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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DOCUMENTANDO CORRETAMENTE AS INFORMAÇÕES DE
PROJETOS
Por: Marcos Paulo Veit
Orientador
Prof. Nelsom Magalhães
Niterói
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DOCUMENTANDO CORRETAMENTE AS INFORMAÇÕES DE
PROJETOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Projetos.
Por: Marcos Paulo Veit
3
AGRADECIMENTOS
Aos amigos e familiares pelo incentivo
dado.
4
DEDICATÓRIA
Dedico à minha esposa Gisele e ao meu
filho João por servirem de fonte de
inspiração.
5
RESUMO
Um dos maiores problemas encontrados atualmente no gerenciamento
de projetos é a questão da documentação ser realizada adequadamente e de
maneira eficaz. Por vários motivos esta questão é deixada de lado em prol da
“agilidade” na entrega, mas este tipo de atitude gera uma série de
consequências e a principal delas é a perda de qualidade do trabalho
executado, além do custo do retrabalho e da perda de tempo.
Algumas ações podem ser tomadas, como o uso de ferramentas
(softwares) ou de ações ligadas a processos, de forma que tenhamos este
risco minimizado e o trabalho final entregue da forma esperada pelo cliente.
6
METODOLOGIA
Os métodos utilizados para a geração deste trabalho foram:
• Consulta a livros relativos a gerenciamento de projetos
• Consulta ao material didático da cadeira de Gerenciamento de
Projetos da AVM
• Consulta a sites da Internet
• Pesquisa nos processos da empresa OI
Buscou-se retratar a história dos processos de arquivamento, bem
como a sua aplicação atual em projetos, buscando informar as soluções de
software existentes.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – BASE HISTÓRICA - O ARQUIVISMO 10
CAPÍTULO II – APLICAÇÃO A PROJETOS 16
CAPÍTULO III – POR QUE DOCUMENTAR? 23
CAPÍTULO IV – SOLUÇÃO MICROSOFT® 28 CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34
ÍNDICE 35
FOLHA DE AVALIAÇÃO 36
8
INTRODUÇÃO
Com o crescente aumento de profissionais ligados às áreas de
gerenciamento de projetos e a também crescente quantidade de projetos
sendo elaborados e executados nas empresas, se faz necessário um correto
arquivamento de documentações inerentes aos projetos, bem como dos
próprios projetos executados.
A criação de um Repositório de Documentos é imprescindível para
esta prática, mas muitas empresas não se preocupam com este aspecto,
ficando o Gerente de Projetos com esta incumbência, mesmo que seja em um
arquivo pessoal. Como os arquivos oficiais são de propriedade das empresas,
protegidos pela legislação, deve-se tomar o cuidado para que informações
confidenciais não constem neste arquivo.
Qualquer projeto, sendo concluído ou até mesmo abandonado pode e
deve servir como referência para trabalhos futuros, poupando tempo e
evitando retrabalho. Isso deve fazer parte de um processo de aprendizado
constante nas empresas, no qual os acertos são utilizados como parâmetro de
excelência e os erros apresentados como um "atalho" para o sucesso, pois
devem ser vistos como exemplos de caminhos que devem ser evitados,
poupando tempo e dinheiro.
Em tempo de retenção de recursos nas empresas, muitas vezes um
projeto é iniciado ou uma prévia é realizada para que seja submetido à
aprovação dos stakeholders e é cancelado por falta de recursos disponíveis.
Nestes casos todo o trabalho realizado inicialmente em levantamentos e
análises para se identificar possibilidades e pontos importantes do projeto pode
ser desperdiçado se não for corretamente armazenado. Transcorrido algum
tempo, em caso do projeto ser novamente levado à aprovação, se não houver
uma preocupação na manutenção dos dados, todo o levantamento deverá ser
realizado novamente, gastando-se tempo e consequentemente dinheiro.
9
Mesmo depois de finalizado um projeto deve servir como fonte de
consulta para os colaboradores da empresa, pois se pudermos partir de um
patamar mais alto na elaboração de um novo projeto todos tem a ganhar.
Pontos conflitantes e de discórdia podem ser identificados, bem como
melhores práticas na execução de determinadas tarefas, se levadas em
consideração particularidades das empresas. Causas de fracasso de projetos
anteriores seriam identificadas e serviriam de alerta para os novos projetos,
principalmente se forem consequência de uma cultura empresarial ou de atos
de determinado setor da empresa.
Toda informação deve ser levada em consideração para a realização
dos estudos preliminares de um projeto.
10
CAPÍTULO I
BASE HISTÓRICA
O ARQUIVISMO
Trata a história da humanidade e a sua necessidade transmitir os
conhecimentos adquiridos para as gerações futuras.
1.1 A definição de arquivo
É o conjunto de documentos, independentemente da sua data, da sua
forma e do suporte material, produzidos ou recebidos por qualquer pessoal, ou
por qualquer organismo público ou privado no exercício da sua atividade,
conservados pelos seus criadores ou sucessores para as suas necessidades
ou transmitidos a instituições responsáveis por mantê-los.
1.2 A História
Desde o início dos tempos, juntamente com o desenvolvimento da
humanidade, havia a vontade e a necessidade de se registrar o dia a dia e
passar estas informações para as gerações futuras.
A humanidade passou a sentir necessidade de armazenar de forma
organizada as informações de épocas anteriores e atuais para passar para as
gerações futuras, independente do meio de armazenamento.
Vários autores defendem que a História dos Arquivos não pode ser
considerada à margem da História Geral e sim que formam parte integrante,
11
tanto que a sociedade condiciona a sua existência, a sua organização, os seus
critérios de conservação e, mesmo, a sua finalidade. A evolução histórica dos
arquivos e do seu conceito como veremos é paralela ao desenvolvimento das
sociedades humanas.
Assim, os arquivos surgem desde que a escrita começou a estar ao
serviço da sociedade, e teriam nascido no seio das Antigas Civilizações do
Médio Oriente há cerca de seis milénios atrás. Estes arquivos tiveram grande
importância e constituíam já um complexo sistema de informação, não sendo
concebidos como simples depósitos de placas de argila, mas como complexas
estruturas organizativas e funcionais.
Os primeiros registros de arquivos datam de 4000 anos A.C., na região
do Vale do Nilo e da Mesopotâmia. Foram encontradas placas de argila
dispostas em grandes estantes de madeira, contendo informações diversas,
desde cartas, sentenças judiciais, etc. Estes arquivos situavam-se nesta época
em Templos e Palácios, para estarem mais próximos das classes dirigentes.
Por gerações a fio os processos de arquivamento de informações
foram sendo desenvolvidos e aprimorados. Atribui-se a Efíaltes, cerca de 460
a. C., a criação do primeiro arquivo do mundo grego. Também aqui os arquivos
se situavam em templos e em dependências do Senado, tanto a Sul da Ágora
como em Atenas.
Da Grécia Antiga destacam-se os arquivos de GEA e PALAS ATENEN,
por se encontrarem importantes depósitos de documentos, como leis e
decretos, atas judicias, decretos governamentais, inventários, etc.
Por volta de 509 a.C. foi criado o primeiro arquivo da Roma Antiga,
pelo cônsul Valerius Publicoa. Os arquivos da Roma antiga seguem de perto
os das cidades gregas, continuando a funcionar em templos, em Roma no
Templo de Saturno, junto ao erário público, onde se guardavam as Tabulae
12
Publicae, que depois se veio a denominar Tabularium, agora situado no
Capitólio. O Tabularium desempenhava a função de Arquivo Central do
Estado, já com a importância de um grande serviço público. Os documentos
diplomáticos eram conservados no Templo de Júpiter e os testamentos no de
Vesta.
No âmbito da Organização Arquivística, tivemos grandes progressos,
pois os romanos tinham um grande sentido prático e concediam à
administração do Império uma grande importância, tanto que muitos dos
critérios utilizados por eles continuam ainda hoje em dia válidos, como por
exemplo as linhas orientadoras da profissão de arquivista e a configuração da
sua rede de arquivos.
No período da Idade Média, passou-se a considerar Arquivo como um
local para depósito para preservação de documentos de valor (prova ou
memória de atos ocorridos no passado). A gestão de documentos esteve
fundamentalmente nas mãos da Igreja, detentora do “Saber e da Cultura”,
concentrados em Catedrais e Mosteiros. Os Arquivos Eclesiásticos vão assim
ter a função de guardar e gerir os títulos de propriedade, seja da Igreja ou de
outras instituições públicas e particulares.
Apesar disto os Arquivos nesta época recuperam a importância que
tinham na Antiguidade, sendo que, com o redescobrimento do Direito Romano
no Século XII, entramos numa nova fase da história dos arquivos.
Então, a partir do século XIII, começa a ser introduzida a prática dos
registros, que eram livros onde se transcreviam os documentos outorgados por
uma autoridade ou entidade, nas Chancelarias e outras instituições. Nesta
época, as unidades administrativas destas estruturas dividiam-se em secções
orgânicas, com funcionários especializados (arquivistas) e normas a serem
seguidas.
13
Durante o século XIV surgem vários Arquivos Centrais como o Archivo
de la Corona de Aragón em 1318 e o Arquivo da Torre do Tombo em 1325.
Nesta época assistimos ao primeiro grande movimento de nomeação
de arquivistas oficiais nas Cortes de Europa. Este movimento faz com que os
Arquivos sejam encarados de uma forma diferente, contribuindo, a partir do
século XV, com o surgimento de grandes cronistas oficiais, juntamente com o
aparecimento dos primeiros cultores da crítica filológica e textual.
Com o século XVI, surge um novo sistema administrativo, o Estado
Moderno. Absolutista e Centralizador por natureza, ele contribuirá para a
concentração dos arquivos, fazendo surgir os primeiros Arquivos de Estado,
que resultam de novas concepções de administração e reformas institucionais.
A criação do Arquivo de Simancas em 1540, na Espanha por ordem de Carlos
V, considerado o Arquivo Moderno do Estado Espanhol, é de fato um sinal
bastante significativo do novo sistema administrativo. Este arquivo é
considerado como o primeiro exemplo de um Arquivo de Estado. Mais tarde,
iremos assistir à criação do Arquivo Secreto do Vaticano em 1611, e ainda na
Espanha o Arquivo das Índias, em 1788.
Será importante referir que esta centralização dos documentos
provocará ajustes metodológicos, sendo frequente a elaboração de normas,
regulando os preceitos de rotina do Arquivista.
Segundo autores como Jean Favier, a noção de Propriedade dos
Arquivos foi substituída pela de Arquivos Públicos depositários dos
documentos do Estado e cuja conservação era ou podia ser de interesse
público. O arquivo se converte então num elemento fundamental da
administração e adquire uma função predominantemente jurídico-politica.
Este período da História é conhecido como a época dos Arquivos de
Estado.
14
Com a Revolução Francesa vieram inúmeras modificações na Europa
e no mundo e consequentemente no mundo arquivista. Com o advento do
Estado de Direito nasce um novo conceito, a Soberania Nacional. Neste
contexto, nascem os princípios de responsabilidade, de garantia, eficácia e
justiça da atuação da Administração perante os cidadãos. Associado a isto, o
Arquivo passa a ser considerado como Garantia dos Direitos dos Cidadãos, e
Jurisprudência da atuação do Estado.
Um dos grandes marcos para a História dos Arquivos é a fundação, em
1789, dos Archives Nationales de França, e com eles a Lei de 7 Messidor, que
proclama que os Arquivos estabelecidos junto da representação nacional eram
um depósito central para toda a República. Esta Lei traz um conceito moderno
e liberal de Arquivo, onde o Arquivo Central do Estado deixou de constituir um
privilégio dos órgãos de poder e passou a ser entendido como Arquivo da
Nação aberto ao cidadão comum.
No século XIX, a política de concentração dos Arquivos vai ser
continuada um pouco por toda a Europa, à exceção da Grã-Bretanha, onde o
processo vai ser mais tardio. No início deste século, perante o
desenvolvimento do Positivismo, que preconizava a verificação documental ao
serviço da análise histórica, os arquivos adquirem uma posição instrumental
relativa à Paleografia e à Diplomática. Já na segunda metade deste mesmo
século e agora sob os auspícios do Historicismo os arquivos vão se
transformar em verdadeiros laboratórios do saber histórico.
Na Época Contemporânea os arquivos vão adquirir dupla dimensão,
onde por um lado são garantia dos direitos dos cidadãos, por outro conservam
e gerem a memória do passado da nação e por isso vão ser objeto da
investigação histórica.
No século XX vamos assistir à consolidação do conceito e função de
Arquivo, como conjunto de documentos, independentemente da data, da forma
15
e do suporte material, produzidos ou recebidos por qualquer pessoa ou por
qualquer organismo público ou privado no exercício da sua atividade,
conservados pelos seus criadores ou sucessores para as suas próprias
necessidades ou transmitidos a instituições de Arquivos.
Os Arquivos irão recuperar a sua dimensão administrativa, que se irá
acentuar nos Anos 30, e se consolidará mais tarde nos anos 50, onde a
Arquivística irá desenvolver um sistema para facilitar a Administração nos
momentos mais difíceis, como por exemplo a Segunda Guerra Mundial.
É precisamente a partir dos Anos 50 que se tenta conciliar as
dimensões tradicionais da Arquivística, a História e a Administração.
Surge então no âmbito da UNESCO, em Agosto de 1950 o Conselho
Internacional de Arquivos (CIA), que vem dar resposta à necessidade de
coordenação a nível internacional da Arquivística. Com o CIA, teremos a
intensificação da cooperação entre países, na Organização de Congressos,
Mesas Redondas, bem como o aumento da publicação de literatura
especializada, como a revista Archivium (criada em 1951). Vemos surgir
também as Conferências Internacionais da Table Ronde des Archives.
Os Anos 60 são envolvidos por preocupações de ordem prática,
dando-se uma acentuação na vertente técnica da Arquivística. O grande marco
desta época acontece em 1964, ano em que é publicado o Elsevier´s Lexicon
of Archive Terminology.
A Arquivística nos anos 90 entrou numa nova era, onde a grande
preocupação era e ainda é, nos dias de hoje, a importância da Informática
como meio de gerir novos documentos. Nesta nova era a Arquivística afirma-se
definitivamente como uma Ciência da Informação e se clarificam o seu objeto e
o seu método.
16
CAPITULO 2
APLICAÇÃO A PROJETOS
2.1 Os Repositórios
Na aplicação em Gerenciamento de Projetos os documentos devem
ser depositados em um Repositório, de forma que fiquem a disposição dos
membros da equipe e de qualquer interessado.
Quando falamos neste assunto logo vem à mente o conceito de
documento em formato digital. Normalmente tratamos desta maneira, visto a
enorme quantidade de documentos a serem tratados por mais de uma pessoa
ou equipe. É este aspecto que trataremos a seguir, sem esquecer da
importância dos processos de armazenamento físico de documentações
importantes, como por exemplo um Termo de Abertura assinado pelos
patrocinadores.
Como mencionado anteriormente, em um repositório devem ficar as
versões de documentos e a situação atual dos projetos.
Infelizmente nem sempre é assim, pois muitas vezes os documentos
ficam registrados apenas nos computadores pessoais dos membros da equipe
ou do Gerente de Projeto.
Um repositório do projeto armazena todos os diretórios e arquivos
gerenciados pela ferramenta de gerenciamento do projeto. Ele é um recurso
global que precisará ser acessado pela maioria dos "clientes" da equipe do
projeto. Dependendo do tamanho de um projeto, pode haver vários
repositórios, cada um deles com milhares de diretórios e arquivos. O número
17
de arquivos contido em cada repositório dependerá do tamanho da máquina
em que o servidor do repositório está sendo executado e do número de
usuários que acessarão os dados simultaneamente. O servidor do repositório
manipula o tráfego de leitura/gravação no repositório do projeto.
No caso em que um repositório mais simples possa atender as
necessidades, em empresas menores e voltadas para pequenos projetos,
outras soluções podem ser aplicadas, sem a implantação de uma grande
infraestrutura. As soluções vão desde um micro utilizado como servidor, com
uma pasta compartilhada, ligado em rede até a soluções disponíveis na
Internet, por vezes gratuitas. Google e Yahoo tem soluções deste tipo que
comportam perfeitamente este tipo de solução.
Devemos sempre atentar que este tipo de solução não tem a
confiabilidade de uma solução corporativa, mas em boa parte dos casos supre
a necessidade.
Voltando aos casos de maior porte, como em qualquer equipamento
de armazenamento de informações (servidor) um equipamento que sirva de
repositório do projeto deve ser confiável, tolerante a falhas e escalonável.
Em termos de desempenho nunca deve ser o “gargalo” no acesso aos
dados e não deve impactar o andamento das atividades – deve permitir
múltiplos acessos simultâneos.
Não somente o repositório deve ser bem planejado, mas toda a
estrutura ao seu redor também deve ser tratada. Não adianta ter um servidor
que atenda às necessidades se o acesso (Rede) não estiver bem
dimensionado.
18
O repositório do projeto deve estar em um servidor exclusivo. Isso
significa que o servidor do repositório do projeto não deve ser usado para:
• compilações, builds ou testes
• executar outras ferramentas de terceiros
• servidor de e-mail
• servidor Web
Existem atualmente softwares de gerenciamento de projetos que
contém a solução para um repositório, que veremos mais à frente. Neles há
estruturas distintas para cada finalidade, como servidor web, distribuidor de
arquivos, etc.
Como em qualquer processo de tratamento de banco de dados, outra
questão de suma importância é o tratamento dado aos processos de backup.
Devem ser realizados periodicamente, de acordo com a política da empresa e
de acordo com o porte dos projetos.
2.2 Armazenamento de dados em Projetos
Quanto maior o projeto, mais difícil será para compartilhar, sem
transtorno, as informações entre todos os membros da equipe e as parte
interessadas. Isso se aplica especialmente nos casos em que mais de uma
pessoa trabalha na mesma entrega. Se o gerente do projeto não pensar com
antecedência nos processos de gerenciamento de documentos, a equipe do
projeto terá muita dificuldade para encontrar informações relevantes e em
consequencia disso ficará frustrada ao ter que lidar com formatos
inconsistentes. Isso geralmente resulta em confusão e esforço extra para
refazer o trabalho que já está “concluído”.
Se você estiver criando um repositório de documentos, você necessita
estabelecer algumas regras e processos para proteger a integridade dos
documentos que serão armazenados. Por exemplo, normalmente todos os
19
membros da equipe necessitam de acesso aos seus próprios documentos.
Entretanto, você necessita decidir se qualquer membro da equipe poderá
atualizar documentos criados por outros membros da equipe. Em alguns
projetos isto seria perfeitamente aceitável, enquanto que em outros projetos
isso seria considerado uma brecha na segurança.
O arquivista também pode ter a incumbência de retirar os documentos
não relevantes ao projeto, de forma a termo sempre as informações
importantes ou as mais atualizadas armazenadas.
Também, você deverá decidir se qualquer um dos membros da equipe
poderá adicionar documentos no repositório do projeto, ou se esse processo
será designado a uma pessoa especifica, como um arquivista. Isso poderá ser
considerado como uma burocracia ou uma despesa desnecessária, mas se
você tiver uma grande quantidade de documentação, é importante que os
documentos que forem adicionados ao repositório sigam um processo
consistente e tenham uma boa qualidade. A qualidade do repositório poderá
degradar se todos tiverem a liberdade para adicionar, remover e modificar os
documentos arquivados.
Para termos este controle precisamos de ter em mãos um gerenciador,
uma ferramenta para que tenhamos todos os processos sob nossa gestão.
Em um projeto de maior porte temos diversos tipos de documentos que
precisam ser armazenados e compartilhados – por exemplo, os documentos
do “Termo de Abertura do projeto”, a “Declaração de Escopo”, os “Requisitos
do Negocio”, o “Plano de Testes”, etc. Depois que os documentos forem
criados, os membros da equipe necessitarão saber aonde os mesmos serão
armazenados. Dependendo do seu software e da sofisticação da sua
organização em relação ao armazenamento, os documentos poderão ser
armazenados dentro de um arquivo de Rede, em um arquivo dentro do disco
rígido do seu computador, em um pacote de software para gerenciamento de
20
documentos, etc. Além disso, você deverá criar um nome padronizado para os
documentos iniciais e para todas as revisões dos mesmos. Por exemplo, se
você atualizar o documento “Termo de Abertura do projeto”, que processo você
deverá seguir? Você acha que será necessário substituir a versão antiga? ou,
salvar o documento original e chamar este novo documento de “Termo de
Abertura do projeto - Versão 2″. Tudo isso faz parte dos procedimentos de
gerenciamento de documentos.
Os relatórios de acompanhamento deverão ser determinados com
antecedência, seguindo as orientações do PMBOK, com a definição dos
nomes padrões para os relatórios de andamento (Status). Se cada membro da
equipe emitir um relatório de andamento (Status) ao gerente do projeto, logo o
gerente do projeto terá dúzias ou centenas de relatórios de andamento
(Status).
2.2.1 Dados Estruturados e Não Estruturados
Os dados podem ser armazenados em dois estados - estruturados e
não estruturados. Os dados estruturados referem-se à informação que é
armazenada no formato repetitivo e estruturado. Também referem-se às
pastas, às tabelas, às bases de dados, aos armazéns de dados, etc. Este tipo
de dados é facilmente armazenado e acessado por um programa de
computador.
Por outro lado, os dados não estruturados estarão tipicamente em um
formato que seja mais fácil para o ser humano compreender. Os dados não
estruturados incluem documentos, imagens, gráficos, vídeos, áudios, etc. Os
dados não estruturados podem ser cada vez mais manipulados através de um
computador, mas a compreensão básica do conteúdo ainda é melhor que seja
executada por humanos.
21
Embora os documentos criados por um projeto sejam de interesse e
preocupação dos membros das equipes dos projetos, o conceito do termo
“Gerenciamento de Documentos” poderá ser estendido para incluir quaisquer
tipos de dados não estruturados como descrito acima. Ou seja, se o seu
projeto gerar pastas de áudios e vídeos, você poderá usar as mesmas técnicas
de padrões de nomes que são utilizadas para os documentos do projeto,
indexação, armazenamento no repositório, etc.
2.2.1.1 Dados Estruturados
- Campos, registros, arquivos, tabelas
- Códigos, modelos, scripts
- Ferramentas de Códigos Fonte, bancos de dados
- Difícil para organizar sem ferramentas ou estrutura
2.2.1.2 Dados Não Estruturados
- Documentos, fotos, gráficos, textos, vídeos, chat
- Ferramentas de documentos, difícil para adquirir
- Pode ser organizado sem ferramenta
2.3 Software de Gerenciamento de Projetos
Abaixo temos alguns exemplos de softwares utilizados em
Gerenciamento de Projetos:
• Mirax Project: Software para gerenciamento de projetos, com
suporte a WBS, gráficos Gantt e alocação de recursos.
• Net Project: Ferramenta de gestão de projetos via web.
• Project Builder: Solução nacional 100% WEB para apoio ao
gerenciamento de múltiplos projetos com enfoque no trabalho
colaborativo. Possibilita a aproximação dos planos estratégico,
22
tático e operacional. Possui alinhamento com as boas práticas
difundidas pelo PMI(PMBOK) e GTZ(ZOPP).
• Virgos: software para Gestão de Projetos que simplificada o
acompanhamento de projetos, com acesso e manutenção via
Web.
• @Risk for Project: Ferramenta de análise de risco avançada para
gerenciamento de projetos.
• Microsoft Project
o Análises: TopTenReviews
o IT Week
o ZDNet.co.uk
o Sites: MSProject.com
o MPA
o Microsoft Project MVP
o Microsoft Project Management Software
o John Dahlgren's MS Project Tools and Tips
o Plug-Ins: projecttime
• Primavera
• Project Insight: Softwarre 100% baseado na web que permite que
as equipes colaborem em projetos em tempo real.
• Seavus Project Viewer: Permite a visualização e impressão de
arquivos do Microsoft Project.
23
CAPÍTULO III
POR QUE DOCUMENTAR?
Esta deve ser uma das perguntas mais realizadas no mundo de
gerenciamento de projetos, principalmente pelos clientes. Para quê se
preocupar em anotar tudo? Para quê perder tempo?
A documentação feita de maneira correta e completa é uma das
maiores ferramentas do gerenciamento de projetos para pouparmos tempo,
dinheiro, tanto da equipe e do gerente quanto dos clientes. Com isso não há
margens à dúvidas e em qualquer momento basta recorrer à documentação
arquivada.
Devemos levar em consideração duas questões em documentação:
durante a vida do projeto e após o término do projeto.
Durante a vida de um projeto vários fatores podem interferir no bom
andamento das atividades e consequentemente causar atrasos no
cronograma. Um deles é o problema da falta de documentação adequada aos
processos e às atividades da equipe. Por quantas vezes gastamos tempo
tentando relembrar algum assunto importante mencionado em uma reunião
que não teve ata? E as consequências de uma conversa informal não
oficializada com um cliente que acabou gerando uma alteração de escopo não
dimensionada no cronograma?
Para alguns pode parecer um preciosismo exagerado, mas para outros
pode significar a diferença entre ter sua palavra desmentida ou ratificada
perante um cliente, por exemplo.
24
É claro que se deve tomar cuidado para que apenas as informações
relevantes para o projeto sejam documentadas, evitando assim o
armazenamento de “lixo” no projeto.
Outros motivos são:
• A memória das pessoas é limitada – não somos máquinas,
somos seres humanos susceptíveis a falhas e geralmente uma
das consequências de problemas como o stress diário,
quantidade de tarefas a serem cumpridas, etc. é a perda de
memória.
• Informações claras são uma característica fundamental de um
projeto de sucesso: distribuir informações documentadas ajuda
a esclarecer atividades, decisões e objetivos. Identificar lacunas
na comunicação terá impacto positivo direto nos resultados do
projeto.
• Responsabilidades: mesmo que a boa vontade impere entre os
membros da equipe, as responsabilidades sempre devem estar
documentadas. Novamente, lacunas de compreensão podem
fazer com que uma atividade fique esquecida, com impactos de
tempo e custo em sua recuperação.
• Não confio em todos a meu redor: infelizmente o gerente de
projeto nunca deve se esquecer que podem existir pessoas que
desejam o fracasso do projeto, ou querem fugir do trabalho.
Para estas pessoas, a falha no registro de informações é um
prato cheio, já que elas poderão manipular suas próprias
versões dos fatos sem que você tenha documentação adequada
para expor a verdade.
• Distribuição: distribuir um e-mail ou um comunicado é muito mais
prático do que ficar ligando para várias pessoas para passar
uma informação.
25
“Para reduzir custos, normalmente são
cortados documentação e testes,
justamente os dois pilares da
qualidade.”
Ricardo Bicalho
O segredo é achar a forma certa de fazer a documentação do projeto.
Da mesma forma que as decisões mais importantes dos principais
stakeholders não devem ficar apenas em uma nota de e-mail, uma informação
do dia a dia que apenas interessa a uma ou duas pessoas não precisa se
tornar um relatório em formato padronizado.
Após o término de um projeto é importante termos toda a
documentação arquivada e principalmente o item de lições aprendidas. Mesmo
que o projeto seja cancelado houve um trabalho realizado que acabou gerando
frutos. Qualquer levantamento realizado, proposta de solução para um
determinado problema, qualquer dado gerado pode ser importante para a
empresa. Seja um projeto semelhante ou o mesmo projeto sendo reaberto,
estas informações podem ser reaproveitadas, ou pelo menos o processo de
geração e levantamento pode ser o mesmo, de forma que o tempo necessário
para a execução destas tarefas seja reduzido, acarretando assim em economia
financeira e agilidade na entrega.
Por quantas vezes somos perguntados a respeito de um antigo projeto
que foi cancelado por falta de recursos financeiros e que será submetido
novamente à aprovação porque não foram armazenadas as informações
essenciais para este novo pleito? Todo o trabalho tem de ser refeito
(retrabalho) para gerar novamente os dados necessários.
26
3.1 Guardar lições aprendidas
Um dos mais importantes motivos de nos preocuparmos em armazenar
de forma correta as informações dos projetos se refere a lições aprendidas.
Afinal de contas, com a experiência adquirida ao longo de um trabalho é que
conseguimos nos aprimorar e iniciar um próximo com a certeza de que será
entregue com uma qualidade superior ao anterior.
E com certeza esta é uma das etapas mais “esquecidas” em um
projeto, por vários fatores:
• Pressões para cumprir prazos, que leva o gerente a se preocupar
mais com as atividades diretamente relacionadas ao produto do
projeto.
• Mudança de foco ao terminar um projeto. As pessoas e
organizações acabam mais concentradas no próximo projeto do
que no fechamento correto do projeto anterior.
• Falta de interesse da alta gestão neste tipo de documentos.
• Problemas culturais na empresa que levam o gerente a acreditar
que documentar lições aprendidas é uma perda de tempo, já
que não terá verdadeira influência sobre os próximos projetos
da organização.
Trata-se muito mais do que um documento para cumprir a formalidade
do projeto. São as informações que permitirão que os erros passados não se
repitam e os acertos possam ser feitos novamente. Por isso é importante
registrar tanto as boas quanto as más experiências do projeto. Estes registros
ajudarão a moldar as atividades e controles dos projetos futuros.
Deve-se procurar criar uma base de dados simples e de fácil leitura,
dinâmico e que leve diretamente ao ponto crítico, com informações relevantes
para a empresa e para os próximos projetos.
27
Uma prática adotada por gerentes de projetos é a de possuir um
arquivo pessoal com as lições dos seus projetos. Ao longo de uma carreira
profissional quanto poderia ser registrado e passado para as gerações futuras?
Muitos dos artigos e livros escritos a respeito de gerenciamento de
projetos vem desta experiência acumulada ao longo dos anos e é justamente
esta experiência que ajuda na evolução da profissão.
28
CAPÍTULO IV
SOLUÇÃO MICROSOFT®
Uma das soluções adotadas mundialmente para o gerenciamento de
projetos é o Microsoft® Project. Mas existe um pacote além do Microsoft ®
Project chamado Microsoft® Enterprise Project Management Solution ou
simplesmente EPM Solution.
A Microsoft Office Enterprise Project Management (EPM) Solution é um
ambiente colaborativo completo de gerenciamento de portfólios e projetos. A
Office EPM Solution ajuda as organizações a obter visibilidade, percepção e
controle de todo o trabalho, o que permite aperfeiçoar o processo de tomada
de decisões, melhorar o alinhamento com a estratégia de negócios, maximizar
a utilização de recursos, bem como avaliar e aumentar a eficiência
operacional.
O pacote de soluções é composto de:
• Microsoft® Project Server
• Microsoft® Project Professional
• Microsoft® SharePoint
• Microsoft® Project Web Acess
Com esta solução corporativa temos a possibilidade de gerenciarmos o
nosso projeto, armazenarmos todas as informações em um único servidor e
ainda disponibilizar acesso aos projetos via web.
Um dos itens abordados por esta solução é o tratamento dado ao
repositório de informações dos projetos. Com esta ferramenta é possível
aumentar a visibilidade, a percepção e o controle. Conseguimos implementar
processos repetitivos como modelos, a fim de padronizar e simplificar a coleta
29
de dados em toda a organização. A centralização dos dados facilita a análise
de finanças, recursos, agendas entre vários projetos, bem como de outras
tendências de dados e do status para a geração de relatórios informativos.
Fig. 1 - Estrutura Microsoft® EPM
30
Um exemplo de utilização prática desta solução é a empresa OI, a
maior empresa de telecomunicações do Brasil. Ela adotou a solução da
Microsoft® para o gerenciamento de seus projetos. O nome adotado para o
sistema de gerenciamento é FGPOI (Ferramenta de Gestão de Projetos da
OI), que foi o EPM customizado com as necessidades da empresa.
Fig. 2 - Estrutura FGPOI
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Fig. 3 – Modelo de Segurança
Esta ferramenta foi a evolução dos processos de acompanhamento de
projetos dentro da empresa. Inicialmente o acompanhamento era realizado
através de planilhas individuais e posteriormente em planilhas disponibilizadas
em rede através do Microsoft® SharePoint.
A Diretoria de Qualidade, através dos escritórios de Projetos
disponibiliza uma carga de treinamentos presenciais e através de e-learning
interno, para disseminar a cultura de gerenciamento de projetos na empresa.
Existe, no próprio Project, um modelo de EAP com as características
da metodologia de gerenciamento de projetos da OI.
Após a criação do projeto ele estará à disposição via Web, para
acompanhamento das partes interessadas. Esta disponibilização se dá através
do PWA – Project Web Acess.
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Há também interface com a Segurança de Rede da empresa,
acompanhando o login do usuário desde a sua conexão. A partir do momento
do login na rede o usuário estará automaticamente autenticado para ingressar
no FGPOI. Da mesma forma o sistema está conectado ao servidor de e-mails,
garantindo a comunicação corporativa.
Desta forma fica garantido todo o processo, incluindo a estrutura de
armazenamento de dados, uma vez que todo o acompanhamento é realizado
através da ferramenta.
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CONCLUSÃO
Em um mundo globalizado como o que vivemos atualmente é
essencial para o melhor desempenho da empresa e de nós mesmos
profissionais termos a maior e melhor quantidade de informação possível.
Somente desta forma conseguiremos alcançar os maiores níveis de excelência
no gerenciamento de projetos. E somente através de um processo de
documentação coerente e competente conseguiremos tal virtude.
Com o processo de documentação bem implementado e seguido
durante todo o curso do projeto temos a possibilidade de garantir a idoneidade
do processo, registrando a real necessidade do cliente e os passos dados com
a finalidade de se conseguir os resultados esperados, garantindo a entrega
final.
34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
PMBOK, edição de 2008.
http://www.gensight.com/Project-Portfolio-Management/Glossary/Project-
Repository.htm
acesso em 17/01/2011
ARTIGO escrito pelo Dr. Luís Reis Licenciado em História – Ramo Património
Cultural, pela Universidade de Évora, Portugal
http://www.ilustrados.com/publicaciones/EpAuyZulupIwNdFVMe.php
acesso em 10-jan-2011
http://www.wthreex.com/rup/portugues/process/artifact/ar_repos.htm
acesso em 23/01/2011
http://ogerente.com/stakeholder/2007/09/09/a-importancia-de-documentar-
licoes-aprendidas/
acesso em 15-dez-2010
http://blog.tenstep.com.br/2010/01/25/documentacao-do-projeto/
acesso em 23-jan-2011
Manual de gerenciamento de projetos Oi – FGPOI
http://blog.tenstep.com.br/2009/03/17/criar-e-gerenciar-o-repositorio-de-
documentos/
acesso em 23-jan-2011
http://www.xtrategus.com.br/MicrosoftBusinessSolutions/MicrosoftEPM/tabid/10
4/Default.aspx
acesso em 25-jan-2011
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
BASE HISTÓRICA - O ARQUIVISMO 10
1.1 – A definição de arquivo 10
1.2 – A História 10
CAPITULO II
APLICAÇÃO A PROJETOS 16
2.1 – Os Repositórios 16
2.2 – Armazenamento de dados em Projetos 18
2.2.1 - Dados Estruturados e Não Estruturados 20
2.2.1.1 – Dados Estruturados 21
2.2.1.2 – Dados Não Estruturados 21
2.3 – Software de Gerenciamento de Projetos 21
CAPÍTULO III
POR QUE DOCUMENTAR? 23
3.1 - Guardar lições aprendidas 26
CAPÍTULO IV
SOLUÇÃO MICROSOFT® 28
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34
ÍNDICE 35
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Título da Monografia: DOCUMENTANDO CORRETAMENTE AS
INFORMAÇÕES DE PROJETOS
Autor: MARCOS PAULO VEIT
Data da entrega: 28/01/2011
Avaliado por: Conceito: