109
INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA - IEP Curso de Pós Graduação Stricto Sensu Programa de Mestrado em Educação em Diabetes Alessandro Bao Travizani COMPARAÇÃO ENTRE DUAS ESTRATÉGIAS NA EDUCAÇÃO DE DIABETICOS TIPO 2: cartilhas impressas versus reuniões em grupo Belo Horizonte 2014

UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA - IEP

Curso de Pós – Graduação Stricto Sensu

Programa de Mestrado em Educação em Diabetes

Alessandro Bao Travizani

COMPARAÇÃO ENTRE DUAS ESTRATÉGIAS NA EDUCAÇÃO DE DIABETICOS

TIPO 2: cartilhas impressas versus reuniões em grupo

Belo Horizonte

2014

Page 2: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

ALESSANDRO BAO TRAVIZANI

COMPARAÇÃO ENTRE DUAS ESTRATÉGIAS NA EDUCAÇÃO DE DIABETICOS

TIPO 2: cartilhas impressas versus reuniões em grupo

Dissertação apresentada ao programa de mestrado

profissional em „Educação em Diabetes‟ do Instituto

de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo

Horizonte, como requisito parcial para a obtenção do

título de Mestre

Orientadora: Dra Adriana Bosco

Belo Horizonte

2014

Page 3: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

Travizani, Alessandro Bao A782c Comparação entre duas estratégias na educação de diabéticos tipo

2: cartilhas impressas versus reuniões em grupo. / Alessandro Bao Travizani. – Belo Horizonte/MG, 2014.

108 f. enc. Orientadora: Dra Adriana Bosco Dissertação (Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Mestrado em Educação em Diabetes). 1. Doenças, saúde pública. 2. Doenças Crônicas.3.Diabetes tipo 2. I.

Travizani, Alessandro Bao. II. Título. III. Grupo Santa Casa de Belo Horizonte. IV. IEP.

CDD: 614.43

Page 4: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

4

Dedico este trabalho a Deus Pai Todo

Poderoso, à Nossa Senhora Aparecida e

à minha amada Noara Morais,

incentivadores onipresentes desta

caminhada

Page 5: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus queridos Pai, Mãe, Irmãs e Vovô, pelo carinho e compreensão

nos momentos difíceis de toda a minha caminhada acadêmica.

Agradeço à minha querida Noara Morais, pelo incentivo diário, colorindo os meus

dias e compreendendo os meus momentos de ausência.

Agradeço à doutora Janice Sepúlveda Reis, pela chance dada a mim de enveredar

por este mundo fascinante da Educação em Diabetes.

Agradeço à doutora Adriana Bosco, pela paciência de Jó com os meus incessantes

questionamentos, durante toda a sua magnífica orientação.

Agradeço à diretoria, médicos e secretárias da policlínica municipal doutor Ovídio

Silva, de Itaúna, pelo apoio irrestrito durante as atividades de campo e para o

estabelecimento do Grupo de Ensino para o Diabético Itaunense.

Agradeço aos nobres e inesquecíveis colegas do mestrado da Santa Casa BH, pelos

inúmeros momentos de aprendizado e alegria a mim proporcionados.

Agradeço eternamente aos pacientes diabéticos de Itaúna que altruísticamente

optaram por contribuir com esta pesquisa e me proporcionaram sorrisos e olhares

inesquecíveis, pelos quais serei sempre grato.

Page 6: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

“Por vezes sentimos que aquilo que

fazemos não é senão uma gota de água no

mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse

uma gota”

(Madre Teresa de Calcutá)

Page 7: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

RESUMO Introdução: Poucos estudos avaliaram os resultados das estratégias utilizadas na educação de diabéticos tipo 2. Na maioria deles, essas estratégias não foram avaliadas quanto à eficácia na aquisição individual de conhecimentos para o autocuidado. No Brasil, há predominância de materiais educativos para diabéticos na forma impressa e inúmeras tentativas institucionais de educação na forma de reuniões em grupo, ambas pouco avaliadas. Objetivo: Comparar a legibilidade e efetividade de materiais impressos versus reuniões em grupo, na aquisição de conhecimentos básicos sobre o diabetes tipo 2, bem como as mudanças em índices clínicos, laboratoriais e antropométricos atribuíveis às intervenções. Método: Ensaio clínico, aberto, longitudinal, randomizado, com duração de 6 meses, em unidade ambulatorial de saúde pública. Foram incluídos 52 pacientes diabéticos do tipo 2, maiores de 35 anos, alfabetizados, divididos em dois grupos: “cartilhas”, cujas intervenções foram feitas com materiais educativos impressos criados para o estudo (n=27) com legibilidade avaliada pelo índice de Flesh-Kincaid e “reuniões”, cujas intervenções foram reuniões em grupo, conduzidas por um educador médico treinado (n=25), com os mesmos assuntos apresentados nas cartilhas. As intervenções foram aplicadas nos momentos inicial e ao 3º mês, sempre precedidas pela avaliação de conhecimentos, valendo-se de um questionário criado para o estudo e por consultas individuais, no início, 3º e 6º meses. Resultados: A média etária dos indivíduos do grupo cartilhas era superior à do grupo reuniões (64,6±7,3 vs 58,3±10,6), porém com níveis de escolaridade semelhantes. Ambas as estratégias foram eficazes para a aquisição de conhecimentos, porém, o grupo reuniões apresentou-se significativamente melhor. Na avaliação dos índices clínico-laboratoriais, foram excluídos os indivíduos que tiveram os seus tratamentos modificados pelos seus médicos assistentes, de forma a avaliar somente os efeitos das intervenções educativas. Mesmo sem diferença estatística, ambas promoveram melhora na adesão à dieta e no controle glicêmico. Os níveis de triglicérides, HDL, cessação do alcoolismo e o controle pressórico foram melhores na estratégia por reuniões. A estratégia por cartilhas promoveu melhora do colesterol total e neste grupo o LDL apresentou queda significativa (p=0,047 intragrupo e p=0,009 intergrupos). Quanto à cessação do tabagismo, índice de massa corporal, medida da cintura abdominal e prática de atividades físicas, não houve diferença entre os grupos. O índice de legibilidade das cartilhas criadas foi considerado elevado e inadequado para a amostra, mas comparável à maioria dos materiais educativos impressos utilizados em diabetes tipo 2. Conclusões: As duas estratégias de educação foram eficazes para o aprendizado, porém o método por reuniões foi o mais efetivo. Ambas as estratégias melhoraram o controle glicêmico e a adesão à dieta, entretanto, estudos mais prolongados são necessários para se definir qual delas é a mais efetiva. O método por reuniões melhorou o nível dos triglicérides, do HDL, de cessação do alcoolismo e o controle pressórico. O método por cartilhas reduziu o colesterol total e foi o melhor, significativamente, na redução do LDL. O tabagismo, índice de massa corporal, medida da cintura abdominal e adesão à prática de atividades físicas não sofreram influência das intervenções Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo 2. Educação em Saúde. Avaliação de programas e projetos em saúde. Grupos de autoajuda. Folhetos.

Page 8: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

ABSTRACT Introduction: Few studies evaluated the results of the strategies used in the education of

diabetic mellitus type 2 patients. In most of them, these strategies were not evaluated for

effectiveness in individual purchase of knowledge for self-care. In Brazil, there is a

predominance of educational materials for diabetics in printed form and countless

attempts of institutional education in the form of group meetings, both little evaluated.

Objective: To compare the legibility and effectiveness of printed materials versus group

meetings, on the acquisition of basic knowledge about type 2 diabetes, as well as the

changes in clinical, laboratory and anthropometric índices attributable to interventions.

Method: Open clinical trial, longitudinal, randomized, with duration of 6 months, in a

public health unit. Were included 52 patients, larger than 35 years ago, literate, divided in

two groups: “booklets”, whose interventions were made with printed educational material

created for the study (n= 27) with legibility assessed by Flesh-Kincaid index and

“meetings”, whose interventions were group meetings, conducted by an educator

physician trained (n= 25), with the same subjects presented in booklets. The

interventions were implemented on initial moment and on the 3th month, always

preceded by assessment of knowledge, by an criated questionnaire for the study and

individual consultations, at the start, 3th and 6th months. Results: The mean age of the

individuals in the “booklets” was higher than the “meetings” (64.6±7.3 vs 58.3± 10.6), but

with similar levels of scholarity. Both strategies were effective in the acquisition of

knowledge, but “meetings” group showed to be significantly better. In the evaluation of

clinical-laboratory indices, were excluded the individuals who had their treatment

modified by their physicians assistants, in order to assess only the effects of educational

interventions. Even without statistical difference, both promoted improvement in diet

adherence and glycemic control. Triglycerides, HDL, cessation of alcohol and blood

pressure control were better at “meetings” strategy. The “booklets” promoted

improvement in total cholesterol and LDL that in this group was significantly reduced

(p=0.047 intragroup and p=0.009 intergroup). About cessation of smoking, body mass

index, waist circumference and physical activity, there was no difference between the

groups. The legibility index of information booklets created was considered high and

inappropriate for the sample, but comparable to the majority of printed educational

material used in type 2 diabetes. Conclusions: The two strategies of education have

been effective in the learning, but the method by “meetings” was significantly more

effective. Both strategies have improved glycemic control and diet adherence, but longer

studies are needed to define which one is more effective. The method by “meetings”

improved the level of triglycerides, HDL, alcohol cessation and blood pressure control.

The method by printed “booklets” reduced total cholesterol and was the best and

significantly in LDL reducing. Smoking, body mass index, waist circumference and

physical activity adherence weren‟t influenced by interventions.

Key-words: Diabetes mellitus type 2. Health education. Program evaluation. Self-help groups. Pamphlets. Leaflets. Booklets.

Page 9: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - FLUXOGRAMA DA ESTRATÉGIA DE CARTILHAS IMPRESSAS ....41

FIGURA 2 - FLUXOGRAMA DA ESTRATÉGIA DE REUNIÕES EM GRUPO .......43

FIGURA 3 – SELEÇÃO DOS PACIENTES ........................................................... 46

Page 10: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA DOS INDIVÍDUOS...................47

TABELA 2 – AVALIAÇÃO INTRAGRUPOS DAS NOTAS DOS QUESTIONÁRIOS,

AO LONGO DO ESTUDO..........................................................................................48

TABELA 3 – ÍNDICES DE LEGIBILIDADE DOS MATERIAIS UTILIZADOS NO

ESTUDO ...................................................................................................................50

TABELA 4 – ADESÃO À DIETA, CONSUMO DE TABACO E DE ÁLCOOL.............50

TABELA 5 – COMPARAÇÃO DA ADESÃO À ATIVIDADE FÍSICA ENTRE OS

GRUPOS, AO LONGO DO ESTUDO........................................................................51

TABELA 6 – COMPARAÇÃO LABORATORIAL-ANTROPOMÉTRICA

(INTERGRUPOS).......................................................................................................52

TABELA 7 – COMPARAÇÃO LABORATORIAL-ANTROPOMÉTRICA

(INTRAGRUPOS).......................................................................................................54

Page 11: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – COMPARAÇÃO INTERGRUPOS DAS NOTAS NOS QUESTIONÁRIOS, AO LONGO DO ESTUDO......................................................... 49

Page 12: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DM DIABETES MELLITUS

DM1 DIABETES MELLITUS TIPO 1

DM2 DIABETES MELLITUS TIPO 2

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

ADA AMERICAN DIABETES ASSOCIATION

SBD SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES

DMG DIABETES GESTACIONAL

DCVs DOENÇAS CARDIOVASCULARES

LADA LATENT AUTOIMMUNE DIABETES OF ADULTS

HBA1c HEMOGLOBINA GLICADA

ICC INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA

DAC DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA

AVC ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

DAOP DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA

HAS HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

AADE AMERICAN ASSOCIATION OF DIABETES EDUCATORS

DESG DIABETES EDUCATION STUDY GROUP

GC GRUPO DE ESTRATÉGIA DE ENSINO POR CARTILHAS

GR GRUPO DE ESTRATÉGIA DE ENSINO POR REUNIÕES EM GRUPO

CT COLESTEROL TOTAL

LDL LOW DENSITY LIPOPROTEIN

HDL HIGH DENSITY LIPOPROTEIN

TRIGL TRIGLICÉRIDES

IMC ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

MEV MUDANÇAS DE ESTILO DE VIDA

PAS PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA

PAD PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA

V1 AVALIAÇÃO CLÍNICA NÚMERO 1

V2 AVALIAÇÃO CLÍNICA NÚMERO 2

V3 AVALIAÇÃO CLÍNICA NÚMERO 3

Page 13: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

ILFK ÍNDICE DE LEGIBILIDADE DE FLESH-KINCAID

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

BH BELO HORIZONTE

SPSS STATISTICAL PACKAGE FOR SOCIAL SCIENCES

Page 14: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................16

1.1 Complicações e Impacto Sócio-Econômico ...................................................17

1.2 Tratamento..........................................................................................................19

2 REVISÃO DA LITERATURA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS ............................21

2.1 Referencial histórico .........................................................................................21

2.2 A inserção da educação no contexto terapêutico ..........................................23

2.3 Materiais educativos impressos ......................................................................24

2.4 Reuniões educativas em grupo .......................................................................27

2.5 Problematização ................................................................................................28

2.6 Justificativa ........................................................................................................30

3 OBJETIVOS ..........................................................................................................31

3.1 Objetivo principal ..............................................................................................31

3.2 Objetivos secundários ......................................................................................31

4 PACIENTES E MÉTODOS ...................................................................................32

4.1 Delineamento ....................................................................................................32

4.2 Cálculo amostral da população estudada ......................................................33

4.3 Pacientes ...........................................................................................................34

4.3.1 Critérios de inclusão .........................................................................................34

4.3.2 Critérios de exclusão ........................................................................................35

4.4 Aplicação das intervenções educativas .........................................................35

4.4.1 Materiais didáticos e avaliativos .......................................................................35

4.4.2 Estratégia por cartilhas impressas ...................................................................37

4.4.3 Estratégia por reuniões em grupo ....................................................................40

4.5 Pesquisa e normalização bibliográfica ..........................................................42

4.6 Aspectos éticos ................................................................................................42

4.7 Análise estatística ............................................................................................43

5 RESULTADOS ......................................................................................................45

6 DISCUSSÕES........................................................................................................55

7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO E PERSPECTIVAS FUTURAS ................................62

8 CONCLUSÕES .....................................................................................................63

REFERÊNCIAS .........................................................................................................64

Page 15: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

APÊNDICES ............................................................................................................. 72

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ...........72

APÊNDICE B – OFÍCIO À SECRETÁRIA DE SAÚDE DE ITAÚNA-MG .................74

APÊNDICE C – OFÍCIO AO MÉDICO DA UNIDADE DE SAÚDE-SUS ..................75

APÊNDICE D – MODELO DE CARTILHA UTILIZADA EM V1 ...............................77

APÊNDICE E – MODELO DE CARTILHA UTILIZADA EM V2 ...............................99

APENDICE F – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS SOBRE

O DIABETES ...........................................................................................................105

APENDICE G – FICHA CLÍNICA INDIVIDUAL.......................................................108

Page 16: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

16

1 INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de

distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia, podendo resultar

de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos

específicos, como por exemplo, a destruição das células beta do pâncreas

(produtoras de insulina), a resistência à ação da insulina e distúrbios da secreção da

insulina, entre outros (GROSS et al, 2002; SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES, 2011).

Uma epidemia de DM vem sendo observada nos últimos anos, com tendência de

crescimento nas próximas décadas. Em 1985 estimava-se haver 30 milhões de

adultos com DM no mundo. O número cresceu para 135 milhões em 1995, 240

milhões em 2005 e projeta-se atingir 330 milhões em 2030, dois terços destes

habitando países em desenvolvimento, coexistindo com a morbi-mortalidade já

causada pelas doenças infecciosas, de alta prevalência nesses países (WILD et al,

2004).

No Brasil, dados sobre a prevalência de DM representativos da população de nove

capitais datam do final da década de 80, época em que estimou-se que, em média,

7,6% dos brasileiros entre 30 e 69 anos apresentavam DM, sendo que cerca de

metade dos indivíduos desconhecia a existência da sua doença (MALERBI, 1992).

O aumento da expectativa de vida, a maior urbanização e o estilo de vida moderno

com estímulos à obesidade e ao sedentarismo podem explicar o assustador

aumento da prevalência de DM, observada atualmente no Brasil (BRASIL, 2013;

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA, 2013 ).

A classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela

Associação Americana de Diabetes (ADA) e pela Sociedade Brasileira de Diabetes

(SBD) inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), outros tipos

Page 17: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

17

específicos de DM e o DM gestacional (DMG) (ALBERTI et al, 1999, AMERICAN

DIABETES ASSOCIATION, 2010.).

O DM1 compreende apenas 5 a 10% dos casos, sendo o resultado da destruição

autoimune das células beta pancreáticas, com a consequente deficiência de insulina,

sendo a sua reposição necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte

(BRASIL, 2006).

O DM2 acomete em torno de 90% dos casos, possuindo uma grande predisposição

genética, caracterizada por defeitos na ação e/ou secreção da insulina, porém, a

manifestação do componente genético está sujeita a importante influência de fatores

ambientais (BRASIL, 2006).

Assim, o risco de desenvolver o DM2 aumenta com a idade, obesidade

(principalmente a do tipo abdominal) e sedentarismo. Ocorre mais frequentemente

em mulheres, acima 35 anos, com passado de DMG e em associação à hipertensão

arterial e dislipidemia, com a sua prevalência variando entre os diferentes grupos

raciais/étnicos (BRASIL, 2006; PIMENTA, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES, 2011).

Cerca de 50% dos pacientes DM2 desconhecem portar a doença, uma vez que eles

geralmente são assintomáticos, o que dificulta a procura e a aderência ao

tratamento, fato que contribui para o aumento das complicações. Em torno de 60%

deles irão necessitar de insulina ao longo da vida, porém, a sua administração

nesses casos não visa evitar cetoacidose, que raramente ocorre, mas alcançar o

controle glicêmico (BRASIL, 2006).

1.1 Complicações e impacto sócio-econômico

O reconhecimento do DM como fator de risco para o desenvolvimento das DCVs

adquiriu significado científico após as publicações do Framingham study (KANNEL

et al, 1979). Nessa época, estabelecia-se o conceito de que o DM deveria ser aceito

como um precursor de morbidade e mortalidade cardiovasculares, tendo em vista a

Page 18: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

18

sua elevada incidência na coorte de insuficiência cardíaca (ICC), doença arterial

coronariana (DAC), acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial obstrutiva

periférica (DAOP) (ROSAMOND et al, 1998).

Hoje, sabe-se que o DM não só aumenta a incidência dessas DCVs, como também

acelera o seu curso clínico (BECKMAN et al, 2002).

O DM2 destaca-se como importante fator de risco para as complicações

macrovasculares, DAOP, DAC e AVC sendo atualmente a aterosclerose apontada

como o mecanismo comum para o desenvolvimento de todas essas DCVs

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2011; JUNQUEIRA et al, 2013).

As DCVs em pacientes com DM2 são responsáveis por 80% dos seus óbitos. Em

diabéticos, o risco relativo de sofrer um evento cardiovascular é 3 a 4 vezes maior

do que para a população em geral (STAMLER et al,1993). Um clássico estudo

observacional mostrou que é similar o risco de mortalidade por DCV de pacientes

com DM2 e os indivíduos não-DM que já sofreram infarto agudo do miocárdio

(HAFFNER et al, 1998). Os pesquisadores passaram então a buscar justificativas

científicas para esse incremento de risco.

Os motivos da manifestação de aterosclerose acelerada no DM2, ainda não são

totalmente claros, sugerindo-se como mecanismos prováveis a inibição da produção

endotelial de óxido nítrico, o aumento da produção de vasoconstritores, o acúmulo

de produtos de glicação avançada tóxicos ao endotélio, além da sua associação

frequente com outros conhecidos fatores de risco cardiovasculares, tais como a

obesidade visceral, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a dislipidemia,

sabidamente mais aterogênicos nesses pacientes (AZEVEDO et al 2010;

CONSENTINO et al, 2009; KIM et al, 2006).

Sendo uma doença crônica, com graves complicações e necessidade de emprego

de vários meios para o seu tratamento, o DM traz consigo uma importante

sobrecarga financeira tanto para o indivíduo e seus familiares, quanto para o sistema

de saúde de um país. As complicações do DM emergem como uma das maiores

Page 19: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

19

ameaças à saúde em todo o mundo, com graves implicações econômicas e sociais

(BARCELÓ et al, 2003).

Estima-se que os custos diretos com DM (exames, medicamentos, consultas) variem

entre 2,5 a 15% do orçamento anual da saúde de um país, o que nos Estados

Unidos, em 2007, representou 116 bilhões de dólares (AMERICAN DIABETES

ASSOCIATION, 2008) e no Brasil, em torno de 3,6 bilhões de dólares, em 2003

(BARCELÓ et al, 2003; BANIA et al, 2011). Estimativas dão conta de que os custos

indiretos (perda de produtividade, incapacidade, morte prematura) ainda podem ser

cinco vezes maiores do que os diretos (WHO, 2002).

Projeções para o ano de 2030 mostram que, enquanto nos países desenvolvidos a

maioria dos diabéticos estará com 65 anos ou mais, nos países em desenvolvimento

as pessoas mais afetadas estarão na faixa de 45-65 anos, ou seja, nos seus anos

mais produtivos (WILD et al 2004; OPAS, 2003).

No Brasil, dados mostram que as taxas de mortalidade por DM (por 100 mil

habitantes) apresentam acentuado aumento com o progredir da idade, variando de

0,58 para a faixa etária de 0-29 anos, até 181,1 para a de 60 anos ou mais, ou seja,

um gradiente superior de 300 vezes (FRANCO, 2004).

Dois grandes estudos clássicos, na década de noventa, realizados com pacientes

DM1 e DM2, demonstraram uma redução nas complicações quando os pacientes

receberam tratamento intensivo, incluindo intervenção educativa, por uma equipe

multiprofissional capacitada para esse fim (THE DIABETS CONTROL AND

COMPLICATIONS TRIAL RESEARCH GROUP, 1993; UNITED KINGDOM

PROSPECTIVE DIABETES STUDY GROUP, 1998).

1.2 Tratamento

O tratamento do DM inclui como estratégia as modificações no estilo de vida (MEV),

que incluem a suspensão do fumo, o aumento da atividade física, um plano dietético,

o uso de medicamentos e, essencialmente, a educação, que é um ato terapêutico

que deve motivar os indivíduos com diabetes a adquirir conhecimentos e a

Page 20: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

20

desenvolver habilidades para a mudança de hábitos, sendo o seu objetivo geral o

adequado controle metabólico e a melhoria da qualidade de vida (CONSENTINO et

al, 2009).

Sabe-se que o conhecimento pode ajudar os indivíduos a modificarem o seu

comportamento, a terem autonomia, a coparticiparem de decisões e atitudes

relativas à sua saúde e, ainda, a ser um agente transformador de si próprio e dos

outros. Por meio do desenvolvimento das competências e da aquisição de

conhecimento se fortalece a habilidade e a capacitação do indivíduo, ou

empowerment, expressão definida como o processo pelo qual as pessoas estão em

situações que podem alterar o efeito da percepção de controle sobre a própria

escolha (SILVA et al, 2011).

No entanto, a aquisição de conhecimento nem sempre remete às mudanças de

comportamento, pois para tanto são necessárias condições essenciais que

independem da vontade das pessoas. Nesse contexto, destacam-se os fatores

econômicos, sociais, culturais e motivacionais dos indivíduos e da comunidade, além

da implementação de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde (SILVA

et al, 2011).

Mesmo com avanços tecnológicos indiscutíveis no seu tratamento, a educação

ainda tem sido a ferramenta mais enfatizada na terapêutica do paciente com DM2,

seja com estratégias individuais ou em grupo.

Como aplicá-la, qual o melhor método e como avaliar objetivamente os seus

resultados, ainda são perguntas a serem respondidas (MUHLHAUSER et al, 2002;

TORRES et al, 2010, RIBAS et al, 2008)

Page 21: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

21

2 REVISÃO DA LITERATURA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1 Referencial histórico

No final do século XIX, o clínico francês Bouchardat assinalou a importância da

obesidade e da vida sedentária na origem do DM e traçou as normas para o

tratamento dietético, baseando-o na restrição dos glicídios e no baixo valor calórico

da dieta (JOSLIN, 1952).

Bouchardat é considerado o primeiro médico a utilizar a educação em diabetes no

manejo da doença, através do automonitoramento da glicose na urina, conduta-

chave na introdução do conceito de responsabilidade pessoal do paciente no

gerenciamento do seu próprio tratamento (JOSLIN, 1952).

Em 1926, cinco anos após a descoberta da insulina por Frederick Banting, no

Canadá (BLISS, 2001), o médico Ernesto Roma, fundou a primeira associação de

DM do mundo, em Portugal. A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal era

originalmente “dos diabéticos pobres” por causa do objetivo de fornecer insulina

gratuita a quem não tinha condições de comprá-la.

Na sala de espera dos pacientes, doutor Roma dava palestras sobre dieta e

cuidados podológicos. As primeiras campanhas de conscientização pública e pela

não discriminação das pessoas com DM surgiram poucos anos depois. Um boletim

publicado pela associação difundia novidades e serviços, exemplo seguido pelas

entidades que iam surgindo nos outros países, nos anos seguintes (ASSOCIAÇÃO

DE DIABETES JUVENIL, 2013).

A clínica de diabetes Joslin foi fundada em 1898 em Boston-Estados Unidos, pelo

famoso especialista Elliott Joslin, na crença de que a chave para o controle do DM é

o envolvimento do paciente, a sua educação e capacitação. Ele acreditava que o

paciente treinado era parte do tratamento (KAHN et al, 2000).

Page 22: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

22

Na década de setenta, surgiram também a The American Association of Diabetes

Educators (AADE), nos Estados Unidos e o The Diabetes Education Study Group

(DESG), na Europa, ambos dedicados à pesquisa e à promoção da educação dos

pacientes e dos profissionais de saúde (AMERICAN ASSOCIATION IF DIABETES

EDUCATORS et al, 1998; ASSAL, 1995).

Na mesma década, estudo do Leona Miller County Hospital, nos Estados Unidos,

deu forte impulso à formalização da educação em DM, quando a introdução de um

programa básico de ensino junto ao arsenal terapêutico vigente, reduziu a

morbidade dos portadores de DM em cinco vezes abaixo da média, para níveis

equivalentes aos da população geral, com 80% de redução nos atendimentos de

urgência (ZAGURY, 2008a).

No Brasil, publicações sobre o tema datam de 1950, década em que foram fundadas

as primeiras associações de DM, cujos objetivos eram proteger, auxiliar e educar

pessoas com DM. A primeira atividade educacional institucional veio em 1971,

estimulada pelos resultados do hospital Leona Miller, com a criação do curso regular

para diabéticos e familiares, no ambulatório do Instituto Estadual de Diabetes, no Rio

de Janeiro (ZAGURY, 2008b).

O primeiro Encontro Nacional de Educação em Diabetes ocorreu em 1987, abrindo

espaço para uma visão menos tecnicista e mais completa do paciente com DM,

impulsionando ações educacionais e pesquisas, notadamente com o incremento das

participações do tema nos congressos da especialidade daí em diante (ZAGURY,

2008c).

A parceria firmada em 1996 entre a Harvard Medical International, a SBD e a clínica

Joslin, com treinamentos em várias capitais do país, permitiu a implantação de um

programa nacional de educação em DM, cuja meta principal é a capacitação de

recursos humanos, além de conscientização da população, visando o aumento do

número de educadores em DM (SCAIN, 2008).

Mais recentemente, em 2012, a Santa Casa de Belo Horizonte, através do seu

Instituto de Ensino e Pesquisa, sob a coordenação da doutora Janice Sepúlveda

Page 23: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

23

Reis, iniciou o primeiro curso de pós-graduação stricto sensu em Educação em

Diabetes da América latina, voltado para profissionais da área da saúde.

Page 24: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

24

2.2 A inserção da educação no contexto terapêutico

A educação é parte essencial no controle do diabetes e consiste em um processo

contínuo de alteração de hábitos de vida que requer tempo, espaço, planejamento,

material didático e profissionais capacitados. Apenas seguir a prescrição médica não

é o suficiente para a melhoria da qualidade de vida desses indivíduos (PUSADA, et

al, 2001).

A educação em diabetes como ferramenta para a obtenção do bom controle baseia-

se numa intervenção de forma a „convencer‟ o paciente da importância e da

necessidade da automonitorização glicêmica, da terapia nutricional, da atividade

física regular, da aderência à terapêutica farmacológica, assim como fornecer

instruções sobre prevenção, tratamento das complicações crônicas e agudas e

sobre os objetivos do tratamento, provendo o indivíduo de conhecimentos e

habilidades para que ele promova o seu autocuidado (AMERICAN DIABETES

ASSOCIATION, 2002; SCAIN, 2008).

Há uma quantidade crescente de evidências que sugerem que a educação do

paciente, em casos de doenças crônicas como o DM, é componente essencial para

uma efetiva gestão da doença (MAZZUCA et al, 1986). A literatura descreve que

nesses pacientes, qualquer forma de educação oferecida - por cartilhas, panfletos,

filmes, aulas, técnicas de modificação comportamental - é mais susceptível de

produzir melhores resultados fisiológicos do que apenas oferecer cuidados crônicos

rotineiros, sem qualquer abordagem educativa (POSAVAC, 1980; MAZZUCA, 1982)

Outro aspecto é o de que nem todas as formas de educação são iguais. Programas

de educação que estimulam mudança comportamental, comparados àqueles apenas

didáticos, apresentam eficácia de 150 a 300% maior em pacientes crônicos

(MAZZUCA et al, 1986a).

As características primordiais daqueles foram as seguintes: ênfase nos

comportamentos de auto-gestão, em vez de focar apenas no processo de doença,

tendo como ferramentas, sistemas de lembretes, ênfase nos rituais diários, contatos

Page 25: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

25

regulares com a mesma equipe de saúde e incentivos ao paciente (MAZZUCA et al,

1986b,POSAVAC, 1980, MAZZUCA, 1982).

Dados de metanálise sobre a efetividade da educação para o autocuidado em

pacientes com DM2 relatam melhora em curto prazo (< 6 meses): no nível de

conhecimento, nas habilidades para a monitorização (embora sem relação com a

melhora do controle glicêmico), nos hábitos alimentares, na perda de peso, no

controle glicêmico e no comportamento. A perda de peso, o controle glicêmico e a

pressão arterial melhoram com intervenções repetidas ou mesmo com seguimento

de curto prazo. O nível de atividade física é variavelmente afetado pelas

intervenções, bem como o perfil lipídico e a pressão arterial (NORRIS et al, 2001a).

Na mesma metanálise, iniciativas que envolveram a participação e a colaboração do

paciente pareceram produzir mais efeitos favoráveis no controle glicêmico, perda de

peso e perfil lipídico do que a chamada intervenção didática (centrada no professor).

Intervenções com reforço regular mostraram-se mais efetivas do que em uma única

vez ou de pouca duração e grupos educativos foram mais apropriados nas

mudanças do estilo de vida do que abordagens educativas individuais (SCAIN,

2008b; NORRIS et al, 2001b).

2.3 Materiais educativos impressos

A comunicação em saúde é o estudo e o uso de métodos para informar e influenciar

as decisões individuais e coletivas que incrementam a prevenção e melhoram o

tratamento de doenças. A eficácia dos programas de educação em saúde depende

basicamente da correta comunicação da mensagem e da base científica da mesma,

devendo estar relacionada com a credibilidade da fonte e com o uso de canais

familiares aos pacientes, visando o alcance do público alvo (MOREIRA et al, 2003a).

Segundo o DESG, quem deve ensinar ao portador de DM2 são: o médico clínico, os

enfermeiros, as associações de apoio, a mídia de massa e os materiais impressos

(revistas, jornais, cartilhas) (DIABETES EDUCATION STUDY GROUP, 1996a).

Page 26: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

26

No contexto da educação em diabetes, a leitura, a discussão, o treinamento de

habilidade, a simulação, os materiais escritos e audiovisuais são as estratégias de

ensino mais utilizadas, quer se trate de ensino individual e/ou em grupo, podendo

ser veiculada por vários meios: comunicação de massa (TV, rádio, internet), meios

ligados à cultura popular (teatro de bonecos, canções populares, contadores de

histórias), relação interpessoal (reuniões com educadores) e por materiais impressos

(revistas, jornais, cartilhas) (MOREIRA et al, 2003b; DIABETES EDUCATION

STUDY GROUP, 1996b).

Essas, se bem planejadas e adequadamente utilizadas, são ferramentas auxiliares

eficazes e indispensáveis na elaboração do plano instrucional (MOREIRA et al,

2013).

Conceitualmente, define-se material educativo impresso como: folhetos, panfletos,

folders ou livretos, cuja proposta seja proporcionar informação sobre a promoção da

saúde, prevenção de doenças, modalidades de tratamento e autocuidado (BERNIER

et al, 1996a).

De acordo com Torres e Cols, cada vez mais observa-se o uso de materiais

impressos como meios para a educação no sistema de saúde, especialmente no

seguimento de doenças crônicas (TORRES et al, 2009a).

Nos pacientes diabéticos, eles contribuem para a melhora do conhecimento e

satisfação dos doentes, incrementam as suas atitudes e habilidades, dão-lhes

autonomia, estimulam a adesão e os tornam capazes de entender como as suas

próprias atitudes influenciam na sua saúde (TORRES et al, 2009b).

Segundo Moreira e Cols, o material educativo impresso é amplamente utilizado para

veicular mensagens de saúde e para facilitar o processo ensino-aprendizagem,

embora haja algumas restrições ou limitações em seu uso. Em geral, essas

limitações são decorrentes de dificuldades de leitura, da inadequação do material,

das características culturais do leitor e principalmente, do seu grau de escolaridade

(MOREIRA et al, 2013a).

Page 27: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

27

É comum encontrarem-se impressos apresentando ilustrações fora do contexto

sócio-cultural dos pacientes, impressões pouco legíveis, textos com linguagem

bastante técnica, períodos e palavras longas. Essas características que podem

diminuir o interesse pela leitura e/ou dificultar a compreensão, tornam o material

inadequado à maioria da clientela, dificultando não só a compreensão, mas também

interferindo no processo educativo e comprometendo o controle do paciente

(MOREIRA et al, 2013b, BERNIER et al, 1996b).

Sabe-se que cerca de 30% da população adulta mundial não é capaz de ler e

escrever e, nos países pobres, mais de 50% da população adulta é analfabeta.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais mostram que em

2000 a taxa de analfabetismo da população brasileira acima de 15 anos era 13,6%

atingindo 34,0% da população na faixa acima de 60 anos (MOREIRA et al, 2013c,

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS, 2013).

Uma linguagem simples e/ou o uso de recursos pictográficos, que comuniquem uma

mensagem culturalmente adequada, podem minimizar as barreiras da comunicação,

tornando-a mais eficiente e de maior alcance (MOREIRA et al, 2013d).

Assim, como todo meio de comunicação, a escrita tem as suas vantagens e

desvantagens. Entre as vantagens podem-se destacar: o custo da produção por

unidade que é relativamente baixo, o papel ser um complemento eficaz com outros

meios de comunicação, a confiança que se pode ter devido ao prestígio e seriedade

do autor, a assimilação da mensagem que se dá no ritmo de aprendizagem

individual, podendo-se ler tantas vezes quantas forem necessárias, servindo como

guia de orientações para casos de dúvidas e a liberdade que o paciente tem para

escolher o tempo e o local mais apropriado para a sua leitura (GRUPO DE

EDUCACIÓN SANITÁRIA Y PROMOÇÃO DE LA SALUD, 2013a; FREITAS et al,

2008).

Como desvantagens, o material escrito é impessoal, podendo não ter a mesma

eficácia que a comunicação interpessoal, nem o mesmo valor social que os métodos

de grupo, requerer considerável esforço e dedicação para uma distribuição eficiente,

apresentar dificuldades para se avaliar o seu impacto em decorrência da difusão

Page 28: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

28

massiva, pode não se adequar ao nível cognitivo de todos os doentes, além de

poder ser imediatamente descartado por eles, antes mesmo da sua leitura (GRUPO

DE EDUCACIÓN SANITÁRIA Y PROMOÇÃO DE LA SALUD, 2013b).

2.4 Reuniões educativas em grupo

Os grupos humanos podem ser definidos conceitualmente como “todo aquele

conjunto de pessoas capazes de se reconhecer em sua singularidade e que estão

exercendo uma ação interativa com objetivos compartilhados” (OSÓRIO, 2003) e de

outra forma como“ um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes

que se reúnem em torno de uma tarefa específica” (BERNESTEIN, 2003).

A educação em saúde tradicional pretende modificar comportamentos individuais

através de estratégias educativas baseadas no binômio onde quem ensina

(educador) é o detentor do saber e o sujeito da ação educativa (paciente) é

posicionado como alguém que vai passivamente aprender os conhecimentos

ensinados. Esta abordagem dificulta o desenvolvimento da consciência crítica desse

sujeito, na medida em que pressupõe que ele nada sabe e que é preciso preencher

espaços vazios na sua mente, depositando nela os conhecimentos importantes, sem

que ele possa avaliá-los (FREIRE, 2005).

A Dinâmica de Grupos Operativos foi desenvolvida por Pichón-Rivière, por meio dos

estudos de fenômenos grupais. Para ele, o grupo operativo consiste em uma técnica

de trabalho coletivo, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem. A

existência de um mesmo objetivo supõe a necessidade de que os membros do

grupo realizem um trabalho ou tarefa comum, a fim de alcançá-lo. Tal tarefa consiste

em organizar os processos de pensamento, comunicação e ação que se dão entre

os membros do grupo (RIVIÉRE, 2003).

Trabalhando com grupos, o profissional tem a excepcional oportunidade de estimular

os participantes a encontrar estratégias para o enfrentamento dos problemas vividos

pela comunidade, tendo o educando a possibilidade de expressar o seu pensamento,

dar a sua opinião, o seu ponto de vista ou mesmo o seu silêncio (SOUZA et al,

2005).

Page 29: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

29

Na atenção às doenças crônicas, nessa modalidade de ensino, idealmente o antigo

professor monopolizador do conhecimento transforma-se numa equipe

multidisciplinar interativa (MENSING, 2003).

Em síntese, as vantagens da realização de grupos educativos consistem em: facilitar

a construção coletiva de conhecimento, a reflexão acerca da realidade vivenciada

pelos seus membros, possibilitar a quebra da relação vertical (educador-paciente) e

facilitar a expressão das necessidades, expectativas e angústias (DIAS et al, 2009).

2.5 Problematização

Apesar das recomendações para a implementação da educação em diabetes, poucos

estudos avaliaram efetivamente os resultados desses programas de educação.

Para fornecer tais avaliações, os dados precisam ser obtidos antes e após a

intervenção (TOMKY, 2000). Por outro lado, pressupõe-se que a educação em

diabetes é efetiva somente quando oferecida sistematicamente, através de

programas consistentes e dentro de um determinado período (AMERICAN

DIABETES ASSOCIATION, 1998).

Em todos os seus níveis, a educação em diabetes é um processo progressivo e

contínuo, porque as pessoas podem esquecer o que aprenderam, podem ser

ensinadas em um momento pouco propício ou a estratégia educativa adotada

inicialmente pode não ser a mais adequada. Além disso, o conhecimento e a

tecnologia evoluem e requerem nova aprendizagem (AMERICAN DIABETES

ASSOCIATION, 1998b).

Avaliações contínuas e abrangentes devem ser obrigatórias para que seja

determinado se os objetivos estabelecidos foram alcançados nesses diversos

programas de educação (PUSADA et al, 2001). Os resultados de programas

educativos têm sido, na maioria das vezes, avaliados apenas em termos de

prevalência de complicações ou de variáveis clínicas, raramente pontuando a

aquisição de conhecimentos para o autocuidado da doença (RIBAS et al, 2008).

Page 30: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

30

A AADE lista sete medidas de avaliação comportamental como parâmetro de

qualidade dos resultados obtidos em um programa de educação: prática de atividade

física regular, mudança de hábito alimentar, boa adaptação psicossocial, adesão ao

esquema posológico da medicação, automonitorização adequada da glicemia capilar,

redução do risco de complicações crônicas (melhora do controle glicêmico) e

capacidade do indivíduo corrigir corretamente as hipo e hiperglicemias (MULKAHY

et al, 2003).

Sendo o Brasil um país de dimensões continentais e de extremos contrastes no que

diz respeito à atenção sanitária, é bem conhecida a dificuldade generalizada dos

portadores de DM2 em acessar médicos, enfermeiros e grupos de apoio à sua

doença, a despeito das recentes tentativas governamentais de mudar este Tabela

(BRASIL, 2004; BRASIL, 2006; BRASIL, 2002; BRASIL, 2009), o que torna os

materiais impressos, muitas vezes, as únicas fontes acessíveis e confiáveis de

informação de que dispõem.

É imperativo que modelos educativos de fácil aplicação sejam instituídos e

continuamente avaliados, visando a comprovação da sua eficácia, em associação

com as demais terapêuticas, para a otimização controle glicêmico e desta forma,

prevenir as complicações do DM2 (TOMKY et al, 2000, TORRES et al, 2009).

No Brasil, apesar do grande número de analfabetos e de pessoas com pouca

escolaridade, há predominância de material educativo para pacientes diabéticos na

forma impressa, mas praticamente inexistem estudos avaliando a qualidade desse

material quanto à legibilidade, apelo visual ou nível de leitura (MOREIRA et al, 2013).

Normalmente, os estudos comparam grupos de ensino ou programas individuais

somente com os cuidados habituais tradicionais, não derramando nenhuma luz

sobre a eficácia relativa de cada uma das estratégias em comparação com outra

(SOUZA et al, 2005; WILSON, 1997).

Page 31: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

31

2.6 Justificativa

Diante do exposto e tendo em vista a escassez de trabalhos avaliando os materiais

impressos educativos em saúde que são distribuídos em campanhas institucionais e

durante consultas médicas, com as estratégias em grupo, muito utilizadas em

instituições hospitalares e de atenção básica, urge a necessidade de se comparar a

efetividade dessas modalidades em promover a aquisição de conhecimentos para a

educação dos portadores de DM2, bem como a associação desse aprendizado com

a melhora objetiva de parâmetros clínicos, bioquímicos e antropométricos.

Page 32: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

32

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo principal

Comparar a efetividade de uma intervenção educativa com a entrega de

materiais impressos, versus intervenção educativa em grupo, na aquisição de

conhecimentos sobre a doença, em portadores de DM2.

3.2 Objetivos secundários

Comparar os índices de legibilidade das cartilhas desenvolvidas para a

aplicação no estudo com o nível de escolaridade dos indivíduos e com os

índices das cartilhas institucionais utilizadas como base para a sua criação;

Avaliar a adesão à dieta, a cessação do tabagismo, do alcoolismo e a

frequência da prática de atividades físicas, intra e intergrupos, no início, com

3 e 6 meses de intervenção.

Avaliar parâmetros antropométricos (IMC e cintura abdominal), bioquímicos

(glicemia de jejum, hemoglobina glicada, colesterol fracionado e triglicérides)

e a pressão arterial sistêmica, intra e intergrupos, no início, com 3 e 6 meses

de intervenção;

Page 33: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

33

4 PACIENTES E MÉTODOS

4.1 Delineamento

O estudo foi planejado como um ensaio clínico aberto, longitudinal, randomizado,

com duração de 6 meses, que incluiu 60 pacientes com DM2 usuários do Serviço

Público Municipal de Controle do Diabetes do município de Itaúna - MG.

Os indivíduos incluídos foram divididos em 2 grupos para receberem as intervenções:

Grupo Cartilhas (GC) e Grupo Reuniões (GR). As intervenções foram ações

educativas trimestrais estruturadas em duas modalidades: uma através da entrega

de cartilhas impressas para o “grupo 1” (GC) e a outra através de reuniões em

grupo com o auxílio de um álbum seriado, com as mesmas informações impressas

nas cartilhas, para o “grupo 2” (GR).

Cada grupo foi avaliado inicialmente e após cada intervenção educativa segundo:

Índices de acertos em um questionário de conhecimentos gerais sobre o

diabetes (inspirado no questionário DKN-A) (TORRES et al, 2005), criado pelo

pesquisador responsável pelo estudo.

Dados sócio-demográficos (idade, sexo, cor, estado civil, escolaridade, renda);

estilo de vida (sessões semanais de atividade física, fumo, alcoolismo,

seguimento de dieta).

Perfil glicêmico [hemoglobina glicada – pelo método cromatografia líquida de

alta performance por troca iônica , glicose de jejum (GLIC) – pelo método

GOD-ANA].

Perfil lipídico [colesterol total (CT), LDL, HDL e triglicérides (TRIGL) – pelo

método enzimático].

Pressão arterial sistólica e diastólica (com aparelho esfigmomanômetro

aneróide BD/certificação INMETRO 2013).

Índices antropométricos (peso, altura, IMC, cintura abdominal – com balança

antropométrica marca Welmy modelo adulta hospitalar 110 CH e uma fita

métrica não extensível de acordo com as recomendações da OMS).

Page 34: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

34

Ambos os grupos mantiveram os seus tratamentos médicos rotineiros na unidade de

saúde pública, sem a intervenção médica do pesquisador durante o estudo.

4.2 Cálculo amostral da população estudada

Dados longitudinais, como os do presente ensaio, são observações repetidas de

uma variável, no mesmo indivíduo, ao longo do tempo, o que lhes confere a

capacidade de retratar o efeito de coorte, o efeito do envelhecimento e as possíveis

interações.

A principal característica desses dados longitudinais é que eles são correlacionados,

por se referirem ao mesmo indivíduo. Essa correlação deve ser levada em conta na

análise dos dados, constituindo assim mais um dado necessário para o cálculo

amostral. O que se espera é que, mantidos os mesmos níveis de variabilidade e de

probabilidades de erro, a amostra necessária seja menor do que se o estudo fosse

transversal.

O nível de significância considerado para o presente estudo foi o de 5%, que é o

padrão para estudos na área da saúde. O poder considerado foi de 80%.

De acordo com um estudo piloto realizado, as proporções de acerto nos

questionários para os grupos A e B foram: pa = 0,60 e pb = 0,50. Desta forma, uma

diferença de 10% já foi considerada importante para o estudo, então d = 0,10 e „m‟ é

o número de repetições por indivíduo, m = 3.

+ ) / md

n = 23,33

Segundo este cálculo amostral, foi estimada uma amostra mínima, por grupo, de 24

indivíduos (n=24). Prevendo possíveis perdas de indivíduos no transcorrer do estudo

(“drop-outs”), foram então incluídos os primeiros sessenta (n=60) indivíduos

referenciados com as características de elegibilidade citadas, ou seja trinta (n=30)

indivíduos por grupo, no início do ensaio.

Page 35: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

35

4.3 Pacientes

O médico endocrinologista do Serviço Municipal de Controle de Diabetes de Itaúna –

MG, vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), foi orientado, durante 30 dias

(janeiro de 2013), a convidar para participar do estudo os primeiros sessenta

indivíduos atendidos em seu ambulatório, com as características de elegibilidade

descritas abaixo. Este serviço não contava, até então, com programas de educação

em diabetes estruturados.

Utilizando-se a listagem de ordem de chegada desses indivíduos, numerada e

enviada ao pesquisador, a randomização foi imediatamente realizada antes da

primeira abordagem educacional (V1), ficando os indivíduos com numeração par

alocados no GC e os indivíduos com numeração ímpar alocados no GR.

4.3.1 Critérios de inclusão

Pacientes alfabetizados, maiores de 35 anos, de ambos os sexos, portadores de

DM2 (de acordo com as recomendações da OMS – ausência de episódios prévios

de cetoacidose diabética, diagnóstico de DM após 35 anos de idade e necessidade

de uso de insulina somente após dois anos de diagnóstico) em tratamento com

mudanças de estilo de vida (MEV), hipoglicemiantes orais e/ou insulina, que nunca

participaram de qualquer tipo de programa institucional de educação em diabetes.

Os indivíduos precisavam estar dispostos a participar trimestralmente de uma

reunião em grupo (aula interativa com álbum seriado) e/ou comprometidos com a

leitura domiciliar individual do material impresso (cartilhas), portando exames

laboratoriais recentes - até noventa dias prévios à abordagem educacional inicial de:

HBA1c, GLIC, colesterol fracionado e TRIGL, dispostos também a repetí-los

trimestralmente, naquele serviço de saúde, uma semana antes de cada nova

abordagem, até o final do estudo.

Page 36: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

36

4.3.1 Critérios de exclusão

Pacientes gestantes ou mulheres com a intenção de engravidar nos próximos 6

meses, indivíduos com hipertrigliceridemia grave (triglicérides > 500), Hipertensão

arterial grave–estágio III (PAS≥180 ou PAD≥110 mmHg), em cetoacidose diabética

ou portadores de doenças graves com expectativa de vida menor que 6 meses

(neoplasias malignas, insuficiência cardíaca grave estágio IV).

Esses critérios de exclusão assim foram definidos essencialmente para a segurança

dos indivíduos, por um lado, já que a metodologia pressupõe que o pesquisador não

interfira nos tratamentos em curso pelos médicos assistentes, bem como por

questões médico-legais, pois sendo o pesquisador um médico, a sua não

intervenção frente a situações de risco iminente à saúde dos indivíduos poderia

configurar-se como infração ética e/ou penal.

4.4 A aplicação das intervenções educativas

4.4.1 Materiais Didáticos e Avaliativos

a) Cartilhas

As cartilhas (Apêndices A e B) utilizadas para o GC foram criadas pelo pesquisador

responsável pelo estudo, em dois modelos: a primeira para a abordagem V1 e a

segunda, “complementar”, para a abordagem V2.

Ambas foram impressas em folhas de papel A4, adaptadas do modelo utilizado nos

ambulatórios da Santa Casa de Belo Horizonte (REIS, 2012), do material informativo

ao diabético de um laboratório farmacêutico de referência em diabetes (NOVO

NORDISK, 2012) e do modelo usado no Sistema Único de Saúde em Minas Gerais

(BRASIL, 2010), amparadas nas diretrizes da SBD (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES, 2011), procurando manter o mesmo padrão gráfico e de linguagem

dessas, normalmente oferecidas para pacientes DM2, de forma a conferir

reprodutibilidade dos resultados.

Page 37: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

37

Nelas constaram tópicos resumidos sobre: diabetes mellitus/metas, hipertensão

arterial sistêmica/metas, dislipidemia/metas, obesidade, uso de insulinas e

hipoglicemiantes orais, alimentação, atividades físicas, hipoglicemia, tabagismo e

cuidados com os pés, no primeiro exemplar. O segundo modelo, “complementar”,

conteve uma breve revisão da primeira cartilha e dos mitos sobre o DM2.

As cartilhas foram então previamente entregues (pré-teste) a alguns pacientes e

funcionárias de uma clínica geral do mesmo município (n=20), não participantes do

estudo, porém com escolaridade até o fundamental completo, comparáveis aos

indivíduos estudados, com a finalidade de se realizarem ajustes necessários, tais

como tipo e tamanho de fonte, ilustrações, linguagem, clareza das informações

disponibilizadas, conteúdo e forma, realizados de acordo com as sugestões da

maioria.

Os indivíduos da estratégia GC as receberam após cada uma das duas primeiras

avaliações individuais em consultório (modelo inicial em V1 e “complementar” em

V2), sendo então orientados e lê-las quantas vezes fossem necessárias para a

compreensão e a guardá-las em suas residências, para consultas posteriores, sem

repassá-las a ninguém até o final do estudo, para prevenir o possível acesso do GR

ao material.

A fim de se comparar o grau de compreensão das duas cartilhas criadas com o nível

de escolaridade média apurado dos indivíduos selecionados, foram determinados os

seus índices de legibilidade de Flesch (1948a); Kincaid (1975), adaptação proposta

por Kincaid do índice de facilidade de leitura de Flesch, (1948b) validada para a

língua portuguesa, estimando os anos de estudo necessários para que o texto fosse

adequadamente compreendido.

Para a avaliação do ILFK do material, os textos foram analisados a partir de três

trechos de aproximadamente 300 palavras cada. Para conferir maior uniformidade,

os trechos foram extraídos da parte introdutória (2º página escrita), do meio (página

central) e da parte final (penúltima página), assim analisados em conjunto, segundo

a fórmula:

Page 38: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

38

ILFK = [(0,39 x média de palavras por frase) (11,8 x média de sílabas por palavra)] -

15,59 = anos de estudo necessários à compreensão do texto.

b) Álbuns seriados

Os álbuns seriados utilizados na estratégia do GR contiveram as mesmas

informações disponibilizadas nas cartilhas impressas, organizados na forma de

diapositivos que foram projetados em um telão durante as reuniões de V1 e V2 por

um período médio de 90 minutos.

c) Questionário

Um questionário (Apêndice F) foi o instrumento utilizado para a mensuração de

conhecimentos gerais sobre o DM2 em ambos os grupos, antes de cada uma das

três abordagens. Ele foi criado pelo pesquisador e inspirado no modelo DKN-A

(FLESCH, 1948c), constituído por 17 questões fechadas, autopreenchíveis e

anônimas, contendo quatro itens de múltipla escolha, com apenas uma resposta

correta cada, aplicado individualmente.

Um questionário preliminar, foi submetido a um pré-teste realizado com pacientes e

funcionárias de uma clínica geral do mesmo município (n=20) com escolaridade até

o fundamental completo, comparáveis aos indivíduos do estudo, com a finalidade de

se realizarem ajustes.

As dezessete questões enumeradas contemplaram os assuntos: conceitos sobre

diabetes; hipertensão e dislipidemia; complicações; nutrição; tabagismo;

hipoglicemia; manejo de insulinas e atividades físicas, assuntos abordados na sua

totalidade em V1 e brevemente revistos em V2.

Page 39: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

39

4.4.2 A estratégia por cartilhas impressas

A randomização dos indivíduos elegíveis permitiu a formação de dois grupos de

pacientes DM2 com características iniciais comparáveis, que seguiram cada um uma

diferente estratégia de ensino, aplicada nas dependências da policlínica municipal

de Itaúna, onde funciona o Serviço de Controle Municipal de Diabetes.

Os indivíduos randomizados para o GC (n=30) foram orientados através de

agendamento posterior, via contato telefônico, a comparecer individualmente para a

entrevista V1 com o pesquisador, portando os seus exames laboratoriais

obrigatórios. Antes de adentrarem ao consultório, respondiam individualmente ao

questionário de conhecimentos (APENDICE F), sob a fiscalização e apoio de uma

secretária treinada, o qual era posteriormente entregue ao pesquisador, dentro do

consultório. O tempo médio gasto com o preenchimento dos questionários foi de 10

a 15 minutos.

Dentro do consultório, após preenchida a ficha clínica individual (APÊNDICE D), com

a coleta de dados sobre os hábitos de vida, a anotação dos resultados dos exames

laboratoriais e dos dados antropométricos, era entregue a cada indivíduo a sua

cartilha e solicitado a ele que a lesse em casa, sem repassá-la a outrem.

Os indivíduos do GC receberam as suas primeiras cartilhas em V1 (1º mês) e por

ocasião da V2 (3º mês), receberam as cartilhas “complementares”.

Esses indivíduos recebiam também um impresso com a data da próxima avaliação

individual, além do formulário próprio da prefeitura de Itaúna, com a solicitação de

exames laboratoriais (GLIC, HBA1c, colesterol fracionado e TRIGL), para colherem

na semana anterior a este futuro encontro - sem ônus, no laboratório da policlínica -

e trazê-los prontos. O tempo médio gasto em cada avaliação individual foi de

aproximadamente 25 minutos.

A ocorrência de consultas médicas com o endocrinologista do município e/ou outros

profissionais médicos durante os intervalos trimestrais de tempo entre as avaliações

V1-V2-V3 foi anotada nas fichas clínicas dos indivíduos de ambos os grupos e as

Page 40: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

40

possíveis modificações nas medicações (drogas anti-diabéticas, anti-hipertensivas,

anti-lipêmicas e outras) foram contabilizadas para efeito de avaliação estatística de

interferência nos resultados finais, para cada parâmetro de saúde contabilizado.

Essas avaliações clínicas individuais de todos os indivíduos, tanto em GC quanto em

GR, foram realizadas de forma padronizada, em dois dias sequenciais (dois dias

para GC e dois dias para GR) e repetidas após três e seis meses, sempre no mesmo

local.

Na avaliação final V3 (6º mês), esses indivíduos não receberam mais nenhum

material impresso, ocasião em foram apenas novamente avaliados quanto a critérios

antropométricos, clínicos e laboratoriais e aos seus conhecimentos adquiridos

(questionário), como nos encontros anteriores.

Em todas as avaliações V1, V2 e V3 era permitido ao pesquisador esclarecer

qualquer dúvida apresentada e ouvir relatos de experiências a respeito da doença.

A escolha do intervalo de tempo trimestral entre as intervenções educativas nos

grupos baseou-se em critérios de aplicabilidade logística, discutidos com os

profissionais contratados pelo município (endocrinologista, enfermeira, nutricionista,

educador físico, técnicos de laboratório), tendo em vista a capacidade de

atendimento do número de pacientes diabéticos já cadastrados no serviço, de forma

a permitir a reprodutibilidade do resultado das estratégias, em caso de adoção

posterior de alguma delas pelo município.

Assim, na estratégia GC, que constou de três avaliações individuais em consultório,

precedidas por respostas ao questionário e entrega posterior de material impresso,

não foi permitido aos indivíduos se ausentarem em nenhuma das atividades, sob

risco de serem excluídos do estudo.

Page 41: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

41

Figura 1 – Fluxograma da estratégia de cartilhas impressas

Cartilha 1 Cartilha 2

Av.Clinica 1 Av.Clínica 2 Av.Clínica 3

V1 3 meses V2 3 meses V3

Questionário Questionário Questionário

Fonte: autor do estudo

4.4.3 A estratégia por reuniões em grupo

As reuniões em grupo com os indivíduos randomizados para o GR (n=30) foram

também agendadas em data específica, via contato telefônico posterior, no auditório

da policlínica municipal de Itaúna, conduzidas pelo pesquisador responsável pela

pesquisa, utilizando-se de recursos visuais (álbum seriado projetado em um telão),

abordando nesses encontros exatamente os mesmos tópicos contidos nas cartilhas,

porém sem a entrega final de nenhum material educativo impresso aos indivíduos.

Nas datas marcadas, logo na entrada do auditório, os indivíduos receberam o

mesmo questionário de conhecimentos aplicado ao GC (Apêndice F) e a sua

resolução individual foi iniciada com todos, ao mesmo tempo, na presença de uma

fiscal de apoio e do pesquisador. O tempo médio gasto com o preenchimento dos

questionários foi de 10 a 15 minutos.

Page 42: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

42

Recolhidos os questionários com as respostas, um lanche individual era servido

(uma unidade de suco da marca Sufresh 200 ml e uma unidade da barra de cereais

da marca Trio light) e logo após iniciava-se a reunião com a apresentação do álbum

seriado (via datashow), sendo permitidas pausas para o esclarecimento de dúvidas

e relato de experiências individuais, tais como no GC. Ao final, realizou-se o

agendamento para as avaliações individuais em consultório, na mesma policlínica.

Na semana seguinte, durante duas datas sequenciais, todos os indivíduos deste

grupo foram entrevistados e examinados individualmente em consultório, visando o

preenchimento da ficha clínica individual (APENDICE D). O tempo médio gasto em

cada avaliação individual foi de aproximadamente 25 minutos.

Nesta oportunidade os indivíduos também recebiam, ao final, um impresso com as

datas da próxima reunião e avaliação individual, além do formulário próprio da

prefeitura de Itaúna, com a solicitação de exames laboratoriais (GLIC, HBA1c,

colesterol fracionado e TRIGL), para colherem na semana anterior à futura avaliação

- sem ônus, no laboratório da policlínica - e trazê-los prontos.

O mesmo procedimento foi adotado em V2 (3º mês), com a apresentação de outro

álbum seriado, contemplando os mesmos tópicos da cartilha “complementar”.

Em V3 (6º mês), não foi realizada a reunião em grupo e os indivíduos foram

convidados apenas à avaliação de conhecimentos (questionário), aplicados

individualmente e sob a supervisão de uma secretária treinada, no salão de espera

do consultório da policlínica, além da coleta dos seus índices antropométricos,

clínicos e laboratoriais, como também feito nos encontros prévios.

Dúvidas surgidas durante V1, V2 ou V3 foram sanadas pelo pesquisador, além da

abertura de espaço para o relato de experiências individuais.

Assim, em cada etapa do processo educativo no GR, ocorreu uma posterior

avaliação individual em consultório, sendo que nos tempos V1 e V2, esses

Page 43: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

43

encontros foram precedidos por uma reunião em grupo e o indivíduo não poderia se

ausentar em nenhuma das atividades, sob risco de exclusão do estudo.

Figura 2 – Fluxograma da estratégia de reuniões em grupo

Reunião 1 Reunião 2

Av.Clinica 1 Av.Clínica 2 Av.Clínica 3

V1 3 meses V2 3 meses V3

Questionário Questionário Questionário

Fonte: autor do estudo

4.5 Pesquisa e normalização bibliográfica

A pesquisa bibliográfica foi realizada através da consulta às bases de dados Medline,

LILACS e SciELO, disponíveis na internet. Os artigos indexados que correspondiam

ao interesse do pesquisador foram localizados através de busca por palavras-chave.

Utilizaram-se também modelos de cartilhas impressas produzidas por um laboratório

farmacêutico especializado em DM, por uma instituição privada e outra

governamental na criação do modelo exclusivo utilizado no ensaio, guidelines das

sociedades brasileira de diabetes e de cardiologia, livros especializados e teses

publicadas. As referências foram organizadas e citadas de acordo com as normas

bibliográficas da NBR-6023, aprovada pela ABNT.

Page 44: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

44

4.6 Aspectos éticos

Objetivando salvaguardar os direitos e o bem estar das pessoas estudadas,

seguiram-se rigidamente as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas

envolvendo seres humanos contidas na Resolução 466 do Conselho Nacional de

Saúde de 2012.

Até a finalização do estudo, não houve interferência do pesquisador nos tratamentos

ordinários de saúde dos indivíduos com os seus médicos assistentes, referenciando-

se aos mesmos, após cada abordagem trimestral, um relatório contendo quaisquer

anormalidades clínico-laboratoriais detectadas, para a tomada de conduta.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Ensino e

Pesquisa da Santa Casa BH (parecer 111.617 - 28/09/2012) e todos os indivíduos

encaminhados para o pesquisador pelo Serviço de Controle Municipal de Diabetes

(SUS) de Itaúna – MG, leram e assinaram antecipadamente o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, naquela unidade (APÊNDICE C), levando uma

cópia para casa.

4.7 Análise estatística

Em um primeiro momento, a análise estatística objetivou uma caracterização da

amostra, sendo para isso utilizadas medidas descritivas (média e desvio-padrão,

mediana, mínimo e máximo) para as variáveis quantitativas e distribuições de

freqüências para as variáveis qualitativas.

A amostra foi subdividida em três momentos e dois grupos (GC-Cartilhas e GR-

Reuniões). Em todos os testes estatísticos utilizados, foi considerado um nível de

significância de 5%. Dessa forma, são consideradas associações estatisticamente

significativas aquelas cujo valor „p’ foi inferior a 0,05.

Page 45: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

45

As variáveis foram testadas em relação ao tipo de distribuição e para as análises

utilizamos a classe dos testes paramétricos, quando a distribuição dos dados seguiu

distribuição Normal e a classe de testes não paramétricos, quando a distribuição das

variáveis em questão não seguiu um modelo Normal.

Para a comparação das notas dos questionários e atividade física dentro dos grupos,

nos três momentos, que são medidas pareadas entre cada grupo, usamos a

comparação das medianas pelo teste de Friedman e para aquelas comparações

significativas fizemos as comparações múltiplas dois a dois pelo teste de Wilcoxon.

Para a comparação das notas dos questionários e atividade física entre os grupos

nos três momentos, que são medidas independentes, usamos a comparação das

medianas pelo teste de Mann-Whitney.

Na comparação das demais variáveis usamos a ANOVA de medidas repetidas, o

teste t pareado e o teste t de Student. Para verificar se existiu associação entre as

variáveis categóricas usamos o teste Qui-quadrado e quando necessário o teste

exato de Fischer.

Enfim, indivíduos que, durante o estudo, sofreram modificações isoladas em suas

medicações, pelos seus médicos assistentes, para as variáveis CT, LDL, HDL,

TRIGL, PAS, PAD, GLIC e HBA1c, fato considerado viés importante sobreposto às

estratégias educativas, tiveram a variável individual em questão rigorosamente

excluída da análise estatística em seus grupos, a partir da verificação (V) seguinte

ao momento dessa intervenção medicamentosa.

As análises foram realizadas no software estatístico SPSS (Statistical Package for

Social Sciences) versão 20.0, 2012.

Page 46: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

46

5 RESULTADOS

Dos 60 indivíduos randomizados para o estudo, 52 (86,7%) completaram a primeira

e a segunda fase (V1 e V2), após 3 meses e 51 (85,0%) terminaram a terceira fase

(V3), após 6 meses do início do processo. Os motivos apresentados pelos indivíduos

que abandonaram o estudo eram de ordem pessoal (dificuldades de locomoção e de

tempo para comparecer às atividades), o que não afetou a aleatoriedade da

pesquisa. FIG. 3.

Figura 3 – Seleção dos Pacientes

SELEÇÃO DOS PACIENTES DM2

60 PACIENTES ELEGÍVEIS

(n=30) RANDOMIZAÇÃO (n=30)

GC – Cartilhas GR - Reuniões

n=27 V1 n=25

3 desistências 5 desistências

V2

n=27 n=25

n=26 V3 n=25

1 desistência

Fonte: autor do estudo

Page 47: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

47

Na TAB. 1 está disposta a caracterização demográfica dos indivíduos randomizados.

Observa-se que a maioria era do sexo feminino (76,9%), branca (59,6%), casada

(61,5%) e com renda até dois salários-mínimos (42,3%).

Nenhuma variável diferiu entre os grupos, exceto a idade, que foi significativamente

mais elevada no GC (64,6±7,3 vs 58,3±10,6;p=0,016). O nível de escolaridade de

ambos os grupos era semelhante (p=0,468).

Tabela 1 – Caracterização demográfica dos indivíduos

GC GR Total Valor p

Pacientes (n) 27 25 52

Idade (Média ±SD) 64,6 + 7,3 58,3 + 10,6 0,016

Sexo (%) (feminino) 70,4 84,0 76,9 0,244

(masculino) 29,6 16,0 23,1

Cor (%) (branco) 63,0 56,0 59,6 0,545

(negro) 0,0 4,0 1,9

(pardo) 37,0 40,0 38,5

Estado Civil (%) (casado) 70,4 52,0 61,5 0,293

(divorcio) 3,7 20,0 11,5

(solteiro) 7,4 8,0 7,7

(viúvo) 18,5 20,0 19,2

Escolaridade (anos) (13ou>) 3,7 4,0 1,9 0,468

(11) 11,1 12,0 11,5

(8 a 10) 14,8 12,0 13,5

(8) 29,6 28,0 28,8

(1 a 7) 29,6 44,0 36,5

(0) 11,1 0,0 5,8

Renda % (4-10 sm) 25,9 12,0 19,2 0,293

(2-4 sm) 40,7 36,0 38,5

(0-2 sm) 33,3 52,0 42,3

Fonte: autor da pesquisa

GC=Grupo Cartilhas, GR=Grupo Reuniões; p=significância<0,05 - Teste t de Student; n=número de

pacientes; M±SD=média±desvio padrão; sm=em salários-mínimos

Page 48: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

48

Em relação ao conhecimento adquirido pelos pacientes, mensurado através das

respostas corretas ao questionário, dentro do mesmo grupo (análise intragrupos),

observou-se que tanto a estratégia GC quanto GR, promoveram melhora na

aquisição individual de conhecimentos sobre o DM2, ao longo do estudo (p<0,001 vs

p=0,015). TAB. 2.

Tabela 2 – Avaliação intragrupos das notas dos questionários, ao longo do estudo

n Media Mediana Desvio-padrão Valor p

GC

Nota V1 27 8,2 10,0 4,1 >0,001

Nota V2 27 10,7 12,0 4,1

Nota V3 27 10,9 12,0 4,2

GR

Nota V1 25 10,2 10,0 3,8 0,015

Nota V2 25 13,4 14,0 2,4

Nota V3 25 13,3 14,0 2,4

Fonte: autor da pesquisa

n=número de pacientes; p=significância <0,05 - Teste de Friedman;

GC= Grupo Cartilhas, GR=Grupo Reuniões; V1=Visita 1, V2=Visita 2 (3 meses pós-intervenção),

V3=Visita 3 (6 meses pós-intervenção)

Comparando as notas dos questionários entre os grupos GC e GR, nos três

momentos do estudo, não houve diferença no conhecimento prévio sobre a doença

(V1), porém o conhecimento adquirido três meses após a intervenção educativa (V2)

e seis meses após (V3), foi significativamente maior no GR (p=0,009 e p=0,044,

respectivamente). GRAF.1.

Page 49: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

49

Gráfico 1 – Comparação intergrupos das notas nos questionários, ao longo do estudo

Fonte: autor da pesquisa

Q1=questionário 1; Q2=questionário 2; Q3=questionário 3

A TAB. 4 mostra os resultados da avaliação da legibilidade das cartilhas criadas pelo

autor do estudo (APENDICES A e B), além das cartilhas institucionais das quais elas

foram adaptadas (REIS, 2012; NOVO NORDISK, 2012b; BRASIL, 2010b). A

mensuração da legibilidade foi feita através do cálculo do índice de Flesch-Kincaid,

dada em anos de estudo necessários para uma boa compreensão.

Observa-se que as cartilhas utilizadas como base para a adaptação do autor, como

aquela utilizada pelo SUS, tem índice de legibilidade de 21,7 anos, aquela utilizada

no ambulatório da Santa Casa BH apresenta índice de 17,9 anos e a de um

laboratório farmacêutico de referência em DM, 14,6 anos. Já as duas cartilhas

desenvolvidas pelo pesquisador, para serem utilizadas no GC, apresentaram índices

de 10,7 e 10,9, respectivamente.

Page 50: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

50

Tabela 4 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no estudo

Material Índice de Flesch – Kinkaid

Cartilha Inicial – V1 10,7

Cartilha Final – V2 10,9

Cartilha Hiperdia-SUS 21,7

Cartilha Santa Casa BH 17,9

Cartilha Novo Nordisk 14,6

Fonte: autor da pesquisa

Índice de Flesch-Kinkaid= Anos de estudo necessários para que um texto seja adequadamente

compreendido

Os resultados do acompanhamento dos indivíduos quanto à adesão à dieta

específica para o DM2, quanto à cessação do tabagismo e do alcoolismo

encontram-se na TAB. 5.

Observa-se que houve melhora da adesão à dieta dentro dos dois grupos, porém

sem diferença estatística entre eles (de 74,1 para 96,2% no GC e de 78,8% para

96,0% no GR). Durante o estudo não houve redução e nem aumento significativo do

tabagismo, em nenhum dos grupos e, quanto ao consumo de álcool, observou-se

queda progressiva dos consumidores apenas dentro do GR, porém sem significância

estatística.

Tabela 5 – Adesão à dieta, consumo de tabaco e de álcool

V1 V2 V3

GC

(%)

GR

(%)

Total

p

GC

(%)

GR

(%)

Total

p

GC

(%)

GR

(%)

Total

P

Dieta 74,1 84,0 78,8 0,381 85,2 88,0 86,5 1,00 96,2 92,0 94,1 0,610

Tabaco 3,7 4,0 3,8 1,000 3,7 0,0 1,9 1,000 3,8 4,0 3,9 1,000

Álcool 7,4 8,0 7,7 1,000 7,4 4,0 5,8 1,000 7,7 0,0 3,9 0,490

Fonte: autor da pesquisa

V1=Visita 1, V2=Visita 2 (3 meses pós-intervenção), V3=Visita 3 (6 meses pós-intervenção); GC-

Grupo Cartilhas, GR-Grupo Reuniões; p=significância <0,05 – Teste Qui-quadrado

Page 51: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

51

Os resultados referentes à frequência de atividade física entre os grupos, ao longo

do estudo, são apresentados na TAB. 6. Observa-se que não houveram melhoras e

nem diferenças de adesão entre eles.

Tabela 6 – Comparação da adesão à atividade física entre os grupos, ao longo do estudo

n Media Mediana Desvio-padrão Valor p

V1

GC 27 1,5 0,0 2,0 0,419

GR 25 1,3 0,0 2,4

V2

GC 27 1,3 0,0 2,0 0,820

GR 25 1,5 0,0 2,3

V3

GC 26 1,7 0,0 2,1 0,283

GR 25 1,2 0,0 2,0

Fonte: autor da pesquisa

Média=em dias por semana; p=significância<0,05 - Teste de Mann-Whitney; V1=Visita 1, V2=Visita 2

(3 meses pós-intervenção), V3=Visita 3 (6 meses pós-intervenção); GC-Grupo Cartilhas, GR-Grupo

Reuniões

A comparação das características antropométricas e laboratoriais entre os grupos,

ao longo do estudo, é apresentada na TAB. 7. Nesta Tabela foram excluídos das

comparações, os parâmetros de indivíduos que sofreram intervenções

medicamentosas, pelos seus médicos assistentes, sobre esses parâmetros, no

intervalo imediatamente anterior, de modo a garantir uma comparação influenciada

exclusivamente pela intervenção educativa, ministrada naquele intervalo.

Observa-se que a GLIC e o LDL foram significativamente mais baixos no GC

(p=0,046 e p=0,009, respectivamente), no sexto mês do acompanhamento. Todos

os demais parâmetros não apresentaram diferenças entre os grupos, ao longo do

estudo. TAB. 7.

Page 52: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

52

Tabela 7 – Comparação laboratorial-antropométrica (intergrupos)

V1 V2 V3

Grupos n Média

p n Média

p n Média

p

IMC (Kg/m2) GC 27 31,1±4,9 0,369 27 31,1±5,2 0,326 26 31,3±5,2 0,379

GR 25 32,5±5,8 25 32,7±5,8 25 32,7±5,8

Cintura (cm) GC 27 103,8±10,4 0,906 27 103,9±10,7 0,916 26 103,9±11,1 0,927

GR 25 104,2±12,9 25 104,2±12,9 25 104,2±12,0

GLIC (mg/dl) GC 27 162,8±75,6 0,590 22 152,4±64,0 0,721 20 132,6±38,2 0,046

GR 25 173,7±68.9 24 152,0±53,3 25 170,2±74,1

HBA1c (%) GC 27 8,4±1,7 0,725 22 8,1±1,8 0,068 20 8,2±1,7 0,431

GR 25 8,2±1,8 24 7,3±1,3 25 7,8±1,6

CT (mg/dl) GC 27 190,6±47,0 0,509 21 186,2±60,9 0,744 24 176,6±48,0 0,099

GR 25 198,6±38,9 21 191,3±36,4 20 198,8±37,1

LDL (mg/dl) GC 26 109,5±38,5 0,312 19 93,4±36,3 0,089 23 92,5±33,2 0,009

GR 25 120,4±37,9 21 113,6±36,6 20 120,1±32,1

HDL (mg/dl) GC 27 43,6±10,1 0,300 19 45,1±8,2 0,421 23 43,7±11,8 0,784

GR 25 40,8±8,9 21 42,7±9,8 20 42,8±9,3

TRIGL

(mg/dl)

GC 27 179,5±96,7 0,879 21 223,9±195,5 0,274 24 191,9±118,8 0,683

GR 25 175,8±75,7 21 173,8±67,0 20 179,6±67,6

PAS (mmHg) GC 27 147±15 0,892 22 143±19 0,793 21 143±12 0,498

GR 25 146±20 20 144±18 16 140±20

PAD

(mmHg)

GC 27 84±11 0,172 22 83±13 0,105 21 84±12 0,602

GR 25 88±11 20 89±9 16 83±8

Fonte: autor da pesquisa

V1=Visita 1, V2=Visita 2 (3 meses pós-intervenção), V3=Visita 3 (6 meses pós-intervenção);

p=significância<0,05 - Teste t de Student; GC-Grupo Cartilhas, GR-Grupo Reuniões

A TAB. 8 apresenta a evolução das mesmas características antropométricas e

laboratoriais, ao longo do estudo, dentro de um mesmo grupo. Nesta tabela foram

excluídos de todo o seguimento, os parâmetros dos indivíduos que sofreram

intervenções terapêuticas pelos seus médicos assistentes, em qualquer das etapas

do estudo, de modo a garantir uma avaliação isenta de influências externas às

estratégias educativas.

Page 53: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

53

Observa-se que, de todos os parâmetros, apenas a média do LDL dentro do GC

reduziu-se significativamente durante o estudo, indo de 107,4 mg/dl no início para

83,5 mg/dl no sexto mês (p=0,047), atingindo a meta da SBD (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES, 2011).

Alguns outros parâmetros estudados apresentaram melhora durante o estudo,

porém sem diferença significante intra ou intergrupos. A queda da média da GLIC,

dentro do GC foi de 16,2% contra 3,8% dentro do GR, ambas, porém, sem

significância estatística. A média final, entretanto, não alcançou a meta da SBD

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2011c).

A média da queda da HBA1c dentro do GC foi de 0,1% e de 0,5% dentro do GR,

sem diferença estatística e também sem alcançar as metas da SBD, em nenhum dos

grupos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2011d).

Sobre o aumento da média do HDL, observou-se aumento de 0,9% dentro do GC e

de 2,0% dentro do GR, porém sem significância estatística.

A análise do comportamento dos TRIGL dentro dos grupos, ao final do estudo,

mostrou uma queda da média dos TRIGL de 0,4% no GC e de 7,6% no GR, também

sem significância estatística.

Na análise da pressão arterial sistêmica, dentro do GC houve aumento de 1 mmHg

na PAS e de 2 mmHg na PAD, ao final do estudo, sem significância estatística. No

GR houve queda de 7 mmHg na PAS e de 4 mmHg na PAD, sem significância

estatística e sem o alcance das metas da SBD (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES, 2011d).

Page 54: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

54

Tabela 8 – Comparação laboratorial-antropométrica (intragrupos)

V1 V2 V3

Grupos n Média

n Média

n Média

p

IMC (Kg/m2) GC 26 31,3±5,0 26 31,3±5,2 26 31,3±5,2 0,960

GR 25 32,5±5,8 25 32,7±5,8 25 32,7±5,8 0,552

Cintura (cm) GC 26 104,3±10,3 26 104,2±10,8 26 103,9±11,1 0,542

GR 25 104,2±12,9 25 104,2±12,9 25 104,2±12,0 0,458

GLIC (mg/dl) GC 19 160,6±78,7 19 160,3±65,3 19 134,6±38,1 0,810

GR 24 177,3±68,0 24 152,0±53,3 24 170,6±75,6 0,582

HBA1c (%) GC 19 8,3±1,8 19 8,3±1,9 19 8,2±1,7 0,468

GR 24 8,2±1,9 24 7,3±1,3 24 7,7±1,7 0,239

CT (mg/dl) GC 19 190,3±48,5 19 183,3±63,3 19 170,5±40,9 0,166

GR 17 197,5±34,5 17 190,6±34,4 17 192,8±35,1 0,785

LDL (mg/dl) GC 16 107,4±41,1 16 91,8±38,5 16 83,5±22,2 0,047

GR 17 113,6±35,4 17 111,1±37,0 17 113,7±27,8 0,391

HDL (mg/dl) GC 17 43,8±8,6 17 44,5±8,5 17 44,2±9,7 0,941

GR 17 43,2±9,4 17 42,2±9,6 17 44,1±9,3 0,941

TRIGL (mg/dl) GC 19 186,2±107,5 19 218,8±204,4 19 185,4±130,7 0,076

GR 17 189,3±82,9 17 184,9±66,5 17 174,9±72,0 0,785

PAS (mmHg) GC 20 143±14 20 143±19 20 144±12 0,347

GR 15 146±19 15 139±17 15 139±21 0,302

PAD (mmHg) GC 20 83±13 20 84±13 20 85±12 0,557

GR 15 87±10 15 86±8 15 83±8 0,107

Fonte : autor da pesquisa

V1=Visita 1, V2=Visita 2 (3 meses pós-intervenção), V3=Visita 3 (6 meses pós-intervenção);

p=significância<0,05 – Teste Anova de medidas repetidas

Page 55: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

55

6 DISCUSSÕES

O presente estudo foi delineado com a finalidade de fornecer informações para os

educadores em DM2 a respeito da eficácia de diferentes estratégias frequentemente

utilizadas em seu trabalho, tendo em vista a escassa literatura mundial comparando

métodos diferentes de educar entre si, de forma randomizada, ao longo do tempo e

com a exclusão de possíveis fatores intervenientes (MENSING et al, 2003; WILSON,

1997b).

Nesse estudo, mesmo com a randomização inicial dos indivíduos, observou-se uma

maior média etária no grupo da estratégia por cartilhas, o que, entretanto, não foi

considerado fator causador de viés, já que a escolaridade média de ambos os

grupos resultantes foi semelhante.

Quanto ao aprendizado, os resultados mostraram que ambas as estratégias foram

eficazes na transferência de conhecimentos sobre o DM2 para os indivíduos, porém

aprenderam mais os indivíduos que participaram das reuniões em grupo.

O nível dessa diferença em favor do GR foi elevado no terceiro mês e manteve-se

no sexto mês de acompanhamento, porém a nível estatístico quase insignificante

nessa etapa final, o que de acordo com a literatura, confirma que a educação em

DM2 eficaz deve ser feita de forma contínua e em espaços de tempo curtos

(AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 1998). Assim, no caso de reuniões em

grupo, o estudo sugere a realização das intervenções em espaços trimestrais,

visando manter o aprendizado.

A importância do material educativo impresso no controle do DM é inquestionável. A

literatura alerta, entretanto, para o fato de que mesmo sendo uma das estratégias

mais amplamente utilizadas para esse fim, os materiais nem sempre são facilmente

compreendidos pelo público-alvo (LEITCHER et al, 1981). O menor aprendizado dos

conceitos gerais observado em GC pode estar relacionado a esta dificuldade.

Page 56: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

56

Para a avaliação da legibilidade de um texto escrito, existem várias escalas que

medem a sua dificuldade estrutural, podendo-se predizer o nível de escolaridade

exigido do leitor para a sua correta compreensão (MOREIRA et al, 2005a).

Autores estrangeiros como Moreira et al, (2005b) recomendam que o material

educativo em saúde seja escrito em um nível compatível com seis anos de

escolaridade, para beneficiar um público maior. Segundo dados oficiais recentes, a

escolaridade média no Brasil situa-se em 7,3 anos (INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011a).

Como a prevalência do DM2 é maior na faixa acima de 35 anos e os dados oficiais

(BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011b) mostram que a população

brasileira dessa faixa etária tem baixa escolaridade, pesquisadores já demostraram

que 48,7% do material educativo disponível no país não estava adequado ao

aprendizado de parcela expressiva desses indivíduos (MOREIRA et al, 2005c).

Estudos recentes mostram que esse desajuste, a nível mundial, é semelhante (HILL-

BRIGGS et al, 2008; REID et al, 1995; PETTERSON et al, 1994; .LEITCHER, et al

1981). Assim, a análise correta dos resultados do presente estudo deve considerar o

índice de legibilidade das cartilhas empregadas nas intervenções no GC e a sua

possível interferência na efetividade da intervenção.

As cartilhas criadas foram adaptações de três modelos utilizados por instituições

brasileiras públicas e privadas, que ao final foram testadas quanto à sua legibilidade,

através do índice de Flesh-Kincaid (1975), o que evidenciou um tempo de

escolaridade necessário à sua compreensão muito superior ao da média da

população brasileira.

Nas cartilhas criadas, esse mesmo índice, menor que o das três cartilhas originais,

mostrou-se ainda elevado para a população em estudo (10,8 anos de estudo para a

sua compreensão), porém semelhante ao nível de dificuldade da maioria dos

materiais educativos impressos, entregues para os diabéticos, não só do Brasil, mas

de todo o mundo (82,84,85,86,87). Os resultados mostraram que uma porcentagem

de apenas 14,8% dos indivíduos que participaram do GC possuíam a escolaridade

necessária para a sua compreensão (10,7 anos de estudos ou mais).

Page 57: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

57

Para que não fosse criado um viés na aplicação da intervenção no GC, com o

desenvolvimento de um material de muito fácil compreensão, as cartilhas foram

assim mesmo aplicadas, visando quantificar o que ocorre no “mundo real”.

O estudo sugere a reavaliação de todos os materiais impressos sobre educação em

DM2 em circulação no país e a sua readequação textual para a escolaridade de

cada população DM2 alvo.

O estudo demonstrou que as duas estratégias promoveram maior adesão dos

indivíduos à dieta, porém nenhuma delas se mostrou superior à outra, talvez pela

não quantificação das respostas. Adesão à dietoterapia em DM2 é um processo

complexo (TORRES et al, 2006) e o curto tempo de seguimento talvez tenha

impedido conclusões a respeito da melhor estratégia, mas permitiu mostrar que

informações, ainda que genéricas sobre o tema, não individualizadas e fornecidas

em consultas trimestrais, podem ser capazes de estimular os indivíduos a adotarem

mudanças benéficas.

Quanto ao abandono do tabagismo, nenhuma das estratégias mostrou sucesso

durante os seis meses de acompanhamento, o que vai de acordo com a literatura, já

que este processo costuma exigir longos prazos, abordagens cognitivo-

comportamentais individualizadas e, muitas vezes, o uso de drogas específicas para

o seu pleno sucesso (BRASIL, 2001).

Sobre o consumo de álcool, o tempo de seguimento do estudo e a não quantificação

da quantidade média diária de consumo não permitiram tirar conclusões a respeito

da melhor estratégia para o seu abandono, mas a redução do consumo observada

dentro do GR, vai de encontro a estudos que confirmaram a eficácia superior de

reuniões, com a troca de experiências em grupo, como fortes estimuladoras ao

abandono do hábito, assim como já fazem vários grupos de apoio a alcoólatras

(MENDES et al, 2012).

Os índices antropométricos IMC e cintura abdominal não apresentaram melhora nas

comparações intra e intergrupos, certamente pelo fato da redução de gordura

Page 58: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

58

corporal estar condicionada a mudanças no estilo de vida, por meio do aumento do

conhecimento e de técnicas cognitivo-comportamentais, favorecedoras de

mudanças dietéticas e da realização de atividades físicas (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA PARA ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA,

2009), o que o intervalo de tempo entre as intervenções e a generalidade das

informações repassadas, de forma não individualizada, podem ter prejudicado.

A literatura registra alguns trabalhos que compararam a evolução da HBA1c e da

glicose de jejum, ao longo de intervalos de tempo como o desse estudo, após a

aplicação de estratégias de ensino em DM2, predominantemente por reuniões, com

os tratamentos rotineiros dos pacientes, em grupos randomizados. Na maioria dos

resultados, observou-se queda significativa dos níveis da HBA1c e/ou da GLIC, em

algum momento, apenas no grupo reuniões (NORRIS et al 2001,TORRES et al,

2009b).

Uma análise mais detalhada desses estudos prévios, entretanto, mostra que em

praticamente todos eles, não houve o cuidado de se registrar intervenções

individuais medicamentosas ou de outras formas de tratamento, durante o

acompanhamento, fato este que pode ter, erroneamente, permitido inferir

superioridade da estratégia de reuniões, na queda da HBA1c e/ou GLIC.

Durante o presente estudo, houve melhora da HBA1c e da GLIC em ambos os

grupos. Não foi utilizado grupo-controle de pacientes seguindo tratamento usual,

sem a aplicação de estratégias educativas, pois era o objetivo comparar duas das

estratégias disponíveis, apenas entre si.

Como citado, já foi mostrada por ensaios prévios, a melhor efetividade do tratamento

com reuniões em grupo frente a tratamentos usuais, no controle glicêmico de DM2.

No presente ensaio, comparando reuniões versus a entrega de materiais educativos

impressos, o resultado da GLIC foi melhor nos indivíduos que receberam as cartilhas,

mas somente na última etapa do estudo, o que provavelmente explique a ausência

de queda expressiva dos valores da HBA1c nesses indivíduos.

Page 59: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

59

Observando dentro do GC, a queda dos valores da GLIC ocorreu basicamente do

segundo para o terceiro momento do estudo, o qual, caso fosse mais prolongado e

mantendo essa tendência, provavelmente apresentaria queda mais significativa da

HBA1c nesse grupo, na comparação com GR, onde a queda da GLIC foi gradual,

desde o início do estudo. Isso pode explicar a maior redução percentual da HBA1c,

observada dentro desse grupo. A literatura contempla achados semelhantes (SELEA

et al, 2011; CHEN et al, 2008).

A redução maior da GLIC no GC, ao final do estudo, pode ser explicada por uma

maior facilidade de adesão a novos hábitos, possivelmente aos dietéticos, quando

os indivíduos dispõem de um “manual” para consultas posteriores, repetidas, em

seus domicílios e nos seus ritmos de aprendizado (GRUPO DE EDUCACIÓN

SANITÁRIA Y PROMOÇÃO DE LA SALUD, 2013).

Várias publicações afirmam que, em se tratando de DM, qualquer forma de

educação é melhor do que não oferecer nenhuma, na redução da morbi-mortalidade

dos pacientes (POSAVAC, 1980; MAZZUCA, 1982). Assim nas comparações de

tratamento usual com abordagens educativas em grupo, até então era demonstrada

na literatura a queda dos índices de HBA1c e/ou GLIC, apenas no grupo intervenção

por reuniões (NORRIS et al, 2001).

O presente estudo contradiz esses achados, ao mostrar que ambas as estratégias

aplicadas melhoraram o controle glicêmico, ligeiramente melhor no GR, se

considerarmos para tanto apenas a HBA1c, ainda que sem significância estatística.

O ensaio também lança dúvidas a respeito de uma possível superioridade do GC

nesse controle, devido à maior e significante queda da GLIC na última etapa do

acompanhamento nesse grupo, cuja influência sobre a HBA1c, entretanto, só poderá

ser comprovada num outro ensaio semelhante, de maior longevidade.

Quanto aos lípides, ambas as estratégias reduziram o CT e os TRIGL, além de

promoverem aumento do HDL. No caso específico do LDL, a sua queda, que foi

observada apenas no GC, na comparação intra e intergrupos, foi a única que

apresentou real significância estatística e alcance de metas da SBD.

Page 60: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

60

Autores demonstraram em ensaio prévio, melhora geral do perfil lipídico em DM2,

aplicando reuniões educativas em grupo, repetidas ao longo de intervalos de tempo

(MOLLAOGLU et al, 2009a). Novamente, percebe-se a ausência metodológica do

cuidado de se identificar e excluir indivíduos abordados por outras formas de

tratamento, especialmente a mudança/introdução de medicação anti-lipêmica,

incremento de atividade física e/ou adoção de dieta específica, durante o

acompanhamento, o que pode ter comprometido os resultados apresentados pelos

pesquisadores (MOLLAOGLU et al, 2009b).

Dessa forma, quanto ao controle lipidico de pacientes DM2, temos fortes evidências

de que a educação feita com o fornecimento de materiais impressos promove

melhores resultados do que as intervenções em grupo, provavelmente pela

facilidade de consulta domiciliar repetida das cartilhas, que além dos conceitos

básicos, também continham listas de itens dietéticos saudáveis e prejudiciais,

entremeadas por diagramas com orientações estimulando o uso correto da

medicação. Outros autores obtiveram resultados semelhantes com o uso de

panfletos informativos (MALATHY et al, 2011).

A melhora da PAS e PAD, ao longo do estudo, no GR, foi também observada por

outros autores (NORRIS et al, 2001) e provavelmente explica-se por uma maior

aderência ao tratamento, daqueles indivíduos do grupo que já faziam o uso de

medicamentos e que foram estimulados pelo educador nas reuniões, o que pode

não ter sido similar em GC, por falta de leitura e/ou compreensão adequada das

cartilhas, grupo em que os níveis pressóricos pioraram no final do estudo.

As duas estratégias utilizadas não favoreceram a adesão dos indivíduos a atividades

físicas. Estudos mostram que a adesão de pacientes DM2 a programas de

exercícios físicos demanda a existência de uma conjunção de fatores facilitadores,

tais como a adequação de tempo, conscientização dos benefícios da sua realização

para a saúde, existência de companhias, envolvimento familiar, idade mais jovem,

maior nível educacional, dentre outros, pouco contemplados nos grupos estudados

(HAYS et al, 1999; EIRAS et al, 2010).

Page 61: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

61

Os resultados do estudo permitem sugerir que o aprendizado conceitual com a

aplicação prática dos conhecimentos e a consequente melhora de parâmetros

laboratoriais em DM2, apenas com educação, podem ser alcançados associando as

estratégias GC (com cartilhas de adequado índice de legibilidade ao público-alvo) à

GR (com educadores bem treinados), ou seja, é necessário um futuro ensaio que

avalie reuniões em grupo onde se entreguem materiais educativos impressos,

comparadas com os dois grupos do presente estudo e, idealmente, a um quarto

grupo, controle, formado por indivíduos DM2 em tratamento usual, num mesmo

serviço de saúde.

Da mesma forma que as cartilhas criadas, semelhantes às distribuídas no país, de

alto índice de legibilidade, não permitirem afirmar com certeza o real poder educativo

dessa ferramenta, esse estudo utilizou no GR um educador médico e bem treinado

na condução das reuniões, o que destoa da realidade nacional, onde a quase

totalidade das reuniões educativas em DM2 são realizadas por enfermeiros e

nutricionistas, nem sempre adequadamente preparados para esse fim.

Assim, em GR a ferramenta foi utilizada na sua plenitude e em GC, ela seguiu o

padrão nacional, talvez aquém de todo o seu poder educativo nos DM2.

Desdobramentos desse estudo precisarão avaliar outras classes de profissionais de

saúde na condução das reuniões em grupo, com níveis de treinamento e

conhecimento previamente aferidos, randomizados dentro de serviços públicos e

privados e cartilhas adequadas à capacidade de leitura e assimilação da população

DM2 estudada.

Page 62: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

62

7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO E PERSPECTIVAS FUTURAS

O presente estudo foi conduzido com dois grupos contendo, praticamente, o número

mínimo de indivíduos necessários para a análise estatística fidedigna do

aprendizado, através das notas nos questionários, consideradas as desistências

observadas ao longo do mesmo.

Certamente um valor amostral maior conferiria mais robustez aos resultados,

especialmente àqueles sobre os parâmetros clínico-laboratoriais, dadas as

exclusões de indivíduos que, ao longo do estudo, tiveram terapia medicamentosa

iniciada ou modificada pelos seus médicos assistentes.

Uma importante limitação do estudo foi a não quantificação das respostas em

relação à adesão dietética e à quantidade de álcool diária consumida, tendo se

limitado apenas a inquirir os indivíduos quanto a estar ou não adotando a mudança

de hábito, o que talvez não tenha permitido uma comparação mais precisa da

efetividade de cada estratégia.

O desenho do ensaio para um seguimento de seis meses não foi suficiente para

concluir definitivamente a respeito da estratégia mais efetiva no controle glicêmico.

Estudos mais prolongados poderão dar essa resposta.

O índice de legibilidade elevado das cartilhas empregadas corresponde ao da

maioria dos materiais impressos para educação em diabetes utilizados no mundo,

estando a análise dos resultados refletindo o “mundo real”, porém, numa outra etapa,

poderão ser criadas cartilhas com este índice ajustado à escolaridade do grupo em

estudo ou as cartilhas do presente ensaio serem aplicadas a grupos com

escolaridade superior, tais como DM2 universitários, a fim de se medir o verdadeiro

poder dessa ferramenta de ensino no DM2.

Page 63: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

63

8 CONCLUSÕES

As estratégias de ensino para indivíduos DM2, através de reuniões em grupo e com

o emprego de materiais educativos impressos mostraram-se eficientes para a

aquisição de conhecimentos básicos sobre a doença, porém a estratégia por

reuniões foi a mais efetiva nesse objetivo.

São necessários estudos adicionais avaliando materiais educativos impressos que

apresentem legibilidade adequada ao público-alvo.

Ambas as estratégias promoveram melhora na adesão à dieta e no controle

glicêmico dos indivíduos. Estudos mais prolongados são necessários para se definir

qual delas é a mais efetiva.

A estratégia através de reuniões em grupo promoveu melhora dos triglicérides, do

HDL, na cessação do alcoolismo e na pressão arterial sistêmica dos indivíduos.

A estratégia através de materiais educativos impressos promoveu melhora do

colesterol total e queda significativa do LDL dos indivíduos.

A cessação do tabagismo, o índice de massa corporal, a medida da cintura

abdominal e a adesão à pratica de atividades físicas não sofreram influência das

intervenções.

Page 64: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

64

REFERÊNCIAS

ALBERTI KGMM, ZIMMET PZ, for the World Health Organization Consultation. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications. Part 1:diagnosis and classification of diabetes mellitus. Report of a WHO Consultation.Geneva:WHO:1999.

AMERICAN ASSOCIATION OF DIABETES EDUCATORS. American Association of Diabetes Educators Program Book. Minneapolis; 1998

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. National Standards for Diabetes and Self-Management Education Program: American Diabetes Association review critéria. Diabetes Care. 1998;21 Suppl 1:95

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Third-party reimbursement for diabetes care, self- management education and supplies. Diabetes Care. 2002;25 Suppl 1:S134-5.

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Economic costs of diabetes in the USA in 2007. Diabetes Care. 2008;31(3):1-20.

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care. 2010;33(suppl.1):S62-S69.

ASSAL, JP. A view of diabetes: The Diabetes Education Study Group of European Association for the study of diabetes: 15 years devoted to improving patient management. Medicographia. 1995;17(50):1-7. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010. ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009. ASSOCIAÇÃO DE DIABETES JUVENIL. Disponível em:http://www.adj.org.br/acesso em 14 de maio/2013. AZEVEDO, S; VICTOR EG, OLIVEIRA DC. Diabetes mellitus e aterosclerose: noções básicas da fisiopatologia para o clínico geral. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2010 nov-dez;8(6):520-6

BARCELÓ A; AEDO, C; RAIPATHAK, S; ROBLES, S. The cost of diabetes in Latin America and the Caribean: Bull World Health Organ 81(1): 19-27, 2003.

BANIA L; ARAÚJO D; SCHAAN B, et al. The Costs of Type 2 Diabetes Mellitus Outpatient Care in the Brazilian Public Health System. Value In Health, 14(2011), p.137–140.

Page 65: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

65

BECKMAN JA; CREAGER MA, Libby P. Diabetes and atherosclerosis: epidemiology, pathophysiology, and management. JAMA 2002;287(19):2570-81.

BERNESTEIN, M. Contribuições de Pichón-Rivière à psicoterapia de grupo. In: OSÓRIO, L.C. et al. Grupoterapia hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.2003. BERNIER, M.J. Establishing the psychometric properties of a scale for evaluating quality in printed education materials. Patient Education and Counseling, Limerick 1996 Dec;29(3):283-99. BLISS, M. A Descoberta da Insulina; Cronologia da Genética. Cientic, 2001. BRASIL, Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer – INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV). Abordagem e Tratamento do Fumante - Consenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001, p 11-17. BRASIL, Ministério da Saúde. Plano de Reorganização da Atenção Básica à Hipertensão arterial e do Diabetes mellitus: Manual de hipertensão arterial e diabetes mellitus/ Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. p. 07-89. BRASIL. Ministério da Saúde. Avaliação do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus no Brasil: Organização Pan-Americana da Saúde � Brasília: Ministério da Saúde, 2004. p.18 - 65.

BRASIL, Ministério da Saúde; Secretária de Atenção a Saúde; Departamento de Atenção Básica. Prevenção clínica de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais � Caderno de Atenção Básica nº14 Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. p. 08 - 40.

BRASIL, Ministério da Saúde; Secretária de Atenção a Saúde; Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus: Caderno de Atenção Básica nº16 Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. p. 08-16.

BRASIL. Ministério da saúde. Inquérito Domiciliar sobre Comportamento de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis: Brasil, 15 capitais e Distrito Federal 2003 p. 141-149. Disponível em: http:// WWW.inca.gov.br/inquerito/docs/introd. Acesso em 25 abr 2009

BRASIL, Ministério da Saúde. Resolução SES/MG nº2606, Dez/2010. [acesso 03 de janeiro de 2013]. Disponível em: http://www.saude.gov.br/ visitado em 06/maio/2013.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em: http://www.saude.gov.br/ Acesso em: em 06/maio/2013.

CHEN, HS; WU, TE, JAP, TS; CHEN, RL; LIN, HD. Effects of health education on glycemic control during holiday time in patients with type 2 diabetes mellitus. Am J Manag Care 2008;14(1): 45-51.

Page 66: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

66

CONSENTINO F, RYDEN L, FRANCIA P, et al. Diabetes mellitus and metabolic syndrome. In: Camm AJ, Luscher TF, Serruys PW, (editors). The ESC textbook of cardiovascular Medicine. 2nd ed. New York: Oxford University Press Inc; 2009. p. 465-495

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996. [Acesso 20 de outubro 2013]. Disponível em:http:// conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/resolucoes/23_out_versao_final_196_ENCEP2012.pdf.

DIABETES EDUCATION ESTUDY GROUP. European Association for the Study of Diabetes.Educação do paciente. Genebra; 1996 (Teaching Letters;7

DIAS, V.P.. SILEVEIRA, D.T.; WITT, R.R. Educação em saúde: o trabalho de grupos em atenção primária. Rev APS. 2009 abr/jun; 12 (2):221-7.

EIRAS SB; SILVA, WA; SOUZA, DL; VENDRUSCOLO, R. Fatores de adesão e manutenção da prática de atividade física por parte dos idosos. Rev Bras Cienc Esporte 2010; 31: 75-89.

FRANCO, LJ. Um problema de saúde pública.Epidemiologia. In: Oliveira JEP, Milech A, editors. Diabetes mellitus: clínica, diagnóstico, tratamento multidisciplinar. São Paulo: Editora Atheneu; 2004. cap. 4, p. 19-32

FREIRE, P. Educação e mudança. 8ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1983. 79 p. apud Souza AC, Colomé ICS, Costa LED, Oliveira DLLC. A educação em saúde com grupos na comunidade: uma estratégia facilitadora da promoção da saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem 2005;26(2):150.

FREITAS, A.A.S, CABRAL, I.E. O cuidado à pessoa traqueostomizada: análise de um folheto educativo. Esc Anna Nery Rev Enferm 2008; 12(1): 84-9.

FLESCH, R. A new readability yardstick. Journal of Applied Psychology, 1948, (32): GROSS L.J.; SILVEIRO S.P. Diabetes mellitus: diagnosis, classification and glucose control evaluation. Arq Bras Endocrinol Metabol 2002; 46 (1): 16-26. GRUPO DE EDUCACIÓN SANITÁRIA Y PROMOÇÃO DE LA SALUD. Elaboración de folletos educativos.Barcelona:Almirall.Prodesfarma; [s.d]. [Acesso 15 de maio de 2013]. Disponívelem :URL:<http://www.almirallprodesfarma.com/guies/educ.html> HAFFNER, SM, LEHTO S, RONNEMMA T; PYORALA K; LAAKSO M. Mortality from coronary heart disease in subjects with type 2 diabetes and in nondiabetic subjects with and without prior myocardial infarction. N Engl J Med. 1998;339:229-234. HAYS LM; CLARK, DO. Correlates of physical activity in a sample of older adults with type 2 diabetes. Diabetes Care 1999; 22 (5): 706–12

Page 67: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

67

HILL-BRIGGS, F; SMITH, A.S.. Evaluation of diabetes and cardiovascular disease print patient education materials for use with low-health literate populations. Diabetes Care 2008; 31: 667– 671. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. Mapa do Analfabetismo no Brasil. INEP. Disponível em: http://www.publicacoes.inep.gov.br/arquivos/%7B3D805070-D9D0-42DC-97AC 5524E567FC02%7D_MAPA%20DO%20ANALFABETISMO%20NO%20BRASIL.pdf. Acesso 11 de setembro 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em 12 de outubro de 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/ Acesso em: em 06/maio/2013.

JOSLIN, E.P. APOLLINARE, Bouchardat 1806-1886. Diabetes 1: 490-491, 1952.

JUNQUEIRA, V. B. C.; GOMES, L. F. Homocysteine and vitamins: risk factors for cardiovascular.disease. Disponível em: http://www.helthandage.com/html/res/controversies/content/chap4/homocysteine_ful3_es.htm>. Acesso em: 8 maio 2013

KAHN, CR; RAFFERTY, JF; JOSLIN, O. Diabetes Center. Molecular Medicine 6 (2): 65-68, 2000.

KANNEL, WB, MCGEE DL. Diabetes and glucose tolerance as risk factors for cardiovascular disease: the Framingham study. Diabetes Care 1979;2(2):120-6.

KANNEL, WB, MCGEE, DL. Diabetes and cardiovascular disease. The Framingham study. JAMA 1979;241(19):2035-8.

KIM JA; MONTAGNANI, M, KOH K.K, et al. Reciprocal relationships between insulin resistance and endothelial dysfunction: molecular and pathophysiological mechanisms. Circulation 2006;113(15):1888-1904.

KINCAID, J.P.; FISHBURNE, R.P.; ROGERS, R.L., & CHISSOM B.S.. Derivation of New Readability Formulas (Automated Readability Index, Fog Count, and Flesch Reading Ease formula) for Navy Enlisted Personnel. Research Branch Report 8-75. 1975 Chief of Naval Technical Training: Naval Air Station Memphis.

LEITCHER; NIEMAN, S; MOORE, J; COLLINS, R; RRHODES, P. A Readability of self-care instructional pamphlets for diabetic patients. Diabetes Care. 1981;4627- 630.

MALATHY, R; NARMANDHA, MP; RAMESH, S; ALVIM, M; DENISH, N. Effect of a diabetes counseling program on knowledge, attitude and practice among diabetic patients in erode district of south india. Journal of Young Pharmacists 2011, 3:65–72.

Page 68: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

68

MALERBI D, Franco LJ. The Brazilian Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Multicenter Study of the Prevalence of diabetes mellitus and Impaired Glucose Tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 years: Diabetes Care, 15: 1509-16, 1992.

MAZZUCA, S.A.. Does patient education in chronic disease have therapeutic value? J. Chron. Dis. 1982; 35:521-29. MAZZUCA, S.A.; MOORMAN NH; WHEELER ML; NORTON, JA; FINEBERG, NS; VINICOR, F; COHEN, S J; CLARK C. The diabetes education study: a controlled trial of the effects of diabetes patient education. Diabetes Care; 9:1-10, 1986 MENDES A; MACEDO J. ALCOOLISMO: Um estudo sobre a importância dos centros especializados na modificação dos ébrios habituais. Estação Científica, 2012, nº 07. P 1-15. MENSING, C.R.; NORRIS, S.L.. Group education in diabetes: effectiveness and implementation. 2003. Diabetes Spectrum 16: 96–103 MUHLHAUSER,I; BERGER, M. Patient education – evaluation of a complex intervention. Diabetologia. 2002;45(12):1723-33. MOLLAOGLU,M; BEYAZIT, E. Influence of diabetic education on patient metabolic control. Appl Nurs Res. 2009;22(3):183-190. MOREIRA, M.F; NÓBREGA, M.M.L; SILVA, M.I.T.. Comunicação escrita: contribuição para a elaboração de material educativo em saúde. Rev Bras Enferm 2003; 56(2): 184-8. MOREIRA, M.F,SILVA, M.I.T.. Readability of the educational material written for diabetic patients. Online Braz J. Nurs (OBJN-ISSN 1676-4285) [online] 2005 August; 4(2) .Disponível em: www.uff.br/nepae/objn402moreiraetal.htm. Acesso em: 14 de maio de 2013. MULKAHY, K; MARYNIUK, M; PEEPLES, M; PEYROT, M; TOMKY, D. WEAVER, T, et al. Diabetes self-management education core outcomes measures. In: Diabetes Education and Program Management. 6ª ed. Chicago: Diabetes Educ; 2003. NORRIS, S.L; ENGELGAU, MM; NARAYAN, K.M.V. Effectiveness of self-management training in Type 2 Diabetes: a systematic review of randomized controlled trials. Diabetes Care. 2001;24(3):561-87. NOVO NORDISK, Farmacêutica. Viver Bem Com o Diabetes. São Paulo, 2012, p.3-40.

OPAS. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília, 2003.

OSÓRIO, L. C.; Psicologia grupal: uma nova disciplina para o advento de Uma era. 2003. Porto Alegre (RS): Artmed;

Page 69: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

69

PETTERSON, T.; DOMAN, T. L.; ALBERT, T.; & LEE, P.. Are information leaflets given to elderly people with diabetes easy to read?. Diabetic Medicine, 1994 11(1),

111-113. PIMENTA, W.P. Escola Médica Virtual da Faculdade de Medicina de Botucatu / Unesp. Acesso: 04 de outubro de 2013], Disponível em: http://www.emv.fmb.unesp.br/aulas_on_line/Endocrinologia/diabetes_mellitus/pdf/diabetesmellitus.pdf. POSAVAC, E. J.. Evaluations of patient education programs: a meta-analysis.Evaluation and the Health Professions 1980; 3:47-62. PUSADA, J.M.D.C; BRITTO, MMS. Tratamento do diabetes mellito tipo 1. In: Coronho V, Petroianu A, eds. Tratado de endocrinologia e metabologia e cirurgia endócrina. 2001; p.935-8 REID, J.C; KLACHKCO D.M.; KARDASH, C.A; ROBISNSON, R.D.; SCHOLES, R.; HOWARD, D. Why people don't learn from diabetes literature: influence of text and reader characteristics. Patient Educ Couns 1995;25:31-8. REIS, J.S et al. Espaço Diabetes: Educação como parte fundamental do tratamento. Santa Casa de Belo Horizonte. Belo Horizonte, 2012, p.6-31. RIBAS, CRP; TEIXEIRA, CRS; OLIVEIRA, VA; MARTINS, TA; MENDES, s KDS; SANTOS, MA; et al. Incidentes críticos no processo de ensino-aprendizagem em diabetes na perspectiva da equipe multiprofissional de saúde. Rev Eletrônica Enferm 2008;10(3):747-55. RIVIÉRE, E. P.;. O Processo Grupal. 1998. 6a Ed. São Paulo: Martins Fontes, apud TORRES, H.; HORTALE, V. A.; SCHALL, V. A experiência de jogos em grupos operativos na educação em saúde para diabéticos. cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 4, p. 1041, jul./ago. 2003.

ROSAMOND WD; CHAMBLESS LE; FOLSOM AR; et al. Trends in the incidence of myocardial infarction and in mortality due to coronary heart disease, 1987 to 1994. N Engl J Med 1998;339(13):861-7.

SCAIN, S. Avaliação do efeito de um modelo de educação para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 que não usam insulina. 2008. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/14679 Acesso em: 14 de maio de 2013.

SELEA, A, SUMARAC-DUMANOVIC, M; PESIC, M; et al. The effects of education with printed material on glycemic control in patients with diabetes type 2 treated with different therapeutic regimens. Vojnosanit Pregl 2011; 68: 676-83.

SELLI, L.; PAPALEO, L.K; MENEGHEL S.N; TORNEROS, J.Z.. Técnicas educacionales em el tratamiento de La diabetes. Cad Saúde Pública 2005; 21(5): 1366-72.

Page 70: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

70

SILVA, Ana Roberta Vilarouca da; et al. Avaliação de duas intervenções educativas para a prevenção do Diabetes Mellitus tipo 2 em adolescentes. Texto&contexto - Enferm. . 2011, vol.20, n.4, pp. 782-787.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes SBD 2011. São Paulo (Brasil): Sociedade Brasileira de Diabetes; 2011, p. 1-108.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRIONOLOGIA E METABOLOGIA. Projeto Diretrizes: Diabetes Mellitus. Brasília: Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina. 2004. P.3-5. SOUZA, A.C; COLOMÉ I.C.S; COSTA, L.E.D, OLIVEIRA, D.L.L.C. A educação em saúde com grupos na comunidade: uma estratégia facilitadora da promoção da saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem 2005;26(2):152. STAMLER J; WENTWORTH D; VACCARO O, NEATON JD. Diabetes, other risk factors, and 12-year cardiovascular mortality for men screened in the multiple risk factor intervention trial. Diabetes Care 1993;16:434-44. THE DIABETS CONTROL AND COMPLICATIONS TRIAL RESEARCH GROUP. The Effect of Intensive Treatment of Diabetes on the Development and Progression of Long-Term Complications in Insulin-Dependent Diabetes Mellitus. The New England Journal of Medicine. 1993;329(14):977-86. TOMKY, D; WEAVER, T; MULCAHY, K. Peeples M. Diabetes education outcomes: what educators are doing. Diabetes Educ. 2000;26(6):951-4.

TORQUATO M.T.C.G; MONTENEGRO Jr R.N; VIANA L.A.L., SOUZA, R.A.H.G, LANNA CMM; Lucas JCB et al. Prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban population aged 30-69 years in Ribeirao Preto (São Paulo), Brazil: Sao Paulo. Med J. 121(6): 224-30, 2003.

TORRES HC, Hortale VA, Shall V T.Validação dos questionários de conhecimento (DKN-A) e Atitude (ATT-19) de Diabetes Mellitus. Revista de Saúde Pública, 2005. v. 39, n. 6, p. 906-911.

TORRES, Andréia Araújo Lima; GUIMARÃES, Norma Gonzaga. Adesão ao tratamento dietético em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 atendidos no ambulatório de nutrição do Hospital Regional da Asa Norte. Nutrição Profissional, São Paulo , v.2, n.10, nov./dez./2006, p.47-53. TORRES, H.C. et al. O processo de elaboração de cartilhas para orientação do autocuidado no programa educativo em Diabetes. Rev. bras. enferm. vol.62 no.2 Brasília Mar./Apr. 2009.p 312-16. TORRES, H.C.,FRANCO, L.J.; STRADIOTO, M.A.; HORTALE, V.A.; SCHALL, V.T. Avaliação estratégica de educação em grupo e individual no programa educativo em diabetes. Rev Saúde Pública. JPublic Health. 2009;43(2):291-8.

Page 71: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

71

TORRES, H.C.; AMARAL MA; AMORIM, MM; CYRINO, Cyrino AP, BODSTEIN.Capacitação de profissionais da atenção primária à saúde para educação em Diabetes Mellitus. Acta Paulista de Enfermagem, v. 23, n. 6, p. 751-756, 2010.

UNITED KINGDOM PROSPECTIVE DIABETES STUDY GROUP. Intensive blood-glucose control with sulfonylureas or insulin compared with conventional treatment and risk of complications in patients with type 2 diabetes. The Lancet. 1998;352(9131):837-53.

WHO, World Health Organization. Diabetes: the cost of diabetes. fact sheet. September 2002,n.236.

WILD S.; ROGLIC G.; GREEN A.; SICREE R., KING H. Global prevalence of diabetes. Estimates for the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care 2004; 27 (5): 1047-53.

WILSON, S.R. Individual versus group education: is one better? Patient Educ Couns 32:S67–S75, 1997.

ZAGURY, L. A educação em diabetes no Brasil. Diabetes; 15 (2):18-20,2008.

Page 72: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

72

APÊNDICES

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Nº Registro CEP : 03863412.0.0000.5138

Título da Pesquisa : A INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DE DIABÉTICOS TIPO 2

Prezado(a) Senhor(a) : Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que usará duas formas diferentes de ensino, de modo a lhe oferecer explicações sobre como você pode cuidar melhor do seu diabetes. Você foi selecionado porque, segundo o seu médico clínico, é portador de diabetes mellitus tipo II, reside em Itaúna-MG, tem mais de 35 anos, é alfabetizado, nunca participou de nenhum programa de explicações sobre o diabetes e encontra-se fora dos limites de pelo menos, uma das seguintes situações: do seu peso, da sua circunferência do abdômen, da sua pressão arterial sistêmica, do seu colesterol, triglicérides, do próprio controle da glicose ou estar fumando cigarros. Algumas situações ligadas à sua saúde poderão impedir a sua participação nesta pesquisa, sendo que o médico responsável pela pesquisa e o clínico do seu posto de saúde, poderão lhe esclarecer, nestes casos. Caso também não esteja disposto a ler em casa alguns folhetos sobre diabetes que serão entregues (cartilha) ou não possa participar uma aula de 90 minutos de duração, com o médico pesquisador, no posto de saúde do senhor(a), a cada 3 meses (serão 2 reuniões) e não queira fazer alguns exames de sangue simples pagos pelo SUS, também não será possível incluí-lo(a) neste estudo. O estudo durará 6 meses, com 3 avaliações (consultas: 1 mês - 3 meses - 6 meses) sendo que na primeira, o(a) senhor(a) será avaliado pelo médico pesquisador em: peso, altura, medida da cintura, pressão arterial, anotados exames de sangue, feitas algumas perguntas sobre medicamentos e doenças, além de responder a um pequeno questionário para sabermos o que o(a) senhor(a) já sabe sobre o diabetes. O mesmo será feito nas outras duas avaliações. Dois grupos serão sorteados no início e a um deles, serão dados folhetos para leitura em casa e ao outro grupo, será oferecida uma reunião (aula) sobre cuidados com o diabetes, sem nenhum folheto. Após 3 meses repetiremos esse processo. Como norma da pesquisa, o médico que for avaliar o(a) senhor(a) não poderá alterar os seus medicamentos até completar o 6º mês (consulta 3), mas enviará uma carta ao seu médico do posto de saúde, solicitando uma avaliação, quando notar algo de errado que comprometa a sua saúde. A sua participação é muito importante e voluntária. Você não terá nenhum gasto e também não receberá nenhum pagamento por participar deste estudo, podendo desistir dele a qualquer momento, sem nenhum prejuízo pessoal se esta for a sua decisão. As informações obtidas neste estudo serão confidenciais, sendo assegurado o sigilo sobre a sua participação. Os resultados desta pesquisa servirão para propormos à prefeitura de Itaúna, um novo modelo de acompanhamento, para os pacientes portadores de diabetes tipo II. Este estudo não alterará a sua rotina de consultas médicas, de enfermagem ou outras e o(a) senhor(a) poderá entrar em contato com o pesquisador para esclarecer

Page 73: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

73

dúvidas sobre a pesquisa, a qualquer momento, pelos telefones (37)3241-8089, (37)4101-0408, ou pelo email: [email protected].

Dou o meu consentimento de livre e espontânea vontade para participar deste estudo. _______________________________________________ Nome do participante (em letra de forma) _______________________________________________ __________ Assinatura do participante Data _______________________________________________ __________ Endereço do participante Tel. contato Obrigado pela sua colaboração e por merecer a sua confiança. ________________________________________________ __________ Nome (em letra de forma) e Assinatura do pesquisador Data

Page 74: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

74

APÊNDICE B – OFÍCIO À SECRETÁRIA DE SAÚDE DE ITAÚNA-MG

Of: 01/2013 Itaúna, 1 de fevereiro 2013

Do : Dr Alessandro Bao Travizani – Diretor do Centro Cardiológico do Hospital Municipal

Ao : Dra Ângela Amaral – Secretária Municipal de Saúde de Itaúna - MG

Assunto : Autorização para a realização de pesquisa científica / Santa Casa - BH

Prezada Secretária ,

Venho por meio deste, solicitar a permissão de vsa. para a realização no Serviço Público de Municipal de Controle do Diabetes, na Policlínica Dr Ovídio Silva, do projeto de pesquisa do curso de pós-graduação/mestrado em „Educação em Diabetes‟ do Instituto de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte, intitulado “A INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DE DIABÉTICOS TIPO 2”, já apresentado e aprovado pelo médico endocrinologista responsável por aquela unidade, Dr Ricardio Márcio e equipe. A pesquisa, com duração de 6 meses, feita com 60 pacientes diabéticos que serão escolhidos pelo médico daquela unidade de saúde, que preencherem os pré-requisitos clínicos de participação, tem por objetivo avaliar dois métodos de se levar informações aos pacientes diabéticos do tipo 2: por material impresso (cartilhas) e por reuniões (aulas) presenciais. Os pacientes serão sorteados em dois grupos, sendo que metade irá receber uma cartilha impressa com informações para ler em casa e a outra metade, participará de uma reunião (aula) comigo, no primeiro e terceiro mês, na própria unidade de saúde, quando serão individualmente avaliados por mim, que colherei algumas informações médicas e responderão a um questionário de conhecimentos sobre a doença. Uma avaliação final será feita no 6º mês. Anteriormente à primeira avaliação clínica, todos os indivíduos receberão informações pertinentes ao estudo e aos critérios de inclusão, assinando um termo de consentimento livre e esclarecido, estando o projeto aprovado previamente pelo comitê de ética e pesquisa do IEP - Santa Casa de Misericórdia / BH. Os pacientes não terão nenhum custo e nem receberão nenhum valor por participarem da pesquisa, podendo desistir da participação quando desejarem. Eles também não sairão das suas rotinas normais de consultas na unidade de saúde. Eu também não receberei nenhuma remuneração pela implementação deste trabalho. Pretendo, com esta pesquisa, avaliar a melhor forma de dar informações para os pacientes diabeticos do tipo II de Itaúna, especialmente nas unidades de saúde básicas não contempladas pelo programa estadual de controle da doença (programa HiperDia), propondo, ao final, um protocolo simplificado e de baixo custo para a análise de VSa.

____________________________________ ____________________________

Dr Alessandro Bao Travizani –CRMMG 31.892 Profa. Dra Adriana Bosco

Médico pesquisador

Dou o meu consentimento para a realização desta pesquisa ,

_______________________________________

Dra Ângela Amaral – Secretária Municipal de Saúde

Page 75: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

75

APÊNDICE C – OFÍCIO AO MÉDICO DA UNIDADE DE SAÚDE

Of: 01/2013 Itaúna, 15 de janeiro de 2013

Do : Dr Alessandro Bao Travizani – Diretor do Centro Cardiológico do Hospital Municipal

Ao : Dr Ricardo Márcio – Médico Clínico responsável pelo Serviço Público de Controle do Diabetes – Itaúna

Assunto : Autorização/Apoio para a realização de pesquisa científica

Prezado Doutor ,

Conforme contato prévio, venho por meio deste, solicitar a permissão e o apoio de vsa. para a realização, na sua unidade de saúde, do projeto de pesquisa do curso de pós-graduação/mestrado em „Educação em Diabetes‟ do Instituto de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte, intitulado “A INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DE DIABÉTICOS TIPO 2”

A pesquisa, com duração de 6 meses, feita com os primeiros 60 pacientes diabéticos escolhidos por VSa. e a sua secretária, que preencherem os pré-requisitos clínicos de participação, tem por objetivo avaliar dois métodos de se levar informações aos pacientes diabéticos do tipo II: por material impresso (cartilhas) e por reuniões (aulas) presenciais. Os pacientes serão sorteados em dois grupos, sendo que metade irá receber uma cartilha impressa com informações para ler em casa e a outra metade, participará de uma reunião (aula) comigo, no primeiro e terceiro mês, na própria unidade de saúde, quando serão individualmente avaliados por mim (preferencialmente num consultório da própria unidade), que colherei algumas informações médicas e responderão a um questionário de conhecimentos sobre a doença. Uma avaliação final será feita no sexto mês. Ao entrar no estudo os pacientes deverão portar os exames laboratoriais recentes (até 30 dias) de glicemia de jejum, hemoglobina glicada (HbA1c), Colesterol total e frações e triglicérides, que deverão ser solicitados por VSa. novamente no terceiro e sexto mês, datas das avaliações seguintes. Anteriormente à primeira avaliação clínica, todos os indivíduos receberão informações escritas pertinentes ao estudo e aos critérios de inclusão, devendo após a sua seleção, assinar um termo de consentimento livre e esclarecido, estando o projeto aprovado previamente pelo comitê de ética e pesquisa do IEP - Santa Casa de Misericórdia / BH. Os pacientes não terão nenhum custo e nem receberão nenhum valor por participarem da pesquisa, podendo desistir da participação quando desejarem. Eles também não sairão das suas rotinas normais de consultas na unidade de saúde. Eu também não receberei nenhuma remuneração pela implementação deste trabalho. Pretendo, com esta pesquisa, avaliar a melhor forma de dar informações para os pacientes diabeticos do tipo 2 de Itaúna, especialmente nas unidades de saúde básicas não contempladas pelo programa estadual de controle da doença (programa HiperDia), propondo, ao final, um protocolo simplificado para aplicação permanente no município. Sendo assim, enumero:

1 – CRITÉRIOS DE INCLUSÃO (60 indivíduos) :

- Ser >= 35 anos, ambos os sexos;

- Portador de Diabetes mellitus tipo II (de acordo com as recomendações da OMS

– ausência de episódios prévios de cetoacidose diabética, diagnóstico de DM após 35 anos de

idade e necessidade de uso de insulina somente após dois anos de diagnóstico);

- Nunca ter participado de grupos de informações sobre diabetes (reuniões,

Page 76: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

76

cursos);

- Preencher algum dos requisitos: peso ou cintura abdominal aumentados,

pressão arterial sistêmica descontrolada, controle glicêmico insatisfatório e/ou dislipidemia fora

de controle ou ser tabagista;

- Disposto a participar da pesquisa (ler e assinar o termo de consentimento);

2- CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO :

- Grávidas ou com a intenção de engravidar em 6 meses;

- Triglicérides plasmático > 500;

- Hipertensão arterial grave–estágio III (PAS>=180, PAD>=110 mmHg);

- Cetoacidose diabética;

- Portadores de doenças graves com expectativa de vida menor que 6 meses

(neoplasias malignas, insuficiência cardíaca grave estágio IV);

- Não dispostos a participar das reuniões ou à leitura de cartilha impressa,

discriminadas no termo de consentimento;

____________________________________ ____________________________

Dr Alessandro Bao Travizani –CRMMG 31.892 Dra Adriana Bosco

Médico pesquisador Orientadora

Dou o meu consentimento para a realização desta pesquisa, no Serviço de Controle do Diabetes–Itaúna-

MG ,

__________________________________________

Dr Ricardo Márcio – Médico Clínico/Endocrinologista

Page 77: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

77

APÊNDICE D – MODELO DE CARTILHA UTILIZADA EM “V1”

CARTILHA

DO DIABÉTICO

ITAUNENSE

Caro Amigo,

Esta cartilha faz parte da pesquisa “O impacto de diferentes estratégias

de aprendizado na educação de diabéticos do tipo 2”, conduzida pelo

cardiologista itaunense Dr. Alessandro Bao Travizani.

Page 78: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

78

Aqui estão reunidas as informações essenciais para o dia a dia do

diabético do tipo 2, em relação ao seu controle de hipertensão, colesterol e

triglicérides, peso, uso de remédios para abaixar a glicose, alimentação,

atividades físicas, cuidados com os pés, hipoglicemia e fumo, de modo que

conhecendo-as, você também possa ajudar o seu médico, no tratamento da

sua doença.

Este estudo pretende lançar as bases para a criação definitiva do

Grupo de Ensino para o Diabético (GED) de Itaúna.

É importante que o senhor (a) leia todas as páginas, mais de uma vez

se necessário, para ter consigo todas as informações que um diabético

precisa saber.

Dr Alessandro Bao Travizani

Antes de começar, devemos lembrá-los do motivo maior da nossa

preocupação:

Sabemos que o diabetes é uma doença que exige o comprometimento tanto do

paciente quanto da sua família, sendo facilmente controlado quando o paciente se

dispõe a seguir os cuidados básicos que iremos mostrar.

Page 79: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

79

Por ser uma doença “silenciosa”, muitos diabéticos mantém-se descontrolados,

sem seguir dieta alguma, sem usar os remédios prescritos de forma correta e sem ir às

consultas médicas.

O problema é que “silenciosamente”, esta doença, quando mal controlada,

acarreta uma série de complicações ao corpo, tais como:

1 – CEGUEIRA

2 – INSUFICIÊNCIA RENAL E HEMODIÁLISE

3 – IMPOTÊNCIA SEXUAL

4 – AMPUTAÇÕES NAS PERNAS

5 – INFARTO DO CORAÇÃO

6 – DERRAME CEREBRAL

7 – INFECÇÕES DE DIFÍCIL CONTROLE

Por isso tudo que o controle rígido do diabetes é tão importante !

Nas próximas páginas o senhor(a) verá que além do controle da glicose, também

é exigido do diabético o cuidado com outras doenças, para uma vida tranqüila e sem

complicações.

Enfim, o que é ...

DIABETES : Doença crônica (que nos acompanha a vida toda), em que os níveis

de açúcar (glicose) no sangue estão aumentados. A glicose alta no sangue causa uma

série de danos, a várias partes do corpo.

Page 80: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

80

Diabetes tipo 1 – É aquele das crianças e dos adultos jovens, onde o pâncreas

pára de produzir a insulina, que é o hormônio que abaixa a glicose, sendo a pessoa

obrigada a aplicar a insulina no corpo, com agulhas.

Diabetes tipo 2 – É aquele que costuma aparecer após os 35 anos,

principalmente naqueles acima do peso. Neles o pâncreas até produz insulina por um

tempo, mas a gordura do corpo cria resistência a ela e assim, o efeito de abaixar a

glicose no sangue é diminuído. A pessoa começa a se tratar com dieta, comprimidos e

mais tarde, pode até ser preciso usar a insulina em seringas.

GLICOSE

VALORES DESEJADOS

No exame de glicose, em adultos, o ideal é :

Page 81: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

81

1 – Glicose de jejum (antes do café da manhã) :

ATÉ 130

2 – Glicose pós-prandial (2 horas após começar uma grande refeição – almoço, jantar)

ATÉ 160

3 – Hemoglobina glicada – HBA1c (mostra o resumo das glicoses dos últimos 3 meses)

MENOR QUE 7%

ALIMENTOS

Passo 1 - Faça 5 ou 6 refeições por dia, sendo 3 principais (café da manhã,

almoço e jantar) e pequenos lanches nos intervalos;

Page 82: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

82

Passo 2 - Coma, se possível, todos os dias frutas, verduras, legumes, cereais

integrais, pois estes contém fibras, que reduzem o colesterol, fazem o intestino funcionar

melhor e ajudam no controle da glicose;

Passo 3 - Tire da sua vida alimentos feitos com açúcar: doces, balas, sorvetes,

pão doce, refrigerantes comuns, mel, rapadura, chocolate, etc;

Passo 4 - O consumo excessivo de álcool descontrola a glicose. Nunca beba

sem comer um alimento junto ! É permitido o uso diário de duas doses para homens e

uma dose para mulheres. Uma dose equivale a 1 lata de cerveja ou 1 taça de vinho ou 1

mini-copinho de destilados;

Passo 5 - Cuidado > Alimentos “light” podem conter açúcar !

> Alimentos “diet” geralmente não contém açúcar, mas

podem engordar, se consumidos em excesso.

> Adoçantes, sem excesso, não fazem mal e devem ser

usados sempre, ao invés do açúcar (não há provas de que causem câncer ou outras

doenças), grávidas devem evitá-los;

COMO ESCOLHER

“O melhor supermercado do diabético é o sacolão de hortifruti”

ACÚCARES SIMPLES (RUIM) : Dão energia para o corpo, mas aumentam muito rapidamente

a glicose no sangue e por isso, devem ser evitados pelos diabéticos.

Exemplos- Açúcar, mel, rapadura, balas sorvetes, pão doce, refrigerante comum,

chocolates, doces.

Page 83: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

83

AÇÚCARES COMPLEXOS (BOM) : Também dão energia para o corpo funcionar, mas sem

aumentar muito a glicose no sangue. Devemos comer 5 a 9 porções deles, todos os dias.

Exemplos- Massas, arroz, milho, pão, macarrão, farinhas, batatas, mandioca, raízes,

biscoitos, cereais (preferir tudo “integral”).

FIBRAS (BOM) : Elas ajudam no controle do colesterol, do diabetes e dos intestinos. Não

aumentam a glicose. Devemos comer 3 a 5 porções delas por dia, de preferência cruas, com cascas ou

cozidas no vapor. Fornecem também vitaminas e sais minerais.

Exemplos- legumes, aveia, verduras e frutas (hortaliças).

PROTEÍNAS (BOM) : Ajudam a manter a estrutura do corpo e ainda fornecem vitaminas.

Precisamos de 2 porções por dia de carnes e de 2 a 3 porções de derivados de leite. As peles e

gorduras das carnes devem ser retiradas e o leite sempre desnatado. Carnes devem ser feitas

grelhadas, assadas, cozidas ou ensopadas. Evitar frituras.

Exemplos- carnes, leites, queijos, ovos, queijos brancos, feijão, soja.

GORDURAS (RUIM) : São os que mais engordam, aumentam o colesterol. Podemos comer

apenas 1 ou 2 porções por dia. No caso dos óleos, preferir os vegetais (que “não endurecem”), tais

como soja, milho, girassol, canola, azeite, mas em pouca quantidade.

Exemplos- Manteiga, gordura de porco, leite integral, queijos amarelos, óleos.

PIRÂMIDE ALIMENTAR

(COMO DISTRIBUIR OS ALIMENTOS NUM DIA)

Page 84: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

84

HIPOGLICEMIA

“É a queda da glicose (açúcar) do sangue, abaixo de 70”

Page 85: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

85

Diabéticos usuários de insulinas ou comprimidos para abaixar a glicose, quando ficam

mais do que 3 horas sem alimentação ou praticam atividades físicas sem se alimentar antes,

podem ter a queda da glicose no seu sangue, chamada de hipoglicemia.

O QUE SENTEM ???

Fome, tremedeira, suor frio, tonteira, disparo no coração, dor de cabeça, vista turva,

formigamento no corpo, confusão, desmaio.

COMO TRATAR ISSO ???

Se a pessoa está acordada – Comer rapidamente 15 gramas de açúcar, que é igual

a: -1 colher de sopa de açúcar em 1 copo com água, ou

- 3 balas moles, ou

- 1 colher de sopa de mel, ou

- 1 pedaço pequeno de rapadura, ou

- 150 ml de refrigerante comum, ou

- 1 unidade de bananada comum, ou

- 2 colheres de sopa de leite condensado, ou

- 3 biscoitos waffer, ou

- 1 bombom “sonho de valsa” ou “serenata de amor”, ou

- 2 chocolates pequenos, ou

- 3 brigadeiros pequenos, ou

- 1 fatia de melancia grande, ou

- 150 ml de suco de laranja

DIABÉTICOS SEMPRE DEVEM ANDAR COM 3 BALAS DOCES NA BOLSA, PARA EMERGÊNCIAS !

Se a pessoa desmaiou - NUNCA DAR LÍQUIDOS PARA UM DESMAIADO!!

- Chamar o SAMU 192

Page 86: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

86

- Esfregar 1 colher de sopa de mel ou açúcar na

gengiva e bochecha, dentro da boca, sem deixar engolir

- Se disponível, aplicar Glucagon intramuscular

INSULINAS

Page 87: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

87

ONDE GUARDAR A INSULINA ???

FRASCO FECHADO E REFIL DE CANETA FECHADO

Ficam na geladeira, entre 2 a 8 graus, fora da caixinha térmica de isopor, no

fundo da prateleira e nunca na porta, nem no congelador.

FRASCO E REFIL DE CANETAS JÁ ABERTOS, EM USO

Ficam na geladeira ou fora dela, longe do calor e da luz, nunca a mais do que

30 graus, podendo ser usados por até 30 dias depois de abertos.

Insulina gelada dói ao ser aplicada ! Insulina com mais de 30 dias de uso ou que

congelou, deve ser jogada no lixo.

TRANSPORTAR COMO ???

Page 88: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

88

FRASCO FECHADO E REFIL DE CANETA FECHADO

Trasportados em isopor ou bolsa térmica, entre 2 a 8 graus, mas sem encostar no

gelo.

FRASCO E REFIL DE CANETAS JÁ ABERTOS, EM USO

Podem ficar fora da geladeira, até por 30 dias, mas longe do calor e do sol.

Nas viagens, manter as insulinas sempre na bagagem de mão (com frascos de reserva)

+ a receita médica

LOCAIS PARA A APLICAÇÃO

Page 89: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

89

Fazer sempre o rodízio (troca) diário dos locais onde se aplica a insulina,

para evitar a lipodistrofia (atrofia do local), que faz com que a insulina seja menos

absorvida.

IMPORTANTE: - GRÁVIDAS: Não aplicar na barriga no último trimestre de

gestação

- ATLETAS: Evitar aplicar nos braços e nas pernas antes da

atividade

- INSULINAS Glargina (Lantus) e Detemir (Levemir) não podem ser

aplicadas no mesmo local que insulina regular ou ultra-rápida

PREGA SUBCUTÂNEA: - É uma pinça feita com dois dedos na pele, que

facilita a aplicação e penetração da insulina no local certo, abaixo da pele,

principalmente nas pessoas muito magras.

Page 90: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

90

- É feita antes de se introduzir a agulha e desfeita

antes de se retirar ela. Não massagear o local após injetar a insulina

ANTES DE APLICAR INSULINA: - Lavar as mãos com água e sabão

- Limpar a pele e a borracha do frasco com álcool a

70% (caneta não precisa)

- No caso de insulina NPH, agitar o frasco ou a

caneta 20 vezes, para dissolver a insulina no líquido

PREPARO DAS INSULINAS

PREPARO DA SERINGA :

Page 91: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

91

- Mantendo a agulha com o protetor, aspire a

quantidade de ar correspondente à quantidade de insulina prescrita pelo médico. Injete

esse ar dentro do frasco de insulina. Isto facilita a retirada do líquido, em seguida. Vire

então o fraco de cabeça para baixo e aspire a quantidade prescrita.

MISTURA DE INSULINAS:

- Insulina NPH pode ser misturada na mesma seringa

com insulina Regular .

- Repetimos o processo de injetar ar no frasco,

inicialmente injetado no frasco de NPH, SEM ASPIRAR. Injetamos, na sequência, o ar

no frasco de insulina REGULAR e aspiramos. Em seguida, voltamos ao de NPH e

aspiramos, sempre aspirando primeiro a REGULAR.

- Em caso de erro da quantidade aspirada, jogar fora

todo o conteúdo da seringa e começar tudo de novo

- Insulinas Ultra-rápidas (Humalog, Novorapid, Apidra)

e insulinas Glargina (Lantus) e Detemir (Levemir) devem sempre ser aplicadas sozinhas.

Não pode ser misturadas com outras.

Page 92: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

92

CUIDADO : - É proibido misturar insulinas naquelas seringas

cujas agulhas se soltam. Apenas misture naquelas com agulhas

fixas.

ATIVIDADES FÍSICAS

Praticar regularmente exercícios físicos facilita o controle do açúcar no sangue,

melhora o valor da hemoglobina glicada, do colesterol e triglicérides, além de ajudar a

perder peso, prevenindo que você desenvolva doenças do coração.

Page 93: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

93

As mais indicadas são aquelas que movimentam grandes grupos musculares, as

ditas “atividades aeróbicas”, tais como a caminhada, natação, bicicleta, corrida,

realizadas de 3 a 5 vezes por semana, em sessões de 30 a 50 minutos cada.

O seu médico é a pessoa certa para dizer se você tem condições de fazer

algum desses exercícios e de indicar qual o mais adequado ao seu caso.

Nos 5 minutos antes e depois de realizar o exercício, deve-se fazer um

alongamento de todos principais músculos, para prevenir lesões e melhorar o seu

desempenho.

Nunca inicie um exercício físico sem se alimentar antes !

CUIDADO COM OS PÉS

Com o passar do tempo, os diabéticos podem apresentar danos nos nervos dos

pés, a chamada neuropatia diabética, que causa dormência e deformações.

Page 94: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

94

É comum a alguns diabéticos não perceber um calçado apertado, um objeto

quente ou nem mesmo sentir dor quando machuca os seus pés.

Disso pode resultar uma úlcera (ferida), que se agrava pela falta de circulação

(isquemia), comum nos pés dos diabéticos, sempre de difícil cicatrização, levando

muitas vezes a infecções e até a amputações.

Dicas:

- Inspecionar diariamente os pés, inclusive entre os dedos, procurando

rachaduras, bolhas, inchaços, feridas, mudanças de cor;

- Lavar os pés todos os dias, com sabão neutro e água, testando a temperatura

da água com as mãos, para evitar queimaduras nos pés dormentes. Enxugá-los

totalmente;

- Nunca deixar os pés de molho e evitar bolsas de água quente;

- Não retirar as cutículas e evitar cortas os cantos das unhas;

- Evitar calçados e meias com costuras internas (inverta a meia). Evite andar

descalço para não se machucar. Preferir calcados fechados;

- No caso de exercícios físicos, usar tênis.

- No caso de calos ou verrugas, não os trate em casa. Procurar um médico ou

podólogo;

O FUMO

Page 95: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

95

O fumo provoca o estreitamento das artérias e veias. Como o diabetes

compromete a circulação nos pequenos vasos sangüíneos (na retina e rins) e nos

grandes vasos (no coração e cérebro), fumar pode acelerar o processo e o

aparecimento de complicações.

Os diabéticos estão por isso, proibidos de fumar. O melhor método para

abandonar o cigarro é a força de vontade. Estabelecer uma data e interromper o vício

ainda é a melhor forma.

Existem também no meio público e particular serviços médicos especializados em

tratar este vício, usando desde psicólogos, gomas /adesivos de nicotina ou um dos dois

medicamentos comprovadamente eficazes em ajudar a parar de fumar. Converse com o

seu médico.

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Page 96: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

96

É muito comum o diabético apresentar também hipertensão.

A maioria das pessoas com pressão alta não apresenta nenhum sintoma no início

da doença, por isso ela é chamada de “inimiga silenciosa”. A única forma de saber se a

pressão está alta é verificando regularmente os seus valores no médico, posto de saúde

ou farmácia.

A hipertensão não tratada pode causar os mesmos estragos que um diabetes não

tratado nos rins, coração, cérebro, olhos e outras partes do corpo, sendo que no

diabético eles acontecem mais cedo.

No diabético adulto, mesmo nos idosos, o limite para a pressão é até 130x80

mmHg

( ou até “13 por 8” ). Acima disso, está elevada !

A hipertensão é uma doença crônica e o tratamento é para a vida toda. Nunca

pare de tomar os seus remédios, mesmo nos dias em que for ingerir alguma bebida

alcoólica.

Reduza o consumo de sal nos alimentos, controle o seu peso e se o médico

permitir, faça exercícios físicos regularmente. Meça a sua pressão, pelo menos, uma vez

por mês.

COLESTEROL E TRIGLICÉRIDES

Todos os alimentos de origem animal têm colesterol. Portanto diabéticos, deem sempre

preferência a alimentos de origem vegetal: frutas, verduras, legumes e grãos.

Page 97: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

97

Sugestões de hábitos:

Coma mais frutas e vegetais

Coma mais carnes e peixes grelhados ou assados e menos carnes fritas

Coma uma variedade de alimentos ricos em fibras, como aveia, pães integrais e

frutas. As fibras ajudam a reduzir as taxas de colesterol

Limite a ingestão de gorduras saturadas (as que “endurecem”), como a gordura

de derivados de leite e do porco

Limite os alimentos ricos em colesterol, como gema de ovo e fígado

Utilize derivados de leite pobres em gordura: leite desnatado, iogurte desnatado e

sorvetes light

Evite fritura

Os cuidados com a alimentação devem ser redobrados por pessoas com diabetes, pois estas

apresentam riscos de manifestações da aterosclerose (entupimentos das artérias) de três a quatro

vezes maior do que nas pessoas não-diabéticas.

Há alimentos que ajudam a reduzir as taxas de colesterol no sangue, assim como também

existem os que devem ser evitados. Para isso, preste atenção nas duas listas abaixo:

Alimentos ricos em colesterol

Bacon e salames

Chantilly

Leite integral ou condensado

Biscoitos amanteigados

Doces cremosos

Pele de aves

Camarão

Queijos amarelos

Carnes vermelhas "gordas"

Gema de ovos em excesso

Sorvetes cremosos

Creme de leite e manteiga

Gordura de porco

Miúdos (vísceras)

Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol

Alface

Couve

Bagaço da laranja

Ameixa preta

Leite desnatado

Couve-flor

Mamão e frutas em geral

Amora

Page 98: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

98

Abacaxi

Carnes “brancas”

Azeite de oliva

Ervilha

Pão integral

Aveia

Farelo de aveia

Pêra

Cenoura

Farelo de trigo

Pêssego

Cereais integrais

Feijão

Quiabo e legumes em geral

Margarina

Vegetais folhosos

No caso dos triglicérides, normalmente elevados nos diabéticos, é importante

a redução extrema dos açúcares simples na alimentação (mel, açúcar, geleias, bolos), dos açucares complexos (arroz, batata, mandioca, derivados do trigo, farinhas) e evitar o abuso do álcool.

PARA VIVER BEM COM O DIABETES,

SÓ DEPENDE DE VOCÊ !

Referências :

1. Basevi V, et al. Comment on: American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes. 2011. Diabetes Care. 2011 May;34 Suppl 1:S11-

S61.

2. Frid A, et al. New injection recommentations for pacientes with diabetes. Diabetes Metab. 2010 Sep;36 Suppl 2:S3-18.

3. Costa R, Lazzari J. Diabetes tipo 2, alimentação e atividade física. 2010 Ago.

4. Sepulveda J, et al. Espaço diabetes: Educacão como parte fundamental do tratamento .Santa Casa BH.

APÊNDICE E – MODELO DE CARTILHA UTILIZADA EM “V2”

GRUPO DE ENSINO PARA O DIABÉTICO ITAUNENSE

Page 99: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

99

CARTILHA DO DIABÉTICO

ITAUNENSE

PARTE - II

Relembrando ...

DIABETES : Doença crônica (que nos acompanha a vida toda), em que os níveis

de açúcar (glicose) no sangue estão aumentados. A glicose alta no sangue causa uma

série de danos, a várias partes do corpo.

Page 100: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

100

VALORES CORRETOS DA GLICOSE : 1 – Glicose de jejum (antes do café da manhã) :

ATÉ 130

2 – Glicose pós-prandial (2 horas após começar uma grande refeição – almoço,

jantar)

ATÉ 160

3 – Hemoglobina Glicada – HBA1c (mostra o controle da glicose nos últimos 3 meses)

MENOR QUE 7%

DIABETES NÃO TRATADO, CAUSA : 1 – CEGUEIRA

2 – INSUFICIÊNCIA RENAL E HEMODIÁLISE

3 – IMPOTÊNCIA SEXUAL

4 – AMPUTAÇÕES NAS PERNAS

5 – INFARTO DO CORAÇÃO

6 – DERRAME CEREBRAL

7 – INFECÇÕES DE DIFÍCIL CONTROLE

Relembrando ...

ALIMENTOS: Passo 1 - Faça 5 ou 6 refeições por dia, sendo 3 principais (café da manhã, almoço e jantar) e

pequenos lanches nos intervalos;

Passo 2 - Coma, se possível, todos os dias frutas, verduras, legumes, cereais integrais, pois estes

contém fibras, que reduzem o colesterol, fazem o intestino funcionar melhor e ajudam no controle da glicose;

Page 101: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

101

Passo 3 - Tire da sua vida alimentos feitos com açúcar: doces, balas, sorvetes, pão doce, refrigerantes

comuns, mel, rapadura, chocolate, etc;

Passo 4 - O consumo excessivo de álcool descontrola a glicose. Nunca beba sem comer um alimento

junto ! É permitido o uso diário de duas doses para homens e uma dose para mulheres. Uma dose equivale a 1

lata de cerveja ou 1 taça de vinho ou 1 mini-copinho de destilados;

Passo 5 - Cuidado > Alimentos “light” podem conter açúcar !

> Alimentos “diet” geralmente não contém açúcar, mas podem engordar, se

consumidos em excesso.

> Adoçantes, sem excesso, não fazem mal e devem ser usados sempre, ao invés do

açúcar, grávidas

devem evitá-los;

COLESTEROL E TRIGLICÉRIDES :

São “gorduras”, que estando elevadas, favorecem o entupimento das “veias” do

corpo. Devemos evitar o excesso de alimentos de origem animal.

PRESSÃO ARTERIAL PARA O DIABÉTICO :

Nos diabéticos, ela nunca deve passar de 13 por 8 .

Melhora a pressão reduzir o consumo de sal, o peso e fazer exercícios físicos

QUEDA DA GLICOSE – HIPOGLICEMIA – O QUE SENTIMOS :

Sentimos fome, tremedeira, suor frio, tonteira, disparo no coração, dor de cabeça,

vista turva, formigamento no corpo, confusão, desmaio. Devemos comer rápido algo que

contenha açúcar !

As Grandes Mentiras ...

Comer Muito Açúcar Causa Diabetes MENTIRA !!! Não causa, mas pode engordar e favorecer o aparecimento

futuro

Page 102: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

102

Comer Beterraba Não Pode MENTIRA !!! Legumes entre 4 a 5 porções/dia são livres

Comer Frutas é Proibido MENTIRA !!! Até 5 porções de qualquer fruta por dia é liberado

Adoçantes Causam Câncer MENTIRA !!! Não causam câncer e em uso moderado não aumentam a

pressão

Todo Alimento Diet Não Contém Açúcar MENTIRA !!! Alguns “diets” contém açúcar. Olhar sempre o rótulo se diz:

“isento de açúcar”

Insulina Uma Vez Iniciada, É Para Sempre MENTIRA !!! Em crianças sim. Nos adultos com um bom controle, o

médico poderá retirá-la

Mel, Rapadura, Caldo de Cana São Naturais e

Melhores MENTIRA !!! São ruins, pois contém glicose da mesma forma que o

açúcar comum

Ansiedade Não Aumenta a Glicose MENTIRA !!! Durante momentos de stress, a glicose pode aumentar sim

Insulina Já Aberta Não Pode Ficar Fora da

Geladeira MENTIRA !!! Após abrí-la, pode ficar dentro ou fora, por até 30 dias.

Lacrada, só dentro

Diabéticos Não Podem Comer Nada Com Açúcar

Page 103: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

103

MENTIRA !!! Se bem controlados, a nutricionista permitirá até 1 porção

por dia, sim

Cirurgia de Emagrecimento Sempre Cura o

Diabetes MENTIRA !!! Se voltar a engordar ou se o pâncreas já não funcionar, não

adianta nada

Diabéticos Não Podem Beber Álcool MENTIRA !!! Podem, desde que moderadamente e junto com alimentos

Sucos de Frutas São Melhores do Que a Fruta

Natural MENTIRA !!! A glicose é absorvida mais lentamente com a fruta natural, o

que é melhor

Gordura Não Importa para o Diabético MENTIRA !!! Gorduras também engordam e quanto maior o peso, pior o

controle do diabetes

Insulina NPH Não Precisa Ser Misturada MENTIRA !!! Antes de ser injetada, ela precisa ser misturada 20 vezes ou

mais

BOM CONTROLE PARA TODOS

VOCÊS !

Referências :

1. Basevi V, et al. Comment on: American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes. 2011. Diabetes Care. 2011 May;34 Suppl 1:S11-S61.

2. Frid A, et al. New injection recommentations for pacientes with diabetes. Diabetes Metab. 2010 Sep;36 Suppl 2:S3-18.

3. Costa R, Lazzari J. Diabetes tipo 2, alimentação e atividade física. 2010 Ago.

Page 104: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

104

4. Sepulveda J, et al. Espaço diabetes: Educacão como parte fundamental do tratamento .Santa Casa BH.

APENDICE F – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS SOBRE O DIABETES

QUESTIONÁRIO

Page 105: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

105

Pesquisa: A INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA

EDUCAÇÃO DE DIABÉTICOS TIPO 2

Idade : Sexo: ( ) Masc ( ) Fem Data: / / Desde que idade o(a) Sr(a) tem diabetes ? ______________________________ Como o seu diabetes é tratado ? (Marque apenas um ) : ( ) Com Dieta ( ) Com dieta e comprimidos ( ) Com Dieta e Insulina ( ) Com dieta, comprimidos e insulina INSTRUÇÕES: Este é um pequeno questionário para descobrir o quanto você já sabe sobre o diabetes. Se você souber a resposta CERTA, marque ela com um “x”. Se você NÃO souber a resposta certa, marque com um “x” a resposta

“NÃO SEI”. Marque sempre apenas uma alternativa ! 1 - O diabetes é : () Sal demais no sangue () Açúcar (glicose) alta no sangue () Gordura alta no sangue () Açúcar (glicose) baixa no sangue () Não sei

2 – Nos pacientes DIABÈTICOS, o valor MÁXIMO aceitável para a glicose de JEJUM é: () Até 200 () Até 110 () Até 99 () Até 130 () Não sei

3 – A HEMOGLOBINA GLICADA (HBA1c), nos dá uma média do controle do diabetes nos ÚLTIMOS: () 12 meses () 3 meses () 6 meses () 8 meses () Não sei

4 - O Diabetes MAL controlado pode causar : () Câncer no pâncreas () Derrame cerebral e infarto no coração () Queda dos cabelos e alterar a tireóide () Reumatismo no sangue () Não sei

5 – Alguns alimentos BONS para a pessoa que tem diabetes são: () Manteiga, carnes gordas, gordura de porco, leite com nata () Açúcar, balas, bolos, chocolates

Page 106: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

106

() Verduras, pão integral, adoçantes, frutas () Batata, mandioca, farinhas, arroz () Não sei

6 – O diabético pode comer O QUANTO QUISER dos seguintes alimentos: () Maçã () Alface e Agrião () Carne () Mel () Não sei

7 – O colesterol ALTO é : () Açúcar (glicose) alta no sangue () Pressão alta no sangue () Gordura alta no sangue () Sangue mais grosso () Não sei

8 – Quais alimentos abaixo contém MAIS colesterol: () Verduras, frutas, legumes () Bedidas alcoólicas, café, refrigerantes () Carnes vermelhas, queijos, leite integral () Mandioca, batata, arroz () Não sei

9 – A pressão arterial BOA para um diabético é: () Até 18 por 11 () Até 12 por 8 () Até 13 por 8 () Até 10 por 6 () Não sei

10 – Ajuda a AUMENTAR a pressão arterial: () Diminuir o peso corporal () Comer frutas, legumes, verduras () Fazer caminhadas () Comer mais sal () Não sei

11 – Parar de fumar traz algum BENEFÍCIO para quem tem diabetes? () Não () Sim () Não sei

12 – Quais das seguintes doenças o diabético MAIS precisa controlar: () Reumatismo e artrose () Pressão arterial alta e colesterol alto () Gastrite e úlcera no estômago () Gripe e resfriado () Não sei

13- Na hipoglicemia (queda de glicose), o diabético VAI SENTIR: () Tontura, tremor, fraqueza, sudorese, fome

Page 107: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

107

() Não sente nada () Vontade de caminhar e fazer exercícios () Falta de ar e dor no peito () Não sei

14 – Se você sente que a hipoglicemia (queda de glicose) está começando, você DEVE: () Tomar insulina logo () Tomar o seu comprimido de abaixar a glicose logo () Comer ou beber alguma coisa doce rapidamente () Beber muita água rapidamente () Não sei

15 – Sobre a insulina, é ERRADO dizer que sempre (marque a errada) : () Devemos variar o local das picadas da agulha no corpo () Depois de aberta, a insulina deve ser guardada só na geladeira () Devemos misturar (agitar) a insulina 20 vezes antes de retirá-la do frasco () A insulina deve ser aplicada nos mesmos horários prescritos, todos os dias () Não sei

16 – Os exercícios físicos, como as caminhadas 3 vezes por semana: () Aumentam a glicose no sangue () Aumentam a pressão arterial () Aumentam o peso () Abaixam a glicose no sangue () Não sei

17 – Todas são consequências de um diabetes mal controlado, MENOS: () Ficar cego ou ter uma perna cortada () Ir para a hemodiálise ou ficar impotente sexual () Ter hepatite ou câncer no pâncreas () Ter um infarto no coração ou derrame cerebral () Não sei

OBRIGADO POR RESPONDER A ESTAS QUESTÕES. O(A) SR(A) AJUDOU BASTANTE

Á NOSSA PESQUISA COM AS SUAS IMPORTANTES RESPOSTAS

APENDICE G – FICHA CLÍNICA INDIVIDUAL

ESTUDO CLÍNICO: “A INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DE

DIABÉTICOS TIPO 2”

FICHA DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

PACIENTE _____________________________________________________________CONTATO _____________

Page 108: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional

108

ESTRATÉGIA : ______CARTILHA ______AULAS

AVALIAÇÃO NÚMERO (_______) DATA _____/_____/_____

SÓCIO- DEMOGRÁFICO_____________________________________________________________

IDADE ________anos

SEXO (M) (F)

COR (B) (N) (P) (A)

ESTADO CIVIL (S) (C) (D) (V)

ESCOLARIDADE ____(NÃO) ____(FUNDAMENTAL INCOMPLETO)

____(FUNDAMENTAL COMPLETO) ____(ENSINO MÉDIO

INCOMPLETO) ____(ENSINO MÉDIO COMPLETO) ____(SUPERIOR INCOMPLETO)

____(SUPERIOR COMPLETO) ____(PÓS-GRADUAÇÃO)

OCUPAÇÃO ___________________________________________________________________

RENDA :

ESTILO DE VIDA _______________________________________________________________

ATIV.FÍSICA (0x) (1x) (2x) (3x) (4X) (5X) (6X) (7X) sem.

ALCOOL (S) (N) FUMO (S) (N)

DIETA PARA DM (S) (N)

CLÍNICOS _________________________________________________________________________

DM: HBA1C________% GLIC JEJUM________mg/dl

DCV : (NÃO) (CORONARIA) (AVC) (DAOP)

HAS : (NÃO) (SIM) valor hoje:________________________

DISLIPIDEMIA (NÃO) (SIM) CT__________LDL__________TRI__________

DATA:_____________

DROGAS/DOSE: __________________________________________________________________

ANTROPOMÉTRICOS__________________________________________________________

PESO _________Kg ALTURA________cm IMC__________ OBESIDADE: (S) (N)

CINTURA ABDOMINAL ___________________cm (H>94cm / M>80cm)

INTERVENÇÃO MÉDICA NO PERÍODO : (S) (N)

Classe Salários Mínimos (SM) Renda Familiar (R$)

A Acima 20 SM R$ 12.440 ou mais

B 10 a 20 SM De R$ 6.220 a R$ 12.440

C 4 a 10 SM De R$ 2.488 a R$ 6.220

D 2 a 4 SM De R$ 1.244 a R$ 2.488

E Até 2 SM Até R$ 1.244

Page 109: UNIVERSIDADE DE FRANCA - Santa Casa · 2016. 7. 12. · tabela 3 – Índices de legibilidade dos materiais utilizados no ... sbd sociedade brasileira de diabetes dmg diabetes gestacional