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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
MÁRCIA CASTRO
FATORES EMOCIONAIS QUE INTERFEREM NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA OBTENÇÃO DA
PRIMEIRA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO
MACEIÓ-AL
2013
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MÁRCIA CASTRO
FATORES EMOCIONAIS QUE INTERFEREM NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA OBTENÇÃO
DA PRIMEIRA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO
Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.
Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho
MACEIÓ-AL
2013
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MÁRCIA CASTRO
FATORES EMOCIONAIS QUE INTERFEREM NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA OBTENÇÃO DA
PRIMEIRA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO
Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.
Aprovado em ____/____/____
______________________________________ Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho
Orientador
_____________________________________ Prof. Dr. Liércio Pinheiro de Araújo
Banca Examinadora
_________________________________________ Prof. Franklin Barbosa Bezerra
Banca Examinadora
4
DEDICATÓRIA
Muitas pessoas passam por nossas vidas, mas somente algumas delas nos
deixam marcas que levamos pra sempre, simplesmente porque doam aquilo que
tem de melhor ao outro. Assim, jamais poderia deixar de dedicar esse trabalho em
especial que infelizmente já não fazem mais parte desse mundo, mas que
permanecerão para sempre em meu coração:
Ao meu pai Sebastião (em memória),
À minha mãe Cecília,
À minha irmã Célia,
Afinal me ensinaram muito sobre a vida, contribuindo na minha construção
como ser humano.
Tenham certeza que seus ensinamentos foram essenciais para que eu
pudesse buscar ser cada dia melhor. Vocês fizeram e farão a diferença em toda
minha vida!
5
AGRADECIMENTOS
Os sonhos se realizam porque acreditamos neles e, porque existe um Deus
que, com sua infinita misericórdia nos oferece a cada amanhecer bênçãos
inexplicáveis, nos colocando pessoas a nossa volta colaborando, expressando sua
ajuda, torcendo pelo nosso sucesso, mostrando confiança e companheirismo. Por
isso, agradeço a todos que ao longo desse percurso sempre disponibilizaram
palavras, gestos e carinho e que de alguma forma passaram pela minha vida e
contribuíram para a construção de quem sou hoje.
Contudo, preciso agradecer particularmente, a algumas pessoas pela
contribuição direta na construção deste trabalho:
Em primeiro lugar aos meus pais e irmã, que com muito carinho e apoio, não
mediram esforços para que eu chegasse até aqui;
Em especial à Clínica Medclin, que na pessoa da Luiza, me possibilitou
aprender tudo o que sei na área de trânsito e; ao Luiz, que juntamente com a Luiza,
se empenharam me ajudando nessa especialização, proporcionando caminhos e
dando suporte para que eu aumentasse ainda mais o meu conhecimento.
A todos os professores, que foram importantes em minha vida acadêmica,
profissional e pessoal, e, em especial ao meu orientador Prof. Manoel, pela
paciência na orientação e incentivo, que tornaram possível a construção deste
trabalho;
A todos meus amigos e amigas, que percorreram estes anos de faculdade ao
meu lado, dividindo alegrias, tristezas e angústias e, trocando experiências e
saberes; e a todos os amigos, que não estiveram tão próximos, mas que
compreenderam minha ausência por muitas vezes devido à falta de tempo, e mesmo
que, distantes estavam sempre torcendo por minhas conquistas.
Enfim, agradeço a todos, pois apesar das dificuldades não serem poucas, dos
desafios que foram muitos, do desânimo que muitas vezes quis me contagiar,
consegui concluir esse trabalho com muito esforço e garra e hoje estou aqui para
dizer: Muito obrigado, cada um teve sua importância na elaboração desse!
6
“A coragem nada mais é que a vontade mais determinada e, diante do perigo ou do sofrimento, mais necessária (...) mas a coragem está no desejo, não na razão, no esforço, não na intenção. Trata-se sempre de perseverar em seu ser, e toda a coragem é feita de vontade (...) um começo sempre recomeçado, apesar do cansaço, apesar do medo, e por isso sempre necessário e sempre difícil (...) como toda virtude, a coragem só existe no presente (...), é preciso ser corajoso, não amanhã ou daqui a pouco, mas agora.”
Comte Sponville
7
RESUMO
A avaliação psicológica é obrigatória para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação e, é uma das mais antigas modalidades de atuação da psicologia no Brasil, que refere-se à obtenção, à coleta, à análise e às interpretações de informações psicológicas. Para tanto, é resultante de um conjunto de procedimentos confiáveis, que possibilitam ao psicólogo avaliar o comportamento de cada candidato, identificando as habilidades necessárias para conduzir um veículo automotor, como, por exemplo, comportamento adequado no trânsito, boa atenção, memória, inteligência, bom raciocínio, orientação espacial entre os diversos aspectos de personalidade, em especial os relacionados a controle emocional, ansiedade, impulsividade e agressividade. Contudo, quando o indivíduo decide tirar sua primeira habilitação geralmente é acometido de alguns sentimentos por não saber como ocorre esse exame. Assim, esse estudo se justifica, uma vez que, pretende-se mostrar que fatores como ansiedade, nervosismo e má informação podem contribuir interferindo no controle da ansiedade, fazendo com que o candidato não consiga concluir com êxito a sua aprovação para a tão desejada habilitação. Dessa forma, esse estudo tem como objetivo investigar a relação que a ansiedade pode ter sobre os candidatos à Carteira Nacional de Habilitação, assim como verificar a partir de que nível a ansiedade poderia passar a ser um fator determinante ou não para a reprovação. Portanto, pretendendo atingir esse objetivo utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, seguida de uma pesquisa de campo realizada no período de 10/04/12 a 06/06/12 junto à Clínica MEDCLIN, localizada no Guarujá, onde foi aplicado um questionário com perguntas fechadas junto a 30 candidatos que se submeteram à primeira avaliação psicológica, pertencentes a faixa etária de 18 a 30 anos, sendo 15 do sexo masculino e 15 do sexo feminino. Palavras-chaves: Psicologia, Trânsito, Avaliação Psicológica, Primeira Carteira de Habilitação, Fatores Emocionais.
8
ABSTRACT
A psychological assessment is required to obtain the Driver's License, and is one of the oldest forms of psychological intervention in Brazil, which refers to obtaining, collecting, analysis and interpretation of psychological information. Therefore, results from a reliable set of procedures that enable the psychologist to evaluate the performance of each candidate, identifying the skills needed to drive a motor vehicle, for example, appropriate behavior in traffic, good attention, memory, intelligence, good reasoning, spatial orientation between the various aspects of personality, particularly those related to emotional control, anxiety, impulsivity and aggression. However, when the individual decides to take his first qualification is usually affected by some feelings of not knowing how this occurs exam. Thus, this study is justified, since it is intended to show that factors such as anxiety, nervousness and misinformation may contribute interfering in controlling anxiety, causing the candidate fails to complete successfully its approval for the coveted qualification . Thus, this study aims to investigate the relationship that anxiety can have on the candidates for Driver's License, as well as check from anxiety level that could become a factor or not to reprobation. Therefore, intending to achieve this goal it was used as a literature search methodology, followed by a field survey carried out from 10/04/12 to 06/06/12 MEDCLIN at the Clinic, located in Guaruja, where a questionnaire was applied closed questions along with the 30 candidates who underwent psychological evaluation first, belonging to the age group 18-30 years, 15 male and 15 female. Keywords: Psychology, Transit, Psychological Assessment, First Driver's License, Emotional Factors
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 1 – Distribuição percentual de resultados quanto à faixa etária .......... 30
GRÁFICO 2 – Distribuição percentual de resultados quanto ao gênero .............. 32
GRÁFICO 3 – Distribuição percentual de resultados quanto à escolaridade ....... 34
GRÁFICO 4 – Distribuição percentual de resultados quanto ao conhecimento
do que vai ocorrer e do que vai ser avaliado na Avaliação Psicológica ............... 35
GRÁFICO 5 – Distribuição percentual de resultados quanto ao nervoso ou
ansiedade sentida na hora da aplicação do teste ................................................ 36
GRÁFICO 6 – Distribuição percentual de resultados quanto ao enfrentamento
da ansiedade antes e na hora do exame pela maioria dos candidatos ................ 38
GRÁFICO 7 – Distribuição percentual de resultados se é comum os candidatos
ficarem nervosos e ansiosos antes e na realização da avaliação psicológica
GRÁFICO 8 – Distribuição percentual de resultados se os comentários
de outros alunos nervosos interferiram no aumento da ansiedade dos
candidatos antes do exame .................................................................................. 40
GRÁFICO 9 – Distribuição percentual de resultados de que experiências de
outras pessoas que passaram pelo mesmo drama da avaliação e da felicidade
da aprovação, para termos de consciência de que elas enfrentaram os mesmos
problemas pode ajudar o candidadto a ter mais confiança .................................. 41
GRÁFICO 10 – Distribuição percentual de resultados se os entrevistados
acham que a ansiedade, o nervosismo e a má informação podem interferir
decisivamente no resultado do exame ................................................................. 42
GRÁFICO 11 – Distribuição percentual de resultados se os entrevistados
acham que a postura de examinador na hora do exame pode colaborar para
tranquilizar ou apavorar o candidato à carteira .................................................... 43
GRÁFICO 12 – Distribuição percentual de resultados se os entrevistados
acham interessante procurar mecanismos para lidar com esses fatores tão
naturais no dia a dia, de maneira que não o(a) prejudiquem ............................... 44
..... 39
10
LISTA DE ABREVIATURAS
ABETRAN Associação Brasileira de Educadores do Trânsito
CFP Conselho Federal de Psicologia
CNH Carteira Nacional de Habilitação
CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito
COOHA Coordenadoria de Habilitação
CRP Conselho Regional de Psicologia
CTB Código de Trânsito Brasileiro
DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito
DETRAN Departamento de Trânsito
GABA Ácido Gama-Aminobutírico
PDT Partido Democrático Trabalhista
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 14
2.1 Trânsito .......................................................................................................... 14
2.2 Psicologia do Trânsito ................................................................................. 15
2.3 A Importância da Atuação do Psicólogo de Trânsito na Atualidade ....... 18
2.4 Avaliação Psicológica .................................................................................. 21
2.5 Instrumentos Psicológicos ....................................................................... 22
2.6 Sentimentos que Acometem Candidatos na Primeira Habilitação .......... 26
3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................28
3.1 Ética ............................................................................................................... 28
3.2 Tipo de Pesquisa .......................................................................................... 28
3.3 Universo .........................................................................................................28
3.4 Sujeitos e Amostra ....................................................................................... 29
3.5 Instrumento de Coleta de Dados ................................................................. 29
3.6 Procedimento para Coleta de Dados .......................................................... 29
3.7 Procedimento para Análise dos Dados ...................................................... 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 30
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 46
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 48
APÊNDICE ........................................................................................................... 53
ANEXO ..............................................................................................;.................. 55
12
1 INTRODUÇÃO
A ansiedade é um sinal de alerta, que adverte a pessoa sobre os perigos
iminentes, possibilitando que desenvolvam medidas de enfrentamento. A ansiedade
prepara a pessoa para lidar com diversas situações e prepara o organismo a tomar
as medidas necessárias que possam impedir ou diminuir possíveis danos ou
prejuízos (BALLONE, 2002),. E, segundo Barros Neto (2000) é difícil diferenciar a
ansiedade e o medo, pois ambos têm as mesmas reações fisiológicas, como
sudorese excessiva, taquicardia, tremor generalizado, sensação de sufocamento e
outros.
Portanto, esses fatores interferem em quaisquer atividades na vida de um
pessoa, principalmente quando o assunto envolve a Avaliação Psicológica para
obtenção da primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
De acordo com dados da Assessoria de Comunicação do Departamento de
Trânsito (Detran) de São Paulo (apud Bernardino, 2008), em junho de 2008 foram
aprovados no exame teórico 11.135 candidatos, e 4.879 reprovados. Já no exame
prático, foram 16.042 condutores aprovados, e 7.559 reprovados.
Esses dados demonstram que parece que a tarefa mais difícil de cumprir na
hora de se tirar a primeira habilitação é justamente a de manter a serenidade,
deixando de lado a ansiedade. Isso vale tanto para o exame teórico quanto o prático.
Para tanto, acreditando que, apesar de não ser o responsável pelo resultado,
a postura do examinador, muitas vezes também colabora para tranqüilizar ou
apavorar de vez o candidato à tirar sua primeira carteira, aumentando a sua
ansiedade.
Dessa forma, esse estudo se justifica, uma vez que, pretende-se mostrar que
fatores como ansiedade, nervosismo e má informação podem contribuir interferindo
no controle da ansiedade, fazendo com que o candidato não consiga concluir com
êxito a sua aprovação para a tão desejada habilitação.
Baseado nesses pressupostos tem-se como problema responder o seguinte
questionamento: A ansiedade antes e na hora do exame representa um fator
determinante para a reprovação da Avaliação Psicológica?
A partir dessas colocações, tem-se como objetivo geral investigar a relação
que a ansiedade pode ter sobre os candidatos à primeira Carteira Nacional de
13
Habilitação, assim como verificar a partir de que nível a ansiedade poderia passar a
ser um fator determinante ou não para a reprovação.
Assim, pretende-se mostrar o que é a Avaliação Psicológica e o que ela exige
do candidato; compreender a postura do examinando frente ao examinador;
investigar a influência do medo e da ansiedade nos resultados da avaliação; verificar
como o examinador pode colaborar para reduzir o índice de reprovação no processo
da Avaliação Psicológica; e, traçar um perfil do candidato na primeira avaliação.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Trânsito
Para que se possa definir o que seja trânsito, é preciso antes reconhecer que
esta é uma tarefa bastante complexa, visto que cada autor o define mediante pontos
de vistas diferentes.
Primeiramente é interessante estudar o que o Código de Trânsito Brasileiro
(CTB) diz. O conceito de trânsito está presente na Lei nº. 9.503, de 23 de setembro
de 1997, em seu Artigo 1º,§ 1º, no qual: "Considera-se trânsito a utilização das vias
por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para
fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga."1
A partir desse conceito, vale destacar três considerações importantes. Assim,
entendendo a primeira parte desse conceito, percebe-se que ele menciona vias. No
seu anexo I, a via é definida como sendo a superfície por onde transitam veículos,
pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e
canteiro central, e no artigo 2º do CTB é dito que:
as ruas, avenidas, logradouros públicos, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias são vias terrestres, como também as praias abertas à circulação públicas e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas (um prédio de apartamentos, por exemplo, cada apartamento é uma unidade autônoma).”
2
Contudo, na segunda parte fica claro que, o trânsito somente existe se as vias
forem utilizadas por: pedestres, veículos e animais, nos quais são conhecidos como
usuários do trânsito. Percebe-se nesse conceito que não importa se os veículos
estejam parados ou sendo conduzidos, mas apenas só o fato dele estar sobre uma
via terrestre, estacionado, o trânsito já existe. Por fim, na última parte é comentada
sobre a sua finalidade, que é a de circulação, parada, estacionamento e operação
de carga e descarga.
Já na visão de outros autores sua definição tem outro enfoque. Batista (1985
apud Madeira, 2009), por exemplo, entende que o trânsito é produzido a partir de
comportamentos de indivíduos e de seus efeitos no ambiente, sendo que, por suas
1 Dados extraídos do site: http://www.transitobr.com.br/index2.php?id_conteudo=118, em 16 jul. 2012.
2 Ibidem.
15
características físicas, possibilitaria a ocorrência de certos comportamentos
impedindo a ocorrência de outros.
Rozestraten (1988) concordando com essa visão, define o trânsito como “o
conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um
sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus
participantes “(p. 4). Atesta ainda que esse sistema funciona através de uma série
de normas e construções e, é constituído de vários subsistemas, onde os três
principais são: o homem, a via e o veículo. O homem aqui é o subsistema mais
complexo e, portanto, tem maior probabilidade de desorganizar o sistema como um
todo..
Vários outros autores entendem de forma semelhante ao de Rozestraten
(1988), que o trânsito envolve não só o deslocamento de pessoas ou veículos, mas
também o quesito comportamento. Então, pode-se entender que o trânsito é um
conjunto de comportamentos e deslocamentos num sistema de normas.
No entanto, Rueda (2009) dá uma definição clara de trânsito, informando que:
O trânsito é composto por elementos estáticos (homem, veículos, vias) e dinâmicos (motoristas, ciclistas, policiais, profissionais que regulamentam o trânsito, o fluxo, os sinais, as zonas de estacionamento, etc.). A via, assim, pode ser considerada um subsistema estável onde ocorrem os conflitos de trânsito. Assim sendo, pode-se afirmar que a segurança no trânsito requereria a integração harmônica entre o homem, o veículo e a via (p. 5).
Assim sendo, a partir da colocação de Rozestraten (1988) e de Rueda (2009),
Vasconcelos (1998), reforça, defendendo a idéia de ambos, complementando que o
trânsito pode ser entendido como “uma disputa pelo espaço físico, que reflete uma
disputa pelo tempo e pelo acesso aos equipamentos urbanos, ou seja, é uma
negociação permanente do espaço, coletiva e conflituosa” (p. 19).
Então, as definições acima levam para a discussão de que, essa negociação
necessita de uma mediação, que nada mais é um dos fatores estudados pela
Psicologia do Trânsito.
2.2 Psicologia do Trânsito
Como o psicólogo é o profissional que atua nessa área, antes de abordar
sobre a Psicologia do Trânsito vale argumentar sobre o trabalho do psicólogo.
16
Segundo o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP, 2009), o
psicólogo procede ao estudo e análise dos processos intrapessoais e das relações
interpessoais, possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e
de grupo, no âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se dêem
estas relações. Aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o objetivo
de identificar e intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em sua
história pessoal, familiar e social, vinculando-as também a condições políticas,
históricas e culturais.
Portanto, o Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no
âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e
comunicação com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e
integridade do ser humano.
Contribui ainda para a produção do conhecimento científico da psicologia
através da observação, descrição e análise dos processos de desenvolvimento,
inteligência, aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento
humano e animal; analisa a influência de fatores hereditários, ambientais e
psicossociais sobre os sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e nas suas relações
sociais, para orientar-se no psicodiagnóstico e atendimento psicológico; promove a
saúde mental na prevenção e no tratamento dos distúrbios psíquicos, atuando para
favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial; elabora e aplica técnicas de
exame psicológico, utilizando seu conhecimento e práticas metodológicas
específicas, para conhecimento das condições do desenvolvimento da
personalidade, dos processos intrapsíquicos e das relações interpessoais, efetuando
ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a necessidade. Participa
da elaboração, adaptação e construção de instrumentos e técnicas psicológicas
através da pesquisa, nas instituições acadêmicas, associações profissionais e outras
entidades cientificamente reconhecidas. Realiza divulgação e troca de experiência
nos eventos da profissão e comunidade científica e, à população em geral, difunde
as possibilidades de utilização de seus recursos (CRP, 2009).
Percebe-se assim que o psicólogo desempenha suas funções e tarefas
profissionais individualmente e em equipes multiprofissionais, em instituições
privadas ou públicas, em organizações sociais formais ou informais, atuando em:
hospitais, ambulatórios, centros e postos de saúde, consultórios, creches, escolas,
associações comunitárias, empresas, sindicatos, fundações, varas da criança e do
17
adolescente, varas de família, sistema penitenciário, associações profissionais e/ou
esportivas, clínicas especializadas, psicotécnicos, núcleos rurais e nas demais áreas
onde as questões concernentes à profissão se façam presentes e sua atuação seja
pertinente.
Assim atua em várias áreas, como: área clínica, do Trabalho, na educação,
jurídica, esporte, social e no trânsito.
Inicialmente vale salientar que para se compreender a importância de se
abordar sobre uma psicologia dedicada a estudar o trânsito e como ela pode ajudar
a melhorar a situação neste espaço, torna-se interessante primeiramente entender o
papel central que o trânsito exerce na vida de um indivíduo, pois sem esta
consciência, não faz sentido relacionar trânsito e psicologia.
Nos dias de hoje é impossível uma pessoa após acordar e começar seu dia e
iniciar sua rotina, não se deslocar de um local para outro, como: sair para trabalhar,
ir a escola, as compras e não participar do trânsito em algum momento, seja como
pedestre, condutor ou passageiro.
Cristo (2006) explica então o que é a Psicologia do Trânsito. Ela estuda
exatamente o comportamento das pessoas que participam do trânsito, este sistema
complexo que, apesar dos grandes avanços que vem possibilitando, também vem se
mostrando bastante problemático. Desse modo, todos os envolvidos no trânsito,
direta e/ou indiretamente, são objetos da psicologia do trânsito: motoristas,
passageiros, pedestres, ciclistas, engenheiros de tráfego, instrutores de trânsito etc.
Nesse sentido, Silva (2011), a Psicologia do Trânsito entende que o trânsito é
composto pela interação entre três grandes subsistemas: o homem, a via e o veículo
e que uma locomoção segura e organizada envolve três elementos principais:
engenharia, educação e policiamento/legislação. Mas aponta que o homem, com
seus múltiplos fatores sensoriais, motivacionais, emocionais e de personalidade, é o
maior responsável pelas diferentes causas dos acidentes de trânsito.
Então, pode-se entender que a Psicologia do Trânsito procura investigar os
fatores determinantes dos comportamentos neste espaço, sob que condições eles
se manifestam, bem como os diversos aspectos (psicológicos, sociais, culturais,
políticos, econômicos, etc) que estão implicados nesses comportamentos, tendo
como finalidade colaborar para a segurança e o bem-estar das pessoas em seus
deslocamentos.
18
No entanto, é visto que, atualmente, o fenômeno trânsito, em termos mundiais
tem atingido proporções alarmantes.
Segundo Moretzsohn e Macedo (2005), em inúmeros países, o trânsito tem
ocasionado problemas que vão além da perspectiva do meio ambiente, pois tem
impactado na qualidade de vida das pessoas, sendo causando até certa
preocupação na saúde pública.
Dessa forma, apresenta-se a Psicologia, que tem se visto obrigada a assumir
o seu lugar na multiplicidade e na complexidade do fenômeno trânsito em seus
aspectos interdisciplinares, para que possa assim conseguir desenvolver novas
formas de atuação.
2.3 A Importância da Atuação do Psicólogo de Trânsito na Atualidade
As Resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP) assumem lugar
importante na prática do psicólogo de trânsito. Especificamente, a Resolução CFP nº
002/2003 que definiu os padrões técnicos para avaliação dos testes psicológicos em
condições de uso no Brasil e mudou a visão da Avaliação Psicológica em território
nacional.
Percebe-se assim que a Psicologia, hoje, deixa de ser vista apenas como
operadora da Avaliação Psicológica para habilitação de condutores de veículos
automotores, passando a compreender também a análise dos planejamentos
urbanos, da cidadania, da educação de um povo.
Contudo, essas se fazem ainda discussões profundas, que precisam se
enraizar, mostrando-se assim a necessidade de se construir e aperfeiçoar novos
fundamentos teóricos, metodológicos e científicos.
Sem dúvida, a pesquisa precisa ser estimulada e a formação desses
profissionais mais bem cuidada, somente assim será possível a construção das
intervenções, ou seja, quando houver essa união entre ciência e profissão.
Lagares (2012) informa ainda que o psicólogo do trânsito deve conhecer o
fenômeno trânsito como parte de um macro sistema de transporte, com todas as
suas implicações econômicas, sociais, culturais e ambientais, de forma a atuar de
forma consciente em uma das várias subáreas. Ainda, deverá compreender a
transdisciplinaridade desse fenômeno e as interfaces da Psicologia com as demais
ciências e profissões, como a Sociologia, a Engenharia, a Medicina e o Direito.
19
Moretzsohn e Macedo (2005), destacam que:
Quando pensamos na relação entre Psicologia e mobilidade humana, devemos pensar na busca da qualificação da intervenção das práticas psicológicas em resposta às reais necessidades da sociedade brasileira que se utiliza dos nossos serviços. Conquistar a credibilidade e a respeitabilidade social deverá ser conseqüência de uma intervenção pautada em lastros éticos, de uma Psicologia comprometida social e politicamente, com respeito absoluto aos Direitos Humanos.
Para tanto, verifica-se que o maior desafio hoje é enxergar o psicólogo como
um profissional comprometido com o estudo das cidades, seu planejamento urbano,
com a saúde pública, com o convívio humano, com a diversidade, com a pluralidade,
com as diferenças, com a mobilidade humana.
Lagares (2012) acredita que acabou-se o tempo do psicólogo como um mero
aplicador de testes psicotécnicos. Os novos tempos exigem uma postura
investigativa, de contínua busca do aperfeiçoamento dos instrumentos, da validação
e da verificação da eficácia dos testes, da correlação dos resultados com o
comportamento do motorista, do conhecimento da causa dos acidentes, dos
fundamentos da violência no trânsito e da motivação do crime de trânsito, entre
tantos outros problemas de pesquisa.
Baseado nesses pressupostos, Guedes (2010) esclarece o que faz um
psicólogo de trânsito:
Desenvolve pesquisa científica no campo dos processos psicológicos,
psicossociais e psicofísicos relacionados ao problema do trânsito;
Realiza exames psicológicos de aptidão profissional em candidatos a
habilitação para dirigir veículos automotores (Psicotécnicos);
Assessora no processo de elaboração e implantação de sistemas de
sinalização de trânsito, especialmente no que concerne a questões de
transmissão, recepção e retenção de informações;
Participa de equipes multiprofissionais voltadas à prevenção de acidentes
de trânsito;
Desenvolve na esfera de sua competência, estudos e projetos de
educação de trânsito;
Contribui nos estudos e pesquisas relacionados ao comportamento
individual e coletivo na situação de trânsito, especialmente nos complexos
urbanos;
20
Estuda as implicações psicológicas do alcoolismo e de outros distúrbios
nas situações de trânsito;
Avalia a relação causa-efeito na ocorrência de acidentes de trânsito,
levantando atitudes-padrão nos envolvidos nessas ocorrências e
sugerindo formas de atenuar as suas incidências;
Aplica e avalia novas técnicas de mensuração da capacidade psicológica
dos motoristas;
Colabora com a justiça e apresenta, quando solicitado, laudos, pareceres,
depoimentos etc;
Serve como instrumentos comprobatórios para melhor aplicação da lei e
justiça;
Atua como perito em exames para motorista, objetivando sua readaptação
ou reabilitação profissional.
Dessa forma, nota-se que o papel do psicólogo no processo de obtenção da
Carteira Nacional de Habilitação é de suma importância, pois é ele quem tem o
propósito de colaborar com a redução do número de acidentes e de mortes no
trânsito. Ou seja, segundo Leite (2011), o psicólogo tem a prerrogativa de decidir se
uma pessoa está apta ou não para dirigir veículos automotores.
Assim, para tomar uma decisão dessa natureza, o psicólogo se baseia em
uma série de conhecimentos, procedimentos e técnicas que embasam a sua
decisão. Por isso, é importante que os psicólogos da área se aperfeiçoem
constantemente para que isso ocorra de forma responsável e ética.
Lagares (2012) acrescenta que, no campo da avaliação psicológica de
condutores, a excelência deve ser buscada por meio de aprofundamento no estudo
dos métodos, técnicas e instrumentos próprios da ciência psicológica e que
distinguem o profissional psicólogo dos outros profissionais envolvidos no processo
de habilitação. Isto significa que este psicólogo deve ser um expert no que faz,
profundo conhecedor dos instrumentos que utiliza, como os testes que se destinam
a aferir capacidades e habilidades essenciais para o exercício da tarefa de dirigir,
bem como, dos testes psicológicos que se propõem investigar características de
personalidade do futuro motorista.
21
Leite (2011) chama a atenção para algumas características necessárias ao
psicólogo perito examinador, como: agir com ética, imparcialidade, ter habilidade
para conduzir a avaliação, posicionar-se e, sobretudo saber ouvir. Contudo,
menciona também características que devem estar ausentes durante todo o
processo de avaliação, pois estas poderão deixar o candidato mais ansioso, como:
rigidez, arrogância, atitude antiética, prepotência, passividade, inconsequência,
inflexibilidade e dispersão.
2.4 Avaliação Psicológica
O laudo ou relatório psicológico é um instrumento de natureza e valor
científico que descreve situações, condições psicológicas e suas multideterminações
investigadas no decorrer do processo de avaliação psicológica. Sua finalidade é
relatar o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, estabelecer prognóstico e
a evolução do caso, além de orientar, sugerir e/ou solicitar uma proposta terapêutica
(CFP, 2003).
Desde o início da utilização da Avaliação Psicológica para o Trânsito, esse
processo tem sido denominado Exame Psicotécnico. No entanto, em 1998, com a
publicação do Novo Código de Trânsito Brasileiro, esse termo foi substituído pela
Avaliação Psicológica Pericial.
É importante esclarecer que essa alteração ocorreu em razão das novas
exigências da Resolução 80/98 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), em
relação ao procedimento que passaria a ser adotado, ou seja, as principais
alterações baseavam-se no fato de que a Avaliação Psicológica Pericial para o
Trânsito deveria ser realizada por Peritos de Trânsito que tivessem o respectivo
curso (LAMOUNIER; RUEDA, 2005).
Portanto, a finalidade do exame passava a ser investigar adequações
psicológicas mínimas no indivíduo para que fosse possível que os candidatos à CNH
fossem capazes de conduzir de forma correta e segura.
Desse modo, a razão maior desse processo passaria a estar na necessidade
de tentar garantir a segurança do condutor e dos demais envolvidos no trânsito
(CFP, 2000).
É importante ressaltar que o objetivo da Avaliação Psicológica Pericial no
contexto de Trânsito nunca foi o de predizer se um determinado indivíduo viria a se
22
envolver em acidente ou não, e sim de realizar um trabalho preventivo, no qual fosse
possível diminuir as possibilidades de um motorista se expor a situações de risco.
Assim sendo, segundo Hoffmann (2003), não é possível prever que uma
pessoa que apresenta traços agressivos e impulsivos vá manifestar esse
comportamento no trânsito ou em qualquer outra situação, ela pode simplesmente
canalizar esse comportamento quando dirige e manifestá-lo em casa contra os
filhos.
Contudo, em virtude de ser um trabalho preventivo, torna-se necessário evitar
que essa pessoa dirija e venha a se expor em uma situação de risco podendo
envolver outras vítimas.
A partir de então, a Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito é uma
exigência do Código de Trânsito Brasileiro e do Conselho Nacional de Trânsito. Foi
regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia e é fiscalizada pelos Conselhos
Regionais de Psicologia, pois se trata de uma atividade exclusiva dos psicólogos.
A Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito é um processo técnico-
científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos
fenômenos psicológicos dos indivíduos. É um processo de conhecimento do outro
de forma científica e especializada (HOFFMANN, 2003).
Já o CFP (2009), afirma que, no caso da perícia no trânsito, o laudo
psicológico é um documento legal em que é realizada a síntese do processo
avaliativo e que comunica aos órgãos competentes de trânsito e ao candidato, na
entrevista devolutiva, se este apresenta ou não desempenho condizente para dirigir,
isto é, se está apto, inapto temporário ou inapto.
2.5 Instrumentos Psicológicos
Dentre os instrumentos psicológicos utilizados para a avaliação psicológica
encontram-se os testes, entrevistas, questionários e observações.
Contudo, os métodos e técnicas utilizados na avaliação psicológica pericial
estão dispostos no artigo 6o da referida resolução, constando os seguintes
instrumentos:
I - entrevistas diretas e individuais;
23
II - testes psicológicos, que deverão estar de acordo com resoluções vigentes
do Conselho Federal de Psicologia, que definam e regulamentem o uso de testes
psicológicos;
III - dinâmicas de grupo;
IV - escuta e intervenções verbais.
Além disso, o parágrafo único do artigo 6o indica que a avaliação psicológica
deve ser realizada segundo as diretrizes do Manual de Elaboração de Documentos
Escritos do Conselho Federal de Psicologia (CONTRAN, 2008).
A Resolução CONTRAN n. 267, de 15 de fevereiro de 2008, dispõe sobre o
exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das
entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do
Código de Trânsito Brasileiro. O capítulo IV trata do credenciamento das clínicas e
profissionais aptos a procederem à Avaliação Psicológica Pericial, com as devidas
orientações e exigências para que a avaliação ocorra em conformidade com a
legislação de trânsito e o Conselho Federal de Psicologia. Essa resolução foi
alterada pela Deliberação nº 65, de 13 de junho de 2008, a qual adequou a
legislação para credenciamento de médicos e psicólogos peritos examinadores de
trânsito. Já no artigo 5o, considera que devem ser aferidos os seguintes processos
psíquicos:
I - tomada de informação;
II - processamento de informação;
III - tomada de decisão;
IV - comportamento;
V - autoavaliação do comportamento;
VI - traços de personalidade.
Já Damian (2008) assevera que a área percepto reacional e motora será
avaliada através de técnicas psicológicas permitindo aferir de forma integrada e
interdependente o que se segue:
a) Atenção;
b) Percepção;
c) Tomada de decisão;
d) Motricidade e reação;
e) Cognição, e
f) Nível Mental.
24
Ainda Damian (2008) menciona que a área de equilíbrio psíquico será
avaliada através de entrevistas, observação durante os exames e de técnicas
psicológicas , considerando -se:
ansiedade e excitabilidade;
ausência de quadro reconhecidamente patológico;
controle adequado da agressividade e impulsividade;
equilíbrio emocional;
ajustamento pessoal - social;
demais problemas correlatos (alcoolismo, epilepsia, droga adição, entre
outros), que possam detectar contra - indicações à segurança do trânsito.
Já as habilidades específicas e complementares dizem respeito a:
tempo de reação;
atenção concentrada;
rapidez de raciocínio;
relações espaciais;
outras, desde que necessárias ao aprofundamento da avaliação
psicológica.
Para tanto, Damian (2008) afirma que as áreas Percepto Reacional e Motora
e de Equilíbrio Psíquico são áreas de avaliação básica de todo condutor. A
entrevista psicológica deve investigar história pregressa e atual do candidato. Já os
instrumentos de avaliação psicológica e seus paramentos para as diferentes
categorias serão estabelecidos pelo Departamento Nacional de Trânsito
(DENATRAN).
O DETRAN/PR (2010) diz que, para os candidatos a CNH, a entrevista
individual e os testes psicológicos são obrigatórios para a realização da avaliação
psicológica.
A etapa de aplicação de Testes Psicológicos pode ser realizada coletivamente
e possui uma duração média de 02 (duas) horas. A etapa de entrevista deve ser
individual e a duração média sugerida pelo Departamento Médico e Psicológico do
DETRAN é de 30 (trinta) minutos.
A Resolução CFP no 2/2003 e a Resolução CFP no 7/2009 orienta a
necessidade de adequar os testes psicológicos ao propósito, ou seja, no contexto do
trânsito e em conformidade com a legislação de trânsito vigente.
25
Portanto, para ser adequado, o teste psicológico deve ter evidências
empíricas de validade e precisão, ser normatizado e trazer instruções para sua
aplicação e o psicólogo, por sua vez, deve seguir suas recomendações e atualizar-
se quanto ao seu uso, para que a qualidade técnica da avaliação psicológica seja
mantida (CRP-8a Região, 2009).
Na avaliação psicológica, portanto, segundo o Ofício Circular no 4112/2011 da
COOHA/DIMP, devem ser aferidos, mediante o uso de instrumentos técnicos como
intervenções verbais, escuta, observação, testes psicológicos e entrevista, as
habilidade mínimas para conduzir veículos, sendo estas as informações gerais
coletadas: tomada de informação (atenção de diferentes tipos; detecção,
discriminação e identificação); processamento de informação e tomada de decisão
(inteligência, memória, orientação espacial, identificação significativa, julgamento ou
juízo crítico e tomada de decisão); comportamento (tempo de reação, coordenação
viso e áudio-motora, capacidade de perceber ações no trânsito, individuais ou
coletivos); traços de personalidade (controle emocional e socialização, ansiedade,
impulsividade, agressividade).
Portanto, cabe ao profissional psicólogo avaliar se o candidato necessita
realizar mais etapas de avaliação, como reaplicação de testes, por exemplo, o que
deve ser sempre explicado ao avaliado o porquê desse procedimento.
Após a finalização da avaliação o psicólogo elabora um laudo, com resultado
final conclusivo. Atualmente existem três tipos de resultados possíveis:
1) Apto: quando o desempenho apresentado é condizente para a condução
de veículo automotor;
2) Inapto temporário: quando não é apresentado desempenho condizente
para a condução de veículo automotor, porém o avaliado possui um tempo
para se adequar e voltar a fazer o processo para a obtenção da CNH;
3) Inapto: quando o desempenho apresentado não é condizente para a
condução de veículo automotor (DETRAN/PR, 2010).
Percebe-se assim que o ato de dirigir é complexo, pois envolve diversas
competências, habilidades e atitudes e requer do motorista um bom nível de
maturidade emocional e capacidade intelectual, as quais lhe permitem interpretar
estímulos e reagir estrategicamente no trânsito.
Sendo assim, de acordo com Gouveia et al. (2002), a CNH não pode ser
considerada como um direito de todos, mas sim como uma permissão, um privilégio
26
que o Estado concede àquelas pessoas que se mostram capazes e aptas para obtê-
la.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e suas Resoluções, "O
exame de Avaliação Psicológica é preliminar, obrigatório, eliminatório, e
complementar para os condutores e candidatos a obtenção, mudança de categoria,
da Carteira Nacional de Habilitação. [...]". (BRASIL, 2006, p. 538).
Dessa forma, a avaliação psicológica tem por finalidade contribuir para
promover a segurança dos motoristas, já que o psicólogo é um dos responsáveis
pela liberação do candidato para a direção de veículos automotores.
2.6 Sentimentos que Acometem Candidatos na Primeira Habilitação
Segundo Ballone (2002), a ansiedade é um sinal de alerta, que adverte a
pessoa sobre os perigos iminentes, possibilitando que desenvolvam medidas de
enfrentamento. A ansiedade prepara a pessoa para lidar com diversas situações e
prepara o organismo a tomar as medidas necessárias que possam impedir ou
diminuir possíveis danos ou prejuízos.
Partilhando da mesma opinião, Raad et al., (2008) diz que a ansiedade é uma
situação ameaçadora que, quando enfrentada, pode levar o indivíduo a desenvolver
respostas eficientes de luta, fuga ou mecanismo psicológico de defesa para diminuí-
la.
Para Copetti (2011), a ansiedade configura-se uma resposta a uma ameaça
desconhecida pelo indivíduo, que se apresenta de modo vago ou mesmo de origem
conflituosa. Trata-se, na verdade, de uma sensação difusa e, muitas vezes, vaga de
apreensão, podendo ser acompanhada por uma ou mais sensações somáticas, tais
como inquietação, perspiração, aperto no tórax, desconforto abdominal, aceleração
cardíaca e ou respiratória, necessidade de evacuar e urgência urinária. Contudo, tais
sintomas variam entre as pessoas.
Gentil et al.(1997), os Transtornos de Ansiedade são as enfermidades
mentais que ocorrem com maior freqüência na população geral e compreendem os
quadros em que há a presença de uma ansiedade acentuada, que desempenha
papel fundamental nos processos comportamentais e psíquicos do indivíduo,
causando-lhe prejuízos em seu desempenho profissional ou acadêmico e nas
27
relações sociais. A etiologia da ansiedade é multifatorial, envolvendo aspectos
psicossociais e biológicos.
Fatores Psicossociais: Muitas são as situações cotidianas que envolvem
perigo ou ameaça. Nessas situações, um estado de alerta é essencial
para a autodefesa do indivíduo. No entanto, pessoas que apresentam
um estado ansioso, tendem a superestimar a situação de perigo. A forma
com que as situações são interpretadas pelo indivíduo tem um valor
potencial para o surgimento ou não de algum quadro de Transtorno de
Ansiedade.
Fatores Biológicos: Vários neurotransmissores exercem papel
fundamental no controle da ansiedade, porém, a serotonina e o ácido
gama-aminobutírico (GABA) são considerados os mais importantes.
Ambos são neurotransmissores inibitórios, que controlam a resposta de
estresse. Assim, ocorre uma alteração desses neurotransmissores no
Sistema Nervoso, o que implica em um estado de ansiedade.
Barros Neto (2000) considera que é difícil diferenciar a ansiedade e o medo,
pois ambos têm as mesmas reações fisiológicas, como sudorese excessiva,
taquicardia, tremor generalizado, sensação de sufocamento e outros.
Assim, entre inúmeros “medos, pode-se apontar o medo de dirigir veículos.
Isso ocorre não só pela prova prática, mas também pela teórica, chamada Avaliação
Psicológica. Dessa forma, pode-se dizer que o medo de dirigir interfere na rotina
diária da pessoa, especialmente por dificultar ou impossibilitar o seu direito de ir e
vir, acarretando prejuízos em sua vida.
Deste modo, o DETRAN/MS (2011), considerando que em Mato Grosso do
Sul há um número significativo de mulheres e homens que se habilitaram a primeira
habilitação e que apresentam fobia, inquietação, nervosismo, pavor e insegurança
para tirar sua CNH, o DETRAN/MS em parceria com a Clínica Escola de Psicologia
da Universidade Católica Dom Bosco desenvolveu um projeto chamado “Vencendo
o Medo de Dirigir”, cujo objetivo é proporcionar aos candidatos a condutores de
veículos que possuem medo, nervosismo e insegurança, um programa educativo,
terapêutico e de auto-ajuda, condições para tornarem-se condutores confiantes,
seguros e sem bloqueios.
28
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Ética
Esta pesquisa passou pelo Comitê de Ética da Universidade Paulista. Assim,
em respeito à Resolução Nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), os
dados foram coletados após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), respeitando-se os princípios de beneficência, justiça e respeito
à dignidade humana.
3.2 Tipo de Pesquisa
A fim de elaborar esse estudo foi utilizado como primeiro recurso a
metodologia através de uma pesquisa bibliográfica, que segundo Lakatos e Marconi
(2001, p. 26), “[...] consiste no exame de produções humanas desenvolvidas ao
longo da evolução da humanidade, para levantamento e análise do que já se
produziu sobre determinado assunto que são assumidos como tema de pesquisa
científica”. Dessa forma, nota-se que a pesquisa bibliográfica propicia o exame do
tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões próprias.
E, posteriormente, foi realizada uma pesquisa de campo. Assim sendo, para
que se pudesse efetuar essa pesquisa, entrou-se em contato com o responsável da
mesma, expondo o objetivo do trabalho e solicitando o consentimento para que a
pesquisa fosse aplicada naquele local. A partir de então, foram escolhidos de forma
aleatória 30 candidatos que se submeteram à primeira avaliação psicológica,
pertencentes a faixa etária 18 a 30 anos, sendo 15 do sexo masculino e 15 do sexo
feminino.
3.3 Universo
Foi realizada a pesquisa na Clínica MEDCLIN, localizada no Guarujá/SP,
sendo entrevistados 30 candidatos pertencentes a faixa etária 18 a 30 anos, sendo
15 do sexo masculino e 15 do sexo feminino.
29
3.4 Sujeitos e Amostra
Foram escolhidos de forma aleatória 30 candidatos que se submeteram à
primeira avaliação psicológica.
3.5 Instrumento de Coleta de Dados
Foi aplicado um questionário contendo 12 questões, sendo uma aberta e 11
(onze) em forma de teste, conforme Apêndice A.
3.6 Procedimentos para Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada no período de 10/04/12 a 06/06/12.
3.7 Procedimentos para Análise dos Dados
Quanto à análise de dados, ressalta-se que foi uma etapa importante nessa
pesquisa, esperando que permitisse uma correta interpretação dos resultados
obtidos. Assim, para facilitar a análise, os dados coletados foram organizados em
forma de gráficos, permitindo assim uma visualização mais objetiva e,
consequentemente uma melhor comparação do que diz a teoria com a prática sobre
o tema.
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos questionários respondidos pelos 30 entrevistados mostrou que
a faixa etária a que pertencem está entre 18 a 29 anos, sendo que 16 (53%) têm
entre 18 a 20 anos, já 12 (40%) têm entre 21 a 25 anos e 2 (7%) têm entre 26 a 30
anos, conforme mostra o gráfico 1.
Gráfico 1 – Distribuição percentual de resultados quanto à faixa etária
53% (16)
40% (12)
7% (2)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18-20 anos 21-25 anos 26-30 anos
18-20 anos
21-25 anos
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012.
O propósito dessa análise foi entrevistar pessoas de 18 a 30 anos, pois
verifica-se que a busca pela carteira de habilitação ocorre nessa faixa etária. No
entanto, apurou-se que, a busca entre aqueles que possuem mais de 30 anos se
deve, em geral, com o objetivo de facilitar seu dia a dia, devido a dificuldades de
locomoção, de cuidados e de cumprir as exigências da vida moderna. Vale destacar
que a legislação impõe que a idade mínima para se tirar a primeira habilitação, é 18
anos completos, visto que, presume-se que menores de 18 anos ainda não possuem
maturidade suficiente para vislumbrar as conseqüências de seus atos e, os pais ou
familiares, aqueles que são conscientes do perigo do trânsito, são fundamentais
para auxiliá-los. No entanto, existem muitos casos em que adultos acham que
devem ensinar seus filhos menores a dirigir, então acompanham o menor se
colocando ao lado dele, na cadeira do passageiro, acreditando que estando eles
junto, por serem adulto nada acontecerá. Contudo, vale ressaltar que essa atitude,
31
não elimina a probabilidade de acidentes e estes devem ser punidos
exemplarmente.3
Moraes (2012) comenta uma observação feita por Santos Roa, diretor de
Controle de Condutores e Veículos, onde relata que a faixa-etária dos habilitados é
nova, e isto deve ser visto como motivo para atenção dobrada no trânsito, já que a
maioria dos motoristas nas ruas são jovens e muitos ainda não têm a permissão
para dirigir definitivamente. Ele ainda enfatizou dizendo que os novos condutores
devem começar a dirigir com consciência de que atitudes individuais fazem muita
diferença no trânsito.
Quando se fala em primeira habilitação, a literatura mostra que em várias
regiões do país, como, por exemplo, Macaé, comentada por Santos (2012), as salas
de aula jamais ficaram com número de 35 alunos. As aulas práticas também estão
em número de alunos acima do normal considerado regular. As salas de aula estão
cheias e com todos os horários completos, tendo o candidato que esperar em torno
de pelo menos 15 dias antes para marcar. É relatado que as facilidades na compra
de motocicletas de baixa cilindradas leva grande parte da população, de um modo
geral, a andar motorizada e na maioria das vezes não se preocupando com a
documentação de habilitação, principalmente para as bicicletas motorizadas, visto
que, em algumas situações a compra de moto é mais simples do que tirar a CNH,
pois ninguém precisa ter habilitação para comprar moto ou carro o que colabora
para um grande número de automotores na pista.
Para tanto, é visto segundo Lemos (2011) que a idade não é determinante na
conquista ou não da CNH. Em qualquer época é possível aprender a dirigir e ser um
bom condutor. Os jovens são mais destemidos, porém é necessário conhecimento
da legislação do trânsito, atenção e controle emocional para que o candidato seja
considerado apto a dirigir.
Quanto ao gênero, dos 30 entrevistados 15 (50%) eram do sexo feminino e 15
(50%) pertencem ao sexo masculino, conforme o gráfico 2.
3 Dados extraídos do site: http://www.blogdotransito.com.br/?p=269, Acesso em: 18 jul. 2012.
32
Gráfico 2 – Distribuição percentual de resultados quanto ao gênero
50% (15) 50% (15)
Masculino
Feminino
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Como a pretensão desse estudo é analisar a opinião de 15 candidatos do
sexo masculino e 15 do sexo feminino, é importante ressaltar que não foi fácil
conseguir esse número de mulheres, atrasando um pouco a pesquisa devido essa
demora. Apesar de dados demonstrados pelo Correio do Povo (2010), que o número
de mulheres candidatas a primeira habilitação é maior do que o número de homens
tanto em São Paulo, como também em outros estados do país, verificou-se que isso
não ocorreu nessa pesquisa.
Um levantamento preparado pelo Departamento de Trânsito do Rio Grande
do Sul (Detran/RS) detectou que o número de motoristas femininas aumentou em
quase 60% de 2001 para cá (CORREIO DO POVO, 2010). O mesmo aconteceu no
Paraná, pois comparando os anos de 2005 a 2010, as mulheres deram um salto de
47,9%, enquanto o número de motoristas homens subiu 25,8% no mesmo período.
Os números dos anuários do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR)
mostram que em relação aos homens, e pelo menos no percentual, a quantidade de
novas habilitações femininas foi quase o dobro da masculina. Em 2005 haviam 2,3
milhões de CNHs masculinas, e em 2010 pouco acima de 2,9 milhões. Já em 2009
foram emitidas 163 mil novas habilitações para mulheres e 85 mil de homens (BEM
PARANÁ, 2012). Em São Paulo, segundo o Departamento Nacional de Trânsito
DENATRAN (2009), o número de mulheres com carteira cresceu 44% nos últimos
33
quatro anos. E o número de habilitação feminina para condução de motocicletas
cresceu ainda mais, 50%, conforme mostra a tabela 1.
Tabela 1 - Habilitações para motocicletas emitidas para mulheres (Estado/Ano)
Estado 2008 2009 Variação
São Paulo 36.417 habilitações 43.852 habilitações + 20,4%
Rio de Janeiro 11.670 habilitações 15.533 habilitações + 33,1%
Paraná 219.527 habilitações 289.599 habilitações + 31,9%
Mato Grosso do Sul 90,7 mil habilitações 110 mil habilitações + 21,1%
Bahia 13.846 habilitações (até julho)
18.128 habilitações (até julho)
+30,9%
Rio Grande do Sul 155.607 habilitações 182.421 habilitações + 17,2%
Pernambuco 25.297 habilitações 34.334 habilitações + 35,7%
Mato Grosso 14.800 habilitações 12.083 habilitações - 18,3%
Fonte: Araújo (2010).
Analisando-se a tabela 1 nota-se que as mulheres estão deixando a garupa
das motocicletas para assumir os guidões sobre duas rodas, segundo dados sobre
habilitações de oito Departamentos Estaduais de Trânsito. Segundo Araújo (2010), o
crescimento varia de 20% a 35,7%, e apenas em Mato Grosso houve queda de
22,4%. De acordo com a Associação Brasileira de Educadores do Trânsito
(ABETRAN), é cada vez mais comum encontrar uma motociclista pelas ruas do país,
seja por diversão ou por trabalho
Outro dado que deve ser levado em conta, comentado por Borges (2012),
referente ao aumento do número de mulheres motoristas é que a presença feminina
vem ganhando espaço nessa profissão, que até então era predominantemente
masculina.
No que se refere à escolaridade, verifica-se no gráfico 3 que dos 30
entrevistados, 03 (10%) têm o Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série, já 19 (63%) têm
o Ensino Médio e 08 (27%) têm o Ensino Superior (completo ou incompleto),
conforme mostra o gráfico 3.
34
Gráfico 3 – Distribuição percentual de resultados quanto à escolaridade
10% (03)
63% (19)
27% (08)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Ensino Fundamental
(5ª-8ª)
Ensino Médio Ensino Superior
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012.
Nota-se que o nível de escolaridade dos candidatos avaliados foi bastante
variado, havendo prevalência de candidatos com o Ensino Médio (63%), seguido de
candidatos com Ensino Superior (27%).
Quanto a esse quesito, ressalta-se que segundo a legislação o candidato não
precisa ter uma escolaridade definida, basta saber ler e escrever.
Contudo, o deputado estadual Felipe Orro do Partido Democrático Trabalhista
(PDT) pediu ao diretor-presidente do Detran do Mato Grosso do Sul, Carlos
Henrique Santos Pereira, que seja elaborada e aplicada prova diferenciada – de
acordo com o nível de escolaridade do candidato – no exame teórico-técnico para
emissão da CNH, pois alega que, na hora de fazer o exame, a prova é a mesma
para todos, e muitas vezes o candidato com menor escolaridade tem dificuldade de
entender um enunciado (AUTOTRÂNSITO, 2011).
Isso é comprovado na fala de Bernardino (2008), que atesta que em seus
estudos candidatos com nível superior tem maior chance de serem aprovados na
Avaliação Psicológica, visto terem uma melhor qualificação.
Questionou-se os entrevistados se eles sabem o que vai ocorrer e o que vai
ser avaliado na Avaliação Psicológica. Nota-se no gráfico 4 que dos 15 (100%)
homens entrevistados, 07 (47%) alegaram sim e 08 (53%) mencionaram não. Já das
15 (100%) mulheres entrevistadas, 06 (40%) responderam sim e 09 (60%) disseram
não.
35
Gráfico 4 – Distribuição percentual de resultados quanto ao conhecimento do que vai ocorrer e
do que vai ser avaliado na Avaliação Psicológica
(47%) 07
40% (06)
53% (08)
60% (09)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
SIM NÃO
Homens
Mulheres
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Os resultados demonstraram haver uma prevalência tanto em homens (53%)
como mulheres (60%) do não conhecimento referente ao que vai ocorrer e do que é
avaliado na Avaliação Psicológica. Provavelmente a maioria dos candidatos a CNH
entrevistados que responderam não, não tem clareza do que é a avaliação
psicológica por terem dificuldades para expressar sua percepção. Contudo, em
conversa informal notou-se que apesar de alegarem a falta de conhecimento, a
maioria conseguiu apontar alguma característica relacionada a uma análise do
comportamento e da personalidade.
Observando essa realidade, Lamounier e Rueda (2005) discorrem que a
Avaliação Psicológica Pericial tem por objetivo realizar um trabalho de prevenção de
situações de risco e acidentes de trânsito, ao analisar a personalidade de um
indivíduo, em especial a presença de traços agressivos e impulsivos, que
caracterizam uma propensão a acidentes que pode vir a se manifestar no trânsito ou
em situações onde o comportamento do indivíduo pode afetar a sua própria vida e a
de outras pessoas.
O gráfico 5 mostra se os entrevistados na hora da aplicação do teste ficaram
nervosos ou ansiosos. Dos 15 (100%) homens, 14 (93%) falaram sim e 01 (7%)
alegou não. Já das 15 (100%) mulheres, 11 (73%) disseram sim e 4 (27%)
mencionaram não.
36
Gráfico 5 – Distribuição percentual de resultados quanto ao nervoso ou ansiedade sentida na
hora da aplicação do teste
93% (14)
73% (11)
7% (01)
27% (04)
0
2
4
6
8
10
12
14
SIM NÃO
Homens
Mulheres
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
É visível como o nervosismo e a ansiedade se manifestam em situações,
muitas vezes desconhecidas, como essa, em que de certa forma as pessoas são
pressionadas a fazer o certo.
A esse respeito May (1980) se manifesta esclarecendo que a ansiedade é um
termo que se refere a uma relação de impotência, conflito existente entre a pessoa e
o ambiente ameaçador, e os processos neurofisiológicos decorrentes dessa relação.
Diz ainda que a ansiedade constitui a experiência subjetiva do organismo numa
condição catastrófica, que surge na medida em que o indivíduo, diante a uma
situação, não pode fazer face às exigências de seu meio e sente uma ameaça à sua
existência ou aos valores que considera essenciais.
Entende-se então, que a ansiedade é um sentimento que acompanha um
sentido geral de perigo, advertindo as pessoas de que há algo a ser temido, como é
o caso da Avaliação Psicológica necessária para se tirar a CNH.
No mesmo sentido, a Bernardino (2012) também menciona que a ansiedade e
medo são sempre os vilões que colaboram justamente para atrair o resultado mais
temido: a reprovação, no caso da CNH.
Muitas delas apresentam certa dificuldade em ser aprovadas devido a alguns
fatores importantes.
37
Segundo a Redpsi (2008), dentre eles, dois chamam a atenção por ser
percebidos com muita frequência pelos avaliadores: a ansiedade e o medo perante o
momento avaliativo, e consequentemente o sofrimento por parte do candidato a
motorista.
Tanto isso é verdade que de acordo com dados da Assessoria de
Comunicação do Detran de São Paulo (apud Bernardino, 2012), em junho de 2008
foram aprovados no exame teórico 11.135 candidatos, e 4.879 reprovados. Já no
exame prático, foram 16.042 condutores aprovados, e 7.559 reprovados.
Portanto, esses resultados mostram que o medo e a ansiedade estão
presentes tanto no exame teórico como no prático.
Há vários relatos de candidatos a CNH que foram reprovados e se
manifestam a esse respeito, dizendo sempre a mesma coisa, como é o caso de uma
candidata que reprovou por duas vezes na Avaliação Psicológica em São Paulo:
“Desde a equipe da auto-escola e das clínicas que aplicam esse teste fazem várias
recomendações até o último momento do teste. No entanto, a mais difícil de cumprir
é justamente a de manter a serenidade” (BERNARDINO, 2008, p. 1).
A partir das colocações acima, vale destacar a explicação de um analista da
Arte de Guiar, profissional de uma escola que dá treinamento para pessoas que têm
medo de dirigir ou que necessitam de aperfeiçoamento técnico. Destaca que:
“Ansiedade, medo e insegurança são comuns em pessoas que têm excessiva
autocobrança, rigidez e não gostam de se sentirem expostas, o que pode dificultar o
processo para obtenção da CNH” (BERNARDINO, 2008, p. 1).
Já a RedePsi (2008) explica que o medo sempre acompanhou e ser humano
e ele existe como uma forma de defesa da vida.
No gráfico 6 visualiza-se se os entrevistados acreditam que a maioria dos
candidatos enfrenta a ansiedade como dificuldade antes e na hora do exame.
Percebe-se que dos 15 (100%) homens, 14 (93%) disseram sim e 01 (7%)
mencionou nao e quanto as mulheres, todas, ou seja, as 15 (100%) disseram sim.
38
Gráfico 6 – Distribuição percentual de resultados quanto ao enfrentamento da ansiedade antes
e na hora do exame pela maioria dos candidatos
100% (15)
93% (14)
0% (0)
7% (01)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
SIM NAO
Homens
Mulheres
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Nota-se que os candidatos, tanto homens (100%) como mulheres (93%)
foram praticamente unânimes em dizer que sim, ou seja, acreditam que a maioria
das pessoas sentem ansiedade antes e na hora do exame.
Contudo, Raad et al., (2008) possui uma ideia diferenciada, relatando os
resultados de um estudo realizado com 54 indivíduos de ambos os sexos e com um
nível de escolaridade que variou de segundo grau incompleto a terceiro grau
completo. Essa pesquisa mostrou que o gênero feminino apresenta maior ansiedade
na avaliação teórica. Percebeu-se ainda que os respondentes, que obtiveram
menores índices de ansiedade (mínimo) no instrumento aplicado antes do teste
teórico, possuem uma escolaridade maior do que os que obtiveram os resultados
leve e moderado, alertando para uma possível relação inversamente proporcional
entre o grau de escolaridade e o nível de ansiedade medido antes da avaliação
teórica. Para tanto, observou-se que a aprovação ou reprovação na avaliação
teórica tem mais relação com o grau de escolaridade do que com o grau de
ansiedade.
Questionou-se se os entrevistados acham comum os candidatos ficarem
nervosos e ansiosos antes e na realização da avaliação psicológica. Nota-se no
grafico 7 que dos 15 (100%) homens, 09 (60%) disseram sim e 06 (40%) disseram
não. Quanto as 15 (100%) mulheres, 14 (93%) acha normal e 01 (7%) não
consideram normal.
39
Gráfico 7 – Distribuição percentual de resultados se é comum os candidatos ficarem nervosos e
ansiosos antes e na realização da avaliação psicológica
60% (09)
93% (14)
40% (06)
7% (01)0
2
4
6
8
10
12
14
SIM NAO
Homens
Mulheres
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Como observado na pergunta anterior, os resultados mostraram que a maioria
dos candidatos enfrentam a ansiedade como dificuldade antes e na hora do exame,
assim, não é a toa que a maioria dos entrevistados acham normal, tanto que,
Bernardino (2008) relata que a fala de uma jovem afirma que os momentos que
antecedem a avaliação são muito tensos devido vários fatores.
Para Cavalcanti (2012), sentimentos como: pressão, tensão, ansiedade, medo
são sensações que normalmente fazem parte de processos seletivos concorridos.
Contudo, para enfrentar os testes necessários para receber a carteira de habilitação,
sentir tudo isso pode prejudicar os anseios dos candidatos. Quem aponta isso é
Tânia Feitosa, psicóloga responsável pela coordenação dos testes psicotécnicos
realizados no Detran, que representam mais de 50% do índice de reprovação do
processo para retirada da CNH.
Assim, o gráfico 8 mostra se os comentários de outros alunos nervosos
interferiram no aumento da ansiedade dos candidatos antes do exame. Verifica-se
no gráfico 8 que, dos 15 (100%) homens, 11 (73%) disseram sim e 4 (27%)
mencionaram não. No que se refere as mulheres, 13 (87%) alegaram sim e 2 (13%)
relataram não.
40
Gráfico 8 – Distribuição percentual de resultados se os comentários de outros alunos
nervosos interferiram no aumento da ansiedade dos candidatos antes do exame
73% (11)
87% (13)
27% (04)
13% (02)
0
2
4
6
8
10
12
14
SIM NAO
Homens
Mulheres
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
A esse respeito Bernardino (2008) ainda complementa com os comentários
da jovem feitos anteriormente, quando expõe que o momento que antecede o exame
é muito tenso, explica que, na clínica é inevitável ouvir comentários do tipo „minha
prima foi reprovada duas vezes‟, entre outras histórias que surgem antes
daavaliação.
O autor ainda relata o caso de um jovem de 26 anos que também foi
reprovado duas vezes. Para ele, a sensação mais marcante pouco antes do exame
foi ver que haviam vários outros alunos que comentaram que já tinham sido
reprovados anteriormente e já estavam ali pela segunda ou terceira vez.
Já Cavalcanti (2012) chama a atenção para o caso de outro jovem de 25 anos
que, demonstra que não só os comentários atrapalham, mas hoje, devido os jovens
serem muito ansiosos, por quererem tudo ao mesmo tempo, não querendo perder
tempo para nada, acabam se atrapalhando, podendo refletir numa reprovação. “Na
pressa de passar logo na avaliação psicológica e começar as aulas práticas, na hora
do exame ficou muito nervoso. Segundo ele, a elaboração da prova o deixou
confuso, o que acabou contribuindo para que em uma das partes da prova seu
desempenho fosse abaixo da média. “Fiquei com muitas dúvidas, tinha coisa que eu
não entendi bem e acabei sendo reprovado. Acho que a pressa em fazer a prova
41
também contribuiu, seguido da vontade de começar logo as aulas práticas e ter a
minha CNH” (CAVALCANTI, 2012, p. 1).
Os 30 (100%) entrevistados foram questionados também se acham que saber
de experiências de outras pessoas que passaram pelo mesmo drama da avaliação e
da felicidade da aprovação, para termos de consciência de que elas enfrentaram os
mesmos problemas pode ajudar o candidadto a ter mais confiança. No gráfico 9
percebe-se que dos 15 (100%) homens, 14 (93%) disseram sim e 01 (7%) relatou
não. Já das 15 (100%) mulheres, 13 (87%) mencionaram sim e 02 (13%) disseram
não.
Gráfico 9 – Distribuição percentual de resultados de que experiências de outras pessoas que
passaram pelo mesmo drama da avaliação e da felicidade da aprovação, para termos de
consciência de que elas enfrentaram os mesmos problemas pode ajudar o candidadto a ter
mais confiança
93% (14)
87% (13)
7% (01)
13% (02)
0
2
4
6
8
10
12
14
SIM NAO
Homens
Mulheres
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Os resultados mostram o que é fato, um comentário positivo só pode deixar a
outra pessoa otimista. Assim, segundo Raad et al., (2008), para muitas pessoas,
ouvir expressões e acontecimentos positivos possibilitam a pensarem que o mesmo
acontecerá com elas, ou seja, obterão o sucesso tão desejado, nesse caso, a
aprovação.
Perguntou-se aos 30 (100%) dos entrevistados se acham que a ansiedade, o
nervosismo e a má informação podem interferir decisivamente no resultado do
exame. O gráfico 10 mostra que dos 15 (100%) homens, 13 (87%) disseram sim e
42
02 (13%) relataram não. Já das 15 (100%) mulheres, todas, ou seja, as 15 (100%)
afirmaram sim.
Gráfico 10 – Distribuição percentual de resultados se os entrevistados acham que a ansiedade,
o nervosismo e a má informação podem interferir decisivamente no resultado do exame
100% (15)
87% (13)
13% (02)
0% (0)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
SIM NAO
Homens
Mulheres
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Que os fatores psicológicos influenciam não há dúvidas, mas Lemos (2011)
explica que, nem sempre são a causa da reprovação, mas Mestre e Corassa (2000)
entendem que a ansiedade excessiva deixa o indivíduo dissonante, tenso e confuso,
podendo, nesse caso, interferir decisivamente no resultado do exame.
Contudo, explicam os autores que, no momento de qualquer avaliação é
natural que haja ansiedade alterando o comportamento do candidato a condutor.
Para que esta ansiedade seja controlada é necessário que o candidato esteja
preparado para enfrentar todos os exames. Mas existem casos onde é sabido que o
candidato tem conhecimento suficiente, preenche todos os critérios para ser
habilitado e mesmo assim se depara com o fracasso.
Quanto a opinião dos 30 (100%) entrevistados se acham que a postura de
examinador na hora do exame pode colaborar para tranquilizar ou apavorar o
candidato à carteira, nota-se no grafico 11 que dos 15 (100%) homens, 14 (93%)
relataram sim e 01 (7%) disse não. Das 15 (100%) mulheres, 12 (80%) argumentou
sim e 03 (20%) alegaram não.
43
Gráfico 11 – Distribuição percentual de resultados se os entrevistados acham que a postura de
examinador na hora do exame pode colaborar para tranquilizar ou apavorar o candidato à
carteira
93% (14)
80% (12)
7% (01) 20% (03)
0
2
4
6
8
10
12
14
SIM NAO
Homens
Mulheres
Fo
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Nota-se que a maioria dos entrevistados (93% dos homens e 80% das
mulheres) acredita que a postura de examinador na hora do exame pode colaborar
para tranquilizar ou apavorar o candidato à CNH. Damian (2008) destaca então que,
uma Avaliação Psicológica, além de fundamentada em instrumentos válidos, requer
profissionais de Psicologia que sejam competentes para sua aplicação e avaliação.
Isto significa que estes profissionais devem ser qualificados e treinados em teoria e
prática para este objetivo.
Sendo certo que os instrumentos e o material a ser usado, a apresentação, a
postura e o tom de voz do aplicador e as possíveis interferências externas, podem
alterar os resultados do usuário. Damian (2008), levanta a discussão de que é
importante que se leve em consideração alguns detalhes importantes como:
certificar-se dos objetivos da aplicação; planejar a aplicação dos testes; estar
preparado tecnicamente para a utilização dos instrumentos de avaliação escolhidos;
treinar previamente a leitura das instruções para poder se expressar de forma
espontânea durante as instruções e registrar as necessárias observações do
comportamento durante o teste, de forma a colher material que possa enriquecer a
posterior análise dos resultados.
44
Damian (2008) vai mais além reforçando sua opinião, explicando que a
postura do examinador é imprescindível no comportamento do candidato, onde o
mesmo deve ser solicito, objetivo, tratando a todos com educação e respeito. Este
deve usar uma linguagem compreensível a todos, num ritmo tranquilo e calmo.
A partir da questao anterior, perguntou-se aos 28 (100%) entrevistados que
responderam sim a pergunta anterior, se acham interessante procurar mecanismos
para lidar com esses fatores tão naturais no dia a dia, de maneira que não o(a)
prejudiquem. O gráfico 12 mostra que dos 14 homens, 13 (87%) disseram sim e 01
(7%) mencionou não, já quanto às mulheres, as 12 (100%) disseram sim.
Gráfico 12 – Distribuição percentual de resultados se os entrevistados acham interessante
procurar mecanismos para lidar com esses fatores tão naturais no dia a dia, de maneira que
não o(a) prejudiquem
46% (13)
42% (12)
12% (01)
0% (0)
0
2
4
6
8
10
12
14
SIM NAO
Homens
Mulheres
F
Fonte: Dados da pesquisa, Guarujá/SP.2012
Biaggio (2012) discorre que a ansiedade é um sentimento difuso de medo,
diante de algo que não se sabe exatamente o que é, e para o qual também não se
tem uma resposta precisa. Sentimento este que muitos candidatos a CNH, diante da
Avaliação Psicológica sentem.
Ao mesmo tempo defende a ideia de que todas as pessoas têm um pouco de
ansiedade, já que nossos antepassados primatas e os primeiros homens
necessitavam ter algum medo e ansiedade, o que lhes possibilitou sobreviver aos
perigos do ambiente primitivo em que viviam (BIAGGIO, 2012).
45
No entanto, no entendimento dessa autora, não seria bom a ausência de
ansiedade, visto que a pessoa ficaria muito tranquila e, assim, não tomaria medidas
para se defender dos perigos.
A partir dessas colocações, pode-se dizer que a existência de um pouco de
ansiedade é benéfico, inclusive em situações de aprendizagem. Entretanto, segundo
Biaggio (2012), a ansiedade em excesso é extremamente prejudicial a qualquer
indivíduo, em qualquer situação, pois leva à falta de concentração, distrações,
comprometimento do desempenho, tensão, entre outros sintomas. No entanto,
muitos especialistas não consideram a ansiedade um problema, mas, sim, uma
reação normal do organismo. Porém, quando a ansiedade começa a prejudicar o
cotidiano da pessoa, é preciso procurar ajuda profissional, conforme concorda a
maioria dos entrevistados quando responderam sim a essa questão, ou seja, que
acham interessante procurar mecanismos para lidar com esses fatores tão naturais
no dia a dia, de maneira que não o prejudiquem.
Neste caso, segundo é necessário psicoterapia para que o mesmo aprenda a
lidar com seus sentimentos e tenha controle emocional no momento da avaliação.
46
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo possibilitou verificar que a ansiedade é um sentimento que
acomete praticamente todos os indivíduos, independente do sexo, idade e nível de
escolaridade. Uns em maior grau, outros em menor. Porém, quando ela ocorre em
menor grau, até se torna benéfica, ajudando e impulsionando o indivíduo na tomada
de decisão, contudo, se ela ocorra durante um prolongado período de tempo, pode
prejudicar a pessoas, pois seu corpo fica vulnerável a doenças psicossomáticas.
Outra constatação é que as ocasiões de ansiedade variam com diferentes
pessoas tão amplamente quanto variam os valores de que elas dependem.
Assim sendo, com a intenção de apurar a influência da ansiedade na
ocorrência de uma Avaliação Psicológica na obtenção da primeira CNH, a pesquisa
de campo buscou saber, inicialmente, se os participantes sabiam o que seria esse
exame e a maioria relatou que não (53% dos homens e 60% das mulheres). A partir
de então foi questionado se os entrevistados na hora da aplicação do teste ficaram
nervosos ou ansiosos, obteve que 93% dos homens e 73% das mulheres disseram
que sim, tanto que, no questionamento seguinte 93% dos homens e 100% das
mulheres acreditam que a maioria dos candidatos enfrenta a ansiedade como
dificuldade antes e na hora do exame, respondendo também 60% dos homens e
93% das mulheres ser comum candidatos a primeira habilitação ficarem ansiosos e
nervosos. Para tanto, ficou provado também que os candidatos não devem dar
ouvido a outras pessoas que já fizeram o teste e reprovaram, uma vez que, 73% dos
homens e 87% das mulheres acreditam que comentários de outros alunos nervosos
podem interferir no aumento da ansiedade antes do exame, pois poderá levá-los à
falta de concentração, distrações, comprometimento do desempenho, tensão, entre
outros sintomas. Dessa forma, o que fica claro é que o que ajuda os candidatos a se
sentirem menos ansiosos, segundo 93% dos homens e 87% das mulheres é saber
de experiências de outras pessoas que passaram pelo mesmo drama da avaliação e
que foram aprovados, mesmo enfrentando os mesmos problemas, ajudando assim a
sentirem uma maior confiança na hora do exame, não interferindo no resultado.
Baseado em tudo o que foi apurado na literatura e na pesquisa de campo,
pode-se então responder a pergunta problema desse estudo: a ansiedade antes e
na hora do exame pode sim representar um fator determinante para a reprovação da
Avaliação Psicológica, entretanto não se pode deixar de comentar que outro fator
47
importante e que pode se tornar decisivo no resultado da avaliação é a postura do
examinador, que, muitas vezes colabora para tranquilizar ou apavorar de vez o
candidato à carteira.
A partir de então, é possível também afirmar que o objetivo do trabalho foi
atingido, pois percebeu-se que a ansiedade pode estar relacionada com a
aprovação ou não, e quanto maior os níveis de ansiedade maiores são as
reprovações
Contudo, apesar dessas constatações, existe a necessidade da execução de
mais estudos que relacionem a ansiedade com o processo para obtenção da
Carteira Nacional de Habilitação (CNH), pois o que se encontram são pesquisas em
que se associam a ansiedade com outras variáveis.
48
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO
1) Idade ___________ anos
2) Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
3) Escolaridade
( ) Ensino Fundamental – 1ª a 4ª série
( ) Ensino Fundamental – 5ª a 8ª série
( ) Ensino Médio
( ) Ensino Superior (completo ou incompleto)
4) Você sabe o que vai ocorrer e o que vai ser avaliado na Avaliação
Psicológica?
( ) Sim ( ) Não
5) Na hora da aplicação desse teste você ficou nervosa(o) ou ansiosa(o)?
( ) Sim ( ) Não
6) Você acredita que a maioria dos candidatos enfrenta a ansiedade como
dificuldade antes e na hora do exame?
( ) Sim ( ) Não
7) Acha comum os candidatos ficarem nervosos e ansiosos antes e na
realização da avaliação psicológica?
( ) Sim ( ) Não
8) Comentários de outros alunos nervosos interferiram no aumento de sua
ansiedade antes do exame?
( ) Sim ( ) Não
9) Acha que saber de experiências de outras pessoas que passaram pelo
mesmo drama da avaliação e da felicidade da aprovação, para termos de
consciência de que elas enfrentaram os mesmos problemas pode ajudar o
candidadto a ter mais confiança?
( ) Sim ( ) Não
10) Você acha que a ansiedade, o nervosismo e a má informação podem interferir
decisivamente no resultado do exame?
( ) Sim ( ) Não
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11) Você acha que a postura de examinador na hora do exame pode colaborar
para tranqüilizar ou apavorar o candidato à carteira?
( ) Sim ( ) Não
12) Se sim, você acha interessante procurar mecanismos para lidar com esses
fatores tão naturais no dia a dia, de maneira que não o(a) prejudique?
( ) Sim ( ) Não
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ANEXO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do trabalho: Fatores emocionais que interferem na avaliação psicológica na
obtenção da primeira carteira nacional de habilitação
Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste
estudo, que visa investigar a importância da atuação do examinador frente ao candidato na
obtenção da primeira carteira de habilitação. Trata-se de um estudo quantitativo no qual
será utilizado um questionário com perguntas fechadas.
Durante o desenvolvimento deste estudo não haverá qualquer desconforto ou risco
para o entrevistador, tampouco benefícios diretos aos participantes.
Em qualquer etapa do estudo o acesso ao pesquisar será aberto e livre para
esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal pesquisador deste trabalho é uma
acadêmica do curso de Pós graduação em Psicologia do Trânsito da Universidade Paulista
(UNIP).
É garantida a liberdade, em qualquer momento, de deixar de participar do estudo,
sem quaisquer prejuízo e também o sigilo quanto a dados de identificação pessoal. Não
haverá despesas pessoais para o participante em qualquer faze do estudo. O tempo gasto
para realização da pesquisa será de aproximadamente 30 minutos com apenas um
questionário de perguntas fechadas conforme disponibilidade dos participantes para a coleta
dos dados, que será exposto durante as entrevistas. Será também, de direito, a manutenção
de atualizações sobre as considerações e resultados do estudo. Haverá o compromisso do
pesquisador de utilizar os dados obtidos somente para esta pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li e que
descrevem o estudo “Fatores emocionais que interferem na avaliação psicológica na
obtenção da primeira carteira nacional de habilitação” sobre a minha decisão em participar
deste trabalho.
Ficou claro para mim o propósito do estudo, os procedimentos a serem realizados,
seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos
permanentes e que a minha participação é isenta de despesas.
Assim, concordo voluntariamente em participar desta pesquisa e poderei retirar o
meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades,
prejuízo ou perda de qualquer beneficio.
________________________________
Assinatura do sujeito /representante legal
Data ___ /________ / 2012.
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido
desta pessoa para a participação neste estudo
_____________________________________
Assinatura do responsável pelo estudo
Márcia Castro