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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO CURSO DE PEDAGOGIA 2016.1 UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DA EJA: PERSPECTIVAS DIDÁTICAS, USO DAS TICS E RECURSOS PEDAGÓGICOS LUANA ROCHA DA SILVA CARVALHO NATAL/RN 2016

UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DA EJA ... · PERSPECTIVAS DIDÁTICAS, USO DAS TICS E RECURSOS PEDAGÓGICOS Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Universidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO

CURSO DE PEDAGOGIA – 2016.1

UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DA EJA:

PERSPECTIVAS DIDÁTICAS, USO DAS TICS E RECURSOS

PEDAGÓGICOS

LUANA ROCHA DA SILVA CARVALHO

NATAL/RN 2016

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LUANA ROCHA DA SILVA CARVALHO

UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO- APRENDIZAGEM DA EJA:

PERSPECTIVAS DIDÁTICAS, USO DAS TICS E RECURSOS

PEDAGÓGICOS

Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a conclusão do Curso e obtenção do título de licenciada em Pedagogia. Orientadora: Professora Dra. Maria da Paz Siqueira de Oliveira

NATAL/RN 2016

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LUANA ROCHA DA SILVA CARVALHO

UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO- APRENDIZAGEM DA EJA:

PERSPECTIVAS DIDÁTICAS, USO DAS TICS E RECURSOS

PEDAGÓGICOS

Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a conclusão do Curso e obtenção do título de licenciado em Pedagogia.

Aprovado em, 17 de Junho de 2016.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________ Professora Dra. Maria da Paz Siqueira de Oliveira – Orientadora-UFRN

_________________________________________________________________________

Professora Dra. Soraneide Soares Dantas -UFRN ___________________________________________________________________

Professora Dra. Lúcia de Fátima da Cunha – UNIFACEX NATAL RN

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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6

II O ENSINO DA EJA NO BRASIL: ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS ........... 9

III LÓCUS DA PESQUISA ..................................................................................... 13

IV UMA ALTERNATIVA PARA O ENSINO ........................................................... 22

V ALGUMAS CONCLUSÕES ................................................................................ 26

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 28

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RESUMO O presente trabalho tem o objetivo de descrever nossas experiências com a prática docente, analisar a didática/metodologia e o uso das tecnologias da informação e comunicação, assim como recursos pedagógicos que observamos e relatamos durante o Estágio Supervisionado II, disciplina obrigatória do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Experiência tida em uma Escola Pública da rede Municipal de Ensino da cidade do Natal/RN, em uma turma da Educação de Jovens e Adultos do nível II, do semestre seletivo de 2015.1. A metodologia adotada para desenvolver nossa pesquisa foi baseada em observações descritas no relatório apresentado como requisito de avaliação da disciplina de estágio II e estudos de cunho bibliográficos. Diante disso, analisamos o contexto escolar, sala de aula e os sujeitos envolvidos no processo educacional. A partir do estágio ficamos frente a frente com a realidade escolar, permitindo confrontar a teoria e prática docente, proporcionando conhecer de perto a realidade de uma sala de aula, suas dificuldades, particularidades, metodologias, tecnologias, recursos pedagógicos utilizados com os alunos desta modalidade e o desafio que é a permanência desses alunos em sala de aula. Diante disso, mostraremos possibilidades que resultaram de nossas experiências, para que estas possam ajudar aos futuros professores a diversificarem suas aulas, levando para a sala de aula jogos, dinâmicas, entre outros. Dessa forma, procuramos descrever as dificuldades percebidas, necessidades e as possibilidades encontradas para transformar, inventar e criar meios que possibilitassem e facilitassem o processo de ensino aprendizagem. Para entendermos o contexto da Educação de Jovens e Adultos apresentaremos uma visão histórica, fundamentada em estudiosos renomados. Lançaremos mãos de autores que trabalham na perspectiva de uma educação mediada, dialogada, reflexiva e construtiva. Palavras chaves: Educação de Jovens e Adultos. Didática. Tecnologia da informação e comunicação. Recursos pedagógicos. Processo de ensino-aprendizagem. ABSTRACT

The present work aims to describe our experiences with teaching practice, analyze the didactics/methodology and the use of information and communication technologies and pedagogical resources observed and reported during the supervised internship II, compulsory subject Pedagogy course at the Federal University of Rio Grande do Norte. Experience taken into a public school of the Municipal network of education of the city of Natal/RN, in a class of adult and youth education in the level II, the selective 2015.1 semester. The adopted methodology to develop our research was based on observations described in the report as a requirement of evaluation of stage II and bibliographic nature studies. Given this, we analyzed the school context, the classroom and the subjects involved in the educational process. From the stage we were face to face with reality, allowing

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confronting theory and teaching practice, providing meet the reality of a classroom, its difficulties, particularities, methodologies, technologies, educational resources used with students of the sport and the challenge of the permanence of these students in the classroom. . Given this, we'll show you possibilities that resulted from our experiences, so that they can help the future teachers to diversify their classes, leading to the classroom, dynamic games, among others. In this way, we try to describe the perceived difficulties, needs and opportunities found to turn, invent and create means that could allow and facilitate the teaching-learning process. To understand the context of adult and youth education will present a historical overview, based on renowned scholars. Throw hands of authors who work at the prospect of a mediated education, through dialogue, constructive and reflective. Key words: adult and youth education. Didactics. Information and communication technology. Teaching resources. Teaching-learning process.

I- INTRODUÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso tem como finalidade analisar o uso das

tecnologias da informação e comunicação (TIC’s)1, a didática dos professores e os

recursos pedagógicos utilizados no processo de aprendizagem dos alunos da EJA2

durante o estágio supervisionado de formação de professores da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, no semestre seletivo 2015.1, em uma escola

pública da rede Municipal, em Natal/RN.

Como sabemos o estágio supervisionado é uma atividade obrigatória e tem

como objetivo ampliar o processo de formação docente fazendo com que

estabeleçamos relações entre teoria e prática. Nessa perspectiva compreender os

contextos históricos, sociais, econômicos, culturais, organizacionais que estão

explícitos na realidade escolar, cumprindo nosso papel de futuros professores.

Refletiremos deste modo, a respeito de práticas pedagógicas e didáticas que

norteiam o contexto das instituições de educação. Perante essa afirmação podemos

considerar segundo Barreiro e Gebran (2006) que:

A reflexão para formar professor não significa vale-se somente das teorias, e sim, mediante o pensamento, submeter à realidade a uma práxis, a uma

1 Tecnologias da comunicação e informação (TIC’s) – Recursos tecnológicos utilizados de forma

integrada para um fim comum, que pode ser educacional.

2 EJA- Educação de Jovens e Adultos.

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atividade, na qual a ação e a reflexão operam simultaneamente. Os caminhos que conduzem à práxis são norteados pela teoria e pela consciência que leva o homem a se apropriar da realidade mediante uma intencionalidade correspondente à realidade que ele deseja atingir, conhecer e transformar. Assim, a teoria e prática são indissociáveis. (BARREIRO e GEBRAN, 2006, p. 20-21).

È evidente que o estágio é fundamental para a formação docente, pois ele

permite que o graduando dos cursos de licenciatura em destaque a Pedagogia

tenham experiências formativas que servirão de base para suas futuras ações

pedagógicas.

O estágio desenvolvido passou por uma observação investigativa do contexto

escolar. Realizou-se em uma escola pública da Rede Municipal de Natal/RN,

localizada na zona Oeste da cidade. Os alunos com os quais trabalhamos estão

matriculados na EJA modalidade do ensino fundamental, vivem em contextos

diferentes do aluno regular e possuem idades variadas.

O público da EJA é formado por jovens e adultos que não tiveram a

oportunidade de concluir seus estudos na escola regular, portanto não o obtiveram

no tempo e idade estabelecida. Entretanto, para que esses alunos não desistam de

concluírem, ou talvez se alfabetizarem é necessário que o professor inove na sala

de aula, e para isso usar como auxilio as TIC’s e recursos pedagógicos nas aulas é

de suma importância.

Para adquirirmos uma compreensão acerca de como se encontra na

atualidade a Educação de Jovens e Adultos passaremos por um breve histórico

sobre o surgimento desta modalidade no Brasil, assim como as leis que garantem o

acesso e permanência deste alunado nas instituições de ensino. Abordaremos

também as Diretrizes Curriculares para o Ensino da EJA, considerando que estas

são normas que orientam a escola e o professor no seu planejamento curricular.

Diante do exposto, nos propusemos a estudar para compreender a relação

aluno-professor, a didática, as TIC’s e os recursos pedagógicos utilizados na

alfabetização dos alunos da EJA de uma escola da rede Municipal de Ensino da

cidade do Natal/RN durante o estágio obrigatório no semestre de 2015.1. A

metodologia de estudo e instrumento utilizado para desenvolver nossa pesquisa foi

por meio das observações descritas no relatório apresentado para a avaliação da

disciplina Atividade Especial Coletiva Estágio Supervisionado de Formação de

Professores II.

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Perante as observações no campo de estágio ficou claro que as TIC’s e os

recursos pedagógicos não podem apenas ter a finalidade de complementar a aula,

eles têm que estar articulados para prender a atenção dos alunos de forma que

possibilite uma aprendizagem significativa3.

Todavia, os alunos dessa modalidade já chegam cansados de sua rotina

diária e chamar sua atenção para o conteúdo ministrado no momento da aula é raro,

para isso se faz necessário que o professor saiba articular a sua teoria com a

prática, fazendo uso das TIC’s e dos recursos pedagógicos de forma atraente, lúdica

e consciente.

Atualmente as matriculas para a sala de aula da Educação de Jovens e

adultos está cada vez mais procurada, mas existem sérios problemas em manter

esses alunos, uma vez que fatores externos como o mercado de trabalho,

problemas pessoais, falta de interesse e até dificuldades de aprendizagem afastam

esses alunos e aumentam o número de evasão e desistência nas salas da EJA.

Esses problemas influenciam o trabalho pedagógico do professor,

considerando que há sempre uma rotatividade de alunos. No entanto, sua

metodologia deve ser elaborada para atender as especificidades que atingem esses

alunos. Deste modo, suas práticas devem ser revistas, elaboradas e desenvolvidas

para que o ensino aprendizagem seja construtivo e evolutivo.

Tendo em vista esses aspectos, o estudo sobre as TIC’s e os recursos

pedagógicos que auxiliam o professor no processo de ensino aprendizagem deve

estar em articulação entre a escola, aluno e professores. Nesse sentido, nos

motivamos a investigar como foi à relação de alguns professores e alunos com as

TIC’s e os recursos pedagógicos utilizados no período de estágio.

Este estudo se faz viável, uma vez que, poderemos diagnosticar qual a

melhor forma de trabalhar determinados assuntos em sala de aula, assim como que

didática poderiam ajudar ao professor a prender a atenção dos alunos e dinamizar a

aula, considerando a modalidade de ensino em que estão matriculados.

Essas formas de atuação e interação nas aulas as tornaram mais atrativas e

lúdicas, possibilitando ao educando uma educação de qualidade e que atenda as

3 Aprendizagem significativa: Teoria de David Ausubel.

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suas necessidades, fazendo assim, como que ele se sinta atuante de sua própria

educação.

Nesse sentido, para fundamentar este trabalho lançaremos mão das ideias

de autores como: Freire (2002) que prioriza a Educação de Jovens e Adultos como

uma prática de ensino pautado no contexto social e cultural em que os alunos estão

inseridos, Haddad e Pierro (2000), Ribeiro (2001), Paiva (2006) que nos auxiliam no

contexto histórico que perpassou a EJA, Oliveira (1999), Carrano (2007) que

caracterizam o público que forma essa modalidade de ensino, Tébar (2011) que

perfila o professor mediador em sala de aula.

II- O ENSINO DA EJA NO BRASIL: ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS

A Educação de adultos é denominada como uma modalidade de ensino que

ganhou força no Brasil a partir da década de 30 com a finalidade de instruir a

população para atender as necessidades do mercado de trabalho. Isso se deu por

transformações associadas ao processo de industrialização que chegava aos

centros urbanos do país. De acordo, com Ribeiro (2001) “a oferta do ensino básico

gratuito para adultos estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada

vez mais diversos (p. 19)”.

Portanto, a oferta do ensino básico gratuito para os diversos setores sociais

se deu pela necessidade da modernidade / industrialização que estava chegando ao

país e precisava-se de mão de obra qualificada e alfabetizada /instruída.

Nas décadas de 40 a educação de adultos começou a definir sua identidade,

pois segundo Ribeiro (2001) chegou o fim da ditadura de Vargas, a Segunda Guerra

Mundial recém terminada e a ONU4 tinham urgência de integrar a paz e a

democracia. Isso deu um enfoque maior à educação de adultos, uma vez que se

fazia necessário aumentar as bases eleitorais para a sustentação do governo e para

isso teria que alfabetizar a população.

Ainda na década de 40 surge uma campanha nacional de massa,

denominada como Campanha de Educação de Adultos, na qual previa a

4 ONU- Organização das Nações Unidas.

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alfabetização dos adultos em três meses. De acordo com Ribeiro (2001) essa

campanha tinha como medidas também a conclusão do curso primário em dois

períodos de sete meses, e seguia com a capacitação profissional. Em um curto

período foram criadas varias escolas de supletivo para atender a demanda da

Campanha de Educação de adultos. No entanto, ao chegar à zona rural a campanha

não teve o mesmo êxito e logo deixou de existir, sobrevivendo apenas à rede de

ensino supletivo.

O analfabetismo no Brasil na década de 50 era um problema que o setor

público tinha como objetivo encontrar uma solução, sendo assim, ele era adotado

como desculpa para explicar a situação de desenvolvimento econômico da época.

Dessa forma, o individuo analfabeto era visto como incapaz, marginal, com

capacidade de raciocínio de uma criança, considerando Haddad e Di Pierro (2000),

o adulto não escolarizado era percebido como um ser imaturo e ignorante, que

deveria ser atualizado com os mesmos conteúdos formais da escola primaria.

Percebe-se o “preconceito” em relação às pessoas analfabetas e não associam o

analfabetismo a condições que segundo Ribeiro (2001) são de efeito da situação

econômica, social e cultural do país.

Essa discussão sobre o analfabetismo leva a caracterizar o ensino de adultos

como funcional, uma vez que se priorizava alfabetizar em um curto período, sem

levar em consideração as experiências especificas de cada alunado e a metodologia

e recursos pedagógicos utilizados pelos professores. Entretanto, uma referência

pedagógica que revolucionou e deu um novo sentido para a educação de adultos foi

Paulo Freire. Esse estudioso viabilizava o ensino a partir das práticas cotidianas do

público alvo, não enxerga o ensino como algo mecânico, mas como algo que se

constrói através do diálogo e das interações com o meio.

Inspirados pelo pensamento pedagógico de Paulo Freire em relação à

alfabetização de adultos surgem programas de alfabetização e incentivo a educação

popular.

No entanto, com o golpe militar de 1964 os programas de alfabetização e a

educação popular começaram a ser vistos como ameaças e para assumir o controle

da situação o governo lança o MOBRAL que segundo Ribeiro (2001) propunha

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alfabetizar a partir de palavras chave retiradas “da vida do povo”. Dessa forma,

abrindo mão de uma educação baseada na criticidade e nas problemáticas.

Percebe-se na transição da história da Educação de adultos uma importante

vertente em relação à educação básica, no entanto, o direito a mesma ganhou força

nas ultimas décadas, uma vez que a educação é um direito humano que deve ser

disponibilizado pelas políticas públicas e educacionais.

Compreende atualmente que a educação de adultos é enfatizada por ser uma

educação destinada aos cidadãos que por algum motivo não conseguiram concluir o

ensino fundamental e médio no tempo e idade prevista, sendo este por vários

motivos: como locomoção, financeiro, necessidade de trabalhar para custeio ou

auxílio nas despesas de casa, entre outros.

No entanto, percebe-se que nesta educação estão presentes não apenas

adultos, mas jovens que cada vez mais cedo frequentam essa modalidade de

ensino, denominada a partir dos anos 80, como sendo Educação de Jovens e

Adultos (EJA). Segundo, Carrano (2007) a presença destes jovens cada vez mais

frequentes na EJA se estabelece pela:

Desigualdade regional e intra-regional que se verificam nas estruturas básicas da vida material também se expressam na diferenciação do acesso e permanência a escola, aos aparelhos de cultura e lazer e aos meios de informação especialmente no difícil acesso dos jovens mais empobrecidos a computadores e internet. [...] Para aqueles que lograram chegaram ao ensino médio é acentuada a distorção idade-série que demonstra o percurso intermitente- reprovações, abandonos e retornos [...] (CARRANO, 2007, p. 60).

Desta forma, as causas que levam o jovem a frequentar a modalidade de

ensino da EJA, são diferentes das que leva o adulto, no entanto, eles estão ligados,

uma vez que foram “excluídos” da escola e buscam retornar para se alfabetizarem

concluindo assim muitas vezes o ensino fundamental e médio.

O alunado que compõe a modalidade de ensino da EJA- Educação de

Jovens e Adultos tem o direito garantido ao ensino nas escolas, compreendendo

por direito segundo Paiva (2006) “são direitos históricos, ou seja, nascidos em

certas circunstâncias, caracterizados por lutas em defesa de novas liberdades

contra velhos poderes (p.521)”. Portanto, o direito a escolarização dos jovens e

adultos foram conquistados no decorrer da história, e atualmente existem leis e

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diretrizes que competem o cumprimento das ordens pelas políticas públicas.

Portanto, na Educação de Jovens e adultos, se faz cumprir a exigência da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96.

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. § 3

o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente,

com a educação profissional, na forma do regulamento. (LDB, Lei nº 9394/96, Art.37).

Portanto, a lei assegura a escolarização dando-lhe acesso e condições de

permanência aos alunos inseridos na modalidade EJA, deixando claro que são

alunos que em seu contexto social, econômico e cultural não tiveram a oportunidade

de concluir o ensino regular, não o fazendo muitas vezes no tempo da infância e

adolescência.

As diretrizes curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos

garantem não apenas o direito a educação básica, mais uma aproximação dos

currículos formulados pelas escolas com o contexto social, cultural e econômico dos

alunos desta modalidade de ensino, viabilizando garantir igualdade de direitos no

processo formativo dos alunos. Assim, podemos destacar:

Parágrafo único. Como modalidade destas etapas da Educação Básica, a identidade própria da Educação de Jovens e Adultos considerará as situações, os perfis dos estudantes, as faixas etárias e se pautará pelos princípios de equidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e contextualização das diretrizes curriculares nacionais e na proposição de um modelo pedagógico próprio, de modo a assegurar: I - quanto à equidade, a distribuição específica dos componentes curriculares a fim de propiciar um patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e de oportunidades face ao direito à educação; II- quanto à diferença, a identificação e o reconhecimento da alteridade própria e inseparável dos jovens e dos adultos em seu processo formativo, da valorização do mérito de cada qual e do desenvolvimento de seus conhecimentos e valores; III - quanto à proporcionalidade, a disposição e alocação adequadas dos componentes curriculares face às necessidades próprias da Educação de Jovens e Adultos com espaços e tempos nos quais as práticas pedagógicas assegurem aos seus estudantes identidade

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formativa comum aos demais participantes da escolarização básica. (RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 1, DE 5 DE JULHO DE 2000).

III- LÓCUS DA PESQUISA

Realizamos o estágio supervisionado da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte do Curso de Pedagogia na turma da modalidade de Educação de Jovens e

Adultos – EJA. Este por sua vez, foi realizado em uma escola da rede Municipal de

Natal/RN, na turma do nível II, no período que abrange março a junho de 2015. A

escola fica situada na Zona Oeste da cidade, no bairro de Nossa Senhora de

Nazaré. A instituição possui 13 salas de aulas, sala de diretoria, sala de professores,

laboratório de informática, quadra de esportes coberta, cozinha, biblioteca, sala de

vídeo, banheiros, secretaria, refeitório, despensa, almoxarifado, pátio coberto, área

verde e sala do Programa Mais Educação. A escola disponibiliza como ferramenta

das TIC’s: TV, videocassete, DVD, copiadora, retroprojetor, impressora, aparelho de

som, projetor multimídia (datashow) e fax. O público atendido pela escola é do

ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos –

EJA, os horários de funcionamento são durante os turnos da manhã, tarde e noite.

Diante disso, percebemos que a infraestrutura da escola é adequada, há

disponibilidade de ferramentas que podem ajudar a facilitar o trabalho pedagógico

dos professores. Entretanto, no período da noite alguns espaços não funcionam a

menos que sejam reservados com antecedência, pois não há pessoas disponíveis

na instituição para darem atendimento nesses espaços, sendo estes, a biblioteca,

sala de informática, sala de vídeo e quadra de esportes.

Para atingir os objetivos da aprendizagem com os alunos a escola deve

dispor de recursos e meios que facilitem o trabalho do professor permitindo que os

alunos tenham interesse em participar das ações educativas na qual estão inseridos.

Ficando claro que o ambiente de aprendizagem se estende além da sala de aula, ele

envolve os espaços educativos da escola e as tecnologias de comunicação e

informação. Em presença desses argumentos podemos considerar o que o

documento denominado como Referenciais para uma Nova Práxis Educacional

(2001) retrata:

Esse cenário exige um ambiente em que os aprendizes tenham acesso a todos os meios que facilitem sua aprendizagem e que lhes possibilitem a

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percepção e o entendimento da sociedade tecnológica e de suas implicações no cotidiano de suas vidas e de seus empreendimentos. (REFERENCIAIS PARA UMA NOVA PRÁXIS EDUCACIONAL, 2001, p. 19).

Assim, percebemos a importância da articulação entre o professor- aluno e a

instituição de ensino, considerando que todos os atores do processo educacional

devem ser capazes de ajustar suas práticas ás novas realidades educacionais que

perpassa pelas tecnologias de comunicação e informação.

Ao analisarmos o quadro de professores da escola investigada observamos

que em sua maioria são professores que trabalham com a alfabetização, uma vez

que o público que compõe a modalidade da EJA não consegue acompanhar os

conteúdos propícios para o nível em que estão frequentando. Entretanto, os

profissionais ao qual observamos a prática pedagogia foram os pedagogos que

trabalhavam com a alfabetização dos níveis I e II da EJA.

Nesse contexto, constatamos que os pedagogos que tivemos contato são

licenciados para atuarem como alfabetizadores, tendo todos ingressados na escola

por meio de concurso público do Município de Natal/RN.

Os pedagogos da instituição em questão levam para as salas de aula

atividades já prontas, sem que haja uma reflexão em relação à prática e ação, fazem

uso de metodologias que não condiz com o público frequentador de suas salas de

aula, e quase não utilizam as TIC’s como ferramenta pedagógica.

Assim, podemos relacionar a estas práticas de ensino o que Moura (2009) diz

quando se trata da qualificação e suas práticas pedagógicas:

[...] Os professores passam a desenvolver a prática pedagógica ignorando as especificidades e peculiaridades dos sujeitos em processo de escolarização. Utilizam metodologias (técnicas, recursos e atividades) sem qualquer significado para os alunos-trabalhadores, desconsiderando o contexto e a historicidade desses sujeitos. (MOURA, 2009, p.46).

Diante do exposto, analisaremos detalhadamente o público participante da

modalidade de ensino, a didática do professor e como se deu a utilização das TIC’s

e recursos pedagógicos da sala de aula do Nível II, da Escola Municipal do

Natal/RN, no período de março a junho, período este em realizamos o estágio.

Ao investigarmos sobre o público que compõem a sala de aula do Nível II da

EJA podemos constatar que no período de março a junho de 2015 haviam 34 alunos

matriculados, no entanto, frequentavam apenas 17 alunos, e estes em sua maioria

15

eram adultos com idade entre 18 a 65 anos, portadores de conhecimentos de vida

distintos e experiências diversas. Assim, a composição da sala de aula em questão

se dava por jovens e adultos que viviam em contexto de trabalho, donas de casa

que estavam inseridas na sociedade, na correria do dia a dia e buscam a educação

para fins que vão além de sua vida profissional, como também pessoal. Desta forma,

podemos nos remeter a Oliveira (1999), quando diz:

O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. (OLIVEIRA, 1999, p. 60).

Enfim, são sujeitos culturais e portadores de histórias originais, de vida

simples, mas que demonstravam seu interesse para o novo conhecimento e a

importância de conseguirem se alfabetizar e concluir etapas da educação básica.

É um público que enfrenta dificuldades de acesso e permanência na escola,

ocasionado por fatores, como trabalho, locomoção, ensino deficitário nas escolas de

rede pública, entre outros. No entanto, percebe-se que em muitos casos o regresso

à escola vem pela necessidade de se atualizar seja pra o mercado de trabalho, seja

para a vida pessoal. Como podemos observar nas palavras de Andrade (2004):

Nessa perspectiva, uma questão importante, para a EJA, é pensar os seus sujeitos além da condição escolar. O trabalho, por exemplo, tem papel fundamental na vida dessas pessoas, particularmente por sua condição social, e, muitas vezes, é só por meio dele que eles poderão retornar à escola ou nela permanecer, como também valorizar as questões culturais, que podem ser potencializadas na abertura de espaços de diálogo, troca, aproximação, resultando interessantes aproximações entre jovens e adultos. (ANDRADE, 2004, p. 3).

Ficou evidente nesta sala de aula a presença de alunos jovens, na faixa etária

entre 18 e 20 anos, estes por sua vez já estavam alfabetizados e retornou a escola

para ter uma “segunda chance”. Entretanto, estes jovens alunos não se

interessavam em realizar as atividades propostas pela professora. Essa afirmação

pode ser explicada por Carrano (2007) quando compreende o desprendimento dos

alunos em relação às aulas como sendo a razões pelas quais os jovens podem

identificar o espaço escolar como desinteressante, uma vez que eles não se

reconhecem numa instituição onde suas culturas não podem se realizar nem

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tampouco podem se fazer presentes, ou ainda podemos entender que os jovens

estão desestimulados, uma vez que segundo Carrano (2007):

Além das dificuldades de acesso e permanência na escola, os jovens enfrentam a realidade de instituições públicas que se orientam predominantemente para a oferta de conteúdos curriculares formais e considerados pouco interessantes pelos jovens. Isso implica em dizer que as escolas têm se apresentado como instituições pouco abertas para a criação de espaços e situações que favoreçam experiências de sociabilidade, solidariedade, debates públicos e atividades culturais e formativas de natureza curricular ou extra-escolar. (CARRANO, 2007, P. 60)

Contudo, outro problema evidente é o alto índice de evasão, desistência, uma

vez que dos 34 alunos matriculados apenas 17 frequentam. Entretanto, esse número

de frequentadores não é regular todos os dias, havendo uma rotatividade de alunos

que dificulta em acompanhar o conteúdo e impede que o aluno adquira uma

aprendizagem significativa.

De acordo com Oliveira (1999) podemos enfatizar que os altos índices de

evasão e repetência na EJA são indicados pela falta de sintonia entre essa escola e

os alunos, podendo ser considerado também fatores socioeconômicos que acabam

por impedir que os alunos se dediquem plenamente a seu projeto pessoal e

envolvimento na EJA. Neste sentido podemos considerar Muencher e Auler (2007)

quando retratam que para não haver evasão dos alunos da EJA há possibilidade

que o professor torne as aulas atrativas e interessantes, assim os autores

compreendem que:

Perder um aluno da EJA é muito fácil. Nesse sentido, é preciso que as aulas, acima de tudo, tenham significado e utilidade para este aluno, não apenas ofertando uma serventia futura. [...] Na EJA, estes alunos já são adultos, na maioria das vezes independentes, e a escola precisa ser alegre e prazerosa. [...] Acredita-se ser possível tornar as aulas interessantes e desafiadoras para todos os níveis de ensino. (MUENCHEN & AULER, 2007, p. 5)

Diante do exposto, entramos na área da didática, na qual compreendemos

como sendo o campo da ciência que ajuda os profissionais da educação a

organizarem suas práticas pedagógicas de forma articulada com o objetivo de

ensino, ações, planejamentos, conteúdos e metodologia. Portanto, ao analisarmos a

didática do professor entenderemos como é reconhecida por ele a função do ensino

aprendizagem dos alunos da EJA.

17

Podemos resaltar que a prática do planejamento era frequente na escola, eles

eram realizados semanalmente, e tinham como finalidade nortearem as práticas

pedagógicas dos professores, além de serem discutidos quais assuntos seria

abordado durante a semana, quais recursos didáticos e pedagógicos e metodologias

seriam propícios para mediar os assuntos abordados. Com base, nestes

planejamentos podemos perceber que o ato de planejar se faz viável. Nesse sentido

nos remetemos a Farias (2008) quando diz que:

O planejamento é ato; é atividade que projeta, organiza e sistematiza o fazer docente no que diz respeito aos seus fins, meios, forma e conteúdo. [...] Com o planejamento, esperamos prever ações e condições; racionalizar tempo e meios; fugir do improviso e da rotina; assegurar unidade, coerência, continuidade e sentido ao nosso trabalho. (FARIAS, 2008, p. 106-107)

Desta forma, os profissionais envolvidos nestes planejamentos estavam

preocupados em desenvolver intervenções educativas que estivessem próximas da

realidade vivida pelos alunos, mas esqueciam de levantar questionamentos das

reais realidades vivenciadas pelo público frequentador de suas salas de aula.

Enfatizamos que o planejamento não era destinado a cumprir as especificidades de

todos os alunos envolvidos no processo educativo, uma vez que os planejamentos

abrangiam certo público e excluí outro. Resaltamos que o planejamento era

elaborado em conjunto entre a coordenação pedagógica e professores.

Considerando as afirmativas podemos destacar segundo Lopes (1988) que:

O planejamento do ensino tem se apresentado como desvinculado da realidade social, caracterizando-se como uma ação, mecânica e burocrática do professor, pouco contribuindo para elevar a qualidade da ação pedagógica desenvolvida no âmbito escolar. (LOPES, 1988, p. 42)

Ao tratarmos de conteúdos destinados para o nível II da EJA, havia domínio

por parte do professor, uma vez que ele os conduzia com facilidade, articulava o

assunto tentando levar para o cotidiano da maioria dos alunos.

Percebemos em várias situações que o planejamento inicial era deixado de

lado, não tendo como causa o não funcionamento ou flexibilidade do planejamento5,

5 Flexibilidade do planejamento: Segundo Farias (2008) diz respeito a uma postura aberta às

correções, à avaliação e ao replanejamento do percurso, tendo como base as tomadas de decisões e

planos já elaborados anteriormente.

18

mas sim por conveniência ou problemas de ordem pessoal. O professor desenvolvia

tarefas que não lhe exigia muito esforço. Assim, com frequência utilizava o livro

didático ou propunha tarefas que não eram planejadas, ou seja, eram pensadas no

momento da sua utilização.

Resaltamos que o planejamento deve ser priorizado para que haja uma ação

educacional pautada na evolução do aluno, adequando o processo de aprendizagem

a suas necessidades para partindo desse pressuposto obter bons resultados, desse

modo, podemos considerar Lopes (1988), quando realça que:

Um planejamento deve ser dirigido para uma ação pedagógica critica e transformadora possibilitando ao professor maior segurança para lidar com a relação educativa que ocorre na sala de aula e na escola como um todo. Nesse sentido, o “planejamento adequado” bem como o seu resultado- “ o bom plano de ensino”- se traduzirá pela ação pedagógica direcionada de forma a se integrar dialeticamente ao concreto do educando, buscando transformá-lo. (LOPES, 1996, p. 43).

O uso das tecnológicas da comunicação e informação, assim como recursos

pedagógicos nesta turma são quases que inexistentes, pois em algumas conversas

podemos identificar que na opinião dos alunos que compõem a sala de aula da EJA

do nível II, o aprender se faz escrevendo e lendo, somando e subtraindo . Portanto,

este alunado acredita que não há aprendizagem através da ludicidade, uma vez que

eles consideram o lúdico que poderia estar na sala de aula em forma de jogos,

filmes, dinâmicas, entre outras, como práticas desnecessárias, pois é vista por eles

como “brincadeiras”. Assim percebemos que há uma resistência por parte do

professor - aluno e a comunidade escolar em desenvolver atividades diferentes, uma

vez que as turmas não abrem espaço para o novo. Assim, foi notável a reprodução

dos conteúdos e metodologias desenvolvidas na sala de aula uma vez que os

métodos eram pautados na abordagem tradicional6. Percebendo o que Moura (2009)

explana:

Na maioria das vezes os professores utilizam o mecanismo de reprodução do seu processo de escolarização para determinar a metodologia de trabalho nas salas de EJA. Não possuem fundamentos que lhe permitam incluir referenciais teóricos- metodológicos próprios. [...] È possível entender e colocar na prática cotidiana, questões e problematizações dos conteúdos das áreas especificas como matemática, linguagem ciências sociais e naturais criando e desenvolvendo, junto com os alunos, numa perspectiva

6 Abordagem tradicional: Valorizam as normas, memorização, repetições de fatos e respostas

corretas. È uma visão mecanicista e fragmentada do ensino-aprendizagem.

19

de mediação, processos metodológicos inovadores que possibilitem aos sujeitos a apropriação das habilidades básicas e essenciais de leitura, escrita e conhecimentos gerais. (MOURA, 2009, P. 46-47).

Entretanto, a ausência ou o uso descontextualizado de metodologias, TIC’s e

recursos pedagógicos também é de grande culpa dos profissionais que trabalham

com está modalidade de ensino. Observamos que as tarefas que o professor

aplicava para os alunos eram em sua maioria do livro didático que a escola adotou

isso ocorria mesmo diante de uma infinidade de ferramentas pedagógicas e

tecnológicas que a escola dispõe e que poderiam ser utilizadas na sala de aula com

frequência.

Desse modo, compreendemos como tecnologia algo que abrange não só as

tecnologias digitais como o computador e internet, mas todo o contexto que vai

desde o lápis que usamos na sala de aula, quadro “negro”, entre outros. È notável

que as tecnologias ganharam espaço no contexto escolar segundo Tornaghi, Prado

e Almeida (2010) quando dizem que “já faz parte das unidades escolares à

existência de biblioteca, sala de DVD, equipamentos como vídeo, rádio, câmera

digital, filmadora e computador (p.45)”.

Percebemos ainda que há necessidade de inserir na sala de aula as TIC’s

para que elas possam ajudar aos alunos a compreender as novas demandas da

sociedade cultural. Isso se faz presente nas palavras de Tornaghi, Prado e Almeida

(2010) quando resaltam que:

Os alunos precisam ser preparados para utilizar os sistemas culturais de representação do pensamento que marcam a sociedade contemporânea, o que implica novas formas de letramento ou alfabetização (sonora, visual, hipermídia...) próprias da cibercultura, além das demais formas já conhecidas. A exigência de aprender, continuamente, ao longo da vida constitui, na sociedade atual, um desafio para todas as pessoas e uma necessidade premente colocada aos educadores. Não se trata, evidentemente, apenas de ter acesso a informações, mas sim de saber buscá-las em diferentes fontes e, sobretudo, saber transformá-las em conhecimentos para resolver problemas da vida e do trabalho. (TORNAGHI, PRADO & ALMEIDA, p.37)

Diante disso, foi observado que o professor em sua didática planejou e trouxe

para a sala de aula recursos pedagógicos e tecnológicos caracterizados pela

exibição do filme “Êxodo: Deuses e Reis” e o jogral sobre os símbolos da Páscoa.

Estas práticas foram pensadas para concluir o projeto pedagógico no qual a escola

20

estava empenhada no momento, este por sua vez era referente à Semana Santa e

Páscoa. O projeto foi realizado em conjunto com os professores e a coordenação,

no qual todos os professores da escola estavam trabalhando em prol das

apresentações que iriam realizar para toda a comunidade escolar.

Assim, ao assistir o filme “Êxodo: Deuses e Reis” 7, o professor tinha como

objetivo aproxima os alunos das histórias bíblicas e fazer uma relação entre religião

e o momento em que estavam vivenciando que era a Semana Santa e Páscoa.

Entretanto, o professor enfrentou dificuldades em seu planejamento, uma vez que os

alunos apresentaram resistência ao o uso do filme na sala de aula, argumentando

que neste tipo de aula não se aprende, ou ainda, se é pra assistir filme prefiro ficar

em casa.

Evidenciamos que existe resistência dos alunos da EJA em relação a

metodologias diversificadas, mas o educador deve estar preparado para argumentar

e convencer a participação dos alunos nas atividades propostas. Perante as

aversões ao uso de novas metodologias o professor necessita criar estratégias que

ajudem aos alunos compreender que toda forma de aprendizagem é valida. Tébar

(2011) nos diz que:

È importante uma boa atitude do professor com relação à área, a fim de tornar possível que a aproximação dos alunos a ela se faça de forma criativa, lúdica e prática. A atitude do professor e o clima criado na aula condicionarão tanto a eficácia desse ensino como a metodologia que possa ser utilizada. (TÉBAR, 2011, p. 127).

As atitudes do professor são fatores que podem facilitar ou dificultar a

aprendizagem dos alunos, nessa perspectiva o educador deve pautar suas práticas

considerando o contexto social e cultural em que está atuando.

Os alunos da turma observada ficaram encarregados de apresentar para a

conclusão do projeto sobre a semana Santa e Páscoa um jogral8 que deveria ser

encenado pelos próprios alunos, cujas falas seriam sobre os símbolos da Páscoa.

Nessa vertente, os alunos apresentaram mais uma vez resistência à

metodologia adotada pelo professor, pois consideraram essa prática como algo

7 Êxodo: Deuses e Reis: É dirigido por Ridley Scott, lançado em 2014. Êxodos é uma adaptação da

história bíblica que conta a vida do profeta Moises. Sinopse disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-208430/ acessada em 29 de maio de 2016. 8 Jogral: Pode ser denominado como um coral falado, declamação.

21

infantilizado e muitos se recusaram a participar, ficando apenas observando os

demais colegas realizarem a tarefa proposta. Contudo, quando ficavam sabendo no

inicio da aula que seria o ensaio do jogral muitos se retiravam da escola, e os que

estavam presentes questionavam e reclamavam.

Consideramos importante que o professor mostre aos alunos que as

metodologias participativas, como jogos, dinâmicas, entre outros são fundamentais

para o aprimoramento do ensino-aprendizagem. Portanto, essas metodologias

possibilitarão ao educando a desenvolver habilidades e atitudes de criatividade.

Deste modo, o professor deve ser mais que o orientador, ele deve ser o

mediador do conhecimento, para que os alunos consigam atingir habilidades de

autonomia no seu próprio processo educacional.

Assim, adotar metodologias diversificadas e que possibilitem a participação

dos alunos, para que as aulas não sejam pautadas apenas na abordagem

tradicional. Diante disso presenciamos muitas práticas que visaram uma abordagem

tradicionalista, podendo destacar a prática pedagogia atribuída a uma das aulas, ao

trabalhar com Gêneros textuais. O gênero indicado sugerido pelo professor foi o

bilhete, no qual no próprio livro didático explicava o significado, havendo um modelo

pronto. A atividade proposta pelo livro foi escrever um bilhete para um colega de

classe, e assim foi feito, no entanto, não houve a leitura dos bilhetes e nem a troca

que iria proporcionar uma aproximação entre os colegas e a atividade proposta.

Assim, os alunos praticaram a leitura e escrita, mas não a atribuiu sua

aprendizagem a situações reais que poderiam ser vivenciadas na sala de aula,

tornando-se algo mecânico e fragmentado. Portanto, os alunos realizaram apenas

uma imitação do gênero proposto pelo professor. Considerando assim, o que

Santos, Mendonça e Cavalcante (2007) dizem quando relatam que “é importante

que o aluno não imite os textos escolares, mas que produza textos com referencia a

situações de comunicação bem definidas, precisas e reais (p.24)”.

22

IV- UMA ALTERNATIVA PARA O ENSINO

Entendemos a necessidade de uma boa formação docente para o processo

educacional dos indivíduos, e por isso o professor precisa estar capacitado para

fazer as mediações relacionadas à troca de saberes, já que o ensino não consiste

apenas na transmissão de conhecimentos, mas exige que o professor ao atuar seja

capaz de criar situações que possibilitem o pensar e a sistematização do

conhecimento pelos seus alunos, fazendo uso para isso da didática.

O educador de Jovens e Adultos deve buscar se atualizar com frequência,

conhecer a realidade dos alunos, suas dificuldades, despertar a solidariedade para

desenvolver trabalhos em grupo. Assim, para desenvolver um trabalho eficaz é

necessário está pautado segundo Delors (1996) nos “Quatros Pilares da Educação”.

Desta forma, em primeiro lugar é importante, “aprender a conhecer”, este pilar

nos chama atenção da necessidade de compreender o mundo que nos cerca, as

culturas que nos rodeiam, observando e respeitando as particularidades de cada

individuo, para que a partir desses pressupostos possamos desenvolver

capacidades de atuação profissional, que irá nos beneficiar no processo de ensino

aprendizagem do conhecimento.

No que diz a respeito ao “aprender a fazer”, foi vivenciado na sala de aula, ao

lidamos com vários níveis de aprendizagem, ou ainda conviver com alunos e

professores desestimulados, vivenciando a profissão docente, suas experiências, e

aprendendo o oficio de ser pedagogo. O contexto social e o local o qual trabalhamos

nos permitiu “aprendemos a viver juntos” a compreender o outro, e assim

desenvolver o respeito mútuo. E por fim o “aprender a ser” possibilitou-nos criar

capacidade de autonomia e criticidade em sala de aula.

Portanto, para a organização das aulas deve se levar em consideração o

contexto escolar a qual o aluno estar inserido, sendo este composto por jovens e

adultos, de classe baixa, trabalhadores, donas de casa e mães de família.

Destacamos a importância dos Jovens e adultos terem acesso as TIC’s e

recursos pedagógicos, e para isso o educador deve levar para a sala de aula,

23

músicas, cartazes, revistas, jornais, jogos, entre outros. Isso se faz presente nas

palavras de Ribeiro (2001) quando resalta que:

É uma responsabilidade importante dos educadores de Jovens e Adultos favorecer o acesso dos educandos como livros, jornais, revistas, cartazes, textos, apostilas, vídeos, etc. Deve- se considerar o fato de que se trabalha co grupos sociais desfavorecidos economicamente que têm pouco acesso a essas fontes de informações fora da escola.( RIBEIRO, 2001, P. 47)

Dessa forma, é necessário levar para a sala de aula diversos gêneros textuais

para que os alunos da EJA tenham acesso e conheçam suas utilidades e

propriedades. Nessa perspectiva durante nosso estágio trabalhamos com os alunos

acerca do gênero textual Receita, no qual levamos para a sala de aula livro de

culinárias que podemos caracterizar como um recurso pedagógico ou até mesmo

TIC, estes livros por sua vez serviram para nortearem e darem um significado

concreto ao que seria uma receita. Ao estudarmos sobre esse gênero textual

tínhamos como objetivo mostrar aos educandos a estrutura, como o titulo,

ingredientes, distribuição e exposição, modo de preparo e tempo estimado para a

receita, mostrando também os diversos estilos de receita, entre outros.

Ao levarmos a proposta de aprender sobre esse gênero, sondamos com os

alunos que tipos de receitas eles conhecem, se já seguirão alguma receita, e assim

por diante. Para que fosse possível desenvolver um trabalho eficaz levamos vários

exemplos de receitas, interagimos com os alunos mostrando as diferenças de suas

estruturas, e mostrando que cada pessoa em particular tem uma maneira diferente

de fazê-la, acreditando ser de melhor compreensão.

Para que houvesse sistematização dos conhecimentos adquiridos elaboramos

em conjunto com os alunos uma receita de bolo de casca de banana, essa receita

foi escolhida para despertar nos alunos o ato de reutilizar alimentos que antes eram

descartados para fazem novos alimentos, percebendo assim, que podemos utilizar

aquilo que estávamos jogando fora, estragando o mínimo possível das frutas, ou

seja, evitando o desperdício de alimentos.

Percebemos que a atividade foi bastante exitosa, os alunos participaram,

cooperaram, foram atores autônomos de sua educação. O nosso papel como

professores foi o mediar o conhecimento e estimular a participação de todos os

alunos elaborando metodologias e trazendo para a sala de aula TIC’s e recursos

24

pedagógicos que estivessem próximos da realidade dos alunos. Assim, é importante

sempre a contextualização de todas as atividades propostas para que não fique algo

aleatório, ou sem conexão com a realidade do aluno. Diante dos expostos podemos

citar Tébar (2011) quando diz que:

O trabalho fundamental do professor consiste em fornecer as condições adequadas para que a aprendizagem seja produzida; seu trabalho, portanto, será ajudar os alunos a aumentarem sua competência comunicativa. Do mesmo modo, contribuirá para que eles sejam responsáveis por sua aprendizagem, analisem seus problemas e cheguem a soluções com ajuda dos colegas e com a deles mesmos. (TÉBAR, 2011, p. 123).

Dentre outras atividades que desenvolvemos no período do estágio foi uma

dinâmica, na qual trabalhamos qualidades, valores, respeito e a interação com os

colegas. Desse modo, podemos relacionar o que Ribeiro (1997) diz:

Para sala de aula, o professor deve planejar estratégias para que os alunos experimentem e ampliem suas formas de expressão, promover momentos em que os educandos se expressem em pequenos grupos, em grupos maiores, em conversas com o professor. (RIBEIRO, 1997, p. 53.)

Acreditávamos que esta atividade não teria êxito, uma vez que nos foi

passado pelo professor da sala que os alunos não participavam de atividades em

grupo, pois a sala era frequentada por alunos de faixas etárias distintas.

No entanto, nessa atividade eles puderam expressar e associar qualidades a

seus colegas de turma por meio da oralidade, possibilitando a interação, o diálogo e

a desinibição, ao expressar sua impressão sobre o colega. No que diz respeito a

nossa prática docente, podemos recorrer também à proposta de Ribeiro (2001): “No

que diz respeito à linguagem oral, portanto, o papel do professor é mais desinibir,

perguntar, comentar e sugerir do que propriamente corrigir (p. 53)”.

Portanto, o professor deve ousar em sua metodologia, deixar de lado as

impressões e trabalhar de forma que favoreça a integração e participação de todos

os seus alunos no processo de ensino aprendizagem. Assim, Tébar (2011) nos diz

que: “O mediador deve favorecer o desejo de compartilhar, proporcionando

situações de trabalho em comum e a mutua aceitação dos diferentes pontos de vista

de cada um (p.123)”.

Percebemos que a dinâmica de grupo aproximou os alunos e possibilitou a

interação entre todos os educandos da turma. Para incentivo a participação e como

25

sinal de agradecimento em participar da atividade levamos chocolates para todos da

turma.

Dessa forma, todas as ações pedagógicas dos professores devem ser

devidamente elaboradas, argumentadas e planejadas. Assim, como deve haver uma

reflexão acerca das TIC’s e recursos pedagógicos levados para a sala de aula.

As TIC’s poderiam ter sido mais exploradas nas aulas do professor, como

exemplo, podemos citar a exibição do filme “Êxodo: Deuses e Reis” o mesmo teria

propriedades de trabalhar de não só a religião, como também trabalhar de forma

integrada com a História, Geografia, Ciências e Língua Portuguesa. Mas, para que

haja êxito na metodologia escolhida se faz necessário explicar qual a finalidade de

assistir ao filme na sala de aula, o que é necessário observar, ou seja, dar um

direcionamento, para que não seja algo aleatório, sem conexão. Outro importante

fator é escolher um filme do interesse dos alunos, ou seja, perguntar anteriormente

se já assistiram se compreenderam, se tem alguma sugestão de filme, para que a

aula seja algo produtivo e participativo. Diante do exposto, podemos considerar o

Freire diz a respeito dos seres humanos:

Seres históricos, inseridos no tempo e não imerso nele, os seres humanos se movem no mundo, capazes de optar, de decidir, de valorizar. (FREIRE, 2002, p. 52)

Assim, percebemos que os alunos têm o poder de decidir, e a opinião deles é

de fundamental importância para atuação do professor em sua sala de aula. Essas

decisões devem ser pautadas no diálogo, pois ele nos permite refletir sobre nossas

ações. Considerando Zitkoski (2005):

No diálogo, o exercício de argumentação dos sujeitos participantes do mesmo garante que as posições diferentes tenham iguais condições de serem ouvidas, debatidas e avaliadas a partir do processo de construção dialógica do mundo humano. (ZITKOSKI, 2005, p.5).

Diante disso, nossa metodologia deve ser pautada na construção participativa

do conhecimento, priorizando o caminho para se chegar a um ensino aprendizagem

justificado, concreto e significativo. Dessa forma, o professor deve proporcionar um

ambiente que permita a expressão de suas ideias, manifestações, opiniões e

sentimentos.

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V- ALGUMAS CONCLUSÕES

Nosso objetivo de pesquisa foi investigarmos a didática adotada pelo

professor como se deu o uso das TIC’s e recursos pedagógicos utilizados no

processo de ensino aprendizagem dos alunos da EJA. De antemão, podemos

constatar que depende da forma que o profissional os aborda na sala de aula, pois

se a metodologia ou as TIC’s forem usadas de forma descontextualizada afastará os

alunos e não alcançará suas metas de aprendizagem. No entanto, se estes forem

usados adequadamente, baseados no dialogo, aceitação, contextualização e

levando em consideração principalmente as especificidades desse alunado, estes

terão toda a oportunidade de avançarem em seu processo de conhecimento.

Para investigamos as relações metodológicas e o uso das TIC’s, observamos

a prática educativa de um professor da escola pública do Município de Natal/RN, na

turma da EJA do Nível II durante estágio obrigatório da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte no semestre de 2015.1. As observações contidas no relatório

realizado como requesito de avaliação da disciplina de estágio, nos deram um norte

de como poderemos fundamentar nossas futuras práticas levando em consideração

as características singulares do público trabalhado, suas dificuldades e perspectivas.

Perante isso, este trabalho possibilitou nos aproximar da realidade dos alunos

da EJA, conhecer as didáticas trabalhadas com esse alunado,como se estabelece a

relação dos pedagogos que atuam nesta modalidade de ensino com as novas

tecnologias que se fazem presentes no contexto escolar, e para isso nos

fundamentamos em ideias de autores que já estudam sobre as particularidades

desse alunado há algum tempo.

Contribuímos com aprendizagem dos alunos, tendo em vista que levamos

para a sala de aula do nível II da EJA, propostas de ensino que possibilitaram a

diversificação e ludicidade das aulas. Assim, tivemos como objetivo trabalhar com

materiais e atividades diversificadas, levando para a sala de aula livros de culinária e

dinâmica, proporcionando a aproximação desse alunado a TIC’s e recursos

pedagógicos que não estivessem limitados apenas ao livro didático.

Percebemos diante disso, que ao aproximar os alunos de contextos e formas

diversificados de aprendizagem o ato de ensinar e aprender se torna mais

27

prazeroso, havendo mais empenho por parte dos alunos em participar das

atividades propostas. Constatamos a importância de levar para a sala de aula as

TIC’s, uma vez que ela é um fator positivo que está presente em nossa vida

cotidiana e sua função na sala de aula é auxiliar o processo de ensino aprendizagem

dos alunos.

Diante disso, resaltamos que o estágio obrigatório foi de suma importância

para nossa formação acadêmica, pois podemos ter contato com várias situações

que uma sala de aula proporciona. Aprendemos que é possível trabalhar de forma

diversificada, descontraída, rebuscando a ludicidade da sala de aula. Assim, como

há possibilidade de trabalhar com dinâmicas, jogos e até brincadeiras, nas turmas

da EJA, tudo dependerá da mediação do professor.

Outro fator importante que observamos é a seriedade do planejamento

escolar, uma vez que este nos ajuda a guiar nossas ações em sala de aula,

disponibilizando aos educandos uma aprendizagem significativa, pois foram

pensados anteriormente os assuntos, métodos que poderiam ser utilizados para

facilitar o trabalho do professor, alcançar uma aprendizagem significativa e agradar

as expectativas dos alunos.

A Educação de Jovens e Adultos deve ser uma aprendizagem pautada no

significado, na autonomia, na liberdade de expressão. Estes alunos vivem

peculiaridade que os afastaram de concluírem seus estudos no tempo e idade certa

e para que não fiquem desestimulados mais uma vez a não permanecerem na

escola, o educador deve dar voz, para que eles sintam participante de sua própria

educação.

Diante dos fatos, os resultados foram satisfatórios, pois conseguimos que os

alunos tivessem interesse pelos assuntos abordados, atividades propostas e

também obtivemos uma participação bem ativa nas discussões e dinâmicas

educativas, tornando cada vez mais prazeroso o ato de aprender e ensinar.

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