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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB

Av. da Abolição, 3 - CEP: 62.790-000 – Redenção/CE – Brasil – (85)3332-1482 [email protected]

UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA

LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA

Tomaz Aroldo da Mota Santos

Reitor

Thiago de Albuquerque Gomes

Pró-Reitor de Administração

Elaboração:

Rafaela Feitosa Maia

Gerente da Divisão do Núcleo de Contratos

Mariana Benevides Freire

Assistente em Administração

Vanessa Ingrid da Costa Cardoso

Coordenadora de Logística

Colaboração:

Marcelo Franklin da Silva Alves

Administrador

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SUMÁRIO

1 - CONTRATO ................................................................................................................ 4

1.1 Contrato Administrativo ............................................................................................. 5

1.2 Quando há a obrigatoriedade do contrato .................................................................. 6

1.3 Principais direitos e obrigações das partes ................................................................ 7

1.4 Duração dos contratos administrativos ....................................................................... 8

1.5 Prazo de Execução e Alteração Contratual................................................................. 8

1.5.1 Alteração Unilateral .................................................................................. 10

1.5.2 Alteração por acordo entre as partes ........................................................ 11

1.5.3 Limites legais para alterações contratuais ................................................ 12

1.5.4 Forma de verificar o valor da apuração dos limites percentuais

indicados (25% e 50%) .................................................................................. 14

1.5.5 Formalização das alterações contratuais ................................................... 15

1.6 Procedimentos e/ou instrumentos utilizados para a manutenção do equilíbrio

econômico-financeiro dos contratos .......................................................................... 17

1.6.1 Reajuste ................................................................................................... 17

1.6.2 Revisão .................................................................................................... 18

1.6.3 Repactuação ............................................................................................. 18

2 – ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATO ........................ 21

2.1 Fiscal do Contrato .................................................................................................... 22

2.1.1 Designação do Fiscal ................................................................................ 24

2.1.2 O servidor poderá se negar a exercer a função de fiscal de contrato? ...... 26

2.1.3 Perfil do Fiscal ......................................................................................... 26

2.1.4 Atribuições do Fiscal ............................................................................... 27

2.1.5 Obrigações do Fiscal ................................................................................ 29

2.1.6 Cuidados Iniciais ..................................................................................... 30

2.1.7 Cuidados Permanentes ............................................................................. 30

3 – LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO ........................................................................... 32

3.1 Liquidação ............................................................................................................... 32

3.2 Pagamento ............................................................................................................... 32

4 – PENALIDADES ........................................................................................................ 33

4.1 Penalidades aplicáveis às empresas .......................................................................... 33

4.2 Penalidades aplicáveis ao servidor público – Fiscal do Contrato ............................ 34

Relação das falhas mais comuns ................................................................................ 35

Perguntas Frequentes ................................................................................................... 35

Considerações Finais .................................................................................................... 38

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1. CONTRATO

A Administração Pública, após planejar suas ações e realizar o procedimento

licitatório ou outro procedimento permitido por lei, celebra acordo entre as partes

(particulares), denominado contrato. Para fins da Lei n° 8.666/93, o contrato é um ajuste

entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, estabelecendo acordo

de vontades, vínculo e obrigações recíprocas.

Observa-se pelo conceito de contrato que é todo aquele realizado por entidades da

Administração Pública entre si ou com particulares. O contrato pode ser regido, integral

ou parcialmente, pelo Direito Público ou apenas pelo Direito Privado.

Quando o contrato for regido integralmente por normas de Direito Público,

todos os dispositivos da Lei 8.666/93 são aplicados. Entretanto, a própria lei em seu artigo

54 permite utilizar, subsidiariamente, “os princípios da teoria geral dos contratos e as

disposições de direito privado”.

No entanto, a sua característica predominante é a cláusula exorbitante, que decorre

do princípio da supremacia do interesse público, dando várias prerrogativas à

Administração Pública.

Podemos citar como cláusulas exorbitantes:

Possibilidade de alteração unilateral do contrato pela Administração;

A rescisão unilateral;

A fiscalização do contrato;

A possibilidade de aplicação de penalidades por inexecução e;

A ocupação, na hipótese de rescisão contratual.

Há os contratos celebrados pela Administração que são semipúblicos. Obedecem

algumas normas da Lei n° 8.666/93 e são regidos predominantemente pelo Direito

Privado.

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Por último, há os contratos da Administração regidos integralmente por normas

de Direito Privado, que são os contratos realizados por empresas públicas e sociedades

de economia mista que realizam atividades econômicas.

Quadro 1 – Tipos de contrato

Tipo de Contrato Regido por

Contrato Administrativo Primordialmente pela Lei 8.666/93 – aplicação

subsidiária das normas de Direito Privado

Contrato Semipúblico Algumas normas da Lei 8.666/93 (arts. 55 e 58-61)

Contrato Privado Integralmente pelo Direito Privado

Fonte: Elaboração própria, baseada na Lei 8.666/93.

1.1 Contrato Administrativo

Na Administração Pública, os contratos mais comuns que são firmados com

particulares são os contratos de obras públicas, contratos de prestação de serviço e os

que envolvem fornecimento, ou seja, o contrato administrativo. O contrato

administrativo, em regra, é sempre formal e escrito, salvo o de pequenas compras de

pronto pagamento. As características principais do contrato administrativo são:

Supremacia e indisponibilidade do interesse público;

Modificação unilateral - exceto cláusulas financeiras;

Imposição de sanções;

Exigência de cumprimento de prestações alheias;

Garantia de equilíbrio econômico-financeiro;

Forma prescrita em lei;

Procedimento legal;

Natureza de contrato de adesão;

Natureza intuito persona e;

Presença de cláusulas exorbitantes.

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Na elaboração do contrato administrativo, a Administração deverá definir,

conforme artigo 55 da Lei n° 8.666/93, os seguintes itens, os quais são essenciais ao

contrato:

Direitos, obrigações e responsabilidades das partes;

Condições de execução do contrato;

Objeto e elementos característicos do serviço;

Regime de execução;

Preço, condições de pagamento;

Reajuste - critérios, periodicidade, data-base;

Prazos de execução;

Prazo de recebimento do objeto do contrato;

Previsão orçamentária;

Garantias;

Penalidades;

Hipóteses de rescisão;

Foro.

Além dos itens essenciais acima indicados, as seguintes informações deverão

constar no contrato:

Nome do órgão ou entidade da Administração e respectivo representante;

Nome do particular que executará o objeto do contrato e respectivo

representante;

Finalidade ou objetivo do contrato;

Ato que autorizou a lavratura do contrato;

Número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;

Sujeição dos contratantes às normas da Lei no 8.666/1993 e

Submissão dos contratantes às cláusulas contratuais.

1.2 Quando há a obrigatoriedade do contrato?

A formalização do instrumento contratual é definida pelo caput do artigo 62 da

Lei n° 8.666/93, que determina a obrigatoriedade sempre que o valor da contratação

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superar aquele relativo ao uso da modalidade convite. A Administração é obrigada a

celebrar contrato nas seguintes situações:

Concorrência, tomada de preços e pregão;

Dispensas e inexigibilidades cujo valor da contratação esteja compreendido

nos limites dessas duas modalidades de licitação; e

Nas contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações futuras, por

exemplo: entrega futura ou parcelada do objeto e assistência técnica.

Nas demais situações, a Administração tem a faculdade de celebrar o contrato,

podendo ser substituído por outros instrumentos, tais como:

Carta-contrato;

Nota de empenho de despesa;

Autorização de compra; ou

Ordem de execução de serviço.

Quadro 2 – Obrigatoriedade do contrato

Art. 62, CAPUT e § 4º, da Lei nº 8.666/93

A utilização do instrumento de contrato será:

Obrigatória Facultativa

Nos casos de concorrência, tomada de

preços, pregão e contratação direta

(dispensa e inexigibilidade de licitação)

com valores superiores ao da modalidade

convite (R$ 80.000,00)

Nos casos de contratação direta, convite

ou pregão com valor inferior ao da

modalidade convite (R$ 80.000,00)

Independentemente do valor, nos casos

em que resultem obrigações futuras,

inclusive assistência técnica.

Independentemente do valor, nos casos de

compra com entrega imediata e integral

dos bens adquiridos, dos quais não

resultem obrigações futuras, inclusive

assistência técnica.

Fonte: Elaboração própria com base na Lei nº 8.666/93

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No entanto, devem ser aplicadas a esses instrumentos, no que for pertinente, as

exigências do termo de contrato, a exemplo da descrição do objeto, do preço, dos prazos,

das condições de execução, entre outras.

Logo, o contrato somente gera efeitos entre as partes contratantes depois da

formalidade de publicação, razão pela qual a execução do objeto não poderá ser exigida

do particular enquanto o contrato não se tornar público. Dessa forma, é importante

que Administração busque celeridade no ato de publicação resumida do instrumento

contratual (extrato).

De acordo com entendimento já consolidado no Tribunal de Contas da União, os

deveres contratuais não estarão em vigor até que tenha ocorrido a publicação do extrato

do contrato, sendo os prazos contratuais contados a partir da data da publicação e não da

data da assinatura. (Acórdão/TCU 400/2010 – Plenário)

O conteúdo do contrato deve mostrar claramente a vontade das partes, ressaltando

que a vontade da Administração Pública deve estar condicionada ao atendimento do

interesse público. Devem fazer parte do contrato, independentemente de sua transcrição,

não podendo afastá-los ou contrariar suas disposições:

O edital;

O projeto básico ou o termo de referência;

A memória de cálculos;

A planilha de custos;

Atenção!

A publicação, na impressa oficial, de um resumo do contrato é condição

para sua eficácia, devendo ser providenciado pela Administração até o quinto dia útil do mês

seguinte à sua assinatura, para ocorrer no prazo de 20 dias daquela data.

(Art. 61, parágrafo único da Lei nº 8.666/93)

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Os cronogramas e;

Outros descritivos que representam o objeto da contratação.

1.3 Principais direitos e obrigações das partes

É valido salientar que a Administração Pública, quando da execução do contrato,

possui poderes de autoridade que lhe possibilitam:

a) Realizar a fiscalização do contrato: controlar a execução do contrato para

evitar surpresas prejudiciais ao interesse público;

b) Realizar a modificação unilateral: realizar a alteração contratual, desde que

respeitado o objeto do contrato e o seu equilíbrio financeiro, assim como fundar-se em

motivos de interesse público;

c) Aplicar sanções: seja pela inexecução do contrato, seja pelo atraso na

execução, seja por qualquer outra forma de execução imperfeita.

O interesse público deve sempre estar presente em todas as decisões

administrativas, porém a simples alegação do interesse público não é capaz de motivar o

DIREITOS

Contratante (Administração Pública)

Exercer as prerrogativas previstas nas cláusulas exorbitantes.

Contratada (Particular)

Receber o preço convencionado; manutenção do equilíbrio econômico

financeiro.

OBRIGAÇÕES

Contratante (Administração Pública)

Pagamento do preço e entrega do local da execução da obra ou serviço.

Contratada (Particular)

Prestação do objeto do contrato.

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uso da cláusula exorbitante. Há de se ter cautela. A utilização indevida do princípio para

justificar arbitrariedade do agente público (desvio de poder) ou para a busca de seu

interesse pessoal torna o ato administrativo inválido.

Para invocar o interesse público há que, necessariamente, demonstrar qual é o

interesse público. Cabe ao administrador analisar o caso concreto e observar os princípios

jurídicos para embasá-lo e adotar uma decisão adequada a cada caso, o que permitirá

maior eficiência e eficácia na gestão dos contratos. Lembrando que, na Administração

Pública, os meios que justificam os fins são as leis, e ato praticado não tem que ser

somente legal, tem que ser igualmente moral, razoável e proporcional.

1.3.1 Conta Vinculada

A Conta Vinculada é uma forma diferida de pagamento à Contratada, pois

antecipa o pagamento de evento futuro, que só possibilita a utilização do recurso com o

aperfeiçoamento do evento (pagamento de férias, 13º salário, multa fundiária).

É uma conta aberta em nome da empresa contratada, destinada a receber depósitos

decorrentes de provisionamentos mensais de encargos trabalhistas como férias, 13º

salário e rescisão contratual dos empregados de suas futuras prestadoras de serviços na

forma do art. 19-A e Anexo VII da IN SLTI/MP nº 2, de 30 de abril de 2008.

O edital e o contrato deverão dispor das seguintes regras para adoção da Conta-

Depósito Vinculada – Bloqueada para Movimentação:

Moral

•Ética: atingir os fins desejados ao interesse

Razoável

•Oportunidade e conveniência X Finalidade

Proporcional

•Adequação entre meios e fins

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I – previsão de que será aberta pela Administração, em nome do Prestador do

Serviço em instituição bancária oficial e/ou privada de conta-depósito vinculada –

bloqueada para movimentação, com a finalidade de abrigar depósitos, conforme disposto

no Anexo VII da Instrução Normativa nº 02/2008;

II - previsão de provisionamento dos depósitos das seguintes verbas trabalhistas,

a que se refere o Anexo II da IN nº 2, de 2008:

a) 13º (décimo terceiro) salário;

b) Férias e um terço constitucional de férias;

c) Multa sobre o FGTS e contribuição social para as rescisões sem justa causa; e

d) Encargos sobre férias e 13º (décimo terceiro) salário.

III – previsão, de que o desbloqueio e movimentação, será autorizado

exclusivamente pelo órgão contratante para pagamento das verbas trabalhistas indicadas

no Inciso II;

IV – previsão de que os valores referentes às provisões de encargos trabalhistas

mencionados no item 1.1.1 do Anexo VII da Instrução Normativa 02/2008, depositados

em Conta-depósito Vinculada - bloqueada para movimentação deixarão de compor o

valor mensal a ser pago diretamente à empresa;

V - Os editais deverão conter expressamente as regras previstas no Anexo VII, da

IN 2/2008 e um documento de autorização para a criação da contadepósito vinculada-

bloqueada para movimentação, que deverá ser assinado pela contratada, nos termos do

art. 19-A desta Instrução Normativa;

VI - Os editais deverão informar aos proponentes que, em caso de cobrança de

tarifa bancária para operacionalização da conta-depósito vinculada - bloqueada para

movimentação, os recursos atinentes a essas despesas serão debitados dos valores

depositados, podendo os mesmos ser previstos na proposta da contratada.

Antes da elaboração do edital, a Administração deve, preventivamente, para

realização do processo de provisionamento e liberação dos recursos para o pagamento

dos encargos trabalhistas firmar TCT com a instituição financeira bancária. O TCT está

previsto no Subitem 1.2 do Anexo VII da Instrução Normativa nº 2, de 2008.

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1.3.2 Garantia Contratual

A administração poderá exigir prestação de garantia nas contratações de bens,

obras e serviços para assegurar a execução do contrato e evitar prejuízos ao patrimônio

público. A garantia só poderá ser exigida se for prevista no Edital e na Minuta Contratual.

São apresentadas no §1º do artigo 56 da Lei n. 8.666/93 as modalidades de

garantia, que podem ser caução em dinheiro ou título da dívida pública, seguro-garantia

e fiança bancária. É facultado ao contratado optar por quaisquer destas modalidades.

A garantia não excederá a 5% (cinco por cento) do valor do contrato e terá seu

valor atualizado nas mesmas condições. Contudo, se o contrato tiver como objeto obras,

serviços e fornecimentos de grande vulto, envolvendo alta complexidade técnica e riscos

financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela

autoridade competente, o limite de garantia poderá ser elevado para até 10 % (dez por

cento) do valor do contrato, conforme §§ 2º e 3º do artigo 56 da lei 8.666/93.

A garantia prestada pelo contratado será restituída após a execução do contrato,

caso seja apresentada em dinheiro, atualizada monetariamente.

1.4 Duração dos contratos administrativos

A duração dos contratos administrativos é o período estipulado para que os

contratos possam produzir direitos e obrigações para as partes.

A regra é que o prazo de vigência dos contratos seja limitado ao exercício em

que foram iniciados, ou seja, nos respectivos créditos orçamentários, conforme preceitua

o Artigo 57, da Lei n° 8.666/93.

No entanto, a Lei n° 8.666/93 admite algumas exceções, permitindo que o prazo

de vigência ultrapasse os respectivos créditos orçamentários, a saber:

a) Projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano

Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e

desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

b) Prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a

sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos, com vistas à obtenção de preços

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e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação

dada pela Lei nº 9.648, de 1998);

c) Aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo

a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da

vigência do contrato;

d) Hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos

contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da

administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010).

Vale salientar que existe a Orientação Normativa nº 39 da Advocacia Geral da

União - AGU no sentido de elucidar o que dispõe o artigo 57 da Lei 8.666/93:

[...] a vigência dos contratos regidos pelo art. 57, caput, da Lei 8.666, de 1993,

pode ultrapassar o exercício financeiro em que celebrados, desde que as

despesas a eles referentes sejam integralmente empenhadas até 31 de

dezembro, permitindo-se, assim, sua inscrição em restos a pagar.

Nesse sentido, em situações excepcionais, poderá a Administração celebrar um

contrato por escopo, que não esteja abrangido nas hipóteses dos incisos do art. 57, com

prazo que ultrapasse o crédito orçamentário. Para tanto, basta reservar os recursos

respectivos, inscrevendo em restos a pagar o montante correspondente à parcela a ser

executada no exercício seguinte.

Atenção!

Não se pode celebrar contrato por prazo indeterminado!

(§ 3º do artigo 57 – Lei nº 8.666/93)

No entanto, a Advocacia Geral da União através da Orientação Normativa nº

36, registrou que:

A Administração pode estabelecer a vigência por prazo indeterminado nos

contratos em que seja usuária de serviços públicos essenciais de energia elétrica e

água e esgoto, desde que no processo da contratação estejam explicitados os

motivos que justificam a adoção do prazo indeterminado e comprovadas, a cada

exercício financeiro, a estimativa de consumo e a existência de previsão de

recursos orçamentários. (Orientação Normativa nº 36, da Advocacia-Geral da

União, de 13.12.2011)

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Figura 1 – Fluxo de Contrato Inicial

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1.5 Prazo de Execução e Alteração Contratual

É o período previsto no contrato para que o particular execute as obrigações

contratualmente assumidas (etapas de execução, de conclusão, de entrega). Da mesma

forma, o prazo de execução das etapas pode sofrer alteração para ampliação do prazo

inicialmente contratado, desde que ocorram os seguintes motivos:

a) Alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

b) Superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das

partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

c) Interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por

ordem e no interesse da Administração;

d) Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites

permitidos por esta lei;

e) Impedimento da execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido

pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

f) omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto

aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na

execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

Atenção!

Para a dilação do prazo, tanto de execução quanto de vigência, há a

necessidade e a obrigatoriedade de constar, por escrito, a justificativa da prorrogação e,

ainda, a autorização a ser dada pela autoridade competente a celebrar o contrato.

(§ 2° do artigo 57 da Lei n° 8.666/93)

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De acordo com entendimentos e orientações do Tribunal de Contas da União, para

a realização da prorrogação do contrato, devem ser observados os seguintes pressupostos

básicos, os quais são mínimos e condicionantes:

a) existência de previsão para prorrogação no edital e no contrato;

b) objeto e escopo do contrato inalterados pela prorrogação;

c) interesses da Administração e do contratado declarados expressamente;

d) vantagens da prorrogação devidamente justificada nos autos do processo

administrativo;

e) manutenção das condições de habilitação pelo contratado;

f) preço contratado compatível com o mercado fornecedor do objeto contratado.

Os contratos de serviços contínuos poderão ter a sua vigência prorrogada, em

caráter excepcional, por mais 12 meses, além do prazo previsto no inciso II do artigo

57 da Lei nº 8.666/93, desde que devidamente justificado e comprovado que não houve

falta de planejamento por parte da Administração (§4° do artigo 57). Salienta-se que

utilizar essa prerrogativa significa que, obrigatoriamente, deverá ser demonstrada a

situação real e excepcional; caso contrário, não havendo fato excepcional, o contrato

não poderá ter a sua vigência prorrogada.

Além disso, vale ressaltar que os contratos administrativos podem sofrer alguma

outra alteração além do prazo contratual. A possibilidade de se promover a alteração

contratual está prevista no artigo 65 da Lei n° 8.666/93. No entanto, existem

pressupostos condicionados a serem observados, quais sejam: necessidade da

Atenção!

De acordo com o entendimento do TCU, não é permitido prorrogar

contrato com o prazo de vigência expirado, ainda que por um dia apenas. Neste caso, deve

celebrar novo contrato. E, ainda, observar, quando da prorrogação dos contratos, o valor

total, verificando para que não ultrapasse o limite estabelecido para a modalidade de

licitação realizada ou que não se enquadre no art. 57 da Lei nº 8.666/93.

!

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administração, interesse público e motivação do ato, o qual tem que ser justificado e

aprovado pela autoridade competente.

Há, também, regras estabelecidas e que limitam as alterações contratuais com o

objetivo de evitar a fuga do processo licitatório e, ainda, proteger o interesse do particular

contratado. Há de se ressaltar que o objeto do contrato não pode ser alterado e que, se

descaracterizado, implicará o desrespeito aos princípios da igualdade, da competitividade

entre os licitantes e da obrigatoriedade da licitação.

Ainda que as alterações contratuais sejam permitidas, estas são limitadas e devem

ser vistas como exceção, razão pela qual deve a Administração planejar os seus contratos

adequadamente, realizando estudos prévios consistentes para que os mesmos sejam

executados nos exatos termos em que as obrigações contratuais foram avençadas

inicialmente.

A alteração contratual deve pressupor alteração efetiva na demanda de interesse

público que se busca atender com o contrato administrativo e não a correção de falhas

substanciais provenientes de projetos básicos ou de termos de referências deficientes e

omissos.

Desse modo, o planejamento eficiente e adequado das licitações reduz,

significantemente, as demandas por alterações contratuais. As hipóteses de alteração do

contrato administrativo são:

I – Alteração unilateral, ocorrida pela Administração;

II – Alteração por acordo entre as partes

A Administração possui a prerrogativa de alterar o contrato unilateralmente,

ou seja, o contratado é obrigado a aceitar a alteração, ainda que garantido o equilíbrio

econômico-financeiro do contrato. Trata-se da aplicação de cláusula exorbitante.

1.5.1 Alteração Unilateral

Permite a modificação contratual de característica distinta, sendo aplicável em

duas situações: alteração de natureza qualitativa e alteração de natureza

quantitativa, conforme estabelece o inciso I, do artigo 65, da Lei n° 8.666/93.

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A alteração QUALITATIVA unilateral decorre da necessidade de mudar a

característica técnica do projeto e das especificações, porém sem alterar o

objeto do contrato (Artigo 65, I, “a” da Lei n° 8.666/93). No entanto, devem

ser observados requisitos mínimos para se promover a alteração qualitativa do

contrato, quais sejam:

a) existência de fato superveniente, ou pelo menos de conhecimento

superveniente, capaz de ensejá-la;

b) justificativa técnica adequada e suficiente;

c) não transmutação ou desnaturação do objeto; e

d) respeito aos direitos do contratado.

A alteração QUANTITATIVA unilateral afeta a dimensão do objeto e se

caracteriza pela supressão e acréscimo de quantitativo, sem que se

modifiquem as especificações do contrato e os critérios definidos nas planilhas

que o integram (Artigo 65, I, “b” da Lei n° 8.666/93).

1.5.2 Alteração por acordo entre as partes

A Alteração envolve tanto situações de modificação contratual obrigatória quanto

situações em que se torna facultativa; ou seja, em determinados casos, qualquer das partes

tem a faculdade de recusar a alteração; já em outros, mesmo que uma das partes se

manifeste contrária, a modificação se impõe como necessária e inevitável.

A alteração do contrato por acordo entre as partes poderá ocorrer nas seguintes

hipóteses:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço,

bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da

inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de

circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a

antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a

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correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou

serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os

encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração

da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio

econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos

imprevisíveis, ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardadores

ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso

fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e

extracontratual.

Como pode ser observado, o equilíbrio econômico-financeiro não é atingido

somente por alteração unilateral do contrato, mas também por atos da Administração,

ou por fatos imprevistos ou imprevisíveis.

Nessa situação, importante ressaltar que, conforme ensinamentos do

administrativista Justen Filho (2014), quando verificado o rompimento do equilíbrio

econômico-financeiro, o contratado deverá provocar a Administração para a adoção do

ajuste contratual e, nesse caso, não existe discricionariedade.

A Administração somente poderá recusar o restabelecimento da equação se

ausentes os seguintes pressupostos necessários:

a) ausência de elevação dos encargos do particular;

b) ocorrência de evento antes da formulação das propostas;

•Criada pelo homem e surge posterior a assinatura do contrato impedindo ou dificultando o ajuste.

Caso de força maior

•Eventos da natureza.Caso fortuito

•Criada pelo Poder Público, que incide sobre todos os contratos por este celebrados, autorizando a revisão das cláusulas inicialmente pontuadas.

Fato do príncipe

•Toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarde sua execução.

Fato de administração

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c) ausência de vínculo de causalidade entre o evento ocorrido e a majoração dos

encargos do contratado;

d) culpa do contratado pela majoração dos seus encargos (o que inclui a

previsibilidade da ocorrência do evento).

1.5.3 Limites legais para alterações contratuais

Os dispositivos legais que indicam os limites permitidos para as alterações

contratuais são a Lei 8.666/93 (art. 58 – inciso I, art. 65 – inciso I e art. 65 - §§ 1º e 2º) e

TCU (Decisão nº 215/99).

Por esses dispositivos, os contratos poderão ser alterados; entretanto, a

Administração deverá ter cautela e prudência, lembrando sempre a necessidade de

processo licitatório e observando os princípios constitucionais, entre eles o da igualdade,

da impessoalidade e o da razoabilidade.

Vale lembrar que o objeto não pode ser alterado. O quadro a seguir dispõe o

quantitativo das alterações permitidas em lei.

Quadro 3 – Espécies de alterações contratuais

Espécies de Alterações Limites

Quantitativas / Unilaterais

Acréscimo – 25% e 50% (Reforma de

edifício ou equipamento) do valor inicial

atualizado do contrato;

Supressão – 25%

Quantitativas / Consensuais Acréscimo – 25% e 50%;

Supressão – Não há limite

Qualitativas

Não há limites legais expressos na Lei nº

8.666/93;

Decisão nº 215/1999/TCU

Qualitativa Unilateral – 25% do valor

inicial atualizado do contrato;

Qualitativa consensual – Pode ultrapassar

o limite, desde que em conformidade

com os princípios de Direito

Administrativo.

Fonte: Elaboração Própria com base na Lei nº 8.666/93

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É importante ressaltar que as alterações relativas às supressões possuem

tratamento diferenciado com relação aos limites definidos no § 1º do artigo 65, ou seja,

podem exceder os limites estabelecidos, devendo, no entanto, ser obrigatoriamente

acatadas pelo contratado e mantidas nas condições de avença. Nesse caso, configura-se

alteração quantitativa consensual.

A Lei n° 8.666/93 não traz de forma explícita os limites para as alterações

qualitativas. No entanto, para as alterações qualitativas há entendimentos diferenciados

na doutrina e na jurisprudência sobre a aplicação ou não dos limites estabelecidos nos

§§1º e 2º do artigo 65 da Lei n° 8.666/93 e, ainda, se esses limites podem ou não ser

extrapolados, já que não existe limitação na legislação.

Essa é uma questão que não está pacificada. A maior parte da doutrina tem

entendimento de que os limites estabelecidos nos §§1º e 2º do artigo 65 da Lei n° 8.666/93

somente se aplicam às alterações quantitativas. Entretanto, a jurisprudência do Tribunal

de Contas da União, nos termos da Decisão 215/99 - Plenário, diferentemente da maioria

dos doutrinadores, firmou entendimento de que tanto as alterações contratuais

quantitativas quanto as alterações unilaterais qualitativas estão condicionadas aos

percentuais especificados nos §§ 1º e 2º do art. 65, da Lei n° 8.666/93.

É entendimento também do TCU que, nas alterações contratuais consensuais,

qualitativas e excepcionalíssimas de contratos de obras e serviços, é facultada à

Administração ultrapassar os limites determinados no artigo 65 da Lei nº 8.666/93.

1.5.4 Forma de verificar o valor da apuração dos limites percentuais indicados (25% e

50%)

Os limites percentuais estabelecidos no §1º do art. 65 da Lei de Licitações para as

alterações contratuais realizadas pela Administração Pública devem ser calculados com

base no valor inicial atualizado do contrato. Dessa forma, a base de cálculo será sempre

o valor inicial atualizado do contratado, sendo que esse valor somente sofrerá alteração

por força de reajuste e/ou revisão.

Ressalta-se que os acréscimos e supressões quantitativas não alteram a base de

cálculo para novas alterações quantitativas.

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O memorial de cálculo com o demonstrativo do acréscimo e/ou supressão deverá

ser realizado pelos fiscais do contrato para posterior análise no Núcleo de Contratos e

Convênios – NCC vinculado à Coordenação de Logística – COLOG da Pró Reitoria da

Administração – PROAD.

1.5.5 Formalização das alterações contratuais

Toda e qualquer alteração contratual (artigo 65 da Lei n° 8.666/93) ou prorrogação

de prazos (artigo 57) deverá ser formalizada através de celebração de termo aditivo ao

contrato. Além de outras modificações admitidas em lei que possam ser caracterizadas

como alterações do contrato, a exemplo: alteração do nome ou denominação empresarial

da contratada; alteração do endereço da contratada; retificação de cláusula contratual e

retificação de dados (CNPJ) da empresa contratada (quando, por equívoco, ocorrer falha

no registro desses dados).

Entretanto, convém ressaltar que a lavratura do termo aditivo não é exigida para

todos os eventos que ocorrem durante a execução do contrato. A Lei nº 8.666/93 em seu

§ 8º do artigo 65 enumera casos que não caracterizam alteração contratual, podendo ser

formalizados por APOSTILA e, consequentemente, dispensada a celebração de termo

aditivo. As situações previstas no § 8º do art. 65 são:

• Variação do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato;

• Compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de

pagamento;

Atenção!

De acordo com a jurisprudência do TCU, não é permitido utilizar-se de

compensação entre as alterações (acréscimo/supressão), ou seja, realizar um acréscimo de

60% do valor do contrato e, em contrapartida, compensar realizando a supressão de 40%. A

modificação estaria, em tese, dentro dos 25%, entretanto, contrária à determinação legal e à

jurisprudência do Tribunal de Contas.

É válido sempre ressaltar os ensinamentos de Justen Filho (2014, p. 880),

que, com propriedade, orienta: “como princípio geral, não se admite que a modificação do

contrato, ainda que por mútuo acordo entre as partes, importe alteração radical ou

acarrete frustação aos princípios da obrigatoriedade da licitação e isonomia”.

!

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• Empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu

valor corrigido.

Desta forma, APOSTILA significa, de acordo com o dicionário Aulete (2016,

n/p): “Anotação feitas nas margens de um texto, com o intuito de complementá-lo.

Adendo a um documento oficial. [...]”

E, ainda seguindo o dicionário, ADITIVO tem como sinônimo: “O que se

adiciona, acrescenta; ADICIONAL. Jur. Acréscimo a documento, projeto, lei etc. Texto

que complementa ou modifica lei, projeto de lei, projeto de resolução etc.”

Diante dos conceitos de apostila e de aditivo, podemos definir que a apostila é

um registro que poderá ser realizado no próprio contrato original ou em outro documento

oficial. Enquanto que o aditivo é um instrumento realizado separadamente e segue toda

a formalidade, inclusive a obrigatoriedade de publicação na Imprensa Oficial, do contrato.

A formalização do termo aditivo deve, necessariamente e obrigatoriamente, seguir

os seguintes passos:

Atenção!

Não utilizar apostila em alterações substanciais que somente podem ser

realizadas por aditamento. Observa-se nos inúmeros julgados do TCU que muitos gestores

públicos têm utilizado, equivocadamente, a apostila em substituição ao termo aditivo. Em

algumas situações verifica-se que o procedimento é intencional com o propósito de burlar à

Lei de Licitações. Nessas situações constata-se a utilização abusiva e ilegal do apostilamento

para a realização de acréscimos contratuais já que por esse instrumento não há a necessidade

de dar publicidade aos respectivos atos.

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A fim de deixar mais eficiente o processo de formalização de procedimento para

formalização do termo aditivo, foi elaborada um anexo com Modelos de Memorando de

Alterações Contratuais [ANEXO 01].

O posicionamento do TCU é firme quanto à obrigatoriedade

da formalização de termo aditivo para as alterações contratuais, sendo

que a ausência desse instrumento é considerada irregularidade grave,

passível, inclusive, da aplicação de multa aos gestores. Importante

citar alguns julgados recentes do Tribunal de Contas da União que

tratam do assunto e cuja leitura é importante, quais sejam: Acórdão 2590/2012 – Plenário;

Acórdão 1227/2012 – Plenário; Acórdão 3260/2011 – Plenário; Acórdão 1833/2011 –

Plenário.

1.5.6 O que é o chamado jogo de preços ou jogo de planilhas?

Conforme cartilha “Licitações e Contratos Administrativos” da Coleção Capacita

da CGU: “É a denominação utilizada para a prática ilegal de se efetivar contratação de

proposta de menor preço global, mas com grandes disparidades nos preços unitários, de

forma a possibilitar aditamentos ao contrato com o aumento dos quantitativos dos itens

de preços unitários elevados e redução dos quantitativos dos itens de preços inferiores”.

I – Justificativa técnica – motivação

do ato

II – Verificação de disponibilização

orçamentária

III – Oitiva do contratado

IV – Confecção do termo aditivo

V – Exame da legalidade (jurídica)

VI – Assinatura

VII – Publicação na impressa oficial

(condição de validade)

ANEXO 01

Modelos de

Memorando

– Alteração

Contratual

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Segundo a lei, o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme

o caso, permitida a fixação de preços máximos e vedada a fixação de preços mínimos,

deve ser um item de conteúdo obrigatório do edital.

A ausência de tais critérios de aceitabilidade de preços unitários, devido à omissão

da previsão em edital, pode dar margem ao que é chamado de jogo de planilhas. Neste

caso, pode ocorrer, inicialmente, a contratação de proposta de menor preço global,

contudo, com grandes disparidades nos preços unitários. Com isso, durante a vigência

contratual, existe a possibilidade de aditamento do contrato com o aumento dos

quantitativos dos itens de preços unitários elevados e redução dos quantitativos dos itens

de preços inferiores.

Neste caso, a proposta, que aparentemente parecia ser a melhor, acaba sendo mais

onerosa para a Administração, ocorrendo um superfaturamento no valor final do contrato.

Deve-se atentar, quando da elaboração do edital, para o cumprimento do disposto no art.

40, X, da Lei 8.666/93 a fim de se evitar tal prática.

A disparidade nos preços unitários pode ocorrer também em relação ao momento

de realização dos serviços. Tal prática pode dar margem ao jogo de planilha e se

caracteriza pela contratação de serviços iniciais (que serão executados no começo do

contrato) com preços unitários elevados e de serviços finais com preços reduzidos, em

relação aos de mercado. Isso poderá ocasionar prejuízos à Administração, pois ao pagar

por serviços iniciais superfaturados é como se estivesse ocorrendo uma antecipação de

pagamentos.

Também poderá ocasionar a paralisação da obra pelo desinteresse da empresa em

sua conclusão (em que pesem as penalidades previstas em lei), tendo em vista o

desequilíbrio criado no valor do saldo dos serviços que ainda serão realizados.

1.6 Procedimentos e/ou instrumentos utilizados para a

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos

Importante lembrar que o equilíbrio econômico-financeiro é a igualdade formada,

de um lado, pelas obrigações assumidas pelo contratante no momento do ajuste e, de outro

lado, pela compensação econômica que lhe corresponderá.

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Desta forma, para a manutenção desse equilíbrio existem alguns instrumentos que

são utilizados, que são o REAJUSTE, a REVISÃO e a REPACTUAÇÃO.

1.6.1 Reajuste

O reajuste tem por finalidade recompor o equilíbrio financeiro do contrato em

razão da variação normal do custo de produção decorrente da inflação. Podem ser

utilizados índices específicos ou setoriais, desde que oficiais.

Os dispositivos legais que tratam do reajuste contratual são: artigo 40, inciso XI,

artigo 55, inciso III, ambos da Lei nº 8.666/93 e artigos 1°, 2° e 3° da Lei n° 10.192/2001.

É obrigatória a indicação no edital da licitação do critério de reajuste. O contrato

administrativo também deve conter cláusula que contenha critérios, data-base e

periodicidade do reajustamento de preços, que serão aqueles estabelecidos pelos artigos

1º e 2º da Lei 10.192/2001.

O reajuste somente poderá ser realizado em periodicidade igual ou superior a um

ano, contado a partir da data limite para apresentação da proposta ou do orçamento a que

essa se referir, de acordo com a Lei nº 10.192/2001, que dispôs sobre medidas

complementares ao Plano Real. O reajuste dos preços contratuais só pode ocorrer quando

a vigência do contrato ultrapassar 12 (doze) meses, contados a partir da data limite para

apresentação da proposta e está vinculado a índice previamente definido no contrato. De

acordo com a Lei nº 10.192, de 14/02/2001, são nulos de pleno direito qualquer

expediente que, na apuração do índice de reajuste, produzam efeitos inferiores a 12 (doze)

meses.

Para a comprovação da necessidade de reajustamento do preço exige-se a

apresentação das planilhas de composição do preço, com todos os seus insumos, assim

como dos critérios de apropriação dos custos indiretos.

1.6.2 Revisão

A REVISÃO tem por objetivo corrigir distorções geradas por ocorrências

extraordinárias e imprevisíveis ou previsíveis com consequências inestimáveis.

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Esse instrumento consta do artigo 65, inciso II, alínea “d”, da Lei nº 8.666/1993 (teoria

da imprevisão). Entretanto, para que ocorra a revisão contratual, deve haver a motivação

do ato, sendo este iniciado a partir de solicitação realizada por um dos contratantes, o qual

deve demonstrar a onerosidade excessiva originada pelos acontecimentos supervenientes.

É indispensável que esse fato fique exaustivamente comprovado em processo

administrativo regular.

É desvinculada de quaisquer índices de variação inflacionária, buscando fora

do contrato soluções que devolvam o equilíbrio entre as obrigações das partes.

Por ser considerada situação de caráter excepcional, de grande desequilíbrio e

imprevisibilidade, relacionada à teoria da imprevisão (álea extraordinária), a revisão dos

contratos poderá ocorrer em momento anterior ao período mínimo de um ano de sua

vigência, diferentemente do reajustamento que somente é aplicado após um ano de sua

celebração.

A alteração do valor do contrato em função da revisão contratual deve sempre ser

formalizada mediante termo aditivo, uma vez que se trata de uma situação excepcional

e que deve ser devidamente comprovada (a sua ocorrência, bem como a sua extensão) em

processo administrativo.

1.6.3 Repactuação

A repactuação é uma forma de negociação entre a Administração e a contratada,

que visa à adequação dos preços contratuais aos novos preços de mercado. A repactuação

se parece com o reajuste. É utilizada para readequar o valor do contrato administrativo à

variação de custos previsível e periódica a que se sujeita.

Não se utiliza de indexador de preços, entretanto examina-se a real evolução de

custos que integram o contrato.

Tendo em vista que a inflação, após a implantação do Plano Real, começou a ser

um fato previsível, com a possibilidade de prever uma margem da futura variação de

preços, surgiu o instituto da repactuação como uma espécie de reajustamento de preços

ao lado do reajuste. O entendimento voltado para a repactuação foi no sentido de que,

com a comprovação, por parte do contratado, do aumento de seus custos, através de

documentos hábeis e de planilhas comparativas de preços, poderia, então, a aplicação de

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índice não retratar a verdade dos fatos, onerando injustamente ou o particular ou a

Administração Pública.

Dessa forma, verificou-se que a aplicação automática de índice para reajustar os

valores do contrato e permitir uma equiparação de encargos se mostrou menos eficaz do

que a utilização da repactuação.

Atualmente, o entendimento vigente no âmbito do Tribunal de Contas da União

(TCU) é exatamente no sentido da adoção da repactuação no lugar do reajuste, com a

finalidade de buscar cada vez mais a efetiva variação dos custos.

De igual forma, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão editou a

Instrução Normativa n.º 2/2008, atualizada, que, em seu artigo 37 assim determinou:

______________________________________________________________________

“A repactuação de preços, como espécie de reajuste contratual, deverá ser utilizada nas

contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra” (grifo

inexistente no original).

______________________________________________________________________

Igualmente ao reajuste, também deve estar prevista no instrumento convocatório.

A observância do interregno de 12 (doze) meses também é condicionante para a

concessão da repactuação. Deverá ser precedida de solicitação da contratada,

acompanhada de demonstração analítica da alteração dos custos, por meio de

apresentação da planilha de custos e formação de preços ou do novo acordo, convenção

ou dissídio coletivo que fundamenta a repactuação.

Os pressupostos de validade para a repactuação que viabilizam a análise e a

concretização do direito do contratado, previstos no Decreto 2.271, de 1997, e na

Instrução Normativa/SLTI/MP nº 02/2008, são:

a) Os preços praticados no mercado ou em outros contratos da Administração;

b) As particularidades do contrato em vigência;

c) A nova planilha com a variação dos custos apresentada;

d) Indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores oficiais de referência,

tarifas públicas ou outros equivalentes;

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e) A disponibilidade orçamentária do órgão ou entidade contratante.

A repactuação é formalizada por meio de apostilamento, exceto quando

coincidir com a prorrogação contratual, quando deverá ser formalizada por

aditamento.

Importante destacar que o contratado deverá exercer, perante a Administração, ou

seja, solicitar seu direito à repactuação contratual, da data da homologação da convenção

ou acordo coletivo que fixar o novo salário normativo da categoria profissional abrangida

pelo contrato administrativo a ser repactuado até a data da prorrogação contratual

subsequente, sendo que, se não o fizer de forma tempestiva e prorrogar o contrato sem

pleitear a respectiva repactuação, ocorrerá a preclusão do seu direito a repactuar.

Igualmente ocorrerá preclusão se houver expiração do prazo de vigência do contrato.

(Art. 40, § 7º, IN/SLTI n° 02/2008).

Diante de todo o exposto, os institutos da repactuação, do reajuste e o da revisão

podem ser resumidos da seguinte forma:

Quadro 4 – Comparativo entre revisão, reajuste e repactuação

Instituto Revisão Reajuste Repactuação

Objetivo Recomposição de

custos

Restabelecer poder aquisitivo

da moeda ou insumos

Alcançar valor de

mercado

Embasamento

Legal

- Art. 37, XXI CF/88;

- Alínea “d”, inciso II,

art. 65 da Lei nº

8.666/93

- Art. 40, inciso XI, art. 55,

inciso III, ambos da Lei

8.666/93;

- Lei 10.192/01

- IN/SLTI/MP nº

02/2008;

- Decreto 2.271/97

Periodicidade Não há Anual Anual

Índice pré-

definido Não Sim

Alcançar valor de

mercado

Fonte: Elaboração própria com base na Lei nº 8.666/93.

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As alterações contratuais, como já mencionado, podem ser diversas. No intuito de

facilitar o procedimento para alteração contratual, são apresentadas as informações

quanto ao fluxo desta ação.

1.7 Fluxo processual para alterações de contratos

O fluxo processual para alterações de contratos seguirá conforme descrição a

seguir:

1. Fiscal do contrato encaminha memorando para Pró Reitoria de Administração

- PROAD conforme o tipo de modificação contratual. Instruções do que deve

conter no memorando, estão detalhadas no [ANEXO 01];

2. A Divisão do Núcleo de Contratos e Convênios - NCC verifica se a Minuta do

Termo Aditivo/Apostilamento está em conformidade;

3. O NCC deverá verificar e imprimir as certidões SICAF, CNDT, CEIS, CADIN e

Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Ato de Improbidade

Administrativa e Inelegibilidade e encaminhar o processo à PROAD para:

3.1. Envio à Coordenação de Orçamento para dotação orçamentária;

3.2. Envio à Reitoria para Autorização da Autoridade Competente;

4. Após o retorno do processo para o NCC, o processo é enviado para análise e

parecer da Procuradoria Jurídica - PJ, conforme o caso;

5. O NCC analisa o parecer da PJ, realiza as alterações de sua responsabilidade e

encaminha o parecer via e-mail para o fiscal, conforme o caso;

Atenção!

A preferência para os contratos relativos a serviço continuado é a utilização

do instituto da repactuação. No entanto, o TCU orienta que pode ser adequada a adoção de

uma ou outra forma, a depender do contrato. Concluiu que não há qualquer afronta ao

ordenamento jurídico, quando se fazem presentes em um contrato de serviços de natureza

continuada cláusulas que preveem seu reajuste, isso supondo que a vigência do contrato

extrapola 12 meses, bem como sua repactuação.

(Acórdão nº 3388/2012, Acórdão 54/2012 e Acórdão 2760/2012 - plenário)

!

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6. O NCC informa ao fiscal a conformidade do pedido de alteração contratual e

solicita que o Termo Aditivo seja encaminhado para assinatura da Contratada.

Caso a modificação contratual se dê por Apostilamento, não há necessidade de

assinatura pela Contratada, apenas o Reitor pode assinar este Termo.

7. A Contratada deverá encaminhar 2 (duas) vias do Termo Aditivo devidamente

assinado e rubricado, pelos correios para o fiscal do contrato, que posteriormente

deverá encaminhar ao NCC.

8. O NCC, após recebimento do termo assinado, deverá verificar se está adequado e

encaminhará para PROAD:

8.1. Atualização do empenho pela Coordenação Financeira;

8.2. Assinatura dos Termos pelo Reitor.

9. O Termo Aditivo/Apostilamento será cadastrado/inserido no SICON e publicado

no Diário Oficial da União, conforme o caso;

9.1. Uma cópia digital do Termo é enviada para o fiscal e uma via original é

encaminhada ao fiscal para envio ao fornecedor;

10. Inclusão de Cópia do Termo no site da Unilab.

Obs. 1: A Divisão do Núcleo de Contratos e Convênios - NCC informará aos fiscais,

com 120 dias de antecedência, a aproximação do término do contrato para que sejam

tomadas as providências caso haja necessidade de prorrogação contratual.

Obs. 2: A documentação para prorrogação ou outra modificação contratual (reajuste,

repactuação, acréscimo/supressão) deve ser enviada com no mínimo 60 dias de

antecedência do término da vigência contratual.

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Figura 2 – Alteração contratual por Apostilamento

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Figura 3 – Alteração contratual por Aditivo

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2. ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATO

É dever da Administração Pública acompanhar e fiscalizar a execução do contrato

para verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e administrativas

(FUNDAMENTO LEGAL - Obrigatoriedade - Artigo 58, inciso III, c/c artigo 67 da Lei

8.666/93).

O acompanhamento e a fiscalização dos contratos são um poder-dever da

Administração Pública visto que objetiva assegurar-se de que o objeto contratado seja

recebido ou executado a contento e as obrigações decorrentes sejam realizadas no tempo

e modo devidos e que as cláusulas contratuais sejam rigorosamente observadas.

Importante se torna enfatizar que a gestão e a fiscalização de contrato são institutos

diferentes, não podendo confundi-los. A gestão é o serviço geral de gerenciamento de

todos os contratos. A fiscalização é pontual, sendo exercida necessariamente por um

representante da Administração, especialmente designado, como exige a lei, que cuidará

pontualmente de cada contrato. Na gestão (administração de contratos), cuida-se, por

exemplo, de apoio aos pedidos de reequilíbrio econômico financeiro, de questões ligadas

à documentação, ao controle dos prazos de vencimento, de prorrogação, etc. É um serviço

administrativo propriamente dito, que pode ser exercido por uma pessoa ou um setor.

A área de gestão, então, terá uma visão macro, fará um gerenciamento geral, que

na Unilab é realizada pela Divisão do Núcleo de Contratos e Convênios - NCC. Mas o

acompanhamento pontual será sempre do fiscal, com responsabilidade própria e

exclusiva.

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Realizar uma gestão e uma fiscalização contratual não envolve apenas o aspecto

da legalidade, isto é, se as ações estão de acordo com a lei e os regulamentos pertinentes.

Envolve também as dimensões de eficiência, eficácia e efetividade, ou seja, implica

Atenção para a informação!

Sabe quais as atribuições da Divisão do Núcleo de Contratos e Convênios?

Criar controles internos dos contratos e atas, exceto da execução, a qual fica à cargo do gestor

e fiscal do contrato;

Fornecer informações gerais dos contratos;

Incluir e acompanhar contratos, aditivos, apostilamentos no SIASG;

Acompanhar e dar andamento à celebração dos contratos;

Solicitar a designação dos fiscais, titular e substituto, de contratos e atas de registro de preços;

Disponibilizar documentos (via do contrato) para a gestão de contratos e orientar fiscais;

Acompanhar vigências (informando aos fiscais quando da aproximação do término da

vigência do contrato) e valores de contratos;

Elaborar minuta dos termos aditivos, sempre que solicitado pelo fiscal do contrato;

Formalizar os apostilamentos nos casos aplicáveis aos processos administrativos abertos pelos

ficais dos contratos;

Elaborar minutas contratuais nas contratações por dispensa ou inexigibilidade de licitação dos

processos abertos pelos demandantes;

Acompanhar e dar prosseguimento aos processos de solicitação de aplicação de penalidade

propostas pelo fiscal de contrato;

Promover e acompanhar a publicação dos atos no DOU, além de arquivá-la na pasta do

processo do contrato;

Arquivar, enquanto vigente, por ordem numérica, anual, os contratos, seus aditivos e demais

documentos a eles relativos (documentos originais);

Acompanhar os procedimentos relativos à aplicação de penalidades;

Promover a tramitação e acompanhar os pedidos de reajuste, repactuação e reequilíbrio

financeiro, verificando os pressupostos e documentos necessários;

Incluir o cronograma físico-financeiro no SIASG;

Registrar/apropriar o valor contratual no SIASG;

Emitir ofício de boas-vindas à empresa contratada, com cópia para o fiscal;

Preencher os contratos e atas de registro de preços com os dados das empresas vencedoras do

certame, conforme minuta aprovada pela Procuradoria, para o processo licitatório, atestando a

conformidade das vias dos contratos e das atas com as minutas aprovadas pela Procuradoria;

Manter arquivo das garantias contratuais dos contratos (uma via na pasta de cada contrato e

uma via centralizada das garantias dos contratos, ordenadas por contrato, em pasta única, sem

prejuízo do controle do saldo da garantia que é de competência dos fiscais dos contratos);

Após assinatura do contrato, o Núcleo de Contratos irá requerer do Fiscal/Gestor do Contrato

que este providencie a documentação referente as garantias contratuais dos contratos para

encaminhar à Coordenação Financeira para o registro contábil adequado;

Para contratos de serviço de obras e engenharia, a Divisão do Núcleo de Contratos fica

responsável especificamente pelos procedimentos de lançamentos no Sistema SIASG conforme

documentação fornecida, revisada e elaborada pela área técnica competente responsável pelos

respectivos contratos, a qual está situada na Pró-Reitoria de Planejamento.

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verificar se estão sendo produzidos os resultados esperados, a um custo razoável, se as

metas e objetivos estão sendo alcançados e se os usuários estão satisfeitos com os serviços

que lhes são prestados.

Os termos eficiência, eficácia e efetividade são utilizados na gestão/fiscalização

dos contratos administrativos da seguinte maneira: Eficiência significa otimizar os

recursos existentes; Eficácia, atingir os objetivos organizacionais; Efetividade, o

resultado apresentado ao longo do tempo.

Muitas vezes há um procedimento perfeito durante o processo licitatório com

resultados efetivos, porém, se não houver uma execução e uma fiscalização eficazes,

eficientes e efetivas, há grande chance de desperdício de recurso público.

Eficiência é:

• Fazer as coisas de maneira adequada;

• Resolver problemas;

• Salvaguardar os recursos aplicados;

• Cumprir o seu dever e

• Reduzir os custos.

Eficácia é:

• Fazer as coisas certas;

• Produzir alternativas criativas;

• Maximizar a utilização de recursos e

• Obter resultados.

Efetividade é:

• Manter-se no ambiente e

• Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo.

Realizar a licitação

Formalizar o contrato

Gestão de contratos

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Tendo em vista que contratação não é um fim em si mesmo, mas um instrumento

de aplicação de recurso público, o administrador público deve dedicar especial atenção

ao acompanhamento e à fiscalização de sua execução, de modo que o objetivo da

contratação seja plenamente alcançado e bem empregado o dinheiro público.

2.1 Fiscal do Contrato

O fiscal do contrato (ou comissão fiscalizadora) é o servidor da Administração a

quem incumbe o dever de acompanhar a execução do contrato.

______________________________________________________________________

FUNDAMENTO LEGAL – Art. 67 – A execução do contrato deverá ser acompanhada e

fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a

contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa

atribuição. (Lei Federal nº 8.666/93)

______________________________________________________________________

Para melhor entendimento, importa conceituar algumas expressões, a exemplo de

“acompanhada e fiscalizada”; “representante da Administração” e ainda, “permitida a

contratação de terceiros” para que possamos entender o espírito da Lei n° 8.666/93, qual

seja.

Para os verbos “acompanhar e fiscalizar”, de acordo com o dicionário Aulete,

pode-se assim definir:

• ACOMPANHADA - Acompanhar - Dos inúmeros conceitos para esse verbo,

pode-se destacar, para o contexto, o seguinte significado: “ocorrer ou fazer ocorrer,

acontecer ou fazer acontecer simultaneamente e em relação com (fato, atividade,

processo)”.

• FISCALIZADA - Fiscalizar - “vigiar o funcionamento, uso ou conduta de;

supervisionar; exercer vigilância sobre; examinar de maneira rigorosa; exercer a função

de fiscal”.

Logo: a fiscalização e o acompanhamento da execução do contrato administrativo

consistem na verificação da relação entre as obrigações contratadas e as executadas

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(modo, forma e tempo), e na adoção das providências que se fizerem necessárias para o

perfeito cumprimento dessas obrigações.

REPRESENTANTE DA ADMINISTRAÇÃO - Interpretando os diplomas

legais existentes, em especial, o artigo 37 da Constituição Federal, o inciso III do artigo

58 c/c o artigo 67, ambos da Lei n° 8.666/93, e, ainda, a Instrução Normativa da SLTI n°

02/2008, que dispõe de regras para a contratação de serviços continuados ou não, infere-

se que o “representante da administração” deverá ter vínculo com a Administração

Pública devendo, portanto, ser servidor estável, comissionado ou empregado público. É

possível, também, de acordo com o entendimento do Ministério do Planejamento, a

designação de servidores temporários (contratados pela Lei n° 8745/93).

Já a indicação de terceirizados para o exercício do cargo de fiscal de contrato não

é permitida, de acordo com o disposto no Acórdão TCU 100/2013-Plenário.

PERMITIDA A CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS - O legislador permitiu,

ou seja, facultou à Administração Pública, nos casos necessários e em se tratando de

informações especializadas que não possam ser supridas pelos próprios servidores da

Administração, contratar terceiros para auxiliar na fiscalização do contrato.

O fiscal do contrato, mesmo com a assistência do terceiro contratado, deve,

necessariamente, adotar todas as medidas para sanear os problemas encontrados na

execução contratual. Nessa situação, ao receber do terceiro contratado a indicação de

alguma irregularidade, deve atuar imediatamente, sob pena de responsabilidade por

desídia e por negligência quanto à adoção de providências para sanar irregularidades

apresentadas.

2.1.1 Designação do Fiscal

Atenção!

Lembrando que o servidor designado para a fiscalização não poderá transferir

sua responsabilidade ao terceiro contratado. O terceiro contratado também

não poderá adotar as providências para a correção dos problemas surgidos,

visto que essa atribuição continua sendo do fiscal do contrato. Impende

registrar que a contratação de terceiros deverá ser, obrigatoriamente,

precedida de licitação.

!

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A legislação não prevê de forma explícita qual o instrumento e qual a forma que

devem ser utilizados para a designação/nomeação do representante da Administração para

o exercício da atividade de fiscalização e de acompanhamento da execução do contrato.

No entanto, o Tribunal de Contas da União, assim como os doutrinadores, possui

posição solidificada que a designação/nomeação deverá ser por ato oficial específico da

Administração e devidamente publicado, assim como juntado aos autos da contratação. É

importante que seja nomeado mais de um representante para que os trabalhos possam ser

divididos e, também, para que não haja lacuna no acompanhamento do contrato em razão

de ausências legais do representante.

Poderá ser utilizada a Portaria ou outro instrumento equivalente para a

nomeação/designação dos representantes, ressaltando que essa designação/nomeação

deverá ocorrer anteriormente ou no início da vigência contratual ou ainda quando da sua

assinatura. Na Unilab, é utilizada a Portaria para designar os fiscais para fiscalização de

cada contrato. A ausência da designação ou a sua intempestividade são motivos

ensejadores de ressalva por parte dos órgãos de controle. Ao longo dos anos, o Tribunal

de Contas vem orientando sobre essa obrigatoriedade de forma preventiva e em alguns

casos, fazendo constar ressalvas quando da aprovação das contas dos gestores.

Igualmente, a empresa deverá indicar representante para atuar durante a execução

do contrato. Esse representante tem a denominação de PREPOSTO. De acordo com o

dicionário online Aulete, preposto significa: “Aquele que representa, substitui, fica no

lugar de outro”. O preposto também é uma obrigação constituída e um dever da empresa

contratada, conforme se observa no artigo 68 da Lei n° 8.666/93:

______________________________________________________________________

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local

da obra ou serviço, para representa-lo na execução do contrato.

______________________________________________________________________

Portanto, as figuras do fiscal de contrato e a do preposto são importantíssimas para

a correta execução e gerenciamento do contrato. Vale lembrar que o preposto também

deverá ser indicado por escrito.

Impende destacar que o acompanhamento de um contrato não se resume em uma

atividade formal. É a garantia de que o serviço e/ou produto será prestado e/ou entregue

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de acordo com o previsto em contrato. Para que um contrato seja bem gerenciado, a

informalidade não poderá se fazer presente, há que se ter atuação dentro dos limites

estabelecidos, registrando e exigindo o cumprimento do que está contratado.

Existem algumas fases que integram o acompanhamento da execução do contrato

pelo representante da Administração, que são compreendidas pela fiscalização, pela

orientação, pela interdição, a intervenção e pela aplicação de penalidades contratuais. É

possível extrair o seguinte entendimento para cada uma das etapas através dos

ensinamentos de Hely Lopes Meirelles:

Diante da importância que se deve dar à fiscalização do contrato e ao seu

acompanhamento e pela leitura dos dispositivos inseridos na Lei n° 8.666/93, percebe-se

que o servidor responsável pelo acompanhamento e pela fiscalização do contrato deverá

ter conhecimentos não só técnicos como administrativos também.

Há uma diversidade de conhecimentos em diferentes campos que devem ser

conduzidos durante a execução contratual, a exemplo: conhecimentos técnicos sobre o

objeto contratado, conhecimentos fiscais, trabalhistas e previdenciários, além de

orçamentários. Assim, o servidor designado para o acompanhamento contratual deverá

estar atento a todas essas particularidades.

O papel do “fiscal do contrato” se reveste de relevância para a Administração

Pública. Exercer a função de fiscal de contratos, na esfera pública, exige capacitação e

habilidade dos servidores públicos que se dedicam a essa atividade, além de toda uma

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estrutura que possa dar condições de trabalho e, principalmente, quantidade suficiente de

servidores para que se possa realizar uma boa prática de fiscalização de contratos.

2.1.2 O servidor poderá se negar a exercer a função de fiscal de contrato?

De acordo com a Lei 8.112/90, o exercício da tarefa de fiscalização de contratos

consiste em obrigação adicional, indicada entre os compromissos dos agentes públicos:

______________________________________________________________________

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo

público.

Art. 3º Cargo púbico é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na

estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

[...]

Art. 116 São deveres do servidor:

I – Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

[...]

IV – Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais.

______________________________________________________________________

2.1.3 Perfil do Fiscal

A Lei nº 8.666/93 não faz referência expressa ao perfil do fiscal do contrato.

Todavia, em face da relevância do encargo, é importante que o servidor designado seja

dotado de certas qualificações, tais como:

Gozar de boa reputação ética-profissional;

Possuir conhecimentos específicos do objeto a ser fiscalizado;

Não estar, preferencialmente, respondendo a processo de sindicância ou

processo administrativo disciplinar;

Não possuir, em seus registros funcionais, punições em decorrência da prática

de atos lesivos ao patrimônio público, em qualquer esfera do governo;

Não haver sido responsabilizado por irregularidades junto ao Tribunal de

Contas da União ou junto a Tribunais de Contas de Estado, do Distrito Federal

ou de Município;

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Não haver sido condenado em processo criminal por crimes contra a

Administração Pública, capitulados no Título XI, Capítulo I, do Código Penal

Brasileiro, na Lei nº 7.492/1986 e na Lei 8.429/1992.

2.1.4 Obrigações do Fiscal

São obrigações do fiscal do contrato as seguintes:

Conhecer o inteiro teor do Contrato, inclusive as especificações encontradas e

demais características do objeto (bem ou serviço), e seus eventuais aditivos;

Conhecer suas atribuições para o exercício das atividades de fiscalização;

Assegurar-se do cumprimento integral das obrigações contratuais assumidas

com qualidade e em respeito à legislação vigente;

Acompanhar rotineiramente a execução dos serviços contratados, de forma a

atuar tempestivamente na solução de eventuais problemas verificados;

Encaminhar as questões que ultrapassam o âmbito das atribuições que lhe

foram designadas aos respectivos responsáveis;

Providenciar a obtenção de esclarecimentos, auxílio ou suporte técnico, para

aqueles casos em que tiver dúvidas sobre a providência a ser adotada;

Atuar em tempo hábil na solução dos problemas que porventura venham a

ocorrer ao longo da execução contratual;

Zelar por uma adequada instrução processual, sobretudo quanto à correta

juntada de documentos e correspondente numeração das páginas do processo;

Indicar, em nota técnica, a necessidade de eventuais descontos serem

realizados no valor mensal dos serviços, decorrente de glosas que porventura

vierem a ocorrer;

Fazer o controle do saldo da nota de empenho. Ver modelo

de planilha de acompanhamento de saldo no [ANEXO 02]

deste documento;

ANEXO 02

Planilha de

controle do

saldo de

empenho e

contrato

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Fazer as medições das Notas Fiscais no cronograma cadastrado no Sistema

Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG,

conforme o caso. Para instruções deste procedimento

verificar Manual do Comprasnet.1

O Fiscal do Contrato deverá sempre se reportar ao preposto da Contratada,

evitando dar ordens diretamente aos empregados da Contratada. Em qualquer

comunicação que fizer à Contratada sobre problemas na execução do contrato, deverá ser

fixado um prazo para que ela possa apresentar sua defesa prévia, em observância ao

princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, que deverá ser respeitado em

todas as fases do processo de contratação.

2.1.5 Atribuições do Fiscal

A eficiência de um contrato está diretamente relacionada com o acompanhamento

de sua execução. O fiscal do contrato tem grande responsabilidade pelos seus resultados,

devendo observar o cumprimento, pela contratada, das regras técnicas, científicas ou

artísticas previstas no instrumento contratual.

Adiante, estão relacionadas algumas das atribuições inerentes ao trabalho do fiscal

de contratos da Unilab em três grupos: contratos de aquisição e serviços sem cessão de

mão de obra; contratos de serviços com cessão de mão de obra; contratos com cessão

onerosa de espaço público.

2.1.5.1 Contratos de aquisição e serviços sem cessão de mão de obra

Para iniciar o processo fiscalizatório, o primeiro passo é proceder a leitura da IN

02/2008 do MPOG, do termo de referência, proposta comercial, termo de

contrato, edital e seus anexos, portaria que designou o fiscal, a especificação do

1 Disponível em: https://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/manuais/manual_sicon_cronograma_perfil_fiscal.pdf

Manual Comprasnet

Cadastro de Cronograma

Siasg

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objeto, prazo de entrega do material, obrigações a serem cumpridas pela

contratada, garantias, etc. Sem a leitura desses documentos, a fiscalização se torna

impossível.

Verificar se foi prestada a garantia contratual, se esta tiver sido exigida no

contrato.

Acompanhar, in loco, a entrega do bem ou a prestação do serviço. Sem isso, a

fiscalização se torna impossível.

Verificar se o bem entregue ou serviço prestado atende às disposições da proposta

comercial, termo de referência, contrato e edital. Verificar se a contratada cumpriu

corretamente todas as obrigações e prazos previstos nesses instrumentos.

No caso de atraso na entrega dos bens, falha na execução do serviço, ou

descumprimento de cláusulas contratuais, tentar sanar o problema junto à

empresa, sempre documentando eventuais falhas em controle próprio do fiscal

(Registro de Ocorrências do Contrato).

Em caso de problemas, resolvidos ou não, iniciar procedimento para aplicação das

sanções cabíveis (Ver Passo a Passo para aplicação de sanções, na pág. 49).

Até agora você acompanhou a entrega do bem ou a execução do serviço. É

necessário, que seja registrada toda e qualquer ocorrência, sendo ela negativa ou

positiva, no Registro de Ocorrências do Contrato.

Depois do serviço prestado ou do bem entregue, o fiscal deve ter recebido a “Nota

Fiscal”, emitido pela empresa contratada, cobrando pela entrega do bem ou pelo

serviço prestado. É necessária análise desse documento. Informações como valor

da Nota Fiscal (se está de acordo com o contrato), descrição dos itens entregues /

serviços prestados, CNPJ da emitente, endereço, condições de pagamento, prazos,

validade da Nota Fiscal e correto preenchimento do documento devem ser

verificados.

Encontrou algum erro na Nota Fiscal? Se o erro não se referir a VALORES, peça

uma carta de correção à contratada. Caso o erro seja no VALOR da Nota Fiscal,

deve-se comunicar a contratada solicitando o cancelamento da Nota e emissão de

um novo documento.

Se estiver tudo certo com a entrega do bem ou com a prestação do serviço,

nenhuma pendência por parte da contratada e a Nota Fiscal devidamente emitida,

é hora de ATESTAR o recebimento dos produtos ou serviços. Observar as

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especificações técnicas do edital, em especial questões relacionadas a instalação

ou teste de funcionamento, conforme o caso.

Deixar juntamente com a Nota Fiscal uma cópia da nota de empenho, assinar e

anotar nela o valor da despesa a ser paga.

Verificar a necessidade de lançamento das notas fiscais no SICON (medição), se

for o caso. O acesso ao SICON é dado pela Coordenação Financeira – COFIN, já

o cadastro do fiscal no SICON é realizado pela Divisão do Núcleo de Contratos –

NCC.

Feito tudo isso, basta enviar o memorando à Pró Reitoria de

Administração solicitando a realização dos trâmites de

pagamento da Nota Fiscal [ANEXO 03]. Mês que vêm todo

esse fluxo deverá ser realizado novamente, conforme o caso.

2.1.5.2 Contratos de serviços com cessão de mão de obra

Para iniciar o processo fiscalizatório, o primeiro passo é proceder a leitura da IN

02/2008 do MPOG, do termo de referência, proposta comercial, termo de

contrato, edital e seus anexos, portaria que designou o fiscal, a especificação do

objeto, prazo de entrega do material, obrigações a serem cumpridas pela

contratada, garantias, etc. Sem a leitura desses documentos, a fiscalização se torna

impossível.

Verificar se foi prestada a garantia contratual, se esta tiver sido exigida no

contrato.

Acompanhar, in loco, a prestação do serviço com mão de obra terceirizada. Sem

isso, a fiscalização se torna impossível.

Atentar para a RELAÇÃO DE TERCEIRIZADOS sob sua fiscalização, postos a

descoberto, faltas, saídas antecipadas dos terceirizados, etc.

Verificar se o serviço prestado atende às disposições do termo de referência,

proposta comercial, contrato e edital. Verificar se a contratada cumpriu

corretamente todas as obrigações e prazos previstos nesses instrumentos.

No caso de falha na execução do serviço, ou descumprimento de cláusulas

contratuais, tentar sanar o problema junto à empresa, sempre documentando

ANEXO 03

Modelo de

memorando

Solicitação de

Pagamento

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eventuais falhas em controle próprio do fiscal (Registro de Ocorrências do

Contrato).

Em caso de problemas, resolvidos ou não, iniciar procedimento para aplicação

das sanções cabíveis (Ver Passo a Passo para aplicação de sanções, na pág. 49).

Até agora você acompanhou a execução do serviço. É necessário, que seja

registrada toda e qualquer ocorrência, sendo ela negativa ou positiva, no Registro

de Ocorrências do Contrato.

Depois do serviço prestado, o fiscal deve ter recebido a “Nota Fiscal”, emitido

pela empresa contratada, cobrando pelo serviço prestado. É necessária análise

desse documento. Informações como valor da Nota Fiscal (se está de acordo com

o contrato), descrição dos serviços prestados, CNPJ da emitente, endereço,

condições de pagamento, prazos, validade da Nota Fiscal e correto preenchimento

do documento devem ser verificados.

Encontrou algum erro na Nota Fiscal? Se o erro não se referir a VALORES, peça

uma carta de correção à contratada. Caso o erro seja no VALOR da Nota Fiscal,

deve-se comunicar a contratada solicitando o cancelamento da Nota e emissão de

um novo documento.

Se estiver tudo certo com a prestação do serviço, nenhuma pendência por parte da

contratada e a Nota Fiscal devidamente emitida, é hora de conferir a

documentação dos terceirizados. Observar as especificações técnicas do edital

para a prestação do serviço.

Verificar se nos documentos recebidos constam os contracheques e comprovantes

de pagamento dos terceirizados sob sua fiscalização. Você deve CONFERIR esses

documentos para verificar se os salários, benefícios e demais verbas estão sendo

pagos corretamente.

Verificar se nos documentos recebidos consta a folha de ponto dos terceirizados

sob sua fiscalização. Você deve CONFERIR se os horários anotados no cartão de

ponto equivalem aos horários efetivamente trabalhados pelos terceirizados sob

sua fiscalização.

Verificar se nos documentos recebidos consta o comprovante de pagamento do

vale transporte dos terceirizados que requisitaram / tem direito.

Verificar se nos documentos recebidos consta o comprovante de pagamento do

vale refeição aos terceirizados.

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Há colaboradores novos? Se sim, foi requerido da empresa os documentos de

contratação destes? (folha de registro, documentos pessoais e outros necessários

a função?)

E na documentação apresentada pela empresa, tudo certo? Algum terceirizado

recebeu menos do que lhe era direito? Algum não recebeu vale transporte? Não

consta algum comprovante de pagamento? Qualquer problema verifique com a

contratada para solucionar o mais rapidamente possível.

Se estiver tudo certo com a prestação do serviço, nenhuma pendência por parte da

contratada, Nota Fiscal devidamente emitida, documentos dos terceirizados

conferidos e corretos é hora de ATESTAR o recebimento dos serviços. Observar

as especificações técnicas do edital.

Verificar se todos os pontos da Lista de Verificação, que

consta no [ANEXO 04] foram atendidos.

Verificar a necessidade de lançamento das notas fiscais no

SICON (medição), se for o caso. O acesso ao SICON é dado

pela Coordenação Financeira – COFIN, já o cadastro do fiscal

no SICON é realizado pela Divisão do

Núcleo de Contratos – NCC.

Feito tudo isso, basta enviar o memorando à Pró Reitoria de

Administração solicitando a realização dos trâmites de

pagamento da Nota Fiscal [ANEXO 03]. Mês que vêm todo

esse fluxo deverá ser realizado novamente.

2.1.5.3 Contratos com cessão onerosa de uso de espaço público

Alguns contratos preveem a cessão onerosa de espaço público. Neste caso o fiscal

ficará responsável pela emissão da Guia de Recolhimento da União – GRU, conforme

previsão em Edital e Contrato.

O Fiscal do Contrato, quando da proximidade do encerramento da vigência

contratual, deverá consultar todos os setores usuários, os quais deverão, em tempo hábil

e por intermédio de pesquisa de satisfação, manifestar-se sobre a qualidade do serviço

prestado, bem como de seu interesse na prorrogação da vigência contratual.

ANEXO 03

Modelo de

memorando

Solicitação de

Pagamento

ANEXO 04

Lista de

verificação –

Pgto serviços

com cessão de

mão de obra

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Após essa manifestação, o Fiscal do Contrato deverá consultar o interesse da

contratada em continuar a prestar o serviço. Ao receber a resposta formal da empresa,

deverá elaborar um memorando informando sobre a qualidade da prestação dos serviços

e eventuais ocorrências porventura existentes, enviando o mesmo para Pró-Reitoria de

Administração - PROAD para continuidade nos trâmites.

2.1.6 Cuidados Permanentes

O contrato deve ser cumprido fielmente conforme as cláusulas pactuadas, tanto na

qualidade das especificações quanto nas quantidades previstas.

Eventuais falhas verificadas no cumprimento das obrigações contratuais deverão

ser imediatamente comunicadas à Área Responsável pelo Controle dos Contratos, para a

adoção das providências cabíveis. Maiores informações quanto ao procedimento a ser

adotado para casos de inexecução contratual ver na seção 3, destinada à Aplicação de

Sanções.

É imprescindível que o Fiscal do Contrato se certifique ainda da existência de:

Publicação da portaria o nomeando com fiscal;

Prévia emissão de nota de empenho;

Assinatura do contrato e de outros documentos hábeis;

Publicação do extrato do contrato;

Verificação das exigências contratuais e legais para início da execução do

objeto, tais como: a correta prestação de garantia;

No caso de serviços, relação do pessoal que irá executar o serviço e a respectiva

comprovação da regularidade da documentação apresentada;

Documento (livro, arquivo eletrônico, pasta/ processo, caderno, folhas)

apropriado para Registro das Ocorrências durante a execução do contrato, como,

por exemplo, falhas, atrasos e interrupções, com termos de abertura e

encerramento e com folhas numeradas e rubricadas pelas partes.

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O Fiscal de Contrato deverá acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, em

especial quanto a:

Manter planilha atualizada do valor do contrato, com seus aditivos, se houver,

e os valores empenhados e já pagos, em especial quanto aos contratos executados

por demanda, a exemplo de passagens aéreas, veículos, eventos, etc;

Identificar as cláusulas do contrato que necessitam e permitam

acompanhamento;

Ocorrência de subcontratação, quando não permitida ou, quando permitida,

atentando para os seus limites legais;

Qualificação dos empregados da Contratada, em conformidade com o contido

no edital, proposta ofertada e contrato assinado;

Qualidade dos materiais empregados e dos serviços verificados no momento

de sua entrega e utilização nos serviços, de forma a se assegurar o cumprimento

da qualidade nos serviços prestados;

Quantidades dos materiais empregados e dos serviços executados, para evitar

acréscimos e supressões desnecessários e que venham a representar

descumprimento das obrigações;

Comunicar à Área Responsável pelo Controle dos Contratos as eventuais

ocorrências que poderão ensejar a aplicação de penalidades contratuais ou a

instauração de procedimento de sanção, quando constatadas irregularidades. Esta

medida deve ser adotada somente depois de esgotadas as medidas

administrativas cabíveis para solucionar os eventuais problemas detectados;

Manter entendimentos com os responsáveis pelas áreas, quando o objeto do

contrato for a manutenção preventiva e corretiva em equipamentos, com vistas ao

controle de:

- Peças substituídas, com identificação do equipamento, para fins de garantia;

- Periodicidade da manutenção;

- Inclusões e exclusões de equipamentos, atentando para o limite do §1º, art.

65 da Lei mº 8.666/93;

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Responsabilização da Contratada pelos eventuais danos causados a UNILAB

ou a terceiros;

Verificação do recebimento do material, provisório e/ ou definitivo, e/ou

execução de obras ou serviços, na forma do disposto no artigo 73, da Lei nº

8.666/93;

Efetivação dos procedimentos para o envio do processo à liquidação da

despesa, dentre eles a aceitação do serviço (ateste da nota fiscal) e a verificação

da regularidade da Contratada por meio de consulta ao SICAF;

Verificação posterior do respectivo pagamento.

Atenção!

O Fiscal de Contrato deverá manter permanente vigilância sobre as

obrigações da Contratada, definidas nos dispositivos contratuais e

condições editalícias e, fundamentalmente, quanto à observância aos

princípios e preceitos consubstanciados na Lei nº 8.666/93, com suas

alterações.

!

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3 PENALIDADES

Os artigos 86 e 87 da Lei nº 8.666/93 estabelecem as penas passíveis de serem

aplicadas às empresas quando da inexecução do contrato, quais sejam: advertência, multa,

suspensão temporária de licitar e impedimento de contratar com a Administração e

declaração de inidoneidade.

Essas penalidades devem estar definidas no contrato administrativo e deve o fiscal

ter critério ao propor a aplicação de qualquer uma delas, adotando a proporcionalidade e

a razoabilidade e garantindo que seja adequada para o alcance dos fins almejados em

sintonia ao que determina a Lei Federal nº 9.874/99, que regula o processo administrativo

na esfera federal.

______________________________________________________________________

Art. 2º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da

legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,

ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os

critérios de:

[...]

VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e

sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do

interesse público.

______________________________________________________________________

Importante se torna enfatizar que não cabe à fiscalização a punição do contrato,

apenas fiscalizar a execução dos serviços, determinando as correções que se fizerem

necessárias, registrando os fatos e encaminhando relatório consubstanciado à autoridade

superior devidamente fundamentado e sugerindo as penas cabíveis.

Desta forma, as penalidades podem ser assim conceituadas:

a) ADVERTÊNCIA: (Artigo 87, I da Lei 8.666/93) – é a pena mais leve, ou

seja, caracteriza por um aviso, um alerta para que o fato relatado pela

fiscalização não seja reincidente.

b) MULTA: (Artigo 87, II da Lei nº 8.666/93) – é uma sanção pecuniária. A

multa pode ser de mora, por atraso na execução e sancionatória, por

inexecução total ou parcial. Entretanto deve estar claramente definida no

instrumento convocatório e no contrato. Pode ser aplicada cumulativamente

com as demais penalidades.

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c) SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DE PARTICIPAR EM LICITAÇÃO E

IMPEDIMENTO DE CONTRATAR COM A ADMNISTRAÇÃO (Artigo

87, inciso III da Lei nº 8.666/93) – A pena é o impedimento de contratar com

a Administração, restrito somente ao órgão/ entidade que aplicou a pena. Ver

Acórdão/TCU nº 3439/2012-Plenário.

d) DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE – (Artigo 87, inciso IV da lei nº

8.666/93). É a pena mais severa. A contratada fica impedida de participar em

procedimentos licitatórios e contratos de toda a Administração Pública

(federal, estadual, distrital e municipal).

3.1 Penalidades aplicáveis ao servidor público - Fiscal do

Contrato

O servidor público, no exercício das atribuições de fiscal de contratos, deve,

obrigatoriamente, cumprir a lei, respeitar as normas procedimentais aplicáveis e o teor do

contrato, a fim de evitar eventuais responsabilizações.

O fiscal do contrato que for omisso ou praticar qualquer ação que resultar em

vantagem indevida ao contratado, ou ainda “admitir”, “possibilitar” e “dar causa” a

qualquer ato ilegal, responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular

das atribuições que lhe foram confiadas, conforme dispositivos insertos na Lei 8.666/93:

______________________________________________________________________

Art. 82 – Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os

preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às

sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das

responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83 – Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam

os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, À perda do

cargo, emprego, função ou mandato eletivo.

______________________________________________________________________

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______________________________________________________________________

Art. 92 – Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem,

inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução

dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato

convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda,

pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado

o disposto no art. 121 desta lei: Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa.

______________________________________________________________________

Pode-se concluir que o fiscal responde ADMINISTRATIVAMENTE, se agir em

desconformidade com seus deveres funcionais, descumprindo regras e ordens legais,

PENAL, quando a falta cometida for capitulada como crime, entre os quais se incluem os

previstos na Seção III - Dos Crimes e das Penas, do Capítulo IV, da Lei nº 8.666/93 e

CIVIL, quando, em razão da execução irregular do Contrato, ficar comprovado danos ao

erário.

A aplicação de penalidades contratuais, garantida a prévia defesa, é um Poder da

Administração, um dever-ser, ou seja, uma prerrogativa inerente ao Poder Disciplinar da

Administração que deve ser exercida quando se verifica a inadimplência do contratado

na realização do objeto do contrato, no atendimento dos prazos ou no cumprimento de

qualquer outra obrigação a seu cargo. A Administração pode aplicar diretamente, as

penalidades contratuais em que o contratante incorrer. Estas penalidades podem ser

advertência, multa, rescisão unilateral do contrato, suspensão provisória do contratante

de participar de concorrências públicas e, até mesmo, a declaração de inidoneidade para

licitar ou contratar com a Administração Pública, previstas nos artigos de 81 a 88 da Lei

8.666/93, respeitando sempre os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

Atenção!

As sanções civis, penais e administrativas são cumulativas e independentes

entre si. No caso de absolvição criminal, a responsabilidade administrativa

será afastada.

!

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3.2 Fluxo de aplicação de sanções contratuais no âmbito da

Unilab

A seguir são apresentados os procedimentos que devem ser realizados quanto à

aplicação de sanções, bem como, são destacados os responsáveis por cada ato.

O fiscal do contrato deverá acompanhar o cumprimento do contrato (ou entrega

do bem adquirido), e na eventualidade da ocorrência de uma não conformidade, deverá

tentar saná-la, documentando todos os procedimentos. Caso ocorra alguma

irregularidade, o fiscal deve entrar em contato com o contratado a fim de regularizar a

situação, sempre de forma documentada. Caso não seja resolvida a irregularidade, o fiscal

deverá enviar Ofício de Notificação de Irregularidade [ANEXO 04]

ao fornecedor, dando 5 (cinco) dias úteis para apresentação de defesa

prévia, conforme §2º do Art. 87 da Lei 8.666/93. Caso a contratada

apresente defesa tempestiva e o fiscal aceite as alegações da empresa,

a documentação será arquivada no processo que deu origem ao

contrato. Por outro lado, caso a contratada não se manifeste, apresente

defesa fora do prazo ou defesa dentro do prazo, porém não aceita pelo fiscal do contrato,

este deverá enviar um memorando eletrônico à Pró-Reitoria de Administração - PROAD,

com cópia para a Divisão do Núcleo de Contratos e Convênios - NCC, contendo

exposição detalhada de todos os fatos que ensejam a sanção.

O fiscal do contrato deverá realizar análise acurada do Edital da Licitação,

Projeto Básico ou Termo de Referência, Contrato ou Ata de Registro de Preço - ARP e/ou

Nota de Empenho e a identificação precisa do descumprimento contratual, bem como o

prazo estipulado (no Edital e/ou Contrato/ARP) para o seu cumprimento. É necessária,

também, a demonstração da culpabilidade da empresa contratada pela falta cometida, ou

seja, se a falta cometida não pode ser imputada a fatores supervenientes, imprevisíveis,

em que a empresa não deu causa, ou contribuiu para a sua ocorrência. O fiscal do

contrato anexará eventuais documentos gerados, tais como e-mails trocados com a

contratada, prints de tela de sistemas, termos eventualmente celebrados, dentre outros, de

ANEXO 04

Modelo Ofício

de Notificação

de Aplicação

de Penalidade

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forma a instruir e comprovar as alegações realizadas e sugerir a sanção que a área entende

mais adequada ao caso concreto.

De posse dessas informações, a Pró-Reitoria de Administração tomará

conhecimento da situação e encaminhará à Divisão do Núcleo de Contratos e Convênios

- NCC para início do procedimento sancionatório, de acordo com a legislação e os

procedimentos internos da unidade.

Em síntese, o processo sancionatório, a ser aberto pela Divisão do Núcleo de

Contratos e Convênios - NCC deverá conter:

- Memorando Eletrônico enviado pelo fiscal;

- Cópia de Termo de Referência, Edital e Termo Contratual;

- Nota de Empenho;

- Toda documentação que comprove a irregularidade cometida e a tentativa do

fiscal em resolver.

Após aberto, o processo sancionatório terá encaminhamento inicial à PROAD de

Relatório Técnico - RT elaborado pelo NCC acerca dos descumprimentos contratuais,

conforme memorando prévio do fiscal. No relatório deverá conter todos os fatos, desde a

licitação, contratação, e faltas cometidas. Deverá ser explicitado se a empresa apresentou

(ou não) a defesa, e feita uma análise da defesa, rebatendo (ou concordando) com os

pontos apresentados pela contratada (caso a empresa tenha apresentado a defesa,

tempestiva ou não) e finalmente, opinando pela rejeição da defesa, ou seu acolhimento

(total ou parcial), conforme documentação enviada pelo fiscal. O RT será analisado e

aprovado pela PROAD e posteriormente encaminhado a Procuradoria Jurídica - PJ

para análise e parecer quanto à legalidade do processo sancionatório.

O NCC analisa o parecer da PJ, realiza as alterações de sua responsabilidade e

encaminha o parecer via e-mail para o fiscal, conforme o caso. Após,

encaminhará o processo ao Gabinete da Reitoria para ser proferida

decisão acerca da aplicação ou não da sanção pela autoridade

competente do órgão (Unilab). Caso seja decidida a aplicação da

sanção, será enviado um Ofício de Notificação de Aplicação de

Penalidade [ANEXO 05] à Contratada.

ANEXO 05

Modelo Ofício

de Notificação

de Aplicação

de Penalidade

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A Contratada terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para interposição de recurso à

decisão da Autoridade Competente, contados a partir do recebimento do Ofício de

Notificação de Aplicação de Penalidade.

Caso o recurso interposto pela Contratada seja deferido pela Autoridade

Competente, o processo será arquivado. Contudo, caso a Autoridade Competente

indefira o recurso interposto pela contratada, encaminhará à

Autoridade Superior, manifestação para que esta proceda com

análise do processo e emissão de Ofício de Notificação de Decisão

Final [ANEXO 06] à contratada informando a decisão final.

O processo será encaminhado à Coordenação de Logística - COLOG para

inclusão da penalidade no Sistema de Cadastramento de Fornecedores - SICAF e

publicação da decisão no Diário Oficial da União, conforme o caso.

O art. 109,§ 1ºda Lei nº8.666,de 1993 prevê, para alguns casos, a publicação da

intimação dos atos via imprensa oficial. Como a aplicação das sanções de advertência e

multa não surtem efeitos para além da órbita jurídica da contratada, ou seja, dessas não

se extrai efeitos restritivos que venham a interessar aos outros órgãos públicos

contratantes, a doutrina entende que, pelo princípio da eficiência, não se faz necessária a

publicação dessas duas sanções no Diário Oficial da União (DOU), bastando o seu

registro no sistema cadastral correspondente ou no SICAF.

As sanções de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento

de contratar com a Administração; de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar

com a Administração Pública (Lei nº8.666, de 1993) e impedimento de licitar e contratar

com a União, Estado, DF e Município (Leinº10.520/2002) e impedimento de licitar e

contratar com a União (Decreto nº5.450/2005), devem ser publicadas no DOU e

registradas no sistema cadastral correspondente ou SICAF.

ANEXO 06

Modelo Ofício

de Decisão

Final

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Figura 4 – Fluxo de aplicação de sanção

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Cuidado! Relação das falhas mais comuns

Nota Fiscal/Fatura com campos incompletos, principalmente quanto à data de

emissão;

Valor da Nota Fiscal/Fatura incompatível com a proposta apresentada pela

Contratada;

Ausência de assinatura nos termos de recebimento provisório e definitivo, bem

como ausência de identificação/carimbo de quem os assina;

Ausência das certidões fiscais e/ou guias de comprovação de recolhimento dos

encargos previdenciários juntamente com a Nota Fiscal, quando exigíveis;

Manifestação tardia pela prorrogação do Contrato, quando o correto seria com

no mínimo 60 dias de antecedência do término da vigência do contrato;

Divergências entre as medições atestadas e os valores efetivamente pagos;

Encaminhamento de questões tardiamente ao setor competente, com vistas a

solucionar os problemas detectados;

Perda de prazo em relação à satisfação dos tributos;

Perda de prazo em relação à remessa de documentos necessários ao Tribunal

de Contas;

Ausência de Parecer Jurídico para os Termos Contratuais e seus aditivos

(artigo 38, parágrafo único da Lei 8.666/93 e suas alterações).

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Perguntas Frequentes

I) O que é Contrato Administrativo?

R: “São ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas

ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo o regime

de direito público.”

Ou seja, é um acordo entre a UNILAB e uma determinada pessoa, física ou

jurídica, para aquisição de bens, prestação de serviço ou execução de obras, nas regras

estabelecidas pela Administração.

II) Quais são os tipos de contratos?

a. Contratação de obras ou serviços de engenharia: são contratos cujo objeto

refere-se à construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação;

b. Contratação de serviços (não incluídos os serviços de engenharia): são

contratos cujo objeto refere-se à demolição, conserto, instalação, montagem, operação,

conservação, reparação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou

trabalhos técnico-profissionais etc. Nesse tipo de contrato ainda temos contratos de

serviços com ou sem cessão de mão de obra;

c. Contratação de fornecimento de bens: são contratos cujo objeto refere-se à

aquisição de materiais de consumo ou permanentes.

III) O que é a fiscalização de contrato?

R: É a atividade de controle e a inspeção sistemática do objeto contratado

(aquisição de bens, prestação de serviços ou execução de obras) pela Administração, com

a finalidade de examinar ou verificar se sua execução obedece às especificações previstas

no contrato. Envolve, portanto, responsabilidade com o mérito técnico do que está sendo

executado, observadas as condições convencionadas.

Logo, é o acompanhamento do contrato, no curso do qual o fiscalizador examina

se tudo foi executado como a Administração estabeleceu.

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IV) Fiscalizador e Gestor de Contratos são as mesmas figuras?

R: O papel de Fiscal de Contratos é definido no art. 67 da Lei 8.666/93. No

entanto, tais definições não permitem a clara distinção entre as figuras do Gestor e do

Fiscal de Contratos, necessária para a adequada atribuição de responsabilidades

operacionais, que poderá delegar a um Fiscal o papel gerencial.

Um Gestor de Contratos poderá desempenhar também as funções de fiscalização,

mas um Fiscal não poderá assumir a responsabilidade do gerenciamento. Ao Fiscal, e

apenas a ele, caberá a responsabilidade pela assinatura de documentos (atestados, etc.) e

tomada de decisões gerenciais relativas à execução do objeto contratual.

V) De qual legislação o Gestor e o Fiscal de Contrato devem ter conhecimento?

R: Os contratos da Administração Pública são regidos, preponderantemente, pela

Lei Federal nº 8.666/93 e alterações, de modo que o Gestor e o Fiscal de Contratos devem

conhecer suas regras, inclusive as particularidades do contrato e da licitação precedente,

se for o caso. É também muito importante o conhecimento da Instrução Normativa Nº 02,

de 30 de abril de 2008 e alterações, que dispõe sobre regras e diretrizes para a contratação

de serviços, continuados ou não.

A Administração Pública é regida pela legalidade e pela publicidade. Por este

princípio, ninguém pode se escusar a cumprir a Lei, alegando não conhecê-la.

VI) E quando o Gestor/Fiscal encontrar alguma irregularidade?

R: Qualquer irregularidade deve ser comunicada ao órgão ou setor competente,

para que sejam tomadas as providências cabíveis. Aliás, qualquer ação que não esteja sob

o alcance do Gestor/Fiscal deve ser levada ao conhecimento de quem detém competência

para adoção de medidas pertinentes, conforme dispõe o § 2º do art. 67 da Lei nº 8.666/93

e alterações: “As decisões e providências que ultrapassarem a competência do

representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das

medidas convenientes”.

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A comunicação deverá ser feita por escrito, com os detalhamentos necessários

para a solução dos problemas, ver Passo a Passo de Aplicações de Sanções Contratuais

no Âmbito da Unilab para maiores informações de como proceder.

VII) Em caso de dúvida na aplicação de uma cláusula contratual ou de uma regra

legal, a quem o Gestor/Fiscal deve recorrer?

R: Em princípio, deve o Gestor/Fiscal buscar informações junto ao setor a que

estiver subordinado. Se a dúvida for de cunho jurídico, deve buscar apoio junto à Divisão

do Núcleo de Contratos podendo, também, ser ouvida a Procuradoria Jurídica.

Se a dúvida for de ordem técnica, inerente aos serviços ou aos bens adquiridos,

deve o Gestor/Fiscal socorrer-se do setor que elaborou o projeto básico ou as

especificações do objeto. As dúvidas poderão ser dirimidas informalmente junto aos

setores competentes, contudo, havendo necessidade de motivar algum ato, tais dúvidas

deverão ser manifestadas por escrito.

Logo, o Gestor/Fiscal não pode “guardar” as dúvidas para si. Deve “dividi-las”

com a Administração para solucioná-las o mais rápido possível, diminuindo as chances

de cometer erros e violar a lei, possibilitando que a Administração realmente atinja a

finalidade de Contratação.

VIII) Quais são as condições para a repactuação e renovação/prorrogação dos

Contratos?

R: Os Gestores/Fiscais porventura indicados deverão ter clareza na compreensão

dos seguintes conceitos, de forma a evitar erros nos procedimentos:

– REPACTUAÇÃO: é a revisão das condições contratadas, sob todos os

aspectos, ou apenas alguns. Acordo coletivo é apenas um fator da necessidade de

repactuação, não necessariamente sua determinante ou a única razão da repactuação. A

Administração deve instruir o processo com todos os comprovantes fornecidos pela

contratada, referentes à necessidade e legalidade da revisão.

O parecer do Gestor/Fiscal deverá ser explícito no sentido de evidenciar se a

repactuação é devida, com exaustivo exame da planilha apresentada.

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– PRORROGAÇÃO: é a alteração da vigência do contrato, devendo ser

observado o disposto na Lei 8.666/93, artigo 57. A Administração necessita instruir o

processo com pesquisa de mercado e justificativa sobre os benefícios da prorrogação

(avaliação de desempenho da contratada; levantamento de informações quanto aos

aspectos técnicos e mercadológicos que comprovem a existência de condições e preços

vantajosos para a Administração, por meio de pesquisa de mercado realizada em pelo

menos três empresas do ramo ou em órgãos da Administração Pública que mantenham

Contratos semelhantes; manifestação da Contratada em relação à prorrogação e ao

reajuste de preços; nos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação, informar se a

Contratada continua mantendo, em relação à execução do objeto, as condições que

ensejaram sua contratação, de conformidade com a fundamentação legal pertinente, etc.).

Nos casos onde não haja renovação de contrato, ao término do contrato deverá ser

realizada nova licitação ou processo de contratação cabível. Deverá ser observado com

especial atenção o término do prazo de vigência dos contratos, que poderá durar, no

máximo, 60 meses, via de regra, com uma única e excepcional prorrogação de mais 12

meses (Lei 8.666/93, artigo 57, parágrafo 4º).

IX) Quais procedimentos o Gestor/Fiscal deve adotar nos casos em que não há

possibilidade de prorrogação?

R: Na hipótese em que os Contratos não puderem ser prorrogados, deverá ser

elaborado Projeto Básico visando à elaboração de novo procedimento licitatório.

Os autos deverão ser encaminhados antes da expiração da vigência do respectivo

Contrato, sendo sugeridos os seguintes prazos:

- até 60 (sessenta) dias para os procedimentos relativos à inexigibilidade e

dispensa de licitação;

- até 90 (noventa) dias para os procedimentos relativos à licitação nas modalidades

de Convite e Pregão;

- até 120 (cento e vinte) dias para os procedimentos relativos à licitação nas

modalidades de Tomada de Preços e Concorrência.

Considerações finais

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O Gestor e Fiscal do Contrato representam a Administração contratante. Assim, a

sua conduta deverá ser retilínea e as suas ações transparentes, porque o seu querer será o

querer da Administração.

Relacionar em registro próprio todas as ocorrências encontradas na execução do

Contrato é uma imposição legal (§ 1º do art. 67 da Lei 8.666/93), pelo que, toda vez que

o Gestor/Fiscal de Contrato se deparar com um fato, ainda que contrário ao estipulado no

ajuste, deve providenciar os registros competentes, justificando sempre suas ações.

O Gestor/Fiscal é, antes de tudo, um encaminhador de questões. Perseguir a

solução de problemas em tempo hábil deve ser seu foco de atuação.

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REFERÊNCIAS

ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO Orientação Normativa n. 36 de 13 de dezembro de

2011 – A administração pode estabelecer a vigência por prazo indeterminado nos

contratos em que seja usuária de serviços públicos essenciais de energia elétrica, água e

esgoto, serviços postais monopolizados pela ect (empresa brasileira de correios e

telégrafos) e ajustes firmados com a imprensa nacional, desde que no processo da

contratação estejam explicitados os motivos que justificam a adoção do prazo

indeterminado e comprovadas, a cada exercício financeiro, a estimativa de consumo e a

existência de previsão de recursos orçamentários. [Diário Oficial da União] Brasília,

DF 14 de dezembro de 2011.

BRASIL. Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993 – Regulamenta o artigo 37, do inciso

XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da

Administração Pública e dá outras providências. [Diário Oficial da União] Brasília,

DF, 21 jun. 1993.

______. Lei n. 9.648, de 27 de maio de 1998 – Altera dispositivos das Leis no 3.890-A,

de 25 de abril de 1961, no 8.666, de 21 de junho de 1993, no 8.987, de 13 de fevereiro

de 1995, no 9.074, de 7 de julho de 1995, no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e

autoriza o Poder Executivo a promover a reestruturação da Centrais Elétricas

Brasileiras - ELETROBRÁS e de suas subsidiárias e dá outras providências. [Diário

Oficial da União] Brasília, DF, 28 de maio de 1998.

______. Lei n. 12.349 de 15 de dezembro de 2010 – Altera as Leis nos 8.666, de 21 de

junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e 10.973, de 2 de dezembro de 2004;

e revoga o § 1o do art. 2o da Lei no11.273, de 6 de fevereiro de 2006. [Diário Oficial da

União] Brasília, DF 16 de dezembro de 2010.

______. Lei n. 10.192/2001 de 14 de fevereiro de 2001 – Dispõe sobre medidas

complementares ao Plano Real e dá outras providências. [Diário Oficial da União]

Brasília, DF 16 de fevereiro de 2001.

______. Lei n. 8112/1990 de 11 de dezembro de 1990 – Dispõe sobre o regime jurídico

dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas

federais. [Diário Oficial da União] Brasília, DF 19 de abril de 1991.

______. Lei n. 7.492 de 16 de junho de 1986 – Define os crimes contra o sistema

financeiro nacional, e dá outras providências. [Diário Oficial da União] Brasília, DF 18

de junho de 1986.

______. Lei n. 8.429 de 02 de junho de 1992 – Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos

agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,

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emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras

providências. [Diário Oficial da União] Brasília, DF de 03 de junho de 1992.

______. Lei n. 9.874 de 29 de janeiro de 1999 – Regula o processo administrativo no

âmbito da Administração Pública Federal. [Diário Oficial da União] Brasília, DF 01 de

fevereiro de 1999.

______. Lei n. 10.520 de 17 de junho de 2002 - Institui, no âmbito da União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição

Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços

comuns, e dá outras providências. [Diário Oficial da União] Brasília, DF 18 de julho

de 2002.

______. Decreto n. 2.271 de 07 de julho de 1997 - Dispõe sobre a contratação de

serviços pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras

providências. [Diário Oficial da União] Brasília, DF 08 de julho de 1997.

______. Decreto n. 5.450 de 31 de maio de 2005 - Regulamenta o pregão, na forma

eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. [Diário

Oficial da União] Brasília, DF 01 de junho de 2005.

CÓDIGO PENAL BRASILEIRO Título XI, Capítulo I de 07 de dezembro de 1940.

[Diário Oficial da União] Rio de Janeiro, RJ 31 de dezembro de 1940.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Instrução

Normativa n. 02 de 30 de abril de 2008 – Dispõe sobre regras e diretrizes para a

contratação de serviços, continuados ou não. [Diário Oficial da União] Brasília, DF 30

de abril de 2008.

ENAP – Escola Nacional de Administração Pública. Curso de Gestão e Fiscalização

de Contratos Administrativos, 2014. Disponível em

<http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/handle/1/1909/GestaodeContratos_modulo_3_

final_.pdf?sequence=1>. Acesso em 17 de maio, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos

administrativos. 16. ed. São Paulo: RT, 2014.

UNILA. Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos DECON/UNILA.

Disponível em

<https://www.unila.edu.br/sites/default/files/files/MANUAL_DE_GEST%C3%83O_E_

FISCALIZA%C3%87%C3%83O_DE_CONTRATOS_DECON_-_FINAL.pdf>.

Acesso em 17 de maio, 2016.