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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA ARTE, UMA FERRAMENTA ESSENCIAL NA GESTÃO DA ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ANTONIA TAVARES DA SILVA NO MUNICIPIO DE RORAINÓPOLIS-RR. Por: Adão da Conceição Abreu Orientador: Profª. Fabiane Muniz Co-orientadora: Profª. Narcisa Castilho Melo Rorainópolis-RR 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL. 2 ... fundamental, 10 servidores que ... ambiental e a disciplina de artes

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA ARTE, UMA FERRAMENTA ESSENCIAL NA GESTÃO DA ESCOLA

ESTADUAL PROFESSORA ANTONIA TAVARES DA SILVA NO MUNICIPIO DE RORAINÓPOLIS-RR.

Por: Adão da Conceição Abreu

Orientador: Profª. Fabiane Muniz

Co-orientadora: Profª. Narcisa Castilho Melo

Rorainópolis-RR

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA ARTE, UMA FERRAMENTA ESSENCIAL NA GESTÃO DA ESCOLA

ESTADUAL PROFESSORA ANTONIA TAVARES DA SILVA NO MUNICIPIO DE RORAINÓPOLIS-RR.

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em arteterapia na educação.

Por: Adão da Conceição Abreu

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AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar, sempre

presente em todos os momentos, que

sem a força espiritual emanada dele

este momento não seria possível. A

minha esposa e filhos que

compreenderam a minha ausência

apoiando-me neste momento de

enriquecimento intelectual. À co-

orientadora Narcisa Castilho Melo pela

compreensão das limitações e pelo

incentivo constante e pela generalidade

em servir seus conhecimentos como

objeto de estudo desta pesquisa. A

todos que direta ou indiretamente

participaram desta caminhada.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a meus pais, Ângelo

Oliveira de Abreu e Terezinha Bertulina

da Conceição, eternos incentivadores de

minha formação pessoal e profissional.

Minha esposa Eliane, que tanto colaborou

para essa confecção e o aperfeiçoamento

desse trabalho. Aos meus filhos Marlon

Brando, Ângelo Neto e Sarah Susan,

objetivos de minha vida.

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RESUMO

Para iniciarmos a abordagem da pesquisa é necessário fundamentalmente o

nivelamento dos conceitos e definições, na qual os mesmos foram extraídos de

documentos de referencias, visando estabelecer o entendimento proposto e

construído. Neste trabalho verificamos se a Educação Ambiental através da

arte: uma ferramenta na gestão da Escola Estadual Antonia Tavares da Silva

no município de Rorainópolis. Os fundamentos teóricos que deram sustentação

à pesquisa encontram respaldo nos estudos de PEDRINI (1998), que nos fala

da Carta Brasileira para a Educação Ambiental, DIAS (2000), que nos mostra à

interdisciplinaridade da educação ambiental, Guimarães (2000) que nos diz que

a Educação Ambiental tem o importante papel de fomentar a percepção da

necessária integração do ser humano com o meio ambiente, LEONTIEV

(2000), mostra a arte recreativa e às necessidades psicológicas básicas do ser

humano, Reigota (2001) que nos falam sobre o estudo da arte sendo como

partes integrantes da educação nacional, entre outros que enfatizam que a arte

é a grande vinculadora dessa consciência quando ela passa a ser o

instrumento da relação da Educação Ambiental com todos os conhecimentos

das disciplinas do currículo escolar desenvolvido na escola, e a inter-relação da

Educação Ambiental com a arte deve ser inserida nos moldes educacionais.

Sem contar com a LDB, que estabelece Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (Lei 9.394/96) que rege todo sistema educacional brasileiro. A

pesquisa realizada foi do tipo quali-quantitativa e a abordagem metodológica

utilizada o estudo de caso. Foram aplicados questionários mistos a todos

participantes da pesquisa. A mesma foi realizada no período de março a maio

de 2010, participando do estudo 20 alunos de 5ª a 8ª série do ensino

fundamental, 10 servidores que fazem parte do corpo administrativo da escola

pesquisada.

Palavras-chaves: Educação Ambiental, Meio Ambiente, Estudo de Artes e

Educação.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 07 CAPITULO I – O JOVEM ESTADO DE ROARAIMA ................................................... 09 1.1 – Histórico, Localização, Limites e Economia ................................................. 09 1.2 – Populações, Potencialidades, Clima e Temperatura .................................... 10 1.3 – Vegetação, Hidrografia, Idioma, Fuso Horário e Poder Judiciário ............... 12 1.4 – O contexto da educação no Estado de Roraima .......................................... 15 1.5 – O contexto da educação no município de Rorainópolis ................................ 16 CAPITULO II – A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL E NO MUNDO .................. 19 2.1 – Um breve histórico da Educação Ambiental no Brasil e no mundo .............. 19 2.2 – A importância da Educação Ambiental na escola ........................................ 23 2.3 – A Educação Artística dentro das expectativas educacionais ........................ 25 2.4 – Os desafios atuais para a educação artística ............................................... 27 2.5 – A importância da arte na escola ................................................................... 28 CAPITULO III – O PERCURSO DA PESQUISA .......................................................... 30 3.1 – Tipo de Pesquisa .......................................................................................... 30 3.2 – Optando por um Estudo de Caso ................................................................. 31 3.3 – Instrumentos de Coletas de Dados .............................................................. 32 3.4 – Participantes da Pesquisa ............................................................................ 33 3.5 – Momentos da Pesquisa ................................................................................ 33 3.6 – Amostra ........................................................................................................ 34 CAPITULO IV – ANALISE E DISCURSÃO DOS DADOS............................................ 35 4.1 – Analises dos Questionários .......................................................................... 36 4.2 – Resultados dos Questionários ...................................................................... 44 4.3 – Comparação entre os Dados Coletados ....................................................... 44 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 46 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 48 ANEXOS ....................................................................................................................... 50

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INTRODUÇÃO

Este trabalho, que tem como foco central à Educação Ambiental

através da arte: uma ferramenta na gestão da escola estadual Antonia Tavares

da Silva no município de Rorainópolis, fundamenta sua abordagem tendo como

referências a participação do corpo docente, discente, administrativo.

Aprofundar as diversas dimensões desta questão nos sugere, em princípio,

reconhecer que não basta ter formalmente instituído os mecanismos da

Educação Ambiental e artes, estes por si só não garantem a efetivação do

processo de democratização e de implementação da política, pode nos

parecer, até certo ponto, um tanto óbvia, guarda grandes e intrigantes questões

que merecem e necessitam ser estudadas, considerando a ótica dos sujeitos

dentro da escola.

Desta forma, ao buscar construir algumas respostas que favoreçam

compreender tais questões e ainda considerando a dinâmica do que ocorre no

espaço escolar, verifica-se em muitos casos, que as vivências ali praticadas

evidenciam dificuldades em envolver no seu processo sobre a educação

ambiental e artes na educação todos os atores educacionais e, nesse contexto,

a sala de aula é o espaço menos contagiado pelos princípios e ações.

O que me levou a abordar esse tema voltado para a educação

ambiental e a disciplina de artes foi o grande descaso e desinteresse pela as

aulas de artes, essa pesquisa visa investigar todas essas causas. No

desenvolvimento da pesquisa contextualizamos sobre a problemática. O

trabalho esta dividido em quatro capítulos.

O primeiro trás o contexto da educação, e um breve histórico do estado

de Roraima e do município de Rorainópolis.

O segundo capítulo fala sobre o histórico conciso da Educação

Ambiental e arte no contexto escolar no Brasil, inserida em uma organização

como aspectos históricos da legislação ambiental no Brasil, a importância da

educação ambiental e artes nas escolas.

No terceiro capítulo descreve o tipo de pesquisa (quali quantitativo),

conforme os autores LAKATOS E MARCONI (2000), RUIZ (2002), TRIVIÑOS

(2006), GIL (2007), GAMBOA (2007) e abordagem metodológica utilizada (o

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estudo de caso) referenciada por LUDKE e ANDRÉ (1986), assim como a

descrição do método, da população-alvo, amostra e o delineamento da

pesquisa.

O quarto e ultimo capítulo apresenta a análise e discussão dos dados,

levando-se em conta os dados coletados diante do marco referencial teórico,

os objetivos específicos e o problema da investigação realizada.

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CAPITULO I

1 – O JOVEM ESTADO DE RORAIMA

1. 1 – Histórico, Localização, Limites e Economia.

O antigo território de Roraima foi transformado no atual Estado pelo

Artigo 14 do Ato das disposições transitórias da Constituição Brasileira,

promulgada em 1988. Assim o antigo Território Federal existiu de 13 de

setembro de 1943 até 05 de outubro de 1988. Mas o Estado só foi considerado

implantado em 1º de janeiro de 1991 quando, de acordo com a Lei, tomou

posse o primeiro governador eleito para administrar o estado.

No período de 05 de outubro de 1988 a 31 de dezembro de 1990 é

considerado de transição do Território Federal para o Estado. O primeiro

governador a tomar posse no cargo, foi o Brigadeiro Ottomar de Souza Pinto o

atual governador de Roraima.

Roraima representa uma das nove unidades que integram a Amazônia

Legal, situando-se ao extremo norte do território brasileiro, o que lhe confere a

particularidade de possuir a maior parte de suas terras no hemisfério norte.

O jovem Estado de Roraima tem uma premente necessidade de dotar

os setores da economia primário, secundário e terciário das condições

adequadas de infra-estrutura, ambiência propicia ao desenvolvimento e suporte

institucionais.

O Estado apresenta limites internacionais que se estendem por 958

Km, ao norte e ao noroeste com a Venezuela e 964 Km, a leste com a

República Cooperativista da Guiana, totalizando assim, 1.922 Km de fronteiras,

faixa considerada de Segurança Nacional, que lhe confere uma posição

estratégica no que concerne às relações internacionais entre o Brasil e esses

países.

A sudeste com o estado do Pará e ao sul com o Estado do Amazonas,

conforme mapa abaixo:

10

Observado na perspectiva dos municípios que hoje compõem o Estado

de Roraima, observa-se que o mesmo vem sofrendo um processo de

sucessivos desmembramentos, e, conseqüentemente formação de novas

unidades.

1.2 – População, Potencialidades, Clima e Temperatura.

Os perfis empresariais roraimense estão embasados em micro e

pequenos empresas, constituídas, na sua grande maioria, por firmas individuais

e sociedade por quotas de responsabilidade limitada. O fortalecimento

empresarial de Roraima está atrelado a uma perspectiva de desenvolvimento

assentada, num primeiro momento, na consolidação da produção de bens

primários que garantam, em curto prazo, o auto-abastecimento interno, em

crescente nível de processamento industrial e, cujo padrão tecnológico é

compatível com o atual estágio de desenvolvimento regional.

11

A dimensão geopolítica do estado está sendo aproveitada como

alavanca indispensável para estimular o ciclo industrial. As promissoras

perspectivas em relação ao mercado externo têm na base no avanço das

relações fronteiriças com a proposta de se atingir novos mercados e mediante

o estímulo ao ingresso de capitais para a expansão das atividades produtivas.

A economia local, mesmo em seu estado de insipiência, vem

ensaiando os primeiros passos no sentido de deflagrar vigoroso de

desenvolvimento sustentável e paulatinamente vai sendo superado o

paradigma histórico que atribuía esta função ao governo do Estado.

Tal dinâmica foi acentuada a partir de 1995 quando foram criados sete

novos municípios, passando de oito para quinze o total que hoje Roraima é

composto. Mas, muitas polêmicas perpassam a temática da divisão territorial.

Como mostra a tabela abaixo.

Município Distancia Rodoviária Área em Km %

Alto Alegre 86 26.109,7 11,59

Amajari 185 28.598,4 12,70

Boa Vista - 5.711,9 2,54

Bonfim 125 8.131,5 3,61

Cantá 36 7.691,0 3,41

Caracaraí 135 47.623,6 21,15

Caroebe 338 12.098,5 5,37

Iracema 93 14.403,9 6,39

Mucajaí 51 11.981,5 5,32

Normandia 185 7.007,9 3,11

Pacaraima 214 8.063,9 3,58

Rorainópolis 292 33.745,0 14,99

São João da Baliza 313 4.324,7 1,92

São Luiz do Anauá 298 1.533,9 0,68

Uiramutã 331 8.090,7 3,59

Fonte Anuário IBGE

O censo IBGE (2002) mostra o contexto populacional da região,

Roraima é o estado menos populoso: concentra apenas 2,51% do total, ou

seja, 324.397 habitantes. Desse total cerca de 76% residem nas áreas

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urbanas, situação que não deve sofreu grandes alterações nos últimos anos.

Sua Densidade Demográfica: 1,44 hab/ km². Taxa de crescimento

populacional: 4,57% ao ano (período: 1991/2000), considerada uma das

maiores do país.

Historicamente, a ocupação das terras de Roraima deu-se pela

perspectiva de preservação do território nacional, em função de situar-se em

áreas de fronteira. O processo de ocupação esteve vinculado inicialmente à

conquista do rio Amazonas e posteriormente a conquistas dos rios Negro e

Branco.

A região foi, no passado, algo de grande cobiça por parte de

exploradores e aventureiros de várias nacionalidades, que realizaram incursões

exploratórias em busca de ouro e especiarias, muitas vezes com a utilização de

mão-de-obra indígena.

A região Norte é responsável por 45,27% da superfície do país deste

total Roraima representa apenas 5,81%, o que corresponde a 225.116,1 Km².

O Estado representa umas das nove cidades que integram a Amazônia legal,

situando-se no extremo norte do território brasileiro, o lhe confere a

particularidade de possuir a maior parte de suas terras no Hemisfério Norte.

A privilegiada situação geopolítica de Roraima permite boa integração

do Estado com o mercado regional e internacional. Dentre os principais lugares

com quem interage, a Venezuela se apresenta, segundo informações da

Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento (SEPLAN), como

um dos maiores compradores de soja, importando cerca de um milhão de

toneladas de grãos e 1,2 milhões de alimentos derivados, procedentes do

Brasil central.

1.3 – Vegetação Hidrografia, Idioma, Fuso Horário e Poder Judicial.

É importante registrar que através da Venezuela, a produção é

transportada para Europa, através do mar do Caribe – Porto La Cruz e Porto

Ordaz, distantes a 1.200 Km e 700 Km, respectivamente, de Boa Vista, por

rodovia asfaltada, de maneira rápida e econômica, o que aumenta

consideravelmente a competitividade de soja produzida em Roraima.

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A outra opção é a saída pelo porto de Itacoatiara, através do porto de

Caracaraí. Conforme informações da SEPLAN o projeto de expansão do porto

de Berbice, localizado na Republica Cooperativista da Guiana, apresenta-se

uma das grandes potencialidades de integração econômica e oportunidades

empresariais para o Estado de Roraima, bem como, países e Estados

próximos.

Situado a 541 Km de Boa Vista e a 88 de Georgetown, o porto localiza-

se em águas profundas do Atlântico a que possibilita a implantação de serviço

internacional de transporte de mercadorias por contêiner.

O clima do Estado de Roraima caracteriza-se por ser: Tropical Úmido e

Equatorial Subúmido. A temperatura média mínima está na faixa de 20 °C e

máxima de 38 °C em regiões de níveis baixos em relação ao nível do mar. Em

regiões de níveis entre 800m a 1000m a média é inferior a 18 °C. Em

localidades de altitudes acima de 1100m.

A temperatura mínima noturna chega a 6 °C e diurna inferior a 20°C em

qualquer época do ano. O estado possui duas estações climáticas bem

definidas: Chuvosa (Inverno), entre abril e setembro, sendo junho e julho os

meses que mais chovem. Seca (Verão), de outubro a março, sendo dezembro

e janeiro o mês de maior seca.

A vegetação do estado sua grande parte da cobertura vegetal integra a

Floresta Amazônica e nessa condição é considerada pela Constituição Federal

como “Patrimônio Nacional”, cuja utilização obedecerá a parâmetros legais que

assegurem sua preservação.

É classificada no “Projeto RADAMBRASIL”, em oito tipos de destino:

florestas ombrófilas tropicais de baixa e média altitude, florestas ombrófilas

tropicais densas de montanhas, florestas ombrófilas tropicais abertas com e

sem palmeiras (Chamadas matas de terra firme), florestas tropical estacional

semidecidual, florestas tropical densa, savanas, campos limpos do Rio Branco

e refúgios ecológicos (tepuis).

De todos os Estados Amazônicos, Roraima apresenta a maior

variedade de fisionomias vegetais. A heterogeneidade se deve ao forte

gradiente pluviométrica do sul para o norte do estado, os diversos substratos

geológicos e as variações altitudinais.

15

1.4 O contexto da educação no estado de Roraima.

No Setor da Educação Pública: Roraima dispõe de uma rede física

satisfatória. A última estatística revela que, em 1995, o Estado dispunha de 450

prédios escolares, onde estudaram 79.514 alunos em 1407 salas de aula.

Esses estudantes estavam assim distribuídos: 9.990 no Pré-escolar, 58.424 no

Primeiro Grau, 9.420 no Segundo Grau e 1.630 no Supletivo Especial.

Com 3720 professores. No 3º grau, a UFRR (Universidade Federal de

Roraima) abrigou, em 1996, 2.800 alunos nos mais diversos cursos. Roraima

conta também com diversos cursos profissionalizantes, no CEFETRR (Centro

Federal Tecnológicos de Roraima), no SENAR, no SENAC e no SENAI.

A educação da bacia do Rio Branco deu seus primeiros passos com os

missionários religiosos, os padres Carmelitas, vindos do Rio Negro, em 1725,

dando inicio a alfabetização da diminuta gente rio-branquense, movimento este

que terminou em 1788. Quase um século se passou sem que alguém se

lembrasse da educação. Só a partir de 1865, é que voltou a surgir em Boa

Vista do Rio Branco a venerável figura do mestre-escola.

Destacando-se João Capistrano Mota, Alfredo Venâncio de Souza

Cruz, Diomedes Souto Maior, pois foram eles os responsáveis pela retomada

da educação na bacia do Rio Branco. Alem dessas personalidades, a província

do Amazonas desde fim do século passado, designava para o município de

Boa Vista, professores como: Rosa Bamberg, Sátira Tapajós, Ana Libória,

Rogaciano Franco entre outros, que dada a inexistências de prédios escolares

lecionavam em suas próprias residências ou em casas alugadas para tal fim,

pois freqüentemente ministravam aulas particulares.

Na década de vinte chegaram ás freiras que se dedicaram à educação,

tendo sido, inclusive, construído um prédio ligado à prelazia, especificamente

para essa especialidade, onde anos depois seria instalada a escola São José.

As disciplinas do currículo eram: Português, Matemática, História Geografia,

Desenhos e trabalhos manuais (bordados, pinturas, crochê, etc.), alem de

aulas de Religião, que preparavam para a primeira comunhão. Em 1930 a

municipalidade viria criar escolas e nomear professores.

16

Em 1934 foi criada uma escola mista municipal, pelo professor

Aristóteles de Lima Carneiro. Em 1938 são inauguradas as escolas Primárias

Coronel Bento Brasil e Major Terêncio. Pelo que consta a primeira instituição

pública de ensino em Roraima foi o Grupo Lobo D`Almada.

As escolas necessitariam urgentemente reavaliar os seus espaços

culturais e sociais e ampliar o programa educacional, a arte não pode ser

tomada como objeto de decoração nas escolas e sim o de valorizar a

organização do mundo da criança, sua auto-compreensão, deve ser

considerada como a forma ideal do relacionamento participativo com o outro e

com o meio, tornando a ação mais significante do que o resultado. Elaborar

projetos envolvendo todos em busca do desenvolvimento individual e coletiva é

uma proposta indispensável, e isto está proposto nos PCNs:

1.5 O contexto da educação no município de Rorainópolis

Como caminho para alargar a reflexão sobre a questão central deste

trabalho que elementos se interpõem entre os processos de formulação e

Implementação das políticas educacionais até sua materialização, buscamos

contextualizar o município em estudo traçando um breve perfil histórico, social,

cultural e econômico, num esforço de correlação entre os resultados da

pesquisa obtidos, íticas definidas pelo governo municipal.

O município de Rorainópolis é servido pela rodovia federal BR 174

(Manaus Caracas) e é a porta de entrada pelo sul do estado, onde se encontra

a vila de Jundiá onde se encontra o posto de fiscalização da Secretaria de

Estado da Fazenda de Segurança Publica, e onde inicia a reserva indígena

Waimiri-Atroari por onde trafegam os veículos em direção aos dois estados.

Suas principais vilas são: Vila Jundiá, Vila Equador, Vila Nova Colina, Vila

Martins Pereira e Vila Santa Maria do Boiaçu.

Rorainópolis nasceu com denominação de Vila do INCRA, numa

referência ao Projeto de Assentamento Dirigido Anauá PAD/ANAUÁ, que

possui sua sede nesta localidade, desde 1975, para instalação dos colonos

migrantes de outros estados do Brasil, mas começou a possuir característica

de vila no inicio de 1980.

17

Possui a segunda maior população do estado em população calculada

no censo 2007 era de 25.714 habitantes e a área é de 33.594 km², o que

resulta numa densidade demográfica de 0,73 hab/km². Rorainópolis apareceu

em uma reportagem da revista Veja (4 de Agosto de 1999), como o "El Dorado

Brasileiro", devido ao estupendo crescimento. Tratava-se de uma pequena vila,

que em poucos anos tornou-se uma cidade de cerca de 30 mil habitantes.

Foi transformado em município pela Lei Estadual nº 100 de 17 de

outubro de 1995 e instalado em 1º de janeiro de 1997, com a posse do seu

primeiro prefeito eleito senhor Antonio Carlos Lacerda Gago, para o quadriênio

97/2000. Pouco mais de um ano de mandato, faleceu e assumiu para

cumprimento do mandato o vice-prefeito Geraldo Maria da Costa.

No setor educacional, o município dispõe de varias escolas, tanto na

zona rural tanto na sede. Na zona urbana conta com quatro escolas estaduais,

e três municipais, sendo duas delas creches e uma de pré-escolar e ensino

fundamental. O município conta apenas com uma escola estadual de ensino

médio.

Dispõem também de um Centro Regional de Ensino, uma biblioteca

pública municipal e o SESC-LER – Rorainópolis. Possui um campus da

Universidade Estadual de Roraima (UERR) que oferece os cursos de

Pedagogia, Química, Matemática, Física, Filosofia, Contabilidade, Agronomia e

Letras.

Dispõe ainda de um Centro Multimídia da Universidade Virtual de

Roraima (UNIVIRR), localizada na escola estadual José de Alencar. O Centro

Multimídia oferece os cursos na modalidade a distancia de Pedagogia,

Ciências Contábeis e Física.

Apreciação artística e história da arte não têm lugar na escola. As

únicas imagens na sala de aula são as imagens ruins dos livros didáticos, as

imagens das folhas de colorir e, no melhor dos casos, as imagens produzidas

pelas próprias crianças.

O sistema educacional não exige notas em artes porque arte-educação

é concebida como uma atividade, mas não como uma disciplina de acordo com

interpretações da lei educacional 5692. Algumas escolas exigem notas a fim de

colocar artes num mesmo nível de importância com outras disciplinas; nestes

18

casos, o professor deixa as crianças se auto-avaliarem ou as avalia a partir do

interesse, do bom comportamento e da dedicação ao trabalho.

A identificação da criatividade como espontaneidade não é

surpreendente porque é uma compreensão de senso comum da criatividade.

Os professores de arte não têm tido a oportunidade de estudar as teorias da

criatividade ou disciplinas similares nas universidades porque estas não são

Disciplinas determinadas pelo currículo mínimo.

19

CAPÍTULO II

2. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL E NO

MUNDO

2.1 Um breve histórico da educação ambiental no Brasil e no mundo

As décadas de 70/80 marcaram o início das lutas sociais organizadas

em nível mundial, dentre eles os movimentos de defesa da ecologia e do meio

ambiente, a partir dessa publicação, que repercutiu no mundo inteiro, os

militantes dos movimentos ambientalistas e a Organização das Nações Unidas

(ONU) realizaram vários eventos internacionais que abordaram a questão da

preservação e da educação ambiental.

O primeiro evento foi a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio

Ambiente (1972), conhecida como Conferência de Estocolmo. Com a

participação de 113 países, esse evento, que denunciou a devastação da

natureza que ocorria naquele momento, deliberou que o crescimento humano

precisaria ser repensado imediatamente. Nesse encontro, foram elaborados

dois documentos: a “Declaração Sobre Meio Ambiente Humano” e o “Plano de

Ação Mundial”. (PEDRINI: 1998, p. 26).

A principal recomendação dessa conferência foi a de que deveria ser

dada ênfase à educação ambiental como forma de se criticar e combater os

problemas ambientais existentes na época é importante lembrar que nesse

evento os países subdesenvolvidos não pouparam críticas aos países ricos,

por acreditarem que estes queriam limitar o desenvolvimento econômico dos

países pobres “usando políticas ambientais de controle da poluição como meio

de inibir a competição no mercado internacional” (DIAS: 2000 p.79).

Em função da Conferência de Estocolmo, o governo brasileiro,

pressionado pelo Banco Mundial, criou a Secretaria Especial do Meio

Ambiente, com o objetivo de implementar uma gestão integrada do meio

ambiente. Esse órgão possuía apenas três funcionários, o que mostrava o

descaso da ditadura militar com as questões ambientais em nosso país.

O plano de ação dessa conferência sugeria a capacitação dos

professores, assim como uma metodologia de ação para a educação ambiental

20

em nível mundial. Tendo em vista essa política, foram realizadas mais três

conferências internacionais sobre educação ambiental entre as décadas de

70/80 (PEDRINI: 1998 p. 26).

A primeira foi a Conferência de Belgrado (Yuguslávia), realizada em

1975, com a participação de pesquisadores e cientistas de 65 países. Esse

encontro resultou em um documento denominado “Carta de Belgrado”, que

preconizava uma nova ética para promover a erradicação da pobreza, do

analfabetismo, da fome, da poluição, da exploração e de todas as formas de

dominação humana.

Outra deliberação importante dessa conferência foi à elaboração dos

princípios e diretrizes para o programa internacional de educação ambiental, de

caráter contínuo e multidisciplinar, que levava em conta as diferenças regionais

e os interesses nacionais.

Com base nessa estratégia, a UNESCO criou o Programa

Internacional de Educação Ambiental (PIEA), com relevante atuação

internacional, cujo objetivo era o de editar publicações relatando as

experiências mundiais de preservação e educação ambiental. Além disso, esse

programa criou uma base de dados que, no início da década de 80, contava

com informações sobre 900 instituições que atuavam com educação ambiental

e 140 projetos voltados à preservação do meio ambiente.

No que diz respeito ao Brasil, as deliberações da conferência de

Belgrado, principalmente aquelas voltadas à educação ambiental, passaram

despercebidas pelos órgãos educacionais tanto na esfera federal quanto na

estadual, dada a conjuntura política que o país vivia naquele momento.

A partir de 1975, alguns órgãos estaduais brasileiros voltados ao meio

ambiente iniciaram os primeiros programas de educação ambiental em parceria

com as Secretarias de Estado da Educação. Ao mesmo tempo, incentivados

por instituições internacionais “disseminava-se no país o ecologismo,

deformação de abordagem que circunscrevia a importância da educação

ambiental à flora e a fauna, à apologia do “verde pelo verde”, sem que nossas

mazelas socioeconômicas fossem consideradas nas análises”. Esse conceito

não levava em conta a crítica à pobreza, ao analfabetismo, às injustiças sociais

etc., um dos temas centrais da Conferência de Belgrado (DIAS: 2000 p. 81).

Em 1977, a Unesco e o Programa das Nações Unidas para o Meio

21

Ambiente realizaram a 1ª Conferência Intergovernamental Sobre Educação

Ambiental, em Tbilisi, na Geórgia, antiga União Soviética. Nesse evento, os

especialistas de todo o mundo definiram os princípios e objetivos da educação

ambiental, além de formular as recomendações à atuação internacional e

regional sobre o tema.

Foi recomendado nessa reunião que se considerassem na questão

ambiental não somente a fauna e a flora, mas “os aspectos sociais,

econômicos, científicos, tecnológicos, culturais, ecológicos e éticos”. Além

dessa questão, foi deliberado também que a educação ambiental deveria ser

multidisplinar, possibilitando uma visão integrada do ambiente (DIAS 2000 p.

82).

A disseminação da educação ambiental deveria se der via educação

formal e informal, atingindo a todas as faixas etárias. Tendo em vista essa

diretriz, caberia a cada país implementar sua política nacional de educação

ambiental por meio dos órgãos educacionais e de controle ambiental. No Brasil,

essa política foi implementada pelo Ministério da educação, a partir do

documento denominado “Ecologia: uma proposta para o ensino de 1º e 2º

graus”.

Essa proposta, simplista e contrária à s deliberações da Conferência

de Tbilisi, tratava a educação ambiental no âmbito das ciências biológicas,

como queriam os países desenvolvidos, sem tocar na questão cultural, social e

política. Cabe destacar que as resoluções da Conferência de Tbilisi não

conseguiram por em prática seus objetivos e princípios, de forma a

implementar um amplo programa de educação ambiental em nível internacional

(DIAS: 2000, p. 84).

A Terceira Conferência Internacional sobre Educação Ambiental

aconteceu em 1987, em Moscou (URSS), reunindo educadores ambientais de

cem países vinculados às organizações não governamentais. Esse encontro

reforçou os princípios e objetivos traçados em Tbilisi, na qual a educação

ambiental deveria formar os indivíduos, desenvolver habilidades e disseminar

valores e princípios que permitissem à sociedade elaborar propostas para a

solução dos problemas ambientais.

Para tanto, acordou-se que deveria haver uma reorientação da política

de educação ambiental a partir de um plano de ação para a década de 90, com

22

base nas seguintes diretrizes: a) implementação de um modelo curricular

constituído a partir da troca de experiências mundiais; b) capacitação de

educadores que atuassem com projetos de educação ambiental; c) utilização

das áreas de conservação ambiental como pólo de pesquisa e formação

docente; d) intensificação e melhoraria da qualidade das informações

ambientais veiculadas na mídia internacional (PEDRINI: 1998 p. 29-30).

O governo brasileiro não apresentou nenhum projeto nesse encontro,

provocando reações negativas por parte da comunidade internacional e do

Banco Mundial. Com o objetivo de amenizar o problema, o Conselho Federal

de Educação aprovou o parecer 226/87 que incluiu o tema educação

ambiental, aos moldes da Conferência de Tbilisi, na proposta curricular do

ensino básico e médio em nosso país.

Em função da pressão do movimento ambientalista, nacional e

internacional, a Constituição promulgada em 1988 criou um capítulo sobre o

meio ambiente, no qual a educação ambiental, em todos os níveis de ensino,

passou a ser dever do Estado.

Em 1989, o governo federal criou o Instituto Brasileiro de Meio

Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), com o objetivo de formular e

coordenar a execução da política nacional de meio ambiente, além de

incentivar as ações voltadas à educação ambiental.

No ano de 1992, a cidade do Rio de Janeiro sediou a Conferência de

Cúpula da Terra, conhecida como Rio-92. Essa reunião, que congregou

representantes de 182 países, aprovou cinco acordos de extrema relevância

para o mundo: a) a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento; b) a Agenda 21 e suas formas de implementação; c) a

Convenção Sobre Mudanças Climáticas; d) a Convenção sobre Diversidade

Biológica; e) a Declaração de Florestas. Em um evento paralelo à Rio-92,

promovido pelo Ministério da Educação (MEC), foi aprovada a “Carta Brasileira

para a Educação Ambiental”, que enfocou o papel do Estado enquanto

promotor da educação ambiental em nível nacional.

Concomitante à Rio-92, houve uma reunião de aproximadamente dez

mil ONGs mundiais, na qual foi dada ênfase à educação ambiental “como

referencial a ser considerado, reforçando-os como marco metodológico no

ensino formal e informal” (PEDRINI: 1998 p.31).

23

De acordo com DIAS (2000, p. 171), a Rio-92 reafirmou a tese da

Conferência de Tbilisi, principalmente aquela que dizia respeito à

interdisciplinaridade da educação ambiental, priorizando três metas: a)

reorientar a educação ambiental para o desenvolvimento sustentável; b)

proporcionar informações sobre o meio ambiente, de forma a conscientizar a

população sobre os problemas que estavam ocorrendo no planeta; c) promover

a formação de professores na área de educação ambiental.

Outra deliberação importante da Rio-92 foi a reafirmação das teses da

“Conferência de Educação para Todos”, ocorrida na Tailândia, em 1992,

principalmente aquela que trata sobre o analfabetismo ambiental.

Tendo em vista os documentos aprovados na Rio-92, o Ministério da

Educação e Cultura instituiu um grupo de trabalho para implementar as bases

da educação ambiental no ensino básico, médio e universitário em nosso país.

Com o objetivo de elaborar uma proposta nacional sobre o tema, esse

grupo realizou diversos encontros com os órgãos responsáveis pela educação

estadual e municipal em nosso país. No entanto, dado o despreparo e a falta

de informações dos órgãos educacionais, não se conseguiu elaborar um

documento que expressasse os objetivos da educação ambiental em nosso

país.

Finalmente, as ações efetivas no campo da educação ambiental só

foram implementadas em 1994, quando o Ministério da Educação e Cultura, o

Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Ciência e Tecnologia editaram o

Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), que resultou na edição

da Lei 9.975, de 24 de abril de 1999, criando a Política Nacional de Educação

Ambiental. A partir daí, tem-se os instrumentos necessários para impor um

ritmo mais intenso ao desenvolvimento da educação ambiental no Brasil, (DIAS

2000 p. 92).

2.2 A importância da educação ambiental na escola

A Educação Ambiental é assegurada constitucionalmente, pois o art.

225, da Constituição Federal de 1988, VI, visa “promover a educação ambiental

em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação

do meio ambiente”. Pois, de acordo com o artigo primeiro, da Lei de Educação

24

Ambiental (Lei nº 9795), entende-se por Educação Ambiental os processos por

meio dos qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a

conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia

qualidade de vida e sua sustentabilidade.

O Fórum das ONGs, realizado paralelamente à Conferência Rio 92 (o

qual produziu a Agenda 21), "reconhece o papel central da educação na

formação de valores e na ação social e para criar sociedades sustentáveis e

eqüitativas (socialmente justas e ecologicamente equilibradas)". Dessa forma, a

Educação Ambiental é "um processo de aprendizagem permanente baseado

no respeito a todas as formas de vida, o que requer responsabilidade individual

e coletiva em níveis: local, nacional e planetário".

Com base na Agenda 21, documento de referência para a implantação

da Educação Ambiental e acordos de preservação do meio ambiente em todo

mundo, é possível ver que o ensino, inclusive o ensino formal, a consciência

pública e o treinamento devem ser reconhecidos como um processo pelo quais

os seres humanos e as sociedades podem desenvolver plenamente suas

potencialidades.

Sob tais perspectivas, a Educação Ambiental tende a promover uma

mudança de mentalidade. Sua abordagem ecossistêmica confere-lhe uma

visão mais ampla que conjuga a perspectiva ecológica, a social, a cultural e a

econômica, procurando estabelecer uma nova relação entre a humanidade e a

natureza e uma razão alternativa aos modelos da razão clássica e da razão

dialética.

Na expectativa de produzir novos modos e estilos de vida, desde a

Conferência de Tbilissi, a Educação Ambiental está orientada como uma

proposição que abandona a tradicional compartimentação do conhecimento,

numa perspectiva interdisciplinar, que não se limita à educação formal. Trata-

se de uma educação que visa à participação dos cidadãos nas discussões e

decisões sobre a questão ambiental, num processo educativo que não separa

a arte da ciência e busca conhecer o humano situado no Universo o que leva

(REIGOTA 2001 p. 28).

Os PCN’s propõem-se no desenvolvimento do ambiente escolar como

meio de implementar a Educação Ambiental, pois para os educadores

25

adquirirem consciência sobre as questões ambientais será necessário se

envolverem em um aprendizado constante, desenvolvendo valores, atitudes e

posturas éticas. Outro fator determinante na inserção da Educação Ambiental

na escola de maneira interdisciplinar e efetiva é, sem dúvida, a formação

adequada e o aperfeiçoamento do profissional docente. O educador ambiental

na escola necessita, assim como o educando, apreciar e valorizar o trabalho

que está propondo-se realizar.

Para isso, é necessário constantemente buscar formação mais

especializada, informações atuais, publicações acerca do assunto, sentindo-se

parte integrante do processo, contribuindo para a diminuição dos inúmeros

problemas que a ignorância sobre as conseqüências do que os atos humanos

podem causar ao planeta em um futuro bem próximo, a educação ambiental

tem o importante papel de fomentar a percepção da necessária integração do

ser humano com o meio ambiente.

Uma relação harmoniosa, consciente do equilíbrio dinâmico da

natureza, possibilitando, por meio de novos conhecimentos, valores e atitudes,

a inserção do educando e do educador como cidadãos no processo de

transformação do atual quadro ambiental do nosso planeta (GUIMARÃES,

2000, p.15).

Desta forma, num processo de gestão de resíduos urbanos, a escola

tem uma participação impar, já que todo cidadão deve ser responsável pelo

descarte de seu resíduo, e sofrendo um processo educativo torna-se mais

responsável e paradigmático, auxiliando nas mudanças ambientais emergentes

neste processo de sustentabilidade planetária usando a arte como forma

transformadora do lixo em obras de beleza artística.

2.3 A educação artística dentro das expectativas educacionais

A arte é uma das mais antigas manifestações da cultura, criada pelo

homem a fim de satisfazer as necessidades de expressão da beleza, o gosto

pelo belo. A arte deslumbra a visão, desperta a curiosidade de quem a admira

e vê a essência do prazer de criar e recriar, uma simples estrutura vista pelos

olhos do observador de uma forma diferente e especial de ser, pois representa

um momento da vida de um povo de uma sociedade e o momento em que

26

acontece, mesmo que para os que não sabem apreciar não vejam nada de útil

a ser apresentado.

A educação é, por sua própria natureza, um suporte cívico e

comunitário imprescindível para o desenvolvimento das sociedades e das

pessoas que as integram a partir da interpretação dos documentos das

políticas públicas, queremos uma educação, cujos propósitos e finalidades

sejam a formação integral da cidadania, capacitando as pessoas para uma

participação social ativa e criativa, e que não se pode descuidar uma série de

considerações que incidem diretamente na sua concretização, como uma

pratica educativa orientada para a melhoria, o reforço e a proteção dos Direitos

Humanos.

A importância de se potenciar uma série de qualidades cidadãs

unificadoras da comunidade e facilitadoras da convivência (aceitação do

pluralismo e da diversidade, do respeito e da tolerância, do compromisso com o

bem comum, do desenvolvimento das atitudes cooperativas, etc.), que cabe

observar como um pilar fundamental para a implicação das pessoas e a

discussão pública, para o desenvolvimento da auto-estima individual e coletiva,

para a consolidação das atitudes democráticas, etc. (PÉREZ 1998, p 12-20).

Particularidades que, globalmente, guardam uma estreita ligação com

aquilo que a educação social pretende, quando se reivindica como uma

educação que promove o espírito crítico e a transformação social. Nessa

viragem, a educação artística terá talvez que se redefinir em função de tais

valores e atitudes, em função de temas e de projetos comunitários.

Redefinir-se como facilitadora de aprendizagem e estimuladora de

respostas pessoais e de grupo a questionamentos concretos que se suscitam

na comunidade e no mundo e que podem ser compreendidos, discutidos e

respondidos a partir das linguagens únicas das artes (da compreensão crítica,

da produção artística e da sua publicação na comunidade).

No mundo da educação artística existe um grande medo da educação

para os valores, medo de perder valor cognitivo das disciplinas das artes, a sua

objetivação e seu alinhamento com as ciências. Talvez seja hora de encarar os

desafios de uma sociedade que apela para a educação para a paz, para o

desenvolvimento sustentável local e global, e dentro desse âmbito para a

educação ambiental. As artes podem e devem integrar esses temas nas suas

27

praticas diárias como pontos de partida para questionamentos, reflexões e

projetos de trabalho artístico a desenvolver na escola e nas comunidades.

A arte enquanto atividade recreativa encontra-se associada às

necessidades psicológicas básicas, sendo a recreação necessária a todos os

seres humanos. Orientada para uma atividade de socialização, a arte fornece

informação sobre o mundo, sobre os valores culturais e as normas, sobre

padrões de comportamento e modelos de identidade pessoal. A arte,

direcionada para o desenvolvimento pessoal, pode promover a (re) construção

de significados e novos modos de perspectivar a realidade (LEONTIEV 2000,

p. 143).

A educação artística que hoje se está experimentando em muitos

locais integra a dimensão narrativa da educação, como prática política

comunitária para o desenvolvimento humano rumando a um conceito de

educação estética de cidadania, procurando a formação integral dos indivíduos

para que se reconheçam como seres sociais e históricos, capazes de criar e

recriar a sua própria existência (ABAD, 2009, p. 23).

2.4 Os desafios atuais para a educação artística

A educação é um processo de construção de identidades. Na

educação artística, ver, interpretar e fazer objetos artísticos é meio de formação

de identidades, porque a mudança existe na medida em que se aprende: a

nossa aprendizagem modifica a nossa identidade subjetiva. Mas a educação

não é só um processo de formação de identidades é também um processo de

transformação social. E, nesse contexto, os eixos transversais da educação

para a sustentabilidade, cidadania e diversidade cultural têm tudo que ver no

mundo em que vivemos (FREEDMAN, 2003, p. 2).

As artes são uma via de conhecimento, caracterizado pela utilização

constante de estratégias de compreensão, propondo questões, como a

universalidade ou a variedade da experiência humana, similares às que podem

ser levantadas pelos físicos sobre a ordem e o caos ou os modelos de

representação do universo.

No contexto dos desafios que presenciamos, a educação artística tem

um papel essencial a desenvolver. Mas terá, certamente, que passar pela sua

28

reformulação, pelo seu questionamento como área de conhecimento, pela

indagação dos seus limites, pela criação de outros paradigmas de arte e de

educação artística, e do papel do professor de educação artística.

Talvez ela tenha que se lançar também na experimentação de novos

modelos, tanto em contextos formais como não formais da educação ou na

intersecção do formal e do informal. Como área fugidia entre educação, artes e

cultura, vivendo muitas vezes à margem do currículo em projetos

extracurriculares que envolvem toda a comunidade, ela será talvez a mais

propícia a experimentar novos territórios e novas metodologias.

A educação artística tem justificado a sua importância como área

curricular por diferentes razões ao longo da sua história. Os argumentos que a

justificam revelam o espírito da época e a visão, muitas vezes política, do que

pretende ser a sociedade do futuro.

Ao longo dos últimos cento e vinte anos podemos encontrar muitas

justificações para a presença das artes na escola. Por exemplo, porque se

considera que as destrezas, os critérios e o gosto veiculado pelas artes

contribuem para o desenvolvimento do país; pelo fato de que a arte tem um

papel reconhecido pela história, porque as indústrias criativas podem ter um

peso econômico relevante no PIB, porque através da arte é possível

acompanhar os países mais desenvolvidos.

No entanto a educação artística contribui para a educação moral das

crianças, através do cultivo da sua vida espiritual e emocional; porque as

crianças devem poder projetar os seus sentimentos e as suas emoções e o seu

mundo interior através da arte.

2.5 A importância da arte na escola

A arte, no século XIX, sofreu pré-conceitos que perduraram todo

século, vindo deslizar vagarosamente no século XX, e crescer com mais vigor a

partir do século em curso, pois aos olhos do mundo a arte era tida como fútil,

sem proveito.

Em 1971, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a arte

é incluída no currículo escolar com o título de Educação Artística, mas é

considerada “atividade educativa” e não disciplina. Graças à introdução da arte

29

como disciplina obrigatória foi reconhecida uma função importante tanto quanto

outras disciplinas dando oportunidade ao educando de ampliar as dimensões

sociais das manifestações artísticas e culturais. REIGOTA (2001).

De posse deste mínimo de conhecimento sobre arte é possível o

professor melhorar suas aulas de arte e conseqüentemente o espaço escolar,

principalmente quando associada às atividades que despertem a sensibilidade

crítica do aluno, com, por exemplo, se for associada com a Educação

Ambiental, tendo o lixo como matéria-prima das obras de arte. Sendo a escola

um lugar propício e formal onde se dá o conhecimento, forma-se cidadãos, o

melhor espaço para fazer acontecer aí o contato sistematizado com o mundo

artístico para a ampliação da linguagem artística.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais valoriza a pluralidade do

patrimônio sociocultural bem como os aspectos socioculturais de outros povos

e nações. Isto é, conhecendo as artes de outras culturas, o aluno poderá

compreender a relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos

de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do

que é próprio e favorecer a abertura a riqueza e a diversidade da imaginação

humana.

O professor é um incentivador da produção individual ou grupal, e pode

propor questões relativas à arte, interferindo tanto no processo criador dos

alunos quanto nas atividades de apreciação de obras e informações sobre

artistas. O docente é procriador de um clima de trabalho em que a curiosidade,

o constante desafio perceptivo, a qualidade lúdica e a alegria estejam

presentes junto com a paciência, a atenção e o esforço necessários para as

continuidades do processo de criação artística.

30

CAPÍTULO III

3. O PERCURSO DA PESQUISA

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa realizada foi do tipo quali-quantitativo com método social e

histórico que oferece uma dimensão histórica – social, com abordagem

metodológica no estudo do caso. Esse tipo de abordagem possibilita a

interação entre o pesquisador e o objeto de estudo. “Uma dimensão histórico-

social e estabelece uma relação dinâmica com um objeto que se constrói com

o instrumental teórico metodológico presente no momento da relação”.

As abordagens epistemológicas utilizadas na pesquisa adotam o

método dialético, no qual nos permite conhecer a realidade da pesquisa

concreta no seu dinamismo e nas inter-relações (GAMBOA, 2007, p.34-104).

Para iniciarmos a abordagem do documento é necessário

fundamentalmente o nivelamento dos conceitos e definições que foram

extraídos de documentos de referencias, visando estabelecer o entendimento

proposto e construído.

No que se refere aos dados qualitativos, não são usadas informações

com números sendo escritos com dados de observação e os quantitativos por

envolver dados numéricos, quando for utilizado o questionário como

instrumento de coleta de dados referentes às pessoas envolvidas na pesquisa.

Existe uma relação necessária entre mudança quantitativa e mudança

qualitativa. E estas resultam das mudanças quantitativas que sofrem os

fenômenos. Mas a qualidade do objeto não é passiva. As coisas podem realizar

a passagem do quantitativo ao qualitativo, e vice-versa. (TRIVIÑOS, 2006,

p.118).

A quantidade e qualidade são características imanentes a todos os

objetos e fenômenos e estão inter-relacionados. Independente do

relacionamento entre o pesquisador e o objeto de pesquisa, onde não pode

ocorrer como mera observação do primeiro sobre o segundo, mas ambos

acabam se identificando, sobretudo quando os objetos são sujeitos sociais.

31

Dessa forma realizou-se uma análise das informações obtidas

buscando captar o seu significado num contexto de determinadas condições, e

não simplesmente pelos resultados expressos quantitativamente. Assim, os

dados quantitativos foram analisados de forma qualitativa (GIL, 2007, p. 31).

3.2 Optando por um estudo de caso

Para responder às questões apresentadas e atender aos objetivos

propostos, as abordagens metodológicas que escolhemos para a pesquisa em

questão, utilizam à entrevista semi-estruturada, considerando a relevância

desse instrumento que foi o estudo de caso. Esse enfoque se justifica pelo seu

caráter interpretativo, dialógico e pela sua adequação ao estudo de casos

singulares, como o proposto nessa investigação, que exigia uma metodologia

que determina à pesquisa.

Assim, por meio do método de estudo de caso analisamos as várias

dimensões presentes que foram investigadas, de forma a ser possível

compreender os elementos que o constituem, focalizando o seu papel em uma

realidade específica e contextualizada.

Por tratar-se de uma estratégia de pesquisa que busca investigar um

fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, o loco do estudo foi

uma escola de ensino fundamental da rede pública de Rorainópolis, e o sujeito,

alunos de 5ª a 8ª série do turno vespertino e o corpo docente a administrativo

da escola pesquisada.

O Estudo de Caso permite ao pesquisador a busca de informações nas

investigações para possíveis soluções do problema, tendo em vista que este

deverá estar munido de instrumentos para averiguar o problema em sua

pesquisa.

O estudo de caso visa à descoberta, enfatiza a interpretação em

contexto, busca retratar a realidade de forma completa e profunda, usa uma

variedade de fontes de informação, procura representar os diferentes e às

vezes conflitantes pontos de vista presentes numa situação social, revela

experiência vicária, permite generalizações naturalísticas e utiliza uma

linguagem e uma forma mais acessível do que os outros relatórios de pesquisa

(LUDKE e ANDRÉ, 1986).

32

Portanto o estudo de caso facilita explorar situações da vida real cujos

limites não estão claramente definidos, além de descrever a situação do

contexto em que está sendo feita determinada investigação, neste o contexto

social que pressupõe o estímulo ao estudo, e também explica as variáveis

causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não

possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

3.3 Instrumentos de coleta de dados

Para a coleta de dados, foi escolhido como instrumento o questionário,

por se considerar ser o meio mais adequado à pesquisa, e porque, através

dele, a população poderia manifestar-se diretamente e a fixação de suas

respostas facilitaria a computação dos dados.

Contudo, as questões do questionário devem ser bem articuladas, e é

importante que haja explicações iniciais, sobre a seriedade da pesquisa, sobre

a importância da colaboração dos que foram selecionados para participar do

trabalho como informantes e, principalmente, sobre a maneira correta de

preencher o questionário.

O questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por

uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e

sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário

ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o

pesquisado devolve-o do mesmo modo (LAKATOS & MARCONI 2000, p.201).

O questionário é feito de perguntas, entregue por escrito ao informante

e às quais ele também responde por escrito. Dessa forma, por intermédio do

questionário, a população pode demonstrar seu entendimento em relação à

Educação Ambiental e a arte como atividade interdisciplinar no ambiente

escolar, o que facilitou para a análise dos dados e a tabulação dos resultados.

O questionário misto é um instrumento muito usado nas pesquisas,

pois ele facilita a busca de informações, mas devem-se levar em consideração

alguns cuidados para não fugir das regras, as questões devem ser claras,

concreta e precisa, bem como o seu nível de informação.

Questões envolvendo uma situação-problema foram melhores aceitas,

provocando uma tentativa de solução por parte dos alunos. Talvez porque a

33

linguagem utilizada não tem o rigor tradicional formal e propõe uma situação do

dia-a-dia do gestor, o que fez que os pesquisados se sentissem à vontade em

dar a sua opinião para tentar resolver o problema.

3.4 Participantes da pesquisa

A presente pesquisa foi realizada com o corpo docente e administrativo

da escola, para verificar se o gestor escolar desenvolve atividades que

contribuem para a sensibilização dos professores e alunos sobre importância

de manter a escola limpa através da classificação, reciclagem e do

reaproveitamento de resíduos sólidos para a produção de obras de arte em

sala de aula e valorizar atividades que envolvam a temática do meio ambiente

e da arte no âmbito escolar.

Com os alunos para investigar através da arte a importância da

disciplina na vida do aluno e analisar a participação do gestor administrativo e

pedagógico nas ações desenvolvidas na disciplina de artes.

3.5 Momentos da pesquisa

Após diversas leituras compreendemos que a investigação qualitativa é

o melhor instrumento para o tipo de pesquisa que pretendemos, por isso

desenvolveremos nosso trabalho dentro dessa abordagem e a partir de uma

perspectiva dialética que possibilita uma proximidade com os sujeitos

investigados, bem como uma compreensão mais ampla e profunda do

fenômeno estudado.

Um questionário misto com o corpo administrativo da escola com 10

servidores, sendo 1 da disciplina de artes, 1 de disciplina de matemática, 1 de

Ciências, 1 da disciplina Língua Portuguesa, 1 da disciplina de geografia, 1

Gestor escolar, 1 vice-diretor, 1 de espanhol, 2 auxiliar de secretaria e 20

alunos, sendo 05 de 5ª série, 05 de 6ª série, 05 de 7ª série e 05 de 8ª série.

Os sujeitos da pesquisa receberam um código mediante letras e

números em algarismos arábicos, sendo AP5ª – Alunos Pesquisados 5ª série,

AP6ª – Alunos Pesquisados 6ª série, AP7ª – Alunos Pesquisados 7ª série,

AP8ª – Alunos Pesquisados 8ª série, PEA – Professor de Educação Artística,

34

PESP – professor de espanhol, PCIÊNC – professor de ciências, PLP –

Professor de Língua Portuguesa, PM – Professor de Matemática, PGEO –

Professor de Geografia, GE – Gestor Escolar, VD – Vice-Diretora, AUX. SEC. –

Auxiliar de Secretaria.

Para a aplicação dos questionários localizamos os pesquisados,

tivemos uma conversa informal sobre a importância do questionário para o

desenvolvimento e o andamento da pesquisa e da real necessidade de

conhecer a visão dos mesmos sobre o problema da pesquisa.

Depois entreguei os mesmos aos pesquisados tirando algumas dúvidas

e dialogando às vezes sobre a problemática. Os questionários constaram de 05

questões, sendo todas com perguntas fechadas dicotômicas onde os

pesquisados têm as alternativas sim, não ou não sabe responder, marcando

apenas uma opção de escolha.

3.6 Amostra

A amostra da pesquisa constituiu-se de 20 alunos de 5ª a 8ª série dos

turnos vespertinos da escola pesquisada no período de março a maio

de 2010;

10 servidores que fazem parte do corpo administrativo da escola

estadual Antonia Tavares da Silva, sendo 1 da disciplina de artes, 1 de

disciplina de matemática, 1 de Ciências, 2 da disciplina Língua

Portuguesa, 1 da disciplina de geografia, 1 Gestor escolar, 1 vice-

diretor, 2 auxiliar de secretaria, todos da mesma escola pesquisada;

35

CAPÍTULO III

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

O presente capítulo trata sobre o processamento dos dados coletados

e a análise e discussão dos mesmos. Para analisar os dados coletados durante

os questionários optou-se pelo método de tratamento convencionado, a Análise

de Conteúdo. Após o desenvolvimento deste estudo, surge uma certeza:

persiste a necessidade de se tornar cada vez mais urgente o envolvimento de

toda comunidade escolar na organização do trabalho pedagógico. Para se

atingir uma gestão democrática na escola. Esse aspecto assume um caráter

definitivo, quando se pensa na melhoria da educação e, conseqüentemente, da

sociedade em que vivemos.

Para colocar em prática a técnica escolhida vivenciamos dois

momentos, o primeiro através de uma leitura integral de todos os instrumentos

e o segundo analisando cada questão individualmente. A leitura integral dos

instrumentos proporcionou um conhecimento inicial abrangente sobre os dados

coletados, de cada sujeito da pesquisa.

Em seguida com análise de cada questão, analisando diferentes visões

e dimensões das questões respondidas durante a aplicação dos instrumentos.

Posteriormente a coleta de dados, o pesquisador classificou os dados obtidos,

os quais foram examinados e tabulados em elementos importantes para a

comprovação ou não da problemática estudada.

"Antes de se passar à fase de interpretação, é necessário que o

pesquisador examine os dados, isto é, ele deve submetê-los a uma análise

crítica, observando falhas, distorções e erros. [...] A análise evidenciará as

relações existentes entre os dados obtidos e os fenômenos estudados". E esta

análise foi feita de modo indutivo e dedutivo (BARROS & LEHFELD 2000,

p.93).

"Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de

dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral

ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos

argumentos é levar a conclusão cujo conteúdo é muito mais amplo do que o

36

das premissas nas quais se basearam.” (LAKATOS & MARCONI 2000, p.53).

4.1 Análises dos questionários

A análise dos questionários, aplicado constou de 30 participantes

sendo 10 servidores da escola pesquisada e 20 alunos de 5ª a 8ª, com

questões fechadas, estas foram analisadas através de dois processos. No

primeiro analisamos as questões e organizamos as respostas, tendo o cuidado

de separar as respostas dos pesquisados.

No segundo processo foram analisadas questão por questão e as

repostas foram cruzadas e organizadas para que possamos alcançar nossos

objetivos.

Para continuarmos com a análise, fizeram-se necessário algumas

definições de identificação dos sujeitos da pesquisa. Diante desta perspectiva

analisamos os dados coletados dos questionários e podemos identificar alguns

itens de suma importância no que tange a questão da pesquisa.

De acordo com a pesquisa de campo realizada, após o levantamento

da coleta de dados, os mesmos foram analisados de acordo com os

pesquisados que devolveram o questionário aplicado na pesquisa.

A primeira questão pergunta qual a formação acadêmica dos

professores que ministra a disciplina de artes na escola estadual Antonia

Tavares da Silva?

PEA, PESP, PCIÊNC, PLP, PM, PGEO, GE, VD e AUX. SEC,

responderam sim.

Conforme as respostas dos pesquisados cem por cento responderam

que todos atuam na disciplina de Arte não têm formação na área. De acordo

com o perfil e resultado dos pesquisados, deduz-se que a falta de formação

específica desses profissionais influencia no desenvolvimento da disciplina em

sala de aula.

Com isso, também fica difícil esses professores desenvolverem

atividades interessantes com a disciplina, despertando o interesse do aluno,

principalmente no que tange nas questões pertinentes à Educação Ambiental

em forma de arte.

Ao se avaliar o espaço da docência como fruto das trajetórias

37

individuais mergulhadas na vivência social, que legitimam uma memória

compartilhada e uma territorialidade formadora de identidades, o presente

questionamento objetivou aprofundar conhecimentos sobre questões relativas

à formação docente.

De acordo com os parâmetros sócio-históricos que o cotidiano

apresenta, utilizando a Arte como linguagem e ferramenta para o

desenvolvimento da reflexão crítica a respeito das realidades comunitárias,

consideradas em suas múltiplas relações.

Isso se refere principalmente quando se trata de despertar no aluno a

sensibilidade para participar e transformar a sociedade, o que se pode iniciar

com as questões ambientais, ao se tratar e transformar o lixo em obras de arte.

Esse modelo pode sair da escola e ir até a comunidade.

A segunda questão pergunta aos pesquisados se eles já

desenvolveram ou participaram ou de alguma atividade envolvendo arte e

Educação Ambiental na sua escola?

PEA, PESP, PCIÊNC, PLP, PM, PGEO, GE, VD e AUX. SEC,

responderam sim.

Sabe-se que o mundo atual vive num processo extremamente

acelerado e competitivo. Vive-se numa sociedade em que a mídia leva a se

consumir cada vez mais, e produzir uma maior quantidade de lixo. E, quanto

mais se fabricam produtos mais se consome, mais recursos naturais e

enérgicos são utilizados e o volume do lixo enviado aos aterros cresce cada

vez mais.

Na educação, torna-se necessária uma reestruturação progressiva das

culturas que ao longo da história, investiram em processos que implicaram no

empobrecimento do aumento dos recursos e das fontes básicas da vida.

Nesse sentido, a educação ambiental é apresentada como um

instrumento de minimização e/ou de solução dos problemas ocasionados pelo

lixo. Para tratar os problemas referentes à produção de lixo, não há

necessidade de uma formação específica do profissional, mas quando se trata

de trabalhar a arte como consciência ambiental, a formação acadêmica desse

profissional contribui para o êxito do objetivo a se alcançar. No caso da arte,

tem-se nessa disciplina um forte aliado para trabalhar a Educação Ambiental.

A reflexão sobre Educação Ambiental a partir de um prisma

38

humanístico viabiliza através da arte o entendimento das relações entre

percepção ambiental e cidadania, assim como entre as mentalidades e suas

representações artísticas ao longo da história. Isso propicia o reconhecimento

de peculiaridades, históricas, sociais, políticas e ambientais dentro do contexto

escolar.

E, assim ao se dialogar com os saberes produzidos pela própria prática

do ofício dos profissionais envolvidos com a docência em artes, intensifica-se a

colaboração e as aprendizagens mútuas, promovendo experiências inovadoras

no cotidiano escolar, favorecendo a (auto) formação e a realização de práticas

pedagógicas qualificadas.

Por isso, o uso da reutilização do lixo seco em atividades educativas

não é somente para fazer economia. Ao usar o lixo, deve-se ter em mente: o

valor do trabalho com as mãos, a consciência de fazer para aprender, o estudo

da realidade, a criatividade, a criticidade e a reflexão sobre o material que está

sendo trabalhado.

Usar o lixo seco como atividade educativa deve ser uma maneira de

transformar aquilo que incomoda a todos da sociedade em algo que contribua

para transformar a realidade em que se vive, e esse comprometimento inicia-se

com a formação acadêmica do profissional que atua em sala de aula.

Na questão três perguntamos como a atual gestão orienta seus

docentes da disciplina de artes a desenvolverem atividades envolvendo

questões ambientais?

PEA, PESP, PCIÊNC, PLP, PM, PGEO, GE, VD e AUX. SEC,

responderam sim.

Isso atende ao principal objetivo da associação entre Arte e Educação

Ambiental na escola procurando despertar nos discentes o sentimento de

participação responsável, e conferindo aos professores envolvidos a

capacidade de relacionarem, dialógica e dialeticamente, o eu, o outro e o

mundo no acelerado compasso da homogeneização cultural, na tentativa de se

evitar o trágico silenciar das experiências, das vivências e descobertas que

possibilitam além da construção, a desconstrução para novas reconstruções.

Na questão quatro perguntamos se a escola já promoveu alguma

atividade envolvendo a arte e a Educação Ambiental como forma de

sensibilizar os alunos e a comunidade onde sua escola está inserida

39

despertando neles ações reflexivas e críticas quanto às questões ambientais,

principalmente quanto ao lixo produzido pela escola?

PEA, PESP, PCIÊNC, PLP, PM, PGEO, GE, VD e AUX. SEC,

responderam sim.

Cem por cento dos pesquisados afirmaram promover atividades

envolvendo a arte e a Educação Ambiental como forma de sensibilizar os

alunos e a comunidade escolar com intuito de despertar neles ações reflexivas

e críticas quanto às questões ambientais, principalmente quanto ao lixo

produzido pela escola.

Na questão cinco perguntamos aos pesquisados se as aulas de artes

são ministradas com qualidade, mostrando a importância da cultura brasileira?

PEA, PESP, PCIÊNC, PLP, PM, PGEO, GE, VD e AUX. SEC,

responderam sim.

Uma vez que a cultura é uma construção de grupos humanos, anterior

a cada um de nós, precisamos aprender os modos de nossa cultura. Esse

aprendizado se inicia no momento em que nascemos, pois o próprio modo do

parto é cultural. Aprendemos com quem toma conta de nós, com as roupas em

que estamos vestidos, com os sons da língua materna e assim por diante. Esse

aprendizado se dá de modo informal, dentro do ambiente em que vivemos com

todas as pessoas responsáveis por cuidar de nós.

Aprendemos por imitação, por tentativa e erro, castigo e premiação.

Aprendemos por meio das palavras, mas também por meio dos

comportamentos e atitudes dos outros. A partir do momento em que a criança

entra na escola, ela passa para o sistema formal de aprendizado: aprende as

regras da língua padrão.

Geografia, História, Ciências, Artes, Educação Física e também regras

de convívio social entre seus pares (outras crianças), entre crianças e

professores, funcionários, dirigentes. Esse convívio social, entretanto, não é

parte do "conteúdo formal" de nenhuma disciplina. Continua sendo ensinado

por meio do comportamento e das atitudes de todos os envolvidos.

A cultura, portanto, é o que torna a vida humana possível no mundo.

Ela é, ao mesmo tempo, um produto já elaborado pelas gerações que nos

precederam, e um processo contínuo de adaptação dessa herança recebida a

novos modos de vida, novos problemas, novas necessidades.

40

E, nesse processo, a arte, por não ter utilidade prática imediata, é um

campo privilegiado de experimentações, de crítica, até mesmo de denúncia de

práticas sociais ultrapassadas. Por meio das obras de arte, é possível

vislumbrar outros valores importantes para a vida humana.

Na verdade, basta olhar ao nosso redor para sabermos que há muitas

culturas dentro de cada país. No caso do Brasil, temos contribuições culturais

da colonização pelos portugueses, dos povos indígenas que habitavam estas

terras, dos africanos que foram trazidos como escravos, dos imigrantes

italianos, alemães, japoneses, coreanos. O que mantém a unidade, entretanto,

entre essas várias culturas é a ocupação de um mesmo território, o uso da

mesma língua, o compartilhamento de uma mesma história nacional.

É possível, entretanto, falar também de cultura caipira, cultura rural,

cultura sertaneja, cultura urbana, cultura nordestina, cultura paulista, cultura

carioca e assim por diante, apenas considerando a diversidade geográfica do

país e os diferentes tipos de vida de cada um desses grupos.

Na Amazônia, ao contrário, a presença da floresta, dos grandes rios e

dos igarapés, das várias tribos indígenas leva ao florescimento de uma outra

cultura, mais ligada ao modo de vida ribeirinho, dependente da pesca e da

coleta. As histórias, as festas, os mitos fazem menção aos animais da floresta

que trazem sorte ou azar, mesclando-os a personagens da corte portuguesa.

A segunda parte, realizado com a os alunos Questionários com os

alunos de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série do ensino fundamental, turno vespertino foi para

investigar através da arte a importância da disciplina na vida do aluno e

analisar a participação do gestor administrativo e pedagógico nas ações

desenvolvidas na disciplina de artes.

No questionário, como um todo, estamos interessados em verificar o

que os pesquisados pensam sobre a pesquisa e seu próprio desempenho

profissional, no intuito de subsidiarmos o seu trabalho em classe e conhecer

suas fontes de pesquisa em relação à arte e o meio ambiente na presente

pesquisa apresentamos os resultados que achamos mais relevantes para o

desenvolvimento de nossa pesquisa.

Na primeira questão perguntamos aos alunos se eles acreditam que a

Arte e a Educação Ambiental são importantes para despertar a consciência

crítica do aluno em relação às questões ambientais, que trazem conseqüências

41

negativas para a qualidade de vida no planeta, e melhorá-la através da

classificação, da reciclagem e do reaproveitamento de resíduos sólidos nas

atividades escolares?

Os AP5ª, AP6ª, AP7ª e AP8ª, todos os alunos responderam que sim.

Com isso, verifica-se que a responsabilidade profissional do professor

da disciplina de arte é muito importante, a iniciar pela sua formação acadêmica.

Por isso, os dados obtidos neste questionamento são fundamentais para se

analisar a formação técnica dos profissionais que trabalham com arte em sala

de aula.

Esse fato demonstra que quando se conduz o pensamento para além

do conhecimento fragmentado é possível tornar visíveis as interações entre um

todo e suas partes, e vice-versa, dando visibilidade aos problemas e tensões

essenciais que compõem o cotidiano comunitário.

A educação dos sentidos, constitui-se no elemento chave para os

processos de transformações nas mentalidades, hábitos e comportamentos,

em direção a uma consciência que se manifeste, principalmente, como

compreensão sensível do mundo.

O resgate das singularidades da vida cotidiana como uma prática

vinculada à formação continuada de educadores é fundamental para o

entendimento do ser humano como um movimento de diferença que se

expressa e se torna visível no campo da cultura. Essa consideração faz da Arte

uma importante aliada no processo de re-significação da existência do homem

como cidadão, dando vazão a campos polissêmicos de sentidos, que somente

a vivência das diferentes linguagens artísticas possibilita.

Convive-se num mundo globalizado pelas novas tecnologias,

caracterizado pelo desaparecimento das referências culturais e pela crise das

referências éticas e estéticas.

Nesse contexto, necessita-se de práticas educacionais que forneçam

sólidas estruturas culturais e humanísticas, que conduzam os alunos a

refletirem criticamente sobre o passado histórico, possibilitando a avaliação da

posição atual, para que dessa conjunção surjam alternativas, baseadas em

uma realidade híbrida.

Na segunda questão perguntamos aos alunos se eles já

desenvolveram ou participaram de algumas atividades envolvendo arte e

42

Educação Ambiental na sua escola?

Os AP5ª, AP6ª, AP7ª e AP8ª, todos os alunos responderam que sim.

A Educação Ambiental no ambiente escolar. Essa informação é vital

para poder se verificar se tanto o professor quanto o aluno já mantiveram um

conhecimento desta atividade interdisciplinar anteriormente, até porque o que

se procura neste trabalho é levar o gestor escolar a desenvolver atividades que

contribuam para a sensibilização dos professores, dos alunos e da sociedade

sobre a importância de manter a escola limpa através da classificação,

reciclagem e do reaproveitamento de resíduos sólidos para a produção de

obras de arte em sala de aula.

E esse objetivo só será alcançado se todos os envolvidos souberem

primeiro o que é a arte, o que é a Educação Ambiental, e a importância dessa

associação para a reflexão crítica das questões ambientais através destes dois

estudos. Serem trabalhados em sala de aula.

Na terceira questão, perguntamos se a atual gestão apóia e incentiva o

desenvolvimento de atividades que contribuam para a melhoria do processo

educacional através da arte e da Educação Ambiental?

Os AP5ª, AP6ª, AP7ª e AP8ª, todos os alunos responderam que sim.

Conforme os dados obtidos na questão percebem-se a falta de

incentivo e de apoio por parte dos gestores da escola em relação ao

desenvolvimento de atividades que contribuam para a melhoria do processo

educacional através da arte e da Educação Ambiental.

Isso é constatado tanto nas respostas obtidas com os alunos, esses

dados ratificam as respostas obtidas com o desenvolvimento de atividades

envolvendo arte e Educação Ambiental na escola por parte dos professores e

aluno nesses eventos.

Na questão quatro perguntamos se existem na escola na escola um

intercâmbio ou outras atividades com temas que envolvem as questões

ambientais no contexto artístico?

Os AP5ª, AP6ª, AP7ª e AP8ª, todos os alunos responderam que sim.

Esse dado comprova que falta aos gestores promoverem em suas

escolas eventos que busquem trabalhar de forma contínua as questões

ambientais no contexto artístico, principalmente quanto ao lixo produzido na

escola.

43

Sendo assim, frente às questões que se impõem na atualidade quanto

às questões ambientais, a escola deve estar comprometida com a

construção/reconstrução do conhecimento, principalmente através da

incorporação de valores humanistas e ambientais às práticas pedagógicas.

Nesse sentido, os projetos e as atividades da área se voltam para a

sensibilização, comunicação e divulgação da problemática ambiental,

privilegiando o desenvolvimento de outro olhar sobre a realidade. Nesse

processo, a Cultura e a Arte transformam-se em fatores essenciais para a

constituição de indivíduos críticos e reflexivos, que compreendam a Educação

a partir de suas múltiplas dimensões.

Na quinta e ultima questão perguntamos aos pesquisados se no ano de

2008, foram realizadas na sua escola projetos interdisciplinares de artes e

Educação Ambiental voltadas para questões sócio-ambientais?

Os AP5ª, AP6ª, AP7ª e AP8ª, todos os alunos responderam que sim.

Não cabe ao pesquisador resolver esta celeuma no confronto das

respostas dos sujeitos e objeto do presente estudo.

O importante é saber que diante do tema em questão, é necessário se

fazer uma reflexão sobre os problemas ambientais gerados através de anos e

anos de pouca informação, falta de conhecimento e até mesmo de total

ignorância do homem perante as necessidades e cuidados na relação

homem/meio ambiente.

Destaca-se então, a imediata necessidade de ações educacionais que

possibilitem ao homem ainda vivenciar experiências que comecem a trabalhar

o lixo na escola usando para a isso a sua transformação em obras de arte, o

que despertará nos alunos além da sensibilidade crítica, o prazer em descobrir

na arte uma fonte de inspiração para criar, inventar, aprender, mudar e

transformar positivamente o ambiente em que estuda e vive.

Deve-se, portanto, considerar que a Educação Ambiental, para uma

sustentabilidade efetiva, necessita de um processo contínuo de aprendizagem,

baseado no respeito de todas as formas de vida, afirmando valores e muitas

ações que contribuem para a formação social do homem e a preservação do

meio ambiente.

Nesse processo, levando em conta tais conceitos sobre a temática

ambiental, observa-se que há necessidade de uma ação pedagógica

44

direcionada de forma a integrar dialeticamente a totalidade do mundo escolar,

buscando transformá-lo e, conseqüentemente, transformar o meio em que o

aluno vive.

4.2 Resultados dos questionários

Destacamos os principais, resultados do questionário aplicado ao corpo

administrativo da escola e alunos, em seguida fizemos o primeiro processo da

análise o qual resultou nas idéias desta pesquisa. Pois as questões que se

relacionavam com eles, foram direcionadas aos pesquisados.

Enfatizamos que todas as respostas são na visão dos pesquisados

resultados das perguntas com o seu percentual e da realidade. Percebeu-se

também que as ações elucidativas sobre a participação dos alunos, têm

atingido eficazmente o objetivo de nossa pesquisa.

A escola investigada está efetivamente investindo em uma nova

organização pedagógica, buscando estabelecer uma relação interativa e

preocupada em ofertar aos alunos em partícula.

4.3 A comparação entre os dados coletados

O tema “Educação Ambiental através da Arte: Uma ferramenta

essencial na Gestão da escola Estadual Antonia Tavares da Silva no Município

de Rorainópolis-RR”, foi desenvolvida, entre o período de março a maio de

2010. A pesquisa com método dialético foi do tipo quali-quantitativo com

abordagem metodológica no estudo de caso e que permitiu a participação de

20 alunos, sendo 05 de 5ª série, 05 de 6ª série, 05 de 7ª série e 05 de 8ª série.

E 10 servidores do corpo administrativo e pedagógico.

Os questionários mistos serviram para identificar, descrever, e analisar

as causas da pesquisa. A proposta para a análise de todos os instrumentos

que serviram para confirmar ou refutar os questionamentos com relação à

pesquisa. Portanto, essa tríade forneceu elementos para análise, e para

chegarmos ao resultado do tema.

Por ser revolucionária e provocadora do exercício da cidadania, a

Educação Ambiental deve permitir a compreensão da interdependência entre

45

os diversos elementos que compõem o ambiente, com vista a utilizar

racionalmente seus recursos. E, nesse aspecto a arte pode ser trabalhada na

escola de forma a tornar a Educação Ambiental lúdica, reflexiva e crítica,

mudando comportamentos não só dos alunos, bem como dos próprios

professores, e principalmente da em investir em mais atividades educacionais

de sensibilização da comunidade.

46

CONCLUSÃO

Essa pesquisa foi de grande relevância no desenvolvimento sobre os

fundamentos da Educação Ambiental e as artes estão na constituição de um

espaço público de direito, que deve promover condições de igualdade, garantir

estrutura material para um serviço de qualidade, criar um ambiente de trabalho

coletivo que vise à superação de um sistema educacional seletivo e

excludente, e, ao mesmo tempo em que possibilite a inter-relação desse

sistema com o modo de produção e distribuição de riqueza, com a organização

da sociedade, com a organização política, com a definição de papéis do poder

público, com as teorias do conhecimento, as ciências, as artes e as culturas.

A escola, pelo que observamos, raramente, é pautada pelo princípio de

que deve ser governada por interesses dos que estão envolvidos. Os

educadores não devem esquecer-se de mostrar aos alunos as diferenças entre

um ambiente em equilíbrio e degradado, é importante que eles percebam que

constatar algum mal não é motivo de desânimo, mas de mobilização da escola

e da comunidade para sua solução.

Sendo assim, diante da necessidade de formação de cidadãos

conscientes quanto à preservação do meio ambiente, pode-se dizer que,

respaldando-se em tratados, leis e decretos sobre o tema, observam-se a

possibilidade e a necessidade e implementação de projetos de Educação

Ambiental de maneira natural, crítica, transformadora e autônoma nas escolas,

por se tratar do espaço produtor de “formadores de opinião” e disseminadora

de agentes transformadores dessa realidade de ideologia alienante e

dominante.

Uma das formas de levar este tipo de conscientização à comunidade é

pela ação direta da escola, mais precisamente, pela ação do educador em sala

de aula. Esse processo pode ser desenvolvido com atividades nas qual o

educando participe, ativamente, através de atividades como leitura de textos e

livros atuais, debates, pesquisas, experiências e, principalmente da utilização

da arte como meio de classificação, reciclagem e o reaproveitamento de

resíduos sólidos transformando o lixo em arte.

47

Portanto, ao pensarmos numa política de descentralização

comprometida com uma educação democrática, pública e de qualidade para

todos, faz-se necessário encaminhar a participação, a fim de alcançar a partilha

do poder com os envolvidos com a educação, propomos que seja considerado

o contexto econômico, social, político e cultural.

No entanto a falta de estruturação de algumas escolas, no sentido de

educar, formar e qualificar para a vida não tem dado resultados positivos. A

falta de organização didático-pedagógica, principalmente do Projeto Político

Pedagógico, que tem sido uma das maiores propostas que norteiam a escola, é

um meio para ter uma solução mais eficaz para resolver à problemática

apontada neste estudo são de ordem organizacional da instituição escolar.

Após a pesquisa feita, podemos sintetizar argumentos afirmando que o

processo na educação é um momento de práxis social e transformadora, não

sendo possível revolucionar a sociedade apenas com uma nova educação

coerente com a perspectiva de educar, mas igualmente não sendo viável fazer

isto sem a mesma, por que através dela os sujeitos têm possibilidades de se

constituir como ser social responsável pelos seus atos, inclusive pelo seu

refletir, de está no mundo e dialogar, argumentando de forma ética de seus

semelhantes.

48

BIBLIOGRAFIA

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50

ANEXOS

51

ANEXO 1 – Instrumento de coleta de dados

Questionários com o Corpo docente e Administrativo foi para verificar através

de questionários misto, se o gestor escolar desenvolve atividades que

contribuem para a sensibilização dos professores e alunos sobre importância

de manter a escola limpa através da classificação, reciclagem e do

reaproveitamento de resíduos sólidos para a produção de obras de arte em

sala de aula e valorizar atividades que envolvam a temática do meio ambiente

e da arte no âmbito escolar.

Nome do Servidor (a): _____________________________________________

Função: __________________ Escolaridade: __________________________

1) Qual a formação acadêmica dos professores que ministra a disciplina de

artes na escola estadual Antonia Tavares da Silva?

( ) Sim

( ) Não

2) Você já desenvolveu ou participou de alguma atividade envolvendo arte e

Educação Ambiental na escola?

( ) Sim

( ) Não

3) A atual gestão orienta os professores da disciplina de artes a desenvolverem

atividades envolvendo questões ambientais?

( ) Sim

( ) Não

4) A escola já promoveu alguma atividade envolvendo a arte e a Educação

Ambiental como forma de sensibilizar os alunos e a comunidade onde sua

escola está inserida despertando neles ações reflexivas e críticas quanto às

questões ambientais, principalmente quanto ao lixo produzido pela escola?

( ) Sim

( ) Não

5) As aulas de artes são ministradas com qualidade para o ensino

aprendizagem dos alunos, mostrando a importância da cultura brasileira?

( ) Sim

( ) Não

52

ANEXO 2 – Instrumento de coleta de dados.

Questionários com os alunos de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série do ensino fundamental,

turno vespertino foi para investigar através da arte a importância da disciplina

na vida do aluno e analisar a participação do gestor administrativo e

pedagógico nas ações desenvolvidas na disciplina de artes.

Aluno (a). _______________________________________________________

Turma ________________ Turno ________________________ Nº_________

1) Você acredita que a Arte e a Educação Ambiental são importantes para

despertar a consciência crítica do aluno em relação às questões ambientais,

que trazem conseqüências negativas para a qualidade de vida no planeta, e

melhorá-la através da classificação, da reciclagem e do reaproveitamento de

resíduos sólidos nas atividades escolares?

( ) Sim

( ) Não

2) Você já desenvolveu ou participou de alguma atividade envolvendo arte e

Educação Ambiental na sua escola?

( ) Sim

( ) Não

3) O atual gestor de sua escola apóia e incentiva o desenvolvimento de

atividades que contribuam para a melhoria do processo educacional através da

arte e da Educação Ambiental?

( ) Sim

( ) Não

4) Existe na sua escola um intercambio ou outra atividade com temas que

envolvem as questões ambientais no contexto artístico?

( ) Sim

( ) Não

5) No ano de 2010, já foi realizada na sua escola projetos interdisciplinares de

artes e Educação Ambiental voltadas para questões sócio-ambientais?

( ) Sim

( ) Não