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I UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU’’ ANALISANDO A ADAPTAÇÃO ESCOLAR : AÇÃO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA Por: Carolina Barros Buarque Morales Tutor ou Orientador Professor Ms. Marcos A Larosa Rio de Janeiro 2001

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I

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU’’

ANALISANDO A ADAPTAÇÃO ESCOLAR :

AÇÃO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA

Por: Carolina Barros Buarque Morales

Tutor ou Orientador

Professor Ms. Marcos A Larosa

Rio de Janeiro

2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

ANALISANDO A ADAPTAÇÃO ESCOLAR:

AÇÃO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Supervisão Escolar.

Por: Carolina Barros Buarque Morales

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III

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a todos aqueles que comigo

dividiram os momentos de desenvolvimento

desta monografia.

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IV

DEDICATÓRIA

Aos meus pais por tudo que são, ao meu irmão

por ser o meu lado e ao Juan por ser presente.

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V

RESUMO

Nesta monografia o tema trabalhado é a Adaptação Escolar.

Este assunto foi escolhido mediante a grande dificuldade que o ser

humano tem em se adaptar.

O trabalho aborda a problemática da adaptação escolar na Educação

Infantil e o papel da família, criança, professores e supervisores neste momento.

Para o desenvolvimento de questões e soluções, foi feito um estudo

social, histórico e psicológico sobre as problemáticas que norteiam o processo da

adaptação escolar.

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VI

METODOLOGIA

Este trabalho está fundamentado em estudos bibliográficos. Ele foi

desenvolvido através de consultas em livros que abordaram o assunto “Adaptação

Escolar”.

A observação do tema estudado será realizada pelo estágio de observação

que possibilitará perceber o posicionamento do professor, pais, crianças e equipe

técnico-pedagógico diante desta questão.

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VII

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

CAPÍTULO II 17

CAPÍTULO III 23

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 41

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

ANEXOS 44

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VIII

INTRODUÇÃO

A adaptação escolar da criança é um período no qual emerge uma gama

de emoções e sentimentos nos país, alunos e professores, visto que o medo de conhecer

o novo e de lidar com a separação gera angústias e inseguranças em quase todos os

indivíduos.

Sob tal ótica, o período de adaptação escolar é considerado complexo,

pois, envolve aluno, pais e professores, em questões de natureza psicológica e/ou

educacional, evidenciando grau de insatisfação em diferentes níveis da parte dos

envolvidos. Essa problemática foi o que motivou o presente estudo sobre a Adaptação

Escolar nas escolas de educação infantil.

A educação escolar não tem formas ou regras específicas, mas deve ser

desenvolvida e acompanhada por profissionais que saibam do valor e significado deste

momento, respeitando todos os envolvidos, tendo bom senso do diagnosticar os motivos

que possam levar a uma boa adaptação. Vale também lembrar que trabalhos e/ou

atividades nesta fase devem ser propiciados para que se estimulem as capacidades da

criança dando-lhe segurança e confiança. Essas são maneiras de fazer com que

percebam o quanto são capazes.

A adaptação é um momento novo e difícil. Mas nos tornamos sempre

mais confiantes do seu valor quando olhamos para o rosto de uma criança, a vemos

sorrindo e temos a certeza de que somos parte daquela felicidade que remete ao olhar e

a escuta de toda a equipe pedagógica e principalmente da supervisao escolar.

Para o desenvolvimento deste trabalho foram traçados os seguintes objetivos:

– Identificar as questões que envolvam o processo de adaptação;

– Analisar as relações envolvidas neste processo;

– Analisar o valor do processo da adaptação infantil para o

desenvolvimento da criança.

Tendo como base tais objetivos foram elaboradas as seguintes questões:

– Como desvelar as questões que norteiam o processo da adaptação?

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IX

– Quais as relações emergentes no período da Educação Infantil no

processo de desenvolvimento?

– Qual o valor da adaptação infantil?

O trabalho foi organizado da seguinte forma:

No capítulo 1 foi desenvolvido um estudo sobre a família, sua

construção, seu valor e seu papel na adaptação escolar.

No capítulo 2 foram abordados os papéis que a escola e o professor têm

na sociedade e no processo de adaptação escolar.

No capítulo 3 enfoca-se a criança, estudando-se seu papel histórico-

social, seu desenvolvimento e seu processo na adaptação escolar.

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XI

CAPÍTULO I

A FAMÍLIA E O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DA

CRIANÇA

1.1 – A FAMÍLIA

A família, segundo Holanda (1975) é definida como: “Pessoas

aparentadas que vivem em geral na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os

filhos”. (pág. 609)

Sua organização dependerá portanto das características sócio-econômicas

culturais e políticas envolvidas, variando com o tipo de casamento (origem).

Reconhece-se na família um dos fundamentos da sociedade.

No Brasil, em geral, está ligada aos costumes importados e a tradição

cristã. Apesar das variações inter-regionais e mesmo regionais (é o caso da cidade do

Rio de Janeiro, por exemplo) que constituem fatores intervenientes na formação

familiar, pode-se, sobretudo para a classe média urbana, identificar os dois paradigmas

de organização que são (a) a família hierárquica (até a década de 60) e (b) a família

igualitária (após a década de 60).

Na “família hierárquica” há posições bem definidas enquanto que na

família igualitária não há distinções formais e melhor aparecem as características

individuais. Percorre-se e mesmo no mundo atual globalizado uma passagem, sem

exclusão dos extremos, de um modelo ao outro. É claro que na origem estão as

modificações de comportamento das pessoas que passavam a considerar que as

individualidades devem (se possível) optar, escolher e construir seus estilos de vida e

relacionamento.

Nessa linha de raciocínio Winnicott afirma que

“não há nada de novo em afirmar que a família é um

dado essencial de nossa civilização. O modo pelo qual

organizamos nossas famílias demonstra na prática o que é

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a nossa cultura, assim como uma imagem do rosto é

suficiente para retratar o indivíduo. A família nunca deixa

de ser importante ...” (Winnicott, p. 59).

1.2 – A CONSTRUÇÃO DA FAMÍLIA

A criança surge na família como uma perpetuação, um elo com as

gerações futuras. Ela tem um papel fundamental na recriação da família e é a

materialização das perspectivas de vida dos pais constituindo um novo desafio de

educar, criar e integrar esta criança na sociedade de maneira feliz. Na superação deste

desafio os pais crescem e fortalecem seus vínculos afetivos e familiares dando portanto

maior sentido a existência e significado familiar.

Winnicott (op. cit.) nos diz que “a criança não pode

produzir essa família em um passe de mágica – isto é, sem

os pais ou o desejo dos pais, que se forma a partir do

relacionamento do casal. Não bastante, cada bebê e cada

criança cria a família. É certo que a geração da família

cabe aos pais, mas eles carecem de algo que é fornecido

por cada bebê e criança – algo a que chamo de criação de

cada criança individual. Sem isso os pais desanimam, e

apenas terão um enquadre familiar desocupado. (...) a

força deste grupo advém do fato de ser um ponto de

encontro de forças que se originam do relacionamento do

pai e da mãe e forças que derivam dos fatores inatos

ligados aos crescimento de cada criança” (...) (op. cit., p.

72).

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1.3 – O VALOR DA FAMÍLIA

A iniciação da criança de forma plena e harmônica com os grupos sociais

constitui um ritual de passagem que, para ser realizado com êxito necessita de um bom

nível de alto-confiança e auto-estima da família e da própria criança. Esta última

adquirirá estas qualidades no seio familiar.

Para que haja uma boa adaptação desta criança nas suas relações sociais é

preciso haver confiança no amor que sua família lhe dedica e segurança dos pais que

esta transferência foi efetiva e real a ponto de não haver culpas nos desligamentos

necessários futuros.

Segundo Winnicott (op. cit.) “a família em seu próprio

crescimento, e a pequena criança experimenta mudanças

que advêm da gradual expansão e das tribos familiares. A

família protege a criança do mundo, este, porém, aos

poucos vai se introduzindo: as tias e tios, os vizinhos, os

primeiros grupinhos de crianças e por fim a escola. Esta

introdução gradual do ambiente externo é a melhor

maneira de levar a criança a entrar em bons termos com o

mundo mais vasto, e segue o modo exato, o padrão pelo

qual esta mãe apresenta à criança a realidade externa”.

(p. 60)

O inter-relacionamento das famílias com os grupos sociais a que ela

pertence refletirá no desenvolvimento dos filhos.

Esta troca é tanto mais abrangente quanto maior for a amplitude deste

relacionamento sócio-extra-familiar.

A materialização deste alcance através de círculos concêntricos centrados

no pai e na mãe fornece uma boa imagem de como esta influência afetará esta família

constituída e seus filhos.

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XIV

Podemos embasar o dito acima em Winnicott quando nos

diz que “a existência da família e a preservação de uma

atmosfera familiar resultam do relacionamento entre os

pais no quadro do contexto social em que vivem.

A contribuição que os pais podem dar a família que estão

construindo depende em grande medida de seu

relacionamento geral com o círculo mais amplo que

envolve, ou seja seu contexto social imediato. Pode-se

usar aqui a imagem de círculos concêntricos cada vez

mais largos: cada grupo social depende, para ser o que é,

ou seu relacionamento com um grupo social mais vasto”

(p. 61).

1.4 – A FAMÍLIA EM ADAPTAÇÃO

A apresentação da criança ao novo grupo social – escola – é interferida

diretamente pelo posicionamento da família na qual se integra.

A família deve estar segura e confiante para que seja transmitido a

criança a certeza de que ela não precisa estar com a mãe ou outro membro de sua

família para se sentir protegida e amada.

A posição da família e a certeza que ela está internalizada dentro desta

criança é requisito básico para que não haja culpas e a família permita e aceite a

integração da criança ao novo grupo, descentralizando assim a total responsabilidade de

formação e troca.

“A maneira como a família em especial a mãe vê a

entrada do filho pequeno na escola exerce uma influência

marcante sobre a reação da criança.

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XV

A relação muito intensa existente entre eles determinará

que muitas das emoções da mãe nesse momento serão

percebidas e expressas no comportamento da criança”

(Vitória, 1993, p. 57).

Todo o processo de adaptação é fundamental ao início ao novo ser, a

criança, com dimensão social ampliada que, sem solução de continuidade participará de

novas experiências e descobertas fundamentais ao entendimento do gruo, com reflexo

ao seu auto-atendimento e seu desenvolvimento futuro equilibrado e saudável. Tudo

isso refletirá indiretamente na satisfação familiar e no enriquecimento do conjunto,

ponto de partida para novas experiências em patamares mais elevados.

“... Os pais podem ter vários tipos de emoção quando

trazem seus filhos para a escola pela primeira vez. Não é

possível compreender o sentimento da criança sem avaliar

simultaneamente os sentimentos dos pais. O ingresso na

escola é um acontecimento significativo para ambos.”

(Balaban, 1988, p. 17).

O período de adaptação, da família e da criança, deve ser trabalhada de

maneira não traumática para que a adaptação ocorra e não passe de um período de

transição.

Ao descreverem seus sentimentos quando acompanharam seus filhos a

escola, os pais usaram palavras como “nervoso”, “ansioso”, “triste”, “preocupado”,

“apreensivo”, “tenso“ e “estranho”. (Balaban, 1988, p. 20).

Através dessas palavras vemos como a família também está sensível.

Neste momento os sentimentos de perda, culpa, necessidade e medo confundem-se aos

sentimentos de desejo de ver a felicidade da criança, que ela se integre ao novo grupo

social e que seja aceita. É fundamental que as expectativas e ansiedades da família

sejam elaboradas caso contrário a adaptação não ocorrerá nem por parte da família nem

por parte da criança.

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XVI

O início da vida escolar provoca diversos sentimentos nos pais.

Pode-se perceber o quanto esta frase é real ao analisarmos todo o

processo de adaptação que ocorre com a família e a criança durante os primeiros passos

de sua integração com o novo grupo social.

Entende-se que família e escola e criança devem tornar-se um grande

time para que a família e a criança, principal motivo desta junção, possam vivenciar um

contínuo processo de adaptação.

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CAPÍTULO II

ESCOLA, PROFESSOR E A ADAPTAÇÃO ESCOLAR

2.1 – PAPÉIS SOCIAIS QUE ESCOLA E PROFESSOR REPRESENTAM

Conciliar é uma das grandes atribuições da educação. Buscar o equilíbrio

entre os valores fundamentais do aprendizado e o natural prazer do temperamento

lúdico e livre da criança é arte. Pode-se considerar que a educação traduz condução, e

nesse sentido uma dose de contrariedade aos impulsos naturais infantis. A crença na

imagem do professor deve se materializar em condução harmoniosa entre o ser humano

que se pretende socializar e adaptar, sua natureza íntima e os valores que resultarão

benefícios ao seu desenvolvimento e integração no tecido social.

Melman citado por Grossi (1992), acredita que, a criança tem o professor

como um grande referencial e este deve participar do processo de adaptação,

desenvolvimento e construção da criança, como um facilitador em sua troca com o outro

e com o mundo.

“... Importa-se muito mais que os professores, em que se espera as

crianças acreditem, não sejam a imagem social da privação...” (Melman, op. cit., p. 36).

Coragem moral, é um dos maiores predicados do ser humano. Uma de

suas facetas aparece na oportunidade de assumir mudanças, o que é essencial ao

exercício de construção e adaptação e conseqüente desenvolvimento da criativ(idade).

Ter novas idéias, ter desejos, assumindo-os para que dentro do processo contínuo, de

renovação resulte o desenvolvimento do ser.

Aprende-se com e no passado, mas boa parte da atenção deve estar

dedicada ao porte, gesto e olhar do presente, pois esses são sinais de mudanças.

Sensibilidade para perceber esses sinais significa dar suporte ao desenvolvimento do

ser, sobretudo das crianças, conservando sua harmonia interior.

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XIX

Goleman (1995) nos questiona sobre o que temos para desenvolver e

como atuar nos dias atuais quando pergunta: “Se tudo já foi realizado no passado o que

hoje faremos para prosseguirmos?’’

Trata-se de uma falácia perniciosa ao desenvolvimento do ser. Por

melhor que seja o passado nada impede que o presente o supere. Aliás, o presente tem

tudo para superar o passado na medida que os desafios atuais são bem superiores. Resta

ao ser humano desenvolver, e isso se faz desde criança, o gosto (e que seja lúdico se

possível) por enfrentar situações novas por mais conflituosas que possam parecer.

É com esta postura que, sem solução de continuidade, haverá mutíssimo

de bom a ser realizado no futuro. Bee (1997) nos afirma que a educação preenche o

todo, pois vai do necessário ao impossível, sendo assim, torna-se fundamental para toda

estrutura social.

Esta questão é muito importante na medida que a educação deve estar

dirigida ao futuro. E nos dias atuais avulta importância pela dificuldade de

entendimento das mudanças que ocorrem, grande parte delas sem alcançar seu

amadurecimento, sua conclusão.

Então como educar para o futuro se não se entende o que é presente. Se

os problemas atuais são, por muitas vezes, os de passado não muito recente para os

quais não se encontraram soluções.

É fundamental que os educadores estejam conscientes dessas

dificuldades cuja superação, em grande parte, está em suas mãos, não há outros tão

habilitados e oportunas na medida que trabalham com o ser em formação.

2.2 – O PROFESSOR, A ESCOLA, NO MOMENTO DE ADAPTAÇÃO ESCOLAR

No momento da adaptação a ansiedade dentro da relação entre família,

professor e criança é muito grande. Para isso o professor deve se sentir seguro e capaz

para junto a essa criança e sua família vivenciem este momento especial.

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XX

Para diminuir as ansiedades e buscar o vínculo com a criança, o professor

deve propor e explorar através de situações lúdicas uma gama de conteúdos

significativos que ajudam a criança a trabalhar alguns conflitos próprios do período de

adaptação.

Neste período é fundamental que a criança vivencie experiências que lhe

permitam sua livre ação e expressão que lhe possibilitarão a vivência de novas e

atraentes experiências.

Assim “O professor tem oportunidade de atender não só os aspectos

emocionais e sociais, como também os aspectos cognitivos, psicomotores e culturais

igualmente presentes na experiência do processo de adaptação ao meio escolar”.

Henriques (Fernandes, 1990, p. 29)

O professor é um agente nesta nova experiência que a criança está

vivenciando. Conhecer um novo grupo social – a escola. Ele tem que ser sensível para

captar e transmitir através do olhar, do toque e de sua fala as emoções que a criança

deseja passar e as emoções que deseja receber, para que se sinta mais confiante gerando

vínculos e consequentemente a adaptação ao novo grupo.

“Somos movidos pelo desejo de crescer, de aprender e nós, educadores,

também de ensinar.’’

Instrumento importante na vida do ensinar, do educar do educador é o ver

(observação) o escutar e o falar.

Observar o outro e a si próprio significa estar atento, buscando o

significado do desejo, acompanhar o ritmo do outro buscando sintonia com este. A

observação faz parte da aprendizagem, é uma ação altamente movida e reflexiva.

Ver é buscar: tentar, compreender, ler desejos.

(...) Escutar envolve perceber o ponto de vista do outros

(...) para a compreensão do seu desejo.

(...) é na fala do educador, no ensinar (...), expressão do

seu desejo casado com o desejado (...) educando, que ele

tece seu ensinar.

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XXI

Ensinar e aprender são movidos pela paixão”.

Madalena Freire (Grossi, 1992, p. 11)

Para que todo o processo que se inicia pela adaptação da criança,

envolvendo o aprender, possa ocorrer é preciso que o educador desperte o desejo e a

curiosidade para o aprender.

Como “Diz Sara Pain citado por Fernandes, 1990:

“A função da educação pode ser alienante ou libertadora,

dependendo de como for usada, quer dizer, a educação

como tal não é culpada de uma coisa ou de outra, mas a

forma como se entende esta educação pode ter um efeito

alienante ou libertador” (p. 82).

A educação deve libertar, fazer brilhar. Construir nas crianças estruturas

que os façam sentirem-se seguros e capazes. Ajudá-los a terem “asas” para que voem,

despertem emoções e curiosidades. Ajudar para que mesmo sem a certeza do acerto e

nem com o medo do erro tentem com ousadia.

Mas, para que a criança leve consigo este perfil, com características

fortes e marcantes é necessário e fundamental que o seu processo de construção e

socialização tenha base, e esta base é a adaptação. Adaptação que tenha despertado a

segurança, permitindo a troca que gera o aprendizado e se sinta livre para tentar

vivenciar outros aprendizados.

F. Dolto (citado por Fernandes, 1990) diz que “É necessário dizer que a

adaptação escolar é agora, salvo raras exceções um sintoma importante de neurose”. (p.

88).

Não podemos permitir que a adaptação seja considerada ou se torne um

sintoma de neurose. Adaptar-se ao novo significa momento de mudança. Mudar pode

gerar o medo e a insegurança mas também pode estimular o desafio e o crescimento.

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XXII

O papel do professor é estabelecer o que deseja para aquele momento de

adaptação. Por mais difícil que possa ser, por maior complexidade que possa haver

devemos ter metas e nos empenharmos para que sejam atingidas.

Para que obtenhamos sucesso neste momento de adaptação não podemos

deixar de nos atentar à dois objetivos, entre muitos outros, a serem alcançados.

1) Adaptar de maneira feliz cada criança.

2) E para isso ser flexível, ter uma visão doce e determinada e ser ágil

para alcançar e descobrir junto e na criança os mecanismos que ajudaram que a

adaptação seja uma conquista, um despertar.

Neste momento a criança está se abrindo ou não ao mundo, ao novo e por

isso o professor deve saber que é necessário muita sensibilidade para adaptar uma

criança sem neuroses.

O professor deve estar muito bem preparado para receber a criança na

escola e saber que ela não vem só. Como nos diz Berenstein, citado por Fernandes

(1990) “Não há segredo de um só. O segredo age tanto na mente de quem o comunica

como de quem o recebe”. (p. 82)

Toda a formação desta criança, no seu primeiro momento de socialização

e desenvolvimento está vinculada direta e unicamente a sua família. Ao chegar a escola

ela, a criança, traz consigo toda a sua bagagem que pode ajudá-la ou não dentro do seu

novo momento de adaptação e formação de seus novos vínculos sociais.

O professor tem o papel de fazer a leitura dos “segredos” desta criança (e

de sua família) e trabalhá-los para que a adaptação ocorra de uma maneira natural.

Buscando que esta criança se sinta segura e aberta à troca, permitindo-se inserir ao

grupo gerará assim uma feliz adaptação.

Adaptar é uma arte que requer sapiência e sabedoria pois em cada ato é

uma pincelada. A cada momento vamos pintando nosso quadro até que um dia ele está

pronto e nem sempre percebemos no exato momento em que acontece. Quando

percebemos seu brilho clareando nossa sala percebemos a imensidade de sua luz.

A adaptação é um momento de criação. Criem sempre!!

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XXIV

CAPÍTULO III

A CRIANÇA

3.1 – A CRIANÇA

“Se os filhos vivem com medo,

aprenderão a ser apreensivos

Se os filhos vivem com piedade,

aprenderão a sentir pena de si mesmo.

Se os filhos vivem com o ridículo

aprenderão a ser tímidos.

Se os filhos vivem com vergonha,

aprenderão a se sentir culpados.

Se os filhos vivem com estímulo

aprenderão a ser confiantes.

Se os filhos vivem com aceitação

aprenderão a ver amor no mundo.

Se os filhos vivem com segurança,

aprenderão a ter fé em si mesmos e

naqueles a seu redor.

Se os filhos vivem com serenidade,

aprenderão a ter paz de espírito.

Com que estão vivendo seus filhos?

(Canfield, 1995, p. 87)

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Falar de criança é falar de ternura, amor, renascimento, esperança,

renovação, mas significa também agitação, conflito, preocupação e frustração. A criança

é como uma semente que plantada e bem cuidada, em meio à dinâmica familiar e

escolar pode germinar e desenvolver dando lindas flores e bons frutos ou, ao contrário,

pode ter problemas em seu processo de desenvolvimento.

Se a criança é amada estimulada criada em um ambiente de compreensão

e carinho elas possivelmente serão adultos corajosos, fortes, produtivos, criativos, de

bem com a vida e com a sociedade.

É importante deixar bem claro dois itens: 1) Os pais muitas vezes não

sabem ou não podem oferecer estes estímulos pois não tem construído dentro dele estes

valores de amor e coragem. 2) Existem pais que não oferecem estes estímulos por não

perceberem seus valores, são pais muitas vezes egoístas e ausentes.

As relações familiares desequilibradas podem ser geradas não só pela

ausência mas também pelo excesso de amor, preocupação e posse.

As famílias ausentes geram grandes conseqüências pois causam

instabilidade emocional que desestrutura a formação psíquica da criança mas também, o

amor em exagero e a cobrança excessiva deste amor pode acarretar danos irreversíveis

ao sujeito. Estes danos refletirão principalmente e diretamente nos momentos onde a

família é desafiada a trabalhar com o novo, com a temporária separação, como ocorre

no processo de adaptação. Gerando uma série de sentimentos onde a criança não

consegue trabalhar por não ter certeza do amor de sua família, nem confiança do retorno

quando lhe dizem — “Mais tarde eu volto, tá?!”

3.2 – A CRIANÇA E SEU PAPEL NA HISTÓRIA DA SOCIEDADE

“... No decorrer da história, a criança tem ocupado

diferentes posições nas expectativas dos pais e perante a

sociedade.

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XXVI

No século XIII as crianças são representadas na arte

como adultos em miniatura e somente mais tarde ganha

traços infantis e angelicais.” (Rappaport, 1981, p. 54).

O cristianismo trás como ideal que: “as crianças são o que os adultos

deveriam ser para conquistar a graça divina. Profecia de um reinado que detona talvez o

primeiro extermínio de crianças (...)”. (Rappaport, op. cit., p. 56).

Percebemos que com o passar dos tempos o papel que a criança ocupa na

sociedade e o papel que exerce para sua família vai se modificando percebemos a

criança tendo um lugar só seu por volta do século XIX onde passa a “reinar” a infância

tem um grande valor onde sua ascensão fica em primeiríssimo plano.

No decorrer do século XIX a criança torna-se o centro da família e nela

será depositada a preocupação com as perspectivas financeiras como os estudos e,

heranças que podem por outro lado, beneficiar financeiramente o futuro da criança.

A formação social e emocional da criança começa a ser vista com um

maior interesse a partir do século XX onde a família começa a investir mais nestes

aspectos.

Os pais começam a perceber que a educação de seus filhos não está mais

só sobe o olhar familiar.

Os castigos devido a maus comportamentos na escola vem sendo

questionados tanto pela família quanto pelo governo.

A pedagogia mais severa “vem sendo substituída por

posições mais liberais favoráveis a uma interiorização das

normas disciplinares, há uma questão de base; a infância

representa uma força rebelde que deve ser domada à

força e que a dureza da vida deve ser aprendida. Em

contra-posição, em nosso século encontramos movimentos

que acreditam que nenhuma atividade expontânea da

criança deveria ser limitada para não deformar-lhe a

personalidade!

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XXVII

A infância torna-se no nosso século o centro das atenções

e é promovida à idade fundadora da vida, objeto dos mais

variados discursos e observações”. (Rappaport, 1981, p.

57)

Com o passar dos séculos através da história percebe-se a transformação,

do papel social da criança.

Após muitas mudanças hoje a criança é vista como a base para a

formação de todos os pilares da sociedade. Para que esses pilares sejam fortes e

concretos essas crianças devem estar seguras e adaptadas ao seu meio e as pessoas que a

cercam. Segundo Rappaport (op. cit.) “O modo como tratamos as crianças e somos

tratados por elas depende do lugar que elas e nós ocupamos no discurso social” (p. 54).

É fundamental que tudo que é cobrado dessas crianças façam parte não

só de um belo discurso social, mas também do nosso posicionamento e comportamento

e das atitudes que a sociedade apresenta. Pois, não podemos cobrar de alguma,

principalmente de uma criança aquilo que ela desconhece ou não vê como verdadeiro.

3.3 – O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Toda criança é semelhante a inúmeras outras em alguns aspectos e

singulares em outros. Irá se desenvolver ao longo da vida

“...como resultado de uma evolução extremamente

complexa que combinou, pelo menos, três percursos: a

evolução biológica, desde os primatas até o ser humano, a

evolução histórico-cultural, que resultou na progressiva

transformação do homem primitivo ao ser

contemporâneo, e o desenvolvimento individual de uma

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XXVIII

personalidade específica (ontogenese), pela qual

atravessa inúmeros estágios, de bebê a vida adulta”

(Antunes, citado por Balaban, 1998, p. 23).

As crianças adaptam-se e participam de suas culturas de maneiras

complexas nos mostrando as diferenças de uma humanidade possuidora de habilidades

para recuperar-se de circunstâncias difíceis adaptando-se ao ambiente e, portanto, aos

desafios de vida.

“... Desde o nascimento, as linhas exatas do bebê interferem na maneira

como os pais e os professores se relacionam com essa criança”. (Antunes, citado por

Balaban, 1998, p. 30)

Para que se compreenda o desenvolvimento da criança torna-se

importante analisar aspectos de dimensão cognitiva, afetivo-emocional e sociocultural.

Nesse sentido o papel do supervisor e fundamental e constitui uma possibilidade de

integrar teóricos que podem contribuir para a compressão da totalidade do sujeito.

3.3.1 – FASES DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

A criança desde sua concepção e formação dentro do útero materno já

sofre influências do meio. A mãe, que é seu primeiro elo de ligação com o mundo deve

estar preparada e consciente de que a criança já começa a sentir os estímulos do mundo

dentro do útero materno.

“A fase de gestação é muito mais importante do que a maior parte das mães

admitem e as condições de nutrição, seus estados de humor afetam de maneira

significativa seu crescimento físico e emocional, mas é sensível ao ambiente onfortável”

(Antunes, citado por Balaban, 1998, p. 22).

Os bebês aprendem rapidamente e já na primeira semana identificam a

mãe pela voz e por seu cheiro. Desde o nascimento, procuram a interação social e a

formação de vínculos afetivos.

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XXIX

A criança durante todo o seu processo de desenvolvimento passa por

diversas etapas/fases e desafios que vão formando suas características individuais e

inserindo-a e adaptando-a cada vez mais ao mundo.

“Freud e Piaget estudam a criança e seu processo de desenvolvimento

elaboram suas teorias que contribuem para o conhecimento e compreensão da trajetória

infantil” (Rappaport, op. cit., p. 32).

Fases de desenvolvimento da criança – Teoria freudiana

A teoria freudiana foi fundamental para a consolidação do sistema

psicanalítico. Serão analisadas as seguintes fases: a) fase oral, b) fase anal, c) fálica e d)

período de latência. O estudo estará delimitado a essas fases, em razão da faixa etária

enfocada no trabalho, que tem como objetivo, principal, atingir o desenvolvimento e a

adaptação deste período.

Fase oral

A fase oral é o momento onde a libido está organizada na zona oral.

A criança, o bebê ao nascer estabelece uma relação simbiótica pré-natal

com sua mãe. Assim, a criança deverá dar início a sua relação com o meio.

“A luta inicial da criança é pela manutenção do equilíbrio

homeostático. A amamentação traz o leite que alimenta,

as fezes e a urina dejetam os produtos já metabolizados e

inúteis. Ai estão os primeiros mecanismos de projeção e

introdução que virão estabelecer as primeiras trocas

psicológicas da criança com o mundo” (Rappaport, op.

cit., p. 35).

Através da boca a criança começa a se relacionar com o mundo e

descobre um importante elo afetivo: o seio.

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XXX

Fase anal

Esta fase é denominada como fase anal porque a libido passa a organizar-

se sobre a zona erógena anal. Ela ocorre início do segundo ano de vida e é neste período

que se inicia a andar, a falar e em que se estabelece o controle dos esfíncteres.

Rappaport (1981) alerta que “Dois processos básicos

estão se organizando na evolução psicológica. O primeiro

diz respeito à fantasia que a criança elabora sobre os

primeiros produtos realmente seus que coloca no mundo.

O segundo diz respeito ao modelo de relação a ser

estabelecido com o mundo através desses produtos.” (p.

39).

Fase fálica

A libido por volta dos três anos de idade inicia uma nova organização.

Nesta fase a criança passa a ter um interesse aos órgãos genitais e a

erotização passa a ser dirigida a eles. Esta erotização traz a fantasia de meninos e

meninas serem possuidores de um pênis.

A erotização genital busca o objeto que trará prazer e cria-se com a mãe,

na maioria dos casos, vínculos de prazer na infância. Segundo Rappaport (op. cit.) “A

maior parte dos vínculos de prazer da infância estão ligados a mãe. É também natural

que na fantasia infantil o menino a configure como seu objeto de atração sexual”. (p.

43)

“O menino vê o pai como sendo um inimigo que o separa do seu objeto

de desejo, a mãe e tenta afastá-lo dela. Fica então configurado o triângulo que Freud

denomina de complexo de Édipo.” (Rappaport, 1981, p. 44)

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XXXI

O complexo de Édipo, também chamado por Freud de complexo nuclear,

é o ponto central da organização afetiva dentro do modelo psicanalítico. Ele envolve

vários elementos evolutivos, alguns dos quais se tornam pontos de divergência dentro

da psicanálise.

“O período de latência se caracteriza pela canalização

das energias sexuais para o desenvolvimento social

através das sublimações. É um período intermediário

entre a fase fálica (genitália infantil) e a fase genital (fase

adulta). A sexualidade que permanece reprimida durante

este período, aguarda a eclosão da puberdade para

ressurgir. Enquanto a sexualidade permanece dominante,

as grandes conquistas da etapa situar-se-ão nas

realizações intelectuais e na socialização. É por isso que

este período típico do início da escolaridade formal ou da

profissionalização, em todas as culturas do mundo”.

(Rappaport, 1981, p. 45)

Piaget elaborou a teoria do desenvolvimento cognitivo que tem auxiliado

indiscutivelmente a compreensão da criança.

Através de suas observações e estudos sobre o desenvolvimento da

criança Piaget denominou fase ou períodos para caracterizar cada etapa de seu

desenvolvimento.

Piaget citado por Rappaport (1981)

“conceitua desenvolvimento como sendo “um processo de

equilibração progressiva que tende para uma forma final,

qual seja a conquista das operações formais. O equilíbrio

se refere a forma pela qual o indivíduo lida com a

realidade na tentativa de compreende-lo como organiza

seus conhecimentos (ou seus esquemas) com a finalidade

de adaptação.”(p.47)

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XXXII

Piaget denomina cada fase de desenvolvimento como: a) Período sensório-motor (0 a 24

meses); b) Período pré-operacional (2 a 7 anos); c) Período das operações concretas (7 a

11, 12 anos); d) Período das operações formais (12 anos em diante).

Pela delimitação da faixa etária dessa pesquisa serão enfocados apenas os

períodos sensório-motor e pré-operacional.

O período sensório-motor vai de 0 a 24 meses Piaget (1964) explica que:

“No ponto de partida da evolução mental, não existe,

certamente, nenhuma diferenciação entre o eu e o mundo

exterior, isto é, as impressões vividas e percebidas não

são relacionadas nem a consciência pessoal sentida com

um “eu” nem a objetos concebidos com exterior. São

simplesmente dados em um bloco dissociado ou com o que

é exposto sobre um mesmo plano, que não é nem interior

nem exterior, mas a meio caminho entre estes dois pólos.

Eles só se oporão um a outro, pouco a pouco. Por causa

desta dissociação primitiva. Tudo é percebido e

centralizado sobre a própria atividade. O eu, no início,

está no centro da realidade, porque é inconsciente de si

mesmo e a medida que se constrói como uma realidade

interna ou subjetiva, o mundo exterior vai se objetivando.

Em outras palavras, a consciência começa por um

egocentrismo inconsciente e integral, até que os processos

da inteligência sensório-motora levem à construção de um

universo objetivo, onde o próprio corpo aparece como

elemento entre os outros, e, ao qual se opõe a vida

interior, localizado neste corpo (Piaget, citado por

Rappaport, op. cit., p. 19).

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XXXIII

No período sensório-motor, a criança começa a separar o seu corpo dos

objetos externos.

Nesta fase a criança começa a explorar o seu corpo, descobrir e sentir

emoções e estimular e ser estimulado pelo ambiente social o qual convive.

Com a formação dos esquemas sensoriais e motores, o bebê já pode ter

uma organização inicial dos estímulos ambientais, possibilitando condições de lidar

com a maioria das situações que lhe são apresentadas.

Mesmo egocêntrica, a criança ao final deste período já realizou uma boa

caminhada no sentido de conhecimento e adaptação da realidade, mesmo com

limitações nas suas capacidades intelectuais.

No Período Pré-operacional a criança já está usando ativamente a

linguagem e assim, tendo a possibilidade de formar os esquemas simbólicos. O

pensamento desta criança no período pré-operacional mistura a fantasia com a realidade

lhe dando atitudes lúdicas de pensamento. O egocentrismo continua sendo uma

característica marcante da criança nesta fase. Este egocentrismo se manifesta nas áreas

intelectuais, de linguagem e social da criança.

Por esta criança ainda não ter formado seus esquemas conceituais suas

respostas o que vê se dá através da percepção imediata que tem o objeto.

A criança nesta fase tem ainda dois tipos de linguagem que Piaget

classifica como linguagem egocêntrica e socializadora. Com o desenvolvimento da

criança a prevalência é da linguagem socializadora.

Neste período a criança começa a ter um contato social maior do que, na

maioria dos casos, tinha anteriormente. Esta relação social que a princípio se limitava a

família começa a tomar uma outra dimensão social através do contato com outras

crianças, de idades próximas, na escola.

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XXXIV

A síntese elaborada das idéias de Freud e Piaget sobre o desenvolvimento

teve como objetivo principal que se percebesse o quanto é importante para pais e

professores o respeito ao processo vivido pela criança levando sempre como critério

fundamental a observação das características de cada fase.

É primordial para que ocorra uma boa adaptação com a criança dentro do

seu novo grupo social, a escola, que ela esteja bem adaptada ao seu primeiro grupo

social, a família. Para isso é necessário, como foi apontado anteriormente, que ela passe

pelas diferentes fases sendo respeitada no seu tempo e no seu processo de

desenvolvimento.

O período de adaptação não é só um momento onde a criança chora e

depois “desiste de chorar”. Não, para que esta criança vivencie o momento de adaptação

escolar sem angústias nem traumas e se sinta parte deste novo grupo social. É também

significativo que a criança esteja adaptada, segura e se sinta amada dentro do seu

primeiro grupo social, a família. A integração da família e da escola nessa fase,

trocando idéias, expressando suas dúvidas e estranheza face ao percurso inicial da

criança, no cotidiano escolar. Pais e professores devem caminhar juntos para o êxito

dessa fase, conscientizados da relevância de cada momento vivido pela criança,

evitando o clima de queixas e/ou exigências, mas sistematicamente abrindo espaço para

análise e discussão dos fatos significativos que envolvem as dimensões do sujeito: a

dinâmica sócio-afetivo-emocional e os aspectos cognitivos, aspectos que se integram

nos referenciais do Supervisor Pedagógico.

3.4 – A CRIANÇA EM ADAPTAÇÃO

Adaptação é uma expressão complexa que exige reflexão. É considerado

complexo por que envolve uma gama de variáveis que podem interferir diretamente no

processo conforme analisado nos capítulos anteriores.

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XXXV

Para que se haja uma cumplicidade é fundamental a compartilhação de

idéias, o que poderá contribuir para uma adaptação efetiva.

Segundo Freire, citado por Rosseti-Ferreira (1991)

“A incrível plasticidade e capacidade de adaptação do ser

humano aos mais variados meios e culturas deve-se

surpreendentemente a sua prolongada imaturidade e

conseqüente dependência de outros seres humanos mais

desenvolvidos e competentes do que eles.” (p. 57)

Para os adultos que já vivenciaram inúmeras experiências de adaptação

esse período é percebido como dependendo imensamente do empenho para que seja

concluído com sucesso. As pessoas, em geral, têm medo do novo. Quando se tem um

único referencial e de repente nos vemos obrigados a nos separar dele, as reações

provavelmente não são favoráveis.

É fundamental a reflexão para nos colocarmos no lugar do outro ou

melhor da criança para realmente sabermos que a adaptação escolar não ocorre de um

momento para o outro, pode haver choro e tristeza, mas aos poucos isso irá diminuindo

— cada sujeito no seu tempo. Até que a criança se sentirá segura, começará a construir

novos vínculos afetivos e perceberá que a separação com a família é provisória,

encontrando no professor e no grupo de companheiros novos vínculos.

“O bebê humano nasce muito imaturo, com poucos

esquemas predominantes (instintos) de ação no mundo,

em particular do ponto de vista motor. Por vários meses

seu acesso ao mundo é possível apenas através do auxílio

de outros seres humanos. Por isso, seu desenvolvimento é

mediado pelo outro que interage com ele e organiza o

ambiente e as experiências a que tem acesso, conforme as

concepções sobre desenvolvimento e habilidades infantis,

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XXXVI

próprias de sua cultura. Assim, os comportamentos, os

conhecimentos, a linguagem é a própria criança enquanto

sujeito são construídos em parceria com outros indivíduos

dentro de uma determinada cultura.” (Wallon, 1966,

p.64).

Quando a criança chega a escola sua relação com o novo grupo social é

mediada pela família, pelos professores e por outras crianças.

A maneira como esta família se comportar diante deste novo momento da

criança interferirá diretamente em todo o seu processo de adaptação.

Conforme afirma Goleman (1995) ... “O sucesso escolar depende em

grande parte, de características emocionais que foram cultivadas nos anos que

antecedem a entrada da criança na escola.” (p. 207)

Goleman contribui para reafirmarmos, como já foi citado, que a criança

traz consigo características emocionais que vão exercer um papel fundamental no

resultado de sua ou não adaptação.

É através da observação e da conquista que o professor vai desenvolver

estratégias para acompanhar e fazer uma parceria com esta criança para que haja

confiança, cumplicidade e vínculo.

Só assim a criança se sentirá segura para enfrentar este novo momento e

se permitir fazer parte do novo grupo social.

Como afirma Haydée Echeverría citada por Fernandes (1990), “o corpo

enlaça a dimensão interna com a externa através do conceito de vínculo como lugar de

intersecção da construtividade cognitiva e da estrutura do desejo” e é o meio (entendido

com ator etno sociocultural) que posiciona a construção deste vínculo”. (p. 43)

Para que o corpo crie estruturas e desejos que permitam a troca, com

reciprocidade, entre sua história interna com o novo, que é o mundo externo, é

necessário que a criança considere-se apta e segura para que o vínculo seja formado.

Pois a formação deste vínculo depende das duas dimensões (interno e externo).

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XXXVII

O vínculo é um grande facilitador e exerce um papel fundamental para o

processo de adaptação, não só, escolar. Através dele a criança cria referências seja ela a

professora, o aluno ou outras pessoas da escola. Assim, com a formação de novos

vínculos e relações com o processo de adaptação começará a construir e inserir-se em

seu novo grupo social.

“O organismo se domestica, se acostuma, se medica, o corpo ensaia, se

equivoca, se corrige, aprende”. (Sara Pain in Hernández, 1990, p. 55)

A criança é um movimento infinito de idéias de emoções, desejos e

criatividades. Ela tem um perfil próprio empreendedor, nada comparado aos nossos

adultos “caretas”.

Com suas características marcantes, de sinceridade, espontaneidade e

autenticidade, após o período de adaptação, já se sente segura, e se permite a vivência

de novidades. Novidade do movimento do tentar, do cair e levantar e assim aprender.

Aprender com o prazer de juntar as experiências que vai vivendo durante o seu processo

de construção e desenvolvimento da aprendizagem (que este é eterno!!) com o novo

desejo de descobrir.

Precisamos desenvolver uma sociedade como um corpo e para isso temos

que trabalhar a adaptação escolar com cuidado, amor, com olhos de primeira vez e não

como sendo um simples momento. Pois, ela é a base para todo começo e se não estiver

bem segura não haverá confiança e ela não conseguirá resistir a sensação de

insegurança.

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XXXVIII

CONCLUSÃO

Após essa breve análise sobre o processo de adaptação devem-se

considerar todas as pessoas que envolvem neste novo momento da vida da criança.

A família e os professores-educadores interagem e participam da

adaptação escolar tendo papéis primordiais para que ela seja um sucesso ou ocorra uma

inadaptação.

É fundamental não deixarmos de registrar que a adaptação não é um

momento que ocorre e se resolve dentro de um tempo previamente determinado, cada

criança e cada família tem sua história sendo assim, o seu tempo. Toda equipe de

educadores deve estar preparada com esse novo momento sendo competente, paciente e

criativo e buscar assumir uma visão e uma escuta pedagógica.

Ao analisarmos a adaptação escolar deveríamos pensar o quanto para nós

adultos é difícil trabalhar com novas situações. Quais as sensações que temos ao

chegarmos a um lugar que não conhecemos ninguém?

É um espaço que se abre para a aprendizagem do novo: novas relações

com novas pessoas, novos ambiente e novos materiais.

Vale a pena fazermos o exercício de irmos ocupar o lugar da criança para

podermos entender seus medos e dificuldades para encarar este novo momento.

Acredito que assim seremos educadores bem mais adaptáveis.

É válido deixar registrado a imensa dificuldade de encontrar material que

aborde o assunto – “Adaptação Escolar” — que acho primordial para todo o processo de

desenvolvimento da criança não só na escola como na escola da vida. Mudar as coisas

que podem ser mudadas, aceitar as que não podem e ter sabedoria para perceber a

diferença entre as duas.

Podemos e somos capazes de melhorarmos a cada dia e de ajudarmos as

crianças através de uma efetiva adaptação a tornarem-se seres humanos ousados,

seguros, confiantes, abertos a mudanças e a possíveis novas adaptações.

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XXXIX

A educação se torna verdadeiramente uma alavanca na formação de uma

sociedade quando trabalha com seus alunos dando-lhes ferramentas para construir

desafios e enfrentar novas adaptações visto que o caminho se faz caminhando.

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XL

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. BALABAN, Nancy. O início da vida escolar. Porto Alegre, Artes Médicas, 1988.

2. BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. São Paulo, Barbra, 1977.

3. CANFIELD, Jack. Canja de galinha para alma. Rio de Janeiro, Ediouro, 1995.

4. Educa-se uma criança. Porto Alegre, Artes Ofício, 1995.

5. FERNANDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre, Artes Médicas,

1990.

6. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro, Objetiva, 1995.

7. GROSSI, Esther. Paixão de aprender. Petrópolis, RJ, Vozes, 1992.

8. RAPPAPORT, Clara. Teoria do desenvolvimento. São Paulo, E.P.U., 1981.

9. ROSSETI-FERREIRA, Maria Clotilde et alii. A construção de uma proposta

pedagógica para creches: uma trajetória de pesquisa em psicologia do

desenvolvimento. Paidéia, N.J. 1991.

10. VITÓRIA, Telma. Caderno de São Paulo, nº 86, ago. 1993.

11. WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Porto Alegre, Portucália Editora, 1966.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1. BALABAN, Nancy. O início da vida escolar. Porto Alegre, Artes Médicas, 1988.

2. BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. São Paulo, Barbra, 1977.

3. CANFIELD, Jack. Canja de galinha para alma. Rio de Janeiro, Ediouro, 1995.

4. Educa-se uma criança. Porto Alegre, Artes Ofício, 1995.

5. FERNANDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre, Artes Médicas,

1990.

6. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro, Objetiva, 1995.

7. GROSSI, Esther. Paixão de aprender. Petrópolis, RJ, Vozes, 1992.

8. RAPPAPORT, Clara. Teoria do desenvolvimento. São Paulo, E.P.U., 1981.

9. ROSSETI-FERREIRA, Maria Clotilde et alii. A construção de uma proposta

pedagógica para creches: uma trajetória de pesquisa em psicologia do

desenvolvimento. Paidéia, N.J. 1991.

10. VITÓRIA, Telma. Caderno de São Paulo, nº 86, ago. 1993.

11. WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Porto Alegre, Portucália Editora, 1966.

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XLII

ÍNDICE

AGRADECIMENTO III

DEDICATÓRIA IV

RESUMO V

METODOLOGIA VI

SUMÁRIO VII

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A FAMÍLIA E O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA 10

1.1 - A Família 11

1.2 - A Construção da Família 12

1.3 - O Valor da Família 13

1.4 - A Família em Adaptação 14

CAPÍTULO II

ESCOLA, PROFESSOR E ADAPTAÇÃO ESCOLAR 17

2.1 - Papéis Sociais Que A Escola e O Professor Representam 18

2.2 - O Professor e A Escola no Momento de Adaptação 19

CAPÍTULO III

A CRIANÇA 23

3.1 - A Criança 24

3.2 - A Criança e o Seu Papel na História da Sociedade 25

3.3 - O Desenvolvimento da Criança 27

3.3.1 - Fases do Desenvolvimento da Criança 28

3.4 - A Criança em Adaptação 34

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 41

ANEXOS 43

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XLIII

FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Instituto de Pesquisas Sócio-Pedagógicas

Pós-Graduação “Latu Sensu”

Título da Monografia:

ANALISANDO A ADAPTAÇÃO ESCOLAR :AÇÃO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA

Data de Entrega: _______________________________________________________________________

Avaliado por: ________________________________________Grau::____________________________

Rio de Janeiro,_____de_________________de 2001

___________________________________________

Coordenador do Curso

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XLIV

ANEXOS