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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO
MÉTODO DA CORRENTE CRÍTICA
Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves D.Sc.
Orientador
Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves D.Sc.
Rio de Janeiro
2009
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO
MÉTODO DA CORRENTE CRÍTICA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Projetos.
Por: Felipe Romaguera Assumpção
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a empresa Spassu por
promover treinamentos de gestão de
projetos, onde acabei encontrando uma
área de grande interesse.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa que
sempre me apóia em todas decisões
tomadas por mim e a minha família pela
educação que me foi dada.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
5
RESUMO
Este trabalho visa entender melhor o Método da Corrente Crítica como
um possível método de Gerenciamento de Tempo do Projeto. Este também
tende a responder algumas perguntas sobre atrasos em cronogramas e formas
de terminar projetos mais rápido do que o esperado.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada se baseou em leitura de livros, pesquisas na
internet e pesquisas bibliográficas sobre o tema.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - GERENCIAMENTO DE PROJETOS 12
1.1 – O que é um Projeto? 12
1.2 – Fases e ciclo de vida 13
1.3 – Partes Interessadas no Projeto 17
1.4 – Processos de Gerenciamento de Projetos 18
1.5 – Áreas de conhecimento para Gerenciamento de Projetos 19
CAPÍTULO II - GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO 21
2.1 – Sequenciamento de Atividades 22
2.2 – Estimativa de Recursos 24
2.3 – Técnicas de Gerenciamento de Tempo 25
2.3.1 – Gráfico de Gantt 26
2.3.2 – PERT e CPM 27
2.4 – Métodos para Comprimir o Cronograma 28
CAPÍTULO III – MÉTODO DA CORRENTE CRÍTICA 29
3.1 – Teoria das Restrições (TOC) 29
3.1.1 – Método do Tambor-Pulmão-Corda 30
3.1.2 – Método Árvore da Realidade Atual 32
3.2 – Método da Corrente Crítica (MCC) 32
3.2.1 – Margem de Segurança 33
3.2.2 – Síndrome do Estudante 34
3.2.3 – Lei de Parkinson 34
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
8 3.2.4 – Multitarefas Ruins 35
3.2.5 – Margem de Segurança do MCC 36
3.2.6 – Buffers 36
3.2.7 – Cálculo dos Buffers 37
3.3 – Gerenciamento por Buffers 39
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
INDICE 45
FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
9
INTRODUÇÃO
“Projetos atrasam”. Esta afirmação vem sendo colocada para vários
projetos de várias áreas diferentes e muitas das vezes não tem a ver com os
profissionais envolvidos nos projetos e sim com a metodologia de
gerenciamento de projetos utilizada. A questão na verdade deveria ser: Por que
os projetos atrasam?
Para um projeto ser considerado bem-sucedido deve atender a três
fatores, escopo, custo e prazo, além de estar de acordo com os requisitos e
qualidade acordados com os clientes. Contudo, estudos demonstram que uma
grande parcela dos projetos apresenta falha em pelo menos um destes fatores,
e muitas vezes em todos (ABDOLLAHYAN, 2007).
Os problemas de orçamento e escopo são originados, em grande parte,
pela dificuldade em atender ao prazo dos projetos. Uma vez que um projeto se
alonga além do previsto, exigem-se recursos alocados por mais tempo
(causando aumento de custo) e quando o prazo está ultrapassado, busca-se
realizar a entrega “de qualquer forma”, resultando em problemas na qualidade,
escopo e atendimento das expectativas do cliente.
Por este motivo decidi realizar um estudo sobre gerenciamento de tempo
utilizando o Método da Corrente Crítica (MCC) ou Critical Chain Project
Management (CCPM).
“A Corrente Crítica”, escrita por Eliyahu M. Goldratt em 1997, vem de
encontro com as visões de projetos, propondo uma nova abordagem no
processo de gerenciamento de tempos de projetos. Ao trabalhar com
cronogramas mais precisos, o Método da Corrente Crítica (MCC) permite uma
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
10redução significativa no lead-time total dos projetos e aumenta as chances de
que esses sejam entregues no prazo ou mesmo antes do prazo.
O Guia PMBOK (Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em
Gerenciamento de Projetos, Terceira Edição, 2004) aborda as técnicas de
compressão de cronograma Crashing (Colisão) e Fast Tracking (Paralelismo)
para reduzir a duração total do projeto sem alterar o escopo, porém os mesmos
causam alguma perda e ou riscos elevados para o projeto.
O MCC difere fundamentalmente dessas programações uma vez que a
proposta de redução da duração total do projeto decorre da remoção de
proteções de tempo inseridas em cada tarefa, transferência de parte dessas
para buffers do projeto, elaborando então um cronograma com base nas
estimativas mais prováveis para execução das atividades e considerando a
melhor alocação de recursos.
O objetivo deste trabalho é o de entender um pouco melhor o Método da
Corrente Crítica (MCC) aplicado ao Gerenciamento de Tempo e também
porque os projetos atrasam.
Por atuar diretamente na liderança de projetos, espero poder aplicar a
conclusão deste trabalho no meu dia-a-dia e melhora assim o cumprimento dos
cronogramas dos projetos gerenciados.
O trabalho foi dividido em capítulos e está estruturado da seguinte
forma:
CAPÍTULO I – GERENCIAMENTO DE PROJETOS
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
11Apresentação do Sistema de Gerenciamento de Projetos e das melhores
práticas apresentadas pelo PMI (Project Management Institute) através do
PMBOK® (Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de
Projetos, Terceira Edição, 2004).
CAPÍTULO II – GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO
Será apresentado, os métodos de Gerenciamento de Tempo do modo
Tradicional, CPM, PERT e Gráfico de Gantt.
CAPÍTULO III – MÉTODO DA CORRENTE CRÍTICA
Introdução sobre a Teoria das Restrições (TOC) e apresentação do
Método da Corrente Crítica (MCC), suas principais características para a
melhora do Gerenciamento de Tempo.
CONCLUSÃO
Apresentação das conclusões sobre os métodos de gerenciamento de
tempo pelo Método da Corrente Crítica e uma breve comparação com os
métodos tradicionais de Gerenciamento de Tempo.
BIBLIOGRAFIA
Todas as referências bibliográficas utilizadas na realização deste
trabalho serão relacionadas no item Bibliografia.
CAPÍTULO I
GERENCIAMENTO DE PROJETOS
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
12Segundo do o PMI (PMBOK®, 2004) “O gerenciamento de projetos é a
aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades
do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é
realizado através de processos, usando conhecimento, habilidades,
ferramentas e técnicas do gerenciamento de projetos que recebem entradas e
geram saídas.”
1.1 - O que é um Projeto?
Para o PMI (PMBOK®, 2004), “Um projeto é um esforço temporário
empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.
Um projeto é um empreendimento temporário, no sentido em que possui
um início, meio e fim bem definidos, diferenciando-se, assim, das operações e
ou programas.
A natureza temporária dos projetos também se dá uma vez que as
equipes alocadas para o projeto normalmente são desfeitas ao seu término,
bem como existe uma “janela” de oportunidade no mercado limitando o prazo
para geração do produto ou serviço.
Todo projeto gerar produtos, resultados ou serviços únicos, são sempre
criadas entregas exclusivas. A singularidade é uma característica importante
dos projetos. Considere dois projetos para construção de prédios. Ainda que o
desenho dos mesmos seja igual, os projetos podem se diferenciar, a forma de
condução, os eventos que ocorrem e o conhecimento gerado na condução de
cada um deles se diferenciam, mesmo que a entrega sejam dois prédios
parecidos.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
13
Os projetos também têm uma característica que é a elaboração
progressiva. Isto significa que eles são desenvolvidos em etapas e têm
continuidade por incremento. Toda etapa deve ser valorável, ter algum valor,
mensurável, ter como ser medida e validável ter como ser validada.
1.2 - Fases e Ciclo de vida
Dada a singularidade dos projetos que têm por objetivo um produto ou
serviço exclusivo, todos estão sujeitos a certo grau de incerteza. As
organizações e os gerentes de projetos costumam dividir os projetos em fases,
para assim promover maior controle gerencial. O maior controle se dá devido
ao fato de poder se confirmar que o projeto caminha como planejado e também
pode antecipar situações que exijam a adoção de medidas corretivas.
O conjunto de fases de um projeto compõe o ciclo de vida de um projeto.
Elas tem a função de conectar o início ao final do projeto. Normalmente, a
transição entre as fases é marcada por alguma entrega ou transferência
técnica, ainda que isto não seja uma obrigatoriedade.
Alguns produtos podem pertencer ao gerenciamento de projetos,
enquanto outros são componentes de uma fase do projeto. Por exemplo, a
construção de um protótipo pode ser o produto final do projeto, ou somente
uma entrega de uma das fases do projeto.
Cada fase do ciclo de vida de um projeto é caracterizada pela entrega de
um produto, este deve ser mensurável, valorável e validável. A autorização
para a fase seguinte decorre de uma avaliação dos resultados alcançados e do
desempenho do projeto até aquela data.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
14
O ciclo de vida de um projeto pode ser definido pelo conjunto de etapas
que compõem um projeto onde deve se definir o caminho a ser percorrido
numa linha de tempo. O projeto nasce, o gerente é escolhido, as equipes do
projeto são formadas, o trabalho é montado e os recursos iniciais são
disponibilizados.
Os ciclos de vida de um projeto geralmente definem:
• O trabalho que deve ser realizado em cada fase;
• Quantas e quais entregas devem ser realizadas em cada fase, bem
como seus critérios de qualidade e aceite;
• Quem está envolvido em cada fase;
• Como controlar e aprovar as fases.
O progresso das atividades de um projeto segue o padrão lento-rápido-
lento, ou seja, na fase inicial do projeto tanto os recursos com os custos são
baixos, ficando mais altos na fase intermediária, e diminuindo
significativamente conforme o projeto se aproxima da linha de conclusão, como
pode se verificar no gráfico da figura 1.1.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
15
Figura 1.1 - CUSTO DE PESSOAL NAS FASES DO PROJETO Fonte:
PMBOK® Terceira Edição 2004
Quanto mais no início do projeto, maior o nível de incerteza quanto ao
seu sucesso; em conseqüência, seu risco de insucesso. A certeza de término
geralmente se torna cada vez maior conforme o projeto continua.
A capacidade das partes interessadas de influenciar nas características
finais do produto do projeto é alta no início e diminui com o passar do tempo.
Isso se dá devido ao fato de que, com o passar do tempo, em conseqüência
das fases, fica mais caro efetuar mudanças no projeto.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
16
Figura 1.2 - INFLUÊNCIAS DAS PARTES INTERESSADAS DURANTE O
PROJETO Fonte: PMBOK® Terceira Edição 2004
Podemos ver na figura 1.3 uma seqüência típica de fases no ciclo de
vida de um projeto segundo o PMBOK® (2004), demonstrando as saídas
esperadas em cada uma destas fases até a entrega do projeto e a entrega do
produto final.
Figura 1.3 – CICLO DE VIDA DE UM PROJETO Fonte: PMBOK® Terceira
Edição 2004
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
171.3 – Partes interessadas no projeto
Os interessados ou stakeholders são aquelas pessoas e organizações
ativamente envolvidas no projeto ou pessoas e organizações cujos interesses
podem ser afetados positivamente ou negativamente pela sua execução ou
conclusão.
A análise de stakeholders é o trabalho de identificação das pessoas e
organizações que estão em posições chave em relação a determinado projeto.
Alguns dos principais interessados nos projetos são: Gerente do Projeto
(GP), organização executora, cliente, usuário, patrocinador. Cada um possui
um nível de
responsabilidade e autoridade quando participam do projeto, o que ainda
pode mudar durante o ciclo de vida.
Figura 1.4 – PARTES INTERESSADAS E O PROJETO Fonte: PMBOK®
Terceira Edição 2004
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
181.4– Processos de Gerenciamento de projetos
“Os processos de gerenciamento de projetos são apresentados como
elementos distintos, com interfaces bem definidas. No entanto, na prática eles
se sobrepõem e interagem de maneiras não totalmente detalhadas ...” PMI
(PMBOK®, 2004)
Para assegurar que uma decisão tomada por uma área do projeto não
afete o seu desempenho em termos de prazo, custo, qualidade e riscos, foram
criados os grupos de processos de gerenciamento de projeto, estes são séries
de ações que produzem resultados, e tem também como finalidade descrever,
organizar e completar o trabalho de um projeto.
• Iniciação: autoriza o início do projeto ou cada uma de suas fases;
• Planejamento: refina os objetivos do projeto e planeja as melhores
ações para assegurar o cumprimento do projeto;
• Execução: integra e coordena recursos para execução do plano do
projeto;
• Monitoramento e Controle: mede e monitora a execução do projeto
com base nos objetivos definidos, e define ações corretivas quando
necessário;
• Encerramento: formaliza o aceite do produto ou de uma entrega do
projeto, e permite o encerramento do projeto ou de uma fase.
Os grupos de processos interagem entre si de maneira complexa pelos
objetivos que produzem. Se o projeto estiver dividido em fases, os grupos de
processos irão interagir dentro de uma fase do projeto e também poderão
atravessar várias fases do projeto.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
19
Figura 1.5 - NÍVEL DE INTEGRAÇÃO ENTRE PROCESSOS - Fonte:
PMBOK® Terceira Edição 2004
1.5- Áreas de conhecimento para gerenciamento de projetos
O PMI (PMBOK®, 2004) divide em 9 áreas de conhecimento, para se
gerenciar projetos, conforme segue abaixo:
• Gerenciamento de integração do projeto
• Gerenciamento do escopo do projeto
• Gerenciamento de tempo do projeto
• Gerenciamento de custos do projeto
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
20• Gerenciamento da qualidade do projeto
• Gerenciamento de recursos humanos do projeto
• Gerenciamento das comunicações do projeto
• Gerenciamento de riscos do projeto
• Gerenciamento de aquisições do projeto
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
21
CAPÍTULO II
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO
Segundo do o PMI (PMBOK®, 2004), Os processos de gerenciamento
de tempo do projeto interagem entre si e com outros processos de outras áreas
de conhecimento. Eles incluem todos os processos necessários para concluir o
projeto dentro do prazo estipulado.
As etapas que levam a elaboração de um cronograma de projeto são:
• Definição das atividades necessárias, com base no escopo do
projeto, para realizar o trabalho planejado;
• Seqüenciamento de atividades, identificar e documentar as
dependências entre as atividades;
• Estimativa de recursos da atividade, deve ser levado em
consideração o tipo e a quantidade de recursos necessários para a
conclusão de cada atividade;
• Estimativa de duração da atividade, a quantidade de tempo ou
número de períodos de trabalhos para a conclusão das atividades;
• Desenvolvimento do cronograma, análise de todos os dados
levantados, recursos necessários, restrições, durações e a seqüência de
atividades;
• Controle do cronograma, controle de toda e qualquer mudança que
possa afetar o cronograma.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
22O cronograma é a extensão da Estrutura Analítica do Projeto (EAP), esta
é composta de pacotes de trabalho, orientada aos subprodutos do projeto. A
decomposição destes pacotes de trabalho nos leva as atividades ou ações.
O processo de desenvolvimento de um cronograma consiste em analisar
e consolidar todas as atividades de um projeto, considerando as suas
dependências, utilização de recursos e estimando o tempo necessário para a
execução de cada uma delas.
Após identificadas as atividades, devem ser identificadas as
dependências destas, que podem ser:
• Dependências Obrigatórias – Envolve sempre uma lógica rígida, como
uma atividade que só pode ser executada após termos uma anterior
concluída. Exemplo disso pode ser uma ponte que só pode ter suas
pistas montadas após a conclusão dos pilares.
• Dependências Arbitrárias – Esta dependência é definida com base nas
melhores práticas de projetos anteriores;
• Dependências Externas – dependência que envolve atividades
externas ao projeto.
2.1 – Seqüenciamento de atividades
Após identificar todas as atividades e suas dependências, estas devem
ser seqüenciadas através dos seus relacionamentos lógicos. O diagrama de
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
23rede do projeto é representação gráfica das dependências das atividades e
pode ter duas formas básicas: Método do Diagrama de Setas ou Método do
Diagrama de Precedência.
Figura 2.1 – Método do Diagrama de Setas – Fonte: PMBOK® Terceira
Edição 2004
Figura 2.2 – Método do Diagrama de Precedência – Fonte: PMBOK® Terceira
Edição 2004
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
24A principal diferença entre os dois métodos é que o método do diagrama
de setas utiliza dependências do tipo Término para Início (TI), Término para
Término (TT), Início para Início (II), Início para Término (IT), enquanto o método
do diagrama de pecedência considera apenas Término para Início (TI).
2.2 – Estimativas de recursos
A estimativa de recursos envolve determinar recursos necessários e
suas quantidades necessárias para executar uma atividade.
As técnicas descritas abaixo contribuem para a estimativa de duração
das atividades, são elas:
• Estimativa análoga – usa a duração real de uma atividade anterior
semelhante do cronograma com base para a atividade futura;
• Estimativa paramétrica – usa parâmetros de um projeto em um modelo
matemático para prever durações;
• Estimativa de três pontos – usa três tipos distintos de estimativa para
prever com mais exatidão a duração de uma atividade. São elas:
1. otimista: assume que tudo irá ocorrer conforme planejado;
2. mais provável: assume que uma parte das atividades irá ocorrer
conforme o planejado;
3. pessimista: assume que tudo irá ocorrer de forma oposta ao planejado.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
25Dada peculiaridade de projetos e os riscos inerentes que aumentam o
grau de incerteza, o cronograma total do projeto pode ainda contar com reserva
de contingência que podem ser um percentual da estimativa de duração da
atividade, ou ainda calculada com base na análise quantitativa dos riscos do
cronograma.
2.3. Técnicas de Gerenciamento de Tempo
O cronograma do projeto irá funcionar como uma base de controle das
atividades do projeto. Podendo ser a principal ferramenta do gerenciamento de
projetos. No entanto para que um cronograma seja bem gerenciável será
necessário um adequado detalhamento das suas atividades e uso de técnicas
e ferramentas de prazo e programação. As mais comuns são:
• YArrow Diagram Method/ Critical Path Method (CPM)
• YEarned Value Management (EVM)
• YGráfico de Gantt
• YGráfico de Milestones
• YGraphical Evaluation and Review Technique (GERT)
• YPredecent Diagram Method (PDM)
• YPrograma Evaluation and Review Technique (PERT)
A seguir, teremos a abordagem de algumas dessas ferramentas que
contribuem para um melhor controle de prazos, custos e escopo.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
262.3.1. Gráfico de Gantt
Desenvolvido em 1917 pelo engenheiro social Henry Gantt, esse gráfico
é utilizado como uma ferramenta de controle de produção. Nele podem ser
visualizadas as tarefas de cada membro de uma equipe, bem como o tempo
utilizado para cumpri-la. Assim, pode-se analisar o empenho de cada membro
no grupo. É considerado um dos métodos mais antigos e populares de se
apresentar informações sobre cronogramas.
As tarefas são dispostas em uma escala de tempo horizontal e mostram
as datas de início e término das atividades, além das durações esperadas. A
principal função é monitorar o progresso detalhado de um trabalho,
proporcionando uma ampla visão do verdadeiro status do projeto. O diagrama
de Gantt é complementar as técnicas de programação PERT e CPM.
Figura 2.3 – GRÁFICO DE Gantt – Fonte: Info on line (Abril.com / Outubro
2009)
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
27
2.3.2. PERT e CPM
O Program Evaluation and Review Technique (PERT) foi desenvolvido
em 1958 pela Marinha Americana, com a cooperação da Booz-Allen Hamilton e
da Lockheed Coporation. O objetivo era aplicar este onde as técnicas de Taylor
e Gantt não tinham atuação. Esta técnica foi utilizada para ter maior controle
sobre o desempenho do desenvolvimento dos programas militares.
Aproximadamente na mesma época outra técnica, o Critical Path Method
(CPM) foi criada pela DuPont para projetos de construção e faz uso de
estimativas determinísticas ou “a mais precisa” para controlar os elementos
tempo e custos de um projeto. A grande vantagem das duas técnicas é a
identificação da existência de um caminho crítico no projeto, ou seja, o caminho
mais longo dentro da rede cujas atividades não apresentam folgas (slacks), a
identificação deste caminho é de vital importância para o sucesso do controle
do projeto, pois, como não existem folgas (slacks) em qualquer atividade deste,
qualquer atraso nestas atividades, será sentida no projeto como um todo
aumentando assim a sua duração.
O PERT é estritamente orientado para o elemento tempo e faz uso de
estimativas probabilísticas, de três pontos, para determinar a probabilidade de
um projeto terminar em uma determinada data. As estimativas são a “otimista”,
“mais provável” e “pessimista”. As equações que determinam as estimativas
probabilísticas de PERT têm origem na teoria de probabilidade. Já o CPM é
baseado em uma estimativa simples e de natureza determinística.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
28De uma maneira geral podemos dizer que o PERT é utilizado em
projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e o CPM é mais utilizado em projetos
na área civil.
2.4 – Métodos para comprimir o cronograma
Visto que com o controle do cronograma podemos nos deparar com
atrasos ou possíveis atrasos existem alguns métodos de compressão de
cronograma os mais famosos seguem abaixo:
Crashing ou Compressão – Consiste em acrescentar recursos adicionais
ou horas extras para o cumprimento ou adiantamento do cronograma original.
Existem alguns riscos envolvidos neste método como, qualidade do pessoal,
aumento de supervisão e fadiga no médio ou longo prazo, além de ser um
método mais caro.
Fast Tracking ou paralelismo – Realizar atividades em paralelo, depende
muito da dependência entre as atividades, caso seja possível, são alteradas as
seqüências conservadoras. Pode gerar retrabalho e aumento de riscos.
Em ambos os métodos há algum tipo de perda e ou riscos envolvidos, o
Método da Corrente Crítica (MCC) que veremos no capítulo a seguir, tende a
comprimir o cronograma inicial sem perdas e com menos riscos.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
29
CAPÍTULO III
MÉTODO DA CORRENTE CRÍTICA
“Não é importante completar cada atividade no prazo. É essencial
completar o projeto no prazo.” (GOLDRATT, 1998).
O Método da Corrente Crítica (MCC), ou Critical Chain Project
Management (CCPM), foi criado pelo físico israelense Eliyahu M. Goldratt e
publicado no livro The Critical Chain em 1997. O método é a aplicação dos
princípios da Theory of Constraints (TOC) ou Teoria das Restrições, também
escrita pelo mesmo autor.
O MCC pode ser definido como uma abordagem gerencial e tem
influência direta na maneira tradicional de gerenciar o tempo do projeto. Ele
tende a melhorar significativamente o tempo de conclusão do projeto.
A TOC é baseada em processos de manufatura e a MCC é praticamente
a aplicação dos conceitos da TOC dentro do ambiente de projetos.
3.1 – Teoria das Restrições (TOC)
O físico Eliyahu M. Goldratt apresentou inicalmente a TOC em seu
romance “A Meta” ou “The Goal” (1984), este explora a identificação dos
gargalos dos processos e suas restrições. Mais tarde em 1990 foi lançado pelo
mesmo autor o livro “Teoria das Restrições” ou “Theory of Constraints” com
enfoque mais específico.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
30O livro “Teoria das Restrições” transformou o fundamento de “A Meta”
em alguns métodos e ferramentas pelos quais, com a aplicação de conceitos
físicos, poderia resolver inúmeros problemas relativos a área de manufatura de
maneira simples e eficiente.
Para Goldratt, todos sistemas devem ser olhados como correntes e o
desempenho do sistema estará limitado ao elo mais fraco. Somente a melhoria
do elo mais fraco irá causar uma melhoria para o sistema.
Para a TOC, toda empresa tem um objetivo, uma meta e para que todo
sistema seja bem sucedido, este deve responder a três questões:
• O que mudar?
• Mudar para o que?
• Como provocar a mudança?
3.1.1 – Método Tambor-Pulmão-Corda
A TOC reconhece primeiramente dois eventos, considerados
fenômenos, que ocorrem em uma ambiente de manufatura:
• Eventos Dependentes: determinadas atividades ou operações só podem
ser iniciadas quando outras atividades e operações forem concluídas;
• Eventos Aleatórios: atividades imprevisíveis que acontecem em
intervalos não recorrentes e que causam interrupção no processo de
produção.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
31
Considerando a relevância desses fenômenos em um processo
produtivo, a busca da melhoria contínua enfatizada pela TOC implica em seguir
os cinco passos do Método Tambor-Pulmão-Corda, descritos abaixo:
1. Identificar (o Tambor) – identificar a restrição primária ou elo mais fraco
no sistema, seja ele um fator externo (mercado) ou interno (política,
capacidade operacional), que limita a empresa de ganhar mais dinheiro;
2. Explorar (o Pulmão) – maximizar ou otimizar ao máximo a restrição
primária, neste momento ainda sem investimento de capital, para
aumentar o ganho de dinheiro;
3. Subordinar (a Corda) – submeter os outros recursos à restrição
primária maximizada, garantindo o menor nível de estoques possível nas
filas;
4. Elevar - agir para aumentar a capacidade da restrição primária,
investindo em contratações de mão-de-obra, compra de equipamentos
etc.
5. Repetir – identificar a nova restrição do sistema, uma vez que a anterior
for quebrada, e repetir os cinco passos como um processo sistêmico e
dinâmico.
3.1.2 – Método Árvore da Realidade Atual
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
32Além do método Tambor-Pulmão-Corda, existe também o método
Árvore da Realidade Atual (ARA) que também é uma das ferramentas da
TOC, este utiliza dos relacionamentos de Causa e Efeito para descobrir a
causa-raiz dos problemas que afetam o sistema. Segundo Goldratt, um
problema central é definido como fonte de 70% ou mais dos efeitos
indesejáveis da árvore.
Ao se identificar o problema central ou raiz, após um processo detalhado
de análise e pesquisa, deve-se aplicar a solução ganha-ganha, que resulta na
satisfação dos dois lados envolvidos no processo.
3.2 – Método da corrente crítica (MCC)
O MCC adota a Corrente Crítica, representada pelo caminho mais longo
viável de um projeto que considere não somente as restrições lógicas (ou
físicas) do sistema, mas também a restrição de recursos, determinando o lead-
time total do projeto. Diferentemente do CPM (Critical Chain Management) que
aborda o caminho crítico como a seqüência de atividades mais longa do
diagrama de rede que reflete na duração total do projeto.
Além disso o MCC tende a diminuir significativamente o tempo total do
projeto e para isso o método estuda alguns fenômenos como,margens de
segurança colocadas em atividades, a Síndrome do Estudante, a Lei de
Parkinson e também as Multitarefas Ruins ou mal alocadas.
3.2.1 – Margem de segurança
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
33Habitualmente, são inseridas estimativas de tempo superestimadas,
tendo nelas embutidas margens de segurança, dadas as incertezas dos
projetos e o resguardo dos funcionários que serão cobrados sobre possíveis
atrasos, tende a se estimar por atividade um tempo superior a 50% do
necessário para se concluir uma determinada tarefa.
Considerando que as margens de segurança podem ser inseridas por
atividade ou conjunto de atividades do projeto, somando-se essas, o diagrama
de rede do projeto apresentará um aumento de tempo relevante podendo
chegar a até o 50% do tempo total.
Quanto maior a incerteza do ambiente, maior a estimativa de segurança
embutida em cada tarefa do projeto. A prática também demonstra que quanto
mais experiente for o recurso, maior a inserção de segurança.
O método propõe reduzir consideravelmente a duração dos projetos,
aumentar a confiança da entrega no prazo, melhorando o resultado final para
empresa. Para isso ela ataca diretamente a quatro fatores que atrapalham a
conclusão de projetos nos prazos.
• Margem de segurança embutidas nas atividades
• Síndrome do estudante
• Lei de Parkinson
• Multitarefas Ruins
3.2.2– Síndrome do Estudante
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
34Mesmo com a inserção de margem de segurança os projetos atrasam. A
Síndrome do Estudante ou também conhecida Síndrome da Procrastinação
junto com a Lei de Parkinson tendem a explicar os motivos desses atrasos.
A Síndrome do Estudante leva em conta um comportamento humano
bastante comum: deixar tudo para última hora. Transportando esta situação
para o ambiente de projetos, isto significa que não importa o tempo destinado
para realização de uma tarefa, caso haja alguma folga, há a tendência da
execução ser deixada para mais tarde. Como o tempo se transforma na
restrição, o risco de uma dificuldade não programada ou eventos indesejáveis
acontecer é alto, conhecidos pela Lei de Murphy, contribuindo para que
atividade seja concluída mais tarde que o programado.
3.2.3– Lei de Parkinson
A Lei de Parkinson reflete a tendência de o ser humano não ter a
motivação de terminar um trabalho antes do tempo planejado, ainda que essa
possibilidade exista. O trabalho se expande para utilizar todo tempo disponível.
Para evitar o “desperdício” de tempo ou não foco na tarefa do projeto, o
MCC propõe eliminar o controle por data de entrega de cada atividade ou ainda
por milestones (marcos de entrega), quando estes não são obrigatórios (não
contratuais), e gerenciar a evolução das atividades com referência à data final
do projeto.
3.2.4– Multitarefas Ruins
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
35Visando reduzir gastos e aumentar a sua lucratividade tem se tornado
uma tendência de as organizações “enxugarem” as suas estruturas de recursos
humanos. O efeito multitarefas ruins ocorre quando um indivíduo trabalha em
mais de uma tarefa simultaneamente, de maneira a não concluir a primeira
para então começar a próxima, e sem terminar esta, volta para a primeira.
Esta situação em geral leva a uma má utilização do recurso, uma vez
que o mesmo leva tempo para se orientar em cada projeto e os gestores
também gastam mais tempo avaliando diversos aspectos em cada um dos
projetos. Isto leva normalmente a atrasos em todas as tarefas executadas, sem
contar ainda o tempo de ajuste entre uma tarefa e outra.
Figura 3.1 – A Multitarefa atrasando o projeto. Fonte: Revista P&D
Engenharia de produção - 21 Julho de 2004
3.2.5– Margem de Segurança do MCC
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
36Tendo como base os quatro fatores apresentados anteriormente o MCC
propõe uma redução de até 50% na estimativa de tempo de cada atividade
inserida no cronograma do projeto, além disso propõem também o início mais
tarde possível das tarefas não críticas do projeto e a retirada do foco do
controle das atividades tendo assim o controle somente da data final do projeto.
Aplicando o MCC Podemos assim quebrar dois paradigmas bem
comuns em gestão de projetos, sendo o primeiro a redução considerável no
lead-time total, e o segundo, a possibilidade de entrega do projeto antes do
prazo planejado.
Para evitar que as durações das tarefas se tornem vulneráveis a atrasos
decorrentes de incertezas, o MCC propõe a criação de buffers (pulmões) de
segurança constituídos com parte da segurança removida das tarefas. Os
buffers não devem ser confundidos com as tradicionais folgas (slacks) do CPM
que, por definição, existem em todos os caminhos não críticos de uma rede, e
são calculadas de maneira determinística.
3.2.6– Buffers
Existem quatro tipos de buffers (pulmões) propostos no método da
Corrente Crítica, conforme descrito abaixo:
• Project Buffer (PB) – é considerado o mais importante dos pulmões
uma vez que é inserido no final da corrente crítica para proteger as
datas de término de eventuais flutuações das tarefas da corrente. O PB
também pode ser utilizado no caso de as tarefas do caminho não crítico
consumirem todo o Feeding Buffer. A estimativa de tempo da corrente
crítica somada ao Project Buffer representam o lead-time do projeto.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
37
• Feeding Buffers (FB): devem ser colocados nos caminhos não-críticos
convergentes à corrente crítica para proteger a corrente das flutuações
das tarefas não-críticas.
• Resource Buffers (RB): são usados para assegurar que os recursos
que trabalham nas tarefas críticas ou nas tarefas não-críticas que
convergem para a corrente crítica estarão disponíveis o mais cedo
possível.
• Capacity Buffers (CB): tem por objetivo eliminar a contenção de
recursos entre projetos para proteger o final do projeto anterior e o início
do próximo, obedecendo a uma priorização definida pela organização.
3.2.7– Cálculo dos Buffers
Existem dois métodos para o cálculo dos buffers, o primeiro consiste em
calcular 50% do tempo total da corrente crítica e é chamado de método dos
50%.
Suponhamos que um projeto tenha duração de quatro anos. Uma vez
removida a proteção das tarefas em 50%, o lead-time da corrente crítica seria
de 2 anos. Pelo método dos 50%, o Project Buffer é composto de 50% do
tempo da segurança total retirada, ou seja, equivalente a um ano. Nesse caso,
o novo lead-time total do projeto, e aqui se inclui o PB, será de três anos.
Já o segundo método que é chamado de Soma dos Quadrados, é
utilizado quando existe uma grande diferença na probabilidade de término nas
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
38distintas tarefas de um mesmo projeto a sua sustentação estatística é mais
evidente.
Assumindo-se que a probabilidade de se completar uma tarefa segue
uma distribuição lognormal, a estimativa pessimista (“P”) teria 95% de chance
de ser cumprida, enquanto a estimativa mais provável (“M”) teria 50%. A
diferença entre a estimativa pessimista e a mais provável equivale a dois
desvios padrão. Para cálculo de um desvio padrão da tarefa, segue a fórmula
abaixo:
onde: P = estimativa pessimista e M = estimativa mais provável
Assumindo que a soma das distribuições seguirão a distribuição normal
(conforme Central Limit Theorem), e que utilizaremos dois desvios padrão
(95%), teremos:
onde: P = estimativa pessimista e M = estimativa mais provável
3.3 – Gerenciamento por Buffers
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
39Uma das alterações sugeridas na MCC é a mudança do foco: de
controle das entregas das atividades individualmente para controle da data final
do projeto.
O gerenciamento por buffers analisa o progresso da tarefa em relação a
sua penetração nos buffers. Essa métrica permite identificar se existe
necessidade de implementação de ações preventivas, ou ainda ações
corretivas para que o projeto seja entregue no prazo.
A forma proposta para realizar este controle é através da verificação e
medição do consumo dos buffers. O gráfico típico para este controle indica a
evolução na tarefa contra o consumo do buffer, fazendo uso de três faixas de
controle (verde, amarelo e vermelho) que indicam a saúde do projeto.
Figura 3.2 – Exemplo clássico de gerenciamento por buffers Fonte: : Revista
P&D Engenharia de produção – 21 Julho de 2004
Ao se gerenciar por buffer, o gerente de projetos deve estar atento para
o consumo do mesmo, caso este consumo avance para a faixa amarela (2/3 do
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
40buffer) deve se observar melhor e planejar uma forma de voltar para a faixa
verde, o avanço deste consumo indica que devemos ter mais atenção as
atividades da corrente crítica .
Caso o consumo chegue até a faixa vermelha, ou consumo quase que
completo (mais de 2/3 do buffer) devem ser postas em prática ações
previamente estipuladas para a recuperação do buffer.
CONCLUSÃO
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
41O Método da Corrente Crítica é um método bastante eficaz para a
redução dos atrasos em cronogramas e até mesmo para se adiantar ou
comprimir os cronogramas sem causar perdas ou riscos excessivos para o
projeto.
Mesmo o MCC sendo um método mais eficiente aos tradicionais, o
mesmo necessita deles para que seja mapeada a corrente crítica e calculado o
devido buffer, sendo assim este é complementar às técnicas de gerenciamento
de tempo como o CPM e PERT, mas também age sobre fenômenos
comportamentais de maneira a melhorar a produtividade dos recursos dos
projetos e facilitar o trabalho de controle e gerenciamento por parte dos
Gerentes de Projetos.
Em resumo, o Método da Corrente Crítica se difere do método do
caminho crítico e outros mais tradicionais nos seguintes fundamentos:
• São utilizadas as durações médias das tarefas no lugar das seguranças;
• Buffers são inseridos na programação para proteger a data final do
projeto;
• Ambas as dependências entre atividades e entre recursos são
consideradas;
• Evita-se a multitarefa ruins;
• As tarefas de baixo risco são agendadas para o ínicio mais tarde
possível;
• As tarefas de alto risco são agendadas para o início mais cedo possível;
• Os milestones do cronograma são removidos se não houver imposição
externa;
• A corrente crítica não se altera durante a execução do projeto;
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
42• Aplica-se a gestão por buffers.
Os principais benefícios para projetos que aplicam o MCC são:
• Os investimentos em WIP (Work in Process) são minimizados;
• As datas de entrega dos projetos são mais seguras;
• A necessidade de replanejamento do cronograma é diminuída;
• As tarefas com prioridade são destacadas no cronograma;
• A medição da evolução do projeto é simplificada;
• O gerenciamento do projeto como um todo é simplificado.
Mas de nada adianta uma metodologia mais eficiente se os profissionais
envolvidos em projetos não estiverem preparados para receber uma mudança
radical de paradigmas nas práticas de gerenciamento de projetos. É preciso
atuar mais fortemente nos elos mais fracos da corrente do que no resguardo de
possíveis erros e/ou atrasos.
“Para que as empresas possam alcançar a excelência em gestão de projetos,
os seus executivos devem aprender a definir o sucesso do projeto tanto em
termos do que é bom para o projeto quanto do que é bom para a organização.”
(KERZNER, 2004).
Como todo método de referência, o método apresentado aqui não
garante que os projetos geridos a partir destes procedimentos serão perfeitos,
mas aumenta consideravelmente a probabilidade de obtermos produtos de boa
qualidade e atendermos as restrições de escopo, custo, tempo e qualidade
destes projetos.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
43
Ao final deste trabalho concluo que ainda resta muito estudo sobre o
assunto, principalmente no que tange a sua aplicação em si. Em um próximo
trabalho de pesquisa pretendo implantar e medir a aplicação do MCC em
projetos, para assim concluir se realmente são gerados os ganhos expostos
neste trabalho de pesquisa.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Conjunto de Conhecimentos em
Gerenciamento de Projetos – Guia PMBOK – Terceira edição. USA, 2004.
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
44GOLDRATT, Eliyahu. Corrente Crítica. São Paulo: Nobel, 1998.
GOLDRATT, Eliyahu. A Meta. São Paulo: Nobel, 2003.
KERZNER, H. Gestão de Projetos – As Melhores Práticas. Porto Alegre:
Bookman, 2003
QUELHAS, Osvaldo; BARCAUI, André B. Corrente Crítica: Uma Alternativa à
Gerencia de Projetos. Revista Pesquisa e Desenvolvimento Engenharia de
Produção – n2,p1 – 21, Jul 2004
QUELHAS, Osvaldo; BARCAUI, André B. A Teoria das Restrições aplicada a
Gerencia de Projetos: Uma Introdução à Corrente Crítica. Revista Pesquisa e
Desenvolvimento Engenharia de Produção – n2, – 21, Jul 2004
ABDOLLAHYAN, Farhad. Estudo de caso: Análise de casos verídicos de
sucesso e fracasso de projetos. PowerPoint Presentation. PMI, 2007 disponível
em http://www.pmimg.org.br, acessado em outubro de 2009
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
45RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - GERENCIAMENTO DE PROJETOS 12
1.1 – O que é um Projeto? 12
1.2 – Fases e ciclo de vida 13
1.3 – Partes Interessadas no Projeto 17
1.4 – Processos de Gerenciamento de Projetos 18
1.5 – Áreas de conhecimento para Gerenciamento de Projetos 19
CAPÍTULO II - GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO 21
2.1 – Sequenciamento de Atividades 22
2.2 – Estimativa de Recursos 24
2.3 – Técnicas de Gerenciamento de Tempo 25
2.3.1 – Gráfico de Gantt 26
2.3.2 – PERT e CPM 27
2.4 – Métodos para Comprimir o Cronograma 28
CAPÍTULO III – MÉTODO DA CORRENTE CRÍTICA 29
3.1 – Teoria das Restrições (TOC) 29
3.1.1 – Método do Tambor-Pulmão-Corda 30
3.1.2 – Método Árvore da Realidade Atual 32
3.2 – Método da Corrente Crítica (MCC) 32
3.2.1 – Margem de Segurança 33
3.2.2 – Síndrome do Estudante 34
3.2.3 – Lei de Parkinson 34
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
46 3.2.4 – Multitarefas Ruins 35
3.2.5 – Margem de Segurança do MCC 36
3.2.6 – Buffers 36
3.2.7 – Cálculo dos Buffers 37
3.3 – Gerenciamento por Buffers 39
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
INDICE 45
FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
GERENCIAMENTO DE TEMPO DO PROJETO ATRAVÉS DO MÉTODO DA
CORRENTE CRÍTICA
47Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: