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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ANDERSON RAMOS DOS SANTOS ESTUDO DA ADERÊNCIA DE FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS AO GUIA PMBOK (Project Management Body of Knowledge) São José 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ANDERSON RAMOS DOS SANTOS

ESTUDO DA ADERÊNCIA DE FERRAMENTAS DE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS AO GUIA PMBOK (Project Management Body of Knowledge)

São José

2007

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ANDERSON RAMOS DOS SANTOS

ESTUDO DA ADERÊNCIA DE FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS AO GUIA PMBOK

(Project Management Body of Knowledge)

Trabalho de Conclusão de Curso - pesquisa teórico -

empírica - apresentado como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em Administração da

Universidade do Vale do Itajaí.

Professora Orientadora: Eliza Coral

São José

2007

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ANDERSON RAMOS DOS SANTOS

ESTUDO DA ADERÊNCIA DE FERRAMENTAS DE

GERENCIAMENTO DE PROJETOS AO GUIA PMBOK (Project Management Body of Knowledge)

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua

forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale

do Itajaí, em (dia, mês e ano constante da ata de aprovação – defesa)

Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José

Coordenador(a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof(a) Dra. Eng. Eliza Coral UNIVALI – Campus São José

Professora Orientadora

Prof(a) Dra. Nome do Professor (a) Orientador(a) UNIVALI – Campus São José

Membro

Prof(a) Dra. Nome do Professor (a) Orientador(a) UNIVALI – Campus São José

Membro

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, em

especial a meus pais, Nivaldo e Sandra, pela

formação moral e espiritual recebida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a professora e orientadora Eliza Coral pelo apoio, incentivo e

principalmente pelo acompanhamento deste trabalho.

Aos professores José Glauber D´Avila Nascimento Monteiro e Anete Alberton que

proporcionaram com seus conhecimentos uma melhor qualidade para a finalização

deste trabalho. Agradeço também aos demais professores que durante a jornada

acadêmica contribuíram direta ou indiretamente a realização deste trabalho.

Agradeço a toda minha família pela compreensão e todos os esforços demandados.

Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste

trabalho.

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Atualmente, o trabalho se resume a duas

coisas: Talento e Projetos.

TOM PETERS.

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RESUMO

SANTOS, Anderson Ramos dos. Estudo da aderência de ferramentas de gerenciamento de projetos ao Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge). 2007. 120f. Monografia (Graduação em Administração Geral), Universidade do Vale do Itajaí, São José.

A execução eficiente de um projeto necessita de uma coordenação dos conhecimentos, habilidades, técnicas e ferramentas utilizadas. Essa coordenação é o que denominamos como o gerenciamento de projetos. O objetivo deste trabalho é a realização de um estudo de aderência de ferramentas de gerenciamento de projetos ao Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge) e posicionar a ferramenta de software Odyssea em relação aos seus principais concorrentes. Esse estudo de aderência consiste em comparar a adesão aos processos designados pelo Guia, dentro da área de gerenciamento de projetos, por meio de uma análise de Benchmarking de Processo em sinergia com o Benchmarking de Desempenho. Para alcançar este estudo, o trabalho foi desenvolvido a partir da revisão bibliográfica a respeito do gerenciamento de projetos tendo como base as diretrizes do Guia PMBOK, além dos preceitos da técnica delphi. A técnica delphi é uma ferramenta de pesquisa qualitativa que busca um consenso de opiniões de um grupo de especialistas, sem ocorrer à interação pessoal dos mesmos. Ela ajuda a reduzir a parcialidade nos dados e evita que alguém possa indevidamente influenciar o resultado do objeto de estudo. Assim, ela também contribuiu com o benchmarking de processo aliado ao de desempenho, para a avaliação da aderência das ferramentas de softwares de gerenciamento de projetos ao Guia PMBOK por intermédio de usuários especialistas com alto grau de conhecimento do Guia PMBOK, denominados respondentes. Os resultados obtidos mostraram as aderências dos processos das ferramentas de software na área de gerenciamento de projetos em relação aos processos no Guia PMBOK. Assim, almeja-se que o presente estudo sirva de elemento de prospecção para a evolução das ferramentas de softwares. Anseia-se também, que este trabalho seja um instrumento desbravador na área de gerenciamento de projetos, fomentando a realização de futuros trabalhos e publicações científicas.

Palavras –chave: Projeto. Aderência. PMBOK.

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ABSTRACT

SANTOS, Anderson Ramos dos. Estudo da aderência de ferramentas de gerenciamento de projetos ao Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge). 2007. 120f. Monografia (Graduação em Administração Geral), Universidade do Vale do Itajaí, São José. The efficient execution of a project needs a coordination of the knowledge, abilities, techniques and used tools. That coordination is what denominated as the administration of projects. The objective of this work is the accomplishment of a study of adherence of tools of administration of projects to Guide PMBOK (Project Management Body of Knowledge) and to position the software tool Odyssea in relation to their main ones competitive. That study of adherence consists of comparing the adhesion to the processes designated by the Guide, inside of the area of administration of projects, through an analysis of Benchmarking of Process in synergy with Benchmarking of Acting. To reach this study, the work it was developed starting from the bibliographical revision regarding the administration of projects tends as base Guide's PMBOK guidelines, besides the precepts of the technique delphi. The technique delphi is a tool of qualitative research that it looks for a consensus of opinions of a group of specialists, without happening to the personal interaction of the same ones. She helps to reduce the partiality in the data and it avoids that somebody improperly can influence the result of the study object. Like this, she also contributed with the process benchmarking allied to the of acting, for the evaluation of the adherence of the tools of softwares of administration of projects to Guide PMBOK through specialist users with high degree of knowledge of Guide PMBOK, denominated respondents. The obtained results showed the adherences of the processes of the software tools in the area of administration of projects in relation to the processes in Guide PMBOK. Like this, it is longed for that the present study serves as search element for the evolution of the tools of softwares. It is also desired, that this work is an instrument explorer in the area of administration of projects, fomenting the accomplishment of futures works and scientific publications.

Key-words: Project. Adherence. PMBOK.

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Lista de quadros

Quadro 1 - O processo administrativo segundo clássicos e neoclássicos. ...............10

Quadro 2 - Contrastes entre projetos e rotinas. ........................................................14

Quadro 3 - Síntese da aplicabilidade dos tipos de benchmarking.............................37

Quadro 4 - Processos de benchmarking ...................................................................38

Quadro 5 - Processos de benchmarking ...................................................................38

Quadro 6 - Etapas de um Processo de benchmarking ..............................................39

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Lista de figuras

Figura 1 – Esquema de um processo........................................................................12

Figura 2 - Diferentes proporções de tempo dedicado ao PDCA (Plan, Do, Check,

Action) ................................................................................................................13

Figura 3 - Transformando oportunidades em projetos. .............................................14

Figura 4 - Mapeamento entre os grupos de processos de gerenciamento de projetos

e o ciclo PDCA ...................................................................................................20

Figura 5 – Fluxograma do Trabalho ..........................................................................57

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Lista de gráficos

Gráfico 1 - 1) Qual o seu grau de conhecimento em relação ao Guia PMBOK - 3a

ed.? ....................................................................................................................68

Gráfico 2 - 2.1) Possui especialização (MBA) em gerenciamento de projetos?........68

Gráfico 3 - 3) Qual o seu grau de conhecimento da ferramenta de gerenciamento de

projetos que você está avaliando?.....................................................................69

Gráfico 4 - 1) Gera a respectiva saída?.....................................................................70

Gráfico 5 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA INTEGRAÇÃO.....................71

Gráfico 6 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA ESCOPO .............................72

Gráfico 7 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA TEMPO................................73

Gráfico 8 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA CUSTOS..............................74

Gráfico 9 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA QUALIDADE........................75

Gráfico 10 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA RECURSOS HUMANOS ...76

Gráfico 11 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA COMUNICAÇÕES.............77

Gráfico 12 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA RISCOS.............................78

Gráfico 13 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA AQUISIÇÕES ....................79

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Lista de tabelas Tabela 1 - Quantidade de grupos de processos nas áreas de conhecimento...........61

Tabela 2 - Quantidade de grupos de processos nas fases de gerenciamento..........61

Tabela 3 - Quantidade processos em função das fases de processamento .............62

Tabela 4 - Matriz da quantidade dos respondentes em função de todos os softwares

...........................................................................................................................66

Tabela 5 - Matriz da quantidade dos respondentes em função dos softwares

analisados ..........................................................................................................67

Tabela 6 - Matriz da aderência das ferramentas de software em função das nove

áreas de conhecimento ......................................................................................81

Lista de tabelas (opcional): identifica as tabelas, na ordem em que se apresentam no

texto, com respectivos nomes e números de página.

Tabela 1 – Produção anual e percentual expotado ......Erro! Indicador não definido.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................1

1.1 Problema de pesquisa ......................................................................................3

1.2 Perguntas de pesquisa .....................................................................................3

1.3 Objetivos...........................................................................................................4

1.3.1 Objetivo geral....................................................................................................4

1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................4

1.4 Justificativa .......................................................................................................5

1.5 Apresentação geral do trabalho........................................................................8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................9

2.1 Conceitos de Administração .............................................................................9

2.2 Conceitos de Projeto ......................................................................................12

2.2.1 Gerenciamento de projetos ............................................................................15

2.2.2 Histórico do PMI (Project Management Institute)............................................16

2.2.3 Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge)..............................17

2.2.4 Gerente de projetos ........................................................................................21

2.2.5 Ferramenta de software para o gerenciamento de projetos ...........................23

2.3 Benchmarking.................................................................................................25

2.3.1 FNQ – Fundação Nacional da Qualidade .......................................................27

2.3.2 Objetivos e atividades de Benchmarking........................................................29

2.3.3 Princípios de Benchmarking ...........................................................................31

2.3.4 Tipos de Benchmarking ..................................................................................32

2.3.5 Processos de Benchmarking ..........................................................................37

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ..................................................................40

3.1 Caracterização da pesquisa ...........................................................................40

3.2 Contexto e participantes: quem vai participar da pesquisa.............................41

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados ........................................43

3.4 Tratamento e análise dos dados.....................................................................46

4 A INDÚSTRIA DE SOFTWARE NO BRASIL ................................................48

4.1 Introdução.......................................................................................................48

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4.2 Características do Setor e os Principais gargalos ..........................................49

4.3 SENSYS Consultoria e Sistemas ...................................................................52

5 APLICAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................55

5.1 Origem da pesquisa........................................................................................55

5.2 Aplicação ........................................................................................................56

5.2.1 Iniciação..... ....................................................................................................58

5.2.2 Planejamento..................................................................................................60

5.2.3 Execução .... ...................................................................................................63

5.3 Considerações Finais .....................................................................................82

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................83

6.1 Conclusões.....................................................................................................83

6.2 Limitações do Trabalho ..................................................................................84

6.3 Recomendações.............................................................................................85

REFERÊNCIAS.........................................................................................................86

APÊNDICES .............................................................................................................92

APÊNDICE A – PROJECT CHARTER (TERMO DE ABERTURA DO PROJETO) .93

APÊNDICE B – PERFIL DO RESPONDENTE.......................................................101

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA .................................................103

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1 INTRODUÇÃO

A cada dia surgem novos empreendimentos que tem por finalidade produzir

algo novo, com início e fim definidos, conduzidos em função de objetivos claros, em

função de um problema, uma oportunidade ou ainda oriundo de um interesse de um

grupo ou uma organização. Essa necessidade de produzir algo novo com início e fim

específicos em função de um objetivo é o que denominamos de projeto.

A denotação de projeto não se restringe a grandes construções antigas como

as Pirâmides de Gizé (Kéops, Quéfren e Miquerinos), o Colosso de Rodes, ou

algumas construções mais recentes como a construção da Torre Eiffel e Cristo

Redentor. Os projetos estão relacionados diretamente ao cotidiano das empresas e

também das pessoas, muito mais do que se imagina. Algumas técnicas como

controle de custos, desenvolvimento da programação, compra de insumos e

gerenciamentos de riscos, dentre outras que são utilizadas no processo

administrativo, fazem parte das etapas de realização de um projeto.

Esta ligação pode ser comprovada na exemplificação de alguns projetos,

como: a construção de uma casa; uma campanha política; o desenvolvimento de um

novo produto; o treinamento de uma equipe; a aquisição e instalação de um novo

equipamento; o projeto de inclusão digital do Governo Federal; a criação de um novo

veículo de transporte; a implementação de um software, dentre outros.

Para tanto, a execução eficiente do projeto necessita de uma coordenação

dos conhecimentos, habilidades, técnicas e ferramentas utilizadas. Essa

coordenação é o que denominamos como o gerenciamento de projetos.

Corroborando com essa necessidade de coordenação, Valeriano (2001, p.27)

reafirma que um aspecto crítico para o sucesso dos projetos é o da sua

administração ou gerência de projeto, definida como sendo a aplicação de

conhecimentos, habilidades e recursos nas atividades de um projeto a fim de atingir

e exceder às necessidades e às expectativas das partes interessadas.

Um dos principais propósitos do gerenciamento de projetos é auxiliar as

organizações a atenderem as necessidades de seus clientes padronizando tarefas

rotineiras e reduzindo o número daquelas que poderiam ser esquecidas. Ele

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assegura que os recursos disponíveis são alocados da maneira mais eficiente e

eficaz, permitindo aos executivos perceber “o que está acontecendo” e “para onde

as coisas estão indo” dentro das organizações (PMISP, 2006).

Com a finalidade de universalizar as práticas de gerenciamento de projetos,

surge um conjunto de conhecimentos de gerenciamento de projetos denominado

PMBOK (Project Management Body of Knowledge). Atualmente, o PMBOK, é

considerado uma referência mundial nas práticas de excelência do gerenciamento

de projetos.

Ele inclui ainda, “[...] práticas tradicionais comprovadas amplamente

aplicadas, além de práticas inovadoras que estão surgindo na profissão, inclusive

materiais publicados e não publicados”. (PMBOK, 2004, p.3).

Partindo desse contexto, a empresa Sensys Consultoria e Sistemas por meio

de sua ferramenta de gerenciamento de projetos, o software ODYSSEA, visa

contemplar os processos mais relevantes do gerenciamento de projetos para o

desenvolvimento de produtos. Assim, ela busca atender e superar os requisitos

básicos em relação ao Guia PMBOK.

Almejando identificar oportunidades de melhoria e posicionar a sua

ferramenta frente à concorrência, o presente trabalho visa oferecer um estudo de

aderência ao software ODYSSEA e de seus principais concorrentes em relação ao

Guia PMBOK. Esse estudo de aderência consiste em comparar a adesão aos

processos designados pelo Guia, dentro da área de gerenciamento de projetos, por

meio de uma análise de Benchmarking de Processo em sinergia com o

Benchmarking de Desempenho.

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1.1 Problema de pesquisa

Qual a aderência da ferramenta de software ODYSSEA, da empresa Sensys

Consultoria e Sistemas e seus principais concorrentes dentro da área de

gerenciamento de projetos em relação ao GUIA PMBOK?

1.2 Perguntas de pesquisa

O que é o Guia PMBOK e o que ele representa dentro da área de

gerenciamento de projetos?

Quais as ferramentas de gerenciamento de projeto que estão

disponíveis no mercado?

Quais os principais concorrentes da empresa Sensys Consultoria e

Sistemas?

Qual o grau de aderência da ferramenta de software ODYSSEA e seus

principais concorrentes ao modelo PMBOK?

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1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem por objetivo geral, realizar um estudo de aderência

de ferramentas de gerenciamento de projetos ao Guia PMBOK (Project Management

Body of Knowledge) e posicionar a ferramenta da empresa Sensys em relação aos

seus principais concorrentes.

1.3.2 Objetivos específicos

Realizar um levantamento bibliográfico sobre as práticas na área de

gerenciamento de projetos e sobre os métodos de Benchmarking;

Elaborar um modelo de avaliação das ferramentas que atuam na área

de gerenciamento de projetos;

Especificar os critérios a serem avaliados nas ferramentas de

gerenciamento de projetos;

Identificar as principais ferramentas de softwares que atuam no

gerenciamento de projetos;

Aplicar uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas (técnica

delphi) e questionários;

Analisar os dados coletados e comparar a abrangência da ferramenta

ODYSSEA e de seus concorrentes com relação à aderência do Guia

PMBOK;

Posicionar a ferramenta da empresa Sensys frente aos seus principais

concorrentes;

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1.4 Justificativa

Com os crescentes avanços tecnológicos e científicos, impulsionados pelo

advento da globalização, percebe-se diariamente o desenvolvimento de novos

produtos e serviços por meio de projetos nas mais diversas áreas de aplicação.

Kerzner (2001 apud PATAH, 2004, p.2) destaca que o mundo é movido por projetos

e que este fenômeno pode ser demonstrado pelo aumento de número de empresas

que estão adotando a metodologia de gerenciamento de projetos.

Por esta razão, a busca do sucesso em projetos é algo indispensável para

uma empresa que visa aumentar sua eficácia com eficiência. Na busca do sucesso é

essencial coordenar as expectativas dos interessados com os recursos disponíveis,

utilizando o conhecimento, as habilidades, técnicas e ferramentas que perfazem o

conceito de gerenciamento de projetos.

Muitas organizações, como NASA, IBM, AT&T, Siemens, Chiyoda

Corporation, PricewaterhouseCoopers, Sociedade Computacional de Singapura e o

Governo Estadual de Oregon (EUA), lançam mão do Gerenciamento de Projetos

para desenvolver processos inovadores, planejar, organizar e controlar iniciativas

estratégicas, monitorar desempenho de empreendimentos, analisar divergências

significantes e prever seus impactos nos projeto e na organização (PMISC, 2007).

Diante da magnitude no auge dos projetos espaciais da NASA no ano de

1969, um grupo de cinco profissionais de gestão de projetos, se reuniu para discutir

a ausência de uma organização que trabalhasse no aperfeiçoamento, no

profissionalismo do gerenciamento de projetos e a difusão das melhores práticas

nesta área. Assim, o senhor James (Jim) R. Snyder, um dos cinco envolvidos, funda

o PMI – Project Management Institute. (TORREÃO, 2005 apud PMI, 2004).

Criado nos Estados Unidos o Project Management Institute (PMI) que

traduzindo significa, Instituto de Gerenciamento de Projetos, que representa a

principal associação mundial sem fins lucrativos em gerenciamento de projetos. O

PMI visa ampliar e difundir os conhecimentos na área de gerenciamento de projetos,

assim como, desenvolver o aperfeiçoamento dos profissionais e organizações da

área. Ele estabelece padrões de Gerenciamento de Projeto, provê seminários,

programas educacionais e a certificação profissional (PMP) que cada vez mais

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organizações desejam para os seus líderes de projetos. Entidades internacionais

como ANSI (American National Standart Institute) e IEEE (Institute of Electrical and

Electronics Engineers, Inc.) reconhecem o PMI e suas normas como padrão em

gerenciamento de projetos. (DINSMORE ASSOCIATES, 2006).

No final da década de oitenta com o advento da internet, o PMI com a

finalidade de disseminar a prática das melhores práticas em Gerenciamento de

Projetos, realiza a publicação do “A Guide to the Project Management Body of

Knowledge (PMBOK® Guide)” que traduzindo significa, Um Guia do Conjunto de

Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, mais conhecido como PMBOK, que

representa um guia englobando todas as áreas do conhecimento que regem as

regras do gerenciamento de projetos (PMISC, 2007).

Atualmente, o PMBOK, reconhecido mundialmente como um guia de

referência, contempla nove áreas de conhecimentos em gerenciamento de projetos:

Gerenciamento de integração do projeto; Gerenciamento do escopo do projeto;

Gerenciamento de tempo do projeto; Gerenciamento de custos do projeto;

Gerenciamento da qualidade do projeto; Gerenciamento de recursos humanos do

projeto; Gerenciamento das comunicações do projeto; Gerenciamento de riscos do

projeto e Gerenciamento de aquisições do projeto.

As práticas e técnicas que compõem as áreas de conhecimentos em

gerenciamento de projetos são reconhecidas por muitas organizações de diversos

segmentos como competências essenciais que trazem benefícios para os negócios.

Essas competências são medidas por meio de processos de Benchmarking e

modelos comparativos (LUKOSEVICIUS, 2005, p.15).

O Benchmarking é um processo contínuo e sistemático para medir e

comparar processos organizacionais. As organizações que participam deste

processo têm a oportunidade de compartilhar informações e experiências que

podem ajudá-las a agir para melhorar seu desempenho. É uma investigação

comparativa que analisa a lacuna entre o nível atual de desempenho de uma

organização e o que existe de melhor (PMI/RJ, 2004; RAMIREZ, 2004 apud

HUGUE, 2005, p.111).

Segundo Chiavenato (2003, p.588), o Benchmarking visa desenvolver a

habilidade dos administradores de visualizar no mercado as melhores práticas

administrativas das empresas consideradas excelentes (benchmarks) em certos

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aspectos, comparar as mesmas práticas vigentes na empresa focalizada, avaliar a

situação e identificar as oportunidades de mudanças dentro da organização.

Com a utilização das técnicas de Benchmarking (de Processo em conjunto

com o de Desempenho), o presente trabalho almeja realizar um estudo de aderência

das principais ferramentas de software para gestão de projetos no mercado em

relação ao Guia PMBOK e suas respectivas áreas de conhecimentos.

Nesse contexto, a empresa Sensys Consultoria e Sistemas encontra-se

inserida por intermédio de sua ferramenta de software, o ODYSSEA. Mas, para

posicionar o seu produto no mercado e estabelecer metas de melhoria é necessário

ter um modelo de referência para comparar as diversas ferramentas existentes.

Dessa forma, este trabalho visa oferecer a empresa Sensys uma análise de

sua ferramenta e de seus concorrentes em relação ao Guia PMBOK. Essa análise

servirá de referência para a empresa, identificando os seus pontos fortes e fracos

auxiliando na busca da melhoria contínua de qualidade de sua ferramenta.

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1.5 Apresentação geral do trabalho

O capítulo 1 é dividido em cinco etapas que perfazem a introdução. A primeira

etapa trata do problema de pesquisa. O segundo tópico descreve as perguntas de

pesquisa. O terceiro tópico corresponde à análise dos objetivos que se subdividem

em: - Objetivo geral; - Objetivos específicos. O quarto tópico é a justificativa do

trabalho. O quinto e último tópico corresponde à apresentação geral do trabalho.

O capítulo 2 é composto de três itens que integram a fundamentação teórica.

O primeiro item descreve os conceitos de administração. O segundo item descreve o

os conceitos de projetos por meio de cinco tópicos: - Gerenciamento de projetos; -

Histórico do PMI; - Guia PMBOK; - Gerente de projetos; - Ferramentas de software

para o gerenciamento de projetos. O terceiro item descreve sobre o Benchmarking

por meio de cinco tópicos: - FNQ – Fundação Nacional da Qualidade; - Objetivos e

atividades do benchmarking; - Princípios do benchmarking; - Tipos de benchmarking;

- Processos de benchmarking.

O capítulo 3 aborda a metodologia do trabalho composta por quatro itens. O

primeiro sobre a caracterização da pesquisa, o segundo sobre o contexto dos

participantes, o terceiro sobre os procedimentos e instrumentos na coleta de dados.

O quarto e último tópico descreve o tratamento e análise de dados.

O capítulo 4 é composto por três itens que integram a indústria de software no

Brasil. O primeiro item representa uma introdução. Na seqüência, o próximo item

descreve as principais características do setor e os principais gargalos. O terceiro

item apresenta o histórico da empresa Sensys consultoria e sistemas.

O capítulo 5 trata aplicação da pesquisa por meio de três tópicos. O primeiro

aborda a origem da pesquisa. O segundo tópico aborda a aplicação da pesquisa

destacando os passos da realização deste trabalho que subdivide-se em três

tópicos: - Iniciação; - Planejamento; - Execução. O terceiro e último tópico aborda as

considerações finais.

O capítulo 6 encerra esse trabalho com as conclusões finais, limitações do

trabalho e recomendações para trabalhos futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica está dividida em três tópicos. O primeiro é referente

aos conceitos de Administração. O segundo tópico aborda os conceitos de projeto e

subdivide-se em gerenciamento de projetos, histórico do PMI, Guia PMBOK, gerente

de projetos e ferramenta de software para o gerenciamento de projetos. O terceiro e

último tópico trata do Benchmarking e divide-se em uma abordagem da FNQ –

Fundação Nacional da Qualidade, os objetivos e atividades do benchmarking, os

princípios, os tipos e os processos de benchmarking.

2.1 Conceitos de Administração

Stoner e Freeman (1999, p.5) e Montana (1999, p.2) relatam que a

administração já foi chamada de “a arte de fazer coisas através de pessoas”. Esta

definição dada por Mary Parker Follet reforça o fato de que os administradores

alcançam os objetivos das organizações conseguindo que outros realizem tarefas

necessárias – e não realizando eles próprios às tarefas.

Chiavenato (2003, p.81) cita a definição de Fayol (1960) onde o ato de

administrar é composto por: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Ao

mesmo tempo, o autor destaca que as funções administrativas envolvem os

elementos da administração, ou seja, as funções do administrador. As funções do

administrador segundo Fayol (1960) apud Chiavenato (2003, p. 81): 1. Previsão. Avalia o futuro e o aprovisionamento dos recursos em função dele. 2. Organização. Proporciona tudo que é útil ao funcionamento da empresa e pode ser dividida em organização material e organização social. 3. Comando. Leva a organização a funcionar. Seu objetivo é alcançar o máximo de retorno de todos os empregados no interesse dos aspectos globais do negócio. 4. Coordenação. Harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso. Sincroniza coisas e ações em proporções certas e adapta meios aos fins visados. 5. Controle. Consiste na verificação para certificar se tudo ocorre em conformidade com o plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros no intuito de retificá-los e prevenir a recorrência.

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Essa definição enunciada por Chiavenato e descrita por FAYOL compreende

os aspectos da Teoria clássica da Administração com um enfoque prescritivo e

normativo. Desta forma Chiavenato (2003, p.83) descreve as características da

teoria clássica como a prescrição dos elementos do administrador (funções do

administrador) e dos princípios gerais que o administrador deve adotar em sua

atividade. O autor simplifica destacando que estes aspectos representam a forma

sobre como o administrador deve proceder no trabalho, compõem o filão da teoria

clássica, ou seja, a velha receita de bolo.

Segundo Chiavenato (2003, p.166), a teoria neoclássica define como as

funções do administrador como os elementos da administração, que Fayol (1960)

definira no seu tempo (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar) com uma

roupagem atualizada. Chiavenato destaca, conforme quadro 1, a diferenciação das

etapas do processo administrativo segundo alguns autores, onde se pode inferir que

de um modo geral, o planejamento, a organização, a direção e o controle

correspondem às funções básicas do administrador.

FAYOL URWICK GULICK KOONTZ E O´DONNELL NEWMAN DALE

Prever Investigação

Previsão

Planejamento

Planejamento Planejamento Planejamento Planejamento

Organizar Organização Organização Organização Organização Organização

Comandar

Coordenar

Comando

Coordenação

Administração de pessoal

Direção

Coordenação

Designação de pessoal

Direção

Liderança Direção

Controlar Controle Informação

Orçamento

Controle Controle Controle

Quadro 1 - O processo administrativo segundo clássicos e neoclássicos.

Fonte: CHIAVENATO (2003).

Esta linha de pensamento de Chiavenato corrobora com Stoner e Freeman

(1999, p.5) que textualmente definem administração como o processo de planejar,

organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e

o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos

estabelecidos.

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11

Chiavenato também reforça a definição de Maximiano (2002, p.26), que

conceitua administração como o processo de tomar decisões sobre objetivos e

recursos. O autor salienta que o processo administrativo é composto por quatro tipos

principais de decisões: planejamento, organização, execução e controle.

Corroborando com Chiavenato, Lacombe (2003, p.48) define administração,

como um conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar,

dirigir, coordenar e controlar os esforços de um grupo de indivíduos que se associam

para atingir um resultado em comum. Essas cinco funções enumeradas

compreendem a forma definida por Fayol. O autor sintetiza que administrar é o ato

de trabalhar com e por meio de pessoas para realizar os objetivos tanto da

organização quanto dos seus membros.

Para Megginson (1998, p.13), a administração pode ser definida como

trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, para atingir objetivos

organizacionais através do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e

controlar. Já para Gasnier (2006, p. 3), a definição de administração pode ser

resumida em duas palavras: planejamento e gestão. Definição esta, que pode ser

aprimorada, também, em quatro letras, formando o ciclo PDCA (Plan, Do, Check,

Action) onde traduzindo significa, planejar, fazer, verificar e agir.

Diante da exposição dos autores, tanto clássicos como neoclássicos,

evidencia-se que a administração é um processo que com o auxílio dos recursos

busca alcançar determinados objetivos. Para alcançar esses objetivos, faz-se uso

das etapas do processo administrativo. Esse processo é composto basicamente por

planejar, organizar, coordenar ou dirigir e controlar.

Em síntese, conclui-se que o ato de administrar tem em seu âmago a

designação de processo, que significa uma seqüência contínua de operações que se

reproduzem com certa regularidade, também denominado como rotinas. Essas

rotinas ou tarefas do cotidiano perfazem a grande maioria das atividades de uma

organização. Esse fato pode ser constatado por meio de Stoner e Freeman (1999,

p.5) que conceituam processo como um modo sistemático de fazer as coisas e que a

definição de administração como um processo, advém do desígnio que todos os

administradores independente de suas aptidões ou habilidades particulares,

participam de certas atividades inter-relacionadas visando alcançar seus objetivos.

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12

Adentrando nesse conceito, Gasnier (2006, p.35) sistematiza um processo

por meio das etapas de entradas (inputs), processamentos (transformações) e

resultados (outputs) conforme pode ser verificado na figura 1.

Entrada Saída

Figura 1 – Esquema de um processo

Fonte: GASNIER (2006)

Entretanto, em determinados momentos na organização, surge a necessidade

de realizar uma operação (processo) fora da rotina, algo que seja único, com metas

de tempo determinadas e com um resultado esperado exclusivo. A composição

desses atributos compõe a definição de projeto.

2.2 Conceitos de Projeto

Para Chiavenato (2003, p. 591), projeto significa fazer algo que ainda não foi

feito antes e que é único e singular. Por isso, tem início e fins definidos. O fim é

alcançado quando os objetivos do projeto são atingidos ou quando fica claro que

seus objetivos não podem ser atingidos. O autor destaca ainda que uma importante

característica do projeto é a sua elaboração progressiva. Cada projeto é único e as

características que distinguem seu produto ou serviço são progressivamente

elaboradas por meio de etapas sucessivas que agregam continuamente as

características que serão alcançadas.

Valeriano (1998, p.19) destaca que o projeto é entendido como um conjunto

de ações executadas de forma coordenada por uma organização transitória, ao qual

são alocados os instrumentos necessários para, em um dado prazo, alcançar um

objetivo determinado. Já Gasnier (2006, p.11), descreve três evoluções da descrição

de projeto. São elas:

[...] projeto é o oposto da rotina.

[...] projeto é um empreendimento temporário conduzido para criar um produto ou serviço único.

[...] projeto é um processo único, consistente com um conjunto coordenado e controlado de atividades com data de início e término, conduzidas para atingir um objetivo com requisitos especificados, incluindo restrições de tempo, custos e recursos.

Processamento(s) (transformações)

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Colaborando com a conceituação de Gasnier, Vargas (1998, p.5) conceitua

projeto como um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma seqüência

clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo

claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros pré-definidos

de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.

A NBR ISO 10006 (2000, p.3 apud RUSSO, 2004, p.1) conceitua projeto como

um “processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e

controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um

objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e

recursos”. A NBR ISO 10006 (Gestão da Qualidade – Diretrizes para a Qualidade

na Gestão de Projetos) fornece as diretrizes para a obtenção da qualidade na gestão

de projetos, e suplementa as diretrizes dadas na NBR ISO 9004 (Gestão da

Qualidade – Diretrizes para Melhoria de Desempenho) (GOMES, 2004, p.35).

Ao mesmo tempo, Gasnier (2006, p.3) exemplifica um comparativo de

proporções de tempo entre rotinas e projetos destinados aos PDCA (Plan, Do,

Check, Action) baseado nos princípios de gestão de qualidade e nas diversas

diretrizes e normas que sistematizam a administração. Desta forma, é possível

constatar que processos diferentes exigem diferentes esforços em cada uma de

suas fases conforme a figura 2.

Rotinas Projetos

Figura 2 - Diferentes proporções de tempo dedicado ao PDCA (Plan, Do, Check, Action)

Fonte: GASNIER (2006)

Contribuindo, Chiavenato (2003, p.591) relata que as atividades dentro das

organizações, geralmente, envolvem operações (trabalhos continuados e

constantes) e projetos (trabalho únicos e temporários) que se superpõem e se

entrelaçam. Assim, Gasnier (2006, p.8) destaca um quadro de contrastes entre

projetos e rotina, representado no quadro 2.

A P

D C P

C A

D

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Quadro 2 - Contrastes entre projetos e rotinas.

Fonte: GASNIER (2006)

Após o quadro de contrates entre rotinas e projetos, destaca-se a

diferenciação entre as atividades rotineiras dentro de uma organização com a

execução de projetos. Com essa diferenciação, fica claro que os projetos surgem da

necessidade de inovação, seja em produtos ou serviços.

Anselmo (2002, p.16 apud LOVERA, 2005, p.26) destaca que as ações de

implantação de novas competências, tecnologias ou processos podem ser

traduzidas em projetos e administradas como tal. A figura 3 demonstra a

transformação de oportunidades organizacionais em ações estratégicas e sua

implantação como projetos.

Figura 3 - Transformando oportunidades em projetos.

Fonte: Anselmo (2002 apud LOVERA, 2005).

Contrastes Rotinas Projetos

Foco Orientado para procedimentos (processos repetitivos)

Orientado para Atividades/Tarefas (processos não-repetitivos)

Diretrizes para qualidade Norma ISO série 9000 Norma ISO 10.006 e PMBOK

Mudança Kaizen (melhorias contínuas e pequenos investimentos)

Inovação (Tecnologia e investimentos expressivos)

Efetividade Eficiência (como fazer) Eficácia (o que fazer)

Controle Indicadores de desempenho (produtividade) Indicadores de progresso (valor agregado)

Produtos Produtos seriados (repetitivos) Produtos únicos (sob encomenda)

Situação atual

Concorrência

Mercado

Novas Tecnologias

Posicionamento

Objetivos

Oportunidades

Ação

Projeto

R E S U L T A D O S

Implementação

Análise de viabilidade

Resultados

Situação prevista

Metas

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Colaborando com Anselmo, Dinsmore (1999, p.37-39 apud LOVERA, 2005,

p.27) esclarece que após a determinação da visão, missão, valores, revisão de

cenários econômicos, avaliação de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças são

articulados os objetivos estratégicos da organização. O autor conclui que estes

objetivos são o ponto de partida para todos os projetos.

2.2.1 Gerenciamento de projetos

Um projeto para ser executado com eficiência e eficácia necessita ser

gerenciado. O dicionário Houaiss descreve gerenciar como o ato de gerir, de

administrar. Já Valeriano (1998, p.143), conceitua gerência como um exercício de

uma função administrativa.

Contribuindo, Thayer (1997, apud SCHNAIDER, 2003, p.6) define o termo

gerência como o conjunto de atividades e tarefas realizadas por um ou mais

indivíduos com o propósito de planejar, executar e controlar as atividades realizadas

por um outro grupo visando atingir determinados objetivos previamente

estabelecidos.

Com o mesmo propósito, a NBR ISO 10006 (2000, apud SCHNAIDER, 2003,

p.6) descreve que a gerência de projetos inclui o planejamento, organização,

supervisão e controle de todos os aspectos do projeto, em processo contínuo,

visando alcançar seus objetivos.

Para Gasnier (2006, p.13) o gerenciamento de projetos é a aplicação do

conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, de

forma a atingir e exceder as necessidades e expectativas dos interessados pelo

projeto. Desta forma, o autor destaca que o exercício do gerenciamento de projetos

envolve a aplicação prática de diversos aspectos:

conhecimento: competências específicas do contexto dos projetos;

habilidades: adquiridas em nossa experiência de vida;

técnicas: são apresentadas como um conjunto de procedimentos

ligados a uma ciência;

ferramentas: possibilitam praticar os aspectos acima com qualidade e

produtividade.

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Mas faltava ao gerenciamento de projetos, uma uniformidade da definição dos

termos, uma constante atualização das melhores práticas, ou seja, um guia do

conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos que contemplasse as

entregas exclusivas que são os produtos, serviços ou resultados, já que a NBR ISO

10006 concentra-se na normatização dos processos em atingir essas entregas.

2.2.2 Histórico do PMI (Project Management Institute)

Imbuídos de um objetivo, em 1969 no auge dos projetos espaciais da NASA,

cinco voluntários, dentre eles, James (Jim) R. Snyder, na cidade da Filadélfia,

Pensilvânia – EUA, fundam o Project Management Institute (PMI) que traduzindo

significa, Instituto de Gerenciamento de Projetos. Ele representa a principal

associação mundial sem fins lucrativos em gerenciamento de projetos. A entidade

consolida-se atualmente como uma organização internacional, contando com mais

de 200.000 associados em mais de 150 países, que praticam e estudam o

gerenciamento de projeto nas mais diversas áreas como aeroespacial,

automobilística, administração, construção, engenharia, serviços financeiros,

tecnologia da informação, farmacêutica e telecomunicações (PMISC, 2007).

Segundo Tiburtino e Oliveira, (2005, p.49), vários são os compromissos que o

PMI possui com a sociedade, dentre os mais importantes destacam-se:

Promover o profissionalismo e a ética na Gestão de Projetos;

Estimular a dedicação da Gestão de Projetos em benefício da

Sociedade;

Identificar e promover os fundamentos da Gestão de Projetos,

buscando consolidar um corpo de conhecimento que levem ao sucesso

a Gestão de Projetos;

Prover uma interface entre usuários e fornecedores de softwares

voltados para a Gestão de Projetos;

Encorajar o desenvolvimento e a pesquisa nas universidades e

indústria da Gestão de Projetos;

Fomentar contatos entre instituições, a nível mundial, e colaborar em

assuntos de interesses comuns.

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17

Durante os anos 80 o número de associados, os programas e os serviços

oferecidos pela associação aumentaram. Um Código de Ética foi adotado para a

profissão e o primeiro Project Management Professional (PMP) foi certificado

(PMISC, 2007).

A certificação PMP (Project Management Professional), é reconhecida e

aceita mundialmente. Esta certificação mostra ao mercado que o profissional possui

uma base sólida de conhecimentos de gerenciamento de projetos baseada no

padrão PMI (TIBURTINO e OLIVEIRA, 2005, p.49).

2.2.3 Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge)

Com o passar do tempo, a preocupação com a disseminação das melhores

práticas em Gerenciamento de Projetos só aumentou. Com a proliferação da

internet, finalmente os membros de todo o mundo tiveram a oportunidade de ter um

canal de comunicação, o que possibilitou a publicação do “A Guide to the Project

Management Body of Knowledge (PMBOK Guide)” que traduzindo significa, Um

Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, mais

conhecido como PMBOK, que representa um guia englobando todas as áreas do

conhecimento que regem as regras do gerenciamento de projetos (PMISC, 2007).

Atualmente, o PMBOK, reconhecido mundialmente como um guia de

referência, que contempla nove áreas de conhecimentos em gerenciamento de

projetos:

Gerenciamento de integração do projeto: descreve os processos e as

atividades que integram os diversos elementos do gerenciamento de

projetos, que são identificados, definidos, combinados, unificados e

coordenados dentro dos grupos de processos de gerenciamento de

projetos. Consiste nos processos de gerenciamento de projetos:

Desenvolver o termo de abertura do projeto, Desenvolver a declaração

do escopo preliminar do projeto, Desenvolver o plano de

gerenciamento do projeto, Orientar e gerenciar a execução do projeto,

Monitorar e controlar o trabalho do projeto, Controle integrado de

mudanças e Encerrar o projeto.

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Gerenciamento do escopo do projeto: descreve os processos

envolvidos na verificação de que o projeto inclui todo o trabalho

necessário, e apenas o trabalho necessário, para que seja concluído

com sucesso. Consiste nos processos de gerenciamento de projetos:

Planejamento do escopo, Definição do escopo, Criar EAP (estrutura

analítica do projeto), Verificação do escopo e Controle do escopo.

Gerenciamento de tempo do projeto: descreve os processos relativos

ao término do projeto no prazo correto. Consiste nos processos de

gerenciamento de projetos: Definição da atividade, Seqüenciamento de

atividades, Estimativa de recursos da atividade, Estimativa de duração

da atividade, Desenvolvimento do cronograma e Controle do

cronograma.

Gerenciamento de custos do projeto: descreve os processos

envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e controle de

custos, de modo que o projeto termine dentro do orçamento aprovado.

Consiste nos processos de gerenciamento de projetos: Estimativa de

custos, Orçamentação e Controle de custos.

Gerenciamento da qualidade do projeto: descreve os processos

envolvidos na garantia de que o projeto irá satisfazer os objetivos para

os quais foi realizado. Consiste nos processos de gerenciamento de

projetos: Planejamento da qualidade, Realizar a garantia da qualidade

e Realizar o controle da qualidade.

Gerenciamento de recursos humanos do projeto: descreve os

processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto. Consiste

nos processos de gerenciamento de projetos: Planejamento de

recursos humanos, Contratar ou mobilizar a equipe do projeto,

Desenvolver a equipe do projeto e Gerenciar a equipe do projeto.

Gerenciamento das comunicações do projeto: descreve os processos

relativos à geração, coleta, disseminação, armazenamento e

destinação final das informações do projeto de forma oportuna e

adequada. Consiste nos processos de gerenciamento de projetos:

Planejamento das comunicações, Distribuição das informações,

Relatório de desempenho e Gerenciar as partes interessadas.

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Gerenciamento de riscos do projeto: descreve os processos relativos à

realização do gerenciamento de riscos em um projeto. Consiste nos

processos de gerenciamento de projetos: Planejamento do

gerenciamento de riscos, Identificação de riscos, Análise qualitativa de

riscos, Análise quantitativa de riscos, Planejamento de respostas a

riscos e Monitoramento e controle de riscos.

Gerenciamento de aquisições do projeto: descreve os processos que

compram ou adquirem produtos, serviços ou resultados, além dos

processos de gerenciamento de contratos. Consiste nos processos de

gerenciamento de projetos: Planejar compras e aquisições, Planejar

contratações, Solicitar respostas de fornecedores, Selecionar

fornecedores, Administração de contrato e Encerramento do contrato.

Sendo um guia de referência, o PMBOK (2004, p.6) define gerenciamento de

projetos como uma aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas

às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. Este gerenciamento de

projetos é realizado através da aplicação e da integração dos seguintes processos:

iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento.

A natureza integradora desses grupos de processos, segundo o PMBOK

(2004, p.40) é mais complexa que o ciclo PDCA básico. O Grupo de processos de

planejamento corresponde ao componente “planejar” do ciclo PDCA. O Grupo de

processos de execução corresponde ao componente “fazer” e o Grupo de processos

de monitoramento e controle corresponde aos componentes “verificar e agir”.

Partindo do postulado que o gerenciamento de projetos é um esforço finito, o

PMBOK (2004, p.40), descreve que o grupo de processos de iniciação inicia o ciclo e

o grupo de processos de encerramento os finaliza. Ele sintetiza ainda que a

natureza integradora do gerenciamento de projetos exige a interação do grupo de

processos de monitoramento e controle com todos os aspectos dos outros grupos de

processos.

A figura 4 demonstra o mapeamento entre os grupos de processos de

gerenciamento e o ciclo PDCA.

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Figura 4 - Mapeamento entre os grupos de processos de gerenciamento de projetos e o ciclo

PDCA Fonte: PMBOK (2004)

O PMBOK (2004, p.41) define que os cinco grupos de processos são:

Grupo de processos de iniciação. Define e autoriza o projeto ou uma

fase do projeto.

Grupo de processos de planejamento. Define e refina os objetivos e

planeja a ação necessária para alcançar os objetivos e o escopo para

os quais o projeto foi realizado.

Grupo de processos de execução. Integra pessoas e outros recursos

para realizar o plano de gerenciamento do projeto para o projeto.

Grupo de processos de monitoramento e controle. Mede e monitora

regularmente o progresso para identificar variações em relação ao

plano de gerenciamento do projeto, de forma que possam ser tomadas

ações corretivas quando necessário para atender aos objetivos do

projeto.

Grupo de processos de encerramento. Formaliza a aceitação do

produto, serviço ou resultado e conduz o projeto ou uma fase do

projeto a um final ordenado.

Contudo, não basta descrever a forma como os grupos de processos devem

ser trabalhados para que o projeto seja executado. Ele necessita de um profissional

especializado para gerenciar todos esses processos, profissional este comumente

denominado gerente de projetos.

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2.2.4 Gerente de projetos

A atividade de gerenciar projetos é designada a um profissional intitulado

gerente de projeto. Esse profissional tem como principal responsabilidade, assegurar

o progresso e interação conjunta de todos os stakeholders participantes do

empreendimento, buscando dessa forma minimizar o risco de fracasso do projeto.

Ao gerenciar um projeto, três fatores são extremamente fundamentais para a

qualidade do projeto: resultado, custo e prazos. O foco nestas três restrições com

uma atuação de forma simultânea, pode ser o diferencial entre o sucesso e o

fracasso da atuação de um gerente de projetos (PMBOK, 2004, p.8).

A afiliação de empresas independentes que perfazem a Consultoria Tenstep,

que possui revisão e aprovação como um fornecedor de treinamento em

gerenciamento de projetos pelo PMI (Project Management Institute) descreve que

uma vez iniciado o projeto, o gerente de projeto deve gerenciar e controlar o

trabalho, incluindo:

Identificar, rastrear o gerenciamento e resolver incidências do projeto.

Disseminar pro-ativamente as informações do projeto a todas as partes

interessadas.

Identificar, gerenciar e atenuar os riscos do projeto.

Assegurar uma solução com uma qualidade aceitável. Gerenciar pró-

ativamente o escopo para garantir que somente o que foi acordado

seja entregue, a menos que as mudanças sejam aprovadas através do

gerenciamento do escopo. O escopo é a maneira como nós

descrevemos os limites do projeto. Ele define aquilo que o projeto irá

entregar e o que não irá entregar. Em projetos grandes, poderão ser

incluídos as organizações, as transações afetadas, e os tipos de dados

incluídos, etc.

Definir e coletar métricas para dar uma idéia de como o projeto está

progredindo e se os deliverables (entregas) produzidos são aceitáveis.

Controlar o workplan (plano de trabalho) total para assegurar que o

trabalho seja designado e concluído dentro do prazo e do orçamento.

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Na mesma linha de raciocínio, Vargas (2005, p.133) descreve que o gerente

do projeto é o responsável último pelo sucesso do projeto, tendo uma série de

demandas quase que exclusivas, incluindo:

Produzir o produto final do projeto dentro dos prazos, custos e

desempenhos exigidos;

Atingir os objetivos contratuais de lucro;

Adquirir os recursos adequados para o projeto, em quantidade e

qualidade;

Contratar e motivar os integrantes do time;

Lidar com os obstáculos e possibilidades de fracasso, usando precisão

e energia;

Gerir estrategicamente os riscos do projeto;

Desenvolver os canais de comunicação efetivos;

Desenvolver os mecanismos de negociação com todos os elementos

internos e externos do projeto para garantir o cumprimento do plano do

projeto.

Desta forma, o gerente de projetos na atividade de gerenciamento que

envolve a aplicação prática dos aspectos citados anteriormente pelo Guia PMBOK

(2004, p.8) e também por Gasnier (2006, p.13) que são os conhecimentos,

habilidades, técnicas e ferramentas, possui atualmente um subsídio no que tange

as ferramentas para o gerenciamento do projeto, facilitando o fluxo de informações

entre todos envolvidos no projeto. Assim, pode-se dizer que o gerente de projeto,

com o auxílio das ferramentas de software, possui um instrumento vital para análise

das métricas dos processos, bem como, a integração das fases de iniciação,

planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento.

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2.2.5 Ferramenta de software para o gerenciamento de projetos

Capo (2005, p.77) exemplifica que o fluxo de informações é um elemento de

grande importância nas atividades de gerenciamento de projetos. Até bem pouco

tempo o fluxo de informações baseava-se principalmente em papel, resultando em

processo de transferência lento e pouco confiável. Atualmente, a transferência e o

gerenciamento eletrônico das atividades funcionais permitem aos gerentes a

possibilidade de contar com meios cada vez mais sofisticados de coleta,

transferência, armazenagem, processamento e distribuição das informações em

tempo real, com velocidade nunca anteriormente imaginada, com maior eficiência e

eficácia nos processos.

O gerenciamento eletrônico das atividades funcionais representa o software

de gerenciamento de projetos. Segundo Figueredo (2001, apud TIBURTINO e

OLIVEIRA, 2005, p.44), o objetivo do software de Gerenciamento de Projetos é

prover aos seus usuários, potencialidades tanto na fase de planejamento quanto na

fase de acompanhamento. Este objetivo é alcançado através de metodologias

apoiadas na rapidez e precisão de cálculos do software.

Cleland e Ireland (2002, apud CAPO, 2005, p.78) destacam que o software de

gerenciamento de projetos teve como função inicial; em programas, cronogramas ou

habilidades, de sistematizar as tarefas ao longo do tempo e registrar o progresso dos

trabalhos. O software para pequenos e médios projetos é atualmente programado

para preparar cronogramas, gerenciamento de recursos e computar os custos dos

recursos. As funções gerais mais comuns, que formam a base de todos os

programas de software, são:

Gerenciamento do tempo – desenvolver cronogramas que dividem o

trabalho em tarefas e resumem as atividades é uma exigência de

planejamento que depois se converte em uma função de registro dos

progressos do trabalho. A gerência de tempo inclui a capacidade de se

estabelecer um ponto de partida e aplicar as atuais realizações no

cronograma, de modo a medir o progresso ao longo das fases de

execução e controle.

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Gerenciamento do custo – desenvolver o orçamento do projeto com

detalhamento dos custos destinados a cada tarefa, até o custo total do

projeto. O orçamento funciona como um plano de despesas dividido

em fases de tempo. O sistema deve ser capaz de acumular os gastos e

compará-los com o orçamento inicial, tanto em forma detalhada,

quanto em forma de resumo.

Gerenciamento dos recursos humanos – os indivíduos que têm as

habilidades necessárias à realização dos trabalhos do projeto devem

receber a incumbência das tarefas correspondentes. Uma vez

designadas as tarefas determinadas, identifica-se o momento em que

são requeridas no projeto. O sistema deve ter capacidade de

acrescentar ou mudar os recursos humanos durante as fases de

execução e controle, conforme a situação exigir.

Recursos diversos – custos com materiais, equipamentos, serviços de

fornecedores, contratos, viagens, aluguel de equipamentos e outros

podem ser necessários para se completar o projeto e devem ser

assinalados às tarefas, incluindo-se no cronograma, permitindo ordenar

e receber os recursos gerais para que o projeto cumpra a tempo as

exigências e possa prosseguir. O sistema deve ser capaz de

acrescentar ou mudar os recursos durante as fases de controle e

execução, conforme a situação exigir.

Além disso, o software deve processar as informações necessárias,

transformando-as em relatórios adequados a todos as partes envolvidas no projeto.

As exigências mínimas detalhadas em relação à definição de um sistema de

software para gerenciamento de projetos baseiam-se nas seguintes características:

tamanho dos projetos, quantidade de recursos, categorias de custo, dependências

entre tarefas e alocação dos recursos do projeto. A seleção do software é uma tarefa

complexa que deve considerar os diversos aspectos da organização, as funções de

transferência eletrônica de dados, a facilidade de treinamento e utilização aos

usuários, custos de implantação e manutenção (CLELAND; IRELAND, 2002 apud

CAPO, 2005, p.79).

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25

Estabelecido às diretrizes sobre a importância das ferramentas de software de

gerenciamento de projetos a serem utilizadas, necessita-se de um instrumento que

possa realizar um comparativo entre os processos inscritos nas ferramentas de

software e os processos estabelecidos no guia PMBOK.

Com essa finalidade, o benchmarking apresenta-se como um processo

contínuo de medição de produtos, serviços e práticas em relação aos mais fortes

concorrentes, ou às empresas reconhecidas como líderes em suas áreas. (CAMP,

1998 apud SEIBEL, 2004, p.42).

2.3 Benchmarking

O dicionário HOUAISS (2001) conceitua benchmarking como um processo de

avaliação da empresa em relação à concorrência, por meio do qual incorpora os

melhores desempenhos de outras firmas e/ou aperfeiçoa os seus próprios métodos.

Zairi (1992 apud SEIBEL, 2004, p.42) descreve benchmarking como uma

medição da performance em relação ao melhor dos melhores através de um

contínuo esforço de revisão de processos, práticas e métodos. Camp (1996, apud

KRUG, 2001, p.32) conceitua benchmarking como um padrão com o qual alguma

coisa pode ser comparada. Por exemplo, uma marca de levantamento de uma

posição previamente determinada, pode usada como ponto de referência.

Lukosevicius (2005, p.15) destaca que as práticas e técnicas que compõem a

área de conhecimentos em gerenciamento de projetos são reconhecidas por muitas

organizações de diversos segmentos como competências essenciais que trazem

benefícios para os negócios. Essas competências são medidas por meio de

processos de benchmarking e modelos comparativos. Lacombe (2003, p.470) define

benchmarking como um padrão ou ponto de referência para a comparação entre

produtos, produtividade, serviços ou processos. Ele ainda indica um referencial de

liderança e tem como objetivo descobrir como as empresas líderes realizam alguma

coisa e tentam imitar ou superar o desempenho dessas empresas.

Já Chiavenato (2003, p.588), descreve que o benchmarking visa desenvolver

a habilidade dos administradores de visualizar no mercado as melhores práticas

administrativas das empresas consideradas excelentes (benchmarks) em certos

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aspectos, comparar as mesmas práticas vigentes na empresa focalizada, avaliar a

situação e identificar as oportunidades de mudanças dentro da organização.

Corroborando com Chiavenato, o PMIRJ (2004; Ramirez, 2004 apud HUGUE,

2005, p.111) conceitua benchmarking como um processo contínuo e sistemático

para medir e comparar processos organizacionais. As organizações que participam

deste processo têm a oportunidade de compartilhar informações e experiências que

podem ajudá-las a agir para melhorar seu desempenho. Uma investigação

comparativa, analisa a lacuna entre o nível atual de desempenho de uma

organização e o que existe de melhor.

Assim, o PMIRJ (2004, apud HUGUE, 2005, p.111), destaca que dentre os

diversos benefícios fornecidos por um estudo de benchmarking, é possível citar:

O estímulo à mudança e a busca por melhorias em processos e

práticas;

A fundamentação de ações internas a partir de comparações externas;

A reflexão da organização com referência a seus indicadores de

desempenho e suas práticas de trabalho;

O auxílio na definição de metas estratégicas e operacionais.

Leibfried (1994) destaca que o benchmarking é, acima de tudo, um exercício

dotado de propósito em que informações, coletadas de fontes externas, fornecem a

base para ser medir o desempenho existente em relação a alguma meta objetiva.

Já Watson (1994), baseado em outros autores define que o benchmarking é

um processo sistemático e contínuo de medida; um processo para medir e comparar

continuamente os processos empresariais de uma organização a líderes de

processos empresariais em qualquer lugar do mundo a fim de obter informações que

podem ajudar a organização a agir para melhorar o seu desempenho.

Enquanto Zairi (1995) conclui que o benchmarking não é uma análise isolada.

É um instrumento que oferece fonte de estímulos e insights sobre a empresa e

desafia a sua metodologia habitual de trabalho. A implementação dos resultados e

descobertas depende da vontade de mudar e de adaptar-se a novas formas de fazer

as coisas.

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Essa vontade incessante pela qualidade, pela mudança e adaptação com o

intuito de oferecer cada vez mais, melhores e novos produtos ou serviços, remete

em muitos casos a empresa, a buscar fundações que ofereçam opções como um

modelo de excelência em gestão. Entre elas, cita-se a FNQ – Fundação Nacional da

Qualidade que oferece um Modelo de Excelência em Gestão, no qual representa um

guia que conduz as organizações a terem uma melhora significativa de seu

desempenho e o respectivo aumento de sua competitividade. Assim a FNQ, certa de

que o adequado uso de ferramentas gerenciais são fundamentais para o bom

desempenho das organizações, reconhece o benchmarking como uma delas.

2.3.1 FNQ – Fundação Nacional da Qualidade

A FNQ - Fundação Nacional da Qualidade, entidade privada e sem fins

lucrativos, foi criada em outubro de 1991 por 39 organizações, privadas e públicas,

para administrar o Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) e as atividades

decorrentes do processo de premiação, em todo o território nacional, e fazer a

representação institucional externa do PNQ nos fóruns internacionais.

Ao completar 14 ciclos de premiação em 2004, a Fundação para o Prêmio

Nacional da Qualidade cumpriu seu papel inicial voltado ao estabelecimento do PNQ

seguindo as melhores práticas internacionais. Desde 2005, a FNQ lançou projeto

pioneiro cujo objetivo é tornar-se até 2010, um dos principais centros mundiais de

estudos, debates e irradiação de conhecimentos sobre a Excelência em Gestão.

Nesse sentido, a instituição elegeu no dia 21 de junho de 2005 uma nova

Governança na Assembléia Geral de Membros e passou a se chamar de FNQ –

Fundação Nacional da Qualidade (anteriormente era FNPQ – Fundação para o

prêmio Nacional da Qualidade).

A retirada da palavra “Prêmio” do nome evidencia uma nova etapa da FNQ,

que antes tinha como principal foco de atuação o PNQ. Essa mudança também

passa, necessariamente, pela missão da instituição que é “disseminar os

Fundamentos da Excelência em gestão para o aumento de competitividade das

organizações e do Brasil”. Para isso, a FNQ propõe disseminar amplamente este

conceito em organizações de todos os setores e portes, contribuindo para o

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aperfeiçoamento da gestão nas empresas, e estabeleceu quatro eixos estratégicos

que colocará a FNQ à frente de suas congêneres mundiais: 1 – Premiação; 2 –

Inovação; 3 – Educação; e 4 – Mobilização.

Os processos de transformação da FNQ podem ser entendidos em três

etapas de atuação, cujos objetivos eram:

De 1992 à 1996 - desenvolver uma estrutura e conquistar credibilidade

baseada em sólidos conceitos e critérios de avaliação da gestão das

organizações;

De 1997 à 2003 - consolidar o PNQ como marco referencial para a

excelência em gestão no País;

Desde 2004 – conscientizar e disseminar os conceitos e Fundamentos

da Excelência na gestão por meio dos Critérios de Excelência.

Desde a sua criação, a FNQ conduziu 14 ciclos de premiação do Prêmio

Nacional da Qualidade® e entregou 318 Relatórios de Avaliação às organizações

candidatas. Dessas, 68 organizações receberam a visita dos examinadores e, dentre

estas, 23 receberam o PNQ. Mais de 13 mil profissionais foram capacitados pela

FNQ na aplicação dos Critérios de Excelência, dos quais 8.212 se candidataram

para atuar como voluntários da Banca Examinadora e 3.105 foram selecionados

como Juízes, Orientadores, Examinadores Seniores, Examinadores Relatores e

Examinadores. Além disso, a FNQ já distribuiu mais de 390 mil exemplares dos

Critérios de Excelência do PNQ.

O que gerou a credibilidade que hoje sustenta o PNQ foi o domínio do

conhecimento na área de avaliação, com uso do modelo bem-sucedido do PNQ,

aliado a um Código de Ética seguido rigorosamente pela instituição e pelas Bancas

Examinadoras. Outra qualidade foi às sucessivas atualizações implementadas nos

Critérios de Excelência, a partir da troca de informações com as instituições

congêneres no Brasil e no exterior.

Desta forma, no primeiro semestre de 2004, a Fundação Nacional da

Qualidade (FNQ) lançou o livro Benchmarking – Relatório do Comitê Temático. A

publicação apresenta as conclusões do Comitê Temático da Fundação, que estudou

com profundidade conceitos e práticas sobre um tema que ainda apresenta muitas

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dúvidas e dificuldades de entendimento. “As conclusões às quais as pessoas,

representantes das mais conceituadas organizações brasileiras, chegaram, estão

apresentadas de forma objetiva e simples. O grande desafio foi o de consolidar

conceitos e estabelecer uma metodologia genérica, constituída por etapas e

atividades, que pudesse ser aplicada a qualquer tipo de organização e negócio”,

informa o superintendente geral da FNQ, Antonio Tadeu Pagliuso. Segundo o

superintendente, a prática do benchmarking pode ser considerada como um dos

mais importantes processos, pois fornece para a organização que o está realizando,

se bem conduzido, as razões das diferenças entre o desempenho de algum de seus

processos, práticas de gestão ou produtos, em relação a outras, inclusive

concorrentes, visando, com isso, a implementação de melhorias. De forma sintética,

o conceito de Benchmarking é o método de examinar em detalhe algum processo da

organização e compará-lo com um similar que esteja sendo executado de maneira

mais eficaz, na própria ou em outra organização, visando a implementação de

melhorias significativas. “O objetivo final de qualquer estudo de benchmarking é

implementar mudanças que levem a melhorias significativas nos produtos e

processos e, portanto, nos resultados da organização”, acrescenta Pagliuso (FNQ,

2007).

2.3.2 Objetivos e atividades de Benchmarking

Chiavenato (2003) relata que o processo de benchmarking exige três

objetivos que a organização precisa definir:

1 – Conhecer suas operações e avaliar seus pontos fortes e fracos. Para

tanto, deve documentar os passos e práticas dos processos de trabalho, definir

medidas de desempenho e diagnosticar suas fragilidades;

2- Localizar e conhecer os concorrentes ou organizações líderes do mercado,

para poder diferenciar as habilidades, conhecendo seus pontos fortes e fracos e

compará-los com seus próprios pontos fortes e fracos;

3 – Incorporar o melhor adotando os pontos fortes dos concorrentes e, se

possível, excedendo-os e ultrapassando-os.

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Camp (1998) afirma que é fundamental o distanciamento entre o que é, e o

que não é benchmarking. Dentre alguns pontos do que não é benchmarking, ele

destaca:

O benchmarking não é um mecanismo para determinar reduções de

recursos, embora estas possam ocorrer porque muitas operações não

emulam as melhores práticas da indústria, onde isso necessariamente

não significa uma redução;

O benchmarking não é uma panacéia, nem um programa. Ele deve ser

um processo gerencial permanente, que requer atualização constante

– a coleta e análise cuidadosa daquilo que há de melhor extremamente

em práticas de desempenho para as funções de tomada de decisões e

de comunicações em todos os níveis da empresa;

O benchmarking não é um processo de livro de receitas, que requer

apenas procurar os ingredientes e usá-los para ter sucesso. Trata-se

de um processo de descoberta e de uma experiência de aprendizado,

exigindo a identificação das melhores práticas e a projeção do

desempenho futuro;

O benchmarking não é apenas um modismo, mas uma estratégia de

negócios vitoriosa. Ele ajuda os gerentes a identificar práticas que

podem ser adaptadas para a montagem de planos e estratégias

atraentes, críveis e defensáveis, além de complementar novas

iniciativas para alcançar as mais altas metas de desempenho, isto é,

desempenho superior.;

O benchmarking não representa uma maneira tradicional e sim uma

nova maneira de se fazer negócios. Ele força uma visão externa, para

assegurar a precisão da fixação de objetivos.

O FNQ (2004), reforça a afirmação de CAMP onde o conceito de

benchmarking ainda é pouco entendido pelas organizações no Brasil e que este

processo ainda se encontra em estágios iniciais caracterizando a confusão que

existe sobre o tema. Assim sendo, o FNQ (2004) descreve algumas das principais

atividades consideradas indevidamente como benchmarking. São elas:

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Visita técnica ou missões: esse termo é utilizado para descrever uma

visita a outra organização para avaliar como algo específico ou

genérico está sendo executado. Normalmente, as visitas são

superficiais e não pressupõem um estudo detalhado do processo

sendo comparado;

Análise comparativa: normalmente as análises comparativas, quando

realizadas corretamente, tendem a se aproximar de um Benchmarking

de desempenho, que na maioria das vezes não é capaz de gerar

melhorias nos processos por não se entender porque os resultados

ocorrem;

Análise competitiva: esta análise pressupõe o levantamento de uma

série de informações sobre os concorrentes, não necessariamente

focando em um processo específico. Os resultados da análise são

utilizados para a definição de estratégias ou ações específicas,

definição do posicionamento da organização, podendo até definir a

posição relativa em termos de participação de mercado. O problema é

não ter foco em um processo específico e não ter havido um estudo

quanto à comparabilidade das informações.

2.3.3 Princípios de Benchmarking

Após as diversas conceituações do que é e não é Benchmarking, é essencial

destacar os quatros princípios de benchmarking (reciprocidade, analogia, medição e

validade) segundo Watson (1994, p. 53-56):

Reciprocidade: representa a chave para um benchmarking bem-sucedido. O benchmarking é uma prática baseada em relações recíprocas refletindo um dito popular “situação ganha-ganha”. Os limites de informação e as trocas de dados devem ser negociados de antemão, juntamente com as considerações logísticas da realização do estudo. Cada parceiro do benchmarking deve ter garantias sobre as intenções do outro;

Analogia: os processos operacionais são semelhantes ou análogos. São aqueles onde se podem alcançar os maiores níveis de transferência de conhecimento entre os parceiros de benchmarking. A realização dessa analogia e a compreensão dos critérios explícitos para escolha de parceiros de benchmarking acabarão, enfim, determinando o sucesso de uma empresa na descoberta de oportunidades de aperfeiçoamento do processo empresarial;

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Medição: o benchmarking é uma comparação de desempenho de medição entre duas empresas ou mais empresas. O objetivo é compreender por que existem os vários graus de um desempenho e como o maior grau de desempenho foi obtido. Os sistemas de medição e as ferramentas utilizadas em análise de processo dependem dos fatores que estão sendo medidos.

Validade: a fim de garantir representação exata, medições de amostra – medidas de concorrência no decorrer do tempo ou lugar – precisam corresponder ao sistema de medições utilizado. Uma razão para uma empresa desejar concluir sua própria medida de amostra é verificar a confiabilidade.

2.3.4 Tipos de Benchmarking

Com as diversas abordagens sobre a definição de benchmarking, bem como,

as suas limitações e princípios, faz-se necessário uma explanação sobre os tipos de

benchmarking existentes.

Primeiramente, Bogan (1996, p. 9-11) aborda três diferentes tipos de

benchmarking (de processo, de desempenho e estratégico):

Benchmarking de processo: ele enfoca os processos de trabalhos separados e sistemas operacionais, tais como o processo de administração das reclamações dos clientes, de faturamento, de pedidos e sua execução, de recrutamento ou de planejamento estratégico. Esse tipo de benchmarking procura identificar as práticas operacionais mais eficazes de muitas empresas que realizam funções de trabalhos similares;

Benchmarking de desempenho: ele capacita os gerentes a avaliarem sua posição competitiva através de comparações do produto e serviço. O benchmarking de desempenho normalmente focaliza elementos de preço, qualidade técnica, características auxiliares do produto ou serviço, rapidez, confiabilidade e outras características de desempenho. Engenharia reversa, comparações diretas de produto ou serviço e análise de estatísticas operacionais são as principais técnicas aplicadas durante o benchmarking de desempenho;

Benchmarking estratégico: em termos gerais, ele examina como as empresas competem no mercado. O benchmarking estratégico é raramente focado em um segmento da indústria. Seu uso é aplicado em diversos segmentos da indústria, procurando identificar as estratégias vencedoras que capacitaram outras empresas de alto desempenho a serem bem-sucedidas em seus mercados. Ele influencia os modelos competitivos de longo prazo de uma empresa. Portanto, os benefícios podem aparecer mais lentamente. As empresas que procuram benefícios em curto prazo, que apareçam nos relatórios trimestrais, em geral, atestam que o benchmarking de processo gera resultados mais rapidamente.

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Em um segundo momento, Leibfried (1994), Watson (1994), Zairi (1995),

Camp (1998) e Lacombe (2003) descrevem outros quatros tipos de Benchmarking

(Interno, Competitivo, Funcional e Genérico) :

Benchmarking interno: é uma abordagem para processar

benchmarking em que as empresas aprendem com empresas irmãs,

divisões ou unidades operacionais. Esses estudos internos comparam

operações semelhantes em unidades diferentes, e, tipicamente,

fornecem a informação mais detalhada sobre potencial

aperfeiçoamento de processo, porque as barreiras para cooperação

interempresas não estão presentes. Esse acordo simplifica a

implementação e o acesso aos dados, porém produz o menor potencial

para avanços significativos. Um exemplo deste tipo de aplicação de

benchmarking é a empresa Hewlett-Packard (HP) que conseguiu

utilizar sua área de P&D para desenvolver mudanças em toda a

empresa;

Benchmarking competitivo: os estudos de benchmarking competitivo

objetivam projetos específicos de produto, capacidades de processos

ou métodos de gestão utilizados pelos concorrentes diretos de uma

empresa. Esses estudos podem ser realizados diretamente com

concorrentes em processos de benchmark não contratidórios, tais

como gestão de instalações, métodos de auditoria interna, métodos de

recursos humanos, segurança e saúde dos empregados, recompensas

e benefícios, treinamento e desenvolvimento dos empregados,

programas e métodos de qualidade, gestão de compra e de

fornecedor, além de questões de política industrial. Muitas vezes esses

estudos são realizados por um terceiro, para apurar uma medida

básica, além de reportar as informações de estudo de caso que foram

aprovadas pela empresa participante. O fato de uma empresa estar

interessada no processo específico de um concorrente é, em si, de

interesse competitivo: tende a indicar que o processo específico está

querendo supervisão gerencial. Como exemplo sobre a maneira de um

estudo de benchmarking competitivo, cita-se a empresa Ford que

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realizou sua análise de produto competitivo e benchmarking de

processo de projeto em relação ao modelo Taurus na década de 80;

Benchmarking funcional: ele investiga o desempenho de uma função

específica dentro de uma aplicação em toda a indústria. Essa

comparação algumas vezes se estende a uma definição mais ampla de

indústria do que um analista industrial definiria como indústria

competitiva, sendo que esse tipo de estudo oferece uma boa

oportunidade para desenvolver novas abordagens em termos de

identificação e compreensão dos capacitadores do processo. Um

exemplo deste tipo foi o da General Motors Corporation (GMC) que

realizou tal estudo no início da década de 80, fornecendo um

interessante conhecimento sobre o modo de avanço de estudo de

benchmarking. Esse estudo fazia parte do programa da empresa

denominado Quality of Work Life (QWL). Com ele, visava à

organização em grupos de trabalhos, de tal maneira que os operários

desenvolveriam um ciclo longo de tarefas (cinco minutos) ao invés de

do ciclo curto (um minuto, no máximo), como era usual na esteira de

montagem fordista;

Benchmarking genérico: ele representa a aplicação mais ampla de

coleta de dados para parceiros da empresa. Ao realizar um estudo

genérico de benchmarking, uma empresa não se restringe a uma

fronteira competitiva ou industrial; é limitada apenas por sua habilidade

de desenvolver um processo análogo e compreender como trasladar

através de indústrias usando seus critérios empresariais. Essa

abordagem mais inovadora para benchmarking pode resultar em

paradigmas modificados e reestruturação de operações empresariais.

O estudo de Benchmarking mais conhecido é o estudo genérico

realizado pela Xerox Corporation sobre a L. L. Bean, para compreender

os processos de remessa de produto.

O FNQ (2004) acrescenta que além dos tipos de benchmarking mencionados

como o de processo, de desempenho, estratégico, interno, competitivo, funcional e

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genérico, outros ainda podem ser encontrados, como: Externo; Grande Grupo;

Colaborativo; Resultado; Prática; Produto; Excelência; Classe mundial; e Similar;

No entanto, cabe ressaltar, em primeira análise, que o FNQ (2004) aponta

algumas redundâncias nesta terminologia dos tipos de benchmarking:

Processo = Funcional = Prática = Similar;

Grande grupo = Colaborativo;

Classe mundial = Excelência;

Desempenho = Resultados;

Após a descrição desta gama de tipos de benchmarking, é importante

salientar que o benchmarking estratégico, classe mundial e excelência por estarem

associados ao objetivo e característica particular de um estudo, podem ser

considerados também como benchmarking de processo. (FNQ 2004).

Essa prerrogativa também ocorre com outros tipos de benchmarking. Desta

forma, segundo o FNQ (2004), três tipos de benchmarking merecem destaque:

Benchmarking colaborativo: é um tipo especial de estudo quando um

grupo de organizações se reúne para estudar um determinado objeto,

que pode ser um processo, uma prática de gestão, um produto ou

qualquer outra atividade, compartilhando conhecimentos, todas

esperando melhorar em função daquilo que aprenderam;

Benchmarking de produtos: é o mais antigo tipo utilizado e deve ser

tratado de forma particular. Dentre as suas especificidades, destaca-se

a engenharia reversa, que consiste em adquirir um produto do

concorrente, desmontá-lo e entender, por exemplo, como ele foi

concebido, montado e quais componentes foram usados;

Benchmarking de resultados: o seu foco principal é a comparação

específica de desempenhos em indicadores selecionados visando,

fundamentalmente, a determinação do desempenho da organização

em relação a referenciais pertinentes, previamente selecionados. As

características deste tipo de benchmarking, leva a sugerir que o termo

mais apropriado de sua denominação seria como um benchmarking de

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desempenho. Entretanto, esse tipo de benchmarking pode ser o

primeiro passo para se realizar um benchmarking de processo ou

produto.

Com base nos referidos autores, é possível sintetizar os tipos de

Benchmarking conforme o quadro 3:

Tipo de Benchmarking Descrição Aplicabilidade

Processo

Procura identificar as práticas operacionais mais eficazes de muitas empresas que realizam funções de trabalhos similares

Quando a empresa já fez uso de várias tentativas para melhorar os seus processos ou ainda quando a empresa necessita buscar idéias inovadoras.

Desempenho

Abrange o uso de indicadores e de medidas de comparação de desempenho entre organizações (ou programas) ou entre setores de uma mesma organização.

Quando a empresa deseja identificar diferenças significativas no seu desempenho com o intuito de melhorar sua eficiência e/ou redução dos custos.

Estratégico

Compara práticas e indicadores internos com o de competidores dentro de um mesmo setor de mercado

Quando a empresa deseja obter ganhos de performance, identificando estratégias bem-sucedidas em empresas concorrentes. Este tipo é usualmente realizado quando existe uma facilidade de acesso aos dados do concorrente.

Interno

Compara práticas e indicadores de desempenho em unidades similares dentro de uma mesma organização

Quando a empresa está iniciando um trabalho de Benchmarking e possui outras unidades similares de referência em outro local.

Competitivo

Caracteriza-se por ter como alvo específico às práticas dos concorrentes, seja um projeto específico de produto, capacidades de processos ou ainda um método de gestão.

Quando a empresa necessita mensurar funções, métodos e características básicas de produção (ou serviços) em relação aos seus concorrentes diretos, e melhorá-los de forma que a empresa possa inicialmente alcançar os seus concorrentes, e depois ultrapassá-los, tornando-a melhor do ramo, ou no mínimo melhor que seus concorrentes.

Funcional

Identifica o desempenho de uma função específica dentro da organização. Essa comparação pode ser realizada dentro de um mesmo setor ou fora dele.

Quando o objetivo da empresa for à comparação de algum indicativo (Ex: tempo, custos, etc.) de desempenho entre organizações semelhantes.

Genérico ou Multi-setorial

Aborda grupos de tarefas ou funções em processos mais complexos que atravessam a organização e são encontrados facilmente em outras empresas. (Ex: o processo desde a entrada de um pedido até a entrega do produto ao cliente).

Quando a empresa necessita identificar e determinar as melhores práticas para determinada área, permitindo detectar uma possível inovação mais eficaz. Como se trata de empresas diferentes, ocorre usualmente, uma maior abertura para a troca de informações. Por exemplo, o estudo realizado pela Xerox Corporation sobre a L. L. Bean, para compreender os processos de remessa de produto.

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Tipo de Benchmarking Descrição Aplicabilidade

Colaborativo ou Grande Grupo

Compartilha conhecimentos sobre uma determinada atividade por organizações que buscam a melhoria contínua.

Quando os membros de um grupo fechado de empresas (ou organizações) possuem níveis de eficiência elevados. O objeto de estudo pode ser, por exemplo, um processo, uma prática de gestão, um produto ou qualquer outra atividade.

Produtos

Dentre as suas especificidades, consiste em adquirir um produto do concorrente, desmontá-lo e entender, por exemplo, como ele foi concebido, montado e quais componentes foram usados.

Quando a empresa deseja realizar uma análise relativamente a um conjunto de propriedades intrínsecas ou ainda o seu desempenho funcional (Ex: engenharia reversa).

Resultados

Compara especificamente os desempenhos indicados selecionados em relação a referenciais pertinentes, preliminarmente designados.

Quando a empresa deseja realizar uma comparação de resultados, impactos ou quaisquer indicadores previamente estabelecidos. (Por exemplo: a eficiência e eficácia do custo ou o aperfeiçoamento de processos críticos específicos).

Quadro 3 - Síntese da aplicabilidade dos tipos de benchmarking.

Fonte: SANTOS (2007)

2.3.5 Processos de Benchmarking

O processo de benchmarking consiste em estabelecer uma metodologia

estruturada para um procedimento detalhado sobre os diversos tipos de

benchmarking.

Alguns autores, como Spendolini (1993), Leibfried (1994), Watson (1994),

Zairi (1995), Camp (1998) e Maximiano (2002) destacam que a utilização da técnica

de Benchmarking compreende, basicamente, cinco etapas: 1 - Planejamento; 2 -

Análise; 3 - Integração; 4 - Ação; e 5 - Maturidade.

O FNQ (2004) apresenta em seu estudo realizado em 2004, um quadro com

os processos de benchmarking praticados por algumas organizações nacionais,

conforme o quadro 4.

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O R G A N I Z A Ç Õ E S N A C I O N A I S

SEBRAE/MS SERASA Caraíba PoliBrasil Siemens Motorola

Planejar

Planejar Determinar

necessidades e prioridades

Identificar necessidade

Planejar

O que comparar?

Executar Analisar Pesquisar os referenciais

Identificar as fontes

Coletar Como fazemos?

Analisar Interagir Determinar a pertinência

Realizar Analisar Quem são os

melhores?

Integrar Executar Obter as informações

Registrar e analisar

Validar Como eles fazem?

Agir Amadurecer Disseminar as informações

Implementar melhorias

Melhorar Analisar

E

T

A

P

A

S

Utilizar as informações

Monitorar a eficácia

Quadro 4 - Processos de benchmarking Fonte: FNQ (2004)

Esse estudo realizado em 2004 pelo FNQ, também abordou os processos de

benchmarking, segundo alguns autores.

A U T O R E S APQC* McKinsey R. Camp H. Harrington C. Carey R. Boxwell

Planejar Escolher o processo

Identificar o que comparar Planejar Selecionar

processo Determine onde fazer BM

Coletar Selecionar

indicadores e práticas

Identificar parceiros

Coletar e analisar dados

internos

Definir recursos

Determine os fatores-chaves a serem medidos

Analisar

Identificar referenciais

Determinar o método de coleta e coletar os dados

Coletar e analisar dados

externos

Planejar Identifique empresas com práticas avançadas

Adaptar Avaliar as práticas

Determinar o gap de desempenho

Melhorar o item comparado

Selecionar parceiros

Meça o desempenho das empresas e o seu

Desenvolver prioridades

de mudança

Projetar o desempenho

futuro

Melhorar continuamente

Coletar Desenvolva plano para melhorar

Comunicar os resultados

Analisar o gap Obtenha o compromisso

da gerência

Estabelecer as metas

Adaptar Implemente o plano e monitore os resultados

Desenvolver planos de ação Desenvolver e

implementar

Implementar os planos e monitorar

os resultados

P

R

O

C

E

S

S

O

S

Recalibrar os benchmarks

Quadro 5 - Processos de benchmarking Fonte: FNQ (2004)

* APQC – American Produtivity and Quality Center

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39

Com base nesses exemplos e apoiado pelo FNQ (2004), pode-se dizer que

os principais passos para uma organização na execução eficiente de um estudo de

benchmarking são:

ETAPAS CARACTERÍSTICAS (PASSOS)

1- Planejar - Definir objeto e equipe de estudo; - Entender o objeto de estudo; - Selecionar as organizações parceiras;

2- Coletar - Definir os métodos de coleta; - Coletar os dados; - Registrar as conclusões;

3 - Analisar - Identificar os diferenciais; - Determinar as causas dos diferenciais; - Projetar o desempenho futuro;

4 - Adaptar - Adequar as práticas; - Comunicar os resultados e obter aceite; - Definir as metas e planos;

5 - Melhorar - Implementar os planos de melhoria; - Monitorar os resultados dos planos; - Reavaliar as metas;

Quadro 6 - Etapas de um Processo de benchmarking

Fonte: FNQ (2004)

Desta forma, o enfoque de benchmarking como um processo contínuo,

sistemático para medir e comparar processos organizacionais servirá como base

para a produção do modelo de avaliação que será utilizado neste trabalho.

Respeitando os princípios do benchmarking: reciprocidade, medição, analogia

e validade na busca e troca de informações entre empresas, o presente trabalho fará

uso do benchmarking de processo em sinergia com o benchmarking de

desempenho. O benchmarking de processo no intuito de comparar produtos as

práticas operacionais entre as diversas ferramentas de software na área de

gerenciamento de projetos. O benchmarking de desempenho com o objetivo de

qualificar por meio das comparações a eficiência entre as ferramentas de software e

o guia de melhores práticas em gerenciamento de projetos (PMBOK, 2004).

Partindo desse referencial que representa as práticas consolidadas no Guia

PMBOK dentro da área de gerenciamento de projetos, esse estudo almeja obter

uma análise de aderência por intermédio das técnicas de benchmarking, com as

principais ferramentas do mercado de software para o gerenciamento de projetos,

tendo como ponto de partida a ferramenta de software da empresa Sensys,

denominada ODYSSEA.

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40

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo abrange os aspectos metodológicos da pesquisa. Ele divide-se

em quatro tópicos. O primeiro destaca a caracterização da pesquisa. O segundo

demonstra o contexto e os participantes da pesquisa, ou seja, quem vai participar da

pesquisa. O terceiro tópico trata dos procedimentos e instrumentos de coleta de

dados, com foco especial na Técnica Delphi. O quarto e último item descreve o

tratamento e a análise dos dados da pesquisa.

3.1 Caracterização da pesquisa

Este trabalho caracteriza-se por uma pesquisa qualitativa. A pesquisa

qualitativa representa o estudo de temas no seu cenário natural, visando interpretá-

los em termos do seu significado assumidos pelos indivíduos; para isso usa uma

abordagem holística, que preserva a complexidade do comportamento humano

(GREENHALGH & TAYLOR, 1997). O posicionamento em relação às finalidades se

dará por uma pesquisa exploratória. Os estudos exploratórios permitem ao

investigador aumentar sua experiência em torno de determinado problema, bem

como aprofundar seu estudo nos limites de uma realidade específica (TRIVINÕS,

1990).

Segundo Mattar (1997, p.80 apud LUKOSEVICIUS, p.48): “A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são geralmente, insuficientes ou inexistentes”.

Desta forma, pode-se dizer que a pesquisa exploratória proporciona a

possibilidade de obtenção de maiores informações sobre um determinado assunto,

além de facilitar a delimitação de um estudo com a definição dos objetivos, na

formulação de hipóteses de uma pesquisa ou um novo enfoque de estudo.

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Com relação ao método de pesquisa, os procedimentos serão conduzidos por

meio de uma pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica procura

explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Ela

proporciona uma busca de conhecimento e análise das contribuições culturais ou

científicas existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.

Destaca-se também, o interesse do pesquisador, na busca do envolvimento

das empresas fabricantes das ferramentas de softwares voltadas ao gerenciamento

de projetos por intermédio de seus usuários, que se envolvam de maneira a

colaborarem efetivamente na designação dos usuários aptos a participar da

pesquisa com a contra-partida do resultado de aderência das suas respectivas

ferramentas de software em relação ao guia PMBOK, caracterizando um

Benchmarking colaborativo.

Partindo dessa premissa, o presente trabalho, fazendo uso dos referenciais

da pesquisa exploratória e dos conhecimentos da pesquisa bibliográfica, almeja por

intermédio de uma análise qualitativa, estabelecer parâmetros de aderência entre as

práticas de um guia de referência (PMBOK) e as ferramentas do mercado de

software designadas para o gerenciamento de projetos.

3.2 Contexto e participantes: quem vai participar da pesquisa

A escolha do campo onde os dados serão colhidos se darão por meio de

pesquisa qualitativa direcionada às ferramentas de softwares que atuam na área de

gerenciamento de projetos. Assim, os usuários em cada uma das ferramentas de

software de gerenciamento de projetos, responderão um briefing para a qualificação

à resolução da pesquisa. Estes usuários a serem entrevistados, serão profissionais

com conhecimento do Guia PMBOK, além do conhecimento de alguma das

ferramentas de software designadas no escopo deste trabalho.

Com o objetivo de obter no mínimo três respostas de especialistas sobre cada

ferramenta, será utilizada a rede de contatos com o setor de gerenciamento de

projetos. Esta rede de contatos consiste em empresas vinculadas ao projeto Platic

(Plataforma de Tecnologia de Informação e Comunicação de Santa Catarina);

empresas relacionadas ao Parque Celta (Centro Empresarial para Laboração de

Tecnologias Avançadas) da Fundação Certi (Centro de Referência de Tecnologias

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Inovadoras) de Florianópolis, ao PMISC por meio de um dos seus filiados, contatos

via IEL-SC (Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina); as listas de fóruns de

discussão sobre a área de gerenciamento de projetos como o PMI-DF (Distrito

Federal), PMI-SP (São Paulo), PMI-RJ (Rio de Janeiro), PMI-MA (Maranhão), PMI-

RS (Rio Grande do Sul), PMI-Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), PMI-

Floripa (Florianópolis), PMI-MG (Minas Gerais), PMIPAP (Pará e Amapá) e o

PMISP_Ferramentas de GP (Grupos de Estudos Técnicos de Ferramentas para

Gestão de Projetos); além de representantes e distribuidores das ferramentas

previamente designadas no escopo. O intuito dessa rede de contatos é alcançar o

maior número de usuários avançados e disponíveis a resolução da pesquisa.

Com relação às ferramentas de softwares voltadas ao gerenciamento de

projetos que farão parte da pesquisa, foi utilizado o seguinte critério de mercado

conforme supervisão de um membro filiado ao PMISC.

Primeiramente, o mercado foi segmentado em duas vertentes. A primeira de

âmbito local, ou seja, ferramentas de softwares que são produzidas e atuam tanto no

estado de Santa Catarina como nacionalmente. É o que denominamos de

concorrentes locais. São elas:

ISOSYSTEM do fabricante SoftExpert;

PROJECTBUILDER do fabricante ProjectBuilder;

JEXPERTS da empresa JExperts;

TASKER da empresa Solucionar;

ODYSSEA da empresa Sensys;

Em uma segunda vertente, encontram-se os concorrentes globais, ou seja,

ferramentas de software que atuam em todos os países do mundo. São elas:

MICROSOFT PROJECT da empresa Microsoft Corporation;

PRIMAVERA ENTERPRISE representada no Brasil pela Verano

engenharia de Sistemas;

IBM RPM por meio de um dos seus representantes no Brasil, a Quality

Software;

CA CLARITY PROJECT MANAGER da empresa NIKU;

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Contudo, é indispensável ressaltar que existem inúmeras ferramentas de

softwares voltadas para o gerenciamento de projetos. Algumas contemplam somente

uma área específica ou servem de suporte para uma determinada atividade do

projeto. Os softwares designados para o estudo de aderência deste trabalho,

representam as principais ferramentas de mercado, segundo o filiado do PMISC, que

contemplam o maior número de áreas inscritas no Guia PMBOK.

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Segundo Sanchez (2007), há duas formas de abordagem para a coleta de

dados: a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa. A quantitativa traduz em

números opiniões e informações para classificá-los e organizá-los por meio de

métodos estatísticos. Já, a qualitativa considera a existência de uma relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito. Ela é descritiva e utiliza o método indutivo

onde o processo é o foco principal.

Bethlem (1996) propõe uma divisão das técnicas de previsão ou abordagem

entre quantitativas e qualitativas. Entre as qualitativas, destacam-se: Método Delphi;

Consenso de Grupo, Pesquisa de Mercado; Previsão Visionária; Analogia Histórica;

e as Técnicas Criativas.

Glueck (1976) indica três grupos de técnicas para pesquisas: Coleta de

informações, espionagem e previsões. Na subdivisão de previsões, ele destaca: as

técnicas qualitativas (método delphi); a comparação e projeção histórica; e os

modelos causais.

Neste cenário, tanto Glueck (1976) quanto Bethlem (1996) destacam em

comum nas técnicas qualitativas a metodologia Delphi como um dos melhores

instrumentos de previsão qualitativa. O uso da metodologia Delphi é

preferencialmente recomendado quando da inexistência de dados históricos a

respeito do problema de pesquisa. Assim, nesta pesquisa o acesso aos dados

primários ocorrerá por meio de um questionário com perguntas fechadas, utilizando

a técnica Delphi.

Segundo Roque (1998), o primeiro experimento conhecido envolvendo a

técnica Delphi data de 1948 e relacionava-se com predições de resultados de

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corridas de cavalo (Adams, 1980, p.151). Posteriormente a técnica foi utilizada como

procedimento de pesquisa tecnológica por Norman Dalkey e Olaf Helmer na RAND

Corporation no início dos anos 60 (Dalkey e Helmer, 1963), que buscavam direcionar

seus esforços de pesquisa na melhoria do uso de predições de especialistas nas

tomadas de decisão. De seu uso decorre seu nome que se refere ao antigo oráculo

grego Delphi que oferecia visões do futuro para aqueles que procuravam seus

conselhos.

A técnica Delphi foi desenvolvida como um método para aumentar a acurácia

das pesquisas relacionadas à predição de eventos futuros como também a

estimação de parâmetros desconhecidos (Dalkey apud Woudenberg, 1991, p. 132

apud ROQUE, 1998).

Diferente de outros métodos de pesquisa e planejamentos, o objetivo da

Delphi não é deduzir uma simples resposta ou chegar ao consenso, mas obter

respostas e opiniões de alto nível de qualidade para uma dada questão apresentada

ao painel de especialistas. (Gupta e Clarke, 1996, p. 185 apud ROQUE, 1998).

As características básicas da técnica podem então ser resumidas como

(Woudenberg, 1991, p. 133 apud ROQUE, 1998):

Anonimato: Os participantes não interagem diretamente mantendo-se

desconhecidos perante aos demais. Esta característica permite evitar

as situações descritas anteriormente relacionadas a grupos de

interação;

Feedback: Os resultados dos questionários são resumidos e

devolvidos aos participantes para que estes validem novamente suas

opiniões. O objetivo básico do feedback é distribuir todas as

informações disponíveis e geradas pelo grupo entre seus participantes.

Consiste de um resumo estatístico das respostas do grupo sendo que

este resumo pode variar de medidas estatísticas simples (média,

mediana, etc.) até uma análise completa das distribuições;

Iterações: Cada vez que os participantes respondem ao questionário

tem-se um round. A técnica consiste de sucessivos rounds cuja

quantidade é fixada antecipadamente ou determinada de acordo com

um critério de consenso do grupo ou estabilização dos julgamentos

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individuais. Dalkey apud Woudenberg, (1991, p. 145 apud ROQUE,

1998) afirma que o consenso é praticamente máximo após o segundo

round. No entanto, ressalta que apesar do consenso ser importante ele

jamais deve ser considerado como objetivo principal da técnica uma

vez que um alto nível de consenso não é condição suficiente para um

alto nível de acurácia. Comparações realizadas pelo autor em

pesquisas utilizando a técnica mostram que o consenso aumenta muito

mais que a acurácia. A acurácia por sua vez possui seu maior aumento

entre o primeiro e segundo round.

Os participantes do processo devem ser especialistas na área em estudo.

Devem também, segundo Adams (1980, p.152 apud ROQUE, 1998):

Sentirem-se pessoalmente envolvidos no problema em questão;

Possuírem informações e experiências relevantes para o processo;

Estarem motivados a participar;

Perceberem que os resultados fornecerão informações por eles

valorizadas.

A técnica Delphi é uma ferramenta de pesquisa qualitativa que busca um

consenso de opiniões de um grupo de especialistas, sem ocorrer à interação pessoal

dos mesmos. Ela ajuda a reduzir a parcialidade nos dados e evita que alguém possa

indevidamente influenciar o resultado do objeto de estudo. Ela também contribuirá

por meio do benchmarking de processo aliado ao de desempenho, para a avaliação

da aderência das ferramentas de softwares de gerenciamento de projetos ao Guia

PMBOK por intermédio de usuários especialistas com alto grau de conhecimento do

Guia PMBOK, denominados respondentes.

Com o conhecimento da técnica, o processo de pesquisa ocorrerá da

seguinte forma. Inicialmente, o respondente irá preencher um briefing contendo os

dados que servirão de subsídios para a próxima, etapa que é a resolução da

pesquisa. Neste briefing, na parte inicial, constará o dado do respondente, bem

como, a descrição da ferramenta de software de gerenciamento de projetos a ser

avaliada. Na segunda etapa, composta três perguntas técnicas ao respondente

sobre o seu grau de conhecimento em relação ao guia PMBOK – 3a ed e também da

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ferramenta de software a ser avaliada, além do questionamento sobre o seu nível de

certificação perante o gerenciamento de projetos. Finalizando o briefing, um

descritivo sobre o contexto da pesquisa, bem como, as suas etapas e principais

objetivos.

Concluído o preenchimento do perfil, o respondente passa a etapa de

preenchimento do questionário de pesquisa.

O instrumento de coleta de dados será um questionário com três questões

fechadas de múltiplas respostas sobre as saídas de processos descritas no guia

PMBOK. Ao todo, são 178 saídas de processos a serem questionadas. A primeira

pergunta indaga se a ferramenta de software voltada ao gerenciamento de projetos

gera a respectiva saída. O segundo questionamento é sobre a ferramenta utilizada

para a execução do processo, que pode ser uma ferramenta do próprio software

analisado ou ainda uma ferramenta auxiliar para a execução do processo como, por

exemplo, o Microsoft Word ou Excel. A terceira e última análise, abrange a qualidade

da saída (regular; boa; excelente) gerada em relação ao guia PMBOK.

A resolução do perfil do entrevistado representa o outro instrumento de coleta

de dados utilizados neste trabalho. Após as suas respectivas constituições, ambos

passaram pré-testes para identificar e mensurar possíveis erros de escrita ou

principalmente de identificação e interpretação do questionamento.

Devido à distância da maioria dos candidatos a respondentes, a pesquisa

será conduzida ora de forma pessoal, onde o pesquisador estará em contato direto

com o respondente (in loco), ora de forma virtual, onde por meio de e-mail ou ainda

por comunicação simultânea via internet.

3.4 Tratamento e análise dos dados

O tratamento dos dados ocorreu basicamente, por meio de análise de

conteúdo. A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas das comunicações

visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo

das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de

conhecimentos relativos às condições de produção e/ou recepção (variáveis

inferidas) destas mensagens.

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Os requisitos para a validação dos softwares conforme a aplicação da técnica

delphi, era um número mínimo de três respondentes de cada ferramenta. Assim, os

dados de onze respondentes foram tratados e analisados. O processo de tratamento

e análise dos dados foi composto de duas fases.

A primeira fase analisa os dados extraídos do perfil do respondente. Os

quatro questionamentos ( 1 – Qual o seu grau de conhecimento em relação ao Guia

PMBOK – 3a ed?; 2 – Possui certificação PMP?; 2.1 – Possui especialização (MBA)

em gerenciamento de projetos?; 3 – Qual o seu grau de conhecimento da

ferramenta de gerenciamento de projetos que você está avaliando?) foram digitados

em uma planilha que por meio de fórmulas geraram o percentual de cada uma das

respostas que posteriormente deram origem aos gráficos 1, 2 e 3.

A segunda fase analisa o questionário de pesquisa por meio de duas etapas.

Na primeira etapa, os dados coletados por e-mail (quatro respondentes) foram

agrupados em uma planilha. Os dados dos demais respondentes (sete in loco),

foram digitados na mesma planilha com o intuito de unificar as respostas coletadas.

Após este procedimento, os dados foram agrupados por similaridade das

ferramentas e por meio de fórmulas geraram o percentual geral de dois

questionamentos ( 1 – Gera a respectiva saída?; 2 – Como é executado o

processo?) que posteriormente deram origem ao gráfico 4. A segunda etapa teve o

mesmo procedimento inicial da primeira etapa com relação ao terceiro

questionamento (3 – Qual a qualidade da saída gerada em relação ao Guia PMBOK

– 3a ed.) onde os dados por e-mail foram agrupados e os dados da pesquisa in loco

foram digitados e somados aos dados coletados por e-mail. Os dados coletados dos

83 itens de cada respondente foram agrupados por similaridade de ferramenta e

posteriormente desmembrados nas noves áreas de conhecimento (integração,

escopo, tempo, custos, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos e

aquisições) onde por meio de fórmulas geraram o percentual das respostas que

deram origem aos gráficos 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13.

Os resultados extraídos devem servir como indicativo para elaboração da

conclusão sobre o nível de aderência de cada ferramenta baseado na quantidade

de processos fornecidos pelo software em comparação com os processos descritos

no Guia PMBOK, bem como, as ponderações entre os resultados encontrados.

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4 A INDÚSTRIA DE SOFTWARE NO BRASIL

Este capítulo aborda uma introdução sobre a indústria de software no Brasil,

os principais gargalos e características do setor e encerra com um histórico e

características da empresa Sensys Consultoria e Sistemas.

4.1 Introdução

O mercado brasileiro de software atingiu em 2006, a 13a posição no mercado

mundial com uma movimentação de US$9,09 bilhões de dólares representando

0,97% do PIB nacional. Este setor, atualmente é composto por cerca de 7818

empresas dedicadas ao desenvolvimento, produção, distribuição de software e

prestação de serviços (ABES, 2007). Neste universo, destacam-se a sofisticação e

a criatividade como os dois pontos fortes da base da indústria brasileira de software.

Esta base se concentra em mercados-alvo principalmente como o setor financeiro e

as telecomunicações. Com todo este potencial, a indústria brasileira ainda se

encontra em fase de agressiva experimentação no mercado de produtos, quando

comparados com outros mercados emergentes, como o da China e Índia.

A ausência de uma estratégia industrial focada, a falta de uma imagem do

software brasileiro reconhecida no mercado internacional, as dificuldades de

financiamento, a ausência de incentivos à exportação e principalmente uma

regulamentação política adversa ao desenvolvimento da indústria de software, em

particular o Custo Brasil são as principais barreiras à aquisição de competitividade,

nos planos doméstico e internacional (MIT-SOFTEX, 2002).

A indústria de software é composta basicamente, de empresas que

desenvolvem e comercializam: software sob encomenda (custom software); software

tipo pacote (packaged software); software embarcado, embutido ou associado ao

hardware (embedded or bundled software); e, mais recentemente, software para

Internet (Internet-enable software) (WEBER, 2000).

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4.2 Características do Setor e os Principais gargalos

Em 2001, a dimensão do mercado brasileiro de software representava 1,5%

do PNB (Produto Nacional Bruto) Brasileiro, sendo maior e mais diversificado que o

mercado indiano. A participação do mercado brasileiro de software no mercado

nacional de TI apresentava um constante crescimento, representando o dobro da

Índia (24% em 1999) e China (12% em 2001). A taxa de crescimento da Indústria

Brasileira de TI era inferior à da China, cujo mercado era quase o dobro do brasileiro

(US$ 18 bilhões X US$ 30 bilhões) e estava mais próxima à da Índia, cujo mercado

era de US$ 12,9 bilhões em 2001. Entretanto, as exportações da Índia eram

superiores às do Brasil, da China e de outros países líderes no mercado global.

(MIT-SOFTEX, 2002).

Segundo a ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software), o

mercado brasileiro de software atingiu em 2006, a 13a posição no mercado mundial,

tendo movimentado 9,09 bilhões de dólares, equivalente a 0,97% do PIB nacional.

Deste montante, foram movimentados 3,26 bilhões de dólares em software,

representando 1,3% do mercado mundial. Os valores restantes, 5,83 bilhões de

dólares foram movimentados em serviços relacionados. Estudos recentes apontam

um crescimento médio anual superior a 12% até 2010. Ainda em 2006, a

participação de programas de computador desenvolvidos no país atingiu 32,5% do

total do mercado de software brasileiro, alimentadas por cerca de 7800 empresas,

dedicadas ao desenvolvimento, produção e distribuição de software e de prestação

de serviços, sendo que 94% de micro e pequenas empresas. Neste mesmo estudo,

China aparece na 11o posição com 9,57 bilhões de dólares enquanto que a liderança

absoluta ainda é dos Estados Unidos com 303 bilhões de dólares representando

42,5% do mercado mundial (ABES, 2007).

Os consumidores de software e serviços brasileiros atualmente apresentam

uma concentração maior, com os setores industrial e financeiro representando quase

50% do mercado usuário, seguidos por serviços, comércio, governo, agroindústria e

outros. Ainda do ponto de vista dos usuários, a perspectiva é que os investimentos

em TI no Brasil deverão crescer 15% no ano de 2007. Nesta mesma linha de TI, o

Brasil participa com 43% do mercado da América Latina com cerca de 7,1 milhões e

com uma base instalada de 22 milhões de PCs (ABES, 2007).

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O estudo realizado pelo instituto de pesquisa IDC em parceria da ABES

identificou durante o ano de 2006, algumas importantes tendências de curto e médio

prazo do mercado brasileiro de software e serviços relacionados. No curto prazo as

tendências são: consolidação de SOA (arquitetura orientada a serviços) como

realidade; abordagem de processos em segurança da informação; soluções no

segmento de mobilidade; melhores práticas (ITIL, ISO 27003; CMMI e PMBOK);

maior aderência a regulamentações nacionais e internacionais; crescimento dos

projetos de VoIP e convergência voz/dados e um aumento da participação no

mercado offshore internacional. A médio prazo, as principais tendências: Dynamic IT

– sistemas mais flexíveis com maior desempenho; software de código aberto – como

plataforma de infra-estrutura; software “as a service” – modelos de licenciamento via

subscrição e a exportação de software – aumento da presença na América Latina.

A pesquisa realizada pelo MIT-Softex em 2003 apresenta uma abordagem

sobre as barreiras existentes ao crescimento da indústria de software no Brasil e

considera a visão dos empresários no setor. Em 1o lugar, com 42% a opção da

preferência por Software importado frente ao desconhecimento de ferramentas

nacionais existentes. Na seqüência, a dificuldade de acesso ao capital

(financiamentos); uma ausência de Política Industrial; a falta de mecanismos de

exportação; o fraco poder de compra do Governo; a deficiência em Marketing em

relação aos produtos disponíveis; a alta carga tributária e os baixos salários em

comparação a outros países emergentes; a elevada burocracia e o por último, o

difícil relacionamento com as Universidades.

Esses fatores que descrevem as principais barreiras existentes ao

crescimento da indústria de software no Brasil, colaboram para os dois principais

gargalos internos enfrentados pelo setor de software brasileiro: a falta de mão-de-

obra qualificada para área de TI e a dificuldade de acesso ao crédito.

O presidente da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Software

e Serviços para Exportação), Antonio Carlos Gil afirmou no início deste ano que um

dos principais gargalos da indústria de software é a busca de profissionais

qualificados. No mês de Janeiro, Carlos Gil entregou um documento ao governo

federal com as principais sugestões do setor. Como uma das metas traçadas pela

gestão do Governo Lula era de que o setor de software alcançasse US$2 bilhões em

exportações durante o ano de 2007 e US$5 bilhões em 2010, a indústria acredita

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51

que precisará gerar 100 mil novos empregos diretos para atingir estes objetivos.

Partindo dessa premissa, o presidente da Brasscom dentre outras solicitações,

destacou uma das propostas apresentadas como a compensação de tributos

federais com gastos em treinamento. A idéia é autorizar empresas que exportem

softwares e serviços de tecnologia a compensarem, contra tributos federais como

PIS/Cofins e Imposto de Renda, até 80% dos gastos que tiverem com capacitação

de pessoal e certificação de recursos humanos. Ele reforça, destacando que os

custos fiscais, tributários e trabalhistas do Brasil são muito maiores que os dos

países com quem as companhias de software concorrem globalmente. Antonio

Carlos Gil, finaliza, destacando que em uma pesquisa recente, que aponta que um

salário de US$ 1,5 mil mensais gera custos finais 19% menores no México que no

Brasil e 66% menores na Argentina, por exemplo. (FUOCO, 2007)

Além das questões tradicionais na área tributária e trabalhista, o segundo

principal gargalo de âmbito interno é o acesso ao crédito. Segundo Kubota (2007), a

indústria de software possui níveis extremamente baixos de ativo imobilizado, que

serve de garantia em financiamentos. Esse elemento é um grande entrave para o

setor, que dificulta para as empresas o acesso ao capital para investimento e

padronização nacional e internacional. Entretanto, existem programas

governamentais como o Prosoft do BNDES, que possui um programa de

financiamento para as empresas e os compradores de software. Embora, em 2004,

a sua carteira tenha sido dobrada, ainda tem pequena abrangência nacional. As

empresas de venture capital, por sua vez, em geral só se interessam por

empreendimentos que já atingiram um certo grau de maturidade e de obtenção de

receitas, devido aos custos de administração e controle.

Kubota (2007) destaca que uma solução para esse gargalo seria a

concretização do instrumento de "capital semente" (seed money) para auxiliar na

geração de empresas de base tecnológica, como as de software.

Esta base tecnológica nos últimos anos tem sido impulsionada pelo PBQP-

Software (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade em Software). Em um

dos seus projetos, dentro do núcleo GENESS (Centro de Geração de Novos

Empreendimentos em Software e Serviços) da UFSC (Universidade Federal de

Santa Catarina) com o intuito de desenvolver o projeto ESTRO – Sistema de Gestão

de Projetos de Software, surgiu a empresa Sensys Consultoria e Sistemas.

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4.3 SENSYS Consultoria e Sistemas

A Sensys Consultoria e Sistemas teve sua origem por meio do Centro

GeNESS, núcleo do projeto GENESIS situado inicialmente no Departamento de

Informática e Estatística (INE) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina),

atualmente no andar térreo do CELTA. Ingressando através do edital de Julho de

1999, a SENSYS se propôs a desenvolver um software de apoio a gerência de

projetos de software. Chamado de ESTRO, este projeto tinha por objetivo aplicar em

um conjunto de programas, técnicas simples de engenharia de software voltadas à

gerência de projetos, mensuração e qualidade. Tarefas que, eram trabalhosas para

serem realizadas de forma manual.

A partir de Janeiro de 2000, a Sensys adquiriu todos os direitos sobre um

produto voltado a aplicativos para imobiliárias, o Prolocar. Este software,

originalmente desenvolvido pela PROVECTO Soluções Inteligentes em 1996, ficou

sobre o domínio da Sensys até o início de 2006 quando a empresa BITPRO

Sistemas adquiriu os direitos de propriedade intelectual e comercialização dos

programas de gerenciamento imobiliário Prolocar e Provendas, passando a ser a

nova responsável pela administração dos sistemas.

Estes aplicativos imobiliários tinham a função de sustentar a Sensys para o

desenvolvimento do projeto ESTRO. Durante o primeiro ano de pré-incubação a

SENSYS enfrentou diversos problemas desde financeiros até mudanças na equipe.

Com desperdício de recursos financeiros e de esforço em estratégias equivocadas

para a comercialização dos aplicativos imobiliários, os sócios da empresa tiveram

que buscar empréstimos pessoais para a sobrevivência da empresa. Devido às

frustrações financeiras os cronogramas de desenvolvimento do ESTRO atrasaram

consideravelmente.

A partir do início de 2001, após mudanças no quadro societário, a SENSYS

consolidou uma sociedade estável entre os seus empreendedores. Devido a este

fato, ela conseguiu traçar uma estratégia comercial de resultados para os sistemas

imobiliários e gerar receita para financiar o desenvolvimento do ESTRO. As

prioridades de desenvolvimento do ESTRO foram reorganizadas de forma a gerar

resultados mais seguros a curto prazo e atingir outros mercados além do mercado

de desenvolvimento de software. Desta forma, foi desenvolvido e lançado na

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Fenasoft 2001, os produtos da linha PME (Programa de Mensuração de Esforço),

que tem por objetivo medir o tempo dedicado por uma pessoa para cada tarefa em

que ela trabalha. Os esforços no fim de 2001 foram primordiais para o ingresso da

SENSYS na incubadora do CELTA, na mudança e investimentos para esta

transição. Do ponto de vista comercial, todos os instrumentos foram direcionados na

formação de uma estrutura comercial para a venda da linha PME, enfatizando o

sistema SATURNO.

Assim, em 2002, a empresa consolidou a sua posição dentro do CELTA,

situado no ParqTec Alfa – Florianópolis/SC como uma empresa que desenvolve

soluções para o gerenciamento de projetos e desenvolvimento de sistemas de

software e hardware, além dos serviços de implantação, consultoria e treinamento.

Em meados de 2003, o projeto ESTRO desenvolveu a ferramenta ODYSSEA,

produto no qual que representava um sistema de gerenciamento de projetos e

controle de workflow de desenvolvimento para empresas de base tecnológica.

Possui como principais objetivos controlar todo o ciclo de desenvolvimento do

projeto, abrangendo desde sua parte metodológica até sua parte operacional. Esse

sistema foi projetado utilizando a arquitetura J2EE seguindo o padrão de

desenvolvimento MVC, utilizando para camada de visualização a tecnologia Swing.

Ao passar do tempo, o ODYSSEA Project Management System se consolidou

como uma ferramenta de software a para gestão de projetos. O pacote ODYSSEA

inclui além da ferramenta de software, uma infra-estrutura de TI (tecnologia da

informação), serviços de capacitação e consultoria, baseados em uma tecnologia

com suporte às melhores práticas de mercado, flexível para adaptar-se à qualquer

metodologia e equipe de projetos. Por ser um sistema baseado em Server

Appliance, com hardware e suporte incluídos, o pacote ODYSSEA elimina a

necessidade de investimentos na compra e atualização de equipamentos, licenças

de software de suporte tais como, sistemas operacionais, banco de dados e

servidores de aplicações. A utilização da tecnologia Java com a plataforma J2EE

destaca-se como sua principal característica que é, ser multi-plataforma. Dentre

outras vantagens, esta tecnologia permite que o software possa ser acessado de

qualquer lugar, desde que ele esteja conectado a uma rede com acesso à internet.

Finalizando, por meio do planejamento suportado por processo, o ODYSSEA

cria uma grande facilidade para que os membros da equipe trabalhem aderentes aos

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processos definidos pela organização. Ele também contempla os processos mais

relevantes do gerenciamento de projetos para o desenvolvimento de produtos de

base tecnológica, com aderência nos modelos PMBOK e CMMI.

Atualmente, além do desenvolvimento e aprimoramento de sua ferramenta

principal, o software ODYSSEA, a empresa presta serviços de consultoria em

gerenciamento de projetos, serviços terceirizados de desenvolvimento de

componentes de softwares e frameworks para empresas desenvolvedoras de

software.

A SENSYS também participa ativamente de iniciativas setoriais como o

projeto PLATIC (Arranjo produtivo local de TI e Comunicações de Santa Catarina) e

também como membro participativo da ACATE (Associação Catarinense de

Empresas de Tecnologia), sempre alinhada a sua missão que é integrar tecnologias

e fornecer soluções para auxiliar nossos clientes no desenvolvimento e melhoria dos

seus serviços.

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5 APLICAÇÃO DA PESQUISA

O capítulo 5 trata da aplicação da pesquisa por meio de três tópicos. O

primeiro aborda a origem da pesquisa. O segundo tópico aborda a aplicação da

pesquisa destacando os passos da realização deste trabalho que subdivide-se em

três tópicos: - Iniciação; - Planejamento; - Execução. O terceiro e último tópico

aborda as considerações finais.

5.1 Origem da pesquisa

Em 2006, o presente acadêmico teve a oportunidade de participar como

bolsista de um projeto de extensão da Univali (Universidade do Vale do Itajaí),

projeto este que tratava da avaliação da interface entre o modelo de negócios de

empresas de desenvolvimento de software e os requisitos do modelo CMMI-SW.

Esta participação promoveu ao acadêmico além do conhecimento sobre modelos de

maturidade um real interesse pelo aprofundamento dos conhecimentos na área de

software. Assim, no final de 2006, por meio da plataforma PLATIC, o qual o

acadêmico teve acesso durante o projeto de extensão, foram realizados contatos

com as empresas integrantes com o intuito de estabelecer parcerias para a

realização de um estudo na área de gerenciamento de projetos com foco no Guia

PMBOK.

O surgimento dessa iniciativa, com total apoio e participação da presente

orientadora, resultou no interesse da empresa Sensys Consultoria e Sistemas em

integrar e promover esse estudo. O PMBOK integrou como tema desta pesquisa,

sendo um referencial atualizado mundialmente para o setor de gerenciamento de

projetos, no qual as ferramentas de software do mercado procuram aderir aos seus

requisitos. A Sensys por meio de sua ferramenta de software destinada ao

gerenciamento de projetos (ODYSSEA), não diferente das demais, concorre

diretamente neste mercado e também procura arduamente atender e superar os

requisitos dos processos de gerenciamento de projetos no PMBOK. Com o

envolvimento de todas as partes interessadas, ficou estabelecido a delimitação de

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escopo deste projeto que representa um estudo de aderência de ferramentas de

gerenciamento de projetos ao Guia PMBOK (Project Management Body of

Knowledge). Esse estudo visa elaborar um relatório de aderência entre a ferramenta

ODYSSEA e seus concorrentes, frente às saídas de processos designadas no

PMBOK. Um dos elementos facilitadores aos recursos deste projeto é o fato de um

dos proprietários da Sensys, além de possuir certificação PMP, ser filiado ao PMISC,

oferecendo assim acesso prioritário ao guia.

Uma pesquisa é sempre, de alguma forma, uma nova experiência de uma

apropriação de conhecimentos pessoais, seja com relação à metodologia ou com o

tema abordado. A sua essência teórico-empírica, sempre representa uma

oportunidade ao entrevistador do desenvolvimento e principalmente do incremento

da rede de contatos profissionais. Em especial, a pesquisa qualitativa, diante dos

riscos e dificuldades que ela apresenta, demonstra-se um empreendimento

profundamente instigante, agradável e desafiador (DUARTE, 2002).

Assim, esta pesquisa surgiu da necessidade de partilhar as informações de

especialistas da área de gerenciamento de projetos acerca das ferramentas de

software utilizadas em função das saídas de processos estabelecidas pelo Guia

PMBOK. Em síntese, por meio da utilização dos conceitos de benchmarking, ela

objetiva oferecer subsídios para o estudo de aderência das ferramentas de software

em relação ao Guia PMBOK.

5.2 Aplicação

O desenvolvimento deste trabalho seguiu um fluxograma com os passos

designados em cada etapa, conforme apresentado na figura 5. Neste fluxograma

estão descritos os 13 passos de elaboração, distribuídos nas 3 fases de produção

deste trabalho (5.2.1 – Iniciação; 5.2.2 – Planejamento; 5.2.3 – Execução;). Ao final

do fluxograma, uma referência a fase de encerramento descrita no capítulo 6 que

compreende as conclusões e recomendações para futuros trabalhos.

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Figura 5 – Fluxograma do Trabalho

Fonte: SANTOS (2007)

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5.2.1 Iniciação

Passo 1: Escolha do tema. Existem dois fatores principais que interferem na

escolha do tema para um trabalho de pesquisa: internos e externos. O tema desta

pesquisa está diretamente interligado a um fator interno de escolha, que diz respeito

ao alto grau de interesse pessoal pela área de gerenciamento de projetos. Além

deste, o fator externo também se evidencia no que tange a oportunidade do

acadêmico em contribuir para a sociedade, com uma pesquisa inovadora entre as

ferramentas de software e o Guia PMBOK. Atrelado a estes fatores, está o fato de as

empresas de todos os setores da economia em reconhecer a importância de um

gerenciamento para o sucesso de seus projetos. Este reconhecimento vem

proporcionando o crescimento da utilização de ferramentas de apoio, como os

softwares para o gerenciamento de projetos.

Passo 2: Definição do escopo. Após a escolha do tema, é essencial a

definição do escopo. O escopo de um projeto segundo o PMBOK (2004) é o trabalho

que precisa ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as

características e funções específicas. Desta forma, ele permite identificar em

detalhes, as entregas do projeto e o trabalho necessário para criar essas entregas.

Com esse intuito, delimitou-se o título deste trabalho e a conseqüente elaboração do

project charter que significa um termo de abertura do projeto. Concluído esta

delimitação, definiu-se o escopo deste trabalho de pesquisa ao estudo da aderência

de ferramentas de software de gerenciamento de projetos ao Guia PMBOK.

Passo 3: Termo de Abertura do Projeto (Project Charter). O termo de abertura

do projeto faz parte da metodologia de gerenciamento de projetos e foi utilizado

como procedimento inicial deste trabalho. Seguindo as características inscritas no

PMBOK, o Project Charter foi elaborado para documentar formalmente a iniciação

deste projeto, conforme pode ser visualizado no APÊNDICE A – Project Charter. O

termo de abertura do projeto contempla os seguintes elementos:

1 – OBJETIVO GERAL;

2 – PARTES INTERESSADAS (apoiadores);

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3 – ESCOPO DO PROJETO;

3.1 – Resultados a serem alcançados;

3.1.1 – Levantamento Bibliográfico;

3.1.2 – Elaboração de um modelo de avaliação;

3.1.3 – Detalhamento dos critérios a serem avaliados;

3.1.4 – Escolha das ferramentas de software;

3.1.5 – Elaboração do questionário e contato com as empresas;

3.1.6 – Aplicação da pesquisa (entrevista e questionários);

3.1.7 – Análise dos dados coletados;

3.1.8 – Conclusões e recomendações;

3.2 – Premissas;

3.2.1 – Acesso ao conteúdo bibliográfico;

3.2.2 – Acesso às ferramentas de software;

3.2.3 – Acesso aos clientes e especialistas;

3.3 – Restrições;

3.3.1 – Restrições ao prazo;

3.3.2 – Restrições ao custo;

3.3.3 – Outras restrições;

4 – RECURSOS ALOCADOS PARA O PROJETO;

4.1 – Força tarefa;

4.1.1 – Composição da equipe;

4.2 – Infra-estrutura;

4.2.1 – Infra-estrutura necessária;

5 – CRONOGRAMA GERAL DO PROJETO;

5.1 – Baseline Inicial;

5.2 – Pontos de decisão e marcos do projeto (Milestones);

5.2.1 – Aprovação do Project charter;

5.2.2 – Validação do modelo de avaliação e escolha das ferramentas;

5.2.3 – Definição das pessoas a serem entrevistadas;

5.2.4 – Aplicação da pesquisa;

5.2.5 – Entrega do relatório parcial dos resultados;

5.2.6 – Entrega do relatório final.

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5.2.2 Planejamento

Passo 4: Levantamento Bibliográfico. Constituído a aprovação do termo de

abertura de projeto, o próximo passo foi à realização do levantamento bibliográfico.

Por se tratar de uma área específica (gerenciamento de projetos) e relativamente

nova, o acesso a base de livros foi restrito, mas suficiente a oferecer subsídios ao

estudo da área e principalmente ao Guia PMBOK. Esta restrição sobre livros que

tratam do PMBOK, somente instigou a procura por outros periódicos acadêmicos

com o intuito de acrescentar dados e elementos ao estudo a ser realizado. Assim,

um dos principais instrumentos de procura de periódicos acadêmicos foi a utilização

da internet, a qual propiciou uma varredura de trabalhos de graduação, dissertações

e teses de doutorados, além de artigos científicos, complementando as informações

disponíveis nos órgãos regionais (chapters) do PMI do Brasil. Esta gama de material

pode ser contextualizada conforme a descrição das referências.

Passo 5: Detalhamento dos critérios a serem avaliados. Com o estudo do

Guia PMBOK, foi definido as variáveis da pesquisa. Baseado na premissa do

benchmarking de processo ficou estabelecido que a análise das ferramentas de

softwares se dará em função das saídas de processos designadas no Guia PMBOK.

A opção do estudo das saídas e não dos processos ocorreu em virtude da intenção

do mapeamento de aderência dos resultados disponibilizados pelas ferramentas de

softwares em relação as saídas estabelecidas pelo Guia PMBOK. Caso fosse feito a

opção pelos processos, o estudo necessitaria de um conhecimento do

funcionamento das ferramentas de software e principalmente de um elevado nível de

especialização do detalhamento das etapas de processos do Guia PMBOK. Esse

fato, se deve ao intenso número de processos e sub-processos, todos formados por

entradas, ferramentas e técnicas, e saídas.

A versão do guia utilizada para este trabalho, 3a edição de 2004, divide ás

áreas de conhecimento em gerenciamento de projeto, em 44 grupos de processos

de gerenciamento alocados em nove áreas de conhecimento. O processo é

subdivido em entradas, ferramentas e saídas. Cada um dos processos também é

qualificado conforme os cinco grupos de processos definidos para o gerenciamento:

iniciação; planejamento; execução; monitoramento e controle; e encerramento.

Assim, os 44 grupos alocados nas nove áreas de conhecimento resultam em 592

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processos. Deste montante, 228 são referentes às Entradas; 186 relativos a

Ferramentas ou técnicas; e 178 às saídas. A matriz de dados da descrição dos

processos do guia PMBOK foi adaptada a partir da planilha filtros – PMBOK 2004

originalmente elaborada por Ricardo Viana Vargas. Um resumo da quantidade de

processos em função das nove áreas de conhecimento, das cinco fases de grupo e

das três fases de processamento, estão respectivamente representadas nas tabelas

1, 2 e 3.

Tabela 1 - Quantidade de grupos de processos nas áreas de conhecimento

Fonte: PMBOK (2004) A tabela 1 demonstra a composição do PMBOK por 44 grupos de processos,

divididos entre as 9 áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos. Cada

grupo de processo é composto por cinco processos: iniciação, planejamento,

execução, monitoramento e controle, e encerramento.

Tabela 2 - Quantidade de grupos de processos nas fases de gerenciamento

Fonte: PMBOK (2004)

A tabela 2 descreve a distribuição dos grupos de processos nas 5 fases de

gerenciamento conforme ilustrado na figura 4 que descreve o mapeamento entre os

grupos de processos de gerenciamento de projetos e o ciclo PDCA.

Nove áreas de conhecimento Quantidade de grupos de Processos Integração 07

Escopo 05 Tempo 06 Custo 03

Qualidade 03 Recursos Humanos 04

Comunicação 04 Risco 06

Aquisição 06 Total 44

Cinco fases de gerenciamento Quantidade de Grupo de Processos Iniciação 02

Planejamento 21 Execução 07

Monitoramento e Controle 12 Encerramento 02

Total 44

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Tabela 3 - Quantidade processos em função das fases de processamento

Fonte: PMBOK (2004)

A tabela 3 destaca as três fases de processamento em função da quantidade

de processos, distribuídos entre as 9 áreas de conhecimento em gerenciamento de

projetos. Os 592 processos são compostos de 228 processos de entrada, 186

ferramentas ou técnicas de processos e 178 processos de saída.

Passo 6: Escolha das ferramentas de software. Com a definição das

variáveis de pesquisa, foi especificado a relação de ferramentas de softwares com

potencial para serem analisadas no questionário de pesquisa em função de serem

ferramentas que tem por finalidade gerenciar todo o ciclo de um ou mais projetos.

São elas:

ISOSYSTEM do fabricante SoftExpert;

PROJECTBUILDER do fabricante ProjectBuilder;

JEXPERTS da empresa JExperts;

TASKER da empresa Solucionar;

ODYSSEA da empresa Sensys;

MICROSOFT PROJECT da empresa Microsoft Corporation;

PRIMAVERA ENTERPRISE representada no Brasil pela Verano

engenharia de Sistemas;

IBM RPM por meio de um dos seus representantes no Brasil, a Quality

Software;

CA CLARITY PROJECT MANAGER da empresa NIKU;

Além destas definidas no escopo da pesquisa, também participaram as

ferramentas:

Três fases de processamento Quantidade de Processos Entradas 228

Ferramentas ou Técnicas 186 Saídas 178

Total de Processos 592

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SPIDER PROJECT da empresa Spyder Management Technologies do

Brasil;

DOTPROJECT do fabricante DotProject do Brasil;

5.2.3 Execução

Passo 7: Elaboração do Briefing (Perfil do respondente). Estabelecido o

escopo da análise do benchmarking das ferramentas de software a serem avaliadas,

iniciou-se a criação do formulário do perfil dos respondentes. Neste perfil, conforme

APÊNDICE B – Perfil do Respondente consta: o título da pesquisa, a instituição

acadêmica; um quadro para coleta dos dados primários e o nome da ferramenta de

software a ser avaliada; um quadro para coleta dos dados técnicos de formação dos

respondentes; e um resumo com o intuito de descrever a abrangência, a

consistência e o destino da mesma. Este perfil do respondente corresponde a

usuários especializados em ferramentas de software de gerenciamento de projetos

com alto grau de conhecimento dos processos designados no Guia PMBOK, sendo

preferencialmente profissionais com certificação PMP.

Passo 8: Elaboração do questionário de pesquisa. A principal base de

informações para elaboração da pesquisa foi o Guia PMBOK. O Guia PMBOK é

reconhecido mundialmente como um guia de referência que engloba todas as áreas

do conhecimento que regem as regras do gerenciamento de projetos (PMISC, 2007).

Partindo do universo de 592 processos designados no Guia, que compreende

as entradas, ferramentas e saídas, iniciou-se o estudo de benchmarking de

processo. Como o objetivo do benchmarking, era traçar uma aderência entre os

processos disponíveis pelas ferramentas de software e os processos inscritos no

PMBOK, optou-se para a realização dessa análise, a comparação das Saídas.

Assim, foi segmentado o montante de 592 para 178 processos. Dentro da análise

destas Saídas, percebeu-se uma integração entre alguns processos semelhantes.

Desta forma, as saídas semelhantes foram agrupadas nominalmente resultando em

um total de 83 processos a serem analisados.

O primeiro ponto a ser questionado, segundo as diretrizes do benchmarking

de processo, era o comparativo entre as saídas designadas no PMBOK e as saídas

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oferecidas pelas ferramentas de softwares. Desta análise, surgiu a primeira pergunta

de pesquisa: “1) Gera a respectiva saída?”, com alternativas fechadas entre “Sim” e

“Não”. Assim, o respondente da pesquisa estará avaliando se a ferramenta de

software disponibiliza ou não aquela saída especificada no PMBOK. Para auxiliar o

respondente, foram disponibilizadas também uma relação dos processos que geram

e atualizam a referida saída. A segunda indagação interligada com a primeira é a

respeito da forma como é gerada essa saída pela ferramenta de software: “2) Como

é executado o processo?” com as alternativas fechadas “FS” e “FA”. Estas siglas

referem-se a maneira como o software oferece as respectivas saída, sendo FS a

representação de ferramentas de software própria para executar o processo. FA

representa uma ferramenta auxiliar para executar o processo, como por exemplo o

Microsoft Word ou Excel, ou seja, a ferramenta de software busca uma ferramenta

externa para realizar ou auxiliar a execução de um processo. A terceira e última

indagação é baseada no benchmarking de desempenho. Ou seja, avaliar o

desempenho da saída gerada pela ferramenta em relação aos processos do

PMBOK. Assim, foi questionado: “3) Qual a qualidade da saída gerada em relação

ao Guia PMBOK – 3o ed.”. É importante salientar que a resolução desta terceira

indagação está relacionada à resposta da primeira indagação. Caso a resposta for

“sim” na primeira indagação, habilita para a resolução desta. Caso for “Não”, não há

sentido em responder esta indagação. As alternativas disponíveis são: “Regular”,

“Bom” e “Excelente” possibilitando uma análise qualitativa do desempenho das

ferramentas.

Com os parâmetros especificados, foi realizado um pré-teste do questionário

com a participação de um dos proprietários da empresa parceira do trabalho, a

Sensys Consultoria e Sistemas; um professor da Engenharia das Ciências em

Computação da Univali/SJ, e um gerente de projetos da empresa Dinsmore que

presta serviços à Petrobrás, ambos com Certificação PMP. O pré-teste incluiu a

resolução do briefing e do questionário. Estes pré-testes foram de vital importância

para a execução do processo da pesquisa, pois auxiliaram no aprimoramento e

apresentação do questionário. Eles permitiram que a versão inicial, que era

composta de cinco páginas fosse compactada para três páginas como o mesmo

conteúdo de análise, somente alterando a objetividade e apresentação da pesquisa.

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Finalizado o processo de definição das perguntas e o escopo dos itens a

serem avaliados, bem como o pré-teste, foi elaborado uma planilha conforme o

APÊNDICE C – Questionário de Pesquisa. Esta planilha foi concebida com a

finalidade da realização de entrevistas in loco ou por e-mail, com proteções contra

cópia ou alteração da sua estrutura.

Passo 9: Contato com as empresas e a Networking. Com o término da

elaboração do questionário de pesquisa e do perfil do respondente, bem como, a

realização dos pré-testes para avaliar e para mensurar possíveis erros de escrita ou

de interpretação do questionário, iniciou-se a etapa dos contatos. Estes contatos,

foram realizados com as empresas fabricantes de software e usuários avançados

para iniciar o agendamento das entrevistas in loco ou por e-mail. Além destes, foram

estabelecidos contatos entre alguns fóruns de PMIs do Brasil.

Passo 10: Aplicação da pesquisa utilizando a Técnica Delphi. O processo de

coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas in loco ou por e-mail. As entrevistas

in loco (nas empresas) foram realizadas dentro da região da Grande Florianópolis,

enquanto que o processo via e-mail possibilitou a captação de respondentes de

outras regiões, dentre elas Joinville/SC, Curitiba/PR e Belo Horizonte/MG.

A eficiência da entrevista in loco está relacionada diretamente a experiência

no campo. O aprendizado com cada uma foi único. Esta exclusividade de

aprendizado aumenta com a evolução da pesquisa e representa um dos fatores-

chave para o aprendizado do entrevistador. É essencial salientar que por mais que

se saiba aquilo que se está buscando, adquirir uma postura adequada à realização

de entrevistas, representa um fator primordial, principalmente no que tange ao grau

de indução da resposta contido em cada questão. Esta análise evidencia-se

principalmente em uma avaliação de qualidade, por exemplo, a questão três do

formulário de pesquisa. O entrevistador necessita de um controle das expressões

corporais com o intuito de não induzir ou induzir o mínimo possível a resolução do

item, bem como, o decorrer do questionário. Todo este cuidado justifica-se pela

intenção de se obter a máxima neutralidade entre os quesitos analisados que

permitirão ao final da tabulação das entrevistas, um grau de confiabilidade do

estudo.

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A coleta por e-mail das entrevistas exigiu a constituição de uma redação

explicitando a origem da pesquisa, o seu objetivo e fins acadêmicos, além de um

descritivo a respeito da resolução do questionário. Esta coleta a distância foi o

resultado da rede de contatos utilizada durante a realização deste trabalho. No

desenvolvimento do trabalho, outras duas ferramentas de software foram

adicionadas em função da evolução das mesmas no mercado e por indicação de

usuários e especialistas (DotProject e Spider Project).

Considerando os tipos de coleta in loco e por e-mail, o montante entrevistado

foi de 15 profissionais conforme a tabela 4.

Tabela 4 - Matriz da quantidade dos respondentes em função de todos os softwares

Deste total, oito entrevistas foram realizadas in loco e sete entrevistas foram

realizadas por e-mail.

A utilização da técnica delphi neste trabalho serve como instrumento limitador

de acurácia dos respondentes em relação as variáveis definidas. Conforme o escopo

limitador do trabalho, as ferramentas que não possuírem no mínimo três

respondentes, foram automaticamente descartadas da análise deste trabalho.

Assim, conforme a tabela 5 que demonstra os softwares analisados e a quantidade

de respondente podemos observar que somente três ferramentas atingiram o padrão

mínimo exigido pelo escopo da técnica delphi e que portanto, foram analisadas

neste trabalho de pesquisa.

Tipo de coleta SOFTWARES Quantidade de Respondentes in loco via e-mail

MICROSOFT PROJECT 5 3 2 PRIMAVERA PROJECT PLANER 1 0 1

IBM RPM NIKU Clarity ISOSYSTEM

PROJECT BUILDER JEXPERTS 3 3 0

TASKER ODYSSEA 3 1 2

DOTPROJECT 1 1 0 SPIDER PROJECT 2 0 2

Total 15 8 7

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Tabela 5 - Matriz da quantidade dos respondentes em função dos softwares analisados

Tipo de coleta SOFTWARES Quantidade de Respondentes in loco via e-mail

MICROSOFT PROJECT 5 3 2 JEXPERTS 3 3 0 ODYSSEA 3 1 2

Total 11 7 4

Desta forma, a tabulação e análise de dados serão realizadas em função das

ferramentas Microsoft Project (MS Project), JExperts e Odyssea.

Passo 11: Tabulação dos dados coletados. Com a definição dos softwares

que fizeram parte desta pesquisa, iniciou-se a tabulação dos dados coletados. Os

formulários das pesquisas realizadas in loco foram digitados em uma planilha de

dados. Estes, por sua vez, foram somados aos formulários preenchidos por e-mail.

Assim, todas as planilhas dos respondentes receberam um tratamento estatístico.

No primeiro momento, para o panorama do perfil dos respondentes, os dados

primários foram tabulados com o intuito de oferecer o perfil geral dos respondentes.

Na seqüência, a planilha com os dados dos questionários foram separados por

ferramenta de software onde foram realizadas as médias aritméticas conforme o

número de respondentes de cada uma.

Passo 12: Relatório da Pesquisa (Gráficos). Terminado o processo de

tabulação dos dados coletados, iniciou-se a etapa de formulação dos gráficos que

apresentam os resultados da pesquisa, que serão detalhados a seguir. Os

resultados ilustrados por meio dos gráficos, correspondem aos dados tabulados dos

respondentes. Primeiramente, serão apresentados os gráficos com relação ao perfil

dos respondentes (Gráficos 1, 2 e 3). Na seqüência, apresenta-se o gráfico

referente a aderência geral das ferramentas de software (Gráfico 4). Por último, os

gráficos correspondentes a aderência das ferramentas em relação as nove áreas de

conhecimento segundo PMBOK (Gráficos 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13). Todos os

gráficos estão acompanhados de uma análise dos percentuais, bem como, as suas

respectivas características.

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68

45,45%

36,36%

18,18%

AvançadoIntermediário

Básico

Gráfico 1 - 1) Qual o seu grau de conhecimento em relação ao Guia PMBOK - 3a ed.?

Fonte: SANTOS (2007)

O gráfico 1 apresenta o perfil dos respondentes em função do grau de

conhecimento do Guia PMBOK. Dentre os entrevistados, 45,45% assinalaram um

conhecimento avançado, 36,36% um conhecimento intermediário e o restante,

18,18% um conhecimento básico. Este gráfico demonstra um perfil dos entrevistados

de 81,81% somando os usuários avançados e intermediários, o que representa um

alto índice de conhecimento das ferramentas analisadas por parte dos

respondentes.

Com relação ao segundo questionamento “2) Possui certificação PMP?” o

percentual dos respondentes que possuíam certificação PMP foi 0%. Este resultado

foi de encontro a expectativa inicial da pesquisa, que era preferencialmente

entrevistar usuários com certificação PMP. No entanto, os usuários conforme

demonstrado no Gráfico 1, possuíam um alto índice de conhecimento do Guia

PMBOK.

27%

73%

Sim Não

Gráfico 2 - 2.1) Possui especialização (MBA) em gerenciamento de projetos?

Fonte: SANTOS (2007)

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69

O gráfico 2 apresenta o perfil dos respondentes quanto a especialização

(MBA) em gerenciamento de projetos. Dos entrevistados, 27% assinalaram que

possuíam e 73% não possuíam especialização em gerenciamento de projetos. Este

gráfico apresentou também um baixo índice de usuários com especialização em

gerenciamento de projetos. A opção “2.1” de especialização no perfil do respondente

representava uma alternativa a usuários que não possuíssem a certificação PMP.

No entanto, a maioria dos usuários que se dispuseram a responder a pesquisa não

possuíam especialização em gerenciamento de projetos.

55%45%

0%

AvançadoIntermediário

Básico

Gráfico 3 - 3) Qual o seu grau de conhecimento da ferramenta de gerenciamento de projetos

que você está avaliando?

Fonte: SANTOS (2007)

O gráfico 3 apresenta o perfil dos respondentes quanto ao grau de

conhecimento da ferramenta de software de gerenciamento de projetos avaliada.

Dentre os entrevistados, 55% assinalaram que possuem um conhecimento

avançado e 45% possuem um conhecimento intermediário. Nenhum dos

respondentes possuía um conhecimento básico.

Este gráfico aliado com o Gráfico 1 destacam as características dos

respondentes que apesar de não terem certificação PMP, possuíam um alto grau

conhecimento do Guia PMBOK, bem como um alto grau de conhecimento das

ferramentas de software analisadas, atendendo os requisitos básicos para resolução

desta pesquisa.

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70

O gráfico 4 apresenta o resultado da avaliação da geração das saídas

relacionadas ao Guia PMBOK.

1) Gera a respectiva saída?

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

SOFTWARES

SIM 57,43% 49,40% 44,10%NÃO 42,57% 50,60% 55,90%

J EXPERTS ODYSSEA MS PROJECT

Gráfico 4 - 1) Gera a respectiva saída?

Fonte: SANTOS (2007)

Neste gráfico, percebe-se que a ferramenta JExperts possui um maior número

de percentual de saídas com 57,43% em relação ao Guia PMBOK. Destas, 97,20%

são executadas pela própria ferramenta e 2,80% das saídas são executadas com

uma ferramenta auxiliar. Em segundo lugar, aparece a ferramenta Odyssea com

49,40%, sendo 95,12% executadas pela própria ferramenta e 4,88% executadas por

uma ferramenta auxiliar. Na terceira posição, o MS Project apresenta 44,10% de

saídas disponíveis, sendo 89,07% executadas pela própria ferramenta e 10,93% por

uma ferramenta auxiliar. Nota-se que a ferramenta que ficou em primeiro lugar,

atingiu somente 57,43%, o que representa um percentual relativamente baixo em

relação as saídas recomendadas pelo Guia PMBOK.

Neste contexto das saídas disponibilizadas pelas ferramentas de software,

foram analisadas cada uma das nove áreas de conhecimento com o intuito de

comparar a situação entre cada ferramenta e o total recomendado no Guia PMBOK.

Desta forma, temos os gráficos comparativos entre as ferramentas das áreas de

Integração; Escopo; Tempo; Custos; Qualidade; Recursos Humanos;

Comunicações; Riscos; e Aquisições.

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71

O Gráfico 5 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software com

enfoque na área de Integração.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

ODYSSEA JEXPERTS MS PROJECT

SOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 5 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA INTEGRAÇÃO

Fonte: SANTOS (2007)

Na área de conhecimento de Integração, a ferramenta Odyssea teve um

melhor aproveitamento. Ela apresentou um percentual de aderência de 66,67%,

sendo 14,29% analisado como regular, 47,62% como bom e 4,75% como excelente.

Em segundo lugar na área de Integração, o JExperts apresentou um percentual de

63,10% de aderência, avaliados em 15,48% como regular, 35,71% como bom e

11,90% como excelente. A última ferramenta, o MS Project apresentou um

percentual de 38,57% de aderência, distribuídos em 10% como regular, 20,71%

como bom e 7,86% como excelente. Desta forma, Odyssea e JExperts apresentam

percentuais muito próximos, sendo a pequena vantagem do Odyssea representada

pelo percentual do nível qualitativo bom.

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72

O Gráfico 6 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software com

enfoque na área de Escopo.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

JEXPERTS ODYSSEA MS PROJECT

SOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 6 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA ESCOPO

Fonte: SANTOS (2007)

Dentro da área de escopo, o JExperts apresentou o melhor percentual com

uma aderência de 90,48% distribuídos em 12,70% regular, 73,02% como bom e

4,76% como excelente. Em segundo lugar, aparece a ferramenta Odyssea com um

percentual de 63,49% de aderência distribuídos em 7,94% como regular, 46,03%

como bom e 9,52% como excelente. Em último lugar, aparece a ferramenta MS

Project com um percentual de 61,90% de aderência discriminados em 16,19% como

regular, 25,71% como bom e 20% como excelente. Percebe-se que o JExperts

apresenta uma grande vantagem sobre os demais softwares, caracterizando esta

área como um ponto forte desta ferramenta. O Odyssea e o MS Project apresentam

características semelhantes como uma leve vantagem ao Odyssea que apresenta

um percentual de aderência maior, além da superioridade do nível qualitativo bom

de aderência.

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73

O Gráfico 7 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software com

enfoque na área do Tempo.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

JEXPERTS MS PROJECT ODYSSEASOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 7 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA TEMPO

Fonte: SANTOS (2007)

A área de conhecimento Tempo apresenta um alto nível de aderência das

ferramentas de software. Em primeiro lugar, o JExperts aparece com um maior

percentual de aderência com 94,79% distribuídos em 11,46% regular, 55,21% bom e

28,13% excelente. Na segunda colocação, aparece o MS Project com um percentual

de aderência de 88,75% distribuídos em 5% regular, 25,63% como bom e 58,13%

como excelente. No terceiro lugar aparece o Odyssea com um percentual de 77,08%

de aderência discriminados em 6,25% como regular, 65,63% como bom e 5,21%

como excelente. Nesta área, todas ferramentas apresentam um destaque especial.

O JExperts pelo altíssimo nível de aderência (94,79%); o MS Project pelo percentual

qualitativo de excelência de 58,13% e o Odyssea com um percentual de nível

qualitativo bom de 65,63%. Estes números representam que a área tempo possui

uma boa aderência em relação aos processos especificados no Guia PMBOK.

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74

O Gráfico 8 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software com

enfoque na área de Custos.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

JEXPERTS MS PROJECT ODYSSEA

SOFTWARES

ADERÊNCIA

REGULAR

BOM

EXCELENTE

Gráfico 8 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA CUSTOS

Fonte: SANTOS (2007)

Na área de Custos, o JExperts apresenta um maior percentual de aderência

com 81,25% distribuídos em 12,5% como regular, 52,08% como bom e 16,67%

como excelente. As outras duas ferramentas terminaram empatadas com uma leve

vantagem para o MS Project que apresentou um percentual de aderência de 75%

distribuídos em 16,25% como regular, 43,75% como bom e 15% como excelente. Já,

o Odyssea apresenta também um aderência de 75%, discriminados em 14,58%

como regular e 60,42% como bom, não possuindo percentual excelente. De forma

geral, as ferramentas apresentaram uma boa aderência sendo que a distância entre

elas foi muito pequena que demonstra a igualdade delas perante a área de custos.

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75

O Gráfico 9 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software com

enfoque na área da Qualidade.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

ODYSSEA JEXPERTS MS PROJECTSOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 9 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA QUALIDADE

Fonte: SANTOS (2007)

A área da qualidade representa uma grande dificuldade para as ferramentas

no que tange as exigências do Guia PMBOK. As ferramentas apresentaram um

índice médio de aderência, com exceção do MS Project que teve o pior resultado.

Em primeiro lugar, aparece o Odyssea com o maior percentual de aderência com

61,67% distribuídos em 21,67% regular, 40% bom e sem apresentar percentual de

excelência. Na segunda posição, o JExperts com um percentual de aderência de

51,67% discriminados em 13,33% regular, 38,33% bom, não apresentando

percentual de excelência. Em terceiro, o MS Project com um percentual de

aderência de 30% distribuídos em 6% regular, 19% bom e 5% excelente. Conclui-se

que as ferramentas Odyssea e JExperts apresentam um percentual pouco acima da

média no quesito qualidade enquanto o MS Project fica em um patamar abaixo.

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76

O Gráfico 10 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software

com enfoque na área de Recursos Humanos.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

ODYSSEA JEXPERTS MS PROJECT

SOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 10 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA RECURSOS HUMANOS

Fonte: SANTOS (2007)

Na área de Recursos Humanos, o Odyssea obteve um grande destaque em

relação as demais ferramentas, caracterizando um dos seus pontos fortes. Ela

apresenta um maior percentual de aderência com 91,67% distribuídos em 8,33%

regular, 44,44% bom e 38,89% excelente. Em segundo lugar, a JExperts com um

percentual de aderência de 72,22% discriminados em 8,33% regular, 58,33% bom e

5,56% excelente. Em terceiro lugar, o MS Project apresenta um percentual de

aderência de 48,33% distribuídos em 8,33% regular, 31,67% bom e 8,33%

excelente. Nesta área além da superioridade da ferramenta Odyssea destaca-se

também o percentual de avaliação do nível qualitativo regular, o qual foi o mesmo

valor para as três ferramentas (8,33%).

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77

O Gráfico 11 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software

com enfoque na área de Comunicações.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

JEXPERTS ODYSSEA MS PROJECT

SOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 11 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA COMUNICAÇÕES

Fonte: SANTOS (2007)

Na área de Comunicações, o JExperts obteve um destaque em relação aos

demais. Ele apresenta um maior percentual de aderência com 82,05%, sendo

20,51% regular, 56,41% bom e 5,13% de excelente. Em segundo, o Odyssea com

um percentual de aderência de 58,97% distribuídos em 12,82% regular, 46,15% bom

e sem percentual de excelência. Em último lugar, o MS Project com um percentual

de aderência de 47,69% discriminados em 12,31% como regular, 26,15% como bom

e 9,23% como excelente. O destaque especial do JExperts, pode ser comprovado

pela avaliação de qualidade nível qualitativo bom que obteve um percentual de

56,41%.

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78

O Gráfico 12 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software

com enfoque na área de Riscos.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

JEXPERTS ODYSSEA MS PROJECT

SOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 12 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA RISCOS

Fonte: SANTOS (2007)

A área de Riscos apresenta resultados distintos entre as ferramentas. O

destaque positivo e o JExperts pela aderência de 87,18% distribuídos em 12,82%

regular, 74,36% bom e sem percentual de excelência. Em segundo lugar, a

ferramenta Odyssea com um percentual de aderência em 71,79% distribuídos em

41,03% regular, 30,77% bom e sem percentual de excelência. Na terceira posição, o

MS Project apresenta um percentual de 30,77% discriminados em 12,31% regular,

13,85% bom e 4,62% excelente. Sem dúvida, o percentual de aderência do MS

Project é o destaque negativo desta área, além do fato de nenhuma ferramenta

apresentar valores de nível qualitativo excelente consideráveis. Outro ponto de

destaque é apesar da aderência do Odyssea em 71,79%, o nível qualitativo que se

destaca é o regular com 41,03%.

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79

O Gráfico 13 apresenta um comparativo entre as ferramentas de software

com enfoque na área de Aquisições.

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

JEXPERTS ODYSSEA MS PROJECT

SOFTWARES

ADERÊNCIAREGULARBOMEXCELENTE

Gráfico 13 - Comparativo entre as ferramentas - ÁREA AQUISIÇÕES

Fonte: SANTOS (2007)

A área de aquisições apresenta os piores resultados por todas as ferramentas

analisadas. A menos pior foi o JExperts com um percentual de aderência de 36,23%

distribuídos em 8,7% regular, 26,09% bom e 1,45% excelente. Em segundo, o

Odyssea apresenta um percentual de aderência de 33,33% distribuídos em 4,35%

regular, 26,09% bom e 2,90% excelente. Por último, o MS Project com um

percentual de aderência de 21,74% discriminados em 5,22% regular, 11,30% bom e

5,22% excelente. Nota-se um percentual generalizado muito ruim de aderência e

qualidade das ferramentas com relação a este quesito onde a ferramenta MS Project

apresenta o seu pior resultado de todas as áreas com um nível de aderência de

21,74%.

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80

Passo 13: Análise dos resultados consolidados: Com base nos gráficos e no

panorama geral identificado, podemos perceber algumas características entre as

ferramentas além das distinções entre o Guia PMBOK.

O software MS Project foi o que apresentou maiores carências de aderência

em relação ao Guia PMBOK. Com apenas uma área muito elevada, duas de nível

médio a alto e seis áreas com nível baixo de aderência, ela demonstrou uma grande

distância em relação aos requisitos do Guia PMBOK. A área Tempo foi sem dúvida o

seu grande destaque com 88,75% de aderência, enquanto Escopo e Custos

apresentaram 61,90% e 75% respectivamente. Fora estes, seis áreas apresentaram

resultados ruins: Integração com 38,57% de aderência; Qualidade com 30%;

Recursos Humanos com 48,33%; Comunicações com 47,69%; Riscos com 30,77%

e Aquisições com 21,74%. Conclui-se que a ferramenta apresenta o pior

desempenho entre as três analisadas e tem o seu destaque particular nas áreas de

Tempo, Escopo e Custos.

A ferramenta de software Odyssea apresenta uma área excelente, uma muito

ruim e sete áreas de nível médio a bom. Com um percentual de aderência de

91,67%, a área de Recursos Humanos é o grande destaque desta ferramenta, assim

como, Aquisições com 33,33% de aderência é a pior área analisada. As outras áreas

como: Integração com 66,67% de aderência; Escopo com 63,49%; Tempo com

77,08%; Custos com 75%; Qualidade com 61,67%; Comunicações com 58,97% e

Riscos com 71,79% mantiveram um desempenho de médio a bom caracterizando a

uniformidade desta ferramenta.

Já, a JExperts apresenta cinco áreas muito boas, duas áreas médias e duas

áreas com menor grau de aderência. As áreas com menores índices de aderência

são as de Qualidade e Aquisições onde os percentuais de aderências foram baixos,

51,67% e 36,23% respectivamente. As áreas médias são: Integração com 63,10% e

Recursos Humanos com 72,22%. Elas apresentam um percentual de médio a bom

de aderência. As áreas restantes apresentam um elevado índice de aderência.

Escopo com 90,48%, Tempo com 94,79%, Custos com 81,25%, Comunicações com

82,05% e Riscos com 87,18% ultrapassaram o patamar 80% chegando próximo de

95% de aderência no caso da área Tempo, o que demonstra que, de forma geral, a

ferramenta está mais próxima de atingir as exigências do Guia PMBOK em

comparação com as outras ferramentas analisadas.

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81

Esta análise do percentual de aderência pode ser observada conforme a

Tabela 6 com os respectivos índices de média aritmética de cada uma das

ferramentas de software.

Tabela 6 - Matriz da aderência das ferramentas de software em função das nove áreas de conhecimento

(%) de Aderência

Área de Conhecimento JExperts Odyssea Ms Project Integração 63,10 66,67 38,57

Tempo 94,79 77,08 88,75 Escopo 90,48 63,49 61,90 Custos 81,25 75,00 75,00

Qualidade 51,67 61,67 30,00 Recursos Humanos 72,22 91,67 48,33

Comunicações 82,05 58,97 47,69 Riscos 87,18 71,79 30,77

Aquisições 36,23 33,33 21,47 Média aritmética 73,22 66,63 49,16

Desta forma, a matriz de aderência das ferramentas de software em função

das nove áreas de conhecimento permite por meio da análise da média aritmética,

um comparativo entre as ferramentas analisadas. Assim, o JExperts obteve uma

média de 73,22% ficando em primeiro lugar na aderência em relação ao Guia

PMBOK. Em segundo, a ferramenta Odyssea com 66,63% e em terceiro lugar a

ferramenta MS Project com 49,16% de aderência.

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82

5.3 Considerações Finais

A extensão do questionário de pesquisa foi um grande entrave tanto para a

resolução in loco como para a resolução por e-mail. A sua extensão foi em virtude

da definição do objetivo do trabalho que era avaliar todas áreas do PMBOK e não

apenas uma parte ou um processo. Assim, para atingir este objetivo, a sua

constituição resultou em um questionário extenso e por isso, tivemos dificuldades de

conseguir grande número de respondentes com perfil adequado dentro do prazo

estipulado para o término do trabalho.

No panorama geral, entre todos os processos analisados pelos onze

respondentes qualificados nas três ferramentas de software, o aproveitamento médio

geral de aderência foi de 50,31% em relação a geração de saídas contra 49,69% de

saídas não geradas. Deste percentual de pouco mais de 50% da geração e

aderência de saídas ao PMBOK, podemos inferir que o seu aproveitamento nas

áreas de conhecimento reflete o panorama das ferramentas e suas dificuldades. Em

linhas gerais, o percentual médio de aderência considerando as três ferramentas e

os três níveis de qualidade (regular, bom ou excelente), da área de Integração foi de

56,11%. O Escopo obteve um percentual médio superior a Integração, com 71,96%

de aderência. Mas foi o Tempo que obteve o maior percentual médio entre as

ferramentas com 86,88% de aderência em relação ao Guia PMBOK. Na seqüência,

Custos obteve a segunda melhor média percentual de aderência com 77,08%. Em

seguida, Qualidade teve o segundo pior desempenho com 47,78% de aderência.

Recursos Humanos manteve uma média similar ao Escopo com 70,74% de

aderência. Comunicações e Riscos também obtiveram médias semelhantes, com

62,91% e 63,25% respectivamente. Finalmente, Aquisições teve a pior média de

aderência com 30,43% dos seus processos.

Contudo, é fundamental reforçar que baseado na quantidade de respondentes

entrevistados, é possível estabelecer apenas um indicativo do perfil de aderência

das ferramentas e não um perfil conclusivo de aderência das mesmas em relação ao

Guia PMBOK.

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83

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este capítulo encerra este trabalho de pesquisa, relatando as conclusões, as

limitações do trabalho e recomendações finais para trabalhos futuros.

6.1 Conclusões

O principal objetivo deste trabalho, era o mapeamento da aderência de nove

ferramentas de software em relação ao Guia PMBOK, o qual não foi atingido. Apesar

da identificação das nove ferramentas de software e posteriormente a inclusão de

mais duas por indicação de usuários e especialistas, não foi possível fazer o

mapeamento das onze softwares em função das dificuldades encontradas. Estas

dificuldades estavam diretamente relacionadas a extensão do questionário. Como o

objetivo do trabalho era avaliar todas as áreas do PMBOK e não apenas uma parte

ou um processo, o questionário de pesquisa ficou extenso e por isso, surgiram uma

série de dificuldades em se obter um grande número de respondentes com perfil

adequado dentro do prazo estipulado para o término do trabalho. Assim, este

estudo de aderência foi realizado em função do mapeamento de três softwares

(JExperts, Odyssea e MS Project).

O perfil desejado para resolução desta pesquisa, eram profissionais com

certificação PMP, mas os entrevistados que se dispuseram a responder a pesquisa

não possuíam certificação. Por outro lado, estes profissionais identificados possuíam

conhecimento avançado das ferramentas e do Guia PMBOK.

O objetivo da revisão bibliográfica sobre as práticas de gerenciamento de

projetos foi atingido e serviu como instrumento de base para a elaboração de um

modelo de avaliação, assim como o estudo de benchmarking para dar suporte a

aplicação da técnica delphi.

Os critérios de avaliação utilizados, foram essenciais para o estudo da análise

de aderência. Eles permitiram focar a análise nas saídas, além do suporte a

estruturação do modelo de avaliação que deu origem ao questionário de pesquisa

sobre as ferramentas de software utilizadas na área de gerenciamento de projetos.

Este questionário, aplicado nas entrevistas in loco ou por e-mail permitiu a avaliação

qualitativa das ferramentas de software.

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A análise dos dados coletados proporcionaram uma comparação da

aderência das ferramentas em cada uma das nove áreas de conhecimento. As três

ferramentas analisadas em conjunto demonstraram que as maiores médias de

aderência concentram-se nas áreas de escopo, tempo e custos. O desempenho dos

softwares pode ser comprovado pelo índice geral médio de aderência que

contabiliza todos os percentuais médios das áreas de conhecimento dividido pela

quantidade de áreas. Em primeiro lugar, com 73,22% aparece o software JExperts.

Na segunda colocação, o software Odyssea com 66,63% de aderência. Na terceira

colocação, o MS Project se apresenta com apenas 49,16% de aderência em relação

aos processos do Guia PMBOK.

Outro ponto a ser observado é a complexibilidade das áreas humanas,

comprovado pelo baixo índice médio de aderência, principalmente nas áreas da

qualidade, recursos humanos e aquisições. Este ponto, demonstra que as

ferramentas analisadas necessitam aprimorar para atingir satisfatoriamente as

especificações do Guia PMBOK.

Finalizando, espera-se que este trabalho possa servir de elemento de

posicionamento da ferramenta de software Odyssea frente a dois de seus principais

concorrentes. Apesar da impossibilidade do mapeamento das outras ferramentas

listadas no escopo deste trabalho, almeja-se também que este estudo possa servir

como instrumento referencial para a evolução das ferramentas de software

analisadas, em especial o Odyssea da empresa Sensys Consultoria e Sistemas.

Anseia-se também que este estudo sirva como um instrumento desbravador

na área de gerenciamento de projetos para a aderência das ferramentas de software

ao Guia PMBOK.

6.2 Limitações do Trabalho

O objeto de estudo deste trabalho se delimitou ao Guia PMBOK (Conjunto de

conhecimentos em gerenciamento de projetos), aceito mundialmente pelos

especialistas na área de gerenciamento de projetos. O presente trabalho não

abordou outros padrões de gerenciamento de projetos como: o PRINCE2 - Project in

a Controlled Environment; IPMA - International Project Management Association e o

Planejamento e Gerenciamento de Projetos do RUP (Rational Unified Process).

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Este trabalho não avaliou a usabilidade dentro das ferramentas de software

analisadas, bem como a qualidade ou grau de satisfação.

O escopo do trabalho foi a realização das funcionalidades dos softwares de

gerenciamento de projetos de acordo com o Guia PMBOK.

6.3 Recomendações

A principal recomendação para futuros trabalhos, é que esta pesquisa seja

expandida para a obtenção de um número maior de ferramentas, bem como,

respondentes possibilitando um resultado mais conclusivo e validando a aderência

das ferramentas em relação ao Guia PMBOK.

Outro aspecto que também pode ser explorado e aprofundado é o estudo de

uma das nove áreas de conhecimento, permitindo ao pesquisador um mapeamento

completo de uma área específica. Isso não impede que os futuros trabalhos também

possam contemplar um conjunto de áreas. Neste contexto, fica a sugestão de um

mapeamento específico das áreas assinaladas com maior destaque neste trabalho

(escopo, tempo e custos), ou ainda uma análise das áreas humanas (qualidade,

recursos humanos e aquisições) que obtiveram os piores resultados neste trabalho.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Project Charter (Termo de Abertura do Projeto)

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APÊNDICE B – Perfil do Respondente

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APÊNDICE C – Questionário de Pesquisa

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