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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO DE JANEIRO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO SÍFILIS Marcelle Verginio Lima Mariana Silva Duarte

Trabalho Sifilis

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sífilis

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Page 1: Trabalho Sifilis

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO DE JANEIRO

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

SÍFILIS

Marcelle Verginio Lima

Mariana Silva Duarte

Rio de Janeiro, RJ

Junho, 2014

Page 2: Trabalho Sifilis

Marcelle Verginio Lima

Mariana Silva Duarte

SÍFILIS

Trabalho referente ao subtema Agentes Biológicos, parte da disciplina Saúde e Segurança do Trabalho, orientado pela Profª Esp. Fernanda Gomes Franca como requisito parcial para obtenção do título de Técnico de Segurança do Trabalho.

RIO DE JANEIRO, RJ

Junho, 2014

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Marcelle Verginio Lima

Mariana Silva Duarte

SÍFILIS

Rio de Janeiro, Junho de 2014.

_________________________________

Profª Orientadora Fernanda Gomes Franca

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SUMÁRIO:

Introdução

O que é Sífilis?

Sinais e Sintomas

Tratamento

Prevenção

Complicações da doença

Funções do Técnico de Segurança do Trabalho

Bibliografia

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Introdução:

Em todo o mundo, as doenças sexualmente transmissíveis (DST) são consideradas como um

dos problemas de saúde pública mais comum. Em ambos os sexos, tornam o organismo mais

vulnerável a doenças, além de terem relação com a mortalidade materna e infantil. No Brasil,

segundo site do Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde, as estimativas da

Organização Mundial de Saúde (OMS) de infecções de transmissão sexual na população

sexualmente ativa, a cada ano, são:

Sífilis: 937.000

Gonorreia: 1.541.800

Clamídea: 1.967.200

Herpes genital: 640.900

HPV: 685.400

Desde 1996, seguindo recomendação do Ministério da Saúde, a notificação de casos de AIDS

e sífilis é obrigatória a médicos e responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e

particulares de saúde.

As DST’s, assim como outras doenças, são originadas por agentes biológicos, que são

microrganismos capazes de originar qualquer tipo de infecção, alergia ou toxicidade no corpo

humano. Os agentes biológicos estão presentes em diversos setores, e como raramente são

visíveis, os riscos que comportam nem sempre são considerados. Entre estes agentes contam-

se as bactérias, os vírus, os fungos (leveduras e bolores) e os parasitas.

Neste trabalho, daremos enfoque ao que é sífilis, bem como suas complicações, sinais e

sintomas, prevenção, tratamento e a função do Técnico em Segurança do Trabalho – TST

diante desta doença no meio de trabalho.

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O que é sífilis?

A sífilis é uma doença infecciosa sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema

pallidum. Isto significa que a sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o

sexo sem camisinha com alguém infectado, também por transfusão de sangue contaminado ou

da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. Essa bactéria se espalha pela pele

seca, rachada ou por membranas mucosas.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, e

principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto

e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da

gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado

também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez

e deficiência mental. Mais a diante falaremos melhor sobre a sífilis congênita.

A manifestação da doença pode se apresentar em três estágios diferentes.

A sífilis primária é o primeiro estágio. Cerca de 2 a 3 semanas após ser infectado,

formam-se feridas indolores (cancros) no local da infecção. Não é possível observar as

feridas ou qualquer sintoma, principalmente se as feridas estiverem situadas no reto ou

no colo do útero. Mesmo sem tratamento, as feridas desaparecem em cerca de 4 a 6

semanas depois. A bactéria torna-se dormente (inativa) no organismo nesse estágio.

A sífilis secundária acontece cerca de 2 a 8 semanas após as primeiras feridas se

formaram. Aproximadamente 33% daqueles que tratam a sífilis primária desenvolvem

o segundo estágio. Esses sintomas geralmente somem sem tratamento e, mais uma

vez, a bactéria fica inativa no organismo.

A sífilis terciária é o estágio final da sífilis. A infecção se espalha para o cérebro, o

sistema nervoso, o coração, a pelo e os ossos. A bactéria dormente pode ser detectada

tanto por meio da observação do dano causado em uma ou mais partes do corpo,

quanto por meio de exame de sangue para sífilis.

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Sinais e Sintomas:

Os sintomas da sífilis dependem do estágio da doença. Muitas pessoas não apresentam

sintomas, e quando apresentam são, geralmente, pequenas feridas indolores nos órgãos

sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre 7 e 20 dias após o sexo desprotegido

com alguém infectado. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar

cicatriz. Mas a pessoa permanece doente e a doença se desenvolve. Pessoas com sífilis

secundária também podem apresentar febre, fadiga, dores e perda de apetite, manchas em

várias partes do corpo, queda dos cabelos, entre outros sintomas. A sífilis terciária causa

problemas no coração, no cérebro e no sistema nervoso. A doença pode ficar estacionada por

meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia,

doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.

Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial.

Mas, como o exame busca por anticorpos contra a bactéria, só pode ser feito trinta dias após o

contágio.

Tratamento:

Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto

e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. Antibióticos consistem

em um tratamento eficaz para o combate da doença. A opção de antibiótico recai sobre a

penicilina, e como alternativa em indivíduos alérgicos à penicilina pode-se utilizar

doxiciclina. A dosagem e a aplicação (em um músculo ou em uma veia) dependem do estágio

da sífilis.

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É importante seguir corretamente as indicações médicas para curar a doença. A sífilis em

estágio avançado pode resultar em problemas de saúde a longo prazo, mesmo com terapia.

Por isso o tratamento imediato e cuidadoso se faz necessário para cura da doença.

Várias horas após o tratamento dos estágios iniciais da sífilis é possível haver uma reação

denominada reação de Jarisch-Herxheimer. Os sintomas dessa reação consistem em:

Calafrios

Febre

Sensação de estar doente

Dores articulares

Dores musculares

Dor de cabeça

Náusea

Exantema

Esses sintomas geralmente desaparecem após 24 horas.

Faz-se necessário a realização de exames de sangue de acompanhamento após 3, 6, 12 e 24

meses para garantir que não há mais infecção. A atividade sexual deve ser evitada até que o

segundo exame mostre que a infecção foi curada. A sífilis é extremamente contagiosa por

meio do contato sexual nos estágios primário e secundário.

A sífilis é uma infecção que deve ser reportada. Isso quer dizer que os médicos devem

reportar todos os casos de sífilis para as autoridades públicas, para que parceiros sexuais

possivelmente infectados possam ser identificados e tratados.

Prevenção:

A sífilis é uma doença infecciosa sexualmente transmissível, portanto o uso da camisinha em

todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples,

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confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis. Se você é sexualmente ativo, pratique sexo

seguro e sempre use preservativos. Todas as gestantes, pessoas com HIV e pessoas com risco

elevado para sífilis devem realizar exames para confirmar essa infecção.

Complicações da doença:

As complicações da sífilis não tratada consistem em danos à pele, aos ossos e a outros tecidos,

problemas nos vasos cardíacos e sanguíneos, inclusive inflamações e aneurismas da aorta,

neurosífilis e sífilis congênita.

A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da

gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via

transplacentária. Ou seja, é a transmissão da doença de mãe para filho. Sabe-se que a

transmissão pode ocorrer em qualquer fase gestacional e que a taxa de infecção é maior nas

fases primária e secundária da doença do que nas fases tardias. Há também possibilidade de

transmissão direta da bactéria por meio do contato da criança pelo canal de parto, se houver

lesões genitais maternas. A infecção é grave e pode causar má-fomação do feto, aborto ou

morte do bebê, quando este nasce gravemente doente. Durante o aleitamento, ocorrerá

transmissão da doença apenas se houver lesão mamária por sífilis.

Segundo o Programa Nacional de DST/Aids, ocorre aborto espontâneo, natimorto ou morte

perinatal em aproximadamente 40% das crianças infectadas a partir de mães não-tratadas.

A transmissão vertical da sífilis permanece um grande problema de saúde pública no Brasil.

Das várias doenças que podem ser transmitidas durante o ciclo gestacional, a sífilis é a que

tem as maiores taxas de transmissão.

A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros

dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos

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primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira,

dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis

pode ser fatal.

O diagnóstico se dá por meio de exame de sangue que deve ser feito logo no primeiro

trimestre de gestação e ser repetido no segundo trimestre e logo após a maternidade. Quando a

doença é detectada, seu tratamento deve ser iniciado junto ao profissional de saúde o mais

breve possível. Os parceiros também devem ser tratados para que não haja uma nova infecção

da mulher. No caso de gestantes, é necessário e importante que se faça o tratamento com a

penicilina, pois este é o único medicamento capaz de tratar a mãe e o bebê.

Todos os bebês devem realizar exame para sífilis independentemente dos exames da mãe. Os

bebês que tiverem suspeita de sífilis congênita precisam fazer uma série de exames antes de

receber alta.

Funções do Técnico de Segurança do Trabalho:

No Brasil, jovens e adultos entre 15 e 49 anos constituem a maior parte da mão-de-obra

produtiva do país. Nesta faixa etária estão também grande parte da nossa população

sexualmente ativa. Isto nos permite inferir que o risco de infecções como a sífilis pode ser

mais presente no meio de trabalho do podemos imaginar.

Como a prevenção da sífilis é feita através de preservativo, isto é, relações sexuais protegidas

através do uso da camisinha, as funções de um técnico de segurança do trabalho, junto à

empresa, é principalmente de trazer o maior número de informação possível para os

funcionários desta empresa, através de palestras, cartazes, dinâmicas que podem ser realizadas

durante a SIPAT, entre outras ações que incentivem o uso do preservativo e a realização de

exames laboratoriais para, caso seja descoberta a infecção, início imediato do tratamento.

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O mundo corporativo precisa voltar seus olhos para a questão da saúde do trabalhador, o que

envolve não apenas a proteção socioeconômica, mas a questão dos direitos humanos. As

estratégias devem focar a igualdade de oportunidades e de tratamento, a prevenção, a

segurança e a saúde no trabalho. Assim, conseguiremos evitar uma epidemia e caminhar rumo

à erradicação da sifílis no Brasil. Para isso, o Ministério da Saúde enfatiza que todos –

trabalhadores, empregadores e gestores – continuemos juntos para o efetivo combate à

doença, contra qualquer forma de discriminação e violência e pela proteção dos direitos

humanos.

BIBLIOGRAFIA

Diretrizes para o controle da sífilis congênita – manual de bolso. Coleção DST – AIDS –

Série manuais 24. 2006.

Protocolo para prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis – Manual de Bolso.

Ministério da Saúde, 2007.

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sifilis acessado em 02 de junho de 2014.

http://www.aids.gov.br/noticia/2012/aids-no-mundo-do-trabalho acessado em 04 de junho de

2014.

http://treponemapallidum.org/ acessado em 20 de maio de 2014.