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1 TRANSPORTE 1- Introdução ao Transporte Transporte nada mais é do que o translado de uma mercadoria de um lugar a outro e sua necessidade está diretamente relacionada com as atividades do comércio”.(Vieira, 2000, p.13). 1.1- Ontem, Hoje, Amanhã. O transporte de carga significa a atividade de circulação de mercadorias. O início deu-se com a tração humana, o simples ato de o homem levar um objeto de um lugar a outro, pelas mãos ou em suas costas, que foi se aperfeiçoando através do uso de objetos que facilitassem esse transporte como: cestas, carroças, plataformas carregáveis por várias pessoas, etc. O segundo estágio na evolução do transporte foi à utilização da tração animal o que ensejou o processo de domesticação de animais propícios a esta tarefa. Enquanto este processo dava-se em terra, o homem explorava também as possibilidades do transporte aquaviário tendo, no início, como seu meio de transporte, um simples tronco de árvore que, com o tempo, foi sendo unido e amarrado para formar o que hoje chamamos de jangada. A evolução deste modal foi lenta, porém contínua, o homem foi melhorando esses barcos primitivos que eram impulsionados pela força humana, através de remos e passaram a ser movidos pela força dos ventos, através da vela.

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    TRANSPORTE

    1- Introduo ao Transporte

    Transporte nada mais do que o translado de uma mercadoria de um lugar a outro e sua necessidade est diretamente relacionada com as atividades do comrcio.(Vieira, 2000, p.13). 1.1- Ontem, Hoje, Amanh. O transporte de carga significa a atividade de circulao de mercadorias. O incio deu-se com a trao humana, o simples ato de o homem levar um objeto de um lugar a outro, pelas mos ou em suas costas, que foi se aperfeioando atravs do uso de objetos que facilitassem esse transporte como: cestas, carroas, plataformas carregveis por vrias pessoas, etc. O segundo estgio na evoluo do transporte foi utilizao da trao animal o que ensejou o processo de domesticao de animais propcios a esta tarefa. Enquanto este processo dava-se em terra, o homem explorava tambm as possibilidades do transporte aquavirio tendo, no incio, como seu meio de transporte, um simples tronco de rvore que, com o tempo, foi sendo unido e amarrado para formar o que hoje chamamos de jangada. A evoluo deste modal foi lenta, porm contnua, o homem foi melhorando esses barcos primitivos que eram impulsionados pela fora humana, atravs de remos e passaram a ser movidos pela fora dos ventos, atravs da vela.

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    A evoluo do barco a vapor possibilitou que o transporte aquavirio incrementasse largamente as trocas comerciais entre naes. Com a inveno do motor por um outro lado, e a utilizao dos meios energticos de outro, como o carvo, o petrleo e a energia nuclear, os meios de transporte terrestre e aquavirio tiveram seu impulso possibilitando atingir os pontos hoje conhecidos. Atualmente, temos, portanto, completo, todos os meios de transporte possveis, quais sejam, o rodovirio e ferrovirio, que formam o complexo terrestre; o martimo, fluvial e lacustre, que so o complexo aquavirio e o areo. O meio de transporte mais utilizado no momento o martimo, sendo que os navios cargueiros apresentam-se em vrias formas, como os convencionais de carga geral, carga frigorfica, graneleiro, tanque, minero/petroleiro, lash, roll-on roll-off, mistos, porta container, entre outros. O avano no embarque de cargas deu-se com a criao do conceito de carga unitizada, de forma mais rudimentar atravs de amarrados, tambores, redes, etc. e, atravs da criao de pallets, pr-lingadas e, principalmente, pela criao do container. No incio a conteinerizao teve seus problemas, porque estas grandes caixas no eram padronizadas e a falta de estrutura dos portos que no possuam equipamentos adequados para o seu manuseio. Com o passar do tempo, o problema de tamanho foi resolvido e hoje atravs da ISO (Internacional Organization for Standardization), os containers so padronizados e utilizados mundialmente, sendo que os portos tambm esto em menor ou maior grau, equipados para sua movimentao.

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    1.1- Tipos de Modais

    1.2.1. Martimo O transporte martimo aquele realizado por navios em oceanos e mares. Pode ser utilizado para todos os tipos de carga e para qualquer parte do globo. o nico meio de transporte que possibilita a remessa de milhares de toneladas ou m3 de qualquer produto de uma s vez. O transporte martimo dividido em:

    - navegao de longo curso: faz a ligao entre pases prximos ou distantes (navegao internacional);

    - navegao de cabotagem: realiza a conexo entre os portos de um mesmo pas (navegao nacional).

    A maioria das cargas, gerais, frigorficas, automveis, tanto soltas quanto unitizadas, so transportadas normalmente em navios armadores que mantm linhas regulares de trfego e as comodities, como gros, lquidos, minrios e petrleo so geralmente transportados em vrios afretados para este fim, ou em frota prpria, como ocorre no caso da Petrobrs, com o petrleo. 1.2.1.1.Fluvial Navegao fluvial, interna, d-se dentro do pas/ou continente (tpica de interligao do interior), pois a navegao praticada em rios. Como o martimo, tambm pode haver transporte de qualquer carga e com navios de todos os tipos e tamanhos, desde que a via navegvel comporte.

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    1.2.1.2. Lacustre aquela realizada em lagos e tem como caracterstica a ligao de cidades e pases circunvizinhos. um tipo de transporte bastante restrito devido serem poucos os lagos navegveis. 1.2.2. Terrestre Rodovirio e Ferrovirio So executados nacional e internacionalmente, ligando com facilidade pases limtrofes. Pode-se transportar qualquer produto. 1.2.3. Areo Realizado por empresas de navegao area, seja nacional ou internacionalmente. Pode ser utilizado praticamente para todos as cargas, com limitaes em relao quantidade e especificao. 2- Unitizao de Cargas 2.1 Conceito Unitizar uma carga significa juntar vrios volumes pequenos em nico maior, com o intuito de facilitar a movimentao, armazenagem e transporte. Na unitizao de cargas, quando considerados volumes pequenos e manipulveis, os principais tipos de recipientes utilizados para este procedimento so: pallet e container. 2.2 Pallet uma unidade semelhante a um estrado, plano, construdo principalmente de madeira, podendo, porm ser

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    alumnio, ao, plstico, fibra, polipropileno, com determinadas caractersticas para facilitar a unitizao, armazenagem e transporte de pequenos volumes. Os pallets podem ser descartveis, ou seja, construdos para uma nica viagem, ou para uso constante. Com o crescimento internacional da unitizao, foi necessria a padronizao das dimenses dos pallets, visando com isto possibilidade de sua utilizao em todos os modais, principalmente o martimo. Os pallets so movimentados nos armazns por paleteiras e empilhadeiras. Nos embarques e desembarques em caminhes ou vages ferrovirios so utilizados empilhadeiras, e nos portos so usados guindastes, tanto no navio quanto no porto, que possuem ganchos, lingas e outros equipamentos especficos para sua movimentao. 2.3 - Container uma caixa, construda em ao, alumnio ou fibra, criada para o transporte unitizado de mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso constante. Constitui um equipamento do veculo transportador, que se caracteriza pela resistncia e facilidade de transporte de mercadorias, por um ou mais modais. provido de escotilhas e aberturas que permitem o seu estufamento e esvaziamento com facilidade, cumprindo os objetivos propostos para a sua criao e utilizao. Os containers so identificados com marcas, nmeros, definio de espao e peso que podem comportar, proprietrio, tamanho, etc.

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    Este equipamento dotado de dispositivo de segurana aduaneira , e deve atender s condies tcnicas de segurana previstas pela legislao nacional e pelas convenes internacionais, que so ratificadas pelo Brasil. O INMETRO ( Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial), rgo do Ministrio de Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, o responsvel pelas adaptaes das normas da ISSO, e emite Certificados de Qualidade de Container. Quanto ao regime aduaneiro de entrada no Brasil, o container estrangeiro tem um prazo de 180 dias para permanecer no pas, que pode ser prorrogvel e admitido pelo Regime de Admisso Temporria. Quando em trnsito, com carga pelo territrio nacional com destino a outros pases, est sujeito ao mesmo Regime e o prazo tambm de 180 dias para permanecer no pas. Os containers so padronizados, com medidas lidas em ps () e polegadas (). A nica medida invarivel a sua largura que tem sempre 8 (oito ps). Geralmente, no transporte martimo, os containers possuem 20 (vinte ps) e 40 (quarenta ps), sendo que os containers dry standard (padro) tm espao til mdio de aproximadamente 33 m3 e 66 m3. A altura de 96 (nove ps e seis polegadas) refere-se ao container denominado H/C (High Cube alta cubagem) e proporciona um considervel aumento de espao volumtrico, aproximadamente 12%. O High Cube uma caracterstica dos containers de 40e 45. Quanto ao peso, os containers de 20e 40 podem comportar, no mximo, at 30.480 e 34.000 quilos, incluindo o peso do prprio equipamento, resultando em 28.000 e 30.000 quilos de carga til.

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    Os containers so modulares e os de 20so considerados como 1 mdulo, sendo denominados TEU, e servem de padro para definio de tamanho de navio porta-container. Os containers de 40so denominados FEU, porm, no so utilizados como medida para navios. Foot (p), cujo plural Feet (ps), uma medida norte-americana e equivale a 30,48 cm ou 0,3048 m. O container um equipamento fundamental do transporte intermodal e multimodal, em face da facilidade de movimentao de carga que oferece. 2.4 Tipos e finalidades dos containers Com a crescente unitizao de cargas, muitos tipos de containers foram criados ao longo do tempo, existindo hoje unidades adaptadas para todos os tipos de mercadorias, como granis lquidos, granis slidos, refrigerados, petrleo, minrios, e animais vivos. Abaixo seguem os vrios tipos, cada qual apropriado para determinadas mercadorias: Dry Box: totalmente fechado, com porta nos fundos, sendo o container mais utilizado e adequado para o transporte da maioria das cargas gerais secas existentes, como alimentos, roupas, mveis, etc. Ventilated: semelhante ao dry Box, porm com pequenas aberturas no alto das paredes laterais, podendo tambm teclas na parte inferior das paredes, para permitir a entrada de ar, para transporte de cargas que requerem ventilao como caf e cacau. Reefer: tambm semelhante ao dry Box, totalmente fechado, com portas nos fundos, apropriado para embarque de cargas

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    perecveis congeladas ou refrigeradas, que precisam ter a sua temperatura controlada, como carnes, sorvetes, frutas e verduras. Pode ser integrado ou seja, equipado com motor prprio para refrigerao, ligado a uma tomada para seu funcionamento. Pode tambm ser insulado, ou seja, no ter equipamento prprio de refrigerao, tendo na parede duas aberturas (vlvulas) para entrada e sada de ar, que so fornecidos por fonte externa. Quando est em um terminal, ou no convs do navio, acoplado atravs da parede da frente a uma unidade externa de refrigerao denominada Clip on. Os dois tipos podem tambm, ter gancheiras no teto, que so equipamentos para pendurar carcaas de animais abatidos. O container reefer tem para controle de temperatura uma carta de Registro de Temperatura (Partlow Chart) e pode atingir at 25 C. Bulk Container: similar ao dry box, totalmente fechado, tendo aberturas no teto (escotilhas) para seu carregamento e uma escotilha na parede do fundo, na parte inferior para descarregamento, apropriado para transporte de granis slidos como produtos agrcolas. Open Top: container sem teto, que fechado com lonas para transporte de cargas que apresentam dificuldades para embarque pela porta dos fundos e necessitam de um acesso especial, embora tambm possua a porta normal nos fundos. Prprio para mercadorias que excedem a altura do container, cujas cargas no poderiam ser estufadas num container Dry Box tradicional.

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    Half Height: container open top, sem teto, porm de meia altura 4 (quarto ps) ou 43 (quatro ps e trs polegadas)- fechado com lonas e cebeceira basculante, adequado para embarque de minrios, cuja carga extremamente densa e, se embarcada em um open top, este no poderia ser utilizado integralmente quanto ao aspecto de volume, representando uma ocupao de espao indevido ao navio. Open Side: com apenas trs paredes, sem uma parede lateral, este container apropriado para mercadorias que apresentam dificuldades para embarques pela porta dos fundos, ou que excedam um pouco a largura do equipamento ou ainda para agilizao de sua estufagem. Flat Rack: container plataforma, sendo uma combinao dos open top e open side, sem as paredes laterais e sem teto, com cabeceiras fixas (fixed end flat), ou dobrveis (collapsible flat), adequado para cargas pesadas e grandes e que excedam um pouco as suas dimenses. Tem a capacidade de viabilizar embarques que no podem realizar-se em containers fechados e que obrigatoriamente precisavam ser embarcados em navios convencionais como carga solta (breakbulk). Plataform: container plataforma sem paredes e sem teto, tendo apenas o piso apropriado para cargas de grandes dimenses ou muito pesadas. Tank container tanque, dentro de uma armao de tamanho padronizado, prprio para transporte de lquidos em geral, perigosos ou no. 2.5 Aluguel de containers (leasing) O container, por ser um equipamento de grande utilizao no transporte, requer uma grande quantidade em

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    estoque para que possa circular com mercadorias pelo mundo, sem que haja faltas. As empresas de transporte martimas, utilizam o sistema de leasing, atravs de um Container Lease Agreement (Acordo de Aluguel de Container) para comporem as suas frotas, junto s empresas de Arrendamento Mercantil, utilizando as seguintes formas:

    - Per Diem (aluguel por dia): o container alugado por um determinado nmero de dias e tem a finalidade de suprir faltas temporrias enfrentadas pelos armadores.

    - One Way Leasing (aluguel por uma viagem simples: o aluguel de container que cobre a viagem integral de um navio, desde o ponto de origem at o destino final, considerando um prazo para estufagem, espera do navio e desova, sendo o mesmo devolvido no destino. um aluguel de convenincia, podendo ser realizado pelo armador para sanar um problema temporrio de falta de equipamento ou para solucionar uma necessidade de reposicionamento de containers da empresa de leasing.

    - Round Trip (aluguel por uma viagem redonda): o aluguel que cobre a viagem redonda do navio, quer dizer, a ida e volta, sendo o container devolvido ao ponto de origem.

    - Short Term Leasing (aluguel por curto prazo mais de seis meses): o aluguel realizado por um determinado perodo, acima de seis meses, e que d ao locatrio o direito de utilizar o container em vrias viagens que possam estar programadas dentro do prazo combinado.

    - Long Term Leasing (aluguel por longo tempo mais de um ano): o mesmo sistema do item anterior, porm por um perodo maior, ou seja, acima de um ano, normalmente realizado para trs a cinco anos.

    O valor do aluguel varia com o seu tipo e tamanho,

    porm sempre realizado na base do dia. Mesmo para aluguel de longo prazo, em que o pagamento feito mensalmente, o clculo sempre dirio.

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    2.6 Estufagem e Equipamentos de Movimentao Estufagem de Container Estufar ou ovar o ato de encher o container com mercadorias, podendo ser estas a granel, embaladas ou paletizadas. Desovar o ato de retirar mercadorias do mesmo. Praticamente qualquer mercadoria conteinerizvel e a sua conteinerizao depender de diversos fatores como custo, destino, rapidez nas operaes, disponibilidade de transporte e equipamento, tamanho e peso do produto, aceitao pelo comprador. Deve-se evitar conteinerizar mercadorias que possuam um grau de umidade muito alto, pois podem apresentar combusto espontnea, como o caso da farinha de peixe, algodo e farelo de soja. No recebimento do container para estufagem devem ser verificados diversos pontos, para constatar se o mesmo est em bom estado:

    - se no tem furos; - se as portas, escotilhas e fechaduras funcionam

    adequadamente; - se est limpo; - se no tem restos nem odores de mercadorias

    anteriores; - se est seco; - se tem pontos de fixao para cargas de pesos e

    dimenses; - se a lona do open top ou open side no est rasgada; - se o equipamento de refrigerao est funcionando

    perfeitamento, etc. O armador costuma proceder a uma inspeo prvia, anterior entrega, denominada PTI (Pr Trip Inspection),

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    cuja validade de 30 dias e que tem a finalidade de entregar ao embarcador o container em perfeitas condies de utilizao. A retirada dos containers do terminal utilizado pelo armador para disponibiliz-los aos seus clientes denominada handling out (manuseio de retirada) e a sua devoluo ao terminal denomina-se handling in (manuseio de entrada). conveniente que antes de se iniciar a estufagem de um container se faa um plano de estiva para adequao da carga ao mesmo. A estufagem pode ser realizada manualmente, atravs do transporte de cada volume, ou utilizando-se empilhadeiras e paleteiras para o transporte da carga e ainda esteiras rolantes ou, no caso de containers open top, guindastes para colocao da mercadoria em seu interior. Equipamentos de Movimentao de Containers Os containers so movimentados, empilhados, embarcados e desembarcados com equipamentos adequados a cada tipo de operao. Existe uma grande variedade de tipos de equipamento, cada qual utilizado numa etapa da movimentao. Nos portos e terminais a movimentao realizada com reachstackers e toplifts, que so empilhadeiras prprias para a movimentao e empilhamento de containers, e os Transtainers, que so guindastes montados sobre grande estruturas que correm sobre trilhos e se movimentam ao longo do cais, empilhando e transferindo containers de um ponto a outro. Nos embarques e desembarques so utilizados Portainers, que so guindastes de prticos usados para pegar

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    os containers com seus spreaders (quadros que se engatam nos containers e os levantam). 2.7 Tipos de servios Geral Os tipos de servios oferecidos no transporte internacional variam de acordo com o modal utilizado e se a carga est ou no unitizada. No ferrovirio, a carga entregue pelo expdidor nos terminais ou rampas ferrovirias do transportador, sendo que este tambm a entrega ao terminal ou rampa de destino para retirada pelo recebedor. J no rodovirio, o transporte feito desde a fbrica, ou depsito do exportador ou vendedor, at a fbrica ou terminal do consignatrio, ou seja, um transporte porta a porta. Este o nico modal que permite este tipo de operao sem depender do transporte multimodal. O areo tambm um transporte feito com as cartgas sendo colocadas disposio para embarques pelo exportador, nos terminais areos de origem, e pelo transportador, aos consignatrios nos terminais areos de destino. O martimo o que mais utiliza a unitizao visvel das cargas por interesse do transportador e dos comerciantes, sendo que esta pode ser realizada por qualquer um deles, uma vez que a cada dia os navios esto mais especializados para cargas unitizadas em pallets ou containers. H cargas que so unitizadas no prprio meio de transporte como lquidos e slidos a granel. Modalidades de Estufagem , Desova e Utilizao

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    No modal martimo, especificamente nas cargas unitizadas em containers, possvel ter alguns tipos de modalidades em sua ovao, desova e utilizao. Cada tipo vai depender do local ou por quem o servio realizado, se pelo transportador ou pelos comerciantes. Local da operao O container um recipiente de carga que poder ser ovado/estufado no armazm do vendedor ou no porto de embarque, e desovado no porto de destino ou no armazm do comprador, dependendo do acordo realizado com o transportador no momento da contratao do espao. O local da estufagem e desova dos containers definido pelos termos H/H, P/P e P/H sendo que H significa house (armazm/casa) e P, per (porto). Estes termos so abreviaturas de house to house, house to per, per to per e pier to house. Em uma operao tipo H/P (house to per), o container estufado no armazm do exportador e desovado no cais do porto de destino, enquanto que em uma operao H/H (house to house) ele ovado no armazm do exportador e desovado no armazm do importador. Responsabilidade pela Operao Quando o estufamento do container se der no armazm do vendedor e a desova no armazm do comprador, cada um deles ser responsvel pelos custos advindos destas operaes e ter a responsabilidade pela ova e desova do mesmo. Os custos de estufagem e desova e a responsabilidade so definidos pelos termos FCL?FCL, LCL/LCL, FCL/LCL e LCL/FCL, sendo que:

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    - FCL significa full container load (carga total de container) e indica custo e responsabilidade do comerciante, enquanto

    - LCL significa less than a container load (menos do que uma carga de container) e indica custo e responsabilidade do transportador

    Portanto, FCL/LCL denota que a estufagem do container feita pelo vendedor, por sua conta e risco, podendo ser em seu aramazm ou no porto de embarque, e a desova feita pelo transportador, por sua conta e risco, no porto de desembarque.

    3- TRANSPORTE AQUAVIRIO 3.1 Transporte Martimo O transporte martimo realizado por navios a motor, de grande porte, nos mares e oceanos. Est dividido em duas categorias, ou seja, transportando cargas entre portos nacionais, adentrando portos interiores localizados em rios, dentro de um mesmo pas ou internacionalmente. rgos Controladores (Internacionais e Nacionais) O Tansporte Martimo internacional basicamente controlado pela IMO, entidade liga ONU. A IMO (International Maritime Organization Organizao Martima Internacional) um rgo cuja funo consiste em promover a segurana no mar, a eficincia da navegao e tomar medidas preventivas para evitar a poluio martima que pode ser causada pelos navios, atravs de acidentes ou ms condies dos mesmos, entre outras coisas.

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    No Brasil, o Transporte Martimo regulado pelos seguintes rgos governamentais:

    - MT (Ministrio dos Transportes): o rgo mximo no pas, responsvel por todos os tipos de transportes terrestres e aquavirios, e tem como misso, controlar e fiscalizar tudo que diga respeito a esta atividade;

    - STA (Secretaria dos Transportes Aquavirios): rgo do

    Ministrio dos Transportes, tem o dever de executar a poltica para os transportes aquavirios no Brasil;

    - DMM (Departamento de Marinha Mercante): rgo

    vinculado STA, responsvel pelo controle dos registros de armadores, fretes, acordos bilaterais, conferncias de fretes e outros assuntos reguladores do transporte martimo brasileiro;

    - TM (Tribunal Martimo): vinculado ao Ministrio da

    Marinha, responde pelo julgamento dos acidentes martimos, fluviais e lacustres (Navegao Aquaviria), podendo suas concluses e laudos tcnicos serem usados pela justia civil, quando necessrio. Tambm responsvel pelo registro de navios brasileiros que operam no transporte de cargas, tanto na cabotagem quanto na navegao de longo curso.

    Armador, Agncia Martima, Comissria de Despacho, Transitrio, NVOCC e Terminais de Carga Armador uma pessoa jurdica, estabelecida e registrada, com a finalidade de realizar transporte martimo, local ou internacional, atravs de operao de navios, explorando determinadas rotas, e que se oferece para transportar cargas de todos os tipos de um porto a outro.

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    Responsvel pela carga que est transportando, responde juridicamente por todos os problemas ou efeitos sobre a mesma, a partir do momento que a recebe p/ embarque, fornecendo ao embarcador um Conhecimento de Embarque (Bill of Lading B/L) que o contrato de transporte. Agncia Martima a empresa que representa o armador em determinado pas, estado ou porto, fazendo a ligao entre o armador e o comerciante/exportador/importador. No comum o contato do comerciante com o armador diretamente, visto que esta funo pertence ao Agente Martimo. O Conhecimento Martimo normalmente emitido e assinado pelo agente, em nome e por conta do armador. Terminal de Carga Trata-se de local especializado no armazenamento, unitizao (estufagem de containers, paletizao) e movimentao de cargas para embarques e desembarques, localizados fora das reas porturias, utilizados pelos armadores para armazenamento de containers vazios a serem entregues aos embarcadores. Comissria de Despacho uma empresa prestadora de servios, que age nos portos, apta a auxiliar os comerciantes para que a sua mercadoria seja despachada, liberada e embarcada no navio, no porto de embarque, ou desembarcada do navio e liberada no porto de desembarque. comumente chamada de despachante, como empresa cadastrada e autorizada, auxilia os comerciantes em

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    tudo o que for necessrio para a boa consecuo da exportao e/ou importao, agindo em nome dos mesmos junto s reparties pblicas governamentais e agncias martimas. Confunde-se com o prprio despachante, que a pessoa fsica concursada, apta a atuar nesta funo e que costuma emprestar seu nome e agir dentro das comissrias de despachos. Transitrio um prestador de servios que est habilitado a fazer por seu cliente um trabalho completo, desde a retirada da mercadoria em seu depstio/fbrica at a entrega no armazm do importador, efetuando todos os tramites necessrios. NVOCC Esta sigla significa transportador comum no-proprietrio de navio. Trata-se de um armador sem navio, com registro no DMM para poder operar, que se prope a realizar transporte martimo em navios de armadores constitudos. O NVOCC um consolidador de carga responsvel pela sua unitizao e logstica de transporte, liberando totalmente o embarcador das obrigaes de unitizao, contratao do transporte e responsabilidade sobre a carga, a partir do momento em que esta lhe for entregue. Navios Documentos dos Navios Navio uma construo apropriada para transportar mercadorias e pessoas, atravs de mares, rios e lagos.

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    propulsionado por fora locomotriz, com capacidade interna varivel e adequado s especificaes necessrias. Desde a sua concepo at sua desativao ou desmanche, o navio ter diversos certificados que devero acompanh-lo para demonstrar suas qualidades e capacidades, dentre os quais:

    - contrato de construo; - proviso de registro de propriedade martima; - termos de vistorias em seco e flutuante; - certificado de segurana de construo e equipamentos; - certificado de bolsas inflveis; - certificado de arqueao; - certificado internacional de borda livre; - certificado de classificao; - certificado de baixa.

    Durante toda a sua vida til, enquanto estiver no trfego de cargas, o navio est sujeito a uma srie de vistorias que visam determinar seu estado e condies de navegabilidade. Tipos de navios Devido a diversidade de cargas que foram sendo objeto de transporte, vrios tipos de navios foram criados e construdos, destacando-se:

    - General Cargo Ship (carga Geral): so navios convencionais, com pores e decks (pisos), destinados carga seca geral, divididos em pores, com um ou mais decks, sendo normal que possuam 2 ou 3 decks com 3, 4 ou 5 pores, tendo, portanto, 8, 10 ou 15 compartimentos independentes para acondicionamento de carga, em pequenos volumes (solta ) ou paletizada (unitizada). Servem para transportar qualquer tipo de carga, exceto congelada.

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    - Reefer (frigorfico): um tipo de navio semelhante ao convencional de cargas secas, porm com pores devidamente equipados com maquinrios para refrigerao e transporte de carga frigorfica ou perecvel, tal como carnes, sucos, frutas, verduras etc.

    - Bulk Carrier (graneleiros): navios especializados no

    transporte de carga slida a granel (soja, acar, minrios etc). Existem navios mistos, os OBO (Ore-Bulk-Oil), que so graneleiros adaptados a transportes alternativos de minrio de ferro, granis slidos e lquidos.

    - Gearless: navio construdo sem equipamentos prprios

    para embarques, como guindaste, pau de carga ou qualquer outro aparelho que possa auxili-lo na operao de carga/descarga, dependendo, portanto, inteiramente dos aprelhos do porto.

    - Self-loading/unloading: navios que possuem

    equipamentos para operaes, como guindantes, podendo assim realizar suas prprias operaes de carregamento e descarga e no dependendo, desta forma, dos equipamentos do porto.

    - Full Container Ship (navio porta-container): um

    tipo de navio especializado no transporte de containers, comportando todos os tipos como dry, reefer, tanks, plataforma etc., cujos pores so denominados bays, divididos em colunas (rows) formadas atravs de clulas guias e compostos por vrias camadas (tiers) que indicam a altura dos containers embarcados. Os bays, rows e tiers so enumerados e a localizao do container no navio dada pelo slot em que ele est colocado.

    - Roll-On Roll-off (Ro-Ro): tipo de navio com uma

    rampa na popa (parte traseira do navio) ou proa (frente do navio), por onde veculos (com carga ou vazios), por

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    ele transportados, entram e saem de bordo diretamente do/para o cais do porto. Apresenta duas verses: Ro-Ro/Container: navio que pode transportar veculos sobre rodas (autolocomoo) nos seus pores e containers no deck principal (convs, plataforma ou piso superior transitvel do navio); Ro-Ro/PCTC (pur car/truck carrier): navio especializado puramente no transporte de veculos automotores, como automveis, caminhes, tratores, motoniveladora, entre outros, no transportando outro tipo de carga.

    - Tanker (navio-tanque): navio especialmente

    construdo para o transporte de carga lquida a granel, com divises em pores, permitindo que em caso de problemas em alguns dos pores, seja possvel evitar maiores danos e continuar o transporte como os produtos nos demais compartimentos. Alguns tipos deste navio: Product Tankes: navio-tanque utilizado no transporte de produtos diversos, tais como petrleo refinado, petroqumicos, leos minerais etc.; Chemical Tankes: navio-tanque utilizado no transporte de produtos qumicos lquidos a granel; ULCC (ultra large crude carrier): navio-petroleiro de grande porte (entre 300 e 500 mil toneladas), que depende de terminaus especiais para a sua atracao e operao.

    - Multi-Purpose Ship: navio versatile, destinado ao

    transporte de carga, com caractersticas de diversos outros tipos de navios como os convencionais, frigorficos, port-containers, Ro-Ro, podendo transportar as mais variadas cargas simultaneamente, como containers, pallets, carga solta, veculos em geral, cargas frigorficas etc.

    - Lash (lighter aboard ship): navios porta-barcaas ou

    chatas, as quais so carregadas ao largo por guindaste especial de bordo para serem transportadas e descarregadas tambm distncia no porto de destino.

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    Operam em portos onde sua entrada restrita, em virtude da pouca profundidade. Podem transportar qualquer tipo de mercadoria que possa ser acomodada nas barcaas.

    - Seabee (Sea Barge): navio provido de elevador

    submersvel e convs aberto que transporta barcaas ou chatas embarcadas ao largo, com capacidade para movimentar barcaas de at 800 toneladas, e que pode se converter em navio porta-container.

    Capacidade dos navios A capacidade dos navios est diretamente relacionada questo do peso, podendo seguir a seguinte classificao:

    - Deslocamento Bruto: significa o peso total deslocado pelo navio, ou seja, peso do navio, equipagem, combustvel e todo tipo de carga;

    - Deslocamento Lquido: o peso total deslocado somente pelo navio (casco + motor);

    - Toneladas de Porte: corresponde diferena entre o deslocamento bruto e o lquido, ou seja, o que pode ser transportado em carga, combustvel e equipagem (deadweight).

    Conhecimento de Embarque (Bill of Lading) O Conhecimento de Embarque um documento de extrema importncia no Comrcio Exterior e o principal em se tratando de transporte. Este documento tem trs finalidades:

    - representa um contrato de transporte entre o transportador e o embarcador;

    - o recibo de entrega da mercadoria a bordo do navio; e - um ttulo de crdito.

    O Conhecimento normalmente emitido e assinado pela agncia martima, podendo tambm ser assinado pelo

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    comandante do navio transportador, sempre em nome do armador ou pelo prprio armador. Nele devem constar vrias informaes:

    - nome e viagem do navio; - tipos de mercadoria e suas caractersticas gerais

    (peso bruto, volume, etc); - container e suas caractersticas ou o pallet; - portos ou pontos de embarque, destino e

    transbordo; embarcador e consignatrio, notificado; - data de embarque etc.

    O Bill of Lading contm, em seu verso, todas as clusulas referentes ao contrato de transporte celebrado antre o armador e o comerciante, constituindo um contrato de adeso, j que no discutido nem alterado, sendo respeitado o que est impresso. Consignao do Conhecimento Martimo H trs modos de se emitir o B?L quanto ao consignatrio. O primeiro seria ordem, ou seja, um B/L do exportador que, se for endossado em branco, pode se transformar em ao portador. Pode tambm ser endossado pelo exportador em preto, ou seja, a um novo consignatrio que passar a deter os direitos sobre a carga. Nada precisa ser provado alm de sua posse, assim, quem a detiver, pode apresentar o Conhecimento para retirar a mercadoria. O segundo consiste em emitir o B/L ordem de algum , inclusive a um banco sendo que somente poder ser apresentado por quem estiver mencionado nele. Este um Conhecimento que admite endosso, o que feito no seu verso, transferindo a posse da mercadoria. O endosso em branco torna o B/L ao portador, , em preto, a um novo consignatrio definido.

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    Consignado a algum, nominativo e s continuar assim se for endossado e nominado a algum, com endosso em preto. Nmero de Originais do Conhecimento de Embarque O B/L normalmente ser solicitado pelos comerciantes e emitido em jogo completo Full Set Bill of Lading, trs originais auto-anulveis, quando o primeiro deles for apresentado para retirada da mercadoria os dois restantes perdero o seu valor. As demais cpias, tantas quanto necessrias, sero impressas ou carimbadas como cpias no-negociveis. Poder ser emitido em tantos originais quanto desejar o comerciante responsvel pela reserva e/ou embarque e, quando for um nmero diferente de trs, dever ficar claro na Carta de Crdito ou contrato de compra e venda. O nmero de originais emitido ter de ser obrigatoriamente mencionado no B/L, j que comerciantes, agentes e armadores devero sempre saber quantos originais deste mesmo documento esto circulando no mercado. Tipos de Pagamento de Frete So eles:

    - Frete pr-pago (freight prepaid): significa que o frete ser pago imediatamente aps o embarque, para retirada do B/L, no local ou pas de embarque.

    - Frete pagvel no destino (freight payable at destination): frete pago pelo importador na chegada ou retirada da mercadoria.

    - Frete a pagar (freight collect): o pagamento do frete poder ocorrer em local diverso daquele de embarque ou destino. Pode ser pago em qualquer parte do mundo,

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    sendo que o armador ser avisado pelo seu agente sobre o recebimento do frete, para proceder liberao da mercadoria.

    Conhecimento On Board O B/L dever sempre constar On Board ou Shipped on Board para caracterizar que a mercadoria foi colocada no poro do navio, quando isto for exigido por qualquer parte, seja exportador ou importador. Costuma ser solicitado para evitar que o armador transporte a mercadoria no convs do navio. Conhecimento Limpo (Clean) normal os comerciantes solicitarem que o B/L tenha a clusula Clean (limpa), para registrar que a mercadoria foi recebida a bordo em boas condies, inclusive quanto embalagem, embora isto no seja necessrio, j que uma mercadoria estar Clean se no houver no B/L qualquer meno de mercadoria defeituosa. Reserva/Afretamento/Fretamento Reserva de Praa ou Espao Significa reservar, de determinado armador/transportador, atravs do seu agente martimo, uma parte do espao disponvel para carga em um determinado navio. Esta reserva de espao um compromisso, assumido pelo transportador, de colocar um navio em determinado porto e data, honrar o espao vendido ao embarcador e, por parte do embarcador, de dispor a mercadoria para embarque no local e data estipulada para isso.

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    Afretamento/Fretamento O afretamento o ato de alugar, arrendar, tomar para si um navio para oper-lo ou embarc-lo, mediante um frete ajustado, que pode ser de acordo com o espao a ser utilizado, ou seja, um frete por tonelada, por metro cbico ou por p cbico, ou um frete calculado por dia de utilizao. O fretamento quando o armador, proprietrio ou operador, aluga um navio para terceiros, seguindo a base acima. Fretes: Definio e Clculos Frete: Valor Pago ao Transportador pelo Servio de transporte/Remunerao Frete a remunerao paga pelo comerciante ao transportador, pela carga transportada em seus navios, de um determinado porto/ponto a outro. Representa a receita do transportador por servios de transportes realizados no mercado de cargas. O frete um preo constitudo a partir de vrios dados como:

    - Tipo de mercadoria - Embalagem - Preo da mercadoria - Peso e volume - Distncia a ser percorrida - Condies dos portos de embarque e desembarque - Facilidade e custos de atracao e de operao - Custos de utilizao porturia - Fregncia de carga - Periculosidade da carga - Custo do navio

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    - Da tripulao e combustvel, bem como as condies de navegao encontradas como risco de guerra, tumultos, etc.

    Frete bsico aquele cotado sem qualquer adicional, considerando as condies normais de carga e de todos os passos relativos ao transporte e que pode ser acrescido de taxas e sobretaxas dependendo de vrios fatores. Clculos (Volume, Peso e Unidade)/Frete Mnimo Os fretes martimos podem ser cobrados sobre vrias bases, dependendo da carga a ser transportada. A relao peso/volume no transporte martimo 1:1, ou seja, cada tonelada mtrica equivale a 1m3 para efeito de clculo e cobrana do frete. Isto quer dizer que um frete ser calculado sobre o peso ou volume da mercadoria, prevalecendo aquele que trouxer a maior receita ao armador. Outra forma de cobrana do frete aquela que incide sobre a unidade transportada. Esta recai basicamente sobre o container, cujo frete raramente calculado sobre o seu peso, sendo exceo, por exemplo, um embarque tipo ships convenience. O container costuma ter um frete definido pela sua utilizao, quer dizer, um frete (lumpsum), onde no incorrem taxas ou sobretaxas. 3.2- Transporte Fluvial Realizado em rios, tem sua utilizao no Brasil ainda muito pequena, se considerarmos o potencial de suas bacias hidrogrficas (o Brasil possui cerca de 25.000 km de rios

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    navegveis que esto aguardando utilizao como uma soluo de transporte barato). O grande volume de mercadorias transportadas por este modal de produtos agrcolas, fertilizantes, minrios, derivados de petrleo, lcool e assemelhados. Dever ter grande importncia, num futuro prximo, o transporte de containers via fluvial, principalmente na rota do Mercosul. Bacias hidrogrficas brasileira e Rios Navegveis Bacias Hidrogrficas As principais bacias nacionais s: Bacia Amaznica; Bacia Araguaia-Tocantins; Bacia do Nordeste; Bacia do So Francisco; Bacia do Paran; Bacia do Uruguai. Rios Navegveis Os principais rios e complexos fluviais navegveis no Brasil so: Norte do Brasil: Complexo Fluvial Amaznico (Amazonas,

    Guapor, Juru, Madeira, negro, Purus, Solimes e outros;

    Norte/Centro-oeste: rios Araguaia e Tocantins; Nordeste: rios Paranaba e das Balsas; Nordeste: formado pelos rios So So Francisco e

    Grande; Sudeste/Sul: Complexo Paran/Tiet, formado pelos rios

    Paran, Tiet, Paranaba, Paranapanema; Sul: rios Uruguai, Jacu e Ibicu.

    Embarcaes/Clculos de frete

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    Tipos de Embarcaes Os equipamentos utilizados so as balsas, chatas, pequenos barcos, bem como navios de mdio e grande porte. Clculos de Frete Neste modal, a principal sistemtica do lculo de frete baseada na tonelada/quilmetro, ou seja, a tonelagem transportada em relao distncia da viagem, podendo tambm ser cobrado por unidade no caso de transporte de containers. Os custos dos fretes so inferiores aos demais modais, o que faz do fluvial uma opo interessante de transporte, principalmente no mercado interno, constituindo um frete mais barato do que o ferrovirio e bem inferior ao rodovirio. 3.3- Transporte Lacustre Consiste no transporte em lagos, podendo ser considerado incipiente, no tendo importncia relativa no transporte de cargas no comrcio internacional. As suas rotas so determinadas por vias adequadas providas pela prpria natureza e estabelecidas pelo homem. Lagos Navegveis Normalmente, os lagos so utilizados para o transporte de mercadorias nas regies circunvizinhas. Alguns lagos navegveis (em nvel de transporte de carga) so: Os Grandes Lagos na fronteira entre os Estados Unidos e

    os Canad; No Brasil, a Lagoa Mirim, que liga o Brasil ao Uruguai e a

    Lagoa dos patos ligando o Rio Grande a Porto Alegre; Na Bolvia, o Lago Titicaca que liga a Bolvia ao Peru.

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    Embarcaes/Clculos de frete Tipos de Embarcaes So os mesmos tipos de embarcaes utilizados na navegao fluvial, balsa, chatas, pequenos e mdios navios sendo que, eventualmente, so utilizados navios maiores. Clculo de frete O sistema de clculo de frete deste modal segue o mesmo princpio do fluvial, seu clculo baseia-se na tonelada/quilmetro da viagem, podendo ser por unidade, no caso de transporte de containers.

    4- TRANSPORTE TERRESTRE

    4.1. Transporte Rodovirio Transporte rodovirio internacional aquele efetuado por caminhes e carretas e, normalmente liga pases limtrofes. Pode ser realizado entre pases que no faam fronteiras entre si, mas que apresentem condies para tal. Entre todos os modais, o rodovirio o mais usado nos transportes de mercadorias, tanto na exportao quanto na importao, nas viagens de curtas e mdias distncias. O Brasil apresenta uma malha viria pavimentada de cerca de 150.000 km. Tipos de veculos e produtos Transportados Os veculos utilizados so basicamente:

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    Caminhes: chamados de veculos fixos, constituem-se de uma nica parte incorporando a cabine, o motor e a unidade de carga (carroceria); apresentam vrios modelos como os de carroceria aberta, em forma de gaiola, plataforma, tanque ou fechados (bas), sendo que estes ltimos podem ser equipados com maquinrios de refrigerao para transporte de cargas congeladas e refrigeradas.

    Carretas: so veculos articulados e, portanto, possuem unidades de trao e de carga em mdulos separados. Estas duas unidades so reunidas em conjuntos formados por cavalos mecnicos e semi-reboque, que podem ser abertos, em forma de gaiola, plataforma, tanque ou fechados (bas) cada qual apropriado a uma determinada carga. Tambm podem ser equipados com maquinrios de refrigerao.

    Cegonheiras: so veculos articulados, como as carretas, dotados de cavalos mecnicos e uma espcie de gaiola com rampas, para transporte de veculos automotores.

    Boogies/Trailers/Chassis/Plataforma: so veculos criados e apropriados para transporte de containers, formados semelhana das carretas, que utilizam cavalos mecnicos e semi-reboques do tipo plataforma, sendo adequados para carregar containers de 20 e 40 ps.

    Veculos Articulados Especiais (treminhes): so veculos semelhantes s carretas, formados por cavalos mecnicos, semi-reboques e reboques, compostos de trs partes, podendo carregar dois containers de 20 ps simultaneamente, sendo um no semi-reboque e outro no reboque.

    Os caminhes e carretas, dependendo do tipo da carroceria ou semi-reboque, so adequados para transportar cargas gerais ou especficas, como granis slidos ou lquidos, produtos perecveis, animais vivos e containers.

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    Conhecimento de Transporte O Conhecimento de transporte rodovirio, que o Conhecimento de Transporte Internacional, CRT (Carta de Porte Internacional) o documento mais importante no sistema e tem a funo de: contrato de transporte terrestre; recibo de entrega de carga; ttulo de crdito. O Conhecimento emitido em trs originais, que tm a seguinte destinao: 1 original exportador (negocivel); 2 original acompanha a mercadoria (no-negocivel); 3 original transportador (no-negocivel). Neste documento devem constar dados como: embarcador, consignatrio, locais de origem e destino da mercadoria, ponto de fronteira de liberao da mercadoria/veculo, Dara da entrega da mercadoria ao transportador, descrio da mercadoria e sua embalagem com seus pesos e quantidades, marcas especiais, valor do frete, entre outros. O Conhecimento deve ser datado e assinado pelo transportador ou seu representante e a mercadoria deve ser vistoriada por ocasio do embarque. Fretes O frete no transporte rodovirio normalmente composto da seguinte maneira: Frete bsico: calculado sobre o peso ou volume da

    mercadoria e a distncia a ser percorrida. Taxa ad valorem: calculada sobre o valor FOB da

    mercadoria. Taxa de expediente: pode ser cobrada para cobrir

    despesas com emisso de Conhecimento de Embarque.

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    Os fretes podero ter as seguintes modalidades quanto ao seu pagamento: Frete pr-pago (freight prepaid): pago na origem, na

    ocasio do embarque, pelo exportador; Frete a pagar (freight collect): pago no destino pelo

    importador. Multimodalidade/Intermodalidade O transporte rodovirio tem sido um aliado imprescindvel no transporte multimodal e intermodal, pois apresenta a importante caracterstica de poder buscar na fonte os produtos para exportao e embarque em outros modais, bem como o inverso, entregando na porta os produtos trazidos por outros modais. Este o nico meio de transporte, que permite estas operaes de multimodalidade e intermodalidade, j que apenas ele tem a capacidade de realizar a ligao entre os diversos modais, abrangendo todo o percursos da mercadoria. Cone Sul O transporte rodovirio no Cone Sul da Amrica do Sul regido pelo Convnio sobre Transporte Internacional Terrestrefirmado por Brasil, Argentina, Bolvia, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru, no sentido de regulamentar o transporte terrestre entre estes pases, aprovado pelos Ministros de transportes dos pases do Cone Sul em agosto/setembro de 1989, em Santiago, Chile. Este documento trata dos aspectos pertinentes ao transporte internacional por rodovias e dos procedimentos relativos aos assuntos aduaneiros, migratrios, de seguros e disposies gerais de operacionalidade do sistema. Embora haja um convnio multilateral, os pases so autorizados a negociar, bilateralmente, procedimentos

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    prticos necessrios aos desenvolvimento do trfego entre eles, incluindo procedimentos alfandegrios, de segurana, etc. MIC/DTA Pode-se utilizar o MIC/DTA (Manifesto Internacional de Carga Rodoviria/Declarao de Trnsito Aduaneiro), um formulrio nico, fazendo-se a combinao do manifesto de carga com o Trnsito Aduaneiro, quando a quantidade de carga for suficiente para a lotao de um veculo. O nmero do lacre mencionado no MIC?DTA e ser verificado na fronteira; no tendo havido ruptura ou violao, a carga ser liberada para a viagem. Permissionrios

    Para operar no transporte internacional de cargas, a empresa transportador dever obter junto s autoridades de seu pas uma autorizao, que no Brasil chamada de Documento de Idoneidade. A empresa para solicit-lo, dever estar inscrita no RETRIC (Registro Cadastral de Habilitao de Empresa de Transporte Internacional de cargas) no Ministrio dos Transportes. Esta uma licena denominada Originria, j que concedida pelo pas de origem da empresa. A maioria das empresas so associadas ABTI (Associao Brasileira de transportadores Internacionais). 4.2. Transporte Ferrovirio Transporte ferrovirio internacional aquele efetuado por vages, puxados por locomotivas, sobre trilhos, com trajetos devidamente delineados, ou seja, no tm flexibilidade quanto a percursos e esto presos a cominhos nicos, o que pode provocar atrasos na entrega das mercadorias em caso de obstruo da ferrovia.

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    Liga, pases limtrofes, podendo ser realizado tambm entre pases que no faam fronteiras entre si. Tipos de Veculos e produtos Transportados Os vages tm capacidades de carga diferentes entre si, dependendo do seu tamanho e da carga para a qual foram desenvolvidos, dependendo da sua configurao. Alm dos vages, as ferrovias tambm podem apresentar diferentes capacidades de carga, dependendo de sua construo, limitando com isto a capacidade dos vages. Tipos de veculos (vages) e mercadorias: Gaiola com estrados: gado Fechado com escotilha: granis slidos Fechado convencional: carga geral Vago com fundo mvel (basculante): minrios e

    granis slidos Isotrmico: produtos congelados e refrigerados Plataforma com 1 ou 2 pavimentos: automveis e

    containers Plataforma sem laterais e fundos: madeira e grandes

    volumes Tanque: transporte de lquidos

    O modal ferrovirio tambm comporta o trfego de containers, que no Brasil j vem sendo realizado e com tendncias de crescimento cada vez maiores. Conhecimento de Transporte O Conhecimento de Transporte Ferrovirio, denominado Conhecimento - Carta de Porte Internacional, o documento mais importante no sistema, e possui a mesma funo do Conhecimento de transporte Internacional (aplicado

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    ao modal rodovirio) e respeita as mesmas regras, como o nmero de originais, dados que devem constar, vistoria da mercadoria etc., sendo que este documento deve ser datado e assinado pelo transportador e pelo embarcador logo aps o embarque. Fretes bastante comum que o frete seja cobrado por vago, ou seja, um frete global/fechado por viagem. Os fretes podero ter as seguintes modalidades quanto ao seu pagamento: Frete pr-pago (freight prepaid): quando pago na

    origem, na ocasio do embarque, pelo exportador. Frete a pagar (freight collect): quando pago no destino

    pelo importador. Este frete no aceito para cargas facilmente deteriorveis e plantas vivas.

    Multimodalidade O transporte ferrovirio tambm um importante aliado no transporte multimodal, pois pode complementar ou iniciar uma viagem feita por outro modal, na importao ou exportao de mercadorias, podendo ter, inclusive, terminais nas unidades produtoras ou armazns de carga. Cone Sul Legislao Este modal tambm regido pelas normas do Convnio sobre Transporte Internacional Terrestre firmado entre os pases do Cone Sul: Brasil, Argentina, Bolvia, peru, Paraguai, Uruguai e Chile.

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    Um dos problemas enfrentados por este modal a questo das bitolas das linhas frreas, que no so padronizadas entre os pases, porque cada um adotou uma bitola especfica (distncia que separa os trilhos de uma via frrea), com exceo do Brasil e Bolvia que usam as mesmas dimenses, o que limita em muito a sua utilizao internacional. A empresa ferroviria dever sempre ser registrada e pedir autorizao para transporte de carga internacional no pas sob cuja jurisdio estiver. Bitolas e Transbordo de Carga Em virtude do problema de bitola, normalmente, as cargas transportadas, com exceo das realizadas entre Brasil e Bolvia, sofrem baldeao nos terminais ferrovirios nas fronteiras, o que pode trazer problemas s mesma, como roubo, avarias, atraso, etc., prejudicando este modal de transporte.

    5- Transporte Areo

    5.1- O transporte areo e suas particularidades O transporte areo uma atividade que envolve com facilidade vrios pases, devido velocidade do meio utilizado. O princpio seguido o mesmo, tanto para cargas nacionais, quanto para as cargas internacionais, baseado em normas da IATA (International Air Transport Association) e em acordos e convenes internacionais. As reservas podem ser feitas apenas para um espao na aeronave, para transporte de determinada carga, ou para o espao total, ou ainda para afretamento de avies cargueiros destinados a tal finalidade, sendo realizadas pelos expedidores diretamente com a companhia area ou atravs de um agente de carga IATA.

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    5.2- IATA/DAC/INFRAERO IATA A IATA (International Air Transport Association Associao de Trfego Areo Internacional), fundada em 1919, na Frana, com o surgimento do transporte areo, uma associao que rene empresas de todo mundo.. Esta Associao representa as companhias areas, tem papel fundamental nas negociaes para o estabelecimento de tarifas uniformes de fretes e regula as trs conferncias existentes, que dividem o globo em trs reas: rea 1 Amricas, incluindo Hava, Groelndia e ilhas

    adjacentes; rea 2 - Europa e ilhas adjacentes, frica e parte Oeste

    da sia; rea 3 sia, inclusive ilhas adjacentes, exceto as

    includas na rea 2, e Oceania. A IATA no tem carter poltico, mas comercial, trabalhando pelo interesse dos seus associados, bem como dos usurios do transporte areo. rgos Nacionais No Brasil, o transporte areo regulamentado pelo Governo Federal atravs dos seguintes rgos: Ministrio da Aeronutica: o responsvel mximo pela

    navegao area e aeroportos no pas, ditando as normas a serem seguidas pelo setor.

    DAC (Departamento de Aviao Civil): departamento ligado ao Ministrio da Aeronutica, que controla a aviao nacional e internacional no pas, regulamentando

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    e instrumentalizando as normas internacionais dos acordos da aviao civil internacional.

    Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroporturia): empresa ligada ao Ministrio da Aeronutica e responsvel pela administrao e construo de aeroportos no Brasil, controle dos armazns de carga nas exportaes e importaes nos terminais aeroporturios brasileiros, bem como dos terminais de passageiros nos respectivos aeroportos.

    5.3. Companhias areas e agentes de carga Companhias Areas So empresas de transporte areo autorizadas pelas autoridades de seu pas de origem a operar o transporte de cargas e passageiros, dentro das normas internacionais, com aeronaves devidamente registradas e capacitadas para o trfego. Agentes de Carga IATA A ligao entre as empresas areas e os usurios do transporte areo realizada por intermedirios chamados agentes de carga. Estes agentes de carga tm os seus prprios Conhecimento de Carga Area e so autorizados a emiti-los, em lugar dos AWB das empresas areas, nos embarques consolidados, onde a empresa area emite um nico AWB para toda a carga embarcada. 5.4. Conhecimento de Embarque Areo (AirWay Bill) O transporte areo comercial de carga sempre documentado atravs de Conhecimento Areo (AWB Airway Bill), que a exemplo dos demais modais, o documento mais importante do transporte.

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    Os conhecimentos podero ter a seguinte forma, de acordo com quem os emite e a finalidade a que se destinam: AWB (Airway Bill): Conhecimento Areo que cobre uma

    determinada mercadoria, embarcada individualmente numa aeronave referente a uma carga cujo AWB emitido diretamente pela empresa area para o transportador.

    MAWB (Mster Airway Bill): Conhecimento de Embarque Areo emitido pelo agente IATA, para a companhia area, para cargas/expedies consolidadas, e que permanece com a agente de carga, no chegando aos embarcadores, j que eles recebero os HAWB emitidos pelos agentes por suas cargas individuais. Este Conhecimento denominado Mee representa a totalidade da carga entregue pelo agente para o embarque.

    HAWB (House Airway Bill): Conhecimento Areo emitido por um agente de carga, relatico a uma carga que tenha sido objeto de uma consolidao, conhecido como Filhote. A soma dos HAWB ser igual ao MAWB.

    O Conhecimento Areo composto de trs originais e nove cpias, que tm os seguintes destinos e finalidades: Original 1 (via verde) (para o transportador emissor):

    fica em poder do transportador como prova do contrato de transporte e para efeitos contbeis;

    Original 2 (via rosa) (para o destinatrio): acompanha a mercadoria para ser entregue ao destinatrio, na liberao da mercadoria, no destino final;

    Original 3 (via azul) (para o expedidor): dado ao embarcador como prova de entrega da mercadoria para transporte, bem como do contrato de transporte;

    Cpia 4 recibo de entrega; Cpia 5 para o aeroporto de destino; Cpia 6 para o terceiro transportador;

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    Cpia 7 para o segundo transportador; Cpia 8 para o primeiro transportador; Cpia 9 para o agente; Cpia 10 cpia extra para o transportador; Cpia 11 cpia extra para o transportador; Cpia 12 para a alfndega.

    O Conhecimento Areo no um documento negocivel e esta condio impressa na parte superior do documento atravs da clusula Not Negotiable. Isto significa que ele um documento de expedio direta das mercadorias e emitido diretamente ao destinatrio. Para que seja negocivel necessrio que o Conhecimento no possua esta clusula. Este documento deve ser preenchido na sua totalidade e mencionar entre outras coisas, o vo, data e empresa area; os aeroportos de partida, de trnsito e de chegada; nome e endereo do transportador, do expedidor e do destinatrio da mercadoria; descrio da mercadoria e suas quantidades e peso, moeda e taxa cambial, valor do seguro (se o mesmo foi feito pelo transportador a pedido do embarcador), valor declarado para transporte ou para efeitos alfandegrios etc. 5.5. Aeronaves e suas capacidades de carga Tipos de Aeronave So vrios os modelos de avies utilizados na navegao area, classificados em trs tipos quanto a sua configurao e utilizao: All Cargo Full Cargo (somente carga): so aeronaves

    especficas, configuradas apenas para o transporte de carga, no transportando passageiros.

    Combi (aeronave mista): aeronaves utilizadas para o transporte de passageiros e carga, nas quais as cargas

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    so transportadas tanto no lowe deck (andar inferior) quanto no upper deck (andar superior), neste sendo colocada no fundo da aeronave, cujo espao destinado para este fim, e devidamente separado da ala de passageiros, que fica na parte da frente.

    Full Pax (avio de passageiros): so aeronaves onde apenas o deck inferior destinado ao transporte de carga, sendo o deck superior exclusivamente destinado a passageiros.

    5.6- Fretes e Formas de Pagamento Clculos de frete As tarifas de fretes areos so estabelecidas de comum acordo entre as empresas de transporte areo, devidamente fiscalizadas e controladas pela IATA. O frete cobrado pelo peso da carga, calculado por quilo, porm o volume tambm considerado, se exceder limites previamente estabelecidos para um determinado peso, ou seja, 6 vezes o peso da carga. Tarifa de Frete Tarifa de frete o valor cobrado por um transportador, por determinada unidade de carga. Tarifa Mnima: uma tarifa aplicada a pequenas

    encomendas que no atingem um determinado valor a partir do seu clculo por peso.

    Tarifa Geral: uma tarifa aplicada a expedies que no contenham mercadorias valiosas e que no estejam enquadradas na tarifa especfica ou tarifa classificada, estipulada por rea pela IATA.

    Tarifa para Mercadorias Especficas: so mais baixas que as gerais e aplicadas as mercadorias que deixaram de fazer parte da tarifa geral.

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    Tarifa Classificada: um desdobramento da tarifa geral, aplicado bagagem no acompanhada, jornais e equivalentes, animais vivos, restos mortais, ouro, platina, etc.

    Consolidao e Unitizao de Carga Por serem os fretes para pequenos volumes muito elevados, pois utilizam as tarifas comuns de quantidade para seu clculo, deve-se procurar embarcar a mercadoria como carga consolidada, de modo a reduzir o custo do seu transporte. Consolidao de carga significa que a mercadoria recebida pelo agente de carga area, de diversos embarcadores, enquadrada na tarifa adequada, considerando-a como um todo, portanto, como uma s carga ao invs de cargas fracionadas em pequenos volumes. A unitizao de cargas consiste em juntar, fisicamente, em pallets e containers, as cargas anteriormente recebidas dos agentes de carga ou de diversos embarcadores. Formas de Pagamento do Frete O pagamento do frete pode ser feito em algumas formas: Frete pr-pago (freight prepaid): o pagamento do frete

    deve ser feito no ponto de embarque. Normalmente, isto ocorre quando a venda feita na condio CIF e CFR.

    Frete a pagar (freight collect): o pagamento do frete poder ocorrer em qualquer lugar, em geral no destino.

    6. Transporte Multimodal, Intermodal e Transbordo 6.1. Multimodal

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    Transporte Multimodal aquele em que uma mercadoria utiliza mais de um modal de transporte para chegar ao seu destino, em virtude da impossibilidade de atingir determinado ponto apenas por um dos modais existentes; pode ser realizado internamente no pas, ou entre pases diferentes no comrcio internacional, como no caso de uma mercadoria que sai de um pas e necessita ser entregue no interior de outro pas. A multimodalidade caracteriza-se quando a mercadoria transportada por mais de um modal de transporte sob a responsabilidade de um nico transportador ou operador de transporte multimodal, que tem a obrigao da entrega da mercadoria em determinado ponto e cujos trajetos so cobertos por um documento de transporte nico, por um contrato nico. Esta modalidade apresenta, a vantagem de permitir que um nico responsvel tenha a obrigao do transporte da carga desde a origem at a entrega no destino final. OTM (Operador de transporte Multimodal) uma empresa que est apta a prestar servios como Operador de Transporte Multimodal, pode assumir como principal, e no apenas como agente, a responsabilidade do transporte multimodal, desde o momento em que recebe a carga at a sua entrega ao destinatrio, envolvendo estes servios a coleta, unitizao, armazenagem, manipulao, transporte e desunitizao, ou seja, todas as estapas necessrias ao cumprimento desta finalidade desde a coleta at a entrega da carga. 6.2. Intermodal O transporte intermodal ou segmentado diferencia-se do multimodal pela caracterstica do documento de

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    transporte, ou seja, enquanto este requer apenas um documento, o intermodal depende de documentos diferentes para cada transporte envolvido. Isto deve-se ao uso de mais de um tipo de modal, pois a responsabilidade no pertence apenas a um transportador, e sim, a cada um que se responsabiliza por seu prprio transporte e tem seu prprio frete o trajeto que est sendo utilizado. 6.3. Transbordo de Carga O transbordo de carga significa a transferncia da mercadoria de um veculo transportador para outro do mesmo tipo para a continuao da viagem, por exemplo, a troca de um navio por outro.

    7. EMBALAGEM

    7.1. Finalidade Embalar um produto significa dar-lhe forma para sua apresentao, proteo, movimentao e utilizao, a fim de que possa ser comercializado e manipilado durante todo o seu ciclo de vida, desde o seu incio, no momento da sua produo, at final (tanto como produto de consumo final como intermedirio). A embalagem pode ser primria, de consumo e, proteger diretamente o produto, ou secundria, de transporte, servindo para proteger a embalagem primria. Pode ter os mais variados tamanhos e formatos e ser constituda de vrios tipos de materiais, como vidro, plstico, alumnio, papel e papelo, PET (polietileno tereftalato) etc. A embalagem necessita ser apropriada para a proteo da mercadoria contra perecimento, queda, choque, roubo, avaria, corroso, contaminao, deteriorao, umidade, ao

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    do tempo, absoro de odores estranhos etc., durante toda a sua vida til e ser adequada para suportar os vrios manuseios que ir sofrer, desde a produo at o consumo final, passando pela armazenagem e transporte, assegurando as caractersticas originais do produto. A secundria aquela que visa unitizar as embalagens primrias em pequenas unidades, de maneira uniforme, permitindo a sua comercializao possibilitando ou facilitando a manipulao mais adequada da mercadoria. 7.2. Tipo de Embalagem Quando da concepo de um produto, seja ele destinado exportao ou ao mercado interno, deve-se levar em conta que a embalagem necessita ser dimensionada para qualquer modal de transporte (nico ou combinado), distncia, condio das estradas, locais de embarque e desembarque, diversos manuseios, armazenagem em condies adversas e atender s exigncias de proteo ao meio ambiente. A embalagem est intimamente ligada logstica de distribuio de mercadorias, recebendo tratamento diferenciado as destinadas ao Comrcio Exterior e as desenvolvidas para o mercado domstico. Embalagens mais Comuns Utilizadas para Transporte Caixas: madeira, papelo, metal, plstico, fibra. Engradados: madeira. Tambores/barris: madeira, metal, plstico, fibra. Fardos: metal, corda, tiras plsticas. Sacos: plstico, papel, juta. Pallets: madeira.

    Embora a unitizao em containers falicite o transporte das mercadorias, deve-se sempre ter em mente que esta

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    unidade de carga no considerada embalagem, mas equipamento do navio transportador. 7.3. Simbologia e Identificao Marcao de volumes A marcao de volumes a identificao das mercadorias e do lote a ser embarcado, que permite a individualizao das mesmas, trazendo ao exportador, importador, transportador, enfim, todos os intervenientes na operao, o fcil reconhecimento da mercadoria, evitando confuso, mistura de cargas, extravios, etc. uma marca normalmente definida pelo importador, de modo a ter a mercadoria identificada no seu recebimento e desembarao alfandegrio, devendo ser providenciada pelo produtor ou exportador. Numerao dos volumes interessante colocar uma numerao em cada um dos volumes que formam o lote a ser embarcado, fazendo com que o lote todo seja devidamente identificado pelos seus nmeros, ou que se permita saber quantos volumes esto envolvidos no lote em questo. Peso dos volumes Cada volume que compe o lote tem de ser identificado com o seu peso lquido e bruto e, se necessrio, tambm com as suas medidas. Estas informaes so de grande importncia na manipulao e identificao do peso total ou medida global do lote. No caso de embarques a granel, ou seja, volumes no unitizados, importante que o peso das caixas no seja muito grande, de modo que possa ser facilmente manipulado

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    manualmente e no dependa de equipamento para sua movimentao. Etiquetas Especiais H embarques que merecem uma ateno especial na sua identificao para movimentao. o caso de mercadorias frgeis, perecveis, explosivas, radioativas, venenosas, que no podem ser tombadas, etc., devendo apresentar etiquetas especiais de identificao universal, para informar as pessoas o que so e como devem ser manipuladas, estas etiquetas, conhecidas em todo o mundo, devido ao padro e cor, so entendidas em qualquer lugar, independentemente do idioma utilizado.

    8. SEGUROS

    8.1. Seguro de Mercadorias O seguro martimo, teve seu incio no sculo XVII, em Londres, em um caf pertencente a Edward Lloyd, onde os armadores costumavam se reunir para trocar informaes e ter suas embarcaes e mercadorias transportadas seguradas, o que transformou este centro no que hoje, a mais importante sociedade mundial no que se refere a assuntos de seguro, o Lloyds of London. O seguro de mercadorias para os demais meios de transporte criados mais tarde (oferrovirio, o rodovirio e o areo) foram desenvolvidas tendo como base o seguro martimo. O objetivo do seguro dar carga proteo contra danos ou perdas, ou seja, visa sempre repor um dano advindo da ocorrncia de um sinistro. O seguro nunca deve ter como objetivo produzir lucros com relao ao bem segurado.

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    Para que exista uma operao de seguro no Comrcio Exterior necessrio que ocorram dois fatos distintos, porm interligados, quais sejam, venda ou compra de determinada mercadoria e transporte internacional envolvido. de extrema importncia a contratao do seguro, pois se um embarque no segurado sofrer um sinistro, a empresa ter de arcar com os custos envolvidos e a perda poder, dependendo da situao, significar at uma amea para a sobrevivncia da empresa. Seguro Seguro uma operao que se realiza entre duas partes, segurado e segurador, coordenada por uma terceira parte denominada corretora, de modo que a parte segurada que aderiu a este propsito possa resguardar seus bens dos riscos que proventura venham a ocorrer com a mercadoria e ser indenizada pela seguradora por quaisquer danos que estes bens tenham sofrido (sinistro); danos estes previstos neste contrato, mediante o pagamento de uma importncia para este fim (prmio). Uma operao de seguro um contrato jurdico realizado entre as partes envolvidas. O que caracteriza so as coberturas e clusulas estabelecidas na assinatura do contrato, que obrigam o cumprimento de determinadas condies, tanto por parte da seguradora como do segurado. As declaraes e informaes constantes de uma aplice de seguro, tanto as do segurador quanto as do segurado, precisam respeitar a estrita verdade dos fatos, nada se omitindo, nem se acrescentando fatos inverdicos. Tal conceito deve ser considerado durante toda a vigncia do seguro, inclusive nas providncias para recebimento da indenizao por um sinistro.

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    Estrutura do Sistema Nacional de Seguro Privado O sistema nacional de seguro privado, criado em 1966, tem por objetivo regulamentar, controlar e incentivar o mercado de seguros, inserindo-o cada vez na economia nacional. Este sistema est assim estruturado: CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados); SUSEP (Superintendncia de Seguros Privados); IRB (Instituto de Resseguros do Brasil); Companhias Seguradoras; Corretor de Seguros;

    atravs da corretora que se paga o prmio do seguro seguradora. Tambm atravs dela que se providencia o recebimento da indenizao referente aos danos sofridos pelo bem segurado. Conceito Bsico de Seguro Segurado/Beneficirio Segurado o dono do bem, podendo ser uma pessoa fsica ou jurdica. ele quem prope uma operao de seguro para determinada mercadoria, muito embora isto possa ser realizado por um terceiro em seu nome. Beneficirio de um seguro aquele que ser indenizado num eventual sinistro com o bem segurado. Pode ser o prprio segurado que efetua o seguro para proteger algo que lhe pertence, como a importao de uma mercadoria qualquer, ou um terceiro, a quem determinado bem est sendo vendido ou transferido, como uma operao de exportao na modalidade de venda CIF. Bem Segurado

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    qualquer bem que tenha valor econmico e pelo qual o segurado tenha pago um prmio seguradora para protege-lo do risco de danos e perdas, que ser indenizado em caso de sinistro, possibilitando a sua reposio, e que tenha recebido a emisso de um certificado ou aplice de seguro, caracterizando-o Risco Risco algo a que o bem segurado est sujeito e que independe da vontade das partes envolvidas, podendo ocorrer a qualquer tempo e em qualquer lugar, sendo algo possvel, porm futuro e incerto. Valor Segurado O valor de um bem a ser considerado para efeitos de seguro determinado pelo segurado e dever sempre manter uma relao lgica com o seu valor real, pois o segurador poder exigir uma comprovao deste. A comprovao do valor real do objeto do seguro pode ser feita pela fatura comercial ou qualquer outro documento hbil aceito pelo segurador. normal que o seguro seja realizado, considerando-se 100% do valor CIF do bem, acrescido de um percentual de cerca de 10% para cobrir despesas diversas que o segurado possa ter com relao ao sinistro que porventura venha a ocorrer, segurando-se a mercadoria, portanto, em torno de 110% do seu valor CIF. Prmio de Seguro o valor pago pelo segurado empresa seguradora, de modo a ter os seus bens protegidos, e que cobre indenizaes pagas aos segurados em caso de sinistro.

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    O prmio calculado por um percentual sobre o valor da mercadoria e determinado pelo tipo de transporte, mercadoria, embalagem, perecibilidade, destino, perodo coberto, coberturas contratadas, etc. O pagamento do prmio de seguro realizado em dlar norte-americano, moeda em que o bem segurado. Com o boleto de cobrana emitido pela seguradora, o segurado se dirige a um banco que opera em cmbio e compra um cheque em dlares, atravs de uma contratao de cmbio, e o entrega seguradora, em pagamento pelo contrato de seguro realizado. Sinistro Sinistro a concretizao de um risco previsto que causa dano ou perda aos bens segurados por qualquer motivo, atingindo-os parcial ou totalmente e trazendo prejuzos ao segurado ou beneficirio, que dever ser devidamente indenizado pela seguradora. Valor Indenizado o valor em dinheiro pago ao segurado, pela seguradora, em face de sinistro da mercadoria previamente segurada. Documentos de Seguro Aplice de Seguro o documento que representa o contrato de seguro realizado entre as partes intervenientes e que tem valor jurdico. Na aplice de seguro devero constar dados como nome e endereo do segurado e beneficirio; bem segurado;

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    riscos cobertos pelo prmio pago; valor do prmio, valor segurado e da franquia; prazo de vigncia do seguro; local de incio e de trmino do seguro; nome do veculo transportador, data de embarque e qualquer outro detalhe que venha a interessar operao contratada. A aplice de seguro pode ser: Simples ou Avulsa: a aplice emitida para cada

    viagem/embarque que cobre um risco desde o local de origem da mercadoria at o local de destino, mencionando o momento em que tais riscos comeam e findam.

    O pagamento do prmio deste seguro efetuado individualmente para cada embarque/aplice emitida, sendo interessante a utilizao da clusula Transit Clause para cobrir a mercadoria desde o cais de embarque at o cais de desembarque quando os pontos de origem e destino no estiverem totalmente claros no contrato de seguro. Flutuante: aquela na qual se estabeleceu apenas as

    condies gerais do seguro e que emitida para um tempo determinado, normalmente com mximo de 12 meses. Visa cobrir uma srie de embarques individuais e consecutivos que vo sendo averbados mesma. O nome do veculo transportador e os detalhes de cada embarque so informados antes que ocorram ou no mximo at o momento do embarque.

    So aplices feitas para empresas que fazem seguro com freqncia com as mesmas seguradoras e so confiveis junto s mesmas. Exigem a abertura de uma conta corrente entre a seguradora e o segurado para que o pagamento do prmio seja feito mensalmente atravs do faturamento conjunto das vrias averbaes realizadas no ms.

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    Aberta: uma aplice emitida sem tempo de validade pr-determinado, independente de produtos e valores a serem exportados e cujos embarques vo sendo averbados `mesma. Assemelha-se Flutuante, com exceo de uma durao mais longa, podendo ser permanente.

    O pagamento do prmio realizado mensalmente atravs de uma conta aberta para esse fim, a exemplo do que ocorre com a Flutuante. O cancelamento de uma aplice deste tipo dever ter a concordncia das partes envolvidas e precisar ser previsto com algum tempo de antecedncia. Certificado de Seguro Este o documento que costuma substituir a aplice de seguro. normalmente emitido pelas companhias seguradoras para embarque, quando h diversos embarques num determinado perodo de tempo, cobertos por uma aplice nica, que pode ser Aberta ou Flutuante. Este documento negociado e enviado ao importador, juntamente com os demais documentos de exportao referentes ao embarque efetuado. Pode-se dizer que a aplice de seguro o Documento-me, enquanto o certificado de seguro o Filhote, estabelecendo-se um paralelo com os Conhecimentos de Embarque. No certificado devem ser declarados todos os dados do embarque, fazendo-se referncia apllice de seguro emitida. Este documento aceito normalmente no Comrcio Exterior, em substituio aplice. Averbao Constitui o documento utilizado para informe seguradora sobre os bens a serem segurados, em caso de

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    utilizao de uma aplice Aberta ou Flutuante, para que possam ser considerados para efeito de cobertura. Neste documento sero mencionados todos os detalhes do bem em questo, j que a aplice em aberto necessita ser complementada com os dados de cada embarque ocorrido, para que possa ser considerado segurado. A falta da informao em tempo hbil poder prejudicar o seguro da mercadoria. A averbao poder ser provisria, aquela realizada bem antes do embarque, constituindo uma informao de que no futuro haver um embarque a ser realizado ou definitiva, aquela na qual os dados de embarque j so efetivos. Endosso Significa qualquer alterao efetuada numa aplice de seguro. Toda vez que se altera algum item na mesma est se procedendo a um endosso, que o termo utilizado nesta atividade. Formas Especiais de Seguro - Repasses Co-seguro Significa a diluio da responsabilidade de um seguro vultoso por parte do segurado ou da seguradora entre vrias seguradoras ou, em outras palavras, a quebra de um seguro em vrios seguros menores. Os vrios seguros somados devero ser equivalentes ao seguro total, no podendo excede-lo. Resseguro a transferncia, pela seguradora, de parte do risco assumido com uma operao de seguro, entre uma ou mais

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    resseguradoras, visando diminuir o risco contrado por ela. Significa, portanto, um seguro do seguro. Retrocesso Assim como o segurador auxiliado por um ressegurador, quando o seguro efetuado ultrapassa seu limite de capacidade de indenizar, o ressegurador tambm ajudado por outras seguradoras no mercado, quando os resseguros efetuados por ele ultrapassam sua capacidade de indenizar sinistros, repassando a estas o excesso. Tipos de cobertura Os bens segurados podem ter coberturas bsicas, coberturas adicionais e coberturas especiais. A mercadoria ter um prmio de seguro por cobertura escolhida. Podem ser feitas coberturas adicionais e especiais, de acordo com as necessidades ou preferncias dos segurados, desde que sejam contratadas cobertura bsica. As coberturas bsicas so aquelas que fazem parte de cada ramo de seguro escolhido, cobrindo os riscos bsicos estabelecidos para ele, e pelo qual se paga um prmio atravs de uma taxa de seguro bsica prefixada. Coberturas adicionais so coberturas para riscos adicionais que se deseja cobrir e que no esto includos ou esto excludos da cobertura bsica, e para as quais se paga um prmio adicional. Coberturas especiais so efetuadas a pedido do segurado e tornam as coberturas bsicas e adicionais mais completas. Paga-se uma taxa extra por esta cobertura especial, que se pretende dar a determinado bem. Ramos de Seguro

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    Seguro de Transporte de Mercadorias/Coberturas Bsicas a modalidade que tem por finalidade segurar as mercadorias e ressarcir prejuzos ocorridos no seu transporte por gua, terra ou ar. A cobertura bsica neste tipo de seguro pode ser representada pelas seguintes clusulas: Clusula C (martimo) RTA (areo) RR (terrestre) Clusula B (martimo)

    Estas tm por objetivo cobrir danos s mercadorias, causados por riscos normais de transporte, isto , aqueles inerentes ao prprio meio de transporte utilizado. Seguro de Crdito Exportao - SCE O seguro de crdito exportao visa resguardar o exportador de prejuzos comerciais e polticos, sofridos com a falta de pagamento das cambiais por parte do comprador no exterior. Esto cobertos tambm riscos de ocorrncia de fenmenos naturais, assim classificados, como terremotos, furaces etc. A operacionalizao do SCE iniciou-se com a publicao do Decreto n 2.369, de 10/11/1997 (posteriormente revogado pelo Decreto n 3.937, de 25.09.2001, o qual regulamentou a Lei n 6.704, de 26/10/1979, que disps sobre o SCE e a criao de uma empresa especializada para atuar no ramo.

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    A partir dessa regulamentao, foi constituda a Seguradora Brasileira de Crdito Exportao SBCE, empresa especializada e autorizada a operar somente com o SCE. Um dos seus acionistas a seguradora estatal francesa de crdito exportao, a Coface, maior seguradora de crdito exportao do mundo, a qual conta com ampla rede mundial de recuperao de crdito, que possibilita SBCE atuar na recuperao de dbitos, sem nus para o segurado. O SCE tem objetivo segurar as exportaes brasileiras de bens e servios contra os riscos comerciais, polticos e extraordinrios que possam afetar as transaes econmicas e financeiras vinculadas a operaes de crdito exportao. Podero ser segurados o exportador e as instituies financeiras que financiarem ou refinanciarem as exportaes. Consideram-se riscos comerciais as situaes de insolvncia do devedor, assim caracterizadas: Ocorrncia de mora pura e simples do devedor por prazo

    igual ou superior a 180 dias da data da primeira parcela no paga, desde que no provocada por fatos de natureza poltica e extraordinria;

    Executado o devedor, seus bens revelarem-se insuficientes ou insuscetveis de arresto, seqestro ou penhora;

    Decretada a falncia ou a concordata do devedor ou outro ato administrativo ou judicial de efeito equivalente;

    Celebrado acordo do devedor com o segurado, com anuncia da seguradora, para pagamento com reduo do dbito.

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    Os riscos polticos e extraordinrios so caracterizados pelas situaes nas quais, isolada ou cumulativamente, ocorra: Mora pura e simples do devedor pblico por prazo igual

    ou superior a 180 dias do vencimento da data da primeira parcela no paga;

    Resciso arbitrria, pelo devedor pblico, do contrato garantido;

    Moratria geral decretada pelas autoridades do pas do devedor ou de outro pas, por intermdio do qual o pagamento deva ser efetuado;

    Qualquer outro ato ou deciso das autoridades de outro

    pas que impea a execuo do contrato garantido; Deciso do Governo Brasileiro, de governos estrangeiros

    ou de organismos internacionais, posterior aos contratos firmados, que resulte na impossibilidade de se realizar o pagamento pelo devedor;

    Supervenincia, fora do Brasil, de guerra, revoluo ou motim, de catstrofes naturais, tais como ciclones, inundaes, terremotos, erupes vulcnicas e maremotos, que impeam a execuo do contrato garantido.

    O SCE tambm poder cobrir riscos decorrentes das seguintes situaes: Risco de fabricao, definido como a interrupo das

    obrigaes contratuais do devedor por 180 dias, durante o perodo compreendido entre a data em que deveria ser efetivado o embarque ou finalizadas as obrigaes contratuais do segurado;

    Exportao em consignao, feiras, mostras, exposies e similares, quando se verificar a impossibilidade de fazer retornar as mercadorias no vendidas no exterior.

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    A cobertura do SCE incidir somente sobre as perdas lquidas definitivas do segurado, no caso de risco de fabricao, no abrangendo os prejuzos decorrentes da no-realizao de lucros esperados ou de oscilaes de mercado. OBS.: A percentagem de cobertura incide sobre o valor do financiamento da operao, no caso de risco de crdito. SEGURADORA BRASILEIRA DE CRDITO EXPORTAO

    S.A SBCE

    A Seguradora Brasileira de Crdito Exportao S. - SBCE uma companhia privada, constituda sob a forma de sociedade annima, com a finalidade de atuar no Seguro de Crdito Exportao SCE, conforme dispe o Decreto n 3.937, de 25 de setembro de 2001. A SBCE funciona como um guich nico do SCE, ou seja, os exportadores devem recorrer somente Seguradora para realizar seus contratos. Constitui-se um investimento conjunto dos seguintes acionistas: COFACE Companhia de Seguro de Crdito

    Exportao da Frana Banco do Brasil S.A BNDES Bradesco Seguros Sul-Amrica Seguros Minas Brasil Seguros Unibanco Seguros A Unio por intermdio da IRB Brasil Resseguros S.A, concede garantias SBCE para o SCE, observadas as normas e os procedimentos pertinentes.

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    Com o objetivo de dar cobertura s garantias prestadas pela Unio nas operaes de SCE a Lei n 9.818 de 23 de agosto de 1999, criou o Fundo de Garantia Exportao FGE e o Conselho Diretor do Fundo de Garantia Exportao CFGE, que tem por finalidade regular as atividades de prestao de garantia. A garantia da Unio ser materializada por meio da assinatura de instrumento de concesso de garantia entre a SBCE e a Unio, representada pela IRB. A participao da Unio nas perdas lquidas definitivas est limitada a: No mximo 90% no caso de seguro contra risco

    comercial; No mximo 95%, no caso de seguro contra risco

    poltico e extraordinrio.

    GERNCIA E OPERACIONALIZAO DO SCE

    O mecanismo de gerncia e de operacionalizao do SCE, adotado pela SBCE, visa dar maior agilidade s operaes e, para isso, utiliza procedimentos diferenciados para as operaes de curtssimo prazo e para as demais operaes, assim caracterizadas:

    1. Operaes de curtssimo prazo at 180 dias:

    tipos de operaes: negcios correntes, envolvendo produtos bsicos, intermedirios e bens de consumo em geral. cobertura de risco: a SBCE emite aplice de cobertura global para a totalidade dos negcios de exportao a crdito realizada pelo segurado, cabendo Unio conceder SBCE a garantia do risco poltico e extraordinrio.

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    2. Operaes com prazo de pagamento superior a 180 dias:

    tipos de operaes: bens de consumo durveis e bens de capital (mquinas e equipamentos leves) prazo acima de 180 dias e at 2 anos, e bens de capital (mquinas e equipamentos pesados) acima de 2 anos. cobertura de riscos: as aplices so emitidas pela SBCE, independentemente do risco, cabendo Unio a responsabilidade pela garantia SBCE da cobertura dos riscos extraordinrio e poltico, includos todos os casos de compras governamentais, independentemente do prazo da operao, bem como do risco comercial para as operaes com prazo superior a 2 anos.

    FUNDO DE GARANTIA EXPORTAO FGE

    A Lei n 9.818, de 23 de agosto de 1999, criou o Fundo de Garantia Exportao FGE. A FGE possui natureza contbil, vinculado ao Ministrio da Fazenda e tem como finalidade dar cobertura s garantias prestadas pela Unio nas operaes de seguro de crdito exportao. C