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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” ASSÉDIO MORAL E SUA REPERCUSSÃO NO DIREITO DO TRABALHO AUTOR HELOISA CRISTINA NARCISO MOREIRA ORIENTADOR PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO RIO DE JANEIRO 2012 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

ASSÉDIO MORAL E SUA REPERCUSSÃO NO DIREITO DO

TRABALHO

AUTOR

HELOISA CRISTINA NARCISO MOREIRA

ORIENTADOR

PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO

RIO DE JANEIRO 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

ASSÉDIO MORAL E SUA REPERCUSSÃO NO DIREITO DO

TRABALHO

Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes – AVM Faculdade Integrada, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Direito e Processo do Trabalho. Por: Heloisa Cristina Narciso Moreira.

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Agradeço à minha mãe Eliane Narciso Moreira, à memória de meu pai Juvenor Luiz Moreira, aos meus professores, ao meu orientador professor Leocádio, aos colegas de turma e a todos que de alguma forma contribuíram para conclusão do curso.

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Dedico essa monografia a minha mãe Eliane Narciso Moreira e aos meus irmãos, pelo amor, paciência e confiança dedicados, ao meu orientador, pela colaboração e orientação, e aos meus amigos pelo incentivo.

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RESUMO

O assédio moral é um fato que ocorre com mais frequência do que podemos imaginar na relação jurídica trabalhista, mas o tema não é reconhecido por todos trabalhadores, face ausência de discussão, regulamentação específica da matéria em nossa legislação trabalhista, e ante a dificuldade de produção de prova. O presente trabalho é um estudo sobre a contextualização, caracterização, consequências, posicionamento dos tribunais, sindicatos, MTE, MPU, e dos reflexos causados pelo assédio moral ao trabalhador no ambiente do trabalho. E tem como objetivo, demonstrar a importância do tema, por se tratar de uma violação de um direito fundamental da pessoa humana, consagrado em nossa Lei Maior, que é a dignidade. Assim como se propõe demonstrar que embora seja dificultosa sua caracterização, e aplicação no caso concreto, pelos motivos expostos, pode haver punições pela conduta ilícita, com base em leis ordinárias.

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METODOLOGIA

O presente trabalho constitui-se em descrição detalhada das

características jurídicas do fenômeno em estudo, do tratamento conferido ao tema

pela legislação pátria, embora por vezes, tenha havido utilização de exemplos de

aplicação de leis estrangeiras.

Para consecução do presente trabalho foi utilizado o método da

pesquisa bibliográfica, em que se buscou o conhecimento em diversos tipos de

publicações, tais como: livros, matérias da internet, artigos em jornais, revista

eletrônicas, e outros periódicos especializados. Além de publicações oficiais da

legislação e da jurisprudência.

Foram utilizados também para a concreção desta monografia o método

dogmático, tendo como fundamento a dogmática desenvolvida pelos estudiosos

que se debruçaram sobre o tema anteriormente, e positivista, visto ter buscado

apenas identificar a realidade social em estudo e o tratamento jurídico a ela

conferido, sob o ponto de vista específico do direito positivo brasileiro, embora

tenhamos utilizados como exemplos, aplicação de leis estrangeiras ao caso

concreto.

Adicionalmente, para a conclusão desta pesquisa, utilizou-se ainda

como método, o da pesquisa aplicada, visto a pretensão de produzir

conhecimento para aplicação prática, desta forma, foram expostos casos

concretos por meio de jurisprudências, e debates sobre o tema. Sendo utilizado

também o método da pesquisa qualitativa, em que se procurou entender a

realidade a partir da interpretação e qualificação dos fenômenos estudados;

Foram utilizados, ainda a pesquisa exploratória, visto que se buscou a

viabilização de maior conhecimento sobre o tema em voga, além da utilização da

pesquisa descritiva, a fim de obtenção de um resultado descritivo, sem pretensão

da análise crítica acerca do tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 8

CAPÍTULO I

CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DE ASSÉDIO MORAL................................ 10

1.1 – TIPOS DE ASSÉDIO MORAL..................................................................... 14

CAPÍTULO II

RELAÇÃO COM DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CONSAGRADOS

NA CRFB E NA CLT............................................................................................ 16

CAPÍTULO III

NORMATIZAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL EM NOSSA LEGISLAÇÃO............. 21

3.1 – POSICIONAMENTO DOS TRIBUNAIS, SINDICATOS MTE E MPT SOBRE

O TEMA................................................................................................................ 23

CAPÍTULO IV – A PROVA DO ASSÉDIO MORAL............................................ 31

CONCLUSÃO....................................................................................................... 37

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................... 38

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INTRODUÇÃO

O Assédio Moral não é recente, é tão antigo quanto o trabalho, mas

somente na virada desse século, o tema ingressou para o mundo jurídico.

Nesse contexto, o presente trabalho discorreu sobre a contextualização

do tema no Brasil, e conceituou o tema assédio moral, na concepção de

renomados doutrinadores, indicando os tipos, a caracterização, e traçando o perfil

do comportamento do assediador, e do assediado, no ambiente de trabalho.

O trabalho demonstrou que o tema assédio moral é atual, e que está

diretamente ligado à estrutura psicológica, e emocional do trabalhador, atentando

a vários direitos fundamentais consagrados constitucionalmente, inclusive à vida e

à dignidade. Neste diapasão, o trabalho discorreu sobre a importância e tutela

desses direitos de personalidade, tanto sob o enfoque da Constituição Federal,

que tem como princípio basilar entre outros valores, a dignidade da pessoa

humana. Assim como abordou também a tutela desses direitos, na Consolidação

de Leis Trabalhistas, contribuindo à orientação e prevenção, e tutela da vítima ao

seu combate.

Outro assunto merecedor de destaque, no presente trabalho, girou em

torno da verificação da aplicação da lei ordinária aos casos concretos de assédio

moral, face à ausência na normatização específica acerca do tema em nossa

Consolidação das Leis Trabalhistas. Ficando demonstrado, que o assediador não

resta impune ante sua conduta ilícita. Assim como pesquisou acerca de possíveis

regulamentos de leis especificas sobre o tema.

De outra face, o trabalho se propôs a pesquisar a inserção da matéria

no âmbito público. E neste contexto, o trabalho pesquisou acerca do tema, nos

principais órgãos que tutelam o trabalhador, seja no âmbito dos Tribunais do

Trabalho, no MTE, ou no MPU, onde constatamos inúmeros debates e palestras,

que evidenciaram a preocupação dos referidos órgãos em conscientizar e

prevenir os trabalhadores, por meio de divulgações acerca do tema “assédio

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moral”. Assim como foram dispostos posicionamentos dos tribunais, e

entendimentos dos magistrados, externados por jurisprudências.

Mereceu destaque ainda no presente trabalho, a matéria de prova,

onde houve a preocupação em discorrer acerca do ônus, e tipos de provas

válidos no processo, com objetivo de demonstrar a dificuldade do ônus probandi.

E foi pesquisado ainda, recente posicionamento da Ministra do TST acerca da

validade de provas no ambiente do trabalho, a fim de possível caracterização do

assédio moral. Neste contexto, foram expostas ainda, divergências doutrinárias

por renomados doutrinadores acerca da necessidade de prova pericial, para

caracterização do assédio moral, assim como foram debatidos sobre a

configuração do nexo causal. E foi verificado ainda, por meio de jurisprudências, a

aferição da prova no caso concreto pelos magistrados, onde constatamos a

premente preocupação de evitar a banalização do instituto.

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CAPÍTULO I

CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DE ASSÉDIO MORAL

Segundo a ilustre doutrinadora Alice Monteiro de Barros, o termo

Assédio Moral, foi utilizado à primeira vez pelos psicólogos, e entrou para o

mundo jurídico recentemente (BARROS, 2007, P.902).

No Brasil, de acordo com informações da Dra Maria Barreto,

(BARRETO http://www.assediomoral.org/spip.php?rubrique1, acesso em

07/05/2012), a temática assédio moral, ganhou destaque após divulgação de

dissertação de mestrado em Psicologia social, de sua autoria, sob o título: Uma

Jornada de Humilhações, defendida em 22 de maio de 2000, na PUC/ SP.

Segundo o site em apreço (Id. ibid), a primeira pesquisa brasileira com referência

ao tema, ocorreu em novembro de 2000, época em que a matéria foi destaque da

Folha de São Paulo, na coluna de Mônica Bérgamo. Quando desde então, o

assunto passou a ser alvo de discussão nos jornais, revistas, rádio e televisão. De

acordo o mesmo site, (assédio moral.org), (Id.ibid) outra contribuição importante

para o destaque da temática, foi à publicação do livro de Marie France Hirigoyen

"Harcèlement Moral: la violence perverse au quotidien", que teve sua tradução em

agosto de 2000, pela Editora Bertrand Brasil, com o título Assédio moral: a

violência perversa no cotidiano.

Segundo a ilustre Alice Monteiro de Barros, (BARROS, 2007, p. 902) o

assédio moral, está vinculado diretamente à nossa estrutura emocional-

sentimental, conhecida na concepção popular como caráter. A autora nos ensina,

que o instituto possui denominações diferentes, dependendo do País. Segundo a

autora, na Itália, Alemanha, e Escandinávia, o termo utilizado para sua definição,

é “mobbing”. E na Espanha, é utilizado o termo “Acoso Moral”, e no Brasil, há

utilização do termo “terror psicológico” ou “assédio moral”. Na concepção da

autora, assédio moral é a rigor, atentados contra a dignidade humana, que se

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manifestam de início na família, e na escola, e tem causa gerada por ciúmes,

invejas, e rivalidades.

Segundo o Ilustre Amauri Mascaro, no código Português, o Assédio

Moral se encontra assim definido no artigo 24: (NASCIMENTO, 2011, p. 746).

Constitui discriminação o assédio a candidato a emprego e a trabalhador. 2. Entende-se por assédio todo o comportamento indesejado relacionado com um dos factores indicados no n. 1 do artigo anterior, praticado quando do acesso ao emprego ou no próprio emprego, trabalho ou formação profissional, com o objectivo ou o efeito de afectar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.

A autora, Alice Monteiro de Barros citando o médico e pesquisador

Alemão Melaine Klein, assim define o assédio moral: (BARROS, apud KLEIN,

2007, p.902)

Situação em que a pessoa ou um grupo de pessoas exercem uma violência psicológica extrema, de forma sistemática e frequente (em média uma vez por semana) e durante um tempo prolongado (em torno de um seis meses) sobre outra pessoa, com quem mantém uma relação assimétrica de poder no local de trabalho, com o objetivo de destruir as redes de comunicação da vítima, destruir sua reputação, perturbar os exercícios dos trabalhos e conseguir, finalmente, que essa pessoa acabe deixando o emprego.

A Dra Sônia Mascaro (MASCARO, acesso em 07/05/2012) dá ao

assédio moral outras denominações tais como “bullying”, “harcèlement moral”, ou

ainda, “manipulação perversa”, “terrorismo psicológico”, e o define como termo

utilizado para designar toda conduta que cause constrangimento psicológico ou

físico à pessoa. Na concepção da autora, o assédio moral se caracteriza, por ser

uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade

psíquica, de forma repetitiva e prolongada, e que expõe o trabalhador a situações

humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensa à personalidade, à

dignidade, ou à integridade psíquica, e que tem por efeito, excluir a posição do

empregado no emprego, ou deteriorar o ambiente de trabalho durante a jornada

de trabalho, e no exercício de suas funções.

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Segundo notícias do TRT RJ, a psicoterapeuta francesa Marie France

Hirigoven, em palestra no TRT RJ - 1ª Região, em 26 de abril de 2012, utilizando

um conceito próprio, explicou o seguinte sobre o que assédio moral: (site

http://portal1.trtrio.gov.br, assessoria de Imprensa e comunicação social do TRT

RJ apud HIRIGOYEN, acesso em 07/05/2012).

É toda conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento ou atitude) que, por sua repetição ou sistematização, atenta contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, pondo em perigo seu emprego ou deteriorando o clima de trabalho”. Ele pode se caracterizar pelo isolamento do empregado e recusa de se comunicar com ele, pelo atentado às condições de trabalho ou a sua dignidade, chegando até mesmo à violência verbal ou física.

De acordo com a palestrante Marie France Hirigoven (id. Ibid) o

assédio moral, pode se caracterizar pelo isolamento do empregado e recusa de

se comunicar com ele, pelo atentado às condições de trabalho ou à sua

dignidade, chegando até mesmo à violência verbal ou física.

Para a doutrinadora Alice Monteiro de Barros, (BARROS, 2007, p. 902)

a caracterização do assédio, ocorre com algumas “técnicas de comportamento”,

com objetivo de desestabilizar o trabalhador, entre elas, cita as chamadas

técnicas de isolamento, em que o assediador não dirige o olhar ou a palavra a

vítima, não lhe dando sequer um bom dia, comunicando-se com a vítima, por

exemplo, por bilhetes. Outro exemplo, é a interrupção frequente do trabalhador

pelo assediador com gritos, recriminações. Ou mesmo a ignoração da presença

do trabalhador, em que neste caso, o assediador, não dirige a palavra ao

trabalhador, e sim a outros. A autora assevera ainda, que é um traço comum ao

perfil do assediador, aproveitar a saída rápida da vítima, para deixar tarefas em

sua mesa, sem a solicitação pessoal do trabalho. Outras técnicas utilizadas, ainda

são exemplificadas pela doutrinadora, tais como técnicas de isolamento, em que o

assediador atribui funções com objetivo de isolar a vítima, ou deixá-la sem

qualquer atividade, objetivando que o trabalhador assediado, não tenha contato

com os colegas de trabalho, e não obtenha deles solidariedade, ou manifestação

de apoio. Cita a autora ainda, técnicas de ataques, em que o objetivo do

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assediador é o de desacreditar, ou desqualificar a vítima diante dos colegas ou

clientes da empresa. A título de exemplo, a autora informa, que neste caso, pode

o assediador conferir a vítima, tarefas de grande complexidade para serem

executadas em curto tempo, com o fim de demonstrar sua incompetência, ou lhe

exigir tarefas absolutamente incompatíveis com sua qualificação funcional, e fora

das atribuições de seu cargo. Assevera a autora que há também técnicas

punitivas, em que o assediador coloca a vítima sob pressão. E técnicas em que o

assediador ataca o assediado sem lhe dar possibilidade de revide, em que se

utiliza de suspiros seguidos, erguer de ombros, olhares de desprezo, críticas

indiretas, subentendimentos malévolos, zombarias, murmúrios, rumores, ironias,

sacarmos e outros toques desestabilizadores, que geralmente são feitos em

público, e com utilização contra o assediado, de discriminação, calúnias,

difamações, injúrias, mentiras, boatos sobre preferências, favores sexuais e

outros.

Segundo o doutrinador Amauri Mascaro Nascimento, são conclusivos

os estudos de Sônia Mascaro, em que o assédio moral pode se configurar de

diversos modos: (NASCIMENTO, apud MASCARO, 2011, p. 746).

P. ex., o isolamento intencional para forçar o trabalhador a deixar o emprego, também chamado, no direito do trabalho, de disponibilidade remunerada, e exemplifica a Ofensa pública à honra do trabalhador e acusação infundada de prática de furto — que não se confunde com o pedido de abertura de inquérito policial para apurar o fato sem acusação a empregado; lesão deformante adquirida no serviço; a propagação, pelo empregador, de comentários desairosos e difamantes à conduta pessoal e profissional de ex-empregado com o intuito de prejudicá-lo na obtenção de novo emprego, situação que se enquadra entre as de dano moral.

Enfim como visto acima, os doutrinadores são unanimes em definir o

assédio moral como um ato desprezível, e que atenta à dignidade da pessoa

humana.

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1.1 – TIPOS DE ASSÉDIO MORAL

A palestrante e renomada psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen

nos ensina, que embora os mecanismos do assédio moral busquem estabelecer

dominação e poder, nem sempre o assédio tem origem em superiores

hierárquicos (forma vertical), pois o assédio moral segundo a autora pode ocorrer

também em linha horizontal, ou seja, entre colegas, e ainda em via ascendente,

de um subordinado para um superior. (id. Ibid).

Neste diapasão, Alice Monteiro de Barros (id ibid) assevera que nos

dias atuais, o assédio moral ocorre não somente entre chefes e subordinados,

mas também o contrário, pode ocorrer entre colegas de trabalho, e com vários

objetivos, entre eles, o de forçar a demissão da vítima, uma aposentadoria

precoce, uma licença para tratamento de saúde, uma remoção, ou até mesmo

uma transferência. Segundo a doutrinadora, o assediador não precisa ser

necessariamente superior hierárquico contra trabalhador que ocupa cargo inferior,

mas se o for, o assédio será classificado como descendente. Outra será a

classificação, segundo a autora, se o assédio partir de um inferior hierárquico que

sonha em ocupar o cargo de chefe, ou tenham predileção por um antigo superior

hierárquico, e que pretendem desvalorizar o atual, neste caso, o assédio será

classificado como ascendente. E por fim, a autora nos ensina, que se o assédio

ocorrer entre colegas de trabalho que ocupam o mesmo plano de hierarquia,

neste caso, o assédio moral será classificado como horizontal. (BARROS, 2007,

p. 903/908):

De maneira semelhante, a ilustre Sônia Mascaro (MASCARO apud

Heinz Leymann, acesso em 07/05/2012) nos ensina que quando o assédio moral

é praticado com a utilização do poder de chefia, com abuso de direito e do poder

disciplinar, o assédio moral será denominado vertical, ou descendente. E

exemplifica que ocorre nos casos em que o empregador força uma demissão,

para não arcar com as despesas de uma indenização por dispensa imotivada.

Outra classificação ocorrerá, segundo a autora, se o assédio ocorrer entre

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colegas de trabalho de mesmo nível hierárquico, neste caso, a autora denomina o

assédio de horizontal. A autora nos informa, que o assédio horizontal geralmente

são motivados pela inveja do trabalho, muito apreciado do outro colega, que

poderia receber uma promoção. E por fim, a autora (id ibid) enumera outra

espécie de assédio moral, que seria segundo classificação do Dr. Leymann, o

“mobbing combinado” e o “mobbing ascedente”, que se daria com a união tanto

do chefe quanto dos colegas, no objetivo por exemplo de excluir um funcionário,

ou ainda quando um grupo de colegas querem por exemplo sabotar um novo

chefe.

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CAPÍTULO II

RELAÇÃO COM DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS

CONSAGRADOS NA CRFB E NA CLT

Como afirma VENOSA, “os direitos da personalidade são os que

resguardam a dignidade humana” (2003, p. 152)

Segundo Paulo Vicente e Alexandrino (VICENTE e ALEXANDRINO,

2003, p.) os direitos fundamentais tiveram seu surgimento ligado à necessidade

de limitação, e controle dos abusos do poder do próprio Estado, e de suas

autoridades constituídas, ou seja, representam um conjunto de restrições

impostas às ingerências do Estado na esfera individual do cidadão. Segundo os

autores (Idem, idem) os direitos fundamentais, nas constituições modernas, não

são mais vistos apenas como direito de defesa do indivíduo frente ao Estado, mas

também, como possibilidade de exigência de uma atuação estatal positiva,

voltada para satisfação de interesses individuais, e coletivos, protegidos pelo

ordenamento constitucional. Ainda no conceito dos autores, os direitos

fundamentais, são aqueles previstos em normas de especial dignidade, assentes

na Constituição Federal, derivados dos princípios maiores consagrados no

sistema constitucional, por isso, estruturante do ordenamento jurídico objetivo do

Estado, e conferidores de poderes, e pretensões jurídicas subjetivas às pessoas

naturais, e coletivas.

Na concepção do renomado doutrinador Alexandre de Moraes, o direito

à vida, é o mais fundamental de todos os direitos, por se constituir em pré-

requisito para o exercício dos demais (MORAES, 2003, p. 642-643). E seguindo

os passos dos doutrinadores Paulo Vicente e Alexandrino, não deve o direito à

vida se resumir à mera sobrevivência física, eis que nosso País tem como

fundamento, a dignidade da pessoal humana, portanto, o direito fundamental em

apreço, abrange uma existência digna. (Idem idem).

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Nesse sentido, discursando sobre o princípio da dignidade da

pessoa humana Amauri Mascaro Nascimento, nos ensina o seguinte:

(NASCIMENTO, 2011, P.463)

O princípio dos princípios do ordenamento jurídico brasileiro é a proteção da dignidade do ser humano (CF, art. 1o, III). Reordena e amplia a tutela econômica para transformá-la em tutela também moral do trabalhador. A Constituição Federal do Brasil (art. 1o, III) declara que nosso Estado Democrático de Direito tem como fundamento, entre outros valores, a dignidade da pessoa humana. A dignidade é um valor subjacente a numerosas regras de direito. A proibição de toda ofensa à dignidade da pessoa é questão de respeito ao ser humano, o que leva o direito positivo a protegê-la, a garanti-la e a vedar atos que podem de algum modo levar à sua violação, inclusive na esfera dos direitos sociais.

Assevera ainda o ilustre doutrinador (idem idem) que a proteção do

empregado em sua moral, é decorrência da valorização da dignidade do ser

humano (CF. art. 1o, III), e que essa proteção, não se limita às proibições de

discriminações. Na concepção do autor, essa proteção vai além, para defender o

empregado como ser humano, a fim de que seja ser respeitado também no

trabalho. Segundo o autor, o assédio moral, assim como o assédio sexual são

geradores da reparação mediante indenização e, dependendo da gravidade ou

repercussão da ofensa, outros meios como o desagravo e a retratação pública.

Desta forma, conclui-se que o assédio moral é um ilícito que atenta

diretamente a direitos personalíssimos do trabalhador, resguardados diretamente

na constituição, e às leis trabalhistas, constituindo uma afronta ao principio basilar

da Constituição Federal, que é a dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, o

ilustre Amauri Mascaro Nascimento (NASCIMENTO, 2011, p. 727) nos ensina

que, os direitos de personalidade, são prerrogativas que toda pessoa humana

possui pela sua própria condição, e se referem aos seus atributos essenciais em

emanações e prolongamentos. Afirma o autor, que se trata de direitos absolutos,

que implicam um dever geral de abstenção, para sua defesa e salvaguarda, e que

são indisponíveis, intransmissíveis, irrenunciáveis e de difícil estimação

pecuniária, e que se referem aos atributos essenciais definidores da pessoa. Nos

ensina ainda o autor, que dentre todos os direitos, são aqueles que mais de perto

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procuram valorizar a dignidade do ser humano. E nas relações do trabalho se

destaca por tutelar a dignidade do trabalhador.

O assédio moral, não se encontra normatizado na CLT, segundo o

ilustre doutrinador Amauri Mascaro Nascimento, (NASCIMENTO, 2011, p. 755) a

lei trabalhista brasileira não trata diretamente do tema assédio moral, e nos

informa que os dispositivos da CLT, não são diretos, embora indiretamente,

acabem cuidando também da defesa da personalidade do empregado. Nos cita o

ilustre doutrinador, a título de exemplo, a aplicação do artigo 483 da CLT, que

autoriza o empregado, a dar por rescindido o contrato individual de trabalho, com

o direito às verbas rescisórias, quando praticar o empregador, ou seus prepostos,

contra ele, ou pessoa da sua família, ato lesivo à sua honra, e boa fama (letra e),

ou, quando for tratado pelo empregador, ou por seus superiores hierárquicos, com

rigor excessivo.

Quanto à violação dos direitos personalíssimos do trabalhador assim

tem se manifestados nossos tribunais:

ASSÉDIO MORAL. Restando comprovada a tentativa, por parte da reclamada, de fazer com que as reclamantes se demitissem, houve lesão dos direitos da personalidade das mesmas, caracterizando assédio moral. Recurso da reclamada desprovido. (...) (947001220095040811 RS 0094700-12.2009.5.04.0811, Relator: JOÃO BATISTA DE MATOS DANDA, Data de Julgamento: 02/06/2011, 1ª Vara do Trabalho de Bagé)

ASSÉDIO MORAL HORIZONTAL OU GESTÃO POR ESTRESSE. MEIO AMBIENTE LABORAL SADIO. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. Se as condutas lesionadoras de direitos da personalidade da obreira foram reiteradas por colegas de trabalho, sob o olhar irrepreensível de prepostos da empregadora, institucionalizaram-se, enquadraram-se no conceito de 'gestão por estresse', tornando a empregadora responsável por eventual dano daí decorrente, mormente se esta se descuidou do dever contratual de zelo pela saúde e segurança da sua empregada, submetendo-a ao labor em condições pouco confortáveis, inseguras e 'penosas'. (1124200900216004 MA 01124-2009-002-16-00-4, Relator: LUIZ COSMO DA SILVA JÚNIOR, data de Julgamento: 10/08/2011, Data de Publicação: 17/08/2011)

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Nesse diapasão nossos tribunais tem entendido que há premente

necessidade de salvaguardar direitos fundamentais do homem, seja na sua esfera

individual, seja na esfera social. Assim, a dignidade da pessoa humana por ser

um princípio basilar de nossa constituição Federal deve ser tutelada, inclusive na

esfera trabalhista. Nesse sentido, os tribunais tem decidido:

Indenização por dano moral. Assédio moral. É devida indenização por dano moral decorrente de assédio moral, uma vez comprovada à submissão da trabalhadora a tratamento humilhante e desrespeitoso, com constrangimento moral e psicológico, incompatíveis com o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. (...)(146020105040401 RS 0000014-60.2010.5.04.0401, Relator: DENISE PACHECO, Data de Julgamento: 16/06/2011, 1ª Vara do Trabalho de Caxias do Sul)

Estudos recentes, acerca dos efeitos causados pelo assédio moral, têm

demonstrado, que além de violar o direito a uma vida digna, o assédio moral

reflete também em outro direito consagrado constitucionalmente: A saúde do

trabalhador. Neste sentido, em recente palestra no TRT RJ (id. Ibid) a renomada

psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen, nos ensina, que os efeitos

provocados pelo assédio moral, vão desde o nível físico, apresentando sintomas

como enxaqueca, dores de estômago, doenças cardiovasculares, e acabam por

influindo no psicológico, incidindo em ansiedade, depressão, esgotamento

profissional, e se refletem ainda no nível comportamental, com desinteresse e

violência.

Note que o assédio moral como visto por estudos de renomados

doutrinadores, atentam não somente a direitos personalíssimos, como a

dignidade, mas também à saúde do trabalhador. E inclusive estudos mais

recentes, tem demonstrado que essa conduta pode ir mais além, pode constituir-

se inclusive a violação do direito à vida, tutelado constitucionalmente. Neste

diapasão, a ilustre Sonia Mascaro (MASCARO, acesso 07/05/2012), se

pronunciou o seguinte acerca das consequências do assedio moral:

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“Estudos feitos por médicos e psicólogos do trabalho mostram que o processo que desencadeia o assédio moral pode levar à total alienação do indivíduo do mundo social que o cerca, julgando-se inútil e sem forças e levando, muitas vezes, ao suicídio”.

Desta forma torna-se premente o combate ao assédio moral, visto que

como explicitado, atenta a vida, a saúde e a dignidade do trabalhador.

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CAPÍTULO III

A NORMATIZAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL EM NOSSA

LEGISLAÇÃO

A matéria assédio moral, não é normatizada em nossa Consolidação

das Leis do trabalho. Segundo o ilustre doutrinador Amauri Mascaro Nascimento

(NASCIMENTO, 2011, p. 755), a lei trabalhista brasileira, não trata diretamente do

tema assédio moral. Segundo o autor, os dispositivos da CLT não são diretos,

embora indiretamente, acabem cuidando também da defesa da personalidade do

empregado. E nos informa como exemplo, o artigo 483 da CLT, que autoriza o

empregado a dar por rescindido o contrato individual de trabalho, com o direito às

verbas rescisórias, quando praticar o empregador, ou seus prepostos, contra ele,

ou pessoa da sua família, ato lesivo à honra e boa fama, ou, quando for tratado

pelo empregador, ou por seus superiores hierárquicos, com rigor excessivo.

O autor nos ensina ainda, (idem Idem) que constitui fundamento legal

para a indenização por dano moral na Justiça do Trabalho, a Constituição Federal

de 1988, no seu artigo 5º, caput, V, que prevê indenização por dano material,

moral ou à imagem. Cita também o inciso X, que determina serem invioláveis a

intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, estando assegurado

o direito a indenização pelo dano material, ou moral, decorrente de sua violação.

Assevera ainda o autor, que deve ser acrescentado como fundamento para

indenização por dano moral, o artigo 186 do código civil, segundo o qual dispõe

que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,

viola o direito ou causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete

ato ilícito. O autor nos remete ainda, como tutela do dano moral, ao artigo 482 da

CLT, o qual dispõe que constituem justa causa para rescisão do contrato de

trabalho pelo empregador, o ato lesivo da honra, ou boa fama, praticado no

serviço, contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições; E

ato lesivo da honra, ou da boa fama, ou ofensas físicas praticadas contra o

empregador e superiores hierárquicos. Assim como exemplifica ainda o artigo

483, em que é disposto que o empregado poderá considerar rescindido o contrato

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e pleitear a devida indenização, quando houver praticado o empregador, ou seus

prepostos, contra ele, ou contra pessoas de sua família, ato lesivo à honra ou a

boa fama.

De outra face, segundo o site (BARRETO

http://www.assediomoral.org/spip.php?article81, acesso em 08/05/2012), existem

projetos de lei tramitando no Brasil, entre eles a de iniciativa de Noel de Carvalho,

Deputado Estadual pelo PSB/RJ. Afirma o site, que a primeira lei estadual

aprovada no Brasil sobre o tema, é a de número 3921, de 23 de agosto de 2002.

Em que há a vedação do assédio moral no trabalho, no âmbito dos órgãos,

repartições, ou entidades da administração centralizada, autarquias, fundações,

empresas públicas, e sociedades de economia mista, do poder legislativo,

executivo, ou judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Inclusive concessionárias e

permissionárias de serviços estaduais de utilidade, ou interesse público. No

âmbito municipal, o site nos informa a existência da lei 2382/2003, aprovada em

15/01/2003, que veda o assédio moral no trabalho, no âmbito dos órgãos,

repartições, ou entidades da administração centralizada, autarquias, fundações,

empresas públicas, e sociedades de economia mista, dos poderes legislativo, e

executivo, do Município de Resende, no estado do Rio de Janeiro.

De acordo com pesquisa no site, atualmente existem propostas de

alteração do Código Penal, de iniciativa de Marcos de Jesus, deputado Federal

pelo PL – PE (BARRETO . http://www.assediomoral.org/spip.php?article81,

acesso em 08/05/2012).

Segundo Alice Monteiro de Barros, (BARROS, 2007, p.913) no Brasil,

foram editadas algumas leis sobre assédio moral, entre as quais destaca, a Lei

13.288/2001, de São Paulo, cujos destinatários são servidores públicos.

Face ao exposto, percebe-se que embora mesmo ausente legislação

específica, em nosso ordenamento pátrio, há a aplicação da lei ao caso concreto,

na ocorrência de assédio moral. Contudo, há o reclamo social por mudanças na

Consolidação das Leis Trabalhistas a fim de que haja efetividade nas leis ao

combate do assédio moral.

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3.1. O POSICIONAMENTO DOS TRIBUNAIS, SINDICATOS MTE e MPT

SOBRE O TEMA

De acordo com assessoria de Imprensa Regional de Trabalho e

Emprego de Santa Catarina (SRTE/SC), e de acordo com informação do (portal

do MTE, (http://portal.mte.gov.br/imprensa/srte-sc-promove-seminario-sobre-

assedio-moral.htm, acesso em 15/05/2012), as denúncias sobre assédio moral,

têm crescido, e se multiplicado, à medida que as ações de prevenção, são

promovidas pela SRTE. Segundo a coordenadora da comissão de igualdade de

oportunidades de gênero, raça, etnia, e de pessoas com deficiência da SRTE/SC,

Maria Eugênia Steyer, houve recebimento de 40 denúncias de assédio moral, em

média, por mês. Afirma à coordenadora, que cerca de 70% desse total, são

solucionados sem processo judicial, pela própria comissão, com a presença do

empregador e empregado. Segundo informações ainda do site, (idem, idem) o

MTE de Santa Catarina, com objetivo de informar empregadores a respeito do

tema assédio moral, em busca de ações preventivas, têm promovido seminários.

O site nos informa, que segundo declaração do Superintendente Luis Viegas,

existem poucas informações sobre o assunto, citando como exemplo, um caso

recente, relatado por um auditor fiscal, que em situação de fiscalização, observou

uma ação de assédio moral na empresa, mas ao alertar o patrão sobre a questão,

o empregador se defendeu dizendo “que nunca tinha tocado na funcionária”. Ou

seja, o superintendente declarou que com o exemplo ficou evidenciado a falta de

esclarecimento sobre o assunto, e a confusão que é feita, sobre assédio moral,

com assédio sexual".

No mesmo sentido, o MTE de Pernambuco, tem promovido seminários,

com objetivo de discutir os reflexos do assédio moral, com foco na prevenção,

tratamento, reabilitação e readaptação do trabalhador, conforme pesquisa no site

do MTE em que está disposto o

seguinte:(http://portal.mte.gov.br/delegacias/pe/seminario-discute-saude-mental-e-

trabalho.htm) acesso em 15/05/2012):

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A violência, a precarização e a saúde mental no trabalho, o assédio moral e as políticas públicas que promovem a reabilitação e readaptação do trabalhador estão entre os temas a serem abordados no encontro cujo objetivo é fomentar ações intersetoriais, com foco na prevenção, tratamento, reabilitação e readaptação do trabalhador.

Desta forma, vê-se a premente necessidade do debate junto à

sociedade a fim de informação e prevenção sobre a matéria. Nesse diapasão, o

Ministério Público do Trabalho, de acordo com informações de imprensa no portal

do Ministério Público, (http://www.prt3.mpt.gov.br/imprensa/?p=5334, acesso em

15/05/2012), têm ocorrido promoção de palestras, a fim de conscientização sobre

a matéria assédio moral, a exemplo em Uberlândia, recente palestra em Araguari,

proferida pelo juiz auxiliar da 2ª Vara do Trabalho de Uberlândia, Marco Aurélio

Treviso, no Triângulo Mineiro, reuniu advogados, empresários, e trabalhadores,

para a discussão a respeito da questão do assédio moral nas relações de

trabalho. O evento contou com a presença de mais de 70 pessoas, e foi realizado

pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da região, em cumprimento à

recomendação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo o site, o

procurador do trabalho Eliaquim Queiroz, responsável pelo acordo, esteve

presente na palestra, e acredita que essas ações do MPT, tenham um caráter

preventivo, e declara ser fundamental a orientação dos trabalhadores sobre seus

direitos, e sobre o respeito à dignidade humana.

No âmbito dos sindicatos, o assunto também é debatido, segundo o

sindicato do

petróleo(http://www.sindipetro.org.br/w3/index.php?option=com_content&view=arti

cle&id=129:palestra-sobre-assedio-moral-no-cenpes&catid=107:assedio moral

l&Itemid=495, acesso em 15/05/2012), representantes do Sindipetro-RJ, do RH, e

da Ouvidoria Geral da Petrobrás, participaram de recente debate sobre assédio

moral, no Cenpes. De acordo com o referido site, o evento, contou com palestra

da psicóloga Lis Andréa Soboll, doutora em medicina preventiva, professora,

pesquisadora e consultora organizacional da Universidade Federal do Paraná

(UFPR). Onde foi discutido o tema Assédio Moral no Trabalho, com o auditório

lotado, confirmando que realmente há uma grande demanda da categoria, na

tentativa de compreensão deste instituto, que segundo a doutrora se constitui um

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“mal da globalização”. Na palestra, segundo o site, a psicóloga abordou as

relações humanas no trabalho e o assédio moral, como um conjunto de práticas,

e comportamentos agressivos, hostis, contínuos, e repetitivos, que afetam a

dignidade da pessoa assediada.

De acordo com informação do site do sindicato da polícia federal

(http://ssdpfrj.org.br/2012/03/servidor-da-pf-se-voce-e-vitima-de-assedio-moral -

denuncie/, Fonte: SSDPF/RJ com informações SINDPOLF/SP, acesso em

15/05/2012), no âmbito da Polícia Federal, os casos de assédio moral são mais

comuns do que se imagina, e com objetivo de defender a categoria dos abusos

cometidos, o Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal do

Estado do Rio de Janeiro, (SSDPF/RJ) lançou uma campanha, com intenção de

informar aos associados que assédio moral é crime, disponibilizando

departamento jurídico do SSDPF/RJ, para prestar apoio em ações de danos

morais.

De maneira semelhante, o assunto também é tema atual no âmbito dos

Tribunais, segundo notícias do TRT RJ, (site http://portal1.trtrio.gov.br, assessoria

de Imprensa e comunicação social do TRT RJ apud HIRIGOYEN, acesso em

07/05/2012), a matéria foi alvo de amplo debate, em palestra realizada em 26 de

abril de 2012, no TRT RJ - 1ª Região, pela renomada psicoterapeuta francesa

Marie France Hirigoven, em que teve por objeto, a discussão, primando pela

distinção do assédio moral, de outros riscos psicossociais, e objetivando o correto

diagnóstico do problema, e estratégias de prevenção. Segundo o site, a

renomada psicoterapeuta, também dissertou sobre a dificuldade da prova nessa

matéria.

Com referência de julgados sobre o tema, recentemente a assessoria

de imprensa e comunicação social - TRT/RJ, nos Destaques jurídicos,

http://portal2.trtrio.gov.br:7777/pls/portal/PORTAL.wwv_media.show?p_id=140409

37&p_settingssetid=381905&p_settingssiteid=73&p_siteid=73&p_type=basetext&

p_textid=14040938, acesso em 16/05/2012), noticiou que a TV Record, pagará R$

30 mil a um jornalista que sofreu humilhações no ambiente de trabalho. E que

além de ter que indenizar o trabalhador, a emissora de televisão, deverá divulgar

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a condenação, a todos os empregados do setor de jornalismo, na cidade do Rio

de Janeiro, como forma de desagravo. Segundo o site, mesmo ocupando o cargo

de editor-chefe do programa “Tudo a Ver”, o jornalista não escapou de sofrer

assédio moral por parte do diretor de jornalismo da empresa. Por cerca de um

ano, o profissional sofreu ofensas, e ataques pessoais por parte do seu superior,

inclusive diante dos colegas. Conforme confirmaram as testemunhas, o diretor o

chamava de “burro”, “incompetente”, “idiota”, “com pouca agilidade mental”, entre

outras palavras agressivas. Em consulta a sentença, acesso ao portal do TRT RJ,

proferida pela juíza Cissa de Almeida Biasoli, da 20º Vara do Trabalho, a

penalização, foi baseada na infração dos artigos 186, e 927, do código civil, senão

vejamos:http://portal.trtrio.gov.br:7777/pls/portal/PORTAL.SP_ABRE_ATA?p_sq_

audiencia=13240402, acesso em 15/05/2012):

Especificamente no campo do Direito de Trabalho, o

assédio moral deve ser duramente combatido. De acordo com o artigo 6º da Constituição Federal, a saúde é um direito social e o meio ambiente de trabalho sadio se insere nisto. O ambiente de trabalho sadio não é apenas aquele em que se observam as condições de segurança e higiene do trabalho, mas também a qualidade das relações interpessoais, que devem se pautar pelo respeito, confiança e colaboração. Na hipótese em análise, verificou-se que de fato esse ambiente de trabalho sadio não foi resguardado. As atitudes do Sr. Tiago causaram diretamente danos ao patrimônio moral do autor. Todavia, não se deve esquecer que as ofensas ocorriam na presença de colegas e muitas vezes dirigidas a outros empregados da ré. Assim, essas ofensas ganham uma conotação bem diferente, pois além das ofensas diretamente recebidas, há sempre um temor no ar de ser o próximo a sofrer os ataques pessoais. Assim, o assédio moral, ora caracterizado, trouxe prejuízo não apenas ao ofendido, mas a todos que fazem parte da empresa e mesmo à sociedade. Daí a importância de a empresa ter uma política inibidora do assédio moral, com esclarecimentos sobre o tema, apoio psicológico às vítimas e punição dos agressores. No caso, em análise, mesmo sabendo dos fatos, a ré não demonstrou ter adotado qualquer política para evitar e coibir os abusos do Sr. Tiago, ao revés, continua negando o ocorrido, sem lhe imputar qualquer punição pelas atitudes. Comprovado o ato ilícito e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano surge a obrigação de indenizar, nos termos do art. 186 e 927 do Código Civil. Ressalte-se ainda que a indenização deve ser fixada de modo que não enseje o enriquecimento sem causa do trabalhador e nem a ruína do ofensor, porém, com caráter pedagógico a fim de impedir que o comportamento ofensivo se repita a outras vítimas. Defiro o pedido de pagamento da indenização por danos morais no valor de R$ 60.000,00

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Segundo o blog do MTE, (Justino, http://blog.mte.gov.br/?p=3212,

acesso em 18/05/2012) a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria

Cristina Irigoyen Peduzzi, disse em entrevista, que os processos de assédio moral

na Justiça do Trabalho, ocupam o segundo lugar entre os pedidos de reparações

por danos morais. Segundo informações do site, a ministra declarou que iniciou

seu estudos acerca do assédio moral, há cerca de cinco anos, e que nessa época

haviam pequenos registros de recursos para o TST, mas que nos dias atuais,

seria difícil uma pauta de julgamento semanal sem há existência de um recurso

ou dois de assédio moral.

Em caso recente no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, de

acordo com o site,

(http://www.tst.gov.br/web/guest/noticias?p_p_auth=Gqnu4Wa6&p_p_id=15&p_p_

lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_15_struts_action=%2Fjourn

al%2Fview_article&_15_groupId=10157&_15_articleId=1053977&_15_version=1.

0, acesso em 15 de maio de 2012), uma empresa paulista, de nome Companhia

Müller de Bebidas, foi condenada por assédio moral, motivada pelo isolamento do

trabalhador, ao ambiente de trabalho, e sua manutenção em ociosidade. E

segundo informações do site, tais condutas, teriam abalado a saúde, auto estima,

e imagem do trabalhador perante os colegas. De acordo com informações do site

o TRT, da 15ª região, de Campinas, tinha fixado um valor de R$ 200.000,00, de

condenação, mas a empresa recorreu ao TST, e nesse tribunal, o caso foi julgado

pelo o Ministro relator do processo no TST, Vieira de Melo Filho, que entendeu ter

havido violação ao artigo 944 do código civil. No entanto, reduziu a quantia

ajustada, de R$ 200.000,00, que na sua concepção teria sido elevada, e por

decisão unânime, o valor da indenização passou para R$ 80.000,00 (oitenta mil

reais). Processo: RR-153140-22.2005.5.15.0136.

De maneira semelhante, segundo notícias do site do TST

(http://www.tst.gov.br/web/guest/noticias?p_p_auth=Gqnu4Wa6&p_p_id=15&p_p_

lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_15_struts_action=%2Fjourn

al%2Fview_article&_15_groupId=10157&_15_articleId=419630&_15_version=1.0,

acesso em 15 de maio de 2012), a sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho,

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reduziu uma condenação, arbitrada na primeira instancia de R$ 20.000,00 (vinte

mil reais), para R$ 10.000,00 (dez mil reais), o caso tratou de assédio sofrido por

uma empregada, atendente de telemarketing, que, após o retorno de uma licença

médica, para tratamento de depressão, passou a sofrer pressões, e humilhações

de uma supervisora, durante todo o mês, até ser demitida. Segundo o site (id

ibid) o chefe teria passado a "pegar no pé" da trabalhadora, inclusive com

repreensões na frente das colegas, com as quais não podia sequer conversar.

Segundo informações do site, testemunhas disseram que a supervisora era de

fato pessoa de difícil trato, e que algumas vezes "esfregava um papel" na colega,

dizendo que era quem dava as ordens lá dentro. A empresa também recorreu,

alegando que o valor da condenação era alto, e desproporcional à ofensa moral

alegada. Ainda de acordo com o site, o relator concluiu que não se tratava de "um

pequeno desentendimento pessoal", mas de arbitrariedades da supervisora, que

culminaram com a dispensa da empregada. Avaliando que a empresa deveria

reparar o dano causado à trabalhadora, com fulcro nos artigos 944, parágrafo

único, e 945 do Código Civil. E arbitrou o valor da condenação em R$ 10.000,00,

seguida por unanimidade pelos demais ministros da Sexta Turma (Processo: RR-

1153700-63.2009.5.09.0009).

Em outros Estados, o assunto também têm sido alvo de recentes

julgados, como demonstramos abaixo:

ASSÉDIO MORAL. INDENIZAÇÃO. Restando comprovado nos autos que a empregada foi alvo de tratamento diverso daquele dispensado aos demais empregados, sofrendo injustificada intolerância e humilhação, resta caracterizado o assédio moral, prescindindo de prova específica o abalo psicológico. Violação ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Indenização devida. Condenação mantida. (...) (568005220095040404 RS 0056800-52.2009.5.04.0404, Relator: MARIA INÊS CUNHA DORNELLES, Data de Julgamento: 23/11/2011, 4ª Vara do Trabalho de Caxias do Sul)

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O mobbing ou assédio moral no trabalho, que não se confunde com assédio sexual, é o “terror psicológico” impingido ao trabalhador, “ação estrategicamente desenvolvida para destruir psicologicamente a vítima e com isso afastá-la do mundo do trabalho” (cf. MÁRCIA NOVAES GUEDES, in “Mobbing - Violência Psicológica no Trabalho”, Revista LTr, 67-2/162/165). Exterioriza-se por formas diversas, reiteradas, e “pode ser também visto através do ângulo do abuso de direito do empregador de exercer seu poder diretivo e disciplinar”, “um assédio pela degradação deliberada das condições de trabalho” (cf. MARTHA HALFELD FURTADO DE MENDONÇA SCHIMIDT, in “O Assédio Moral no Direito do Trabalho”, Revista da ABMCJ, nº 2, p. 109). A violência psicológica no trabalho atenta contra a dignidade e a integridade psíquica ou física do trabalhador, ensejando a reparação moral e/ou material pertinente. (TRT - 3ª Região - 8ª T.; RO nº 00936-2003-036-03-00-5-MG; Rela. Juíza Denise Alves Horta; j. 12/5/2004; v.u.).

Desta forma, vemos que o assunto é alvo de julgados e reflete a

realidade de vários trabalhadores nos dias atuais.

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CAPÍTULO IV

DA PROVA DO ASSÉDIO MORAL

O ilustre doutrinador Edward Carline, (SILVA, pag 253) nos ensina o

seguinte acerca do ônus da prova:

“É o encargo atribuído pela lei a cada uma das partes, no sentido de demonstrar a ocorrência de veracidade dos fatos de seu interesse relevantes para a formação do convencimento do juiz”.

Segundo o autor, ele está previsto no artigo 333, I, do CPC, e dispõe

que compete ao autor, a prova dos fatos constitutivos de seu direito. Nos informa

ainda, o ilustre doutrinador, que no tocante aos meios de prova, o artigo 332 do

CPC, autoriza a utilização de todos o meios legais, previstos em lei, e meios

moralmente legítimos, ou seja, provas atípicas, sem previsão legal. Na seara

trabalhista, para provar o assédio moral, os juízes tem se valido da prova

testemunhal, e documental, e inclusive email, tem servido de prova.

Nesse sentido, matéria recente do blog do MTE

(http://blog.mte.gov.br/?p=3223, JUSTINO), vinculou que a ministra do TST, Maria

Cristina Irigoven Peduzzi teria declarado, que para provar o assédio moral, a

vítima poderia se utilizar de testemunhas, ou até provas escritas, e gravadas.

Asseverando que a prova em matéria de assédio moral não seria dificultosa, visto

que para sua caracterização, haveria a necessidade de condutas repetitivas, que

segundo a ministra, para maioria dos doutrinadores, gira em torno de seis meses,

disse ainda a ministra, segundo o site, que inclusive email serviria como prova

válida, assim como toda prova escrita, testemunhal e até gravações, desde que

não sejam clandestinas. E exemplificou a ministra, segundo informações do site,

que a pessoa assediada, neste caso, poderia colocar um gravador no bolso, e

registrar a conversa entre o próprio, e o assediador. Mas gravar conversas de

terceiros, não seria tido como prova válida. Nesse sentido, declarou a ministra:

“Tem que gravar para se defender de uma coisa que está acontecendo com ele”.

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Segundo o site, a ministra declarou ainda, que se justifica a responsabilidade do

empregador, porque a empresa é responsável por manter um ambiente de

trabalho saudável, e, por isso, se justifica a ação por danos morais. Segundo

ainda o site, a ministra declarou o seguinte: “Quem responde por tudo que ocorre

é o empregador. A responsabilidade civil é de quem contrata”.

Diferente visão ocorre no âmbito doutrinário, em que não há consenso,

se o dano moral pode ser aferido pelo comportamento do agente, ou pelo

resultado danoso. A divergência doutrinária se justifica, face à dificuldade em

conceituar juridicamente o assédio moral, pela extensão ocasionada pelo

fenômeno.

Alguns doutrinadores exigem para a caracterização do assédio moral,

prova pericial, a fim de demonstrar o dano psíquico. Ou seja, para alguns não

bastaria verificar o comportamento do assediador, e sim o resultado do evento

danoso, refletido no psicológico do assediado. A doutrinadora Alice Monteiro de

Barros (RARROS, 2007, p.905), nos informa que alguns doutrinadores enfatizam

o assédio moral, no conceito do dano psíquico acarretado á vitima, face à

violência acarretada à vitima. Outros doutrinadores, destacam mais a situação

vexatória. Entretanto, a autora exemplifica alguns elementos caracterizadores em

que há consenso na doutrina, e jurisprudência, entre eles, cita o prolongamento

no tempo, a finalidade de ocasionar o dano psíquico, e ainda o seguinte:

Que se produzam efetivamente os danos psíquicos, os quais se revestem de índole patológica. Constituem portanto, uma enfermidade que pressupõe diagnostico clinico e que se deverá provar. O dano psíquico poderá ser permanente ou transitório. Ele se configura quando a personalidade da vítima é alterada e seu equilíbrio emocional sofre perturbações, que se exteriorizam por meio de depressão, bloqueios, inibições, etc. Estes estados devem guardar um nexo de causalidade com o fato danoso, Poderá ocorrer de este ultimo não gerar o desequilíbrio emocional, mas agravá-lo. Nessa última hipótese, aplica-se a concausa, e o responsável responde pelo agravamento.

Verificando o exemplo acima, vemos que por não haver unanimidade

na caracterização do assédio moral no âmbito doutrinário, há consequente

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dificuldade da aferição da prova. Até porque, segundo a autora (idem idem), há

distinção doutrinária acerca do assédio moral e do dano moral. Nesse sentido nos

ensina Alice Monteiro de Barros, que segundo alguns entendimentos doutrinários,

o assédio moral necessitaria de comprovação da alteração psicopatológica,

diferentemente do dano moral, em que a prova se presume. Assim, para alguns

doutrinadores a prova do assédio moral deveria ser pericial.

A renomada Alice Monteiro se posiciona contrária à necessidade de

prova pericial, nesse sentido, nos ensina que na sua concepção, o conceito de

assédio moral, deve ser definido pelo comportamento do assediador, e não pelo

resultado danoso. E justifica ainda, a que a exigência de elemento alusivo ao

dano psíquico, traria como consequência a falta de punição às agressões que não

tenham conseguido dobrar psicologicamente a pessoa. (BARROS, Apud GARCIA

CALLEJO, 2007, p.906), acrescenta a autora, que o terror psicológico, neste

caso, se converteria em um ilícito sujeito à mente, e subjetividade do ofendido.

De outra face, contrária é a posição doutrinária da ilustre Sonia

Mascaro, (MASCARO, acesso em 07/05/2012) em que defende como necessária

para caracterização do assédio moral, a prova pericial. A autora considera a

caracterização do assédio moral como subjetiva, e em sua concepção é essencial

para configuração do assédio moral, prova técnica, e assevera ser necessária

prova produzida por perito da área médica, por meio de laudo médico, afirmando

existir a doença advinda do trabalho, sob pena de restar em sua opinião, ausente

seu pressuposto essencial.

Corroborando a essa linha de entendimento o site especializado sobre

o tema assédio moral.org, é possível estabelecer o nexo causal?

(http://www.assediomoral.org/spip.php?article8, acesso 08/05/2012), nos informa

sobre a possibilidade de estabelecimento de nexo causal afim de produção da

prova, segundo informações do site, há uma resolução de número 1488, de 1998,

do conselho Federal de Medicina, que prevê que para o estabelecimento do nexo

causal, entre transtornos de saúde, e as atividades do trabalhador, no qual o

médico além do exame clínico, físico e mental, e dos exames complementares,

quando necessários, deve o médico considerar o seguinte:

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A história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou

investigação de nexo causal; O estudo do local de trabalho; Os dados

epidemiológicos; A literatura atualizada; A ocorrência de quadro clínico ou

subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas. A identificação de

riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes; O depoimento e a

experiência dos trabalhadores; os conhecimentos, e as práticas de outras

disciplinas, e de seus profissionais, sejam ou não da área de saúde.

No caso concreto, os magistrados tem entendido que o ônus da prova

é do trabalhador, e este deve provar o alegado com provas seguras.

O rigor no tocante ao exame da prova pelos magistrados se justifica, a

fim de que não haja banalização do instituto, com o propósito de coibir o

enriquecimento ilícito e sem causa por meio da chamada "indústria" dos danos

morais. Corroborando com essa assertiva os tribunais assim tem decidido:

Nesse sentido, assim tem se manifestados os tribunais acerca de prova

do assédio moral:

Os requisitos da responsabilidade civil subjetiva são: a) ato comissivo ou omissivo; b) dano moral; c) nexo causal; d) culpa em sentido amplo (dolo) ou restrito (negligência, imprudência ou imperícia). 4 - O exame global das provas indica que não há elementos seguros para justificar a ofensa moral ou as agressões da Sra. M. não só em relação ao autor, como também em relação aos demais funcionários. A prova há de ser cabal e robusta para o reconhecimento do dano moral. Não há elementos para se indicar a presença do assédio moral. Se não há o elemento do ato, deixa de se justificar a existência do próprio assédio. E, por fim, o dano moral é questionável, notadamente, quando o próprio autor disse que nunca procurou orientação psicológica ou reclamações perante o Ministério do Trabalho ou a Delegacia Regional do Trabalho. Diante da inexistência dos requisitos da responsabilidade civil, descabe a indenização por dano moral. (TRT - 2ª Região - 4ª T.; RO nº 02146-2003-902-02-00-SP; ac. nº 20030361740; Rel. Juiz Francisco Ferreira Jorge Neto; j. 22/7/2003; maioria de votos) ST 173/74 (e-19913).

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INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. Imprescindível para que se reconheça o direito à indenização por assédio moral, a prova do ato que o causa. Tendo o trabalhador comprovado que era usualmente constrangido por seu superior hierárquico, resta comprovado o fato danoso. Reparação moral que se mantém. INSALUBRIDADE. EPI' S. INEFICÁCIA. O uso de IPI de forma inapropriada gera o direito ao recebimento do adicional de insalubridade. Recurso provido no aspecto. (...) (1357008020095040232 RS 0135700-80.2009.5.04.0232, Relator: MARIA MADALENA TELESCA, Data de Julgamento: 01/12/2011, 2ª Vara do Trabalho de Gravataí)

RECURSO DA RECLAMANTE. ASSÉDIO MORAL. ÔNUS DA PROVA.É do reclamante o ônus da prova do assédio moral, fato constitutivo do direito postulado (art. 818 da CLT e art. 333, I, do CPC, de aplicação subsidiária), dele não se desincumbindo, no caso. Recurso desprovido. (...)818CLT333ICPC -(10581420105040305 RS 0001058-14.2010.5.04.0305, Relator: DENIS MARCELO DE LIMA MOLARINHO, Data de Julgamento: 17/11/2011, 5ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo)

“Assédio moral. Não configuração. A indenização em decorrência de assédio moral somente pode ser reconhecida quando estiver calcada em provas seguras acerca da conduta abusiva do empregador ou de seu preposto, consubstanciada pela pressão ou agressão psicológica, prolongada no tempo, que fere a dignidade do trabalhador, bem como acerca do necessário nexo de causalidade entre a conduta violadora e a dor experimentada pela vítima. No caso dos autos, tais elementos não se fazem presentes, motivo pelo qual mantenho a r. sentença que indeferiu a indenização por assédio moral. ( TRT23. RO. 01328.2008.036.23.00-3. 2ª Turma. Relator Desembargadora Leila Calvo. Publicado em 20/03/2009”.

ASSÉDIO MORAL. PROVA. Não existindo comprovação das condutas imputadas à empresa recorrida e que configurariam o alegado assédio moral, deve ser mantida a sentença que julgou improcedente a reclamação trabalhista. RECURSO ORDINÁRIO CONHECIDO E IMPROVIDO (702201000216009 MA 00702-2010-002-16-00-9, Relator: ALCEBÍADES TAVARES DANTAS, Data de Julgamento: 01/02/2012, Data de Publicação: 08/02/2012)

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RECURSO DO RECLAMANTE. ASSÉDIO MORAL. De fato, os próprios acontecimentos narrados pelo reclamante não permitem concluir que tenha havido procedimento abusivo, do qual o autor afirma ter sido vítima, não se percebendo o excesso na conduta de seus superiores hierárquicos. O fato de haver cobrança relacionada à produção e à frequência dos empregados, nos termos narrados pelo autor e relatados nos depoimentos tomados como prova emprestada, não caracterizam o assédio moral passível de ser indenizado, nos termos propostos na inicial. Recurso não provido, no tópico. RECURSO DA RECLAMADA. DESCANSOS SEMANAIS REMUNERADOS (DSR' s). A norma coletiva aplicada pela reclamada prevê a integração do repouso semanal remunerado na remuneração fixa do empregado, para todos os fins, mediante a aplicação do percentual de 16,66% sobre os salários dos empregados horistas. O procedimento adotado pela reclamada representa nítido prejuízo ao empregado, impossibilit (...) (1621007120085040231 RS 0162100-71.2008.5.04.0231, Relator: JOÃO BATISTA DE MATOS DANDA, Data de Julgamento: 06/10/2011, 1ª Vara do Trabalho de Gravataí)

Desta forma, percebe-se que em nosso País, ainda é dificultoso para o

trabalhador angariar provas, inclusive porque não há a beneficie na seara

trabalhista, da inversão do ônus probandi. Assim, há necessidade de muita

discussão, a fim de conscientização, prevenção, que nos remete ainda à

necessidade de reformas da legislação e a promoção de debates entre os

próprios legisladores, a fim de que um tema tão atual seja combatido com

eficácia.

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CONCLUSÃO

A prática do assédio moral no ambiente do trabalho constitui um

atentado a dignidade da pessoa humana, e é capaz de trazer problemas sérios,

não só por violar direitos inerentes à sua personalidade, assim como por atingir a

própria saúde, e até a vida do trabalhador. E embora ausente legislação

específica em nossa consolidação das leis trabalhistas, o assediador não resta

impune ao praticar a conduta ilícita, fazendo valer o legislador, neste caso, à

aplicação da lei ordinária. Contudo, ainda há a premente necessidade de

regulamentação de lei a fim de efetividade no combate do assédio moral.

A matéria ainda é recente, porém alvo de recentes discussões, pelos

mais renomados juristas, e objeto de palestras, com objetivo de divulgação sobre

o tema. Neste aspecto, restou comprovado que também nos tribunais, de maneira

semelhante, a matéria também foi objeto de debates. E recentes julgados sobre a

matéria apenas confirmam a assertiva de que os juristas tem considerado o

assédio, um atentado à dignidade da pessoa humana, e neste aspecto a maioria

dos magistrados quando detectam violação, têm feito concreção da lei.

Em matéria de prova, verificamos que ainda há dificuldades na

aferição, por se tratar de um instituto novo no mundo jurídico, e de difícil

visualização ante sua subjetividade, ou objetividade, advinda do reflexo, e

extensão do dano, e por isso mesmo, é considerado pelos doutrinadores como

uma forma de tortura silenciosa.

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ÍNDICE

RESUMO............................................................................................................... 5

METODOLOGIA.................................................................................................... 6

SUMÁRIO.............................................................................................................. 7

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8

CAPÍTULO I

CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DE ASSÉDIO MORAL

............................................................................................................................. 10

1.1 – TIPOS DE ASSÉDIO MORAL ................................................................... 14

CAPÍTULO II

RELAÇÃO COM DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CONSAGRADOS

NA CRFB E NA CLT .......................................................................................... 16

CAPÍTULO III

NORMATIZAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL EM NOSSA LEGISLAÇÃO

............................................................................................................................. 21

3.1 – POSICIONAMENTO DOS TRIBUNAIS, SINDICATOS MTE E MPT SOBRE

O TEMA ..............................................................................................................23

CAPÍTULO IV

A PROVA DO ASSÉDIO MORAL ......................................................................31

CONCLUSÃO...................................................................................................... 37

BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 38