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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO SISTEMA SANGUÍNEO DUFFY EM DUAS LOCALIDADES ENDÊMICAS PARA MALÁRIA VIVAX NA AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA PAULO ROBERTO RIBEIRO DE LIMA MANAUS 2010

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Os polimorfismos do grupo sanguíneo Duffy são importantes em áreas onde Plasmodium vivax é predominante, porque essa molécula

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO SISTEMA SANGUÍNEO DUFFY EM DUAS LOCALIDADES ENDÊMICAS PARA MALÁRIA VIVAX NA AMAZÔNIA

OCIDENTAL BRASILEIRA

PAULO ROBERTO RIBEIRO DE LIMA

MANAUS

2010

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PAULO ROBERTO RIBEIRO DE LIMA ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO SISTEMA SANGUÍNEO DUFFY EM DUAS

LOCALIDADES ENDÊMICAS PARA MALÁRIA VIVAX NA AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em Convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, para obtenção do título de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas.

Orientador (a): Prof. Dr. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda

Co-orientador (a): Dr. Sérgio Roberto Lopes Albuquerque

MANAUS 2010

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEA

L732e

Lima, Paulo Roberto Ribeiro de. Estudo da prevalência do sistema sanguíneo duffy em duas localidades endêmicas para malária vivax na amazônia ocidental brasileira. / Paulo Roberto Ribeiro de Lima; orientador Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda. - Manaus: [s. n.], 2011.

63 f. ; il. ; 30 cm + CD.

Dissertação (Mestrado em Doenças Tropicais e Infecciosas) Universidade do Estado do Amazonas, 2011. Inclui bibliografia.

1. Doenças Tropicais e Infecciosas. 2. Malária - Plasmodium vivax. 3. Fator Duffy. I. Lacerda, Marcus Vinícius Guimarães de II. Título.

CDU(1997) 616.936

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FOLHA DE JULGAMENTO

ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO SISTEMA SANGUÍNEO DUFFY EM DUAS LOCALIDADES ENDÊMICAS PARA MALÁRIA VIVAX

NA AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA

PAULO ROBERTO RIBEIRO DE LIMA

“Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas, aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor de Vieira Dourado”.

Banca Julgadora:

______________________________________ Prof. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, Dr.

Presidente

______________________________________ Prof. Sérgio Roberto Lopes Albuquerque, Dra.

Membro

______________________________________

Profª. Maria Paula Gomes Mourão, Dr. Membro

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Dedicatória À minha família, amigos, colegas de trabalho e orientadores pelo apoio, força, incentivo, companheirismo e amizade. Sem eles nada disso seria possível.

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AGRADECIMENTOS

• A Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para

superar as dificuldades, mostrar os caminho nas horas incertas e me suprir em todas as minhas necessidades.

• Ao meu orientador Profº Dr. Marcus Lacerda, pela confiança, partilha do

saber e por todas as valiosas contribuições para o trabalho. Acima de tudo, obrigado por me redirecionar nesta jornada. Com certeza teria sido muito mais difícil sem o seu apoio.

• Ao Dr. Sérgio Albuquerque pelo apoio técnico e incentivo a mim oferecido.

Sua participação foi imprescindível para a execução do trabalho.

• À Sheila Vitor e Roberto Reys pela parceria no município do Careiro e pelo apoio amigo ao longo da execução do projeto.

• À equipe do Projeto Epidemiologia da Malaria no Careiro: Juscelino

Torres dos Santos, Eliana Costa Lima, Detila Achão de Paula, Rosa Gomes Cavalcante, Maria Alexandre dos Santos e Arlan Damasceno de Freitas.

• As minhas parceiras de laboratório Lucianna Tezza e Anne Almeida, meu

muito obrigado.

• Às grandes amigas Margarida Laranjeira, Cynthia Ferreira, Layla Roja, Waldelice que foram meus alicerces emocionais contribuindo com sua amizade e carinho ao estarem sempre presentes com gestos e palavras de incentivo durante os últimos anos.

• Ao meu irmão, minhas irmãs e minha filha, pelo carinho, paciência e

incentivo.

• Agradeço, de forma muito carinhosa, a minha mãe, pois sua paciência infinita e sua crença absoluta na minha capacidade de realização foram, indiscutivelmente, fundamentais na construção e execução deste trabalho.

Obrigatório - A todas as pessoas e instituições que de maneira relevante contribuíram para a realização do trabalho. Não esquecer de incluir os nome da UEA, FMTAM, SUFRAMA, CAPES, FMURAKI.

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RESUMO

A malária, doença infecciosa causada por protozoários do gênero

Plasmodium, é um dos principais problemas de saúde pública em países em desenvolvimento. O Brasil é responsável por mais de 50% dos casos de malária registrados no continente americano, estando a doença praticamente restrita aos estados da Amazônia legal. O Município do Careiro, local de estudo situado no estado do Amazonas, é considerado uma área hiperendêmica. Os polimorfismos do grupo sanguíneo Duffy são importantes em áreas onde Plasmodium vivax é predominante, porque essa molécula atua como um receptor para o parasita. No entanto, reportes recentes apontam para individuos Duffy negativos infectados por esse parasito, sugerindo outras formas de invasão eritrocitária. No presente estudo, estimamos a prevalência dos genótipos do grupo sanguíneo Duffy em duas localidades com alta incidência para malária vivax. Os genótipos mais frequentes foram encontrados FYA/FYB (37,8%), FYA / FYA (22,6%), FYB/FYB (13,4%), FYA/FYB-33 (12,9%) e FYB/FYB-33 (9%). Baixas frequências foram detectadas nos genótipos FYB-33/FYB-33 (2,4%), FYA/FYX (1,3%) e FYB/FYX (0,9%). Não foi encontrado o genótipo FYX/FYX. Evidenciamos também um caso de infecção por P. vivax entre os indivíduos do grupo Duffy-negativos (homozigoto FYB-33). A identificação do parasito foi determinada por gota espessa e por PCR em tempo real, e a do grupo Duffy por meio de genotipagem usando PCR/RFLP e de fenotipagem usando teste de hemaglutinação em cartão de gel. Estes achados apontam para a necessidade de mais estudos epidemiológicos de malária por P. vivax na Amazônia Brasileira. É necessário esclarecer a possível transmissão do P. vivax entre os habitantes Duffy-negativo da região amazônica brasileira, e a função dos diversos genótipos na incidência e na apresentação clínica da malária.

Palavras chave: Malária, Fator Duffy, Plasmodium vivax, Grupo Sanguíneo, Prevalência.

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ABSTRACT

Malaria, an infectious disease caused by protozoa of the genus Plasmodium,

is one of the main public health problems in developing countries. Brazil accounts for more than 50% of malaria cases registered in the American continent, and the disease is virtually restricted to the states of the legal Amazon. The Municipality of Careiro, study area located in Amazonas state, is considered an hyperendemic area. The Duffy blood group polymorphisms are important in areas where P. vivax is predominant, because this molecule acts as a receptor for the parasite. However, recent reports point to Duffy negative patients infected by this parasite, suggesting other forms of erythrocyte invasion. In this study, we estimated the prevalence of the Duffy blood group genotypes in two locations with high incidence of malaria vivax. Most frequent genotypes were FYA/FYB (37.8%), FYA/FYA (22.6%), FYB/FYB (13.4%), FYA/FYB-33 (12.9%) and FYB/FYB-33 (9%). Low frequencies were detected in genotypes FYB-33/FYB-33 (2.4%), FYA/FYX (1.3%) and FYB/FYX (0.9%). FYX/FYX was not found. We also evidenced a case of P. vivax among Duffy-negative individuals (homozygous FYB-33). The parasite identification was determined by thick smear and by real-time PCR, and the Duffy status by genotyping using PCR / RFLP and by phenotyping using hemaglutination test in gel card. These findings highlight the necessity for further epidemiological studies of P. vivax malaria in the Brazilian Amazon. It is necessary to elucidate the possible transmission of P. vivax among the inhabitants with Duffy-negative blood group from Brazilian Amazon region, and the role of the different genotypes on the incidence and the clinical presentation of malaria. Keywords: Malaria, Factor Duffy, Plasmodium vivax, Blood Group, Prevalence.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Número de casos de malária registrados no Brasil entre 1960 a 2009............. 11

Figura 2: Incidência parasitária anual (IPA) da malária por município de infecção, Amazônia Legal, 2006. Ministério da Saúde, 2007.......................................................... 12

Figura 3: Número de casos de malária notificados nos últimos cinco anos no município do Careiro, Ministério da Saúde, 2007............................................................................. 13

Figura 4: Ilustração do sistema sanguíneo Duffy com seus respectivos genótipos e fenótipos............................................................................................................................. 15

Figura 5: Ilustração do ciclo do Plasmodium vivax em humanos mostrando a interação das proteínas ligantes do parasita com os antígenos Duffy durante a invasão dos eritrócitos............................................................................................................................. 17

Figura 6 - Localização no município do Careiro do Projeto de Assentamento Agrícola Panelão e da Comunidade Céu Azul na BR 319....................................... 22

Figura 7: Curva de dissociação da PCR em tempo real demonstrando a temperatura específica dos produtos de PCR feitos para P. vivax (75ºC) em paciente Duffy negativo Fy( a-b-).............................................................................................................................. 27

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Frequência dos fenótipos Duffy encontrada na população estudada................. 27

Tabela 2. Prevalência dos genótipos do grupo sanguíneo Duffy na população de estudo.................................................................................................................................. 28

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

1.1 A malária no estado do Amazonas ............................................................................. 12

1.2 A malária no município do Careiro .............................................................................. 13

1.3 O grupo sanguíneo Duffy ............................................................................................ 13

1.4 Grupo sanguíneo Duffy e malária ............................................................................... 16

1.5 Técnica de PCR/RFLP ................................................................................................ 18

1.6 PCR e Diagnóstico de Malária..................................................................................... 19

2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 21

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 21

2.2 Objetivo Específico...................................................................................................... 21

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 22

3.1 Tipo de Estudo ............................................................................................................ 22

3.2 Área de Estudo ........................................................................................................... 22

3.3 Amostra ....................................................................................................................... 23

3.4 Critérios de Inclusão ................................................................................................... 23

3.5 Seleção dos participantes ........................................................................................... 23

3.5.1 Censo preliminar ....................................................................................................... 24

3.5.2 Corte transversal ....................................................................................................... 24

3.5.3 Seguimento de Coorte .............................................................................................. 24

3.6 Diagnóstico por hemoscopia ....................................................................................... 25

3.7 Determinação do fenótipo Duffy................................................................................... 25

3.8 Genotipagem do sistema sanguíneo Duffy .................................................................. 25

4. RESULTADOS................................................................................................................ 28

5. DISCUSSÃO .................................................................................................................. 30

6.PERSPECTIVAS FUTURAS........................................................................................... 35

7. CONCLUSÃO................................................................................................................. 36

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 37

9. ANEXOS ........................................................................................................................ 42

9.1 Anexo 1 - TCLE ........................................................................................................... 36

9.2 Anexo 2 - Questionário de visita transversal ............................................................... 44

9.3 Anexo 3 - Questionário de detecção passiva .............................................................. 45

9.4 Anexo 4 - Questionário Protocolo de PCR/RFLP ....................................................... 46

9.5 Anexo 5 - Questionário de Fenotipagem..................................................................... 59

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9.6 Anexo 6 - Questionário de Resultados......................................................................... 63

9.7 Anexo 7 – Aprovação do CEP...................................................................................... 64

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1. INTRODUÇÃO

A malária é um dos maiores problemas de saúde pública nos países em

desenvolvimento. Estima-se que a incidência mundial seja de 500 milhões de casos

com o número de morte entre um a três milhões de pessoas. A doença é

considerada endêmica em 107 países e territórios, sendo o continente africano a

região mais atingida(1).

É uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Plasmodium,

onde quatro espécies parasitam o homem: P. falciparum, P. vivax, P. malariae, P.

ovale. Das quatro, o Plasmodium vivax é o de maior prevalência e menor

mortalidade sendo atribuídos ao Plasmodium falciparum os casos de malária severa,

com complicações clínicas, possivelmente, fatais. A maior virulência atribuída ao P.

falciparum está, principalmente, relacionada à capacidade do parasita de

citoaderência e roseteamento em capilares profundos de órgãos vitais(2).

Recentemente Plasmodium knowlesi tem sido implicado também em doença

humana, inclusive com gravidade clínica.

Entre os países da América do Sul, o Brasil é responsável por mais de 50% dos

números de casos registrados de malária e as infecções causadas pelo P. vivax

prevalecem no território brasileiro desde o final da década de 80 (Figura 1).

Figura 1: Número de casos de malária registrados no Brasil entre 1960 a 2009.

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1.1 A malária no Estado do Amazonas

Mesmo sendo de grande incidência, a malária não ocorre de maneira

homogênea no território brasileiro, estando praticamente restrita aos estados da

Amazônia legal, localizados ao norte do país (Figura 2). Devido aos focos

endêmicos da região o Ministério da Saúde tem intensificado as ações de controle

nesses estados que juntos registram altos níveis de incidência parasitária anual

(IPA) sendo responsáveis por 99,5% dos casos de malária no Brasil(3). O estado do

Amazonas contribui com grande parte da porcentagem anual de casos de malária na

Amazônia Legal tendo registrado 198.987 notificações em 2007 correspondendo a

37,77% do total nacional(4).

Figura 2: Incidência parasitária anual (IPA) da malária por município de infecção, Amazônia Legal, 2006. Ministério da Saúde, 2007.

Na região da Amazônia Legal foram identificados e classificados 71 municípios

como áreas de alto risco para malária. A transmissão nessa área está relacionada a

fatores biológicos (alta densidade de mosquitos vetores); geográficos (altos índices

de pluviosidade, amplitude da malha hídrica e a cobertura vegetal); ecológicos

(desmatamentos, construção de hidroelétricas, estradas, sistemas de irrigação e

açudes); e sociais (numerosos grupos populacionais residindo em habitações

inadequadas)(5, 6).

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No estado do Amazonas, apesar da elevada incidência da doença, os casos de

malária não se encontram uniformemente distribuído entre seus municípios, Manaus

concentra grande parte do total registrado no estado, em 2007 foram notificados

49.838 casos o que corresponde a 25,05% do total(7).

1.2 A malária no Município do Careiro

O Município do Careiro localiza-se a 102 km de Manaus possuindo uma

população estimada em 31.000 indivíduos, sendo considerado uma área

hiperendêmica para a malária. Em 2007 apresentou 9.230 casos notificados o

correspondente a 4,6% do total no estado do Amazonas(7).

Ao longo dos últimos cinco anos, de 2003 a 2007, houve um crescente aumento

no número de casos de malária no município (Figura 3). O gráfico mostra um

crescente número de casos de malária no período de junho a setembro (4).

Figura 3 – Número de casos de malária notificados nos últimos cinco anos no município do Careiro, Ministério da Saúde, 2007.

1.3 O Grupo sanguíneo Duffy

O Sistema Duffy (Fy) foi identificado em 1950 por Cutbush et al., sendo o

primeiro grupo sanguíneo a ser determinado a um loco autossômico específico(8) em

eritrócitos através de aloanticorpos encontrados no soro de um hemofílico

politransfundido que reconheceu o antígeno Fya(9). No ano seguinte, Ikin et al.

0

500

1000

1500

2000

2500

J F M A M J J A S O N D

Months of the year

Nu

mb

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of

rep

ort

ed

cases

2003

2004

2005

2006

2007

Meses do ano

mer

o d

e ca

sos

noti

fica

dos

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4

descreveram o antígeno Fyb (10). Sendo os outros antígenos Fy3, Fy4, Fy5 e Fy6

descritos nas décadas seguintes.

Em 1987, o primeiro anticorpo monoclonal murino obtido anti-Fy6 definiu o

determinante antigênico Fy6 tornando-se importante nos estudos estruturais e

funcionais do sistema Duffy, já que o antígeno Fy6 está presente em todas as células

Duffy-positivo, mas ausente em células Duffy-negativo. Outros anticorpos anti-Fy6

monoclonais foram produzidos e usados como instrumento que auxiliaram tanto no

isolamento de proteínas Duffy quanto para a clonagem desse gene(11).

O maior avanço no conhecimento do sistema de grupo sanguíneo Duffy foi

alcançado com a clonagem do gene FY, localizado na região 1q22-23 do

cromossoma 1. A glicoproteína Duffy (gpFy) atravessa a membrana nove vezes,

possuindo um domínio extracelular N-terminal e um domínio intracelular C-

terminal(12). A glicoproteína é caracterizada por dois alelos: FYA e FYB. Os dois se

diferem um do outro pela troca de uma base no nucleotídeo 125. No FYA a base é

guanina (G) e no FYB a base é adenina (A). O resultado desta substituição são

aminoácidos diferenciados para cada alelo. FYA produz códon para o aminoácido

glicina enquanto FYB para ácido aspártico(13).

Os alelos A e B do sistema sanguíneo Duffy formam os genótipos FYA/FYA,

FYB/FYB e FYA/FYB, produzindo os fenótipos Fy (a+b-), Fy (a-b+), Fy (a+b+) e Fy

(a-b-) (figura 4). O fenótipo Fy (a-b-) representa a ausência do antígeno Duffy. A

maioria dos africanos ocidentais e cerca de 68% dos negros americanos não

expressam os antígenos Fya ou Fyb em seus eritrócitos(14).

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Figura 4: Ilustração do sistema sanguíneo Duffy com seus respectivos genótipos

e fenótipos.

O fenótipo Fy (a-b-) em negros mostrou ser devido a uma mutação pontual -33

T→C na região promotora do GATA Box que leva ao silenciamento do gene

FYB(15,16). É ocasionado pelo polimorfismo de um único nucleotídeo na sequência

TTATCT (relacionada com fatores GATA de transcrição) presente nos alelos A e B.

Esta sequência é mutada para TTACCT no fator GATA-1 específico para eritrócito

levando a inibição do gene no tecido hematopoiético, mas não nos outros tecidos(17).

A mutação -33C é normalmente associada ao gene do FYB sendo muito rara

encontrar-se associado ao gene FYA(18).

Além da mutação do GATA Box outra mutação comum ocorre na região

codificadora do gene FYB modificando-o para o gene FYX. Resulta da substituição

265 C→T associada com a 298 G→A responsável pela expressão muito baixa ou

não funcional do antígeno Fyb caracterizando assim o antígeno Fyx(19).

Estudo realizado por Horuk et al.(20) mostrou que os antígenos do grupo

sanguíneo Duffy exercem a função de receptores de quimiocinas o que levou a

denominação, para tais antígenos, de Antígeno Duffy para Receptor de Quimiocinas

(DARC, em inglês). Mostrou-se neste trabalho que a IL-8 liga-se de forma mínima ou

até mesmo nula com eritrócitos Duffy negativo. Também foi visto, no mesmo estudo,

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que anticorpos monoclonais para antígenos Duffy impediam a ligação de IL-8 em

eritrócitos Duffy positivo.

A IL-8 é um ligante do DARC eritróide que possui baixo peso molecular com

aproximadamente 8kDa, produzida pela maioria das células do organismo,

principalmente macrófagos e células endoteliais, exercendo importante papel no

processo de migração celular. A IL-8 atua como potente indutor de quimiotaxia para

neutrófilos. Quando introduzida na circulação se liga rapidamente ao DARC eritróide

tornando-se desta forma incapaz de ativar neutrófilos. Com isso o DARC acaba

funcionando como “escoadouro” para a IL-8 lançada na circulação.

Consequentemente o DARC acaba servindo como fator limitante da estimulação de

leucócitos já que promove uma redução da IL-8 sanguínea(21).

A presença do DARC em células endoteliais das vênulas pós-capilares,

associado a sua capacidade de absorção de quimiocinas, sugere que esta proteína

pode estar envolvida na cascata inflamatória participando na formação do gradiente

de quimiocinas responsáveis em lançar os linfócitos na circulação para os sítios de

inflamação(22). Apesar de em tese apresentar um papel de regulador da resposta

imune, poucos estudos tem se ocupado do entendimento do papel do receptor

DARC e suas variantes genéticas na modulação da resposta imune em doenças

infecciosas.

1.4 Grupo sanguíneo Duffy e malária

A glicoproteína Duffy, além de se ligar a várias quimiocinas, também pode atuar

como facilitador no processo de invasão dos eritrócitos para o Plasmodium vivax(19)

(figura 5). Os antígenos do sistema sanguíneo Duffy acabam funcionando como

receptores para os ligantes merozoítas do P. vivax os quais contém os domínios

DBL (Duffy Binding Ligand)(23).

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Figura 5: Ilustração do ciclo do Plasmodium vivax em humanos mostrando a interação das proteínas ligantes do parasita com os antígenos Duffy durante a

invasão dos eritrócitos.

Barnwell et al.(23) em 1989, utilizando anticorpos monoclonais Fy6, demonstraram

que a glicoproteína Duffy eritrocitária é necessária como ligante na invasão de

hemácias humanas por merozoítos de P. vivax.

A especificidade dos parasitos da malária pelas hemácias parece depender do

número de interação entre ligantes e receptores(21). Em P. vivax, o ligante merozoíta

que interage com o DARC foi identificado como Duffy Binding Protein (DBP)(24).

Entretanto, apesar se ser um receptor reconhecido de invasão de P. vivax, tem se

especulado a existência de outros receptores de invasão celular deste parasito.

Além disso, a evidência epidemiológica de que na África, onde a maior parte da

população é Duffy negativa, a circulação de P. vivax é limitada, fez com que se

entendesse o fator Duffy como essencial para a infecção por P. vivax.

Alguns trabalhos têm indicado associação dos grupos sanguíneos Duffy quanto

à susceptibilidade à infecção pelo Plasmodium vivax(25-27). Cavasini et al.(25) relatam

uma alta frequência dos alelos FYA e FYB entre pacientes com a doença. E entre os

genótipos, o FYA/FYB e FYA/FYA aparecem relacionados a uma elevada frequência

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de infecção pelo Plasmodium vivax, sugerindo que estes indivíduos tenderiam a

maior risco de infecção pelo parasito.

Albuquerque et al.(28) em estudo recente realizado no estado do Amazonas

também encontrou os genótipos FYA/FYB e FA/FYA associados ao aumento da

frequência de infecção pelo P. vivax. Entre os demais genótipos encontrados o

FA/FYB-33 e FYB/FYB-33 aparecem associados à diminuição da taxa de infecção,

já o FYA/FYX e FYB/FYX apesar de não aparecerem associados à taxa de infecção,

mostraram-se associados ao baixo nível de densidades parasitárias detectadas. O

problema de tais estudos é que utilizaram como grupo controle pacientes sem

malária, em uma avaliação transversal, mas que não estavam necessariamente

expostos ao risco da doença.

O fenótipo Duffy negativo, diferente dos demais é conhecido como uma resposta

adaptativa que confere resistência à infecção eritrocitária por Plasmodium vivax,

devido tal grupo não expressar os antígenos Fy na superfície das hemácias. Porém

pouco se conhece sobre a susceptibilidade ao P. vivax entre os indivíduos Duffy

negativo com alelos heterozigotos (+/-)(29).

Cavasini et al.(30) relataram o achado de dois indivíduos com fenótipo Fy (a-b-) e

genótipo com a mutação FYB-33/FYB-33 com evidências de infecção por malária

vivax ambos na região amazônica. Pasvol(31) verificou indivíduos Duffy negativo

acometidos pela infecção causada por P. vivax na Amazônia e na África sugerindo

evidências de adaptações naturais do P. vivax em áreas endêmicas para malária.

Tais achados começaram a mudar a concepção de que apenas o sistema Duffy era

utilizado pelo parasito no processo de invasão celular, alavancando uma nova frente

de investigação básica sobre a biologia do parasito.

1.5 Técnica de PCR/RFLP

É um método que possibilita amplificar sequências específicas de um DNA alvo e

quando aplicada ao diagnóstico clínico oferece resultados mais precisos e

confiáveis(32).

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O polimorfismo no comprimento de fragmentos de DNA digerido (RFLP) é obtido

através do tratamento do DNA com enzimas de restrição, que o corta em

determinados pontos (sítios de restrição), gerando fragmentos(33).

A técnica de PCR-RFLP utilizada na genotipagem molecular de grupos

sanguíneos é realizada quando uma mutação polimórfica está associada com a

alteração (produção ou remoção) de um sítio de enzima(s) de restrição. Este

procedimento possibilita a amplificação concomitante de ambos os alelos, com um

único par de oligo nucleotídeos. Assim, uma reação positiva (produto de PCR

amplificado) é observada com ambos os alelos que servem como um controle

interno. A diferenciação dos alelos é feita depois da digestão do produto de PCR

com uma enzima de restrição (capaz de identificar a mutação de ponto) e análise em

eletroforese, ferramenta que permite a visualização do tamanho dos fragmentos de

DNA produzidos (34).

1.6 PCR e Diagnóstico de Malária

Na busca de novos métodos laboratoriais mais sensíveis para o diagnóstico

de malária, a biologia molecular tem disponibilizado ferramentas úteis nesse

processo. A técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), utilizada

atualmente para o diagnóstico de várias doenças infecciosas, tem se mostrado

eficaz quanto à sensibilidade e a especificidade comparada ao exame microscópico.

A técnica da PCR, desenvolvida por Kary Mullis, reproduz in vitro a habilidade

natural de replicação do DNA. É um método que possibilita amplificar seqüências

específicas de um DNA alvo e quando aplicada ao diagnóstico clínico oferece

resultados mais precisos e confiáveis(32).

Para a detecção dos Plasmodium sp. em amostras sanguíneas humanas, a

PCR amplifica a seqüência conservada do gene da subunidade menor do RNA

ribossomal do Plasmodium spp. (SSUrRNA).(35)

Atualmente, a PCR em tempo real vem ganhando espaço nos laboratórios de

pesquisa. O diferencial é que a mesma oferece resultados em menor tempo e com

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10

menor possibilidade de contaminação(35). Esta variação da PCR convencional

oferece a mesma sensibilidade que o nested PCR(36) sendo assim, aplicável na

detecção de infecções de malária mista e com baixo nível de parasitemia(37, 38).

De acordo com os estudos citados, verificamos a importância da glicoproteína

eritrocitária Duffy no processo de invasão de hemácias humanas pelo Plasmodium

vivax, porém pouco se conhece sobre a influência das mutações nesta glicoproteína

na densidade parasitária, como também sobre a associação dos genótipos Duffy

com a proteção ou risco à infecção pelo parasito. Contudo buscamos realizar neste

estudo a prevalência dos genótipos do grupo sanguíneo Duffy em uma área

endêmica de malária na região amazônica.

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11

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Estimar a prevalência dos genótipos do grupo sanguíneo Duffy em moradores

de duas localidades da Amazônia Ocidental Brasileira.

2.2 Objetivo Específico

Investigar a ocorrência de infecção por Plasmodium vivax em indivíduos

Duffy-negativo na população estudada.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Tipo de Estudo

Para a estimativa de cada genótipo do grupo sanguíneo Duffy entre a população

estudada foram utilizadas amostras sanguíneas obtidas no corte transversal

realizado em novembro de 2009.

Para verificarmos a ocorrência de infecção por Plasmodium vivax em indivíduos

Duffy-negativo na população estuda, utilizamos os resultados obtidos no estudo de

coorte realizado pelo projeto parceiro Epidemiologia da Malária no Município do

Careiro. O estudo contou com detecção passiva e ativa dos casos de malária vivax

por gota espessa e PCR no período de agosto de 2008 a dezembro de 2010.

3.2 Área de Estudo

Município do Careiro

O estudo foi desenvolvido em duas localidades no município do Careiro

localizado no Estado do Amazonas, na 7ª Sub-Região (Região do Rio Negro –

Solimões), às margens do Rio Castanho (figura 6).

O assentamento agrícola Panelão foi criado pelo INCRA em 1998 e localiza-se

na BR-319 (Manaus - Porto Velho), no km 117, no município do Careiro. É um ramal

de 9 km dividido em seis vicinais. Por se tratar de uma área relativamente isolada,

há um baixo fluxo migratório entre os moradores.

A Comunidade Céu Azul localiza-se as margens da BR 319, do km 118 ao km

149. É uma área de 31 km também localizada no município do Careiro.

Ambas comunidades representam bem o perfil das novas áreas de ocupação

na Amazônia Brasileira, motivadas pela agricultura familiar e pela distribuição de

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terras, o que perpetua o ciclo de doenças como a malária, com ampla variabilidade

genética do hospedeiro, procedente de diversas partes do país.

Figura 6 - Localização no município do Careiro do Projeto de Assentamento Agrícola Panelão e da Comunidade Céu Azul na BR 319.

3.3 Amostra

Foram incluídas todas as pessoas residentes nas localidades escolhidas que

cumpriram os critérios de inclusão e que aceitaram participar do estudo.

3.4 Critério de Inclusão.

Aceitar participar do estudo proposto.

3.5 Seleção dos participantes

Este estudo faz parte do projeto “Epidemiologia da Malária no município do

Careiro”, que está sendo desenvolvido pela Fundação de Medicina Tropical Dr.

Heitor Vieira Dourado - FMT/VHD desde o ano de 2008, nas referidas comunidades,

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sendo a população de estudo comum aos dois projetos. O projeto tem financiamento

do CNPq e da Fundação Cellex, em Barcelona.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aplicado aos

participantes do estudo foi elaborado pelo projeto parceiro sendo comum para

ambos (anexo1), tendo sido aprovado pelo Comitê de ética de Pesquisa em Seres

Humanos da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (anexo 7).

3.5.1 Censo preliminar

As comunidades participantes do estudo foram submetidas a um censo

preliminar que indicou o total de famílias residentes no assentamento Panelão e

comunidade Céu Azul, possibilitando estimar o número real de moradores (673

moradores).

3.5.2 Corte transversal

Durante a realização do corte transversal feito em novembro de 2009, as

pessoas que cumpriram com os critérios de inclusão foram convidadas a participar

no presente estudo, solicitando-lhes previamente a assinatura no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Aos voluntários menores de 18 anos foi

solicitada a assinatura dos pais ou responsáveis legais. Dos 673 moradores

cadastrados pelo censo, 465 foram incluídos neste estudo.

Coletamos de cada participante, uma amostra de aproximadamente 300

microlitros (µL) de sangue total em tubos de 0,5 mL contendo 20 µL de EDTA. A

amostra de sangue foi coletada da porção digital do dedo. As informações obtidas

foram registradas em formulário padrão (questionário de visita transversal, anexo 2)

3.5.3 Seguimento de Coorte

No período de agosto de 2008 a dezembro de 2010 foi realizada a detecção

passiva de casos de malária em caráter permanente. O acompanhamento constou

de diagnóstico laboratorial (utilizando o método da gota espessa). As informações

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obtidas também foram registradas em formulário padrão (Questionário de detecção

passiva, anexo 3).

3.6 Diagnóstico por hemoscopia

A leitura das lâminas foi feita por técnicos treinados e com experiência no

diagnóstico por microscopia. Esta etapa do projeto foi realizada no posto de saúde

das próprias comunidades. Os critérios para o exame das lâminas seguiram o

padrão de rotina já estabelecido pelo Ministério da Saúde.

3.7 Determinação do fenótipo Duffy

Das amostras testadas, 465 foram incluídas neste estudo. Os fenótipos do

sistema sanguíneo Duffy foram determinados pelo método clássico de

hemaglutinação em cartões de gel (Diamed®), utilizando anticorpos anti-Fya e anti-

Fyb padronizados pela mesma empresa. O procedimento técnico de fenotipagem por

gel centrifugação seguiu rigorosamente o protocolo padronizado e validado no

Hemocentro do Amazonas (HEMOAM), garantindo assim um resultado confiável

quanto à especificidade para a expressão antigênica do sistema sanguíneo Duffy

(POP_MAL_LB_004_v02_PT, item 7; anexo 6).

3.8 Genotipagem do sistema sanguíneo Duffy

A extração do DNA das 465 amostras foi realizada a partir de sangue total

utilizando os “kits” de extração Wizard® Genomic DNA Purification Kit (Promega®),

seguindo o protocolo estabelecido pelo fabricante (POP_MAL_LB_005_v02_PT,

anexo 6).

Após o procedimento de extração do DNA as amostras foram submetidas à

técnica de PCR/RFLP. A etapa de amplificação do DNA foi dividida em duas PCRs,

uma para a determinação do grupo sanguíneo Duffy e mutação FYX (PCR Duffy) e

outra para a determinação da mutação do GATA Box (PCR GATA).

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A reação em cadeia da polimerase para a genotipagem dos grupos do sistema

sanguíneo Duffy (PCR Duffy) foi realizada com os oligo nucleotídeos específicos

FYAB1 (sense 5’ TCC CCC TCA ACT GAG AAC TC 3’) e FYAB2 (anti-sense 5’ AAG

GCT GAG CCA TAC CAG AC 3’) seguindo o protocolo de genotipagem adotado

pelo projeto (POP_MAL_LB_005_v02_PT, item 8; anexo 6).

Os produtos do DNA amplificado na PCR Duffy foram aplicados em gel de

agarose a 1,5%, visualizados com brometo de etídeo apresentando uma banda de

392pb (POP_MAL_LB_005_v02_PT, item 9; anexo 6).

O produto da PCR Duffy foi tratado com a enzima de restrição BanI e incubado

por 4 horas a 37ºC (POP_MAL_LB_005_v02_PT, item 10; anexo 6). O produto da

digestão enzimática foi observado em gel de agarose a 1,5%, visualizados com

brometo de etídeo (POP_MAL_LB_005_v02_PT, item 9; anexo 6). O gene FYA

apresentou a banda de 210pb e o gene FYB a banda de 306pb.

Após a obtenção do perfil genotípico para Duffy (FYA/FYA, FYB/FYB e

FYA/FYB) da população em estudo, foram selecionadas apenas as amostras que

possuíam o alelo FYB para a verificação de possíveis mutações na região promotora

(mutação do GATA Box) ou na região codificadora (mutação FYX) do gene FYB.

Para a verificação do polimorfismo -33 T→C no promotor do GATA Box foram

utilizadas as amostras com genótipo FYA/FYB e FYB/FYB. Para a PCR GATA

utilizou-se os oligo nucleotídeos específicos FYN1 (sense 5’ CAA GGC TGA CCC

CCA TA 3’) e FYN2 (anti-sense 5’ CAT GGC ACC GTT TGG TTC AG 3’) seguindo o

protocolo de genotipagem padrão (POP_MAL_LB_005_v02_PT, item 8; anexo 6).

Os produtos de DNA amplificados na PCR GATA foram observados em gel de

agarose a 1,5%, com brometo de etídeo. O DNA amplificado apresentou uma banda

de 189pb.

O produto da PCR GATA foi tratado com a enzima de restrição StyI e incubado

por 4 horas a 37ºC (POP_MAL_LB_005_v02_PT, item 10; anexo 6). O produto da

digestão enzimática foi observado em gel de poliacrilamida a 8% (protocolo de gel,

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anexo 9). Os genótipos GATA NORMAL apresentaram as bandas com 108 e 81pb,

enquanto os GATA MUTADO apresentaram uma banda extra de 61 pb.

Para a verificação do SNP (do inglês Single Nucleotide Polymorphism) 265 C→T

e 298 G→A na cadeia codificadora do FYB e que caracteriza a mutação FYX foram

utilizadas as amostras com genótipo FYA/FYB e FYB/FYB que não apresentaram

mutação do GATA Box.

A PCR realizada seguiu o mesmo protocolo da PCR Duffy incluindo os oligo

nucleotídeos iniciadores. (POP_MAL_LB_005_v02_PT, item 8; anexo 6).

O produto da PCR Duffy foi tratado com a enzima de restrição MspAI para

verificar o SNP 265 C→T incubado por 4 horas a 37ºC e com a enzima de restrição

MWO para o SNP 298 G→A incubado por 4 horas a 60ºC (protocolo de RFLP,

anexo 7), visualizado em gel de poliacrilamida a 8%. Os genótipos mutados para o

SNP 265 C→T apresentaram banda extra de 161pb e os mutados para o SNP 298

G→A apresentaram banda extra de 343pb.

Todos os procedimentos de fenotipagem e genotipagem foram realizados no

Laboratório de Biologia Molecular do Setor de Imunohematologia do Hemocentro do

Amazonas, sob responsabilidade do Dr. Sérgio Albuquerque.

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4. RESULTADOS

A prevalência fenotípica encontrada para o sistema sanguíneo Duffy na

população demonstrou uma maior ocorrência dos fenótipos Fy (a+b+) (37,6%) e Fy

(a+b-) (36,8%), seguido pelos fenótipos Fy (a-b+) (23,3%) e Fy (a-b-) (2,4%), como

demonstrado abaixo na tabela 1.

Tabela 1. Frequência dos fenótipos Duffy encontrada na população estudada.

Fenótipo Duffy Participantes %

Fy (a+b+) 175 37,6

Fy (a+b-) 171 36,8

Fy (a-b+) 108 23,2

Fy (a-b-) 11 2,4

465

Em nenhum dos pacientes avaliados, o teste fenotípico foi discordante do

teste genotípico, com 100% de concordância. Na revisão dos dados de incidência de

malária (dados não apresentados), um paciente com fenótipo Duffy negativo Fy (a-b-

) apresentou infecção por P. vivax confirmada por microscopia óptica e PCR.

Figura 7: Curva de dissociação da PCR em tempo real demonstrando a

temperatura específica dos produtos de PCR feitos para P. vivax (75ºC) em paciente

Duffy negativo Fy (a-b-).

Em nossa população de estudo (465 participantes) verificou-se uma maior

prevalência do genótipo FYA/FYB (37,6%), seguido pelos genótipos FYA/FYA

(22,6%), FYB/FYB (13,3%), FYA/FYB-33C (12,9%), FYB/FYB-33C (9,0%), FYB-33C/

FYB-33C (2,4%), FYA/FYX (1,3%) e FYB/FYX (0,9%). Não registramos frequência do

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genótipo FYX/FYX entre as amostras analisadas, como demonstrado abaixo na

tabela 2.

Tabela 2. Prevalência dos genótipos do grupo sanguíneo Duffy na população estudada.

Fenótipo Duffy Genótipo Duffy Participantes %

Fy (a+b+) FYA/FYB 175 37,6

Fy (a+b-) FYA/FYA 105 22,6

FYA/FYX 6 1,3

FYA/FYB-33 60 12,9

Fy (a-b+) FYB/FYB 62 13,3

FYB/FYX 4 0,9

FYB/FYB-33 42 9,0

Fy (a-b-) FYB-33/FYB-33 11 2,4

FYX/FYX 0 0

Total 465

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5. DISCUSSÃO

A prevalência fenotípica do grupo sanguíneo Duffy encontrada na população

mostrou os fenótipos Fy (a+b+) 37,6% e Fy (a+b-) 36,8% como os mais frequentes

na população estudada, seguido pelos fenótipos Fy (a-b+) 23,2% e Fy (a-b-) 2,4%

(tabela 2). Albuquerque et al.(29) em estudo realizado na Cidade de Manaus também

encontrou os fenótipos Fy (a+b+) e Fy (a+b-) como os mais frequentes entre

pacientes infectados por Plasmodium vivax.

A distribuição diferenciada dos determinantes antigênicos Duffy, nos diversos

grupos étnicos, é característica desse sistema de grupo sanguíneo. Os

determinantes antigênicos Fya são prevalentes entre chineses, japoneses, e

melanésios, porém apresenta baixa freqüência entre negros africanos(40,41). No

entanto, o antígeno Fyb é mais abundante na população caucasóide do que em

asiáticos e negros africanos e americanos(42,43).

Em um estudo realizado por Novaretti et al.(44) em doadores de sangue na

cidade de São Paulo, a freqüência fenotípica encontrada de Fy (a+b+) foi de 41,4%

para caucasóides e 1,6% para negros; Fy (a+b-) foi de 19,8% para caucasóides e

14% para negros, mostrando diferença significativa na frequência desses fenótipos

entre brancos e negros naquela população.

A Amazônia brasileira possui uma composição étnica altamente heterogênea,

resultado da hibridação das numerosas populações nativas indígenas pré-existentes

principalmente com populações de ascendência branca(45). Tal característica de

ocupação dessa região justificaria então a elevada prevalência dos fenótipos Fy

(a+b+) e Fy (a+b-) encontrada em nosso estudo.

Entre os genótipos do sistema do grupo sanguíneo Duffy foi observado uma alta

prevalência do genótipo heterozigoto FYA/FYB, correspondendo a 37,6% do total de

465 participantes seguido pelo genótipo homozigoto FYA/FYA (22,6%).

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A elevada frequência dos alelos FYA e FYB na população da Amazônia

brasileira provavelmente ocorra devido à forte influência da colonização Portuguesa

na região norte do Brasil, bem como a presença populações indígenas(46). De fato,

estudo realizado na região norte do Brasil com diferentes tribos indígenas indicou o

alelo FYA como o mais frequente(47).

Cavasini et al. (26) em seu estudo de caso controle, utilizando amostras

provenientes dos estados Macapá, Amapá, Pará e Rondônia, mostrou o genótipo

FYA/FYB como o mais freqüente entre os pacientes infectados pelo Plasmodium

vivax, assim como entre os indivíduos utilizado grupo controle, formado por

doadores de sangue sem antecedentes de malária. Outro estudo realizado no

Amazonas por Albuquerque et al.(29), seguindo o mesmo perfil metodológico do

estudo citado anteriormente, apenas com pacientes infectados por P. vivax também

reportou o genótipo FYA/FYB como o mais prevalente quando comparado aos

outros genótipos Duffy.

Embora não tenhamos utilizado alguma medida quantitativa ou qualitativa das

expressões da glicoproteína Duffy neste estudo, vimos durante nossa pesquisa

publicações que apontam para a possibilidade de que indivíduos heterozigotos são

susceptíveis à malária por P. vivax(26,29,48).

Woolley et al.(48) demonstraram in vitro, pela técnica de citometria de fluxo, que

há diferenças no nível de expressão da glicoproteína Duffy na superfície de

reticulócitos. O epítopo Fy6 considerado importante no processo de invasão pelo

Plasmodium vivax, apresentou menor expressão no genótipo FYB/FYB quando

comparado aos genótipos FYA/FYB e FYA/FYA, o que indica que indivíduos

heterozigotos (FYA/FYB) possuem maior variação de receptores eritrocitários para

proteínas ligantes utilizadas pelo parasita, o que justifica a elevada freqüência

desses genótipos em pacientes acometidos por malária vivax.

O genótipo FYB/FYB (13,3%) foi o terceiro mais prevalente na população

corroborando com o achado por Woolley et al.(48) e Albuquerque et al.(29) que

também obtiveram o mesmo padrão para os três genótipos mais freqüentes entre as

populações estudadas por eles.

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O genótipo mutado FYA/FYB-33C foi o quarto mais comum na população

estudada (12,9%) seguido pelo FYB/FYB-33C (9%).

Alta prevalência deste alelo foi demonstrada em comunidades isoladas nos

estados do Amapá e Pará, região Norte do Brasil(53). Woolley et al.(48) e Albuquerque

et al.(29) também encontraram tais genótipos com frequência similar aos reportados

em nosso estudo sugerindo a existência de determinado padrão de ocorrência dos

genótipos Duffy entre as populações estudadas na região Amazônica.

Apesar de em nosso estudo, nesse momento, não investigarmos a incidência de

malária por P. vivax para cada genótipo Duffy, o que, portanto não nos possibilita

inferir sobre associação à proteção ou risco à infecção por P. vivax, outros trabalhos

sugerem que os genótipos com a mutação FY-33C conferem determinada proteção

à infecção pelo P. vivax em áreas endêmicas para malária(26,29,49). Foi verificado que

a presença do alelo FYB-33 resulta em uma redução de 50% na expressão da

proteína Duffy na superfície das hemácias(28,50), o que justificaria a hipótese de baixa

incidência de casos de malária vivax para os genótipos portadores do alelo FYB-33.

O genótipo FYX/FYX responsável pela inibição ou redução do antígeno Fyb,

caracterizando outra variação do fenótipo Duffy-negativo, não foi encontrado. Outros

estudos realizados também na região amazônica obtiveram resultado similar ao

nosso achado, corroborando com a hipótese de que genótipo FYX/FYX seja raro

entre as populações dessa região(26,29).

A prevalência dos genótipos FYA/FYX (1,3%) e FYB/FYX (0,9%) na população

estudada foi baixa, quando comparado aos outros genótipos. Yazdanbakhsh et al.(50)

em ensaio feito em Nova York mostraram uma baixa prevalência do gene FYX na

população, mostrando o mesmo associado apenas a caucasóides (3,5%) não tendo

sido encontrado em indivíduos em negros.

Albuquerque et al.(29) também encontraram no Estado do Amazonas uma baixa

prevalência do gene FYX muito similar ao verificado em nosso estudo. Cavasini et

al.(26) utilizando diversas amostras de quatro estados da região amazônica identificou

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uma baixa prevalência de FYX em pacientes com malária vivax assim como em

indivíduos sem antecedentes de malária.

O alelo FYX, não parece estar associado a uma distribuição com diferencial

étnico, a freqüência detectada aqui, entre os “caboclos” amazônicos, é semelhante à

descrita em outras populações do Brasil de ascendência caucasiana(18), como

também da Europa(51).

Foram identificados neste estudo 11 indivíduos com genótipo FYB-33/FYB-33, o

correspondente a 2,3% da população. O fenótipo Fy (a-b-) produzido a partir da

homozigose da mutação -33C no alelo FYB, é extremamente raro fora da população

negra(44). Algumas pesquisas de ocupação da região amazônica afirmam que a

introdução de um componente étnico negróide na região amazônica é recente(45,52) o

que justificaria a baixa frequência reportada desse fenótipo.

Perna et al.(53) trabalhando com populações afro-brasileiras dos estados do

Amapá e Pará, região norte do Brasil encontraram elevada prevalência do genótipo

FYB-33/FY-33 (58,8% em um dos grupos estudados), o que difere do nosso achado

provavelmente pela inclusão de indivíduos exclusivamente de ascendência negra

em seu estudo.

Apesar de ser considerado como fator de proteção à infecção por Plasmodium.

Vivax(54), foi notificada ocorrência de infecção por P. vivax em um dos indivíduos

com fenótipo Fy (a-b-) e genótipo FYB-33/FYB-33 (homozigoto Duffy-negativo). O

diagnóstico para P. vivax foi feito pelo método da gota espessa (submetido a duas

revisões), sendo confirmado pela amplificação por PCR em tempo Real da

sequência conservada do gene da subunidade menor do RNA ribossomal do

Plasmodium vivax (SSUrRNA). Esta pequena subunidade do rRNA do Plasmodium

sp. é diferente da correspondente ao humano (aproximadamente 70%), o que

inviabiliza erros na amplificação da seqüência a ser identificada(55,56).

Indivíduos Duffy-negativos parecem ser naturalmente resistentes à invasão pelo

parasita da malária por Plasmodium vivax(44), porém alguns trabalhos publicados

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recentemente tem mostrado infecção por P. vivax associada ao genótipo FYB-33/FY

B-33(31,56,57).

Cavasini et al.(31) identificaram duas amostras provenientes de Porto Velho no

estado de Rondônia, com fenótipos Fy (a-b-) e genotipadas como FYB-33/FY B-33,

com infecção por P. vivax diagnosticadas por gota espessa e PCR. Este foi o

primeiro estudo realizado em área endêmica para malária na região norte do Brasil a

demonstrar evidências de malária vivax em indivíduos Duffy-negativo, entretanto

nenhum outro estudo havia detectado semelhante ocorrência.

Estudo realizado em Madagascar onde indivíduos Duffy-negativos foram muito

freqüentes, correspondendo a 72% da população estudada, mostrou elevado

número de casos de infecção por P. vivax naquele grupo (aproximadamente 10%

dos indivíduos Duffy-negativo foram diagnosticados com infecção por P. vivax ou

mista envolvendo o P. vivax). Aparentemente em Madagáscar, o P. vivax rompeu

sua dependência em relação ao antígeno Duffy para o estabelecimento de infecção

no estágio sanguíneo em humanos(57).

Nosso estudo é o segundo realizado na região amazônica brasileira reportando

infecção por P. vivax em indivíduos Duffy-negativos que vivem em áreas endêmicas

de malária. Nosso achado aponta para a necessidade de mais estudos

epidemiológicos de malária por P. vivax na Amazônia brasileira com o intuito de

esclarecer a evidência de que o P. vivax está sendo transmitido entre os habitantes

do grupo sangüíneo Duffy negativo. Por fim, a necessidade de investigar a existência

de receptores alternativos pelo P. vivax durante o processo de invasão das

hemácias é reforçada por nossos resultados.

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25

6. PERSPECTIVAS FUTURAS

As análises dos resultados obtidos na fenotipagem e genotipagem do sistema do

grupo sanguíneo Duffy, feitas para esta dissertação de mestrado, são a base de

dados necessária para o cruzamento dessa informação da genética do hospedeiro

com os dados de incidência de malária na região, cujos resultados encontram-se em

fase de revisão e digitação, segundo as normas de Boas Práticas Clínicas.

Durante nossa revisão bibliográfica verificamos relatos de frequência

diferenciada de infecção por P. vivax para cada genótipo Duffy(26,29,48), porém, até

onde conhecemos, nenhum estudo de coorte prospectivo, cujo desenho

experimental permitisse a estimativa real da incidência de malária, correlacionando a

mesmo aos genótipos de Duffy, foi ainda realizado. A distribuição quase que

uniforme dos genótipos de Duffy positivos, a nosso ver, terá poder estatístico

suficiente para estimar se algum deles está associado aos seguintes desfechos: (1)

infecção por P. vivax à microscopia; (2) infecção submicroscópica por P. vivax à

PCR; (3) hemoglobina durante a infecção malárica confirmada e sua diferença entre

o fim do estudo de coorte e o seu início; (4) parasitemia periférica.

Tal análise se mostra importante devido a outro estudo, também realizado em

área endêmica para malária vivax na Amazônia brasileira, como o de Albuquerque et

al.(29), frequentemente citado ao longo da dissertação, mencionar possível correlação

entre densidade parasitária encontrada nos infectados pelo P. vivax e determinados

genótipos do sistema de grupo sanguíneo Duffy. Se de fato houver impacto do

genótipo de Duffy sobre a parasitemia, essa variável deverá compor uma das

variáveis de confusão a serem controladas em futuros ensaios clínicos com drogas e

vacinas, em que um dos desfechos é a densidade parasitária da infecção aguda, e

cuja validade externa será mais robusta na medida em que as populações forem

melhor caracterizadas do ponto de vista genético.

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7. Conclusão

Os genótipos FYA/FYB e FYA/FYA foram os mais frequentes na população

estudada.

Os genótipos FYA/FYB-33 e FYB/FYB-33 foram os mais frequentes entre os

genótipos mutados na população estudada.

Os genótipos FYA/FYX e FYB/FYX foram encontrados em menor frequência na

população estudada.

Foi encontrado um caso confirmado de infecção por P. vivax associado ao

genótipo FYB-33/FYB-33 (homozigoto Duffy-negativo).

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9. ANEXOS 9.1 Anexo 1 - TCLE

Projeto de epidemiologia da malária no

município do Careiro (Amazonas)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

A Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM) está estudando a malária em algumas pessoas que moram no Município do Careiro-Castanho. Os pesquisadores não sabem quantas vezes as pessoas pegam malária durante o ano, na sua comunidade, e também não sabemos os efeitos destas várias infecções sobre sua saúde. Para nos ajudar a entender o que acontece, pedimos que você participe deste estudo. Precisamos acompanhar mais ou menos 1.200 pessoas de todas as idades para ver os tipos de malária que elas têm durante o ano. Este é um estudo de observação sobre a malária (especialmente a malária vivax) em toda a população do P. A. Panelão e do Castanho Sítio, que deve durar por volta de 2 (dois) anos. Você não vai precisar fazer nada de especial para participar do projeto. Você vai receber o diagnóstico de malária todas as vezes que tiver algum sintoma da doença e receberá o tratamento de graça, como já acontece. Durante todo o tempo do estudo, você ficará com um cartão de identificação individual, que deverá apresentar todas as vezes em que fizer um exame para o diagnóstico de malária. Um grupo de pessoas treinadas pela equipe de pesquisadores permanecerá na área do estudo a fim de realizar o diagnóstico de malária de maneira mais rápida. Todas as vezes em que você estiver com sintomas de malária, será colhida uma amostra de sangue do dedo para realizar uma lâmina para o diagnóstico de malária e para a realização de testes mais específicos para malária e avaliação de anemia e o tipo do sangue. A cada 6 (seis) meses, mesmo que você não tenha nenhum sintoma de malária, será feita uma visita a todas as pessoas que aceitarem participar do estudo em que será feito um exame clínico e será colhido sangue do dedo para realizar uma lâmina para o diagnóstico de malária, avaliação de anemia e outros testes mais específicos para malária. Se a lâmina de malária for positiva, você receberá novamente o tratamento. No caso de outro exame mais específico que indique que você pode ter o parasito da malária no sangue sem ter sintomas, você será acompanhado semanalmente por um pesquisador para avaliar a real necessidade do tratamento, já que o tratamento desnecessário quando não houver sintomas também pode trazer complicações. Portanto, nós queremos sua permissão para testar seu sangue para malária. Depois desses testes, queremos também sua permissão para guardar o restante de sangue que sobrar para poder fazer algum outro estudo no futuro, relacionado à malária. O material deverá ficar guardado sem nenhuma identificação pessoal na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (Hospital Tropical), em Manaus, sob a responsabilidade dos pesquisadores. Para coletar a amostra de sangue do dedo, você poderá sentir um pouco de dor, mas que deve parar dentro de alguns minutos. Se a limpeza do dedo não for correta, pode haver uma infecção, mas isto é muito infreqüente e se acontecer será acompanhada por nossa equipe de trabalho. Não há nenhum outro risco em participar desse estudo. O principal benefício em participar desse estudo é o recebimento de mais informações sobre malária e o diagnóstico e tratamento mais rápido da doença, porque nossa equipe ficará morando na área durante todo o tempo. Com o diagnóstico e tratamento mais rápido, é

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possível que haja uma diminuição do número de casos de malária na sua comunidade. Entretanto, você não receberá nenhum incentivo financeiro. Se tiver algum prejuízo em participar desta pesquisa, converse com um de nossos pesquisadores para que ele possa lhe ajudar. Se você concordar em participar, todas as informações coletadas serão confidenciais. Todo o material será guardado com um número-código, sem colocar seu nome. Seu nome nunca será usado em público. Se em qualquer momento você quiser se retirar do estudo, você poderá fazer isso, e mesmo assim terá direito ao diagnóstico e ao tratamento da malária, por nossa equipe. Contato dos pesquisadores

Se você tiver alguma pergunta ou dúvida sobre esse estudo, procure um de nossos pesquisadores no Careiro para que eles possam tirar sua dúvida. Você poderá também fazer contato com o Dr. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, responsável pelo projeto, na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (Gerência de Malária), em Manaus (Av. Pedro Teixeira, 25). Nosso telefone para contato é o 3656 0620. Você ficará com este termo de consentimento assinado e outra cópia será arquivada pelos pesquisadores. Eu, ……………………………………………………………………………………......, entendi tudo sobre o Estudo da Epidemiologia da Malária no Careiro e autorizo a minha participação no estudo ou a participação do menor por quem sou responsável ............................................................................................................................................. Nome do menor (se o consentimento for para um menor) .................................................................................................................... Assinatura do voluntário (ou responsável) ……………………………………………................................. Data: ….. / ….. / ….. Polegar direito

Assinatura do pesquisador que conversou com o voluntário ……………………………………………………………………………………………. Data: ….. / ….. / …...

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9.2 Anexo 2 - Questionário de visita transversal

Consórcio P. vivax

EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA NO CAREIRO

Questionário de visita transversal

(POP_MAL_TC_002_A01_v01_PT)

IDENTIFICAÇÃO PESSOAL

1. Dia da visita (DD/MMM/AA) |__|__| / |__|__|__| / |__|__|

2. Número de identificação permanente |__|-|__||__||__| - |__|__|

3. Nome |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

4. Sobrenome |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

5. Foi realizada a visita? (1=sim, 2=não) |__|

6. Se não, motivo (1=recusa, 2=ausência, 3=outro, 9=não aplicável) |__|

Se a pessoa estiver ausente, registrar a data de saída da área do estudo na pergunta 26

7. Se for mulher, está grávida? (1=sim, 2=não, 3=desconhecido, 9=NA) |__|

8. Se a resposta for sim, qual trimestre? (1=primeiro, 2=segundo, 3=terceiro, 9=NA) |__|

9. Paridade (incluindo esta gravidez se for o caso) (99=não aplicável) |__|__|

MEDIDAS DE CONTROLE DA MALÁRIA

10. A pessoa dormiu com mosquiteiro ontem à noite? (1=sim, 2=não) |__|

11. Se sim, o mosquiteiro foi impregnado no ano passado? (1=sim, 2=não, 9=NA) |__|

12. A casa foi borrifada nos últimos 6 meses? (1=sim, 2=não) |__|

13. Nos últimos 30 dias, a pessoa tomou algum antimalárico? (1=sim, 2=não) |__|

14. Se sim, especificar qual (1=CQ, 2=CQ+PQ, 3=MQ+AS, 4=LU+AS, 5=outro, 9=NA) |__|

DADOS CLÍNICOS

15. História de febre nas últimas 48 horas? (1=sim, 2=não) |__|

16. Temperatura axilar (ºC) |__|__|.|__|

17. Classificação esplênica de Hackett

(1=normal, 2=borda costal, 3=além da borda costal, 4=umbigo, 5=além do umbigo)

|__|

18. A pessoa sente-se doente hoje? (1=sim, 2=não) |__|

EXAMES DE LABORATÓRIO

19. Foram coletadas duas lâminas? (1=sim, 2=não) |__|

20. Foi coletado um papel filtro? (1=sim, 2=não) |__|

21. Foi coletado um criotubo? (1=sim, 2=não) |__|

22. Número de identificação da amostra

23. Se não, por quê (1=amostra prévia <24 h, 2=recusa, 3=outro, 9=NA) |__|

24. Hemoglobina (g/dL) (99.9=não realizado) |__|__|.|__|

25. Resultado preliminar da gota espessa

(0=Negativo, 1=P. falciparum, 2=P. vivax, 3=P. malariae, 4=infecção mista, 9=não realizado)

|__|

Se a lâmina for positiva, preencher um Questionário de Detecção Passiva de Casos

Etiqueta

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9.3 Anexo 3 – Questionário de Detecção passiva

1.5 Anexo 4 – Protocolo de Extração de DNA

9.4 Anexo 4 - Questionário de PCR/RFLP

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Código POP POP_MAL_LB_005_v02_PT

Título Procedimento para realização da técnica PCR/RFLP do gene FY

Idioma da versão original

PORTUGUÊS

Elaborado por: Cynthia Ferreira Oliveira

Paulo Roberto R. de Lima

Roberto Carlos R. Lecca

Data & assinatura

Revisado por:

Sérgio Roberto L. Albuquerque

Data & assinatura

Aprovado por:

Marcus Vinícius G. Lacerda

Data & assinatura

Data de aplicação:

24 de abril de 2009

Data da próxima revisão:

Emenda Razão da emenda

2. OBJETIVOS

Descrever o procedimento de amplificação por PCR do gene FY (exon 2 / GATA)

e análise deste produto pela técnica de RFLP.

3. DEFINIÇÕES

PCR: a reação em cadeia da polimerase é definida como uma técnica molecular

que permite a amplificação de pequenas quantidades de um DNA específico a

partir de um molde do DNA, usando uma reação enzimática simples, sem um

organismo vivo.

RFLP: O polimorfismo de comprimento de fragmentos de DNA (RFLP) é obtido

através do tratamento do DNA com enzimas de restrição. O ensaio RFLP

Procedimento Operacional Padrão

Gerência de Malária

S

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consiste na obtenção do DNA alvo e o tratamento do mesmo com enzima de

restrição, seguido de eletroforese para separação dos fragmentos de acordo

com o seu comprimento (tamanho)

Iniciador (primer): uma pequena seqüência de DNA ou RNA a partir da qual

pode começar a replicação do DNA.

4. APLICÁVEL A

Análise no laboratório de biologia molecular de amostras relacionadas à

pesquisa clínica.

5. RESPONSABILIDADES

Pessoal encarregado da coleta das amostras da pesquisa.

Pessoal envolvido na realização da PCR nas amostras recebidas no laboratório

de biologia molecular.

Chefia do laboratório de biologia molecular.

6. POP'S RELACIONADOS

Seguimento dos participantes no estudo “Epidemiologia da Malária no Município

do Careiro, Amazonas” (versão atual do POP_MAL_TC_002).

Caracterização da Malária Grave por Plasmodium vivax na Fundação de

Medicina Tropical do Amazonas, Brasil (versão atual do POP_MAL_HO_001).

7. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Amostra sanguínea.

Sangue total de paciente a ser testado, armazenado em tubo 0,5 mL a 8ºC.

6.2 Materiais:

Ponteiras com filtro para pipetas automáticas (10 µL, 100 µL, 1000 µL)

Tubos de 0,2 mL; 0,5 mL; 1,5 mL e 2mL

Plástico (tipo Magic Pac)

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6.3 Equipamentos:

Tubos de 1,5ml

Ponteiras com filtro

Pipetas automáticas (10 µL, 100 µL, 1000 µL)

Isopropanol

Etanol 70%

Promega: Wizard® Genomic DNA Purification Kit.

Centrífuga

6.4 Reagentes:

6.4.1 Extração de DNA:

REAGENTES PARA AS ETAPAS DE EXTRAÇÃO ARMAZENAMENTO

1. Isopropanol Temp. ambiente

2. Etanol 70% Temp. ambiente

3. Wizard® Genomic DNA Purification Kit (Promega) Temp. ambiente

6.4.2 PCR e Fracionamento eletroforético:

REAGENTES PARA O MIX DA PCR ARMAZENAMENTO

1. Água destilada autoclavada Temp. ambiente

2. Buffer 10X Temp. ambiente

3. MgCl2 (50Mm) - 20ºC

4. dNTP (100ng/ µL) - 20ºC

5. Fy AB1 forward (100ng/µL) - 20ºC

6. Fy AB2 reverse (100ng/µL) - 20ºC

7. Fy N1 forward (100ng/µL) - 20ºC

8. Fy n2 reverse (100ng/µL) - 20ºC

9. Taq* (5u/ µL) - 20ºC

REAGENTES PARA O GEL DE AGAROSE E POLIACRILAMIDA

1. Agarose Temp. ambiente

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2. TEB 10X Temp. ambiente

3. Ladder 25 pb, 100 pb - 20ºC

4. Azul de bromofenol 8ºC

5. Acrilamida 40% Temp. ambiente

6. Agua destilada autoclavada Temp. ambiente

7. Persulfato de amônia (APS) 10% Temp. ambiente

8. TEMED Temp. ambiente

- Seqüência dos primers:

Exon 2 - Fy AB1: 5’-TCC CCC TCA ACT GAG AAC TC-3’

- Fy AB2: 5’-AAG GCT GAG CCA TAC CAG AC-3’

GATTA - Fy N1: 5´-CAA GGC CAG TGA CCC CCA TA-3´

- Fy N2: 5´-CAT GGC ACC GTT TGG TTC AG-3´

6.4.3 RFLP (digestão enzimática)

REAGENTES PARA RFLP-DUFFY ARMAZENAMENTO

Água injetável Temperatura ambiente

Buffer - 20ºC

Enzima de restrição - 20ºC

Enzimas de restrição a serem utilizadas:

BanI ou BshNI (para diferenciar FYA de FYB)

StyI (para identificar a mutação GATTA FYB – 33C)

MspA1I (para identificar o SNP 265 C→T)

MwoI (para identificar o SNP 298 G→A)

7 EXTRAÇÃO DO DNA

7.1 Obtenções de sangue total

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40

Obter 300-400µL de sangue da porção digital, com o uso de lanceta comum,

em tubo microcentrífuga estéril de 1,5 mL identificado contendo 15 µL de

EDTA.

7.2 Procedimentos para extração do DNA a partir de tubo

Protocolo de extração retirado da “bula” do Wizard® Genomic DNA Purification

Kit.

Volume de amostra sanguínea: 300µL

Obs: Antes de dar início ao procedimento homogeneizar o tubo com sangue

até o mesmo ficar completamente homogeneizado.

Procedimentos:

1. Adicione 900µL de solução Cell Lysis. Inverta o tubo 5 a 6 vezes para

misturar o sangue e a solução de lise.

2. Incube por 10 minutos à temperatura ambiente, homogeneizando por

inversão duas a três vezes.

3. Centrifugue entre 13.000 e 16.000 x g por 20 minutos a temperatura

ambiente.

4. Descarte o sobrenadante.

5. Agite o tubo vigorosamente no vortex. Ressuspenda completamente as

células brancas.

6. Adicione 300 µL de solução Nuclei Lysis. Pipete a mistura 5-6 vezes para

lisar as células brancas.

7. OPCIONAL: Adicione 1,5 µL de solução RNAase ao lisado nuclear e misture

as amostras invertendo o tubo 2-5 vezes.Incube a mistura a 37ºC por 15

minutos e esfrie a temperatura ambiente.

8. Adicione 100µL de solução Protein Preciptation ao lisado nuclear e

homogeneíze vigorosamente no vortex de 10-20 segundos.

9. Centrifugue o tubo entre 13.000-16.000 x g por três minutos à temperatura

ambiente.

10. Transfira o sobrenadante para um tubo limpo de 1,5mL contendo 300µL de

isopropanol a temperatura ambiente.

11. Gentilmente misture a solução por inversão até que as brancas cadeias de

DNA formem uma cadeia visível.

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41

12. Centrifugue entre 13.000-16.000 x g por um minuto à temperatura

ambiente.

13. Decante o sobrenadante e adicione uma amostra de um volume de etanol a

70% à temperatura ambiente. Gentilmente inverta o tubo algumas vezes

para lavar o precipitado de DNA e os lados do microtubo.

14. Centrifugue como na etapa 11.

15. Cuidadosamente aspire o etanol. Inverta o tubo em um papel absorvente

limpo e seque ao ar o precipitado por 10 a 15 minutos.

16. Adicione 100µL da solução DNA rehydration ao tubo e reidrate o DNA

incubando à 65ºC por uma hora. Periodicamente homogeneíze gentilmente

a solução. Alternativamente reidrate o DNA incubando a solução overnigth à

temperatura amibiente.

17. Armazene o DNA entre 2-8ºC.

8 PCR (REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE) PARA DUFFY E GATA

Para a amplificação dos genes FYA e FYB foi utilizada a reação de PCR

padronizada pelo Laboratório de biologia molecular do Hemocentro do

Amazonas-HEMOAM. A banda específica de DNA resultante para Duffy

deverá apresentar apenas 1 banda de 392 pb. e para GATA deverá

apresentar também apenas 1 banda de 189 pb.

8.1 Reagentes para o mix da PCR (Duffy e GATA)

DNA extraído 5 µL

Água destilada autoclavada 33,7 µL (qsp 50 µL)

Buffer 5 µL (sempre 10% do volume final)

MgCl2 3 µL

dNTP (100mM) 0,8 µL

Primer 1 forward (100ng/µL) 1,0 µL

Primer 2 reverse (100ng/µL) 1,0 µL

Taq polymerase (5u/ µL) 0,5 µL

Primers:

PCR Duffy: Primer 1 (Fy AB1) e Primer 2 (Fy AB2)

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PCR GATTA: Primer 1 (Fy N1) e Primer 2 (Fy N2)

a. Reação de PCR

Procedimentos:

1. Para o preparo do mix, deve-se multiplicar os valores dos volumes de cada

reagente do mix pela quantidade de amostra. Deve-se acrescentar no cálculo

das amostras o branco da reação.

2. Prepare o mix em um tubo com a capacidade para o volume final após o

cálculo realizado. Sempre utilizar ponteiras estéreis.

3. Deve-se adicionar 45µL do mix em cada microtubo (0,2 mL) previamente

identificado para cada amostra.

4. Em seguida adicionar 5 µL de DNA correspondente a cada amostra

identificada em seu respectivo microtubo.

5. Levar as amostras ao termociclador.

8.3 Condições de amplificação – Programação do Termociclador (para

amplificação Duffy e GATA)

TEMPERATURA (ºC) TEMPO NÚMERO DE

CICLOS

95 5 – minutos 1

94 20 - segundos 35

62 20 - segundos 35

72 20 - segundos 35

72 10 - minutos 1

4 modo de espera

Obs:. O produto de PCR será analisado posteriormente em gel de agarose a

1,5%. É importante observar a qualidade de DNA. Um bom DNA deve ter as

seguintes características:

1. Não apresentar rastro no gel.

2. Não apresentar mais de uma banda.

8.1 Restrições e limitações da PCR

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43

Possibilidade de contaminação da reação no momento da extração do DNA ou

no momento do preparo da mix do PCR, dada a sensibilidade da técnica

9 GEL DE AGAROSE PARA ANÁLISE DO PRODUTO DA PCR

Preparação do gel de Agarose 1,5%

1. Em um Erlemeyer pesar 1,5 g de Agarose

2. Completar com TEB 1x para 100 mL ,

3. Tampar o Erlemeyer com plástico (Tipo Magic pac) fazendo pequenos furos

no mesmo.

4. Levar o material ao forno de microondas por aproximadamente 3 minutos até

ficar com aspecto transparente.

5. Acrescentar o Brometo de Etídio no Erlemeyer (0,7 µL para 100 mL).

6. Prepara o suporte de polimerização colocando o pente com a quantidade

desejada de poços.

7. Esperar esfriar o Erlemeyer e despejar a agarose a 1,5% no suporte de

polimerização.

8. Aguardar a formação do gel (solidificação) e retirar o pente.

9. Colocar o suporte de polimerização com o gel na cuba de eletroforese.

10. Adicionar na cuba tampão TEB 1X até cobrir a superfície do gel.

Aplicação da amostra no gel de Agarose

1. Homogeneizar em um plástico (tipo Mag Pac) 4 µL da amostra de DNA

(produto da PCR) com 2µL de azul de bromofenol. Obs.: Evitar ao

homogeneizar as amostras no plástico que as mesmas tenham contato entre

si. Deixar espaço entre elas.

2. Deve-se iniciar aplicação das amostras nos poços do gel com 4 µL de

Ladder (Não precisa homogeneizar com azul de bromofenol, pois o mesmo

já vem corado)

3. Em seguida a amostra negativa (branco) já homogeneizada com a gota de

azul de bromofenol deve ser dispensada no poço seguinte. Obs: Sempre

aplicar na seguinte ordem: Ladder, branco e DNA's.

4. Aplicar a amostra homogeneizada nos poços formados no gel.

5. Reservar um poço para utilização de um padrão de corrida (Ladder-100pb).

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6. Ajustar a voltagem para 100 volts por 1,5 horas.

7. Analisar o gel sob radiação ultravioleta.

8. Tirar foto do gel para posterior análise dos resultados obtidos.

Obs: As corridas em gel de agarose são para observar se houve amplificação

durante o PCR, assim como verificar a qualidade do DNA amplificado, ou

seja, se o mesmo está em boa quantidade (Bandas fortes), se não há rastro

(não está degradado).

10 RFLP (POLIMORFISMO DE COMPRIMENTO DE FRAGMENTOS DE DNA)

Para a análise RFLP serão utilizados os produtos de PCR amplificados na PCR

GATTA e PCR Duffy. Será utilizado a enzima de restrição BanI (BshN1), StyI,

MspA1I e MwoI.

10.1 Reagentes para o preparo mix da digestão enzimática

Produto PCR (Duffy) 12 µL

Água destilada autoclavada 5,5 µL (qsp 50 µL)

Buffer 10 X 2 µL

Enzima de restrição 0,5 µL

Procedimentos:

1. Multiplicar as quantidades de reagente do protocolo pelo número de

amostras a serem digeridas e preparar o mix. Sempre utilizar ponteiras

estéreis.

2. Prepare o mix em um tubo com a capacidade para o volume final após o

cálculo realizado.

3. Utilizar tubo de 0,2 mL para no preparo da digestão de cada amostra.

4. Deve-se adicionar 8µL do mix em cada microtubo previamente identificado

para cada amostra.

5. Em seguida adicionar 12 µL de DNA correspondente a cada amostra

identificada em seu respectivo microtubo.

6. Levar as amostras ao termociclador.

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45

10.2 Programação do Termociclador para as digestões enzimáticas (Condições de incubação)

ENZIMA TEMPERATURA TEMPO

BanI 37ºC 4 horas

StyI 37ºC 4 horas

MspA1I 37ºC 4 horas

MwoI 60ºC 4 horas

A leitura das bandas da digestão enzimática para a enzima BanI será feita em

gel de agarose a 1,5% (ítem 9).

- O genótipo FYA deverá mostrar apenas a banda de 210 pb.

- O genótipo FYB deverá mostrar apenas a banda de 306 pb.

- O genótipo FYAB deverá mostrar duas bandas 306 e 210 pb.

A leitura das bandas da digestão enzimática para as enzimas StyI, MspA1I e

MwoI será feita em gel de poliacrilamida a 12% (ítem 11).

- StyI: O genótipo com o GATA mutado deverá mostrar a banda extra de 61 pb

e o GATA normal deverá mostrar apenas as bandas com 108 e 81 pb.

- MspAI: Os genótipos mutados para o SNP 265 C→T apresentaram banda

extra de 161pb e os genótipos sem a mutação apresentarão apenas as bandas

124pb e 118 pb.

- MwoI: Os genótipos mutados para o SNP 298 G→A apresentaram banda

extra de 343pb e os genótipos sem a mutação apresentarão apenas as

bandas 270pb e 73 pb.

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46

11 GEL DE POLIACRILAMIDA PARA ANÁLISE DO PRODUTO DA

DIGESTÃO ENZIMÁTICA

Reagentes para o preparo do gel de Poliacrilamida a 12%:

1. Acrilamida 40% 6,4 mL

2. TEB 10X 2,0 mL

3. Água Dest 12,4 mL

4. Persulfato de Amônia (APS) 10% 200 µL

5. TEMED 16 µL

Preparo da Base para receber o Gel

1. Em um Erlemeyer adicione a água, seguido pelo TEB 10X, Acrilamida 40%,

Persulfato de Amônia (APS) 10% e por último o TEMED.

2. O preenchimento das placas de vidro deve ser rápido, devido a gelificação.

Preparo da Base para receber o Gel

1. Preparar os suportes com as placas de vidro.

2. Prender os suportes nas bases.

3. Prepara o Gel.

4. Encher a placa de vidro com o gel preparado utilizando uma seringa de 10 mL

com agulha.

5. Verificar a presença de bolhas e eliminá-las com a agulha caso ocorram.

6. Colocar o pente para a formação dos poços.

7. Aguardar a formação do gel. (2 horas)

8. Após a formação do gel, verificar, com agulha e seringa, se os poços estão

obstruídos.

9. Em seguida aplicar as amostras.

Aplicação de amostras no gel de Poliacrilamida

1. Encher a cuba de corrida com TEB 1x conforme as marcas na cuba.

2. Aplicar as amostras:

- Ladder: 2 µL + 2 µL azul de bromofenol (5x).

- DNA: 10 µL + 2 µL azul de bromofenol (5x).

3. Programar a voltagem da cuba de corrida para 100 V. o tempo de corrida é

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47

1,5h aproximadamente.

4. Após a corrida retirar a lâmina com gel da cuba e colocar o gel com a lâmina

em uma cuba com água destilada ou tampão TEB 1x já adicionado brometo

de etídio (0,8 µL para cada 100mL de água) e aguardar 5 minutos.

5 Fazer a leitura e fotografar o gel no sistema de documentação.- Retirar a

lâmina com gel da cuba de corrida

- Colocar o gel com a lâmina em uma cuba com Água Destilada ou tampão

TEB 1x

- Adicionar 5uL ou 10 uL de brometo de etídio e aguardar 5 minutos.

- Fazer a leitura e fotografar o gel no sistema de documentação.

12 BIOSSEGURANÇA

Todo o procedimento deve se realizar sob condições de biossegurança.

13 REGISTRO DOS RESULTADOS

O resultado da PCR/RFLP será preenchido pelo responsável do procedimento

no questionário de Fenotipagem e Genotipagem

(POP_MAL_LB_003_A01_v02_PT), indicando resultado, o código e a

assinatura do membro da equipe do projeto e a data do resultado.

14 REFERÊNCIAS

1. Castilho, L.; Rios, M.; Pellegrino, J.; Saad ST.; Costa FF.; Reid ME. A Novel FY

Allele in Brazilians. Vox Sang., 87(3), 190-5, 2004.

2. Richmond JY, Mckinney RW. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de

microbiologia. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001.

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1

15 REGISTRO DOS ANEXOS

TÍTULO DO ANEXO CÓDIGO DO ANEXO

(Incluindo versão/idioma): Título do anexo 1: Questionário de Fenotipagem/Genotipagem

POP_MAL_LB_005_A01_v02_PT

NOME DO ANEXO:

CÓDIGO DO ANEXO (Incluindo versão/idioma):

Novo Justificativa

Criado por:

Data e

assinatura

Aprovado por:

Data e assinatura

Revisão

Tradução

Revisão

Tradução

A versão atual deste POP foi traduzida a ____________________ e a versão traduzida entra em efeito em ___/___/_____.

Assinatura do responsável: ______________________

dd mm aa

48

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2

9.5 Anexo 5 - Questionário de Fenotipagem

Código POP POP_MAL_LB_004_v02_PT

Título Procedimento para realização da técnica de Fenotipagem Duffy

Idioma da versão original

PORTUGUÊS

Traduzido por: Cynthia Ferreira Oliveira Paulo Roberto Ribeiro de Lima

Roberto Carlos Reyes Lecca

Data & assinatura

Revisado por: Sérgio Roberto L. Albuquerque

Data & assinatura

Aprovado por: Marcus Vinícius G. Lacerda

Data & assinatura

Data de aplicação:

24 de abril de 2009

Data da próxima revisão:

Emenda Razão da emenda

1. OBJETIVOS Verificar a expressão do fenótipo Fy(a-b-) do sistema sanguíneo Duffy.

2. DEFINIÇÕES

Anticorpos monoclonais: ou mAb surgem a partir de um único linfócito B, que é clonado e imortalizado, produzindo sempre os mesmos anticorpos, em resposta um agente patogénico. Estes anticorpos apresentam-se iguais entre si em estrutura, especificidade e afinidade, ligando-se por isso ao mesmo epítopo no antigénio.

3. APLICÁVEL A

Análise no laboratório de biologia molecular de amostras relacionadas à pesquisa clínica.

4. RESPONSABILIDADES

Pessoal encarregado da coleta das amostras da pesquisa. Pessoal envolvido na realização da PCR nas amostras recebidas no laboratório de biologia molecular. Chefia do laboratório de biologia molecular.

Procedimento Operacional Padrão

Gerência de Malária

S

49

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3

5. POP'S RELACIONADOS

Procedimento para realização da técnica PCR/RFLP. (versão atual do POP_MAL_LB_005_v02_PT).

6. PROCEDIMENTOS

6.1 Recursos necessários

Sangue total de paciente a ser testado, armazenado em tubo de 0,5 mL a 8ºC.

6.1.2 Materiais:

Ponteiras com filtro para pipetas automáticas (10 µL, 100 µL, 1000 µL)

Tubos de 1,5 mL

6.1.3 Equipamentos:

Centrífuga de cartão

Centrífuga

Pipetas automáticas de 10 µL, 100 µL

6.1.4 Reagentes:

Fenotipagem Duffy:

Reagentes Armazenamento

1. Hemácias anticoaguladas (EDTA) 8ºC

2. Anticorpos Anti-Fya de origem humana 8ºC

3. Anticorpos Anti-Fyb de origem humana 8ºC

4. LISS Temp. ambiente

5. Solução salina 0,9% Temp. ambiente

6. Cartões de gelcentrifugação com gel de sephadex, contendo soro poliespecífico antiglobulina humana (anti-IgG de coelho e anti-C3d monoclonal, linhagem celular C 139-9), suspensos em gel.

Temp. ambiente

6.2 Obtenção de sangue total

Obter 300-400µL de sangue da porção digital, com o uso de lanceta comum, em tubo microcentrífuga estéril de 1,5 mL identificado contendo 15 µL de EDTA

6.3 Fenotipagem Duffy:

O procedimento Técnico de fenotipagem pela técnica de gel centrifugação,

consiste:

50

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4

Procedimentos 1. Inicialmente lavar as hemácias a serem fenotipadas, três vezes com solução

salina 0,9% 2. Centrifugar por 1 minuto a 3.500 rpm a cada lavagem. 3. Preparar uma suspensão das hemácias a serem fenotipadas a 1% em

solução de baixa força iônica (LISS). 4. Em seguida identificar o cartão de gel centrifugação 5. Pipetar 50 uL dos reagentes anti-Fya e anti-Fyb nos respectivos canalículos

no cartão de gel. 6. Depois dispensar 25 uL da suspensão de hemácias a ser testada em cada 1

dos dois tubos. 7. O cartão deve ser incubabo por 10 minutos à 37°C em banho seco e

centrifugado em seguida por 10 minuto. 8. A leitura deve ser realizada de acordo com os padrões indicados pelo

fabricante. Exemplo de interpretação dos possíveis resultados obtidos:

- Reação Positiva ++++: Hemácias totalmente concentradas na parte

superior do gel após a centrifugação. - Reação Positiva +++: Hemácias concentradas na parte superior porém se

estendendo ao 1° terço superior do gel. - Reação Positiva ++: Hemácias se estendendo da parte superior do gel até

a parte central do canalículo. - Reação Positiva +: Hemácias se estendendo da parte central do gel até a

parte inferior do canalículo. - Reação negativa: Hemácias totalmente concentradas na parte inferior do

gel após a centrifugação.

6.4 Biossegurança

Todo o procedimento deve se realizar sob condições de biossegurança. 6.5 Registro dos resultados O resultado da PCR será preenchido pelo responsável do procedimento no questionário de Fenotipagem/Genotipagem (POP_MAL_LB_003_A01_v02_PT), indicando resultado, o motivo em caso de não ter realizado o exame, a ordem de armazenamento, o código e a assinatura do membro da equipe do projeto e a data do resultado.

7. REFERÊNCIAS

1. Castilho, L.; Rios, M.; Pellegrino, J.; Saad ST.; Costa FF.; Reid ME. A Novel FY Allele in Brazilians. Vox Sang., 87(3), 190-5, 2004.

2. Richmond JY, Mckinney RW. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001.

.

51

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5

8. REGISTRO DOS ANEXOS

TÍTULO DO ANEXO CÓDIGO DO ANEXO (Incluindo

versão/idioma):

Título do anexo 1: Questionário de Fenotipagem/Genotipagem

POP_MAL_LB_003_A01_v02_PT

NOME DO ANEXO:

CÓDIGO DO ANEXO (Incluindo versão/idioma):

Novo Justificativa Criado por:

Data e assinatura

Aprovado por:

Data e

assinatura

Revisão

Tradução

Revisão

Tradução

A versão atual deste POP foi traduzida a ____________________ e a versão traduzida entra em efeito em ___/___/_____.

Assinatura do responsável: ______________________

dd mm aa

52

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6

9.6 Anexo 5 - Questionário de Resultados PCR/RFLP

Consórcio P. vivax EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA NO CAREIRO

Questionário de Fenotipagem/Genotipagem

(POP_MAL_LB_005_A01_v02_PT)

IDENTIFICAÇÃO

1. Número de identificação permanente |__|-|__|__|__|-|__|__|

RESULTADO DA FENOTIPAGEM DUFFY

2. Fy(a+b-) |__|

3. Fy(a+b+) |__|

4. Fy(a-b+) |__|

5. Fy(a-b-) |__|

(1= positivo; 0= negativo)

RESULTADO DA GENOTIPAGEM DUFFY

6. FYA/FYA |__| FYB/FYX

|__|

7. FYA/FYX

|__| FYB/FYB-33 |__|

8. FYA/FYB-33 |__| FYX/FYX

x |__|

9. FYA/FYB |__| FYB-33/FYB-33 |__|

10. FYB/FYB |__|

(1= positivo; 0= negativo)

59

53

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7

9.7 Anexo 7 – Registro de aprovação do CEP

54

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9. ANEXOS 9.1 Anexo 1 - TCLE

Projeto de epidemiologia da malária no

município do Careiro (Amazonas)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

A Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM) está estudando a malária em algumas pessoas que moram no Município do Careiro-Castanho. Os pesquisadores não sabem quantas vezes as pessoas pegam malária durante o ano, na sua comunidade, e também não sabemos os efeitos destas várias infecções sobre sua saúde. Para nos ajudar a entender o que acontece, pedimos que você participe deste estudo. Precisamos acompanhar mais ou menos 1.200 pessoas de todas as idades para ver os tipos de malária que elas têm durante o ano. Este é um estudo de observação sobre a malária (especialmente a malária vivax) em toda a população do P. A. Panelão e do Castanho Sítio, que deve durar por volta de 2 (dois) anos. Você não vai precisar fazer nada de especial para participar do projeto. Você vai receber o diagnóstico de malária todas as vezes que tiver algum sintoma da doença e receberá o tratamento de graça, como já acontece. Durante todo o tempo do estudo, você ficará com um cartão de identificação individual, que deverá apresentar todas as vezes em que fizer um exame para o diagnóstico de malária. Um grupo de pessoas treinadas pela equipe de pesquisadores permanecerá na área do estudo a fim de realizar o diagnóstico de malária de maneira mais rápida. Todas as vezes em que você estiver com sintomas de malária, será colhida uma amostra de sangue do dedo para realizar uma lâmina para o diagnóstico de malária e para a realização de testes mais específicos para malária e avaliação de anemia e o tipo do sangue. A cada 6 (seis) meses, mesmo que você não tenha nenhum sintoma de malária, será feita uma visita a todas as pessoas que aceitarem participar do estudo em que será feito um exame clínico e será colhido sangue do dedo para realizar uma lâmina para o diagnóstico de malária, avaliação de anemia e outros testes mais específicos para malária. Se a lâmina de malária for positiva, você receberá novamente o tratamento. No caso de outro exame mais específico que indique que você pode ter o parasito da malária no sangue sem ter sintomas, você será acompanhado semanalmente por um pesquisador para avaliar a real necessidade do tratamento, já que o tratamento desnecessário quando não houver sintomas também pode trazer complicações. Portanto, nós queremos sua permissão para testar seu sangue para malária. Depois desses testes, queremos também sua permissão para guardar o restante de sangue que sobrar para poder fazer algum outro estudo no futuro, relacionado à malária. O material deverá ficar guardado sem nenhuma identificação pessoal na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (Hospital Tropical), em Manaus, sob a responsabilidade dos pesquisadores. Para coletar a amostra de sangue do dedo, você poderá sentir um pouco de dor, mas que deve parar dentro de alguns minutos. Se a limpeza do dedo não for correta, pode haver uma infecção, mas isto é muito infreqüente e se acontecer será acompanhada por nossa equipe de trabalho. Não há nenhum outro risco em participar desse estudo. O principal benefício em participar desse estudo é o recebimento de mais informações sobre malária e o diagnóstico e tratamento mais rápido da doença, porque nossa equipe ficará

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morando na área durante todo o tempo. Com o diagnóstico e tratamento mais rápido, é possível que haja uma diminuição do número de casos de malária na sua comunidade. Entretanto, você não receberá nenhum incentivo financeiro. Se tiver algum prejuízo em participar desta pesquisa, converse com um de nossos pesquisadores para que ele possa lhe ajudar. Se você concordar em participar, todas as informações coletadas serão confidenciais. Todo o material será guardado com um número-código, sem colocar seu nome. Seu nome nunca será usado em público. Se em qualquer momento você quiser se retirar do estudo, você poderá fazer isso, e mesmo assim terá direito ao diagnóstico e ao tratamento da malária, por nossa equipe. Contato dos pesquisadores Se você tiver alguma pergunta ou dúvida sobre esse estudo, procure um de nossos pesquisadores no Careiro para que eles possam tirar sua dúvida. Você poderá também fazer contato com o Dr. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, responsável pelo projeto, na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (Gerência de Malária), em Manaus (Av. Pedro Teixeira, 25). Nosso telefone para contato é o 3656 0620. Você ficará com este termo de consentimento assinado e outra cópia será arquivada pelos pesquisadores. Eu, ……………………………………………………………………………………......, entendi tudo sobre o Estudo da Epidemiologia da Malária no Careiro e autorizo a minha participação no estudo ou a participação do menor por quem sou responsável ............................................................................................................................................. Nome do menor (se o consentimento for para um menor) .................................................................................................................... Assinatura do voluntário (ou responsável) ……………………………………………................................. Data: ….. / ….. / ….. Polegar direito Assinatura do pesquisador que conversou com o voluntário ……………………………………………………………………………………………. Data: ….. / ….. / …...

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9.2 Anexo 2 - Questionário de visita transversal

Consórcio P. vivax

EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA NO CAREIRO Questionário de visita transversal

(POP_MAL_TC_002_A01_v01_PT)

IDENTIFICAÇÃO PESSOAL

1. Dia da visita (DD/MMM/AA) |__|__| / |__|__|__| / |__|__| 2. Número de identificação permanente |__|-|__||__||__| - |__|__| 3. Nome |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 4. Sobrenome |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| 5. Foi realizada a visita? (1=sim, 2=não) |__| 6. Se não, motivo (1=recusa, 2=ausência, 3=outro, 9=não aplicável) |__| Se a pessoa estiver ausente, registrar a data de saída da área do estudo na pergunta 26 7. Se for mulher, está grávida? (1=sim, 2=não, 3=desconhecido, 9=NA) |__|

8. Se a resposta for sim, qual trimestre? (1=primeiro, 2=segundo, 3=terceiro, 9=NA) |__| 9. Paridade (incluindo esta gravidez se for o caso) (99=não aplicável) |__|__|

MEDIDAS DE CONTROLE DA MALÁRIA 10. A pessoa dormiu com mosquiteiro ontem à noite? (1=sim, 2=não) |__| 11. Se sim, o mosquiteiro foi impregnado no ano passado? (1=sim, 2=não, 9=NA) |__| 12. A casa foi borrifada nos últimos 6 meses? (1=sim, 2=não) |__| 13. Nos últimos 30 dias, a pessoa tomou algum antimalárico? (1=sim, 2=não) |__|

14. Se sim, especificar qual (1=CQ, 2=CQ+PQ, 3=MQ+AS, 4=LU+AS, 5=outro, 9=NA) |__|

DADOS CLÍNICOS 15. História de febre nas últimas 48 horas? (1=sim, 2=não) |__| 16. Temperatura axilar (ºC) |__|__|.|__| 17. Classificação

esplênica de Hackett (1=normal, 2=borda costal, 3=além da borda costal, 4=umbigo, 5=além do umbigo)

|__|

18. A pessoa sente-se doente hoje? (1=sim, 2=não) |__|

EXAMES DE LABORATÓRIO 19. Foram coletadas duas lâminas? (1=sim, 2=não) |__| 20. Foi coletado um papel filtro? (1=sim, 2=não) |__| 21. Foi coletado um criotubo? (1=sim, 2=não) |__| 22. Número de identificação da amostra

23. Se não, por quê (1=amostra prévia <24 h, 2=recusa, 3=outro, 9=NA) |__| 24. Hemoglobina (g/dL) (99.9=não realizado) |__|__|.|__| 25. Resultado preliminar da gota

espessa (0=Negativo, 1=P. falciparum, 2=P. vivax, 3=P. malariae, 4=infecção mista, 9=não realizado)

|__|

Se a lâmina for positiva, preencher um Questionário de Detecção Passiva de Casos

Etiqueta

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9.3 Anexo 3 – Questionário de Detecção passiva

1.1 Anexo 4 – Protocolo de Extração de DNA

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9.4 Anexo 4 - Questionário de PCR/RFLP

Código POP POP_MAL_LB_005_v02_PT Título Procedimento para realização da técnica PCR/RFLP do gene

FY Idioma da versão original

PORTUGUÊS

Elaborado por: Cynthia Ferreira Oliveira Paulo Roberto R. de Lima Roberto Carlos R. Lecca

Data & assinatura

Revisado por: Sérgio Roberto L. Albuquerque Data & assinatura

Aprovado por: Marcus Vinícius G. Lacerda Data & assinatura

Data de aplicação: 24 de abril de 2009 Data da próxima revisão:

Emenda Razão da emenda

2. OBJETIVOS

Descrever o procedimento de amplificação por PCR do gene FY (exon 2 / GATA)

e análise deste produto pela técnica de RFLP.

3. DEFINIÇÕES

PCR: a reação em cadeia da polimerase é definida como uma técnica molecular

que permite a amplificação de pequenas quantidades de um DNA específico a

partir de um molde do DNA, usando uma reação enzimática simples, sem um

organismo vivo.

Procedimento Operacional Padrão

Gerência de Malária

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RFLP: O polimorfismo de comprimento de fragmentos de DNA (RFLP) é obtido

através do tratamento do DNA com enzimas de restrição. O ensaio RFLP

consiste na obtenção do DNA alvo e o tratamento do mesmo com enzima de

restrição, seguido de eletroforese para separação dos fragmentos de acordo

com o seu comprimento (tamanho)

Iniciador (primer): uma pequena seqüência de DNA ou RNA a partir da qual

pode começar a replicação do DNA.

4. APLICÁVEL A

Análise no laboratório de biologia molecular de amostras relacionadas à

pesquisa clínica.

5. RESPONSABILIDADES

Pessoal encarregado da coleta das amostras da pesquisa.

Pessoal envolvido na realização da PCR nas amostras recebidas no laboratório

de biologia molecular.

Chefia do laboratório de biologia molecular.

6. POP'S RELACIONADOS

Seguimento dos participantes no estudo “Epidemiologia da Malária no Município

do Careiro, Amazonas” (versão atual do POP_MAL_TC_002).

Caracterização da Malária Grave por Plasmodium vivax na Fundação de

Medicina Tropical do Amazonas, Brasil (versão atual do POP_MAL_HO_001).

7. RECURSOS NECESSÁRIOS

6.1 Amostra sanguínea.

Sangue total de paciente a ser testado, armazenado em tubo 0,5 mL a 8ºC.

6.2 Materiais:

• Ponteiras com filtro para pipetas automáticas (10 µL, 100 µL, 1000 µL)

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• Tubos de 0,2 mL; 0,5 mL; 1,5 mL e 2mL

• Plástico (tipo Magic Pac)

6.3 Equipamentos:

• Tubos de 1,5ml

• Ponteiras com filtro

• Pipetas automáticas (10 µL, 100 µL, 1000 µL)

• Isopropanol

• Etanol 70%

• Promega: Wizard® Genomic DNA Purification Kit.

• Centrífuga

6.4 Reagentes:

6.4.1 Extração de DNA:

REAGENTES PARA AS ETAPAS DE EXTRAÇÃO ARMAZENAMENTO

1. Isopropanol Temp. ambiente

2. Etanol 70% Temp. ambiente

3. Wizard® Genomic DNA Purification Kit (Promega) Temp. ambiente

6.4.2 PCR e Fracionamento eletroforético:

REAGENTES PARA O MIX DA PCR ARMAZENAMENTO

1. Água destilada autoclavada Temp. ambiente

2. Buffer 10X Temp. ambiente

3. MgCl2 (50Mm) - 20ºC

4. dNTP (100ng/ µL) - 20ºC

5. Fy AB1 forward (100ng/µL) - 20ºC

6. Fy AB2 reverse (100ng/µL) - 20ºC

7. Fy N1 forward (100ng/µL) - 20ºC

8. Fy n2 reverse (100ng/µL) - 20ºC

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9. Taq* (5u/ µL) - 20ºC

REAGENTES PARA O GEL DE AGAROSE E POLIACRILAMIDA

1. Agarose Temp. ambiente

2. TEB 10X Temp. ambiente

3. Ladder 25 pb, 100 pb - 20ºC

4. Azul de bromofenol 8ºC

5. Acrilamida 40% Temp. ambiente

6. Agua destilada autoclavada Temp. ambiente

7. Persulfato de amônia (APS) 10% Temp. ambiente

8. TEMED Temp. ambiente

- Seqüência dos primers:

Exon 2 - Fy AB1: 5’-TCC CCC TCA ACT GAG AAC TC-3’

- Fy AB2: 5’-AAG GCT GAG CCA TAC CAG AC-3’

GATTA - Fy N1: 5´-CAA GGC CAG TGA CCC CCA TA-3´

- Fy N2: 5´-CAT GGC ACC GTT TGG TTC AG-3´

6.4.3 RFLP (digestão enzimática)

REAGENTES PARA RFLP-DUFFY ARMAZENAMENTO

Água injetável Temperatura ambiente

Buffer - 20ºC

Enzima de restrição - 20ºC

Enzimas de restrição a serem utilizadas:

BanI ou BshNI (para diferenciar FYA de FYB)

StyI (para identificar a mutação GATTA FYB – 33C)

MspA1I (para identificar o SNP 265 C→T)

MwoI (para identificar o SNP 298 G→A)

7 EXTRAÇÃO DO DNA

7.1 Obtenções de sangue total

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Obter 300-400µL de sangue da porção digital, com o uso de lanceta comum,

em tubo microcentrífuga estéril de 1,5 mL identificado contendo 15 µL de

EDTA.

7.2 Procedimentos para extração do DNA a partir de tubo

Protocolo de extração retirado da “bula” do Wizard® Genomic DNA Purification

Kit.

Volume de amostra sanguínea: 300µL

Obs: Antes de dar início ao procedimento homogeneizar o tubo com sangue

até o mesmo ficar completamente homogeneizado.

Procedimentos:

1. Adicione 900µL de solução Cell Lysis. Inverta o tubo 5 a 6 vezes para

misturar o sangue e a solução de lise.

2. Incube por 10 minutos à temperatura ambiente, homogeneizando por

inversão duas a três vezes.

3. Centrifugue entre 13.000 e 16.000 x g por 20 minutos a temperatura

ambiente.

4. Descarte o sobrenadante.

5. Agite o tubo vigorosamente no vortex. Ressuspenda completamente as

células brancas.

6. Adicione 300 µL de solução Nuclei Lysis. Pipete a mistura 5-6 vezes para

lisar as células brancas.

7. OPCIONAL: Adicione 1,5 µL de solução RNAase ao lisado nuclear e misture

as amostras invertendo o tubo 2-5 vezes.Incube a mistura a 37ºC por 15

minutos e esfrie a temperatura ambiente.

8. Adicione 100µL de solução Protein Preciptation ao lisado nuclear e

homogeneíze vigorosamente no vortex de 10-20 segundos.

9. Centrifugue o tubo entre 13.000-16.000 x g por três minutos à temperatura

ambiente.

10. Transfira o sobrenadante para um tubo limpo de 1,5mL contendo 300µL de

isopropanol a temperatura ambiente.

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11. Gentilmente misture a solução por inversão até que as brancas cadeias de

DNA formem uma cadeia visível.

12. Centrifugue entre 13.000-16.000 x g por um minuto à temperatura

ambiente.

13. Decante o sobrenadante e adicione uma amostra de um volume de etanol a

70% à temperatura ambiente. Gentilmente inverta o tubo algumas vezes

para lavar o precipitado de DNA e os lados do microtubo.

14. Centrifugue como na etapa 11.

15. Cuidadosamente aspire o etanol. Inverta o tubo em um papel absorvente

limpo e seque ao ar o precipitado por 10 a 15 minutos.

16. Adicione 100µL da solução DNA rehydration ao tubo e reidrate o DNA

incubando à 65ºC por uma hora. Periodicamente homogeneíze gentilmente

a solução. Alternativamente reidrate o DNA incubando a solução overnigth à

temperatura amibiente.

17. Armazene o DNA entre 2-8ºC.

8 PCR (REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE) PARA DUFFY E GATA

Para a amplificação dos genes FYA e FYB foi utilizada a reação de PCR

padronizada pelo Laboratório de biologia molecular do Hemocentro do

Amazonas-HEMOAM. A banda específica de DNA resultante para Duffy

deverá apresentar apenas 1 banda de 392 pb. e para GATA deverá

apresentar também apenas 1 banda de 189 pb.

8.1 Reagentes para o mix da PCR (Duffy e GATA)

DNA extraído 5 µL

Água destilada autoclavada 33,7 µL (qsp 50 µL)

Buffer 5 µL (sempre 10% do volume final)

MgCl2 3 µL

dNTP (100mM) 0,8 µL

Primer 1 forward (100ng/µL) 1,0 µL

Primer 2 reverse (100ng/µL) 1,0 µL

Taq polymerase (5u/ µL) 0,5 µL

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Primers:

PCR Duffy: Primer 1 (Fy AB1) e Primer 2 (Fy AB2)

PCR GATTA: Primer 1 (Fy N1) e Primer 2 (Fy N2)

a. Reação de PCR Procedimentos:

1. Para o preparo do mix, deve-se multiplicar os valores dos volumes de cada

reagente do mix pela quantidade de amostra. Deve-se acrescentar no cálculo

das amostras o branco da reação.

2. Prepare o mix em um tubo com a capacidade para o volume final após o

cálculo realizado. Sempre utilizar ponteiras estéreis.

3. Deve-se adicionar 45µL do mix em cada microtubo (0,2 mL) previamente

identificado para cada amostra.

4. Em seguida adicionar 5 µL de DNA correspondente a cada amostra

identificada em seu respectivo microtubo.

5. Levar as amostras ao termociclador.

8.3 Condições de amplificação – Programação do Termociclador (para amplificação Duffy e GATA)

TEMPERATURA (ºC) TEMPO NÚMERO DE

CICLOS

95 5 – minutos 1

94 20 - segundos 35

62 20 - segundos 35

72 20 - segundos 35

72 10 - minutos 1

4 ∞ modo de espera

Obs:. O produto de PCR será analisado posteriormente em gel de agarose a

1,5%. É importante observar a qualidade de DNA. Um bom DNA deve ter as

seguintes características:

1. Não apresentar rastro no gel.

2. Não apresentar mais de uma banda.

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8.1 Restrições e limitações da PCR Possibilidade de contaminação da reação no momento da extração do DNA ou

no momento do preparo da mix do PCR, dada a sensibilidade da técnica

9 GEL DE AGAROSE PARA ANÁLISE DO PRODUTO DA PCR

Preparação do gel de Agarose 1,5%

1. Em um Erlemeyer pesar 1,5 g de Agarose

2. Completar com TEB 1x para 100 mL ,

3. Tampar o Erlemeyer com plástico (Tipo Magic pac) fazendo pequenos furos

no mesmo.

4. Levar o material ao forno de microondas por aproximadamente 3 minutos até

ficar com aspecto transparente.

5. Acrescentar o Brometo de Etídio no Erlemeyer (0,7 µL para 100 mL).

6. Prepara o suporte de polimerização colocando o pente com a quantidade

desejada de poços.

7. Esperar esfriar o Erlemeyer e despejar a agarose a 1,5% no suporte de

polimerização.

8. Aguardar a formação do gel (solidificação) e retirar o pente.

9. Colocar o suporte de polimerização com o gel na cuba de eletroforese.

10. Adicionar na cuba tampão TEB 1X até cobrir a superfície do gel.

Aplicação da amostra no gel de Agarose

1. Homogeneizar em um plástico (tipo Mag Pac) 4 µL da amostra de DNA

(produto da PCR) com 2µL de azul de bromofenol. Obs.: Evitar ao

homogeneizar as amostras no plástico que as mesmas tenham contato entre

si. Deixar espaço entre elas.

2. Deve-se iniciar aplicação das amostras nos poços do gel com 4 µL de

Ladder (Não precisa homogeneizar com azul de bromofenol, pois o mesmo

já vem corado)

3. Em seguida a amostra negativa (branco) já homogeneizada com a gota de

azul de bromofenol deve ser dispensada no poço seguinte. Obs: Sempre

aplicar na seguinte ordem: Ladder, branco e DNA's.

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4. Aplicar a amostra homogeneizada nos poços formados no gel.

5. Reservar um poço para utilização de um padrão de corrida (Ladder-100pb).

6. Ajustar a voltagem para 100 volts por 1,5 horas.

7. Analisar o gel sob radiação ultravioleta.

8. Tirar foto do gel para posterior análise dos resultados obtidos.

Obs: As corridas em gel de agarose são para observar se houve amplificação

durante o PCR, assim como verificar a qualidade do DNA amplificado, ou

seja, se o mesmo está em boa quantidade (Bandas fortes), se não há rastro

(não está degradado).

10 RFLP (POLIMORFISMO DE COMPRIMENTO DE FRAGMENTOS DE DNA)

Para a análise RFLP serão utilizados os produtos de PCR amplificados na PCR

GATTA e PCR Duffy. Será utilizado a enzima de restrição BanI (BshN1), StyI,

MspA1I e MwoI.

10.1 Reagentes para o preparo mix da digestão enzimática

Produto PCR (Duffy) 12 µL

Água destilada autoclavada 5,5 µL (qsp 50 µL)

Buffer 10 X 2 µL

Enzima de restrição 0,5 µL

Procedimentos:

1. Multiplicar as quantidades de reagente do protocolo pelo número de

amostras a serem digeridas e preparar o mix. Sempre utilizar ponteiras

estéreis.

2. Prepare o mix em um tubo com a capacidade para o volume final após o

cálculo realizado.

3. Utilizar tubo de 0,2 mL para no preparo da digestão de cada amostra.

4. Deve-se adicionar 8µL do mix em cada microtubo previamente identificado

para cada amostra.

5. Em seguida adicionar 12 µL de DNA correspondente a cada amostra

identificada em seu respectivo microtubo.

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6. Levar as amostras ao termociclador.

10.2 Programação do Termociclador para as digestões enzimáticas

(Condições de incubação)

ENZIMA TEMPERATURA TEMPO BanI 37ºC 4 horas StyI 37ºC 4 horas

MspA1I 37ºC 4 horas MwoI 60ºC 4 horas

A leitura das bandas da digestão enzimática para a enzima BanI será feita em

gel de agarose a 1,5% (ítem 9).

- O genótipo FYA deverá mostrar apenas a banda de 210 pb.

- O genótipo FYB deverá mostrar apenas a banda de 306 pb.

- O genótipo FYAB deverá mostrar duas bandas 306 e 210 pb.

A leitura das bandas da digestão enzimática para as enzimas StyI, MspA1I e

MwoI será feita em gel de poliacrilamida a 12% (ítem 11).

- StyI: O genótipo com o GATA mutado deverá mostrar a banda extra de 61 pb

e o GATA normal deverá mostrar apenas as bandas com 108 e 81 pb.

- MspAI: Os genótipos mutados para o SNP 265 C→T apresentaram banda

extra de 161pb e os genótipos sem a mutação apresentarão apenas as bandas

124pb e 118 pb.

- MwoI: Os genótipos mutados para o SNP 298 G→A apresentaram banda

extra de 343pb e os genótipos sem a mutação apresentarão apenas as

bandas 270pb e 73 pb.

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11 GEL DE POLIACRILAMIDA PARA ANÁLISE DO PRODUTO DA DIGESTÃO ENZIMÁTICA

Reagentes para o preparo do gel de Poliacrilamida a 12%:

1. Acrilamida 40% 6,4 mL

2. TEB 10X 2,0 mL

3. Água Dest 12,4 mL

4. Persulfato de Amônia (APS) 10% 200 µL

5. TEMED 16 µL

Preparo da Base para receber o Gel

1. Em um Erlemeyer adicione a água, seguido pelo TEB 10X, Acrilamida 40%,

Persulfato de Amônia (APS) 10% e por último o TEMED.

2. O preenchimento das placas de vidro deve ser rápido, devido a gelificação.

Preparo da Base para receber o Gel

1. Preparar os suportes com as placas de vidro.

2. Prender os suportes nas bases.

3. Prepara o Gel.

4. Encher a placa de vidro com o gel preparado utilizando uma seringa de 10 mL

com agulha.

5. Verificar a presença de bolhas e eliminá-las com a agulha caso ocorram.

6. Colocar o pente para a formação dos poços.

7. Aguardar a formação do gel. (2 horas)

8. Após a formação do gel, verificar, com agulha e seringa, se os poços estão

obstruídos.

9. Em seguida aplicar as amostras.

Aplicação de amostras no gel de Poliacrilamida

1. Encher a cuba de corrida com TEB 1x conforme as marcas na cuba.

2. Aplicar as amostras:

- Ladder: 2 µL + 2 µL azul de bromofenol (5x).

- DNA: 10 µL + 2 µL azul de bromofenol (5x).

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3. Programar a voltagem da cuba de corrida para 100 V. o tempo de corrida é

1,5h aproximadamente.

4. Após a corrida retirar a lâmina com gel da cuba e colocar o gel com a lâmina

em uma cuba com água destilada ou tampão TEB 1x já adicionado brometo

de etídio (0,8 µL para cada 100mL de água) e aguardar 5 minutos.

5 Fazer a leitura e fotografar o gel no sistema de documentação.- Retirar a

lâmina com gel da cuba de corrida

- Colocar o gel com a lâmina em uma cuba com Água Destilada ou tampão

TEB 1x

- Adicionar 5uL ou 10 uL de brometo de etídio e aguardar 5 minutos.

- Fazer a leitura e fotografar o gel no sistema de documentação.

12 BIOSSEGURANÇA Todo o procedimento deve se realizar sob condições de biossegurança.

13 REGISTRO DOS RESULTADOS O resultado da PCR/RFLP será preenchido pelo responsável do procedimento

no questionário de Fenotipagem e Genotipagem (POP_MAL_LB_003_A01_v02_PT), indicando resultado, o código e a

assinatura do membro da equipe do projeto e a data do resultado.

14 REFERÊNCIAS

1. Castilho, L.; Rios, M.; Pellegrino, J.; Saad ST.; Costa FF.; Reid ME. A Novel FY

Allele in Brazilians. Vox Sang., 87(3), 190-5, 2004.

2. Richmond JY, Mckinney RW. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de

microbiologia. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001.

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15 REGISTRO DOS ANEXOS

TÍTULO DO ANEXO CÓDIGO DO ANEXO (Incluindo versão/idioma):

Título do anexo 1: Questionário de Fenotipagem/Genotipagem POP_MAL_LB_005_A01_v02_PT

NOME DO ANEXO:

CÓDIGO DO ANEXO (Incluindo versão/idioma):

Novo Justificativa Criado por:

Data e assinatura

Aprovado por:

Data e assinatura

Revisão Tradução

Revisão Tradução

A versão atual deste POP foi traduzida a ____________________ e a versão traduzida entra em efeito em ___/___/_____.

Assinatura do responsável: ______________________

dd mm aa

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9.5 Anexo 5 - Questionário de Fenotipagem

Código POP POP_MAL_LB_004_v02_PT Título Procedimento para realização da técnica de Fenotipagem Duffy Idioma da versão original

PORTUGUÊS

Traduzido por: Cynthia Ferreira Oliveira Paulo Roberto Ribeiro de Lima Roberto Carlos Reyes Lecca

Data & assinatura

Revisado por: Sérgio Roberto L. Albuquerque Data & assinatura

Aprovado por: Marcus Vinícius G. Lacerda Data & assinatura

Data de aplicação: 24 de abril de 2009

Data da próxima revisão:

Emenda Razão da emenda

1. OBJETIVOS Verificar a expressão do fenótipo Fy(a-b-) do sistema sanguíneo Duffy.

2. DEFINIÇÕES

Anticorpos monoclonais: ou mAb surgem a partir de um único linfócito B, que é clonado e imortalizado, produzindo sempre os mesmos anticorpos, em resposta um agente patogénico. Estes anticorpos apresentam-se iguais entre si em estrutura, especificidade e afinidade, ligando-se por isso ao mesmo epítopo no antigénio.

3. APLICÁVEL A Análise no laboratório de biologia molecular de amostras relacionadas à pesquisa clínica.

4. RESPONSABILIDADES Pessoal encarregado da coleta das amostras da pesquisa. Pessoal envolvido na realização da PCR nas amostras recebidas no laboratório de biologia molecular. Chefia do laboratório de biologia molecular.

Procedimento Operacional Padrão

Gerência de Malária

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5. POP'S RELACIONADOS Procedimento para realização da técnica PCR/RFLP. (versão atual do POP_MAL_LB_005_v02_PT).

6. PROCEDIMENTOS

6.1 Recursos necessários

Sangue total de paciente a ser testado, armazenado em tubo de 0,5 mL a 8ºC. 6.1.2 Materiais: • Ponteiras com filtro para pipetas automáticas (10 µL, 100 µL, 1000 µL) • Tubos de 1,5 mL

6.1.3 Equipamentos: • Centrífuga de cartão • Centrífuga • Pipetas automáticas de 10 µL, 100 µL

6.1.4 Reagentes:

Fenotipagem Duffy:

Reagentes Armazenamento 1. Hemácias anticoaguladas (EDTA) 8ºC 2. Anticorpos Anti-Fya de origem humana 8ºC 3. Anticorpos Anti-Fyb de origem humana 8ºC 4. LISS Temp. ambiente 5. Solução salina 0,9% Temp. ambiente 6. Cartões de gelcentrifugação com gel de

sephadex, contendo soro poliespecífico antiglobulina humana (anti-IgG de coelho e anti-C3d monoclonal, linhagem celular C 139-9), suspensos em gel.

Temp. ambiente

6.2 Obtenção de sangue total

Obter 300-400µL de sangue da porção digital, com o uso de lanceta comum, em tubo microcentrífuga estéril de 1,5 mL identificado contendo 15 µL de EDTA

6.3 Fenotipagem Duffy:

O procedimento Técnico de fenotipagem pela técnica de gel centrifugação,

consiste:

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Procedimentos 1. Inicialmente lavar as hemácias a serem fenotipadas, três vezes com solução

salina 0,9% 2. Centrifugar por 1 minuto a 3.500 rpm a cada lavagem. 3. Preparar uma suspensão das hemácias a serem fenotipadas a 1% em

solução de baixa força iônica (LISS). 4. Em seguida identificar o cartão de gel centrifugação 5. Pipetar 50 uL dos reagentes anti-Fya e anti-Fyb nos respectivos canalículos

no cartão de gel. 6. Depois dispensar 25 uL da suspensão de hemácias a ser testada em cada 1

dos dois tubos. 7. O cartão deve ser incubabo por 10 minutos à 37°C em banho seco e

centrifugado em seguida por 10 minuto. 8. A leitura deve ser realizada de acordo com os padrões indicados pelo

fabricante. Exemplo de interpretação dos possíveis resultados obtidos:

- Reação Positiva ++++: Hemácias totalmente concentradas na parte superior do gel após a centrifugação.

- Reação Positiva +++: Hemácias concentradas na parte superior porém se estendendo ao 1° terço superior do gel.

- Reação Positiva ++: Hemácias se estendendo da parte superior do gel até a parte central do canalículo.

- Reação Positiva +: Hemácias se estendendo da parte central do gel até a parte inferior do canalículo.

- Reação negativa: Hemácias totalmente concentradas na parte inferior do gel após a centrifugação.

6.4 Biossegurança Todo o procedimento deve se realizar sob condições de biossegurança. 6.5 Registro dos resultados O resultado da PCR será preenchido pelo responsável do procedimento no questionário de Fenotipagem/Genotipagem (POP_MAL_LB_003_A01_v02_PT), indicando resultado, o motivo em caso de não ter realizado o exame, a ordem de armazenamento, o código e a assinatura do membro da equipe do projeto e a data do resultado.

7. REFERÊNCIAS 1. Castilho, L.; Rios, M.; Pellegrino, J.; Saad ST.; Costa FF.; Reid ME. A Novel FY Allele in Brazilians. Vox Sang., 87(3), 190-5, 2004.

2. Richmond JY, Mckinney RW. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001. .

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8. REGISTRO DOS ANEXOS

TÍTULO DO ANEXO CÓDIGO DO ANEXO (Incluindo versão/idioma):

Título do anexo 1: Questionário de Fenotipagem/Genotipagem POP_MAL_LB_003_A01_v02_PT

NOME DO ANEXO:

CÓDIGO DO ANEXO (Incluindo versão/idioma):

Novo Justificativa

Criado por:

Data e

assinatura

Aprovado por:

Data e

assinatura

Revisão Tradução

Revisão Tradução

A versão atual deste POP foi traduzida a ____________________ e a versão traduzida entra em efeito em ___/___/_____.

Assinatura do responsável: ______________________

dd mm aa

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9.6 Anexo 5 - Questionário de Resultados PCR/RFLP

Consórcio P. vivax EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA NO CAREIRO

Questionário de Fenotipagem/Genotipagem

(POP_MAL_LB_005_A01_v02_PT)

IDENTIFICAÇÃO

Número de identificação permanente |__|-|__|__|__|-|__|__|

RESULTADO DA FENOTIPAGEM DUFFY Fy(a+b-) |__|

Fy(a+b+) |__|

Fy(a-b+) |__| Fy(a-b-) |__|

(1= positivo; 0= negativo)

RESULTADO DA GENOTIPAGEM DUFFY FYA/FYA |__| FYB/FYX |__| FYA/FYX |__| FYB/FYB-33 |__| FYA/FYB-33 |__| FYX/FYXx |__| FYA/FYB |__| FYB-33/FYB-33 |__|

FYB/FYB |__| (1= positivo; 0= negativo)

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9.7 Anexo 7 – Registro de aprovação do CEP