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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO LUCIMAR MEDEIROS DA SILVA FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES ACOMETIDOS POR CONDUTORES EM SÃO LUÍS MA MACEIÓ - AL 2014

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

LUCIMAR MEDEIROS DA SILVA

FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES ACOMETIDOS

POR CONDUTORES EM SÃO LUÍS – MA

MACEIÓ - AL

2014

LUCIMAR MEDEIROS DA SILVA

FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES ACOMETIDOS POR

CONDUTORES EM SÃO LUÍS – MA

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho

MACEIÓ - AL

2014

LUCIMAR MEDEIROS DA SILVA

FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES ACOMETIDOS POR

CONDUTORES EM SÃO LUÍS – MA

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

__________________________________________________________

PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO

ORIENTADOR:

__________________________________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

DEDICATÓRIA

À minha família, sempre presente e apoiadora.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que eliminou o meu caminho durante esta

caminhada.

Agradeço também ao meu filho Lucas Medeiros da S. Telles que de forma

especial e carinhosa me deu força e coragem.

E não deixando de agradecer de forma grandiosa meus pais José Medeiros

da Silva (in memorian) e Lindalva Medeiros da Silva a quem eu rogo todas as noites

a minha existência.

Ao Professor Manoel Nascimento, por seu modelo de mestre e por toda a

orientação.

Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos, familiares, e a todos que

contribuíram e participaram direta ou indiretamente para a concretização desta

vitória em minha vida.

“A vida é um presente, motorista prudente evita

acidentes”.

(Anna Júlia de Macedo Mota - Epígrafe.)

RESUMO

Descreve sobre os comportamentos de riscos e requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta através da Resolução nº 356, de 02 de agosto de 2010. O presente estudo teve como meta descrever o trânsito e o transporte nos centros urbanos, uma vez que as cidades brasileiras vêm crescendo sem planejamento adequado para solucionar o conflito cotidiano da circulação de seus cidadãos no trânsito ao utilizarem ruas e calçadas. A princípio destaca-se que os motociclistas possuem a maior estatística de vitimas de acidentes de transporte terrestre e fatais. Assim, recuperaram-se informações, na luz da literatura especifica fatores de riscos dos mototaxistas e motofretistas, além da legislação que estabelece segurança mínima para os profissionais motociclistas. Discussão sobre alguns dados recuperados no Departamento de Trânsito do Estado do Maranhão - DETRAN-MA, Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN e Secretaria Municipal de Transportes Urbanos de São Luís – SEMTUR, além de propor de medidas para minimizar acidentes de trânsitos com motociclistas, através do método dos 3 E‟s. Palavras-Chave: Acidentes de Trânsito, Comportamento de Risco, Condutores

profissionais de motocicleta.

ABSTRACT

Describes about risk behaviors and minimum safety requirements for the transportation of passengers for reward (motorcycle taxi) and cargo (motofrete) motorcycle and scooter through Resolution no. 356, August 02, 2010. The objective of this study was to describe the traffic and transportation in urban centers since the Brazilian cities have been growing without adequate planning to solve the conflict daily circulation of its citizens in transit when using streets and sidewalks. The principle is that motorcyclists have the highest statistics of victims of road accidents and fatalities. Thus, recovered information in light of the specific literature, risk factors and motofretistas of mototaxi drivers, in addition to legislation establishes minimum security professionals for riders. Discussion on some of the recovered data in the Traffic Department of the State of Maranhão-MA, National Traffic Department - DENATRAN and Municipal Urban Transport in São Luís - SEMTUR, in addition to proposing measures to minimize traffic accidents with motorcyclists through method of 3 E's. Keywords: Traffic Accidents, Risk Behavior, Professional drivers motorcycle.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Tipos de riscos associados ao acidente de trânsito do motociclista

profissional ............................................................................................. 33

Figura 2 – Protetor de motor, pernas e aparador de linha ......................................... 35

Figura 3 – Colete de segurança ................................................................................ 36

Figura 4 – Tipos de capacetes motociclísticos. ......................................................... 36

Figura 5 – Alças para apoio do passageiro ............................................................... 37

Figura 6 - Detalhes dos alforjes, as bolsas ou caixas laterais .................................. 37

Figura 7 – Baú para motocicleta ................................................................................ 38

Figura 8 – Equipamento aberto (grelha) .................................................................... 38

Figura 9 – Percentual (%.) da frota de São Luís para o ano de 2013. ...................... 43

Figura 10 – Quantidade total de acidentes com motociclistas em São Luís – MA,

período de janeiro a outubro para os anos de 2010, 2011 e 2012. ........ 46

Figura 11 - Panorâmica dos acidentes com motociclistas em São Luís – MA,

período de janeiro a outubro dos anos de 2010, 2011 e 2012. .............. 46

Figura 12 – Decomposição da série temporal dos acidentes com motociclistas

em São Luís – MA, período de janeiro a outubro dos anos de 2010,

2011 e 2012. .......................................................................................... 47

Figura 13 – Comportamento médio da (a) quantidade de acidentes e (b)

precipitação de São Luís – MA, período de 2010 a 2012. ...................... 48

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Frota de veículos para o município de São Luís para os anos de 2010,

2011 e 2012 ........................................................................................... 45

LISTA DE SIGLAS

3 E’s - Engineering, enforcement e education

AT’s - Acidentes de Trânsito

CBT - Código Brasileiro de Trânsito

CNH - Carteira Nacional de Habilitação

CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito

DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito

DETRAN-MA - Departamento de Trânsito do Estado do Maranhão

DPVAT - Seguro de Dados Pessoais causados por VeículosAutomotores

Terrestres

FENAMOTO - Federação dos Mototaxistas e Motoboys do Brasil

MA - Maranhão

SEMTUR - Secretaria Municipal de Transportes Urbanos de São Luís

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 27

2.1 Trânsito e transporte......................................................................................... 27

2.2 Acidentes de trânsito no Brasil ........................................................................ 29

2.3 Fatores de riscos dos motociclistas profissionais ........................................ 32

2.3 Medidas Preventivas de Trânsitos com Motociclistas ................................... 39

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 41

3.1 Ética .................................................................................................................... 41

3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 41

3.3 Universo ............................................................................................................. 41

3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 41

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 41

3.6 Plano para Coleta dos Dados .......................................................................... 42

3.7 Plano para a Análise dos Dados ...................................................................... 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 49

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, as frotas de veículos motorizados vêm crescendo em todo o

mundo, tanto para transportes e serviços, quanto para fins recreativos. Pesquisas

identificam que a maior parte do aumento no número de veículos nas vias urbanas e

estradas do mundo têm origem do excessivo uso de veículos do tipo motocicletas.

No Brasil o panorama não é diferente, em função do crescimento econômico

e tecnológico, coopera para a origem de estruturas urbanas complexas e com

relações dinâmicas designando novos serviços, decorrente das necessidades e

geração de novos empregos. Conforme o Departamento Nacional de Transportes

(DENATRAN), a frota nacional de veículos quase dobra na última década.

A promoção de recursos para o crédito nas empresas financeiras

acompanhou o ambiente macroeconômico positivo nos últimos anos no Brasil.

Quanto ao consumidor à estabilidade econômica em conjunto com a expectativa dos

níveis de emprego e renda estimulou ainda mais, a tomada de recursos no sistema

financeiro para a aquisição de produtos duráveis, especialmente motocicletas e

motonetas.

A mobilidade e velocidade são fatores determinantes na vida contemporânea,

nesse sentido, os aumentos significativos na frota de motocicletas favorecem para

alterar o cenário urbano de nossos municípios, determinando uma nova profissão,

conhecida popularmente como “motoboys” e mototaxistas.

A Lei 12.009 regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em

transportes de passageiros que passa a ser denominada “mototaxista” e de

“motofretista”, àqueles que transportam mercadorias em motocicletas e motonetas

nos serviços comunitários de rua.

Quanto aos requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado

de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta tem-

se a Resolução nº 356, de 02 de agosto de 2010.

Pesquisas com intenção de buscar atender as exigências do cliente, em

especial a sua saúde e a segurança, constituem-se num desafio que vale a pena,

pois os benefícios são abrangentes, não só aos usuários, mas também aos

diferentes atores do processo de produção, comercialização e da sociedade em

geral (AKAO, 1996 apud FERREIRA, 2009).

26

Ferreira (2009) identificou em sua pesquisa sobre fatores de risco em

acidentes envolvendo motocicletas em vias urbanas, que poucos trabalhos focam no

condutor profissional existindo aí um grande leque de pesquisa disponível

abordando este tema.

Portanto, o objetivo desse trabalho foi de estudar os fatores acometidos por

condutores e profissionais motociclistas em São Luís – MA.

27

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Trânsito e transporte

Um importante fator que contribui para o desenvolvimento de um país, região

ou cidade é uma rede de transporte eficiente, capaz de atender às necessidades da

sociedade de se deslocar. Sem um sistema de circulação sustentável, a

infraestrutura de transportes torna-se inadequada e complexa, pois tanto

mercadorias são transportadas quanto pessoas deslocam-se diariamente de um

local para outro desempenhando um papel essencial na integração entre os diversos

lugares e espaços.

Conforme chamam a atenção Fair e Williams (1959 apud CAIXETA-FILHO;

MARTINS, 2001, p. 72):

[...] os transportes cumprem importante função social. Eles permitem a mobilidade das pessoas, estimulando a disseminação de informações e ideias. Além do mais, inter-relacionando-se com a distribuição dos recursos, topografia e desenvolvimento do comércio, é um dos condicionantes da distribuição da população.

O século XX foi caracterizado pelo desenvolvimento das cidades brasileiras e

isso influenciou intensamente o espaço geográfico com o desenvolvimento das

cidades, a ampliação das redes de transporte e da circulação de mercadorias e

pessoas. Assim sendo, conceder a cidade de infraestrutura que contemple o acesso

universal às diferentes localidades da mesma, com conforto e segurança, é serviço

obrigatório para o desenvolvimento, seja ele urbano ou rural.

Nos países em desenvolvimento, os departamentos responsáveis pelo

trânsito e transporte estão propícios à falta de recursos públicos, proporcionando, ao

cidadão, uma carência de garantia ao direito de “ir e vir” com qualidade de vida,

refletindo com o decorrer do tempo constantes problemas relacionados à dificuldade

de locomoção da população. Tais problemas tornam-se protuberantes nas grandes

cidades, devido ao excessivo número de veículos que transitam nas vias públicas,

em sua grande maioria inadequada para absorver a referida frota. Tal descompasso

ocasiona vários problemas, como a dificuldade de locomoção (ocasionada por

engarrafamentos), ou problemas relacionados à poluição, que compromete, de

forma direta, a saúde da população.

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Visando promover gestões públicas de trânsito e transporte sustentável, os

órgãos governamentais vêm, nos últimos anos, incentivando o uso do transporte

coletivo e do não motorizado, como forma de reduzir, principalmente, os impactos da

poluição provocada pelos veículos. Contudo, percebe-se que tais gestões

apresentam graves problemáticas, tendo em vista a diversidade dos centros urbanos

brasileiros no tocante à infraestrutura das vias públicas, dos meios de transporte,

das políticas públicas locais, do enfoque do planejamento urbano e de transporte, do

comportamento da população em relação aos seus deslocamentos, do

gerenciamento e fiscalização do sistema de mobilidade, entre outros.

Nossa sociedade passa por uma crise do crescimento urbano. Isso leva à

necessidade de refletir um novo paradigma de desenvolvimento, de caráter

sistêmico, que compatibilize globalização, crescimento econômico e tecnológico,

contribuindo para o desenvolvimento humano e a sustentabilidade ambiental; e tal

conceito pode ser decisivo diante da nova face da urbanização brasileira mostrada

por Villaça (2003, p. 29), segundo a qual.

A cidade brasileira é hoje o país. O Brasil está estampado nas suas cidades. Sendo o país, elas são a síntese das potencialidades, dos avanços e também dos problemas do país. Vamos falar dos problemas. Nossas cidades são hoje o locus da injustiça social e da exclusão brasileiras. Nelas estão a marginalidade, a violência, a baixa escolaridade, o precário atendimento à saúde, as más condições de habitação e transporte e o meio ambiente degradado.

A problemática do transporte urbano nos países em desenvolvimento

enquadra-se perfeitamente naquilo que foi exposto acima e, conforme a análise da

atual situação econômica apresenta-se como possível solução para o problema o

desenvolvimento sustentável, também conhecido como “ecossociodesenvolvimento”

ou “desenvolvimento integral”. Enfim, um paradigma que inclui atividades produtivas,

na ótica da garantia da universalização dos direitos fundamentais.

Segundo Almeida, Resende e Ferreira (2008) trata-se de uma:

[...] política de planejamento inspirada na cooperação e nos processos endógenos de construção, que aumentam o sentimento de pertencimento das comunidades, potencializando a produção e racionalizando as ações público-privadas, que se tornam mais eficazes, menos burocráticas e com aplicabilidade concreta na estrutura econômica vigente.

As cidades brasileiras estão crescendo sem planejamento adequado e,

29

também, sem programas eficazes para resolver o conflito cotidiano do trânsito.

Castells (2000 apud ALMEIDA, 2010, p.15) acende a possibilidade de se discutir os

“[...] mecanismos de produção do espaço urbano a partir de interações e

contradições entre agentes capitalistas e Estado, bem como a de analisar a cidade

como espaço de consumo coletivo e de reprodução da força de trabalho”.

Neste contexto, surge o serviço de mototáxi como meio de transporte que, nos últimos anos, vem ganhando significativo espaço em diversas cidades do país. O sucesso deste serviço está relacionado, principalmente, à rápida mobilidade oferecida pelo segmento, associada a tarifas atrativas, o que garante um deslocamento a baixo custo. Por outro lado, verifica-se que o setor apresenta, conjuntamente, problemas relacionados, sobretudo, à falta de segurança do meio de transporte e à poluição ocasionada pelo uso da motocicleta, o que acaba por desencadear conflitos de interesses e dificultar, sobremaneira, a regulamentação da atividade.

Conforme dados do ano de 2009 da Federação dos Mototaxistas e Motoboys

do Brasil – FENAMOTO (apud ALMEIDA, 2010, p.16), existem:

[...] mais de 800 mil mototaxistas no país, sendo que 70% desses estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste. Os números revelam que existe significativa quantidade de profissionais que já atuam na área, forçados, inclusive, pela crescente quantidade de usuários do setor, devido à agilidade/rapidez, ausência e/ou insuficiência do transporte público coletivo, às vantagens do serviço porta a porta, a preço acessível, entre outros.

Isto é, desrespeito aos cidadãos, devido à deficiência do transporte coletivo,

como ônibus lotados nos horários de picos, horários descumpridos, veículos em

situações insalubres estabelecem a procura de outras formas de condução.

Exemplo, serviço de mototaxi, no qual o motociclista pertence a uma pessoa física,

podendo ser contratado por qualquer pessoa, com percursos e horários adaptáveis,

ajustado com as necessidades do usuário.

2.2 Acidentes de trânsito no Brasil

De acordo a Organização Mundial da Saúde (2000), definição constante na

CID, acidente de trânsito é “[...] todo acidente com veículo ocorrido em via pública”.

Rozestraten (1988, p. 73) afirma que o “[...] acidente pode ser considerado como

uma disfunção do sistema Homem – Veículo – Via”, conforme verificou uma

pesquisa realizada na Inglaterra por Sabey e Staughton (1975), que entre 1970 e

30

1974 a maioria dos fatores ligados ao acidente tinha relação com falhas humanas e

com o processamento das informações.

Os acidentes de trânsito no Brasil vêm se destacando mundialmente, devido

“[...] do aumento de veículos em circulação, da desorganização do trânsito, da

deficiência da fiscalização, das condições dos veículos, do comportamento dos

usuários e da impunidade dos infratores” (OLIVEIRA; SOUSA, 2003).

Segundo Duarte, Souza e Bonfim (2010, p. 39):

No caso do Brasil, o trânsito é considerado um dos piores e mais perigosos do mundo. Os índices de acidentes são altíssimos, com um para cada lote de 410 veículos em circulação. Agravando ainda mais a nossa situação, cerca de 30 mil pessoas morrem anualmente em acidentes de trânsito; 44% delas têm entre 20 e 39 anos de idade e 82% são homens. Além disso, mais de 100 mil são internadas devido às lesões adquiridas.

Os motociclistas destacam-se entre as vítimas dos acidentes de transporte.

As motocicletas vêm sendo, cada vez mais, utilizadas no comércio formal e informal,

especialmente nos serviços de tele entrega (motoboys) ou transporte de passageiros

(mototáxis), por ser um veículo ágil, econômico e de custo reduzido.

Os problemas que envolvem o motociclista são inúmeros e polêmicos. Um

estudo realizado sobre as características das vítimas por acidentes de transporte

terrestre, realizado por Andrade e Jorge (2000), mostra que os motociclistas

constituem o principal tipo de vítima em acidentes (44,4%), seguidos dos ocupantes

de bicicleta (20,9%), de carro/caminhonete (20%) e pedestres (11,6%). Entre as

vítimas fatais também prevaleceram os motociclistas (41,5%), seguidos dos

pedestres (30,8%).

Para Souza e Rassi Neto (2008 apud MASCARENHAS; AZEVEDO;

NOVAES, 2010, p. 79),

[...] mesmo diante dos riscos advindo dos AT‟s [acidentes de trânsito] com motocicleta, os “moto-boys” [e mototaxistas] não possuem o hábito de usar capacetes, botas, joelheiras e cotoveleiras, pois segundo eles, limitam a agilidade exigida pela natureza urgente do trabalho.

Estudos de Sena e Colares (2008 apud MASCARENHAS; AZEVEDO;

NOVAES, 2010, p. 79) apontam que:

[...] 32,8% dos jovens motociclistas usavam o capacete como estratégia de proteção contra reconhecimento por parte de outros na hora em que

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cometiam atos delitivos, isto é, usavam para não serem identificados ao invés de utilizá-lo para a proteção da cabeça.

O alto índice de acidentes de trânsito representa uma problemática para

saúde pública, portanto essa realidade reforça a necessidade de medidas

preventivas capazes de amenizar o quantitativo dessas ocorrências, isto é, levar a

temática a um intenso debate nos mais variados setores da sociedade.

Moraes (2008) ressalta que as atividades dos motoboys e mototaxistas,

insustentavelmente, fazem parte do dia-a-dia e não mais como um personagem

estranho no cenário urbano. Todo instante, deparamos com estes profissionais,

porém, percebe-se que temos poucos conhecimentos. Quantos são os motoboys e

mototaxistas no país? Quanto eles recebem? De que forma são remunerados?

Quantos acidentes já experimentaram? Qual sua idade?

Diante dessa carência, para compreender minimamente essa realidade, podemos dizer que alguns dados provisórios que nos sinalizam a um cenário bastante preocupante: ao compararmos a realidade do trânsito com a realidade do trabalho, emerge uma informação reveladora: o trabalho dos motoboys e mototaxistas são, possivelmente, uma das profissões com maior índice de acidentes no país. Consideremos o seguinte fato: o maior coeficiente de mortalidade anual por acidente de trabalho no país se dá no setor de transportes (SANTANA; NOBRE; WALDVOGEL, 2005).

Do mesmo modo, Santana, Nobre e Waldvogel (2005) analisam que em razão

da grande informalidade do trabalho no Brasil, acrescentada à incrível falta de fontes

fidedignas sobre acidentes de trabalho, é difícil chegarmos a dados mais precisos

sobre essa realidade.

De qualquer modo, às más condições de trânsito no país, alia-se a precariedade das condições de trabalho dos motociclistas, o que torna o trabalho nessa profissão realmente muito perigoso. Não se sabe com exatidão em que medida os acidentes com motocicletas profissionais participam nas estatísticas. Mesmo assim, alguns dados nos indicam que o risco de acidentes fatais com motos é relativamente maior que os caminhões e caminhonetas, o que nos permite supor que o trabalho como motoboys e mototaxistas é um dos mais sujeitos a riscos de acidentes no Brasil (MORAES, 2008, p.4).

De acordo com a dimensão, impacto e transcendência do problema, destaca-

se a urgência de investimento na área da educação, pois os recursos oriundos pelos

AT podem ser empregados em atividades de promoção de um trânsito seguro e no

32

comportamento preventivo do condutor, evitando os índices excessivos de

internações, sequelas e mortes.

2.3 Fatores de riscos dos motociclistas profissionais

Inúmeros fatores favorecem para as estatísticas de acidentes de trânsito.

Esses fatores normalmente estão relacionados a falhas em um dos componentes do

tráfego (veículos, vias e motoristas) ou pela combinação destes. Esses fatores

podem determinar o risco de acidentes tanto de maneira isolada como sinérgica. O

fator humano destaca-se nesse contexto, sendo o maior responsável pela ocorrência

de colisões no trânsito. (EVANS, 2004; SHINAR, 2007; VELLOSO 2006 apud

FERREIRA, 2009).

O risco de acidentes é inerente à atividade de transporte (OGDEN, 1996 apud

FERREIRA, 2009, p. 33). Em Engenharia de Transportes, risco é definido como a

probabilidade de ocorrência de um evento indesejado que resulte em danos saúde,

propriedade, meio ambiente ou ao bem estar (EVANS, 2004 apud FERREIRA, 2009,

p. 33).

Silva (2006 apud MORAES, 2008), apresenta alguns pressupostos acerca

dos riscos de acidentes envolvendo motociclistas profissionais, tal como a

prevalência de dez vezes maior de motoboys que se acidentam quando comparados

população de motociclistas em geral.

Em sua pesquisa o autor, também, concluiu que alguns aspectos são

determinantes no aumento de acidentes de trabalho dos motociclistas profissionais,

como:

A sensação de cansaço durante o exercício profissional, o trabalho excessivo, o uso de celular ou rádio comunicador quando em trânsito, a atuação profissional em mais de um tipo de empresa e o tipo de ganho não tiveram associação estatística com o relato de ocorrência de acidentes de trânsito. [...] O fator da idade, na medida em que as pessoas mais novas tendem a sofrer mais acidentes; a adoção de altas velocidades em avenidas e ruas; e alternância de turnos, [são fatores também apontados por como determinantes de acidentes de trabalho dos motoboys]. (SILVA, 2006 apud MORAES, 2008, p. 10-11).

A atividade desempenhada pelos motociclistas profissionais, para Diniz (2003

apud MORAES, 2008, p. 2-3) revela que:

33

[...] o trabalho imaterial se materializa dramaticamente nos corpos de jovens que vivem essa experiência como trabalho, como prazer, como aventura, mas também como sofrimento, sustos, risco, dor e perdas. Na realidade, são milhares de jovens no país, diariamente carregam o Brasil “nas costas”, documentos, medicamentos, alimentos, produtos de informática, cartas, e diversos outros produtos.

Veronese e Oliveira (2004) descreve o pensamento dos motoboys nas

especificidades do seu trabalho, destacando a urgência e a competição como

fatores imperativos. “A urgência solicitada nas entregas exige altas velocidades.

Essa é reconhecidamente causa de acidentes e condenada no Código Brasileiro de

Trânsito”.

A competição, segundo esses profissionais, é incentivada pelos patrões e

clientes. Veronese e Oliveira (2004) sustentam a existência de “[...] fatores humanos,

ambientais e mecânicos implicados no risco do acidente de trânsito. O cansaço e a

sobrecarga de tarefas são provocadores da falha humana”. Entre os fatores

ambientais destacam-se a chuva e problemas nas vias. Outro fator relevante no

risco do acidente são as condições de manutenção da motocicleta.

A atividade do motoboy se estrutura por meio de relações de trabalho

informais, sem vínculo empregatício, pautando pela flexibilidade e pelo risco

(SENNETT, 2002). Os riscos do acidente de trânsito não são únicos, ele incorpora

uma rede de possíveis danos. Ser motociclista profissional implica conviver com a

possibilidade de vários riscos e danos interconectados como mostra a Figura 1.

Figura 1 – Tipos de riscos associados ao acidente de trânsito do motociclista profissional

.Fonte: Verone e Oliveira (2004)

34

Aiyres et al. (2003) descreve a frequência e estreita associação do arriscado

com o necessário, ou seja, os motociclistas profissionais vivem a dialética “risco-

necessidade”, optando em trabalhar correndo, e se arriscando em acidentes de

trânsito ou não trabalhar. Portanto, considerando os riscos inevitáveis, resta aos

motociclistas tentar controlá-los.

Complementa Rosa (2006, p. 19-20), sobre custos dos acidentes:

Quando uma pessoa fica impedida de trabalhar face às sequelas de um acidente, pois, além de não contribuir começa a retirar dessa mesma sociedade os benefícios que tem direito pela seguridade social. A perda torna-se permanente com o óbito. Dentro desse contexto, verifica-se que as perdas vão além daquelas auferidas pelo próprio acidentado, uma vez que seus descendentes e parentes próximos interiorizam sintomas que podem acumular custos a essa mesma sociedade.

Veronese e Oliveira (2004, p. 2719) comentam que:

O uso do capacete é obrigatório por lei, e os motociclistas profissionais consideram como o principal equipamento de proteção. Apesar do reconhecimento de que, na eventualidade de um acidente de trânsito, os danos físicos são inevitáveis, os motoboys não possuem hábitos de usar botas, joelheiras e cotoveleiras, porque, segundo eles, limitam a agilidade exigida pela natureza urgente do seu trabalho e quando usam esses equipamentos são vistos pelos colegas como “fiasquento” e podem receber o apelido de “Robocop”.

Nas considerações finais de seu estudo Veronese e Oliveira (2004) faz

observações, referindo-se que as habilidades pessoais dos motociclistas é um item

a ser apontado para o controle do risco de acidente de trânsito.

O autocontrole é, em geral, dirigido ao controle da velocidade, o que, numa profissão caracterizada pela urgência é complicado conseguir, a não ser quando o motoboy lembra que pode acidentar-se. [...]. Ações de autocuidado podem não ser totalmente eficazes na medida em que a proteção contra os riscos da vida diária não dependem exclusivamente dos indivíduos, mas do contexto desta vida (VERONESE; OLIVEIRA, 2004, p. 2719-2720).

Ainda, Veroneze e Oliveira (2004, p. 2720, grifo nosso), relatam que a

promoção da saúde dos motociclistas profissionais,

35

[...] requer ações específicas, multidisciplinares e multisetorial que reconheçam a importância do meio na ocorrência de acidentes de trânsito. A regulamentação da profissão, leis que obriguem o uso de proteção para os membros superiores e inferiores, e ações dos promotores da saúde dirigidas também aos patrões e aos clientes de [mototaxistas], surgem como sugestões para a prevenção dos acidentes de trânsito envolvendo [mototaxistas].

Assim sendo, o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, visando

disciplinar os motociclistas profissionais, sancionou a Resolução nº 356, de 02 de

agosto de 2012, que estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte

remunerado de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e

motoneta, citamos (Figura 2):

Art. 2º [...] I - dispositivo de proteção para pernas e motor em caso de tombamento do veículo, fixado em sua estrutura, [...] obedecidas às especificações do fabricante do veículo no tocante à instalação; II - dispositivo aparador de linha, fixado no guidon do veículo [...];

Figura 2 – Protetor de motor, pernas e aparador de linha

Fonte: http://notapajos.globo.com/lernoticias.asp?id=42922

No Art. 5º, obriga “IV (Figura 3) - estar vestido com colete de segurança

dotado de dispositivos retro refletivos [...]” (BRASIL, 2012).

36

Figura 3 – Colete de segurança

Fonte: http://www.vias-seguras.com

Em referência na condução dos veículos de transporte remunerado, a

Resolução trata no art. 6ª que “[...] o condutor e o passageiro deverão utilizar

capacete motociclístico, com viseira ou óculos de proteção, nos termos da

Resolução 203, de 29 de setembro de 2006, dotado de dispositivos retrorrefletivos”.

(BRASIL, 2012) (Figura 4).

Figura 4 – Tipos de capacetes motociclísticos.

Fonte:http://www.traxx.com.br/andenumaboa/?page_id=152

No capitulo II, Art. 7º, a Resolução descreve sobre transporte de passageiros

(mototáxi) (Figura 5):

37

Além dos equipamentos obrigatórios para motocicletas e motonetas e dos previstos no art. 2º desta Resolução, serão exigidas para os veículos destinados aos serviços de mototáxi alças metálicas, traseira e lateral, destinadas a apoio do passageiro (BRASIL, 2012).

Figura 5 – Alças para apoio do passageiro

Fonte: http://www.vias-seguras.com

O Capítulo III, art. 8º ao 14º, trata sobre as motocicletas e motonetas

destinadas ao transporte remunerado de mercadorias – motofrete (Figura 6):

9º Os dispositivos de transporte de cargas em motocicleta e motoneta poderão ser do tipo fechado (baú) ou aberto (grelha), alforjes, bolsas ou caixas laterais, desde que atendidas as dimensões máximas fixadas nesta Resolução e as especificações do fabricante do veículo no tocante à instalação e ao peso máximo admissível. § 1º Os alforjes, as bolsas ou caixas laterais devem atender aos seguintes limites máximos externos: I - largura: não poderá exceder as dimensões máximas dos veículos, medida entre a extremidade do guidon ou alavancas de freio à embreagem, a que for maior, conforme especificação do fabricante do veículo; II - comprimento: não poderá exceder a extremidade traseira do veículo; e III - altura: não superior à altura do assento em seu limite superior (BRASIL, 2010).

Figura 6 - Detalhes dos alforjes, as bolsas ou caixas laterais

Fonte: http://www.vias-seguras.com

38

No § 2º descreve sobre o equipamento fechado (baú), seguindo os seguintes

limites máximos externos(Figura 7):

I - largura: 60 (sessenta) cm, desde que não exceda a distância entre as extremidades internas dos espelhos retrovisores; II - comprimento: não poderá exceder a extremidade traseira do veículo; e III - altura: não poderá exceder a 70 (setenta) cm de sua base central, medida a partir do assento do veículo.

Figura 7 – Baú para motocicleta

Fonte: http://mundodasmotosresende.blogspot.com.br

A Resolução quanto ao equipamento aberto (grelha) diz (Figura 8):

§ 3º O equipamento aberto (grelha) deve atender aos seguintes limites máximos externos: I - largura: 60 (sessenta) cm, desde que não exceda a distância entre as extremidades internas dos espelhos retrovisores; II - comprimento: não poderá exceder a extremidade traseira do veículo; e III - altura: a carga acomodada no dispositivo não poderá exceder a 40 (quarenta) cm de sua base central, medida a partir do assento do veículo. § 4º No caso do equipamento tipo aberto (grelha), as dimensões da carga a ser transportada não podem extrapolar a largura e comprimento da grelha. § 5º Nos casos de montagem combinada dos dois tipos de equipamento, a caixa fechada (baú) não pode exceder as dimensões de largura e comprimento da grelha, admitida a altura do conjunto em até 70 cm da base do assento do veículo. § 6º Os dispositivos de transporte, assim como as cargas, não poderão comprometer a eficiência dos espelhos retrovisores.

Figura 8 – Equipamento aberto (grelha)

Fonte: http://www.vias-seguras.com

39

No art. 5 da resolução que para exercer as atividades dos motociclistas

profissionais a lei prevê os seguintes pré-requisitos: ter completado 21 anos; possuir

habilitação no mínimo dois anos; ser aprovado em curso especializado, conforme

regulamentação do Contran.

2.3 Medidas Preventivas de Trânsitos com Motociclistas

Visando evitar os casos de acidentes no trânsito, ou amenizar sua severidade,

são aplicados procedimentos de segurança de trânsito. Conforme Ferreira (2009, p.

38), as “[...] medidas em três níveis, engenharia, fiscalização e educação (os 3E‟s,

do inglês, engineering, enforcement e education)”, são as mais comuns.

A medida de engenharia de tráfico visa organizar a circulação de veículos e

pedestres, proporcionando melhores condições de mobilidade e segurança, ou seja,

regras e sinalização de trânsito, limitação de velocidade são alguns exemplos dessa

medida. O objetivo é influenciar no comportamento do condutor. Dewar e Olson

(2007 apud FERREIRA, 2009, p. 38-39), descrevem que:

As atividades de engenharia de tráfego visam melhorar a utilização da malha viária, ordenar o tráfego, reduzir a velocidade em pontos de conflito (traffic calming). Ainda, quando possível, a separação dos modais de diferente massa (por exemplo, faixas exclusivas para motocicletas). Quanto às medidas de melhoria de infraestrutura pode-se citar a melhoria da iluminação, implantação de sistemas de informação inteligentes, entre outras.

Ferreira (2009, p. 39) acrescenta para as motocicletas pode-se associar às

novas tecnologias “[...] de frenagem e aos dispositivos de segurança mais eficazes,

como coletes infláveis, capacetes e melhor proteção para membros”.

A fiscalização pode influenciar no comportamento dos condutores em relação

a não cometer intencionalmente às infrações de trânsito, isto é, buscar medidas que

desencorajem o cometimento de infrações, através de punição aos condutores,

como: aplicação corretiva, de natureza administrativa (multa, suspensão e cassação

do direito de dirigir, apreensão do veículo, etc.) e penas de detenção para os crimes

de trânsito (dirigir alcoolizado, lesão corporal, homicídios, etc.) (ELVIK; VAA, 2004

apud BOTTESINI, 2010).

A fiscalização por meio de policiais ou agentes de trânsito é a forma mais

comum para constatar as infrações, os mesmos podem atuar de maneira

40

estacionária, visando o “[...] „efeito halo‟, ou seja, seu efeito é mais forte no ponto

onde está atuando, enfraquecendo-se após certo tempo ou distância deste ponto”

Elvik e Vaa (2004 apud BOTTESINI, 2010), citam também a fiscalização

eletrônica, visando fiscalizar o excesso de velocidade e o avanço de sinal vermelho

de semáforo.

Percebe-se que a medida de educação é a linha estruturante para contornar

o caos que se alojou em relação aos acidentes de trânsito. Acredita-se que, adotar

práticas educativas, pode modificar o comportamento dos motoristas.

“A Educação em Saúde é qualquer combinação de experiências de

aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias conducentes à

saúde” (CANDEIAS, 1997, p. 210). É a mudança de comportamento para o exercício

da cidadania que possibilita ao profissional de saúde reconhecer e valorizar o saber

socialmente constituído pelo indivíduo em seu ambiente.

Com base neste reconhecimento, acontecerá a produção efetiva de novos

conhecimentos, alterando o comportamento de saúde do indivíduo, objetivando

atingir o melhor nível de bem-estar (SANTOS; BARROSO, 2003). Dentre as

estratégias para realizar educação em saúde, a promoção da saúde requer

mudanças no estilo de vida, solicita adoção de um comportamento cidadão, visando

que os condutores acatem as leis de trânsito e apreciem a vida. Assim, supõe-se a

redução de acidentes de trânsito, modificando os números que acompanha este

grave panorâmica.

Essa educação deve ser centrada no preventivo de acidentes de transito e

promoção do trânsito seguro. A prevenção está ligada a evitar o acidente ou a

diminuir seu dano (utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva,

adotar a direção defensiva, entre outros), enquanto a promoção associa o locus (via)

e a maneira de ser do condutor nesse espaço (FERREIRA et al., 2001).

Assim sendo, a promoção em saúde distinguir-se por um conjunto de

interferências que têm como finalidade a eliminação permanente ou, pelo menos,

amenização do agravo, pois procura alcançar suas causas mais básicas e não

somente impedir a manifestação do agravo nos indivíduos e nas coletividades.

41

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

Nesse trabalho não houve necessidade do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

3.2 Tipo de Pesquisa

Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com dupla, combinação de

abordagens quantitativa e qualitativa.

3.3 Universo

O presente estudo foi realizado no município de São Luis- MA, durante os

anos de 2010 a 2012.

3.4 Sujeitos da Amostra

A coleta das amostras foi obtida no Departamento de Trânsito do Estado do

Maranhão, Departamento Nacional de Trânsito e da Secretaria Municipal de

Transportes Urbanos de São Luís, relativo ao período de janeiro a outubro dos anos

de 2010 a 2012.

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados

Os dados são colhidos, através das diversas etapas da pesquisa e na

interação com seus sujeitos. Na presente pesquisa, foram utilizadas: pesquisa

bibliográfica, por intermédio de material impresso (livros, jornais, artigos, dentre

outros); e pesquisa documental, através de informações recuperadas no

Departamento de Trânsito do Estado do Maranhão, Departamento Nacional de

Trânsito e da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos de São Luís, relativo ao

período de janeiro a outubro dos anos de 2010 a 2012.

42

3.6 Plano para Coleta dos Dados

Os dados foram coletados no período de janeiro a outubro dos anos de 2010

a 2012. Posteriormente, foi avaliada a quantidade de acidentes sofridos pelos

motociclistas no período mencionado.

3.7 Plano para a Análise dos Dados

Os dados obtidos nos departamentos de transporte de São Luis-MA, foram

organizados e tratados com auxilio de uma planilha eletrônica (EXCELL). Para a

decomposição utilizou-se o programa R (2010), com o método aditivo.

Posteriormente, foram elaboradas as figuras que serviram para análises. Quanto a

parte qualitativa recorreu a literatura para justificar a quantidade e os motivos dos

acidentes sofridos pelos condutores e profissionais motociclistas em São Luís-MA

43

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com dados coletados no site do DETRAN-MA, até o dia 15 de

fevereiro de 2013, São Luís possui uma frota de 309.141 veículos registrados, sendo

que mais da metade da frota é composta por automóveis, com 170.256 unidades

representando 55,07%. Em segundo, consta o efetivo de 72.650 motocicletas,

representando 23,50% da frota Ludovisence, conforme Figura 9.

Figura 9 – Percentual (%.) da frota de São Luís para o ano de 2013.

Fonte: DETRAN/MA, 2013

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, a frota de

veículos, no município de São Luís, 2010, 2011 e 2012. Segundo com a Tabela 1,

houve um aumento na frota de motocicletas na cidade de São Luís, ou seja,

acréscimo de 2,34% no período de 2010 a 2012. Isso tem ocasionados

congestionamentos e o aumento na quantidade de acidentes, na cidade de São

Luís.

Essa tabela mostra a evolução da quantidade de automóveis, motocicletas e

outros. Em 2010, a quantidade de automóveis era de 144.722 veículos, enquanto

que as motocicletas tinha 52.045. Dois anos após, a quantidade de automóveis e

motocicletas elevaram-se para 168.378 e 71.388, respectivamente.

Consequentemente, a revista Veja, no artigo titulado “frota de veículos de

capitais quase dobra em 10 anos”, cita que os especialistas e autoridades, acreditam

que “[...] o aumento da frota é provocado por três fatores: aumento da renda da

população, reduções fiscais do governo federal e facilitação de crédito pelos bancos”

(VEJA, 2012).

44

Rodrigues (2012, p.3, grifo nosso) descreve que:

As metrópoles brasileiras têm enfrentado nos últimos anos o que podemos chamar de uma “crise da mobilidade urbana”, resultante, sobretudo, da opção pelo modo de transporte individual em detrimento das formas coletivas de deslocamento. O ritmo de crescimento no número de veículos supera o da população na maioria dos casos.

Para melhor entendimento da crise da mobilidade urbana decorre por uma

análise das relações entre: “o uso e a ocupação do solo urbano, os sistemas de

transporte e a infraestrutura viária e a interação entre fator humano, veículo, via

pública e meio ambiente” (SCARINGELLA, 2001, p. 55).

Ferreira e Resende (2009, p. 254) relatam que:

As mudanças demográficas, no Brasil, foram acompanhadas pela adoção de um modelo governamental que priorizou o crescimento econômico, sem levar em consideração os custos sociais desse critério. Tal procedimento ocasionou o aumento da produção de veículos devido os provilégios dados à indústria automobilística, que, aliada a descentralização econômica e demográfica dos centros urbanos, contribui para o aumento das distâncias a serem percorridas, levando a uma degradação das condições de circulação

O crescimento da população e a expansão urbana causaram a redução da

mobilidade e acessibilidade dos indivíduos, devido à infraestrutura de “circulação

implantada priorizou o transporte motorizado em detrimento de não motorizado. A

partir dessas considerações é possível verificar a necessidade de obtenção da

mobilidade sustentável e inclusiva”.

Um programa eficiente de mobilidade é fundamental para o acesso ao

mercado de trabalho, à educação, ao consumo e ao lazer, isto é, é um processo

importante para a construção do chamado bem-estar urbano.

Mobilidade, no entendimento literal do termo, trata-se do ato de deslocar-se

de um lugar outro ou, conforme propôs o Ministério das Cidades, em seu Programa

Nacional de Capacitação das Cidades (2006, p. 47), “[...] mobilidade pode ser

entendida como a capacidade de se atender as necessidades da sociedade de se

deslocar livremente a fim de realizar as atividades desejadas”, e isso na maior parte

do cenário nacional, não se trata de tarefa fácil.

Scaringella (2001, p. 55), descreve que para um sistema eficiente de

mobilidade requer:

45

[...] a orquestração e a continuidade de uma série de iniciativas que integram os diversos agentes públicos e privados. São traçadas diretrizes que envolvem a combinação das políticas de uso do solo, transporte e trânsito que devem compor a proposta de um modelo sistêmico em uma abordagem profunda que inclua as questões de oferta de infraestrutura, distribuição nacional de viagens e monitoramento eletrônico do trânsito.

Não existe uma solução única para a problemática do trânsito, é necessário

um somatório de ações (continuadas). Entretanto, a cultura brasileira não ajusta as

atitudes preventivas, e no trânsito não é diferente, “[...] geralmente reduz-se o tema

às questões de fluidez, quando o maior desafio é a segurança, ou seja, buscar

reduzir o número e a gravidade dos acidentes” (SCARINGELLA, 2001, p. 59).

As motocicletas representam menos de 30% da frota do país, mas são os

veículos que mais ocasionam acidentes com lesões permanentes no trânsito

nacional. “Foram responsáveis por 66% das indenizações pagas pelo Seguro

DPVAT, que cobre acidentes no trânsito, nos nove primeiros meses de 2011. Dentre

esses acidentes, 72% acarretaram invalidez permanente” (SEGURO DPVAT, 2013).

Tabela 1 – Frota de veículos para o município de São Luís para os anos de 2010, 2011 e 2012

FROTA 2010 2011 2012

QUANT.

%

QUANT.

%

QUANT.

%

AUTOMÓVEIS 144.722 58,36 156.683 56,10 168.378 55,02

MOTOCICLETAS 52.045 20,98 63.278 22,65 71.388 23,32

OUTROS 51.230 20,66 59.360 21,25 66.308 21,66

TOTAL 247.997 100,00 279.321 100,00 306.074 100,00

Fonte: DENATRAN, 2013.

De acordo com a Figura 10, tem-se a quantidade total de acidentes com

motociclistas em São Luís – MA, durante o período dos meses de janeiro a outubro,

de 2010, 2011 e 2012, registrados pela Secretaria Municipal de Transportes

Urbanos de São Luís. Constatar uma diminuição de acidentes com motociclistas

com o decorrer dos anos. Em 2010, ocorreram 946 acidentes de trânsito, que perfaz

um percentual de 1,81% das motocicletas existentes neste período. No ano de 2011,

foram 892 ocorrências totalizando 1,40% das motocicletas registradas. Por fim, em

2012, obteve-se 748 ocorrências de acidentes de trânsito, registrando 1,05% das

motocicletas registradas no DETRAN-MA no referido ano.

46

Figura 10 – Quantidade total de acidentes com motociclistas em São Luís – MA, período de

janeiro a outubro para os anos de 2010, 2011 e 2012.

Fonte: SEMTUR, 2013.

A Figura 11 tem-se a panorâmica dos acidentes com motociclistas em São

Luís – MA, período de janeiro a outubro dos anos de 2010, 2011 e 2012. A

ocorrência de acidentes entre os motociclistas registrados, no período de 2010 e

2011, foi de 54 acidentes, enquanto no intervalo de 2011 a 2012 a redução foi maior,

ou seja, 144 acidentes. Apesar de uma baixa ocorrência de acidentes entre os

motociclistas registrados, verifica-se uma constante nos meses pesquisados.

Figura 11 - Panorâmica dos acidentes com motociclistas em São Luís – MA, período de janeiro a outubro dos anos de 2010, 2011 e 2012.

Fonte: DENATRAN, 2013.

47

Na Figura 12, temos a decomposição temporal da quantidade de acidentes no

período de 2010 a 2012. De acordo essa decomposição, existe uma tendência

(trend) da diminuição de acidentes de motociclistas. Além disso, foi detectada a

existência de uma sazonalidade (seasonal) nesses acidentes.

Figura 12 – Decomposição da série temporal dos acidentes com motociclistas em São Luís –

MA, período de janeiro a outubro dos anos de 2010, 2011 e 2012.

Fonte: DENATRAN, 2013.

E, de acordo com a Figura 13 (a), em média, ocorreram 3 picos sazonais

durante o ano, um pico em janeiro, outra em maio, e por fim, no mês de setembro.

Esses meses coincidem com o período festivo, de férias e das condições

meteorológicas adversas. A redução de acidentes no período de fevereiro a abril

deve-se ao período chuvoso dessa região, reduzindo significativamente o fluxo de

motocicletas e, portanto, menos acidentes, como pode ser visto na Figura 13 (b).

48

Figura 13 – Comportamento médio da (a) quantidade de acidentes e (b) precipitação de São

Luís – MA, período de 2010 a 2012.

Fonte: DENATRAN, 2013.

Apesar de tudo, falta de conhecimentos das estatísticas de acidentes

envolvendo motociclistas profissionais, inibe uma avaliação mais precisa sobre

acidentes com motos, mas, é sabido que o risco de acidentes fatais com motos é

relativamente maior que os outros tipos de veículos automotores. Segundo Leite

(2004), no Brasil, o aumento excessivo das vendas de motos, nos últimos anos,

gerou caos, desrespeito e mortes no trânsito. Em decorrência dessa explosão de

consumo, operadores ilegais com veículos inadequados se multiplicaram nas ruas a

uma velocidade extraordinária, operando como motoboys e mototaxistas,

ameaçando assim a sobrevivência do sistema de transporte público.

Com isso, o comportamento inadequado do condutor é um fator determinante

dos acidentes de trânsito, sendo que para evitá-lo, devem-se conhecer os agentes

causadores, nos quais Marín-León e Vizzotto (2003 apud LIRA, 2008, p. 23). Assim

sendo, o trânsito nas grandes cidades tem muito aprimorar, pois os indivíduos

tendem em adotar comportamento de risco para a ocorrência ou envolvimento em

acidentes de trânsito. “Por isso, o comportamento no trânsito deve ser prudente,

respeitando os direitos e deveres na circulação de veículos e pedestres” (TEBALDI;

FERREIRA, 2004 apud LIRA, 2008, p. 24).

49

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades dos mototaxistas e motoboys estão relacionados pela

informalidade, sem vínculo empregatício, alicerçado pela flexibilidade e pelo risco

inerente a profissão. Conhecer as causas que influenciam e as intervenções à

redução dos acidentes de trânsito é um caminho a trilhar no fator contribuição em

estatísticas que registram a violência no trânsito, ou seja, identificar meios que

permita um acompanhamento psicológico, voltadas a programas educacionais

(treinamentos), intervenções individuais e coletivas com os agentes causadores de

acidentes de trânsito.

Portanto, os condutores e profissionais motociclistas têm sido vítimas de

acidentes em São Luiz –MA, com números bastantes expressivos, levando a

repensar alguns fatores que contribuem que minimize focando em programas sócios

educacionais e políticas, para que futuros números de trânsito sejam cada vez

menos assustadores e menos drásticos.

50

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