Quando solicitado, o auditor dever disponibilizar e fornecer, no prazo de trinta dias, a relao de seus clientes e outras informaes necessrias fiscalizao da atividade de auditoria independente. 3 A relao de clientes referida no item 1.9.2 dever identificar as Companhias Abertas, Instituies Financeiras, e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, Fundos de Investimento, Entidades autorizadas a funcionar pela SUSEP Superintendncia de Seguros Privados, Administradoras de Consrcio, Entidades Fechadas de Previdncia Privada, empresas Estatais (Federais, Estaduais e Municipais), Empresas Pblicas, sociedade por aes de capital fechado com mais de 100 acionistas e as sociedades limitadas que tenham o controle societrio, direto ou indireto, das entidades referidas neste item. 4 - As informaes prestadas aos Conselhos Regionais de Contabilidade sero resguardadas pelo sigilo, nos termos previstos nestas normas. 19.10 EDUCAO CONTINUADA 1 O auditor independente, no exerccio de sua atividade, dever comprovar a participao em programa de educao continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

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