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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O SUPERVISOR EM SUAS DIFERENTES PRÁTICAS EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA Por: Lindomar Rocha Leal Orientadora Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · produção antes de ser assumida pelo sistema ... a qualidade do ensino, bem como a de criar condições que ... atendendo ao processo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O SUPERVISOR EM SUAS DIFERENTES PRÁTICAS EM

ESCOLAS DA REDE PÚBLICA

Por: Lindomar Rocha Leal

Orientadora

Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O SUPERVISOR EM SUAS DIFERENTES PRÁTICAS EM

ESCOLAS DA REDE PÚBLICA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar

Por: Lindomar Rocha Leal

3

AGRADECIMENTOS

A Jeová Deus e a Jesus Cristo sem os

quais eu não teria chegado até aqui. A

minha família, projeto de Deus, Valmir,

Michela, Daniela, pelo amor, carinho,

incentivo, apoio e compreensão que

me concedem diariamente. Aos

docentes do curso de Pós-graduação

de Supervisão e Orientação

Educacional, principalmente a Profª.

Orientadora Mary Sue por suas

indicações precisas. Aos colegas do

curso pelo companheirismo e amizade,

em especial a Lucia Castorino e Maria

das Graças Souza Laplace.

4

DEDICATÓRIA

.....dedico este trabalho aos meus pais

Heitor Rocha e Marietta de Deus Carvalho

Rocha (in memorian), pela boa educação

que me foi dada o que contribuiu na

formação do meu caráter e também no

meu lado profissional o qual muito me

orgulho.

5

RESUMO

A presente monografia, elaborada a partir de uma pesquisa documental

através de leitura e reflexão sobre o projeto político pedagógico, tem por

objetivo ampliar a visão de conhecimento sobre o papel do supervisor escolar

no processo de organização do ensino. Delimitamos o papel da análise a partir

das seguintes questões: quais os aspectos relevantes que a escola defende

para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem? E, qual o papel que o

Supervisor Escolar deve desempenhar para a melhoria da qualidade da

educação? Acredita-se que quando se reflete sobre o Projeto Político

Pedagógico é possível entender que o mesmo deve considerar tanto a

dimensão política quanto a pedagógica, valorizando e respeitando os múltiplos

saberes que permeiam o espaço escolar. Para fundamentar as questões

norteadoras foram realizadas leitura e reflexão que relacionassem o tema

proposto com a teoria, constatando-se que o Supervisor Escolar representa a

para instituição de ensino um articulador pedagógico que possibilitará as

possíveis mudanças no cenário educativo.

6

METODOLOGIA

Os métodos necessários para a realização da presente pesquisa foram

baseados em fontes bibliográficas e documentais, ou seja, através de leitura de

livros, pesquisas em sites, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e Leis de

Diretrizes e Bases (LDB) refletindo também com a própria prática; entre outros.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A origem da supervisão 09

CAPÍTULO II - A relação do Supervisor Escolar no processo educacional 16

CAPÍTULO III – A prática da supervisão 28

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CITADA 40

ANEXOS 43

ÍNDICE 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

8

INTRODUÇÃO

Poucos profissionais no Brasil trabalham tanto quanto os educadores,

especialmente aqueles que exercem a função nas escolas de ensino

fundamental e médio. Sem duvida, em nossas escolas públicas, existe esforço,

dedicação e muito trabalho por parte daqueles que se dedicam à “nobre”

missão de ensinar. A dedicação é tão grande que muitos acumulam a dupla

função de professor e supervisor, visto que, a falta deste último profissional é

comum nas escolas da rede pública.

A inconformidade com o fato de que o professor (a) além de atuar na

docência dentro da área pedagógica, também tem que trazer sobre si as

responsabilidades e atribuições que são da competência do supervisor e a

expectativa em buscar soluções para as questões que surgem, com a falta de

orientação da supervisão, e por acreditar que o papel deste profissional é de

suma importância ao bom desempenho do trabalho docente para a melhoria na

qualidade do aprendizado do aluno. Surge ainda a preocupação de que esta

sobrecarga de trabalho didático que se atribui ao professor seja uma das

causas que contribuem para a má qualidade do ensino brasileiro.

Por acreditar que o papel deste profissional é fundamental em ajudar o

professor a ter um melhor desempenho do seu trabalho, buscando mudanças

que possam reverter este quadro atual, será realizada uma pesquisa no

ambiente escolar da rede pública onde atuo.

9

CAPÍTULO I

ORIGEM DA SUPERVISÃO

De acordo com Lima (2001), a idéia de supervisão surgiu com a

industrialização, tendo em vista a melhoria quantitativa e qualitativa da

produção antes de ser assumida pelo sistema educacional, em busca de um

melhor desempenho da escola em sua tarefa educativa.

Somente em 1941, com Cincinnati, surge a idéia de surpevisão

relacionada ao processo de ensino, sendo que até 1875 estava voltada

primordialmente para a verificação das atividades docentes (Alfonso et al

1975).

No final do século XIX e inicio do século XX, a supervisão passa a ter

preocupação com o estabelecimento de padrões de comportamento bem

definidos e de critérios de aferição do rendimento escolar, visando um ensino

mais eficiente.

No começo do século XX, pode-se observar o aparecimento dos

conhecimentos cientifico, na melhoria do ensino em busca de resultados

positivos na aprendizagem dos alunos. A supervisão então se propõe a

transmitir, explicar, mostrar, impor, julgar e recompensar (Niles & Lovell, 1975).

A partir de 1925 a ciência comportamental passa a ter uma influencia

significativa na supervisão observando uma grande tendência de se introduzir

princípios democráticos nas organizações educacionais, cabendo ao supervisor

o papel de líder democrático.

Já em 1930, a supervisão assume um caráter de liderança de esforço

cooperativo visando o alcance dos objetivos, na valorização dos processos de

grupos na tomada de decisões. Em 1960, a ação supervisora voltou-se para o

10

currículo tendo a pesquisa lugar proeminente na busca de novas soluções para

a melhoria da qualidade do ensino.

No Brasil, a supervisão surgiu pela 1ª vez com a Reforma Francisco

Campos - Decreto-Lei 1989 de 18/04/1931, concebida de forma bem diferente

da que se vinha realizando até aquele momento como simples fiscalização,

para assumir caráter de supervisão.

Em relação à Lei Orgânica do Ensino Secundário, promulgado pelo

Decreto-Lei 4.244 de 09/04/1942, dizia seu artigo 75, parágrafo 1º. “A inspeção

far-se-á, não somente sob o ponto de vista administrativo, mas ainda com o

caráter de orientação pedagógica, aplicando-se, dessa forma as atividades da

inspeção”.

Com a criação da Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino

Secundário (Cades), pelo Decreto-Lei 34.638 de 14/11/1953, tinha como

finalidade a melhoria da qualidade do ensino de através do treinamento de

recursos humanos; oferecendo aos inspetores da época subsídios para a

formação e fundamentação de seu trabalho nas escolas, enfatizando, sempre,

o caráter pedagógico de sua área.

Na década de 1950, numa política de Aliança entre Brasil e Estados

Unidos, a inspeção reaparece de forma “modernizada”, com a denominação de

supervisor escolar, para garantir a efetivação de uma política

desenvolvimentista, que trazia em seu bojo a concepção de educação como

alavanca de transformação social.

O começo dessa supervisão no Brasil teve inicio através de cursos

promovidos pelo Programa Americano-Brasileiro de Assistência ao Ensino

Elementar (Paball), tendo em vista esses profissionais atuarem como

supervisores escolares do ensino elementar (primário) brasileiro, com vista à

modernização do ensino e ao preparo do professor leigo.

11

A formação de tais supervisores se deu segundo o modelo de

educação americano, que enfatiza os meios (métodos e técnicas) de ensino. O

Paball expandiu-se no Brasil durante o período de 1957 a 1963, revestindo-se,

conforme Moraes: (1982, p, 24), “do caráter inovador na área pedagógica e

preocupando-se, principalmente, com os meios que possibilitariam o

reformismo educacional”.

A partir da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei

4.024 de 20/12/1961 (Brasil 1961) - percebe-se que as renovações no campo

da inspeção voltam-se para o ensino primário, no qual o seu artigo 52 prevê a

formação de inspetores para esse nível.

Esse artigo enfatiza: “O ensino normal tem por fim a formação de

professores orientadores, supervisores e administradores escolares destinados

ao ensino primário e o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos

relacionados à educação da infância”.

Com a promulgação da lei 4.024/61, fica estabelecido que os governos

estaduais e municipais devam assumir os encargos de organização e execução

dos serviços educacionais, cabendo ao governo Federal a definição das metas

a serem alcançadas em todo o país e uma ação supletiva às deficiências

regionais, por meio de auxilio financeiro e de assistência técnica.

Com a descentralização administrativa em nível de execução, a LDB

descentraliza também a inspeção, cabendo ao Estado a incumbência de

organizar esse serviço referente ao ensino Primário e Médio.

No inicio dos anos 60, o país passa por mudanças radicais. Assim a

política do governo pós 64 tornou a educação explicitamente assunto de

interesse econômico e de segurança nacional.

12

No processo Educacional, a supervisão escolar passou a exercer, nos

diversos sistemas educacionais das unidades federadas, a função de controlar

a qualidade do ensino, bem como a de criar condições que promovessem sua

real melhoria, ao mesmo tempo em nível superior.

Para Saviani (1988), como as demais habilitações educacionais criadas

e oficialmente institucionalizadas na educação brasileira, a partir da

regulamentação da Lei 5.340/68, a supervisão escolar passa a ter sua

formação em cursos de graduação, sendo processada a partir da linha em que

se davam cursos promovidos pelo Paball e Pamp. Isto é, fundamentada nos

pressupostos da pedagogia tecnicista – que se apóia na neutralidade cientifica

e se inspira nos princípios da racionalidade, eficácia e produtividade do

sistema.

Nessa perspectiva, a presença dos especialistas no interior do sistema

educacional evidenciava, cada vez mais, o reforço à diversão do trabalho no

interior da escola.

1.1 – A supervisão no Estado do Rio de Janeiro:

Perspectiva a partir dos anos 70

Nos anos 70, em todos os Estados da Federação, a supervisão ganhou

força institucional com a nova Lei de Diretrizes e Bases do Ensino de 1º e 2º

graus; lei 5.692/71 (Brasil, Congresso Nacional, 1971) no novo Estado Rio de

Janeiro, a supervisão, a partir de 1975, adquiriu contornos relevantes, em

virtude da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro. A

denominação de Supervisão Educacional engloba atividades de técnico-

pedagógica e de inspeção administrativa, tornando-se mais abrangente para

atingir não só a escola, como todo o sistema.

13

Assim, o novo estado do Rio de Janeiro viu-se na contingência de

estruturar os órgãos do novo governo, e dentre este, o que seria responsável

pela Educação e Cultura: a Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Rio

de Janeiro (Seec/RJ).

Nesse empreendimento, a Supervisão Educacional teve papel

importante, uma vez que o supervisor foi o único técnico da secretaria da

Educação a ter acesso sistemático aos níveis regional (núcleo) e local (escola),

levando as diretrizes emanadas da Secretaria de Estadual de Educação; bem

como trazendo os problemas encontrados nos núcleos e nas escolas para que

fossem solucionados. Colaborando dessa forma para a manutenção de um

fluxo de informações efetivo.

Na estrutura da nova Secretaria de Educação, a Supervisão

Educacional foi organizada como uma das assessorias do Departamento de

Educação e logo depois transformado em coordenação de Supervisão

Educacional (SOUZA 1978).

Assim o Sistema de Supervisão Educacional foi estruturado em três

níveis: central, regional e local (Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de

Educação, 1981), atendendo ao processo de regionalização do governo pós-

fusão.

No cenário Nacional a Supervisão Escolar tornou-se uma “função

meio”, que garantiria “(...) a eficiência da tarefa educativa, através do controle

da tarefa educativa, através do controle da produtividade do trabalho docente”

(LACERDA 1983).

Nessa perspectiva, pretendia se que a supervisão configurasse um

serviço técnico, independente de qualquer opção política e ideológica, ou seja,

um serviço “neutro”.

14

No entanto, para Romanelli (1984), esta pretensa neutralidade técnica

é uma força que busca camuflar, com a racionalidade das decisões técnicas o

fortalecimento de uma determinada estrutura de poder que procura, sob várias

formas substituir a participação social pela decisão de poucos.

Nessa visão, infere-se que a supervisão foi imposta a educação

brasileira como necessidade de “modernização” e de “assistência técnica”, a

fim de garantir a “qualidade de Ensino”, mas também, para assegurar a

hegemonia da classe dominante entendida como:

Capacidade de direção cultural e ideológica que é

apropriada por uma classe exercida sobre o conjunto da

sociedade civil, articulando, de tal forma, seus interesses

particulares com os das demais classes, de modo que

eles venham a se constituir em interesse geral (Cury1985,

p. 53).

Com esse caráter, a supervisão escolar desenvolveu uma prática

voltada para os aspectos tecnoburocráticos do ensino, em que o controle era a

principal estratégia que iria assegurar seu papel reprodutor na sociedade

capitalista brasileira.

Confirmando essa tese a formação do supervisor se dá voltada para o

desenvolvimento de uma concepção de supervisão escolar funcionalista,

15

concepção que percebe a escola de modo passivo, na qual qualquer mudança

é vista como um desequilíbrio no estado homeostático, negando-se, portanto, o

caráter dinâmico e evolutivo da instituição-escola e da sociedade (MEDEIROS

1985, p.24)

16

CAPÍTULO II

A RELAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NO

PROCESSO EDUCACIONAL

Atualmente, a urgência exigida pela sociedade na formação do cidadão

cuja pretensão é alcançar um grande desenvolvimento de caráter formativo

torna essas exigências à instituição educacional o principal agente e facilitador

no bom desenvolvimento de ações que facilitam a sistematização de

conhecimentos, podendo assim, ampliar diversificar seus horizontes, criando

condições para que o seu desenvolvimento (profissional) vise novas

competências, diversificando horizontes, possibilitando o mesmo a desenvolver

novas competências e habilidades conscientes das responsabilidades exigidas

sociedade atual.

É necessário ressaltar que o supervisor escolar encontra limites

históricos, dentre os quais, podem-se destacar os problemas particulares dos

alunos, sendo o supervisor escolar responsável por resolvê-los. Na realidade,

não é assim que deve caminhar a escola, uma vez que, muitos outros fatores

podem interferir nesse assunto, como por exemplo, os fatores políticos, sociais

etc.

Este trabalho consiste numa análise sobre a prática da supervisão

escolar nas escolas públicas, objetivando explicitar as ações empreendidas na

formação de professores. Este estudo visa também a colaboração para uma

análise sobre a ação do supervisor escolar na sua área de atuação, na busca

de um novo significado de seu fazer pedagógico e apontando, também, a

responsabilidade desses profissionais em relação à sua própria formação.

Visto que as políticas públicas têm ajudado na construção de uma

educação mais eficiente e moderna, o reconhecimento do supervisor escolar é

essencial para contribuir nessa construção. Nos dias atuais a supervisão

17

escolar, se encontra numa posição pouco favorável, pois é muito difícil

encontrar profissional desta área nas escolas. Isto se deve por causa da

vontade política, uma vez que a educação não é uma área muito valorizada,

como deveria ser por parte dos governantes. É de suma importância que o

governo volte sua atenção a este profissional, visto que sua presença na

instituição de ensino é de relevância imprescindível para a mediação aluno-

conhecimento dentro das perspectivas de um ensino globalizante e eficaz para

uma sociedade em mudanças constante.

Portanto, nota-se, é que o supervisor escolar vem recebendo uma

formação com base em um modelo que visa o controle de produtividade do

ensino, no qual sua função na educação baseia-se na fiscalização da eficiência

da tarefa educativa, sendo sintetizado às tarefas burocráticas.

As atividades executadas pelo supervisor escolar podem obter fatores

aplicados nas relações entre os alunos, professores, conteúdos, métodos e

contexto do ensino.

Sendo assim, compete ao supervisor se focar especialmente nas

oportunidades de estudo dividido e de coordenação cooperativa produzindo

uma melhor articulação relacionada com ensino e a aprendizagem. Desta

forma, o supervisor escolar poderá evitar as ações rotineiras e mecanizadas

desempenhadas na instituição e permitindo um ensino de melhor qualidade.

Tendo o supervisor escolar o domínio do conhecimento e a clareza do

papel mediador que interfere no ato educativo tornam mais fácil o exercício de

suas funções priorizando sempre o desenvolvimento cognitivo e social do

aluno, bem como o bom funcionamento da instituição.

A função do supervisor é direcionar a ação da escola de forma precisa,

positiva e consciente para que esta realmente alcance um sentido convergente

18

e integrante ao que se refere assim às mudanças sociais e na utilização de

tecnologia de ultima geração não se tenha perda do esforço educacional.

Um fator que pode ajudar o supervisor a ter um melhor desempenho na

organização do seu trabalho é a realização de um estudo junto à comunidade

procurando obter dados reais da clientela a fim de conhecer melhor A realidade

humana e social da instituição onde trabalha, desta forma estará mais bem

alicerçado para desempenhar melhor suas funções. Um dos sentidos mais

aguçados que este profissional deve ter é a observação, buscando através

dela, detectar os problemas na instituição levando soluções praticas que

alcance o desejo de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

[...] organizar o trabalho nas unidades escolares sob sua

responsabilidade constitui tarefa precípua, mas não

exclusiva do supervisor escolar. Nem o supervisor é o

único responsável pela tarefa, nem a tarefa é a única pela

qual o supervisor deve responder. (SILVA JUNIOR et al.,

2003)

No texto acima Celestino enfoca que para que se tenha um bom

funcionamento na escola dependerá da atuação dos envolvidos direta e

indiretamente na educação, sendo estes, profissionais da instituição, assim

como pais e comunidade, todos devem priorizar o compromisso de alcançar os

propostos, pois o supervisor escolar é apenas mais um profissional na busca

19

por uma educação de qualidade e, desta forma, será mais um integrante na

luta por um ensino-aprendizagem mais amplo e seguro.

Outro fator essencial para que o supervisor escolar possa

desempenhar bem a sua função é que ele busque cada vez mais o

conhecimento, seja um profissional flexível capaz de reconhecer que nunca

conhece o bastante. Deve estar sempre em busca de aprimorar seus

conhecimentos no intercambio de informações com profissionais que atuam na

mesma área. Demonstrando assim que a troca de conhecimento e informações

ajuda no crescimento profissional, além de uma demonstração de

profissionalismo e autoconfiança.

No campo da educação brasileira a supervisão escolar é uma profissão

nova, precisando de definições mais precisas e normas mais adequadas que

viabilizem a importância do papel desse profissional não como um agente de

controle, mas um mediador necessário na integração e participação na escola

sendo o gerenciador visando uma integração participativa de todos.

Enquanto que à supervisão escolar compete dinamizar e

assistir na operacionalização do sentido do processo

educativo na escola, e, portanto, atuar no sentido

pedagógico, cabe à sua direção oferecer contínua

inspiração e liderança nesse sentido. Essa

responsabilidade não é delegável. (LÜCK, 2000)

20

No texto acima Lück enfatiza que o supervisor escolar, deve ser um

líder educacional dinâmico, um observador atento aos projetos da escola,

procurando adaptar-se ao mesmo, visando a união entre os profissionais. tendo

em vista que a supervisão não é delegada, e sim conquistada.

O supervisor escolar deve procurar desenvolver o seu trabalho de

forma dinâmica visando o crescimento profissional da equipe, buscando

desenvolver um trabalho em que todos tenham um objetivo comum ao mesmo

tempo fortalecer a união entre equipe, visando resultados positivos para a

instituição como um todo.

Quanto a ética profissional o supervisor escolar tem que ter um

comportamento equilibrado sempre buscando desenvolver um trabalho voltada

para a troca de conhecimento, nunca criticar o trabalho de quem quer se seja

dentro da instituição, com isso, ele estará ganhando a confiança dos colegas

de trabalho, garantindo a harmonia e um bom relacionamento com o grupo.

Desta forma ele conseguirá alcançar o tão almejado sucesso profissional

exercendo sua função de forma positiva e democrática buscando o

envolvimento de todos os profissionais, unidos em um único objetivo que é o

bom desempenho do trabalho em equipe.

O supervisor escolar pode ainda se tornar o agente articulador de

mudanças visando a melhoria da qualidade de ensino escolar, não só pelo lado

técnico, mas também ser um profissional comprometido com o corpo docente

em busca de soluções viáveis que priorizem um comportamento inovador em

busca de uma educação de melhor qualidade.

21

O trabalho da supervisão escolar, para efetivamente ser

útil, necessita desenvolver-se de maneira impositiva, de

maneira democrática, envolvendo todos os responsáveis

pelo processo educativo (NÉRICI, 1993).

Faz-se necessário enfatizar que o relacionamento entre o supervisor

escolar e demais profissionais da escola, não demonstre ser de autoritarismo,

pois esse comportamento poderá ocasionar sérios problemas, visto que um

planejamento democrático envolve a participação coletiva, pois esta será a

melhor maneira de se obter a confiança necessária para resolver os problemas

do cotidiano na instituição de ensino bem como no processo educativo.

Para isso, o supervisor escolar precisa de todos os profissionais da

escola, principalmente da área administrativa, para que juntos possam obter

com sucesso necessário ao desempenho de suas atividades. Um bom

relacionamento entre o supervisor e as pessoas comprometidas em participar

ativamente no processo são fatores importantes para o alcance desse sucesso.

Ensinar supervisão no Brasil hoje significa

necessariamente pesquisar supervisão. Pesquisar “a” e

“para” a supervisão. Significa consequentemente,

examinar criticamente a prática se desenvolve a investigar

as situações e condições que possam contribuir para o

22

desenvolvimento qualitativo dessa prática.(SILVA JÚNIOR

et al., 2003).

No texto acima Celestino afirma que a pratica da supervisão no Brasil

ainda precisa de muita avaliação, para que se tenha uma normatização

adequada de profissionais da área de supervisão, que possa ajudar na

construção de educação.

A prática da supervisão no Brasil ainda necessita de muita avaliação, já

que no Rio de Janeiro, precisa, além dessa avaliação para uma normatização

adequada, de profissionais da área de supervisão venha contribuir na

construção de uma educação de maior qualidade.

Para que se tenha um bom desempenho nesta função, é necessário

muita responsabilidade, perceber que o processo educativo tem m longo

percurso a ser percorrido, sendo este árdua, deverá ser seguido com atenção,

não podendo e nem devendo ser entregue a sua própria sorte para que os

profissionais envolvidos exerçam suas funções com coerência e dinamismo.

Educação é uma tarefa e um encargo coletivo, no mundo

de hoje. Portanto, é imperioso que o supervisor contribua

decisiva e decididamente para a formulação coletiva de

projetos de saídas para os desafios propostos. (RONCA,

2003)

23

De acordo com Ronca, o supervisor escolar priorizar o controle e

avaliação de suas ações em harmonia com os professores, pois a sua

competência profissional depende também desta capacidade de avaliação,

pois é através dela que todo o grupo conseguirá alcançar os objetivos traçados

pela instituição de ensino.

Além do que já foi citado, o trabalho desenvolvido pelo supervisor

escolar deve estar comprometido com as mudanças exigidas pela educação,

sendo esta voltada para o ensino ao alcance do aluno, e não apenas com o

sistema educacional. A ingerência da supervisão escolar é um dos elos para

que a avaliação da qualidade de ensino, tão abordada hoje seja realmente um

direito a ser alcançado por todos, fazendo com que este profissional seja

respeitado, aceito e ganhe o reconhecimento merecido de suas atividades,

mostrando que estas não são menores que as responsabilidades do professor,

que é a educação.

O papel do supervisor escolar é gerenciar a atividade educacional,

atuando ora como mediador no processo que diz respeito ao envolvimento

administrativo com os docentes, em outro momento sendo o facilitador e dando

sugestões para que sejam alcançadas, buscando ideologias, recursos, técnicas

e priorizando sempre buscar a aproximação dos elementos fundamentais do

processo de ensino-aprendizagem, utilizando criticas construtivas valorizando

assim o total entendimento do grupo.

Isso nos demonstra que o supervisor escolar não é apenas um

profissional “técnico”, que visa a eficiência e eficácia do trabalho e muito menos

um “controlador de produção”, sua função e responsabilidade assumem caráter

24

de responsabilidade social politicamente maior, ou seja, um papel de líder, de

coordenador, que estimula e incentiva o grupo a compreensão de suas ações e

direitos.

É impossível melhorar a escola que temos aí. É

insensatez pensar que antes precisamos transformar as

estruturas sociais do país para então podermos

concretizar a escola dos nossos sonhos. (RONCA, 2003)

Neste texto Ronca retrata que uma das maiores dificuldades que temos

hoje é política cabendo ao supervisor procurar meios para ajudar na construção

de uma educação de qualidade. Se não existe espaço para o supervisor

escolar, a responsabilidade dos outros profissionais se torna ainda maiores,

pois devem trabalhar com maior consciência do seu papel, procurando

esclarecer as limitações e possibilidades existentes de se fazer educação

atualmente.

A função do supervisor escolar é indispensável na instituição de ensino e

seu trabalho é fundamental para o desenvolvimento continuado da mesma, sua

valorização e prestígio é o que sonhamos conquistar. Para melhor

entendimento do assunto, observe as tabelas a seguir:

25

TABELA 01

Questão 01 – Como profissional da área de educação você sente falta de um

Supervisor Escolar na Instituição onde trabalha?

Profissionais Sim Não Às vezes

Professores 06 02 02

Diretores 02 ______ ______

Coordenadores 03 ______ ______

Fonte: Escola Pública do Rio de Janeiro

A tabela acima assinala que a ausência do Supervisor Escolar faz falta

nas escolas públicas do Rio de Janeiro, onde há carência deste tipo de

profissional, o que para alguns induz a um parâmetro de falhas e acertos na

qualidade do ensino-aprendizagem, uma vez que, com a presença do

profissional da área de supervisão escolar, conhecimentos novos trarão

melhoria na qualidade do processo educativo.

TABELA 02

Questão 02 – Há algum profissional que desempenhe o papel que um

Supervisor Escolar desempenharia?

Profissionais Sim Não

Professores 09 01

Diretores ______ 02

Coordenadores 01 01

Fonte: Escola Pública do Rio de Janeiro

26

A tabela acima revela uma preocupação à parte, visto que há

profissionais nas escolas entrevistadas que desempenham o papel do

supervisor e, em alguns casos são profissionais diversos. Neste caso perde o

sentido e a ausência não é tão sentida nas escolas. Isso precisa ser modificado

pelo fato de ter que concentrar esse papel ao supervisor escolar e não a vários

profissionais como acontece nessas escolas, o que leva a fragmentação dos

processos adotados nas instituições mencionadas.

TABELA 03

Questão 03 – Ocorre na escola onde trabalha uma avaliação da organização e

da prática pedagógica desenvolvidas na Instituição

Profissionais Sim Não Às vezes

Professores 02 ______ 08

Diretores 02 ______ ______

Coordenadores ______ ______ 02

Fonte: Escola Pública do Rio de Janeiro

A tabela referente à questão 03 revela a ausência de rotina na aplicação

da avaliação da organização e da pratica pedagógica desenvolvida na

instituição, o que mostra uma preocupação menos importante no espectro dos

profissionais, isto pode induzir a um processo de ensino-aprendizagem

defasado e sem amplas alterações tanto para a instituição quanto para os

alunos.

27

Ao considerar as respostas, observa-se que há algumas contradições

dos profissionais perguntados, o que nos remete justamente a importância da

supervisão escolar, ou seja, as dificuldades abordadas seriam sanadas, ou

pelo menos amenizadas pela presença do supervisor escolar nas instituições

de ensino público.

Contudo, com a ausência do profissional de supervisão escolar nas

instituições de ensino público, os trabalhos desempenhados não deixam de ter

êxitos, mas poderiam apresentar uma melhoria na qualidade e quantidade

satisfatória para acolher a demanda da comunidade escolar.

O efeito do trabalho desempenhado pelo profissional de supervisão

escolar pode ser conduzido às reuniões pedagógicas e então observar os

benefícios que o supervisor escolar pode acrescentar para as escolas da rede

pública de ensino.

28

CAPÍTULO III

A PRÁTICA DA SUPERVISÃO

De acordo com Rodrigues (2004), um serviço de Supervisão voltado

para a área educacional consiste em determinar profissionais atuantes junto

aos Sistemas Educacionais (órgão de soberania da Educação, de onde

emanam regulamentações e cumprimentos de aspectos legais voltados ao

processo educativo), às escolas (quando o enfoque volta-se mais

administrativamente como agente subordinante e cumpridor (e do fazer

cumprir) das normas provenientes da Direção e da administração escolar como

um todo, em termos de auxiliar gestacional, e ao processo ensino-

aprendizagem, que é onde cumpre, atualmente, suas reais e legalmente

constituídas funções junto a professores e alunos, de forma mais direta.

Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui

em “Escolar”, mas, atualmente, intitula-se “Pedagógica” ou “Educacional”, por

dirigir-se ao ensino e à aprendizagem, cujo objeto principal de seu trabalho é a

qualidade do ensino ministrado e a obtenção de conhecimentos e habilidades

pelo aluno.

Para Alves (1983), a Supervisão Educacional é vista como “um

processo dinâmico que garante parâmetros para a relação ensino-

aprendizagem que se realiza na escola”. A autora atribui ao Supervisor

Educacional uma ênfase quanto à liderança, à avaliação e à retro-informação

que devem permear seu trabalho, de forma integrada dentro do contexto

escolar.

Qualquer reflexo sobre a prática da Supervisão partirá forçosamente de

sua conceituação e da consideração de seus objetivos – o porquê ou o para

que supervisionar. Só então o pensamento se deterá na análise de como fazê-

la. Mais do que em qualquer outro domínio da atividade humana, a Supervisão

em Educação se apresenta como um instrumento vital de controle de qualidade

29

do produto no que este conceito tem de mais nobre. Por outras palavras, ela

deve ser entendida como o ver crítico, construtivo, vitalizador das ações

educativas, colocadas a serviço dos indivíduos e dos grupos, tendo-se em vista

seu desenvolvimento e transformação para melhor.

Cabe-lhe, dessa forma, a tarefa magna de, planejando,

acompanhando, avaliando e aperfeiçoando oportunamente o curso de tais

ações, garantir a eficiência do processo educacional e a eficácia de seus

resultados. Impõe-se, pois, nunca perder de vista esses alcances, com tudo o

que eles comportam em termos de postulados básicos, diretrizes de ação e

procedimentos operacionais.

Convém, também, ter sempre presente que todos os que participam do

ato educativo, quer na qualidade de sujeitos vivenciando diretamente as

experiências de aprendizagem, quer na condição de agentes orientadores

desse ato, devem estar integralmente envolvidos, em estado de “alerta”,

dando-se por inteiro, sem o que o resultado final será pobre, inexploradas que

terão sido, de um lado, as potencialidades das situações oferecidas pelo

currículo, pouco mobilizadas que foram, de outro, as energias vitais dos

participantes (VILLAS BOAS, 2006).

Tal autor afirma que o teor de envolvimento vital dos professores e

estudantes responde, em grande parte pela qualidade de seus respectivos

desempenhos e dos resultados finais alcançados. É, sobretudo, com o

desempenho dos professores, com o nível de sua produção, com a riqueza de

sua contribuição, que tem a ver a Supervisão Educacional.

Isso implica em dizer que, ao pensar-se em operacionalizá-la, temos

que estar atentos para o fato de que o conjunto de procedimentos postos em

marcha pela Supervisão incide sobre pessoas que vivenciam o trabalho

educativo.

30

Não temos dúvida em afirmar que seu sucesso depende, em boa

proporção, do relacionamento que se estabelece entre supervisores e

supervisionados. Aprofundando, e no respeito à personalidade do companheiro

de trabalho, na justa valorização não só da sua produção, mas do empenho

com que ela se aplica, no suporte oferecido no momento necessário, em seu

envolvimento nas ações como pessoa e educador, em resumo, na criação de

um clima ao mesmo tempo de empatia, segurança e estimulação, que repousa

o êxito do comportamento supervisório.

Por tudo isso, a prática de Supervisão exige, de parte do supervisor,

uma constante avaliação crítica de seu próprio desempenho e um esforço

continuado de aperfeiçoamento como técnico, mas especialmente, como

pessoa. Para isso, deverá cultivar um maior grau de efeito interativo, condição

de mobilização das energias dos professores no sentido dos objetivos

educacionais perseguidos.

Indispensável se faz o exercício de liderança efetiva com os seus

aspectos humanos e técnicos, bem como de comunicação clara e sequente em

termos individuais e grupais, essenciais ao entendimento e execução correta

de ações no plano operacional e à criação e manutenção de relacionamento

equilibrado e agradável, livre de distorções e conflitos.

Muito haveria ainda a ver no tocante ao relacionamento humano na

supervisão, sobretudo sob o ângulo preventivo.

Estamos, porém, com Brown que nela vê uma sucessão de estudos de

caso que não dizem apenas com pessoas, mas, também, têm a ver com

ângulos técnicos, administrativos, etc.

Dessa forma, pensar a prática da supervisão é, sobretudo, examiná-la

nas grandes funções em que se desdobra. É analisá-la desde o planejamento

do currículo, precedido de adequada diagnose, ao acompanhamento de sua

31

execução, com tudo que representa de orientação e controle, à sua avaliação

em termos de apreciação crítica, e ao seu aperfeiçoamento, considerados os

recursos humanos, materiais e técnicos empenhados.

Por suas implicações na dinâmica do processo educativo e por seus

reflexos na produção final, cada uma de suas funções, meramente

segmentadas para fins didáticos, mereciam um exame aprofundado.

Não seria este o momento oportuno. Importa aqui enfatizar, à guisa de

alerta, alguns aspectos que não podem ser esquecidos sem risco de

comprometer-se a consecução dos objetivos identificados como válidos e que

deram origem à proposta educacional no âmbito escolar.

Inicialmente, ressaltaremos a importância de que todo o trabalho se

apóie em postulados filosóficos conscientemente assumidos e diretrizes

científicas consensuadas que permeiem todas as fases do processo, da fixação

de objetivos à saída. Sem isso, a carta de intenção, na qual em muitos casos

se configura o planejamento, deixará de se concretizar na “práxis” diária,

esvaziando-se dos cós valores éticos e do saber cientifico que garantiriam a

qualidade do produto educacional.

Um segundo aspecto que merece atenção é o espírito de

coparticipação que deve presidir a todo trabalho, desde os levantamentos

diagnósticos que instrumentam o planejamento das atividades curriculares,

intra ou extra-ambiente escolar, às ações realimentadoras do sistema,

empreendidas com apoio em dados levantados à saída ou mesmo pós-saída

do processo.

Um terceiro elemento a ser considerado é o fato de que a mesma

articulação a ser preservada entre os componentes do subsistema educacional

– direção, equipes técnicas, docentes, discentes e administrativas, deve

presidir ao relacionamento que cada vez se mostra mais imperativo entre a

32

Escola de qualquer nível ou destinação específica e o sistema social, em

particular os subsistemas integrantes da comunidade em que ela está inserida.

Finalmente, com a adequação da Escola ao contexto, sempre se impôs

seu ajustamento ao tempo, ao momento histórico e cultural.

Hoje, em que a mudança é, talvez, a única constante, urge que ela se

mostre aberta, flexível, receptiva às inovações e às transformações no plano

social, científico e tecnológico.

A flexibilidade, a abertura, o sentido da atualização e da renovação

devem estar presentes nos planos e na prática educativa. Compete à

supervisão zelar, por todos os meios, para que assim seja.

Tudo isso deverá ser levado em conta no planejamento dos currículos

e na dinâmica das atividades escolares, mas, voltamos a insistir, não podem

ser apenas convencionados, têm que “acontecer” e é aí que se situa a grande

importância do acompanhamento da operacionalização do currículo, com o que

isso implica de orientação, coordenação e controle.

E isso ocorre no dia-a-dia do trabalho escolar, o que significa dizer que

toda uma série de atividades deverão aproximar supervisores, coordenadores e

professores, em situação de observação, análise de casos e estudo de temas,

em entrevistas e reuniões, exigindo um exercício ao mesmo tempo de

disciplina, de inteligência, de know-how técnico, mas sobretudo de inter-

relacionamento humano, em que a seriedade de propósitos e a respeito ao

outro sejam as grandes tônicas.

É no desempenho das tarefas inerentes à coordenação e ao

acompanhamento que talvez melhor se aquilate do comportamento

supervisório.

33

Por isso mesmo, nunca será demais enfatizar a importância dessa

função para a criação e manutenção de um bom nível de ensino, entendido

este como a orientação da aprendizagem vivenciada essencialmente pelos

sujeitos do processo.

A ela será devida a identificação de qualquer inadequação constante

do planejamento inicial ou a inviabilidade de ações propostas, bem como

indicações sobre medidas não previstas e impostas pela realidade operacional.

Em resumo, alertará em tempo oportuno sobre alterações a introduzir

nos planos, no tocante a recursos humano materiais e técnicos, sobre soluções

a inovar para problemas sobrevindos no curso da ação, resultantes muitas

delas da própria dinâmica do currículo, uma vez este posto em marcha.

Outrossim, é ela a viabilizadora da orientação dos professores nos

reajustes adequados, no momento previsto, prevenindo o prolongamento de

estado de coisas insatisfatório com reflexos às vezes de longo alcance e a

longo prazo. A propósito, diríamos que, se ações corretas têm um valor

cumulativo que cresce em proporção aritmética, as decisões inadequadas, as

providências incorretas, sobretudo as que atingem pessoas, se avolumam nos

seus efeitos por vezes em proporção geométrica.

Deve ressaltar-se, ainda, que a coordenação e o acompanhamento da

execução são, por excelência os mecanismos implementadores da articulação

entre os diversos componentes das equipes técnica docente e administrativa

que estão a serviço do processo educacional, zelando pela unidade e

continuidade, essenciais à criação de um clima educativo.

Afigura-se nos oportuno reafirmar aqui o entendimento da função da

educação como agente de desenvolvimento e transformação dos indivíduos e

dos grupos, e não como instrumento de conformação pela simples transmissão

de valores éticos e culturais e do saber científico e tecnológico.

34

Esse processo, embora direcionado ao corpo discente, tem efeito

assemelhado sobre o corpo docente, no sentido do crescimento pessoal de

seus componentes, envolvidos que estão também no ato educativo, como

orientadores da aprendizagem.

Para esse desenvolvimento muito contribuem as ações de

coordenação e orientação quando exercidas de forma a que sejam atingidas,

de fato, as pessoas, porque coparticipam dessas ações, mobilizadas que foram

suas energias vitais.

Nesse particular, merece registro o grande alcance da aplicação do

“método clínico” (Goldenhelmer) em supervisão, pelo que enseja de

autoconhecimento, não só de parte dos professores, mas dos próprios

supervisores, analistas e críticos de seus respectivos desempenhos. A

inviabilidade de seu emprego na íntegra, entre nós, não impede que suas

linhas básicas sejam observadas nos procedimentos de auto e

heteroavaliação.

A riqueza imensa, em termos de melhoria das ações educativas e do

aperfeiçoamento dos recursos humanos, oferecidas pelas atividades de

coordenação e orientação no decorrer do processo, dificilmente se esgotaria

numa reflexão que deve ainda incidir sobre uma nova função da Supervisão e

Avaliação, função igualmente importante do domínio da Educação, mas ainda

tão insatisfatoriamente operacionalizada no dia-a-dia do ensino.

No entanto, quanto se pouparia de desperdício de tempo e de

recursos, de desgaste físico, intelectual e emocional, se já tivessem sido

apropriados pelos educadores mecanismos adequados de avaliação ou, o que

é mais importante ainda, já se tivesse aprofundado o significado do ato de

avaliar, dissociado do julgamento superficial de uma pessoa por outras.

35

E sobretudo se já tivessem sido conferidos um sentido e um objetivo

mais profundo ao ato de avaliar em educação, tal como o conhecimento do

grau de desenvolvimento atingido pelo indivíduo, do nível de maturidade

alcançado, da agudização do seu “estado de alerta”, segundo a teoria Ramain

(Gilbert), face à oportunidade de aprendizagem, a situações de trabalho ou de

lazer, ao ato de viver em síntese.

Há, por isso mesmo, que estar-se atento ao: para que, o quê e como

avaliar, e como foram, à entrada do processo educativo, identificados os

objetivos a serem perseguidos pelo currículo ou oferta educativa em geral. E,

também, há que buscar-se a compatibilização entre os primeiros e segundos.

Como, igualmente, ter-se-á cautela em não fragmentar tais objetivos a

ponto de dissecá-lo e retirar-lhes qualquer sentido último, visto que o ser

humano é uma globalidade, e a análise em que se dissociam seus

componentes físicos, intelectuais e emocionais com fins didáticos arrisca a

comprometer a apreciação do ser integral.

Assim, a par de estudos teóricos que sirvam de referencial a

posicionamento mais científico no campo educacional, considerados os

produtos e subprodutos, imediatos e de efeito a longo prazo, das situações de

aprendizagem, necessário se faz identificar mecanismos e instrumentos de

avaliação mais científicos.

Por outro lado, de pouca validade se mostra qualquer avaliação

durante ou à saída do processo educacional, se limita a mera constatação de

um estado de coisas. Se isso já fornece alguns indicadores para o

prosseguimento das propostas de aprendizagem quando os resultados se

situam numa faixa média, não são suficientes quando se posicionam abaixo,

sem explicação plausível, ou refletem interferências ou distorções sem razão

imediata aparente.

36

Incide-se, então, em uma das lacunas mais sérias no processo

educacional e parar cuja superação a Supervisão muito deve contribuir – a

ausência de análise diagnóstica das causas que interferem na aprendizagem

do educando: originárias do contexto ou intrínsecas do próprio indivíduo, se

localizadas predominante na área afetiva, intelectiva ou motora, se no plano

dos valores, do conhecimento ou dos hábitos etc.

Tal é a importância da diagnose que ela chega a ser considerada por

alguns autores, entre os quais Hicks, como uma função supervisória. Sem

dúvida, ela é de extrema importância, tendo-se em vista a já mencionada

progressão cumulativa das lacunas e distorções, com reflexos de longo alcance

sobre desempenhos do indivíduo em situação de aprendizagem e de vida.

Infelizmente é frequente perder-se de vista que não se mede por medir,

mas sim para sanar, corrigir, suprir e superar dúvidas, falhas de percepção,

lacunas, inseguranças.

A função Avaliação está, pois, a merecer uma atenção especial, não só

por parte dos professores, mas no que diz com a melhoria de sua

operacionalização lato sensu, por parte da Supervisão.

Esta seria, entre outras, uma tarefa que recairia na função

Aperfeiçoamento ainda não analisada e sobre a qual mister se faz dizer algo,

uma vez que o fim último da Supervisão é contribuir para a melhoria do

processo educacional, no âmbito do sistema de ensino ou em suas unidades

operacionais, as Escolas.

Esse aperfeiçoamento, explicitado de forma bastante clara no que diz

com o desenvolvimento de Recursos Humanos, e indiretamente refletindo-se

na melhoria do ensino deve, todavia, alcançar, também, de forma direta o

processo educacional em si.

37

Por isso mesmo, além de iniciativas específicas de treinamento das

equipes técnicas e dos professores, todos os momentos do processo

supervisório devem ter como objetivo constante, embora oculto, o

desenvolvimento dos componentes dessas equipes nos seus aspectos técnicos

e humanos, como profissionais da educação e como pessoas. Por outras

palavras, todas as discussões, análises conjuntas, estudos individuais, quer na

oportunidade do planejamento, da execução ou da avaliação, devem ser vistos

como “chances” de enriquecimento e amadurecimento pessoal. É

responsabilidade de a Supervisão promover condições que contribuam para

esse fim.

Isto não dispensa, todavia, a previsão de programas específicos para o

treinamento dos recursos humanos empenhados no desenvolvimento do

currículo, medida essa de extrema importância nos dias atuais, em que se vê

na Educação Permanente a grande arma contra a defasagem e a

desatualização cultural, científica e tecnológica.

O envolvimento desses recursos na realização de estudos para

identificação de referências teórica ou em experiências que incidam sobre o

currículo, problemática do corpo discente ou condicionamentos de natureza

variada, é outro procedimento a ser implementado pela Supervisão.

Só assim será alcançado o objetivo final por ela perseguido: a melhoria

do processo educativo que, hoje, para corresponder às mudanças constantes

do contexto, deve ser flexível e sujeito a reformulações, como flexíveis, abertos

e receptivos à inovação devem ser todos aqueles que nele atuam.

As reflexões acima são algumas dentre as muitas que podem ocorrer

quando “se pensa a prática da Supervisão”.

Uma última colocação, todavia, merece ser feita, por seus reflexos no

processo educacional: a Supervisão é uma atividade essencialmente

38

cooperativa. Não basta que se preveja a articulação de ações. Isso de nada

valerá se as pessoas a quem estas ações estão confiadas não se articularem

também, porque é dividindo tarefas por todos e somando os esforços de cada

um que se diminui o dispêndio de energias e se multiplica o resultado final.

Esta é, acreditamos, a fórmula que viabiliza a prática efetiva da Supervisão em

Educação (VILLAS BOAS, 2006).

39

CONCLUSÃO

Dentro das Escolas da rede pública de ensino é de suma e fundamental

importância a função da supervisão escolar, amparando a direção na

administração e na resolução de problemas. Sendo assim, ganham diretores,

professores, coordenares e demais profissionais de educação, bem como

alunos, famílias envolvidas e a sociedade em si. O desempenho do supervisor

escolar deve estar voltado para gerar a uniformidade dos profissionais da

educação, conferindo as facilidades e problemas enfrentados pelos mesmos,

estimulando e promovendo a formação em trabalhos dos grupos escolares,

participando e dirigindo reuniões técnico-pedagógicas dos professores, por

área e disciplina.

O supervisor escolar deve ser um pedagogo devidamente capacitado em

supervisão escolar, com conhecimentos intensos no campo pedagógico e de

modo devido, habilitado para assumir a gestão do processo ensino-

apredizagem, prestando contas de sua rotina diária à Direção Geral.

Entretanto, o profissional de supervisão escolar no Rio de Janeiro ainda não

tem reconhecimento, existindo necessidade de transformações nas políticas

públicas, através da realização de concursos e materializando-se um plano de

carreira adequado essa área.

Sendo assim, nota-se que falta um compromisso governamental para o

progresso atual da educação, uma vez que não há motivação profissional para

que todas as instituições tenham empenho tanto com o desenvolvimento,

quanto com a prática dos seus planos pedagógicos, nos remetendo a uma

meditação não somente ao tange ao conteúdo, mas também ao que se refere a

importância cada vez maior que vem sido auferido aos projetos, com o intuito

de melhorar o desenvolvimento na área educacional.

40

BIBLIOGRAFIA CITADA

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41

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SOUZA, M. J. Funções do subsistema de supervisão de nível intermediario:

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VILLAS BOAS, Maria Violeta. In Educação e Supervisão, o trabalho coletivo na

escola. 11ª edição. São Paulo: Cortez, 2006.

43

ANEXO

TABELAS

ENTREVISTAS

Questão 01 – Como profissional da área de educação você sente falta de um

Supervisor Escolar na Instituição onde trabalha?

Profissionais Sim Não Às vezes

Professores 06 02 02

Diretores 02 ______ ______

Coordenadores 03 ______ ______

Fonte: Escola Pública do Rio de Janeiro

Questão 02 – Há algum profissional que desempenhe o papel que um

Supervisor Escolar desempenharia?

Profissionais Sim Não

Professores 09 01

Diretores ______ 02

Coordenadores 01 01

Fonte: Escola Pública do Rio de Janeiro

Questão 03 – Ocorre na escola onde trabalha uma avaliação da organização e

da prática pedagógica desenvolvidas na Instituição

Profissionais Sim Não Às vezes

Professores 02 ______ 08

Diretores 02 ______ ______

Coordenadores ______ ______ 02

Fonte: Escola Pública do Rio de Janeiro

44

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A origem da supervisão 09

1.1 - A supervisão no Estado do Rio de Janeiro: Perspectiva a partir dos anos

70 12

CAPÍTULO II

A relação do Supervisor Escolar no processo educacional 16

CAPÍTULO III

A prática da supervisão 28

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA CITADA 40

ANEXOS 43

ÍNDICE 44

45

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: