TRIBUTAÇÃO DO ILÍCITO - Cursos de Direito Tributario ... · ROCCA, STAHL, ZVEIBIL & M ARQUESI ADVOGADOS JURISPRUDÊNCIA • A grande maioria da jurisprudência entende que a renda

SIDNEY STAHL

TRIBUTAÇÃO DO ILÍCITO

R O C C A , S T A H L , Z V E I B I L & M A R Q U E S I A D V O G A D O S R O C C A , S T A H L , Z V E I B I L & M A R Q U E S I A D V O G A D O S

DIREITO TRIBUTÁRIO

E DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS COMUNS

Legalidade

Retroatividade Benigna

Arrependimento Posterior

In dubio pro reo

Pessoalidade

PRINCIPIOS DISTINTOS

Livre exercício profissional

Capacidade Contributiva

Proibição ao confisco


NON OLET

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-

se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos

contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do

seu objeto ou dos seus efeitos;

II. Dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.


TRIBUTOS E ILÍCITOS

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em

moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua

sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada.

Não se tributa o ato ilícito em si, mas a parcela de riqueza que foi obtida a partir do ato ilícito?

O estado não estaria participando do resultado econômico de atividade criminosa?


QUANDO O ILÍCITO É

TRIBUTÁVEL?


DOUTRINADORES

• Aliomar Baleeiro, Rubens Gomes de Souza e outros entendem

que ocorrido o fato gerador tudo será tributado.

• Paulo de Barros, Mizabel Derzi entre outros entendem que

nunca se tributa o produto de atos ilícitos.

• Becker entende que se a realização da hipótese de incidência

for um ato humano a tributação pode se realizar (exercício ilegal

da profissão).


DOUTRINADORES

• Luciano Amaro diz que, considerando o inciso II do art. 118 do

CTN, se os efeitos do ato integrarem a definição do fato gerador

como o ilícito leva ao não aperfeiçoamento desse fato, não é

possível se tributar. (É + ou – isso que diz Hugo de Brito

Machado Segundo)

• Paulsen: Produto de crime deve ser devolvido à vítima.


DOUTRINADORES

• Myrian Passos Santiago:

• A capacidade econômica ilícita não se converte em

capacidade contributiva para fins de tributação, sob pena de

gerar uma contradição interna no sistema, pois um mesmo

fato ser sancionado pelo direito penal e pelo direito tributário

consubstancia um bis in idem imoral e antijurídico.

• Se não houver na lei mecanismo de “perdimento” deve ser

tributado.


JURISPRUDÊNCIA

• A grande maioria da jurisprudência entende que a renda obtida mediante a realização de um ilícito é tributável:

Resp. 1.467.306 – PR

Embora a regra de tributação possa atingir o produto patrimonial de uma atividade ilícita, ela não pode tomar

como hipótese para a incidência do tributo uma atividade ilícita. Ou seja, se o ato ou negócio ilícito for subjacente

à norma de tributação – estiver na periferia da regra de incidência –, surgirá a obrigação tributária com todas as

consequências que lhe são inerentes. Por outro lado, não se admite que o ato ou negócio ilícito figure como

elemento essencial da norma de tributação.

"Assim, por exemplo, a renda obtida com o tráfico de drogas deve ser tributada, já que o que se tributa é o

aumento patrimonial e não o próprio tráfico. Nesse caso, a ilicitude é circunstância acidental à norma de

tributação. No caso de importação ilícita, reconhecida a ilicitude e aplicada a pena de perdimento, não poderá ser

cobrado o imposto de importação, já que 'importar mercadorias' é elemento essencial do tipo tributário. Assim, a

ilicitude da importação afeta a própria incidência da regra tributária no caso concerto" (REsp 984.607/PR, Rel.

Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/10/2008, DJe 05/11/2008).


QUAL IR VAI INCIDIR?

LEI Nº 8.981, DE 20 DE JANEIRO DE 1995.

Art. 61. Fica sujeito à incidência do Imposto de Renda exclusivamente na fonte, à alíquota

de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário

não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais.

§ 1º A incidência prevista no caput aplica-se, também, aos pagamentos efetuados ou aos

recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando

não for comprovada a operação ou a sua causa, bem como à hipótese de que trata o § 2º, do

art. 74 da Lei nº 8.383, de 1991*.

(*) Remunerações em espécie.

LAVA

JATO

COMO

É?


LAVA JATO

Art. 61. Fica sujeito à incidência do Imposto de Renda

exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por

cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a

beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em

normas especiais.

§ 1º A incidência prevista no caput aplica-se, também, aos

pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a

terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou

não, quando não for comprovada a operação ou a sua

causa, bem como à hipótese de que trata o § 2º, do art. 74

da Lei nº 8.383, de 1991


DEDUTIBILIDADE DE

DESPESAS COM

ATIVIDADES ILÍCITAS

• Nos termos do art. 43 do CTN a renda disponível é a renda líquida.

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como

fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos

no inciso anterior.

§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização,

condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.

• O non olet do art. 118, I, exige respeito à capacidade contributiva.

• A vedação à dedutibilidade se constituiria sanção de ato ilícito.

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