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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR DEISI DE FÁTIMA MICHÉL RELAÇÃO DA MOTIVAÇÃO COM A ROTATIVIDADE DE FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA “FEMINA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA” São José 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR

DEISI DE FÁTIMA MICHÉL

RELAÇÃO DA MOTIVAÇÃO COM A ROTATIVIDADE DE FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA “FEMINA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES

LTDA”

São José 2007

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - PIRÂMIDE ORGANIZACIONAL....................................................... 11

FIGURA 2 – CINCO FASES DA GESTÃO DE PESSOAL..................................... 14

FIGURA 3 – OS SEIS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS......................... 17

FIGURA 4 – PIRÂMIDE DE MASLOW.................................................................. 22

FIGURA 5 – PIRÂMIDE DE MASLOW / TEORIA DE HERZBERG.................... 27

FIGURA 6 – COMO FUNCIONA O MODELO DE EXPECTÂNCIA.................... 30

FIGURA 7 - MODELO DE EXPECTAÇÃO............................................................ 31

QUADRO 1 - ÁREAS DE RESPONSABILIDADE................................................. 13

QUADRO 2 - FATORES HIGIÊNICOS / MOTIVACIONAIS................................ 26

GRÁFICO 1 - ANÁLISE DE DADOS...................................................................... 51

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 05

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA............................................ 06

1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA.................................................................... 07

1.3 OBJETIVOS................................................................................................ 07

1.3.1 Objetivo geral................................................................................... 07

1.3.2 Objetivos específicos....................................................................... 07

1.4 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 07

1.5 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO.......................................... 09

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 10

2.1 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS................................... 10

2.2 AS CINCO FASES EVOLUTIVAS DA GESTÃO DE PESSOAL............ 13

2.3 PROCESSOS DE RECURSOS HUMANOS.............................................. 17

2.4 MOTIVAÇÃO............................................................................................. 18

2.4.1 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO......................................................... 20

2.4.1.1 Teoria de Maslow.............................................................. 20

2.4.1.2 Teoria X e Y de McGregor.............................................. 23

2.4.1.3 Teoria de Herzberg........................................................... 25

2.4.1.4 Teoria da Expectância...................................................... 28

2.4.1.5 Teoria dos motivos humanos de McClelland................... 32

2.4.1.6 Teoria do reforço.............................................................. 33

2.4.1.7 Teoria da Equidade.......................................................... 34

2.5 PROJETOS DE TRABALHO........................................................................ 35

3 DESCRIÇÕES DO MÉTODO.............................................................................. 38

4 RESULTADOS DO ESTUDO.............................................................................. 41

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA........................................................... 41

4.2 MOTIVO DE INGRESSO NA EMPRESA.................................................... 42

4.3 TREINAMENTO............................................................................................ 44

4.4 ACOMPANHAMENTO E MOTIVAÇÃO NO TREINAMENTO............... 46

4.5 MOTIVAÇÃO E BENEFÍCIOS..................................................................... 47

4.6 CLIMA ORGANIZACIONAL....................................................................... 49

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4.7Atitudes realizadas com o intuito de evitar a Desmotivação.............................. 50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 52

REFERÊNCIAS 55

APÊNDICES 57

A - Gráfico de análise de dados............................................................................... 57

B - Transcrição das entrevistas................................................................................ 58

C - Questionário entrevista...................................................................................... 58

D - 1º Funcionário entrevistado............................................................................... 60

E - 2º Funcionário entrevistado................................................................................ 63

F - 3º Funcionário entrevistado................................................................................ 66

G - 4º Funcionário entrevistado............................................................................... 69

H - 5º Funcionário entrevistado............................................................................... 72

I - 6º Funcionário entrevistado................................................................................. 75

J - 7º Funcionário entrevistado................................................................................. 78

K - 8º Funcionário entrevistado............................................................................... 81

L - 9º Funcionário entrevistado................................................................................ 84

M -10º Funcionário entrevistado.............................................................................. 87

N - 11º Funcionário entrevistado............................................................................. 90

O - 12º Funcionário entrevistado............................................................................. 93

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1 INTRODUÇÃO

As transformações sociais ocorridas nas últimas décadas alavancaram o interesse

pessoal dos jovens brasileiros pela conquista de seu espaço dentro do mercado de trabalho.

Para Chiavenato (1999, p.17) “o mercado de trabalho é constituído pelas ofertas de trabalho

ou de emprego oferecidas pelas organizações, em determinado lugar e em determinada

época”, devido à demanda do aumento no setor, ou ainda devido ao afastamento de

funcionários. Segundo Carvalho e Nascimento (2004, p.12), “sendo dinâmico por natureza,

o mercado de trabalho sofre as conseqüências das oscilações da economia”. Devido as

constantes mudanças e avanços tecnológicos, Gil (2001) coloca que as empresas deverão

ajustar-se rápidas e efetivamente, para tanto irão precisar de trabalhadores cada vez mais

qualificados. A capacidade de aprender dos funcionários deverá ser contínua, para serem

competitivos.

As necessidades humanas, ou motivos segundo Chiavenato (1994 p.167) “são forças

internas que impulsionam e influenciam cada pessoa determinando seus pensamentos e

direcionando o seu comportamento frente às diversas situações da vida”. Analisando o dia-

a-dia das pessoas envolvidas em uma organização, seus diferentes estilos e hábitos de

trabalho, Chiavenato (1994, p.165) argumenta que “algumas pessoas sempre colocam em

dia os seus afazeres e ficam até mais tarde no trabalho até completarem suas tarefas. Outras

são menos pontuais e tendem a realizar seus afazeres sem grande dedicação”, influenciando

o ambiente e o clima organizacional. O clima organizacional para Chiavenato (2002) existe

entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação

de seus participantes. A motivação para o funcionário traz retorno não só para a empresa,

mas também para ele próprio. Estar motivado, ter um motivo para realizar uma ação,

também o leva a se comprometer com suas próprias necessidades.

Para Chiavenato (1994, p. 172), “as teorias baseadas nas necessidades humanas

supõem uma estrutura uniforme e hierárquica de necessidades comum a todas as pessoas”.

Na realidade, as pesquisas têm demonstrado que diferentes pessoas reagem de diferentes

maneiras de acordo com a situação em que se encontram. Alguns fatores salientam que

tanto as diferenças individuais, como diferentes contextos devem ser considerados com

toda a abordagem motivacional.

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Sobre a análise da motivação e a arte de motivar pessoas, Heller (2000) se refere à

“descoberta de como influenciar o comportamento de cada uma delas” a fim de aumentar as

oportunidades visando o alcance dos resultados esperados pela empresa. Com base no

clima organizacional o autor esclarece sobre a necessidade das empresas conhecerem os

incentivos e fatores que motivam os funcionários para um melhor desempenho.

1.1 Descrição da situação problema

Avaliar a relação entre a motivação e o desligamento dos funcionários da filial de

“O Boticário” – Shopping Beiramar Norte, franqueada Femina Comércio e Representações

Ltda não só em meta financeira alcançada, mas também referente ao desempenho

operacional que interfere na equipe como um todo.

Para que haja correto entendimento da metodologia e dos resultados da pesquisa,

tornou-se imprescindível a definição conceitual e operacional dos métodos que foram

utilizados no decorrer do trabalho acadêmico. Foram verificados detalhes e situações

consideradas extremamente importantes para o bom desempenho da equipe e da empresa,

tais como: organização por setores da filial; bom desempenho financeiro em relação ao

objetivo principal da empresa; comprometimento com as responsabilidades perante a

empresa, colegas e superiores.

A fim de trabalhar a situação–problema buscando encontrar soluções coerentes para

os itens citados acima, esse trabalho acadêmico procurou explorar por meio de entrevistas a

ex-funcionários pertencentes ao quadro de funcionamento no período de maio de 2006 a

maio de 2007. Abrangeu também dados para a utilização no auxílio do processo de tomada

de decisões e dados fornecidos pela empresa referente a treinamento, entre outros. A

pesquisa contemplou doze ex-funcionários, número de integrantes demitidos no período de

maio de 2006 a maio de 2007. As questões que foram trabalhadas encontram-se no

subtítulo seguinte.

1.2 Perguntas de pesquisa

As perguntas abaixo serão utilizadas, a fim de auxiliar na identificação dos

questionamentos encontradas na empresa analisada.

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a) Quais os aspectos pessoais e profissionais relacionados ao desligamento dos

funcionários?

b) Qual foi o índice de rotatividade de pessoal no último ano?

c) Quais foram as causas da rotatividade de pessoal do último ano?

d) Quais foram as conseqüências da rotatividade para a empresa?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Avaliar a influência da motivação no desligamento dos funcionários de “O

Boticário” localizado no Shopping Beiramar Norte.

1.3.2 Objetivos específicos

a) Conhecer os aspectos pessoais e profissionais relacionados ao desligamento dos

funcionários;

b) Fazer levantamento da rotatividade de pessoal no último ano;

c) Verificar as causas da rotatividade de pessoal;

d) Verificar as conseqüências da rotatividade para a empresa.

1.4 Justificativa

Cada vez mais é exigida a flexibilidade e a adaptabilidade do ser humano. Segundo

Gomes (1994), o novo cenário demanda mudanças das crenças e valores que permearam a

cultura da organização e demandam mais do que nunca, colaboradores comprometidos que

se identifiquem com os objetivos organizacionais e que atuem na empresa como seu

próprio negócio. Os Recursos Humanos de uma organização para Montana (2000 p.68) “...

satisfazem as necessidades da organização de adquirir os talentos necessários para conduzir

negócios eficazes e eficientes”. Para tanto, Gomes (1994) relata que as pessoas precisam

entender que na organização, mais especificamente em sua estação de trabalho, elas podem

satisfazer necessidades de auto-realização, podem ter motivos para mobilizarem-se a fim de

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responderem positivamente as responsabilidades profissionais juntamente com a sensação

do dever cumprido e a satisfação pessoal.

“Ninguém deve trabalhar sozinho”. (GOMES, 1994). Baseado nessa premissa, essa

pesquisa buscou agregar contribuições sobre a motivação do funcionário no ambiente de

trabalho. Devido a isso, para a empresa a importância é ainda maior dado o fato que a

mesma, sito “Femina Comércio e Representações Ltda.” prima pelo bem-estar e satisfação

de seus colaboradores. De acordo com Hampton (1992 p.47) “os funcionários serão

motivados a esforçar-se na execução de suas tarefas organizacionais se puderem ao mesmo

tempo em que contribuir satisfazer suas necessidades”.

Trabalhar e almejar o resultado para a empresa ou para o setor em que atua é um

indício de funcionário motivado. Sobre isso Robbins (2002 p151) defende que “a

motivação é o resultado da interação, ou melhor, essa identificação que agrega valor ao

trabalho de cada indivíduo”. Trabalhar motivado faz com que a pessoa transmita bem-estar,

satisfação, realização e uma série de outros fatores que ligados ao ambiente de trabalho da

empresa, só agrega ainda mais a valor a marca “O Boticário”.

As lojas da rede de franquias “O Boticário” são vistas por muitos clientes como

locais mágicos de transformação, onde o próprio slogan “Você pode ser o que quiser”,

utilizado na campanha atual, revelam todo o encantamento que a empresa quer passar a

seus clientes e colaboradores, principalmente mulheres. Essas mulheres encontraram na loja

que freqüentam todo o auxílio de uma consultora (fada madrinha) a qual sempre está

disposta a realizar seus sonhos de transformação (make-up, linha facial, etc.). Assim como,

procuram sempre manter na mente dos clientes a boa imagem da empresa. Também é de

suma importância para a rede, o comprometimento entre todos para o alcance dos objetivos.

Objetivos estes, tanto financeiros, comportamentais, estruturais e de logística, pois a marca

“O Boticário” é considerada como padrão de qualidade entre todos os itens destacados

acima no mercado nacional.

Considerando-se o padrão, para uma acadêmica estudante do curso de

administração, essa é uma empresa rica em conteúdo para a realização de uma pesquisa

acadêmica que relaciona o grau de motivação entre os funcionários, com o índice de

rotatividade da empresa. Por último, a pesquisa procura identificar os motivos mais

representativos, que levam os funcionários ao afastamento de suas funções, gerando a

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rotatividade, que causa transtorno e maiores despesas para a empresa, além de desestruturar

o entrosamento da equipe no trabalho, conforme dados já obtidos junto à empresa. Supõe-

se que sejam a falta de colaboração, a falta de comprometimento e o não atingimento de

metas – identificado como um dos itens mais cobrados pela empresa - como principais

causadores do afastamento dos funcionários. Vale a pena ressaltar que a consultora é a

principal responsável em passar todo esse conceito a seus clientes, para tanto existe a

necessidade de se estar sempre preparada, disposta e atualizada com todas as informações

necessárias para prestar esse atendimento adequado.

1.5 Apresentação geral do trabalho

A pesquisa acadêmica foi realizada em uma das filiais da empresa Femina Comércio e

Representações Ltda., situada no Beiramar Shopping em Florianópolis – SC. A empresa

apresenta doze filiais divididas entre as cidades de Florianópolis, São José, Palhoça e

Joinville, contando com assistência direta da matriz situada em Florianópolis via supervisão

geral realizada pela Sra. Susana Leite, profissional pós-graduada e qualificada com mais de

doze anos de atuação na rede de franquias “O Boticário”.

Procurou-se nesta pesquisa, identificar os motivos para a rotatividade de doze

funcionários nos últimos doze meses na filial, realizando-se entrevistas individuais em local

e data agendados, evitando dessa maneira a troca de informações entre eles, e visando a

liberdade das opiniões, para isso a pesquisa acadêmica foi dividida em cinco temas, são

eles:

Capítulo 1: Introdução apresenta os objetivos para a realização desta pesquisa.

Capítulo 2: Fundamentação Teórica aborda assuntos como recursos humanos e as

teorias da motivação.

Capítulo 3: Descrição do método, pesquisa descritiva qualitativa realizada através de

entrevistas.

Capítulo 4: Resultados de estudo, apresenta o conteúdo obtido através da aplicação do

método.

Capítulo 5: Considerações Finais, as análises e sugestões seguem de acordo com os

resultados obtidos através da pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta o referencial teórico relacionado ao tema em estudo. 2.1 Administração de recursos humanos

Encontrar uma maneira de contabilizar as vantagens e desvantagens que diversos

trabalhadores apresentavam à empresa, e obter um parâmetro de comparação entre os

funcionários para formar um padrão de desempenho satisfatório era o desejo das indústrias

quando criaram o cargo de “personnel chief” ou como se chama no Brasil “chefe de

pessoal”, assim dando início ao setor de pessoal.

Segundo Marras (2002) para o empresário, o trabalhador era tão somente um

instrumento a mais na busca dos resultados da empresa. O que importava era que o

trabalhador tivesse uma boa saúde física e a maior dedicação possível ao trabalho em

jornadas que podiam estender-se até 18 horas diárias. Assim sendo, o chefe de pessoal era

considerado como “de confiança” do patrão, e era temido por todos os funcionários. O

chefe de pessoal possuía total liberdade para demitir e contratar quem bem lhe conviesse. A

partir da década de 20, inicia-se o movimento das relações humanas passando a ser um

novo modelo de administrar, cujo foco principalmente era o aumento da produtividade

através da eliminação de custos e conflitos. Através desse novo pensamento criou-se o

“Homo Social” em substituição ao “Homo Economicus” da escola científica mudando o

foco do cargo de chefe de pessoal, que a partir de então deveria se preocupar com o

indivíduo e não somente com a produção. O segundo estágio dessa evolução inicia-se em

1945. Apesar das barreiras e dificuldades encontradas, e com fundamentação de base no

comportamento dos indivíduos surge o Behaviorismo, com uma crítica à escola de Relações

Humanas. A partir desse momento, os primeiros estudos sobre liderança, autocratismo,

democracia no trabalho e motivação humana surgem fazendo com que o chefe de pessoal se

envolva com várias teorias, dando poder para o estudo das relações informais. A função que

anteriormente era de terceiro escalão ganha status de gerência, a partir de então de chefe de

pessoal - nome de origem da função a nível operacional - torna-se tática. Essa função sobe

um degrau muito importante no conceito organizacional e na estrutura piramidal, pois a

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antiga função de chefe de pessoal trocou de nome utilizando termo trazido do inglês

“personnel manager” e do italiano “dirigente del personale” que deu origem ao atual nome

do cargo em português “gerente de pessoal”. O nome do cargo mudou, as funções básicas

permaneceram as mesmas. A bem verdade, o gerente de pessoal nada fez, pessoalmente

para mudar o seu perfil. Continuou sendo um chefe de pessoal, com uma roupa diferente.

Conforme Figura 1, verifica-se a classificação da estrutura:

O behaviorismo segundo Carvalho (1974 p.147) consiste em uma “palavra

originária do inglês: behavior = comportamento. O behaviorismo é um sistema de

aprendizagem baseado no reflexo condicionado. O condicionamento é o fator primordial de

todas as formas de aprendizagem”. Para Skinner (1974) “o behaviorismo não é uma ciência

do comportamento humano, mas, sim, a filosofia dessa ciência”.

Para Montana (2000 p.175) “O período de 1900 a 1940 viu o crescimento e o

desenvolvimento de grandes organizações, tipo fábricas, e de seus programas para o

pessoal, a criação de muitas leis especiais, e o surgimento de princípios da ciência social

para guiar a administração dos recursos humanos”. Durante a primeira guerra mundial, o

exército americano começou a fazer testes para recrutar e selecionar oficiais. Começaram

então os programas de treinamento no serviço. Visando a estabilidade no emprego e o

aumento da produtividade em 1935 surge a Lei Nacional de Relações Trabalhistas,

chamada de Lei Wagner. Essa lei muitas vezes também chamada de Carta Magna do

Trabalho reconhecia os sindicatos representativos dos trabalhadores e forçava os

empregados a negociarem coletivamente com os sindicatos. Os gerentes de hoje acatam a

visão mais ampla no gerenciamento dos recursos humanos devido às evoluções do último

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século que passou de aspectos limitados para uma visão mais ampla dos funcionários como

pessoas complexas com uma série de necessidades.

Segundo Gil (1994) a administração de Recursos Humanos surge em decorrência do

crescimento das organizações e do aumento da complexidade das tarefas de gestão de

pessoal. A partir da década de 20, inicia-se o desenvolvimento no campo da administração

de recursos humanos e o movimento de valorização das relações humanas no trabalho surge

a partir da constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores psicológicos e

sociais na produtividade. A partir da década de 50 quando a escola de relações humanas se

encontrava no auge, o conceito passou a ser utilizado também nas ciências sociais. Nesse

momento a ênfase da administração se desloca para o aumento da produtividade e o ser

humano começa a ser valorizado. Um passo muito grande é dado com a criação da função

“cuidar de pessoal”, pois a partir de então se começa a falar em administração de recursos

humanos já na década de 60, quando essa expressão passou a substituir as utilizadas no

âmbito das organizações: Administração de Pessoal e Relações Industriais. Surge nessa fase

o gerente de recursos humanos, que mesmo em nível tático-operacional, já em meados dos

anos 60 se tornou gerência de recursos humanos e abrangeu diversas subáreas.

À seguir apresenta-se o acompanhamento da evolução da função conforme quadro

ilustrativo 1, segundo Marras (2002 p.25):

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Áreas de responsabilidade Da função De pessoal

Chefe de pessoal Gerente de RI Gerente de RH

Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 até 1999

Controles da Freqüência Controles da Freqüência Controles da Freqüência

Faltas ao Trabalho Faltas ao Trabalho Faltas ao Trabalho

Pagamentos Pagamentos Pagamentos

Admissões e Demissões Admissões e Demissões Admissões e Demissões

Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT

Serviços Gerais Serviços Gerais

Medicina e Higiene Medicina e Higiene

Segurança Patrimonial Segurança Patrimonial

Segurança Industrial Segurança Industrial

Contencioso Trabalhista Contencioso Trabalhista

Cargos e Salários Cargos e Salários

Benefícios Benefícios

Recrutamento e Seleção Recrutamento e Seleção

Treinamento Treinamento

Avaliação de desempenho

Qualidade de vida

Desenvolvimento Gerencial

Relações trabalhistas

Sindicalismo

Desenvolvimento organizacional

Estrutura Organizacional

Quadro 1 – Áreas de responsabilidade da função de pessoal

Fonte: Adaptado de Marras (2002 p.25).

2.2 As cinco fases evolutivas da gestão de pessoal

Segundo Marras (2002) são cinco as fases, épocas e perfis do profissional de

Recursos Humanos, conforme figura 2, pg.14.

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Figura 2: As cinco fases evolutivas da gestão de pessoal

Fonte: Adaptado de Marras (2002 p.26).

Para Marras (2002) a fase contábil foi pioneira da gestão de pessoal, preocupava-se

com os custos da organização. A mão-de-obra era considerada apenas como um dado

contábil de registro de entradas e saídas. As leis trabalhistas criadas por Getúlio Vargas,

devem ser administradas e com esse intuito é criada a função de chefe de pessoal, que tem

como objetivo manter e acompanhar a nova forma de lidar com os trabalhadores. A partir

dessa fase a área de Recursos Humanos, também passa a se preocupar com a higiene e

segurança no local de trabalho, treinamento, desenvolvimento, recrutamento e seleção de

pessoal entre outros benefícios para o trabalhador. Na fase Administrativa, o gerente de

pessoal passa a ser o gerente de recursos humanos. Há um marco histórico nas relações

entre capital e trabalho, implementa-se o movimento sindical denominado novo

sindicalismo. Essa mudança pretendia fazer com que o gerente de recursos humanos

dispensa-se mais atenção às causas mais humanas e de relações entre os indivíduos. A fase

Estratégica foi marcada operacionalmente pela introdução dos primeiros programas de

planejamento estratégico atrelados ao planejamento central das organizações. O setor de

Recursos Humanos, anteriormente de terceiro escalão, é reconhecido nessa fase como

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diretoria de Recursos Humanos. Na última década do século o perfil do gerente de RH é

bastante diferente.

Sobre as primeiras três décadas do século, Gil (1994) relata que ocorreram 28

greves, duas delas gerais: em 1907 e 1917. Esta última fez com que algumas empresas, logo

após o término do movimento, iniciassem uma campanha para a criação de cooperativas,

visando o barateamento dos gêneros de consumo. Deve-se levar em consideração que nesta

época em média 80% da população brasileira habitava o campo. Na fase Legal o governo

de Getúlio Vargas se instala por meio de uma revolução e já no primeiro ano de governo

cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, com a finalidade de se ocupar dos

problemas trabalhistas. A legislação trabalhista editada nesse período é que criou a carteira

profissional, regulamentou o horário de trabalho no comércio e na indústria e definiu o

direito de férias remuneradas. O início das operações de trabalho ocorre na fase tecnicista

com a expansão da indústria siderúrgica, petrolífera, química e farmacêutica e o então

presidente Juscelino Kubitschek implementa a indústria automobilística no Brasil. Entre

1968 a 1973 as empresas cresceram, modernizaram-se e outras grandes se constituíram e o

País passou por um notável surto de crescimento econômico conhecido como “o milagre

brasileiro”. Atualmente preceitos tradicionais tornam-se cada vez mais questionados.

Organogramas são flexibilizados até a implosão. Inovação torna-se uma palavra bem

recebida e até trabalhar sem chefe já constitui uma realidade em algumas empresas. O

profissional de Recursos Humanos esforça-se no sentido de promover ações voltadas a

capacitação de pessoal em todos os níveis, bem como para tornar motivador o ambiente de

trabalho. Para Gil (2001), muitas das organizações mais bem-sucedidas do mundo estão

descobrindo que o antigo conceito de um chefe único pode ser efetivamente substituído

pelo conceito de equipe.

Conforme Montana (2000) muitas associações foram criadas com poderes

regulatórios definidos. Pode-se apenas especular sobre o futuro, mas várias tendências já

estão se desenhando. Cada pessoa traz para organização um talento diferente, um nível de

expectativa diferente e, algumas vezes até um problema diferente.

Segundo Lacombe (2003), o mais importante papel do administrador é selecionar,

formar e integrar um grupo de pessoas para trabalharem numa empresa como verdadeira

equipe, com objetivos definidos. Já se foi o tempo em que a principal preocupação das

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empresas recaía apenas do processo, mercados protegidos ou regulamentados, acesso a

recursos financeiros e economias de escala. A política adotada da empresa pode variar

dependendo da forma de administração passada por seus fundadores. Pode escolher como

objetivo a produção de riquezas para um pequeno grupo de administradores e investidores,

ou desenvolver uma organização que seja uma comunidade. A escolha feita irá influenciar

muito a organização. O conceito de grupo corresponde a qualquer conjunto de pessoas com

um objetivo comum. Quanto às equipes, o autor cita: equipe é o grupo em que as pessoas,

além de terem um objetivo comum, atuam de forma a colocar os objetivos do grupo acima

dos interesses que elas têm dentro dele, além disso, não ficam presas à burocracia e as

formalidades. Conceituando num apanhado geral, equipe é um grupo de pessoas

conscientes, motivadas e integradas em busca de um objetivo, e a existência de pessoas de

bom nível, bem selecionadas, treinadas e integradas, trabalhando como equipe tem um

valor inestimável. O principal diferencial das empresas é o seu capital humano, mas não se

deve deixar de lado, que mesmo dentro de uma grande organização existam pessoas em que

vale a pena investir e outras que só geram custos e que não trarão retorno à empresa mesmo

com investimento em treinamento. É um paradoxo: as empresas gastarem 50% a 70% de

seu orçamento em salários, mas apenas 1% em treinamento, além disso, se gasta mais na

manutenção de máquinas e edifícios que em retenção de destaques.

Para Megginson, Mosley & Pietri Jr (1998) pode-se dizer que todas as funções de

uma pessoa em uma organização mesmo as mais rotineiras, envolvem certo grau de

decisão. Então para inspirar lealdade, confiança e fazer com que as pessoas se sintam

integradas a uma organização, os administradores devem dar prioridade ao

desenvolvimento e a motivação das pessoas para a formação de grupos. Em virtude disso se

sugere: o departamento de recursos humanos deve estar ligado a todos os planos principais,

porque inevitavelmente todas as mudanças afetam as atividades de pessoal. Também vale

considerar que uma equipe, ou um destaque dentro de uma equipe, almeja privilégios, e

caso não ocorra sua permanência, a equipe pode ficar comprometida.

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2.3 Processos de recursos humanos

Abordá-se nesta fase da pesquisa, os instrumentos que o administrador dispõe para

recrutar e gerenciar sob sua responsabilidade, sua equipe de trabalho.

O administrador conforme Chiavenato (1999, p11) “desempenha as quatro funções

administrativas que constituem o processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e

controlar. A ARH refere-se às políticas e práticas necessárias para se administrar o trabalho

das pessoas” e podem ser resumidas em seis processos básicos conforme indica a figura 3:

Esses processos em Chiavenato (1999 p.12) apresentam as seguintes

características:

a) Processos de agregar pessoas: são os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção. b) Processos de aplicar pessoas: são os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu

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desempenho. Inclui desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. c) Processos de recompensar pessoas: são os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais. d) Processos de desenvolver pessoas: são os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal. Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação e consonância. e) Processos de manter pessoas: são os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. f) Processos de monitorar pessoas: são os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais.

Segundo Chiavenato (1999) existe a tendência de que um processo poderá

prejudicar ou favorecer a outro devido a sua má utilização, nesse caso exige-se um processo

de desenvolvimento mais intenso para compensar as falhas.

2.4 Motivação

Segundo Montana (1999, p. 203) “motivação é o processo de estimular um

indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma meta

desejada”. Para Gomes (1994, p.14) “motivar-se é ter motivos para agir na satisfação de

necessidades existenciais”. Todavia a explicação para o significado da palavra encontrado

em Zanelli (2004 p.145) “Derivada do latim motivus, que significa mover, a palavra

motivação assumiu o significado de tudo aquilo que pode fazer mover, tudo aquilo que

causa ou determina alguma coisa ou até mesmo o fim ou razão de uma ação”.

Para Penna (2001 p.19) há dois conceitos de motivação:

[...] conjunto de relações entre as operações de estimulação ou privação e as modificações observadas no comportamento que se processa após as citadas operações. [...] modificação na força das respostas, atribuível a alguma operação executada natural ou experimentalmente, expressa em termos de privação ou de exposição prolongada do organismo a estímulo aversivo.

Através da motivação que produz habilidades para o desenvolvimento de tarefas, o

ser humano deve ser despertado para a auto-realização. A motivação para o trabalho de

acordo com Maximiano (2000 p.347) “é o processo pelo qual o esforço ou ação que leva ao

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desempenho profissional de uma pessoa é impulsionado por certos motivos. Toda ação

orientada para algum tipo de desempenho sempre é motivada”.

Nem sempre esse impulso deriva de um valor financeiro, ou de um prêmio de valor

econômico, muitas vezes a superação que tanto se almeja vem da necessidade de provar a si

mesmo que é capaz. Conforme Chiavenato (1994) cada pessoa formula seus próprios

conceitos como: querer dinheiro e a companhia querer vender peças e algumas vezes, esses

dois conceitos são compatíveis e consoantes "eu posso vender peças" e "a companhia pode

pagar-me bem". Nesse caso as pessoas precisam simultaneamente alcançar objetivos

organizacionais em função do seu cargo, da sua tarefa e suas necessidades pessoais.

Todavia quando, ambos os conceitos são opostos, antagônicos e dissonantes, passa a existir

um conflito. O problema é que nem sempre esses objetivos são compatíveis entre si: o

alcance de objetivos organizacionais nem sempre possibilita o alcance dos objetivos

individuais e vice-versa. Nesse caso se esclarece que quando se falar em gerenciamento de

pessoas quer se referir à maneira pela qual as pessoas são administradas dentro da empresa.

Para Carvalho e Nascimento (2004) algumas vezes o alcance de um dos objetivos

significa a desistência do outro e quando esses conceitos são bem integrados e amarrados,

os objetivos organizacionais se movem na mesma direção dos objetivos individuais e a

eficácia da empresa é fortalecida. Dessa maneira, as empresas eficazes são aquelas que

tornam ambos os objetivos compatíveis para todas as pessoas, permitindo que elas não

apenas esperem alcançá-los, mas que os alcancem, pois cada indivíduo ingressa e

permanece em uma empresa se ele acredita que isso pode levá-lo ao alcance de

determinados objetivos pessoais. Caso contrário, ele perde o interesse em permanecer e

contribuir. Para melhor esclarecimento, encontra-se a seguinte definição:

• Objetivos Organizacionais: é de responsabilidade da área de RH tornar-se um efetivo instrumento de integração organizacional. Como é sabido, o sistema de R.H. constitui-se num dos recursos da empresa para atingir seus fins. Na prática, o setor da R.H. é uma agência prestadora de serviços especializados para toda a empresa. • Objetivos Individuais: finalmente, vale lembrar que um dos propósitos centrais do processo de R.H. é dar assistência aos funcionários na consecução de suas metas individuais, na medida em que a administração participativa tende a se expandir na organização.

Para Marras (2002) criar e cuidar das condições motivacionais para seus

subordinados é uma das responsabilidades mais importantes do gerente. Para isso, o gerente

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é o responsável por desenvolver forças motivacionais distintas em momentos distintos e

também reconhecer que essas forças afetam diretamente a maneira de encarar o trabalho a

suas próprias vidas.

Sobre a motivação de pessoas diferentes em uma mesma equipe, Heller (2000), cita

que no cargo de gerente é importante saber utilizar as técnicas de motivação que exercem

grande influência sobre o comportamento motivacional para influenciar não apenas os

subordinados, mas também colegas do mesmo nível hierárquico e superiores diretos. Por

isso, o gerente deve entender suas características e prioridades próprias, com especial

atenção para as ambições profissionais e pessoais antes de tentar motivar os outros.

2.4.1 Teorias da motivação

Dentre as mais importantes cita-se: a teoria de Maslow, a teoria X e a teoria Y de

McGregor, a teoria dos dois fatores de Herzberg, a teoria de motivos humanos de

McClelland, a teoria do reforço, a teoria da expectância e a teoria da equidade que serão

consideradas com o intuito da realização desta pesquisa acadêmica.

2.4.1.1 Teoria de Maslow

O conceito de necessidade segundo Megginson, Mosley & Pietri Jr. (1998) colocado

em uma hierarquia de importância vai progredindo dos níveis mais baixos para o nível mais

alto, nessa seqüência uma necessidade satisfeita não pode ser mais ser usada como

motivador primordial de comportamento.

De acordo com Maximiano (2000) as necessidades inerentes à condição humana,

como as de alimentação, abrigo, são básicas ou primárias. A necessidade de segurança se

enquadra nesse degrau. Sobre as diferentes teorias das necessidades afirma-se que o

comportamento humano é motivado por estados de carência e as pessoas agem nas mais

diferentes situações, para satisfazer esses estados. Após as necessidades básicas são as

necessidades de participação consideradas as necessidades de amizade, inter-

relacionamento humano e amor e as necessidades de estima como status, egocentrismo,

ambição, exceção.

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Após as necessidades básicas ou fisiológicas seguem as relacionadas com a

segurança do indivíduo que segundo Gil (1994) referem-se à necessidade de estar livre de

perigos e de privação das necessidades fisiológicas básicas e envolvem preocupação com o

futuro, manutenção do emprego e da propriedade.

Para Hampton (1992) a teoria do psicólogo americano Abraham H. Maslow baseia-

se no conceito de que as pessoas são motivadas por cinco tipos distintos de necessidades:

fisiológicas, segurança, afeto, estima e auto-realização, através da qual o indivíduo só

buscará e desejará necessidades ainda não satisfeitas. Tendo como esclarecidas as duas

primeiras necessidades, nessa seqüência como terceira está o desejo de pertencer a uma

sociedade ou as necessidades de afeto que são evidenciadas pelo comportamento voltado

para o desenvolvimento ou manutenção de relacionamentos afetivos gratificantes com

outras pessoas. Logo em seguida apresentam-se as necessidades de estima ou necessidades

egoísticas que implicam o desejo de querer ser respeitado pelos outros e por si próprio, pois

nas organizações, os esforços para demonstrar habilidade e receber o reconhecimento são

indicadores desta necessidade latente. Maslow também sugeriu que as pessoas podem subir

ou descer na hierarquia. A falta de satisfação disponível para uma necessidade de nível

mais baixo – segurança, por exemplo - pode reativar essa necessidade e aumentar sua

importância relativa. Uma das maiores evoluções obtidas com a teoria de Maslow, no que

se refere ao clareamento das idéias dos administradores, foi que nenhum outro estudioso

antes dele havia levantado a questão de como motivar de maneira correta seus

subordinados. A pirâmide de Maslow veio justamente para explicar como isso deveria ser

feito, pois se um gerente quisesse realmente motivar seus funcionários para que este desse

todo o seu esforço ao cumprimento das tarefas organizacionais, seria necessário

possibilitar-lhes, através do trabalho a satisfação de suas necessidades não-realizadas.

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Na base de sustentação da pirâmide de Maslow, de acordo com Montana (2000)

estão as necessidades fisiológicas, consideradas básicas que refletem a preocupação do

indivíduo com a sobrevivência. O degrau da segurança reflete a preocupação com a

segurança e o fato de evitar prejuízos. Como nível superior está à necessidade da auto-

realização que é o degrau mais alto na escada conseguida quando o indivíduo experimenta,

através do ato de realizar, sensação de crescimento e realização pessoal, de satisfação e

conquista através das ações realizadas. A teoria de Maslow se refere à necessidade de

mínima satisfação para seguir para o próximo estágio, pois ele sempre se preocupou, com

as fontes de motivação no sentido da vida em geral.

De acordo com Penna (2001), Maslow afirma que existe uma compatibilidade entre

as necessidades dominantes e as aspirações que se formulam e em função das quais se vive.

Tais necessidades mostram-se tanto como expressão de medo quanto como manifestação de

coragem. Na teoria de Maslow encontra-se a referência de duas formas motivacionais: a

motivação de deficiência e a de desenvolvimento. Estas são definidas na mesma ordem

como auto-realização e humanização. Reconhecer o potencial das pessoas, buscando sua

riqueza interior, lhes assegurar oportunidade de realizar tarefas que visam à auto-realização,

através disso a empresa pode acrescer grandes possibilidades de mudança e retornos

positivos.

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A pirâmide de Maslow para Gomes (1994) afirma que as condições ambientais de

trabalho, se fundamentadas nas necessidades humanas, despertarão motivos para a obtenção

de comportamentos autênticos e energizados, além disso, revela de forma didática, que a

necessidade será reduzida ou eliminada somente através da ação no ambiente, numa

determinada seqüência de movimentos feitos pelo organismo.

2.4.1.2 Teoria X e Y de McGregor

Conforme Montana (2000) em 1960 Douglas McGregor salientou a importância da

compreensão dos relacionamentos entre a motivação e o comportamento. Para ele os

gerentes motivam seus funcionários através de duas abordagens: a teoria X e a teoria Y.

Além disso, segundo Chiavenato (2002) Douglas McGregor foi um dos mais influentes

behavioristas na teoria das organizações que distingue duas concepções opostas de

administração baseadas em certas pressuposições acerca da natureza humana: a teoria X ou

teoria tradicional e a teoria Y ou teoria moderna. Explicando o termo behaviorismo Skinner

(1974) afirma que não é uma ciência do comportamento humano, mas, sim, a filosofia

dessa ciência.

A) Teoria X

Para Montana (2000) a teoria X de McGregor supõe que a maioria das pessoas não

gosta de trabalhar, prefere ser orientada pelos outros, tem pouca criatividade para solução

de problemas na organização, precisa ser controlada e deseja a segurança acima de tudo.

Para Stonner e Freeman (1992 p.322,) “a Teoria X de McGregor trata de uma visão

tradicional da motivação, afirmando que o trabalho é desagradável para os empregados, que

devem ser motivados através da força, de dinheiro ou de elogios”.

Nas organizações onde as pessoas resistem à mudança, não há comprometimento, e

apresentam solicitações abusivas de benefícios econômicos, pressupõe-se que essa seja a

teoria que molda a organização. Abaixo algumas premissas, segundo Chiavenato (2002).

• O homem é primariamente motivado por incentivos econômicos (salário).

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• Como esses incentivos, controlados pela organização, o homem é um agente

passivo que precisa ser administrado, motivado e controlado pela organização.

• As emoções humanas são irracionais e não devem interferir no auto-interesse do

indivíduo.

• As organizações podem e devem ser planejadas de tal forma que o sentimento e

as características imprevisíveis possam ser neutralizados e controlados.

• O homem é essencialmente preguiçoso e deve ser estimulado por interesses

externos.

• Os objetivos individuais em geral se opõem aos objetivos da organização,

impondo-se, pois, um controle mais rígido.

• Em virtude de sua irracionalidade intrínseca, o homem é basicamente incapaz de

autocontrole e de autodisciplina.

Conforme Chiavenato (2002) a concepção da administração de McGregor dentro da

concepção tradicional é a seguinte:

• A administração é responsável pela organização dos elementos da empresa

produtiva: dinheiro, materiais, equipamentos e pessoas, no interesse de seus fins

econômicos;

• A administração também é um processo de dirigir os esforços das pessoas,

motivá-las, controlar as suas ações e modificar o seu comportamento para atender às

necessidades organizacionais;

• As pessoas devem ser persuadidas, recompensadas, coagidas, controladas e

punidas: as suas atividades devem ser dirigidas, para que os objetivos da empresa

sejam obtidos através das ações das pessoas;

• O homem é indolente por natureza: ele evita o trabalho ou trabalha o mínimo

possível, mesmo assim, sob direção;

• Falta ambição ao homem: não gosta de responsabilidade e prefere ser liderado.

• É egocêntrico às necessidades da organização;

• Acredita em demagogos e charlatões, não é muito brilhante;

• Procura segurança e é resistente a mudança.

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B) Teoria Y

Para Stonner e Freeman (1992 p 323) “de acordo com McGregor, é a suposição de que

as pessoas são inerentemente motivadas a trabalhar e a realizar um bom serviço”. Segundo

Gil (1994 p.123) “a teoria Y admite que as pessoas não sejam por natureza preguiçosas e

pouco merecedoras de confiança. Admite que o homem possa ser motivado adequadamente

para o trabalho, autocontrolar-se e ser criativo”. De acordo com Chiavenato (2002, p.135),

“a Teoria Y baseia-se em um conjunto de suposições da teoria da motivação humana.

Abaixo algumas premissas segundo McGregor”:

• A aplicação de esforço físico ou mental em um trabalho é tão natural quanto

jogar ou descasar. O homem médio não tem desprazer inerente em trabalhar. O

trabalho pode ser uma fonte de satisfação ou de punição;

• O controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de obter o

esforço de alcançar os objetivos organizacionais. A fim de se exercitar o homem

deve exercer a autodireção e o autocontrole;

• Confiar objetivos é uma função de premiar, associada com seu alcance efetivo.

As mais significativas dessas recompensas, como a satisfação das necessidades do

ego ou de auto-realização, são produtos diretos dos esforços dirigidos.

• O homem médio aprende, sob certas condições, não só a aceitar, mas também a

procurar responsabilidade. A fuga à responsabilidade, a falta de ambição e a ênfase

sobre a segurança pessoal são geralmente conseqüências da experiência de cada um

e não características humanas inerentes e universais.

• A capacidade de aplicar um alto grau de imaginação, de engenhosidade, na

solução de problemas organizacionais é amplamente, e não escassamente distribuída

na população.

• Sob as condições da moderna vida industrial, as potencialidades intelectuais do

homem médio são apenas parcialmente utilizadas.

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2.4.1.3 Teoria de Herzberg

Segundo Montana (1999), Herzberg focalizou as fontes de motivação que pareciam

estar relacionadas ao trabalho e as realizações no trabalho. Herzberg descobriu que apenas

os sistemas de necessidades que correspondem aos níveis de estima e auto-realização de

Maslow servem como fontes diretas de motivação para se trabalhar com eficácia. Entre

empregado e superior Herzberg concluiu que existe a necessidade de pertencer, que está

ligada a motivação, e as questões relacionadas com a satisfação pessoal. Abaixo segue

quadro 2: Fatores higiênicos/motivacionais, segundo Chiavenato (2002):

A teoria de Herzberg ou teoria da motivação/higiene, como é conhecida, segundo

Hampton (1992) surgiu da análise de um estudo de respostas dadas sobre a descrição do

trabalho de 200 contadores e engenheiros, onde os mesmos focalizavam situações em que

se sentissem extremamente bem e extremamente mal. A partir do resultado, Herzberg

concluiu que as pessoas sentiam-se satisfeitas quando mencionavam a realização, o

reconhecimento, a responsabilidade, o avanço, o crescimento e o trabalho em si. Em

contrapartida, sentiam-se insatisfeitas, quando mencionavam a administração e a política da

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companhia, a supervisão, o relacionamento com o supervisor, as condições de trabalho, o

salário, o relacionamento com os colegas, a vida pessoal, o relacionamento com os

subordinados, “status” e segurança. A satisfação e a insatisfação não são extremos opostos

de uma mesma dimensão, são duas dimensões separadas. Nessa situação os gerentes não

devem investir em fatores de higiene para motivar os funcionários, esses fatores apenas

impedem a insatisfação. Devem, contudo, manter o ambiente psicológico de trabalho tão

livre quanto possível de poluentes ou contaminadores como: más políticas e condições,

pagamento injusto e má supervisão. O controle desses contaminadores evita prejuízos para

a produção da empresa, pois diminui o absenteísmo, os atrasos, a hostilidade e a retirada da

energia psicológica do trabalho. A figura 5 abaixo demonstra a afinidade entre a pirâmide

de Maslow e a teoria dos dois fatores de Herzberg segundo Davis (1992 p.57):

Segundo Marras (2002) o professor Frederick Herzberg em seu livro The

motivacion to work ressalta sobre a questão da importância da motivação no trabalho, e que

o maior fator motivacional para o homem encontra-se no interior do seu trabalho. Herzberg

em sua teoria dos dois fatores aponta a idéia de dois campos motivacionais: os que causam

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predominantemente satisfação e os que causam predominantemente insatisfação. Essa

definição de Herzberg de dois campos se dá classificando os primeiros fatores como

causadores de satisfação ou motivação, mas a sua falta não necessariamente causa

insatisfação ou desmotivação, observa-se apenas nenhuma satisfação presente. São os

fatores motivadores. No segundo grupo Herzberg define os fatores higiênicos como aqueles

que não motivam. Sua presença não necessariamente causa satisfação no trabalho, enquanto

sua ausência causa insatisfação.

Para Lacombe (2003) Frederich Herzberg estudou de que forma e em que grau

diversos fatores motivam os empregados. Segundo Stonner e Freeman (1992), a teoria de

Frederick Herzberg no final da década de 1950, concluiu que a satisfação e a insatisfação

no trabalho decorrem de dois conjuntos de fatores, assim sendo foi chamada teoria dos dois

fatores.

2.4.1.4 Teoria da expectância

A teoria da expectância segundo Davis (1992) foi desenvolvida por Victor H.

Vroom tendo sido ampliada e refinada por Porter e Lawler entre outros. Tratá-se da força

na crença de que o esforço relacionado ao trabalho resultará na conclusão da tarefa. A

teoria também apresenta outras denominações segundo diversos autores. Entre eles a teoria

é conhecida como a teoria da expectativa, a teoria da expectação, a teoria da expectância e

ainda a abordagem de valência.

Para Stoner e Freeman (1992 p.328) “a teoria da expectativa tenta superar as críticas

direcionadas a certos pressupostos de outras teorias motivacionais – tais como – que todos

os empregados são iguais, que todas as situações são iguais e que há o modo melhor de

motivar os empregados”. Segundo Vergara (2000 p.46) “A teoria da expectativa relaciona

desempenho com recompensa”. Para Davis (1992 p.72) “[...] é um produto de três fatores:

do quanto uma pessoa deseja uma recompensa, sua estimativa de que aquele desempenho

resultará num desempenho bem-sucedido e a estimativa de que aquele desempenho

resultará no recebimento da recompensa”.

Sobre a teoria da expectância Chiavenato (2002 p.91) “apresenta que Vroom propõe

um modelo de expectação da motivação, que se baseia em objetivos intermediários e

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gradativos que conduzem a um objetivo final”. A teoria da expectativa de Victor H. Vroom

reconhece as diferenças individuais e refere-se à força e ao desejo do indivíduo em receber

uma recompensa.

Para Chiavenato (2002, p.90), Vroom determina que existam três fatores em cada indivíduo para produzir a motivação:

Objetivos individuais: ou seja, a força do desejo de atingir o objetivo; A relação que o indivíduo percebe entre produtividade e alcance dos seus objetivos individuais; e A capacidade de o indivíduo influenciar seu próprio nível de profundidade, à medida que acredita poder influenciá-lo.

Conforme Chiavenato (2002), Vroom relata que a produtividade aumenta quando

três fatores são identificados:

• Em primeiro lugar os objetivos pessoais do indivíduo que podem incluir

dinheiro, segurança no cargo, aceitação social, reconhecimento e trabalho

interessante. Existem outras condições de objetivos que uma pessoa pode procurar

satisfazer simultaneamente.

• Em seguida a relação percebida entre a satisfação dos objetivos e a alta

produtividade, que ocorre quando um operário tem como importante objetivo ter

salário maior, trabalhando na base de remuneração por produção poderá ter uma

forte motivação para produzir mais. Porém, se sua necessidade de aceitação social

pelos outros membros do grupo é mais importante, poderá produzir abaixo do nível

que consagrou como padrão de produção informal. Produzir mais poderá significar

a rejeição do grupo.

• Por último, a percepção da capacidade de influenciar sua produtividade. Se um

empregado acredita que um grande volume de esforço despendido tem pouco efeito

sobre o resultado, tenderá a não se esforçar muito, como é o caso de uma pessoa

colocada em cargo sem treinamento adequado ou do operário colocado em uma

linha de montagem de velocidade fixa.

Apresenta-se na seqüência figura ilustrativa de como funciona o modelo da

expectância segundo Davis (1992 p. 77):

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Figura 6: Como funciona o modelo de expectância

Fonte: Adaptado de Davis (1992 p.77)

Segundo Chiavenato (2002), as preferências (valências) dos indivíduos indicam os

seus desejos. Uma valência positiva indica o desejo de um resultado final, enquanto uma

valência negativa indica o desejo de fuga de determinado resultado final. Os resultados

intermediários apresentam valência em função de sua relação percebida com os resultados

finais desejados. Devido a isso, a Teoria Contigencial da Motivação para Vroom enfatiza as

diferenças entre as pessoas e os cargos. O nível de motivação do indivíduo baseia-se nas

diferenças individuais e nas maneiras de operacionalizá-las. A relação entre resultado

intermediário e final é denominada instrumentalidade. A instrumentalidade tem valor que

varia de 0 a 16. Referente a essa avaliação quanto maior for o índice de desempenho maior

será considerado o índice motivacional do funcionário.

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Para Chiavenato (2002 p.92), “Lawler apesar do resultado óbvio, verificou que o

dinheiro tem apresentado pouca potência motivacional em virtude de sua incorreta

aplicação pela maior parte das organizações”. Para o autor as razões percebidas por Lawler

entre o desempenho e o dinheiro nas organizações são:

a) O enorme lapso de tempo ocorrido entre o desempenho da pessoa e o incentivo

salarial decorrente. A fraqueza do incentivo e a demora de tempo para recebê-lo dão

a falsa impressão de que os ganhos das pessoas são independentes de seu

desempenho.

b) As avaliações de desempenho não produzem distinções salariais, pois os

gerentes e avaliadores não gostam de se confrontar com pessoas de baixo

desempenho e que não estejam preparadas para receber nenhum ou menor incentivo

salarial que aos demais colegas que têm bom desempenho. Assim os salários

tendem a ser mantido pela média.

c) A política de remuneração das organizações está geralmente atrelada às políticas

governamentais ou as convenções sindicais, que são genéricas e abrangentes, e que

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procuram regulamentar indistintamente os salários a fim de neutralizar o efeito da

inflação. Os salários tornam-se planos e não distingue o bom e o mau desempenho.

d) O preconceito gerado pela teoria da Administração Científica de Taylor existe

até os dias de hoje e parece transformar o dinheiro em algo vil e sórdido, quando na

realidade, ele é uma das razões principais que levam as pessoas a trabalhar em uma

organização.

A instrumentalidade segundo Davis (1992) representa a crença do empregado de

que uma recompensa será recebida tão logo a tarefa seja cumprida. Essa relação se faz entre

a produtividade elevada e a soma de vários resultados finais, entre eles o dinheiro. Para o

empregado ainda há outro julgamento subjetivo, que diz respeito à probabilidade da

administração de recompensas pela organização as expectâncias que são formuladas em

termos de probabilidade onde o empregado estima até que ponto o desempenho será

determinado pelo total de esforço despendido. A expectância pode variar de –1 a 1.

2.4.1.5 Teoria dos motivos humanos de McClelland

Segundo Davis (1992) David C. McClelland desenvolveu um esquema de

classificação destacando três forças dominantes, demonstrando sua importância para a

motivação. Os estudos de McClelland revelaram que as forças motivacionais das pessoas

refletem elementos da cultura na qual elas cresceram – família, escola, religião e livros.

Essas forças motivacionais derivam de situações vividas, ou seja, se um grupo de pessoas

passar por diversas situações juntas, provavelmente terão refletido nelas mesmas esses

elementos culturais.

Conforme Hampton (1992) as necessidades do poder, a meta da motivação do

poder, como coloca David McClelland, é sentir-se poderoso. As pessoas o conseguem ou

tentam consegui-lo de várias formas; imaginando-se como tendo influência sobre os outros.

Para Vergara (2000), McClelland identificou três necessidades que são adquiridas

socialmente: poder, afiliação e realização. Então McClelland tomou como eixo novamente

a questão das necessidades, mas argumentou que não nascemos com elas, pois para atingir

a alta qualidade de produtos e serviços a Teoria de McClelland esclarece:

• poder: refere-se a relações com pessoas, status, prestígio, posições de influência.

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• afiliação: diz respeito ao que Maslow chamou de afeto.

• realização: é concernente à auto-estima e à auto-realização.

Contudo para Davis (1992, p. 47):

[...] adicionalmente à discussão de McClelland sobre os impulsos para a realização, afiliação e poder, o motivo: competência é um importante fator nas tentativas habituais para atingir-se alta qualidade de produtos e serviços e sendo assim os define: • Realização: impulso para superar desafios, avançar, crescer. • Competência: impulso para relacionar trabalho de alta qualidade. • Poder: impulso para influenciar pessoas e situações.

2.4.1.6 Teoria do reforço

Para Stoner e Freeman (1992) uma abordagem à motivação baseada na “lei do

efeito” – a idéia de que o comportamento com conseqüências positivas tende a ser repetido,

enquanto o comportamento com conseqüências negativas tende a não ser repetido

enfatizando o uso da teoria do reforço para mudar o comportamento humano.

Daft (2005), simplesmente examina a relação entre o comportamento e suas

conseqüências, através de ferramentas como punição ou recompensas visando a

modificação do comportamento do funcionário no local de trabalho. Ferramentas utilizadas

para a modificação do comportamento é o nome dado à um conjunto de técnicas pelas quais

a teoria do reforço é usada para modificar o comportamento humano, além disso, existem

quatro métodos de modificação do comportamento.

Sobre a recompensa, segundo Stoner e Freeman (1992) quando um funcionário faz

algo correto deve ser elogiado, mas quando faz algo errado, não deve ser ignorado, e sim

corrigido, da mesma maneira existem quatro métodos de modificação do comportamento:

• Reforço Positivo: para Stoner e Freeman (1992) “os comportamentos desejados

são encorajados e reforçados com elogios”. Para Daft (2005) “é a administração

de uma conseqüência prazerosa e recompensadora seguindo um comportamento

desejado”.

• Aprendizado de abstenção: segundo Stonner e Freeman (1992) “para evitar

críticas ou más avaliações, os empregados procuram mudar seus comportamentos”.

Para Daft (2005) “o aprendizado da abstenção é a remoção de uma conseqüência

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desagradável seguindo um comportamento desejado”. Daft (2005) afirma que “o

comportamento desejado é algumas vezes chamado de reforço negativo”.

• Extinção: em Stonner e Freeman (1992) “a ausência de reforço pode ser

utilizada para acabar com um mau comportamento”. Para Daft (2005) “é a retirada

de uma recompensa positiva. O comportamento desaparecerá gradualmente se ele

não for continuamente reforçado”.

• Punição: Em Stonner e Freeman (1992) “vai da crítica à redução de

remuneração ou até mesmo a demissão, é a aplicação de conseqüências negativas”.

Segundo Daft (2005) “O uso de punição nas organizações é controverso e criticado,

mas quase todos os gerentes relataram achar necessário impor formas de punição

variando das verbais às escritas até a demissão”. A citação abaixo encontrá-se em

Daft (2005 p.409):

Jack Welch, o diretor da General Eletric recentemente aposentado, era conhecido como um mestre em motivação. Ele usava os reforços positivos e negativos por meio de seus famosos bilhetes escritos à mão, elogiando ou cutucando os funcionários por toda a empresa. O maior trabalho que eu tenho é deixar que as pessoas saibam como nos sentimos sobre elas.

2.4.1.7 Teoria da equidade

Segundo Daft (2005) é uma teoria do processo que foca nas percepções dos

indivíduos sobre quão justos eles são tratados em comparação com os outros. A equidade é

uma situação que existe quando a razão dos resultados pelas entradas de uma pessoa é igual

à razão dos resultados pelas entradas de outra pessoa. Essas entradas para um emprego

incluem educação, experiência, esforço e habilidade. Os resultados de um emprego incluem

pagamento, reconhecimento, benefícios e promoções. Existe a situação oposta também. A

iniqüidade, que para o autor ocorre quando as razões de entradas/resultados estão

desequilibradas como quando uma pessoa com um nível alto de educação ou experiência

recebe o mesmo salário que um funcionário novo ou menos educado. Esse fator, a

iniqüidade cria nos funcionários tensões que os motivam a tentar equilibrar a equidade.

Para Stonner e Freeman (1992 p.330) baseia-se na tese de um importante fator para

a motivação, o desempenho e a satisfação no trabalho. A avaliação que o indivíduo faz

sobre a equidade ou a justiça da recompensa recebida pode ser definida como uma relação

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entre a contribuição que o indivíduo dá em seu trabalho e as recompensas que recebe,

comparada com as recompensas que os outros estão recebendo por contribuições

semelhantes. A teoria da equidade leva em conta a justiça (equidade) das recompensas

similares recebidas entre os funcionários e essas avaliações ocorrem comparando-se as

entradas e saídas.

2.5 Projetos de trabalho

Segundo Daft (2005) é a aplicação de teorias motivacionais para a estrutura de

trabalho a fim de melhorar a produtividade e satisfação, pois o bom desempenho em um

trabalho agrega satisfação a quem o executou. Através de um projeto fica mais fácil para o

gestor avaliar a tarefa realizada. Esses projetos visando à simplificação do trabalho buscam

a eficiência na tarefa, reduzindo o número de tarefas que uma pessoa precisa fazer, sendo

baseada nos princípios retirados da administração científica e da engenharia industrial. A

simplificação é utilizada para trabalhos rotineiros sem complicações que não exigem muita

habilidade ou treinamento. Como uma técnica motivacional, a simplificação do trabalho

fracassou, pois as pessoas não gostam de trabalhos rotineiros e entediantes, o que as leva ao

absenteísmo, sabotagem e sindicalização. Em contrapartida o turnover sistematicamente

movimenta os funcionários de um trabalho para outro, aumentando, assim o número de

tarefas diferentes que um funcionário desempenha sem aumentar a complexidade de

qualquer trabalho e também auxilia na motivação dos funcionários, pois proporciona

variedade e estímulo no trabalho. Os projetos de trabalho em geral são desenvolvidos para

que os gestores possam saber quais os aspectos do trabalho fornecem motivação assim

como a compensação para as tarefas rotineiras que têm pouca satisfação inerente.

Para Maximiano (2000) os projetos compreendem tarefas especiais que fogem da

rotina. São também certos empreendimentos que se repetem, mas que, a cada vez resultam

em um produto ou esforço diferente dos anteriores.

No processo motivacional dentro do ambiente de trabalho para Zanelli (2004), os

altos níveis de motivação são capazes de melhorar o desempenho e garantir ganhos de

produtividade. A satisfação no ambiente de trabalho está relacionada à vontade, metas e

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ação que se refere ao nível de contentamento com as relações de chefes e colegas, com o

sistema de recompensas e remuneração e com o trabalho realizado.

Sobre o turnover, Lucena (1995 p.198) relata que “não somente pode significar

investimentos perdidos, desperdiçados, que não retornam à empresa, como pode afetar

profundamente o nível de produtividade, a continuidade da empresa e seus resultados, além

do custo elevado do processo de desligamento e de novas admissões”. O termo rotatividade

de pessoal ou turnover segundo Chiavenato (2002 p.178) “é usado para definir a flutuação

de pessoal entre uma organização e o seu ambiente”.

O termo satisfação com o trabalho, para Robbins (2002) se refere à atividade geral

de uma pessoa em relação ao trabalho que realiza. Uma pessoa que tem um alto nível de

satisfação com seu trabalho apresenta atitude positiva em relação a ele, enquanto aquela

insatisfeita apresenta atitudes negativas. Essa satisfação é definida pelas atitudes constantes

do trabalhador em seu local de trabalho. Segue observação encontrada:

Quando os dados relativos à satisfação e a produtividade são coletados para a organização como um todo, e não no nível individual, descobrimos que as organizações com funcionários mais satisfeitos tendem a ser mais eficazes do que aquelas com funcionários menos satisfeitos. (ROBBINS, 2002 p.75).

Segundo Robbins (2002), o grau em que uma pessoa se identifica com seu trabalho,

participa ativamente dele e considera seu desempenho como uma coisa valiosa é

denominada como envolvimento com o trabalho. A identificação psicológica do indivíduo

com o trabalho e o fato de considerar seu trabalho como algo importante, demonstra além

do envolvimento organizacional do indivíduo, uma ligação com o baixo índice de

absenteísmo e demissões voluntárias. A relação entre estes dois fatores é considerada

moderada. Embora faça sentido o fato de empregados insatisfeitos terem mais

probabilidade de faltar ao trabalho, existem outros fatores de impacto no relacionamento

que reduzem essa relação. Sobre esse tema encontra-se:

As organizações que facilitam as faltas por motivo de saúde estimulam todos os funcionários - inclusive aqueles que estão totalmente satisfeitos – a faltar mais. Assumindo que você tem uma série de interesses variados você pode estar satisfeito com seu trabalho e ainda assim, considerar agradável tirar um dia de folga para “emendar” seu fim de semana ou para tomar sol em um dia de verão. (ROBBINS, 2002 p.76).

As organizações facilitadoras de faltas são aquelas que não valorizam a freqüência

dos funcionários, considerar-se-ia uma não facilitadora a empresa que oferece bonificações

por presença. Consideram-se fatores importantes na correlação entre satisfação e

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rotatividade as condições do mercado, as expectativas quanto às oportunidades no emprego

e o tempo de casa, que são limitadores importantes na decisão de deixar o emprego. O que

influencia muito essa relação é o nível de desempenho do indivíduo, pois na maioria das

empresas os que apresentam melhor desempenho recebem as melhores oportunidades de

crescimento profissional. As organizações fazem grandes esforços para manter os bons

funcionários, enquanto com os funcionários de pior desempenho acontece o contrário.

Poucos esforços são feitos para mantê-los. Devido a isso Robbins (2002), esclarece que o

índice de rotatividade tende a ser maior com funcionários de pior desempenho devido à

falta de incentivos e até mesmo a sutis encorajamentos a fim de abandonar a organização.

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

A pesquisa acadêmica além de fundamentos teóricos coerentes com os objetivos

que deseja alcançar necessita apoiar-se em procedimentos metodológicos adequados. Neste

capítulo apresenta-se o método selecionado para a pesquisa com o propósito de identificar

os motivos que levaram o funcionário ao desligamento em uma empresa do segmento

varejista. Tratá-se de uma pesquisa descritiva que utiliza uma abordagem qualitativa.

O conceito de pesquisa segundo Cervo e Bervian (1996) é uma atividade voltada

para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos. Nesta pesquisa a

coleta de dados é de grande valor e como instrumento de coleta de largo uso foi utilizada a

entrevista. Conforme os autores, o entrevistador deve controlar a entrevista, reconduzindo,

se necessário, o entrevistado ao objeto da entrevista. Evitem-se perguntas diretas que

precipitariam as informações, deixando-as incompletas.

A pesquisa descritiva para Gil (1999) tem como objetivo primordial à descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações

entre variáveis. Essa pesquisa se fez através da aplicação de entrevistas aos doze membros

do grupo desligados no último ano. Pode-se definir o termo entrevista como a técnica em

que o investigador apresenta frente ao investigado e lhe formulam perguntas, com o

objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação.

Segundo Richardson (1999), o conceito de método qualitativo baseia-se no estudo

que emprega uma metodologia qualitativa podendo descrever a complexidade de

determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar

processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de

determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das

particularidades do comportamento dos indivíduos. Em se tratando de entrevistas, exclui-se

o item de possível não entendimento das questões por parte do entrevistado, pois o mesmo

contará com o auxílio do entrevistador para salientar dúvidas e ainda poderão ser feitas

mais de uma entrevista com os funcionários no intuito de esclarecer todas as questões.

Para Gil (1995 p.115) “A entrevista é seguramente a mais flexível de todas as

técnicas de coleta de dados de que dispõem as ciências sociais. Daí por que podem ser

identificados os mais diversos tipos de entrevista”. Segundo Richardson (1999) há quatro

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tipos de entrevistas: a não-estruturada, a guiada, a dirigida e a não diretiva. Para Gil (1999)

há seis tipos de entrevistas: a informal, a focalizada, a estruturada, a por pautas, a face a

face e a por telefone. Também Marconi e Lakatos (1991) definem as entrevistas em seis

tipos: a padronizada (estruturada), despadronizada (não-estruturada), a focalizada (guiada),

a clínica, a não dirigida (não diretiva) e a painel.

A entrevista não estruturada segundo Richardson (1999), “em vez de responder a

pergunta, por meio de diversas alternativas pré-formuladas, visa obter do entrevistado o que

ele considera os aspectos mais relevantes de determinado problema”. Na entrevista guiada

pelo autor “o entrevistador utiliza um guia de temas a ser explorado durante o transcurso da

entrevista. A entrevista dirigida desenvolve-se a partir de perguntas precisas, pré-

formuladas e com uma ordem preestabelecida. O entrevistador dirige o processo evitando

qualquer desvio do entrevistado”. Quanto à entrevista não diretiva segundo o autor

“permite ao entrevistado desenvolver suas opiniões e informações da maneira que ele

estimar conveniente. O entrevistador desempenha apenas funções de orientação e

estimulação”. A entrevista informal segundo Gil (1999 p.119) “é recomendada nos estudos

exploratórios, que visam a abordar realidades pouco conhecidas. Esse tipo de entrevista é o

menos estruturado possível e só se distingue da simples conversação porque seu objetivo é

a coleta de dados”. Ocorre na entrevista focalizada segundo o autor um enfoque bem

específico, que em caso do entrevistado desviar-se do tema o entrevistador esforça-se para

sua retomada ao tema original. A entrevista estruturada para o autor desenvolve-se a partir

de uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariável para todos

os entrevistados. Na entrevista por pautas há certo grau de estruturação que segundo o autor

já que se guia por uma relação de pontos de interesse as pautas devem ser ordenadas e

guardar certa relação entre si. As entrevistas tradicionalmente eram realizadas face a face,

mas com o passar dos anos, passaram na sua grande maioria a ser realizadas via telefone.

A entrevista padronizada ou estruturada para os autores Marconi e Lakatos (1999) é

aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido. As perguntas

feitas ao indivíduo são predeterminadas. As perguntas abertas ocorrem na entrevista

despadronizada ou não estruturada, que segundo os autores essas podem ser respondidas

dentro de uma conversação informal. Essa técnica despadronizada divide-se em três

modalidades, são elas: entrevista focalizada onde há um roteiro de tópicos relativos ao

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problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que

quiser. Com o intuito de estudar os motivos, os sentimentos e a conduta das pessoas existe

a entrevista clínica que pode ser organizada com uma série de perguntas específicas. A

última modalidade é a entrevista não dirigida onde há total liberdade por parte do

entrevistado que poderá expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é

de incentivo. A repetição de perguntas ocorre na entrevista painel que estuda a evolução de

opiniões em períodos curtos utiliza-se dessa técnica.

Essas entrevistas foram realizadas em local, data e horário definidos entre o

entrevistador e o entrevistado, no mês de junho de 2007, de acordo com a disponibilidade

de ambos, e através de perguntas baseadas em um roteiro pré-determinado. Ocorrendo da

seguinte maneira: em sala reservada do shopping, geralmente no horário do lanche, ou

depois do horário normal de trabalho, pois a entrevista levava em média 40 min para ser

realizada, o entrevistador reunia-se com um entrevistado de cada vez, sempre em horários

distintos, ou em caso de dois entrevistados apresentarem disponibilidade em um único

horário, marcaram-se as entrevistas em dias diferentes, a fim de evitar a troca de

comentários entre os mesmos. Segundo Lakatos e Marconi (1991 p.197) “o motivo da

padronização é obter dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas permitindo que

todas sejam comparadas com o mesmo conjunto, e que as diferenças devam refletir

diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas”. Para o desenvolvimento

desta pesquisa foi utilizada a entrevista padronizada, face a face, devido à aceitação por

parte dos entrevistados. Outro motivo para uso além é o entrevistador seguir um roteiro

previamente estabelecido e as perguntas feitas ao indivíduo serem predeterminadas.

Também porque foram entrevistados um a um, devido ao fato de haver liberdade e simpatia

por ambas as partes. No anexo 9.2.1, constam as perguntas que serviram de base como

orientadoras para a realização das entrevistas. As entrevistas foram compostas pelos

seguintes temas:

• motivo de ingresso na empresa; • treinamento; • acompanhamento e motivação no treinamento; • motivação e benefícios; • clima organizacional; • atitudes realizadas com o intuito de evitar a desmotivação.

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A separação em temas foi necessário para realizar uma análise de acordo com o

objetivo da pesquisa.

4 RESULTADOS DO ESTUDO

Nesse item são apresentados os temas que foram perguntados nas entrevistas

realizadas com doze ex-funcionários da empresa Femina Comércio e Representação Ltda.,

assim como os resultados obtidos com essas entrevistas. Para que fosse realizada uma

análise para alcançar o objetivo proposto, a entrevista contemplou temas que compõem os

objetivos de trabalho, a fim de identificar os fatos narrados pelos entrevistados e realizar

uma análise justa, de acordo com os objetivos específicos apresentados em seguida:

a) Conhecer os aspectos pessoais e profissionais relacionados ao desligamento dos

funcionários;

b) Fazer levantamento da rotatividade de pessoal no último ano;

c) Verificar as causas da rotatividade de pessoal;

d) Verificar as conseqüências da rotatividade para a empresa.

Essas questões apresentadas levam em consideração a necessidade da empresa em

conhecer os reais motivos dos desligamentos, pois como o investimento em treinamento é

bastante dispendioso, muitas vezes pessoas que estão participando do treinamento sem

muito interesse podem estar tirando a vaga de uma pessoa interessada em aprender

realmente e reverter esse treinamento em vendas e melhorias para a empresa. Devido a isso

os aspectos selecionados para análise são os seguintes: motivo de ingresso na empresa;

treinamento; acompanhamento e motivação no treinamento; motivação e benefícios; clima

organizacional e atitudes realizadas com o intuito de evitar a desmotivação.

4.1 Caracterização da empresa

A empresa analisada possui doze filiais de “O Boticário”, sendo seis em Florianópolis,

duas em São José, uma na Palhoça, e três em Joinville. Em se tratando de franquia, as

características básicas de todas as filiais são as mesmas, pois recebem o mesmo treinamento

e o mesmo modelo de avaliação é realizado com todas as consultoras.

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Na franquia, as vendedoras contratadas são chamadas e consideradas como

consultoras, pois prestam consultoria de produtos, a fim de salientar as dúvidas dos

clientes, ou seja, o termo vendedora, jamais é utilizado, internamente, entre os funcionários.

No que diz respeito à supervisão, essa ocorre de maneira que atenda a necessidade de todas

as lojas filiais. A função é exercida por meio de profissional graduada, com habilidade e

disponibilidade para viagens.

A filial analisada especificamente para o desenvolvimento deste estudo acadêmico é a

filial localizada no Beiramar Shopping em Florianópolis. Todos os dados contidos referente

à empresa Femina Comércio e Representações Ltda, assim como, todas as entrevistas,

referentes a ex-funcionários foram baseados e obtidos através desta filial.

4.2 Motivos de ingresso na empresa

Dos entrevistados nove disseram que entraram na empresa Femina Comércio e

Representações Ltda, filial Beiramar Shopping através de currículo, porém três disseram

que já trabalhavam na empresa e apenas foram transferidas de filial.

Em entrevista obtiveram-se diferentes respostas referentes à pergunta: O que levou

você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar

Shopping? Abaixo se encontram algumas:

� “Procurava emprego, pois tinha acabado de chegar na cidade, então fui deixar

currículo no shopping e me falaram que tinha vaga em O Boticário. Deixei um

currículo e fui chamado”.

� “Mudei de cidade, tinha acabado de me formar e sempre quis morar em

Florianópolis, então deixei um currículo na empresa e fui chamada para uma seleção”.

� “Deixei currículo na loja e fui chamada para fazer uma entrevista. Sempre quis

trabalhar na empresa”.

� “Achava a empresa bem legal, me parecia um bom lugar para trabalhar, deixei

currículo, pois sabia que havia vaga”.

� “Deixei um currículo, pois eu me identificava com a marca e como o sistema de

remuneração era comissionado existia a possibilidade de um bom salário”.

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� “Procurava emprego de caixa, deixei um currículo na empresa fui chamado para

fazer um teste. Passei e fui contratado”.

� “Devido à vontade de experimentar novos desafios referindo-me as vendas e a

remuneração comissionada, deixei um currículo”.

Chiavenato (1994) ressalta que o recrutamento trata-se de uma ação convidativa e

aliciadora no sentido de atrair as pessoas e estimulá-las a ingressar na organização. O

recrutamento envolve um processo que varia conforme a empresa, mas muitas empresas

usam as fontes de recrutamento, que são as áreas de mercado de recursos humanos, que

muitos chamam de mercado de mão-de-obra, para serem exploradas pelos mecanismos de

recrutamento.

Na empresa analisada, muitas pessoas atraídas pela própria ambientação da loja

despertam interesse em participar dessa equipe, seguem alguns comentários o tema:

� “Sempre tive vontade de trabalhar com perfumes e maquiagem, isso me

levou a deixar um currículo em “O Boticário”, onde fui chamada e

posteriormente contratada”.

� “Além de ser uma loja que encanta qualquer mulher, tive a necessidade

de procurar um emprego e o horário do shopping me favorecia, portanto

deixei um currículo e fui chamada”.

Segundo Gil (2001) todos os meios de recrutamento apresentam vantagens e

limitações, pois cabe ao selecionador escolher o candidato mais adequado. Muitas vezes

selecionam exclusivamente com base no currículo eliminando candidatos com boa

potencialidade, ou então utilizam a entrevista de maneira imperfeita deixando de obter

informações relevantes. Para que se possa selecionar adequadamente torna-se necessário

definir critérios.

Devido a definição de muitos critérios, e também devido ao fato de muitas vezes

outras filiais da rede apresentarem consultoras com disponibilidade para troca entre filiais,

ocorre a transferência interna ou o recrutamento interno em muitos casos.

� “Eu trabalhava na loja do Ceísa Center como caixa e fui transferida para a

loja do Beiramar porque a caixa anterior tinha sido demitida”.

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� “Já havia trabalhado na empresa na filial do Ceisa Center. Saí por motivos

pessoais. Depois de algum tempo, voltei a conversar com a gerente, pois,

havia uma vaga na loja do Beiramar e ela me chamou”.

� “Estava desempregada, entreguei um currículo e fui chamada para trabalhar

na filial do Ceísa Center, depois de um tempo fui transferida para o

Beiramar. Nesse caso a minha entrada na filial Beiramar foi uma

transferência”.

No caso da empresa pesquisada, o recrutamento ocorre interna e externamente,

como se constata, ou seja, por meio de currículo e por meio de transferências de filiais.

Sobretudo deve-se levar em consideração que o selecionador deve ter conhecimento das

políticas de seleção da empresa, o que ocorre na empresa pesquisada, pois o selecionador

faz parte da equipe de trabalho.

4.3 Treinamento

Entre os entrevistados houve unanimidade quanto ao recebimento do treinamento, ou

seja, os doze entrevistados afirmaram que tiveram treinamento para a função para as quais

foram designados. Um dos entrevistados se refere ao treinamento falando sobre a

dificuldade em aprender sobre os diversos produtos que devem ser estudados, é muita teoria

o que torna o estudo monótono, além disso, o entrevistado se refere à falta de prática no

treinamento, pois para o entrevistado é onde se aprende de verdade.

Outros relatos seguem abaixo:

� “Deveria haver mais treinamentos específicos sobre determinados produtos, a

cada lançamento, por exemplo”.

� “Em minha opinião, um pouco mais de material, acompanhamento e dinâmica

sobre a linha facial de tratamento, porque é muito difícil aprender sobre todos os

produtos para passar com clareza para o cliente”.

� “Seria importante ter alguém do escritório também, pois as informações que

aprendi na loja eram poucas, ou seja, eram as mais básicas apenas. Com o tempo vai

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se aprendendo melhor. O escritório é mais exigente, as cobranças são maiores por

parte deles”.

� “Pra mim foi bom”.

� “Foi legal, não creio que precise mudanças”.

� “Não tem nada que pudesse ser diferente, eu fui bem treinada para a minha função

quando entrei na loja do Ceisa Center”.

� “Poderia ser mais intenso, mais dinâmico também. E principalmente com mais

presença da pessoa encarregada de dar o treinamento, pois na maioria das vezes

estudava sozinha a apostila”.

� “O treinamento é muito teórico, a gente vai com muita dúvida pro salão de

vendas”.

� “Foi ótimo, nada pra mudar”.

� “Nada, aprendi o que precisava para desempenhar a função”.

� “Sei que são diversos os produtos, e que devem ser estudados individualmente, o

que torna o estudo monótono, além disso, é na prática que aprendemos de verdade.

Ou seja, era muita teoria”.

Em relação ao treinamento Gil (2001) com freqüência cada vez maior, as empresas

vêm desenvolvendo programas de formação, treinamento e desenvolvimento de pessoas, a

ponto de muitas empresas decidirem-se pela instalação não apenas de centros de

treinamento e desenvolvimento, mas até mesmo de centros educacionais e universidades

corporativas.

Analisando a empresa notou-se que existe treinamento fornecido no ingresso do

funcionário na empresa. Mas, após esse período, o treinamento não é freqüente. Ocorrem

somente em lançamentos de novos produtos, lançamentos de promoções e premiações para

as melhores consultoras, ou no caso dos caixas quando um novo procedimento é anexado

aos já padronizados. Além disso, esses treinamentos nem sempre apresentam um caráter

motivacional, ou seja, nem sempre fazem com que o funcionário busque uma identificação

cada vez maior com a empresa em que atua.

Segundo Chiavenato (1999) os processos de desenvolver pessoas são os utilizados

para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal incluindo

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treinamento e desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças e desenvolvimento de

carreiras e programas de comunicação e consonância.

Segundo a empresa o fornecimento do treinamento a seus funcionários tem o

objetivo de capacitá-los para um melhor desempenho em suas funções. Entre as respostas

dos entrevistados encontram-se:

� “Não faltou nada no meu treinamento, pois foi o melhor treinamento que já

recebi”.

� “Em minha opinião, um pouco mais de material, acompanhamento e dinâmica

sobre a linha facial de tratamento, porque é muito difícil aprender sobre todos os

produtos para passar com clareza para o cliente”.

Sobre o treinamento encontra-se respostas como estas que deixam evidenciadas as

diferenças existentes entre os treinamentos oferecidos pela empresa já que deveria ser

adequado e realizado de forma que contemple a todos os produtos e atividades que serão

realizadas pelo funcionário que passa por esse período de preparação.

4.4 Acompanhamento e motivação no treinamento

É no treinamento onde a motivação do funcionário começa. Através das entrevistas

pode-se averiguar que alguns recebiam incentivos e outros não, variando o

acompanhamento que tiveram. Aprende-se em Carvalho e Nascimento (2004) que num

empreendimento, o controle consiste em verificar se tudo acontece de conformidade com o

plano traçado, as instruções emitidas e os princípios estabelecidos. Tem por objetivo

apontar as fraquezas e erros para retificá-los e evitar sua ocorrência. Funciona para tudo:

coisas, pessoas e atos.

Nas entrevistas encontram-se relatos sobre o acompanhamento positivos como:

� “...havia a gerente para esclarecer dúvidas e esporadicamente “um teste” onde a

gerente acompanhava a consultora durante um atendimento para ver se estava

seguindo ao “passos da venda” elaborados pela empresa de maneira correta”. E

encontram-se relatos nem tanto positivos do tipo: “muito pouco, pois entrei nas

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vendas bem na época de final de ano quando a meta é bem maior e o movimento

também”.

� “Geralmente não, porque como eu já tinha trabalhado no “O Boticário” de lá aqui

não era diferente”.

� “Sim. Existia o Rav, eu tinha que ter uma pontuação mínima para ficar na

empresa”.

� “A gerente era quem cobrava bastante, mas no geral a própria equipe era quem me

ajudava”.

� “Sim, na época do período de experiência sempre tinha a responsável pela loja

que tirava minhas dúvidas”.

� “Sim. Havia a gerente”.

� “Não. Tinha apenas a gerente que ao invés de ensinar ficava colocando muita

pressão para o atingimento das metas, isso eu notava que era com todas as

funcionárias”.

� “Existia a gerente para salientar as dúvidas e um manual de procedimento do

caixa que era para estudar”.

� “Havia sim. Uma ficha de acompanhamento que se chamava RAV. A gerente te

avaliava e ia anotando os pontos falhos nessa ficha depois te dava um feedback”.

� “Sim. A gerente acompanhava e procurava esclarecer minhas dúvidas”.

Sobre esses relatos notam-se discrepâncias no processo de acompanhamento por um

superior direto, pois segundo Gil (2001) “tratá-se de um processo educacional de curto-

prazo que envolve todas as ações que visam deliberadamente ampliar a capacidade das

pessoas para desempenhar melhor as atividades relacionadas ao cargo que ocupam na

empresa”.

De acordo com os autores citados e a análise das entrevistas notá-se a necessidade

de um melhor desenvolvimento do funcionário e de um acompanhamento padrão para a

empresa.

4.5 Motivação e benefícios

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Como já se enfatizou na fundamentação teórica desta pesquisa, nem sempre a

motivação é derivada de um valor financeiro, ou de um premio, ou de alguma meta a ser

atingida. Sobre a motivação Castro (1996) relata que os fatores extrínsecos não motivam o

indivíduo e que os fatores intrínsecos esses sim motivam. O segredo está no

autoconhecimento, ampliando sempre os sentidos para que se busque a felicidade e a

satisfação realizando “ações” que estão em sintonia com os “motivos” de cada um.

Relato sobre a motivação intrínseca para entrar na empresa:

� “Devido à vontade de experimentar novos desafios referindo-me as vendas e a

remuneração comissionada, deixei um currículo na empresa”.

Relato sobre a motivação intrínseca para permanecer na empresa:

� “Como eu adorava maquiagem, maquiar era o que me motivava nessa época.

Adorava estar atenta a todos os lançamentos e tendências dessa linha”.

Relatos específicos sobre os benefícios como motivadores:

� “A comissão”.

� “... eram bons, pois, tem empresas que não pagam tudo isso”.

� “O salário não motivava muito, mas tinha os benefícios”.

Outros relatos sobre a motivação:

� “Eu queria fazer um trabalho bem feito, mas o que mais me motivava era gostar

de trabalhar na empresa, vender os produtos e a remuneração que era comissão”.

� “No meu caso, não tinha motivação. Tinha muita pressão. A gerente salientava o

tempo todo que a qualquer momento eu poderia ser demitida se não atingisse a meta”.

� “Eu gostava de trabalhar na loja e, além disso, queria ir para as vendas”.

� “Trabalhava com prazer e satisfação, pois é uma loja que naturalmente encanta as

pessoas, e eu também trabalhava encantada”.

� “A possibilidade de me tornar vendedor que ganhava mais. Quando entrei no

Beiramar ainda ia inaugurar o Shopping Iguatemi, e eu queria trabalhar lá como

vendedor”.

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Segundo Stonner e Freeman (1992) a Teoria X, através dos incentivos controlados

pela organização faz do homem um agente passivo que precisa ser administrado, motivado

e controlado pela organização. As vezes a motivação intrínseca é suficiente para manter o

funcionário feliz se este não estiver passando por momentos infortúnios, ou afins. Em

outros casos, os funcionários buscam motivações em seu próprio trabalho tendo como

recompensas os frutos dele. Para Chiavenato (1994) as empresas se esforçam em

desenvolver sistemas de remuneração no sentido de recompensar adequadamente o seu

pessoal.

4.6 Clima Organizacional

O clima organizacional segundo Chiavenato (1999) está intimamente relacionado

com o grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada motivação entre os

membros, o clima motivacional se eleva e se traduzem em relações de satisfação, de

animação, interesse, colaboração, etc. Todavia quando há baixa motivação entre os

membros, seja por frustração ou barreiras à satisfação das necessidades, o clima

organizacional tende a abaixar-se, caracterizando-se por estados de depressão, desinteresse,

apatia, insatisfação, etc., podendo, em casos extremos, chegar a estados de agressividade,

tumulto, inconformidade, etc., típicos de situações em que os membros se defrontam

abertamente com a organização.

Em alguns relatos dos entrevistados quanto ao clima organizacional, nota-se que

não havia muitos problemas entre os funcionários, os maiores problemas eram com metas e

outros motivos:

� ...“Era bom, acabamos ficando amigas”.

� ...“O clima era bom entre muitas colegas, o que me estressava eram as injustiças”.

� ... “Achava bom. As meninas eram bem gente boa”.

� ... “Pra mim era bom, me dava bem com as meninas”.

� ...”Era bom”.

� ... “Era muito bom, eu me dava muito bem com as meninas”.

� ... “Era bom, me sentia bem trabalhando lá”.

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� ...”Era bom. Era tudo bem organizado, a equipe se dava bem”.

� ... “... satisfatório. Pra mim estava tudo ok”.

Nota-se nas entrevistas dos ex-funcionários da empresa analisada, altos índices de

insatisfação com atitudes desmotivadoras por parte da gerência:

� ...“Com a equipe era legal. O problema era a cobrança da gerente”.

� ...”Havia muita cobrança da parte da gerência, mas de um modo que não te

deixava à vontade para cumprir seus deveres”.

� ...”Por parte de alguns funcionários o ambiente era bom. Mas aconteciam muita

trapaça e desentendimentos devido às vendas e metas”.

� ... “O clima era bom entre muitas colegas, o que me estressava eram as injustiças”.

� ... “Com a equipe era legal. O problema era a cobrança da gerente”.

Todavia por parte do clima analisado por meio das entrevistas o relacionamento

entre os funcionários era satisfatório.

4.7 Atitudes realizadas com o intuito de evitar a desmotivação

Os vários incentivos em forma de premiação, gratificação ou afins podem ser

utilizados com o intuito da motivação extrínseca. Para Chiavenato (1999), o

comportamento é causado, ou seja, existe uma causalidade do comportamento. Tanto a

hereditariedade como o meio ambiente influem decisivamente no comportamento das

pessoas. O comportamento é causado por estímulos internos ou externos e o primeiro passo

para se conhecer a motivação humana é o conhecimento do que ocorre no comportamento

das pessoas.

Entre alguns relatos dos ex-funcionários da empresa encontra-se este que afirma que

sua vontade de trabalhar vinha da própria vontade de ver os frutos desse trabalho, pois

acabou se identificando com a função. Outro relato afirma que trabalhava com prazer e

satisfação, pois a loja naturalmente encantava as pessoas, e ela também trabalhava

encantada.

Outros relatos:

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� “Fazia gincanas para nos incentivar a atingir as metas”

� “Algumas gincanas com prêmios para as melhores vendedoras”.

� “Inventava algumas gincanas e dava premiaçõezinhas para quem vendia melhor”.

� “Fazia várias gincanas e dava prêmios para quem atingia as metas ou obtinha

crescimento. Além disso, fazia reuniões para debate”.

Além desses relatos motivadores existem os que afirmam o contrário, como o

seguinte:

� “Para as meninas que vendiam, a gerente inventava umas gincanas, quem vendia

mais ou atingia um valor estipulado ganhava premio, no meu caso como caixa, não

havia nada além do padrão”.

� “Apenas conversava. Também tinha as premiações, mas como eu era temporária,

muitas vezes não tinha direito as mesmas premiações”.

� ...“No meu caso, não tinha motivação. Tinha muita pressão. A gerente salientava o

tempo todo que a qualquer momento eu poderia ser demitida se não atingisse a meta”.

� “Geralmente fazia gincanas, reuniões e premiações para quem vendia bem”.

� “Além da pressão e da cobrança, fazia uma reunião de vez em quando, mas fora

isso, no período que trabalhei não notei mais nada”.

� “No meu caso, não havia muita motivação, pois o salário era sempre o mesmo e,

como eu era caixa, o caixa nunca participava das premiações”.

� “Falava que ia demitir se você não trabalhasse bem como ela queria”.

É com o intuito de elucidar esses relatos que este estudo é realizado, pois para

Chiavenato (1999) é obvio que as pessoas são diferentes no que tange a motivação e as

necessidades variam de indivíduo para indivíduo e apesar de todas essas diferenças, o

processo que dinamiza o comportamento é mais ou menos semelhante para todas as

pessoas.

De qualquer maneira, o estudo apresenta que eram realizadas gincanas e outras

premiações com o intuito de motivar os funcionários que trabalhavam no setor de vendas a

atingir suas metas, todavia não se obteve a mesma resposta no que se refere aos caixas.

Sobretudo o estudo também revelou que nenhum entrevistado tem vontade de voltar a

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trabalhar na empresa, pois se encontra feliz com seu atual ou emprego, ou apresenta outros

motivos momentâneos ou de ordem pessoal que o impedem de voltar a trabalhar na

empresa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sobre os desligamentos ocorridos na empresa nos últimos doze meses,

especificamente no período analisado de junho de 2006 a maio de 2007, houve doze

demissões, índice considerado alto levando-se em consideração que o quadro de

funcionários é de sete consultoras, dois caixas e a gerente. Procurou-se através das

entrevistas com os ex-funcionários, encontrar justificativas para elucidar a questão dos

afastamentos. Foram encontrados fatos como atestados, falta de cumprimento com metas e

objetivos, mudança de objetivos pessoais, incompatibilidade de horários profissionais,

descontentamento com a remuneração além de descontentamento com a gerência

diretamente relacionados com o desligamento dos funcionários.

Foram demitidos doze funcionários e admitidos doze funcionários. O que equivale a

uma rotatividade de pessoal alta, pois, o quadro de funcionários é constituído por nove

pessoas. A rotatividade apresentada no período de junho de 2006 a maio de 2007 equivale à

troca de no mínimo um funcionário por mês.

Dentre os doze funcionários que saíram da empresa, sendo seis foram demitidos

pela empresa, os outro seis funcionários pediram demissão; os fatos que apresentam

motivos da rotatividade de pessoal na empresa no período de junho de 2006 a maio de 2007

foram:

• Não ter atingido as metas estabelecidas (três entrevistados);

• Horário de trabalho não favorável ou compatível com suas rotinas (dois

entrevistados);

• Baixa remuneração (um entrevistado);

• Outro emprego considerado mais viável (dois entrevistados);

• Cobranças gerenciais excessiva (um entrevistado);

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• Apresentação de atestado médico (dois entrevistados);

• Mudança de objetivos pessoais (um entrevistado)

Como conseqüência para a empresa, a rotatividade causa transtorno e despesas, pois

quando as demissões ocorrem são realizados novos recrutamentos através de currículos

deixados nas lojas. Esses currículos são analisados pela gerente e geralmente pela

supervisora, e após prévia seleção são chamadas algumas candidatas – geralmente

candidatas, pois só há vaga para candidatos na função de caixa – para uma entrevista

coletiva. Nessa entrevista coletiva, ocorrem simulações de atendimento. Esses atendimentos

demonstram a maneira de cada uma tentar realizar a venda, de se portar, de se expressar, e

principalmente da criatividade. Após essa etapa, as candidatas são dispensadas e partem

para uma entrevista individual somente as que forem consideradas próximas ao perfil

desejado para a função, ficando a critério das multiplicadoras o retorno definitivo para o

treinamento. Somente inicia-se o treinamento com as candidatas consideradas no perfil

adequado para a função.

Todos os funcionários ficam em torno de 7 a 14 dias em treinamento antes do início

suas atividades na empresa, mesmo que ainda eles não estejam trabalhando esse período é

remunerado com base no piso salarial da categoria. Ao término do treinamento, as

consultoras respondem a um teste de múltipla escolha na internet, site do “O Boticário”,

com acesso exclusivo para franqueados e funcionários cadastrados. Nesse teste constam

entre dez a dezesseis perguntas e respostas. Essas perguntas apresentam opções de quatro

respostas sendo três falsas e uma verdadeira, a qual deve ser assinalada para ganho de ponto

na questão. A consultora tem três chances para passar, pois a nota mínima aceita no teste é

sete. Somente após a obtenção dessa nota ela entra no salão de vendas para começar a

atender ao público.

Baseado nas entrevistas foi encontrado falhas no que diz respeito a esse sistema de

treinamento que é considerado padrão pela franquia, pois não foi oferecido igualmente a

todos os funcionários consultados. Alguns afirmaram que no treinamento, faltavam

materiais adequados, que tinham que estudar sozinhos o material apenas teórico que lhes

era fornecido, e que muitas vezes esse material não estava completo. Além disso, sobre o

teste realizado pela internet, teve funcionários que fizeram apenas depois de já estarem

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trabalhem no salão de vendas, e alguns até mesmo que só fizeram depois de passar o

período da experiência.

A rotatividade provoca na loja a falta de funcionários para a melhor divisão dos

setores e tarefas como: reposição de produtos, conferência de mercadoria quando chega de

fábrica, conferência de mercadoria por ordem de validade para expor a venda, organização

de loja, organização de estoque e troca de vitrine. Além disso, quando o quadro de horários

de encontra defasado é refeita a escala de horários. Geralmente com quadro de funcionários

completo, todos fazem a mesma carga horária diária: seis horas. Quando existe essa falta no

quadro, nos dias de maior movimento como sexta-feira e sábado, a escala geralmente passa

para oito horas diárias, não alterando o horário de trabalho nos demais dias da semana.

Para a empresa, os transtornos são maiores devido aos valores rescisórios do

período e aos transtornos de passar por mais períodos de funcionários em experiência que

ainda não se tem certeza, se dará certo ou não essa nova contratação. Desperdiça-se

dinheiro, tempo de treinamento e com recrutamento de novos funcionários, exigindo

aumento nas atividades exercidas pelos funcionários atuantes.

Como sugestão, indica-se pesquisar e trabalhar na elaboração e execução de um

sistema de treinamento e motivação que seja permanente, ou que possua um quadro de

treinadores permanentes. O sistema de treinamento e motivação auxiliaria para elevar o

aperfeiçoamento dos funcionários, para fazer com que os funcionários se conheçam melhor

e que conheçam com clareza as diretrizes e objetivos da empresa, no intuito de que ambas

as partes se comprometam mais, tornando funcionários e empresa uma parceria.

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APENDICES A - Gráfico de análise de dados

Func1 Func2 Func3 Func4 Func5 Func6 Func7 Func8 Func9 Func10 Fun11 Func12

Entrou na empresa através de

currículo x x x x x x x x x

Recebeu treinamento x x x x x x x x x x x x

Não considerou o treinamento

satisfatório x x x

Acha que faltou material

atualizado no treinamento x x x x x

Teve acompanhamento

No período de experiência x x x x x x x x x

Além da motivação financeira,

existia alguma outra. x x x x x

Havia atitudes por parte da

gerencia que te desmotivavam x x x x x x

Os benefícios influenciaram sua

permanência na empresa x x x

Foram suficientes para mantê-lo x x x

Saiu por não atingir a meta

estabelecida x x x x

Saiu devido ao

horário de trabalho x x

Você foi demitido? x x x x x x Na maioria das vezes havia

colaboração e trabalho em equipe x x x x x x x x x x

O clima organizacional era

satisfatório x x x x x x x x

O material do treinamento foi

suficiente para a aprendizagem x x x x x x x x x x

Seu superior fez algo para

Evitar sua desmotivação x x x x x

Contra a desmotivação da equipe

algo foi feito por seu superior x x x x x x x x x

Gostaria de voltar a trabalhar na

empresa Femina

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B - Transcrição das entrevistas

Em primeiro momento encontram-se as perguntas dirigidas aos doze entrevistados

para a realização deste estudo acadêmico, e a seguir as entrevistas com as respostas que

foram utilizadas para a elaboração do gráfico de análise.

C - Questionário de entrevista

1) O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda

filial Beiramar Shopping?

2) Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

3) Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

4) Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

5) O que poderia ser diferente no treinamento? Por que?

6) No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

7) O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

8) O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação

tornando-se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

9) Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

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10) Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

11) Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na

organização de sua parte?

12) E por parte da organização?

13) O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

14) Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

15) Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

16) Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

17) Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

18) O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados à ele?

19) (Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado

e após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na

empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

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D - 1º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Além de ser uma loja que encanta qualquer mulher, tive a necessidade de procurar um

emprego e o horário do shopping me favorecia, portanto deixei um currículo e fui chamada.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Não.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Faltou material e o que havia estava desatualizado e com algumas folhas soltas.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por que?

Sei que são diversos os produtos, e que devem ser estudados individualmente, o que torna o

estudo monótono, além disso, é na prática que aprendemos de verdade. Ou seja, era muita

teoria.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Havia a gerente para esclarecer dúvidas e esporadicamente “um teste” onde a gerente

acompanhava a consultora durante um atendimento para ver se estava seguindo ao “passos

da venda” elaborados pela empresa de maneira correta.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

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A minha vontade de trabalhar e ver os frutos desse trabalho, pois acabei me identificando

com a função.

08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

As falhas da gerente eram o que mais me desmotivava na empresa.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Comissão, UNIMED, vale-refeição e vale-transporte.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não. Tanto que hoje trabalho em outra empresa pelo prazer do trabalho que sempre deve

estar em primeiro lugar e não apenas por meros benefícios.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

De repente, mais compreensão seria o suficiente.

12)E por parte da organização?

Não adoecer.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Fiquei doente e tive que faltar ao trabalho algumas vezes. Devido a isso fui demitida.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Na maioria das vezes sim.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Havia muita cobrança da parte da gerência, mas de um modo que não te deixava à vontade

para cumprir seus deveres.

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16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Não. Era desatualizado e incompleto.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Apenas nos chamava para conversar o que nem sempre motivava.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Algumas gincanas com prêmios para as melhores vendedoras.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Depois dessa experiência a minha opinião é que nada na empresa é um conto de fadas como

é passado e que somos apenas um número, um código o qual nos é dado no momento em

que somos contratadas. Não tenho interesse em voltar a trabalhar na empresa.

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E - 2º Funcionário entrevistado

01) O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Procurava emprego, pois tinha acabado de chegar na cidade, então fui deixar currículo no

shopping e me falaram que tinha vaga no “O Boticário”. Deixei um currículo e fui

chamado.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Não houve muita necessidade de treinamento.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Eu já havia trabalhado no “O Boticário” do Rio Grande do Sul, o meu treinamento foi lá.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Quando fiz lá, foi tudo bem.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por quê?

Nada, aprendi o que precisava para desempenhar a função.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Geralmente não, porque como eu já tinha trabalhado no “O Boticário” de lá aqui não era

diferente.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

A possibilidade de me tornar vendedor que ganhava mais. Quando entrei no Beiramar ainda

ia inaugurar o Shopping Iguatemi, e eu queria trabalhar lá como vendedor.

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08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

O salário não motivava muito, mas tinha os benefícios.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Unimed, vale-refeição, vale-transporte.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Na verdade não, senão ainda trabalharia na empresa.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Quem sabe ter me esforçado mais para que todos entendessem que eu queria passar para as

vendas.

12)E por parte da organização?

Ter mais incentivos para a função de caixa e quem sabe ter sido transferido para trabalhar

como vendedor no Iguatemi, pois, tinha pedido essa transferência para ter comissão sobre

as vendas.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Saí para trabalhar em um studio de tatuagem com um amigo. Ambos fazemos tatuagens, o

dinheiro é melhor nessa função.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Comigo sim havia bastante colaboração. Eu também procurava colaborar com minhas

colegas.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Achava bom. As meninas eram bem “gente boa”.

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16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Creio que sim, afinal o manual do caixa é bem extenso. É só estudá-lo.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Quando pedi para trabalhar como vendedor no Iguatemi, ela disse que ia ver se havia

possibilidade, como não obtive resposta positiva, resolvi sair.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Para as meninas que vendiam, a gerente inventava umas gincanas, quem vendia mais ou

atingia um valor estipulado ganhava premio, no meu caso como caixa, não havia nada além

do padrão.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Atualmente não tenho interesse em voltar, estou bem no stúdio e faço o que gosto.

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F - 3º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Já havia trabalhado na empresa na filial do Ceisa Center. Saí por motivos pessoais. Depois

de algum tempo, voltei a conversar com a gerente, pois, havia uma vaga na loja do

Beiramar e ela me chamou.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Quando voltei não, pois já havia feito treinamento na primeira vez em que fui contratada.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Na época foi muito bom.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Nada.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por que?

Foi ótimo, nada pra mudar.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Sim. Existia o Rav, eu tinha que ter uma pontuação mínima para ficar na empresa.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

A comissão.

08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

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Geralmente a cobrança da cota.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Unimed, vale-alimentação, vale-transporte e comissão.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Sim. Eram bons, pois, tem empresas que não pagam tudo isso.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Ter batido as cotas.

12)E por parte da organização?

A organização fez a sua parte.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Deixei de bater as metas vários meses, então fui demitida.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Sim havia.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Pra mim era bom, me dava bem com as meninas.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Sim era o suficiente.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Eu não atingi várias cotas e ela me avisou que precisava batê-las para permanecer.

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18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados à ele?

Fazia gincanas para nos incentivar a atingir as metas

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Adorava trabalhar na empresa, mas como não bati as metas fui demitida. Acho que hoje

não seria nada diferente, teria que bater igual para permanecer.

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G - 4º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Mudei de cidade, tinha acabado de me formar e sempre quis morar em Florianópolis.

Deixei um currículo na empresa e fui chamada para uma seleção.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim, houve.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Sim. Foi.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Sim. Faltaram mais atividades práticas é muita teoria.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por quê?

O treinamento é muito teórico, a gente vai com muita dúvida pro salão de vendas.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

A gerente era quem cobrava bastante, mas no geral a própria equipe era quem me ajudava.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

A comissão.

08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

As cobranças.

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09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Vale-refeição, Unimed, comissão, vale-transporte.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não. Procurei alguma coisa na minha área, pois já sou formada em administração e as

vendas às vezes estão boas, mas, não é sempre.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Ter vendido mais.

12)E por parte da organização?

Mais valorização pelo meu esforço.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Não estava vendendo muito bem, e a cobrança me chateava muito, então achei outro

emprego e saí.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Geralmente sim.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Era bom.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

O material era bom.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Pediu para que eu me esforçasse para vender melhor.

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18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Inventava algumas gincanas e dava premiaçõezinhas para quem vendia melhor.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Fiz grandes amigas na empresa, foi bom o período que passei com as meninas, mas não

tenho interesse em voltar a trabalhar lá.

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H - 5º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Deixei currículo na loja e fui chamada para fazer uma entrevista. Sempre quis trabalhar na

empresa.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Mais ou menos.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Acho que poderia ter mais tempo para estudar os produtos e para tirar dúvidas sobre eles.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por que?

Poderia ser mais intenso, mais dinâmico também. E principalmente com mais presença da

pessoa encarregada de dar o treinamento, pois na maioria das vezes estudava sozinha a

apostila.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Muito pouco, pois entrei nas vendas bem na época de final de ano quando a meta é bem

maior e o movimento também.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Não cheguei a ser contratada, pois, não consegui atingir as metas financeiras.

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08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Desmotivava o fato de que havia muitas que faziam tudo certo, mas se não atingiam a cota

não eram boas, e outras que não faziam nada, mas vendendo estava tudo bem para a

gerente.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Comissão, vale-refeição, vale-transporte e desconto nos produtos.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Sim. Pena que não tive oportunidade de ser contratada.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Acho que muitas meninas se esforçaram como eu para tentar fazer um bom trabalho.

12)E por parte da organização?

Acho que poderia, no meu caso, ter havido menos contratações no período do Natal, assim

quem sabe, poderia ter batido a meta.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Não consegui bater a meta por isso fui demitida. Mesmo tendo sido comunicada pela

gerente que seria efetiva do horário da tarde.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

De alguns funcionários não. Mas isso não parecia um problema. O importante era vender

bem. O que interessava para a empresa eram os números.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

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Por parte de alguns funcionários o ambiente era bom. Mas aconteciam muita trapaça e

desentendimentos devido às vendas e metas.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Sim. Tinha muita leitura, mas acho que poderia ter tido mais conversação e prática.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Algumas vezes conversava, mas no geral era muita pressão na área das vendas. Quem

vendia mais era mais bem recompensado. Muito difícil também por ter meninas mais

antigas com clientes fiéis, e nesse caso eram procuradas diretamente pela cliente.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Apenas conversava. Também tinha as premiações, mas como eu era temporária, muitas

vezes não tinha direito as mesmas premiações.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Bem, no momento não tenho interesse em voltar a trabalhar no “O Boticário” filial

Beiramar Shopping, pois estou feliz no meu atual emprego.

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I - 6º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Estava desempregada, entreguei um currículo e fui chamada para trabalhar na filial do

Ceísa Center, depois de um tempo fui transferida para o Beiramar. Nesse caso a minha

entrada na filial Beiramar foi uma transferência.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Sim. Acho que foi bom.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Não. Nada, foi muito bom.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por que?

Não tem nada que pudesse ser diferente, eu fui bem treinada para a minha função quando

entrei na loja do Ceísa Center.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Sim. Existia o RAV, que era feito pela gerente.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Trabalhava com prazer e satisfação, pois é uma loja que naturalmente encanta as pessoas, e

eu também trabalhava encantada.

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08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

A comparação entre funcionárias sobre as vendas, feita pela gerente, e a desvalorização de

funcionárias com experiência sobre as meninas novas na empresa – funcionárias recentes.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Ticket-refeição, vale-transporte, Unimed, comissão.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não. Faltou mais compreensão porque depois de certo tempo em que eu já estava

trabalhando na filial Beiramar, eu precisava trabalhar no período da manhã para poder

pegar minha filha no colégio, pois não havia com quem deixá-la, e a gerente disse que não

estava disponível este horário.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Ter batido as cotas com crescimento.

12)E por parte da organização?

Ter cedido o horário que seria melhor para mim.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Fui demitida, estava desmotivada, pedi várias vezes para trocar o horário e deram

preferência para uma funcionária nova que ainda estava na experiência.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Havia entre alguns. Mas não com todos. Sempre tem aqueles que só fazem a sua parte,

quando fazem.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

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O clima era bom entre muitas colegas, o que me estressava eram as injustiças.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Sim. Quando fiz o treinamento o material está ok.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Nada importante que eu me lembre. Apenas conversava às vezes sobre o assunto comigo.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados à ele?

Algumas premiações sempre ligadas ao atingimento das metas financeiras.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz a última pergunta) O que mudou na sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Atualmente não tenho interesse em voltar a trabalhar na empresa, estou muito bem e

satisfeita no meu atual emprego.

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J - 7º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Eu trabalhava na loja do Ceísa Center como caixa e fui transferida para a loja do Beiramar

porque a caixa anterior tinha sido demitida.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Sim, foi.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Acho que foi bom, não faltou nada.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por que?

Foi legal, não creio que precise mudanças.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Sim, na época do período de experiência sempre tinha a responsável pela loja que tirava

minhas dúvidas.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Eu gostava de trabalhar na loja e, além disso, queria ir para as vendas.

08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

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Desmotivei-me quando a gerente disse que eu não poderia passar para as vendas porque eu

não tinha perfil.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

No caixa havia o quebra de caixa. Também ganhava ticket-refeição, UNIMED e vale-

transporte.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não, porque eu queria vender para ganhar mais e não me deram essa oportunidade.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Poderia ter demonstrado mais que tinha capacidade de vender.

12)E por parte da organização?

Poderia ter me dado à oportunidade de passar para as vendas.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Achei outro emprego que ganhava mais.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Sim, as meninas sempre colaboravam.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Era muito bom, eu me dava muito bem com as meninas.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Pra mim, foi bom. Considero suficiente.

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17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Disse apenas que eu não tinha perfil e encantamento para as vendas e que não poderia me

mudar de função.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Pras meninas tinha as gincanas. Eu como era caixa não participava delas, participava

apenas das reuniões como o outro caixa.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Atualmente não. Pois entrei na empresa esperando a possibilidade de mudar de função.

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K - 8º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Achava a empresa bem legal, me parecia um bom lugar para trabalhar, deixei currículo pois

sabia que havia vaga.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim. Houve.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Foi.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Nada.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por que?

Pra mim foi bom.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Sim. Havia a gerente.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

A comissão.

08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

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Havia a cobrança da meta que era bastante grande, pois havia muita comparação por parte

da gerente com as meninas que vendiam mais.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Unimed, ticket-refeição, vale-transporte e a comissão.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não. Estava ficando difícil conciliar o horário da faculdade com o trabalho.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Acho que fiz o que estava ao eu alcance.

12)E por parte da organização?

Nada.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

O horário da faculdade, que não batia mais com o do trabalho.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Sim havia.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Era bom, acabamos ficando amigas.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Sim.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

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Fazia reuniões e chamava para conversar.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados à ele?

Geralmente fazia gincanas, reuniões e premiações para quem vendia bem.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Saí da empresa porque não consegui conciliar o horário. Continuo estudando e da mesma

maneira, não há como conciliar o horário do Shopping com minha atual grade da faculdade.

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L - 9º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Deixei um currículo, pois eu me identificava com a marca e como o sistema de

remuneração era comissionado existia a possibilidade de um bom salário.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Sim, foi bom.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Não creio que tenha faltado alguma coisa, pra mim foi ótimo.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por quê?

Nada. Foi o melhor treinamento que já recebi.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Não. Tinha apenas a gerente que ao invés de ensinar ficava colocando muita pressão para o

atingimento das metas, isso eu notava que era com todas as funcionárias.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

No meu caso, não tinha motivação. Tinha muita pressão. A gerente salientava o tempo todo

que a qualquer momento eu poderia ser demitida se não atingisse a meta.

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08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Havia muitas críticas. Cada pessoa tem um jeito de se comportar, nem todo mundo tem

que ser igual, pelo contrário. As pessoas são diferentes.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Durante o período de experiência o salário era muito ruim. E para ganhar a gratificação

tinha que atingir a meta, que pra quem está na experiência como no meu caso era difícil,

mas tinha o ticket-refeição que nesse momento era o que me motivava.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não, pois ficar em um lugar onde a pressão é tão grande, acaba por deixar os funcionários

doentes.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Eu tinha que ter mais experiência e, além disso, deveria saber lidar melhor com as

grosserias da gerente.

12)E por parte da organização?

Poderia ter sido uma outra gerente, assim eu teria a oportunidade de aprender e de não ser

apenas cobrada.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

A empresa alegou “más vendas”. Mas eu acredito que aconteceu pelo meu atestado de 10

dias. A pressão foi tão grande que desenvolvi vários sintomas ligados ao stress.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Sim. Comigo estava tudo ok, as meninas eram legais.

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15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Com a equipe era legal. O problema era a cobrança da gerente.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

O material estava ok, quando fiz o treinamento.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Nenhuma. A cobrança continuava a mesma.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Além da pressão e da cobrança, fazia uma reunião de vez em quando, mas fora isso, no

período que trabalhei não notei mais nada.

19) (Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Quero trabalhar em um lugar onde a saúde e o respeito pelos funcionários esteja em

primeiro lugar, principalmente por parte da gerente. No momento não tenho nenhum

interesse em voltar a trabalhar na empresa.

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M -10º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Procurava emprego de caixa, deixei um currículo na empresa fui chamado para fazer um

teste. Passei e fui contratado.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

O treinamento ocorreu na loja. Fiquei alguns dias auxiliando no caixa, e dessa maneira a

gerente ia me ensinando e explicando os procedimentos.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Acho que poderia ter sido melhor.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Sim. Faltou um acompanhamento de alguém responsável do escritório central da empresa.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por quê?

Seria importante ter alguém do escritório também, pois as informações que aprendi na loja

eram poucas, ou seja, eram as mais básicas apenas. Com o tempo vai se aprendendo

melhor. O escritório é mais exigente, as cobranças são maiores por parte deles.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Existia a gerente para salientar as dúvidas e um manual de procedimento do caixa que era

para estudar.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

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Nada específico. Trabalhava porque precisava do dinheiro, além disso, como o salário era

pouco fazia alguns “bicos” como garçom para me manter.

08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

No salário não havia premiações, nem gratificações como acontecia com as consultoras. O

caixa não participava de nada, pois todas as premiações dependiam das vendas.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Unimed, vale-refeição, vale-transporte e quebra de caixa.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não. Pois no geral o trabalho de caixa ganha quebra de caixa de qualquer maneira, e, além

disso, tem empresas onde esse quebra de caixa era maior.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Talvez, mais colaboração para auxiliar a manter a loja sempre em ordem.

12)E por parte da organização?

Que os caixas participassem mais das premiações. Pois, por mais que o caixa não venda,

mas ele é responsável pela finalização da venda.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Eu estava trabalhando em dois lugares ao mesmo tempo, e isso estava comprometendo o

meu desempenho na empresa, estava quase sempre cansado. A empresa me pediu para

repensar sobre os dois empregos, devido ao meu desempenho que havia caído, como não

saí do outro emprego fui demitido.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

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Sim a maioria sempre colaborava.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Era bom, me sentia bem trabalhando lá.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Para o caixa sim, pois, a maioria das informações estava no manual, era só aprender e

seguir os passos.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Pediu para que eu saísse do outro emprego.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados à ele?

No meu caso, não havia muita motivação, pois o salário era sempre o mesmo e como eu era

caixa, o caixa nunca participava das premiações.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

No momento estou bem no meu atual emprego, gosto do que faço, gosto do ambiente, acho

importante trabalhar e estar feliz no local de trabalho.

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N - 11º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Sempre tive vontade de trabalhar com perfumes e maquiagem, isso me levou a deixar um

currículo em “O Boticário”, onde fui chamada e posteriormente contratada.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim houve.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Foi. Fiquei em treinamento uma semana antes de entrar para trabalhar na loja.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Faltou um pouco mais de treinamento sobre a linha facial.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por quê?

Em minha opinião, um pouco mais de material, acompanhamento e dinâmica sobre a linha

facial de tratamento, porque é muito difícil aprender sobre todos os produtos para passar

com clareza para o cliente.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Havia sim. Uma ficha de acompanhamento que se chamava RAV. A gerente te avaliava e

ia anotando os pontos falhos nessa ficha depois te dava um feedback.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Como eu adorava maquiagem, maquiar era o que me motivava nessa época. Adorava estar

atenta a todos os lançamentos e tendências dessa linha.

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08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Era a gerente, que era muito nervosa e complicada. Ela me desmotivava.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Vale-refeição, UNIMED, vale-transporte.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Não, pois outras empresas também oferecem os mesmos benefícios.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

A empresa poderia ter me valorizado mais, já que eu maquiava muito bem. E isso era

importante para a realização de cursos de maquiagem.

12)E por parte da organização?

Muitas coisas.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

As cobranças muito rigorosas da gerente me estressaram.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Sim havia bastante.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Era bom. Era tudo bem organizado, a equipe se dava bem.

16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Não. Como já mencionei faltava material da linha de tratamento facial.

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17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Nenhuma que eu me lembre.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Falava que ia demitir se você não trabalhasse bem como ela queria.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Bem, a gerente não está mais lá, agora é outra. Atualmente é a Meg (Margaret Lemos

Tedesco), nesse caso, não teria nenhum problema em trabalhar lá. Apenas estou muito feliz

com meu atual emprego.

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O - 12º Funcionário entrevistado

01)O que levou você a trabalhar na empresa Femina Comércio e Representações Ltda filial

Beiramar Shopping?

Devido à vontade de experimentar novos desafios referindo-me as vendas e a remuneração

comissionada, deixei um currículo.

02)Houve treinamento para a realização da função para qual você foi contratado?

Sim.

03)Em caso de sim, o seu treinamento foi satisfatório?

Sim. Foi muito satisfatório.

04)Você acha que faltou algo no treinamento? O que?

Não. Não faltou nada.

05)O que poderia ser diferente no treinamento? Por quê?

Deveria haver mais treinamentos específicos sobre determinados produtos, a cada

lançamento, por exemplo.

06)No seu período de experiência, havia algum tipo de acompanhamento para esclarecer

dúvidas, salientar informações e até mesmo para reforçar instruções passadas em seu

treinamento?

Sim. A gerente acompanhava e procurava esclarecer minhas dúvidas.

07)O que o motivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-se

funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Eu queria fazer um trabalho bem feito, mas o que mais me motivava era gostar de trabalhar

na empresa, vender os produtos e a remuneração que era comissão.

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08)O que o desmotivava no cumprimento de suas obrigações após a contratação tornando-

se funcionário efetivo da empresa Femina Comércio e Representações Ltda?

Acho que na medida do possível sempre cumpri minhas obrigações, não dava muita

atenção aos problemas da loja.

09)Quanto ao sistema de remuneração, quais os benefícios oferecidos?

Acréscimo de 5% no crescimento de 15% além da cota, vale-refeição, vale-transporte,

UNIMED.

10)Esses benefícios oferecidos foram suficientes para influenciar a sua permanência na

empresa? Explique.

Sim. Eu sempre procurava atingir as metas para receber a bonificação.

11)Em sua opinião, o que poderia ter sido diferente para a sua permanência na organização

de sua parte?

Eu estou cursando faculdade, e devido a isso o meu tempo se torna escasso. Se eu não

estivesse fazendo faculdade, estaria tudo ok.

12)E por parte da organização?

A exigência de trabalhar nos finais de semana, assim quase não sobra tempo para estudar.

13)O que o levou ao desligamento de suas atividades na empresa?

Outros objetivos pessoais, continuar na empresa poderia interferir na minha carreira

profissional.

14)Quanto ao trabalho em equipe, havia colaboração entre os funcionários?

Sim. Havia muita colaboração.

15)Quanto ao ambiente de trabalho, como você definiria o clima organizacional?

Como satisfatório. Pra mim estava tudo ok.

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16)Quanto ao treinamento, o material é suficiente?

Sim. Apenas proponho mais treinamentos, eles ajudavam bastante. Adorava fazê-los.

17)Qual posição seu superior direto tomou para evitar sua desmotivação enquanto

funcionário?

Fazia reuniões para esclarecer as dúvidas.

18)O que seu superior fazia para motivar os funcionários subordinados a ele?

Fazia várias gincanas e dava prêmios para quem atingia as metas ou obtinha crescimento.

Além disso, fazia reuniões para debate.

19)(Nessa pergunta, resgata-se a resposta da primeira pergunta, lendo para o entrevistado e

após se faz à última pergunta) O que mudou em sua opinião sobre trabalhar na empresa

Femina Comércio e Representações Ltda filial Beiramar Shopping?

Como disse anteriormente, meus objetivos pessoais mudaram. Não tenho mais interesse em

trabalhar na empresa.