34
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Por: Rosane Sant’Anna da Silva Bragança Orientador Prof. Flavia Cavalcanti Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Por: Rosane Sant’Anna da Silva Bragança

Orientador

Prof. Flavia Cavalcanti

Rio de Janeiro

2009

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-PRENDIZAGEM

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre

– Universidade Candido Mendes como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em

Psicopedagogia

Por: Rosane Sant’Anna da Silva Bragança

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

AGRADECIMENTO

Agradeço aos professores, amigos e parentes e a todos

que fizeram parte e designaram a minha caminhada, e a

Deus por me permitir chegar até esses agradecimentos.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

DEDICATÓRIA

Aos pais, Rachel e Nilson, meu marido Luíz Anderson a

meus filhos Rafael e Arthur, e a todos que me ajudaram a

crescer um pouco mais.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar a afetividade no

processo de ensino-aprendizagem, ressaltando caminhos didáticos que o

docente precisa seguir para se obter um ensino de qualidade, e a importância

das relações de afetividade na escola, para que o aluno desenvolva

satisfatoriamente as habilidades cognitivas.Aborda a importância dos vínculos

de afetividade entre professor-aluno, elucidando a contribuição que está

dinâmica afetiva representada para o ensino-aprendizado.A afetividade

desempenha um papel essencial ao desenvolvimento da aprendizagem, o

interesse e a motivação nascem a partir das relações de afetividade no

ambiente escolar, e com isso entende-se a importância da afetividade e na

criação de vínculos entre ensinante e aprendente.Portanto através da

afetividade no processo de ensino-aprendizagem, pode-se ter a perspectiva de

um aprendizado prazeroso e qualitativo que possibilite ao educando a

motivação para o aprende.

Afetividade, ensino-aprendizagem, vínculo.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

METODOLOGIA

Para realizar está monografia, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, após

leitura prévia das bibliografias citadas, confeccionou fichas resumos dos livros

lidos com as devidas referencias bibligaficas, buscou-se questionar

professores, sobre o tema abordado na monografia de forma a direcionar o

andamento da pesquisa, tomou-se por base Teórica os seguintes autores,

Bossa (1994), Cunha (2007), Cunha (2008), Libâneo (1990), Saltine (2008),

entre outros, opinou-se pela escolha do tema através do projeto de pesquisa a

qual foi aprovado pela orientadora. Por fim, elaboraram-se os textos com

devidas citações e dividiu-se em três capítulos, na qual é apresentado.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 08

CAPÍTULO I – Referencial teórico, buscando conceituar a afetividade ........... 11

1.1 – Afetividade e aprendizado ................................................... 11

1.2 – Desenvolvimento na área afetiva segundo Jean Piaget ..... 13

1.3 – Abordagem de Henri Wallon sobre a afetividade ............... 14

CAPÍTULO II – A escola como instituição afetiva ............................................ 17

2.1 – Breve história da afetividade na educação ........................ 19

CAPÍTULO III – A relação de afetividade entre professor-aluno na sala de

Aula ............................................................................................. 24

3.1 – O vínculo professor-aluno e a relação do lúdico na sala

de aula ........................................................................................ 27

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 29/30

CONCLUSÃO .............................................................................................. 31/32

ÍNDICE ............................................................................................................. 33

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 34

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

8

INTRODUÇÃO

O tema que será desenvolvido nesta monografia é a relação de

afetividade na educação, que ora apresenta-se como importante aliada nos

processos de ensino-aprendizagem. Esta abordagem vem sendo vista por

alguns educadores como caminho para se ter bons resultados escolares e

consequentemente na vida adulta dos alunos; pois sabe-se, que aprendemos

melhor se o fazemos em um clima de confiança, incentivo e apoio,

proporcionando relações de afetividade e integração na escola.

Algumas formas de ensinar se baseiam apenas em concepções

pedagógicas que legitimam os conteúdos e se organizam em torno da

avaliação, portanto cabem aos profissionais da educação buscar novas

perspectivas educacionais, novos caminhos que possibilitem um aprendizado

qualitativo e não quantitativo. Desta forma vejamos quais os benefícios que a

afetividade pode da ao aprendizado e de que maneira a prática docente pode

contribuir para que haja uma aprendizagem significativa.

Observa-se que a desmotivação e a falta de interesse dos alunos

tornam-se uma problemática constante na sala de aula; e discutir as causas

que provocam esta desmotivação são fatores que motivam o estudo da

influência afetiva no aprendizado. É preciso entender os estímulos afetivos da

aprendizagem e conhecer toda a sua amplitude e forma de auxílio que está

prática pode dá a educação.

O presente trabalho se justifica na medida em que percebe-se a

importância da relação de afetividade no processo de ensino-aprendizagem,

cabe ao professor introduzir esta afetividade motivadora que permite ao aluno

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

9

prazer em aprender; e conseqüentemente contribuirá para melhor relação

professor-aluno, Salienta-se, que o processo de construção do aprendizado

está ligado com a motivação e o afeto que o aluno tem diante do objeto a ser

estudado, considera-se, que o afeto é um impulso emocional que pode-se

refletir em um sentimento de agrado ou desagrado, desta forma quando

refletido em relação de amorosidade, auto-estima, respeito e compreensão,

torna-se estímulos para o aprendizado, o que favorecerá por sua vez, maior

eficácia no trabalho pedagógico desenvolvido.

Para realizar este estudo, considerei da seguinte hipótese, as

relações de afetividade no contexto escolar, torna-se necessária para se obter

maior resultado nos processos de ensino e aprendizagem; tendo em vista que

as ações pedagógicas que favorecem a afetividade no trabalho do professor,

isto é através do relacionamento afetivo pautado no respeito, autonomia e

compreensão entre ambos nos obriga a repensar nossa prática como

educadores, a fim de desenvolver a postura de mediador desta concepção

para sala de aula.

Esta pesquisa esta estruturada em três capítulos. O primeiro capítulo,

procura apresentar e conceituar afetividade destacando sua importância para o

processo ensino-aprendizagem. O segundo capítulo situa a escola como

instituição afetiva, apresenta as contribuições que a afetividade pode dá ao

cotidiano escolar. E finalizando, apresento a atuação do professor na sala aula

frente à relação de afetividade, onde procuro abordar as relações afetivas e tê-

las como processo de motivação para o ensino-aprendizagem.

A vivência afetiva possibilita ao educando novas perspectivas, oferece a

oportunidade de ir além ao currículo acadêmico, possibilita romper paradigmas,

torna mais significativo e prazeroso o ensino- aprendizagem. Segundo Cunha

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

10

(2008), o professor deve olhar o aluno com zelo, com percepção cada aluno é

único e precisa conquista sua identidade e autonomia. Com isso, a relação

estabelecida entre educador e educando determina a qualidade do

aprendizado.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

11

CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

BUSCANDO CONCEITUAR A AFETIVIDADE

Atualmente o ensino escolar passa por um momento critico, uma vez

que a questão da falta de interesse por parte do educando vem se agravando

progressivamente; dificultando a relação professor-aluno e prejudicando o

desenvolvimento do aprendizado. Desta forma, tal questão vem sendo objeto

de preocupação no meio educacional; pois são constantes as reclamações por

parte dos professores em relação à falta de motivação de seus alunos.

A este respeito, Cunha (2008 p. 16) salienta-se:

Nossos impulsos emocionais têm início no afeto. Referimo-nos às sensações que vivenciam no campo dos sentimentos e que nos trazem experiências reais,boas ou ruis. Essas experiências são responsáveis pelo nosso prazer em viver e em grande parte, pelo sucesso ou insucesso no mundo acadêmico.

1.1 – Afetividade e Aprendizado

De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria

pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos melhor

qualidade de vida. Trata-se de algo que acompanha o homem desde o

nascimento, e é, o responsável pela compreensão das emoções e dos

sentimentos humanos, que por sinal são humanos por causa dele. Fala-se da

afetividade, que segundo Ferreira (2000). È o conjunto de fenômenos

psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões,

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

12

acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, satisfação ou

insatisfação, desagrado ou desagrado, alegria ou tristeza. Segundo o

Dicionário Aurélio, a palavra afeto vem do latim, (affectur) afetar, tocar, e

constitui elementos básicos da afetividade. Segundo Ximenes afetividade vem

a ser a qualidade de afetivo, conjunto dos fenômenos psíquicos vivenciados na

forma de sentimentos e paixões. Aprendizado é a ação ou efeito de aprender;

tempo que eleva para prender algo. Compreende-se, que a afetividade e o

aprendizado são aspectos indissociáveis, intimamente ligados e influenciados

pela socialização.

É importante destacar que afetividade não se dá apenas nos contatos

físicos, mas também através das formas cognitivas, nas relações afetivas no

processo de ensino-aprendizagem, de forma a contribuir com a auto-estima do

educando; isto é, elogiando seu trabalho, reconhecendo seus esforços e

motivando sempre, de forma que o aluno sinta-se confiante e capaz

desenvolva um aprendizado mais significativo e prazeroso. A afetividade

quando resulta da pratica do amor, torna-se amorosidade, atitude que se

reveste em um estímulo para o aprendizado, dando clareza e entendimento a

consciência, que por sua vez, têm como conseqüência o prazer em aprender e

ensinar. CUNHA (2008).

De acordo com Piaget, o afeto desempenha um papel essencial no

funcionamento da inteligência, sem afeto não haveria motivação e

conseqüentemente, perguntas ou problemas nunca seriam colocados e não

haveria inteligência. Afetividade é atribuída como uma condição inevitável na

construção da inteligência. Ainda, define-se afetividade como todos os

movimentos mentais conscientes e inconscientes não racionais razão, sendo o

afeto um elemento indiferenciado do domínio da afetividade. Afirma-se, que o

afeto é uma importante energia para o desenvolvimento mental.

Existe uma grande divergência quanto à conceituação das relações de

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

13

afetividade, na literatura encontra-se relacionado aos componentes biológicos

do comportamento do ser humano.

Afetividade, possui conceitos mais amplos, refere-se as vivencias do

individuo e as formas de expressão mais complexas e essencialmente

humana. A partir da pratica docente, observa-se que, crianças que possuem

relação afetiva positiva em seu ambiente escolar e na família, apresentam

melhores resultados educacionais.

1.2. Desenvolvimento da área afetiva segundo Jean Piaget

De acordo com Cunha (2008), através da investigação da cognição

humana, percebe-se como o aprendente elabora suas escolhas e como a

relação com o exterior instrumentaliza a mediação do aprendizado; e como é

importante observar a lógica de fundamentação mental é diferente em cada

idade; Piaget observa que a faixa etária não deve ser vista como um parâmetro

rígido, em razão diferenças individual e a interação com o ambiente social.

Sensório Motor ou pratico, (zero a dois anos): A inteligência precede a

linguagem, estabelece relações entre as ações e as modificações que elas

provocam no ambiente físico. A percepção sensório motor leva a criança a

formular as imagens mentais que resultarão na construção de sua linguagem,

ela não utiliza a fala, mas aplica ações.

Pré-operatório ou intuitivo, (dois a seis anos): Desenvolvimento da

capacidade simbólica, a criança aprende a apensar em um objeto por meio da

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

14

imagem de outro. Começa a desenvolver sua inteligência não somente pelas

ações, mas também pela linguagem, no entanto, ainda não possui a

reversibilidade. Começa a representar as realidades do mundo através de

desenhos e brincadeiras.

Operatório-concreto, (sete a onze anos): Possui capacidade de ação

interna, operações matemáticas, características das operações,

reversibilidade, invariância, ela já compreende que somando 7+4 ou 4+7

obterá o mesmo resultado.Por isso é natural que a criança tenha dificuldades

em desenvolver atividades que demandem apenas a abstração

Operatório-formal, (onze anos em diante): Abstrato, a operação se

realiza através da linguagem, conceitos. A criança ou adolescente já pode

trabalhar abstraindo fora de sua realidade física. O raciocínio é hipotético-

dedutivo levantamento de hipóteses, realizações de deduções. A este

respeito Cunha (2008 p.57) afirma que:

É importante que o professor conheça os estágios cognitivos do seu aluno, para utilizar os mecanismos educativos apropriados que promovam práticas pedagógicas estimulativas não restritas, adequadas ao período de amadurecimento de cada idade.

De acordo com o autor, salienta-se a importância do professor

conhecer as etapas de desenvolvimento do aluno, de forma a se estabelecer

um olhar atento, pronto a intervir quando necessário

1.3.Abordagem de Henri WaIlon sobre a afetividade

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

15

Henri Wallon aborda a relação de afetividade como ponto

extremamente importante em sua teoria psicogenética. Apresenta-se distinção

entre a afetividade e a emoção; a este respeito, La Taylle ( 1992,p.86) afirma

que:

A consciência afetiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica: Corresponde a sua a sua primeira manifestação. Pelo vinculo imediato instauram como ambiente social, ela garante o acesso ao universo simbólica da cultura elaborada pelos homens ao longo de sua historia. Desta forma a ela que permitirá a tomada de posse dos instrumentos com os quais trabalha a afetividade cognitiva, neste sentido, ele lhe dá origem.

Afetividade possui um papel importante no desenvolvimento da pessoa

pois é por meio dela que o ser humano demonstra seus desejos e vontades;

segundo Wallon, em seu sistema neurovegetativo, revelam importantes trocas

de caráter e personalidade. As emoções são altamente orgânicas, ajuda o ser

humano a se conhecer; a raiva, o medo, a tristeza, a alegria e os se

sentimentos profundos possuem uma função de grande relevância no

relacionamento da criança com o meio.

Para Wallon, as emoções assim como os sentimentos e os desejos, se

manifestam na vida afetiva; Wallon não separou o aspecto cognitivo do afetivo,

para ele, as emoções estão ligadas aos movimentos, deste modo a

motricidade tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do

movimento, quanto pela maneira que ele é representado. A escola ao insistir

em manter a criança imobilizada acaba por limitar o fluir de fatores necessários

e importantes para o desenvolvimento da pessoa.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

16

A formação do Eu depende essencialmente do outro, a partir do

momento em que a criança começa a vivenciar a crise de oposição na qual a

negação do outro funciona como uma espécie de descoberta de si mesmo,

isso acontece por volta dos três anos de idade.

Desta forma, entende-se que a condição da afetividade no aprendizado

é percebido em cada estagio das teorias de Piaget, Wallon, Vygotsky, e elas

podem determinar o desenvolvimento cognitivo da criança e desenvolver a

relação de afetividade positiva ou negativa. Segundo Vigotsky, o pensamento

tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui necessidades, interesses,

impulsos, afeto e emoções; cada idéia contém uma atitude afetiva.

Pode-se observar, que na teoria de Wallon a afetividade representa o

ponto de partida do desenvolvimento humano e a partir do relacionamento do

contato com o outro a criança cria o vinculo afetivo favorável ou não. A

primeira relação afetiva que acriança constitui é com sua mãe, através da

amamentação, que logo é substitui ido por uma relação mais estreita de

contentamento para criança quanto para a mãe. Nesse período as relações

familiares são extremamente importantes para o crescimento e

desenvolvimento intelectual do ser humano.

Através dos estudos teóricos sobre afetividade, percebe-se a interação

que existe entre o ambiente familiar e o escolar, como segundo ambiente de

socialização. A criança que vive em um ambiente de equilíbrio familiar que lhe

oferece condições mínimas experimentar e expressar suas emoções irá sem

duvidas ter mais chances de lidar com maior segurança os seus sentimentos, e

poderá dessa maneira trabalhar com seu sucesso e fracasso de forma mais

adequada.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

17

CAPÍTULO II

2. A escola como instituição afetiva

Este capítulo têm o propósito de elucidar as idéias a cerca das relações

de afetividade na escola. Intrinsecamente ligada à cognição, a afetividade

constitui-se fator essencial na vida escolar, devendo, pois os educadores estar

atentos para a integração de uma política da afetividade na escola e no

processo de ensino-aprendizagem.

De acordo com a teoria de Vygatky, salienta-se que a aprendizagem se

configura em uma perspectiva social, isto é, através da interação com o outro

que a criança incorpora instrumentos culturais. Vygatky destaca a importância

das interações sociais, trás o conceito da mediação e da internalização como

aspectos fundamentais para aprendizagem.

Afirma-se, que a construção do conhecimento ocorre a partir do

processo de interação entre pessoas. Portanto, é a partir de sua inserção na

cultura que a criança por meio da interação social com os outros que a

rodeiam, que ela se desenvolve, não só em seu conhecimento, mas também

na constituição do próprio sujeito de suas formas de agir.

Portanto, salienta-se a importância do educando interagir com colegas

de escola, amigos, familiares e com os professores. Cada criança possui

características próprias, há aquelas que são tímidas que demoram a interagir

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

18

com o grupo, essas precisam de estímulos para garantir a interação. Outras

são agitadas e interage com mais facilidade.

A escola precisa conhecer seus alunos, deve-se trabalhar no sentida

organização dos sistemas cognitivos e afetivos. O importante é entender que a

afetividade interfere no crescimento pessoal do ser, mas não está indiferente a

fatores biológicos, sociais e cognitivos, e depende da cultura da qual o

indivíduo está inserido.

Segundo Cunha (2008), a escola atual pode ser considerada como

instituição sócio-educacional e não apenas como transmissora do currículo

acadêmico, ou seja, deve ampliar-se nas dimensões afetivas do ser humano.

Assim, torna-se importante que os pais e educadores, permitam a seus

filhos e alunos, a vivência, a experimentação, das emoções pela criança,

vendo nessas situações oportunidades de ajudá-las a aprender como conviver

com tais emoções sensações que são próprias de ser humano.

A escola preocupa-se principalmente com o conhecimento intelectual e

atualmente constata-se, que tão importante como a aquisição do saber, é os

equilíbrios emocionais, desenvolvendo atitudes positivas diante de si mesmo e

dos outros, aprender a colaborar e viver em sociedade.

A auto-estima contribui positivamente para o sucesso do educando,

possibilitando um resultado positivo e animador no trabalho docente, ao

estabelecer relações cordiais com os alunos, os educadores, mostrem-se

pessoas afetivas e carinhosas, otimistas, tolerantes e flexíveis, dentro dos

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

19

padrões limites: o trabalho docente desta forma torna-se prazeroso para

ambos, possibilitando ao educando o relacionamento com a sociedade como

um todo, onde a aprendizagem torna-se significativa, desafiadora,

problematizadora e instigante, a ponto de mobilizar o aluno e o grupo a buscar

soluções possíveis para serem discutidas e concretizadas.

Com isso torna-se importante que o aluno encontre na escola um

ambiente favorável para o desenvolvimento do aprendizado, que o possibilite a

construir o conhecimento nas múltiplas situações de aprendizagem, que a

educação ofereça perspectivas de expansão da realidade e autonomia de

pensamento, para que os alunos aprendam a fazer escolhas.

2.1 Breve história da afetividade no ensino-aprendizado

A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a lei 9.394

nos oferece os dois princípios da afetividade e amor no âmbio escolar, a

respeito à liberdade e o apreço, a tolerância, que são inspirados nos princípios

de liberdade solidariedade humana. Ambos tem por finalidade o

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania.

O estudo da história da educação e pedagogia é imprescindível ao

conhecimento da educação atual, pois esta é um produto histórico. Segundo

Saltine (2008), educar seria levar um ser humano do estado primitivo à forma

atualizada de civilização e cultura.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

20

Segundo (Cunha, 2008 p.24), para os antigos gregos, escola

representava o lugar de descanso, repouso, ocupação de um homem com

ócio, livre do trabalho servil. A educação na Grécia antiga, por volta de 1800 a

800 antes de Cristo, era aristocrática, baseada nos feitos bélicos. Os tempos

erma heróicos, onde guerreiros e a educação tinham o mesmo caráter. A

educação pregava o individualismo e a competição, o ideal de sempre ser o

primeiro, o melhor.

O pedagogo representava na Grécia o escravo encarregado de

acompanhar crianças, levando-as à escola e ensinando suas lições de casa.

Apesar de mudanças políticas, a Pedagogia continuou com uma teoria da

educação, e seus principais representantes foram Sócrates, Platão, Aristóteles

e Isócrates.

Segundo (Saltine, 2008 p.68), Sócrates (400 a.C) descobriu uma forma

de educar “a maiêutica”, que é arte de trazer à luz as crianças, ou seja, a arte

ser parteiro. Na Grécia Antiga, a mãe de Sócrates era parteira e, quando este

na sua adolescência dizia que ao crescer seria parteira, sua mãe o

desaconselhava, pois na Grécia só as mulheres podiam ser. Sócrates fez isso

durante toda sua vida e, com essa forma de educar, formou sábios e filósofos,

como Platão e outros pertencentes à escola socrática. Esta simples metáfora

nos mostra que, assim como uma mulher “gesta”o filho no ventre, o homem

(ser) produz idéias e necessita de alguém para auxiliá-lo nesse “parto” – papel

este que nos cabe como educadores.

Segundo (Cunha, 2008 p. 24), os romanos, semelhantemente aos

gregos, não valorizavam o trabalho manual. Os estudos eram humanistas,

transcendentes aos interesses locais, espraiando-se à cultura geral. Com a

conquista da Grécia, no segundo século antes e Cristo, Roma recebeu grande

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

21

influência da cultura helênica. Os romanos conseguiram universalizar a sua

humanistas por meio do Cristianismo. Assevera que Cristo, do ponto de vista

pedagógico, foi um grande educador, popular e bem sucedido. “Seus

ensinamentos ligavam-se essencialmente à vida”. A Pedagogia de Jesus era

concreta. Suas palavras advinham do “calor dos fatos”, motivadas por suas

numerosas andanças pela Palestina.

Segundo (Cunha, 2008 p. 26), na idade média, a clerocracia medieval

incide como uma nova força sobre a cultura antiga. No século IX, sob a

inspiração de Carlos Magno, a educação elementar, que era ministrada nas

escolas paroquiais, tinha por finalidade doutrinar as massas camponesas.

A Renascença começou na Itália no século XIV. No período

renascentista, fatos de grande importância para a história da humanidade

refletiram na educação: a fuga dos sábios bizantinos de Constantinopla por

causa da repressão dos turcos.

No século XVIII, entretanto, duas grandes revoluções determinaram profundas

transformações: a Revolução Industrial, iniciada por volta de 1760, e a

Revolução Francesa, em 1789. Nesse tempo de ideal iluminista, os

pensadores defendiam uma sociedade liberal e aberta, com governo

democrático e liberdade de pensamento. Essas idéias influenciaram o

movimento de independência dos Estados Unidos, em 1776. A educação

ocupou um lugar proeminente, e surgiram educadores, como Rousseau e

Pestalozzi.

No decorrer dos séculos a educação transformou-se, tendo em vista

que durante décadas a afetividade não existia nas escolas, o afeto ficou fora

da sala de aula, proporcionando o tecnicismo, a dicotomia, entre a razão e a

emoção. A escola do Brasil hoje vivencia a necessidade de reestruturar sua

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

22

prática pedagógica de acordo com as exigências da atualidade, iniciar

mudanças que acompanhem o desenvolvimento do aluno como ser global,

dotado de emoções e sentimentos.

De acordo com Cunha (2008 p. 30):

Durante anos aqueles que vivenciaram uma educação no amor aprendem que, na perseverança, ensina-se pela experiência; experiência é dádiva do tempo, e o tempo é o despojo de suas conquistas.

Segundo Portella e Bride (2008 p. 214), é de suma importância que a

escola tenha a consciência de que o conhecimento e constituído por emoções,

razão, conteúdos e afeto. Por isso, é o momento de voltarmos a atenção para

a construção desses afetos, pois a criança seleciona o que quer aprender em

junção de seus interesses e afetos.

Para Gattmam (1997), existe cinco passos para preparação emocional

da criança; perceber suas emoções, reconhecer suas limitações, intimidades

ou transmissão de experiências, escutar com empatia, legitimando os

sentimentos da criança, ajudar o aluno a verbalizar e nomear as emoções,

impor limites e, ao mesmo tempo ajudar a resolver seus problemas.Desta

forma, pode-se garantir uma educação onde se valoriza a afetividade e as

emoções do educando.

Entretanto, precisa-se, construir uma nova escola, resultante da fusão

entre a escola antiga e a atual, capaz de formar mentes pensantes, com

conteúdo e desenvolvimento do ser humano “aluno”, afetivo, emocional e

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

23

social. Baseado nesta perspectiva ocorre a necessidade de um novo

profissional da educação, um profissional disposto e atento as necessidades

dos alunos, e capaz de manter uma relação de afetividade com o educando,

proporcionando trocas afetivas que irão acrescentar positivamente ao processo

de ensino e aprendizagem.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

24

CAPÍTULO III

3. A relação de afetividade entre professor e aluno sala de aula

Apresenta-se convicções que o trabalho pedagógico deve ser coerente

com a visão de alcançar bons resultados na prática do ensino e aprendizagem,

utilizando-se da afetividade como ferramenta poderosa e capaz de ampliar as

chances de aprendizado do educando, dando ênfase a importância do vínculo

afetivo entre professor-aluno. As relações de afetividade não garantem por si

só que aluno desenvolva habilidades cognitivas e que tenha um aprendizado

de sucesso. A qualidade educativa depende dá didática que realize o docente

e do contexto que se desenvolva o ensino e aprendizado.

Portanto, é necessário que o professor esteja atento às necessidades

de seus alunos, cognitivas, sócio-econômicas, afetivas, entre outras. Deve-se

preparar a sala de aula para que se torne um espaço de ação e reflexão e de

convivência prazerosa entre todos os envolvidos no processo de ensino-

aprendizagem. Segundo Cury (2003) os professores precisam deixar de ser

bons e se tornarem fascinantes para que suas aulas e conteúdos façam

sentido e possam ser assimiladas por seus alunos.

Os professores devem estar preparados para desenvolver os aspectos

afetivos, suas habilidades e competências da forma mais perfeita possível,

proporcionando ao aprendente um ensino qualitativo com as mais variadas

situações e contextos que possibilitem ao educando, se tornarem autônomos e

capazes de produzir seu próprio conhecimento. Segundo Saltine (2008), o

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

25

professor deve manter uma postura profissional que se manifesta na

percepção e na sensibilidade aos interesses do aluno, que em cada idade

diferem em seu pensamento e modo de sentir o mundo.

É importante que o educador tenha um planejamento de acordo com

cada local onde se desenvolva o aprendizado. Mas para isso é necessário que

o educador seja antes de tudo um amigo, um pesquisador, possibilitando ao

educado descobrir verdades, ao invés de impor conteúdos.

De acordo com (Piaget Amput Saltine 2008 p. 101):

O papel do mestre deve ser o de incitar a pesquisa e de fazer tomar consciência dos problemas, e não o de ditar a verdade. De fato, é preciso não esquecer que uma verdade imposta deixa de ser uma verdade: compreender é inventar ou reinventar e “dar uma lição” prematuramente impedir a criança de encontrar ou redescobrir as soluções por si mesma.

Portanto, o professor deve encorajar o seu aluno a descobrir e inventar,

sem ensinar ou dar conceitos prontos. A relação que o professor estabelece

com o grupo como um todo deve ser pessoal com cada aluno, diferenciada em

todos os seus aspectos qualitativos e cognitivos, respeitando a maturidade de

seu pensamento e a individualidade (Saltine, 2008).

Segundo Libâneo (1990), as relações entre professores e alunos na sala

de aula determina os resultados a se obterem no processo de ensino-

aprendizagem. As formas de comunicação, os aspectos afetivos e emocionais,

as dinâmicas fazem parte das condições organizativas do trabalho docente, a

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

26

interação professor-aluno contribui para alcançar os objetivos propostos,

transmissão e assimilação dos conhecimentos, hábitos e habilidades.

De acordo com Porto (2009) a interação estabelecida entre professores

e alunos, por meio da afetividade e da cognição, exercem influências decisivas

nas relações de aprendizagem. Por meio de interação professor-aluno, tanto

os alunos quanto os professores são constituído a imagem um do outro, criam-

se então expectativas que podem ser ou não harmoniosas. Desta forma, é

importante que o professor desenvolva com os alunos a prática de incentivá-

los, ouvi-los, ter um olhar atento e estar pronto para fazer intervenções sempre

que necessário.

A este respeito Saltine (2002, p 60 Apud Porto, 2009), salienta:

O educador não pode ser aquele indivíduo que fala horas a fio a seu aluno, mas aquele que estabelece uma relação e um diálogo íntimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar idéias e colocá-las ao serviço de sua vida.

De acordo com Cunha (2008) a sala de aula representa para o professor

a prática de sua condição acadêmica e afetiva, o exercício do professor é

primordialmente o trabalho, para perceber que cada aluno aprende de maneira

diferente e que nem todos têm as mesmas habilidades. As sua aptidões serão

reveladas nas atividades praticadas na sala de aula.

Na sala de aula, a relação de afetividade estabelecida entre professor-

aluno será decisiva para que o educando possa ter uma aprendizagem mais

significativa. A qualidade das relações afetivas, entre ensinante e aprendente

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

27

transparece no ambiente da sala de aula, na metodologia aplicada e no

planejamento das atividades. Segundo Portela e Bride (2008), o caráter afetivo

na relação entre professor e aluno representa o cuidado que o educador deve

ter para com o educando, de forma que ele venha a ter a sua subjetividade

mais elaborada, e se torne um adulto equilibrado e seguro.

3.1 O vínculo professor-aluno e a relação do lúdico na sala de

aula

Torna-se importante que os educadores tenham consciência de se

dedicarem a proporcionar ambientes educativos que sejam estimuladores,

agradáveis e inteligentes. Portanto, é essencial que o professor possa

estabelecer um vínculo de afetividade com seu aluno.

De acordo com Portela e Bride (2008), é necessário que o professor

invista na formação de vínculos afetivos com o seu aluno, não estamos falando

da afetividade do professor para com alguns alunos e sim da afetividade que

impulsiona o professor em ter prazer de ensinar, aponte caminhos e reconstrói

a esperança em um mundo melhor, uma educação de qualidade, baseada no

respeito mútuo e comprometimento que o professor tenha um relacionamento

harmonioso na dinâmica educacional na qual ele possa cumprir seu papel de

mediador e facilitador no processo de aprendizagem.

Para Maranhão (2007), o lúdico na sala de aula é um recurso muito

significativo que atua como complemento ao processo de aprendizagem.

Através da brincadeira, do jogo o educando explora suas emoções, organiza

seu pensamento, faz uso da linguagem e da sua criatividade. Possibilita que o

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

28

professor torne suas aulas mais dinâmicas e atraentes de maneira que os

alunos tenham prazer em aprender, e o professor prazer em ensinar, que haja

uma dinâmica afetiva entre professor-aluno.

O ambiente de uma sala de aula deve-se voltar para a construção das

múltiplas inteligências, para o lúdico, é um ambiente alegre e saudável, lugar

atrativo, onde o educando encontra-se motivado e aberto para o processo de

ensino-aprendizagem Maranhão (2007). Segundo Portella e Bride (2008), o

caráter afetivo na relação entre professor e aluno representa o cuidado que o

educador deve ter para com o educando, para que ele aprenda e se

desenvolva um adulto saudável com a subjetividade mais elaborado, mais

equilibrado e seguro.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

29

BIBLIOGRAFIA

BOSSA, Nadia aparecida. A Psicopedagogia no Brasil: Porto alegre, artes

médicas, 1994.

BRASIL, Constituição Federal do Brasil, 1998 – Lei nº 9394 de 20 Dez.

1996, estabelece diretrizes e bases para educação. Diário Oficial [República

Federativa Brasileira], Brasília. DF, 23 Dez. 1996, Ministro de educação e

cultura.

BRIDE, Fabiani / 2007 PORTELLA, Fabiane Romano (org).Aprendizagem. Rio

de Janeiro: Wak, 2008.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia do amor. A contribuição das histórias

universais para a formação de valores das novas gerações. São Paulo:

Gente, 2003.

CUNHA, Antônio Eugênio. Afetividade na prática pedagógica: Educação e

tv na escola. Rio de Janeiro: Wak, 2007.

CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e aprendizagem: amorosidade e saber na

prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

CURY, AJ. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro:

Sextante, 2003.

FERREIRA, A. B. H. Mini Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

GOTTMAN, I. Declarice, I. Inteligência emocional. 34 ed: Rio de Janeiro,

Objetiva, 1997.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

30

LATAILLE, Yves. Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em

discussão. São Paulo: Summus, 1992.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática – São Paulo: Cortez, 1990.

MARÃO, Dirá Miranda Marques Machado. Ensinar Brincando: aprendizagem

pode ser uma grande brincadeira. 4 ed. Rio de Janeiro: Ed Wak, 2007.

PORTO, Olívio. Bases da Psicopedagogia: diagnósticos e intervenções

nos problemas de aprendizagem, 4 ed. Rio de Janeiro: Ed Wak, 2009.

SALTINE, Cláudio P. Afetividade e Inteligência. 5 ed. Rio de janeiro, 2008.

XIMENES, Sérgio. Dicionário da Língua Portuguesa 2º ed: São Paulo,

Ediouro, 2000.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

31

CONCLUSÃO

Conclui-se, que a afetividade representa um papel importante na

construção dos saberes pedagógicos no processo de ensino-aprendizagem,

visando o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e emocional do aluno.

Portanto, nota-se que a integração entre professor e aluno, contribuindo

qualitativamente para o desenvolvimento do educando, ou seja, que a troca de

experiências entre ensinante e aprendente, resulta na prática afetiva e na

formação de vínculos, que contribuirá para o sucesso da educação. Verificou-

se que professores e educadores que incluem a afetividade em seu cotidiano

educacional apontam para os resultados positivos que conseguem alcançar no

processo de ensino-aprendizagem.

Contudo, a relação de afetividade entre professor-aluno, pode ser

positiva ou negativa, a afetividade quando refletida em afeto e amorosidade,

possibilita o interesse e a motivação do educando pelo estudo, ou seja, quando

se estabelece a harmonia, respeito, atenção, se começa a valorizar os

sentimentos humanos, aprendizagem ocorrerá com certeza com mais

qualidade e sucesso. A afetividade constitui fator importante para o

desenvolvimento do ser humano, através das relações de afetividades e como

ela são trabalhadas no indivíduo, tornando assim, um desafio para os

educadores comprometidos com a educação.

Atualmente a maioria das escolas priorizam o desenvolvimento

cognitivo, esquecendo-se da afetividade e da emoção no ser humano, como

componentes essenciais ao processo de aprendizagem. Desta forma

elucidamos a necessidade que a educação escolar seja pautada na relação

afetividade entre educador e educando que se comprometa em formar

cidadãos, pessoas íntegras, amorosas e motivadas para o aprender.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

32

A integração de todos envolvidos no processo educativo, família, escola,

professores irá proporcionar ao educando a possibilidade de ter um

aprendizado mais significativo. Cabe ao professor investir em vínculos afetivos,

recuperar no aluno a esperança e o prazer em aprender. Espera-se que os

educadores reflitam sobre o seu papel de mediador e facilitador, recuperando a

afetividade no ensino-aprendizagem.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

33

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ............................................................................................ 2

AGRADECIMENTO ............................................................................................ 3

DEDICATÓRIA ................................................................................................... 4

RESUMO ............................................................................................................ 5

METODOLOGIA ................................................................................................. 6

SUMÁRIO ........................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO BUSCANDO, CONCEITUAR A AFETIVIDADE .... 11

1.1 – Afetividade e aprendizado ....................................................................... 11

1.2 – Desenvolvimento da área afetiva segundo Jean Piaget ........................ 13

1.3 – Abordagem de Henri Wallon sobre a afetividade .................................... 14

CAPÍTULO II

ESCOLA COMO INSTITUIÇÃO AFETIVA ....................................................... 17

2 .1 – Breve história da afetividade no ensino e aprendizado .......................... 19

CAPÍTULO III

A RELAÇÃO DE AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR E ALUNO NA SALA DE

AULA ................................................................................................................ 24

3.1 – O vínculo de professor-aluno e a relação do lúdico na sala de aula ....... 27

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 29/30

CONCLUSÃO .............................................................................................. 31/32

ÍNDICE ............................................................................................................. 33

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 34

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · De acordo com Cunha (2008), não se trata de uma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta cientifica para dar-nos

34

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: