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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO HABILITAÇÃO COMÉRCIO EXTERIOR DEISE NOGUEIRA PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES - ABRASEL o José 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO HABILITAÇÃO COMÉRCIO EXTERIOR

DEISE NOGUEIRA

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES

- ABRASEL

São José 2006

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DEISE NOGUEIRA

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES

- ABRASEL

Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação

– apresentado como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Administração da Universidade do

Vale do Itajaí.

Professor Orientador: Karen Lisa Ferreira Knierim

São José 2006

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DEISE NOGUEIRA

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES

- ABRASEL

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua

forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Comércio

Exterior da Universidade do Vale do Itajaí, em 28 de Junho de 2006.

Profa Msc. Luciana Merlim Univali – CE São José

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

Profa Msc. Karen Lisa Ferreira Knierim Univali – CE São José Professor Orientador

Profa Msc. Carolina Masseli Univali – CE São José

Membro

Prof. M. Eng. Márcio Bittencourt Univali – CE São José

Membro

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iii

Dedico este trabalho com amor aos

relacionamentos mais importantes da minha

vida – meus pais, Valdenei e Zislene e aos

meus irmãos, Joaquim e Guilherme.

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iv

Agradeço a Deus, principalmente por ter me dado forças

e muita saúde para seguir em frente, a minha professora

orientadora, Karen Lisa Ferreira Knierim, pela dedicação,

aos professores Márcio Bittencourt e Carolina Masseli

pelo apoio, a UNIVALI e a ABRASEL pela contribuição no

desenvolvimento deste trabalho e concretização deste

sonho.

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v

Quando encontrarmos as soluções para os

grandes desafios, eles serão genialmente

simples e invariavelmente óbvios.

Robert R. Updegraff.

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vi

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi desenvolvido na Associação de Bares e

Restaurantes - ABRASEL, com o objetivo de avaliar a satisfação de seus

associados. No embasamento teórico foram abordados assuntos referentes a

marketing, marketing de serviço, bem como, qualidade, qualidade total, satisfação de

clientes, serviços, tipos de serviços e administração de serviços. Para obtenção dos

dados primários foi elaborado um questionário e aplicado junto aos associados

sendo que o critério utilizado foi a acessibilidade, onde se analisou a opinião dos

associados em relação a consistência, competência, velocidade de atendimento,

atendimento, flexibilidade, credibilidade, acesso, tangíveis e custo. Por meio dos

resultados apresentados pôde-se identificar quais os fatores causadores da

insatisfação e satisfação e apontar sugestões que poderão ser adotadas pela

associação para melhorias.

Palavras - chave: satisfação de clientes, pesquisa de satisfação e qualidade.

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vii

ABSTRACT

This Work of Conclusion of Course was developed in the ABRASEL, with the

objective to evaluate the satisfaction of its associates. In the theoretical basement

they had been boarded referring subjects the marketing, service marketing, as well

as, quality, total quality, satisfaction of customers, services, types of services and

administration of services. For attainment of the primary data a questionnaire was

elaborated and applied together to the associates being the used criterion it was the

accessibility, where if the consistency analyzed the opinion of the associates in

relation, ability, speed of attendance, attendance, flexibility, credibility, access,

tangible and cost. By means of the presented results it can be identified to which

the.causing factors of the insatisfação and satisfaction and be pointed suggestions

that could be adopted by the association for improvements.

Words - key: satisfaction of customers, research of satisfaction and quality.

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Lista de ilustrações

Quadro 01 – Definição de produto segundo os benefícios que poderão proporcionar..........11

Quadro 02 – Classificação de produtos..................................................................................12

Quadro 03 – Componentes de um produto............................................................................13

Quadro 04 – Como as mudanças no ciclo de vida afetam marketing....................................15

Quadro 05 – Objetivos de preço.............................................................................................18

Quadro 06 – Objetivos de preço.............................................................................................19

Quadro 07 – Composto de marketing com suas subdivisões................................................25

Quadro 08 – As três eras da história da qualidade................................................................36

Quadro 09 – Autores e idéias mais importantes da qualidade total.......................................37

Quadro 10 – O ciclo PDCA de Deming..................................................................................39

Quadro 11 – Forças e fraquezas de alguns gurus da qualidade...........................................41

Quadro 12 – As séries ISO.....................................................................................................43

Quadro 13 – Aspectos da qualidade de serviço avaliada pelos clientes................................45

Quadro 14– Classificação dos Serviços.................................................................................55

Quadro 15 – Aspectos da qualidade de serviço avaliada pelos clientes................................66

Gráfico 01 – Expectativa em relação a ABRASEL.................................................................71

Gráfico 02 – Necessidades alcançadas.................................................................................72

Gráfico 03 – Freqüência dos produtos utilizados...................................................................73

Gráfico 04 – Produtos e serviços mais utilizados...................................................................74

Gráfico 05 – Produtos e serviços menos utilizados................................................................75

Gráfico 06 – Satisfação quanto ao Guia Gastronômico.........................................................76

Gráfico 07 – Satisfação quanto ao Informativo.......................................................................77

Gráfico 08 – Satisfação quanto a Revista Sabor....................................................................77

Gráfico 09 – Meios de comunicação mais utilizados..............................................................78

Gráfico 10 – Meios de comunicação mais utilizados para solucionar problemas..................79

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2

Gráfico 11 – Funcionários estão aptos a solucionar problemas.............................................80

Gráfico 12 – Atendimento dos funcionários............................................................................81

Gráfico 13 – Confiança nas informações...............................................................................82

Gráfico 14 – Rapidez na atendimento....................................................................................83

Gráfico 15 – Custo para se manter associado.......................................................................83

Gráfico 16 – Flexibilidade no atendimento.............................................................................84

Gráfico 17 – Satisfação na qualidade dos produtos e serviços..............................................85

Gráfico 18 – Ramo da empresa..............................................................................................86

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3

SUMÁRIO

Resumo.............................................................................................................................................. vii

Abstract ............................................................................................................................................ viii

Lista de ilustrações............................................................................................................................ ix

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................05

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA..........................................................06

1.2 OBJETIVOS..........................................................................................................07

1.2.1 Objetivo Geral......................................................................................07

1.2.2 Objetivos Específicos...........................................................................07

1.3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................07

1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO........................................................08

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................09

2.1 Marketing..............................................................................................................09

2.1.1 Marketing de Serviço...........................................................................26

2.2 Satisfação do cliente.............................................................................................30

2.3 Qualidade Total.....................................................................................................34

2.3.1 Sistemas de Qualidade ISO 9000........................................................42

2.3.2 Qualidade de Serviços.........................................................................44

2.4 Serviços................................................................................................................52

2.4.1 Caracterização de Serviços.................................................................53

2.4.2 Tipos de serviços.................................................................................55

2.4.3 Administração de Serviços..................................................................57

3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO............................................................................................65

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4

4 RESULTADO DA APLICAÇÃO......................................................................................68

4.1 Caracterização da Empresa.................................................................................68

4.2 Serviços oferecidos pela ABRASEL ....................................................................68

4.3 Perfil dos associados............................................................................................70

4.4 Resultados da pesquisa realizada junto aos associados.....................................70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................86

REFERÊNCIAS......................................................................................................................89

APÊNDICE A..........................................................................................................................92

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5

1 INTRODUÇÃO

O setor de serviços é considerado um dos mais importantes setores da

economia atualmente. Ele é um dos maiores geradores de empregos e renda aos

países.As funções dos serviços exercem papel muito importante no desempenho de

outras atividades da economia, interagindo nas diversas áreas para tornar-se um

diferencial competitivo, conseqüentemente, gerando lucros para todos os setores e

fortalecendo a economia mundial.

O setor de serviços, pela natureza de sua atuação, é o que está mais próximo

do consumidor, ou seja, tem uma ligação direta com os mesmos. O consumidor com

tantas opções torna-se cada vez mais exigente e espera que suas expectativas

perante o produto e/ou serviço sejam alcançados.

Na difusão dos novos conceitos de qualidade, o princípio que se destaca é

que todos os processos dentro da empresa devem estar voltados para a satisfação

do cliente, como se costuma dizer: O cliente deve estar em primeiro lugar.

O Cliente satisfeito é o fundamento da existência de nossa Organização. O Cliente, para nós, é uma pessoa ou um conjunto de pessoas perfeitamente individualizados, capazes de decidir se os bens e serviços que produzimos representam, para eles, riqueza efetiva. Ver as organizações com as quais nos relacionamos como genéricos e impessoais clientes, é uma perigosa abstração, pois nos faz perder de vista a pessoa, o ser humano, que avalia e julga a qualidade de nossos produtos que é o resultado de nosso trabalho. (ODEBRECHT, 1987 p. 34).

A Associação Brasileira de Bares, Restaurantes (ABRASEL), uma pessoa

jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 1986, está presente em

17 Estados. Iniciou suas atividades em Santa Catarina em 1995 e conta hoje com

160 associados na Grande – Florianópolis, que com persistência, coragem e união

através de inúmeras ações, buscam organizar e profissionalizar o setor.

A empresa representa o setor da gastronomia e entretenimento, promovendo

projetos de aperfeiçoamento de mão-de-obra especializada, segurança alimentar,

consultoria de marketing e estratégias de venda.

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6

A missão da ABRASEL é criar oportunidades de negócios, buscar a

profissionalização e a ética, defendendo os interesses institucionais e privados de

seus associados.

Então neste caso, o negócio é, e continuará sendo servir e, assim, obter

clientes satisfeitos, garantia da sobrevivência, do crescimento e do desenvolvimento

de uma organização.

Diante desse contexto, pretende-se neste trabalho conhecer o nível de

satisfação dos clientes com relação aos serviços prestados pela ABRASEL, para

que de forma eficaz possa melhorar ou adicionar serviços, manter os atuais e

conquistar novos clientes.

1.1 Descrição da situação problema

A busca pela satisfação de clientes é cada vez maior, verificou-se em

conversas informais com os funcionários da associação que há pouca procura dos

serviços que a ABRASEL oferece e que poucos associados sabem quais os serviços

que a mesma disponibiliza aos seus associados.

Por esta razão, encontra-se a necessidade de avaliar o grau de satisfação dos

associados quanto aos serviços prestados pela Associação, para que de forma

eficaz possa melhorar ou adicionar serviços.

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7

1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é avaliar o nível de satisfação dos clientes em

relação aos serviços oferecidos pela ABRASEL.

1.2.2. Objetivos específicos

Identificar os serviços que a ABRASEL oferece;

Definir critérios para desenvolvimento prestados;

Conhecer o perfil dos clientes;

Conhecer a percepção do cliente quanto ao serviço prestado com

relação aos critérios de consistência, competência, velocidade,

atendimento, flexibilidade, credibilidade, acesso e custo.

1.3 Justificativa

A Associação Brasileira de Bares, Restaurantes (ABRASEL) com seccional em

Florianópolis e foi criada em 1995, possuindo atualmente 160 associados e desde

então nunca foi realizada uma pesquisa de satisfação de clientes. Será de suma

importância descobrir a realidade que se encontra a Associação para que se possa

aperfeiçoar os serviços.

Com esta pesquisa objetiva-se, o aprimoramento de ações visando à satisfação

dos associados e complemento para a melhoria da qualidade de seus serviços para

também atrair novos clientes e fidelizar os associados.

Quanto à viabilidade para a realização do trabalho, a acadêmica terá livre acesso

a coleta de informações junto aos clientes, visto que a mesma faz parte do quadro

de funcionários da empresa.

Para a acadêmica, a realização deste trabalho será de grande importância, pois

irá trazer um alinhamento do conhecimento adquirido no decorrer do curso com a

sua experiência profissional.

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8

1.4 Apresentação geral do trabalho

O primeiro capítulo aborda a introdução, descrição do problema, bem como

objetivos e justificativa do trabalho.

O segundo capítulo apresenta o referencial teórico dos assuntos relacionados ao

tema do estudo, como administração de serviços, marketing de serviço, satisfação

do cliente etc.

O terceiro capítulo apresenta a descrição do método que foi utilizado na

pesquisa.

O quarto capítulo consta os resultados obtidos deste trabalho e o último capítulo

as considerações finais.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, será abordado o referencial teórico sobre os assuntos

relacionados ao tema do trabalho, pode-se salientar alguns itens como: Marketing,

Marketing de Serviço, Satisfação do Cliente, Qualidade Total, Sistemas de

Qualidade ISO 9000, Qualidade de Serviço, Serviços, Tipos de Serviços e

Administração de Serviço.

2.1 Marketing

Para McCarthy (1997), marketing é o conjunto de atividades desempenhadas

por organizações e também um processo social. Em outras palavras, marketing

existe nos níveis micro e macro. A primeira examina os consumidores e as

organizações que os servem. A segunda adota uma visão ampla do sistema

completo de produção-distribuição.

De acordo com Kotler (1999, p.7), “marketing significa administrar mercados

para chegar a trocas, com o propósito de satisfazer as necessidades e desejos do

homem”.

Ainda segundo Kotler (1999, p.155), “Marketing é a ciência e a arte de

conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles. O

principal é manter os clientes atuais e desenvolver cada vez mais o relacionamento

existente”.

Marketing pode ser definido como a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade (LAS CASAS, 1991, p.12).

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10

Segundo a concepção de Las Casas (1991), voltar todas as atividades

mercadológicas para satisfazer os consumidores de determinado mercado é a chave

para o sucesso em qualquer empreendimento.

As atividades de marketing possuem ligação com o mercado através da

comercialização do produto, preço, praça e promoção, que compreende o composto

de marketing ou mix de marketing. Segundo MacCarthy (1997) os quatro Ps

(produto, preço, praça e promoção) ajudam a visualizar o composto de marketing.

Para Las Casas (1991, p.13), “todos os elementos do composto de marketing

estão voltados à satisfação dos desejos e necessidades dos clientes e devem

adaptar-se às influências ambientais como, tecnologia, política, concorrência,

economia e entre outras”.

De acordo com Las Casas (2001), as modificações que ocorrem são

freqüentes e o composto de marketing deve ser flexível para adaptar-se a novas

situações. Por estarem fora do domínio da empresa as variáveis são chamadas de

variáveis incontroláveis.

Ainda segundo o autor, as mudanças ambientais podem ocorrem devido a

uma série de possibilidades. As variáveis mais comuns que afetam as empresas

são:

Ambiente político/ legal;

Ambiente social/ cultural/ demográfico;

Variáveis econômicas;

Concorrência;

Tecnologia;

Outras variáveis.

Todos esses ambientes compõem o macroambiente, que segundo Kotler

(1999), macroambientes são os fatores incontroláveis aos quais as empresas

adaptam-se por meio de utilização dos fatores controláveis: o composto de

marketing.

O administrador de marketing precisa entender a importância de todo o

composto de marketing para poder interagir os quatro Ps com os avanços

tecnológicos e mudanças econômicas. Somente assim, o mix de marketing será um

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fator predominante e diferencial na empresa e conseqüentemente conquistará e

fidelizará novos clientes.

Sendo assim, é necessário entender cada um dos Ps (produto, preço, praça e

promoção) que será descrito a seguir.

A)Produto: Las Casas (2001, p. 167), “é o objeto principal das relações de

troca que podem ser oferecidos num mercado para pessoas físicas ou jurídicas,

visando proporcionar satisfação q quem os adquire ou consome”.

Las Casas (2001) afirma que os produtos somente serão vendáveis se

possuírem benefícios suficientes que possam motivar os consumidores para a

compra. A determinação dos benefícios a ser oferecidos dependerá muito das

ofertas da concorrência e expectativas dos clientes no mercado de atuação da

empresa.

No quadro 01, serão apresentadas algumas definições de produto segundo

os benefícios que poderão proporcionar.

Produto

Básico

Produto

Ampliado

Produto

Esperado

Produto

Diferenciado

É o conjunto de

benéficos, o pacote

de utilidades

proporcionado pela

versão básica do

produto. É o produto

essencial, sem

características e

benefícios

adicionais.

São todos os

benefícios extras

adicionados ao

produto e que fazem

parte de uma

compra. O produto

ampliado é um

esforço do vendedor

em diferenciá-lo o

máximo possível de

seus concorrentes.

São benefícios que

os consumidores

esperam ou que

estão acostumados

a receber através de

outras ofertas de

mercado.

São benefícios

criados não somente

nas características

físicas do produto,

mas também na

mente dos

consumidores.

Quadro 01 - Definições de produto segundo os benefícios que poderão proporcionar. Fonte: Adaptado de Las Casas (2001, p. 168 e 169).

De acordo com Las Casas (2001), os produtos podem ter diversas

classificações, produtos de consumo, industriais, etc. A classificação de produtos de

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12

consumo - aqueles dirigidos ao cliente pessoa física para seu consumo próprio, sem

finalidade de revenda - é a de produtos de conveniência, de escolha, e

especialidade. Suas definições serão descritas no quadro 02.

Produtos de

Conveniência

Produtos de

escolha

Produto de

Especialidade

São aqueles em que o

consumidor não pretende

despender muito tempo no

esforço de compra. Os

consumidores neste caso

acreditam que as diferenças

de preços não compensam o

esforço de procurar o item

em vários locais. Esses

produtos serão

preferivelmente comprados

no primeiro local disponível.

Os produtos de escolha

determinam uma condição

diferente. Antes de decidir o

que e onde comprar, os

consumidores investigam

quais os locais que vendem,

comparam qualidade e preço

e somente depois fazem sua

opção de compra. O esforço

e o tempo gasto poderão

sem compensados pelas

diferenças de preços obtidas

Os produtos de

especialidade gozam maior

flexibilidade para

comercialização. Eles

poderão ser distribuídos em

estabelecimentos exclusivos

e até mesmo distantes dos

centros de compra

tradicionais, pelo fato de que

os consumidores estão

dispostos a fazer qualquer

sacrifício para a sua compra.

Quadro 02 – Classificação de produtos. Fonte: Adaptado de Las Casas (2001, p. 170).

Para Las Casas (2001), além das características diferenciadoras de um

produto no seu aspecto básico, existem outros elementos que o compõe e que são

importantes determinantes decisórios, esses componentes do produto estão no

quadro 03.

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13

Marca Embalagem Serviços e

Garantias

Qualidade

É um nome, termo,

sinal, símbolo ou

desenho que serve

para identificação

dos produtos. São

importantes fatores

de diferenciação,

com elas é possível

criar lealdade se a

qualidade associada

à marca for

aceitável.

É o invólucro

protetor do produto e

serve para facilitar a

armazenagem,

proteger, facilitar o

seu uso, conservar

e, ajudar a vendê-lo.

A embalagem é

desenhada para que

os consumidores

possam ter uma

idéia melhor do que

estão comprando.

A prestação de

serviços poderá

tornar-se fonte de

renda da empresa,

devido à

necessidade de

manutenção de

máquinas e

equipamentos. A

garantia é muita

usada para criar

maior credibilidade

na venda do

produto.

Os certificados da série

ISSO 9000 proliferam à

medida que o mercado

amadurece. As

empresas certificadas

procuram divulgar que

estão qualificadas,

gerando o marketing

dos certificados, o que

reforça que a

qualidade é um

importante atributo

para a venda de

produtos e serviços.

Quadro 03 – Componentes de um produto. Fonte: Adaptado de Las Casas (2001, p. 171 à 176).

Toda organização vive em função do produto ou serviço, ela tenta oferecer da

melhor maneira possível, o melhor produto (ou serviço), o mais eficaz e atingindo

seu público alvo, tornando esse produto ou serviço essencial e fidelizando seus

clientes.

Mas para fidelizar seu cliente, é necessário que os profissionais de marketing

compreendam que o desafio está em criar uma diferenciação relevante e singular ao

produto e serviço. Kotler (1999) descreve algumas diferenciações:

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Diferenças físicas – características, desempenho, adequação, durabilidade,

confiabilidade, design, estilo e embalagem;

Diferenças de disponibilidade – exemplo: produtos ou serviços

encomendáveis por telefone, correio, fax ou internet;

Diferenças de serviços – entrega, instalações, treinamento, consultoria,

manutenção e reparos;

Diferenças de preço – preço muito alto, preço alto, preço médio, preço muito

baixo e preço baixo;

Diferenças de imagem – símbolos, atmosfera, eventos e meios usados.

Ainda segundo o autor, dois diferenciadores físicos, características e o

design, proporcionam uma forma ágil e visível ao cliente. O design pode diferenciar

visivelmente um produto e as características podem ser defendidas por patentes.

Mas qualquer diferenciação de sucesso os concorrentes podem imitar, o que é

necessário fazer, é a organização reconhecer que sua atual vantagem pode

permanecer para sempre, se a entidade constantemente procurar inovações ou até

mesmo, uma próxima vantagem competitiva.

Las Casas (2001) cita algumas atividades exigidas na área da atividade

mercadológica do produto:

- Planejar testes mercadológicos;

- Observar e analisar comportamento do consumidor;

- Analisar e interpretar informações rotineiras, como dados de vendas;

- Efetivar testes de mercado;

- Analisar oportunidades;

- Providenciar informações para a administração para que possa tomar

decisões adequadas.

Para Las Casas (2001), os produtos passam por diferentes fases, desde o

momento que o produto é introduzido no mercado até a sua retirada total, ele passa

pelos estágios da introdução, crescimento, maturidade e declínio.

Segundo o autor, o tempo de permanência do produto em cada uma das

fases do ciclo de vida é bastante variável. Não é possível a previsão do tempo exato.

Dependerá do tempo de adoção dos consumidores como também da concorrência

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de novos produtos. Por isso, o ciclo de vida do produto será variável de acordo com

o mercado considerado.

O quadro 04 apresenta um resumo das ocorrências mais comuns em cada

um dos estágios dos ciclos de vida.

Características Introdução Crescimento Maturidade Declínio

Produto e

tecnologia

Ênfase em

pesquisa e

desenvolvimento.

Produto não é

sofisticado.

Continuidade de

desenvolvimento

tecnológico.

Concorrência

aumenta.

Produção em

massa.

Sem maiores

inovações ou

modificações.

Produção em

larga escala.

Pesquisa e

desenvolvimento

cessam.

Tecnologia é

desenvolvida

para outros

produtos.

Concorrência e

Indústria

Somente uma ou

outra firma

entram no

mercado. Pouca

concorrência.

Maior aceitação

do produto.

Maiores

recursos

financeiros são

necessários.

Aceitação

estabilizada do

produto.

Número de

firmas começa

a diminuir.

Diminui

aceitação do

mercado.

Poucas firmas

ainda estão

produzindo.

Lucros

Primeiras

empresas

normalmente têm

prejuízos por

motivo da

demanda baixa,

muitos gastos

com

desenvolvimento

e propaganda.

Inovadores

fazem lucros

substanciais.

Lucro no

patamar mais

elevado para

maioria das

firmas.

Lucros

começam a

diminuir.

Lucros baixos

ou inexistentes

com algumas

firmas

começando a

perder dinheiro.

Quadro 04 – Como as mudanças no ciclo de vida afetam o marketing. Fonte: Adaptado de Las Casas (2001, p. 180).

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16

De acordo com o quadro, no estágio introdutório, a empresa faz um esforço

em divulgar as características principais de seu produto. No crescimento, as vendas

começam a aumentar uma vez que os produtos ganham maior confiança e aceitação

no mercado. Na maturidade, o produto entra em declínio, os concorrentes começam

a retirar-se do mercado atraídos por outros negócios rentáveis.

Conforme Las Casas (2001), ao decidir sobre qual estratégia de produto

adotar, além da análise do estágio do ciclo de vida em que se encontram os

produtos específicos, os administradores deverão considerar os diversos itens que

serão oferecidos no mercado.

B)Preço: “o preço difere dos outros componentes do mix de marketing, por

gerar receita e os demais geram custos”, (KOTLER, 1999, p. 129).

Para Las Casas (2001), muitas decisões de compras são feitas com base nos

preços dos produtos. O preço ajuda a dar valor às coisas e representa uma troca

pelo esforço feito pela empresa vendedora através da alocação de recursos, capital

e mão-de-obra e manufatura dos produtos comercializados.

MacCarthy (1997) ressalta que o administrador de marketing ao fixar o preço,

deve considerar o tipo de concorrência e custo total do composto de marketing.

Deve também tentar estimar a reação do consumidor a possíveis preços e é

importante que conheça práticas muito utilizadas no momento, como descontos e

condições de vendas.

Las Casas (2001), a concorrência terá maior ou menor influência nos preços

de acordo com a estrutura do mercado em que a empresa atua, também terá

influência de acordo com o estágio do ciclo de vida em que o produto se encontra. A

influência da concorrência na determinação do preço vai depender também do

tamanho e do poder dos concorrentes, das condições de entrada no ramo do

negócio, reações dos consumidores a preços do mercado-alvo, entre outros fatores.

Segundo o autor, aspectos políticos, legais e econômicos afetam os preços.

Inflação, recessão e falta de mercadorias determinam diferenças na política utilizada.

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17

O governo exerce grande controle devido a sua importância na economia e, por esta

razão, estabelece mecanismos de fiscalização.

De acordo com Kotler (1999), as empresas usam duas definições de preços,

definição de preço baseada em custo e definição de preço baseada em valor. A

definição de preço baseada em custo seria definir seus preços agregando todos os

custos que o produto ou serviço acarreta. A definição de preço baseada em valor

seria estimar o valor máximo que o cliente pagaria pelo produto ou serviço.

Normalmente as empresas não cobram esse valor, pois o cliente resistiria a compra,

cobram um pouco menos, para deixar o cliente com uma vantagem de consumidor.

O vendedor espera que seus custos sejam muitos menores que o preço de valor, caso em que o vendedor aufere um bom lucro. Se os custos desse vendedor fossem próximos ou excedessem o preço de valor, o vendedor provavelmente jamais ofereceria tal produto ou serviço (KOTLER, 1999, p. 130).

Las Casas (2001), para determinar os objetivos para o estabelecimento de

preços há necessidade de considerar, além da situação ambiental e interna da

empresa, o mercado-alvo visado. Cabe ressaltar que deverão ser considerados

inicialmente os objetivos mais gerais. Os princípios de coerência e hierarquia de

prioridades deverão sempre ser mantidos.

O quadro 05 apresenta uma relação de alguns principais objetivos para

determinação de preços.

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01 Retorno no investimento

02 Fatia de mercado

03 Maximização do lucro em longo prazo

04 Maximização do lucro em curto prazo

05 Crescimento

06 Estabilização de mercado

07 Manter liderança de preço

08 Desencorajar concorrência

09 Acelerar saída da concorrência

10 Evitar controle e investigação do governo

11 Manter lealdade de intermediários e ganhar seu apoio para vendas

12 Melhorar a imagem da firma, como de seus produtos.

13 Criar interesse pelo produto

14 Ser considerado como honesto e confiável pelos concorrentes

15 Ajudar venda de produtos fracos na linha

16 Desencorajar concorrentes para redução de preços

17 Dar valor ao produto

18 Gerar tráfego

19 Lucratividade máxima para a linha de produto

20 Recuperar investimento rapidamente

Quadro 05 – Objetivos de preço. Fonte: Adaptado de Las Casas (2001, p. 196).

Existem vários objetivos que poderão ser perseguidos pela empresa quanto ao preço. Os objetivos mais comuns estão descritos no quadro 06.

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19

Retorno no

investimento Objetivos de concorrência

Preços promocionais

Fatia de mercado

Fluxo de caixa

Os administradores estão primeiramente interessados em conseguir um retorno no investimento feito em determinado empreendimento.

Os administradores acreditam que para competir no mercado eles devem considerar os preços dos concorrentes como ponto de partida.

Algumas empresas usam preços promocionais visando melhorar alguma situação qualquer, como falta de caixa, combate ou concorrência.

Os preços poderão ser determinados também para obtenção de objetivos da empresa como o de aumentar a fatia de mercado.

Os preços poderão ser determinados também para que a empresa receba de volta aquele valor que investiu na produção ou no negócio.

Quadro 06 – Objetivos de preço. Fonte: Adaptado de Las Casas (2001, p. 195).

Para Las Casas (2001, p. 197), “os procedimentos para estabelecer preços

após a decisão de objetivos e de segmentos normalmente seguem a seguinte

seqüência”:

Determinação da demanda e custos;

Análise do preço da concorrência;

Determinação da política de preço;

Seleção do método de determinar preço;

Seleção do preço final com base nas análises anteriores,

estabelecendo os níveis de descontos.

Segundo o autor, é indispensável que o administrador pense também na

política de descontos que a empresa usa para casos especiais. Ela pode optar por

uma política de preço único, mas deve considerar que existem situações que

justificam diferenças. Para evitar que ocorram diferenças injustificadas, os critérios a

serem utilizados devem ser padronizados para não ocasionarem insatisfações entre

os consumidores.

Las Casas (2001) cita algumas atividades exigidas na área da atividade

mercadológica de preço:

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20

- Formular política de preço;

- Determinar métodos para determinação de preços;

- Determinar descontos para vários tipos de compradores;

- Estabelecer condições e prazos de vendas.

- Analisar preços dos concorrentes.

C)Praça (ou distribuição): de acordo com Kotler (1999, p.133), “cada

fornecedor deve decidir como tornar suas mercadorias disponíveis ao mercado-alvo.

As duas escolhas são vender os bens diretamente ou vendê-los por meio de

intermediários “.

Atualmente, o acesso facilitado da tecnologia, o consumidor tem diversas

maneiras de adquirir um bem ou serviço, pode-se realizar através da internet,

telemarketing, jornais, revistas, catálogos, mala direta etc. O desafio das

organizações é trazer novamente os consumidores as lojas, oferecendo vantagens e

benefícios que não teriam se fizessem essas compras através da internet, por

exemplo. As organizações precisam ser mais criativas, para atrair novamente seus

clientes às lojas, oferecendo o que há de bom e melhor, com isso, tornam-se fiéis.

(KOTLER, 1999).

A distribuição apresenta vários desafios, as empresas reconhecem que suas escolhas de distribuição estabelecem um compromisso razoavelmente longo com o qual terão que conviver mesmo se aparecerem canais novos de distribuição e mais atraentes. (KOTLER, 1999, p.134).

O sistema de distribuição a ser determinado por um administrador de

marketing fará parte do pacote de utilidade ou satisfações que os consumidores

receberão com a compra do produto. A colocação de produtos em estabelecimentos

apropriados e em épocas certas, a preços acessíveis ao consumidor visado, é,

portanto, determinante para o sucesso de uma estratégia mercadológica (LAS

CASAS, 2001).

Sendo assim, é necessário ressaltar as principais diferenças nas atividades

da distribuição (LAS CASAS, 2001).

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Canal de distribuição: é o caminho que as mercadorias – e a

transferência de título – seguem desde o produtor até o consumidor

final. É o complexo de empresas que existe para distribuir os produtos,

desde o fabricante até o consumidor, incluindo agentes, varejistas e

atacadistas.

Movimentação física: são as atividades relativas às movimentações

eficientes de produtos do final da linha de produção até o consumidor

final. Inclui atividades como fretamento, armazenamento, manuseio,

controle de estoques, localização de fábrica, processamento de

pedidos etc. o conjunto dessas atividades denomina-se logística.

De acordo com Las Casas (2001), na movimentação física incluem-se

decisões de transportes e armazenagem, além das decisões de canais de

distribuição. Estes itens englobam uma séria de atividades: fretes, armazenamentos,

manuseio de materiais, proteção e embalagem, controle de estoques, localização de

fábrica, processamento de pedidos, prestação de serviços ao consumidor, além de

outros. O objetivo da distribuição física é minimizar os custos envolvidos em mover

fisicamente e armazenar o produto do produtor ao consumidor final.

Las Casas (2001) cita algumas atividades exigidas na área da atividade

mercadológica de praça:

- Analisar os vários tipos de canais de distribuição;

- Desenvolver canais;

- Planejar um programa para relacionamento com intermediários;

- Estabelecer centros de distribuição;

- Formular e implantar procedimentos para manuseio interno de

produtos;

- Controlar estoques;

- Analisar métodos de transportes;

- Minimizar custos de distribuição;

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- Analisar possíveis localizações para a fábrica, loja ou outros

estabelecimentos.

C)Promoção: MacCarthy (1997, p.46) diz “que promoção trata de comunicar

ao mercado-alvo o produto certo. A promoção inclui venda pessoal; venda em

massa e promoção de vendas “.

A venda pessoal envolve comunicação direta entre os vendedores e os

consumidores. A venda pessoal acontece face a face, geralmente ocorre por

telefone, isto permite que o vendedor adapte o mix de marketing de acordo com o

perfil de cada consumidor potencial. (MACCARTHY, 1997).

A venda em massa é comunicar-se com grande número de consumidores ao

mesmo tempo. A promoção de vendas refere-se às atividades promocionais como

cupons, materiais de ponto-de-venda, amostras, cartazes, catálogos, brindes e

circulares. (MACCARTHY, 1997).

A promoção cobre todas aquelas ferramentas de comunicação que fazem chegar uma mensagem ao público-alvo. Essas ferramentas se enquadram em cinco categorias bem amplas, propaganda, promoção de vendas, relações públicas, força de vendas e marketing direto (KOTLER, 1999, p.136).

As cinco categorias estão descritas a seguir:

Propaganda é mais eficaz quando seu alvo é restrito.

A propaganda envolve tomar decisões sobre os cinco Ms – missão, mensagem, mídia (meios e veículos), moeda (finanças) e mensuração. O primeiro passo consiste na missão: A campanha de propaganda é para informar, persuadir ou lembrar os clientes-alvo. Os anúncios são criados para suscitar conscientização, interesse, desejo ou ação (KOTLER, 1999, p. 139).

Promoção de vendas compreende uma grande variedade de

incentivos, algumas têm o poder de enfraquecer a preferência do cliente por uma

marca, mas isso não quer dizer que toda promoção é prejudicial, é recomendável usar

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também quando uma empresa possui uma marca superior e não seja conhecida pelo

consumidor. Isso faz com que estimule o cliente testar outras marcas, ou é usada

também para atrair novos clientes que eram fiéis a outras marcas concorrentes. A

promoção de vendas pode causar perdas para a organização também, pois os

consumidores trocam de marcas de acordo com a empresa que possa oferecer de

melhor e menor preço. (KOTLER, 1999).

As empresas preocupam-se com a perda de participação de mercado se não seguirem seus concorrentes nas promoções. É preciso muita coragem para reduzir os gastos em promoção de vendas e utilizar essa reserva para melhorar sua propaganda ou para investir em inovação ou em melhor serviço aos clientes (KOTLER, 1999, p. 141).

Relações públicas: consiste em um conjunto de ferramentas, entre as

quais podem-se destacar a ferramenta PENCILS.

P= publicações (revistas da empresa, manuais, panfletos). E= eventos (atividades culturais, patrocínios, congressos e feiras). N= notícias (matérias favoráveis sobre a empresa, funcionários e seus produtos). C= causas comunitárias (doação de tempo e dinheiro a obras de caridade). I= identidade visual (papel timbrado, cartões de visita, uniformes e vestuário aconselhado). L= lobby (esforços para influenciar decisões de legisladores e regulamentadores). S= social (boa reputação por ter um comportamento socialmente responsável) (KOTLER, 1999, p. 142).

As despesas com relações públicas representam retornos rentáveis à

empresa, transmitindo uma imagem positiva ao mercado-alvo. É preciso que a

entidade reconheça a importância das Relações-Públicas e tenha pessoas criativas

dentro da organização (ou até mesmo agências especializadas), para atrair atenção

e reputação positiva para a empresa.

Uma das mais dispendiosas ferramentas de comunicação de marketing é a força de vendas da empresa, especialmente quando sai de campo, em viagens constantes, e passa um tempo considerável à caça de clientes

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potenciais enquanto mantém os atuais clientes satisfeitos (KOTLER,1999, p.143).

Forca de vendas: envolve questões complexas como recrutamento,

seleção, contratação, treinamento, motivação, remuneração e avaliação do pessoal,

que gera custo e tempo à empresa, o importante não é o custo do vendedor e sim

seu custo em relação às vendas que gera.

Marketing Direto: a análise e a boa utilização dos bancos de dados

que as empresas possuem, são capazes de definir melhor seus mercados-alvo e

aumentar o índice de resposta.

Segundo Kotler (1999, p.148), “visto que os bancos de dados das empresas

contêm tantas informações, várias possibilidades de agrupamento de clientes só

podem ser detectadas com análise técnica avançada”.

As organizações podem classificar os nomes constantes nos bancos de

dados, subconjuntos de nomes que possam representar oportunidades de vendas.

Las Casas (2001) cita algumas atividades exigidas na área da atividade

mercadológica de promoção:

- Implantar objetivos de promoção;

- Determinar os mais importantes tipos de promoção;

- Selecionar e programar mídias;

- Desenvolver mensagens publicitárias;

- Medir a eficiências do comercial;

- Recrutar e treinar pessoal de vendas;

- Estabelecer territórios de vendas;

- Planejar e implantar programa de promoção de vendas, como amostra

grátis, cupons, displays, concursos, concurso de vendas, propaganda

cooperativa;

- Preparar e disseminar releases de publicidade.

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Cada um dos Ps possui subdivisões que são instrumentos de marketing, com

base em diversas situações mercadológicas, elas podem ser agrupadas conforme o

Quadro 07:

Produto Preço Distribuição promoção

Testes e desenvolvimento

do produto.

Política de preços.

Canais de distribuição.

Propaganda.

Qualidade, diferenciação, embalagem.

Métodos para determinação.

Transportes. Promoção de vendas, venda

pessoal.

Marca nominal, marca registrada.

Descontos por quantidades especiais.

Armazenagem. Relações públicas,

merchandising, embalagem.

Serviços, assistência técnica e garantias.

Condições de pagamento.

Centro de distribuição.

Marca nominal, marca registrada.

Quadro 07 - Composto de marketing com suas subdivisões. Fonte: Adaptado de Las Casas (2001, p. 18).

O quadro 07 mostra que quando o administrador planejar todos os subitens

dos quatro grupos de acordo com o objeto de comercialização, ele terá o composto

de marketing planejado. (LAS CASAS, 2001).

Os quatro Ps devem competir entre si e se complementarem ao mesmo

tempo, isto propicia as vendas tornando-as lucrativas para a empresa.

Sendo assim, Las Casas (1991, p.14) mostra que é necessário que a

organização desenvolva algumas funções descritas a seguir:

Estabelecer objetivos da organização;

Escolher e estudar o mercado selecionado e verificar as condições de

atendê-los;

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Desenvolver o composto mercadológico (produto, preço, distribuição,

promoção);

Implementar o plano;

Controlar o plano para verificar se está alcançando os objetivos.

Portanto, o desafio da organização é entender as necessidades dos

consumidores, conhecer suas expectativas e identificar seus desejos como também

sua satisfação perante o produto e/ou serviço.

Segundo Las Casas (1991, p.42), “o constante conhecimento dos

consumidores é uma necessidade para o marketing de serviços”.

2.1.1 Marketing de Serviço

Segundo Abdalla Neto (2005), o marketing de serviços está voltado

basicamente para o tratamento adequado do consumidor e na interpretação e leitura

adequada de suas necessidades, levando-se em conta os fatores que influenciam o

comportamento do consumidor.

Ainda segundo o autor, fundamentalmente pode-se definir marketing de

serviço como o conjunto de esforços e ações que otimizam uma venda com o

objetivo de encarar o cliente diferenciando a empresa da concorrência. Assim, com a

mudança constante do cenário econômico, tornar-se necessário criar novas formas

de serviços para conquista o cliente e principalmente surpreendê-lo.

Para Las Casas (1997, p.27), “marketing de serviço é o resultado de uma

combinação que envolve organização, funcionários e comportamentos, o que sugere

uma cautela maior por parte dos administradores, principalmente quando o objetivo

é a qualidade total”.

Marketing de serviços é, antes de tudo, marketing. O composto de marketing

também pode ser avaliado d acordo com os serviços.

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27

A) Produto: De acordo com Kahtalian (2005) produtos e serviços têm a

mesma finalidade, isto é, satisfazem um desejo ou necessidade dos consumidores,

gerando satisfação e valor. Os serviços são experiências que geram valor.

Segundo o autor, a maioria dos serviços é uma conjunção de processos e

pessoas. As pessoas são a parte mais importante de um serviço, isto mostra que se

deve ter e manter as melhores pessoas, mas ao mesmo tempo ser capazes de

constituir os melhores processos, caso a pessoa falhe, o processo poderá dar

continuidade ao serviço.

B) Preço: São grandes as diferenças de percepção de preço entre produto e

serviço. Segundo Kahtalian (2005), no serviço existe uma incidência maior de custos

fixos que de custos variáveis. Grande parte dos serviços, portanto, possui custos

invisíveis para o cliente.

Para o autor, a grande diferença entre preços de produtos e serviços é aquilo

que é chamado de capacidade de comparação. Preços e produtos são mais

comparáveis do que preços de serviços. O preço em serviços sempre é variável e

sempre dependente de uma série de questões.

É importante ressaltar que por mais barato que seja o serviço, o serviço

precisa apresentar uma qualidade aceitável pelo cliente.

C) Praça: A distribuição de serviços implica a distribuição de custos fixos,

para Kahtalian (2005), distribuir serviços requer a disponibilidade dos mesmos no

momento em que o cliente precisa, visto que serviços não são estocáveis. A decisão

de distribuição de serviços é complexa, exige custos e planejamento apurados e

costuma ser uma distribuição concentrada.

Segundo o autor, uma mudança importante nesse aspecto da distribuição de

serviços tem sido o crescimento dos canais eletrônicos, notadamente os call centers

e a internet, que permitem a pulverização do contato, mantendo o controle e o custo

em uma mesma plataforma.

D) Promoção: As comunicações em serviços costumam ser pessoais e

interativas, com o alto predomínio da indicação, do boca-a-boca e da venda pessoal.

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Kahtalian (2005) diz que mesmo nos casos de comunicação de massa, tem-se uma

forte presença de pessoas, em situações de serviço, procurando demonstrar a

promessa do serviço.

Kahtalian (2005) comenta que a forte presença das pessoas na comunicação

deve então ser explorada para maximizar o boca-a-boca: seja por meio de

campanhas ou por meio da geração de notícias favoráveis ou até mesmo pela

fidelização dos clientes como principal função do marketing numa empresa de

serviços.

Como no marketing tradicional, o marketing de serviço também precisa

interagir os quatro Ps e se complementarem ao mesmo tempo, isto propicia as

vendas lucrativas para a empresa. Para isso, comumente usa-se a estratégia de

marketing para que o objetivo mencionado seja alcançado.

Para Las Casas (1991, p.43), “estratégia de marketing de serviços refere-se à

posição que a empresa deseja alcançar no futuro e o que deve fazer para a

conseguir, considerando-se determinado ambiente de atuação”.

O planejamento estratégico a nível formal segundo Las Casas (1991) é

escrito e obedece a alguma metodologia. As vantagens de um planejamento deste

tipo são inúmeras, dentre as quais citam-se:

Racionalização de recursos: no momento que se pensa no que

fazer e como fazer realiza-se uma análise dos recursos disponíveis

da empresa e conseqüentemente faz-se uma alocação mais

eficiente e racional;

Forma de comparação: o planejamento formal escrito permite a

comparação com vários planos utilizados de acordo com

determinado meio ambiente e com os resultados obtidos. Com isto

melhoram-se os resultados, alcançando maior eficiência;

Atenção: na condução de um trabalho de planejamento pensa-se

não só a respeito dele como também nos passos que foram

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tomados para sua elaboração. Vários aspectos são pensados e

analisados, o que não ocorreria caso não fossem escritos;

Maior participação: como um plano envolve o conhecimento e a

participação de várias pessoas, existe uma contribuição maior de

encarregados de vários setores da organização e por isto cria-se na

empresa um sentido de maior envolvimento e conseqüentemente

maior responsabilidade dos indivíduos, propiciando-lhes condições

para motivação;

Justificativa: neste caso as ações serão determinadas com base,

uma vez que a metodologia utilizada na elaboração do plano

estratégico permite fazer um trabalho gradual e com maior solidez;

Ajuda a antecipação de problemas e oportunidades e direciona

as empresas: com um plano, os vários executivos envolvidos

sabem qual o objetivo a ser atingido e preparam-se para aproveitar

oportunidades previstas ou ameaças existentes.

Las Casas (1991) afirma que o trabalho de planejamento formal somente trará

benefícios para as empresas que o utilizarem. A estratégia envolve a escolha das

principais direções para alcançar metas.

Para Kotler (1991, p.46), “planejamento estratégico é o processo gerencial de

desenvolver e manter uma direção estratégica que alinha as metas e os recursos da

organização com as suas mutantes oportunidades de mercado”.

O planejamento estratégico segundo Las Casas (1991), ocorre no nível

empresarial com o objetivo de obter um direcionamento da empresa em relação ao

seu ambiente de atuação.

Além do planejamento estratégico, existem mais dois tipos de planejamento.

O planejamento tático e o planejamento operacional.

O planejamento tático de acordo com Las Casas (1991) tem o objetivo de

melhorar os resultados de determinada área, ocorrendo em vários níveis

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organizacionais. Já o planejamento operacional constitui-se nos planos operacionais

de ação das empresas, como o plano de vendas.

Para o autor, qualquer um desses níveis, o processo de planejamento pode

ser resumido nas seguintes fases:

Levantamento de informações;

Determinação de objetivos;

Desenvolvimento de estratégia;

Determinação de orçamento;

Projeção de vendas e lucros.

Las Casas (1991), não existe uma forma padronizada de trabalho de

planejamento, e a metodologia aplicada e utilizada pelo planejador de serviços

deverá ser aperfeiçoada à medida que desenvolve sua técnica e a capacidade de

planejar. O trabalho metódico que o administrador realizar trará sempre benefícios

imediatos para a organização e a satisfação do cliente.

2.2 Satisfação do Cliente

Para garantir a satisfação do cliente deve-se criar um canal de comunicação

para saber se o que ele procurava no serviço foi atendido ou superou suas

expectativas.

Todas as estratégias da empresa estão na base de colocar o cliente em

primeiro lugar e voltadas para a satisfação das suas expectativas. De acordo com

Desatnick & Detzel (1995, p.8), “satisfação do cliente é grau de felicidade

experimentada por ele. Ela é produzida por toda uma organização – por todos os

departamentos, todas as funções e todas as pessoas”.

Ainda segundo os autores Desatnick & Detzel, a preocupação com a

satisfação dos clientes vem se tornando um diferencial competitivo e lucrativo para

as empresas que adotam gerir suas atividades com base na satisfação.

Satisfazendo um cliente a organização garante muitos benefícios: reconhecimento

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do desempenho na prestação de serviços, diferencial na publicidade de seus

serviços, etc.

Las Casas (1991), o desafio dos administradores de marketing consiste em

entender o consumidor, no sentido de conhecer as suas expectativas antes, durante

e após a compra e identificar tanto suas necessidades e desejos como também as

satisfações ou insatisfações contraídas pelo consumo dos produtos ou dos serviços

vendidos.

O mercado competitivo mostra que hoje não basta ter clientes satisfeitos, pois

facilmente eles mudarão de fornecedores quando oferecerem algo melhor ou mais

em conta. As empresas precisam fidelizá-los e deixá-los altamente satisfeitos.

Fidelizar um cliente vem se tornando uma tarefa difícil à competitividade cada vez

mais acirrada.

Para Las Casas (1991), cliente fiel não se encontra em qualquer lugar. Haja

vista os programas de fidelidade existentes hoje no mercado, como os implantados

por companhias aéreas, por supermercados, empresas de cartões de crédito, que

oferecem uma gama de vantagens para aumentar suas carteiras de consumidores.

Portanto, ao oferecer um serviço ao cliente, deve-se fazê-lo da melhor maneira

possível.

O avanço da tecnologia e a globalização fazem com que as organizações

invistam constantemente para se tornarem mais competitivas no cenário que se

encontram. Nesse ambiente competitivo o cliente deve ser o foco principal,

exclusivo, visto que, ele é o utilizador final dos produtos e serviços da empresa.

Agregar mais valor aos produtos e serviços oferecidos do que os

concorrentes restauram estratégias que responde de forma efetiva à evolução das

necessidades dos clientes. Portanto, estratégia não é vender produtos ou serviços a

preços menores que os praticados pelos concorrentes, e sim prestar serviços extras,

como assistência no pós-venda, mala direta divulgando promoções etc.( LAS

CASAS, 1991).

Segundo Las Casas (1991), é importante criar uma imagem no mercado que

marque a empresa. A imagem obtida com a prestação de um bom serviço, um

relacionamento eficaz com os fornecedores e a comunidade, criar as condições

favoráveis para a fidelização dos clientes aos produtos e identificação de novas

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oportunidades para conquista de novos clientes sem descuidar da satisfação

daqueles já existentes. É necessário conceber mais atenção aos clientes do que se

dá atualmente.

Ainda segundo Las Casas (1991), é importante saber que, além das

necessidades racionais, concretas, como prazo, custo, quantidade e atributos do

produto – durabilidade, flexibilidade etc., o cliente tem outras de origem afetiva, mais

abstrata manifestada através de aspectos como: estética, auto-estima e

diferenciação. O cliente que dita a qualidade, só ficará satisfeito se atender seus

anseios racionais e afetivos. Portanto, o primeiro desafio do desejo organizacional

de fidelizar um cliente está em saber identificar corretamente o que ele deseja, tanto

racional como afetivamente.

Se o negócio da empresa é manter satisfeito e integrado o seu cliente, então

a empresa precisa inicialmente:

1- Individualizar seus clientes, explicitando o que torna cada cliente diferente de qualquer outro; 2- Definir o que é valioso para estes clientes individuais; 3- Definir com precisão e detalhe seu negócio com cada cliente, (ODEBRECHT, 1987, p. 111).

Em síntese, a satisfação do cliente é constituída de atitudes básicas que a

empresa deve ter em face do seu cliente que segundo Odebrecht (1987):

Em primeiro lugar, deve ser verdadeira e permanente a nossa disposição de

satisfazer o Cliente, com honestidade e lealdade.

Em segundo lugar, é indispensável saber o que acredita o que tem valor e o

que faz diferença para o Cliente.

Em terceiro lugar, necessitamos identificar o que o Cliente realmente deseja

no dia de hoje, satisfazê-lo integralmente e, só então, depois de criado o clima de

confiança, mostrar ao Cliente o que ele necessita para o dia de amanhã.

Em quarto lugar, precisamos demonstrar – através de nossas ações

cotidianas – o genuíno empenho de valorizar o patrimônio moral e material do

Cliente. Guiado por estas atitudes básicas, a empresa reúne todas as condições

para formular uma filosofia capaz de conquistar o Cliente para sempre.

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A permanência de qualquer empresa no mercado depende também, em

grande parte, da qualidade de sua imagem, ou seja, daquilo que as pessoas

acreditam que a empresa seja. Esta imagem é conquistada ao longo do tempo

através das ações percebidas pelo mercado. Antigamente a imagem era mais

restrita ao produto ou serviço, hoje a responsabilidade social o respeito ao meio

ambiente são fatores de suma importância na construção da imagem empresarial.

(LAS CASAS, 1991).

No caso da imagem, por exemplo, embora seja definida como um dos resultados de natureza “não-econômica” é por seu intermédio, por exemplo, que são obtidos concretos aumentos de faturamento e, conseqüentemente, melhores resultados de natureza puramente “econômica” (ODEBRECHET, 1987, p.901).

A empresa precisa conhecer seus clientes, conhecendo-os a organização

pode utilizar várias estratégias para satisfazê-los e alcançar seus objetivos.

Conhecer seus clientes significa conhecer suas expectativas e suas necessidades.

As expectativas são mais fáceis de descobrir, já as necessidades torna-se difícil,

pois nem mesmo os consumidores sabem o que desejam realmente.

Para Gianesi (1996), mensurar a satisfação dos clientes não é uma tarefa

nada fácil, mas é uma forte estratégia para saber se suas necessidades e

expectativas foram realizadas e caso contrário, formular outras estratégias para

poder fidelizar seus clientes.

Ainda segundo autor, os clientes quando solicitam serviços, usam diversos

critérios para avaliar sua satisfação. Identificar tais critérios é uma maneira da

organização compreender suas necessidades. Tais critérios devem ser observados

como a qualidade da prestação do serviço e deve ser analisada, estudada para que

se possa conhecer as expectativas dos seus clientes quanto aos serviços prestados

pela empresa.

As necessidades representam importante fator formador de expectativas.

Pode-se argumentar que, com o passar do tempo, as expectativas dos clientes

tendam a estar mais próximas as suas necessidades. Diante disso, as expectativas

irão modificar tornando-as mais exigentes à medida que mais e mais fornecedores

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estiverem capacitados a melhor atender a suas necessidades. (GIANESI E

CORRÊA, 1996).

Portanto, a capacitação de cada empresa, a visão e missão focada na

satisfação plena do cliente tornar-se-á um fator de diferencial e determinante para o

sucesso e potencialização da empresa no ambiente competitivo que se encontra.

(LAS CASAS, 1991).

Não há mais dúvida de que a satisfação dos clientes está diretamente

relacionada com a receita presente e futura das empresas. As avaliações da

satisfação são de fundamental importância na quantificação e no estabelecimento da

relação com o cliente e os resultados da organização.(GIANESI E CORRÊA, 1996).

2.3 Qualidade Total

Para Nogueira (2003, p.3), “qualidade total é um modelo de gerenciamento.

Desenvolver um processo de gestão pela qualidade total significa na prática

desenvolver um modelo de melhor gerenciamento das operações da organização”.

Segundo Nogueira, a qualidade total não se restringe apenas a qualidade dos

produtos e serviços. Seu conceito abrange a visão macro da existência humana,

influenciando nossa maneira de pensar e agir. Qualidade não é só controle de

qualidade na produção, qualidade intrínseca de produtos e serviços, significa

conquistar e manter clientes, superando permanentemente as suas expectativas no

atendimento de suas necessidades explícitas e implícitas quanto aos produtos atuais

e futuros da organização.

Para Las Casas (1997, p. 20), “proporcionar qualidade total em serviços é

uma situação na qual uma organização fornece qualidade e serviços superiores a

seus clientes, proprietários e funcionários”.

Ainda segundo o autor, a qualidade total em serviço engloba, além dos

clientes externos, todos os que com ela interagem, ou seja, funcionários e

administradores. Isso ocorre porque os serviços, sendo atos e desempenho,

pressupõem que cada pessoa próxima ao indivíduo é considerada um cliente.

Conseqüência disso, a organização deve satisfazer as necessidades e fornecer

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benefícios a todos que com ela interagem, isto é, clientes, proprietários, funcionários

e consumidores.

A aplicação do processo de qualidade total trará benefícios para as empresas,

conforme apresentado que de acordo com Las Casas (1997, p.31) pode ser:

Revelar satisfações ou insatisfações ocultas dos clientes.

Salientar de forma constante a importância do cliente para uma empresa.

Gerar uma fonte de idéias e produtos.

Diminuir custos.

Aumentar a produtividade.

Formar parcerias com clientes.

Desenvolver um espírito de equipe.

Promover satisfação à sociedade.

Aumentar lucros.

Slack, Chambers e Johnston (2002) dizem que a qualidade total é mais bem

entendida como uma filosofia de como abordar a administração da qualidade. È um

modo de agir e pensar a produção, que se preocupa particularmente com os

seguintes assuntos:

Atendimento das necessidades e expectativas dos consumidores;

Inclusão de todas as partes da organização;

Inclusão de todas as pessoas da organização;

Exame de todos os custos relacionados com a qualidade;

Fazer “as coisas certas da primeira vez”, por exemplo, enfatizando a

construção da qualidade desde o design, em vez de apenas inspecionar;

Desenvolvimento de sistemas e procedimentos que apóiem qualidade e

melhoria;

Desenvolvimento de um processo de melhoria contínua.

Melhorar a qualidade não é algo que ocorre simplesmente adotando técnicas,

é necessária a conscientização de toda a organização.

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Maximiano (2000, p.71), “a evolução do controle da qualidade para a moderna

administração da qualidade total é uma história que tem três períodos, filosofias ou

eras principais: era da inspeção, controle estatístico e a era da qualidade total”.

As três eras da história da qualidade estão descritas no quadro 08.

Era da

inspeção

Era do

controle estatístico

Era da

qualidade total

Produtos são verificados um a

um.

Produtos são verificados por

amostragem.

Processo produtivo é

controlado.

Cliente participa da inspeção. Departamento especializado

faz controle da qualidade.

Toda a empresa é responsável.

Inspeção encontra defeitos. Ênfase na localização de

defeitos.

Ênfase na prevenção de

defeitos.

Não produz qualidade. Incentivos de treinamentos para

o controle de qualidade.

Qualidade assegurada; sistema

de administração da qualidade.

Quadro 08 – As três eras da história da qualidade. Fonte: Adaptado de Maximiano (2000, p. 71).

Na era da inspeção e do controle estatístico a necessidade da qualidade era

apenas do produto e o serviço aplicado, na era da qualidade total surgiu o enfoque

da qualidade em todos os aspectos da operação da empresa. Essa mudança de

filosofia, segundo Maximiano (2000), significa a evolução para a era da qualidade

total. Três autores são responsáveis pelo desenvolvimento dos princípios e das

técnicas da qualidade total: Feigenbaum, Deming e Ishikawa. Suas proposições

mais importantes estão resumidas no quadro 09.

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Deming Feigenbaum Ishikawa

Corrente de clientes Total quality control Todos os funcionários e

áreas da empresa são

responsáveis pela qualidade

Fazer certo da primeira vez Quem define qualidade é o

cliente

Método de resolução de

problemas de qualidade

14 princípios Qualidade é um problema de

todos

Círculos de qualidade

Inspeção não produz

qualidade

Para administrar a qualidade

é necessário um sistema

Diagrama de Ishikawa

Ciclo PDCA Qualidade depende das

pessoas

Qualidade total: sistema

eficaz

Quadro 09 – Autores e idéias mais importantes da qualidade total. Fonte: Adaptado de Maximiano (2000, p. 74).

A) Qualidade Total de Deming

Em 1946, foi criada a Juse – Union of Japanese Scientists and Engineers,

uma entidade privada sem fins lucrativos, que se tornaria o centro das atividades de

controle de qualidade no Japão. Em 1950, Deming foi convidado a ministrar um

curso - padrão de estatística que ele havia ajudado a criar.

Segundo Maximiano (2000), Deming dirigiu seu esforço para a sensibilização

dos altos dirigentes de um grupo das principais empresas do Japão. Deming disse

que a melhoria da qualidade era o caminho para a prosperidade, por meio do

aumento da produtividade, da redução de custos, das conquista de mercados e da

expansão do emprego. Era também uma responsabilidade da alta administração,

que começava na identificação das necessidades do cliente ou consumidor e

prosseguia pelos diversos estágios da transformação de insumos, até chegar como

produtos ou serviços ao mesmo cliente. Deming introduziu nesse sistema a idéia da

corrente de clientes em cada estágio do processo, o estágio precedente é o

fornecedor e o estágio seguinte é o cliente. Desse modo, a corrente de clientes

começa nos fornecedores de insumos e termina no cliente que é quem paga a conta

e sustenta a empresa.

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Em 1982 Deming publicou o livro Quality, productivity and competitive

position, nesse livro ele discorre sobre um método para a administração da

qualidade (MAXIMIANO, 2000). Trata-se do método Deming, que compreende 14

pontos ou princípios:

Estabelecer a constância do propósito de melhorar o produto e o serviço, com

a finalidade de a empresa tornar-se competitiva, permanecer no mercado e

criar empregos;

Adotar a nova filosofia. Numa nova era econômica, a administração deve

despertar para o desafio de assumir suas responsabilidades e assumir a

liderança da mudança;

Acabar com a dependência da inspeção em massa. Deve-se eliminar a

necessidade de inspeção em massa, construindo a qualidade junto com o

produto desde o começo;

Cessar a prática de comprar apenas com base no preço. Em vez disso, deve-

se procurar minimizar o custo total. É preciso desenvolver um fornecedor

único para cada item, num relacionamento e longo prazo fundado na lealdade

e na confiança;

Melhorar sempre e constantemente o sistema de produção e serviço, para

melhorar a qualidade e a produtividade e, dessa maneira, reduzir

constantemente os custos;

Instituir o treinamento no serviço;

Instituir a liderança;

Afastar o medo, para que todos possam trabalhar eficazmente pela empresa;

Eliminar as barreiras entre os departamentos. Quem trabalha nas áreas de

pesquisa, projeto, vendas e produção e na utilização que possam afetar o

produto ou serviço;

Eliminar slogans, exortações e metas para is empregados, pedindo zero

defeito e níveis mais altos de produtividade. Essas exortações apenas criam

relações hostis, já que o principal nas causas da má qualidade e má

produtividade é o sistema, o qual se encontra além do alcance da força de

trabalho;

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Eliminar as cotas numéricas no chão da fábrica. Eliminar a administração por

objetivos;

Remover as barreiras que impedem ao trabalhador sentir orgulho pela tarefa

bem-feita. A responsabilidade dos supervisores deve mudar dos números

para a qualidade;

Instituir um sólido programa de educação e autotreinamento;

Agir no sentido de concretizar a transformação. A transformação é trabalho de

todos.

Deming também foi o divulgador do “ciclo de Shewhart”, um plano de ação

para colocar em prática os 14 princípios, mas que ficou conhecido como o “ciclo de

Deming” ou ciclo PDCA, conforme o quadro 10.

Plan Do Check Action

Estudar um

processo e

planejar seu

aprimoramento

Implementar a

mudança

Observar os

efeitos

Estudar os

resultados

Quadro 10 – O ciclo PDCA de Deming. Fonte: Adaptado de Maximiano (2000, p. 77).

B) Qualidade Total de Feigenbaum

Em 1961, Feigenbaum apresentou uma versão evoluída das proposições

publicadas 10 anos antes, a qual deu nome de controle da qualidade total (TQC –

Total Quality Control). A idéia do TQC tinha como pedra fundamental uma definição

de qualidade em que o interesse do cliente era o ponto de partida.

Segundo Maximiano (2000), qualidade, portanto, não seria apenas

conformidade do produto ou serviço com as especificações, que era a acepção da

era da inspeção. A qualidade teria que ser embutida no produto ou serviço desde o

começo, com base nos desejos e interesses do cliente.

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De acordo com o autor, na nova concepção de Feigenbaum, a qualidade

deixa de ser um atributo apenas do produto ou serviço. Deixa ser também uma

tarefa que é responsabilidade exclusiva do departamento da qualidade. A qualidade

é um problema de todos e envolve todos os aspectos da operação da empresa. A

qualidade exige um enfoque sistêmico, para interagir as ações das pessoas, as

máquinas, informações e todos os outros recursos envolvidos na administração da

qualidade.

C) Qualidade Total de Ishikawa

Segundo Ishikawa, os desenvolvimentos dos princípios e das técnicas da

qualidade total tiveram sua própria evolução no Japão, vindo posteriormente a

encontra-se com as idéias de Feigenbaum (MAXIMIANO, 2000).

Ishikawa defendia que todas as divisões e todos os empregado se envolvam

no estudo e na promoção do controle da qualidade.

Ishikawa também foi o criador dos círculos da qualidade, ou círculos de

controle da qualidade, umas das formas de colocar em prática a concepção

japonesa da qualidade total, o círculo da qualidade é um grupo de voluntários de um

mesmo setor ou área de trabalho, que se reúnem regularmente para estudar e

propor a solução de problemas que estejam comprometendo a qualidade e a

eficiência dos produtos. Essa idéia disseminou-se rapidamente, primeiro na Japão e

logo em seguida em outros países (MAXIMIANO, 2000).

Slack, Chambers e Johnston (2002) comentam que a noção de administração

da qualidade total foi introduzida por Feigenbaum em 1957. Mais recentemente tem

sido desenvolvida por meio de várias abordagens amplamente conhecidas,

introduzidas por vários “gurus da qualidade”, o quadro 11 traz um resumo de outros

autores que contribuíram também com abordagens sobre qualidade total.

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Guru da Qualidade Forças da abordagem Fraquezas da abordagem

Juran

Enfatiza a necessidade de

deixar de lado a euforia

exagerada e os slogans de

qualidade

Destaca o papel do

consumidor externo e do

consumidor interno

Destaca o envolvimento e o

comprometimento da

administração

Não se relaciona a outros

trabalhos sobre liderança e

motivação

Para alguns, desconsidera a

contribuição do trabalhador

ao rejeitar iniciativas

participativas.

Visto como mais forte em

sistemas de controle que nas

dimensões humanas das

organizações

Taguchi

Abordagem de qualidade

desde o estágio de design

Reconhece a qualidade como

assunto da sociedade, além

de organizacional.

Os métodos são

desenvolvidos por

engenheiros práticos em vez

de estatísticos teóricos

A qualidade é controlada

principalmente por

especialistas, em vez de

gerentes e operários.

De difícil aplicação quando o

desempenho é difícil de

medir (por exemplo, no setor

de serviços).

Crosby

Fornece métodos claros e

fáceis de seguir

A participação do trabalhador

é reconhecida como

importante

Forte em explicar a realidade

da qualidade e em motivar as

pessoas a iniciar o processo

de qualidade

Visto por alguns como

culpando os trabalhadores

pelos problemas de

qualidade

Visto por alguns como

enfatizando slogans e lugares

comuns, em vez de

reconhecer dificuldades

genuínas.

Quadro 11 – Forças e fraquezas de alguns dos gurus da qualidade. Fonte: Slack; Chambers; Johnston (2002, p.664).

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2.3.1 Sistemas de qualidade ISO 9000

A ISO – International Standardization Organization – é uma organização

internacional, privada e sem fins lucrativos, que foi criada em 1947 e tem sede em

Genebra. A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas -, membro fundador

da ISO é a organização nacional de normatização que representa o Brasil

(MAXIMIANO, 2000).

Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 674), “a série ISO 9000 forma um

conjunto de padrões mundiais que estabelece exigências para os sistemas de

administração de qualidade das empresas”.

A adoção das normas ISO tem crescido, onde muitas empresas passaram a

exigir o certificado ISO de seus fornecedores.

A séria ISO 9000 colocou em vigor seus próprios manuais de avaliação do

sistema da qualidade e regulamentação das relações entre fornecedores e

compradores, por si só não garantem qualidade ou competitividade, mas podem

servir de guia para implantação de sistemas. A inspeção da adoção das Normas

ISO é feita por empresas e escritórios internacionais de credenciamento, que são

contratados e têm delegação para fornecer os certificados de conformidade

(MAXIMIANO, 2000).

Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 675), “as séries ISO proporcionam

recomendações detalhadas para estabelecimentos de sistemas de qualidade”, o

quadro 12 apresenta um resumo da série das normas ISO 9000.

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ISO 9000 Lida com “administração da qualidade e dos padrões de garantia de

qualidade e orientação para seleção e uso”

ISO 9001 Lida com “modelo de sistemas de qualidade para garantia de qualidade de

design/desenvolvimento, produção, instalação e manutenção”

ISO 9002 Lida com “modelo de sistemas de qualidade para a garantia de qualidade

em produção e instalação”

ISO 9003 Lida com “modelo de sistema de qualidade para a garantia de qualidade na

inspeção e testes finais”

ISO 9004 Lida com “modelo de sistemas de qualidade para a garantia de qualidade e

do sistema de qualidade: linhas de ação”

Quadro 12 – As séries ISO. Fonte: Slack; Chambers; Johnston (2002, p.675).

Slack; Chambers; Johnston (2002, p. 676), “o propósito da ISO 9000 é

fornecer garantia aos compradores de produtos ou serviços de que eles foram

produzidos de maneira a atender a suas exigências”.

Segundo os autores a melhor forma de fazer isso é definir os procedimentos,

padrões e características do sistema de controle administrativo que governa a

operação, assim o sistema ajudará a garantir que a qualidade é construída dentro

dos processos de transformação da operação.

Isso é o porquê de a série ISO 9000 ser vista como fornecedora de benefícios

para as organizações que a adotam, mas principalmente os consumidores que

acabam ganhando.

Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002) existem algumas vantagens

associadas com a ISO 9000:

Muitas organizações beneficiam-se da útil disciplina de seguirem

procedimentos sensatos;

Muitas operações são beneficiadas em termos de redução de erros, de

reclamações de consumidores e pela diminuição dos custos de qualidade;

Geralmente, a auditoria ISO 9000 (quando uma organização é inspecionada

por uma equipe da ISO ou de alguma instituição “acreditada” para fazê-lo

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visando “a certificação”) cumpre o papel de outras auditorias, como as

auditorias de consumidores;

A adoção de procedimentos ISO 9000 pode identificar a existência de outros

procedimentos desnecessários que podem ser eliminados;

A obtenção do certificado demonstra aos consumidores reais ou potenciais

que a empresa leva a qualidade a sério, conseqüentemente, obtém benefícios

de marketing.

Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 675), “embora seja largamente

adotada, a ISO 9000 não é vista como benéfica por todas as autoridades e tem sido

objeto de algumas críticas. Algumas delas são”:

A ênfase em padrões e procedimentos encoraja a “administração por manual”

e a tomada de decisões excessivamente sistematizadas;

Nem sempre é fácil escolher qual das séries de padrões ISO 9000 aplicar;

Os padrões são mais destinados aos setores industriais de engenharia e

alguns termos usados não são familiares a outros setores;

O processo completo de procedimentos escritos, de treinamento de

funcionários e de condução de auditorias internas é caro e consome tempo;

Similarmente, o tempo e o custo de obtenção e manutenção do certificado

ISO 9000 são excessivos;

Há pouco estímulo ou orientação na ISO 9000 sobre assuntos como melhoria

contínua e controle estatístico de qualidade.

2.3.2 Qualidade de Serviços

De acordo com Gianesi e Corrêa (1996.p.196) “qualidade em serviço pode se

definida como o grau que as expectativas do cliente são atendidas/excedidas por

sua percepção do serviço prestado”.

Segundo os autores, as expectativas e a percepção do cliente quanto ao

serviço prestado se dão em relação aos seguintes aspectos mostrado no quadro 13:

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Consistência: conformidade com experiência anterior, ausência de variabilidade no

resultado ou processo.

Competência: habilidade e conhecimento para executar o serviço. Relaciona-se com as

necessidades “técnicas” dos consumidores.

Velocidade de Atendimento: prontidão da empresa e seus funcionários em prestar o

serviço.

Atendimento/Atmosfera: atenção personalizada ao cliente, boa comunicação, cortesia,

ambiente.

Flexibilidade: ser capaz de mudar e adaptar a operação, devido a mudanças nas

necessidades dos clientes, no processo ou no suprimento de recursos.

Credibilidade/Segurança: baixa percepção de risco, habilidade de transmitir confiança.

Acesso: facilidade de contato e acesso: localização conveniente, horas de operação.

Tangíveis: qualidade e/ou aparência de qualquer evidência física (bens facilitadores,

equipamentos, instalações, pessoal, outros consumidores).

Custo: fornecer serviços a baixo custo

Quadro 13–Aspectos da qualidade de serviços avaliados pelos clientes.

Fonte: Adaptado de Gianesi e Corrêa (1996, p. 197).

Com esses critérios, é possível avaliar o grau de desempenho da organização

diante de seus clientes e criar elementos para melhorar, satisfazer e aumentar sua

competitividade no contexto que se encontra.

Para Lovelock (2002), antes que os clientes comprem um serviço, eles

possuem uma expectativa sobre a qualidade do serviço, com base em necessidades

individuais, experiências passadas, recomendações de terceiros e propaganda de

um fornecedor de serviços. Após comprarem e consumirem o serviço, os clientes

comparam sua qualidade esperada com aquilo que realmente receberam. Os

desempenhos de serviço que surpreendem e encantam os clientes por ficarem

acima dos seus níveis de serviço desejado serão vistos como de qualidade superior.

Se a entrega do serviço cair dentro de sua zona de tolerância, acharão que ele é adequado. Mas se a qualidade real cai abaixo do nível de serviço adequado esperado pelos clientes, ocorre uma discrepância – ou lacuna na qualidade – entre o desempenho do fornecedor de serviço e as expectativas dos clientes (LOVELOCK, 2002, p.107)

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Lovelock (2002) diz que a lacuna no serviço é a mais decisiva porque é a

avaliação geral do cliente sobre aquilo que era esperado comparado aquilo que foi

recebido. A meta principal na melhoria da qualidade do serviço é estreitar essa

lacuna o máximo possível. Para fazer isso, os fornecedores de serviço podem ter de

reduzir ou fechar as outras seis lacunas. As sete lacunas potenciais na qualidade do

serviço são:

1- Lacuna no conhecimento: a diferença entre o que os fornecedores de

serviços acreditam que os clientes esperam e as necessidades e expectativas

reais dos clientes;

2- Lacuna nos padrões: a diferença entre as percepções da administração

sobre as expectativas do cliente e os padrões de qualidade estabelecidos

para a entrega do serviço;

3- Lacuna na entrega: a diferença entre padrões de entrega especificados e o

desempenho real do fornecedor de serviço;

4- Lacuna nas comunicações internas: a diferença entre aquilo que o pessoal

de propaganda e vendas julga que são as características do produto,

desempenho e nível de qualidade do serviço e aquilo que a companhia

realmente é capaz de entregar;

5- Lacuna nas percepções: a diferença entre aquilo que é realmente entregue

e aquilo que os clientes percebem ter recebido (porque são incapazes de

avaliar acuradamente a qualidade do serviço);

6- Lacuna na interpretação: a diferença entre aquilo que as campanhas de

comunicação de um fornecedor de serviço realmente prometem e aquilo que

um cliente acha que foi prometido por essas comunicações;

7- Lacuna no serviço: a diferença entre o que os clientes esperam receber e

suas percepções do serviço que é realmente entregue.

O autor comenta que qualquer uma das sete lacunas na qualidade pode

prejudicar as relações com os clientes. A qualidade do serviço é uma opinião geral

do cliente sobre a entrega do serviço, que é constituída de uma série de

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experiências bem e mal sucedidas com o serviço. Evitar as lacunas no serviço

ajudará a empresa a melhorar sus reputação de qualidade do serviço.

De acordo com Lovelock (2002, p. 109), “as lacunas no serviço não são as

únicas maneiras pelas quais os clientes julgam a qualidade de serviço. Eles também

utilizam cinco dimensões amplas como critérios”.

Confiabilidade: a empresa é confiável no fornecimento de serviço conforme

prometido, no curso do tempo?

Tangíveis: como são as instalações físicas, equipamento, pessoal e material

de comunicação do fornecedor do serviço?

Sensibilidade: os funcionários da empresa são prestativos e capazes de

fornecer pronto atendimento?

Segurança: os funcionários do serviço são bem informados, educados,

competentes e dignos de confiança?

Empatia: a empresa de serviço fornece atenção cuidadosamente,

personalizada?

O autor enfatiza que, dessas cinco dimensões, a confiabilidade tem

constantemente se mostrado o fator mais importante na avaliação da qualidade do

serviço pelos clientes. A confiabilidade está no coração da qualidade do serviço

porque um serviço não confiável é um serviço deficiente, a despeito de seus

atributos. Se o serviço básico não é realizado de maneira confiável, os clientes

podem supor que a empresa seja incompetente e passar paras outro fornecedor.

Para Las Casas (1997, p.28), “fazer com que uma organização realmente se

preocupe com o cliente é um desafio muito grande, não é barato ou fácil e não se

consegue sem muito esforço. Não é uma solução fácil e simples”.

Atualmente, a maioria das empresas estão preocupadas em atender bem

seus clientes fornecendo um serviço de qualidade. Para Las Casas (1997, p. 16),

“qualidade em serviços é a capacidade que uma experiência ou qualquer outro fator

tenha para satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer

benefícios a alguém”.

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A qualidade na prestação de um serviço se faz por intermédio das pessoas, já que depende exclusivamente do desempenho de cada trabalhador, consciente do papel que tem a cumprir, comprometido com o sucesso dos negócios em questão. São as pessoas, portanto, que fazem com que os serviços sejam diferenciados pelo atendimento prestado ao cliente (RODRIGUES, LEAL, HARGRAVES, 1996, p.20).

Para se obter qualidade na prestação de serviços é necessário construir um

ambiente especial na empresa, onde o serviço oferecido ao cliente seja uma missão

de todos os membros integrantes da organização.

A qualidade em serviços só é realmente vista pelo cliente quando o satisfaz e

supera suas expectativas. Conhecendo as características e necessidades dos

consumidores a empresa proporciona a superação das expectativas dos clientes, é

necessário que toda a organização tome consciência da importância da qualidade

em todos os setores da empresa. (LAS CASAS, 1997).

Para Téboul (1999), a qualidade é de responsabilidade de cada um, e os

clientes são os verdadeiros inspetores da qualidade, mesmo se sua avaliação é por

vez parcial ou subjetiva.

Segundo Téboul (1999), quando da interação, a qualidade do serviço é

função dos três elementos seguintes:

Expectativas: esclarecer o que deve ser fornecido. Controlar e

preparar as expectativas do cliente em cima disso.

Entrega: fornecer os resultados esperados em função da prática

profissional, das normas ou dos comportamentos aprendidos ou

adquiridos.

Percepção: controlar a prestação do serviço “em tempo real”, ficando

atento à percepção do cliente e fazendo os ajustes necessários. A

percepção do cliente é o verdadeiro teste, mesmo que o cliente possa

se enganar ou carecer de conhecimentos técnicos para exercer seu

julgamento.

Os funcionários devem não somente controlar as expectativas entrega e

percepção, mas estar pronto para compensar o cliente quando ocorrer um problema.

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Gronroos (1993) apresenta alguns princípios que orientam a melhoria da

qualidade de serviço, conforme apresentado a seguir:

A qualidade é definida pelo cliente

A qualidade corresponde às especificações do cliente. Os clientes decidem o

que consideram boa qualidade; o que consideram importante e o que não é

importante na produção do serviço.

A qualidade é uma jornada

Fórmulas para estabelecer a qualidade, rapidamente e de uma vez por todas,

não existem. A boa qualidade tem que ser percebida constantemente e igualmente,

tanto quando os lucros estiverem lá em cima, quanto em tempos ruins.

A qualidade é trabalho de todos

Todo mundo tem clientes, sejam internos ou externos. A responsabilidade

pela produção e pelo controle da qualidade não pode ser delegada a uma única

pessoa ou, por exemplo, a um único órgão da empresa. Todo mundo tem que

considerar a produção e a entrega de uma boa qualidade como sua própria

responsabilidade.

A qualidade, liderança e comunicação são inseparáveis.

Para ser capaz de produzir uma boa qualidade, as pessoas necessitam de

conhecimento, feedback, apoio e encorajamento de seus gerentes e supervisores.

Os gerentes têm que mostrar uma liderança genuína ao gerenciar seus

subordinados.

Qualidade e integridade são inseparáveis

Uma boa qualidade requer uma cultura corporativa que enfatize a integridade.

A justiça no tratamento, tanto dos clientes quanto dos empregados, tem que ser um

valor principal compartilhado por todos.

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Qualidade é uma questão de projeto

A qualidade nos serviços tem que ser formulada e projetada

antecipadamente. O uso da tecnologia e dos recursos humanos, bem como a

participação dos clientes no sistema para uma produção de serviços, devem ser

previstos de antemão, caso contrário, a organização estará apenas parcialmente

preparada para produzir boa qualidade.

Qualidade é cumprir as promessas do serviço

Mais do que tudo, os clientes têm como expectativa que os prestadores de

serviços cumpram o que prometeram fazer. Se as promessas não forem cumpridas

ou se uma parte crítica do total das promessas não for cumprida, a qualidade de

serviço se deteriorará.

Para Las Casas (1997, p. 49), “as formas de começar a implantação do

processo de qualidade são das mais variadas, a mais comum é a seguinte

seqüência: pesquisa, mudança cultural, marketing interno, treinamento e

comunicação”.

Qualidade tem um apelo altruístico, mas a maioria dos negócios exige provas

cruciais de que investir em qualidade produzirá mudanças positivas em participação

no mercado e rentabilidade. O relacionamento entre comportamento de mercado e

qualidade vem sendo estudado de maneiras diferentes. Os resultados nem sempre

estão de acordo e não mostram correlações positivas entre qualidade, participação

de mercado e rentabilidade. A seguir encontram-se as correlações citadas

anteriormente, segundo Vavra (1993).

Qualidade e preço

Em termos econômicos, qualidade e preço podem estar correlacionados

positivamente, à medida que a qualidade aumenta, o preço acompanha. Quanto

maior a qualidade, maior quantidade de material, mão-de-obra ou capital foi

empregada na produção de bens ou serviços de qualidade superior.

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Qualidade e participação de mercado

Se alta qualidade for definida de acordo com a definição de produto, ela será

manifestada por desempenho superior ou um grande número de características.

Assim, um produto de qualidade será vendido por um preço mais alto e,

conseqüentemente, para menor número de compradores. Entretanto se a qualidade

for definida de acordo com uma definição de usuário, onde adequabilidade, estética

superior e produção melhorada devam ser inerentes ao produto ou serviço, não se

justifica vender por um preço mais alto.

Qualidade e custo

Produção, qualidade e custo estão positivamente relacionados e custo estão

positivamente relacionados e é razoável que, desempenho, características e

durabilidade do produto aumentam da mesma forma que os materiais e os custos de

produção.

Qualidade e propaganda

A busca de bens e serviços pode ser investigada por suas qualidades

inerentes percebidas antes da compra. A qualidade de experiência de bens não

pode ser predeterminada, mas deve ser conhecida através do uso. Bens de

experiência, produtos de qualidade superior serão acompanhados por níveis mais

elevados de propaganda. É razoável que fabricantes de bens de alta qualidade

estarão habilitados a fazer mais propaganda

Qualidade e rentabilidade

Qualidade pode ser conceitualmente relacionada à rentabilidade através de

um desses cenários: ganhos de mercado (ganhos em participação e possibilidade

de cobrar um preço mais elevado) ou economias de custo (o aumento da

produtividade possibilita custos menores de refugos, garantia e consertos). Na área

da rentabilidade, investigações como o uso de banco de dados são mais

consistentes. Em geral, existe um relacionamento positivo entre qualidade e

rentabilidade.

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Qualidade tornou-se um objeto estratégico de toda a organização. Qualidade

agora não é mais confinada a um departamento de controle de qualidade, mas

passou a ser assunto de todos os funcionários.

2.4 Serviços

Para Kotler (1988, p. 191), “serviço é qualquer atividade ou benefício que uma

parte possa oferecer a outra, que seja essencialmente intangível e não resulte na

propriedade de qualquer coisa. Sua produção pode ou não estar vinculada a um

produto físico”.

Já para Las Casas (1991, p. 15), “serviços constituem uma transação

realizada por uma empresa ou por um empresário, cujo objetivo não está associado

à transferência de um bem”. Em outras palavras, o serviço é uma ação, exercício e

desempenho de qualquer atividade.

As atividades de serviços são de suma importância na sociedade e pode-se

notar sua importância através da análise do PIB (Produto Interno Bruto), da geração

de empregos, entre outros fatores.

Gianesi e Corrêa (1996), existem alguns fatores que propiciam o aumento da demanda por serviços, tais como:

Desejo de melhor qualidade de vida;

Mais tempo de lazer;

A urbanização, tornando necessários alguns serviços (como segurança, por

exemplo);

Mudanças socioeconômicas como o aumento da participação da mulher no

trabalho remunerado e pressões sobre o tempo pessoal;

Aumento da sofisticação dos consumidores, levando a necessidade mais

ampla de serviços;

Mudanças tecnológicas (como o avanço dos computadores e das

telecomunicações) que têm aumentado a qualidade dos serviços, ou ainda

criado serviços completamente novos.

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Além disso, os serviços exercem papel importante no desempenho de

diversos setores de nossa economia. Segundo o autor (1996), este papel pode ser

sumarizado em três categorias:

Como diferencial competitivo - as atividades de serviços prestados ao cliente,

pelas empresas de manufatura têm atuado no sentido de diferenciar o pacote

produto/ serviço que a empresa oferece ao mercado, gerando um diferencial

competitivo em relação aos concorrentes;

Como suporte às atividades de manufatura - muitas das funções dentro das

empresas de manufatura são, na verdade, operações de serviços, as quais

são fundamentais para o desempenho competitivo da empresa;

Como geradores de lucro - muitas atividades de serviços de empresas de

manufaturas podem desenvolver-se a um ponto tal que ultrapassem a mera

função de apoio, passando a constituir “centros de lucro” dentro das

empresas.

2.4.1 Caracterização de Serviços

Segundo Kotler (1988), os serviços possuem quatro características que

precisam ser consideradas, elas estão descritas a seguir.

1- Intangibilidade

Serviços são intangíveis. Não podem ser vistos, degustados, sentidos,

ouvidos ou cheirado antes de serem comprados. O consumidor precisa ter confiança

em quem proporciona o serviço.

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2- Inseparabilidade

Um serviço não pode existir independentemente de seus fornecedores, quer

estes sejam pessoas, que sejam máquinas. Um serviço não pode ser colocado em

uma prateleira e comprado por um cliente todas as vezes que este o deseja. O

serviço requer a presença do fornecedor. A organização de serviço pode treinar

maior número de especialistas de serviço e firmar a confiança dos clientes.

3- Variabilidade

Serviços são altamente variáveis. Dependem de quem, quando e onde são

proporcionados. Os consumidores de serviços estão conscientes da alta

variabilidade e freqüentemente conversam com outros antes da escolha de um

fornecedor.

4- Perecibilidade

Serviços não podem ser armazenados. A perecibilidade de serviços não

constitui problema quando a demanda é contínua, porque se torna mais fácil

organizar antecipadamente um quadro de funcionários. Quando a demanda flutua,

as empresas de serviço têm problemas difíceis.

O administrador deve determinar estratégias para todos os componentes

(intangibilidade, inseparabilidade, heterogeneidade e simultaneidade) ao elaborar o

serviço e manter a padronização, conseqüentemente a qualidade será mantida na

prestação de serviços. Contudo, deve preocupar-se também com a heterogeneidade

nas interações das expectativas dos clientes. (LAS CASAS, 1997).

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2.4.2 Tipos de Serviços

Para Las Casas existe uma classificação conforme o quadro 14.

Serviços de alojamento e alimentação.

Serviços de reparação, manutenção e confecção.

Serviços de higiene pessoal, saunas, termas e fisioterapia.

Serviços de diversões, radiodifusão e televisão.

Serviços auxiliares da agricultura e de pecuária, excetuados aqueles sob contrato.

Serviços auxiliares da atividade financeira.

Serviços auxiliares do transporte.

Serviços técnicos especializados auxiliares à construção e ao estudo e demarcação

do solo, incluindo agenciamento e locação de mão-de-obra.

Serviços de limpeza, higienização, decoração e outros domiciliares, sob encomenda

de particulares.

Serviços pessoais.

Serviços diversos.

Quadro 14– Classificação dos serviços. Fonte: Adaptado de Las Casas (1991, p. 17).

Existe ainda uma outra classificação de serviços baseada no esforço do

consumidor na obtenção de serviços, segundo Las Casas (1991):

Serviços de Consumo: são aqueles prestados diretamente ao

consumidor final. Nesta categoria eles subdividem-se em:

Conveniência: ocorre quando o consumidor não quer perder

tempo em procurar a empresa prestadora de serviços por não

haver diferenças perceptíveis entre elas. É o caso de tinturarias,

sapatarias e empresas de pequenos consertos;

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Escolha: caracteriza-se quando alguns serviços têm custos

diferenciados de acordo com a qualidade e tipo de serviços

prestados, prestígio da empresa etc. neste caso compensará ao

consumidor visitar diversas firmas na busca de melhores

negócios. São os serviços prestados por bancos, seguros,

pesquisas etc;

Especialidade: são aqueles técnicos especializados. O

consumidor neste caso fará todo o esforço possível para obter

serviços de especialistas, tais como médicos, advogados,

técnicos etc;

Serviços Industriais: são aqueles prestados a organizações

industriais, comerciais ou institucionais. Nesta categoria podem ser:

Equipamentos: são serviços relacionados com a instalação,

montagens de equipamentos ou manutenção;

Facilidade: neste caso estão incluídos os serviços financeiros,

de seguros etc., pois facilitam as operações da empresa.

Consultoria/ orientação: são aqueles que auxiliam nas tomadas

de decisão e incluem serviços de consultoria, pesquisa e

educação.

No momento em que o cliente entra em contato com a organização, chamado

por Las Casas (1991) de momento da verdade, ele irá utilizar o serviço que é o

esforço mercadológico que antecipou tal contato. Se a empresa tratar bem o cliente

o serviço será de boa qualidade. A capacidade da empresa em desempenhar todas

as atividades previstas é que determinará o nível de qualidade.

A prestação de serviços é a soma de todos os momentos da verdade de um cliente com a empresa. São os momentos em que o cliente entra em contato com algum aspecto da organização e obtém uma impressão de qualidade de seus serviços. Qualquer contato de um indivíduo com a organização e que forma alguma impressão é considerado um momento de verdade (LAS CASAS, 1997, p. 25).

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Para Las Casas (1997), é difícil manter uma empresa com o mesmo padrão

de qualidade, pois os serviços são produzidos pelo ser humano, que é de natureza

instável, e a qualidade de produção será também instável.

Para determinar esse momento de verdade, segundo o autor, é necessário

identificar todos os contatos que podem ser realizados por um cliente junto a algum

aspecto da organização, desde a aproximação até a pós-venda.

2.4.2 Administração de serviços

De acordo com Albrecht (2003, p.21), a definição de Administração de

Serviços “é um enfoque organizacional global que faz da qualidade do serviço, tal

como sentida pelo cliente, a principal força motriz do funcionamento da empresa”.

Sendo assim, administração de serviços é o conjunto da prestação de

serviços com a satisfação do cliente, onde não basta somente realizar o serviço, é

necessário que o cliente perceba a qualidade do serviço oferecido.

Ainda segundo o autor, a administração de serviços sugere que todos

possuem um papel a desempenhar no esforço de garantir que as coisas funcionem

bem para o cliente. Toda a organização deve atuar como um grande departamento

de atendimento ao cliente.

Os administradores devem, com seu papel de líder dentro da organização,

compreender, apoiar e contribuir com os objetivos de serviços, sendo assim irão

ajudar os colaboradores responsáveis por este objetivo e conseqüentemente tudo

sairá certo. É fundamental que seja criada na organização uma cultura de serviço,

que faz na excelência do serviço prestado uma missão reconhecida e valorizado por

toda a entidade (ALBRECHT, 2003).

Conforme Albrecht (2003, p.24) “a administração de serviços oferece um

esquema unificador de referência para que se pense a respeito do mercado, do

cliente, do produto e da organização”.

Para Normann (1993), serviço é um processo social e administração é a

habilidade de dirigir processos sociais. As organizações de serviços são mais

sensíveis à qualidade de sua administração do que provavelmente qualquer outro

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tipo de organização. Uma parte importante da administração consiste em identificar

os fatores críticos de um sistema de serviços específico, projetando maneiras

poderosas de controlar e manter esses atributos de maneira mais concreta. Se os

detalhes não funcionam adequadamente, nenhum grande projeto será bem-

sucedido. Novamente, desde que serviço seja um processo social, existe

necessidade de motivação e liberdade individuais, liberdade essa em nível local, que

a administração deve também proporcionar. Devido a essas demandas

aparentemente contraditórias, a administração e a estrutura do sistema eficaz de

serviços mostrará algumas propriedades e características especiais.

Segundo o autor, uma das razões para a industrialização de operações de

serviços e o surgimento de grandes empresas de serviços em setores que

costumavam ser considerados locais ou pertencentes a indústrias domésticas

fundamenta-se na melhoria dos métodos de reproduzir serviços.

Normann (1993), enfatiza que a capacidade de reprodução de um sistema de

serviços está baseada primeiro em identificar seus elementos absolutamente

essenciais e, segundo, em projetar maneiras eficazes de controlar e recriar esses

elementos.

Para o autor, sistemas de serviços que são bastante complexos ou mesmo

aqueles que não são muito claros não podem ser reproduzidos. O sistema de

serviços realmente eficaz pode de fato ser muito complexo; mas deve ser possível

analisar sua estrutura. De outra maneira, ele permanecerá um fenômeno apenas

local.

A seguir será apresentado o sistema de administração de serviços, segundo

Normann (1993).

Segmento de mercado

Tipos específicos de clientes para quem o sistema total de serviço foi

projetado.

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Conceito de serviço

Constitui os benefícios oferecidos para o cliente. O conceito de serviço

consiste freqüentemente em um conjunto muito complexo de valores que são muitas

vezes difíceis de analisar. Alguns dos benefícios são físicos e outros psicológicos ou

emocionais; além disso, alguns são mais importantes e podem ser chamados

serviço-núcleo, enquanto outros são de caráter mais periférico; algumas

características podem ser mensuradas e especificadas, enquanto outras podem ser

de importância extrema embora de especificações quase impossíveis.

Sistema de prestação do serviço

É o equivalente ao sistema de produção e distribuição das organizações

manufatureiras, embora seja freqüentemente de características muito diferentes.

Pode-se lidar em grande extensão com o sistema de prestação do serviço, visto que

com freqüência ele está presente, ao contrário do projeto do conceito do serviço, em

que apenas levanta-se as idéias mais inovadoras de uma empresa de serviços. Ao

analisar o sistema de entrega do serviço, examina-se três subcomponentes:

Recursos humanos: as organizações de serviços são

geralmente intensivas em personalidade, e as mais bem-

sucedidas têm concebido maneiras extremamente criativas e

rigorosas de encontrar e desenvolver os recursos humanos, elas

descobriram meios de mobilizar outras pessoas não-clientes.

Cliente: o cliente desempenha um papel muito complexo na

organização de serviços, visto que ele não apenas recebe e

consome o serviço, mas também faz parte de sua prestação e

entrega. Assim, os clientes devem ser selecionados e

administrados tão cuidadosamente quanto os funcionários.

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Apoio tecnológico e físico: o envolvimento com tecnologia e

apoio físico será menor do que com outros componentes do

sistema de prestação de serviço. Entretanto, deve ser lembrado

que o impacto da nova tecnologia – principalmente a tecnologia

da informação – sobre os serviços está se tornando enorme. Os

serviços quase sempre envolvem interações pessoais e que

ferramentas físicas são críticas para o funcionamento de tais

sistemas interativos.

Imagem

Normann (1993), imagem é uma ferramenta de informação por meio

da qual a empresa pode influenciar funcionários, clientes e outros recursos,

cujas ações e percepções da empresa, são importantes para o

posicionamento de mercado e eficiência de custos. Em longo prazo, a

imagem depende principalmente do que a empresa realmente fornece e de

quem realmente são os clientes; mas em curto prazo a imagem, embora

divergindo da realidade atual, pode ser usada como um instrumento para

criação de uma nova realidade.

Cultura e filosofia

Normann (1993), envolvem os princípios globais pelos quais a direção

do processo social para a prestação dos serviços e benefícios aos clientes é

controlado, mantido e desenvolvido. Uma vez que um sistema superior de prestação

de serviço e um conceito apropriado de serviço foram criados, nenhum outro

componente é mais crucial para a eficiência em longo prazo do que sua cultura e

filosofia, que moldam e rejuvenescem os princípios valores e o moral sobre os quais

a empresa prospera.

Assim, estes cinco componentes compreendem o sistema de administração

de serviço.

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Para Lovelock (2002) a natureza dos serviços envolve aspectos como

envolvimento do cliente na produção e a importância do fator tempo, exige também a

inclusão de outros elementos estratégicos. Para enfrentar esse desafio, utiliza-se o

modelo dos 8 P`s da administração de serviços, que destaca oito variáveis de

decisão para os gerentes de organização de serviço. A seguir encontra-se a

descrição dos 08 P`s da Administração de Serviço.

1- Elementos do produto

Os administradores devem selecionar as características do produto principal

(bem ou serviço) e o pacote de elementos suplementares que o envolvem, com

relação aos benefícios desejados pelos clientes e ao grau de desempenho dos

produtos concorrentes.

2- Lugar e tempo

A entrega de elementos do produto para os clientes envolve decisões sobre o

lugar e o tempo da entrega e pode envolver canais de distribuição física ou

eletrônica (ou ambos), dependendo da natureza do serviço que está fornecido. As

empresas podem entregar o serviço diretamente para os clientes ou para

organizações intermediárias, tais como os pontos de varejo de outras empresas que

recebem uma porcentagem do preço de venda para executar certas tarefas

associadas a vendas, serviço e contato com o cliente.

3- Processo

A criação e entrega de elementos do produto aos clientes exigem o projeto e

implementação de processos eficazes. O processo descreve o método e a

seqüência dos sistemas operacionais de serviços. É provável que processos mal

concebidos irritem os clientes devido à entrega lenta, burocrática e ineficaz do

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serviço. Da mesma forma, os processos deficientes dificultam o bom desempenho

do pessoal da linha de frente, resultam em baixa produtividade e aumentam a

probabilidade de falhas nos serviços.

4- Produtividade e qualidade

Produtividade e qualidade, muitas vezes abordadas separadamente devem

ser vistas como duas faces da mesma moeda. Nenhuma empresa de serviço pode

se dar ao luxo de abordar qualquer elemento em separado. A produtividade

melhorada é essencial para manter os custos sob controle, mas os administradores

precisam cuidar para não reduzirem indevidamente os níveis de serviço, o que será

lamentado pelos clientes – e talvez também pelos funcionários. A qualidade do

serviço, tal como definida pelos clientes, é essencial à diferenciação do produto e

para aumentar a fidelidade do cliente. Entretanto, investir na melhoria da qualidade

sem entender o balanço entre custos e incrementos na receita pode colocar em risco

a rentabilidade da empresa.

5- Pessoas

Muitos serviços dependem de interação direta e pessoal entre os clientes e os

funcionários de uma empresa. As naturezas dessas interações influenciam muitas as

percepções da qualidade do serviço pelo cliente. Os clientes geralmente julgarão a

qualidade do serviço que recebem em grande parte pela avaliação das pessoas que

estão fornecendo o serviço. Empresas de serviço bem –sucedidas empenham

considerável esforço no recrutamento, treinamento e motivação de seus

profissionais, principalmente – mas não exclusivamente – daqueles que entram em

contato direto com os clientes.

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6- Promoção e educação

Nenhum programa de marketing pode ter sucesso sem um programa de

comunicação eficaz que proporcione promoção e educação. Esse componente

desempenha três papéis cruciais: fornecer informações e conselhos necessários,

persuadir os clientes a entrarem em ação em momentos específicos. No marketing

de serviço, grande parte da comunicação é, por natureza, educacional,

particularmente para clientes novos. As comunicações podem ser feitas por

indivíduos como vendedores e treinadores ou por meio de mídia como televisão,

rádio, jornais, revistas, outdoors, folhetos e sites da internet.

7- Evidência física

As empresas de serviço precisam administrar cuidadosamente a evidência

física porque esta pode exercer um impacto profundo sobre as impressões dos

clientes. Em serviços dotados de poucos elementos tangíveis, a propaganda é

freqüentemente utilizada para criar símbolos significativos.

8 - Preço e outros custos do serviço

O preço e outros custos do componente serviço remetem a administração aos

vários custos incorridos pelos clientes para obterem benefícios do produto do

serviço. As responsabilidades não se limitam às tarefas tradicionais de estabelecer o

preço de venda aos clientes, fixação de margens para o comércio e definição de

condições de crédito. Os gerentes de serviço também reconhecem e buscam

minimizar outros custos em que os clientes podem incorrer ao comprarem e

utilizarem um serviço, entre os quais, tempo, esforço físico e mental experiências

sensoriais negativas.

A administração de serviços preocupa-se com a organização como um todo.

Todos os setores da empresa precisam integrar com o cliente e com a entidade,

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para que haja eficácia no serviço prestado ao cliente. E tornando esse cliente

plenamente satisfeito, voltando a procurar e indicar a outras pessoas de seu convívio

tais serviços (GIANESI E CORRÊA, 1996).

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

Este trabalho caracteriza-se como um projeto de aplicação. Foi adotada uma

abordagem quantitativa que de acordo com Richardson (1999, p. 70).

O método quantitativo, como o próprio nome indica, caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.

Entretanto, antes de explicar os métodos e técnicas propostas neste

trabalho, faz-se interessante refletir sobre o processo de pesquisa. Para Oliveira

(2001, p.117), “a pesquisa tem o objetivo de estabelecer uma série de

compreensões no sentido de descobrir respostas para as indagações e questões

que existem em todos os ramos do conhecimento humano, envolvendo o mundo

social e outros”.

Primeiramente realizou-se uma pesquisa descritiva que de acordo com Gil

(1994) as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial à descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de

relações entre variáveis.

Richardson (1999, p. 71), diz que “os estudos de natureza descritiva

propõem-se investigar o que é, ou seja, a descobrir as características de um

fenômeno como tal”.

Em seguida, foi realizada uma pesquisa com o presidente da Associação

Brasileira de Bares e Restaurantes – ABRASEL a fim de conhecer e documentar a

fundação da associação, seus objetivos e finalidade.

Para realizar a pesquisa de satisfação, foi elaborado um questionário

estruturado com 16 perguntas fechadas (apêndice A).

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p.202), a elaboração de um

questionário:

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Requer a observância de normas precisas, a fim de aumentas sua eficácia e validade. [...] o processo de elaboração é longo e complexo: exige cuidado na seleção das questões, levando em consideração a sua importância, [...] os temas escolhidos devem estar de acordo com os objetivos geral e específicos.

Para a elaboração do questionário, foram utilizados os critérios de avaliação

da qualidade do serviço proposta por Gianesi e Corrêa (1996) que estão descritos

no quadro 15, estes critérios foram adaptados para a empresa em estudo.

Consistência: conformidade com experiência anterior, ausência de variabilidade no

resultado ou processo.

Competência: habilidade e conhecimento para executar o serviço. Relaciona-se

com as necessidades “técnicas” dos consumidores.

Velocidade de Atendimento: prontidão da empresa e seus funcionários em prestar

o serviço.

Atendimento/Atmosfera: atenção personalizada ao cliente, boa comunicação,

cortesia, ambiente.

Flexibilidade: ser capaz de mudar e adaptar a operação, devido a mudanças nas

necessidades dos clientes, no processo ou no suprimento de recursos.

Credibilidade/Segurança: baixa percepção de risco, habilidade de transmitir

confiança.

Acesso: facilidade de contato e acesso: localização conveniente, horas de

operação.

Tangíveis: qualidade e/ou aparência de qualquer evidência física (bens

facilitadores, equipamentos, instalações, pessoal, outros consumidores).

Custo: fornecer serviços a baixo custo

Quadro 15–Aspectos da qualidade de serviços avaliados pelos clientes. Fonte: Adaptado de Gianesi e Corrêa (1996, p. 197).

Para a realização da pesquisa com os associados, primeiramente foi calculada a

amostra. Para encontrar a amostra da população, foi definido um erro amostral de

10%.

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A população da ABRASEL é composta por 160 associados, e a amostra por

acessibilidade totalizou 62 associados, para se chegar ao tamanho da amostra foi

utilizada a seguinte fórmula:

No= 1/eo * eo

No= 1/ 10% * 10% = 100

n= n.no/ n+ no

n= 160.100/ 160 +100 = 61,53

Sendo que, eo = erro amostral

n = tamanho da amostra

no = primeira aproximação para a amostra (n)

A pesquisa foi realizada no período de 10 de abril a 10 de maio de 2006.

Segundo Barros e Lehfeld (2000) para que as informações sejam

interpretadas pode-se utilizar três métodos: a classificação, dando ordens e dividindo

os dados em partes; a codificação, colocando cada informação em categorias;

tabulação que dispõe graficamente. Os dados foram analisados através de gráficos

com auxílio do software excel.

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4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO

Neste capítulo será apresentado o resultado da Aplicação realizada junto

associados da ABRASEL. Primeiramente será descrito os serviços que a ABRSEL

oferece e a seguir a descrição de como ocorre os serviços da ABRASEL e

posteriormente a análise do questionário aplicado.

4.1 Caracterização da Empresa

Empresa: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – ABRASEL

Início das atividades em Santa Catarina: 1995

Número de Associados: 160

A empresa representa o setor da gastronomia e entretenimento, promovendo

projetos de aperfeiçoamento de mão-de0obra especializada e segurança alimentar.

A missão da ABRASEL é criar oportunidades de negócios, buscar a

profissionalização e a ética defendendo os interesses institucionais e privados de

seus associados.

4.2 Serviços oferecidos pela ABRASEL

Assessoria Jurídica: convênios com escritórios advocatícios, com preços

especiais;

Cursos regulares: conhecimento de vinhos, elaboração de cardápio,

administração de marketing, etc;

Promoções: seminários, mini-feiras e degustações; estandes em feiras do

setor, no Estado;

Eventos mensais: reuniões com autoridades e fornecedores, degustações e

debates de interesse da classe;

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Informações e contatos com fornecedores;

Bolsa de empregos: currículos de candidatos nas mais diversas áreas;

Participação nos guias elaborados pela associação;

Home-page para divulgação de promoções;

Trabalho junto ao setor turístico, mídia e sociedade, visando promover e

melhorar a imagem do segmento;

Viagens e participação em feiras e congressos em outros estados ou no

exterior, com preços promocionais;

Apoio ao desenvolvimento da gastronomia e planejamento do calendário

gastronômico turístico;

Publicação semestral do Guia Gastronômico, tiragem de 50.000 exemplares,

distribuídos gratuitamente na Capital;

Visita periódica de acompanhamento, visando suprir as necessidades do

associado;

Sistema de avaliação dos restaurantes pelos próprios clientes;

Placa de diferenciação – associado ABRASEL/SC;

A ABRASEL/SC faz parte das entidades fundadoras da FINAC/ Escola de

Gastronomia;

4.3 Perfil dos associados:

Pôde-se analisar o perfil dos associados através da pesquisa, 44% dos

entrevistados possuem restaurantes.

Restaurante –44%

Bar - 35%

Lanchonete - 19%

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Casa noturna - 2%

4.4 Resultados da Pesquisa realizada junto aos associados

A seguir serão apresentados os dados coletados junto aos pesquisados que

foram colocados em gráficos no software excel e analisados. Para análise dos dados

foram eleitas as seguintes dimensões competitivas: acesso, custo, tangíveis,

consistência, competência, velocidade de atendimento, flexibilidade e credibilidade

(GIANESI E CORRÊA, 1996).

1- Qual sua expectativa em relação a ABRASEL?

sempre quase sempre raramente nunca

51%

26%23%

Gráfico 01 – Expectativa em relação à ABRASEL Fonte: Pesquisa de campo

Nesta questão, a dimensão competitiva utilizada foi consistência, que

engloba informações referentes à conformidade com experiências anteriores , ou

seja, suas expectativas serão geradas a partir de suas experiências (GIANESI e

CORRÊA, 1996).

Para 37% dos entrevistados apontaam que suas expectativas em relação a

ABRASEL são ótimas, em seguida 10% relataram que consideram regular suas

expectativas, é um índice considerável e conforme os entrevistados, a associação

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deveria ofertar mais cursos de aperfeiçoamento para as empresas do setor

gastronômico, afinal a associação não possui concorrentes. Esta falta de

concorrência no ponto de vista dos entrevistados associados ocasiona falta de

variabilidade nos serviços.

2- A ABRASEL responde suas necessidades?

sempre quase sempre raramente nunca

51%

26%23%

Gráfico 02 – Necessidades alcançadas Fonte: Pesquisa de campo

A dimensão competitiva utilizada nesta questão, foi a da competência, que

consiste nas habilidades e conhecimento para executar as necessidades dos

consumidores (GIANESI e CORRÊA, 1996).

Para 51% dos entrevistados acreditam que quase sempre a ABRASEL

responde suas necessidades, é um índice significativo. Como na questão anterior,

cursos para o aperfeiçoamento do setor são uma grande necessidade dos

associados entrevistados. De acordo com Kotler (2000), estar atento as

necessidades tornou-se um aspecto importante. A associação poderia explorar as

novas tendências que surgem no mercado gastronômico e oferecer aos associados.

3 – Qual a freqüência que você utiliza os produtos e serviços que a ABRASEL oferece?

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sempre quase sempre raramente nunca

13%

39%

5%

43%

Gráfico 03 – Freqüência dos produtos Fonte: Pesquisa de campo

Esta questão foi elaborada a pedido da Associação afim de verificar a

freqüência que os associados utilizam os produtos e serviços oferecidos.

Diante disso, 13% dos associados entrevistados sempre utilizam os produtos

e serviços que a ABRASEL oferece, é um índice muito pequeno, isto ocasiona

porque muitos desconhecem os produtos e serviços oferecidos e alguns serviços

que eles gostariam de utilizar a associação não oferece.

4- Quais produtos e serviços que você mais utiliza?

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assessoria jurídica cursos regulareseventos mensais bolsa de empregoshome-page viagens e participação em feirasguia gastronômico

26%

14%

11%

32%

17%

Gráfico 04 – Produtos e serviços mais utilizados Fonte: Pesquisa de campo

32% dos entrevistados utilizam o Guia Gastronômico, não é um percentual

alto, os entrevistados relataram que não utilizam muito o guia por considerarem um

custo alto para empresa, porque, além de pagarem a anuidade de associado, eles

precisam pagar também para ter seu bar ou restaurante anunciado no guia.

Nenhum dos entrevistados associados utilizam os serviços de assessoria

jurídica e home-page para divulgação de promoções, muitos relataram que

desconheciam esses serviços e outros não utilizaram porque não houve

necessidade.

5- Qual destes produtos e serviços você nunca utilizou?

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assessoria jurídica

cursos regulares

eventos mensais

bolsa de emoregos

home-page

viagens e participação em feiras

guia gastronômico

50%50%

Gráfico 05 – Produtos e serviços menos utilizados Fonte: Pesquisa de campo

A pedido da Associação esta questão foi elaborada para constatar quais os

produtos e serviços que os associados nunca utilizaram até o momento da

entrevista.

Os eventos mensais, bolsa de empregos, cursos regulares, viagens,

participação em feiras, congressos e o guia gastronômico foram utilizados pelo

menos uma vez, por todos os entrevistados.

Os serviços de assessoria jurídica e home-page para divulgação de

promoções nunca foram utilizados até o momento da entrevista pelos associados

entrevistados, como mencionado anteriormente, muitos relataram que desconhecem

esses serviços e outros não utilizaram porque não houve necessidade.

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6– Qual o seu grau de satisfação quanto aos seguintes produtos?

muito satisfeito satisfeitopouco satisfeito não satisfeito

41% 49%

10%

Gráfico 06 – Satisfação quanto ao guia gastronômico Fonte: Pesquisa de campo

Informativo

muito satisfeito satisfeitopouco satisfeito não satisfeito

57%

32%

11%

Gráfico 07 – Satisfação quanto ao Informativo Fonte: Pesquisa

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Revista Sabor

muito satisfeito satisfeitopouco satisfeito não satisfeito

66%

24%

10%

Gráfico 08 – Satisfação quanto a Revista Sabor Fonte: Pesquisa de campo

Esta questão foi elaborada a pedido da associação afim de verificar a

satisfação quanto aos produtos oferecidos pela ABRASEL.

Os produtos que a ABRASEL oferece são o Guia Gastronômico, Informativo e

a Revista Sabor, 49% dos entrevistados estão muito satisfeitos com o guia e 10%

estão pouco satisfeitos, essa pouca satisfação é decorrente do custo que eles

consideram de seu bar ou restaurante ser publicado no guia. Quanto ao Informativo,

57% estão satisfeitos, e 66% estão satisfeitos com a Revista Sabor, os entrevistados

consideram que o Informativo e a Revista Sabor, mostram grandes tendências e

informações do setor.

7- Quais dos meios de comunicação abaixo você mais utiliza?

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telefone fax e-mail correio jornal

52%

35%

13%

Gráfico 09 – Meios de comunicação mais utilizados Fonte: Pesquisa de campo

A associação pediu para que fosse elaborada esta questão, para saber quais dos meios de comunicação, citados anteriormente, os entrevistados mais utilizam.

Para 52% dos entrevistados utilizam o telefone para entrar em contato com a

associação, enquanto 35% utilizam o e-mail, esses dois meios de comunicação para

grande maioria dos entrevistados, são a forma mais rápida e simples de contato e

não gera muito custo a sua empresa.

8- Quais dos meios de comunicação abaixo você acredita ser mais rápido para

solucionar seus problemas?

telefone fax e-mail correio jornal

65%35%

Gráfico 10 – Meios de comunicação mais utilizados para solucionar problemas Fonte: Pesquisa

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Para esta questão também, a associação pediu para que fosse elaborada

para constatar quais dos meios de comunicação, citados anteriormente, os

entrevistados acreditam ser mais rápido para solucionar seus problemas.

Para 65% dos entrevistados o telefone é utilizado para solucionar seus

problemas, enquanto 35% dos entrevistados acreditam que o e-mail é o meio mais

rápido para a solução de seus problemas.

9 – Você acredita que os funcionários da ABRASEL estão aptos para

solucionar seus problemas de imediato?

sempre quase sempre raramente nunca

40%

25%35%

Gráfico 11 – Funcionários estão aptos a solucionar problemas Fonte: Pesquisa de campo

A dimensão competitiva utilizada nesta questão foi a da competência, que

consiste nas habilidades e conhecimento para executar as necessidades dos

consumidores (GIANESI e CORRÊA, 1996).

Os 40% dos entrevistados acreditam que quase sempre os funcionários da

ABRASEL estão aptos a solucionar seus problemas de imediato, o tempo de espera

foi considerado por muitos entrevistados um fator muito importante. Para 35% dos

entrevistados raramente os funcionários estão aptos para solucionar seus

problemas. Alguns associados relataram que não procuram a ABRASEL pela

demora na solução de seus problemas.

Recomenda-se um treinamento dos funcionários para uma melhor satisfação

dos associados.

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10 – Como você classificaria o atendimento dos funcionários da ABRASEL?

excelente ótimo bom regular ruim

38%

19%

35%

8%

Gráfico 12 – Atendimento dos funcionários Fonte: Pesquisa de campo

O atendimento foi a dimensão competitiva utilizada para elaboração dessa

questão. Para Gianesi e Correa (1996) o atendimento está relacionado à atenção

personalizada ao cliente, boa comunicação e cortesia.

O atendimento dos funcionários da ABRASEL foi considerado para 38% dos

entrevistados ótimo e para 35% bom, são percentuais consideráveis, visto a

importância de um bom atendimento aos clientes.

O ideal é que a associação ofereça um treinamento para os funcionários para

que o percentual de excelência seja aumentado, visto que foi de 19%.

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11- Você acredita que as informações obtidas pela ABRASEL são confiáveis?

sempre quase sempre raramente nunca

49%40%

11%

Gráfico 13 – Confiança nas informações Fonte: Pesquisa de campo

A dimensão competitiva utilizada para elaborar esta questão foi a da

credibilidade que para Gianesi e Correa (1996) essa dimensão é a baixa percepção

de risco e a habilidade de transmitir confiança.

Para 49% dos associados entrevistados as informações obtidas pela

ABRASEL são sempre confiáveis e para 40% dos entrevistados são quase sempre

confiáveis precisa investir mais em sua marca, a fim de garantir uma maior

segurança de seus associados. Como a associação atua mais de 10 anos na

Grande Florianópolis pode divulgar a informação para criar uma maior credibilidade

e segurança.

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12- Quando você entra em contato com a ABRASEL você é atendido

rapidamente?

sempre quase sempre raramente nunca

52%

35%

11%

Gráfico 14 – rapidez no atendimento Fonte: Pesquisa de campo

Para elaboração dessa questão foi utilizada a dimensão competitiva

velocidade de atendimento, que segundo Gianesi e Correa (1996) a velocidade de

atendimento é a prontidão da empresa e funcionários em prestar serviços.

Para 52% dos associados relatam que quase sempre são atendidos

rapidamente quando entram em contato com a ABRASEL, e para 35% raramente

são atendidos rapidamente, esses percentuais foram altos, e de acordo com os

entrevistados a lentidão dos funcionários prejudica outros processos dentro da

empresa, às vezes eles precisam daquela informação da associação para solucionar

outros problemas.

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13- Como você classificaria o custo para se manter associado a ABRASEL?

barato acessível caro

58%

19%23%

Gráfico 15 – Custo para se manter associado Fonte: Pesquisa de campo

Gianesi e Corrêa (1996), afirmam que a dimensão competitiva custo é

fornecer serviços a baixo custo. Para 58% dos associados entrevistados o custo

para se manter associado é acessível e para 23% o custo é caro. Recomenda-se

para a associação divulgar mais seus produtos, serviços e vantagens de ser um

associado da ABRASEL.

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14- A ABRASEL é flexível quando você precisa de alguma ajuda?

sempre quase sempre raramente nunca

51%

26%23%

Gráfico 16 – Flexibilidade no atendimento Fonte: Pesquisa de campo

Segundo 51% dos associados entrevistados relataram que a ABRASEL é

flexível quando eles precisam de alguma ajuda e para 23% raramente a associação

é flexível. Recomenda - se para a associação atendimento personalizado, visto que

as necessidades dos associados, devido ao tipo de estabelecimento, são diferentes,

conforme GIANESI e CORRÊA (1996) a flexibilidade é a capacidade de mudança e

adaptação de acordo com as necessidades dos clientes.

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15- Qual seu grau de satisfação com relação a qualidade nos produtos e

serviços que a ABRASEL oferece?

muito satisfeito satisfeito pouco satisfeito não satisfeito

51%

27%22%

Gráfico 17 – Satisfação na qualidade dos produtos e serviços Fonte: Pesquisa de campo

Para 51% dos associados entrevistados estão satisfeitos com a qualidade dos

produtos e serviços oferecidos pela ABRASEL, e 27% dos entrevistados estão muito

satisfeitos. Utilizou-se a dimensão competitiva tangibilidade que engloba a qualidade

ou a aparência de qualquer evidência física ou do sistema de operações GIANESI e

CORRÊA (1996). A pesquisa demonstrou que a associação atende as expectativas

dos associados.

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16 – Ramo da Empresa

restaurante bar lanchonete casa noturna

35%

44%

19%

Gráfico 18 – Ramo da empresa Fonte: Pesquisa de campo

Essa questão foi elaborada a pedido da Associação a fim de constatar quais

os ramos das empresas entrevistados.

Segundo 44% dos associados entrevistados possuem restaurantes, e apenas

2% possuem casas noturnas, essa grande diferença de percentual foi decorrente

que a pesquisa foi realizada por acessibilidade.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tecnologia possibilita aos consumidores mais acesso as informações, mais

agilidade e diversificação de produtos e serviços. O consumidor com tantas opções

torna-se cada vez mais exigente e espera que suas expectativas perante o produto e

serviço e/ou serviço sejam alcançados.

Desta forma, as empresas necessitam estabelecer diferencias. É preciso estar

atento ao mercado vislumbrando as oportunidades e ameaças, identificando as

necessidades e desejos, pois segundo Odebrecht (1987), o cliente satisfeito é o

fundamento da existência das organizações.

O objetivo geral desta pesquisa foi cumprido, assim como os objetivos

específicos. Sendo esse objetivo era de avaliar o nível de satisfação dos clientes em

relação aos serviços oferecidos pela ABRASEL.

Os objetivos específicos foram cumpridos, ou seja, identificar quais são os

serviços que a ABRASEL oferece, identificar os processos de serviços prestados

pela associação, conhecer o perfil dos clientes e conhecer a percepção do cliente

quanto ao serviço prestado com relação aos critérios de consistência, competência,

velocidade, atendimento, flexibilidade, credibilidade, acesso e custo.

Em um contexto geral, a pesquisa teve uma resposta positiva para a empresa,

com um pequeno número de associados insatisfeitos. A empresa não possui

departamento de marketing e não aplica nenhuma estratégia nessa área. O

investimento em um plano de marketing iria possibilitar à empresa demonstrar seus

produtos e serviços. Na confiabilidade poderia ser outro ponto que poderia ser

explorado.

A ABRASEL possui boa aceitação dos associados, mas existem alguns índices

de insatisfação, a pesquisa mostrou que embora um grande número dos clientes se

sintam muito satisfeitos, 22% se sentem poucos satisfeitos com a qualidade dos

produtos e serviços oferecidos, um percentual que precisa ser corrigido. A seguir

surgem algumas sugestões para trabalhos futuros:

Comunicação no atendimento

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Plano de marketing

O trabalho exigiu dedicação, o que acabou me acrescentando vários

conhecimentos na área estudada. Aprendi que com força, persistência e objetivos

consegue-se alcançar as metas planejadas.

Esse estudo mostrou que embora seja impossível alcançar a perfeição é

preciso sempre estar procurando satisfazer os clientes em todos os aspectos

possíveis, conhecer suas necessidades seria a maneira mais correta de identificar

problemas referentes aos produtos e principalmente os serviços oferecidos.

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Apêndice A

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QUESTIONÁRIO

Prezados Senhores (as):

Este questionário trata-se de uma pesquisa onde pretende-se conhecer a sua

opinião com relação aos serviços prestados pela ABRASEL.

Esclarecemos que não há necessidade de se identificar. Sua participação é

fundamental, sendo que os resultados desta pesquisa serão utilizados para fins científicos,

considerado como parte dos requisitos para a conclusão do Curso de Administração da

Universidade do Vale do Itajaí.

Obrigada pela colaboração,

Deise Nogueira

1- Qual sua expectativa em relação a ABRASEL?

( )excelente

( )ótima

( )boa

( )regular

( )ruim

2- A ABRASEL responde suas necessidades?

( )sempre

( )quase sempre

( )raramente

( )nunca

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3- Qual a freqüência que você utiliza os produtos e serviços que a ABRASEL

oferece?

( )sempre

( )quase sempre

( )raramente

( )nunca

4- Quais produtos e serviços que você mais utiliza?

( )Assessoria Jurídica: convênios com escritórios advocatícios, com preços especiais;

( )Cursos regulares: conhecimento de vinhos, elaboração de cardápio, racionalização

administração e de marketing, etc;

( )Eventos mensais: reuniões com autoridades e fornecedores, degustações e debates

de interesse da classe;

( )Bolsa de empregos: currículos de candidatos nas mais diversas áreas;

( )Home-page para divulgação de promoções;

( )Viagens e participação em feiras e congressos em outros estados ou no exterior, com

preços promocionais;

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( )Publicação semestral do Guia Gastronômico, tiragem de 50.000 exemplares,

distribuídos gratuitamente na Capital;

5- Qual serviço que você nunca utilizou?

( )Assessoria Jurídica: convênios com escritórios advocatícios, com preços especiais;

( )Cursos regulares: conhecimento de vinhos, elaboração de cardápio, racionalização

administração e de marketing, etc;

( )Eventos mensais: reuniões com autoridades e fornecedores, degustações e debates

de interesse da classe;

( )Bolsa de empregos: currículos de candidatos nas mais diversas áreas;

( )Home-page para divulgação de promoções;

( )Viagens e participação em feiras e congressos em outros estados ou no exterior, com

preços promocionais;

( )Publicação semestral do Guia Gastronômico, tiragem de 50.000 exemplares,

distribuídos gratuitamente na Capital;

6- Qual o seu grau de satisfação quanto aos seguintes produtos?

Guia Gastronômico

( )muito satisfeito

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( ) satisfeito

( )pouco satisfeito

( )não satisfeito

Informativo

( )muito satisfeito

( )satisfeito

( )pouco satisfeito

( )não satisfeito

Revista Sabor

( )muito satisfeito

( )satisfeito

( )pouco satisfeito

( )não satisfeito

7- Quais dos meios de comunicação abaixo que você mais?

( )telefone

( )fax

( )e-mail

( )correio

( )jornal

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8- Quais dos meios de comunicação abaixo você acredita ser mais rápido para

solucionar seus problemas ?

( )telefone

( )fax

( )e-mail

( )correio

( )jornal

9- Você acredita que os funcionários da ABRASEL estão aptos para solucionar seus

problemas de imediato?

( )sempre

( )quase sempre

( )raramente

( )nunca

10- Como você classificaria o atendimento dos funcionários da ABRASEL?

( )excelente

( )ótimo

( )bom

( )regular

( )ruim

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11- Quando você entra em contato com a ABRASEL, você é atendido rapidamente?

( )sempre

( )quase sempre

( )raramente

( )nunca

12- Você acredita que as informações obtidas pela ABRASEL são confiáveis?

( )sempre

( )quase sempre

( )raramente

( )nunca

13- Como você classificaria o custo para se manter associado à ABRASEL?

( )barato

( )acessível

( )caro

14- A ABRASEL é flexível quando você precisa de alguma ajuda?

( )sempre

( )quase sempre

( )raramente

( )nunca

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15- Qual seu grau de satisfação com relação a qualidade nos produtos e serviços que

a ABRASEL oferece?

( )muito satisfeito

( ) satisfeito

( )pouco satisfeito

( )não satisfeito

16 - Ramo da Empresa

( )restaurante

( )bar

( )lanchonete

( )casa noturna

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