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1 TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA FISIOLOGIA DA TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA O neurônio noradrenérgico: o Os neurônios noradrenérgicos na periferia são neurônios simpáticos pós- ganglionares, cujos corpos celulares se situam nos gânglios simpáticos. Síntese de noradrenalina: o L-Tirosina (aminoácido aromático presente nos líquidos orgânicos) diidroxifenilalanina (DOPA) através da enzima tirosina hidroxilase. o Essa primeira etapa de hidroxilação constitui o principal ponto de controle da síntese de noradrenalina. o A enzima é inibida pelo produto final da via de biossíntese (NA): mecanismo para a regulação contínua da velocidade de síntese. o A L-tirosina é convertida em DOPA pela tirosina hidroxilase. A tirosina hidroxilase só ocorre nos neurônios catecolaminérgicos. o A DOPA é convertida em dopamina pela descarboxilase. o A dopamina é convertida em NA pela dopamina β-hidroxilase, localizada nas vesículas sinápticas. o Na medula supra-renal, a NA é convertida em adrenalina pela feniletalolamina-N- metil transferase. SNA Simpático

TRANSMISSÃO COLINÉRGICA Ações Muscarínicas e … · transmissor = potencial de placa terminal (ppt) ... - Potencializam a transmissão colinérgicas nas sinapses autônomas colinérgicas

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TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA

FISIOLOGIA DA TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA

• O neurônio noradrenérgico:

o Os neurônios noradrenérgicos na periferia são neurônios simpáticos pós-

ganglionares, cujos corpos celulares se situam nos gânglios simpáticos.

• Síntese de noradrenalina:

o L-Tirosina (aminoácido aromático presente nos líquidos orgânicos) →

diidroxifenilalanina (DOPA) através da enzima tirosina hidroxilase.

o Essa primeira etapa de hidroxilação constitui o principal ponto de controle da

síntese de noradrenalina.

o A enzima é inibida pelo produto final da via de biossíntese (NA): mecanismo para

a regulação contínua da velocidade de síntese.

o A L-tirosina é convertida em DOPA pela tirosina hidroxilase. A tirosina hidroxilase

só ocorre nos neurônios catecolaminérgicos.

o A DOPA é convertida em dopamina pela descarboxilase.

o A dopamina é convertida em NA pela dopamina β-hidroxilase, localizada nas

vesículas sinápticas.

o Na medula supra-renal, a NA é convertida em adrenalina pela feniletalolamina-N-

metil transferase.

SNA Simpático

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• Armazenamento de noradrenalina:

o A NA é armazenada em altas concentrações nas vesículas sinápticas.

• Liberação de noradrenalina:

o A despolarização da membrana da terminação nervosa abre os canais de cálcio

na membrana, e a conseqüente entrada de cálcio promove a fusão e descarga

das vesículas sinápticas (exocitose).

o Receptor α2 (pré-sinapse) inibe a liberação de NA: regulação da liberação de NA

(retroalimentação).

• Captação e degradação das catecolaminas:

o Captação 1: sistema de alta afinidade (NA) com taxa máxima. relativamente baixa

de captação.

o Captação 2: baixa afinidade (NA), porém com taxa máxima muito maior, também

acumula a adrenalina e a isoprenalina.

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• Degradação metabólica:

o Monoamina oxidase (MAO): interior das células (terminações). NA - produção de

ácido diidroximandélico (DOMA).

o Catecol-O-metil transferase (COMT): amplamente distribuída em tecidos

neuronais e não neuronais. O principal metabólito da NA é o ácido 3-metoxi-4-

hidroximandélico (VMA).

Figura 1. Controle da liberação de NA.

CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS

• Todos pertencem à superfamília dos receptores acoplados a proteína G.

• Cada uma das classes de receptores está associada a um sistema específico de

segundos mensageiros.

• α1 e α2 estão acoplados a fosfolipase C e produzem seus efeitos principalmente através

da liberação de cálcio intracelular.

• Os receptores α2 estão negativamente acoplados à adenilato ciclase e reduzem a

formação de cAMP, além de inibir os canais de Ca2+.

• Todos os três tipos de receptores β atuam através da estimulação da adenilato ciclase.

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DROGAS QUE ATUAM SOBRE OS RECEPTORES ADRENÉRGICOS

Relações de estrutura - atividade

• A potência global e a especificidade de receptores das drogas que exercem seus

efeitos através de sua combinação com receptores adrenérgicos dependem de

diversos fatores:

o afinidade pelos receptores adrenérgicos e sua eficácia sobre estes

receptores

o interação com sistemas de captação neuronal

o interação com a MAO

o interação com a COMT

Agonistas dos receptores adrenérgicos

• Existem drogas seletivas para os principais subtipos de receptores adrenérgicos:

α1, α2, β1, β 2 e β3. A própria NA exibe alguma seletividade para os receptores

α-adrenérgicos em relação aos β-adrenérgicos; a adrenalina demonstra pouca

seletividade.

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• Os agonistas α1-seletivos incluem a fenilefrina e a oximetazolina.

• Os agonistas α2−seletivos incluem a clonidina e a α-metilnoradrenalina.

o Provocam queda da pressão arterial (PA), em parte ao inibir a liberação de

NA, e em parte por meio de uma ação central.

o A metilnoradrenalina é formada como falso transmissor a partir da

metildopa, desenvolvida como agente hipotensor (atualmente obsoleta).

• Os agonistas β1-seletivos incluem a dobutamina. O aumento da contratilidade

cardíaca pode ser clinicamente útil, mas todos os agonistas β1 podem causar

disritmias cardíacas.

• Os agosnistas β2 seletivos incluem o salbutamol, a terbutalina e o salmeterol, que

são utilizados, principalmente, por sua ação broncodilatadora na asma.

• Estão sendo desenvolvidos agonistas β3-seletivos para o controle da obesidade.

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Antagonistas dos receptores α-adrenérgicos

• Antagonistas não seletivos α :

o fenoxibenzamina (irreversível)

o fentolamina (reversível)

§ diminuição da PA (bloqueio da vasoconstrição)

§ hipotensão postural

§ aumento do débito cardíaco (DC) e força de contração (FC -

resposta reflexa receptores β)

• Antagonistas seletivos α1:

o Prazosin ou Prazosina

§ Vasodilatação

§ diminuição da PA

• Antagonistas seletivos α2:

o Ioimbina

§ utilizada para analisar subtipos de receptores α

§ vasodilatação

§ Uso Clínico:

• Hipertensão

• Tratamento do feocromocitoma

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Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos

1o composto descoberto: dicloroisoprenalina – agonista parcial de potência baixa

• Antagonistas não seletivos β:

o Oxprenolol e Alprenolol

§ possuem considerável atividade agonista parcial

o Propanolol

§ bloqueador β1 e β2

• repouso: alteração da FC / DC / PA

• exercício: diminuição da FC / DC / PA

• Antagonistas seletivos β1:

o Practolol (muito tóxico)

o Atenolol

• Antagonistas seletivos β2:

o Butoxamina (agonista α fraco)

§ Os efeitos mais importantes ocorrem sobre o sistema cardiovascular

e músculo liso-brônquico

§ Utilizados no tratamento de pacientes hipertensos com o objetivo de

diminuir a PA

§ diminuição do débito cardíaco

§ diminuição da renina das células justaglomerulares

§ diminuição da atividade simpática central

• Uso Clínico:

o Sistema cardiovascular

o Obs: Pacientes asmáticos – broncoconstrição

(propanolol)

• Efeitos indesejáveis:

o Broncoconstrição

o insuficiência cardíaca

o bradicardia

o hipoglicemia

o fadiga

o extremidades frias

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DROGAS QUE AFETAM OS NEURÔNIOS NORADRENÉRGICOS

• Afetam a síntese de NA

o α-metiltirosina – inibe a tirosina hidroxilase (tratamento do feocromocitoma).

o Carbidopo – inibe a dopa descarboxilase (tratamento do parkinsonismo).

o Metildopa – forma falso transmissor e diminui a vasoconstrição: α-

metilnoradrenalina (tratamento de hipertensão durante a gravidez).

o 6-hidroxidopamina – “cavalo de tróia” – “simpatectomia química”.

• Afetam o armazenamento de NA

o Reserpina: em baixa concentração bloqueia o transporte de NA e outras aminas

simpáticas através de sua ligação à proteína transportadora.

o depleção da 5-HT e da dopamina nos neurônios do cérebro.

o Obs: efeito colateral – DEPRESSÃO.

• Afetam a liberação de NA:

o Drogas bloqueadoras dos neurônios noradrenérgicos: impedem a exocitose em

resposta à despolarização da terminação nervosa (ex.: guanetidina).

o Drogas simpaticomiméticas de ação indireta: induzem a liberação de NA na

ausência de despolarização da terminação nervosa.

o Agonistas α2; Angiotensina II; dopamina e PGs: drogas que ao interagir com

receptores pré-sinápticos, inibem ou potencializam a liberação de NA

desencadeada pela despolarização.

o Reserpina ou inibidores da MAO: aumentam ou diminuem as reservas disponíveis

de NA.

• Aminas simpatomiméticas de ação indireta

o Tiramina

o Anfetamina

o Efedrina

• Inibidores da captação de NA

o Antidepressivos tricíclicos (ex.: desipramida)

o Cocaína

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Figura 2. Modo de ação da anfetamina (amina de ação indireta).

Figura 3. Diagrama generalizado de uma terminação nervosa noradrenérgica.