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1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA NAVAL
PROJETO DO NAVIO I
PETROLEIRO
MANAUS - AM
2016
1
NADSON GARCIA CAVALCANTE
1315200328
PROJETO DO NAVIO I
PETROLEIRO
MANAUS - AM
2016
Projeto preliminar de um Navio
Petroleiro apresentado aos
professores Flávio Silveira e Paulo
Azevedo para obtenção de nota
parcial referente à disciplina
Projeto do Navio I.
i
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... iv
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. viii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11
2. CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................... 11
2.1. Mercado Mundial do Petróleo ....................................................................................... 11
2.2. Petroleiros ...................................................................................................................... 13
2.3. Portos ............................................................................................................................. 15
2.3.1. Ras Tanura ............................................................................................................ 16
2.3.2. Al Basra Oil Terminal .......................................................................................... 16
2.3.3. Fateh Terminal ...................................................................................................... 16
2.3.4. Halul Island ............................................................................................................ 17
2.3.5. OCP Marine Terminal .......................................................................................... 17
2.3.6. Mailiao Oil Port ..................................................................................................... 18
2.3.7. Kawasaki ................................................................................................................ 18
2.3.8. Ulsan ....................................................................................................................... 18
2.3.9. Cochin ..................................................................................................................... 19
2.3.10. Riverhead Terminal ............................................................................................ 19
3. ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO ...................................................................................... 20
4. ESPIRAL DE PROJETO ..................................................................................................... 21
5. DIMENSÕES INICIAIS ...................................................................................................... 21
5.1. Relações de dimensões e parâmetros principais vs. DWT ............................................ 22
5.2. Relações Adimensionais vs. DWT ................................................................................ 23
5.3. Resultados da Regressões .............................................................................................. 25
6. ESTIMATIVAS DOS COEFICIENTES E MEDIDAS ....................................................... 27
ii
6.1. Coeficiente de bloco (Cb) .............................................................................................. 27
6.2. Coeficiente de seção mestra (Csm) ................................................................................ 27
6.3. Coeficiente prismático (Cp) ........................................................................................... 28
6.4. Coeficiente da área de flutuação (Cwp) ......................................................................... 28
6.5. Posição longitudinal do centro de carena (LCB) ........................................................... 28
6.6. Comprimento de seção mestra (Lx) ............................................................................... 29
6.7. Semi-ângulo de entrada - α ............................................................................................ 29
6.8. Superfície molhada ........................................................................................................ 29
7. ESTIMATIVAS DAS CARACTERÍSTICAS DE OPERAÇÃO ........................................ 30
7.1. Potência do MCP ........................................................................................................... 30
7.2. Peso leve ........................................................................................................................ 31
7.2.1. Peso da estrutura em aço (Wst) ........................................................................... 31
7.2.2. Peso de equipamentos e casaria (Weh) ................................................................ 32
7.2.3. Peso do MCP e motores auxiliares (Wmq) ......................................................... 32
7.3. Altura do centro de gravidade do navio leve ................................................................. 32
7.4. Altura do centro de gravidade do navio carregado (KGwf) .......................................... 33
7.5. Deslocamento (∆) .......................................................................................................... 34
7.6. Estabilidade inicial ......................................................................................................... 34
8. FORMAS .............................................................................................................................. 34
8.1. Bulbo de proa ................................................................................................................. 35
8.2. Bulbo de popa ................................................................................................................ 37
9. COMPARTIMENTAÇÃO ................................................................................................... 37
9.1. Pique tanque de vante .................................................................................................... 38
9.2. Pique tanque de ré .......................................................................................................... 38
9.3. Praça de máquinas ......................................................................................................... 38
9.4. Praça de bombas ............................................................................................................ 39
9.5. Tanque de consumíveis .................................................................................................. 39
iii
9.6. Duplo fundo ................................................................................................................... 40
9.7. Duplo costado ................................................................................................................ 40
9.8. Tanques de resíduos ....................................................................................................... 40
9.9. Tanques de carga ........................................................................................................... 40
9.10. Tanques de lastro ......................................................................................................... 43
9.11. Superestrutura .............................................................................................................. 44
9.12. Chaminé ....................................................................................................................... 45
9.13. Lotação ......................................................................................................................... 45
10. CASCO ............................................................................................................................... 46
11. ESTRUTURA ..................................................................................................................... 47
11. RESISTÊNCIA AO AVANÇO .......................................................................................... 50
12. SISTEMA PROPULSIVO ................................................................................................. 52
12.1. Número de pás ............................................................................................................. 53
12.2 Cálculo do propulsor ..................................................................................................... 53
13. DOCUMENTOS ESTATUTÁRIOS .................................................................................. 59
13.1 Memorial Descritivo ..................................................................................................... 60
13. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 63
14. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 64
ANEXO 1 ................................................................................................................................. 66
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição das reservas mundiais de petróleo em 1995, 2005 e 2015 em
porcentagem.............................................................................................................................. 11
Figura 2 - Consumo de petróleo por continentes..................................................................... 12
Figura 3 - Fluxo de petróleo em 2015 (milhões de toneladas) ................................................ 12
Figura 4 - Variação do preço do petróleo entre os anos de 1861 até 2015 em função dos
eventos mundiais ...................................................................................................................... 13
Figura 5 - Categorias de navios petroleiros ............................................................................. 14
Figura 6 - Desastre do Navio Petroleiro Exxon Valdez .......................................................... 15
Figura 7 - Desastre do Navio Petroleiro Prestige .................................................................... 15
Figura 8 - Seção de navio com costado duplo e fundo duplo .................................................. 15
Figura 9 - Localização do Porto Ras Tanura ........................................................................... 16
Figura 10 - Localização do Porto Al Basra Oil Terminal ....................................................... 16
Figura 11 - Localização do Porto Fateh Terminal ................................................................... 17
Figura 12 - Localização do Porto Halul Island ........................................................................ 17
Figura 13 - Localização do Porto OCP Marine Terminal ....................................................... 17
Figura 14 - Localização do Porto Mailiao Oil Port ................................................................. 18
Figura 15 - Localização do Porto Kawasaki............................................................................ 18
Figura 16 - Localização do Porto Ulsan .................................................................................. 19
Figura 17 - Localização do Porto Cochin ................................................................................ 19
Figura 18 - Localização do Riverhead Terminal ..................................................................... 19
Figura 19 - Ampliação do Canal do Panamá ........................................................................... 20
Figura 20 - Espiral de Evans do Projeto .................................................................................. 21
Figura 21 - Relação Lpp x DWT ............................................................................................. 22
Figura 22 - Relação Boca x DWT ........................................................................................... 22
Figura 23 - Relação Calado x DWT ........................................................................................ 23
Figura 24 - Relação Capacidade de carga x DWT .................................................................. 23
Figura 25 - Relação Lpp/B x DWT ........................................................................................ 24
Figura 26 - Relação Lpp/D x DWT ......................................................................................... 24
Figura 27 - Relação D/T x DWT ............................................................................................. 25
Figura 28 - Relação B/D x DWT ............................................................................................. 25
Figura 29 - Relação KW x DWT ............................................................................................. 30
Figura 30 - Potência requerida para petroleiros ...................................................................... 31
v
Figura 31 - Geometria do bulbo .............................................................................................. 36
Figura 32 - Bulbo dimensionado ............................................................................................. 37
Figura 33 - Bulbo de popa ....................................................................................................... 37
Figura 34 - Casco modelado vista de proa .............................................................................. 46
Figura 35 - Casco modelado vista de popa .............................................................................. 46
Figura 36 - Navio modelado 3D - vista de proa ...................................................................... 47
Figura 37 - Casco modelado 3D - vista de popa ..................................................................... 47
Figura 38 - Gráfico para extração do coeficiente residual ..................................................... 51
Figura 39 - Resistência ao Avanço .......................................................................................... 52
Figura 40 - Procediemnto para obtenção de η da série B-TROOST 5.60 ............................... 54
Figura 41 - Diagrama de Burril ............................................................................................... 56
Figura 42 - Motores e pontos de operação .............................................................................. 58
Figura 43 - Perfil do motor G80ME - C9 ................................................................................ 58
Figura 44 - Principais dimensões do motor G80ME - C9 ....................................................... 59
Figura 45 - Disposição do MCP no casco ............................................................................... 59
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Resumo dos dados dos portos ................................................................................ 20
Tabela 2 - Relação B/D x DWT .............................................................................................. 26
Tabela 3 - Valores adimensionais ............................................................................................ 26
Tabela 4 - Dados da Primeira Estimativa ................................................................................ 27
Tabela 5 - Estimativa do coeficiente de bloco ......................................................................... 27
Tabela 6 - Estimativa do coeficiente de seção mestra ............................................................. 28
Tabela 7 - Estimativa do coeficiente da área de flutuação ...................................................... 28
Tabela 8 - Estimativa do LCB ................................................................................................. 29
Tabela 9 - Estimativa do comprimento de seção mestra ......................................................... 29
Tabela 10 - Estimativa do semi-ângulo de entrada .................................................................. 29
Tabela 11 - Estimativa da superfície molhada ......................................................................... 29
Tabela 12 - Estimativa de potência .......................................................................................... 31
Tabela 13 - Estimativa do peso da estrutura em aço ............................................................... 32
Tabela 14 - Estimativa do peso dos equipamentos .................................................................. 32
Tabela 15 - Estimativa do peso do MCP e MCAs ................................................................... 32
Tabela 16 - Estimativa do KGwl ............................................................................................. 33
Tabela 17 - Consumíveis típicos de um Suezmax ................................................................... 33
Tabela 18 - Estimativa do KGwf ............................................................................................. 33
Tabela 19 - Estimativa do deslocamento ................................................................................. 34
Tabela 20 - Estimativa da altura do metacentro ...................................................................... 34
Tabela 21 - Intervalos de valores para dimensionamento do bulbo ........................................ 35
Tabela 22 - Cálculos dos coeficiente do bulbo ........................................................................ 36
Tabela 23 - Volume dos tanques de consumíveis .................................................................... 39
Tabela 24 - Compartimentação ................................................................................................ 42
Tabela 25 - Dados gerais do navio .......................................................................................... 46
Tabela 26 - Módulo de seção ................................................................................................... 49
Tabela 27 - Tensão total .......................................................................................................... 49
Tabela 28 - Flambagem de reforçadores longitudinais............................................................ 50
Tabela 29 - Dados da embarcação para cálculo da resistência ao avanço ............................... 50
Tabela 30 - Cálculo de RT e EHP .......................................................................................... 51
Tabela 31 - Fator de esteira ..................................................................................................... 53
Tabela 32 - Hélices mais eficientes para o navio .................................................................... 55
vii
Tabela 33 - Pressão de vapor em função da temperatura ........................................................ 55
Tabela 34 - Valorer de entrada para o Diagrama de Burril e resultados de cavitação ............ 56
Tabela 35- Geometria do hélice escolhido .............................................................................. 56
Tabela 36 - BHP necessário para o hélice dimensionado ........................................................ 57
Tabela 37 - Hélice dimensionado com Rt obtido por H&M ................................................... 57
Tabela 38 - MCP requerido ..................................................................................................... 57
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
∆ Deslocamento
ABS American Bureau of Shipping
AFRA Average Freight Rate Assessment
ASTM American Society for Testing and Materials
B Boca
Cb Coeficiente de Bloco
CF Coeficiente de resistência de atrito
Cp Coeficiente Prismático
CR Coeficiente residual
Csm Coeficiente de Seção Mestra
CSR Common Structural Rules for Double Hull Oil Tankers
Cwp Coeficiente de Linha dágua
D Pontal
DWT Deadweight
Fn Número de Froude
GLP Gás Liquefeito de Petróleo
GM Altura Metacêntrica
KGwl Altura do centro de gravidade do navio leve
KM Altura do Metacentro em relação à quilha
LCB Posição Longitudinal do Centro de Carena
LNG Gás Natural Liquefeito
LOA Length overall
Lpp Comprimento entre Perpendiculares
MARPOL Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios
MCA Motores Auxiliares
ix
MCP Motor Principal
NORMAN Normas da Autoridade Marítima
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
SOLAS Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar
Sw Superfície molhada
T Calado
ULCC Ultra Large Crude Carriers
UNCTAD Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
VLCC Very Large Crude Carriers
Weh Peso de equipamentos e casaria
Wmq Peso do MCP e motores auxiliares
Wst Peso da estrutura em aço
11
PROJETO PRELIMINAR DE UM NAVIO PETROLEIRO
1. INTRODUÇÃO
O petróleo e seus derivados dominam a matriz energética mundial e como o
desenvolvimento econômico de um país está diretamente ligado ao seu consumo, existe uma
busca permanente por esse tipo de combustível. Poucos países detém grandes reservas
petrolíferas, criando-se assim uma oportunidade comercial de exportar essa commodity para
os demais países do mundo.
O modo mais viável de exportação é por via marítima, realizado por navios petroleiros
que devem atender em seus projetos uma combinação que otimize a quantidade de carga a ser
transportada, as variáveis econômicas e a capacidade de atender rotas diferenciadas.
Devendo atender às condições regulatórias para a concepção de um navio, o presente
trabalho propõe um projeto preliminar de um navio petroleiro capaz de transportar óleo cru
entre vários portos do mundo.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1. Mercado Mundial do Petróleo
A maior riqueza mineral do Oriente Médio é o petróleo, o que faz da sua extração e
refino os principais fatores de influência na economia dos países. Segundo dados da British
Petroleum (2016), o Oriente Médio detinha 47,3% das reservas mundiais de petróleo no ano
de 2015, seguido da América Central e do Sul com 19,4 % e América do Norte com 14%.
Figura 1 - Distribuição das reservas mundiais de petróleo em 1995, 2005 e 2015 em porcentagem.
Fonte: British Petroleum (2016)
Dados do mercado de petróleo em 2015 mostram que os Estados Unidos foram
responsáveis por 19,7% do consumo mundial, seguidos da China, com 12,9% (British
12
Petroleum, 2016). O consumo global de petróleo aumentou em 1,9 milhões de barris por dia,
isso equivale a quase o dobro da média dos últimos 10 anos, impulsionado por países
membros da OCDE. A região Ásia-Pacífico foi responsável por 74% do crescimento global
no consumo de petróleo, principalmente pelo fato da China incrementar o seu consumo em
770 mil barris por dia.
Figura 2 - Consumo de petróleo por continentes.
Fonte: British Petroleum (2016)
A Figura 3 apresenta os principais fluxos do petróleo entre produtores e
consumidores no ano de 2015:
Figura 3 - Fluxo de petróleo em 2015 (milhões de toneladas)
Fonte: British Petroleum (2016)
O petróleo é um produto altamente sujeito à pressões políticas e comerciais, sendo
altamente influenciado por crises, guerras e outros grandes acontecimentos mundiais. A
Figura 4 correlaciona esses acontecimentos com o valor do barril.
13
Figura 4 - Variação do preço do petróleo entre os anos de 1861 até 2015 em função dos eventos mundiais
(em US$ por barril)
Fonte: British Petroleum (2016)
2.2. Petroleiros
Segundo a UNCTAD (2015) existem atualmente 9.573 petroleiros navegando pelos
mares do mundo, totalizando 503.343.000 DWT, o que equivale a 28% de toda a frota dos
principais tipos de navios. A idade média desses navios é 18 anos, no entanto quase 40% dos
petroleiros possuem mais de 20 anos de serviço. Desta forma, a maioria dos governos buscam
meios legais para garantir maior controle nas operações desses navios e profissionais
qualificados, a fim de prevenir acidentes.
Os navios petroleiros podem ser categorizados segundo Molland (2008), conforme sua
capacidade e restrições de trajetos:
Panamax: Possui entre 65.000 e 80.000 DWT. Seu nome se deve as dimensões
máximas permitidas para os navios transitarem pelo antigo Canal do Panamá (275
metros de comprimento, 32 metros de boca e 13 metros de calado).
Aframax: Com deadweight entre 80.000 e 120.000 t, é um tipo de petroleiro com
nome derivado de AFRA, sistema criado em 1954 pela Shell.
14
Suexmax: Suas capacidades vão desde 120.000 até 200.000 DWT. As dimensões do
navio admissíveis para tráfego são limitadas pelo Canal de Suez (Calado máximo de
19 metros).
VLCC: Com o objetivo de ganhar economia de escala e responder às grandes
demandas, tem capacidades entre 200.000 e 320.000 DWT. Suas dimensões tratam de
navios que operam por grandes terminais mundiais
ULCC: Possuem os mesmos objetivos do VLCC e suas capacidades superam 320.000
DWT. Pelo fato de possuírem grandes tamanhos são limitados para operar em águas
restritas.
Figura 5 - Categorias de navios petroleiros
Fonte: Marine Insight (2016a)
A tecnologia aplicada à construção e operação de petroleiros vem se devolvendo com
o passar dos anos, como a construção de casco duplo, a aplicação de equipamentos eletrônicos
na navegação e automatização de equipamentos. Empregar novos métodos e equipamentos
está intimamente relacionado com a segurança no transporte de um produto que é altamente
poluente para o meio ambiente e que já causou grandes desastres ambientais como os
ocasionados pelos petroleiros Exxon Valdez em 1989 (Figura 6) e Prestige em 2002 (Figura
7).
15
Figura 6 - Desastre do Navio Petroleiro Exxon
Valdez
Figura 7 - Desastre do Navio Petroleiro Prestige
Fonte: Marine Insight (2016b) Fonte: The Guardian (2013)
A preocupação da comunidade marítima internacional incitou a criação de medidas
para evitar a contaminação do meio ambiente marinho, guiado pela MARPOL, que trata a
respeito da poluição devido a acidentes e operações arriscadas de navios, por meio de
regulações que obrigam os navios petroleiros construídos após 1993 serem construídos com
costado duplo e fundo duplo (Molland, 2008) e especifica como devem ser feitas as operações
de carga, descarga, armazenamento e descarte de resíduos.
Figura 8 - Seção de navio com costado duplo e fundo duplo
Fonte: British Petroleum (2016)
2.3. Portos
A necessidade do consumo de petróleo justifica o seu fluxo entre os países por meio
dos portos exportadores e importadores. Nessa seção serão apresentados terminais referentes a
cada país, suas limitações e capacidades. As informações dos portos são referentes ao banco
de dados do software "IHS Maritime - Ports and Terminals Guide 2015".
16
2.3.1. Ras Tanura
O maior terminal de exportação de petróleo da Arábia Saudita possui uma capacidade
de operação de 5 mil barris por hora, profundidade de 21 metros em seu canal e 23,2 m em
seu terminal. O porto possui 20 berços, onde o LOA máximo suportado pelo maior berço é de
533,4 metros. Os derivados embarcados são: óleo combustível, GLP, querosene, petróleo e
nafta.
Figura 9 - Localização do Porto Ras Tanura
Fonte: IHS Maritime (2015)
2.3.2. Al Basra Oil Terminal
Este porto está localizado no Iraque e apresenta uma capacidade de operação de
900.000 barris por dia, calado máximo para acesso ao porto de 21 metros e o máximo DWT é
de 350.000. O porto possui 4 berços, onde o LOA máximo suportado pelos berços é de 366
metros. Somente petróleo é embarcado.
Figura 10 - Localização do Porto Al Basra Oil Terminal
Fonte: IHS Maritime (2015)
2.3.3. Fateh Terminal
O porto operado pela Dubai Petróleo Company está localizado nos Emirados Árabes
Unidos e apresenta uma capacidade mínima de operação equivalente a 40.000 barris por hora.
O calado máximo permitido é de 27,4 metros e os berços normalmente são restrito a navios
entre 70.000DWT e 300.000 DWT. Anualmente 100 navios são carregados com petróleo.
17
Figura 11 - Localização do Porto Fateh Terminal
Fonte: IHS Maritime (2015)
2.3.4. Halul Island
Localizado no Catar, o porto é operado pela Catar Petroleum (QP) apresentando uma
capacidade de operação de 15.000 toneladas por hora. O calado máximo permitido é de 29
metros para seus 2 berços e o máximo DWT é de 550.000. Anualmente 150 navios são
carregados no terminal.
Figura 12 - Localização do Porto Halul Island
Fonte: IHS Maritime, 2015
2.3.5. OCP Marine Terminal
Este porto está localizado no Equador e é operado pela Oleoducto de Crudos Pesados
Ecuador S.A., possuindo uma capacidade de operação de 60.000 barris por hora de petróleo, o
calado máximo para acesso ao berço 1 é de 18 metros e do berço 2 é de 23 metros. O máximo
DWT é de 325.000 e o LOA máximo suportado é de 355 metros.
Figura 13 - Localização do Porto OCP Marine Terminal
Fonte: IHS Maritime (2015)
18
2.3.6. Mailiao Oil Port
Localizado na China, este porto apresenta uma capacidade de descarga de 223
toneladas por hora operando com calado máximo de 19,7 metros, máximo DWT de 260.000 e
o LOA máximo é de 330 metros. Os produtos descarregados são: óleo combustível, GLP,
querosene, petróleo e produtos químicos.
Figura 14 - Localização do Porto Mailiao Oil Port
Fonte: IHS Maritime (2015)
2.3.7. Kawasaki
Situado no Japão, o calado máximo para acesso ao porto é de 21 metros, o
comprimento máximo é de 280 metros e o máximo DWT é 265.000. É um porto que opera
cargas conteinerizadas, secas e liquídas, sendo estas o petróleo, LNG, GLP e produtos
químicos.
Figura 15 - Localização do Porto Kawasaki.
Fonte: IHS Maritime (2015)
2.3.8. Ulsan
Maior porto da Coréia do Sul situado próximo ao estaleiro da Hyundai, o calado
máximo para acesso ao porto é de 22,6 metros e o máximo DWT é de 350.000. É um porto
que opera cargas conteinerizadas, secas e liquidas, sendo estas o petróleo, LNG, GLP e
produtos químicos.
19
Figura 16 - Localização do Porto Ulsan
Fonte: IHS Maritime (2015)
2.3.9. Cochin
Localizado na Índia, Cochin está prestes a se tornar a principal porta para o
abastecimento de combustíveis no interior da Região Sul da Ásia. Por este porto transitam
20.100.000 toneladas por ano de carga, operando com calado máximo de 22,5 metros,
máximo DWT de 300.000 e o LOA máximo é de 370 metros. Os produtos descarregados são:
carga geral, carvão, petróleo, derivados, óleos minerais, produtos químicos e algodão.
Figura 17 - Localização do Porto Cochin
Fonte: IHS Maritime (2015)
2.3.10. Riverhead Terminal
Porto que permite um calado para navios petroleiros nos EUA equivalente a 19
metros, máximo LOA de 350 metros e 225.000 de DWT. Apresenta uma capacidade de
descarga de 10.000 barris por hora, transitando 3.700.000 toneladas de produtos, operando
exclusivamente com petróleo e seus derivados.
Figura 18 - Localização do Riverhead Terminal
Fonte: IHS Maritime (2015)
20
Realizado o levantamento de dados dos portos e com o auxílio da tabela abaixo é
evidente que o para o navio a ser projetado existirá uma limitação de profundidade de
navegação de 18 metros, um comprimento máximo de 280 metros e o DWT de 225 mil.
Tabela 1 - Resumo dos dados dos portos
Porto País Profundidade de
restrição (m)
Nº de
berços
LOA
máximo
(m)
DWT
máximo (mil
ton)
Capacidade de
operação
(mil barris/h)
Ras Tanura Arábia
Saudita 21 20 533,4 - 5
Al Basra Iraque 21 4 366 350 37,5
Fateh EAU 27,4 - - 300 40
Halul Catar 29 2 - 550 62,5
OCP Marine Equador 18 2 355 325 60
Mailiao China 19,7 - 330 260 1,4
Kawasaki Japão 21 - 280 265 -
Ulsan Coréia do
Sul 22,6 - - 350 -
Cochin Índia 22,5 - 370 300 -
Riverhead Terminal EUA 19 - 350 225 10
Fonte: IHS Maritime (2015)
3. ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO
Para a realização desse projeto buscou-se um tipo de embarcação que possa navegar
pelas principais restrições e acessar os principais portos do mundo. Desta forma optou-se pelo
Suezmax que comumente opera da África Ocidental para Europa, costa do Caribe e leste dos
EUA. Outro ponto relevante é a ampliação do Canal do Panamá que possibilitará a travessia
de navios com LOA de 366 m e boca de 48 m. A Figura 19 exemplifica as mudanças na
largura e profundidade do canal:
Figura 19 - Ampliação do Canal do Panamá
Fonte: Autoridade do Canal do Panamá (2016)
21
Em 2014 existiam 474 navios tanque Suezmax e no mesmo ano foi registrado um
aumento de 43 navios na carteira de encomendas mundiais (World Maritime News, 2014), o
que representa 9% da frota dessa categoria naquele momento.
Conhecidas as justificativas da escolha do petroleiro Suezmax para esse trabalho,
definiu-se o petróleo cru como produto a ser transportado, o DWT de 150.000 e a velocidade
de operação de 15 nós, visto que navios semelhantes são também projetados para essa
velocidade (Significant Ships). Esses requisitos iniciais são essenciais para o projeto do navio
nas próximas etapas.
4. ESPIRAL DE PROJETO
A espiral de projeto de Evans é uma metodologia de projeto naval em que se tem
várias iterações no ciclo do projeto a fim de refinar cada vez mais os valores e desenhos e
chegar a um navio mais próximo do ótimo. A figura a seguir apresenta a espiral seguida neste
projeto:
Figura 20 - Espiral de Evans do Projeto
Fonte: o Autor (2016)
5. DIMENSÕES INICIAIS
O procedimento para estimar as dimensões iniciais consiste na geração de um banco
de dados de navios semelhantes e posterior realização de regressões capazes de gerar
equações para obtenção das dimensões a partir de dados de entrada. O objetivo é obter
informações sobre a ordem de magnitude dos navios existentes e dar condições iniciais para o
navio de 150.000 de DWT ser projetado.
O desenvolvimento de um banco de dados de navios petroleiros Suezmax semelhantes
com deadweight entre 140.000 e 160.000 se deu a partir da busca de dados em sites de
armadores, no banco de dados da Lloyd’s Register de 2000 - 2008 e publicações da RINA,
22
Significant Ships de 2000 – 2013. São apresentados 41 navios (ANEXO 1) com informações
das dimensões, relações de dimensões, pesos, capacidades, DWT, velocidades de operação,
capacidades de tanques, potências e outras informações úteis para o projeto. Os tópicos a
seguir demonstram as relações obtidas para os dados coletados.
5.1. Relações de dimensões e parâmetros principais vs. DWT
Para esta primeira regressão foram excluídos 13 navios dos 41 para atender um R² de
0,9301, sendo eles: RIO 2016, Brightway, Eagle San Antonio, Spyros, Mikela P., ICE
EXPLORER, Ottoman Nobility, Erviken, Voyager, Seatriumph, Front Melody, Front
Symphony e Ottoman Dignity.
Figura 21 - Relação Lpp x DWT
Fonte: o Autor (2016).
Para obtenção da regressão de Boca x DWT, onde o R² é de 0,9566 foram excluídos os
navios RIO 2016, Brightway, Eagle San Antonio, Stena Supreme, Spyros, Mikela P, ICE
EXPLORER, Voyager, Seatriumph, Georgios S., Front Melody, Front Symphony e Ottoman
Dignity.
Figura 22 - Relação Boca x DWT
. Fonte: o Autor (2016)
y = 0,033x2 - 10,114x + 1037,6 R² = 0,9301
256
258
260
262
264
266
268
140 142 144 146 148 150 152 154 156 158 160 162
Lpp
(m
)
DWT (ton) *103
LPP x DWT
LPP x DWT Polinômio (LPP x DWT)
y = 0,0063x2 - 1,9603x + 199,95 R² = 0,9566
45
46
47
48
49
50
51
140 142 144 146 148 150 152 154 156 158 160 162
Bo
ca (
m)
DWT (ton) *103
Boca x DWT
Boca x DWT Polinômio (Boca x DWT)
23
Na regressão de Calado x DWT foram excluídos 11 navios dos 41 para atender um R²
de 0,9678, sendo eles: APEX SPIRIT, SKS SEGURA, Jag Lalit, Aegean Angel, Olympic
Future, Voyager, Filikon, Seatriumph, Front Melody e Front Symphony.
Figura 23 - Relação Calado x DWT
Fonte: o Autor (2016)
A regressão de Capacidade de Carga x DWT requereu que somente 16 navios foram
excluídos para atender um R² de 0,9291, sendo eles: RIO 2016, Samba Spirit, Spyros, Mikela
P., APEX SPIRIT, WALTZ, ICE EXPLORER, Jag Lalit, Jag Lok, Erviken, Desh Shanti,
Yannis P., Voyager, Seatriumph, Front Melody e Front Symphony.
Figura 24 - Relação Capacidade de carga x DWT
Fonte: o Autor (2016)
5.2. Relações Adimensionais vs. DWT
Da mesma forma que para as relações de dimensões e parâmetros principais navios
foram excluídos para atender um R² maior que 0,9. Então para a relação Lpp/B x DWT que
possui um R² de 0,9254, foram excluídos os seguintes navios: RIO 2016, Samba Spirit,
y = 0,0059x2 - 1,7128x + 140,99 R² = 0,9678
15,5
16,0
16,5
17,0
17,5
18,0
140 142 144 146 148 150 152 154 156 158 160 162
Cal
ado
(m
)
DWT (ton) *103
Calado x DWT
Calado x DWT Polinômio (Calado x DWT)
y = 0,1318x2 - 40,79x + 3320,2 R² = 0,9291
155
160
165
170
175
180
144 146 148 150 152 154 156 158 160 162 Cap
acid
ade
de
Car
ga (
m3 )
*1
03
DWT (ton) *103
Capacidade de carga x DWT
Capacidade de carga x DWT Polinômio (Capacidade de carga x DWT)
24
Brightway, Eagle San Antonio, ICE EXPLORER, Ottoman Nobility, Erviken, Seatriumph,
Ottoman Dignity, Front Melody e Front Symphony.
Figura 25 - Relação Lpp/B x DWT
Fonte: o Autor (2016)
Com um R² de 0,9501, os seguintes navios foram excluídos para obter tal resultado:
Brightway, Eagle San Antonio, Stena Supreme, Spyros, Mikela P, CARP, SONANGOL
NAMIBE, ICE EXPLORER, Ottoman Nobility, Genmar Spyridon, Ottoman Dignity, Front
Melody e Front Symphony, Seatriumph e Georgios S.
Figura 26 - Relação Lpp/D x DWT
Fonte: o Autor (2016)
Esta regressão pode-se dizer que expressa uma boa aproximação, visto que seu R² é
equivalente a 0,9856 e para isso dos 41 navios coletados o seguintes foram excluídos:
Brightway, Stena Supreme, APEX SPIRIT, SKS SEGURA, SONANGOL NAMIBE, ICE
EXPLORER, Jag Lalit, Ottoman Nobility, Aegean Angel, Desh Shanti, Olympic Future,
Erviken, Yannis P., Seatriumph e Georgios S.
y = 4,1086x2 - 12,475x + 14,948 R² = 0,9254
5,2
5,4
5,6
5,8
1,42 1,44 1,46 1,48 1,5 1,52 1,54 1,56 1,58 1,6 1,62
Lpp
/B
DWT (ton) *103
Lpp/B x DWT
Lpp/B x DWT Polinômio (Lpp/B x DWT)
y = -0,4681x2 + 14,131x - 94,904 R² = 0,9501
0
5
10
15
20
14 14,2 14,4 14,6 14,8 15 15,2 15,4 15,6 15,8 16 16,2
Lpp
/D
DWT (ton) *104
Lpp/D x DWT
Lpp/D x DWT Polinômio (Lpp/D x DWT)
25
Figura 27 - Relação D/T x DWT
Fonte: o Autor (2016)
A relação B/D X DWT requereu que os navios seguintes não compusessem para então
constar um R² de 0,9376, são então: Brightway, Eagle San Antonio, Stena Supreme, Spyros,
Mikela P., SONANGOL NAMIBE, ICE EXPLORER, Ottoman Nobility, Aegean Angel,
Desh Shanti, Olympic Future, Erviken, Yannis P., Seatriumph, Georgios S. e Ottoman
Dignity.
Figura 28 - Relação B/D x DWT
Fonte: o Autor (2016)
5.3. Resultados da Regressões
Com as expressões extraídas das regressões foi possível gerar a primeira alternativa
para o pré-dimensionamento do navio tendo como valor de entrada o DWT. A Tabela 2
apresenta o procedimento para obtenção dos valores.
y = 0,5832x2 - 2,3514x + 3,6196 R² = 0,9856
1,3
1,35
1,4
1,45
1,5
1,55
1,4 1,42 1,44 1,46 1,48 1,5 1,52 1,54 1,56 1,58 1,6 1,62
D/T
DWT (ton) *105
D/T x DWT
D/T x DWT Polinômio (D/T x DWT)
y = -8,6419x2 + 26,022x - 17,449 R² = 0,9376
1,85
1,9
1,95
2
2,05
2,1
2,15
2,2
1,4 1,42 1,44 1,46 1,48 1,5 1,52 1,54 1,56 1,58 1,6 1,62
B/D
DWT (ton) *105
B/D x DWT
B/D x DWT Polinômio (B/D x DWT)
26
Tabela 2 - Relação B/D x DWT
Características Equação Resultados Und
Dimensões
Principais
Lpp 0,033*DWT2 - 10,114*DWT + 1037,6 263 metros
Boca 0,0063*DWT2 - 1,9603*DWT + 199,95 47,65 metros
Calado 0,0059*DWT2 - 1,7128*DWT + 140,99 16,82 metros
Capacidade de Carga 0,1318*DWT2 - 40,79*DWT + 3320,2 167200 m³
Relações
Adimensionais
Lpp/B 4,1086*DWT2 - 12,475*DWT + 14,948 5,48
Lpp/D -0,4681*DWT2 + 14,131*DWT - 94,904 11,74
D/T 0,5832*DWT2 - 2,3514*DWT + 3,6196 1,41
B/D -8,6419*DWT2 + 26,022*DWT - 17,449 2,14
Fonte: o Autor (2016)
Segundo Watson (1998), para navios petroleiros existe um intervalo para a relações
adimensionais:
Tabela 3 - Valores adimensionais
Relações adimensionais Valor mínimo Valor máximo Valor calculado
(regressão)
Valor
utilizado
L/B 5,43 5,85 5,52 5,48
B/D 1,92 2,13 2,02 2,14
T/D 0,69 0,74 0,71 0,71
L/D 10,5 11,6 11,13 11,74
B/T 2,6 3 2,83 2,02
Fn 0,143 0,16 0,15 0,15
Fonte: Watson (1998)
O comprimento total do navio pouco é citado para dimensionamentos preliminares,
portanto, a fim de obter um valor mais direto, calculou-se a média aritmética e obteve-se
como resultado final um valor de 10,4 metros somado ao valor do comprimento entre
perpendiculares. Validados os valores obtidos por meio dos cálculos das dimensões principais
e utilizando a relação adimensional de T/D proveniente das regressões, tem-se como a
primeira estimativa para o projeto do navio os valores presentes na Tabela 4.
27
Tabela 4 - Dados da Primeira Estimativa
Dimensões Valor Unidades
Loa 273,4 metros
Lpp 263 metros
Boca 47,65 metros
Calado 16,82 metros
Pontal 23,63 metros
Cp. Carga 167200 m³
Fn 0,152
Fonte: o Autor (2016)
6. ESTIMATIVAS DOS COEFICIENTES E MEDIDAS
Para a obtenção dos coeficientes de forma utiliza-se de equações apresentadas por
Watson (1998), Castro et. al (2007) e Lamb (2004). Desta forma, para obter um valor ótimo
para cada coeficiente e medidas, será eleito o valor obtido por meio de média aritmética dos
valores relutantes das equações de estimativas.
6.1. Coeficiente de bloco (Cb)
Este coeficiente é um dos mais simples para representar a forma de um navio, tendo
grande influência sobre a resistência ao avanço, sobre a capacidade de carga e em menor
escala sobre a estabilidade e manobrabilidade. Diversas equações existem para definição deste
coeficiente com diferentes parâmetros de entrada.
Tabela 5 - Estimativa do coeficiente de bloco
Nome Equação Cb
Townsin 0,7+0,125*atan(25*(0,23-Fn)) 0,84
Schneekluth (0,23*(L/B+20)/(26*Fn^(2/3)) 0,79
Katsoulis 0,8217*1,06*L^(0,42)*B^(-0,3042)*T^(0,1721)*V^(-0,6135) 0,86
Kerlen 1,179-2,079*Fn 0,86
Fonte: o Autor (2016)
A média aritmética encontrada foi de um Cb = 0,84.
6.2. Coeficiente de seção mestra (Csm)
O coeficiente de seção mestra representa a relação entre a área da parte imersa da
seção a meia-nau e a área do retângulo circunscrito (Fonseca, 2005), sendo um grande
28
influente sobre a resistência ao avanço. Vários autores em suas equações relacionam o Csm
com o Cb.
Tabela 6 - Estimativa do coeficiente de seção mestra
Nome Equação Csm
Kerlen 1,006 - 0,0056*Cb^(-3,56) 0,9955
HSVA (1+(1-Cb)^(3,5))^(-1) 0,9983 Fonte: o Autor (2016)
A média aritmética encontrada foi de um Csm = 0,9969.
6.3. Coeficiente prismático (Cp)
O coeficiente prismático é definido pela razão entre o coeficiente de bloco e o
coeficiente de seção mestra. Logo, a relação encontrada foi de Cb/Csm = 0,8413.
6.4. Coeficiente da área de flutuação (Cwp)
Este coeficiente relaciona a área de flutuação com o retângulo que circunscreve
(Fonseca, 2005), tendo grande influência sobre a resistência hidrodinâmica e estabilidade
inicial.
Tabela 7 - Estimativa do coeficiente da área de flutuação
Nome Equação Cwp
Schneekluth (1+2*Cb)/3 0,892
J. Torroja (0,248+0,049*0,3)+(0,778-0,035*0,3)*Cb 0,906
Parson Cb/(0,471+0,551*Cb) 0,899 Fonte: o Autor (2016)
A média aritmética encontrada foi de um Cwp = 0,899
6.5. Posição longitudinal do centro de carena (LCB)
Essa posição informa o centroide na longitudinal do volume submerso, sendo
determinado com base nas condições hidrodinâmicas e de carga. As equações descritas são
utilizadas para a posição adequada do XB, onde XB resulta em uma porcentagem do valor de
Lpp, O valor encontrado corresponde à posição do LCB a partir da seção média, sendo
positiva no sentido da proa.
29
Tabela 8 - Estimativa do LCB
Nome Equação XB (%) LCB (m)
L. Troost 17,5*Cp-12,5 + 2,22 + 5,85
J. Torroja 3,37*Cb^(-4,67)-17,667*Fn^(5,36)-0,29*Fn^(0,32)*Cb^(-13)-2,55 + 3,55 + 9,34
Fonte: o Autor (2016)
A média aritmética encontrada foi de 2,89% para o XB e 7,59 m para o LCB.
6.6. Comprimento de seção mestra (Lx)
O comprimento de seção mestra depende do enchimento das formas, informando
diretamente o custo de fabricação do casco e o compartimento de interesse para carga com
base nas considerações hidrodinâmicas.
Tabela 9 - Estimativa do comprimento de seção mestra
Nome Equação Lx (%) Eq. Lpp (m)
Linbland 1607*Cb-914*Cb^2 -658 46,87 123,27 Fonte: o Autor (2016)
6.7. Semi-ângulo de entrada - α
Este parâmetro é muito importante para a resistência ao avanço e pode-se estimar por
meio da equação de Holtrop & Mennen.
Tabela 10 - Estimativa do semi-ângulo de entrada
Nome Equação α (graus)
Holtrop & Mennen 125,67*(B/L)-162,25*Cp^2 +234,32*Cp^3+0,1551*Xb^3 51,2
Fonte: o Autor (2016)
6.8. Superfície molhada
É a superfície externa do casco que fica efetivamente em contato com a água,
compreendendo a soma da superfície da carena e dos apêndices. Tem grande influência no
cálculo da resistência de atrito ao avanço do navio (Fonseca, 2005).
Tabela 11 - Estimativa da superfície molhada
Nome Equação Sw (m²)
Taylor 2,65*(Lpp*∇)^(1/2) 18071,05
Schneekluss & Bertram (3,4*∇^(1/3)+0,5*Lwl)*∇^(1/3) 18091,60
Mumford's 1,7*Lpp*T+Cb*L*B 18032,42
Fonte: o Autor (2016)
30
A média aritmética encontrada para a superfície molhada foi de 18065,02 m².
7. ESTIMATIVAS DAS CARACTERÍSTICAS DE OPERAÇÃO
Definida as dimensões e parâmetros de formas, nesta seção serão estimadas as
características de operação do navio proposto. As características a serem consideradas para
esta etapa são:
Potência do motor necessária para navegar a 15 nós ;
Peso leve;
Altura do centro de gravidade do navio leve;
Altura do centro de gravidade do navio carregado;
Deslocamento;
Estabilidade Inicial.
7.1. Potência do MCP
A estimativa preliminar da potência do MCP necessária para a velocidade requerida
foi calculada por meio da regressão de navios semelhantes e por meio do catálogo do
fabricante de motores (MAN B&W, 2007), obtendo assim um valor máximo, necessário para
as estimativas de peso.
A Figura 29 representa a regressão da relação da potência em KW com o DWT. Desta
forma, obteve-se o valor de 18835 KW para o DWT de 150000.
Figura 29 - Relação KW x DWT
Fonte: o Autor (2016)
A Figura 30 apresenta o método do fabricante para obter a potência, onde os dados de
entrada são o tipo de navio, o valor do DWT e a velocidade de navegação. Para este projeto,
y = -2,7986x2 + 86,532x - 649,46 R² = 0,9124
14
15
16
17
18
19
20
14 14,2 14,4 14,6 14,8 15 15,2 15,4 15,6 15,8 16 16,2
Po
tên
cia*
10
³ (K
W)
DWT*104 (ton)
Potência x DWT
KW x DWT Polinômio (KW x DWT)
31
tem-se então um valor resultante de potência de 16000 KW, mas por recomendação do
fabricante e as boas práticas calcula-se para + 0,5 nós, obtendo então 18000 KW.
Figura 30 - Potência requerida para petroleiros
Fonte: MAN B&W (2013)
O fabricante informa que as estimativas de potência são calculadas através do método
de Holtrop & Mennen’s, com motor a 90% e 15% de margem de mar.
Tabela 12 - Estimativa de potência
Nome Equação P (KW)
Regressão (86,532*DWT - 649,46 -2,7986*DWT^2)*10^3 18835,0
MAN B&W (H&M) P = f(DWT = 150000,V = 15,5 knots) 18000,0 Fonte: o Autor (2016)
A média aritmética resultou em uma potência de 18417,5 KW.
7.2. Peso leve
Ainda nesta fase do projeto torna-se desafiador determinar este parâmetro com
precisão, então estima-se o valor do peso leve dividindo-o em três partes:
Peso da estrutura em aço;
Peso de equipamentos e casaria;
Peso do MCP e motores auxiliares.
7.2.1. Peso da estrutura em aço (Wst)
A estimativa do peso da estrutura em aço se dá mediante as formulações abaixo onde
os parâmetros de entrada são, Lpp, boca e pontal:
32
Tabela 13 - Estimativa do peso da estrutura em aço
Nome Equação Wst (ton)
Petroleiros 0,0658*Lpp^1,7*B^0,102*D^0,886 20900,59
d'Almeida 0,0361*Lpp^1,6*B*D^0,22 25685,91
Harvald & J.Juncher 0,076*(Lpp*B*D+(0,8*B*(1,45*Lpp-11))) 23733,62
Fonte: o Autor (2016)
A média aritmética resultou em um peso estrutural de 23440,04 t.
7.2.2. Peso de equipamentos e casaria (Weh)
A estimativa do peso de equipamentos e casaria se dá mediante as formulações abaixo
onde os parâmetros de entrada são, Lpp, boca e pontal:
Tabela 14 - Estimativa do peso dos equipamentos
Nome Equação Weh (ton)
Petroleiros 0,045*Lpp^1,3*B^0,8*D^0,3 3578,20
d'Almeida 10,82*(Lpp*B*D)^0,41 1894,66
Cudina (0,28-Lpp/1620)*Lpp*B 1474,59
Castro Lpp*B*(0,36-0,00053*Lpp) 2764,96
Fonte: o Autor (2016)
A média calculada resultou em um peso de equipamentos de 2428,1 t.
7.2.3. Peso do MCP e motores auxiliares (Wmq)
Tabela 15 - Estimativa do peso do MCP e MCAs
Nome Equação Wmq (ton)
d'Almeida 2,41*P^0,62 1274,88
Fonte: o Autor (2016)
O peso leve é obtido somando os três pesos, onde:
Wl = Wst + Weh + Wmq = 27143,07 t
7.3. Altura do centro de gravidade do navio leve
O valor exato da posição do centro de gravidade é obtido com o cálculo detalhado de
pesos e centros de todos os itens. Para esta etapa será estimado por equações o centro de
gravidade.
33
Tabela 16 - Estimativa do KGwl
Nome Equação KG
(m)
W (ton)
Kupras | Estrutura em aço 0,01*D*(46,6+0,135*(0,81-
Cb)*(L/D)^2)+0,008*D*(L/B-6,5)
10,71 23440,0
4
Kupras | Equipamentos D+2,5 26,13 2428,10
Smith | MCP e MCAs 0,17*T+0,36*D 11,37 1274,88
Fonte: o Autor (2016)
Altura do centro de gravidade do navio leve é obtida pela equação abaixo:
KGwl = (Wst*KGst + Weh*KGeh + Wmq*KGmq) / Wl = 12,12 m
7.4. Altura do centro de gravidade do navio carregado (KGwf)
A estimativa do centro de gravidade para este caso utilizará o resultado do centro de
gravidade do navio leve e equações para determinar os KGs dos "pesos mortos".
Lamb (2004) apresenta os consumíveis típicos para navios Suezmax petroleiros
conforme a tabela abaixo:
Tabela 17 - Consumíveis típicos de um Suezmax
Consumíveis Peso (ton)
Combustível 4000
Diesel 360
Água doce 440
Lubrificantes 350
Fonte: Lamb (2004)
Tabela 18 - Estimativa do KGwf
Nome Equação KG (m) W (ton)
Combustível 0,78*D 18,43 4000
Diesel 0,14*D 3,31 360
Água doce 0,1*D 2,36 440
Lubrificantes 0,35*D 8,27 350
Carga (D-2,8)/2+2,8 13,21 144850
Navio leve Wl 12,12 27143,03
Fonte: o Autor (2016)
O método para o cálculo do KGwf ocorre de forma semelhante para obter o KGwl,
através da média ponderada dos KGs, onde os fatores ponderadores são os pesos. Temos
então:
34
KGwf = 13,11 m
7.5. Deslocamento (∆)
O deslocamento é calculado através das dimensões principais, do coeficiente de bloco
e da densidade da água como pode ser visto na tabela abaixo:
Tabela 19 - Estimativa do deslocamento
Equação ∆ (ton)
ρ*Lpp*B*T*Cb 181235,49
Fonte: o Autor (2016)
7.6. Estabilidade inicial
A estabilidade inicial do navio para uma situação de carga define-se por meio do valor
da altura metacêntrica (GM), conforme a equação abaixo:
GM = KM - KG
sendo KM e KG respectivamente as alturas do metacentro e do centro de gravidade.
Nesta etapa será calculado a estabilidade para o navio em plena carga. Para tanto o
KM será estimado por meio de equações.
Tabela 20 - Estimativa da altura do metacentro
Nome Equação KM (m)
Schneekluth B*((0,24*Cwp*B/(T*(Cm^(1/2))+2*Cb*T))+(0,9-0,3*Cm-0,1*Cb)/(B/T)) 19,59
Fonte: o Autor (2016)
O GM calculado foi de 6,48 m. Com este valor de GM obtido conclui-se que para as
dimensões principais projetadas assegura-se uma boa estabilidade inicial.
8. FORMAS
As formas do casco do navio influenciam de forma direta no seu desempenho durante
a navegação, logo, para esta seção, definiu-se que as zonas de popa e de proa são as de maior
relevância. Para a zona de proa será apresentando um bulbo e para a zona de popa um bulbo
de popa. Os resultados obtidos podem ser visualizados no Plano de Linhas e no modelo do
casco em 3D.
35
8.1. Bulbo de proa
Inicialmente, para desenvolver o bulbo para esse navio, analisou-se navios
semelhantes, para em seguida utilizar das equações para seu dimensionamento, no entanto
devido à complexidade optou-se dimensionar por meio de análises de resistência ao avanço
utilizando o método de Holtrop & Mennen’s, onde os parâmetros de entrada para o bulbo são:
altura do bulbo em relação a quilha e área transversal. Desta forma, após vários
dimensionamentos e comparação de resultados chegou-se no bulbo ótimo do tipo Nabla, com
os seguintes parâmetros:
Altura do bulbo: 6,98 metros;
Área transversal: 101,44 m²;
Então com estes parâmetros iniciais buscou-se detalhar as dimensões do bulbo
utilizando o método desenvolvido por Kracht (1978). Para o navio em questão com o número
de Froude equivalente a 0,15 recomenda-se que o bulbo apresente dimensões pequenas ou
inexistente, no entanto por fins de otimização optou-se utilizar bulbo. Desta forma para o
correto detalhamento, é necessário calcular 6 coeficientes de forma tal que estejam dentro do
intervalo da tabela abaixo:
Tabela 21 - Intervalos de valores para dimensionamento do bulbo
Parâmetros Sigla Intervalo
Coeficiente de Boca do Bulbo CBB 0,17 a 0,20
Coeficiente de Comprimento do Bulbo CLPR 0,018 a 0,031
Coeficiente de Altura do Bulbo CZB 0,26 a 0,55
Coeficiente de Área Transversal do Bulbo CABT 0,064 a 0,122
Coeficiente de Área Longitudinal do Bulbo CABL 0,068 a 0,146
Coeficiente Volumétrico do Bulbo CVPR 0,0011 a 0,00272
Fonte: Kracht (1978)
Ainda segundo Kracht (1978) para o cada coeficiente deve-se seguir as equações
abaixo utilizando as referências da Figura 31.
36
Figura 31 - Geometria do bulbo
Fonte: Kracht (1978)
Tabela 22 - Cálculos dos coeficiente do bulbo
Coeficiente Equação Cálculo Resultado
CBB Boca do Bulbo / Boca do navio 8,786 / 47,74 0,1840
CLPR LPR/LPP 5,693 / 263 0,0216
CZB ZB/Calado do navio 6,98 / 16,82 0,4149
CABT ABL / Área da Seção Mestra do Navio 63,76 / 795,35 0,0801
CABL ABT/ Área da Seção Mestra do Navio 101,44 / 795,35 0,1275
CVPR Volume do Bulbo / Volume do navio 463,1 / 180629 0,0025
Fonte: o Autor
Após serem efetuados os cálculos de validação do bulbo com o auxílio dos parâmetros
elaborados por Kracht (1978), conclui-se que a forma inicial utilizada, onde modelou-se
alguns bulbos comparando seus efeitos de forma positiva em relação a resistência ao avanço,
é válido, pois são condizentes com os intervalos dos coeficientes de dimensionamento de
bulbo. Sabendo então de suas vantagens frente a resistência ao avanço e dentro dos
parâmetros apresenta-se o bulbo na Figura 32.
37
Figura 32 - Bulbo dimensionado
Fonte: o Autor
8.2. Bulbo de popa
Esse apêndice apresenta como função fornecer ao hélice um fluxo de água uniforme,
no entanto seu dimensionamento analítico apresenta uma literatura escassa, então para poder
utilizar esse tipo de apêndice devido as suas vantagens, apenas foi reproduzido as linhas para
o desenvolvimento do casco em questão.
Figura 33 - Bulbo de popa
Fonte: Significant Ships (2012)
9. COMPARTIMENTAÇÃO
A compartimentação do navio proposto consistiu nos seguintes elementos:
Pique tanque de vante;
Pique tanque de ré;
Praça de máquinas;
Praça de bombas;
Tanques de consumíveis;
Duplo fundo;
38
Duplo costado;
Tanque de resíduos;
Tanques de carga;
Superestrutura;
A compartimentação é essencial, pois a partir dela gera-se o Arranjo Geral do navio,
informando e delimitando os volumes de carga, consumíveis e equipamentos do navio.
Muitos aspectos relativos à disposição geral do navio são determinados por
regulações, tanto de sociedade classificadoras como regras e convênios internacionais. Neste
projeto serão utilizados os seguintes os regulamentos Common Structural Rules for Double
Hull Oil Tankers (CSR) (2006), Convenção MARPOL (1973 e 1978) e Livro de Regras da
American Bureau of Shipping (2016).
9.1. Pique tanque de vante
De acordo com as regras da CSR, a distância da antepara do pique tanque de vante, a
partir do ponto de interseção da roda de proa da embarcação com a linha de flutuação onde foi
determinado o comprimento de regra (LL), deve ser:
0,08 LL < DaPV < 0,05 LL ou 10 m (o que for menor)
sabendo que LL = 264,35 m 21,15 < DaPV < 13,21 m
Assim sendo, definiu-se o posicionamento da antepara a 13,87 m a partir da PV em
direção a popa da embarcação.
9.2. Pique tanque de ré
A antepara do pique tanque de ré deve ser posicionada de forma que envolva o tubo
telescópico e a madre do leme em um compartimento estanque a água. Extraído de outros
projetos notou-se que é comum posicioná-la onde o casco toca a linha de base, para este
projeto utilizou-se este método prático, no entanto devido as linhas da popa do casco elegeu-
se uma distância de 12,83 metros da perpendicular de ré em direção a proa.
9.3. Praça de máquinas
Esse compartimento é destinada à alocação do MCP, dos MCAs, dos tanques de
consumíveis, além dos outros equipamentos de menores. Para estimar um comprimento da
praça de máquinas utiliza-se a expressão de Castro et. al (2007):
39
CPM = 0,28*Lpp0,67
+0,531*P0,35
sendo Lpp = 263 metros e P = 18417,5 KW, temos CPM = 28,2 m
Avaliando outros navios semelhantes decidiu-se utilizar o comprimento de 26,4
metros para a praça de máquinas.
9.4. Praça de bombas
Segundo a MARPOL 73/78, a praça de bombas deve estar isolada dos tanques de
carga devido ao grande risco de explosões. A partir da análise de navios semelhantes c,
observou-se que o comprimento da praça de bombas varia de 4 a 5 metros, então adotou-se
como sendo 4,7 metros.
9.5. Tanque de consumíveis
Os tanques de consumíveis se restringem ao espaço dentro da praça de máquinas. Os
tanques de óleo pesado e de diesel foram situados na antepara de vante da praça de máquinas
e foram arranjados de forma simétrica em relação ao plano diametral. Essa posição foi
elegida, pois como há variação do volume de combustível ao longo da viagem, gera-se um
trim com a variação do CG do navio.
O tanque de óleo lubrificante está posicionado abaixo do último piso da praça de
máquinas entre o MCP e a praça de bombas, dispostos simetricamente em relação ao plano
diametral.
Os tanques de água doce estão situados na antepara de ré da praça de máquinas, acima
do pique tanque de ré e abaixo do convés principal, um em cada bordo disposto
simetricamente. O volume de cada tanque levou em consideração os consumíveis típicos para
navios Suezmax petroleiros apresentados por Lamb (2004) presentes na Tabela 21.
A tabela abaixo relaciona os tanques de consumíveis com seus volumes em 90% e
100%
Tabela 23 - Volume dos tanques de consumíveis
Consumíveis Volume (m³)
90% 100%
Combustível 3428,57 3809,52
Diesel 381,17 423,53
Água doce 396 440
Lubrificantes 358,2 398
Fonte: o Autor (2016)
40
9.6. Duplo fundo
De acordo com as regras da CSR a altura do fundo duplo será o menor valor dentre os
descritos abaixo:
ddb = B / 15 (não podendo ser inferior a 1 metros) ou ddb = 2 metros
sabendo que B = 47,66 m ddb = 3,17;
Sendo assim, foi adotado um fundo duplo de 2 metros.
9.7. Duplo costado
De acordo com as regras da CSR a largura do duplo costado será o menor valor dentre
os descritos abaixo:
Wds = 0,5 + DWT /20.000 (não podendo ser inferior a 1 metros) ou Wds = 2 metros
sabendo que DWT = 150.000 ton Wds = 8 metros;
Sendo assim, foi adotado um duplo costado de 2 metros.
9.8. Tanques de resíduos
Segundo a MARPOL 73/78, embarcações com DWT superior à 70000 devem possuir
dois tanques de resíduos, onde o volume mínimo correspondente a 3% do total do volume de
carga.
Inicialmente estimou-se um valor do volume de carga de 167.200 m³, no entanto ao
rodar a espiral de projeto corrigiu-se esse valor para 152.473,7 m³. Então o volume do tanque
de resíduos deve ser de 4.574,2 m³.
Os tanques de resíduos foram localizados a uma distância de 7,2 metros da antepara da
praça de máquinas em direção a proa.
9.9. Tanques de carga
A região delimitada para a carga no navio compreende desde a antepara de vante do
tanque de resíduos até a antepara do pique tanque de vante. Avaliando navios semelhantes, os
mesmos apresentavam 12 tanques, desta forma o comprimento da região de carga foi dividido
em 12 tanques. Segundo a MARPOL 73/78, na seção mestra do navio os compartimentos
devem atender os seguintes regulamentos:
41
Regulamento 25(1): Para fins de cálculo do vazamento hipotético de óleo dos
petroleiros considerando avarias de extensão tridimensional, com forma de paralelepípedo, no
costado ou no fundo do navio, as seguintes considerações devem ser admitidas:
Avaria no costado - Extensão:
Longitudinal (Lc): (L2/3
) / 3 ou 14.5 metros, considerando o menor valor;
Transversal (Tc): B/5 ou 11.5 metros, considerando o menor valor;
Vertical (Vc): Pode ser considerado o tamanho do pontal;
Avaria no fundo - Extensão:
Longitudinal (Ls): a 0.3*L da perpendicular de vante do navio, L/10 e, em
qualquer outra região da embarcação tem-se L/10 ou 5 metros, considerando o
menor valor;
Transversal (Ts): a 0.3*L da perpendicular de vante do navio, B/6 ou 10
metros, considerando o menor valor, contudo este menor valor não pode ser
inferior a 5 metros e em qualquer outra região da embarcação pode ser
considerados 5 metros;
Vertical (Vs): Em qualquer região do navio deve ser considerado B/15 ou 6
metros considerando o menor valor;
Regulamento 23(1): Os vazamentos hipotéticos de óleo no caso de avaria no costado
(Oc) e no fundo (Os) serão calculados com relação aos compartimentos avariados e para todos
os locais concebíveis ao longo do comprimento do navio, pelas seguintes fórmulas:
Avaria do Costado:
Oc = ∑Wi + ∑Ki Ci
Avaria do Fundo:
Os = 1/3 (∑Zi Wi + ∑Zi Ci)
Onde:
Wi = volume de um tanque lateral em metros cúbicos que tenha sido avariado,
sendo que para um tanque de lastro segregado, Wi pode ser tomado como zero;
Ci = volume de um tanque central em metros cúbicos que tenha sido avariado,
sendo que para um tanque de lastro segregado, Ci pode ser tomado como zero;
Ki = 1-(bi/tc); quando bi for igual ou maior que tc, será tomado igual a zero;
42
Zi = 1-(hi/vs); quando hi for igual ou maior que vs, será tomado igual a zero;
bi = largura em metros do tanque lateral considerado, a partir do costado para
dentro perpendicularmente à linha de centro, no nível correspondente à borda
livre de verão determinada;
hi = altura mínima em metros do duplo-fundo considerado; onde não houver
duplo fundo, hi será tomado igual a zero;
Aplicando então, os valores resultantes da compartimentação assumida, tem-se:
Tabela 24 - Compartimentação
Itens Valores Und
Lc 13,683 m
Tc 0,952 m
Vc 23,630 m
Ls 5,000 m
Ts 7,943 m
Vs 3,177 m
Oc 16290,310 m³
Os 4024,916 m³
Fonte: o Autor (2016)
Regulamento 26(2): Os tanques de carga dos petroleiros deverão ser de tamanho e
possuir arranjos tais que os vazamentos hipotéticos, por meio de avarias no costado (Oc) ou
no fundo (Os), em qualquer local do comprimento do navio, não excedam 30.000 m³ ou
400*(DWT)1/3
, considerando o maior dos dois, sujeito a um máximo de 40.000 m³.
Regulamento 26(3): O volume de qualquer tanque lateral de carga de um petroleiro
não deverá exceder 75% dos limites do vazamento hipotético de óleo referido anteriormente.
O volume de qualquer um dos tanques centrais de carga não deverá exceder de 50.000 m³.
Regulamento 26(4): O comprimento de cada tanque de carga não deverá ser superior a
10 m ou a um dos seguintes valores abaixo, considerando o que for maior. Sabendo que este
navio apresenta uma antepara longitudinal, então a fórmula de interesse é a seguinte:
LTQ = (0,25*bi/B + 0,15)*L
sabendo que bi = 21,83 m, B = 47,66 m e L = 263 m
temos então LTQ = 69,56 m
43
O comprimento estabelecido para os 10 maiores tanques foi de 34,5 m e o
comprimento transversal dos tanques foi de 21,83 metros. Pode-se constatar que os valores de
Oc e Os são menores que 40.000 m³, então os tanques de carga atendem aos regulamentos
previamente mencionados.
9.10. Tanques de lastro
Segundo a MARPOL 73/78, os tanques de lastro não apresentam divisões na Linha de
Centro e são segregados. O arranjo da embarcação sugere que os tanques de lastro se
localizem no costado e duplo fundo, pois não pode haver contato direto dos tanques de carga
(óleo) com a água do mar.
Regulamento 18(1): Todo petroleiro novo para transporte de óleo cru, com tonelagem
igual ou superior a 20.000 DWT deve ser provido de tanques de lastro segregado.
Regulamento 18(2): A capacidade dos tanques de lastro segregado deverá ser, pelo
menos, tal que em qualquer condição de lastro em qualquer parte da viagem, incluindo as que
consistam de peso leve acrescido somente de lastro segregado, os calados e o trim possam
preencher cada uma das seguintes exigências:
O calado moldado a meio navio (dm) em metros (sem levar em consideração qualquer
deformação do navio) não deverá ser inferior a:
dm = 2 +0,02*L
dm = 7,26 m
Os calados nas perpendiculares a vante e a ré deverão corresponder aos calados
estabelecidos para meio navio (dm), juntamente com um trim de popa não maior do
que:
trim = 0,015*L
trim = 3,945 m
Em qualquer situação, o calado na perpendicular à ré não deverá ser inferior ao que for
necessário para obter a imersão total do hélice.
Definido os itens acima calcula-se a quantidade de lastro necessário capaz de garantir
a estabilidade do navio e a imersão do propulsor.
Para a MARPOL 73/78 o propulsor deve apresentar uma margem de 3,3 m, então:
44
Tré = Dh + 3,3
o valor estimado para o hélice é de Dh = 8,3 m;
Tré = 11,6 m
Sabendo que o trim máximo é 3,945 m, o calado de qualquer baliza será dado por:
T = - x* trim/Ltotal + Tré
Para analisar a meia nau, com x = 136,7 m e Ltotal = 273,4 m:
T = 7,65 m
Conclui-se então que o calado mínimo permitido a meia nau atende a regra. O maior
tanque de lastro encontra-se em seguida da antepara da praça de máquinas com o
comprimento de 41,66 metros, os demais acompanham os comprimento dos tanques de carga.
9.11. Superestrutura
A superestrutura é disposta sobre o convés principal, acima da praça de máquinas.
Para o projeto, foram feitos três decks, um convés do passadiço e um convés do tijupá. Neste
projeto será adotado o pé-direito dos conveses igual a 2,875 m, com exceção do passadiço que
é de 2,65 m.
Buscou-se atender a Convenção do Trabalho Marítimo (2006) e SOLAS 1974/1988
verificando projetos de compartimentos e cabines de diferentes projetos e estimou-se uma
tripulação de 25 tripulantes de acordo com navios semelhantes (Significant Ships). As
recomendações de habitabilidade e as áreas mínimas para cabines e para refeitório são:
- Habitabilidade
não haverá área habitada nos pique tanques de vante e de ré;
evitar acomodações à ré da chaminé;
- Áreas mínimas para cabines
10 m² em navios DWT ≥ 10 000;
roupeiro com possibilidade de fecha-lo à chave, com uma capacidade mínima
de 475 litros e uma gaveta, com uma prateleira;
- Áreas mínimas para refeitórios
A área mínima nos refeitórios é de 1,0 m² por pessoa devendo existir lugares
para todos simultaneamente.
45
- Visibilidade do passadiço
Visibilidade da superfície do mar por um oficial no convés do passadiço não
obstruída por menos de 500 metros.
9.12. Chaminé
Visando impedir que resíduos da queima dos combustíveis não interfiram na
visibilidade, definiu-se uma chaminé com o topo acima do convés do tijupá a 5,3 m, valor este
extraído de navios semelhantes (Significant Ships).
9.13. Lotação
Para a embarcação foi determinado um valor de 25 tripulantes, desta forma foram
divididos da seguinte forma para o convés:
- Convés
1 - Comandante;
1 - Imediato;
3 - Oficiais de náutica;
2 - Marinheiros de convés;
2 - Moços de convés;
- Máquinas
1 - Chefe de máquinas;
1 - Sub chefe de máquinas;
2 - Oficiais de máquinas;
3 - Marinheiros de máquinas;
3 - Moços de máquinas;
- Câmara
1 - Cozinheiro;
1 - Auxiliar de cozinha;
2 - Taifeiro;
- Outros
1 - Enfermeiro;
1 - Eletricista;
46
10. CASCO
Com os as estimativas realizadas com base nas solicitações de projeto modelou-se o
casco em um programa computacional, obtendo os seguintes resultados:
Figura 34 - Casco modelado vista de proa
Fonte: o Autor (2016)
Figura 35 - Casco modelado vista de popa
Fonte: o Autor (2016)
Durante a modelagem alguns coeficientes e dimensões foram sendo alterados, buscou-
se sempre atender as solicitações iniciais de projeto, obtendo os seguintes resultados:
Tabela 25 - Dados gerais do navio
Item Valor Und
LOA 273,4 m
Lpp 263,0 m
Lwl 267,79 m
Boca 47,74 m
Pontal 23,42 m
Calado 16,82 m
47
Cb 0,83
Cp 0,83
Cwp 0,9206
Volume deslocado 180629 m³
Superfície molhada 19311 m²
1/2 angulo de entrada 24,3 deg
Fonte: o Autor (2016)
Bem como os dados dos casco são necessários, compreender como as
estruturas estão dispostas no navio são de grande importância, visto que podem ser previstas
possíveis interferências durante a construção, operação e demais problemas que podem ser
evitados.
Figura 36 - Navio modelado 3D - vista de proa
Fonte: o Autor (2016)
Figura 37 - Casco modelado 3D - vista de popa
Fonte: o Autor (2016)
11. ESTRUTURA
Para o dimensionamento estrutural do navio utilizou-se as normas da Classificadora
ABS (American Bureau of Shipping), o memorial de cálculo encontra-se na planilha
48
eletrônica "ESCANTILHÕES_TANKER". Para o escantilhonamento, os comprimentos e
coeficientes anteriormente definidos para o navio tornam-se parâmetros de entradas nas
equações. Por se tratar de uma embarcação tanque os requisitos dimensionais começam pelas
alturas e distância do duplo fundo e duplo costado, com isso seguindo os passos da norma
define-se os espaçamentos entre:
Transversais: 770 mm;
Longitudinais: 750 mm;
Verticais: 860 mm;
Cavernas gigantes: 3080 mm;
Dessas informações, são obtidas as espessuras mínimas das chapas e perfis, no entanto
os valores realmente utilizados são valores comerciais, sempre acima do mínimo. Por tanto
temos as seguintes espessuras:
- Chapas
Fundo = 28 mm;
Duplo fundo = 23 mm;
Costado = 25 mm;
Duplo costado = 25 mm;
Convés = 19 mm;
- Perfis
Hastilha = 2000 x 16 mm;
Escoa = 2000 x 16 mm;
Longarina = 2000 x 21 mm;
Caverna gigante = 2000 x 16 mm;
Sicorda = T - 260 x 16 160 x 12 mm;
Vau = T - 260 x 16 x 160 x 16 mm;
Longitudinal do fundo = T - 385 x 15 x 150 x 15 mm;
Longitudinal do duplo fundo = T - 385 x 15 x 150 x 15 mm;
Longitudinal do tanque de asa inferior = T - 385 x 15 x 150 x 15 mm;
Longitudinal do caixão inferior = T - 385 x 15 x 150 x 15 mm;
Longitudinal do costado = T - 260 x 19 x 180 x 19 mm;
49
Longitudinal do duplo costado = T - 260 x 19 x 180 x 19 mm;
Longitudinal de convés = T - 150 x 12 x 100 x12 mm;
Longitudinal do caixão superior = T - 150 x 12 x 100 x12 mm;
- Antepara corrugada
Colisão = 23 mm;
Longitudinal = 21 mm;
Transversal = 21 mm;
A Classificadora, ainda por meio de equações, fornece o valor mínimo do módulo de
seção para a seção mestra do navio, então os perfis e chapas anteriormente dimensionados são
arranjados na seção de forma a atender o critério.
A fim de garantir que a estrutura dimensionada é confiável, analisou-se a estrutura
utilizando a teoria simples de viga e como primeiro resultado, atendeu-se o módulo de seção
mínimo solicitado pela ABS que equivale a 348709,6 cm²*m.
Tabela 26 - Módulo de seção
Módulo Valores Und
Convés 349725,28 cm²*m
Fundo 659957,62 cm²*m
Duplo fundo 865105,59 cm²*m
Costado 1322157,77 cm²*m
Duplo costado 896761,23 cm²*m
Fonte: o Autor (2016)
Por fim a análise completa, das tensões primárias, secundárias e terciária, refere-se as
tensões nos pontos considerados críticos e comparando com o limite de escoamento do aço
ASTM 131 equivalente a 250 MPa, obteve-se a seguintes tensões:
Tabela 27 - Tensão total
σ elemento Valores Und
Chapa do convés 181,03 MPa
Chapa do fundo 149,60
MPa
Chapa do duplo fundo 171,08
MPa
Chapa do costado 114,817 MPa
Chapa do duplo costado 153,79 MPa
50
Flange longitudinal do fundo 101,896 MPa
Flange longitudinal do duplo fundo 80,36 MPa
Fonte: o Autor (2016)
O elementos sujeitos a compressão se mal dimensionados podem falhar, então
buscando conhecer essa possibilidade de falha analisou-se os reforçadores estruturais
longitudinais utilizando a hipótese bi-apoiada, pois fornece os valores mais extremos para
esse caso e como resultado as chances de flambagem para a condição analisada é nula.
Tabela 28 - Flambagem de reforçadores longitudinais
Elemento σ atuante (MPa) σ crítica de flambagem (MPa)
Longitudinal de convés 181,03 219,86
Longitudinal de costado 114,81
201,07
Longitudinal do duplo costado 153,79 201,07
Longitudinal do duplo fundo 80,36 238,51
Longitudinal do fundo 101,89 238,51
Fonte: o Autor (2016)
11. RESISTÊNCIA AO AVANÇO
A resistência ao avanço foi obtida por meio da Série 60, onde utilizando os parâmetros
das dimensões e formas do navio calcula-se o coeficiente de resistência de atrito e extrai do
gráfico da série o coeficiente residual, ambos variando em função da velocidade de interesse.
Tabela 29 - Dados da embarcação para cálculo da resistência ao avanço
Dimensões Valor Uni
LOA 273,4 m
Lpp 263,0 m
Lwl 267,79 m
Boca moldada 47,74 m
Superfície molhada 19311 m²
Cb 0,83
Cp 0,83
Fonte: o Autor (2016)
51
Figura 38 - Gráfico para extração do coeficiente residual
Fonte: Serie 60 (1963)
Realizado os cálculos para CF e CR obtém-se o CT para cada velocidade e em seguida
temos a resistência ao avanço e a potência de EHP do navio. Para encontrar CR, os valores de
Cb e Cp foram aproximados para 0,80. Assim os valores encontram-se abaixo:
Tabela 30 - Cálculo de RT e EHP
Velocidade (Knots) CF (10-3
) CR (10-3
) CT (10-3
) RT (KN) EHP (KW)
10 1,4722 3,0661 4,5384 1188,71 6115
11 1,4553 3,0398 4,4951 1424,62 8062
12 1,4401 3,0269 4,467 1684,88 10401
13 1,4263 3,0125 4,4389 1964,88 13141
14 1,4137 3,0198 4,4336 2276,08 16393
15 1,4022 3,035 4,4372
2614,97 20179
Fonte: o Autor (2016)
52
Figura 39 - Resistência ao Avanço
Fonte: o Autor (2016)
O memorial de cálculo encontra-se na planilha eletrônica "PETROLEIRO_150000".
12. SISTEMA PROPULSIVO
Tendo os dados básicos do navio em questão, grande parte dos navios tanque
avaliados apresentam apenas uma linha de eixo, motores de baixas rotações e sem caixa
redutora (Significant Ships). Para a definição do propulsor deve-se ter em conta uma séries de
fatores importantes que são:
O objetivo básico de obter o máximo rendimento possível para reduzir os custos de
construção e operação do navio;
Apresentar o mínimo de cavitação no regime da velocidade de operação;
O número de pás é um fator relevante para os fenômenos de cavitação, rendimento e
vibrações no eixo e no motor principal;
A resistência estrutural tanto do hélice, eixo e demais elementos do sistema propulsivo
deve ser suficiente para evitar riscos de falhas durante a vida do navio;
O diâmetro do hélice deve ser o máximo possível para fornecer a máxima eficiência;
Os requisitos da Sociedade Classificadora devem ser cumpridos referentes a interação
entre hélice-casco-leme-eixo.
0
5000
10000
15000
20000
25000
9 10 11 12 13 14 15 16
Po
tên
cia
(K
W)
Velocidade (nós)
53
12.1. Número de pás
A grande maioria dos petroleiros analisados, dispõem de hélices de 4 ou 5 pás,
visto que a de 3 pás originam problemas de vibração e cavitação, por tanto serão utilizadas as
opções de 4 e 5 pás da série B-Troost, obtendo resultados para comparação de eficiência,
cavitação e demais fatores relevantes.
12.2 Cálculo do propulsor
Até esta etapa do projeto para o propulsor temos apenas a resistência ao avanço do
navio para as variadas velocidades. Para dimensionar o hélice devemos conhecer a interação
do casco com o propulsor, portanto essa interação ocorre principalmente devido ao fato da
velocidade da água na esteira da embarcação ser menor que a velocidade da mesma. Nesta
resolução será utilizada a equação de Taylor (1981) onde obtém o fator de esteira (w):
Tabela 31 - Fator de esteira
Nome Equação w
Taylor -0.05+0.50*Cb 0,36
Fonte: o Autor (2016)
Com o coeficiente de esteira relacionamos a velocidade de avanço (Va) com a
velocidade da embarcação (V) pela equação abaixo, ambas em m/s:
Va = V*(1-w)
onde: Va = 4,938 m/s
Devido a redução da força propulsiva é calculado o coeficiente de redução da força
propulsiva (t) segundo Schronherr para um hélice:
t = 0,6*w
onde: t = 0,216
Aplicando a análise dimensional utilizando os referidos coeficientes de força
propulsiva (Kt) e de avanço (J), pelas respectivas equações abaixo:
Kt = T / (p*n2*
D4)
J = Va / (n*D)
54
onde: T = força propulsiva;
p = massa específica do fluido;
n = rotação do propulsor;
D = diâmetro do propulsor.
Combinado as equações de Kt e J, temos a equação abaixo que permite buscar a
máxima eficiência (η):
Kt = Rt*J2 / (p*D
2*(1-t)*(1-w)
2*V
2)
onde: Rt = resistência ao avanço
Como temos os as variáveis:
ρ = 1,025 g/m3;
D = 8 m;
t = 0,216;
w = 0,36;
V = 7,716 m/s (15 Knots);
resulta na equação:
Kt = 2,085*J2
Com a equação de Kt plotou-se nos gráficos (Figura 38) para a série B-TROOST com
4 e 5 pás, com Ae/A0 no intervalo de 0.40 até 0.100 classificado 3 possibilidades para cada
condição a fim de comparar a porcentagem de cavitação no dorso. Com as informações
coletadas dos gráficos temos a Tabela 32 para o diâmetro de 8 m com a características
geométricas, eficiências e RPM dos hélices:
Figura 40 - Procediemnto para obtenção de η da série B-TROOST 5.60
Fonte: o Autor (2016)
55
Tabela 32 - Hélices mais eficientes para o navio
Hélice Eficiência (%) Ae/A0 P/D J RPM
B-TROOST 4.40
42,22 0,40 0,8 0,3325 111
B-TROOST 4.45
41,99 0,45 0,8 0,3336 111
B-TROOST 4.50
41,77 0,50 0,8 0,3345 111
B-TROOST 5.50
42,31 0,50 0,8 0,3424 108
B-TROOST 5.55
42,30 0,55 0,8 0,3435 108
B-TROOST 5.60
42,23 0,60 0,8 0,3442 108
Fonte: o Autor (2016)
A fim de evitar o fenômeno da cavitação e suas consequências nefastas será utilizado o
Diagrama de Burril que é orientado pelas equações abaixo e a Tabela 33:
Onde: ;
E = Altura do bolso em relação a linha de base;
T
Pv pressão de vapor (Kpa).
Tabela 33 - Pressão de vapor em função da temperatura
ºC Pv (KPa)
15 1,75
20 2,3
25 3,15
Fonte: Molland (2008)
Temos então para as características geométricas dos hélices da Tabela 32 os valores
para entrada no Diagra de Burril e % de cavitação no dorso na Tabela 34 para o diâmetro de 8
metros. Para melhor compreensão da região em que se encontra cada condição do hélice na
Figura 41.
56
Tabela 34 - Valorer de entrada para o Diagrama de Burril e resultados de cavitação
Hélice % de cavitação no dorso
B-TROOST 4.40
0,361 0,3951 34
B-TROOST 4.45
0,321 0,3992 26
B-TROOST 4.50
0,289 0,3992 20
B-TROOST 5.50
0,305 0,4212 23
B-TROOST 5.55
0,277 0,4212 18
B-TROOST 5.60
0,254 0,4212 14
Fonte: o Autor (2016)
Figura 41 - Diagrama de Burril
Fonte: Molland (2008)
Para este projeto, o hélice atingiu valores muitos elevados de cavitação, onde a menor
porcentagem de cavitação atingida foi de 14% e a geometria do melhor hélice consta na
Tabela 35 para o diâmetro de 8 m:
Tabela 35- Geometria do hélice escolhido
B-TROOST 5.60
Eficiência 42,23%
Ae/A0 0,60
Nº de pás 5
P/D 0,8
J 0,3442
RPM 108
Fonte: o Autor (2016)
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,05 0,15 0,25 0,35 0,45 0,55 0,65 0,75 0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35 1,45 1,55
τ
σ D1: 2,5% de cavitação no dorso D2: 5% de cavitação no dorso D3 : 10% de cavitação no dorso D4: 20% de cavitação no dorso D5: 30% de cavitação no dorso B-TROOST 4.40 B-TROOST 4.45 B-TROOST 4.50 B-TROOST 5.50 B-TROOST 5.55 B-TROOST 5.60
57
Com o dado do EHP requerido e definido o hélice é dimensionado a potencia do
motor:
Tabela 36 - BHP necessário para o hélice dimensionado
Características técnicas do Motor
Potência - 90 % de BHP 47784 KW
Potência - 100 % de BHP 53093 KW
Fonte: o Autor (2016)
Conforme consta na tabela acima o valor obtido da potência do motor não condiz com
a realidade da potência dos navios SUEZMAX semelhantes (Significant Ships), desta forma
deve ser revisto principalmente na resistência ao avanço, pois utilizou-se um método antigo e
com condições de contorno diferente do navio ora projetado (série 60).
Para fins de obter um conjunto condizente de motor-casco-hélice calculou-se a
resistência ao avanço pelo método de Holtrop & Mennen, resultando então em uma
resistência ao avanço navegando a 15 Knots de 1733 KN e um EHP de 13407 KW. Com estas
informações e o auxílio do software "Hélice versão 1" utilizando os dados de entrada de w =
0,36, t = 0,216 e Cp = 0,83.
Tabela 37 - Hélice dimensionado com Rt obtido por H&M
B-TROOST 4.100
Diâmetro 8 m
Eficiência 45,1%
Ae/A0 1
Nº de pás 4
P/D 1,1
J 0,5
RPM 70
Cavitação 2,5%
Fonte: o Autor (2016)
Com estas novas informações e o valor do novo EHP requerido, é dimensionado o
motor:
Tabela 38 - MCP requerido
Margem de operação
(%)
Potência (KW)
90 29727,27
100 33030,00
Fonte: o Autor (2016)
58
Para o a escolha do motor utilizou-se informações do fabricante, neste caso MAN
B&W, observando a Figura 40 é fácil notar que o motor a ser escolhido deve ser o "G80ME -
C9" com a potência de 36080 KW e RPM de 70, devido a sua região de operação para a
potência requerida e a rotação necessária.
Figura 42 - Motores e pontos de operação
Fonte: MAN B&W (2016)
Para fins de alinhamento de informações com a praça de máquinas e
consequentemente validação do espaço destinado ao motor na praça de máquinas, abaixo são
apresentadas as principais informações motor.
Figura 43 - Perfil do motor G80ME - C9
Fonte: MAN B&W (2012)
59
Figura 44 - Principais dimensões do motor G80ME - C9
Fonte: MAN B&W (2012)
A correta disposição do motor com a estrutura do navio e consequentemente o alinhamento
entre a linha de eixo e hélice, deve-se seguei o modelo representado a baixo recomendado
pelo fabricante.
Figura 45 - Disposição do MCP no casco
Fonte: MAN B&W (2012)
O memorial de cálculo para conferência encontra-se na planilha eletrônica
"PETROLEIRO_150000".
13. DOCUMENTOS ESTATUTÁRIOS
As notas de arqueação, de Borda-livre, estudo de estabilidade e memorial descritivo
seguiram as normas correspondentes ao seu escopo e ao tipo de navio que está sendo tratado,
60
no caso um petroleiro. Para arqueação utilizou-se a regra da NORMAM 01, bem como seu
exemplo para o memorial descritivo, para Borda-livre a regra da Convenção Internacional
sobre Linhas de Carga (1966) e para estabilidade utilizou-se a Adoção do Código
Internacional Sobre Estabilidade Intacta, 2008 (Código IS de 2008). Esses documentos
encontram-se na planilha “MEMORIAL”.
13.1 Memorial Descritivo
O memorial descritivo em sua essência tem como objetivo descrever
pormenorizadamente todo o projeto de desenvolvimento do projeto, lembrando sempre que
este documento não é o projeto em si.
Conhecida as propriedades do memorial, esta seção consta nesse projeto apenas para
justificar as informações que não foram explanadas anteriormente neste projeto.
- Características do serviço da embarcação
O navio em questão foi projetado desde seu início para a velocidade de 15 knots, com
dois tanques de combustível (ρ = 0,95 ton/m³) cada um com 1504,76m³ e o motor comercial
utilizado do fabricante MAN B&W com 36080 kW de potência e cosumo (SFOC) de 167
g/kwh. Com esses dados e com o auxílio da equação abaixo calcula-se o raio de ação.
Raio de ação = 3558 milhas
- Geração de energia
Para a apresentação dos equipamentos de geração de energia é necessário realizar o
balanceamento elétrico, então, extraindo essas informações de navios semelhantes
(Significant Ships, 2012), neste caso do suezmax Brightway e Eagle San Antonio que
utilizam motores a diesel com potência de 960 kW e 900 RPM, geradores trifásicos de
220V/60 Hz, tipo CA com potência de 910 KVA.
- Equipamentos de carga
Da mesma forma que para o item anterior o navio semelhante utilizado como base foi
o FS Diligence (Significant Ships, 2012) que possui um guindaste de 15 ton e outro de 1 ton
e para as bombas de carga utilizou-se os dados do navio Stena Supreme, do tipo vertical, um
estágio, centrífuga, dupla sucção, com 3800 m³/h x 135 m (S.G. 1,025).
61
- Equipamentos de salvatagem
Navios SOLAS devem cumprir com a Convenção SOLAS 74 e suas emendas, onde é
obrigatório a dotação de bote de resgate e colete para toda a tripulação, assim sendo,
determinou-se um baleeira de fibra do tipo queda livre, classe I, com capacidade para 25
pessoas, propulsada a motor diesel e 25 coletes também classe I.
As boias salva vidas foram dimensionadas pelo ANEXO 4-B da NORMAM 01/DPC
2005, neste caso por se tratar de uma embarcação SOLAS, destinada ao transporte de carga e
comprimento de regra superior a 200 metros a quantidade de boias deve ser de no mínimo 14
boias classe I. Ainda também apesar do ANEXO 4-C da mesma norma anterior recomendar
para metade das boias com dispositivo de iluminação de auto-ativação e sinal fumígeno de
auto-ativação utilizou-se o mesmo valor calculado anterior, no caso 14.
- Equipamentos de incêndio
Os extintores foram dimensionados conforme o ANEXO 4-F da NORMAM 01/DPC
2005, onde 8 extintores pó químico de 4 kg foram alocados para o passadiço, sala de rádio,
acomodações, cozinha e paiol e 11 extintores CO2 de 6kg foram direcionados para a praça de
bombas e máquinas.
Utilizou-se uma bomba de incêndio com capacidade de 40 m³/h por acionamento
elétrico, atendendo a os critérios mínimos de 15 m³/h da NORMAM 01. Ainda também de
navios semelhantes (Significant Ships, 2012), para este caso o Stena Supreme aplicou-se a
mesma capacidade, 25 m³/h, por acionamento elétrico.
- Equipamentos de lastro
Do navio Stena Supreme pode-se extrair a capacidade das bombas de lastros, 450
m³/h, bem a quantidade, no caso duas, aplicando ao navio projetado.
- Equipamentos náuticos e de rádio
Conforme as normas da SOLAS 74 e dados extraídos de navios semelhantes
(Significant Ships, 2012) os equipamentos que a embarcação estará dotada são:
Náuticos:
Agulha magnética de governo;
Agulha giroscópica;
Radar 9 Gh - 24 milhas;
Ecobatímetro;
62
Piloto automático;
Indicador de ângulo de leme.
Rádio:
Equipamento principal do tipo HF/SSB com potência de 150 watt;
Equipamentos de emergência do tipo VHF com potência de 25 watt.
63
13. CONCLUSÃO
O trabalho de desenvolvimento do projeto de um navio petroleiro estimulou o autor a
realizar muitas buscas e consequentemente pôde-se desenvolver novas habilidades com
ferramentas já conhecidas e aprender novas também. Notou-se que o fator tempo é
preponderante no desenvolvimento de um projeto com várias voltas na espiral de projeto.
O navio desenvolvido passou por diversas etapas, sendo que em cada uma o mesmo
ajustava-se dentro de equações e modelagens, no entanto é válido ressaltar que as mudanças
que o navio sofre são em favor das solicitações do cliente, para este caso um navio Suezmax
petroleiro com 150.000 DWT e velocidade de operação de 15 nós.
A espiral de projeto quando bem desenvolvida traz bons resultados, pois para este caso
pode-se observar na estrutura dimensionada que o navio apresenta um bom coeficiente de
segurança para as condições de carregamento proposta pela classificadora.
A ferramenta computacional sempre oferece grandes vantagens durante o
desenvolvimento, por tanto como proposta para a próxima etapa espera-se realizar simulações
numéricas para este navio.
Ainda também pode-se notar que equações elaboradas no século passado ainda são
empregadas para dimensionamento preliminares do propulsor, no entanto esses valores podem
levar um erro exponencial para demais equipamentos, tornando-os superdimensionados, por
tanto é sempre válido buscar outras fontes, para fins de comparação e evitar erros de projeto.
O navio ora projetado para 150.000 DWT, teve seu BHP dimensionado em valores
comercias 36080 kW e deslocamento de 185.114,725 toneladas, refletindo em uma eficiência
energética de 4,15 DWT/kW e um eficiência estrutural de 0,81.
64
14. REFERÊNCIAS
ABS. Regras para Construção de Navios de Aço do American Bureau of Shipping, 2016.
Autoridade do Canal do Panamá. Ficha de la ampliación del Canal de Panamá / AFP,
2016.
British Petroleum. Safety at sea: a century of progress. Disponível em:
<http://www.bp.com/en/global/corporate/bp-magazine/observations/safety-at-sea-a-century-
of-progress.html> Acesso em: 21 de setembro de 2016.
Castro, R.A.; Azpíroz, J.J.; Meizoso, M. “El proyecto
básico del buque mercante”, Ed. Fondo Editorial de Ingenieria Naval; Pub.
2007.
Common Structural Rules for Double Hull Oil Tankers (CSR)” publicada pela IACS e em
vigor desde 1 de Abril de 2006.
FONSECA, M. M., Arte Naval, 7ª. ed. Rio de Janeiro, Serviço de Documentação da
Marinha, 2005, Volumes 1 e 2;
Holtrop J. A statistical re-analysis of resistance and propulsion data. International
Shipbuilding Progress, Vol. 31, 1984, pp. 272–276
IHS Maritime. Ports and Terminals Guide, 2015; Mídia em CD.
International Convention on Load Lines, 1966
International Maritime Organization, Resolução MSC.267(85) (adotada em 4 de Dezembro de
2008) - Adoção do Código Internacional sobre Estabilidade Intacta, 2008 (Código IS de
2008).
Lamb, T. (Written by an international group of authorities); “Ship design
and construction”, Ed. Society of Naval Architects and Marine Engineers, Pub
2004.
Kracht A. M. Desing of Bulbos Bows. SNAME Transactions, Vol. 86, 1978, pp. 197-217
MAN B&W. Propulsion Trends in Tankers. Dinamarca, 2013. (Catálogo comercial)
65
MAN B&W. Two stroke-engines Disponível em: <http://marine.man.eu/two-stroke/2-stroke-
engines/overview>. Acesso em: 1 de dezembro de 2016
MAN Diesel A/S. Propulsion Trends in Tankers. Copenhagen, Denmark, August 2007.
MAN Diesel & Turbo. MAN B&W G80ME-C9.2-TII. Dinamarca. 2012. (Catálogo
comercial
MARPOL 73/78 - International Convention for the Prevention of Pollution From Ships,
1973 as modified by the Protocol of 1978, IMO.
Marine Insight, 2016a. Different Types of Tankers: Extensive Classification of Tanker
Ships Disponível em:<http://www.marineinsight.com/types-of-ships/different-types-of-
tankers-extensive-classification-of-tanker-ships/> Acesso em: 20 de setembro de 2016.
Marine Insight, 2016b. After the Big Spill, What Happened to the Ship Exxon Valdez?.
Disponível em: <http://www.marineinsight.com/maritime-history/big-spill-happened-ship-
exxon-valdez/> Acesso em: 20 de setembro de 2016.
MOLLAND, A. F. (ed). The Maritime Engineering Reference Book. 1ª. ed. Editora
BH, 2008.
NORMAM-01 - Normas da Autoridade Marítima para embarcações empregadas na
navegação em mar aberto – DPC
Significant Ships. Publicação anual da RINA
SOLAS – International Convention for the Safety for Life at Sea – IMO (Edição de
Novembro de 2000)
The Guardian, 2013. Spanish government cleared of blame for Prestige oil tanker
disaster. Disponível em: <https://www.theguardian.com/world/2013/nov/13/spanish-prestige-
oil-tanker-disaster> Acesso em: 21 de setembro de 2016.
WATSON, D. G. M. Practical Ship Design. Ed. Elsevier, Oxford, UK, 1998.
World Maritime News, 2014. Suezmax Tanker Market on the Rebound. Disponível em:
<http://worldmaritimenews.com/archives/138819/suezmax-tanker-market-on-the-rebound/>
Acesso em 25 de setembro de 2016.
66
ANEXO 1
Nome do Navio Ano Dwt Lpp LOA Boca Pontal Calado Velocidade Deslocamento AB Tanques KW RPM Cp. volume
Liquido (m³)
RIO 2016 2013 142100 264 278,5 48 23,1 16,0 14,8 183400 83067 14 15200 81,8 167500
Samba Spirit 2013 142190 267 282,14 49 23,6 16,2 14,6 - 83,882 13 14270 81,8 164540
Brightway 2012 145800 264 274 48 23,5 16,0 15,7 185000 83830 14 18100 89 176500
Eagle San Antonio 2012 145946 267 274,29 49 23,3 16,2 16,0 182672 80783 14 16400 82,2 175066
Stena Supreme 2012 147090 264 274,23 48 23,3 16,0 14,6 182914 81187 14 15720 81,4 175746
Spyros 2011 145000 264 274,2 48 23,1 16,0 15,7 - 81000 6 18660 91 170000
Mikela P 2009 144452 264 274,34 48 23,1 16,0 15,8 183839 81347 14 18660 91 173826
APEX SPIRIT 2008 159400 264 274 48 23,2 16,0 15,3 - 81732 - 18918 91 -
WALTZ 2008 150096 263 274,2 48 22,4 16,0 15,8 - 78809 - 16668 94 -
TOUR 2007 158817 264 274,47 48 23,1 17,1 15,0 182617 81295 - 17093 91 167931
SKS SEGURA 2007 158784 264 274,27 48 23,1 16,0 15,7 182672 81380 - 18881 91 167531
CARP 2007 159018 264 274,29 48 23,2 17,0 15,2 182680 81324 - 17335 91 167262
SONANGOL NAMIBE 2007 158425 264 274 48 23,7 16,9 15,0 182016 83469 - 17093 91 167811
LENI P. 2007 159233 264 274,26 48 23,1 17,1 15,7 182672 81339 - 18881 91 167986
ICE EXPLORER 2006 146427 263 274,2 48 22,4 16,0 15,3 169802 77636 - 18239 92 156886
Scf Byrranga 2005 159200 264 274 48 23,1 17,1 15,7 - 81076 14 18895 91 167931
Cape Brindisi 2005 159195 264 274 48 23,1 17,1 15,7 - 81076 14 14778 91 171732
Energy Skier 2005 159150 264 274 48 23,1 17,0 15,7 - 81345 14 18888 91 167972
Scf Aldan 2005 159062 264 274 48 23,1 17,1 15,7 - 81076 12 18895 91 171730
Jag Lalit
Jag Lok
2005
2005
158344
158280
264
264
274
274,19
48
48
23,1
23,1
16,0
17,0
15,8
15,8
-
-
81396
81396
12
12
18623
18623
91
91
171755
171755
Ottoman Nobility 2005 152622 258 269,19 48 24,4 16,2 15,0 - 79903 14 18888 91 166392
67
Nome do Navio Ano Dwt Lpp LOA Boca Pontal Calado Velocidade Deslocamento AB Tanques KW RPM Cp. volume
Liquido (m³)
Aegean Angel 2004 159200 264 274 48 23,1 16,0 14,5 - 81074 14 16762 91 170780
Desh Shanti 2004 157957 264 274 48 23,1 17,0 15,1 182027 84261 14 13649 87 171093
Olympic Future 2004 155039 263 273,97 48 23,3 17,1 16,0 179993 80591 14 16770 91 165075
Erviken 2004 152146 264 274,57 48 23,6 16,4 15,2 175508 82647 14 18623 87 168756
Sks Senne 2003 159391 264 274,2 48 23,1 17,1 15,7 182655 81270 14 18660 91 167532
Scf Valdai 2003 159313 264 274,48 48 23,1 17,0 15,4 182617 81085 12 18881 91 167930
Yannis P. 2002 159924 264 274 48 23,7 17,0 15,1 - 83616 14 18558 91 178828
Delaware 2002 159453 264 274,2 48 23,1 17,1 15,7 - 81270 12 16762 91 167531
Scf Caucasus 2002 159173 264 274,48 48 23,1 17,1 15,0 - 81085 14 18881 91 167931
Voyager 2002 149991 262 272 45,6 24 17,0 15,0 - 79525 16 12372 91 162591
Filikon
Seatriumph
2002
2002
149989
149953
263
264
274,2
274
48
50
22,4
23,1
16,0
15,9
15,4
15,5
-
-
78845
84598
12
12
14800
16763
97
91
166700
178372
Georgios S. 2001 159981 264 274 48,36 23,7 17,0 15,6 - 83616 12 15175 91 167807
Front Melody 2001 150500 262 272 45,6 24 17,1 14,6 - 79525 14 12370 91 162592
Front Symphony 2001 150500 262 272 45,6 24 17,1 14,6 - 79525 14 12372 91 172850
Genmar Spyridon 2000 159959 264 274,26 48 23,1 17,1 15,7 182655 81151 12 15226 91 167531
Ottoman Dignity 2000 152923 258 269,19 46 24,4 17,5 15,2 - 79751 14 13836 91 166392
Cosmic 2000 150284 263 274,2 48 22,4 16,0 15,4 - 78918 12 15810 97 166696
Majestic 2000 150284 263 274,2 48 22,4 16,0 15,2 - 78918 12 15810 97 166700