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UNIVERSIDADE ANHANGUEIRA-UNIDERP PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL TATIANA PARREIRA DE OLIVEIRA MELO CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E DA CARNE DE CORDEIROS PANTANEIROS CONSUMINDO DIETA CONTENDO PARTE AÉREA DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) CAMPO GRANDE 2013

UNIVERSIDADE ANHANGUEIRA-UNIDERP PROGRAMA DE … · PANTANEIROS CONSUMINDO DIETA CONTENDO PARTE AÉREA DE MANDIOCA ( Manihot esculenta Crantz) CAMPO GRANDE 2013 . UNIVERSIDADE ANHANGUEIRA-UNIDERP

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UNIVERSIDADE ANHANGUEIRA-UNIDERP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E

GESTÃO AGROINDUSTRIAL

TATIANA PARREIRA DE OLIVEIRA MELO

CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E DA CARNE DE CORDEIROS

PANTANEIROS CONSUMINDO DIETA CONTENDO PARTE AÉREA

DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

CAMPO GRANDE

2013

UNIVERSIDADE ANHANGUEIRA-UNIDERP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E

GESTÃO AGROINDUSTRIAL

TATIANA PARREIRA DE OLIVEIRA MELO

CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E DA CARNE DE CORDEIROS

PANTANEIROS CONSUMINDO DIETA CONTENDO PARTE AÉREA

DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

Comitê de Orientação: Prof. Dr. Marcos Barbosa Ferreira

Co-orientador: Prof. Dr. Wolff Camargo Marques Filho

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em nível de Mestrado Profissional em

Produção e Gestão Agroindustrial da Universidade

Anhanguera-Uniderp, como parte dos requisitos

para a obtenção do título de Mestre em Gestão e

Produção Agroindustrial.

Campo Grande

2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp

Melo, Tatiana Parreira de Oliveira Melo.

O486c Características da carcaça e da carne de cordeiros pantaneiros

consumindo dieta contendo parte aérea de mandioca ( Manihot

esculenta Crantz). / Tatiana Parreira de Oliveira Melo. – Campo

Grande, 2013.

44f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera – Uniderp, 2013.

“Orientação: Prof. Dr. Marcos Barbosa Ferreira.”

1.Ovinos 2.Cordeiros-carcaça 3. Cordeiros-carne I. Título.

CDD 21.ed. 636.313

ii

DEDICODEDICODEDICODEDICO

As minhas filhas Beatriz e Elisa.As minhas filhas Beatriz e Elisa.As minhas filhas Beatriz e Elisa.As minhas filhas Beatriz e Elisa.

iii

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela minha vida, por iluminar os meus caminhos durante

toda minha caminhada.

Aos meus pais, Laudelino e Eurides, pelo carinho, amor e a

presença em todas as horas que precisei, pela educação, honestidade e caráter

que me ajudaram a compreender os caminhos certos e errados.

Aos meus irmãos Rodrigo e Marcelo, pelo apoio nas horas mais

difíceis e pela motivação e término desta etapa da minha vida.

Ao meu esposo, Antonio Marques da Costa Junior, pelo apoio e

motivação, pelo carinho e amor.

À Universidade Anhanguera – Uniderp e ao Programa de Mestrado

Profissional em Produção e Gestão Agroindustrial, pela oportunidade de realizar

este curso.

À Dr. Gelson luís Dias Feijó, pela liberação do laboratório de

carcaças na Embrapa Gado de Corte. Obrigada.

Ao meu orientador Prof. Dr. Marcos Barbosa Ferreira, pela

paciência, compreensão, ensinamentos durante o período em que me foi

transmitido seu conhecimento. Acima de tudo, pela confiança.

Ao meu Coorientador Wolff Camargo Marques Filho, pela disposição

e apoio na organização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Celso Correa de Souza, pela força, empenho,

orientação dispensados para a execução deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Luis Henrique Fernandes, pelos conselhos, orientação,

sugestões e interesse em contribuir para a finalização do trabalho. Muito

Obrigada.

A Graziela Cáceres Carpejani pelo apoio, amizade, incentivo que foi

tão presente e importante, pela paciência e total disposição em me ajudar. Muito

obrigada.

A minha companheira de trabalho, Nubia Nayara Pereira Rodrigues,

pela força e companheirismo nas horas de trabalho.

iv

Aos estagiários do Centro Tecnológico de Ovinos (C.T.O.) da

Anhanguera-Uniderp de Campo Grande/MS, pelo companheirismo, dedicação

das atividades realizadas. Fico grata a todos.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho.

A todos, muito obrigada!!!

v

“Confiar na sua própria capacidade é acreditar no poder de Deus que está

dentro de você” (Autor desconhecido)

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ....................................................................... viii

LISTA DE TABELAS ....................................................................... ix

1. ....................................................................................................... INT

RODUÇÃO GERAL ................................................................. 10

2. ....................................................................................................... RE

VISÃO GERAL DE LITERATURA ............................................ 12

2.1. CARCAÇA OVINA ................................................................. 14

2.2. FATORES QUE INTERFEREM NAS CARACTERÍSTICAS

DA CARCAÇA .............................................................................. 14

2.3. CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DA CARCAÇA ...... 15

2.4. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA CARCAÇA ......... 15

2.5. PRODUÇÃO E QUALIDADE DA CARNE OVINA ................ 16

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................. 18

3. ARTIGO ..................................................................................... 23

RESUMO .......................................................................................... 24

ABSTRACT ...................................................................................... 25

3.1. INTRODUÇÃO ...................................................................... 26

3.2. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................... 28

3.2.1.LOCAL DO EXPERIMENTO ............................................... 28

3.2.2. DESCRIÇÃO DOS ANIMAIS ............................................. 28

3.2.3. MANEJO ............................................................................. 28

3.2.4. ABATE EXPERIMENTAL ................................................... 29

3.2.5. IDENTIFICAÇÃO DAS CARCAÇAS .................................. 29

3.2.6. MEDIDAS OBTIDAS NA CARCAÇA ................................. 30

3.2.7. AVALIAÇÃO POR MEIO DE ESCORES: TEXTURA,

MARMOREIO, DISTRIBUIÇÃO E CONFORMAÇÃO.................. 31

vii

3.2.8. ESPESSURA DE GORDURA E ÁREA DE OLHO DE

LOMBO(AOL) ............................................................................... 31

3.2.9. AVALIAÇÃO DA COR ........................................................ 32

3.2.10. FORÇA DE CISALHAMENTO ......................................... 33

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................ 34

3.4. CONCLUSÃO ........................................................................ 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 40

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Identificação das carcaças (A) e potenciômetro (B) .......................... 30

Figura 2. Carcaças de cordeiros em processo de resfriamento ....................... 30

Figura 3. Músculo Longissimus dorsi (A); mensuração da espessura da gordura

de cobertura com paquímetro digital (B) ........................................... 32

Figura 4. Análise colorimétrica colorímetro Miniscan XE PLUS (Hunter Lab) . 33

Figura 5. Aparelho Warner-Bratzler meat shear ............................................... 33

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Ingredientes do concentrado fornecido aos cordeiros durante o

período de confinamento e respectivos percentuais .............................29

Tabela 2. Valores bromatológicos médios do feno da parte aérea da rama da

mandioca fornecido durante o período experimental..............................34

Tabela 3. Médias e respectivos erros padrões de peso ao abate, rendimentos

de carcaça e área de olho de lombo de cordeiros pantaneiros ..............35

Tabela 4. Valores médios de variáveis de qualidade de carne de cordeiros

pantaneiros .............................................................................................38

x

10

1. INTRODUÇÃO GERAL

O Agronegócio e a Pecuária Brasileira passam por um período de

alta em termos de produção. O consumo da carne ovina está entre 0,7 e 1,5Kg

por habitante ao ano (BARROS, 2010), cerca de 88 mil toneladas de carne ovina

é consumida no Brasil, onde 74 mil são de produção informal, seis mil de

produção do mercado formalizado e o restante é importado do Uruguai

(SCHWAB, 2012). Apesar da necessidade de consolidação da cadeia produtiva, a

evolução desta atividade no Brasil é evidente, refletido no rebanho que foi de

16,02 milhões de cabeças em 2006 para 16,81 milhões até 2009 (IBGE, 2010),

evoluindo para uma população 3,4% maior em 2011, onde passou de 17,38

milhões de cabeças (IBGE, 2011), levando-se em conta dados oficiais somente.

Essa população, no Brasil, está dividida da seguinte maneira: região Nordeste

55,9%; região Sul 28,9%; região Centro-Oeste 6,3%; região Sudeste 5,5% e

região Norte 3,4% (IBGE, 2011).

Um dos principais objetivos da criação de ovinos é a produção de

carne destinada ao consumo interno, sendo o cordeiro a categoria animal que

oferece carne de maior qualidade para o consumidor, com melhores

características de carcaça e da qualidade da carne, menor ciclo de produção e

maior eficiência de produção por ter alta velocidade de crescimento (CUNHA et

al., 2000).

A história da ovinocultura no continente sul americano remonta ao

início da colonização do continente, quando os colonizadores trouxeram os

primeiros ovinos para o Brasil a partir do descobrimento (Mc MANUS et al., 2010),

dando origem a animais adaptados que chegaram até os dias de hoje, como é o

caso da ‘’ovelha pantaneira’’, sendo o resultado de anos de seleção natural nos

11

rebanhos criados no Pantanal desde o início de sua colonização efetiva por

portugueses, há pelo menos 300 anos (FERREIRA, 2012). Assim, no Mato

Grosso do Sul, os ovinos pantaneiros são oriundos de cruzamentos entre as

raças que foram trazidas pelos colonizadores portugueses e espanhóis, logo após

o descobrimento (MARIANTE et al.,1999).Possuem potencial produtivo e com

isso possibilita a expansão da renda no campo. As fêmeas não apresentam

anestro sazonal, podem ter até dois partos ao ano (MARTINS et al., 2008), além

disso apresentam bom potencial produtivo com relação as características de

carcaças e qualidade da carne dos cordeiros (LIMA et al., 2008).

Para oferecer carcaças e carne de qualidade é necessário melhorias

nas técnicas de criação, desenvolver novas tecnologias, busca por animais com

potencial genético para maiores ganhos de peso e a adoção de sistemas de

terminação eficientes que permitam a máxima produção de carne com qualidade

(REIS et al., 2001). Como a alimentação representa um dos maiores custos na

produção animal, têm-se buscado a utilização de alimentos alternativos que

possam contribuir com a redução destes custos, como o uso da parte aérea de

mandioca (Manihot esculenta Crantz) que é uma alternativa como fonte de

proteína e energia na alimentação animal.

Objetivou-se, com este trabalho, avaliar o efeito da parte aérea da

mandioca na alimentação de cordeiros pantaneiros sobre as características da

carcaça e da carne.

12

2. REVISÃO GERAL DE LITERATURA

A ovinocultura está presente em praticamente todos os continentes

sendo encontrada nas regiões que possuem condições mais adversas de clima,

sobrevivendo nas altas e nas baixas altitudes (COIMBRA FILHO, 1992). A ampla

difusão da espécie se deve principalmente ao seu poder de adaptação a

diferentes climas, relevos e vegetações, inclusive ocupando regiões consideradas

inadequadas para a agricultura (SILVA SOBRINHO, 1996). O Brasil apresenta

condições climáticas favoráveis à produção de ovinos de corte (MARSIGILIO,

2012).

Por serem animais de pequeno a médio porte, e apresentarem

rápido retorno econômico, boa alternativa de diversificação na atividade

agropecuária (NOGUEIRA FILHO, 2005). Pode-se aproveitar não só a carne, mas

a lã, o couro e o leite dos ovinos, incrementando a exploração econômica nas

pequenas propriedades uma vez que a criação ovina no Brasil está destinada

tanto à exploração econômica de grande porte como à subsistência das famílias

de zonas rurais (VIANA, 2008).

A demanda por carne ovina no ano de 2012 se manteve alta no

mercado brasileiro, as importações de carne uruguaia tiveram aumento de 11%,

as importações argentinas aumentaram 123,2% e as chilenas recuaram 97,7%,

mantendo o preço pago ao produtor aquecido (GIANLORENÇO, 2013).

Além das diferentes raças ovinas existentes no Brasil, oriundas de

importações e inserções recentes de material genético, o Estado do Mato Grosso

do Sul possui seu próprio material genético, adaptado às condições locais

denominados pantaneiros, possuindo combinações genotípicas aproximadas com

as raças lanadas do Sul e deslanadas do Nordeste, apresentando, também,

13

semelhanças fenotípicas com os grupos genéticos de ovinos naturalizados

brasileiros (GOMES et al., 2007).

Tanto os machos como as fêmeas dos ovinos pantaneiros são

precoces sexualmente e não possuem sazonalidade reprodutiva, observando-se o

nascimento de cordeiros ao longo de todo o ano (FERREIRA et al., 2012). Estes

animais apresentam baixa condição corporal, dando a impressão de sempre

estarem magros, revelando, desta forma, não possuírem exigências nutricionais

elevadas, não acumulando, assim, gordura subcutânea em excesso, como as

raças exóticas criadas no País.

Os cordeiros pantaneiros possuem biometria corporal semelhante às

raças exóticas geneticamente melhoradas, revelando ter potencial para a

exploração da ovinocultura de corte (ALBUQUERQUE, 2008). Quanto às

características produtivas, os cordeiros nascem com peso vivo entre 2,5 e 3,5Kg

em média que, quando comparados com o peso ao nascer de outras raças como

Santa Inês (3,7kg), Suffolk (4,5Kg), Ile Le France (4,3Kg), Texel (5,0kg), são

inferiores, (LAGE, 2009; GRAZZIOTIN, 2001). Entretanto, esses cordeiros

possuem grande potencial de engorda e quando colocados em sistema intensivo

de alimentação, podem ser encaminhado para o abate por volta dos cinco meses,

com 30 kg de peso vivo (FERREIRA, 2011).

A alimentação é um fator importante na qualidade da carne. A

utilização de alimentos alternativos na dieta animal tem como principais objetivos

reduzir os custos e incrementar a produtividade da atividade pecuária. As fontes

alternativas de alimentos incluem uma enorme variedade de subprodutos e

resíduos, resultantes do processamento industrial e de culturas agrícolas

(CONCEIÇÃO, 2004). Uma alternativa nutricional estratégica interessante para

redução do custo de produção dos cordeiros é o aproveitamento da parte aérea

de mandioca, na forma de feno ou silagem, constitui-se em uma excelente opção

para a alimentação de animais como substituto de parte dos cereais que

compõem as rações utilizadas para atender as altas demandas de exigências

nutricionais, principalmente dos cordeiros jovens que possuem maiores

requerimentos (SILVA et al., 2004).

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma planta heliófila,

perene, arbustiva, pertencente à família das euforbiáceas e possui boa tolerância

à seca e boa adaptação à condições de clima e solo (LORENZI e VALLE, 2002).

14

A utilização da parte aérea da mandioca na alimentação animal justifica-se ainda

pelo elevado teor proteico e boa produção de forragem. Deve ser fornecida na

forma de feno ou silagem, para um maior período de utilização e para evitar

problemas de intoxicação com glicosídeos cianogênicos (LIMA et al., 2008).

2.1. Carcaça Ovina

A carcaça é a denominação dada ao corpo do animal sangrado,

depois de retiradas a pele, as vísceras, a cabeça e as porções distais dos

membros dianteiros e traseiros (FRANÇA, 2006). De maneira geral, a carcaça da

espécie ovina pode representar 40 a 50% do peso vivo, variando em função da

idade, sexo, base genética, morfologia, e peso ao abate (SANTOS, 2002) e,

também, com fatores extrínsecos: alimentação, manejo, e homogeneidade das

pesagens e a realização de jejum pré-abate. Fatores relacionados com a própria

carcaça: peso, comprimento, compacidade, conformação e acabamento também

influem no rendimento. Devem ser comparadas características entre carcaças

para que seja possível detectar as diferenças entre os animais, assim, de certa

forma, identificando aqueles que produzam melhores carcaças (CARVALHO,

1998).

2.2. Fatores que interferem nas características da carcaça

Segundo EUCLIDES FILHO (2003), o genótipo, o sexo, a

alimentação e o peso da carcaça são os fatores que mais influenciam as

proporções de músculo, osso e gordura.

Genótipo: é a maneira como os genes estão organizados no

cromossoma. É a composição genética de um organismo relativamente a uma ou

várias características que determinam a transmissão dessas mesmas

características por via hereditária. Cada genótipo possui um peso adulto que lhe é

peculiar, determinando assim, diferenças na velocidade de desenvolvimento dos

distintos tecidos corporais, sendo classificados em raças precoces e raças tardias

(KEMPSTER et al., 1982).

Sexo: o sexo é um fator que exerce influência sobre algumas

características da carcaça, observando-se diferentes modelos de

desenvolvimento dos tecidos corporais em fêmeas, machos inteiros e machos

castrados (SAINZ, 2000).

15

Idade e/ou peso de abate: a idade do animal, que está muito ligada

ao peso da carcaça, também influi sobre a composição desta (NETO, 2005).

Alimentação: a composição da carcaça de peso e idade se vê

influenciada pela alimentação, já que o nível nutricional produz variações no

crescimento ponderal do animal (SAINZ, 2000).

2.3. Características quantitativas da carcaça

A definição dos grupos genéticos, realizadas por meio de medidas

corporais é de importância fundamental para se conhecer o potencial produtivo de

cada animal (SOUZA et al., 2009). As medidas corporais, como comprimento do

corpo, perímetro torácico, comprimento de perna, perímetro de perna são

importantes na predição da composição de carcaças ovinas e nas características

produtivas como rendimento de carcaça e cortes cárneos (SANTANA, 2001).

A avaliação subjetiva é outra mensuração quantitativa realizada nos

animais que pode ser feita de forma simples através do uso de escores da

composição corporal, denominado de avaliação da condição corporal (MORAES

et al., 2005).

2.4. Características qualitativas da carcaça

A avaliação por meio da conformação da carcaça, do marmoreio, cor

e textura da carne são tão importantes quanto às características quantitativas,

pois de acordo com GARCIA (2000), o consumidor exigente busca muito mais a

qualidade que a quantidade, de modo que o crescimento da demanda poderia

incrementar-se mais pela melhoria da qualidade da carne.

Conformação: é um indicador do conteúdo de músculo na carcaça.

Trata-se de uma avaliação visual e, portanto, subjetiva, pode ser definida como a

espessura de sua massa muscular (musculosidade da carcaça) e adiposa

(acabamento da carcaça) em relação ao tamanho do esqueleto que os suportam.

(KEMPSTER et al.,1982).

Cor: é um dos principais fatores que determinam o valor do produto

no momento de sua comercialização. A coloração da carne pode ser utilizada

para estimar a maturidade fisiológica da carcaça, tendo em vista que animais de

mais idade tendem a apresentar carne mais escura (CÉSAR, 2004).

16

Textura: é um parâmetro sensorial que possui atributos primários,

caracterizados por maciez e elasticidade; e secundários, como mastigabilidade e

suculência, as quais são avaliadas pelo número de mastigadas necessário para

deixar a carne em condições de ser deglutida, sendo a maciez o elemento mais

importante para o consumidor julgar a qualidade da carne (ROÇA, 2000;

ATHAYDE, 2010).

2.5. Produção e qualidade da carne ovina

A cadeia da ovinocultura vem se destacando como uma atividade

em expansão dentro do agronegócio brasileiro como estratégia de

desenvolvimento rural e geração de renda (GIANLORENÇO, 2013).O cordeiro,

devido à qualidade de sua carne, é a categoria animal de maior aceitação no

mercado consumidor, possuindo melhores características organolépticas, com

menor ciclo produtivo e maior eficiência de produção devido à alta velocidade de

crescimento (SANTOS, 2002).

A qualidade da carne é uma combinação dos seguintes atributos:

sabor, suculência, textura e maciez e cor, associados a uma carcaça com pouca

gordura e muito músculo (SOBRINHO et al., 2005). O sabor da carne pode ser

determinado por fatores antes do abate como espécie, idade, sexo, raça,

alimentação e manejo (ROSA et al., 2009). Outros fatores como pH final do

músculo, condições de esfriamento, armazenamento, procedimento culinário

também afetam este parâmetro sensorial.

Na avaliação da maciez da carne existem dois métodos, um

subjetivo e outro objetivo. Na avaliação subjetiva aplicam-se um painel sensorial,

onde um grupo de pessoas treinadas classifica a carne com relação a sua

maciez, após provarem amostras. O método objetivo mede a força de

cisalhamento da carne, ou seja, a força necessária para se “cortar” o pedaço de

carne que está sendo testado, sendo que, quanto maior a força necessária,

menor é a maciez deste pedaço (LIMA JUNIOR et al., 2011).

Dentre os métodos mais comuns de avaliação da qualidade da carne

está a medida da Área de Olho (AOL), que se trata de uma medida objetiva,

realizada no músculo Longissimus dorsi, de grande valor na predição na

quantidade de músculo na carcaça. Este músculo é o mais indicado devido à sua

maturidade tardia e também por ser de fácil mensuração (SAINZ, 2000). A área

17

domúsculo Longissimus dorsi apresenta correlação positiva com a quantidade de

carne da carcaça, ao passo que a espessura de gordura (EGS) correlaciona-se

positivamente com a quantidade total de gordura acumulada no corpo do animal.

Essas medições são realizadas na altura da 12ª e 13ª costelas da carcaça dos

ovinos (MONTEIRO, 2000).

O marmoreio (gordura intramuscular ou gordura de infiltração) é

medido visualmente no músculo Longissimus dorsi entre a 12ª e 13ª costelas e

correlaciona-se positivamente com sabor e suculência da carne (MONTEIRO,

2000). É classificado em escala de pontuação de 1 a 5, conforme metodologia

descrita por (MULLER, 1980).

A distribuição de acabamento de gordura com valores de 1 a 3,

sendo: 1= carcaça sem acabamento, 2= Carcaça com falhas no acabamento e 3=

Carcaça com gordura uniformemente distribuída (MAPA, 2004).

18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, H.C.C. Caracterização Morfológica de ovinos no Brasil, Uruguai e Colômbia. Brasilia: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2008. 77p. (Dissertação de Mestrado em Ciências Animais. Universidade de Brasília – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária). ATHAYDE, N.B. Desempenho, Qualidade de carne e estresse de suínos suplementados com ractopamina. Botucatu: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Campus de Botucatu, 2010.106p. (Dissertação Mestrado em Zootecnia, Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Campus de Botucatu). BARROS, E.E.L. Características da ovinocultura de corte no Brasil, 2010. Disponível em:<http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias>. Acesso em: 8 de mar. 2012. CARVALHO, S. Desempenho, composição corporal e exigências nutricionais de cordeiros machos inteiros, machos castrados e fêmeas alimentadas em confinamento. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 1998. 102 p. (Dissertação Mestrado em Zootecnia- Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria). CÉSAR, M.F. Características de carcaça e adaptabilidade fisiológica de ovinos durante a fase de cria. Areia – PB: Universidade Federal da Paraíba, 2004. 89 p. (Tese de Doutorado em Zootecnia, Área de concentração em Produção Animal). COIMBRA FILHO, A.Técnicas de criação de ovinos. Ed. Guaíba: Agropecuária, 1992. 102 p. CONCEIÇÃO, W. L. F. Substituição do milho pela raspa integral de mandioca (Manihot esculenta Crantz) na alimentação de ovinos confinados. Teresina: Centro de Ciências Agrárias/Universidade Federal do Piauí, 2004. 77 f. (Dissertação Mestrado em Ciência Animal – Centro de Ciências Agrárias/Universidade Federal do Piauí, Teresina). CUNHA, E.A.; SANTOS, L.F.; BUENO, M.S. et al. Utilização de carneiros de raças de corte para obtenção de cordeiros precoces para abate em plantéis produtores de lã. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.1, p.243-252, 2000.

19

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23

3. ARTIGO

CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E DA CARNE DE CORDEIROS

PANTANEIROS CONSUMINDO DIETA CONTENDO PARTE AÉREA

DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

24

CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E DA CARNE DE CORDEIROS

PANTANEIROS CONSUMINDO DIETA CONTENDO PARTE AÉREA

DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

RESUMO

Avaliou-se a qualidade da carcaça e carne de cordeiros pantaneiros

suplementados com a parte aérea de mandioca (Manihot esculenta Crantz). Foram

utilizados 23 cordeiros com idade inicial de três meses divididos em dois grupos,

um confinado consumindo ramas de mandioca trituradas. E outro grupo mantido

em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, suplementados com ração

comercial contendo 14% de proteína bruta (PB) e 70% de energia (NDT) como

suplementação de manutenção. A parte aérea da mandioca (PAM) foi fornecida

ad libitum, duas vezes ao dia, ás 8:30 e às 16:00h. Avaliaram-se o peso de

carcaça quente e fria, pH, comprimento de carcaça e da perna, perímetro da

perna, espessura de coxão, perímetro torácico, distribuição de gordura, espessura

de gordura de cobertura, área de olho de lombo, cor, textura e marmoreio. No

momento do abate, os animais não apresentaram acabamento uniforme,

característica que pode ser explicada pelo tipo de alimentação fornecida, onde a

parte aérea de mandioca utilizada foi determinante para o ganho de peso

ineficiente. A suplementação com a PAM não foi eficiente no ganho de peso e no

acabamento, por outro lado não foi determinante para a alteração das

características de qualidade ligadas á genética. Mais estudos são necessários

para melhor se conhecer as reais possibilidades do uso de PAM em criações de

ovinos.

Palavras-chave: Alternativas alimentares; ovinocultura; sistema de alimentação;

aproveitamento de resíduos.

25

CARCASS AND MEAT CHARACTERISTICS OF PANTANEIRO

LAMBS FEED WITH DIET CONTAINING AERIAL PARTS OF

CASSAVA (ManihotesculentaCrantz)

ABSTRACT

Parameters of carcass and meat quality of lambs from the Pantaneirogenetic

group were evaluated using the raw cassava aerial parts (PAM). It were used 23

lambs aged three months divided into two groups, one confined consuming

cassava stems crushed, and another group maintained on Brachiaria brizantha, cv

Marandu, supplemented with commercial feed containing 14% crude protein (CP)

and 70% of energy (TDN) as a supplemental maintenance. The cassava foliage

was provided ad libitum, twice daily, at 8:30 and 16:00. It were evaluated the hot

and cold carcass weight, pH, carcass and leglength, leg perimeter and girth,

cushion thickness, fat distribution, thickness of subcutaneous fat, loin eye area,

color, texture and marbling. At slaughter, the animals showed no uniformity in

carcass, a characteristic that can be explained by the type of supplementation

supplied, where the PAM was used for determining the inefficient weight gain.

Supplementation with PAM was not effective in weight gain and finishing on the

other hand was not decisive for the change of the quality characteristics linked

gene. More studies are necessary to better comprehend the optimum use of the

cassava aerial part for lambs.

Key words: Alternative food; sheep; feed system; waste recovery.

26

3.1. INTRODUÇÃO

A crescente valorização e demanda pela carne ovina, principalmente

de animais jovens, vem estimulando a intensificação de sistemas produtivos

buscando maior agilidade na terminação e comercialização da carne. O cordeiro é

a categoria animal que fornece os melhores rendimentos de carcaça e maior

eficiência de produção, devido à sua alta velocidade de crescimento

(HASTENPFLUG e WOMMER, 2010).

Vários autores vêm realizando pesquisas com os ovinos

pantaneiros, revelando que tais animais têm alta sazonalidade reprodutiva

(SANTIAGO FILHO, 2010). Seus cordeiros são precoces e possuem boa

produção de carne (PINTO, 2009). Apresentam biometria corporal semelhante às

raças exóticas geneticamente melhoradas, possuem bom potencial produtivo com

relação às características de carcaças e qualidade da carne, revelando ter

potencial para a exploração da ovinocultura de corte (VARGAS JUNIOR et al.,

2011).

As medidas corporais de determinado grupo genético de cordeiros

contribuem para a definição de um grupo no que se refere às suas aptidões e seu

porte (SOUZA et al., 2003), pois a diferença morfológica entre raças direciona a

criação de determinado genótipo, uma vez que, entre diferentes raças e para o

mesmo peso de carcaça são grandes as diferenças de morfologia determinadas

por parâmetros como o comprimento de perna, por exemplo (SILVA e PIRES,

2000). Portanto, há um consenso de que existe um tamanho e um tipo de animal

mais adaptado às condições específicas de cada criação (Mc MANUS et al.,

2003).

Na ovinocultura o cordeiro é a categoria animal que possui maior

aceitação no mercado consumidor, possuindo melhores características

organolépticas, com menor ciclo produtivo e maior eficiência de produção devidas

à sua alta velocidade de crescimento (SANTOS, 2002). Além disso, o abate de

cordeiros permite a obtenção de carcaças com pouca deposição de gordura

(CARTAXO et al., 2011).

A qualidade da carne é uma combinação dos seguintes atributos:

sabor, suculência, textura e maciez, associados a uma carcaça com pouca

gordura e muito músculo (SILVA SOBRINHO et al., 2005). Dentre essas

27

características, o sabor pode ser determinado por fatores antes do abate como

espécie, idade, sexo, raça, alimentação e manejo (ROSA et al., 2009). A textura

da carne é um parâmetro sensorial que possui atributos primários, caracterizados

por maciez e elasticidade e secundários, como mastigabilidade e suculência, as

quais são avaliadas pelo número de mastigadas necessárias para deixar a carne

em condições e ser deglutida, sendo a maciez o elemento mais importante para o

consumidor julgar a qualidade da carne (ROÇA, 2000). Para avaliar as

características qualitativas e quantitativas da carcaça, a morfometria é um dos

mais eficientes métodos na determinação da qualidade da mesma, por meio da

qual se podem identificar parâmetros fundamentais para determinação do seu

valor comercial (SILVA et al., 2008). Para oferecer carcaças e carne de qualidade,

são necessárias melhorias nas técnicas de criação, desenvolvimento de novas

tecnologias, buscar por animais com potencial genético para maiores ganhos de

peso e a adoção de sistemas de terminação eficientes que permitam a máxima

produção de carne, com qualidade (REIS et al., 2001).

Como a alimentação representa um dos maiores custos na produção

animal, têm-se buscado a utilização de alimentos alternativos que possam

contribuir com a redução destes custos. Nesse sentido, o uso da parte aérea de

mandioca (Manihot esculenta Crantz) pode ser uma alternativa de fonte de

proteína e energia baratas na alimentação de ovinos. As amostras de rama de

mandioca desidratadas com maior densidade de folhas apresentam níveis de

proteína, entre 19,98% e 20,58%, valores estes adequados para forrageiras de

alta qualidade (MELO et al., 2008; HERRERA, 2003; MACHADO, 2006). Estes

teores são superiores aos do feno de alfafa, leguminosa de alto valor nutritivo

para os animais (MELO et al., 2008) e superiores aos teores encontrados em

várias forrageiras C4 utilizadas na produção animal, o que leva a inferir que a

mandioca apresenta características desejáveis para a alimentação animal na sua

forma também conservada (FERREIRA et al., 2007). Entretanto, não se sabe qual

sua influência na qualidade da carne de cordeiros, assim, o presente trabalho teve

como objetivo avaliar o efeito da parte aérea da mandioca na alimentação de

cordeiros pantaneiros sobre as características da carcaça e da carne.

28

3.2. MATERIAL E MÉTODOS

3.2.1. Local do experimento

O experimento foi realizado no Centro Tecnológico de Ovinos (CTO)

na Fazenda Escola Três Barras, da Universidade Anhanguera–Uniderp, com as

seguintes coordenadas geográficas: 29º 33’ 51,96” S e 54º 32’ 29,09” O, em

Campo Grande, estado de Mato Grosso do Sul, durante os meses de outubro,

novembro e Dezembro de 2011.

3.2.2. Descrição dos animais

Foram avaliados 23 cordeiros pantaneiros, com idade média de três

meses, divididos em dois grupos, um contendo 14 cordeiros confinados,

recebendo volumoso à base de feno da parte aérea de mandioca (PAM) e o outro

grupo controle de nove cordeiros, mantidos a pasto consumindo ração comercial.

3.2.3. Manejo

Os cordeiros do grupo PAM foram animais foram divididos, alojados

em baias num galpão com piso de solo-cimento, coberto de maravalha. A

alimentação foi fornecida ad libitum, duas vezes ao dia (às 8:30 horas e às 16:00

horas), em quantidades ajustadas periodicamente para que as sobras se

mantivessem entre 10% e 20% da quantidade fornecida. A dieta foi formulada

com a intenção de suprir as exigências nutricionais dos cordeiros para um ganho

de peso médio diário de 0,250 kg (NRC, 1985) em sistema de confinamento. O

valor nutricional da dieta foi estimado em 16% a 18% de proteína bruta (PB) e

70% de nutrientes digestíveis totais (NDT). Como substituto de concentrado,

utilizou-se toda a parte aérea de mandioca oriundas de plantações destinadas à

produção de farinha. Tais ramas foram coletadas a 10 cm do solo e, em seguida,

trituradas, juntamente com as folhas, em picadeira estacionária e secadas à

sombra por dois dias, para serem armazenadas na forma de feno dentro de

tambores de 200L.

Para os animais do grupo controle, que permaneceram a campo, a

dieta consistiu na proporção de 60% de alimento concentrado e 40% de volumoso

em matéria seca. Os ingredientes e os percentuais no concentrado são

apresentados na Tabela 1.

29

TABELA 1. Ingredientes do concentrado fornecido aos cordeiros controle durante o período de confinamento e respectivos percentuais.

Ingredientes (%)

Milho Moído 47,88

Farelo de Soja 32,92

Farelo de Trigo 15,00

Aditivo Probiótico (Biossaf@)* 0,10

Mistura Mineral** 2,00

Carbonato de Cálcio 2,00

Vitamina ADE*** 0,10

*Quantidade suprida por grama do produto: Saccharamycescerevisae1x10ufc. **Quantidade suprida por Kg de produto: Cálcio, 158g; Fósforo, 80g; Enxofre, 15g; Magnésio, 15g; Sódio, 128g; Cobalto, 49mg; Cobre 200mg; Ferro, 1000mg; Iodo, 80mg; Manganês, 1300mg; Selênio, 15mg; Zinco, 4200mg; Flúor, 800mg; ***Vit. A: 18.000.000 UI; Vit.D:2.800.000 UI; Vit.E: 12.000 UI.

3.2.4. Abate experimental

Os animais foram abatidos no Laboratório de Carcaças da Embrapa

Gado de Corte, seguindo os procedimentos preconizados pelo Regulamento de

Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA e

inspecionados pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM).

3.2.5. Identificação das carcaças

Após o abate, as carcaças foram identificadas e pesadas ao final da

linha de abate (Figura 1A) para determinação do peso carcaça quente (PCQ). Em

seguida levadas à câmara fria, onde foram mantidas por 24 horas à temperatura

de 5°C. Antes de serem resfriadas aferiu-se o pH inicial da carcaça através de

potenciômetro digital (Figura 1B).

30

Figura 1. Identificação das carcaças (A) e potenciômetro (B).

O pH final foi aferido com o mesmo instrumento e na mesma

carcaça, após o resfriamento por 24 horas a 5ºC (Figura 2). Após o resfriamento

foi feita a pesagem da carcaça fria (PCF), calculado o rendimento da carcaça

quente (RCQ= ) e o rendimento da carcaça fria (RCF= ).

Figura 2. Carcaças de cordeiros em processo de resfriamento. 3.2.6. Medidas obtidas na carcaça

As medidas morfométricas de carcaça foram realizadas conforme

metodologia descrita por Fisher e Boer (1994), obtendo-se as seguintes medidas:

A B

31

• Comprimento da carcaça (CC), borda cranial da sínfise ísquio-

pubiana até a borda cranial medial da primeira costela.

• Perímetro de perna (PP), medido na base mais larga do pernil.

• Comprimento de perna (CP), distância mais curta entre a borda

anterior da sínfise ísquio-pubiana e a porção média dos ossos do tarso.

• Espessura do coxão (EC) medida com o auxílio do compasso,

obtendo-se a distância entre as faces lateral e medial da porção superior do

coxão.

• Perímetro de tórax (PT), distância máxima entre o extremo e o

dorso da carcaça.

3.2.7. Avaliação por meio de escores: Textura, Marmoreio, Distribuição e

Conformação

Para estas avaliações, foi utilizada avaliação visual, conforme

Instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -

MAPA (2004) escala subjetiva onde:

• Textura, valores de 1 a 5, sendo: 1 muito grosseira e 5 muito fina;

• Marmorização, valores de 1 a 5, sendo: 1= inexistente e 5=

excessivo;

• Distribuição, valores de 1 á 3, sendo: 1= carcaça sem

acabamento; 2= carcaça com falhas no acabamento e 3= carcaça com gordura

uniformemente distribuída;

• Conformação: foi medida por meio de índices de 1 a 5,

considerando-a como um todo em relação à espessura de seus planos

musculares e adiposos, conferindo-se valor 1= para a conformação mais

deficiente e 5= para a excelente.

3.2.8. Espessura de gordura e área de olho de lombo (AOL)

Na carcaça foi realizado um corte transversal entre a 12ª e 13ª

vértebras torácicas, de maneira a expor o músculo Longissimus dorsi (Fig. 3A).

32

Mediu-se, com o auxílio de um paquímetro digital (Figura 3B), a espessura da

gordura de cobertura na posição cerca de ¾ do comprimento desse músculo a

partir da coluna vertebral, desenhando-se, em seguida, o perímetro do músculo

em papel vegetal (MAPA, 2004).

Figura 3. As setas evidenciam o músculo Longissimus dorsi (A); mensuração da espessura da gordura de cobertura com paquímetro digital (B).

3.2.9. Avaliação da Cor

Também no mesmo músculo Longissimus dorsi também foram

avaliadas a cor (valores de 1 a 5, sendo: 1= escura a 5= vermelha brilhante).

Também foram feitas avaliações objetivas de colorimetria, com um colorímetro

(Figura 4) Miniscan XE PLUS (Hunter Lab) com iluminante A, a 10º graus de

inclinação do feixe de luz e com calibração para os padrões preto e branco. As

medições foram realizadas após vinte minutos de exposição do músculo ao

oxigênio, sendo realizadas três leituras em pontos distintos do músculo.

O sistema de avaliação colorimétrico usado foi o CIELAB, no qual o

valor “L” indica a luminosidade, o valor “a” o teor de vermelho e o valor “b” o teor

de amarelo, conforme metodologia proposta por MULLER (1980).

A B

33

Figura 4. Análise colorimétrica colorímetro Miniscan XE PLUS (Hunter Lab).

3.2.10. Força de cisalhamento

Para essa análise utilizou-se o aparelho Warner-Bratzler meat shear

(Figura 5), foi utilizada a metodologia de MULLER (1980).

Figura 5. Aparelho Warner-Bratzler meat shear.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA

P<0,05) e as médias foram comparadas pelo teste T de student (P<0,05)

utilizando-se o procedimento GLM do programa estatístico SAS (SAS Institute,

1999).

34

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados bromatológicos da parte aérea da mandioca são

apresentados na Tabela 2.

TABELA 2. Valores bromatológicos médios do feno da parte aérea da rama de mandioca fornecido durante o período experimental.

Componentes (%)

Umidade 0,06

Matéria mineral 0,45

Matéria orgânica 99,5

Proteína bruta 10,5

FDN 72,70

FDA 52,27

Hemicelulose 15,43

Extrato etéreo 0,80

Carboidratos totais 88,25

Carboidratos não fibrosos 15,55

Digestibilidade in vitro da matéria seca 41,81

Digestibilidade in vitro da FDN 24,41

Digestibilidade in vitro da FDA 22,52

Digestibilidade in vitro da Hemicelulose 31,43

Digestibilidade in vitro da matéria orgânica 41,99

Digestibilidade in vitro da proteína bruta 38,12

FDN: fibra solúvel em detergente neutro; FDA: fibra solúvel em detergente ácido. Adaptado de Rodrigues (2012).

O valor nutricional da PAM é variável e depende de alguns fatores

agronômicos como idade de coleta e quantidade de folhas (REED et al., 1982).Na

EMBRAPA (1991) são apresentados os valores médios de proteína bruta, PAM

entre 3,26 e 29%, esta variação alta se justifica pelo fato que no referente estudo

foram avaliadas ramas oriundas de regiões com características de solo e idade de

plantio diferentes, deixando clara a importância da avaliação nutricional da rama

antes da produção do feno para se saber com que qualidade nutricional se poderá

trabalhar.

35

Sem dúvida, se o cultivo de mandioca for utilizado com a finalidade

principal de produção de folhas, o plantio deve ser diferenciado (RODRIGUES,

2012), podendo alcançar uma produção de folhas aos 17 meses de 22 a 32 t de

matéria seca/há. O que se traduziria em 4 a 5,7t de proteína/ha (MONTALDO e

MONTILLA, 1976). Assim, como o material utilizado se tratou de aproveitamento

de ramas oriundas de plantações específicas para a produção de farinha e não de

plantios específicos para o fornecimento de volumoso, observaram-se baixos

valores de digestibilidade no material utilizado (Tabela 2).

Os resultados referentes ao peso no abate (PA) peso de carcaça

quente (PCQ), peso de carcaça fria (PCF), rendimento de carcaça quente (RCQ),

rendimento de carcaça fria (RCF), são apresentados na Tabela 3.

TABELA 3. Médias e respectivos erros padrões de peso ao abate, rendimentos de carcaça e área de olho de lombo de cordeiros pantaneiros.

Variáveis

Grupos experimentais

Parte aérea de mandioca (n=14) Pasto (n=9)

PVA (Kg) 32,00 ± 0,33 46,50 ± 0,28*

PCQ (Kg) direita 7,91 ± 0,52 11,99 ± 0,49*

PCF (Kg) direita 7,94 ± 0,51 11,94 ± 0,51*

RCQ (%) direita 24,72 25,78

RCF (%) direita 24,81 25,67

AOL (cm) 8,52 ± 1,85 11,33 ± 0,43*

*Difere significativamente (P<0,05; Teste T não paramétrico). PVA – peso vivo ao abate; PCQ – peso carcaça quente; PCQ. – peso carcaça quente; PCF – peso carcaça fria; RCQ – rendimento carcaça quente; RCF – rendimento carcaça fria; AOL – área de olho-de-lombo.

Observou-se que os cordeiros que consumiram a PAM (Manihot

esculenta Crantz) apresentaram pesos de abate inferiores (P<0,05) aos da parte

aérea da mandioca sobre cordeiros criados a campo, refletindo a ineficiência da

PAM sobre o ganho de peso apresentado. Entretanto, essa ineficiência de ganho

de peso não interferiu exatamente no rendimento de carcaça, uma vez que os

cordeiros mais leves apresentaram maiores rendimentos que os apresentados

pelos cordeiros criados a campo. Os valores encontrados neste estudo para

rendimento de carcaça quente ficaram abaixo dos encontrados por Marques

(2012), que obtiveram RCQ de 45,5% para cordeiros da raça Santa Inês,

36

alimentados com parte aérea da mandioca com idade similar á dos animais deste

estudo.

Apesar das diferenças entre os grupos, os valores de rendimento de

carcaça desses cordeiros são maiores que os apresentados pelos cordeiros de

outras raças. De maneira geral, a carcaça de ovinos pode representar de 40% a

50% do peso vivo (SANTOS, 2002). O rendimento de carcaça está diretamente

relacionado à produção de carne que pode variar de acordo com fatores

intrínsecos e/ou extrínsecos aos animais, como a base genética, o sexo, o peso e

a idade do cordeiro, alimentação, tipo de jejum e transporte (SAÑUDO e SIERRA,

1993; SAÑUDO et al., 1994 e OSORIO et al., 1996). Em relação à raça, é bem

conhecido que os animais de base genética especializada para a produção de

carne apresentam rendimentos de carcaça superiores (OSIKOWSKI e BORYS,

1976; BONIFACINO et al.,1979; FIGUEIRÓ, 1979; OSORIO et al., 1991).

Em vista desses resultados, os rendimentos de carcaça

apresentados pelos cordeiros pantaneiros, independentemente do tratamento,

revelam o potencial de produção de carne desse grupo genético, corroborando os

achados de Pinto (2009) que sugere que esses resultados justificam a ampliação

de criações de ovinos pantaneiros.

Das características avaliadas na secção transversal da carcaça,

observadas no músculo Longissimus dorsi, apenas a área de olho-de-lombo

apresentou significativa diferença (P<0,05). Os cordeiros provenientes do grupo

que recebeu a parte aérea da mandioca apresentaram menor área de olho do que

os animais a pasto revelando que a dieta utilizada não foi eficiente para o

desempenho de ganho de peso.

A AOL está positivamente correlacionada (r= 0,77; P<0,05) com o

peso da carcaça quente e o peso da carcaça fria (r= 0,76; P<0,05). O peso de

carcaça fria (PCF) é um índice que demonstra o grau de acabamento do animal, a

qualidade do resfriamento, em que a carcaça foi submetida e o rendimento dos

cortes parâmetros importantes, tanto para os frigoríficos quanto, para os

consumidores.

Segundo Martins (1997), a perda no resfriamento da carcaça indica

o percentual de peso que é perdido durante o resfriamento da mesma, em função

de alguns fatores, como perda de umidade e reações químicas que ocorrem no

37

músculo. Assim, quanto menor for esse percentual maior é a probabilidade de a

carcaça ter sido manejada e armazenada de modo adequado.

Não houve interações significativas (P>0,05) para os parâmetros

textura (3,34 ± 0,56), marmoreio (2,17 ± 0,37), força de cisalhamento (7,03 ± 1,94)

e conformação (3,78 ± 1,46). O mesmo foi observado anteriormente quando se

estudaram as raças Merino, Texel, Oxford e Suffolk (BRAY et al., 1989),

mostrando que os ovinos pantaneiros corroboram tais achados. Além disso, a

comparação desses parâmetros entre os grupos experimentais revelou não haver

diferença significativa (P>0,05), conforme apresentado na Tabela 4.

Quando comparado com os animais do grupo controle, a parte aérea

da mandioca revelou não ter sido eficiente para acúmulo de gordura durante o

experimento. Entretanto, os valores de EGSU do presente trabalho foram maiores

que os observados anteriormente para o mesmo grupo genético por Pinto (2009)

que encontrou o valor de 3,29 ± 0,44 em cordeiros consumindo ração de engorda.

A EGSU está relacionada a fatores genéticos e também à duração do período de

alimentação ou de confinamento (SILVA SOBRINHO et al., 2005).

A presença de cobertura de gordura na carcaça é de fundamental

importância para evitar escurecimento, desidratação e endurecimento da carne

durante o resfriamento (CARTAXO et al., 2011). Segundo Cezar e Souza (2006) o

tecido adiposo subcutâneo nos ovinos deslanados tropicais e nos cabritos é

pouco desenvolvido, sendo quase todo ele depositado nas cavidades corporais,

evidenciando, desta forma, que cordeiros com maior espessura de gordura

subcutânea ganham menos peso, porém, são mais precoces no acabamento de

carcaça.

A espessura de gordura tem gerado discussões em relação à

maciez da carne. Autores mais antigos como Joubert (1956) relataram a

associação de carnes mais macias com as carcaças com maior espessura de

gordura subcutânea, enquanto que Solomon et al., (1986) observaram

exatamente o contrário. Entretanto, Silva Sobrinho et al., (2005) relataram que o

grau de acabamento da carcaça não tem influência sobre a maciez da carne.

Assim, Pinto (2009) sugeriu que mais estudos nesse assunto deveriam ser

realizados, pois tudo parece indicar que o genótipo é o efeito mais importante na

maciez da carne do que a espessura de gordura subcutânea. Além disso, o

observado no presente trabalho permite corroborar o sugerido por Pinto (2009) de

38

que os cordeiros pantaneiros apresentam características muito boas para a

exploração comercial, mesmo sem ter havido um processo de seleção genética

para produção de carne desses animais.

TABELA 4. Valores médios de variáveis de qualidade de carne de cordeiros pantaneiros.

Variáveis

Grupos experimentais

Parte aérea de

mandioca Pasto

Comprimento de perna 36,58 ± 2,89 36,39 ± 0,82

Espessura do coxão 15,92 ± 1,51 16,90 ± 1,27

pH 5,35 ± 0,21 5,22 ± 2,50

Temperatura 10,49 ± 2,48 10,63 ± 2,50

Cor 3,30 ± 0,65 3,44 ± 0,53

Marmoreio 2,07 ± 0,07 2,33 ± 0,17

Força de cisalhamento 7,03 ± 1,94 5,64 ± 0,84

Textura 3,34 ± 0,56 3,44 ± 0,53

Conformação 3,78 ± 1,46 4,22 ± 1,48

Distribuição de gordura 1,28 ± 0,55 1,78 ± 0,15

Espessura de gordura 0,47 ± 0,29 0,62 ± 0,45*

*Difere significativamente (P<0,05; teste T não paramétrico).

Em relação à medida objetiva de maciez, obtida pela força de

cisalhamento, os valores encontrados na carne dos ovinos estudados foram

maiores que os resultados relatados na literatura para as raças Santa Inês (4,64),

Texel (3,18) e Ile de France (3,30), conforme observado por Lage et al., (2009) e

Grazziotin (2001). Quanto maior a força de cisalhamento menor a maciez da

carne (BOUTON et al., 1971) a qual é devida a diferentes fatores como a

genética, a idade e fatores ambientais como o sistema de produção. No caso dos

cordeiros alimentados com a parte aérea de mandioca, fica evidente que a

alimentação influenciou nesse parâmetro quando se compara com os valores dos

cordeiros pertencentes ao grupo controle.

Os valores constatados para a conformação apresentaram-se, sob o

ponto de vista estatístico, não significante para (P>0,05), comparando com os

39

animais estudados por (SIQUEIRA, 2000) os Pantaneiros, tiveram valores

superiores para os da raça Ile de Françe (2,92±0,43) e Corriedale (2,68±0,23)

terminados em confinamento. A conformação está fundamentalmente influenciada

pela base genética, sendo que as raças bem conformadas, de clara aptidão para

a produção de carne, transmitem à sua descendência boa morfologia (forma e

estrutura), enquanto as raças rústicas apresentam, em geral, carcaças estreitas

(SAÑUDO e SIERRA, 1993), considerando como um todo, e levando-se em

consideração as diferentes regiões anatômicas (perna, garupa, lombos) e a

espessura de seus planos musculares e adiposos.

A gordura entremeada nas fibras musculares (marmoreio) causa

menor coesão entre o tecido conjuntivo com os elementos da fibra muscular na

qual está depositada, o que explicaria a maior maciez da carne de cordeiros mais

jovens (ROTA et al., 2006), além de afetar o sabor e a suculência (SUGUISAWA

et al., 2008). O marmoreio observado por Pinto (2009) para cordeiros pantaneiros

foi de 3,16 ± 0,68, possivelmente maior que o do presente trabalho, mas dentro

de valores aceitáveis como comparação dentro do mesmo grupo genético,

revelando que essa característica de fato, pertence ao grupo genético pantaneiro.

Os cordeiros pertencentes ao grupo que consumiu a parte aérea da

mandioca apresentaram índices de avaliação de carcaça abaixo do esperado,

quando comparados com os valores dos cordeiros do grupo controle. No

momento do abate, os animais não apresentaram acabamento uniforme,

características que podem ser explicadas pelo tipo de alimentação fornecida, em

que a parte aérea de mandioca utilizada foi determinante para o ganho de peso

ineficiente. Essa parte aérea utilizada foi proveniente de plantações comerciais

onde se exploravam a mandioca para a produção de fécula, portanto, a idade das

plantas, além da variedade, pode ser determinante ao fornecer ramas mais

fibrosas e com menor valor nutritivo como observado por (RODRIGUES, 2012).

3.4. CONCLUSÃO

A suplementação com as ramas de mandioca não foi eficiente para

aumento de produção de carne, entretanto não foi determinante para a alteração

das características de qualidade de carne de forma geral.

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