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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO” PROJETO A VEZ DO MESTRE A ARTETERAPIA NO ESPAÇO ESCOLAR: O USO DA MÚSICA COMO FONTE PARA O ENSINO DE HISTÓRIA POR: ACI LORENA DA SILVA ORIENTADORA: GENI LIMA RIO DE JANEIRO 2009

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O domínio de uma escola burocrática, enfatizando apenas a transmissão de ... O que se critica nesse momento, é que o extremo

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A ARTETERAPIA NO ESPAÇO ESCOLAR: O USO DA

MÚSICA COMO FONTE PARA O ENSINO DE HISTÓRIA

POR: ACI LORENA DA SILVA

ORIENTADORA: GENI LIMA

RIO DE JANEIRO

2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A ARTETERAPIA NO ESPAÇO ESCOLAR: O USO DA

MÚSICA COMO FONTE PARA O ENSINO DE HISTÓRIA

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” do

curso de Arteterapia na Saúde e na

Educação.

Por: Aci Lorena da Silva.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e Jesus Cristo por terem

me ajudado a vencer infinitas barreiras que tolhiam a ânsia e a

vontade que eu tinha de saber mais. Agradeço também aos

professores do curso e a orientadora Geni Lima pela colaboração

e incentivo que ofereceram. Agradeço aos colegas pela

convivência feliz e pela amizade.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha filha e mestra Ana

Cláudia, incentivadora maior desta monografia. Dedico

também ao meu filho Jampércio Neto, pai das minhas

netinhas Lorena e Lívia que eu amo tanto.

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RESUMO

Este trabalho ratifica a importância da utilização da Arteterapia/música

no espaço escolar. Como a Arteterapia é recente nesse universo, buscou-se

evidenciar as etapas do trabalho com a música no processo que extrapole o

universo da sensibilização. Através de aprofundamento bibliográfico e artigos

publicados percebe-se que a associação de análises das letras musicais e os

conteúdos presentes nas aulas de História melhoram muito a qualidade do

ensino. A sala de aula passa a ser um espaço tomado de emoções e

sensibilidades onde os alunos aprendem de uma forma criativa. Professores e

alunos ao final do processo demonstram elevada auto estima, que é necessário

para fortalecer o bom nível da educação.

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METODOLOGIA

Como a utilização da Arteterapia no ambiente escolar é muito recente, a

metodologia adotada consiste em realizar um aprofundamento bibliográfico e

discussão de artigos que defendam, através da Arteterapia, o uso da música

como importante fonte para o ensino de História. Artigos publicados na internet

também serão adotados para ratificar a importância dessa técnica na melhoria

do ensino.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8.

CAPÍTULO I: Concepção de aprendizagem segundo Paulo Freire. 9.

1.1 Breve consideração sobre a escola. 9.

1.2 Paulo Freire uma possibilidade de mudança. 12.

CAPÍTULO II: A Arteterapia na escola. 15.

2.1 O ensino de História. 16.

2.2 Em busca da criatividade. 19.

CAPÍTULO III: Trabalhando com música nas aulas de História. 22.

3.1 O uso da música para além da sensibilização. 23.

3.2 Aula –Show. 24.

3.3 Considerações sobre a Aula-Show. 27.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. 29.

BIBLIOGRAFIA. 30.

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INTRODUÇÃO

A idéia de desenvolver um projeto relacionado na área de Arteterapia,

surgiu de minha experiência acumulada como docente em História, atuando no

ensino fundamental. Tornar as aulas de História mais emocionante e criativa foi

o que me instigou na realização desse trabalho.

A Arteterapia possui várias técnicas e esta pesquisa vai defender que se

utilize a vertente extremamente criativa de nossas letras e músicas e interpretá-

las, associando aos conteúdos desenvolvidos nas aulas de História. Assim,

resgatam-se no âmbito escolar com essa construção coletiva, momentos de

prazer, emoção, criatividade e aprendizagem. Proporciona ao educando

enxergar a escola com novos olhares, sair do lugar comum dominado pela

visão fragmentária e cartesiana.

A escola é o espaço ideal para proporcionar aos alunos um

conhecimento menos restrito de nossa música e sua relação com o contexto

histórico da época. Sendo assim, defende-se a necessidade das aulas de

História incorporar essa metodologia. O que normalmente era concebido como

um complemento nas atividades presentes em alguns livros didáticos, dentro

desta perspectiva passa ser essencial. Compreender a letra de uma música

relacionando-a com suas condições de produção para poder melhor interpretá-

la ao cantar, acaba fazendo do processo aprendizagem algo prazeroso. A

viagem cultural através da “Aula-show” resgata e amplia a visão de mundo do

aluno.

O uso da música além de contribuir para estimular a aquisição do

conhecimento através do prazer, é concebido nesta proposta como um material

rico e criativo, presentes no conteúdo das canções brasileiras. Valoriza a auto

estima do aluno, na medida em que se sente motivado a cantar ou tocar um

instrumento. Permite a troca de informações, contribuindo para uma melhor

socialização entre aluno-aluno e aluno-professor.

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CAPÍTULO I

Concepção de aprendizagem segundo Paulo Freire.

“Este é um pensar que percebe a realidade como

processo, que capta em constante devenir e não

como algo está,tico. Não se dicotomiza a si mesmo

na ação. Banha-se permanentemente de

temporalidade cujos riscos não teme”.

FREIRE (1987,p.47).

Num contexto de massificação, de exclusão, de desarticulação da escola

com a sociedade, Freire dá sua contribuição para a formação de uma

sociedade democrática ao construir um projeto educacional libertador. O que

existe de mais atual e inovador no Método Paulo Freire é a indissociação da

construção dos processos de aprendizagem da leitura e da escrita do processo

de politização.

Um dos axiomas do Método em questão é que não existe educação

neutra. A educação é uma construção e reconstrução contínua de significados

de uma dada realidade. Ela prevê a ação do homem sobre essa realidade.

Essa ação pode ser determinada pela crença fatalista da causalidade, ou pode

ser movida pela crença de que a causalidade está submetida a sua análise,

portanto sua ação e reflexão podem alterá-la, relativizá-la, transformá-la.

1.1 Breve consideração sobre a escola.

O mundo globalizado dominado pelo aumento e velocidade de

informações, também revela uma faceta marcada pela utilização de

“novidades” por algumas pessoas sem um devido preparo prévio. O que se

observa normalmente no âmbito escolar, é o domínio de atividades

pedagógicas que tentaram enquadrar algumas atividades relacionadas com a

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Arteterapia/música apenas por ser algo que está atualmente em maior

evidência por parte de outros setores da sociedade.

Normalmente dominam atividades pontuais ligadas a datas e eventos,

desconectados da realidade do aluno e principalmente evidenciando uma

ausência de suporte técnico/metodológico para inserir essa temática de forma

apropriada. Nesse sentido, optou-se evidenciar nesse trabalho, alguns fatores

da concepção de aprendizagem desenvolvida por Paulo Freire que facilitam a

inserção da Arteterapia no ambiente escolar.

Segundo FREIRE (1996,p.21), “Ensinar não é transferir conhecimento,

mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”

O domínio de uma escola burocrática, enfatizando apenas a transmissão de

conteúdo por parte do educador, tem gerado alunos receptores de informações

desconectadas e fragmentadas. Esse fato torna-se mais agravante quando se

trata de desenvolver conteúdos relacionados com a História. Normalmente as

aulas de História são descritivas e cansativas, onde o aluno não se sente

participante do processo de construção espacial e muito menos um ser político.

Geralmente os alunos se desinteressam, ficam desestimulados com o ensino.

Nesse sentido, a Arteterapia pode contribuir muito para enfraquecer no

ambiente escolar a forte herança cartesiana que reforça a dicotomia entre

razão e emoção.

Os pressupostos da ciência moderna contribuíram para mudar a

concepção de mundo, onde uma das mudanças é a forte crença na razão

científica. Aos poucos, vai aumentando a aceitação das pessoas por

explicações dos fatos que permitissem uma compreensão e demonstração pela

razão. O que se critica nesse momento, é que o extremo desse racionalismo

tem levado a uma forte ausência da emoção nas salas de aula.

A escola fica caracterizada por manter-se repetitiva, mecânica, sem

emoção e principalmente sem criatividade. Concorda-se com a descrição

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realizada por DUARTE JÚNIOR (1994,p.34) sobre a concepção dominante na

escola, onde

(...) em nosso ambiente escolar, essa separação

razão- emoção é não só mantida como estimulada.

Dentro de seus muros o aluno deve penetrar

despindo-se de toda e qualquer emotividade (...) os

indivíduos devem produzir, num esquema

racionalista, sem deixar as emoções e valores

pessoais interferirem no processo.

Para Paulo Freire todo esse processo se caracteriza pelo domínio de

uma concepção bancária de educação. Educar passa a ser concebido como

um ato de depositar (como nos bancos), todo um “saber para o aluno”.

“ Falar da realidade como algo parado, estático,

compartimentado e bem comportado, quando não

falar ou dissertar sobre algo completamente alheio à

experiência existencial dos educandos vem sendo, a

suprema inquietação desta educação. A sua

irrefreada ânsia. Nela o educador aparece como seu

indiscutível agente, como o seu real sujeito, cuja

tarefa inclinável é “encher” os educandos dos

conteúdos de sua narração. Conteúdos que são

retalhos da realidade desconectados da totalidade

em que se engendram e em cuja visão ganhariam

significação”. FREIRE (1987,p.33 ).

Sendo assim, é necessário defender que o espaço de sala de aula

precisa ser democrático, dialógico para poder fluir a criatividade; para tornar

uma escola viva. Afinal não é possível aprender a ser democrata com métodos

que reproduzam o autoritarismo. A educação precisa ser compreendida ao

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mesmo tempo “como um ato político, como um ato de conhecimento e como

um ato criador” GADOTTI (1996,p.80). Este trabalho busca reforçar a idéia dos

que acreditam que o espaço escolar pode e deve utilizar-se da criatividade e

emoção. Além de se almejar um conhecimento democrático, é necessário

também que este seja mais eficaz.

1.2 Paulo Freire uma possibilidade de mudança.

Existem diversos e conhecidos trabalhos sobre o autor. Busca-se nesse

momento evidenciar somente alguns fatores desta teoria/prática que

possibilitam relaciona-los com a introdução da utilização da Arteterapia/ música

nas aulas de História.

Seu projeto educacional sempre contemplou a superação das

desigualdades sociais para desenvolver uma consciência crítica. A sua teoria

do conhecimento deve ser compreendida no contexto em que surgiu- o

Nordeste brasileiro- onde no início da década de 1960, metade de seus

habitantes vivia na “cultura do silêncio”; ou seja, eram analfabetos. Era preciso

“dar-lhes a palavra” para que pudessem superar essa situação.

A universalidade da obra de Freire decorre dessa aliança teoria –

prática. Daí ser um pensamento consistente, pois pensa a realidade e a ação

sobre ela. Trabalha teoricamente a partir dela. Metodologicamente é um

pensamento sempre atual. Por isso elegeu-se nesse trabalho, a proposta de

Freire como sendo a ideal para trabalhar temas históricos.

Sendo assim, cabe destacar a seguir quais os principais aspectos da

teoria de Freire que facilitam a introdução da Arteterapia na escola.

a- Mudança na relação professor aluno. O relacionamento professor-

aluno nessa proposta se estabelece na horizontalidade onde juntos se

posicionam. Sem essa mudança no perfil do professor o sucesso de todo um

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trabalho pode ficar comprometido. O professor também tem que estar

preparado para aprender com os trabalhos desenvolvidos. A aprendizagem é

um processo contínuo.

b- Diálogo. Ênfase no diálogo entre educador e educando, para

capacitar o aluno a organizar sua própria aprendizagem. Elimina-se portanto

toda relação de autoridade uma vez que essa prática inviabiliza o trabalho de

criticidade e conscientização.

”O diálogo, como encontro dos homens para a tarefa

comum de saber agir, se rompe, se seus pólos (ou

um deles) perdem a humildade. Como posso

dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo

sempre no outro, nunca em mim?” FREIRE

(1987,p.46).

O diálogo não é espontaneismo, o educador não é uma sombra de

presença dos educandos, não se trata de negar a autoridade que o educador

tem e representa; é transformar a concepção bancária de educação em

problematizadora para poder fluir a dialogicidade.

c- Concepção problematizadora. A problematização busca a superação

da primeira visão ingênua por uma visão crítica, capaz de transformar o

contexto vivido. Ela surge da consciência que os homens adquirem de si

mesmos que sabem pouco a seu respeito. Esse pouco saber faz com que os

homens se transformem e se ponham a si mesmos como problemas.

d- O respeito ao aluno. É necessário para que este possa conquistar

sua autonomia. O importante não é transmitir conteúdos específicos, mas

despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. Nesta

perspectiva o aluno é visto como um ser pensante onde a transmissão de

conteúdos estruturados fora de seu contexto social é considerada "invasão

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cultural" ou "depósito de informações”. Antes de qualquer coisa, é preciso

conhecer a bagagem cultural do aluno, partir da realidade que o aluno

conhece.

Cabe lembrar que partir da realidade, não significa ficar apenas nessa

realidade. O objetivo é partir de uma visão local para uma global. É nesse

contexto social que deverá sair o "conteúdo" a ser trabalhado; os Temas

Geradores.

e- Interdisciplinaridade. A expressão tema gerador está ligada à idéia de

Interdisciplinaridade e está presente na metodologia concebida por Freire, pois

tem como princípio metodológico a promoção de uma aprendizagem global,

não fragmentada. Do tema gerador geral sairá o recorte para cada uma das

áreas do conhecimento ou, para as palavras geradoras. Portanto, um mesmo

tema gerador geral poderá dar origem à várias palavras geradoras que deverão

estar ligadas a ele em função da relação social e que os sustenta. Nesse

contexto, está subjacente a noção holística, de promover a integração do

conhecimento e a transformação social.

A interdisciplinaridade visa experimentar a vivência de uma realidade

global que se inscreve nas experiências diárias do aluno e do professor. Por

isso a prática coletiva e solidária se faz necessária nesse ambiente. Segundo

GADOTTI (1996,p.102), “Não há interdisciplinaridade sem descentralização do

poder, portanto, sem uma efetiva autonomia da escola.”

Esses pressupostos são o inicio de um processo que busca romper com

a herança cartesiana na escola. Assim, o uso da música como parte de uma

técnica da Arteterapia, pode ser inserida na escola de forma prazerosa e

harmoniosa.

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CAPÍTULO II

Arteterapia no Universo escolar.

O termo Arteterapia teve origem no ano de 1940 na Inglaterra. Após a 2ª

Guerra Mundial alguns profissionais relacionados a área de saúde passaram a

utilizar recursos como desenho, música, pintura e dramatizações para tratar

de enfermos com traumas emocionais. Os ótimos resultados desse tipo de

tratamento repercutiu de forma muito positiva e contribuiu para solidificar as

bases da Arteterapia.

No Brasil, em meados da década de 1980, surge a Arteterapia com a

abertura do primeiro curso de extensão na PUC-RJ. Existem várias definições

de Arteterapia. O termo em si designa, de uma forma ampla, a utilização de

recursos artísticos com contextos terapêuticos. Concorda-se com PHILIPPINI

(1998), onde a Arteterapia é um processo terapêutico decorrente da utilização

de modalidades expressivas diversas que servem à materialização de

símbolos.

São muitos e variados os materiais e técnicas que podem ser utilizados

pela Arteterapia: Os primários que são a água, argila, areia, o corpo; e os

demais como desenho, pintura, colagem, sucata, escultura, teatro, dança,

música, enfim todas as formas de arte.

A Arteterapia resgata o potencial criativo do homem, buscando o psique

saudável e estimulando a autonomia e transformação interna para

reestruturação do ser. Resgata o simbólico, com as imagens que ordenam e

dão significado as nossas vidas. Pode ser trabalhada em grupo ou individual.

Criar abrange a habilidade em usar o cérebro para renovar, modificar,

reestruturar os aspectos da vida. Expressar nossas vivências e descobrir

outros sentidos na qual uma sociedade pode ser construída.

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Ao despertar no ser humano suas potencialidades, a Arteterapia

proporciona um desenvolvimento holístico do ser. Nesse sentido, este trabalho

reforça a necessidade de seu uso no universo escolar. Concorda-se com

URRUTIGARAY (2004,p.38).

“A área educacional é um grande campo para a

aplicação da artetrapia, pois se a arte possibilita o

desabrochar do imaginário, a partir da idéia, cabe ao

sistema educativo expandir o desenvolvimento

deste sistema simbólico, através das práticas

expressivas que possibilitem a integração do

aprendizado emocional ao aprendizado de

conhecimentos e informações adquiridas da cultura

humana”

Dessa forma, a Arteterapia contribui muito no resgate de uma escola

criativa, capaz de valorizar as emoções dos indivíduos, melhorando a auto

estima dos alunos. As aulas incorporaram ao mesmo tempo o saber com o

prazer.

A Arteterapia também serve como importante elo de integração entre

vários campos do conhecimento, facilitando e dando suporte para a

comunicação entre ciências, agindo no sentido de facilitar a

interdisciplinaridade.

2.1 O ensino de História

O ensino, principalmente nas redes de escolas públicas tem sido

pautado na maioria das vezes em uma forma tradicional e conservadora. O

ensino de História não está fora dessa triste realidade. A herança cartesiana

tem ratificado uma História fragmentada, factual, “conteudista” e não sendo

capaz de formar alunos críticos e cidadãos. Os alunos não associam os

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conhecimentos presentes nos livros didáticos ao seu cotidiano, absorvem o

mínimo do conteúdo trabalhado; desinteressando-se por esse tipo de aula.

Cabe lembrar que na escola pública brasileira existe um enorme grupo

de alunos com várias formas de carência... além de não gozarem de direitos

básicos que lhes permitem exercerem a plena cidadania; eles também

carecem de afeto. Nesse sentido, pode-se afirmar que a escola evidencia uma

realidade “doentia”, cujos sintomas são aflorados em alunos apáticos ou

extremamente revoltados/agressivos. Claro que essa questão não está restrita

as aulas de História; mas o fato, é que essa ciência não consegue articular a

questão teórica com o que é vivenciado por grande parte desses alunos.

Uma das preocupações atuais desenvolvidas com o ensino de História é

a formação de alunos capazes de compreender a sociedade a qual está

inserido, identificando seus elementos e as interações entre eles. A prática

docente deve sempre buscar o desenvolvimento do ser de uma forma integral,

trabalhando no sentido da transformação da consciência interior.

Professores com pouco tempo para refletir sobre sua própria prática,

encontram dificuldades para concretizar as renovações pedagógicas com os

interesses dos alunos. As aulas de História enfrentam exigências novas que

decorrem da necessidade de utilizar uma aprendizagem que envolva não só o

saber Histórico, mas capacitar os alunos à situações sociais concretas, que

tenham significado para a vida cotidiana.

A Arteterapia articulada com a História contribui muito para a melhora da

educação no espaço escolar. A prática terapêutica melhora o equilíbrio

emocional e afetivo do aluno. As aulas de História nessa perspectiva passam a

engendrar a relação sensível, estética e significativa que todo o aluno possui.

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A Arteterapia estimula a desinibição, o auto conhecimento, a

criatividade, levando o aluno a sensação de estar integrado ao mundo

instigando-o à resolução de conflitos sociais e pessoais.

O uso da Arteterapia ao buscar as potencialidades e criatividade,

contribui para o desenvolvimento de um ensino que permite a troca de

relações democráticas, fluindo assim o diálogo. Relações de responsabilidade

e respeito vão acontecer na medida em que os trabalhos vão surgindo. Nesse

sentido,

“o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e

imaginação, tanto ao realizar formas artísticas

quanto na ação de apreciar e conhecer as formas

produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e

nas diferentes culturas”. BRASIL (1997,p.19).

A utilização de recursos didáticos artísticos para ajudar no

desenvolvimento de conteúdos escolares específicos vem gradativamente

aumentando. Os cursos de formação de professores procuram enfatizar

atividades didáticas que valorizem o aluno. O foco do trabalho pedagógico está

centrado atualmente no aluno. Nesse sentido é significativa a contribuição do

artigo da psicopedagoga JOANA SANTO (2009) onde ela afirma que

“...a arte é um elemento muito importante na vida

de cada pessoa e que o educador, de modo,

especial, pode munir-se, através da arte de uma

riqueza inestimável de recursos que auxiliem sua

tarefa educativa. (...) Assim, com lucidez,

compromisso e responsabilidade, práticas e

vivências são utilizadas para trabalhar os bloqueios

de aprendizagem e a construção dos conceitos.

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Dessa forma, o docente não vai negar a inteligência

do outro, mas dispor-se a percebê-la, a identificar

qual canal prioritário é utilizado paras conhecer o

mundo, analisá-lo, aprender.”

Dentre as várias possibilidades de se trabalhar com arteterapia no

ambiente escolar, esse trabalho vai defender a utilização da música nas aulas

de História, associando as letras com o conteúdo programático. Concorda-se

com WISNIK (1989,p.12), a música “(...) ensaia e antecipa aquelas

transformações que estão se dando, que vão se dar, ou que deveriam se dar

na sociedade.” Segundo WECHLER (2002), o poder da analogia para a

criatividade é muito importante, devendo ser mais desenvolvida pelo professor

nas salas de aula.

2.2 Em busca da criatividade...

Segundo OSTROWER (2001) a natureza criativa do homem se elabora

no contexto cultural. Com isso associar Arteterapia ao ensino de história se faz

necessário para auxiliar o educador a construir com seus alunos um processo

de aprendizagem criativo, sensível e capaz de compreender a espacialidade e

organização da sociedade em que estamos inseridos.

O ato de criar é próprio do ser humano. Ele propicia ao indivíduo

agenciar sua própria existência, sua história que sempre está em

transformação. Sendo assim, cabe reforçar que a criatividade não é um dom

restrito aos artistas, pois o conceito não se detem a arte. O ato de criar está

relacionado à liberdade na medida em que o indivíduo possui uma abertura e

flexibilidade com relação aos seus próprios sentimentos e emoções.

Criatividade é um modo de viver, de ser, de pensar e agir. É olhar uma

coisa e ver diferente do que todos vêem, é o ato de criar algo novo ou de

transformar algo que existe em outra coisa. É o “coisionismo” aplicado de

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modo intenso, ou seja; uma coisa é uma coisa podendo se transformar em

outra coisa dependendo de quem olha. Concorda-se com WECHLER (2002) o

processo criativo pode também ser descrito como uma nova construção de

associações, que atendem a requerimentos específicos, procurando

semelhanças em coisas que nunca foram percebidas como tal, é fazer

conexões.

Criar é a capacidade que os humanos têm de se adaptar a rotinas ou

situações extremamente diversas sem perder o auto controle. É a melhor

ferramenta para alcançar novas soluções. A pessoa criativa é inconformada e

resiste às pressões da sociedade para poder pensar e se comportar de uma

determinada maneira para realizar novas descobertas. Assim, se pretendemos

mudar o perfil da atual escola, devemos desenvolver muitas atividades que

estimulem a criatividade.

Concorda-se com URRUTIGARAY,

“Vincular o homem com seu meio traz a

possibilidade de poder entender, elucidar e

compreender os padrões de significação que

estariam ocultos no seu comportamento”.

(2004,p.16)

Como toda proposta que se pretende inovar, sabemos que não existe

receita; temos que ter a certeza que trabalhar buscando desenvolver a

criatividade é errar de vez em quando, afinal o que é o erro senão a tentativa

de um acerto.

As aulas engendradas de criatividade permitem desenvolver a

capacidade de criar algo novo a ser acrescentado em conhecimentos

“preexistentes”. Enfim, é a capacidade de pensar diferente, e realizar uma

ação a partir desse pensamento. É de fato produzir conhecimento; aprender.

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Segundo OSTROWER (2001) a criatividade é um potencial inerente ao

homem, e a realização desse potencial uma de suas potencialidades. Assim, o

criar só pode ser visto num sentido global, como um agir integrado em um viver

humano. É urgente tentar buscar a mudança da escola atual, para que esta

possa desenvolver o imaginário possibilitando o aprendizado emocional, tão

ausente nesse universo.

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CAPÍTULO III

Trabalhando com música nas aulas de História.

“Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão

as pedras, catedrais, coração..” Seduzir/ DJAVAN.

Dentre as várias possibilidades de se trabalhar com Arteterapia, este

estudo priorizou a música porque é uma das formas mais fáceis de

comunicação. Ao estimular a sensibilidade e criatividade, esse tipo de trabalho

critica a idéia de que a educação caracteriza-se por uma série de coisas

relacionada apenas a objetividade.

A base didática para construção do conhecimento nas aulas de história

tem sido os livros didáticos, eles são escolhidos para facilitar as trocas

professor–aluno. Ao fazer uso da música na sala de aula, não se defende a

exclusão dos livros didáticos. Este trabalho defende o uso da música como

mais um recurso, que concomitante com os livros contribui para a melhoria do

ensino.

Um aspecto fundamental na relação entre História, música e o processo

de aprendizagem é a articulação entre texto e contexto para que a análise

histórica não seja reduzida e limitando assim a própria importância do objeto

analisado. O grande desafio do pesquisador é mapear os sentidos embutidos

numa obra musical,

A música com maior ou menor intensidade está na vida do ser humano,

ela desperta emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de

percepção que ele possui para assimilar a mesma. Evidenciar que a música

não é somente uma associação de sons e palavras, mas sim, um rico

instrumento que pode fazer a diferença nas instituições de ensino, é

fundamental. A música desperta o aluno para um mundo prazeroso, o que

facilita a socialização do mesmo melhorando também a aprendizagem.

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3.1 O uso da música para além da sensibilização.

A música é uma aliada para a educação porque faz a mediação para a

leitura, contribui para a absorção do conteúdo, fortalece a auto estima e

estimula a criatividade. Cabe lembrar que desde cedo a criança escuta

“cantiga de ninar”. A criança precisa ser sensibilizada para o mundo dos sons,

pois, é pelo órgão da audição que ela possui o contato com os fenômenos

sonoros e com o som. Quanto maior for a sensibilidade da criança para o som,

mais ela descobrirá as suas qualidades. Portanto é muito importante exercitá-

la desde muito pequena, pois esse treino irá desenvolver sua memória e

atenção.

A idéia não é inovadora. Desde a década de 1980, quando ocorreram

transformações importantes nas práticas e nos instrumentos pedagógicos o

uso de fontes diferenciadas, entre elas a música, tornou-se uma tendência

para assuntos ligados à história brasileira.

Na escola o uso da música tem geralmente sido restrito. Ela é utilizada

apenas na esfera da sensibilização. Além de servir para sensibilizar o aluno, é

preciso incorporar a análise das letras das canções como material didático. O

que normalmente era concebido como um complemento nas atividades

presentes em alguns livros didáticos, dentro desta perspectiva passa ser

essencial. Assim, no que tange a utilização da música como recurso didático,

concorda-se com VASCONCELOS e FREITAS (2002,p.16)

(...) entende-se que a música pode ser considerada

um excelente recurso didático- metodológico para

se trabalhar e desenvolver conteúdos urbanos. Uma

gama muito grande de músicas, particularmente no

Brasil contemporâneo, buscam apreender fatos e

situações do cotidiano urbano nos seus vários

momentos históricos.

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Esse recurso didático pode ser trabalhado em diferentes conteúdos, e a

História deve utilizá-lo com mais freqüência. Concorda-se com GAINZA (1988),

a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta,

mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento do

aluno.

O uso da música além de contribuir para estimular a aquisição do

conhecimento através do prazer, é concebido nesta proposta como um

material rico e criativo, presentes no conteúdo das canções brasileiras.

O Brasil sempre contou em sua música popular com verdadeiros

cronistas da sociedade. Esta tradição é uma rica fonte para as pesquisas e

estudos históricos. Esse fato deve ser mais explorado nas aulas de História.

Nos trabalhos desenvolvidos por DUARTE JÚNIOR (1994), VASCONCELOS

(2002) e SILVA (2005) todos reforçam a urgência de se trabalhar com música

na escola, mas que se extrapole a esfera da sensibilização.

A independência deve ser orientada e é nessa orientação que as

propostas para a realização de uma atividade envolvendo música podem ser

bastante convenientes para oferecer a chance ao aluno de organização e criar

sua obra, propagá-la junto aos colegas e reconhecer-se independente.

3.2 Aula-Show.

Concorda-se com HERMETO e LIMA (2008), a música é som e arte: ela

precisa ser ouvida e usufruída com deleite.

Sendo assim, para articular essas duas dimensões, a melhor forma é a

concretização da Aula-Show. Ela é explicativa e prazerosa, onde o ensino de

um tema se mistura com o recorte apresentado através da veia artística. Essa

aula é feita como um show, composta de canções relacionadas a algum tema

histórico.

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Não se pretende com isso desenvolver uma espécie de “manual”, para

se trabalhar com música nas aulas, mas o que se defende é que uma

proposta nova deve ser implantada com a presença de uma elaboração lógica

e seqüencial do processo.

WECHLER (2002), reforça a necessidade do planejamento para que se

possa encaminhar com sucesso essa atividade. Para que se evite usar “a

música pela música”, sem extrair mais do processo. Sendo assim, serão

destacadas a seguir as etapas para associação do uso da música com

conteúdos de História.

a- Delimitar o problema histórico a ser desenvolvido.

O professor deve adotar a alma de artista, procurando deixar fluir o lado

lúdico da atividade. Sob a orientação do professor o aluno deve pesquisar o

tema em questão e apresentar o resultado final para a turma. É importante

reparar que os alunos ao apresentarem essa atividade tornam-se “professores

e artistas ao mesmo tempo.” O professor deve estimular os alunos a não só

explorarem as pesquisas nos livros como revistas, jornais e internet.

b- Utilizar uma música de fácil reconhecimento do aluno.

A música ao ser ouvida faz com que as pessoas sintam algo diferente,

se ela proporciona sentimentos, pode-se dizer que tais sentimentos de alegria,

melancolia, violência, sensualidade, calma e assim por diante, são

experiências da vida que constituem um fator importantíssimo na formação do

caráter do indivíduo.

Criar situações nas quais os alunos possam estar em relação com um

número variado de produções musicais, mas neste momento inicial, é

prudente associar o conteúdo trabalhado com músicas que o grupo conheça.

Segundo SILVA (2005,p.71)

26

“ A possibilidade de fácil reconhecimento da música

pelos alunos foi o critério utilizado para iniciar esse

tipo de trabalho. Após escutar e cantar a música,

foram desenvolvidas noções fundamentais para o

entendimento das características do lugar,

destacando sobretudo o trabalho com as categorias

espaço e tempo. “

c- Pesquisa apurada de repertório.

É importante conhecer o momento histórico de criação das músicas,

situando no tempo e no espaço, “afinal o tempo não para” cantava Cazuza!

Nesse momento o professor deve preocupar-se em trazer situações onde as

músicas sejam de realidades diferentes. Ampliar o repertório musical do aluno,

inserindo músicas que eles possivelmente não conheçam. Trabalhar as

diferentes culturas presentes nos diversos estilos musicais.

Conversar sobre a vida e obra dos compositores é fundamental.

Normalmente os alunos desconhecem a história da música e dos compositores

brasileiros. A música como qualquer outra arte acompanha historicamente o

desenvolvimento da humanidade e pode se observar ao analisar as épocas da

história, pois em cada uma, ela está sempre presente.

As interpretações das letras de várias músicas brasileiras em sala de

aula ganha grande contribuição do aluno a medida que ele possui uma

independência orientada para pesquisar, analisar e comparar os conteúdos

propostos na sua série. O entrosamento das letras de músicas pesquisadas

com alguns conteúdos históricos esclarece dúvidas que são ou foram

incógnitas hoje ou no passado.

d- Elaboração de um roteiro.

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Uma vez delimitado o problema e selecionado as canções que farão

parte do roteiro do show, seleciona-se textos pequenos que irão nortear a aula

deve-se explicar os sentidos sociais de cada música e sua inserção na

atividade proposta.

É preciso que os professores se reconheçam como sujeitos mediadores

de cultura dentro do processo e que levem em conta a importância dessa

atividade no desenvolvimento e formação de alunos como produtores e

multiplicadores de cultura.

A mediação acontece na medida em que a música vem recheada de

signos e símbolos que permitem diferentes leituras. O professor desenvolve

de forma paralela a aquisição do conteúdo programático que se pretende a

partir das canções trabalhadas.

O projeto da Aula- Show, segundo HERMETO e LIMA (2008), tem um

produto final estabelecido; meio aula, meio show com o objetivo de

compreender o tema. Muitos alunos se sentem empolgados com a aula e

criam paródias versificando músicas existentes ou criando letras e músicas

próprias como relatou SILVA (2005) em seu trabalho.

Alunos criando, tocando e cantando músicas aprendem o conteúdo

histórico. As aulas ficam dinâmicas, porque os alunos participam e se sentem

envolvidos. Concorda-se com SNYDERS (1997) onde a escola pode ensinar

as alegrias da música.

3.3 Considerações sobre a Aula-Show.

A Aula-show não objetiva formar artistas. Nem todos precisam ser

iniciados em música. Caso nenhum aluno da turma toque nenhum instrumento

pode utilizar o C.D. Mesmo aqueles que não participam diretamente “cantando

ou tocando”, existe muito trabalho a ser feito tais como; pesquisa, elaboração

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do roteiro, montagem de cenário e figurinos. Todos os alunos são envolvidos

nessa atividade.

HERMETO e LIMA (2008) ratificam que a Aula-Show ensina tanto a

quem produz quanto a quem assiste, contribuindo de forma eficaz para uma

maior reflexão sobre os sentidos do passado e mostrando seu caráter

dinâmico.

O aluno pode ser sentir encorajado para além de interpretar as letras

conhecidas, construir outras que se encaixe na problemática percebida no

momento. Eles se sentem participantes e mobilizados. Assim, a forma pela

qual a Arteterapia/ música foi inserida nas aulas de História proporcionou não

só o resgate de aulas mais criativas, mas também a aquisição do saber de

forma mais alegre e emotiva.

Esta técnica deu suporte para desenvolver uma ação diferente das

aulas embasadas apenas no livro didático. Assim buscou-se envolver o aluno

em situações concretas, a fim de que seja capaz de observar e experimentar

outros olhares. Sair do lugar comum para lançar, de um outro ponto de vista,

um novo olhar sobre o que vemos cotidianamente compreendendo a

sociedade como algo em constante construção, que resulta basicamente das

ações humanas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal desse trabalho de pesquisa era o de melhorar a

qualidade das aulas de História. Romper com a visão fragmentada e descritiva

dominante na escola.

O trabalho comprovou a hipótese levantada onde a inserção da

Arteterapia/música nas aulas de História melhora a qualidade do ensino. A

proposta da Aula-Show adotada por alguns autores, é nesse trabalho ratificada

como fator essencial para viabilizar aulas mais criativas, dinâmicas e

prazerosas. Evidenciou-se a necessidade de não inserir apenas a música para

sensibilizar o aluno, mas sim a necessidade de incorporar a análise de suas

letras como um importante material didático.

A prática metodológica da Aula-Show proporciona que os alunos

aprendam cantando. Ela desenvolve a relação sensível, criativa e estética que

todo aluno tem, melhorando assim sua auto estima. Essa prática coletiva

caminha no sentido da interdisciplinaridade e de uma autonomia da escola.

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