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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS I
CURSO DE PEDAGOGIA
TATIANA RODRIGUES SILVA
A LITERATURA COMO FACILITADORA NA FORMAÇÃO DO LEITOR
DE CINCO ANOS DA ESCOLA A CHAVE DO TAMANHO
Salvador 2009
TATIANA RODRIGUES SILVA
A LITERATURA COMO FACILITADORA NA FORMAÇÃO DO LEITOR
DE CINCO ANOS DA ESCOLA A CHAVE DO TAMANHO
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção da graduação em Pedagogia Educação Infantil no Departamento de Educação Campus I.Sob orientação do Profº Drº Gilmário Moreira Brito.
Salvador
2009
TATIANA RODRIGUES SILVA
A LITERATURA COMO FACILITADORA NA FORMAÇÃO DO LEITOR
DE CINCO ANOS DA ESCOLA A CHAVE DO TAMANHO
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Pedagogia Licenciatura em Educação Infantil, do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, Campus I, para avaliação, em 03 de setembro de 2009, pela seguinte banca examinadora:
Orientador: Prof° Drº Gilmário Moreira Brito
Departamento de Educação — UNEB/Campus I
Banca:
____________________________________________ Profº Dr. Gilmário Moreira Brito
________________________________________________ Profª. Draª Maria Antonia Coutinho
_________________________________________________ Profª. Rosemeire Batistela
Salvador
2009
RESUMO
Esta monografia busca compreender de que maneira a literatura infantil pode facilitar a formação do leitor de cinco anos e como os diálogos com as imagens utilizadas podem ser usadas em sala de aula. Tem o objetivo de refletir sobre a contribuição da literatura infantil na formação de leitores do G5 da Escola A Chave do tamanho. Para tanto, foi realizada um estudo sobre a trajetória histórica da literatura infantil, da leitura de imagens e do letramento literário através de uma revisão bibliográfica a fim de organizar embasamento ao tema e cujas principais interlocuções teóricas são: Nelly Coelho, Magda Soares, Marisa Lajolo entre outros. A pesquisa é qualitativa de caráter descritivo e exploratório e aborda a literatura na educação infantil com a intenção de apresentar as possibilidades oferecidas às crianças através da leitura como uma ferramenta para ampliar sua compreensão de mundo a sua volta.
Palavras-Chave: Formação de Leitores. Literatura infantil. Letramento.
ABSTRACT
This monograph seeks to understand how literature is used in the training of children, establishing the possible relationship between children's literature and training of readers. Aims to reflect on the contribution of children's literature in the formation of readers G5 the Key School's size. For this analysis was performed of the historical trajectory of children's literature, reading literacy and literary images through a literature search in order to give foundation to the topic. The research is qualitative, descriptive and exploratory. The main theoretical dialogues are: Nelly Coelho, Magda Soares, and Marisa Lajolo among others. The research analyzes the literature on child education with the intention of presenting the opportunities available to children through reading so that it can understand the world around them. Keywords: Training of Readers. Children's Literature. Literacy.
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer a Deus pela força e parceria infalível, que me faz acreditar no
quanto é possível sempre.
A meus pais pela compreensão. E especial a minha mãe, pelas renúncias dos seus
sonhos para que os meus tornam-se realidade.
Aos amigos de todos os momentos que aqueceram meu coração e afagaram minha
alma: Cristiano Anderson (Por ter apresentado os caminhos), Claudia Simas (Pelos
momentos de estudo), Daniela Bittencourt (Amiga do ócio), Priscila Carvalho (Pelo
encontro, desencontro e reencontro), Rafaela Menezes (Incondicionalmente
AMIGA), Selma Santos e Sonia Gama (Minhas tias queridas pelo cuidado de
sempre) e Ticiane Andrade (Irmã que escolhi).
As crianças do Grupo cinco, da Escola A Chave do Tamanho, que enchem minha
prática pedagógica de inspiração e encantamento.
Ao professor Gilmário Brito pela paciência e carinho.
E as pessoas que por algum momento dedicaram-me quaisquer sentimentos:
OBRIGADA, por me fortalecerem!
Dedico essa conquista a minha avó Maninha, que me conduziu pelos caminhos da
fé e ensinou-me a alegria de viver.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................9 CAPÍTULO 1
As possibilidades da literatura infantil
diálogos com a bibliografia..............................................................................11
1.2 Literatura infantil aspectos históricos:
da produção a editoração..............................................................................12
CAPÍTULO 2
Despertando para a leitura
2.1 O desenvolvimento infantil e a construção
do leitor de cinco anos....................................................................................18
2.2 O leitor de cinco anos e os diálogos
com as imagens..............................................................................................20
2.3 A formação do leitor de cinco anos
um exercício de pesquisa................................................................................22
CAPÍTULO 3
O encontro do leitor de cinco anos com a literatura infantil
3.1 Descobrindo e recontando histórias...............................................................26
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................39
INTRODUÇÃO
De acordo com estudos realizados sobre a educação infantil, quanto mais
cedo às crianças forem apresentadas ao universo letrado, aumentam as
possibilidades de os contatos com o mundo das letras resultarem em experiências
de vida que ampliem o interessante pela leitura na faixa etária de 05 anos. A
literatura infantil como facilitadora da formação de leitores na educação infantil se
apresenta como um suporte cuja perspectiva metodológica pode estimular as
crianças a despertar para a função social e cultural da leitura.
Apresentar a literatura desde a educação infantil é missão importante para a
escola. Para Lajolo o acesso ao mundo letrado através da literatura infantil permitirá
a criança desenvolver sua atenção, imaginação e linguagem. Além do seu
conhecimento a norma culta desde cedo irá favorecer uma participação efetiva no
futuro, assim como aumentar a capacidade de compreensão do que acontece ao
seu redor.
Iniciei minha trajetória como leitora, ao ouvir histórias contadas por minha avó
Maninha ou “lendo” os livros adquiridos por minha mãe através do catalogo Ediouro.
As visitas semanais à biblioteca Monteiro Lobato também exerciam um enorme
fascínio, era como se abrisse a porta de um mundo repleto de sonhos e fantasias,
cujos personagens eram amigos que partilhavam sonhos e aventuras que se
juntavam num mesmo lugar. Essas lembranças continuaram durante toda trajetória
escolar.
Ao ingressar no curso de Pedagogia procurei entender de que forma minhas
experiências com os livros infantis poderiam auxiliar minha prática docente, as
respostas vieram na disciplina Literatura e educação ministrada, de maneira
singular, pela professora Maria Antonia Coutinho, que soube conduzir minhas
reflexões para o propósito de compreender os livros infantis não só como recurso
pedagógico, mas também fomentar, desde cedo, o interesse de quem ainda não
sabe decodificar os signos escritos. Na relação da criança com a obra literária está a
riqueza da qualidade formativa que é apresenta de maneira simbólica e lúdica.
Coelho (2001, p.34) enfatiza de maneira brilhante o papel que a literatura
exerce na formação do homem: “A literatura é o verdadeiro microcosmo da vida real,
transfigurada em arte.” As possibilidades ofertadas pelo livro, por suas historias e
personagens trazem aos que lêem uma nova forma de ver o mundo. E na fase na
qual propomos investigar toma maior dimensão, pois essa consciência será
assimilada, no momento do desenvolvimento, daí a importância de atrair (possíveis)
leitores nesse período.
Em face às transformações que o mundo vem passando, tornar a leitura um
hábito prazeroso é uma tarefa desafiante. A presente pesquisa busca verificar como
a literatura infantil pode ser utilizada para estimular a formação de leitores na turma
de G5 da Escola Chave do Tamanho.
Para tanto as pesquisas bibliográfica e de campo consistem na base desse
estudo. Foram utilizados autores que abordam sobre os temas literatura infantil,
desenvolvimento infantil, letramento, leitura de imagens, tais quais Soares (2003),
Assmam (2001), Freire (1982), Lajolo e Zilbermam (1989), Coelho (2001) entre
outros.
Para situar essa discussão, no primeiro momento procurou-se perceber a
trajetória da literatura infantil, seu crescimento e as mudanças que sofreu no Brasil.
Em seguida é abordado o processo de formação de leitores, a partir do
desenvolvimento infantil e a leitura de imagens e o letramento a partir de textos
literários que foram trabalhados e o terceiro capítulo apresenta os relatos da
pesquisas que evidenciam a importância da utilização da literatura infantil como
facilitadora do processo de letramento e formação do leitor.
CAPÍTULO I
Possibilidades e leituras da literatura infantil diálogos com a bibliografia
A literatura infantil é uma forma de leitura que possibilita a liberdade, para
desenvolver a emoção, estimular o potencial criativo, levando em consideração o
modo particular como a criança perceber o mundo e a realidade ao seu redor. Para
Meireles (1979, p.20), a literatura infantil é tudo que existe para criança e resulta
prazer e utilidade, já Sosa (1978), aponta que o texto literário infantil é uma forma de
literatura escrita de maneira especial que busca esta de acordo com as
particularidades psíquicas e emocionais da criança.
De acordo com Coelho (2001) a literatura é uma arte, um fato criativo que
representa a vida, o mundo, o homem pela palavra e mais: “funde os sonhos e a
vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização”.
O texto infantil apresenta perspectivas para compreensão do mundo a partir
das experiências infantis, nesse sentido AGUIAR E BORDINI (1993), consideram
que:
A obra literária pode ser entendida como uma tomada de consciência do mundo concreto que se caracteriza pelo sentido humano dado a esse mundo pelo autor. Assim, não é um mero reflexo da mente, que se traduz em palavras, mas o resultado de uma interação ao mesmo tempo receptiva e criadora. Essa interação se processa através da mediação da linguagem verbal, escrita ou falada [...] (AGUIAR E BORDINI, 1993, p.14).
Assim o texto literário busca expressar vivências e conseguir meios que
propicie a decodificação do mundo. O leitor infantil pode através leitura, vivenciar o
texto e dessa forma complementar a sua comunicação com o mundo. A literatura
infantil demanda maior envolvimento com o texto, requer comoção com a leitura. O
pequeno leitor precisa ser apresentado à literatura infantil e ter a liberdade de
caminhar no mundo de possibilidades, fantasia e imaginação que são oportunizados
pelas obras.
1.2 - Literatura infantil aspectos histórico: da produção à editoração.
Por volta do século XVII com ascensão da burguesia a criança passa a deter
um novo papel na sociedade, a valorização da infância suscita uma nova união
familiar, como na concepção de Lajolo e Zilbermam (1988, p.17)”A preservação da
infância impõe-se enquanto valor e meta de vida; porém, como sua efetivação pode
se dar no espaço restrito, mas eficiente, da família, esta canaliza um prestigio social
até então inusitado.”
Mesmo exercendo um novo papel a função da criança é de natureza
simbólica, neste período as obras escritas especialmente para infância surgem em
maior escala devido ao fenômeno da industrialização e também com intuito de
transmitir os ideais iluministas da época. Ainda para Lajolo e Zilbermam os textos
deixam transparecer os valores de um mundo burguês, reafirmando os costumes da
classe burguesa.
A difusão da literatura infantil toma impulso a partir da Inglaterra e os autores
de destaque são; Perrault, os Irmãos Grimm, La Fontaine e Andersen que marcam o
calendário artístico literário. Na primeira metade do século XVIII a literatura deixa de
ser um jogo verbal, para caracterizar-se pela busca do conhecimento e passa
exercer também uma função pedagógica visto que a escola era um espaço de
viabilizar e propagar os ideais iluministas.
No século XIX as obras voltadas para o publico infantil fortalecem de maneira
significativa, os Grimm se firmam com os contos de fada, as histórias fantásticas são
destaque com os contos de Andersen; Lewis Carrol lança Alice no país da
maravilha, Collodi escreve Pinóquio e James Barrie publica Peter Pan.
Conforme Lajolo e Zilbermam nesse período, a infância passa a assumir um
papel central na cultura contemporânea, para ela é dirigida uma variedade de bens
simbólicos baseadas na idéia da sua singularidade e diferença em relação ao adulto.
Durante o processo histórico de formação da literatura infantil, os autores
produziram e qualificaram as obras através da formulação e transmissão de visões
de mundo tal quais os gostos, comportamentos e atitudes a serem reproduzidas pelo
leitor.
Do ponto de vista lúdico a leitura considerada importante para a ampliação do
desenvolvimento da criança não fazia parte das obras, dessa maneira, oral ou
escrita, clássica ou popular, a literatura voltada para o publico infantil e adulto era
igual. Esses dois universos tão díspares, contudo considerados iguais não era
separado pela idade ou por fases de maturidade psicológica.
Nos fins do século XIX a literatura infantil começa a emergir no Brasil, tendo à
base européia que já apresentava um acervo considerável destinado a infância. O
primeiro ensaio para formação de um público infantil leitor reafirma o cunho
educativo, pois se acreditava que através da escola podem incutir valores patrióticos
necessários para aquele momento de nacionalização do país.
Carlos Jansen e Figueiredo Pimentel são encarregados de traduzir os
clássicos de Grimm, Perrault e Andersen que são divulgados na coleção contos da
carochinha de 1894, primeira coletânea brasileira de literatura infantil, constituindo-
se num importante marco histórico.
Diante desse desafio, surge a necessidade de nacionalização da literatura
infantil, de acordo com Lajolo e Zilbermam (1988, p.36), “ocorreu também à
apropriação brasileira de um projeto educativo ideológico que via no texto infantil e
na escola aliados imprescindíveis para a formação de cidadãos.”
Em 1904, Olavo Bilac e Coelho Neto, editaram seus Contos Pátrios e Júlia
Lopes de Almeida editou Histórias da nossa terra. Em 1919 Tales de Andrade
lançou o romance Saudade obras que reforçam a valorização da cultura nacional. As
produções literárias começaram a apresentar sinais da relação com as praticas
culturais mais amplas tendo em vista construir referencias e linguagens que
representassem os diferentes aspectos da sociedade contemporânea.
O Brasil buscou uma forma de investigar a identidade brasileira através de
suas raízes, como afirma Sevcenko:
Essa busca pelo popular, o tradicional, o local e o histórico não era tida como menos moderna, indicando, muito ao contrário, uma nova atitude de desprezo pelo europeísmo embevecido convencional e empenho para forjar uma consciência soberana, nutrida em raízes próprias, cientes de sua originalidade vigente e confiante num
destino de expressão superior por raízes próprias, (...) substituir novos laços, a pretexto de resgatar elos, seria uma forma de forjar vinculo simbólicos que substituíssem nexos sociais e políticos que os novos tempos e suas condições haviam corroído [...] (1992, p. 237).
Traçou-se um novo olhar para o país que pudesse compreendê-lo como
nação, com identidade própria chamada, ”brasilidade”. Pode-se observar na
produção da época tanto a exaltação da brasilidade, quanto a atribuição do atraso
do país a sua composição étnica cultural. Buscou no interior do campo artístico,
formular uma linguagem e referencias estéticas que simbolizassem a experiência de
modernização da sociedade brasileira.
O movimento modernista constitui-se, a principio, dialogando com as diversas
expressões da vanguarda européia, mas em seguida buscou nas origens e nas
singularidades da cultura nacional referencias estéticas para produção de uma
linguagem identificada com a brasilidade.
Na literatura infantil, o ícone da brasilidade traduziu-se na organização de
personagens e temáticas que retomasse uma tradição oral e cultural. Segundo
Lajolo e Zilbermam (1988) na década de 20, o destaque é para Monteiro lobato que
lança “Narizinho arrebitado”, o autor traz uma nova estética aos livros infantis,
surgindo assim novas formas de narrativa. Como por exemplo, acrescentar em seus
textos personagens dos contos tradicionais. Desse modo, ”As peculiaridades do
conceito e da criação da literatura infantil de Monteiro Lobato o particularizam tanto
em relação ao que até então circulavam como historia destinada à criança que
permitem falar numa nova literatura infantil” (MAGALHÃES, 1987, p.137).
Inicia-se uma perspectiva de renovação da criança em contato com o mundo,
o autor torna-se popular com as historias de um sitio cheio de fantasias. Segundo
Zilbermam, a partir de 1930, há um avanço do gênero literário em questão, além de
Lobato que publica o livro “reinações de Narizinho”, em 1931. São também do
mesmo período obras como Histórias da Velha Totônia (1936), de José Lins do
Rego, As aventuras do avião vermelho (1936), de Érico Veríssimo, História para
crianças (1934), de Viriato Correia, dentre outros. Os livros de José Lins Rego, Erico
Veríssimo, Cecília Meireles, Francisco Marins, Maria José Dupré, Lucia Machado de
Almeida, são publicados pelas editoras, Globo e Companhia Editora Nacional.
Na década de 1950 o país segue num período de industrialização crescente a
educação segundo Saraiva (2001) passa para segundo plano e exerce uma marca
conservadora, a agricultura é privilegiada e destaca-se nesse tema o Café, que é
visto como fonte de riqueza primeira.
A hegemonia da cidade sobre o campo também foi abordada, a região rural
transformou-se em local de férias e cenário para as narrativas de Jannart Moutinho
Riveiro no texto “fazedor de gaiolas” e Maria José Dupré nos livros “a mina de ouro”
e “montanha encantada”. A floresta passa a ser explorada em enredos de aventuras,
como nos livros de Baltazar Godoy Moreira, Clemente Luz, Francisco Barros e
Leonardo Arroyo.
O passado histórico é abordado tendo como tema principal os bandeirantes,
que retoma os acontecimentos da história nacional que os consideram heróis. Essa
temática é vista em “à volta a serra misteriosa” de Francisco Marins e “curumim sem
dono” de Baltazar de Godoy Moreira.
A década de 1960 é marcada pelo golpe militar instaurado no país, que deixa
a cultura estagnada devido à repressão. Diante disso autores infantis passam a usar
da linguagem figurada para evidenciar o descontentamento com a realidade do país.
Essa situação segue durante a década seguinte. Nesse período o ensino passa por
uma reforma, visando contemplar todas as camadas da população.
A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases de 1971, dentre outras ações,
tornou obrigatória a leitura de livros de autores brasileiros nas escolas de primeiro
grau. Contribuíram para a expansão da literatura na medida em que
regulamentavam a obrigatoriedade de sua utilização nas práticas escolares. Esse
fator foi de grande incentivo para que autores nacionais, instigados pela demanda
escolar e pelas editoras, investissem na produção de obras para crianças e jovens.
A partir dos anos 80 é retomada a valorização da leitura e surgem autores
que provavelmente cresceram lendo historias de Lobato e aproveitam para através
do lúdico, tornar as crianças criticas e reflexivas em face da realidade do mundo.
Os autores incorporam abordagens e linguagem menos relacionada ao senso
comum aos livros infantis, como cita Bordini, (1988, p. 41), “o que distingue essas
obras de suas respectivas tradição é o predomínio da verossimilhança sobre a
veracidade, emprego da fantasia sem hesitação e com caráter metafórico e não
apenas compensatório”.
As narrativas continuam permeadas de fantasia, mas o mundo real é também
incorporado às historias que valorizam a criança e seus aspectos emocionais. As
produções ganham novo tratamento, os temas e linguagem se distanciam do padrão
formal e a produção torna-se diversificada, cheia de inovações.
Os poemas voltados ao publico infantil marcaram época por ser um gênero
pouco explorado: “Arca de Noé”, de Vinicius de Moraes; o livro „‟Ou isto ou aquilo‟‟
de Cecília Meireles são exemplares de qualidade primorosa. As crianças são
valorizadas e os textos procuram retratar suas necessidades e propor soluções ao
seu alcance.
Os livros assumem sua natureza de produto verbal, cultural e ideológico.
Nesse contexto nomes como: Ana Maria Machado, Carlos Mariany, Ruth Rocha,
Lygia Bojunga Nunes, Fernando Lopes Almeida, Tatiana Belinky, Silvia Orthof e
Sonia Junqueira - criam histórias que conduzem o mundo infantil a criticidade. Esses
autores rompem com o tradicional e trazem em suas obras uma dose de
modernidade, conduzindo o leitor a criticidade desenvolve sua criatividade e
expressividade. Além de levar o leitor a refletir sobre o mundo que vive.
A década de 1980 foi marcada pela redemocratização do país. A produção
literária ganhou um novo tratamento, havendo um aumento da produção que abriu
espaço para criança: pensar,dizer , refletir, concordar e discordar. Construindo assim
o conhecimento de forma significativa. Os livros passam a contemplar textos de
várias naturezas, editadas especialmente para o publico infantil, dentre os quais,
temas como: historia religião meio ambiente, informática.
Surge, uma nova alteração nas obras para a criança. O livro infantil ganha um
colorido novo, a curiosidade passam a constituir relação com a literatura infantil, e
dessa mesma forma. Outro aspecto fundamental dessa década para atrair as
crianças para o mundo da leitura é qualidade apresentada nos projetos gráficos,
resultando num dialogo entre texto e imagem que enriquece a leitura e encanta as
crianças.
Os últimos anos o mercado editorial consolida as produções para esse
público, a produção literária diversifica em material, autores e formas. A literatura
ganha espaço também nas escolas públicas que passam distribuir gratuitamente os
exemplares em parceria com projetos de leitura.
A trajetória da literatura infantil demonstra o crescimento do gênero e a busca
constante de obras que possibilitem a inserção da criança no universo letrado de
forma mágica contribuindo para a construção da subjetividade infantil. , Portanto,
com toda essa transformação ao longo dos tempos, a literatura infantil torna-se o
condutor de várias linguagens que permitira à criança leitora a procura de
descobertas novas.
CAPÍTULO II
Despertando para a leitura.
O processo de leitura permite o acesso a um mundo de informações e
descobertas, é visível a ligação da sociedade com as simbologias principalmente no
que se refere às letras. Para entender o processo de formação de leitores de 05
anos, serão abordados alguns aspectos, como: o desenvolvimento infantil, a leitura
imagens, o letramento e a literatura na formação do leitor de 05 anos.
2.1 - O desenvolvimento infantil e a construção do leitor de cinco anos
O desenvolvimento do pensamento, da atenção e linguagem é um processo
de interação social. Neste sentido importante a criança ser estimulada a desenvolver
sua linguagem, pensamentos e imaginação. De acordo com Bordini (2001,48)
durante a aquisição do sistema lingüístico os processos mentais infantis são
reorganizados e a criança passa a obter a seqüência das palavras. Assim o
pensamento será formado e novas modalidades de atenção e memória serão
criados.
Vigotsky (1995) defende que através das relações pessoais a criança irá
construir de forma gradativa, os conhecimentos sobre o mundo que vive. A sua ação
pratica com o meio social, permitirá que através de situações compartilhadas com
outras pessoas, torne-se construtora de conhecimentos produzidos coletivamente.
Nesse aspecto:
Um processo dialético que se distingue por uma complicada periodicidade, a desproporção no desenvolvimento das diversas funções, as metamorfoses ou transformações qualitativas de umas formas em outras, o entrelaçamento complexo de processos evolutivos e involutivos, o complexo cruzamento de fatores externos e internos, um complexo processo de superação de dificuldades e de adaptação [...] (VIGOTSKY, 1995, p.141).
Resultando evolução do pensamento, apreensão do significado com as
palavras e relação entre elas, está e a fase do jogo simbólico característico do
pensamento pré-operatório e dos signos. Nesse sentido, segundo Bordini (2001), o
ato de ler pode ser percebido como uma motivação dos mecanismos internos ao
sujeito, ligado aos estímulos oferecidos pela condição do ambiente em que a criança
vive.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil:
O trabalho com a linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para formação do sujeito, para interação com outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na constituição de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento [...] (BRASIL, 1998,3V. P.117).
Nessa fase o educador, tem presença fundamental, ao organizar situações
que favoreçam um ambiente que possibilite o desenvolvimento da linguagem oral e
consequentemente da leitura. Ação mediadora o professor irá orientar com o intuito
de favorecer a interação e desenvolver suas capacidades de investigação,
observação e experimentação. Vigotsky (1995) definiu esse processo como Zona do
desenvolvimento Proximal, que vem a ser distancia entre o conhecimento real e o
nível desenvolvimento potencial da criança.
As experiências infantis são responsáveis pela definição das palavras ao
oferecer um contexto de referencias criado por discursos fragmentados e memórias
de situação.
A criança, contudo têm dificuldade para articular os conteúdos provenientes
diversas fontes não apenas em virtude de um estado de imaturidade cerebral, mas
também pela heterogeneidade de experiências trazidas aqui pelos conteúdos das
historias trabalhadas durante a pesquisa.
Nesse aspecto, ambientes linguísticos em que ela se insere desempenham
papel fundamental no aumento ou superação das confusões, o que novamente
declara olhar sobre a criança está isoladamente do contexto em que ela vive
(OLIVEIRA, 2001 154,155).
Nesse processo no desenvolvimento infantil é possível perceber a capacidade
da criança em recombinar sinais e sentidos correspondendo de forma sempre nova
a cada situação, uma expressão da criatividade humana. Dessa forma a interação
social pode ser considerada como elemento fundamental na promoção do
desenvolvimento.
2.2 - O leitor de cinco anos e o diálogo com as de imagens
Antes do aparecimento da escrita, a comunicação acontecia entre os homens
através das linguagens não-verbais. A leitura da imagem é compreendida como um
processo ativo, uma experiência complexa que transforma a informação recebida.
Para Santos (2002, p.136), ”O estudo das imagens deve ser levado em conta
na formação der leitores, uma vez que estamos inseridos numa sociedade marcada
pela iconização da realidade.” A leitura de imagens é, naturalmente, uma das
primeiras manifestadas na criança, pois a imagem é uma representação
semiconcreta, mais direta que o código verbal escrito, que se apresenta de forma
abstrata.
Com o surgimento da escrita, está tornou-se principalmente fonte destinada a
suprir a necessidade de informações. Hoje a sociedade tornou-se áudio-visual,
assim à criança deve ser estimulada desde a mais tenra idade a ler o mundo em sua
volta. E as diversas linguagens, tais quais: escrita, visual ou sonora (FOGAÇA,
2003).
Portanto ler imagens consiste numa apreensão mais ampla da realidade.
Para Coelho (2001) os livros que oferecem as histórias infantis por meio da
linguagem visual servem para produzir o conhecimento e o reconhecimento dos
objetos ou seres familiares a criança em sua rotina diária.
O nosso estar-no-mundo, como diz Santaella (1983), como indivíduos que
somos, é mediado por uma rede intricada e plural de linguagens. Ora, só nos
relacionamos porque somos capazes de estabelecer uma comunicação que se dá
através da leitura e/ou produção deformas, volumes, massas, interações de forças e
movimentos.
Essa intimidade com a imagem, relacionada à palavra que nomeia, ajudará
na operação mental que reconhece a percepção visual e a palavra correspondente.
A representação visual contida nos livros dispõe de recursos que agregam
informações novas a historia desenvolvendo no leito significados relevantes para
sua formação.
Emilia Ferreiro reafirma essas considerações, pois para autora a criança “ler”
o mundo a sua volta através das propagandas, comerciais e ilustrações. Mesmo
sem saber ler, a criança reconhecerá a marca da lanchonete preferida ou do livro
que aprecia isto é resultado da representação visual presente nesses meios. A
literatura infantil terá papel fundamental na preparação da criança para modernidade
da informação.
Essas imagens, das mais concretas as mais abstratas, encontram-se
combinada com atos e situações vividas. Isso permite que a experiência da criança
misture-se aos seus desejos, rotinas e lembranças.
Essa relação é percebida de forma clara no capitulo a seguir com as releituras
das crianças pesquisadas. Por isso ao tentarem responder sobre o significado de
uma imagem que é apresenta as crianças reúnem experiências anteriores e ajuda a
cada situação vivida.
Para Santaella (1990) quando o ilustrador pensa a imagem, ele baseia-se em
suas experiências, mas no momento que a obra chega ao leitor infantil, esse
apreende as ilustrações de acordo com suas vivências. Desse modo o ilustrador
para alcançar seu publico alvo, no caso a criança deve ter compreensão do
pensamento e raciocínio infantil.
No estágio de 05 anos a criança ainda está na fase egocêntrica e tende a impor sua
opinião, como ocorreu durante a pesquisa, em que algumas crianças liam e
interpretavam as imagens de um modo e não aceitavam uma leitura diferente pelos
colegas por isso fez-se necessário a mediação do educador nos possíveis conflitos
de opinião.
As comparações são percebidas e comparadas ao cotidiano, como na leitura
do livro “Nicolau tinha uma idéia” e “O menino que aprendeu a ver”, a organização
dos espaços nas historias foram interpretadas como sendo uma sala de aula.
Essas experiências tornam os momentos de leitura singulares, pois cada
pequeno leitor percebe algo novo no texto. Que ajudará na construção do seu
pensamento, essa apropriação feita pela criança através da leitura de imagem irá
ampliar o desenvolvimento cognitivo, cultural e artístico do leitor.
2.3 - A formação do leitor de cinco anos um exercício de pesquisa
O termo letramento surge nos meados da década de 80. Era preciso
classificar os sujeitos que conseguiam ler além das palavras. De acordo Soares
(2001, p.24), letramento é que um indivíduo pode não saber ler e escrever, isto é ser
analfabeto, mas ser de certa forma letrado (atribuindo a este adjetivo sentido
vinculado a letramento.
Portanto o analfabeto, que era compreendido como uma pessoa que não
sabe ler a partir desse conceito, passa a ser visto como ser letrado, por fazer uso da
escrita e estabelecer relações com praticas sociais de leitura e escrita.
De acordo com Pondé e Yunes e (1989) o texto é uma representação da
linguagem, pois quando a palavra é expressa ganha autonomia, sai do domínio do
autor e se entrega a leitura de outras pessoas e ganha várias formas.
De acordo com as teorias de concepção do letramento, a criança desde o
instante que passa a interagir com a oralidade e a escrita, e compreende sua
função.
Segundo Soares, a criança consolida a sua participação com o mundo letrado
da seguinte forma:
A criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia livros, finge lê-lo, brinca de escrever, ouve historias que lhe são lidas, esta rodeada de material escrito e percebe seu uso e funções, essa criança é ainda analfabeta por que não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento já que de certa forma é letrada [...] (SOARES, 2001, P.24).
Assim o letramento é a condição de ensinar e aprender as práticas sociais de
leitura. O professor da educação infantil realiza esse trabalho em sala de aula
quando oportuniza aos seus educandos o contato com diversos portadores textuais:
Livros infantis, revistas em quadrinhos, receitas, lendas e parlendas dentre outros.
Ao introduzir a literatura infantil, o educador determina uma relação de troca
com o aluno, o livro, sua cultura e a realidade. Ao ler ou contar historia ele
desenvolve meios nos qual a criança trabalha com o texto pelo seu ponto de vista,
assumindo posições e incorporando outras situações a narrativa assim incorpore
novas histórias que representam alguma vivência da criança.
Desse modo:
A literatura pode oferecer elementos para compreensão da real hoje. Através das narrativas, as relações são observadas de fora pelo leitor e comparadas sua própria experiência; como forma de acesso ao real, o simbólico ordena e nomeia experiências, através da linguagem que organiza o mundo [...] (PONDÈ E YUNES, 1989, p.47).
Todavia ao entrar em contato com a cultura através de textos literários a
criança desenvolve uma postura reflexiva, que é importante na formação cognitiva.
Para Coelho (2001) o papel do leitor de literatura é expresso pela reconstrução, a
partir da linguagem, do simbolismo das palavras na reformulação desse universo
com base nas vivencias pessoais.
Na faixa etária dos 05 anos a criança começa uma fase de reconhecimento
de mundo e identificação da linguagem. A autora ressalta a importância dos livros
pautados em situações atraentes para a mente e o olhar infantil.
Esse pensamento remete Vigotsky, quando considera que a interação social
é essencial para o desenvolvimento infantil e afirma que:
Todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro, no nível social, e, depois no nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica), e, depois, no interior da criança (intrapsicológica) [...] (VIGOTSKY, 1987 p. 75).
Um fator importante consiste em permitir a criança o contato com o livro como
uma atividade que proporcione alegria. Nesse sentido Ponde e Yunes (1989),
levantam aspectos relevantes para formação do leitor: “motivação para participar;
consciência do que busca; informação previa para optar; alternativas efetivas de
escolha e liberdade (leiam-se condições de escolher).” Lembrando que o leitor
investigado está em fase de desenvolvimento e necessita de uma mediação
afetuosa e alegre, propiciando o prazer em conhecer o universo literário.
A leitura como instrumento de expansão do conhecimento deve ser uma
prática agradável, o educador precisa atentar-se a estimular a criança a perceber o
contato com os livros como uma atividade lúdica, como aponta ainda Pondè e Yunes
(1988), esse pré-leitor irá descobrir de forma paulatina o texto e construirá um
dialogo cheio de significados, ampliando os seus horizontes e expressando seus
sentimentos.
As formas de leitura devem ser variadas com a utilização de recurso para
atrair a atenção das crianças, dessa maneira a magia, fantasia e imaginação estarão
presentes nesse momento de leitura. Para atingir o propósito de formar leitores
ainda tão pequenos é preciso planejamento, como escolha de bons livros e
levantamento das preferências do público ouvinte.
O objetivo principal é fazer com que a criança após as experiências de leitura
busque novos livros e tornem-se leitores autônomos. Esse movimento de leitura
ainda nessa fase de 05 anos irá oportunizar a formação de um leitor critico que terá
condições de firmar suas opiniões e participar dos processos de transformação
social.
Nesse contexto percebe-se que o compromisso da literatura é com real, ou
seja, a fantasia que desperta no leitor, o propiciar de vivência, a ampliação dos seus
horizontes que os tornará críticos e criativos. Sobre esse mundo de descobertas
Abramowicks e Wapkop (1999) afirmam que as crianças se tornam próximas,
conhecem e vivem relações diversas com a leitura e escrita. Isso prova que existem
várias formas de construção e apropriação do conhecimento.
Ao se falar em formação de leitores de 05 anos, supõe um envolvimento de
educador com a literatura. Saraiva (2001) destaca que é preciso ter técnicas e
domínio conceituais para conquistar esse leitor, as práticas educativas precisam ser
compatíveis aos procedimentos e as capacidades que se espera alcançar e serão
vislumbradas através da imersão da criança no universo imaginário e fantástico dos
livros.
Assim, é necessário que o professor esteja disposto a colaborar e participar
do processo de aprendizagem da criança a fim de despertar a potencialidade do
aluno através do contato da criança com os livros Bem como, proporcionar liberdade
para que as crianças sintam-se á vontade para escolher.
De acordo com Fogaça (2003. P. 123):
Formar um leitor competente é isso: formar alguém capaz de compreender o que lê, de admitir que a um mesmo texto podem ser atribuídos vários sentidos, de perceber mesmo o que não está escrito e, além disso, de estabelecer relações com suas leituras anteriores[...].
Desta forma, percebemos que a leitura literária na fase inicial de letramento
pode contribuir para a formação de leitores capazes de ler nas entrelinhas, de
compreender o que não foi dito, de analisar uma informação a partir do contexto
onde esta se insere. Assim:
Quando a criança é exposta a diversos tipos de leituras, inclusive de níveis diferentes, ela se torna capaz de exercer sua autonomia e suas competências como leitoras. Nesse contexto inserem-se ampliação da visão de mundo, vivência de emoções, exercício da fantasia e da imaginação, compreensão da função comunicativa dos códigos verbais e visuais, expansão dos conhecimentos a respeito da própria leitura, comparação com leituras anteriores e com aprendizados já interiorizados (FOGAÇA, 2002-2003, p. 130)
No próximo capítulo, pesquisaremos se as crianças expostas à leitura literária
ainda na fase inicial de letramento realmente apresentam uma ampliação das
capacidades interpretativas.
CAPÍTULO III
O encontro do leitor de cinco anos com a literatura infantil
3.1-Descobrindo e recontando histórias
A discussão a cerca da inserção da criança no mundo da leitura tem como
objetivo possibilitar sua participação no mundo social e cultural. Para Coelho, o
educador será mediador nesse processo, orientando e participando das descobertas
através da leitura de obras da literatura infantil que irá estimular a oralidade,
desenvolver o gosto pela leitura, reconhecer a importância da mesma, no seu
mundo imaginário.
Ao se tratar da formação de leitores não alfabetizados é preciso compreender
que no universo dessa pesquisa, os sujeitos são crianças de 05 anos que estão
iniciando o desenvolvimento de capacidades e habilidades que as tornarão aptas a
aprendizagem da leitura, a partir da construção de símbolos, desenvolvimento da
linguagem oral e percepção que irá estabelecer as relações entre imagens e
palavras. A esse respeito Aguiar e Bordini (1993) argumentam que o ato de ler
representa as conveniências e afinidades do sujeito leitor com o universo que lhe é
apresentado.
Assim, a criança mesmo não sabendo ler convencionalmente irá interpretar e
dá sentido ao texto. Na infância não lê a palavra mais o mundo em que se vive.
Neste sentido Freire (1982, pp. 1-2) afirma que, a compreensão crítica do ato de ler
não se esgota na decodificação pura da palavra ou da linguagem escrita, mas se
antecipa e se alonga na inteligência de mundo.
A pesquisa foi realizada na Escola a Chave do Tamanho, localizada no
Loteamento jardim Bolandeira, Rua do Beija-flor n°11/12, Imbuí. Nome da instituição
é uma homenagem ao livro homônimo de Monteiro Lobato Atende a classe média
alta, a estrutura física da escola prima pelo conforto e busca atender as
necessidades do desenvolvimento infantil. Sua prática pedagógica é baseada no
sócio-interacionismo e objetiva que o educando seja orientado para desenvolver sua
criatividade, ser independente e capaz de encontrar respostas para indagações,
tendo sempre o educador como mediador desse processo.
Os momentos de contato do grupo 5, uma turma que tem como característica
ser bastante receptiva as atividades que envolvam expressão corporal e linguagem.
O contato com os livros é percebido de maneira entusiasmada, alegre e o momento
da leitura é recebido de forma agradável.
As visitas à biblioteca escolar são semanais e a noção de cuidado e
preservação ao manusear os livros são estimulados, assim como a responsabilidade
pelo acervo literário de todos. A rotina diária com os livros se alterna em leitura livre,
onde os educandos escolhem os livros e lêem sozinhos ou em grupos; e a leitura
dirigida, no momento da “hora do conto”.
Outra ocasião importante dos sujeitos pesquisados com os livros é a “ciranda
literária” que acontece às sextas-feiras, da seguinte maneira: na estratégia
pedagógica denominada de “rodinha de interação”, são disponibilizados alguns livros
e cada educando escolhe a obra que mais lhe agrada e leva para casa para lerem
com a família e devolvem na segunda-feira, socializado com o grupo as impressões
do livro.
O trabalho realizado no grupo 05 foi realizado através da leitura pela
professora de obras da literatura infantil e no reconto das mesmas pelos educandos
tendo em vista com esse exercício despertar a fantasia e a imaginação de forma que
possibilite a formação de leitores críticos e criativos com base nos seus
conhecimentos e vivências.
As transformações ocorridas na sociedade têm gerado uma série de
alterações na vida familiar e conseqüentemente na formação das crianças. O ritmo
acelerado da participação dos pais no mercado profissional tem ocasionado maior
ausência maior dos progenitores das atividades cotidianas no lar e os cuidados com
a orientação doméstica dos filhos são entregues sob a responsabilidade das babás e
a escola.
Além, disso as inovações tecnológicas avançam a cada dia, o contato com
computador antecede ao livro. O hábito de ler para os filhos tornou-se impraticável, a
culpa? Do tempo, da rotina, é o que sempre alega os pais. Que para suprir as
ausências sobrecarregam as crianças de atividades, na maioria das vezes tornam-
se mecânicas.
As crianças pesquisadas têm hábitos parecidos: Escola, babás, algum tipo de
esporte, brinquedos eletrônicos, desenhos animados via TV por assinatura, jogos no
computador. O contato com os livros torna-se restrito ao espaço escolar, è nesse
momento que a educadora deve está sensível a torna a leitura algo agradável e não
uma imposição cansativa, com o objetivo de decodificar letras.
A proposta metodológica não tem como interesse alfabetizar e sim dispor de
atividades que estimulem o letramento literário, ou seja, oferecer possibilidades de
interação do educando com o livro possibilitando-o exercer práticas sociais que
envolvam a leitura.
Os espaços educativos devem oportunizar momentos prazerosos de leitura
em grupo, enriquecendo o vocabulário e familiarizando a criança com o universo
letrado. De acordo Soares (2003) para haver condições de letramento é preciso que
haja material disponível, assim o contato com os livros apropriados despertará o
interesse. O valor atribuído à leitura tem haver com o meio no qual ela vive a
maneira com que observa e participa desta relação com os que estão próximos
dessa pratica.
A escola deve propiciar um contato constante do aluno com a literatura desde
a educação infantil. Refletindo sobre a contribuição da educação para formação de
um leitor efetivo Saraiva (2000) indica que a escola deve adotar a leitura como uma
prática constante, tendo em vista estimular que o educando incorpore a leitura a sua
rotina de vida.
Para conquistar esse pré leitor o educador precisa se dispor ou criar um
ambiente estimulante, para isso, as escolas devem organizar um espaço adequado
ao desenvolvimento do gosto pela leitura. O acervo deve ser voltado para crianças
de 05 anos, composto de livros que estimulem a curiosidade e criatividade. O
educador deve contar e recontar a historia quantas vezes for solicitado, pois é sinal
de que alguma necessidade da criança vem sendo trabalhada.
Diante disso a pesquisa: a contribuição da literatura infantil na formação do
leitor do G5 buscou investigar de que maneira a literatura infantil é utilizada com o
intuito de formar leitores. Quando a leitura é explanada com entusiasmo pode tornar-
se encantadora para os ouvintes e despertar seus interesses para futuras leituras. O
estudo foi realizado com o Grupo 5 A, junto a 22 alunos, cuja turma é composta por
07 meninas e 15 meninos.
A metodologia utilizada foi o método recepcional que consiste em criar um
clima de igualdade entre o sujeito e o livro, essa atitude receptiva se inicia com
aproximação do leitor com texto. Na concepção de Bordini e Aguiar (1993, P. 125)
“O sujeito ao defrontar-se com o texto, traz consigo toda sua bagagem de
experiências lingüísticas e sociais, que o mobiliza a partir das provocações e
lacunas que a obra lhe propõe”. Assim, os estímulos adequados aos educandos
serão fundamentais para formação de leitores críticos e atuantes na relação com o
mundo.
Portanto, é uma atividade de pesquisa, educacional voltada para a ação. A
opção feita pela por esse tipo de pesquisa foi vista como uma abordagem de
articulação contínua entre o processo de geração de conhecimento e o uso deste
conhecimento, com o objetivo de vivenciar as experiências através das atividades
artísticas de modo significante no desenvolvimento dos educandos.
A coleta de dados teve inicio em 04/05/2009 até 29/05/2009, durante dois
dias na semana. E desenvolveu-se por meio da observação atenta das crianças em
contato com os livros, nas atividades propostas de conto e reconto das histórias.
Durante a realização da pesquisa foram oferecidos livros de Ana Maria Machado e
Ruth Rocha, tendo como objetivo atrai a atenção dos alunos a obras e autoras
específicas e assim oferecer livros de qualidade.
Durante a “hora do conto” momento este que faz parte da rotina semanal da
turma programada duas vezes na semana, na sala e no parque. O livro foi escolhido
pela professora acatando sugestões dos alunos. A atividade de conto e reconto
conduziu a realização da pesquisa, pois o interesse pela leitura foi sendo construído
de acordo com as vivências de cada criança e a percepção do texto que poderá
contribuir para formar um leitor critico capaz de recriar histórias a partir da sua leitura
de mundo.
A escolha por essas autoras deu-se pela trajetória das mesmas na produção
literária brasileira, com livros que além de agradar pelas possibilidades e por
oferecerem obras de qualidade e que produzem significados para aqueles que estão
em busca dos melhores caminhos para a leitura e suas diversas possibilidades.
Cada obra escolhida demonstrava semelhança com o grupo. A receptividade
das crianças para com o desenvolvimento das atividades foi positivo, no ponto de
vista qualitativa. Os livros escolhidos: “Nicolau tinha uma idéia” e “O menino que
aprendeu a ver de Ruth Rocha”; e “Dona baratinha” e “Cadê meu travesseiro”? De
Ana Maria Machado.
Figura 1- “Nicolau tinha uma idéia.” Ruth Rocha.
O livro acima trata de uma idéia que Nicolau tinha na cabeça e, em outro dia,
ouviu a idéia de João, então, passou a ter várias idéias. E assim descobriram que
precisavam criar um espaço onde todos pudessem falar suas idéias. O livro e
permeado de ilustrações coloridas.
Foi a primeira história apresentada durante a pesquisa.
Durante a contação todos demonstraram interesse e atenção, ao final às
crianças trouxeram suas impressões a cerca do livro:
-“Ele teve idéias, por que pensava”;
-”É igual aqui na sala, cada um tem uma idéia”;
-”É mesmo aí, fica um bocado de idéias né pró?”;
-“Ele fez uma escola e cada um disse o que pensava igual agente aqui”;
- “O Nicolau teve dez idéias, então ele teve uma dezena, igual a pró disse no
outro dia.”;
-”Tem mais desenho, que letra”.
Após os relatos o livro foi passado e todos tiveram a oportunidade de
manuseá-lo. O “reconto”, foi realizado no parque, na mesma semana dois alunos
pediram para realizar a atividade, que resolveram entre eles que cada um ficaria
responsável por contar uma página. Na apresentação do livro pediram que
lembrasse o nome da autora, e um colega lembrou. A dupla apresentou-se de forma
coesa e bastante animada, despertando a atenção e o interesse dos colegas.
Figura 2- “Cadê meu travesseiro?”, de Ana Maria Machado.
É uma alegre viagem pelo país das brincadeiras, das cantigas infantis e dos
contos de fadas, as meninas ficaram encantadas pela capa do livro, os meninos
comentaram:
“Xi é livro de menina”!
(Comentou um aluno, por haver na capa a ilustração de uma garota.)
No momento destinado aos relatos, foi percebido pela professora o
encantamento pela narrativa:
- “Esse livro tem mais palavras, uma embaixo da outra, é diferente e os
desenhos é bem grandão”;
-“A pró contou e cantou na história, ficou legal”;
- Pode fazer um teatro né pró, com essa história? ;
- “Oba, vamos fazer, sim...”;
-„‟Agente pensou que era só pra menina, mas tem menino na história.
“Eu gostei foi irado”;
Durante a contação que foi realizada pela professora tendo a interpretação
como elemento motivador, o uso do corpo, a entonação diferenciada da voz,
recursos utilizados para atrair a atenção. Pode-se perceber que a história quando
bem conduzida e tendo um texto de boa qualidade agrada a todos.
Vários elementos chamaram atenção, como as letras de cantiga de roda que
foram cantadas, elementos do folclore brasileiro, e personagens de contos de fadas.
A importância de utilizar outras formas de linguagem com imagens e jogo simbólico
contribuirá para o desenvolvimento do gosto pela leitura de forma prazerosa.
Figura 3-“Dona baratinha” clássico popular recontado por Ana Maria Machado.
A história encanta as crianças há muito tempo e com o grupo 05 não foi
diferente. “Quem quer casar com dona baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro
na caixinha?”, ganhou melodia e era entoada a cada busca da dona Baratinha por
um pretendente.
A narrativa contou com a participação entusiasmada dos alunos, que
colaboraram imitando os sons dos animais e cantando. As experiências anteriores
resultam nessa satisfação e apreensão da história. É observado que nos livros que
tem animais como personagens, a leitura é na maioria das vezes caracterizada
pelos sons e gestos. A relação texto e representação são visíveis por conta da
musicalidade, expressões e gestos realizados durante a contação.
-”Essa história todo mundo leu, foi legal”. ;
-“È por que a gente conhecia.”
-”Agente pode fazer um teatrinho pró”? As meninas todas é a baratinha e os
meninos os animais;
“A dona Baratinha ficou sem casar, vai começar tudo de novo é”?
“Vamos fazer outra historia de dona Baratihna casar, e agente bota mais
bichos”?
“Se agente quiser faz outro livro, ai quando a pró for contar vai dizer que foi
todo mudo aqui da sala que escreveu. Vai ser bom”.
Pode-se perceber como a literatura permite múltiplas possibilidades e o
interesse das crianças não apenas pela leitura, como também por poder criar novas
histórias por meio das suas experiências. Essa intimidade com os livros é uma
mostra da importância do letramento literário.
Figura 4- “O menino que aprendeu a ver” de Ruth Rocha.
A escolha desse livro para finalizar a pesquisa é justamente o fato das
crianças já demonstrarem interesse por lerem as letras, isso acontece por já
conhecerem o alfabeto e estarem desenvolvendo a consciência fonética.
Durante a narrativa, ouviram com atenção e trouxeram as impressões através
dos relatos:
-“agente também é igual a João, conhece as letras e no livro tem um bocado”;
- “É ele também é pequeno e na escola ele tá aprendendo as palavras igual à
gente”;
-“Agente sabe um monte de palavras e ele tá aprendendo”;
-“Quando eu tiver 06 anos vou saber ver mais palavras, né?”;
-“Quando eu crescer vou ler um bocado de livro, mais eu acho que vai ser
livro de fazer dever”;
“Agente sabe ler um pouquinho, né pró?”
Percebe-se que os alunos têm uma identificação com o personagem por ser
criança e a relação entre a escola como espaço de aprendizagem. Um fato que
também chama bastante atenção é apropriação da leitura através da decodificação
dos signos, os alunos do grupo 05 estão na mesma situação o que o personagem de
estar aprendendo a “ver”, isso torna a experiência de leitura prazerosa, pois faz
parte do cotidiano deles.
Essa vivência com o livro e a história tem permitido uma cumplicidade dos
educandos com o mundo letrado, pois através da leitura das imagens cria-se uma
história rica em detalhes e lembranças um registro literário cheio de fantasia,
desenvolver um leitor que se emociona e participa de um fato da história. São essas
situações lúdicas de literatura que precisam fazer parte da rotina dos educandos.
Pode-se perceber ainda no decorrer da pesquisa que o interesse das crianças
pelo livro deixou de ser apenas nos momentos programados, mas também por
iniciativa própria. Outro aspecto foi à procura pelos livros das autoras utilizadas no
decorrer da investigação, que torna visível a importância de oferecer obras de
qualidades, para desenvolver a criticidade Tornar a leitura uma atividade diária sem
ser impositiva, gera resultados relevantes na constituição da aprendizagem, desses
educandos.
Vivenciar essas descobertas, com o livro fez aumentar o encantamento pela
literatura e perceber que o educador precisa estar disposto a atrair suas crianças
para dentro dos livros e assim busca novos lugares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa teve como objetivo identificar de que maneira a leitura é
utilizada com o intuito de formar leitores, levando-se em consideração as
possibilidades de leitura e a fase do desenvolvimento da criança.
Percebemos nesse exercício de pesquisa que o estímulo é fundamental para
formação do leitor de 05 anos, destacou-se então a especificidade autônoma da
literatura infantil uma vez que o objetivo primordial é propiciar o encontro da criança
com as obras literárias de forma agradável. O crescimento do gênero literário
voltado ao publico infantil nas ultimas décadas, apresenta diversas possibilidades e
estratégias para despertar-nos que ainda não sabem decodificar as letras, o prazer
da leitura relacionando os textos com sua vivencia.
Num primeiro momento, levantamos um breve histórico da literatura infantil,
com a finalidade de apresentar o processo histórico-social dessa produção, assim
como sua evolução e as contribuições para formação do leitor no decorrer dos anos.
Em seguida, consideramos alguns aspectos para uma melhor apreensão do termo
“formação de leitores”, tais como: o desenvolvimento infantil e suas especificidades,
leitura de imagens e letramento, tentando explicitar esses aspectos essenciais que
motivaram e demarcaram os caminhos da pesquisa de campo.
Ao final, buscamos verificar a importância do uso da literatura infantil para
formar pequenos leitores. Para isso, pesquisamos uma turma de Grupo 05 da
educação infantil e as relações existentes entre os textos infantis e a criação do
hábito da leitura. Através da leitura de livros de Ana Maria Machado e Ruth Rocha,
buscaram-se as impressões dos educandos, com o objetivo de identificar o interesse
das mesmas pelos livros e as reais possibilidades de fomentar a leitura.
A escola tornou-se espaço primordial de socialização, possibilitando uma
descoberta significativa da criança com a arte. Ao desenvolver a pesquisa junto aos
educandos do Grupo 05 foi possível observá-los em contato com os livros, ver a
curiosidade, atenção e criatividade durante as pseudoleituras, em especial das obras
escolhidas.
Por meio dos recontos ricos e criativos demonstraram o quanto o
envolvimento com o texto resultará em relatos permeados de emoção e fantasia que
permitiu conhecer as relações que são construídas entre as crianças do Grupo 05 e
a literatura infantil com a finalidade de formar leitores.
Considero que os resultados obtidos na realização da pesquisa, contribuíram
na iniciação do leitor de cinco anos, através da literatura infantil. Pois, foram
propiciados aos pequenos: além das fantasias, possibilidades de inventar e recriar
personagens, vivenciarem e se emocionarem. Enfim sentimentos vão além da
simples leitura, da pura decodificação, mas da apreciação, de transformar o
momento com o livro em algo prazeroso e significante.
O brilho nos olhos, a curiosidade e o encantamento são essenciais na viagem
fantástica pelo mundo dos sonhos e fantasias que a literatura torna possível.
E para esses pequenos a aventura está apenas começando...
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