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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NA GESTÃO EMPRESARIAL Por: Suzana Aparecida Gomes da Silva Orientador Prof. Ms. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NA GESTÃO EMPRESARIAL

Por: Suzana Aparecida Gomes da Silva

Orientador

Prof. Ms. Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NA GESTÃO EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Finanças e

Gestão Corporativa.

Por. Suzana Aparecida Gomes da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, o grande e

verdadeiro responsável por nossas

vitórias.

Aos meus familiares, amigos e

professores que de alguma forma

estiveram ao meu lado, me apoiando e

acreditando na capacidade de

realização deste grande sonho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus filhos: Saulo, Silas e Sendy, pela alegria e felicidade que trouxeram em minha vida e por se constituírem diferentemente enquanto pessoa; igualmente belos e admiraveis em essência, estímulos que me impulsionaram a buscar vida nova a cada dia, e por terem aceito se privar de minha companhia pelos estudos, concedendo a mim a oportunidade de me realizar ainda mais.

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RESUMO

O principal objetivo do presente trabalho é oferecer um estudo sobre a

aplicação e importância do Fluxo de Caixa nas organizações.

Apresenta inicialmente explanações sobre as várias conceituações

básicas e uma contextualização histórica pertinente. Justifica, não só a sua

importância, como também a utilização de seus demonstrativos como

ferramentas fundamentais e indispensáveis a uma boa gestão empresarial.

Conceitua os tipos de fluxo de caixa existentes e indica os diversos

elementos de sua composição, bem como as formas adequadas para sua

análise e utilização. Procura, finalmente, mostrar algumas transações que

podem ou não afetar o caixa da organização.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi baseada fundamentalmente em pesquisas

bibliográficas realizadas em livros, artigos em revistas especializadas e

pesquisas na internet, com ênfase na importância do Fluxo de Caixa como

instrumento de gestão financeira e empresarial nas organizações.

No primeiro capítulo, serão apresentados os aspectos gerais e

históricos do Fluxo de Caixa. O segundo capítulo tratará da utilização do

Fluxo de Caixa pelas organizações. O terceiro capítulo abordará os

métodos utilizados para a elaboração da demonstração do Fluxo de

Caixa. No último capítulo serão tratados os aspectos relativos ao lucro

em relação ao fluxo de caixa, bom como transações e classificações

pertinentes.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Aspectos gerais e históricos 09

CAPÍTULO II - O gerenciamento 17

CAPÍTULO III – Formas de Apresentação 28

CAPÍTULO IV – Lucros, Transações e Classificações 36 CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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INTRODUÇÃO

“Muitas empresas vão à falência por não

saberem administrar seu fluxo de caixa.”

(Matarazzo – 1998)

A atual ordem financeira mundial exige que o gestor financeiro esteja

preparado para constantes novos desafios. Nos dias de hoje, mais do que

nunca, é necessário administrar com competência os vários recursos

financeiros da organização. Contudo, isso só é viável, se existir a colaboração

integrada dos gestores das diversas áreas da instituição.

Em todo o processo para a definição do fluxo de caixa da organização

devem ser utilizadas técnicas que visam à projeção dos custos e das vendas,

objetivando a eliminação de perdas para seus caixas.

O fluxo de caixa torna-se sem dúvida uma ferramenta fundamental

para que a organização possa ter rapidez, confiança e segurança em suas

várias atividades financeiras. Com isso, o fluxo de caixa deve espelhar com

precisão a real situação econômica da organização, focando o seu futuro

financeiro.

No apagar das luzes do ano de 2007, entrou em vigor a Lei n.º

11.638/07, que modifica alguns artigos da Lei 6.404/76 (Lei das S/As). Entre as

principais mudanças mencionadas naquela Lei do final de 2007, está a adoção

da Demonstração de Fluxo de Caixa em substituição a DOAR. O principal

motivo que levou o legislador brasileiro a propor tal mudança é, simplesmente,

seguir uma tendência mundial ao usar Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC),

importando-se com outras informações nem sempre contidas na

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).

Na opinião de Jack Wech em entrevista a revista EXAME (1993),

“muitas vezes nós medimos tudo e não entendemos nada. As três coisas mais

importantes a medir em um negócio são: a satisfação dos clientes, a satisfação

dos empregados e o fluxo de caixa”.

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CAPÍTULO I

ASPECTOS GERAIS E HISTORICOS

.

1.1. Histórico e considerações

A gestão dos recursos financeiros representa uma das principais

atividades da empresa. Dessa forma, faz-se necessário um efetivo

planejamento dos montantes captados e o acompanhamento dos resultados

obtidos, com o objetivo de administrar tais recursos, possibilitando uma melhor

operacionalização.

Para obter-se uma boa gestão financeira, é necessária a utilização de

ferramentas gerenciais, como o Fluxo de Caixa, entre outros, que visam

orientar e planejar os recursos disponíveis na organização a partir da criação

de cenários. Com isso, torna-se possível a identificação de necessidades ou

oportunidades, para a aplicação dos excedentes de caixa em áreas rentáveis

da empresa ou em investimentos estruturais.

O professor e consultor Carlos Alexandre Sá, apresenta em seu artigo

“O fluxo de Caixa – este desconhecido”, um resumo objetivo sobre a evolução

histórica das ferramentas contábeis até chegarmos ao fluxo de caixa. Ele

afirma que “É antiga a preocupação do Homem com sistemas que lhe

permitam enxergar a realidade financeira e patrimonial de seus negócios. Há

relatos de que Tales de Mileto há cerca de 600 anos antes de Cristo, teria

estudado “contabilidade” no Egito. No entanto, foi em 1494 que o monge

franciscano Luca Pacciolo publicou sua “Súmula de Aritmetica, Geometria,

Proportionatie et Proporcionalita”, conjunto enciclopédico no qual figura o

“Tractatus Particularis de Computis et Scripturis” dedicado a explicar a

contabilidade aos comerciantes, sendo assim à primeira obra impressa a

conceituar o método ”das partidas dobradas” e a expor a base de uma doutrina

contábil.

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No século XVIII, provavelmente em conseqüência da revolução

industrial e do crescente interesse por sistemas de controle financeiro e

patrimonial, a escola inglesa suplanta a escola italiana na formulação e

aplicação das normas contábeis. O século XX marca o início da primazia da

escola americana sobre as demais escolas contábeis. A quebra da bolsa

americana em 1929 e a crise financeira que se seguiu, despertaram a

consciência para a necessidade do fortalecimento da contabilidade como

sistema de informações. Em 1934, o American Institute of Certified Public

Accountants (AIPA) publica o primeiro estudo sobre a análise de balanços

baseada nos chamados Índices de Balanço.

No entanto, o interesse pelo estudo sistemático do fluxo de caixa

começa somente em 1961 com a publicação pelo Accounting Procedures

Board (APB) do Accounting Research 2, intitulado Cash Flow: Analysis and the

Funds Statement, e culmina com a publicação pelo Financial and Accounting

Standards Board (FASB), em novembro de 1987, do Statement of Financial

and Accounting Standards 95 (SFAS 95) que estabelece normas para a

elaboração do relatório do fluxo de caixa, o qual se transforma em

demonstração contábil de apresentação obrigatória pelas empresas de capital

aberto para os exercícios encerrados a partir de 15 de julho de 1988.

Na Inglaterra, a publicação da demonstração do fluxo de caixa tornou-se

obrigatória a partir de 1992 com a entrada em vigor do Financial Reporting

Standard. 01.(FRS01).

No Brasil, em abril de 1999, o Instituto Brasileiro de Contadores

(IBRACON), procurando se antecipar às alterações na Lei 6.404/76, à época

em discussão no Congresso, publicou a Normas e Procedimentos Contábeis nº

20 (NPC 20) contendo recomendações (bastante sucintas), quanto à

elaboração da demonstração de fluxo de caixa.”

A Lei nº 6.404/76 que regulamenta as normas contábeis e que de vem

ser seguidas pelas Sociedades Anônimas – obriga as organizações a

fornecerem em conjunto com os balanços pertinentes, a “Demonstração das

Origens e Aplicações de Recursos – DOAR,” que devem apresentar as

movimentações que permitem margem nos recursos em curto prazo.

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Entretanto, alguns autores apresentam a idéia de uma possível substituição da

DOAR pelo fluxo de caixa. A principal justificativa neste sentido fundamenta-se

que existe uma compreensão mais fácil do Fluxo de Caixa, face às

informações sobre o fluxo financeiro a serem observadas de forma mais clara

e objetiva durante o processo, apesar da DOAR ser de uma riqueza maior de

informações.

Com o passar dos anos, tem-se buscado um maior envolvimento dos

profissionais de contabilidade na administração das organizações. Com o

objetivo de conduzir a atividade de contabilidade do simples registro

patrimonial com fins legais ou fiscais para uma situação de parceria de

decisões de negócios, capaz de proporcionar informações e análises de

natureza econômica, física, financeira e de produtividade, como também de

fornecer estudos, projeções e desenhos de cenários futuros para o

planejamento da instituição.

A constatação do caráter estático e limitador das demonstrações

convencionais fizeram eco no fato de que determinada situação ou um

determinado nível de estoque fixado em certo momento do tempo, estimulou o

desenvolvimento de demonstrações que representem fluxos, com a finalidade

de subsidiar a análise dos balanços das instituições. A análise baseada em

demonstrativos que representem os fluxos proporciona o entendimento das

mudanças ocorridas nos níveis de estoques dos mesmos por meio do estudo

de suas movimentações. Dessa forma, o Balanço Patrimonial, reflexo do

estoque de bens, direitos e obrigações de uma organização apresenta os

níveis em uma posição de momento.

Para um melhor entendimento da evolução dos níveis de estoque

apresentados no Balanço Patrimonial, torna-se necessário fazer uso de outros

demonstrativos que mostrem fluxos e apresentem as movimentações que

originaram as alterações constatadas no espaço entre os períodos observados.

A análise da situação como um todo, ganhará maior relevância a partir da

avaliação, por exemplo, da Demonstração de Resultados do Exercício, que

informa a movimentação dos fluxos de receitas e despesas, apresentando

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como foram originados os resultados da organização e qual a efetiva

colaboração de cada componente na formação do resultado.

Seguindo na linha desse mesmo demonstrativo, tem-se a Demonstração

das Mutações do Patrimônio Líquido. Ele foi criado possivelmente com o intuito

de controlar um determinado grupo de contas de interesse específico dos

detentores do capital nas empresas.

Por bastante tempo as instituições tiveram que se conformar com a

exclusividade dos Balanços Patrimoniais, as Demonstrações de Resultado do

Exercício e as Demonstrações das Mutações do Patrimônio Liquido. Contudo,

as organizações continuavam a necessitar de ferramentas mais ágeis, que

oferecessem fluxos completos de toda a movimentação financeira e não se

limitado apenas a listar receitas e despesas exclusivamente, segundo os

regimes de competência. A resposta a essa necessidade, com o objetivo de se

tornar um demonstrativo com a capacidade de diferenciar-se pela

apresentação conjunta das movimentações dos fluxos, surgiu na figura dos

Fluxos de Fundos.

Entende-se que a expressão, “Fundos,” pode assumir diversas

interpretações, segundo o período considerado na análise. Como por exemplo,

para uma avaliação crítica a partir das variações observadas no ativo líquido

oriundos de operações de grandes prazos, ou seja, a estruturação dos fluxos

de rendas no período. Em situações que apresentem prazos pequenos o

enfoque recomendável é o de capital circulante líquido, e por fim, se a situação

é de prazo muito curto o enfoque volta-se para o caixa propriamente dito.

Observe que a definição comumente usada para fluxo de fundos é a de Capital

Circulante Líquido, ou melhor, entendido pela diferença entre o Ativo Circulante

e o Passivo Circulante.

A Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR) foi

adotada no Brasil, baseada na idéia de capital circulante líquido e destaca a

situação financeira de curto prazo das instituições.

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1.2. Desequilíbrio Financeiro

Conforme afirmam Kaspczak e Scandelari (2006), “Manter o equilíbrio

financeiro interno, exige um constante monitoramento por parte da

administração financeira, colocando em foco os itens que podem causar a falta

de recursos na empresa e em conseqüência desequilibrá-la.”

Zdanowicz (1995) propõe o seguinte diagrama, que permite ao

administrador financeiro visualizar os possíveis desequilíbrios financeiros da

organização, identificando fatores que permitirão adotar medidas preventivas e

saneadoras.

Diagrama 1 – Desequilíbrio financeiro

Ainda, segundo Kaspczak e Scandelari (2006), “O sistema de fluxo de

caixa, na visão de Zdanowicz (1995), é uma ferramenta de gerenciamento e

controle. Pode ser utilizada para se administrar a situação financeira das

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empresas, por permitir que se projetem as possíveis entradas e saídas de

recursos financeiros no curto e no longo prazo.”

1.3. O Valor do Fluxo de Caixa

Campos Filho (1992) ensina que: “Entende-se como Fluxo de Caixa o

registro e controle sobre a movimentação do caixa de qualquer empresa,

expressando as entradas e saídas de recursos financeiros ocorridos em

determinados períodos de tempo”. Assim sendo, o Fluxo de Caixa representa

importante papel no planejamento financeiro das empresas. Portanto, constitui-

se numa prática dinâmica, que deve ser constantemente revista, atualizada e

utilizada na tomada de decisões. Normalmente a avaliação é realizada através

de indicadores específicos, de acordo com cada projeto ou situação analisada,

tais como: Valor Presente (Valor Atual Líquido), Taxa Interno de Retorno,

Payback e Taxa Média de Retorno.

No entendimento de Treuherz (1999), o fluxo de caixa é denominado –

Demonstrativo de Entradas e Saídas ou Demonstrativo de Fluxo Disponível, e

tem por finalidade indicar a procedência do numerário do qual se utilizou a

empresa num determinado período e as aplicações desse numerário.

Por sua vez Sanvicente (1997), assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo básico, a projeção das entradas e saídas de recursos financeiros para

determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar

empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis

para a empresa.

O fluxo de caixa pode ser também conceituado, conforme Gitman

(1997), como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o

objetivo de apurar os somatórios de ingressos e somatórios financeiros da

empresa em determinado momento, prognosticando assim se haverá

excedente ou escassez de caixa, em função do nível desejado de caixa pela

empresa.

Para Yoshitake (1997), o fluxo de caixa é um esquema que representa

os benefícios e os dispêndios ao longo do tempo. E sua gestão visa

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fundamentalmente manter um certo nível de liquidez imediata, para fazer frente

à incerteza associada ao fluxo de recebimento e pagamento.

Enfim, a Demonstração do Fluxo de Caixa propicia ao administrador

financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro, pois numa

economia tipicamente inflacionária não é aconselhável excesso de caixa, mas

o estritamente necessário para fazer face aos seus compromissos. Através do

planejamento financeiro o gestor saberá o montante certo em que contrairá

empréstimos para cobrir a falta (insuficiência) de fundos, bem como quando

aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, evitando, assim a

corrosão inflacionária, proporcionando maior rendimento à empresa.

Para melhor visualização, a ilustração abaixo, demonstra o fluxo de caixa.

Diagrama 2 – Fluxo de Caixa

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O Fluxo de Caixa constitui ferramenta de fundamental importância para

a boa administração e avaliação das organizações. A sua adoção possibilita

uma boa gestão dos recursos financeiros, evitando situações de insolvência ou

falta de liquidez que representam sérias ameaças à continuidade das

instituições.

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CAPÍTULO II

O GERENCIAMENTO

2.1 – Formas de Fluxo de Caixa

O tratamento das informações relativas ao Fluxo de Caixa pode ser

identificado de duas formas: a primeira refere-se ao Fluxo de Caixa

Realizado que apresenta o desempenho do que passou; e a segunda ao

Fluxo de Caixa Projetado ou Previsto que procura antever as situações

relacionadas ao caixa das organizações.

Como afirma Silva (1998), “A expressão fluxo de caixa apresenta duas

formas de entendimento: “(a) o fluxo de caixa passado, isto é, aquele que já foi

realizado; e (b) o fluxo de caixa previsto, ou seja, previsão de caixa que

abrange um período futuro.”

2.1.1 – Fluxo Realizado

A finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como se

comportaram as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa em

determinado período. O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de

propiciar análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo

projetado.

2.1.2 – Fluxo Projetado

O objetivo principal do fluxo de caixa projetado é informar como se

comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros em

determinado período, podendo ser projetado a curto ou a longo prazo. Em

curto prazo busca-se identificar os excessos de caixa ou a escassez de

recursos dentro do período projetado, para que através dessas informações se

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possa traçar uma adequada política financeira. A longo prazo, o fluxo de caixa

projetado, além de identificar os possíveis excessos ou escassez de recursos,

visa também obter outras informações importantes, tais como:

Ø Verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos

necessários para custear suas operações;

Ø Determinar o capital em giro no período;

Ø Determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa. (IEF =

capital em giro / capital de giro da empresa);

Ø Determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da

empresa; etc.

É bom lembrar que as informações de que a empresa dispõe para

elaborar o fluxo de caixa projetado a curto prazo, diferem daquelas que estão

disponíveis quando se projeta a longo prazo. Normalmente, quando se projeta

a curto prazo, as principais operações que vão provocar entradas e saídas de

dinheiro já foram realizadas e a empresa trabalha com relativo grau de certeza

dos recebimentos e/ou pagamentos dentro do período. No entanto, quando se

projeta a longo prazo, o que se conhece são apenas projeção das operações

de ingressos e/ou desembolsos de recursos financeiros, ficando o fluxo de

caixa projetado a longo prazo exposto a eventos estranhos ao conhecimento

primário por parte da empresa, podendo comprometer as previsões

consideradas.

2.1.3 – Realizado X Projetado

Entre os Fluxos de Caixa observa-se que, enquanto o Fluxo Realizado

limita-se a explicar o passado o Fluxo Projetado lança-se a frente, procurando

definir o futuro. A importância de um e de outro é relativa sendo maior ou

menor conforme o momento e da utilização que se deseje dar.

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Outro aspecto que deve ser considerado é a comparabilidade que

existe entre os fluxos de caixa realizado e o projetado. Isto possibilita identificar

os motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeções ou

por falhas de gestão. A análise das variações ocorridas no fluxo de caixa

permite identificar as causas de eventuais divergências de valores; funciona

como feedback, gerando informações para o processo decisório e para o

planejamento financeiro futuro.

2.2 – Estruturas do Fluxo de Caixa

Visando uma perfeita análise das informações o Fluxo de Caixa de uma

organização deve apresentar uma estrutura com determinado grau de

detalhamento, para que o administrador possa analisar entender e decidir

adequadamente sobre sua liquidez

2.2.1 – Atividades Operacionais

Neste grupo serão colocados os valores referentes às atividades-fim da

empresa. Aqui encontraremos o valor recebido a vista dos clientes,

pagamentos a fornecedores, pagamentos ao governo relativos a impostos e

multas, recebimento de prêmios de seguros. Devido às diferenças encontradas

em cada empresa, este grupo deve ser muito bem analisado para que as

informações nele contidas reflitam fielmente as atividades empresariais

específicas.

Valores que compõe este grupo serão relativos às seguintes atividades:

Recebimentos operacionais:

• De clientes, através de vendas à vista;

• De clientes, através de vendas a prazo;

• Rendimentos de aplicações financeiras, se esta for à atividade-fim da empresa;

• Recebimento de Dividendos.

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Pagamentos operacionais:

• Fornecedores de mercadorias ou matérias-primas;

• Salários e encargos sociais;

• Encargos financeiros;

• Tributos.

2.2.2 – Atividades de Investimento

Este grupo tem uma relação intrínseca com o Ativo Permanente do

Balanço Patrimonial. As atividades de Investimentos refletem todos os valores

que uma organização aplica em bens para prover suas atividades

operacionais. São exemplos de entradas e saídas deste grupo:

Entradas:

• Venda de ativos imobilizados usados na produção ou prestação de serviços;

• Recebimento de vendas de participações em outras empresas;

• Resgates de investimentos permanentes.

Saídas:

• Compra de ativo imobilizado;

• Pagamento no ato de aquisição de participações em outras empresas;

• Empréstimos concedidos.

2.2.3 – Atividades de Financiamento

Uma empresa pode precisar de capital para um grande projeto ou

simplesmente gerir suas atividades operacionais, capital este que pode estar

indisponível. Então é comum que a direção da empresa recorra a empréstimos

em entidades financeiras ou aceite a entrada de novos sócios – ou poderá

emitir e negociar ações. Os valores, tais como estes mencionados, obtidos ou

pagos a terceiros serão exibidos no grupo Atividades de Financiamentos.

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Devemos observar que o conceito de financiamento, neste caso, é

diferente do amplamente usado no mercado. Comumente é chamada de

financiamento a aquisição de um bem pago por terceiros, Na Demonstração do

Fluxo de Caixa, este conceito abrange tanto os recursos obtidos de terceiros

quanto os recursos próprios recebidos.

São transações deste grupo:

Entradas:

• Vendas de ações emitidas;

• Empréstimos obtidos no mercado financeiro;

• Valores referentes à entrada de novo sócio.

Saídas:

• Pagamento de empréstimos bancários;

• Saída de sócio da empresa;

• Pagamento de dividendos.

2.3 – O Planejamento do Fluxo de Caixa

A importância do planejamento pode ser entendida na afirmação de Hoji

(1999), “Em sua grande maioria as atividades empresariais envolvem recursos

financeiros, caberá ao administrador financeiro analisar e manter controles

financeiros, tomar decisões de investimentos e financiamentos.”

2.3.1 – O processo de Planejamento

O estabelecimento de um de planejamento do fluxo de caixa da

organização consiste em implantar uma estrutura de informações útil, prática e

econômica. A proposta é dispor de um mecanismo seguro para estimar os

futuros ingressos e desembolsos de caixa da empresa.

O Fluxo de Caixa é um dos instrumentos mais eficientes de

planejamento e controle financeiro, o qual poderá ser elaborado de diferentes

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maneiras, conforme as necessidade ou conveniências da empresa, a fim de

permitir que se visualizem os futuros ingressos de recursos e os respectivos

desembolsos.

O Fluxo de Caixa projetado pode ser expresso de forma genérica pela

seguinte equação:

SFC = SIC + I – D

Onde:

SFC = Saldo final de caixa;

SIC = Saldo inicial de caixa;

I = Ingressos;

D = Desembolsos.

Dessa forma, o fluxo de caixa é o instrumento utilizado pelo

administrador financeiro, com a finalidade de verificar se o saldo inicial de

caixa adicionado ao somatório de ingressos, menos o somatório de

desembolsos em determinado período, apresentará excedentes de caixa ou

escassez de recursos financeiros pela empresas.

Havendo excedentes financeiros, isso possibilitará ao administrador

financeiro identificar a destinação mais eficiente dos mesmos. Se houver de

recursos financeiros, possibilitará a ele captar nas fontes menos onerosas do

mercado. Cumpre destacar que, na captação e na aplicação de recursos

financeiros por parte da empresa, deverá ser fixado, entre outros fatores, o

prazo de operação. Como exemplo, podemos citar que na aplicação de

recursos no mercado financeiro (fundo de Aplicações Financeiras), o

administrador financeiro deverá levar em consideração não só a taxa de juros

que será paga pela instituição financeira, mas também a segurança da

operação e o período que excedente será aplicado, pois a empresa é indústria,

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comércio ou prestadora de serviços, e não uma especuladora no mercado

financeiro.

2.3.2 – Importância do Planejamento

Sobre um fluxo de caixa mal elaborado, Goldratt e Cox (1990), já

afirmavam que, “É possível que uma empresa apresente lucro líquido e um

bom retorno sobre investimentos e, ainda assim, vá à falência. O péssimo fluxo

de caixa é o que acaba com a maioria das empresas que fracassam”

O planejamento do fluxo de caixa é importante, porque irá indicar

antecipadamente as necessidades de numerário para o atendimento dos

compromissos que a empresa costuma assumir, considerando os prazos para

serem saldados. Com isso, o administrador financeiro estará apto a planejar

com a devida antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir em

conseqüência de reduções cíclicas das receitas ou de aumento no volume dos

pagamentos.

Destaca-se outro ponto importante, que desempenha o fluxo de caixa,

que é a possibilidade de evitar a programação de desembolsos vultosos para

período em que o ingresso orçado seja baixo por questões de mercado, por

exemplo. O planejamento do fluxo de caixa permite ao administrador financeiro

verificar se poderá realizar aplicações a curto prazo com base na liquidez, na

rentabilidade e nos prazos de resgate.

Dessa forma, o fluxo de caixa é de vital importância fundamental para a

eficiência econômico – financeiro e gerencial das empresas, sejam elas, micro,

pequenas, médias ou grandes, a tal ponto, que muitas instituições de crédito

exigem a sua apresentação antes de concederem empréstimos a seus

clientes.

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2.3.3 – Os prazos de planejamento

O período compreendido pelo planejamento do fluxo de caixa depende

do tamanho e ramo de atividade da empresa. Em geral, quando as atividades

estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência é para estimativas com

prazos curtos (diário, semanal, mensal), enquanto as empresas que

apresentam volume de vendas estável preferem projetor o fluxo de caixa para

períodos longos (trimestral, semestral ou anual). A finalidade do planejamento

também influi no período abrangido pelo mesmo. Por exemplo, para um

programa de investimento intensivo por parte da empresa, torna-se

conveniente um planejamento mais detalhado, referente a um prazo menor,

para se dar uma idéia aproximada da projeção de saldos mensais durante o

exercício social.

Como toda a empresa tem mais de uma espécie de necessidade

financeira, precisa ter estimativas com prazos variáveis, de acordo com as

respectivas finalidades.

Segundo Frezatti (1997), “É importante a empresa trabalhar com um

planejamento mínimo para três meses. O fluxo de caixa mensal deverá,

posteriormente, transformar-se em semanal e este em diário. O modelo diário

fornecerá a posição dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de

caixa, constituindo-se em poderosos instrumentos de planejamento e controle

financeiros para a empresa”.

A longo prazo, o planejamento do fluxo de caixa dispensa a

apresentação de muitos detalhes, pois tem em vista apenas relacionar

alterações significativas nos futuros saldos de caixa da empresa. De acordo

com os planos de ação aprovados pela cúpula diretiva, deverão resultar de

expansão ou modernização da capacidade de produção e/ou comercialização,

lançamento de novas linhas de produtos e crescimento almejado da empresa

dentro de um ou três anos, ou em um futuro próximo.

Zdanowcz (2001), afirma que o principal objetivo é “demonstrar a

possibilidade de serem geradas as disponibilidades de caixa, ou obtidos os

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25

recursos financeiros necessários à manutenção das atividades planejadas para

um dado período”.

O planejamento deverá indicar as épocas em que as disponibilidades

poderão ser insuficientes, a fim de que o administrador financeiro fique apto a:

a) definir, no planejamento de caixa, o montante dos empréstimos ou

financiamentos com que a empresa deverá contar a curto, médio, ou a longos

prazos;

b) avaliar um aumento de capital social, mediante aproveitamento de reservas

ou subscrição de novas ações;

c) analisar os efeitos que cada uma dessas iniciativas para obter maiores

recursos terá na estrutura do capital da empresa;

d) apresentar, para a alta administração, os projetos que poderão ser

executados de acordo com os planos, quais serão adiados ou alterados.

2.3.4 – Requisitos para o Planejamento

É fundamental, para a elaboração do fluxo de caixa, ter em mente as

oscilações que possam eventualmente ocorrer e irão implicar em ajustes dos

valores projetados, mantendo-se assim a flexibilidade desse instrumento de

trabalho do administrador financeiro.

Dentre os principais pré-requisitos para o planejamento do fluxo de caixa

estão os dados econômicos – financeiros, que serão utilizados pelo

administrador financeiro, pois deverão ser os mais corretos possíveis, captados

no plano geral de operações da empresa para o período a ser projetado.

O administrador financeiro irá buscar informações em outros

departamentos da empresa, e é importante que seus responsáveis estejam

conscientes da exatidão, clareza e confiabilidade dos dados prestados.

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A empresa, para utilizar este instrumento de gestão financeira e

alcançar os objetivos e as metas propostas, não deve medir esforços na sua

implantação e implementação, em termos empresariais. Ela deve manter um

nível razoável em caixa para que possa atender às necessidades diárias.

Este saldo disponível não poderá ser arbitrário, porém determinado pelo

administrador financeiro de acordo com os parâmetros operacionais da

empresa. Quanto mais cuidado houver na sua elaboração menor terá de ser o

nível de caixa.

Para que a organização obtenha resultados positivos através do fluxo de

caixa é necessário que observe os seguintes requisitos:

a) buscar a maximização do lucro, possuindo certos padrões de segurança,

previamente fixados;

b) assegurar ao caixa um nível desejado, a partir da constituição de reservas

necessárias à empresa;

c) obter maior liquidez nas aplicações dos excedentes de caixa no mercado

financeiro;

d) determinar o nível desejado de caixa, a partir das contas que compõe o

disponível da empresa;

e) fixar limites mínimos, mediante as experiências adquiridas pela empresa,

permitindo realizar os ajustes quando for necessário;

f) ainda que a empresa observe certos padrões de segurança, pode investir

parte de seus recursos disponíveis, mas nunca além do mínimo necessário

para as suas atividades operacionais.

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27

2.3.5 – Requisitos para Implantação

Entende-se que os principais requisitos para a implantação do fluxo de

caixa podem ser assim apontados:

a) envolvimento participativo da cúpula diretiva da empresa;

b) definição da estrutura funcional da empresa com definição clara dos níveis

de responsabilidades de cada área;

c) integração dos diversos setores e/ou departamento da empresa ao sistema

do fluxo de caixa;

d) estabelecimento de um do sistema de informações quanto á qualidade e aos

funcionários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados

(periodicidade) e os responsáveis pela elaboração das diversas projeções;

e) capacitação do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na

empresa;

f) elaboração e implantação de um manual de operações financeiras;

g) envolvimento dos responsáveis pelas diversas áreas, no sentido de alcançar

os objetivos e as metas propostas no fluxo de caixa;

h) utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos da

tomada de decisões que tenham impacto financeiro na empresa;

i) elaboração de um fluxograma das atividades na empresa, ou seja, definir as

atividades meio e as atividades fins.

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CAPÍTULO III

FORMAS DE APRESENTAÇÃO

3.1 – Método Indireto

Segundo Campos Filho (2002),” As empresas que decidirem não

mostrar os recebimentos e pagamentos operacionais, deverão relatar a mesma

importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais

indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de caixa

líquido das atividades operacionais (método indireto ou de reconciliação)”.

O método indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades

operacionais de forma indireta, realizando ajustes ao lucro líquido do exercício.

O fluxo de caixa elaborado pelo método indireto apresenta no grupo das

atividades operacionais: primeiro, o lucro líquido proveniente da Demonstração

do Resultado do Exercício, para em seguida adicionar os valores que não

representam desembolso de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na

DRE, ou seja, depreciação e amortização; provisão para devedores duvidosos;

aumento ou diminuição referente a fornecedores, no caso de compras a prazo,

ou contas a pagar, também a longo prazo; aumento ou diminuição de valores

em contas a receber, para o caso de vendas à prazo ou nos estoques.

Carmo Et Al (1997) esclarece que, “o método indireto consiste na

demonstração dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir

do lucro líquido, ajustado pelos itens que afetam o resultado, mas que não

modificam o caixa da empresa”. Enquanto, o método direto demonstra "os

recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais da

empresa em vez do lucro líquido ajustado".

A demonstração de fluxo de caixa, quando feita pelo método indireto, é

indicada por Silva, Santos e Ogawa (1993), como mais semelhante à estrutura

da DOAR, portanto de mais fácil compreensão aos que entendem essa

demonstração. Ao contrário, a DFC elaborada pelo método direto é de mais

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fácil entendimento para aqueles que já não compreendem a DOAR, visto que é

feita de forma direta, com entradas e saídas no caixa.

3.1.1 – Vantagens

a) Apresenta baixo custo basto utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e

do final do período), a demonstração de resultados e algumas informações

adicionais obtidas na contabilidade.

b) Concilia o lucro contábil com o fluxo de caixa operacional líquido mostrando

como se compõe a diferença.

3.1.2 – Desvantagens

a) O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de competência

é só depois converte-las para o regime de caixa. Se isso for feito uma vez por

ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente.

b) Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente

há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções.

3.2 – Método Direto

Campos Filho (2002) comenta que é recomendado às empresas "relatar

os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (método

direto)". “No método direto as entradas e saídas operacionais são

apresentadas de forma direta, isto é, primeiro as entradas, depois as saídas”.

A demonstração de fluxo de caixa, quando elaborada pelo método direto

apresenta dentro do grupo das atividades operacionais, primeiro o valor

referente à receita pela venda de mercadorias e serviços, para, em seguida,

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subtrair deste os valores equivalentes ao pagamento de fornecedores, salários

e encargos sociais dos empregados, bem como os impostos e outras

despesas legais. Além disso, adicionam-se os eventuais dividendos recebidos,

bem como os recebimentos de seguros.

3.2.1 – Vantagens

a) Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e

pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais;

b) Permite que a cultura de administrador pelo caixa seja introduzida

mais rapidamente nas empresas;

c) As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente.

3.2.2 – Desvantagens

a) O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos;

b) A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e

financeira em usar as partidas para classificar os recebimentos e

pagamentos.

3.3 – Formas de Apresentação

O fluxo de caixa realizado pode ser apresentado por meio de duas

formas: o método direto e o método indireto. Veja a representação gráfica, a

seguir, baseada em Sá (1998):

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Diagrama 3 – Método Direto X Método Indireto

EntradasOperacionais

SaídasOperacionais

Lucro Líquido

Ajustes

Geração Interna de Caixa

Geração Operaci-onal de Caixa

Fluxo Operacional

Geração Não Ope-racional de Caixa

Variação do Disponível

MenosMais / Menos

Igual

Mais / Menos

Igual

Igual

Mais / Menos

Método Direto

Méto

do Indireto

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3.3.1 – Demonstração do Método Indireto

FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO

Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa

Fluxo de caixa das atividades operacionais:

Lucro líquido

Depreciação e amortização (+)

Provisão para devedores duvidosos (+)

Aumento / diminuição em fornecedores (+/-)

Aumento / diminuição em contas a pagar (+/-)

Aumento / diminuição em contas a receber (+/-)

Aumento / diminuição em estoques (+/-)

Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento:

Venda de imobilizado (+)

Aquisição de imobilizado (-)

Aquisição de outras empresas (-)

Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:

Empréstimos líquidos tomados (+)

Pagamento de leasing (-)

Emissão de ações (+)

Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa

Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano

Fonte: Teles (1997)

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3.3.2 – Demonstração do Método Direto

FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO

Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa

Fluxo de caixa das atividades operacionais:

Venda de mercadorias e serviços (+)

Pagamento de fornecedores (-)

Salários e encargos sociais dos empregados (-)

Dividendos recebidos (+)

Impostos e outras despesas legais (-)

Recebimento de seguros (+)

Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento:

Venda de imobilizado (+)

Aquisição de imobilizado (-)

Aquisição de outras empresas (-)

Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:

Empréstimos líquidos tomados (+)

Pagamento de leasing (-)

Emissão de ações (+)

Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento / Diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa

Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano

Fonte: Teles (1997).

Como se verifica, a demonstração pelo método direto facilita ao usuário

avaliar a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos

recursos financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram

aplicados.

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3.4 – Análises de Dados

O Fluxo de Caixa é de fundamental importância para as empresas, pois

constitui peça indispensável de sinalização para os rumos financeiros de uma

organização.

Conforme explica Smith (1994), “os balanços expressam apenas as

opiniões dos auditores, não os fatos. Dinheiro é fato. Caixa é fato. Não se

produz caixa com artifícios contábeis. Os investidores devem olhar para as

empresa como olham os banqueiros. O que importa é o caixa. Se uma

empresa reporta lucros elevados, mas não está gerando caixa, ela pode não

estar gerando lucro nenhum. É preciso ter em mente que o que quebra uma

empresa não é a falta de lucro, as empresas quebram pro falta de caixa”

Evitar falta de recursos e conseqüente crise de liquidez nas empresas ou,

através do seu conhecimento, de forma antecipada, minimizar seus efeitos,

representa uma das principais funções do fluxo de caixa.

Através de uma adequada gestão de caixa podemos reduzir

substancialmente a necessidade de capital de giro, proporcionando maiores

lucros em função, principalmente, da redução das despesas financeiras. Daí a

importância da revisão e análise criteriosa do fluxo de caixa, pois só assim a

empresa poderá aferir os resultados efeitos.

De nada adianta efetuar projeções de fluxo de caixa se o mesmo não for

utilizado como ferramenta básica no processo decisório.

A projeção das necessidades futuras indicará escassez ou excesso de

recursos em determinado período e a avaliação desses resultados, permitirá

que a empresas tome as providências em tempo hábil e reprojete seu fluxo de

caixa em função das novas situações.

3.4.1 – Análise Horizontal A análise horizontal fornece a medida de crescimento dos itens do fluxo

de caixa. Permite que se tenha conhecimento da evolução de cada item do

fluxo de caixa dentro de uma série histórico.

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Por ocasião da análise horizontal, deve-se ficar atento às variações

percentuais elevadas, mas que seu valor absoluto não seja representativo, ou

o contrário quando uma variação percentual reduzida pode ter embutido um

valor absoluto considerável. Daí a importância da análise, conjugada com a

análise vertical para real compreensão da situação analisada.

A fórmula para a análise vertical do fluxo de caixa está indicada a

seguir:

Análise Horizontal = VALOR DO ÍTEM EM UM PERÍODO

ESPECÍFICO DA SÉRIE

_________________________________

VALOR DO ITEM NO ANO BASE

3.4.2 – Análise Vertical Esse tipo de análise representa importante ferramenta de interpretação

da estrutura de fluxo de caixa. Através desta análise é possível identificar itens

no fluxo de caixa cuja participação é bastante representativa, tornando-se,

assim, alvo de uma análise mais profunda.

Deve-se observar também a tendência dessa participação ao longo de

dois ou mais período.

O caixa líquido das atividades operacionais é a base a ser considerada

para a análise vertical do fluxo de caixa, pois representa o montante que a

empresa gerou de caixa internamente, tornando-se assim, ponto de referência

para o cálculo dos percentuais de participação dos demais itens do fluxo de

caixa. A fórmula para análise vertical do fluxo de caixa está indicada a seguir:

Análise Vertical = VALOR DO ÍTEM ________________________________X 100 VALOR DO CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS

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CAPÍTULO IV

LUCROS, TRANSAÇÕES E CLASSIFICAÇÕES

4.1 – Fluxos de Caixa X Lucros

Segundo Dechow (1994), “O lucro é a principal medida do

desempenho de uma empresa. O lucro é utilizado como medida de

desempenho por uma grande variedade de usuários”.

O sucesso de uma empresa depende, também, da sua capacidade de

gerar recebimentos em excesso aos desembolsos de caixa. Então, uma

medida de desempenho que pode ser usada é o fluxo de caixa realizado.

4.2 – As principais transações que afetam o caixa

A seguir relacionaremos, em dois grupos, as principais transações que

afetam o caixa.

4.2.1 – Transações que aumentam o caixa (disponível)

a) Integralização do Capital pelos Sócios ou Acionistas (são os investimentos

realizados pelos proprietários. Se a integralização não for a dinheiro, mas em

bens permanentes, estoques, títulos etc., não afetará o caixa);

b) Empréstimos Bancários e Financiamentos (são os recursos financeiros

oriundos das instituições financeiras. Normalmente, os Empréstimos Bancários

são utilizados como Capital de Giro (Circulante) e os Financiamentos, para

aquisição de ativo Permanente (Fixo);

c) Venda à Vista e Recebimentos de Duplicatas a Receber (a principal fonte

de recursos do caixa, sem dúvida, é aquela resultante de vendas).

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d) Outras Entradas (juros recebidos, dividendos recebidos de outras empresas,

indenizações de seguros recebidas etc.).

4.2.2 – Transações que diminuem o caixa (Disponível)

a) Pagamento de dividendos aos Acionistas;

b) Pagamento de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da

Dívida;

c) Aquisição de itens do Ativo Permanente;

d) Compra à vista e pagamentos de fornecedores;

e) Pagamentos de Despesas / Custos, Contas a Pagar e outros.

4.3 – Transações que não afetam o caixa

Através dos itens relacionados no grupo A observamos os principais

encaixes (entrada de dinheiro no caixa). Através dos itens relacionados no

grupo B observamos os principais desembolsos (saídas de dinheiro do caixa).

A seguir algumas transações que não afetam o caixa, isto é, não há encaixe e

nem desembolso:

a) Depreciação, Amortização e Exaustão (São meras reduções de Ativo, sem

afetar o caixa);

b) Provisão para Devedores Duvidosos (Estimativa de prováveis perdas com

clientes que não representa o desembolso ou encaixe);

c) Acréscimos de itens de Investimentos pelo método de Equivalência

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Patrimonial, (assim como Correção Monetária, poderá haver aumentos ou

diminuições em itens de investimentos sem significar que houve vendas ou

novas aquisições).

4.4 – Classificações das Origens e Aplicações

Na realidade, a demonstração dos fluxos de caixa resume as origens

e as aplicações de caixa durante um dado período. O quadro a seguir classifica

as origens e aplicações básicas de caixa.

ORIGENS APLICAÇÕES Diminuição em qualquer ativo Aumento em qualquer ativo

Aumento em qualquer passivo Aumento em qualquer passivo

Lucro Liquido após IR Prejuízo Líquido

Depreciação Dividenda pagos

Venda de ações Recompra de ações

Por exemplo, se as duplicatas a pagar da empresa aumentarem em $

1.000 durante o ano, essa variação será uma ORIGEM DE CAIXA. Se o

estoque da empresa aumentar em $ 2.500, essa variação será uma

APLICAÇÃO DE CAIXA, no sentido de que um adicional de $ 2.500 foi

destinado ao estoque.

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CONCLUSÃO

O atual cenário competitivo exige respostas rápidas e eficazes das

organizações. A identificação antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o “Fluxo de Caixa”, num dos mais importantes instrumentos para o

gestor financeiro da empresa. Através deste instrumento de controle e

planejamento, podemos vislumbrar como as decisões empresariais irão se

refletir nos resultados da empresa e como o seu “pulmão” caixa será

impactado.

As dificuldades encontradas na gestão dos recursos financeiros de uma

empresa, tomando-se por base dados históricos, relatórios elaborados pelo

regime de competência, fizeram, com que surgisse o fluxo de caixa, bastante

evidenciado e indispensável para a boa gestão das empresas.

Para o pequeno negócio, por exemplo, de perfil familiar, o Fluxo de

Caixa demonstra ser uma ferramenta de grande utilidade pela facilidade com

que poderá ser entendida e elaborada pelo gestor. A utilização do Fluxo de

Caixa permite a empresa planejar seu futuro através do orçamento projetado

de caixa, evitando desencontro entre suas receitas e despesas.

Não se pretende dizer que o orçamento e o planejamento, bem como a

implantação do Fluxo de Caixa numa organização, eliminarão suas

dificuldades financeiras. Certamente a visualização de suas entradas e saídas

futuras de caixa permitirá antecipar a decisão de alocação de recursos.

Permitirá, ainda, a reestruturação das imobilizações em estoque e

duplicatas, prazo de fornecedores, ampliação ou retração de fatia de mercado,

entre outras medidas que poderão ser adotadas e que são de competência da

boa gestão.

Outro aspecto importante a ser considerado é o fluxo de caixa torna

mais conveniente a administração e acompanhamento do dia a dia das

atividades operacionais da empresa. Do contrário, se ela quiser tomar decisões

em função de um horizonte maior, terá que recorrer a outros demonstrativos

contábeis, como a demonstração das origens e aplicações dos recursos –

DOAR, por exemplo.

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Enfim, as empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar

e organizar seus dados em relação a recebimentos e pagamentos, com melhor

equilíbrio entre capital próprio e de terceiros. Aumentar a rotação dos

estoques, negociar junto a fornecedores descontos e prazos em compras,

oferecer benefícios a seus clientes, são medidas que poderão também ser

adotadas.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Aspectos gerais e históricos 09

1.1 – Histórico e Considerações 09

1.2 – Desequilíbrio Financeiro 13

1.3. – O Valor do Fluxo de Caixa 14

CAPÍTULO II

O Gerenciamento 17

2.1 – Formas de Fluxo de Caixa 17

2.1.1 – Fluxo Realizado 17

2.1.2 – Fluxo Projetado 17

2.1.3 - Realizado X Projetado 18

2.2 – Estruturas do Fluxo de Caixa 19

2.2.1 – Atividades operacionais 19

2.2.2 – Atividades de Investimento 20

2.2.3 – Atividades de Financiamento 20

2.3 – O Planejamento do Fluxo de Caixa 21

2.3.1 – O processo de Planejamento 21

2.3.2 – Importância do Planejamento 23

2.3.3 – Os prazos de Planejamento 24

2.3.4 – Requisitos para o Planejamento 25

2.3.5 – Requisitos para Implantação 27

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CAPÍTULO III

Formas de Apresentação 28

3.1 – Método Indireto 28

3.1.1 – Vantagens 29

3.1.2 - Desvantagens 29

3.2 – Método Direto 29

3.2.1 – Vantagens 30

3.2.2 - Desvantagens 30

3.3 – Formas de Apresentação 30

3.3.1 – Demonstração do Método Indireto 32

3.3.2 - Demonstração do Método Direto 33

3.4 – Análises de Dados 34

3.4.1 – Análise Horizontal 34

3.4.2 - Análise Vertical 35

CAPÍTULO IV

Lucros, Transações e Classificações 36

4.1 – Fluxos de Caixa X Lucros 36

4.2 – As principais Transações que afetam o caixa 36

4.2.1 – Transações que aumentam o caixa 36

4.2.2 – Transações que diminuem o caixa 37

4.3 – Transações que não afetam o caixa 37

4.4 – Classificações das Origens e Aplicações 38

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 44

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES ... (IBRACON), procurando se ... mudanças ocorridas nos níveis de estoques dos mesmos por meio

46

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do

Mestre

Título da Monografia: A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NA GESTÃO

EMPRESARIAL

Autor: Suzana Aparecida Gomes da Silva

Data da entrega: 04/02/2010

Avaliado por: Prof. Ms. Ana Claudia Morrissy Conceito: